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1 - Identificação
Empreendimento (Razão Social) /Empreendedor: CNPJ / CPF:
Magnesita Refratários S.A. 08.684.547/0001-65
Empreendimento (Nome Fantasia): Inscrição Estadual:
Magnesita Refratários S.A. -
Municípios: Almenara - MG
Ati vidade predominante:
Lavra a céu aberto com tratamento a úmido – minerais não metálicos, exceto em áreas
cársticas ou rochas ornamentais e de revestimento (Grafita)
Código da DN e Parâmetro
A-02-08-9 (produção bruta : 1.300.000 t/ano)
Porte do Empreendimento Potencial Poluidor
Pequeno ( ) Médio ( ) Grande ( X ) Pequeno ( ) Médio ( ) Grande ( X )
Classe do Empreendimento
I( ) II ( ) III ( ) IV ( ) V( ) VI ( X )
Fase Atual do Empreendimento
LP ( X ) LI ( ) LO ( ) LOC ( ) Revalidação ( ) Ampliação ( )
Localizado em UC (Unidades de Conservação)?
(X ) Não ( ) Sim⇒⇒⇒
Bacia Hidrográfica: Rio Jequitinhonha
Sub Bacia: Rio Panela
2. Histórico
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3 Controle Processual
Trata-se de análise de pedido de Licença Prévia do empreendimento Magnesita
Refratários S.A, no município de Almenara/MG, contemplando as atividades de Lavra a
céu aberto com tratamento a úmido – minerais não metálicos, exceto em áreas cársticas
ou rochas ornamentais e de revestimento, obras de infraestrutura (pátios de resíduos,
produtos e oficinas), barragem de contenção de rejeitos/resíduos, pilhas de rejeito/estéril
e estradas para transporte de minério/estéril.
aprovado. Dessa forma, deverá ser exigido, como condicionante ainda na fase prévia do
licenciamento, a aprovação pelo IPHAN do referido relatório, e só assim, poderá o
licenciamento prosseguir para a próxima fase (LI). Ressalta-se que o Relatório de
Diagnóstico Arqueológico foi protocolado pelo empreendedor na Superintendência do
IPHAN em 08/03/2012 sob nº. 01514.001864/2012-63, encontrando-se em análise,
conforme informação repassada em 15/06/2012 via e-mail por servidora do IPHAN.
A ati vidade de mineração possui uma característica intrínseca que é a rigidez locacional
da jazida, o que impõe ao minerador o ônus de explorar a jazida mineral no local de sua
ocorrência geológica natural, local este que às vezes conflita com áreas ou ecossistemas
que gozam de proteção ambiental especial, o que a princípio, justificaria a inexistência de
alternativa técnica e locacional para o empreendimento, o que também englobaria as
instalações e obras necessárias a exploração da mina.
4 Introdução
O presente parecer tem por objetivo subsidiar o julgamento do pedido de Licença Prévia
do empreendimento Magnesita Refratários S.A., onde foram apresentados os estudos
ambientais necessários (Estudo de Impacto Ambienta - EIA e Relatório de Impacto
Ambiental - RIMA), bem como as informações/estudos solicitados nos Atos
Administrativos Formais. A análise técnica foi baseada na avaliação dos referidos
estudos, na vistoria técnica realizada na área do empreendimento e nas informações
colhidas na Audiência Pública.
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5 Caracterização do Empreendimento
O presente EIA foi realizado em uma área que abrange parte da cabeceira da bacia
hidrográfica do Córrego São Domingos, situada ao norte do município de Almenara.
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Foi considerado nos estudos, como Área Diretamente Afetada (AD A), 14 propriedades
vinculadas a 10 proprietários. São eles: Antônio Damasceno, Domingos Ribeiro, Elzito
Magalhães Pires, Waldeck Antunes Bahia, Oderval Fernandes das Neves, Luiz Santos,
Mauro José dos Santos, Valdívio Leandro, Elson Cirino e Maria Norma Coelho. Deste
total, até então foram adquiridas 12 propriedades, sendo que duas restantes estão em
processo de negociação junto ao Programa de Negociação de Terras; são elas: a
propriedade de Dona Maria Norma Coelho e a do Sr. Oderval Fernandes das Neves.
Como parte vinculada a alguns destes proprietários apresenta-se nos estudos o seguinte
quantitativo de famílias que até então se encontram na área das futuras instalações do
empreendimento: 4 famílias e um funcionário residente (propriedade do Sr. Waldeck
Bahia), 1 funcionário residente e o pai do proprietário (Sr. Antônio Damasceno),1
funcionário residente com família (propriedade da Sra. Maria Norma) e o pai do
proprietário (Sr. Luiz dos Santos). Mais adiante, na descrição dos impactos, serão
identificadas as medidas mitigadoras, os acordos relacionados às duas categorias de
proprietários e não-proprietários desta área em descrição, conforme Condicionante.
As ocupações mais próximas da Área Diretamente Afetada são: a Escola Municipal Rural
Zélia Gobira e 2 residências as quais se localizam no entorno da área delimitada e
destinada ao complexo minerário. Dessa forma, a Área de Entorno (AE) para o meio
socioeconômico compreende uma extensão a partir dos limites da ADA até a confluência
com o Rio Panela. Neste caso é considerada em sua totalidade a parte a jusante do
empreendimento, denominada “Baixo São Domingos” no sentido leste-oeste, na micro-
bacia do Ribeirão São Domingos. Compreende, portanto 04 propriedades rurais são elas:
Fazenda São Domingos I, Fazenda São Domingos II, Fazenda São Domingos III e
Fazenda Amaralina perfazendo um total de aproximadamente 103 pessoas. Esta última é
ocupada por um Acampamento Rural de mesma denominação que compreende um total
de em torno de 25 famílias, conforme estudos apresentados e vistoria. De acordo com o
Diário Oficial da União publicado em 30 de maio de 2000 o governo declara esta fazenda
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como sendo de interesse social para fins de reforma agrária. Ainda em consulta ao
Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) foi possível saber que o
INCRA tem interesse nesta fazenda e que o processo de desapropriação é antigo, de
2000. Ocorre que os proprietários questionaram o resultado da vistoria realizada pelo
INCRA. A ação de desapropriação foi julgada sem resolução de mérito. O INCRA interpôs
recurso de apelação em novembro de 2010, mas até hoje aguarda julgamento.
Embora tenha sido apresentado em mapa constante no EIA e conforme afirmação do
empreendedor ter conhecimento das outras porções de entorno da micro bacia do
Córrego São Domingos, a porção norte e sul pertencente a outras vertentes não foi
considerada AE de acordo com a seguinte argumentação: “As barreiras físicas que
conformam a paisagem da região servem como limitadores geográficos das interferências
do empreendimento sobre aspectos socioeconômicos e demográficos de regiões a norte
ou a sul do Córrego São Domingos, pertencentes a outras vertentes.” Em resposta aos
possíveis impactos sobre essas vertentes apresentou-se o seguinte: “...o limite máximo
para a lavra, em termos de profundidade, será a quota máxima possível que garanta a
integridade dos lençóis existentes...”.
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Área de Influência (AI) para os meio físico e biótico foi definida como sendo aquela onde
poderão ser observados os impactos decorrentes da implantação e operação da lavra e
da unidade de tratamento do minério de grafita com influência fora dos limites da ADA.
Dessa maneira, ficou definida como a região formada pela sub-bacia hidrográfica do
Córrego e Ribeirão São Domingos onde a poligonal do DNPM se encontra inserida.
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Área de Influência Direta (AID) foi definida como o conjunto das terras que serão
utilizadas pelas diversas estruturas produtivas e de apoio ao projeto ou requeridas pelas
obras de implantação das mesmas, bem como suas adjacências e entorno.
A Área Diretamente Afetada (AD A) é representada por toda área objeto de qualquer tipo
de interferência ou ação relacionada às atividades propostas no contexto do planejamento
e implantação do projeto em questão quais sejam: áreas destinadas às frentes de lavra,
depósito controlado de estéreis, barragens de rejeitos, estradas de acesso e circulação,
instalação de beneficiamento, escritórios, vestiário, refeitório, etc., acrescidas de uma
faixa lindeira, com largura média de 50 metros. Tal faixa destina-se a absorver os efeitos
relacionados à emissão de ruídos, geração de material particulado, visual, entre outros.
A Área de Entorno (AE) foi definida para os meios físico, biótico e sócio econômico, como
sendo um espaço de 300 (trezentos) metros de raio a partir dos limites da ADA que
receberão parte dos impactos irradiados pela ADA.
A Área de Influência Indireta (AII) é definida como sendo aquela onde poderão ser
observados os impactos decorrentes da atividade do complexo minerário e com influência
fora dos limites da AID, ficando definido para os meios físico e biótico a região formada
pela sub-bacia hidrográfica do Córrego São Domingos e afluente do Rio Panela (margem
esquerda).
outro percurso que pode ser seguido partindo de Belo Horizonte é através da BR 040 até
o posto Trevão em Curvelo, BR 135 até a cidade de Curvelo, BR 259 até Diamantina e
por último a BR 367 até Almenara, com distância aproximada de 782 km.
Para acessar o local proposto, a partir do município de Almenara, segue-se por pista
pavimentada até o trevo de Jordânia/Mata Verde cerca de 8,5 km do município de origem.
Em sentido para Mata Verde percorre-se aproximadamente 10 km até o acesso vicinal
para a localidade de São Domingos. Deste ponto são 9,2 km aproximados até o
empreendimento. O acesso faz tra vessia em curso d’água importante, o Rio Panela.
Como foi afirmado pelo empreendedor os acessos externos ao empreendimento ficarão a
cargo da Prefeitura Municipal de Almenara, inclusive com regularização ambiental do
acesso. Todos os materiais para implantação e operação do empreendimento serão
transportados pelas rodovias federais BR 367 e BR 116. O empreendimento poderá fazer
uso de acessos alternativos, mas o de interesse principal é o que será implantado pela
prefeitura.
Os acessos internos da ADA do empreendimento serão de responsabilidade do
empreendedor e terão seus usos suprimidos ou ampliados de acordo com a necessidade
de projeto. Segundo cronograma apresentado nos estudos do empreendedor os acessos
serão abertos na chamada FASE I (Fase de Planejamento e Implantação), juntamente
com a abertura das cavas, demarcação e preparo das áreas de depósitos controlados de
estéreis, construção dos barramentos de concentração mecânica e química. Os acessos
internos fazem intervenção em vários cursos d`água ,conforme apresentado no mapa de
arranjo geral do empreendimento. Sendo assim deverão ter seus impactos identificados e
mitigados dentro do processo de licenciamento. A manutenção das vias de acesso interno
de toda a unidade industrial já foi proposta pelo empreendedor.
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local de trabalho. Para esta fase os funcionários deverão utilizar vestiários, também
dotados de sistema de coleta e destinação adequada de esgotos sanitários.
Alternativas locacionais
Para o beneficiamento da grafita deve-se levar em conta que devido à baixa concentração
de carbono, o minério não pode ser levado a longas distâncias para ser beneficiado. A
Usina de Beneficiamento deve ser locada próximo ao jazimento para garantia da
qualidade do minério beneficiado. Para isso o empreendedor buscou alternativas que
priorizassem sobretudo a minimização de supressão de vegetação arbórea na área
ocupada pela planta industrial, topografia favorável, distância de captação de água,
lançamento de efluentes, distância das frentes de lavra, distância de propriedades rurais a
fim de minimizar fatores sócio-econômicos.
Nas duas alternativas propostas foram levados em conta a vegetação e sua fitofisionomia,
o gradiente de declividade e a possibilidade de execução de um projeto de engenharia em
bancadas (maior custo). Os acessos internos que possuem elevada declividade com
necessidade de correção do greide das vias e um sistema de drenagem com custo maior
para evitar o assoreamento das calhas dos rios, foi fator decisivo também na escolha da
área, uma vez que estes vão circundar o vale formado pelo Córrego são Domingos.
A escolha da área pretensa então levou em consideração todos estes parâmetros, além
de que o local escolhido está locado no centro de massa das frentes de lavra projetadas,
evitando custos elevados com transporte e topografia elevada de montante, permitindo
que os rejeitos sejam aduzidos por gravidade até a barragem de concentração mecânica.
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Sistema de extravasamento
O sistema de extravasamento de água proposto no projeto, consiste em quatro estruturas
distintas:
Canal de aproximação: trata-se de uma canal de seção trapezoidal com largura inferior
de 4,0m, escoamento em lâmina livre com capacidade de condução da vazão relativa à
cheia milenar, locado na ombreira esquerda na elevação 367m, sem revestimento e sem
estrutura de dissipação de energia. Em cada etapa de alteamento o canal será estendido,
acompanhando o talude esquerdo e mantendo as mesmas características físicas. Este
canal terá a função de conduzir água afluente para o restabelecimento da vazão a jusante
do barramento. Foi afirmado nos estudos que este canal terá a distância aproximada de
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Drenagem interna
A drenagem interna do maciço será composta de três filtros verticais de areia e um
sistema de colchão drenante para percolação de água do barramento no interior do
maciço. O projeto básico da barragem de concentração mecânica apresentado nos
estudos prevê que o valor da vazão percolada seja da ordem de 100l/h para a primeira
etapa (Start DAM) e 1600l/h para a última etapa do alteamento.
Metodologia construtiva
Para construção da barragem está previsto o desvio do Córrego São Domingos em ponto
a montante do eixo, cerca de 700m, através de execução de ensecadeira com formação
de pequeno barramento e posterior bombeamento de água perene para a jusante do eixo
da estrutura considerada. Conforme afirmado nos estudos o empreendedor denomina o
trecho como “seco”, uma vez que ocorrerá interrupção temporária do escoamento natural
do Córrego São Domingos para possibilitar a construção da estrutura. O estudo ainda
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afirma que para resguardar a qualidade da água a jusante, será instalada uma estrutura
denominada “Casa de Pedra” que nada mais é do que uma caixa de passagem com
enroncamento de pedra de mão, que vai promover a diminuição da energia cinética da
água e evitar carreamento de sólidos em suspensão para jusante. O estudo garante
também que a vazão afluente ao ponto de bombeamento será restabelecida em sua
totalidade para a jusante.
Para garantir a qualidade da água a jusante do barramento, no ponto de retorno da água
ao curso normal estão previstos pontos de monitoramento.
Para confecção da primeira etapa do maciço do barramento vão ser utilizados materiais
provenientes das escavações obrigatórias (sistema extravasor, acessos, cut-off),
terraplenagem para implantação da unidade de beneficiamento e provenientes das áreas
de empréstimo da bacia de acumulação, desde que estes materiais atendam os critérios
técnicos para compactação.
Na segunda etapa de construção da barragem, conforme informado nos estudos
apresentados pelo empreendedor, poderão ser utilizados materiais estéreis provenientes
das minas adotando metodologia de confecção do maciço por seção mista, envolvendo
rochas e utilização de solos saprólitos. Nesta fase de alteamento da barragem o
empreendedor não está prevendo áreas de empréstimos mas sim a utilização de
materiais provenientes das atividades das lavra.
Para a etapa de enchimento do barramento o empreendedor está prevendo um período
aproximado de 28 dias, garantindo a vazão residual a jusante, conforme preconiza a
legislação. O método para transposição da água será novamente o bombeamento,
aproveitando a estrutura antiga, porém parte do córrego será desviada para afluir vazão
para o enchimento e parte será bombeada a jusante. Os pontos de monitoramento
previstos para a etapa de construção do barramento serão mantidos e segundo o
empreendedor não haverá interrupção em hipótese nenhuma de fornecimento de água a
jusante da estrutura. Será solicitado como Condicionante que o empreendedor apresente
um plano emergencial para prevenção de possível alteração na qualidade/quantidade de
água a jusante, causada por pane nos conjuntos de bombeamento ou incremento de
va zão afluente causado por precipitações extremas não previstas no período de operação
do sistema proposto.
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Sistema de extravasamento
O sistema de extravasamento de água proposto no projeto, consiste em quatro estruturas
distintas:
Drenagem interna
A drenagem interna do maciço será composta filtros verticais de areia e dois sistemas de
colchão drenante para percolação de água do barramento no interior do maciço e
enroncamento de proteção com brita na saída do pé do talude.
Metodologia construtiva
Para confecção do maciço do barramento vão ser utilizados materiais provenientes das
escavações obrigatórias (sistema extravasor, acessos, cut-off) e terraplenagem para
implantação da unidade de beneficiamento e ainda provenientes das áreas de
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Metodologia de extração
Como fase inicial da atividade de extração, serão realizadas atividades de decapeamento
e supressão de vegetação , com a estocagem do “top-soil” em local apropriado e
abrigado, conforme descrição a ser apresentada posteriormente na fase de instalação do
empreendimento.
O material é desmontado através da utilização de escavadeiras que fazem a retirada
simultânea do estéril/minério para otimização da produção. O transporte do estéril tanto
quanto o minério é feito por caminhões basculantes, com destinação única, de acordo
com as necessidades da planta de beneficiamento. A adequada preparação da frente de
lavra, também chamado de ”pré-stripping” vai garantir a qualidade do mineral extraído e
sobretudo mitigar os impactos relativos a movimentação de terras das áreas de topos de
morro. A geologia de maneira avaliativa e periódica vai conciliar os dados amostrais
obtidos com possíveis problemas na atividade de extração, desde a lavra até o
beneficiamento. A geotecnia das áreas de cava baseou-se em resultados anteriores de
outras extrações e no contexto real exploratório do empreendimento, podem
desencadear condições desfavoráveis obrigando inclusive a alterar a relação
estéril/minério para readaptação às novas condições naturais do corpo mineral. As vias de
acesso internas da planta industrial deverão ser constantemente melhoradas para
efetivamente permitirem condições de trafegabilidade seguras e evitar condições inóspitas
de trabalho.
6 Autorizações Ambientais
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Destaca-se que serão necessárias outras intervenções em cursos d’água que também
deverão ser regularizadas ambientalmente nas próximas fases, intervenções estas
referentes à reforma e/ou instalação de novas estruturas hidráulicas (pontes/bueiros) nos
acessos internos e externos para uso do empreendimento.
A partir de sua nascente, o Córrego São Domingos segue no sentido leste-oeste até sua
confluência com o Rio Panela, após percorrer cerca de 8,5km, que toma a direção norte-
sul até desaguar no Rio Jequitinhonha. A bacia desse córrego possui aproximadamente
área de drenagem de 20Km2, extensão de 8,5km, largura de 4km e perímetro de 19,5
km. Tanto sua nascente, localizada na cota 650m, quanto sua foz, na cota 200m (Rio
Panela), encontram-se localizadas integralmente no município de Almenara. A AD A do
empreendimento, considerada no EIA, abrangerá 70% da área de drenagem do Córrego
São Domingos, ou seja, 14km2, com extensão de cerca de 5km (ver figura a seguir). Os
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De forma geral, a ADA encontra-se bem preservada. Não possui fonte de poluição
pontual significativa e nem captação de grande volume de água. É ocupada atualmente
por fazendas, cuja atividade predominante é a agropecuária. Pode-se dizer que foi pouco
impactada, considerando haver grande percentual de áreas com cobertura vegetal
remanescente, considerando a atividade agropecuária realizada como de subsistência,
considerando o baixo volume de efluentes líquidos e de resíduos sólidos gerados em
cada fazenda e considerando que algumas captações realizadas nessas fazendas são de
uso insignificante (com vazões inferiores a 0,5 l/s), conforme legislação definida pelo
Estado de Minas Gerais. Destaca-se que as vazões das captações não consideradas de
uso insignificante, são pouco superiores a 0,5 l/s, nem chegam a 0,8 l/s.
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Foi informado que a demanda hídrica do empreendimento será de 20,08 m3/h ou 5,58 l/s
(durante 8h), ou seja, 160,64m3 por dia, que se destina apenas às obras de implantação
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do empreendimento. Foi informado que será adquirida água potável no mercado local
para consumo humano e que serão instalados banheiros químicos que não necessitam
de água.
Verifica-se que captando a vazão de 6,83802m3/h (50% da Q7,10) durante 24h, tem-se
disponível 164,11248m3 de água diariamente, que atenderão a demanda hídrica do
empreendimento, sem considerar os usuários a jusante. Conforme informações
prestadas, serão instalados em campo seis tanques estacionários, a serem abastecidos
durante 24h, com capacidade para reservar 30m³ de água cada um, totalizando 180m³. O
aperfeiçoamento dos estudos da disponibilidade hídrica para a implantação do
empreendimento deverá ser realizada quando da formalização do processo de Outorga
na fase de Licença de Instalação (LI). Deverão ser levadas em consideração as
captações a jusante e, caso seja observada a não disponibilidade hídrica, precisam ser
estudadas novas alternativas. Deverá ser mantida a va zão residual imposta por legislação
de 50% da Q7,10, para essa captação na bacia hidrográfica em estudo.
Essa captação será realizada para suprir a demanda hídrica do empreendimento, que
será de 23,43 m3/h ou 6,51 l/s durante 8h diárias de operação, destinada às seguintes
atividades: beneficiamento do minério (17 m3/h); Estação de Tratamento de Água - ETA
(1,54 m3/h); Estação de Tratamento de Esgotos - ETE (0,54 m3/h); oficinas (1,75 m3/h);
consumo humano (1 m3/h); instalações sanitárias, refeitório, enfermaria, escritório e
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Como informado, em relação aos níveis das águas subterrâneas, o estudo apresenta um
erro RMS (Root Mean Squared) de 18,5 m para mais ou para menos, que representa a
média dos erros calculados nos pontos de calibração no cenário atual. No entanto,
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comparando as cotas dos níveis de água apresentados nesse estudo com as informações
obtidas dos furos de sondagem realizados nas áreas previstas para as cavas, observa-se
que o erro chega a ser bem superior ao valor informado, sendo esta primeira versão
desse estudo considerada pela equipe técnica desta Superintendência não representativa
da realidade atual da área. Para o cenário futuro, foi informado que não há como calcular
o erro no presente, visto que não se conhece os reais níveis de água após a implantação
das estruturas previstas no empreendimento. Portanto, foram solicitadas como
Condicionante as medições preliminares dos níveis das águas subterrâneas antes da
implantação do empreendimento (na formalização da LI) e a reapresentação do “Modelo
Hidrogeológico Computacional”, também conforme Condicionante, após nova calibração
com a inserção dos dados a serem obtidos dessas medições.
Conforme informado pelo empreendedor, nos furos de sondagem não foi verificado o
contato com o lençol freático, mesmo nos furos mais profundos executados. As
profundidades variaram de cerca de 40 m a 180 m. Os dados das sondagens mostraram
que não há lençol freático nas cotas apresentadas no modelo hidrogeológico. Foi
informado que o monitoramento será adotado como medida preventiva para que as lavras
sejam interrompidas antes de atingir as cotas do lençol freático. Não é de interesse do
empreendimento que as lavras atinjam o lençol, já que a grafita perde valor econômico e
poderá ocorrer a formação de drenagem ácida, como mencionado a seguir na
caracterização qualitativa.
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As coletas e análises das amostras foram realizadas pelo laboratório Visão Ambiental
Ltda., que é devidamente homologado pela Rede Metrológica de Minas Gerias, conforme
exigência da DN COPAM n° 167/2011. Como informado no EIA, as coletas foram
executadas segundo o “Manual de Coleta e Preservação de Amostras” da CETESB
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Como as águas superficiais do Córrego São Domingos e seus afluentes não possuem
enquadramento específico através de Deliberação Normativa do Estado de Minas Gerais,
essas águas são classificadas como de “Classe 2”: aquelas destinadas ao abastecimento
para consumo humano, após tratamento convencional; à proteção das comunidades
aquáticas; à recreação de contato primário; à irrigação de hortaliças, plantas frutíferas e
de parques, jardins, campos de esporte e lazer, com os quais o público possa vir a ter
contato direto; à aqüicultura e à atividade de pesca; conforme Resolução CONAMA n°
357/2005 e DN Conjunta COPAM/CERH n° 01/2008. Portanto, essas águas foram
avaliadas de acordo com os limites de enquadramento dessa classe. A seguir é descrito o
resultado de alguns parâmetros relevantes analisados.
A temperatura das águas em cinco dos seis pontos amostrados foi de 22°C. Em apenas
um ponto foi de 21°C. Os valores de pH estavam dentro da faixa ideal, sendo o menor
valor encontrado de 7,21 e o maior de 8,39. As águas apresentaram-se, em geral,
ligeiramente alcalinas. Os valores de dureza total (presença de íons metálicos
polivalentes, como o Ca²+ e o Mg²+) classificaram as águas como brandas ou moles. Os
resultados de condutividade elétrica apresentaram valores baixos, principalmente nos
pontos AL-03 e AL-04, que estão mais a montante da bacia hidrográfica. Todos os pontos
apresentaram valores bem baixos de turbidez, sólidos em suspensão e sólidos
dissolvidos, abaixo dos limites para enquadramento dos corpos d’água como Classe 2,
atendendo até os da Classe 1. Quanto à cor verdadeira, as amostras apresentaram
valores até o limite estabelecido. Avaliando os resultados de ferro solúvel, percebeu-se
que as concentrações deste metal foram superiores à imposta pela legislação nos pontos
AL-02 e AL-06, cursos d’água localizados a noroeste da área de intervenção do
empreendimento, em áreas que serão inundadas pelo reservatório. Destaca-se que o
ponto AL-02 foi identificado no EIA como área de brejo, de ambiente lêntico. Quanto ao
parâmetro DBO5 (Demanda Bioquímica de Oxigênio), os valores encontrados foram
baixos e atendem até mesmo aos limites para corpos d’água Classe 1. Os maiores
valores observados da DBO5 foram nos pontos AL-01, AL-02 e AL-05, próximos a locais
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A partir das informações acima, pode-se dizer que, em geral, a qualidade das águas
superficiais na ADA do empreendimento é boa, se observada pelos aspectos físico-
químicos nos pontos amostrados, tendo sido observado que alguns parâmetros
analisados atenderam até os limites estabelecidos para corpos d’água Classe 1.
Quanto às águas subterrâneas, informa-se que não foi apresentada sua caracterização
qualitativa. Deverão ser avaliadas as medições a serem apresentadas e, se necessário,
serão exigidas análises dessas águas como condicionante da LI, antes da implantação do
empreendimento. Informa-se também que há presença na área do empreendimento de
rochas sulfetadas abaixo do nível do lençol freático, mas com percentual não significativo,
como informado. Caso venha ocorrer a exposição e oxidação dessas rochas, devido ao
afloramento do lençol, poderão ser formados sulfetos que tornarão ácidas as águas.
Assim, as lavras serão interrompidas antes da exposição do lençol. No entanto, se ocorrer
algum erro de engenharia com afloramento das águas subterrâneas, a área será
reconstituída utilizando-se solo e minério, impedindo desta forma, que ocorra a formação
de drenagem ácida.
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Haverá intervenção sobre APP (área de preservação permanente), num total de 41,01ha
que se encontram distribuídos nos vários usos/estruturas propostos para o
empreendimento.
A maior participação deste total de APP está em área que, hoje, está ocupado com
vegetação de pastagem com a participação sobre 26,41% da APP.
Para satisfazer a Resolução CONAMA 369/2006 e Lei 11.428/2008, tem-se que
compensar 160,31 ha respectivamente: 41,01ha de área de APP mais 119,30ha de
vegetação no estágio médio a avançado de regeneração no Bioma Mata Atlântica;
7 Caracterização Sócio-Ambiental
O empreendedor apresentou no EIA a descrição da metodologia utilizada e do
diagnóstico ambiental, apontando os procedimentos adotados para os levantamentos do
meio físico, biótico e sócio-econômico. No presente item será apresentado um resumo
especificando as conclusões desses estudos.
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O diagnóstico arqueológico deste estudo tem por objetivo “localizar, registrar e descrever
os eventuais sítios arqueológicos, ocorrências e locais com potencial encontrados dentro
dos limites da poligonal, na Área Diretamente Afetada (AD A) e Área de Influência Direta
(AID).”
A metodologia utilizada para realizar este estudo consiste nas seguintes atividades:
entrevistas com pessoas (moradores, pesquisadores, etc.) que conheçam a área que será
impactada ou a região de uma forma geral, caminhamentos intensivos na poligonal na
área da ADA, AID em busca de vestígios em superfície e sondagens pontuais em locais
que apresentem algum potencial, não se tratando de sondagens sistemáticas sobre toda
extensão poligonal, isso está previsto para a próxima fase do licenciamento, nos trabalhos
de prospecção arqueológica.
sondagens realizados foram descritos 22 pontos ao longo dos caminhamentos, dos quais
sete foram sondados. Apenas em um deles foi encontrado material arqueológico.
Entretanto, outros achados (vestígios e estruturas) foram detectados no percurso durante
a vistoria superficial do terreno. Obteve-se dessa forma, no total, cinco (5) ocorrências de
vestígios, das quais quatro em superfície e uma em sondagem, além de duas estruturas
escavadas, uma no solo e outra na rocha dentro dos limites da ADA e AID.
O Complexo das Celebrações “tem como fio condutor a Folia de Reis do Grupo Cultural
Senhor Santos Reis. A ele se ligam o Coral das Lavadeiras (com as cantigas de roda
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aprendidas desde a mais tenra idade pelas cantoras), a identificação de festas similares
na população Quilombola durante as décadas passadas (Quilombola Marobá dos
Teixeiras), os ritos da Umbanda, a festa e São Sebastião e a Capoeira.”
Bens Relacionados ao Jequitinhonha: Foram identificados outros bens culturais que “são
os ofícios dos artesãos do cipó (ainda vigente) e o ofício de canoeiro (e suas
embarcações), em rápido processo de extinção.”
A população total de Almenara apresentou crescimento irregular entre 1970 e 2010, o que
equivale a uma taxa média anual de crescimento de -4%. Esse crescimento negativo
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indica, dentre outros aspectos, a emigração no local, mais especificamente entre os anos
de 1991 e 2000. Esse crescimento não apenas se destacou na área urbana como,
relativamente, esta passou a ter uma população maior que a rural. Assim, o grau de
urbanização cresceu de 44,60% em 1970 para 81,88% em 2010, como se verifica através
do quadro 22. Este quadro demonstra ainda, que em 2010 a população total municipal
correspondeu a 38.775 pessoas.
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Estrutura Urbana
A cidade está organizada em torno de dois eixos viários principais, compostos pela
Avenida Olindo de Miranda/rua Hermano de Souza e ruas Deraldo
Guimarães/Aleixo Paraguaçu, que ligam o acesso pela ponte sobre o rio Jequitinhonha
aos vários setores urbanos e articulam os principais centros de dinamismo da cidade: o
Centro Tradicional e a Área de expansão do Centro.
Este conjunto representa mais da metade da área urbana (54%), sendo constituído pelos
bairros Adelita Torres, São Francisco, Planalto, Pedro Gomes - na margem esquerda do
rio Jequitinhonha – e toda a margem direita (bairro Cidade Nova). Ao lado dos conjuntos
estruturantes descritos anteriormente, Almenara apresenta dois importantes elementos
referenciais urbanos que indicam uma possível vocação econômica do município: a
exploração turística de suas belezas naturais. Note-se que estes dois elementos têm
também importância fundamental para a identidade almenarense, tanto como marcos
geográficos quanto como marcos simbólicos. São eles o rio Jequitinhonha e o morro do
Cruzeiro.
Os dados da Fundação João Pinheiro demonstram que a grande maioria dos imigrantes é
oriunda de outros estados.
Estrutura Etária
A pirâmide etária do município de Almenara, em 2010, apresentada através da figura 129,
indica que a população local ainda se mostra predominantemente jovem. Nota-se, porém,
indícios de que sua base começa a diminuir, indicando o envelhecimento da população
local, também demonstrado através do aparecimento de faixas etárias mais elevadas,
acima de 80 anos. Este aspecto aponta, também, para um aumento de expectativa de
vida no município.
Essas mudanças na composição da população ainda terão outro efeito importante, que é
a redução, neste final de século e até 2020, da proporção de "dependentes", isto é,
pessoas com menos de 15 anos e mais de 65. Essa circunstância oferece uma
oportunidade excepcional para um salto de qualidade nas políticas voltadas para
crianças e jovens, já que a população - alvo dessas políticas - será uma parcela
decrescente da população total. Isso é válido, principalmente, para as políticas de
nutrição, saúde e educação.
Emprego e Renda
Os setores de Comércio, Administração Pública e Serviços prestados às empresas são os
principais empregadores em Almenara. A tabela 54 apresenta o número de pessoas
ocupadas em empregos formais, segundo setores de atividade. Nele observa-se que os
setores de Comércio, Administração Pública e Serviços prestados às empresas são os
principais empregadores na área de estudo.
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A análise da questão do emprego e da renda justifica-se pela evidência, cada vez mais
nítida da relação estreita entre o acesso ao emprego e a elevação do nível de vida da
população, sem desconsiderar, contudo, programas sociais dirigidos aos desvalidos como
deficientes físicos, idosos sem amparo familiar, etc.
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A ati vidade da Indústria Extrativa Mineral foi a que apresentou o mais alto salário médio
de admissão no município de Almenara, nos meses de janeiro a julho de 2011, seguido
pelos Serviços e Comércio, conforme demonstrado no quadro 25.
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Agropecuária 638,04
Fonte: CAGED– Ministério do Trabalho e Emprego – TEM
Nota: Foram consideradas apenas as admissões com salário válido.
Segundo o Plano Diretor de Almenara, a distribuição da renda na área urbana pode ser
identificada pela figura 130. Em 2000, a renda média mensal dos chefes de domicílios
urbanos era de R$ 495,2 (3,3 SM). Na área rural, esta média era de R$ 207,2 (1,4 SM).
Ao realizar estudos sobre a distribuição interna da renda nas áreas urbana/rural, percebe-
se que na área rural há um grande equilíbrio, todas as rendas se situam na faixa de 1 a 3
SM. Já na área urbana, a distribuição da renda é muito desigual (Tabela 55).
Sistema de Saúde
O município de Almenara, de acordo com dados do Cadastro Nacional de
Estabelecimentos de Saúde – CNES possui 34 (trinta e quatro) unidades de
atendimento de saúde. Destas, 08 (oito) são Postos de Saúde, 02 (dois) Centros de
Saúde/Unidade Básica, 01 (uma) Policlínica, 02 (dois) Hospitais Geral, 12 (doze)
Consultórios isolados, 05 (cinco) Clínicas especializadas/Ambulatórios de
especialidades, 02 (duas) Unidades de apoio diagnose e terapia, 01 (uma) Unidade de
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vigilância em saúde e 01 (um) Centro de atenção Psicossocial. Esses dados podem ser
visualizados no quadro abaixo.
Centro de Atenção 1 - - - 1
Centro de Saúde/Unidade
Básica de 2 - - - 2
Clinica
Especializada/Ambulatório - - 5 - 5
Consultório Isolado 2 - 10 - 12
Hospital Geral - 1 1 - 2
Policlínica - - 1 - 1
Posto de Saúde 8 - - - 8
Unidade de Serviço de Apoio
de - - 2 - 2
Unidade de Vigilância em 1 - - - 1
Total 14 1 19 - 34
Nota: Número total de estabelecimentos, prestando ou não serviços ao SUS
Fonte: CNES. Situação da base de dados nacional em 23/08/2011.
horas/dia, com plantão aos sábados domingos e feriados (Hospital Benvindo Saúde e
Hospital Deraldo Guimarães).
As Unidades de Saúde de Almenara possuem um total de 90 equipamentos, sendo que
destes, 07 não estão em uso.
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Segurança Alimentar
Em atendimento aos propósitos do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à
Fome – MDS e a Lei Orgânica de Segurança Alimentar e Nutricional (LOSAN), no
município de Almenara criou-se uma série de Programas relacionados à Segurança
Alimentar e Nutricional: São eles: Programa Minas Sem Fome, Programa de Combate à
Pobreza Rural (PCPR), Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), Programa
Leite pela Vida, Programa Nacional de Agricultura Familiar (PRONAF), Território da
Cidadania do Baixo (projeto a ser aprovado), Comitê de Bacia Hidrográfica dos Afluentes
Mineiros do Médio e Baixo Jequitinhonha.
Qualidade de Vida
O Índice de Desenvolvimento Humano – IDH é calculado pela ONU desde 1990 e tem
como finalidade comparar o estágio de desenvolvimento relativo entre países, com
objetivo de medir o grau de desenvolvimento econômico e a qualidade de vida oferecida à
população.
O IDH vai de 0 (zero), que indica que o País não tem nenhum desenvolvimento humano,
a 1 (um) que seria os Países com desenvolvimento humano total. Assim, com base
nesses valores, a ONU classifica os países segundo três níveis de desenvolvimento
humano: países com baixo desenvolvimento humano (IDH até 0,5), países com médio
desenvolvimento humano (IDH entre 0,5 e 0,8) e países com alto desenvolvimento
humano (IDH acima de 0,8).
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No cálculo do IDH são considerados três índices, aos quais são atribuídos pesos iguais:
educação (taxas de alfabetização e escolarização), longevidade (expectativa de vida da
população) e renda (PIB per capita).
No ano de 2000, de acordo com os dados publicados pela Fundação João Pinheiro
(FJP), o município de Almenara manteve-se na primeira posição no ranking em relação ao
IDH da microrregião ao lado do município de Jequitinhonha, onde ambos apresentaram
um valor igual a 0,668. O pior valor, igual a 0,570, se manteve no município de
Monte Formoso.
Foi observado também neste ano, uma melhora no IDH, onde, 87,5% dos municípios (14)
apresentaram um valor de IDH entre 0,500 e 0,650 e outros 12,5% (2 municípios)
apresentaram IDH entre 0,650 e 0,800. Em termos de população, em 2000, 114.345
pessoas (66,2%) viviam em municípios com o IDH entre 0,500 e 0,650 e outras 58.287
pessoas (33,8%) viviam em municípios com IDH entre 0,650 e 0,800.
De acordo com dados publicados pela Fundação João Pinheiro, entre o período de 1991
e 2000, o município de Almenara apresentou um crescimento de 11,89% no Índice de
Desenvolvimento Humano. Com isso, saltou de um IDH em 1991 com valor igual a 0,597
para um valor igual a 0,668 medido em 2000.
A dimensão de análise que mais contribuiu para o crescimento do IDH municipal foi a
Educação com um índice saltando de 0,576 para 0,720 (crescimento de 67,9%). A Renda
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1991 2000
Índice de Desenvolvimento Humano Municipal 0,597 0,668
Educação 0,576 0,72
Longevidade 0,629 0,661
Renda 0,587 0,623
Fonte: FJP, Atlas do Desenvolvimento Humano, 1991 e 2000
Aspectos Econômicos
Segundo dados da Fundação João Pinheiro, tabela 56, o Produto Interno Bruto (PIB) do
município de Almenara entre os anos de 2000 a 2008 apresentou uma taxa de
crescimento de 32,25%, sendo superior ao incremento do PIB estadual durante este
mesmo período, que ficou em 30,78% e inferior a região Jequitinhonha/Mucuri que
apresentou taxa de crescimento de 35,06%.
Em relação aos PIB’s per capita medidos nos municípios da microrregião de Almenara, o
maior foi obtido pelo município de Palmópolis com um valor de R$ 6.751,21 e o menor
pelo município de Monte Formoso com um valor de R$ 3.663,89.
O quadro abaixo apresenta a Distribuição do PIB por Setor de Atividade Econômica 2000
– 2008.
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Outra forma de correlacionar a renda com o nível de vida da população via oferta de
serviços públicos é através das receitas municipais disponíveis. De 2002 a 2009 de
acordo com dados da Secretaria de Estado da Fazenda (SEF/MG) as arrecadações de
impostos feitas pelo município de Almenara sofreram alterações com acréscimos
constantes.
A arrecadação de ICMS foi inferior a dos outros impostos ao longo dos últimos anos (2000
a 2011) e foi responsável por algumas quedas nos anos de 2005 e 2009, se recuperando
logo nos anos seguintes. Ja a arrecadação dos outros impostos cresceu constantemente
ao longo dos últimos anos, exceção no ano de 2009, para, em seguida, continuar
tendência ascendente.
Setor Primário
De acordo com o IBGE, entre 2000-2009 o PIB do setor primário de Almenara apresentou
um crescimento de 188,7% sendo o crescimento mais significativo observado entre 2008
e 2009.
20 a menos de 50 ha 222
50 a menos de 100 ha 206
100 a menos 200 de ha 150
200 a menos de 500 ha 177
500 a menos de 1.000 ha 72
Total 1.181
Fonte: EMATER/MG – Regional Almenara em 18/08/2011
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Extração Vegetal
No tocante a utilização das terras, de acordo com dados do Censo Agropecuário 2006, a
análise do quadro 40 permite algumas considerações sobre as condições gerais de uso
do solo no município de Almenara.
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As áreas dos estabelecimentos ocupadas por pastagens naturais são as de maior uso,
representando 31.143 hectares seguido das áreas de matas e/ou florestas naturais
destinadas à preservação permanente ou reserva legal, 20.100 hectares.
Segundo representante da EMATER, as grandes propriedades rurais existentes no
município são utilizadas para as atividades agropecuárias. No ano de 2009, segundo
dados do IBGE, a atividade que ganhou maior destaque foi a criação de Bovinos com
86.241 cabeças. Cerca de 80% do rebanho está voltado para corte, sendo a atividade de
produção de leite apenas decorrente da cria do bezerro para corte. Predomina o rebanho
nelore (sem registro), de boa qualidade. Em geral, os machos eram vendidos para recria
em Nanuque, Carlos Chagas e municípios próximos, já que a área de Almenara se
caracterizava como de cria.
A produção animal do município de Almenara no ano de 2006 teve destaque com a venda
de 9.666.000 litros de leite o que gerou uma renda no valor de R$ 7.249.000,00. A
produção de Ovos de Galinha e Mel de Abelha também ganharam destaque na
economia, onde foram arrecadados neste mesmo ano R$ 74.000,00 e R$ 23.000,00
respectivamente.
Organização Social (Associações, Sindicatos e Cooperativas). Foi apresentada uma
relação 49 cooperativas e Associações de Agricultores Familiares de Minas Gerais,
segundo informações obtidas em campo junto a EMATER – Unidade Regional Almenara.
Por conseguinte, isso caracteriza o território como uma região de conflitos agrários, por
exemplo, o assentamento Esperança - Santa Rosa, localizado em Almenara, que em
dezembro de 2008 quando o ex proprietário e também ex-prefeito deste município,
inconformado com a perda da propriedade, invadiu o assentamento, destruiu pertenças e
parte das plantações dos assentados.
Setor Secundário
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Setor Terciário
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objetos pessoais e domésticos. Com base nos dados do Cadastro Central de Empresas
do IBGE, no ano de 2006 o município de Almenara possuia um total de 1.023 empresas
registradas.
Das 1.023 empresas registradas, 938, pertencem ao Setor Terciário da economia e juntas
representam 96,09% do total. Neste mesmo ano (2006), o Setor Primário possuía apenas
5 empresas registradas e o Setor Secundário apenas 80 empresas.
A rede bancária apresenta duas instituições oficiais (Banco do Brasil e Caixa Econômica
Federal), um posto de atendimento da Caixa Econômica Federal, que é a lotérica da
cidade, dois bancos privados (Banco Itaú e Bradesco), além de uma cooperativa de
crédito (SICOOB NOSSACREDIAL – Cooperativa de Crédito). A Empresa Brasileira de
Correios e Telégrafos mantém uma agência na sede municipal.
Alguns órgãos públicos que estão sediados no município são: Empresa de Assistência
Técnica e Extensão Rural (Emater-MG), Instituto Estadual de Florestas (IEF), Instituto
Mineiro de Agropecuária (IMA), Polícia Florestal, Polícia Militar, Polícia Civil, Secretaria da
Fazenda do Estado de Minas Gerais (SEFMG), Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatísticas (IBGE), Companhia Energética de Minas Gerais (CEMIG), Companhia de
Saneamento de Minas Gerais (COPASA), Secretaria da Recita Federal, Vara do
Trabalho, Departamento Estadual de Transportes (DETRAN), Ministério da Agricultura
Pecuária e Abastecimento (MAPA), Superintendência Regional de Educação,
Fórum da Comarca de Almenara, Procuradoria Geral de Justiça do Estado de Minas
Gerais e Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS), Aeroporto. Nos últimos anos, o
ramo de hotelaria do município vem recebendo vários investimentos, sendo observado a
existência de aproximadamente 10 hotéis/pousadas. Alguns estabelecimentos são:
Graciema Park Hotel, Pousada Sol Nascente, Hotel Almenara, Plaza, Rubim, Vigia, São
Paulo, Pousada França, SESC Laces e Pousada Edgar. Os hotéis vêm sendo ocupados
principalmente por viajantes, profissionais liberais, funcionários públicos, dentre outros,
por ser Almenara pólo na prestação de serviços diversos. Outro setor que vem sentindo o
efeito encadeamento representando boa oportunidade de expansão é o de alimentação,
principalmente restaurantes pelo fluxo de pessoas de outros municípios que passam pelo
município diariamente.
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Infra-estrutura
O nível de vida da população, tem relação direta com as infra-estruturas básicas e os
serviços disponíveis em um município. Estas variáveis se referem neste caso, à
disponibilidade de recursos de iluminação pública, água e esgoto, coleta de lixo e a oferta
de bens e serviços sociais básicos, como meios de comunicação, educação, saúde e
Turismo.
Habitação
Segundo dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada – IPEA e Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística (primeiros resultados do Censo 2010) o número de domicílios
particulares em Almenara, apresentou um aumento de 99,79% entre os anos de 1970 e
2010, o que caracteriza um crescimento significativo do município. Percebe- se que o
crescimento mais expressivo ocorreu entre os anos de 2000 e 2010.
Iluminação Pública
A concessionária responsável pela geração e distribuição da energia elétrica em
Almenara é a Companhia Energética de Minas Gerais - CEMIG. De acordo com a CEMIG
em relação ao consumo de energia elétrica nos anos de 1999 a 2005, nota-se que em
Almenara, o maior consumo de energia elétrica está relacionado a classe residencial. No
ano de 2005, do total de energia consumida no município, tem-se como responsável por
50,24% do consumo a classe residencial, 22,95% a classe comercial, 18,09% outros,
5,69% a classe rural e 3,02% a classe industrial. Outro fato relevante é que comparando o
consumo total de energia nos anos de 999 e 2005, ocorreu um aumento de 9,28% no
consumo, enquanto que o número de consumidores aumentou 24,86% no mesmo
período, ou seja, o aumento do consumo de energia não foi proporcional ao aumento do
número de consumidores.
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Saneamento
As ações de saneamento fazem parte do conjunto das necessidades básicas da
população, sendo imprescindíveis à sua sobrevivência e vitais para o seu
desenvolvimento com qualidade de vida. Lima (2005) esclarece que as ações de
saneamento podem ser individuais, relativas a cada domicílio, e coletivas, referentes a um
conjunto de domicílios. No plano individual, o saneamento é fortemente influenciado pelas
variáveis ambientais, relacionadas à oferta dos recursos hídricos e de áreas visando à
disposição dos efluentes de esgoto. Entretanto, as variáveis demográficas e
socioeconômicas, relativas aos domicílios, definem o perfil da demanda de serviços de
saneamento, indicando a melhor forma de atendimento da população por parte do poder
público, Essa intervenção, normalmente, é amplamente solicitada em locais com relativa
densidade demográfica. O serviço de abastecimento de água em Almenara é de
responsabilidade da Companhia de Saneamento de Minas Gerais – COPASA. De acordo
com informações prestadas pelo Sr. Washington Araújo, Encarregado de Sistema,
atualmente existem 10.814 ligações de água no município. A captação de água para o
abastecimento é realizada no Rio Jequitinhonha, por meio de captação em balsa. Em
seguida a água é direcionada, via adutora, para a Estação de Tratamento de Água – ETA.
100% da água é tratada antes de ser distribuída no município. Para as comunidades
rurais, a previsão é que até o final de 2011 elas sejam atendidas pelo serviço de água e
esgoto operado pela COPANOR - Copasa Serviços de Saneamento Integrado do Norte e
Nordeste de Minas Gerais S/A. Foi apresentado um sobre a porcentagem de atendimento
referente ao abastecimento de água, realizado pela COPASA, entre os meses dos anos
de 2005 a 2011. Atra vés da análise percebe-se que a média de atendimento realizado
pela COPASA nos anos de 2005 a 2011 foi entre 99,53% (2011) a 100,35% (2007).O
abastecimento de água é realizado na sede e periferia do município de Almenara.
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redes de esgoto. O esgoto coletado não é tratado, sendo lançado in natura diretamente
no Rio Jequitinhonha.
Sistema de Ensino
Almenara, de acordo com dados do cadastro do ano de 2011 da Secretaria de Estado de
Educação de Minas Gerais, conta com um total de 62 escolas, sendo 47 Municipais, 09
Estaduais, 05 Privadas e 01 Federal. Destas escolas, 10 oferecem Educação Infantil,
55 Ensino Fundamental, 07 Ensino Médio, 01 Educação Profissional, 07 Ensino de
Jovens e Adultos e 01 Educação Especial Exclusiva.
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Segurança Pública
A Segurança Publica de Almenara é composta pelas Polícias Civil e Militar. No município
também há estrutura de proteção ao idoso e ao menor. O sistema de defesa civil e corpo
de bombeiros têm sua sede em Teófilo Otoni, cidade que dista 275 km de Almenara. O
judiciário é composto pelo Fórum Doutor Chaquib Peixoto Sampaio, por 2 varas: 1ª Vara
Cível, Criminal e de Execuções Penais, 2ª Vara Cível, Criminal e da Infância e da
Juventude e 1 Juizado Especial e 1 Juizado de Conciliação, cartórios de serviços
notariais e registros.
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Assim, serão descritos os principais impactos que possivelmente serão gerados pela
implantação do empreendimento. Posteriormente, serão mencionadas algumas medidas
julgadas necessárias para neutralizar, reduzir, monitorar ou compensar os efeitos gerados
bem como os Programas nos quais as mesmas devem contempladas.
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A cobertura vegetal da área estudada possui áreas bem conservadas e outras com
perturbações antrópicas, com espécies invasoras presentes em área de pastagem.
Algumas áreas de Matas Ciliares encontram-se bem preservadas com vegetação nos
estágios de regeneração da Floresta Estacional Semidecidual, com presença de espécies
como: Embaúba (Cecropia pachystachya), Ingá (Inga edulis), ipê (Tabeb uia sp), etc.
Quanto à riqueza florística, a família Bignoniaceae foi a que apresentou mais espécies
(3), sendo que as demais apresentaram duas ou apenas uma espécie, o que aponta uma
baixa variação de espécies neste fragmento, e confirma seu estágio inicial de sucessão
ecológica. Já com relação à abundância, a família Malphigiaceae foi a que obteve maior
sucesso nesta área, com 112 indivíduos, mostrando a dominância ecológica desta família
sobre as demais.
Neste estrato existe uma distribuição de espécies por família maior e mais equilibrada,
quando comparada com o estrato anterior, o que reflete o estágio de sucessão mais
avançado deste fragmento, pois existe menor dominância ecológica. Quanto à riqueza
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Distribuição diamétrica
Indicam uma maior concentração nas classes de menor diâmetro (J invertido) tanto para o
estrato 1 quanto para o estrato 2, essa tendência é comum e muito desejável em florestas
inequianas, pois reflete a existência de muitos indivíduos regenerantes, característica que
garante a manutenção futura da floresta.
Estratificação Vertical
A estratificação vertical revela a predominância dos indivíduos, tanto totais quanto para os
estratos 1 e 2, estão no estrato médio.
Quanto à classe de altura a maioria dos indivíduos encontra-se nas classes intermediárias
nos dois estratos, apresentando uma distribuição que se assemelha à normal como
comumente encontrado em florestas inequianas. Porém, no estrato 2 87% dos indivíduos
apresentam altura superior a 8m, já no estrato 1, 78% dos indivíduos encontra-se com
mais de 8m. O que mostra que o estrato 2 está em estágio sussecional mais avançado de
regeneração
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7.2.2 Fauna
De acordo com os estudos apresentados seguem descrito abaixo os grupos faunísticos
inventariados na área do empreendimento.
7.2.2.1 Avifauna
Para realização do inventário foram realizadas duas campanhas de campo no ano de
2011, uma contemplando a estação chuvosa e outra que compreendeu a estação seca,
contemplando as Áreas de Influência (ADA e AE), porém na AE o inventário ocorreu com
um esforço amostral menos significante, tendo sido amostrado apenas 09 pontos
enquanto que na ADA foram amostrados 31 pontos, conforme Mapa de Inventariamento
da Avifauna. O empreendedor atesta ter ocorrido um esforço amostral menos significativo
na AE, e afirma que durante o monitoramento será contemplado o equilíbrio do esforço
amostral nas campanhas de campo para a AE, conforme Condicionante.
Para a captura das aves, bem como seu transporte à instituição depositária foram
realizadas de acordo com a Licença de Captura/Coleta/Transporte de Animais Silvestres
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Quanto ao hábito ambiental a maioria das espécies possui hábitos generalistas, refletindo
não só a pressão antrópica local, mas a presença de grandes predadores que possuem
grandes áreas de vida e grande autonomia de vôo.
Devido à presença de matas em estado de sucessão avançada, 35% das espécies de
aves são tipicamente florestais, refletindo a dependência da comunidade avifaunística
para essas áreas e apenas 6% das espécies habitam áreas brejosas.
Espécies Endêmicas
Conforme os estudos apresentados, das 218 espécies registradas para o local do
empreendimento, 23 são endêmicas da Mata Atlântica, 05 da Caatinga e 02 espécies do
Cerrado.
Espécies Cinegéticas
Foram registradas 95 espécies com algum potencial para atividades de caça e
comercialização como também espécies que se encontram em categoria de ameaça.
2 - Odontophorus capueira (uru) com categoria de ameaça “Em Perigo” para o Estado.
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7.2.2.2 Mastofauna
O diagnóstico da mastofauna foi desenvolvido por meio de registros primários e
secundários considerando a Área de Influência Indireta (AII) e a Área de Influência Direta
(AID) na Área Diretamente Afetada (ADA) e Área de Entorno (AE). Para as capturas de
animais, bem como seu transporte à instituição depositária foi emitido pelo IBAMA,
Licença de Captura/Coleta/Transporte de Animais Silvestres n°088/2011Nufas/MG.
Na Área de Influência Direta (AID), compreendida pela ADA e AE, o diagnóstico foi
realizado por dados primários em duas campanhas a campo, durante dez dias
consecutivos de amostragem, sendo uma executada na estação chuvosa e a outra
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voadores foi emitida autorização pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos
Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) para captura, coleta e transporte n°
088/2011NUFAS/MG.
7.2.2.3 Herpetofauna
O diagnóstico da herpetofauna (anfíbios e répteis) foi realizado nas ADA e AI com base
em dados primários e secundários. Para o diagnóstico da Área de Influência Indireta (AII)
foi realizado levantamento bibliográfico o qual visou à obtenção de dados secundários e
informações complementares à área de estudo, por meio de consulta de trabalhos
regionais existentes, estudos ambientais e pesquisas museológicas.
A identificação das espécies ocorreu através de busca ativa, tendo como principal objetivo
o registro de espécies de anfíbios anuros e répteis, através de zoofonia (identificação das
espécies através das vocalizações emitidas pelos machos). Para o registro de répteis
foram percorridos trajetos em vários ambientes favoráveis à ocorrência de espécimes
como possíveis tocas, folhiços de matas, afloramentos rochosos, ambientes marginais a
corpos d’água, árvores mortas, cupinzeiros, dentre outros e as espécies registradas
aleatoriamente foram consideradas de forma qualitativa nesse estudo.
Para as capturas de animais, bem como seu transporte à instituição depositária foram
realizadas de acordo com a Licença de Captura/Coleta/Transporte de Animais Silvestres
n°087/2011Nufas/MG.
As espécies registradas são consideradas fora de perigo de acordo com a IUCN (2011) e
estão ausentes das listas de espécies ameaçadas do Brasil e Minas Gerais.
Dos registros obtidos, três não foram identificados quanto à espécie, foram elas:
Hypsiboas sp., Scinax gr. catharinae e Vitreorana sp, tendo sido registradas por zoofonia
e não foram coletados, impossibilitando dessa forma, a confirmação taxonômica,
Quanto aos répteis, nesse estudo foram registradas nove espécies distribuídas em seis
famílias, sendo três serpentes e seis lagartos. As famílias Leiosauridae, Tropiduridae e
Viperidae tiverem dois representantes registrados, porém, vale considerar que para
ambas o segundo exemplar refere-se a um espécime registrado apenas até o nível de
gênero.
7.2.2.4 Ictiofauna
Para o diagnóstico da ictiofauna ocorrente na bacia do córrego São Domingos,
integrantes da bacia do rio Panela e do rio Jequitinhonha, foram executadas duas
campanhas de inventário, sendo a primeira campanha no final do período da estação
chuvosa, e a segunda na estação seca, com o objetivo de diagnosticar e prognosticar os
impactos ambientais sobre a ictiofauna, que poderão ocorrer durante a implantação e
operação do empreendimento. Procurou-se caracterizar os habitats que influenciam nos
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7.2.2.5 Entomofauna
Para o inventário da Entomofauna foi realizado inventário secundário e apresentado lista
de espécies de possível ocorrência no município de Almenara, onde o empreendedor
justifica que será realizado durante o Programa de Monitoramento da Entomofauna na
área do empreendimento, o inventário deste grupo faunístico e a preposição, caso seja
necessário, de medidas mitigadoras durante as fases do empreendimento, conforme
Condicionante. No inventário secundário apresentado foram apresentadas espécies de
escorpiões, aranha armadeira, aranha marrom, mosquitos, pernilongos e borrachudos,
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Tendo em vista as vedações previstas pelo art. 11º da Lei federal 11.428/06, a análise
que se segue busca enumerar cada uma das alíneas do inciso I do referido artigo, no
sentido de verificar a inclusão ou não das intervenção pleiteada nas hipóteses de vedação
ali elencadas.
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Flora:
Conforme apresentado pelo empreendedor nos estudos, algumas espécies registradas
para espécies vegetais arbóreas encontram-se com categoria de ameaça, de acordo com
a legislação vigente, entretanto, essas espécies não são de ocorrência restrita a área de
estudo, nem ao município em questão, sendo assim, de ampla distribuição geográfica.
São elas:
1 - Melanoxylon b raúna (Braúna)
2 - Gêneros Tecoma e Tabebuia - Ipês
3 - Miracrodruon urundeuva (urundeúva)
4 - Amb urana cearensis (amburana)
No estudo realizado para identificação da flora local, foram identificadas espécies de porte
arbóreo com algum status de ameaça, mas em consulta as listas de espécies ameaçadas
de extinção, as mesmas não são de ocorrência restrita a área de estudo, nem ao
município em questão, sendo assim, de uma distribuição geográfica mais ampla.
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Fauna:
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A Geologia Local:
As unidades litológicas individualizadas na área deste processo e em seu entorno foram
agrupadas em três conjuntos principais, a saber (da base para o topo): (ia) Suíte
kinzigítica e pegmatitos associados; (ib) Intercalações lenticulares de quartzito na suíte
kinzigítica e (ii) Granito Marobá (Suíte G5).
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2 - Quartzito (ib)
Engloba aproximadamente 25% da área mapeada, aflorando em cotas entre 400 m
(mínima) e 900 m (máxima). Constata-se que na área os quartzitos constituem corpos
lenticulares intercalados nos gnaisses da suíte kinzigítica.
A grafita pode ser classificada em três tipos: lamelar (flake), grafita cristalina (maciça),
grafita amorfa (cripto-cristalina) que são subdivididas em diversas categorias, por
apresentarem partículas de diferentes tamanhos, teor de carbono e tipos de impurezas.
A grafita estudada possui formato de lamelas ou fibras e tem tonalidade escura e
prateada e além de possui brilho metálico. O material têm boa condutividade elétrica,
refratariedade quando exposta a altas temperaturas, elemento de estabilidade reativa e
lubrificante e baixa expansão térmica.
Os elementos químicos que a compõe são o carbono fixo, materiais voláteis e cinzas.
Quanto maior for o teor de carbono, melhor é a qualidade da grafita. No entanto também
o arranjo, o formato ou a perfeição das partículas influenciam muito a característica deste
material. Em Almenara a Grafita característica é do tipo “flakes” com inúmeras aplicações.
A grafita possui propriedades únicas devido a distinção da sua estrutura em camadas e
sua inércia química que podem ser resumidas um em mineral ambientalmente não
poluente e que não apresenta danos a saúde humana, possibilidade de produção de
grafita expansível , não apresenta potencial de combustão e explosão e além disso tem
alta resistência quanto a corrosão, oxidação e ataques químicos.
Geomorfologia
Conforme o estudo de EIA/RIMA apresentado, a classificação geomorfológica da Área de
Influência do empreendimento baseou-se na seguinte divisão:
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4 - Depressão do Jequitinhonha
Corresponde à área rebaixada localizada ao longo do vale do rio Jequitinhonha e de
alguns de seus afluentes, adentrando-se nas sub-bacias mais importantes. As altitudes
variam de 400m nas proximidades do município de Araçuaí a 150m no limite leste da
porção mineira da bacia. Escarpas alinhadas marcam os limites deste conjunto
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7.3.2 Pedologia
Com a finalidade de proteção dos solos dentro do quadro físico da área do
empreendimento procurou-se fazer um estudo baseado em informações obtidas por
trabalhos já realizados tais como BRASIL(1970), EMBRAPA SOLOS(2004),
CETEC(1980), CETEC(2010), RADAMBRASIL(1988). A partir daí conseguiu-se realizar
um levantamento exploratório para identificação geral das classe de solos correntes de
acordo com o sistema Brasileiro de Classificação de solos (EMBRAPA) que ocorrem na
área do empreendimento.
Na área do projeto do PGA predomina o Argissolo Vermelho Amarelo Distrófico A
moderado Textura muito argilosa, associado ao Latossolo Vermelho-Amarelo Distrófico A
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moderado Textura muito argilosa fase floresta subperenifólia relevo ondulado a forte
ondulado, e os Cambissolos Háplicos Tb Distrófico típico. Os Argissolos têm ocorrência
normalmente relacionada a fases de relevo ondulado a forte ondulado. Nos topos de
morro, em relevo suave ondulado a plano podem ocorrer pequenas manchas de
Latossolos. Os Cambissolos ocorrem em fases de relevo diversas variando de plano
(Cambissolo Háplico Tb Eutrófico saprolítico) até forte ondulado (Cambissolo Háplico Tb
Distrófico típico A moderado textrura argilosa). Podem ser observados ainda Neossolos
Quartzarênicos Órticos típicos no topo dos morros mais elevados e sob substrato
quartzítico.
Nas áreas sujeitas a alagamento em fundo de vale e onde há deposição fluvial ocorrem
Gleissolos e Neossolos Flúvicos caracterizados por problemas de drenagem, sendo
comumente de mal drenados a imperfeitamente drenados. São solos geralmente
eutróficos em fase de relevo plano, portanto com baixo potencial de erodibilidade.
Os solos da ADA( Área Diretamente Afetada) apresentaram critérios técnicos que podem
alterar a característica de fragilidade. A constituição da fração do solo, bem como a
declividade e a intensidade das chuvas alteram a resistência a erosão e a sua agregação.
A baixa agregação se deve a mineralogia a granulometria e ao baixo teor de matéria
orgânica.
A e xtensão das vertentes, é um fator importante sobretudo nas formas das encostas, uma
ve z que nos setores de cabeceira onde há convergência de fluxos d´água são áreas
preferenciais para erosão em ravinas e voçorocas.
A alta intensidade de chuvas também concentrada de outubro a março, pode potencializar
os efeitos da erosão, porém nesta região este fator não é tão relevante, uma vez que a
precipitação é muito limitada.
Na área de influência da bacia hidrográfica do córrego São Domingos evidenciam-se
áreas constituídas por Argissolos e Cambissolos, perturbados física e morfologicamente,
que devem receber atenção especial a fim de minimizar as fragilidades ambientais
induzidas pela degradação do solo frente ao uso atual e futuro. Nesse sentido, as
estradas passam a ser prioridade para as futuras ações de conservação. Sugere-se, para
a fase de implantação do emprendimento, que sejam desenvolvidos estudos para planejar
a relocação de algumas estradas e acessos vicinais, minimizando problemas de
degradação ambiental. Será solicitado como condicionante que o empreendedor
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7.3.3 Clima
Para a caracterização do clima da região foi utilizada como referência a estação de Pedra
Azul instalada pelo Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) e usados os dados
coletados pelo órgão entre 1972 e 2010. O EIA/RIMA apresentado traz esta
caracterização, descrita a seguir:
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Verifica-se que a direção dos ventos na região é sudeste (SE) com predominância de
83% durante o ano. A velocidade dos ventos varia entre 1,8 e 2,4 m/s.
7.3.4 Ruídos
Foi apresentado pelo empreendedor um relatório técnico com a finalidade de registrar os
níveis de ruído obtidos no levantamento acústico nas áreas externas das residências
situadas nas áreas de influência direta e indireta do empreendimento.
A a valiação dos níveis de ruído foi realizada conforme normas técnicas ABNT –
Associação Brasileira de Normas Técnicas e CETESB – Companhia de Tecnologia de
Saneamento Ambiental.
Em cada ponto avaliado foi tirada uma série de leituras em período diurno de acordo com
o estabelecido na legislação.
O nível de ruído máximo permitido de acordo com a Legislação Estadual Lei 10.100 de
17/01/90 é de 70 dB(A) em horário diurno e de 60 dB(A) em horário noturno, contudo o
estudo afirma que a referida legislação não cita restrição de áreas como a de sítios e
fazendas. Assim, os limites utilizados neste laudo seguiram as normas técnicas da ABNT
– NBR 10.151 citada e que definem os limites 40 dB(A) para o horário diurno e 35 dB(A)
Av. da Saudade, nº335, Centro – 39100-000 - Diamantina - MG – Telefax: (38) 3531. 2650
SUPERINT ENDÊNCIA REGIONAL DE
REGULARIZAÇÃO AMBIENTAL 15/06/2012
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PARECER ÚNICO
para o horário noturno. O estudo preconiza que o nível de ruído não deve ser superior a
10 dB(A) acima do ruído de fundo existente no local, sem tráfego.
Foram avaliados os níveis de ruído ambiente nas áreas externas das residências
localizadas próximo ao ponto de instalação do empreendimento
O relatório apresentado afirma que pelos níveis de pressão sonora obtidos as residências
estã relativamente afastadas em relação ao empreendimento, a maioria dos ruídos
gerados e do tipo contínuo e está dentro dos limites estabelecidos pela legislação.
7.3.5 Qualidade do Ar
O empreendimento a ser implantado é em área rural, cerca 20 km de distância em linha
reta do centro de Almenara. Não existem nas vizinhanças da área do PGA qualquer tipo
de atividade de mineração. Pesquisas realizadas na região informam que ocorreram no
passado somente pequenos garimpos. Também inexiste qualquer tipo de industria de
transformação que apresente emissões atmosféricas a partir de chaminés. As emissões
atmosféricas na área são basicamente material particulado oriundos do trânsito de
pessoas, animais ou dos veículos automotores que transitam nas vias vicinais para o
transporte de escolares, no transporte de gado e mais recentemente, daqueles envolvidos
nas operações de pesquisa mineral do empreendimento.
A partir de sua nascente, o Córrego São Domingos segue no sentido leste-oeste até sua
confluência com o Rio Panela, após percorrer cerca de 8,5 km, que toma a direção norte-
sul até desaguar no Rio Jequitinhonha. A bacia desse córrego possui aproximadamente
área de drenagem de 20 km2, extensão de 8,5 km, largura de 4 km e perímetro de 19,5
km. Tanto sua nascente, localizada na cota 650m, quanto sua foz, na cota 200m (Rio
Panela), encontram-se localizadas integralmente no município de Almenara. A AD A do
empreendimento, considerada no EIA, abrangerá 70% da área de drenagem do Córrego
São Domingos, ou seja, 14 km2, com extensão de cerca de 5 km (ver figura a seguir). Os
cursos d’água superficiais presentes na ADA são classificados em perenes, intermitentes
ou efêmeros.
8.1.1 Flora
Os estudos da flora local realizados na área de influência do empreendimento contribuem
para o conhecimento da diversidade, ocorrência, distribuição das espécies, ecologia e
identificação dos trechos de vegetação mais importantes do ponto de vista ambiental, e
fornecendo informações extremamente úteis para a mitigação dos impactos causados
pelo projeto.
Essas informações serão úteis para o direcionamento das ações de conservação e
manejo da biodiversidade na área do empreendimento, além de influenciar positivamente
o processo de escolha das altern