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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

QUI0111 - QUÍMICA ANALÍTICA APLICADA

ANNA LUÍSA ESPÍNOLA DE SENA COSTA

CARLA RICHELY SILVA SARMENTO

DHULYA RAFAELLY DAS CHAGAS ROCHA

FLORA KAROLINE RODRIGUES DE ARAÚJO

LARISSA PRAXEDES GRANGEIRO

RELATÓRIO: ANÁLISE QUÍMICA DE ÍONS EM ÁGUA DO MAR E ESTUDOS


DE SOLUBILIDADE

ORIENTADOR:
EDGAR PERIN MORAES

NATAL-RN, SETEMBRO/2017
SUMÁRIO

RESUMO.....................................................................................................
1 INTRODUÇÃO.........................................................................................
2 METODOLOGIA.............................................................................................
2.1 EXPERIMENTO 1: ENSAIOS COM ÁGUA DO MAR - IDENTIFICAÇÃO DO
ÍON CLORETO (Cl).........................................................................................
2.2 EXPERIMENTO 2: ENSAIOS COM ÁGUA DO MAR - IDENTIFICAÇÃO DO
ÍON SÓDIO (Na+)...........................................................................................
2.3 EXPERIMENTO 3: ENSAIOS DE PRECIPITAÇÃO E SOLUBILIDADE –
SOLUÇÃO DO CÁTION Ag+; Pb+2; Cu+2; K+; COM ADIÇÃO DE
HCl..............................................................................................
2.4 EXPERIMENTO 4: ENSAIOS DE PRECIPITAÇÃO E SOLUBILIDADE –
SOLUÇÃO DO CÁTION Ag+; Pb+2; Cu+2; K+; COM ADIÇÃO DE
K2CrO4...........................................................................................
2.5 EXPERIMENTO 5: pH VINAGRE UTILIZANDO INDICADOR UNIVERSAL
DE pH...........................................................................................
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO.......................................................................
3.1 EXPERIMENTO 1: ENSAIOS COM ÁGUA DO MAR - IDENTIFICAÇÃO DO
ÍON CLORETO (Cl)...........................................................................................
3.2 EXPERIMENTO 2: ENSAIOS COM ÁGUA DO MAR - IDENTIFICAÇÃO DO
ÍON SÓDIO (Na+)...........................................................................................
3.3 EXPERIMENTO 3: ENSAIOS DE PRECIPITAÇÃO E SOLUBILIDADE –
SOLUÇÃO DO CÁTION Ag+; Pb+2; Cu+2; K+; COM ADIÇÃO DE
HCl...........................................................................................
3.4 EXPERIMENTO 4: ENSAIOS DE PRECIPITAÇÃO E SOLUBILIDADE –
SOLUÇÃO DO CÁTION Ag+; Pb+2; Cu+2; K+; COM ADIÇÃO DE
K2CrO4...........................................................................................
3.5 EXPERIMENTO 5: pH VINAGRE UTILIZANDO INDICADOR UNIVERSAL
DE pH...........................................................................................
4 CONCLUSÕES.............................................................................................
REFERÊNCIAS.................................................................................................
RESUMO
No presente trabalho, objetivou-se sintetizar a prática de laboratório I da
disciplina de química analítica aplicada, na qual foram realizados ensaios com
a água do mar para identificação dos íons Cl- (cloreto) e Na+ (sódio); também
foram realizados ensaios de precipitação e solubilidade com soluções de
cátions (Ag+, Pb+2, Cu+2 e K+) com adição de HCl e K2CrO4; e por fim foram
verificados o valor do pH de um vinagre utilizando a fita de pH. Para o
experimento da identificação do íon cloreto, foram utilizados os instrumentos:
conta gotas, béquer (50 mL), água do mar, amônia e ácido nítrico; e
equipamentos: capela e centrífuga 80-2B x1000rpm (Daiki). A presença do íon
cloreto foi comprovada pela dissolução do precipitado na amostra, já que este é
bastante solúvel na amônia, havendo também a dissolução parcial dos íons
Brometo e Iodeto, presentes na água do mar, porém menos solúveis na
amônia. Através do teste de chama foi feita a identificação da presença de íons
de Na+ na água do mar, uma vez que esse elemento pode ser identificado pela
observação visual da chama. Para que fosse identificável e quantificável esse
íon, foram utilizados os seguinte materiais, programas e software: balões
volumétricos, frasco de spray, papel filtro, telefone celular com câmera, pipetas,
bico de Bunsen, Cloreto de sódio, Windows Movie Maker® (edição de vídeo),
Paint® (edição de imagens), Microsoft Excel (edição de planilhas e gráficos). O
método para este experimento foi o teste de chama, na qual foram injetadas
soluções em diferentes concentrações (0, 50, 150 mg/L, água do mar diluída).
O efeito causado na chama devido a injeção deste material, foi gravado em
vídeo, o qual foi editado, selecionando uma imagem representativa da maior
intensidade luminosa na chama. Após edição da imagem, gráficos foram
construídos, e o canal (RGB) mais linear identificado foi o azul, sendo a
concentração de Na encontrada igual a 65,23 mg L-1. O experimento de
ensaios de precipitação e solubilidade foi dividido em duas partes, onde 10
gotas dos compostos com os íons de Pb, K, Ag e Cu no primeiro momento são
misturados a 5 gotas ácido clorídrico (HCl); já na segunda parte, foram
combinados a 5 gotas de crometo de potássio (K2CrO4). Ambos sendo
necessária a utilização de tubos de ensaios e conta gotas. Na primeira fase o
nitrato de prata (AgNO3), produziu um precipitado de pó bem fino, indicando
sua baixa solubilidade em relação à água. O nitrato de chumbo (Pb(NO3)2),
gera um precipitado de textura mais grossa, em relação ao que ocorreu com o
nitrato de prata, não solúvel mais ácido nítrico (HNO3) solúvel em água. Já, o
sulfato de cobre (CuSO4), não foi observado alteração da coloração,
permanecendo azul devido a presença do íon Cu. Por fim, o cloreto de potássio
(KCl), não produz reação, a amostra continuou incolor. Na segunda fase, o
nitrato de prata (AgNO3) formou um precipitado de alta solubilidade, o cromato
de prata (AgCrO4). O sulfato de cobre (CuSO4) forneceu um sal praticamente
insolúvel, o cromato de cobre (CuCrO3). Já, o nitrato de chumbo (Pb(NO3)2)
gerou um precipitado devido a forte atração de cargas contrárias, o sólido
insolúvel cromato de chumbo (PbCrO4). Finalmente, o cloreto de potássio
(KCl), não desenvolveu alteração de cor nem formação de precipitado. No
experimento de pH do vinagre utilizando indicador de pH, são utilizados: tubo
de ensaio, vinagre de álcool (marca Condimentos Sadio) e faixa de indicador
universal de pH (marca Meck). Coloca-se a faixa indicadora dentro do tubo de
ensaio, com uma pequena quantidade de vinagre; após 10 minutos, obtém o
resultado do pH de acordo com a coloração gerada, comparando com a escala
na caixa da faixa do indicador. Além disso, é feito o cálculo do pH teórico, e
comprovado que ambos possuem resultados iguais.
INTRODUÇÃO
O mundo quântico tem suas complexidades, dentre elas o fenômeno da
espectroscopia que ocorre quando um átomo recebe uma dada descarga
elétrica, só realizando o salto quântico quando recebe energia suficiente para
superar a atração exercida pelo núcleo em seu nível atual. Na sua forma mais
excitada, porém ele tende a voltar ao seu estado de origem, e, assim, libera
radiação. O elétron recebe a energia que quando é liberada pode ser
observada na forma de calor, luz ou outras formas de radiação, dependendo de
seu comprimento de onda. Constitui-se então, com base nas observações das
cores, o espectro de emissão. A técnica que usa esse princípio e é utilizada na
identificação principalmente de cátions metálicos, é o ensaio da chama. Este
ensaio consiste em borrifar soluções na chama não luminosa de Bunsen e
observar as cores emitidas que são características de cada elemento. A chama
é composta das zonas mostradas na figura 1. Para realizar a análise do
elemento, é necessário que ele seja inserido na zona de temperatura mais
baixa, pois ela tem finalidade de testar substâncias voláteis, determinando se
elas conferem cor à chama (Vogel, 1981).

Para determinar se ocorreu uma reação química entre duas ou mais


substâncias, deve-se observar as evidências quando há diferenças entre o
estado inicial (reagentes separados) e o estado final (resultado da reação).
Nessas reações ocorrem transformações visíveis que confirmam a ocorrência
da reação, como desprendimento de gás (formação de bolhas na solução),
mudança de coloração e odor (formação de substâncias com cor e odor
característicos), transferência de energia (aumento da temperatura durante a
reação, reação exotérmica; diminuição da temperatura, a reação é
endotérmica) e formação de precipitados (aparecimento de um sólido
insolúvel). A precipitação é uma reação que se tem a formação de um sólido
insolúvel durante a reação química. O precipitado é formado quando a
quantidade de um dos produtos formados durante a reação excede sua
solubilidade no solvente. O produto de solubilidade (Ks), mostrado na figura 2,
que é o produto das concentrações (em mol/L) dos íons existentes em uma

Figura 1 - Zonas da Chama não-luminosa de Bunsen

Fonte: Vogel, 1981.

Figura 2 - Produtos de solubilidade de precipitados a uma temperatura ambiente.


Fonte: Vogel, 1981.

solução saturada, é muito importante em análises qualitativas, visto que, é


possível explicar e prever as reações de precipitação. Nesse sentido quanto
menor o Ks, menos solúvel a substância será, precipitando. O precipitado
também pode ser identificado pela sua cor, característica de determinada
substância, como por exemplo, quando há metais de transição no precipitado,
por estes terem uma baixa energia, sua faixa de emissão fica no espectro
visível e observa-se um precipitado colorido. Precipitação e solubilidade são
conceitos interligados e muito importantes para análises químicas.

Outro conceito importante é o de ácidos e bases indicado pelo potencial


hidrogeniônico (pH). Um ácido pode ser definido como uma substância que doa
prótons para outra substância que os recebe (base). O pH é o valor negativo do
logaritmo da concentração de íons H3O+. Através do pH é expresso a acidez ou
basicidade de uma substância, o pH das soluções aquosas apresenta valores
entre 0 e 14 (Figura 3), sendo maior que 7 para uma solução ácida, menor que
7 para uma solução básica e igual a 7 indicando uma solução neutra. Há
diversas maneiras de determinar o caráter ácido ou básico de uma substância,
dentre elas a fita de pH, a qual apresenta diversas marcações, e quando
imersa em uma solução, cada marcação (quadrado) muda para uma cor
diferente, comparando as cores com uma escala impressa na embalagem,
pode-se inferir aproximadamente o pH da solução.

Figura 3 - Variação do pH de substâncias.

Fonte: Vogel, 1981.

O objetivo da prática de laboratório I da disciplina de química analítica


aplicada foi efetuar testes qualitativos de elementos químicos, para integrar os
conhecimentos teóricos adquiridos em sala de aula e sua aplicação laboratorial
prática. Foram realizados experimentos com a água do mar para identificação
dos íons Cl- e Na+ através de precipitação de elementos; através do teste de
chama foi feita a identificação da presença de íons de Na + na água do mar,
uma vez que esse elemento pode ser identificado pela observação visual da
chama, no aparecimento de uma cor amarela na mesma. Também foram
realizados ensaios de precipitação e solubilidade com soluções de cátions
(Ag+, Pb+2, Cu+2 e K+) com adição de HCl e K2CrO4; e também foram
verificados o valor do pH de um vinagre utilizando a fita de pH.
2 METODOLOGIA
2.1 EXPERIMENTO 1: ENSAIOS COM ÁGUA DO MAR - IDENTIFICAÇÃO DO
ÍON CLORETO (Cl)
Os materiais utilizados nesse experimento foram: conta gotas, béquer
50ml, água do mar, nitrato de prata (AgNO3), amônia (NH3) e ácido nítrico
(HNO3). Os equipamentos utilizados foram a centrífuga 80-2B Daiki
(X1000rpm), mostrada na figura 4, e a capela.

Figura 4 - Centrífuga Daiki (a) frente (b) interior.


Fonte: GRANGEIRO (2017)

O conta gotas foi utilizado para retirar a água do mar do béquer e transferir
10 gotas adicionando no tubo de ensaio. Em seguida, foram adicionadas 10
gotas de AgNO3 - 0,2 mol/L ao tubo de ensaio e observou-se o ocorrido. Na
etapa seguinte, o tubo de ensaio com a solução (AgNO 3 + água do mar) foi
colocada na centrífuga 80-2B Daiki com o tubo de ensaio de outro grupo
posicionado em sentido oposto e com o mesmo volume de solução, para
manter o centro de massa do equipamento em equilíbrio durante a rotação. A
diferenciação dos dois tubos de ensaio se deu pelos seus tamanhos cilíndricos,
tendo o tubo de ensaio do grupo tamanho cilíndrico maior. A centrífuga operou
por quatro minutos a 3000 rpm. Próximo de finalizar o tempo, a rotação da
centrífuga foi reduzida gradualmente. Após a centrifugação, houve uma
separação do precipitado e do líquido. O líquido foi retirado do tubo de ensaio
com o uso de conta gotas, restando somente o precipitado. Em seguida, dentro
da capela, foram adicionadas quinze gotas da solução de amônia (NH 3) - 6
mol/L ao precipitado e observou-se a diluição total ou parcial do precipitado.
Por fim, foram adicionadas duas gotas de ácido nítrico (HNO 3) e observou-se
se o precipitado voltou a se formar.
2.2 EXPERIMENTO 2: ENSAIOS COM ÁGUA DO MAR - IDENTIFICAÇÃO DO
ÍON SÓDIO (Na+)
Os materiais utilizados nesse experimento foram: balões volumétricos,
frasco de spray, papel filtro, telefone celular com câmera, pipetas, bico de
Bunsen, Cloreto de sódio.
Previamente, o professor preparou uma solução-padrão de 1000 mgL-1
de sódio (Na=23 g mol-1) a partir do sal cloreto de sódio (58,44 g mol-1), com
diluições de 150, 50 e 0 mg L-1, as quais foram acondicionadas em frascos de
spray distintos e identificados, bem como um frasco distinto para água do mar
diluída. Um papel filtro (folha de ofício branca) foi posicionada atrás e a uma
certa distância do bico de Bunsen para contrastar com a variação da cor da
chama. O procedimento se deu na seguinte sequência: um aluno, posicionado
lateralmente à chama, borrifou duas vezes o conteúdo do frasco de spray a 0
mg L-1 de Na, com intervalo entre as duas aplicações para que a chama
normalizasse entre a primeira e a segunda borrifada, e alguma variação de cor
pudesse ser visualizada. Em seguida o procedimento foi repetido com o
conteúdo do frasco de spray a 50 e 150 mg L-1 de Na, respectivamente. Para
cada sequência, o procedimento era gravado com a câmera de um aparelho
celular por outro aluno, posicionado em frente a chama do bico de bunsen.
Os dados dos vídeos obtidos foram analisados posteriormente ao
experimento da seguinte forma: utilizando o programa de reprodução e edição
de vídeo Windows Movie Maker® (Figura 5) foram encontradas o ponto de
maior intensidade da chama para cada amostra injetada. Em seguida,
utilizando a tecla print screen para capturar a imagem escolhida, colou-se a
imagem do print screen no programa de edição de imagens Paint® (Figura 6).

Clicando no ícone selecionador de cores (“conta-gotas”) e em seguida,


clicando sobre a imagem no ponto máximo de intensidade da chama de cada

foto observada, foi selecionado o ícone (“editar cores”) e as intensidades de


vermelho, verde e azul de cada imagem foram registradas.
Para cada amostra foi criada uma curva de calibração no Excel®
(Software de planilhas e gráficos do Microsoft Office). O gráfico constitui-se de
Canal (vermelho, verde e azul) vs. Concentração. No programa foi possível
gerar automaticamente a equação da reta, o R2 e determinar qual canal é mais
linear. Utilizando a equação da reta gerada do canal mais linear, foi possível
determinar a concentração de sódio na amostra.

Figura 5 - Tela de edição do vídeo com o programa Windows Movie Maker®.

Fonte: ARAÚJO (2017).

Figura 6 - Tela de edição da imagem com o programa Paint®.

Fonte: ARAÚJO (2017).


2.3 EXPERIMENTO 3: ENSAIOS DE PRECIPITAÇÃO E SOLUBILIDADE –
SOLUÇÃO DO CÁTION Ag+; Pb+2; Cu+2; K+; COM ADIÇÃO DE HCl
Os materiais utilizados nesse experimento foram: tubo de ensaio, cloreto
de potássio (KCl), nitrato de prata (AgNO3), nitrato de chumbo [Pb(NO3O2)],
sulfato de cobre (CuSO4) e ácido clorídrico (HCl) – 6 mol/L.

Foram adicionadas em tubos de ensaio separados e identificados dez


gotas de cada solução contendo cátions de prata (Ag+), chumbo ( Pb+2), cobre
(Cu+2) e potássio ( K+). Em seguida, foram adicionadas cinco gotas de ácido
clorídrico (HCl) – 6 mol/L a cada tubo de ensaio e após homogeneizar
misturando observou-se o que acontece.

2.4 EXPERIMENTO 4: ENSAIOS DE PRECIPITAÇÃO E SOLUBILIDADE –


SOLUÇÃO DO CÁTION Ag+; Pb+2; Cu+2; K+; COM ADIÇÃO DE K2CrO4
Os materiais utilizados nesse experimento foram: tubos de ensaio,
cromato de potássio (K2CrO4) – 0,5 mol/L, sulfato de cobre (CuSO4), nitrato de
prata (AgNO3), nitrato de chumbo[Pb(NO3)2], e cloreto de potássio (KCl).

Foram adicionadas dez gotas em tubos de ensaio, separados e


identificado, de soluções contendo cátions de prata (Ag+), chumbo (Pb+2), cobre
(Cu+2) e potássio (K+). Em seguida, foram adicionadas cinco gotas de cromato
de potássio (K2CrO4) – 0,5 mol/L a cada tubo de ensaio e após homogeneizar
as misturas foram observadas as reações que aconteceram.

2.5 EXPERIMENTO 5: pH VINAGRE UTILIZANDO INDICADOR UNIVERSAL


DE pH
Os materiais utilizados nesse experimento foram: tubo de ensaio,
vinagre de álcool marca “Condimentos Sadio” (figura 7), faixa indicadora
universal de pH marca Merck (figura 8).
Figura 7 - Vinagre “Condimentos Sadio”.

Fonte: GRANGEIRO (2017).

Figura 8 - Faixa indicadora universal de pH marca Merck.

Fonte: GRANGEIRO (2017)


Foi adicionada uma pequena quantidade de vinagre no tubo de ensaio.
Em seguida, a faixa indicadora de pH foi colocada no tubo de ensaio (figura 9)
permanecendo imersa por dez minutos.

Figura 9 - Faixa indicadora de pH dentro do tubo.

Fonte: GRANGEIRO (2017)

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
3.1 EXPERIMENTO 1: ENSAIOS COM ÁGUA DO MAR - IDENTIFICAÇÃO DO
ÍON CLORETO (Cl)
A mistura de nitrato de prata (AgNO3) e água do mar gerou um
precipitado esbranquiçado em forma de coágulos e a solução ficou branca. A
presença de precipitado pode indicar presença de cloreto de prata (AgCl)
obtido através da reação:
Cl- + Ag+ AgCl (s)
Após essa mistura ser colocada na centrífuga houve uma separação do
precipitado (esbranquiçado) com o líquido que se tornou incolor. O líquido foi
retirado com o conta gotas e descartado, restando o precipitado. A adição de
amônia ao precipitado foi utilizada para saber se há apenas cloreto (Cl-) no
precipitado, pois o AgNO3 também pode reagir com brometo (Br-), iodeto (I-) e
outros elementos da família 7A.

Br- + Ag+ AgBr (s)


I- + Ag+ AgI (s)
Na parte da adição de amônia, a primeira amostra foi descartada, pois
adquiriu coloração rosada em decorrência do conta gotas estar contaminado.
Já a segunda amostra, incolor (sem contaminação), ao ser adicionada ao
precipitado observou-se uma diluição parcial do mesmo, o que indica que há
presença de outros elementos da família 7A.

AgCl(s) + 2NH3 [Ag(NH3)2]+ + Cl-

AgBr(s) + 2NH3 [Ag(NH3)2]+ + Br -

AgI(s) + 2NH3 [Ag(NH3)2]+ + I-

Segundo Vogel (1981) o precipitado de brometo de prata é


escassamente solúvel em solução de amônia diluída, assim como o iodeto de
prata, já o cloreto de prata é bastante solúvel em amônia, com isso podemos
inferir que o cloreto de prata diluiu enquanto os precipitados de brometo e
iodeto de prata não conseguiram se solubilizar na solução.

Após a adição de ácido nítrico (HNO3) observou-se o ressurgimento de


precipitado, comprovando a presença do íon cloreto Cl- na água do mar.

[Ag(NH3)2]+ + Cl- + 2H NH4+ + AgCl(s)

3.2 EXPERIMENTO 2: ENSAIOS COM ÁGUA DO MAR - IDENTIFICAÇÃO DO


ÍON SÓDIO (Na+)

A partir dos dados RGB (red/green/blue) extraídos das imagens


capturadas nos vídeos do experimento do teste de chama, foram construídos
três gráficos (figuras 10, 11 e 12), filtrando os valores dos pares ordenados
(canal x concentração):

Figura 10 - Canal vermelho x Concentração.


Fonte: GRANGEIRO (2017).

Figura 11 - Canal verde x Concentração.

Fonte: GRANGEIRO (2017).


Figura 12 - Canal azul x Concentração.

Fonte: GRANGEIRO (2017).

O gráfico que contém o R² mais próximo do valor 1 é o mais linear.


Neste caso, o canal mais linear é o azul, com R² = 0,9944.
Os valores RGB para a água do mar diluída são: Vermelho= 251,
Verde= 154, Azul= 72.
Substituindo na equação da reta do canal mais linear:

y = 0,1971x + 84,857
72 = 0,1971x + 84,857
156,857 = 0,1971x
x = 65,23 mg L-1 de Na.

3.3 EXPERIMENTO 3: ENSAIOS DE PRECIPITAÇÃO E SOLUBILIDADE –


SOLUÇÃO DO CÁTION Ag+; Pb+2; Cu+2; K+; COM ADIÇÃO DE HCl
Adicionando dez gotas de nitrato de prata (AgNO3) a cinco gotas de
ácido clorídrico (HCl) - 6 mol/L a solução ficou branca e precipitou um pó bem
fino (cloreto de prata - AgCl) como observado na figura 13. Russel (1981),
explica que a precipitação ocorre facilmente, pois o AgCl tem uma solubilidade
baixa em água. Os íons de Ag+ são misturados com íons Cl-, precipitando
cloreto de prata branco através da reação:

AgNO3(aq) + HCl(aq) ↔ AgCl(s)(branco) + HNO3(aq)

Figura 13 - Nitrato de prata (AgNO3) + Ácido clorídrico (HCl).

Fonte: GRANGEIRO (2017).

Adicionando dez gotas de nitrato de chumbo [Pb(NO 302)] a cinco gotas


de ácido clorídrico (HCl) - 6 mol/L a solução teve uma grande precipitação com
textura mais grossa como observado na figura 14. Nesse caso, ocorre uma
reação de dupla troca formando dois produtos: sendo o cloreto de prata –
PbCl2 um sal insolúvel em água e o ácido nítrico - HNO3, um ácido solúvel em
água.

A reação observada foi:

Pb(NO3)2(aq) + 2HCl(aq)↔ PbCl2(s)(branco) + 2HNO3(aq)

Figura 14 - Nitrato de chumbo [Pb(NO302)] + Ácido clorídrico (HCl).

Fonte: GRANGEIRO (2017).


Adicionando dez gotas de sulfato de cobre (CuSO 4) a cinco gotas de
ácido clorídrico (HCl) - 6 mol/L não aconteceu nada com a solução, ela
permaneceu azul devido a presença de Cu 2+, como observado na figura 15. A
reação observada foi:

CuSO4(aq) + 2HCl(aq) ↔ CuCl2(aq)+ H2SO4(aq)

Figura 15 - Sulfato de cobre (CuSO4) + Ácido clorídrico (HCl).

Fonte: GRANGEIRO (2017).


Adicionando dez gotas de cloreto de potássio (KCl) a cinco gotas de
ácido clorídrico (HCl) - 6 mol/L não aconteceu nada com a solução, ela
permaneceu incolor, como observado na figura 16. A reação observada foi:

KCl(aq) + HCl (aq) ↔ HCl(aq) + KCl(aq)

Figura 16 - Cloreto de potássio (KCl) + Ácido clorídrico (HCl).

Fonte: GRANGEIRO (2017).


3.4 EXPERIMENTO 4: ENSAIOS DE PRECIPITAÇÃO E SOLUBILIDADE –
SOLUÇÃO DO CÁTION Ag+; Pb+2; Cu+2; K+; COM ADIÇÃO DE K2CrO4

Adicionando cinco gotas de cromato de potássio (K2CrO4) a dez gotas


de nitrato de prata (AgNO3) a amostra adquiriu uma coloração marrom-
avermelhada com um precipitado fino no fundo do tubo de ensaio (cromato de
prata - Ag2CrO4), como observado na figura 17. O íon (Ag+) reage com o CrO4
precipitando o cromato de prata, através da reação:

K2CrO4+ 2AgNO3 <=> Ag2CrO4 + 2K2NO3

Isso acontece devido à alta solubilidade do cromato de prata So = 6,54 x


10-5 mol L-1, que demora um pouco para que seja precipitado, apesar de
possuir um KPS menor que o AgCl, formado na primeira reação da parte 1 do
experimento.

Figura 17 - Cromato de potássio (K2CrO4) + Nitrato de prata (AgNO3).

Fonte: GRANGEIRO (2017).

Adicionando cinco gotas de cromato de potássio (K2CrO4), a dez gotas


de sulfato de cobre (CuSO4), a amostra adquiriu uma coloração marrom escura
devido a formação de cromato de cobre (CuCrO3), como observado na figura
18, além da formação de sulfato de potássio (K2 SO4), através da reação:

CuSO4 + K2CrO4 <=> CuCrO3 + K2 SO4

O sulfato de potássio possui elemento da família IA, por esse motivo ele
se apresenta como um sal solúvel. Já o cromato de cobre, que se encaixa nos
outros ânions da tabela, não apresenta elemento da IA e nem é o amônio, por
isso, ele se apresenta como um sal praticamente insolúvel na água. Em razão
da formação do cromato de cobre, a reação, visualmente, acontece.

Figura 18 - Cromato de potássio (K2CrO4) + Sulfato de cobre (CuSO4).

Fonte: GRANGEIRO (2017).


Adicionando cinco gotas de cromato de potássio (K2CrO4) a dez gotas
de nitrato de chumbo [Pb(NO3)2], a amostra adquire uma coloração amarelo
viva com a formação de um precipitado, essa intensa cor amarela presente é
resultante da formação e precipitação de cromato de chumbo (PbCrO4), como
observado na figura 19, isso ocorre quando íons de cargas contrárias se
atraem tão fortemente que formam um sólido iônico insolúvel, como foi este
caso.

A reação de formação desse precipitado é :

K2CrO4 (aq) + Pb (NO3)2 <=> 2KNO3(aq) + Pb CrO4 (s)

Figura 19 - Cromato de potássio (K2CrO4) + Nitrato de chumbo [Pb(NO3)2].

Fonte: GRANGEIRO (2017).


Adicionando cinco gotas de cromato de potássio (K2CrO4) a dez gotas
de cloreto de potássio (KCl). Foi observado que não houve alteração de cor da
amostra e nem a formação do precipitado, como observado na figura 20.

Figura 19 - Cromato de potássio (K2CrO4) + Nitrato de chumbo [Pb(NO3)2].

Fonte: GRANGEIRO (2017).


3.5 EXPERIMENTO 5: pH VINAGRE UTILIZANDO INDICADOR UNIVERSAL
DE pH
Ao adicionar a faixa universal indicadora de pH no vinagre observou-se
nos primeiros seis minutos variação nas cores indicadores de pH. Enquanto
isso, de seis minutos em diante, as cores permaneceram constantes e
indicaram um pH na faixa de 2,5. O vinagre de álcool utilizado possui acidez
volátil de 4% como indicado na figura 20. Através dos cálculos abaixo, foi
encontrado o pH teórico equivalente a 2,5, e o erro foi de 0% (é aceitável fazer
a aproximação das concentrações de H3O+ e CH3COO0-). Constatou-se que
os valores encontrados entre o Ph do experimento e o pH teórico são iguais.

Figura 20 - Acidez vinagre.


Fonte: GRANGEIRO (2017).

Concentração de ácido etanoico = 4%(m/V)


Há 4g de CH3COOH em 100ml, logo há 40g em 1L
nCH3COOH =m/M
nCH3COOH =40g/60g.mol-1
nCH3COOH =0,67mols
[CH3COOH] = 0,67 mol.L-1
Ka = 1,75.10-5
pH experimental = 2,5

CH3COOH + H2O H3O+ + CH3COO-

[𝐾3𝐾+]. [𝐾𝐾3𝐾𝐾𝐾−]
𝐾𝐾 =
[𝐾𝐾3𝐾𝐾𝐾𝐾]

[H3O+] ~ [CH3COO-]

[𝐾3𝐾+]2
𝐾𝐾 =
[𝐾𝐾3𝐾𝐾𝐾𝐾]

[𝐻3𝑂+] = √𝐾𝑎. [𝐶𝐻3𝐶𝑂𝑂𝐻]

[𝐻3𝑂+] = √1,75.10−5 . 0,67

−3
[𝐻3𝑂+] = 3,42.10
pH= - log[H3O+]

pH= - log(3,42.10−3 ) = 2,5

Comparação do pH teórico com o experimental:

2,5−2,5
Er = . 100% = 0%
2,5

4 CONCLUSÕES

O presente relatório configurou o objetivo de unir os conteúdos vistos em


sala, com as reações rotineiras que envolvem a química, em conjunto da
geologia. Proporcionou compreender como funcionam os processos de
solubilidade, diferentes concentrações e identificação do pH.
A solubilidade dos experimentos possibilitou reconhecer elementos da
amostra, antes não identificáveis a olho nu. As substâncias em si, que
possuem aplicabilidade macroscópica, não são facilmente observadas in situ.
Assim, por meio deste processo, houve a comprovação do íon cloreto (Cl-) na
água do mar; como também, em conjunto da precipitação, propriedades dos
metais de prata (Ag), cobre (Cu), chumbo (Pb) e potássio (K) foram viabilizadas
para análises, no experimento dividido em duas partes. Estes processos são
úteis para compreender a formação, composição e recursos da Terra; muito
importantes para a geologia.
As concentrações dos elementos influenciam em como eles irão se
portar diante determinados meios. As respostas do íon de sódio (Na), as
intensidades de sua coloração aos processos, foram impostas pelas diferentes
concentrações utilizadas no experimento. Processo que é associativo/análogo
à fabricação de fogos de artifício, onde diferentes metais reagem, de acordo
com sua concentração, e percorrem os orbitais de energia, emitindo as cores,
que variam a partir dos seus comprimentos de onda.
Por fim, o experimento do pH foi utilizado para demonstrar que o valor
teórico é muito próximo do real. Importante para demonstrar a validação teórica
do método, a partir do experimento produzido em laboratório, associado com
os cálculos para encontrar o pH teórico.

REFERÊNCIAS

RUSSEL, J. B. Química Geral. São Paulo, McGrawn-Hill, 1981.

VOGEL, A. I. Química Analítica Qualitativa. Tradução da 5a ed., São Paulo,


Editora Mestre Jou, 1981.

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