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Everardo Leitão

COMPLEMENTO

• Redação de Correspondências Oficiais

Brasília

2010
© 2010 Vestcon Editora Ltda.

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aplicam-se também à editoração da obra, bem como às suas características gráficas.

Título da obra: BB – Banco do Brasil S.A. (Complemento)


Escriturário – Nível Médio
Atualizada até 4-2010 (A1-AB107)

(De acordo com o Edital nº 1, de 2010/002–BB, de 27 abril de 2010 – FCC)

Redação de Correspondências Oficiais

Autor:
Everardo Leitão

DIRETORIA EXECUTIVA EDITORAÇÃO ELETRÔNICA


Norma Suely A. P. Pimentel Adenilton da Silva Cabral
Antonio Gerardo Pereira
DIREÇÃO DE PRODUÇÃO Carlos Alessandro de Oliveira Faria
Maria Neves Diogo Alves
Luis Augusto Guimarães
Supervisão DE PRODUÇÃO Robson Alves Santos
Dinalva Fernandes
REVISÃO
Edição DE TEXTO
Carolina Cruz
Reina Terra Amaral
Júlio César M. França
Lílian L. S. Alves Queiroz Kátia Ribeiro
CAPA/Ilustração Lílian Alves
Ralfe Braga Marina Diniz
Micheline Ferreira
Priscila Almeida
Raquel da Cruz

SEPN 509 Ed. Contag 3º andar CEP 70750-502 Brasília/DF


SAC: 0800 600 4399 Tel.: (61) 3034 9576 Fax: (61) 3347 4399

www.vestcon.com.br
SUMÁRIO
Banco do Brasil
Redação de Correspondências Oficiais

Redação de Correspondências Oficiais........................................................... 5


5
Redação de Correspondências Oficiais
Everardo Leitão

REDAÇÃO OFICIAL Nos concursos

A publicação do Manual de Redação da Presidência As questões de reda‑ Situação específica em que cada
da República1, em 1991, representou um marco para a ção oficial nos concursos tipo de texto é utilizado. Por
exemplo, a pergunta pode ser:
redação oficial nos concursos. É que, com ele, passou a avaliam o domínio do “De um ministro para o presi‑
existir um conjunto de normas amplamente adotado para candidato sobre emprego dente da República, qual a mo‑
o emprego e o padrão dos textos oficiais. e padrão dos textos emi‑ dalidade de texto adequada?”2
Mesmo sendo obrigatório apenas no Poder Executivo tidos por órgão público. Forma. Por exemplo: “Memo‑
federal, observa‑se que estados, municípios e mesmo rando tem vocativo?”3
outros poderes vêm se espelhando no Manual para as 23
próprias normas, o que faz dele um modelo cada vez mais Quando não há menção específica no edital a que
adotado Brasil afora. conteúdo estaria incluído como redação oficial, a prática
Em 2002, publicou‑se uma segunda edição da indica que a cobrança nas provas abrange as correspon‑
obra, que pode ser encontrada no endereço eletrônico dências oficiais, modalidades utilizadas mais dissemina‑
www.planalto.gov.br, versão que utilizamos como refe‑ damente no Serviço Público.
rência. Importante comentar que, mesmo nos casos em que
o Manual é citado no edital, costumam cair na prova per‑
Definição guntas sobre tipos de texto não incluídos no normativo.
É o caso, por exemplo, de requerimento e ata. Por essa
Diz o Manual: razão, vamos enfocar, além do que está no Manual, outros
conteúdos que costumam ser cobrados em concursos.
redação oficial é a maneira pela qual o Poder
Público redige atos normativos e comunicações.
Princípios e atributos da redação oficial
A partir da definição, pode‑se representar assim o O art. 37 da Constituição Federal estabelece:
processo de comunicação oficial:
A administração pública direta, indireta ou fun‑
dacional, de qualquer dos Poderes da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios
obedecerá aos princípios de legalidade, impessoa­
lidade, moralidade, publicidade e eficiência (...).
Como todo ato da administração pública, as corres‑
Emissor Receptor
pondências e textos normativos estão subordinados aos
• Cidadão princípios constitucionais. Ainda que todos se apliquem
Poder • Empresa particular à redação oficial, dois são mais especificamente relacio‑
Público • Instituição particular nados com ela: impessoalidade e publicidade.
• Poder Público Sinteticamente, podemos dizer que o princípio
constitucional da impessoalidade busca preservar os
Quer dizer, somente se classifica como redação oficial
atos realizados pela administração pública de privilégio,
o texto emitido pelo Poder Público. Quando um órgão favorecimento ou tratamento discriminatório.
público escreve para cidadão, empresa ou instituição Já o princípio da publicidade defende a transparên‑
particular ou ainda para outro órgão público, emite um cia: todos temos que poder acompanhar o que fazem os
texto enquadrado no gênero. Já se a correspondência é administradores públicos.
escrita por uma empresa particular, não é redação oficial, Os dois têm aplicação óbvia à escrita, como se pode
mesmo que trate de assunto oficial. acompanhar nos atributos ou características da redação
oficial deles derivados: impessoalidade, uso do padrão
REDAÇÃO DE CORRESPONDÊNCIAS OFICIAIS

Dentro do gênero, Textos que tratam de normas, culto de linguagem, clareza, concisão, formalidade e
estão os atos normativos como lei, medida provisória e uniformidade.
decreto.
e as comuni­c ações.
Os  dois assuntos apare‑ Correspondências, como ofício
Atributos ou características da redação oficial
cem em partes separadas e memorando.
Impessoalidade
do Manual: Parte I –
As comunicações oficiais Segundo o Manual, a característica decorre:
e Parte II – Os atos nor‑
mativos. a) da ausência de impressões individuais de quem
comunica: embora se trate, por exemplo, de um
1
Aqui mencionado, a partir deste ponto, abreviadamente como Manual. Ver 2
Resposta: exposição de motivos.
Bibliografia. 3
Resposta: não.
6
expediente assinado por Chefe de determinada Uso do padrão culto de linguagem
Seção, é sempre em nome do Serviço Público que
é feita a comunicação. Obtém‑se, assim, uma dese‑ Este atributo é traduzido nos dois mandamentos a
jável padronização, que permite que comunicações seguir comentados.
elaboradas em diferentes setores da Administração
guardem entre si certa uniformidade; Obediência à gramática formal
b) da impessoalidade de quem recebe a comu‑ O texto oficial não pode incorrer em erros contra a
nicação, com duas possibilidades: ela pode ser gramática: ortografia, pontuação, concordância, regência,
dirigida a um cidadão, sempre concebido como etc. A frase a seguir, por exemplo, não é adequada:
público, ou a outro órgão público. Nos dois ca‑
sos, temos um destinatário concebido de forma
Em resposta ao Memorando 25-ZX de
homogênea e impessoal;
c) do caráter impessoal do próprio assunto tra‑
 29 de julho de 2009, informamos que...
tado: se o universo temático das comunicações
oficiais se restringe a questões que dizem respeito Falta a vírgula depois de “25-ZX”. Uma vez que o
ao interesse público, é natural que não cabe qual‑ memorando vem identificado pelos dois elementos, nú‑
quer tom particular ou pessoal. mero e data, o segundo deve vir intercalado:

Como se vê, a impessoalidade aplica‑se, em primeiro Em resposta ao Memorando 25-ZX, de


lugar, a quem escreve o texto, ao signatário. Aquele que  29 de julho de 2009, informamos que...
assina não é o remetente, não é o dono da correspondên‑
cia  – o emissor na redação oficial é sempre o Serviço Utilização de vocabulário simples
Público. O  redator não pode, portanto, deixar que sua As palavras e expressões utilizadas devem ser enten‑
visão, seus interesses ou sua vontade se reflitam no texto. didas por todos os usuários da língua. Para isso, há duas
Da mesma maneira, aplica‑se ao destinatário, que categorias de orientação:
não pode também influenciar a maneira como o texto é c) não utilizar (inclusão proibida): gíria, jargão téc‑
escrito. Não pode haver discriminação nem favorecimento. nico, regionalismo, linguagem rebuscada, constru‑
Por fim, aplica‑se ao assunto. Independentemente ções próprias da literatura;
da importância ou relevância social, por exemplo, todos d) evitar (inclusão somente quando indispensável):
os conteúdos devem merecer igual tratamento num texto termo técnico, neologismo e estrangeirismo.
oficial.
Esta é uma ilustração de texto inadequado quanto ao Exemplo de vocabulário inadequado:
atributo da impessoalidade:

Defendo que o projeto seja implantado  Infenso à loquacidade, nada falou.


 sem alterações.
A construção “Infenso à loquacidade” é de difícil
Quem escreve em nome do Serviço Público não pode entendimento, em razão das palavras pouco usuais, re‑
manifestar sua posição pessoal. O projeto deve ou não ser buscadas. Possível correção:
implantado sem alterações, de acordo com critérios obje‑
tivos e relacionados apenas ao interesse público? Essa é a
questão que interessa analisar no caso de nossa ilustração.
 Contrário à tagarelice, nada falou.

Mais apropriado, portanto, seria dizer:


Clareza
O projeto deve ser implantado sem
 alterações. Para que o texto possa ser considerado claro, tem que
ser entendido:
Observe: a) por todos os leitores: a redação deve permitir o
a) a primeira pessoa do plural (nós) é utilizada nos entendimento pelo conjunto dos usuários da língua;
expedientes oficiais; b) da mesma maneira: se todos entendem, mas o
b) o uso da primeira pessoa do singular (eu) não carac‑ entendimento não é único, o texto não é claro;
teriza, por si só, um desrespeito à impessoalidade. c) imediatamente: a compreensão da mensagem não
REDAÇÃO DE CORRESPONDÊNCIAS OFICIAIS

Veja a diferença entre estas frases: pode tomar muito tempo do leitor.

O texto claro evita principalmente:


Avalio a proposta como brilhante.
 a) ambiguidade ou anfibologia: não deve haver a
possibilidade de duplo entendimento. Por exemplo,
a frase
Solicito a compra de duas impressoras
 para o Setor. Quando me encontrei com você e seu
 irmão, eu lhe entreguei a fotografia.
Apenas a primeira infringe a norma da impessoalida‑
de, por adotar tom subjetivo. Já a segunda é impessoal: não é clara. Entregou a fotografia a quem? O “lhe”
o texto é escrito em nome do setor, sem interferência tanto pode estar se referindo a “você”, como a “seu
subjetiva do signatário. irmão”. Exemplo de possível correção:
7
Entreguei a você a fotografia, quando concisão, que tem a ver com a maneira de dizer, significa
 o encontrei juntamente com seu irmão. economia na quantidade de palavras.
Mas atenção: recomendar concisão e objetividade
não equivale a defender o laconismo, que é a caracterís‑
b) obscuridade: deve‑se eliminar a complexidade,
tica de ser incompleto, com lacunas, truncado. O texto
a redação difícil de acompanhar. Veja:
lacônico elimina indevidamente o que é essencial para
o entendimento e tem, portanto, um defeito. Não se
Ao prefeito, fez questão o contibuinte deve cortar o que é necessário para o entendimento da
de, sem demora, em resposta pronta ao mensagem.
que considerara, com razão, falta de Confira alguns exemplos clássicos de falta de con‑
respeito do atendente que o houvera cisão:
 destratado, entregar, em público, apesar
da recusa inicial da autoridade, uma
nota de protesto, redigida de próprio
punho, em que, com vigor, exigia pu‑
Em vez de  Prefira 
nição para o faltoso. Venho, por meio desta, informar Informamos
O objetivo deste é convidar Convidamos
A frase tende a dar trabalho para ser entendida pelo Temos a enorme honra de comunicar Comunicamos
leitor. O tamanho exagerado e a grande quantidade
de intercalações explicam essa maior dificuldade Essas expressões, geralmente utilizadas na introdução
de compreensão. Agora veja um exemplo de pos‑ das correspondências, são dispensáveis. Não é preciso
sível correção: anunciar o que vai ser feito – basta fazer.
Anexo à presente o documento Anexo o documen­
O contribuinte apresentou ao prefeito Anexa segue a cópia to
uma nota de protesto contra atendimen‑ Anexa a cópia
to desrespeitoso que havia recebido
 numa repartição municipal. A entrega Se é anexo, é  “à presente” e “segue”. Anexo já diz
foi em público, apesar da recusa inicial tudo isso.
da autoridade.
Em seu memorando datado de 8 Em seu memo­
c) pedantismo: é melhor não procurar impressionar o de julho rando de 8 de julho
leitor com um texto rebuscado. Além de, na maioria
das vezes, soar falsa, a redação cheia de palavras O datado é redundante.
difíceis e expressões pouco usuais costuma des‑ A reunião ocorrerá no próximo dia A reunião ocorrerá
pertar a antipatia do leitor. Sem contar que não é 5 de maio do corrente ano em 5 de maio
entendida. Veja um exemplo de texto pedante e,
por isso, inadequado: Se o texto diz “5 de maio”, não há dúvida de que é
o próximo e do corrente ano. Caso contrário, o texto
O pândego irrompeu pelo recinto informaria.
 fazendo alarido, não obstante sua per‑
manência ter sido assaz fugaz.
Aproveitamos a oportunidade para −
A expressão até poderia caber, se o texto fosse mudar de
Exemplo de possível correção: assunto. Mas mudar de assunto numa correspondência é
inadequado: assuntos diferentes podem ter responsáveis
O brincalhão apareceu de repente gri‑ diferentes no destino e arquivo diferente na origem,
 tando no local, embora sua permanên‑
cia tenha sido muito rápida.
o que levaria a aumento de custos administrativos com
cópias e manipulação.
Sem mais para o momento −
Colocamo‑nos à disposição para −
REDAÇÃO DE CORRESPONDÊNCIAS OFICIAIS

Concisão
dirimir eventuais dúvidas
O texto conciso é aquele que economiza palavras: Expressões dispensáveis: se houvesse mais para o
“máximo de informações com um mínimo de palavras”. momento, estaria no texto; se houver alguma dúvida,
O Manual explica o que deve ser feito para conseguir con‑ é  óbvio que o autor deverá estar à disposição para
cisão: “cortar palavras inúteis, redundâncias, passagens dirimi‑las. Sem contar que “dirimir” é palavra pouco
que nada acrescentem ao que já foi dito.” É a qualidade usual e, portanto, inadequada.
do texto enxuto.
A concisão é muitas vezes confundida com objeti‑ A solução definitiva para o problema A solução
vidade. No entanto, objetivo é o texto que vai direto ao
ponto. O que tem que ser dito é dito sem rodeios. Significa Se não é definitiva, não é solução. E, se é solução, é para
economia na quantidade de informações ou ideias. Já a o problema.
8
Formalidade As comunicações oficiais

Formalidade é distância de respeito em relação ao O capítulo abrange os diversos tipos de correspondên‑


destinatário do texto. O comportamento formal é cerimo‑ cia ou expediente utilizados no Serviço Público.
nioso, regido por regras. Assim deve agir quem escreve
em nome do Serviço Público. Regras gerais
O Manual inclui na característica:
Começamos falando das regras que valem para todos
a) uso correto do pronome de tratamento: o pronome os expedientes oficiais.
é utilizado de acordo com o cargo do destinatário.
Veja exemplo de trecho inadequado de correspon‑ Pronomes de tratamento
dência endereçada a um governador:
O pronome de tratamento equivale a um pronome
pessoal e é utilizado em referência ao interlocutor, como
Vossa Senhoria receberá o equipamento
 no próximo mês.
Vossa Excelência e Vossa Senhoria (formas de cerimônia),
mas também o senhor, a  senhora, a  senhorita e você
(menos formais).
Correção: Vamos tratar aqui das formas de cerimônia, que são
as utilizadas nas correspondências.
Este tipo de pronome é uma marca de formalidade no
Vossa Excelência receberá o equipa‑ tratamento com os interlocutores do Serviço Público. Em
 mento no próximo mês. vez dos usuais o senhor ou a senhora, o redator dos textos
oficiais deve utilizar o pronome de tratamento adequado
ao cargo a quem for dirigida a comunicação.
O erro é que o pronome de tratamento para o go‑ Assim, é  inadequado escrever, porque não está de
vernador é Vossa Excelência; acordo com o nível de formalidade exigido para uma
correspondência oficial:
b) polidez, civilidade: o texto deve ser educado, res‑
peitoso. O trecho a seguir não é polido e, assim, Convidamos o Senhor para uma reu‑
não pode estar num texto oficial:  nião (...).

O correto é, por exemplo:


O comportamento de Vossa Excelência
 foi uma palhaçada.
Convidamos Vossa Excelência para
Palhaçada é um desaforo, o que é inaceitável nos
 uma reunião (...).
textos do gênero. Preferível: O pronome de tratamento pode aparecer de duas
formas, conforme a situação:
O comportamento de Vossa Excelência
 foi inadequado. Vossa
Quando em referência ao destinatário da corres‑
pondência, àquele com quem se fala. Exemplos:
Uniformidade ou Padronização Vossa Excelência, Vossa Senhoria, Vossa Emi‑
nência.
Os textos oficiais seguem um padrão. Não cabe ao
redator escolher como vai formatar suas mensagens. Sua
A maneira como deve ser escrito o vocativo, por exemplo, Quando em referência a um terceiro, àquele em
quem se fala.
não depende da vontade do usuário. Para ilustrar, podemos
Exemplos: Sua Excelência, Sua Senhoria, Sua
dizer que, numa correspondência dirigida a um secretário Eminência.
de prefeitura, é inadequado o seguinte vocativo:
REDAÇÃO DE CORRESPONDÊNCIAS OFICIAIS

Embora as formas de tratamento iniciadas por Vossa


sejam da segunda pessoa da comunicação ou do discurso,
 Exmº Sr. Secretário, porque se referem ao receptor, a concordância verbal e
pronominal é com a terceira pessoa. Assim:
Correção: O VERBO VAI PARA A TERCEIRA PESSOA:
Vossa Excelência informou.
Vossa Senhoria conhece.
 Senhor Secretário,
O PRONOME POSSESSIVO VAI PARA A
TERCEIRA PESSOA:
Como se verá a seguir em As Comunicações Oficiais, Vossa Excelência dará seu despacho.
o secretário deve receber o vocativo comum. Vossa Senhoria manifestou sua posição.
9
Já a concordância nominal depende do gênero do (...)
destinatário da correspondência: Senhor Secretário, Vocativo

Vossa Excelência está certo. (Gênero masculino)


Vossa Excelência está certa. (Gênero feminino) Em resposta ao Memorando 456-XX,
de 20 de julho de 2009, enviamos a Corpo
O emprego do pronome de tratamento ajusta‑se ao cópia solicitada.
destinatário, como especificado nas tabelas a seguir. (...)
Vossa Excelência
Vocativos especiais
a) Poder Executivo: Presidente da República; Vi‑
Os chefes de poder federal recebem, no vocativo,
ce‑Presidente da República; Ministros de Estado
a expressão Excelentíssimo Senhor seguida do cargo:
(Nos termos do Decreto no 4.118, de 7 de fevereiro
de 2002, art. 28, parágrafo único, são Ministros
de Estado, além dos titulares dos Ministérios: o Excelentíssimo Senhor Presidente da República,
Chefe da Casa Civil da Presidência da República, Excelentíssimo Senhor Presidente do Congresso
o Chefe do Gabinete de Segurança Institucional, Nacional,
o  Chefe da Secretaria‑Geral da Presidência da Excelentíssimo Senhor Presidente do Supremo
República, o Advogado‑Geral da União e o Chefe Tribunal Federal,
da Corregedoria‑Geral da União); Governadores
e Vice‑Governadores de Estado e do Distrito Para esses três cargos, todas as expressões devem vir
Federal; Oficiais‑Generais das Forças Armadas; sempre por extenso: Vossa Excelência, Excelentíssimo
Embaixadores; Secretários‑Executivos de Minis‑ Senhor.
térios e demais ocupantes de cargos de natureza
especial; Secretários de Estado dos Governos Outros vocativos especiais:
Estaduais; Prefeitos Municipais.
b) Poder Legislativo: Deputados Federais e Sena‑ reitor:
dores; Ministros do Tribunal de Contas da União; Magnífico Reitor,
Deputados Estaduais e Distritais; Conselheiros
dos Tribunais de Contas Estaduais; Presidentes papa:
das Câmaras Legislativas Municipais. Santíssimo Padre,
c) Poder Judiciário: Ministros dos Tribunais Supe‑
riores; Membros de Tribunais; Juízes; Auditores cardeal:
da Justiça Militar. Eminentíssimo Senhor Cardeal,
Outros pronomes de tratamento ou
Eminentíssimo e Reverendíssimo Senhor
Reitor – Vossa Magnificência; Papa – Vossa Santidade;
Cardeal,
Cardeal  – Vossa Eminência ou Vossa Eminência Re‑
verendíssima; Arcebispo e Bispo  – Vossa Excelência
Reverendíssima; Monsenhor, Cônego e superiores Regra geral
religiosos – Vossa Reverendíssima ou Vossa Senhoria Para as autoridades não enquadradas nos casos ante‑
Reverendíssima; sacerdotes, clérigos e demais religio‑ riores e para os particulares, o vocativo é formado pela
sos: Vossa Reverência. expressão Senhor ou Senhora seguida do cargo ou do
nome, conforme o caso. Alguns exemplos:
Vossa Senhoria
Por exclusão, as  demais autoridades e particulares. Senhor Ministro,
Quer dizer, quem não estiver nas listagens de Vossa Senhora Governadora,
Excelência ou Outros pronomes de tratamento acima, Senhora Senadora,
recebe Vossa Senhoria. Senhor Secretário,
Senhor Juiz,
Observe um exemplo de como utilizar as tabelas: a
lista de cargos do Poder Legislativo que recebem o tra‑ Senhora Diretora,
REDAÇÃO DE CORRESPONDÊNCIAS OFICIAIS

tamento Vossa Excelência termina com “Presidentes das Senhor Coordenador,


Câmaras Legislativas Municipais”. Assim, o Presidente Senhora Fulana de Tal,
da Câmara é Vossa Excelência, mas o Vereador, que não
aparece na lista, é Vossa Senhoria. Convém relembrar que Endereçamento no envelope
estamos nos referindo ao tratamento dado nas correspon‑
dências emitidas pelo Poder Executivo federal. Para os cargos que recebem o tratamento de Vossa
Excelência, o endereçamento é assim:
Vocativo • na primeira linha, a expressão A Sua Excelência o
O vocativo é a expressão que é utilizada para chamar Senhor ou A Sua Excelência a Senhora;
a atenção do destinatário da correspondência ou invocá‑lo. • na segunda linha, o nome;
É a parte do expediente que aparece imediatamente antes • na terceira linha, o cargo;
do corpo: • a partir da quarta linha, o endereço completo.
10
Exemplos4: Identificação do signatário

A Sua Excelência o Senhor Identifica‑se a pessoa que assina a correspondência


Fulano de Tal da seguinte maneira, logo abaixo da assinatura:
Ministro de Estado da Justiça • na primeira linha, o nome;
70064-900 – Brasília. DF • na segunda linha, o cargo.
Observe como não há
crase antes das formas
de tratamento de ceri‑
Exemplos do Manual:
A Sua Excelência o Senhor
mônia5.
Fulano de Tal (espaço para assinatura)
Juiz de Direito da 10a Vara Cível NOME
Rua ABC, no 123 Chefe da Secretaria‑Geral da Presidência da República
01010-000 – São Paulo. SP
5 (espaço para assinatura)
Como se pode verificar nos exemplos do Manual, no NOME
endereçamento para senador ou deputado, o cargo vem Ministro de Estado da Justiça
antes do nome, já na segunda linha, como a seguir6:
Padrão ofício
A Sua Excelência o Senhor
É o conjunto de regras aplicáveis a ofício, aviso e
Senador Fulano de Tal memorando.
Senado Federal
70165-900 – Brasília. DF Estrutura
Para os que recebem o tratamento de Vossa Senhoria, As partes comuns a esses três tipos de correspon‑
subscrita‑se o envelope assim: dência são7:
• na primeira linha, a  expressão Ao Senhor ou
À Senhora; a) número: tipo da correspondência + número + sigla
• na segunda linha, o nome; do órgão remetente. Exemplos:
• na terceira linha, o cargo, quando for o caso;
• a seguir, o endereço completo. Mem. 123/2002-MF Aviso 123/2002-SG Of. 123/2002-MME

Este é o exemplo do Manual: O ano, que aparece nesses exemplos, não é citado
na norma do Manual sobre a formação do número.
Ao Senhor Como não aparece em outros exemplos, pode‑se
Fulano de Tal entender que, para o Manual, não seria obrigatório.
Rua ABC, nº 123 Dessa forma, os exemplos poderiam ser reescritos
12345-000 – Curitiba. PR da seguinte maneira:

Doutor Mem. 123-MF Aviso 123-SG Of. 123-MME

b) local e data: mês por extenso, alinhamento à


Doutor é título acadêmico reservado a quem concluiu
direita. Exemplo:
curso universitário de doutorado. O  Manual admite,
porém, que seja utilizado também para bacharéis, espe‑ Brasília, 15 de março de 1991.
cialmente em Direito e Medicina, por força do costume.
Observe: o ponto depois da data é obrigatório.
Fechos
c) destinatário: identificação do receptor. Aparece
São dois os fechos utilizados nas correspondências em ofício, aviso e memorando, mas com formas
oficiais: distintas, como especificado em Ofício, Aviso e
Memorando.
Respeitosamente,
• para superiores hierárquicos, incluído o presi‑ d) assunto: tema da correspondência. Exemplo do
REDAÇÃO DE CORRESPONDÊNCIAS OFICIAIS

dente da República. Manual:

Atenciosamente, Assunto: Produtividade do órgão em 2002.


• para os demais casos: mesma hierarquia, hie‑
rarquia inferior ou para as situações em que Observe: alinhado à esquerda, o assunto vem em
não há relação hierárquica entre destinatário e negrito. Como o ponto não é utilizado em todos
signatário. os exemplos do Manual, pode‑se entender que não
seria obrigatório.
O assunto é genérico, e sua inclusão tem a finali‑
4
Manual. dade de facilitar a distribuição da correspondência
5
Aliás, as formas de tratamento que admitem o acento indicativo de crase são
senhora e senhorita. Alguns gramáticos registram também o acento antes de no destino e o arquivamento na origem.
dona e madame.
6
Manual.
7
Os exemplos são do Manual.
11
e) texto: corpo da correspondência. A organização Já quando o encaminhamento é por iniciativa do
do texto depende do gênero do expediente, se remetente, deve começar dizendo qual é a razão
informativo ou argumentativo. do envio. Exemplo:
Para classificar quanto ao gênero, é  necessário Encaminho, para pronunciamento, o Ofício 859-
identificar o tipo do objetivo da correspondência. AD, de 29 de maio de 2009, do Departamento
Objetivo é a razão de ser da correspondência, aquilo Geral de Administração, que trata da requisição
para o que ela é escrita. Por exemplo, o objetivo pode do servidor Fulano de Tal.
ser convidar para uma reunião, fazer uma solicitação,
responder a um expediente, propor alguma coisa. f) fecho;
Dizemos, então, que a correspondência é argumen‑ g) assinatura;
tativa quando o objetivo é do tipo que exige defesa, h) identificação do signatário.
fundamentação (solicitação ou proposta, por exem‑
plo). Nos demais casos (convite, envio de documento, Diagramação
comunicação), dizemos que é informativa.
A diagramação dos expedientes do padrão ofício deve
Correspondência argumentativa obedecer às seguintes orientações9:

Estrutura: a) deve ser utilizada fonte do tipo Times New


Introdução: apresentação do objetivo. Lembra o Roman de corpo 12 no texto em geral, 11 nas
Manual que deve ser evitado o uso de expressões citações, e 10 nas notas de rodapé;
como: b) para símbolos não existentes na fonte Times
New Roman poder‑se‑á utilizar as fontes Symbol
e Wingdings;
Tenho a honra de...
 Tenho o prazer de...
c) é obrigatório constar a partir da segunda página
o número da página;
Cumpre‑me informar que... d) os ofícios, memorandos e anexos destes po‑
derão ser impressos em ambas as faces do papel.
Deve‑se ir direto ao objetivo, como no exemplo: Neste caso, as margens esquerda e direita terão as
distâncias invertidas nas páginas pares (“margem
espelho”);
 Informamos que...
e) o início de cada parágrafo do texto deve ter 2,5
cm de distância da margem esquerda;
Desenvolvimento: fundamentação, defesa do ob‑ f) o campo destinado à margem lateral esquerda
jetivo. Cada argumento em seu próprio parágrafo. terá, no mínimo, 3,0 cm de largura;
Conclusão: reafirmação do objetivo. g) o campo destinado à margem lateral direita
terá 1,5 cm;
Numeração de parágrafos: h) deve ser utilizado espaçamento simples entre
A correspondência argumentativa tem todos os as linhas e de 6 pontos após cada parágrafo, ou,
parágrafos numerados, da introdução até a con‑ se o editor de texto utilizado não comportar tal
clusão, “exceto nos casos em que estes estejam recurso, de uma linha em branco;
organizados em itens ou títulos e subtítulos”8. i) não deve haver abuso no uso de negrito, itálico,
sublinhado, letras maiúsculas, sombreado, som‑
Correspondência informativa bra, relevo, bordas ou qualquer outra forma de
formatação que afete a elegância e a sobriedade
Estrutura: do documento;
Introdução: apresentação do objetivo. É  a única j) a impressão dos textos deve ser feita na cor
parte estrutural obrigatória na correspondência preta em papel branco. A  impressão colorida
informativa. deve ser usada apenas para gráficos e ilustrações;
Desenvolvimento: aparece apenas quando existe k) todos os tipos de documentos do Padrão Ofício
a necessidade de acrescentar algum comentário. devem ser impressos em papel de tamanho A-4,
ou seja, 29,7 x 21,0 cm;
REDAÇÃO DE CORRESPONDÊNCIAS OFICIAIS

Lembra o Manual que, no caso de encaminhamento l) deve ser utilizado, preferencialmente, o forma‑
de documento ou cópia em razão de solicitação do to de arquivo Rich Text nos documentos de texto;
destinatário, deve‑se iniciar a resposta pela referên‑ m) dentro do possível, todos os documentos ela‑
cia à correspondência que está sendo respondida. borados devem ter o arquivo de texto preservado
para consulta posterior ou aproveitamento de
Exemplo: trechos para casos análogos;
Em resposta ao Mem. 182-DA, de 1º de junho n) para facilitar a localização, os nomes dos ar‑
de 2009, encaminho cópia do Ofício 859-AD, de quivos devem ser formados da seguinte maneira:
29 de maio de 2009, do Departamento Geral de tipo do documento + número do documento +
Administração, que trata da requisição do servidor palavras‑chaves do conteúdo
Fulano de Tal. Ex.: “Of. 123 – relatório produtividade ano 2002”
8
Manual. 9
Manual.
12
de motivos e mensagem (ver itens Avulso, Exposição de
COMUNICAÇÃO motivos e Mensagem).
Ofício
EXTERNA
Forma
Definição
É a modalidade de texto oficial utilizada para comuni‑ Adota o padrão ofício, com a particularidade de que
cação externa. Quer dizer, é o expediente que sai do órgão é o único dos três textos que traz identificação completa
de onde emitido, excetuados os casos de aviso, exposição do destinatário, com nome, cargo e endereço.

Exemplo10:

1,5cm
REDAÇÃO DE CORRESPONDÊNCIAS OFICIAIS

10
Manual.
13

REDAÇÃO DE CORRESPONDÊNCIAS OFICIAIS

MINISTRO PARA
Aviso
MINISTRO

Definição
É a modalidade de texto oficial utilizada por ministros de Estado para comunicação com outro ministro.

Forma
Adota o padrão ofício, com a particularidade de que traz o destinatário identificado por nome e cargo.
14
Exemplo11:

1,5cm
REDAÇÃO DE CORRESPONDÊNCIAS OFICIAIS

Memorando COMUNICAÇÃO
INTERNA

Definição
É a modalidade de texto oficial utilizada para comunicação entre unidades administrativas de um mesmo órgão.
Em oposição ao ofício, portanto, podemos dizer que é utilizado para comunicação interna.


11
Manual.
15
Forma
Adota o padrão ofício, com duas diferenças específicas em relação a ofício e aviso:

a) traz o destinatário identificado apenas pelo cargo:

Ao Sr. Chefe do Departamento de Administração


Ao Sr. Subchefe para Assuntos Jurídicos

b) não tem vocativo.

Tramitação
O Manual destaca a agilidade como a principal característica do memorando. Por isso, recomenda que o tratamento
dado pelo receptor seja o menos burocrático possível, devendo o documento ser considerado ele próprio um processo
simplificado. Quer dizer, os despachos, os encaminhamentos, devem ficar registrados no papel do memorando, sem
necessidade de ir anexando novos documentos a cada trâmite.

Exemplo12:

1,5cm

REDAÇÃO DE CORRESPONDÊNCIAS OFICIAIS

12
Manual.
16
Outras comunicações oficiais República ou o vice‑presidente da República. Quando
assinada por mais de um ministro, chama‑se interminis‑
Tratamos aqui das modalidades que não são abrangi‑ terial.
das pelo padrão ofício.
Forma
Adota parcialmente o padrão ofício, com a particula‑
Exposição de motivos MINISTRO PARA ridade de que não traz destinatário nem assunto. Quando
PRESIDENTE é argumentativa, além de o corpo do texto ser organizado
normalmente em introdução, desenvolvimento e conclusão
Definição (ver Estrutura “e”), ainda deve ser acompanhada de for‑
É a modalidade de texto oficial utilizada para comu‑ mulário anexo, com o resumo do raciocínio que embasa a
nicação entre um ministro de Estado e o presidente da proposta encaminhada ao Presidente da República.

Exemplo13:

1,5cm
REDAÇÃO DE CORRESPONDÊNCIAS OFICIAIS

13
Manual.
17
Modelo do anexo : 14

Anexo à Exposição de Motivos do (indicar nome do Ministério ou órgão equivalente) no , de de de 200 .

1. Síntese do problema ou da situação que reclama providências

2. Soluções e providências contidas no ato normativo ou na medida proposta

3. Alternativas existentes às medidas propostas


Mencionar:
• se há outro projeto do Executivo sobre a matéria;
• se há projetos sobre a matéria no Legislativo;
• outras possibilidades de resolução do problema.

4. Custos
Mencionar:
• se a despesa decorrente da medida está prevista na lei orçamentária anual; se não, quais as alternativas para custeá-la;
• se é o caso de solicitar-se abertura de crédito extraordinário, especial ou suplementar;
• valor a ser despendido em moeda corrente.

5. Razões que justificam a urgência (a ser preenchido somente se o ato proposto for medida provisória ou projeto
de lei que deva tramitar em regime de urgência)
Mencionar:
• se o problema configura calamidade pública;
• por que é indispensável a vigência imediata;
• se se trata de problema cuja causa ou agravamento não tenham sido previstos;
• se se trata de desenvolvimento extraordinário de situação já prevista.

6. Impacto sobre o meio ambiente (sempre que o ato ou medida proposta possa vir a tê-lo)

7. Alterações propostas
Texto atual Texto proposto

8. Síntese do parecer do órgão jurídico



Com base em avaliação do ato normativo ou da medida proposta.

Mensagem ENTRE CHEFES


DE PODER

Definição
REDAÇÃO DE CORRESPONDÊNCIAS OFICIAIS

É a modalidade de texto oficial utilizada para comunicação entre os chefes de Poder.

Forma
São estas as partes do documento:
a) Número do expediente, primeira linha, alinhamento à esquerda, formado pela expressão Mensagem seguida do
número.
b) Vocativo: a expressão Excelentíssimo Senhor seguida do cargo.
c) Texto.
d) Local e data, alinhamento à direita.
e) Assinatura, sem identificação do signatário.

14
Manual.
REDAÇÃO DE CORRESPONDÊNCIAS OFICIAIS

15
18

Manual.
Exemplo15:

1,5cm
19
Mensagens urgentes Forma
Não tem estrutura definida.
O Manual apresenta três modalidades de envio de
mensagens urgentes no Serviço Público: telegrama, fax
e correio eletrônico. ENVIO
Fax (fac‑símile)
ANTECIPADO
URGÊNCIA E
Telegrama
CONCISÃO Definição
É o meio de transmissão para mensagens urgentes e
para antecipação do envio de documentos, quando não for
Definição possível utilizar correio eletrônico, modalidade pela qual
É o meio de transmissão de mensagens urgentes que vem sendo gradativamente substituída.
utiliza o telégrafo ou o telex.
Tecnologicamente ultrapassada, é  também a forma Forma e arquivamento
mais cara dentre as modalidades oficiais para mensagens Não tem estrutura definida: o documento enviado
urgentes. Por isso, só deve ser utilizada se não for possível mantém sua forma.
o uso de correio eletrônico ou fax. Assim mesmo, deve O fax recebido deve ser arquivado em cópia, para
ser dada uma atenção especial à concisão: o texto precisa preservar o texto de deterioração.
ser o mais enxuto possível. O fax tem geralmente uma folha de rosto:

[Órgão Expedidor]
[setor do órgão expedidor]
[endereço do órgão expedidor]
Destinatário:________________________________________________________________________________
Nº do fax de destino:___________________________________________________ Data:_______/_____/____
Remetente: _________________________________________________________________________________
Tel. p/ contato:_______________________ Fax/correio eletrônico:___________________________________
Nº de páginas: esta +_____________________________________Nº do documento:_____________________
Observações:________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________

Correio eletrônico MEIO URGENTE Circular VÁRIOS


(e‑mail) PREFERENCIAL DESTINATÁRIOS

Definição
Comunicação via internet é  o meio de transmissão Definição
preferencial para mensagens urgentes no Serviço Público. Correspondência remetida ao mesmo tempo a vários
destinatários. Exemplos: memorando circular, enviado
Forma a vários destinatários internos; ofício circular, enviado a
Flexível por natureza, não tem estrutura definida. vários destinatários externos.
Mesmo assim, a linguagem utilizada deve seguir o padrão Em oposição à circular, a correspondência endereçada
das comunicações oficiais. para um só destinatário denomina‑se singular.
Quando não for possível utilizar o recurso automático
de confirmação de leitura, deve‑se pedir essa confirmação
no texto do correio. Forma
Como determina a lei, deve haver certificação digital Adota a forma do documento original. Exemplo: se
quando houver a necessidade de valor documental para memorando, forma de memorando; se ofício, forma de
REDAÇÃO DE CORRESPONDÊNCIAS OFICIAIS

o correio eletrônico. ofício.

Outros textos administrativos

As questões de redação oficial nas provas de concursos Ata


RELATO DE
costumam incluir textos administrativos que não se encon‑ REUNIÃO
tram no Manual. Entre eles, aparece o requerimento, que nem
se enquadra na definição de redação oficial (ver Definição,
p. 100), já que não pode originar‑se num órgão público. Definição
Trataremos dos que mais comumente caem em con‑ Documento que faz o relato circunstanciado de uma
cursos. Como não há norma oficial para tais documentos, reunião.
as  orientações são baseadas no consenso observado na Traz cada registro com as particularidades necessárias
prática. para caracterizá‑lo. Não se trata de detalhar exaustiva‑
20
mente o que ocorre na reunião, mas de anotar o que seja Exemplo:
suficiente para entender as decisões e os comunicados
registrados. 1.
Título ATA DA REUNIÃO...

Forma 2. Aos seis dias de abril de dois mil e nove, às quinze


Tem as seguintes partes:
Introdução horas, na sala da Diretoria, reuniu-se a Assembleia
... para deliberar acerca de ... Constatada a presença
a) Título, primeira linha, com a identificação da 3.
de número regimental de associados, o Sr. Presidente
Desenvolvimento
reunião. Exemplo: Ata da reunião de tal data; deu por aberta a sessão. Inicialmente, foi dada a pala‑
Ata da reunião ordinária de tal data; Ata da reu‑ 4.
vra ao Sr. ..., que ... Nada mais havendo a tratar, o Sr.
Presidente declarou encerrada a sessão, da qual eu,
nião Nº tal.
Fecho
..., Secretário, lavrei a presente ata, que vai assinada
b) Corpo: texto, dividido em: por mim e pelos presentes.-----------------------------
Brasília, 6 de abril de 2009. Fulano de Tal Beltrano
• Introdução: caracterização da reunião  – quem 5.
Local e data / das Anzóis Pereira Sicrana Etc.
esteve reunido, onde, quando, para tratar de qual assinaturas

assunto.
• Desenvolvimento: relato propriamente dito da
reunião. Costuma começar com alguma obser‑
vação relativa a quórum. Exemplos: Constatada PEDIDO
a presença do número regimental de associados; Requerimento
PESSOAL
Constatada a presença de tantos por cento dos
associados; Constatada a presença de tantos
Definição
associados; etc.
Solicitação de providência relacionada a direito pessoal.
• Fecho: fórmula que encerra o relato. Exemplo: É texto argumentativo, que fundamenta o pedido
Nada mais havendo a tratar, o Senhor Presidente (tese) pela apresentação do dispositivo da norma em que
deu por encerrada a sessão, da qual eu, Fulano se baseia (argumento).
de Tal, lavrei a presente ata, que vai assinada por
mim e pelos demais presentes. Forma
Observe: no corpo, datas, valores, números e Tem as seguintes partes:
percentuais são escritos por extenso. a) Título: centralizado. Exemplo:
c) Local e data, centralizados. Esta data refere‑se não
ao dia da reunião (que já aparece na introdução), REQUERIMENTO
mas ao da assinatura ou aprovação da ata. b) Vocativo/Destinatário: geralmente um dos dois.
d) Assinaturas dos participantes, uma ao lada da Exemplos:
outra ou uma abaixo da outra. Em qualquer caso,
deve‑se inutilizar com um traço eventual espaço Senhor Chefe do Departamento Tal, (vocativo)
em branco. ou
Ao Sr. Chefe do Departamento Tal (destinatário)
Medidas de segurança
Como é um documento, a  ata obedece a algumas c) Corpo: texto dividido em:
medidas de segurança: • Identificação: caracterização do requerente – ci‑
• o corpo tem apenas um parágrafo, com a elimina‑ vil (nome, nacionalidade, estado civil, ocupação,
identidade, CPF, endereço) ou funcional (nome,
ção de espaços em branco; matrícula, função, localização).
• não pode haver rasuras. Eventuais erros são corri‑ • Solicitação: pedido relacionado a direito pessoal.
gidos de duas maneiras: • Enquadramento: citação do dispositivo de norma
– digo, para erros identificados no momento em que dá origem ao direito reclamado.
que cometidos:
d) Fecho: pode aparecer em diversas formas:
O projeto será coordenado pelo Senhor Secretá‑ • tradicional:
rio, digo, Tesoureiro;
REDAÇÃO DE CORRESPONDÊNCIAS OFICIAIS

Nestes Termos
Pede Deferimento
– em tempo, para erros identificados posterior‑
mente: Observação: embora arcaico, o  fecho ainda é
utilizado. Note que o correto é Nestes (nestes
Onde se lê “O projeto será coordenado pelo termos equivale a nos termos deste documento),
Senhor Secretário”, leia‑se: “O projeto será co‑ da mesma maneira que se diz “este ofício”, “este
ordenado pelo Senhor Tesoureiro”. ---------------- memorando”.

• no caso de atas escritas à mão, os livros onde são • outras formas:


registradas trazem páginas numeradas e rubricadas – Atenciosamente,
por quem assina o termo de abertura do livro. – Respeitosamente,
21
e) Assinatura, não seguida da identificação do sig‑ baseado em conhecimento técnico (particular) ou funcio‑
natário, que já aparece no corpo. nal (oficial) do signatário. Exemplos:

Exemplo: ATESTO que Fulano de Tal necessita de sete dias


de repouso (...).
1. Título REQUERIMENTO (Base: conhecimento técnico; emissão: particular)

2. Vocativo / Sr. Diretor da ..., ATESTO que Fulano de Tal exerce a função tal,
Destinatário neste Departamento, desde 10 de julho de 2009.
3. Campo FULANA DE TAL, brasileira, (Base: conhecimento funcional; emissão: oficial)
- Identificação solteira , comerciária, CI, CPF, resi‑
- solicitação Devem ser evitados inícios como “ATESTO para os
dente na ..., nesta cidade, requer ..., devidos fins”, porque são pouco concisos. A  afirmação
- enquadramento com base no disposto no art. 1º do... deve ser direta: “ATESTO que”.
4. Fecho N. TERMOS
P. DEFERIMENTO DOCUMENTO
Certidão
5. Local e data Brasília, 6 de abril de 2009. ARQUIVADO
6. Assinatura Fulana de Tal
Definição
Documento emitido no Serviço Público, traz afir‑
Declarações mação sobre o conteúdo de documento arquivado sob a
responsabilidade do signatário. Exemplos:
São os documentos que contêm afirmação baseada em
conhecimento pessoal, técnico ou funcional do signatário. CERTIFICO que, sob os números e na data acima,
O gênero de texto inclui os seguintes tipos principais: foi registrado o nascimento de Fulana de Tal, do
declaração, atestado e certidão. sexo feminino, nascida aos tantos dias do mês
Declaração não é correspondência. Por isso, não tem tal do ano tal, às tantas horas, no Hospital Tal,
destinatário. Seus elementos são: filha de Sicrano de Tal e de Beltrana de Tal. (...)
a) Interessado: sobre quem se faz a afirmação. (Base: conhecimento funcional; emissão: oficial)
b) Afirmação: o que se diz sobre o interessado.
c) Declarante: aquele que faz a afirmação. CERTIFICO que, às folhas tais do processo tal,
Embora o nome das diversas declarações seja adota‑ encontra‑se o despacho a seguir transcrito: “(...)”.
do de maneira mais ou menos arbitrária, não se costuma (Base: conhecimento funcional; emissão: oficial)
utilizar o título “declaração” para documentos emitidos
no Serviço Público.
Certificado HABILITAÇÃO

Declaração AFIRMAÇÃO
PARTICULAR
Definição
É a declaração sobre a habilitação de alguém ou de
Definição um estabelecimento, produto ou serviço em relação ao
Documento emitido por particular, traz afirmação cumprimento de uma exigência. Exemplos de certificado:
sobre situação ou fato baseada em conhecimento pessoal • emitido em nome de uma pessoa pela conclusão de
do signatário. Exemplo: curso ou participação em evento de treinamento;
DECLARO que conheço Fulano de Tal há cinco • emitido em nome de uma empresa pelo cumpri‑
anos e nada sei que o desabone. mento de exigências de qualidade.
(Base: conhecimento pessoal; emissão: particular) Exemplos de conteúdo:
Este tipo de declaração não é oficial e é abordada
aqui apenas com o objetivo de caracterizar melhor, por CERTIFICO que Fulano de Tal participou do
diferenciação, os demais documentos. Em situação seme‑ Curso X, com 120 horas de duração, realizado
lhante (afirmação sobre situação ou fato) e para atender à na Instituição Tal, em Brasília (DF), no período
de tanto a tanto.
REDAÇÃO DE CORRESPONDÊNCIAS OFICIAIS

distinção técnica que há entre os diversos tipos de declara‑


ção, o órgão público emite um atestado (ver Atestado)16. Forma da declaração
A declaração tem as seguintes partes:
SITUAÇÃO a) Título, primeira linha e geralmente centraliza‑
Atestado do, com a identificação do tipo da declaração:
OU FATO
DECLARAÇÃO, ATESTADO, CERTIDÃO ou
CERTIFICADO.
Definição b) Corpo: texto com a afirmação sobre o interessado.
Documento emitido por particular ou representante c) Local e data: geralmente centralizados.
do Serviço Público; traz afirmação sobre situação ou fato d) Assinatura: geralmente centralizada.
16
Apesar dessa distinção técnica, alguns órgãos públicos utilizam o nome de
e) Identificação do signatário: geralmente centrali‑
declaração. zada; traz nome numa linha e cargo na outra.
22
Exemplo: b) Análise: início do conteúdo argumentativo, traz
o confronto entre o dado da realidade e a norma
1. Título DECLARAÇÃO/ATESTATO/CERTIDÃO/ aplicável – trata‑se de verificar se o que ocorre ou
CERTIFICADO ocorreu está de acordo com a lei, o regulamento,
DECLARO/ATESTO/CERTIFICO que... o regimento, o orçamento, a portaria etc. Exemplo18:

2. Corpo Segundo a Norma 2007/312, de 7 de maio de


2007, a contratação de funcionários para o Insti‑
tuto só pode dar‑se por meio de concurso público.
Ao ignorar essa determinação, o Coordenador da
3. Local e data Brasília, 6 de abril de 2009.
Comissão de Recrutamento e Seleção agiu de
4. Assinatura Fulana de Tal forma irregular e tornou anulável a contratação
dos funcionários admitidos em 10 de setembro
5. Identificação NOME de 2009.
do signatário Cargo
c) Conclusão: segunda parte argumentativa, traz ava‑
liação da situação (normal ou anormal, regular ou
irregular) e sugestão de providências. Exemplo19:
POSIÇÃO SOBRE
Relatório
SITUAÇÃO Assim, a equipe entende que a situação quan‑
to à contratação de pessoal no Instituto é irregular
Definição e propõe as seguintes providências:
É texto administrativo escrito para prestar conta de a) determinar que sejam anulados os contratos dos
trabalho realizado. funcionários admitidos sem concurso em 10 de
O relatório subsidia decisão a ser tomada pelo desti‑ setembro de 2009, processo RH-2009/203;
natário. Por isso, é sempre conclusivo: apresenta sugestão b) multar o responsável, com fundamento no art. 5º
de caminho a ser tomado pelo superior, a quem dirigido, da Norma 2001/15, de 6 de janeiro de 2001, em
a partir do exame direto da situação feito pelo autor. R$ 3.500,00.
O relatório não é simples relato do ocorrido ou pre‑
senciado (narração). Deve trazer a posição do signatário Forma
sobre a situação examinada, o que significa dizer que é O relatório pode adotar a forma de um memorando
um texto argumentativo. comum (ver Memorando). Pode também aparecer em
forma específica, por exemplo:
Tipos a) Título;
No âmbito administrativo, pode ser de: b) Vocativo;
a) Função: escrito em razão de função desempenha‑ c) Corpo;
da. Exemplo: documento mensal emitido pelo d) Local e data;
responsável por órgão regional, para dar conta do e) Assinatura;
ali ocorrido no período. f) Identificação do(s) signatário(s).
b) Missão: escrito em razão de trabalho específico
atribuído a pessoa ou equipe, a ser realizado du‑ O corpo ou texto propriamente dito vem organizado em:
rante período de tempo definido. a) Introdução: geralmente contém identificação do
trabalho – quem fez esse trabalho, quando, onde,
Composição determinação (quem ou que documento determinou
O relatório serve para apoiar a decisão do superior a missão), objetivo e abrangência (foco) – e meto‑
sobre o assunto. Por essa razão, inclui necessariamente dologia adotada na missão. Exemplo20:
três tipos de conteúdo:
a) Registro: parte expositiva; traz os dados da rea‑ 1. Atendendo a determinação do Memorando
lidade obtidos por observação direta da situação, 115-YY, de 23 de março de 2009, a equipe for‑
exame de documento ou entrevista. Exemplo17: mada pelos auditores Pedro Branco e Eunice
REDAÇÃO DE CORRESPONDÊNCIAS OFICIAIS

Azul esteve no Instituto Alfa, no período de


O processo RH-2009/203 trata da contrata‑ 10 a 31 de julho de 2009, para apurar denúncia
ção de três funcionários para a Secretaria de Infor‑ de irregularidade na contratação de pessoal
mática do Instituto. No dossiê, estão os relatórios durante o primeiro semestre de 2009.
de entrevista com os candidatos, o currículo de 2. A equipe analisou todos os documentos de con‑
cada um deles e um parecer propondo o apro‑ tratação do período de abrangência da missão,
veitamento de Alberto Xis, Aline Zê e Augusta além de ter entrevistado os responsáveis pela
Erre, aprovado pelo Coordenador da Comissão área de recursos humanos do Instituto.
de Recrutamento e Seleção, Deocrácio Eme, em
10 de setembro de 2009.
Adaptado de Argumentação e Relatório.
18

Adaptado de Argumentação e Relatório.


19
17
Adaptado de Argumentação e Relatório. Adaptado de Argumentação e Relatório.
20
23
b) Desenvolvimento: pode vir organizado de duas Este é um exemplo de estrutura para o parecer:
maneiras:
• Estrutura tradicional: primeiro são apresentados PARECER ...
todos os registros, num único bloco de texto,
e depois toda a análise, também num único bloco. Processo
• Estrutura de revezamento: “cada registro é se‑ 456/2009-SAV.
guido da correspondente análise. Há, neste caso, Contrato de ma‑
alternância entre exposição e argumentação”21. nutenção para
impressoras.
Ver exemplos de parágrafos de registro e análise no subtítulo
Composição. Sr. Chefe do Departamento ...,
c) Conclusão: fecho do relatório. Ver subtítulo Com- I – Relatório
posição.
1. ------------------------------------------------------
------------------------------------.
Parecer POSIÇÃO NUM 2. ------------------------------------------------------
PROCESSO ------------------------------------.

Definição II – Parecer


Texto administrativo que defende posição, principal‑
mente técnica, sobre alguma proposta, de forma a subsidiar 3. ------------------------------------------------------
o destinatário na tomada de decisão. ------------------------------------.
O parecer apresenta sugestão ao destinatário, com 4. ------------------------------------------------------
base em análise feita do ponto de vista específico da área ------------------------------------.
de atuação do autor. Por exemplo, um parecer jurídico faz
a análise da proposta em estudo do ponto de vista jurídico. III – Conclusão

Parecer x relatório 5. ------------------------------------------------------


Os dois documentos têm natureza similar: ------------------------------------.
a) são conclusivos: são escritos para ajudar o destinatá‑
rio a decidir e, por isso, trazem sempre uma sugestão; Brasília, 7 de agosto de 2009.
b) são argumentativos: defendem uma posição, apre‑
sentada na conclusão; Assinatura
c) têm composição idêntica: exposição, análise e con‑ NOME
clusão e, portanto, estrutura igualmente idêntica Cargo
(ver Declarações).
O que distingue os dois documentos é o objeto: en‑
quanto o relatório traz posição sobre uma situação que é Exercícios
examinada diretamente, o parecer traz posição sobre um
processo ou proposta. De acordo com as normas da redação oficial, julgue os
itens seguintes.
Forma
1. “Não me parece correta a solução proposta por Vossa
O parecer pode ser organizado da mesma maneira
Senhoria” é frase inadequada para um texto oficial por
que o relatório (ver Declarações), mas pode assumir uma
não estar de acordo com o atributo da formalidade.
subdivisão diferente, por exemplo:
2. O trecho “A solução implica em treinar os atendentes
a) Título: identificação do documento. Exemplo:
“PARECER ...”. para utilizar o novo sistema” vai contra o atributo de
b) Ementa: resumo do teor do documento. uso do padrão culto de linguagem.
c) Relatório: parte expositiva do parecer. O conteúdo 3. Vocativo correto em memorando dirigido a um chefe
REDAÇÃO DE CORRESPONDÊNCIAS OFICIAIS

informativo (registros sobre o processo) aparece de setor: “Senhor Chefe de Setor” seguido de vírgula.
muitas vezes com este subtítulo. 4. O tratamento devido para um reitor de universidade
d) Parecer: início da parte argumentativa do parecer, é “Magnífico Reitor”.
apresenta a análise (confronto entre os dados do 5. “É plausível que, ao contrário do que se acredita, até
processo analisado e a norma correspondente). por desconhecimento, a solução mais apropriada não
e) Conclusão: posição sobre o assunto. seja a defendida no projeto” é inadequado primeiro
f) Local e data: geralmente centralizados. parágrafo de ofício de resposta.
g) Assinatura: geralmente centralizada. 6. O trecho seguinte poderia ser adequadamente parte
h) Identificação do signatário: nome e cargo, geral‑ de um relatório:
mente centralizados.
O servidor informou à equipe que o Setor
21
Argumentação e Relatório. nunca fez conferência do estoque.
24
7. O trecho seguinte poderia ser adequadamente parte 17. Ministro propõe ao presidente da República a edição
de uma ata: de medida provisória. (Aviso)
18. Analista encaminha ao superior prestação de contas
A proposta foi aprovada com dez votos favo‑ de missão realizada. (Relatório)
ráveis e três contrários.
Com base nas normas da redação oficial, julgue os itens
8. O trecho seguinte poderia ser adequadamente parte seguintes.
de um memorando: 19. O tratamento adequado para um Almirante é Vossa
Senhoria.
A principal dificuldade é técnica. Não temos 20. Ofício, aviso e memorando são modalidades de texto
equipamento adequado para fazer o processa‑ parcialmente distintos quanto à forma.
mento.
Cespe/Detran/Df/Auxiliar de Trânsito/2009
9. O expediente informativo pode conter desenvolvi‑
mento e conclusão, embora essas partes não sejam Texto para os itens de 21 a 32.
obrigatórias.
10. Quando houver a necessidade de que a correspon‑ Considere a hipótese de que o documento a seguir tenha
dência tenha valor documental, não se pode utilizar sido redigido para ser encaminhado ao diretor de segu‑
o correio eletrônico. rança no trânsito do DETRAN/DF.
11. O ministro escreveu uma exposição de motivos ao
presidente da República propondo o envio de men‑ Memorando nº 3/NUCET
sagem ao Congresso Nacional. As duas modalidades Em 5 de fevereiro de 2009.
de texto sublinhadas estão corretamente empregadas.
12. A exposição de motivos obedece, na forma, ao padrão Ao D.D. Diretor de Segurança no Trânsito do
ofício. DETRAN/DF
13.
Assunto: Orçamento. Assunto: ...............................................
Encaminhamos proposta para o orçamento
Tem ocorrido, em anos anteriores, excessos de
do próximo período (...)
motoristas quanto à perigosa mistura bebida +
Respeitosamente,
direção, nos dias de folia carnavalesca, onde
FULANO
a ingestão de bebidas alcoólicas se eleva, em
Diretor
nome da descontração e da alegria próprios dos
brasileiros.
Desconsideradas as normas sobre margens e espa‑
2. Nessa época, desaparecem as diferenças entre
çamentos, o  trecho acima poderia ser considerado
como sendo parte adequada de um ofício ou de um pobre e rico, jovem e velho, mulheres e homens,
memorando. e todos se lançam à folia, como se o mundo fosse
acabar amanhã.
14. 3. Por causa disso, solicito à Vossa Senhoria a
Dessa forma, entendemos que o contrato não presença do Grupo de Teatro do DETRAN na
deva ser firmado. Praça do DI, reduto dos foliões mais intempes‑
tivos, onde se verificam muitas ocorrências de
Brasília, 14 de setembro de 2009. trânsito irresponsável, no intuito de intensificar as
atividades educativas em Taguatinga, neste ano.
FULANO 4. Certo de contar com vossa atenção, já de‑
Assessor Jurídico monstrada em preitos anteriores, coloco‑me à
disposição para o que for de seu desejo.
O trecho é parte de um parecer.
Atenciosamente,
15. Julgue os itens. FSFilho
REDAÇÃO DE CORRESPONDÊNCIAS OFICIAIS

a) A linguagem do correio eletrônico é menos formal Chefe do Núcleo de


que a do ofício, em razão da flexibilidade carac‑ Campanhas Educativas de Trânsito
terística daquele meio.
b) A primeira linha de identificação do destinatário, Com base no texto apresentado e no que estabelece o
num ofício, pode ser adequadamente preenchida Manual de Redação da Presidência da República acerca
com a expressão “A Sua Senhoria a Senhora”. da comunicação oficial, julgue os itens a seguir.
c) O vocativo para um senador é “Senhor Senador,”. 21. Não é indicada a forma de memorando para transmitir
mensagens de solicitação, como a contida no texto
Julgue os itens a seguir quanto à identificação da moda‑ apresentado; a modalidade correta de expediente
lidade de texto adequada à situação. oficial, nesse caso, seria o requerimento, uma vez que
16. Presidente da República envia a subordinados men‑ o signatário do texto solicita algo que o destinatário
sagem de final de ano. (Mensagem) pode ou não conceder ou deferir.
25
22. Por ser expedido por um chefe de núcleo a um di‑ 35. Utilizado para o envio antecipado de documentos,
retor – cargos situados em níveis hierarquicamente o fax pode ser arquivado tal como recebido, desde
diferentes – , o texto em questão deve ser substituído que substituído pelo documento original no prazo de
pela modalidade ofício, mesmo se tratando de comu‑ 3 meses.
nicação interna. 36. A troca de mensagens por correio eletrônico adquire
23. Está correto o emprego do tratamento “Vossa Se‑ valor documental, em órgãos do Poder Executivo,
nhoria”, no terceiro parágrafo do documento em a partir do momento em que o destinatário confirma
questão, mas incorreto o uso do pronome possessivo o recebimento da mensagem.
de segunda pessoa do plural no quarto parágrafo: 37. Nas repartições públicas, estão aptos a fornecer
“vossa atenção”. atestados os ocupantes de cargo de diretoria ou os
24. A designação do destinatário foi expressa de acordo de nível superior a esse, sob pena de invalidade do
com o estabelecido nas normas de comunicação documento.
oficial acerca do memorando. 38. Por tratar‑se de forma de comunicação dispendiosa,
25. O destinatário do memorando apresentado ocupa a concisão é regra fundamental na redação oficial do
cargo hierarquicamente superior (diretor) ao do telegrama.
emissor (chefe de núcleo). Em vista disso, o fecho
correto para esse documento deveria ser: Respei- Cespe/Detran/Df/Analista de Trânsito/2009
tosamente.
Texto para os itens de 39 a 47.
Com relação à correção gramatical e à adequação da lin‑
guagem do texto apresentado às necessidades da redação Considere que Juarez Alencar Cabral, candidato ao car‑
oficial, julgue os itens seguintes. go de Analista de Trânsito do DETRAN/DF, desejando
26. Por tratar‑se de expediente oficial, não cabem, no dedicar‑se integralmente ao estudo dos conteúdos que
memorando, comentários e impressões pessoais, seriam exigidos nas provas do respectivo concurso, te‑
como os que se verificam no segundo parágrafo do nha redigido, em tom gracioso, a seguinte carta para sua
texto em apreço. noiva.
27. Considerando‑se concisão e uniformização  – dois
dos princípios que regem a comunicação oficial – ,
BSB, 8/3/2009.
o quarto parágrafo é inteiramente suprimível, sem
que haja prejuízo para o entendimento, pelo desti‑
Excelentíssima Senhorita:
natário, do que solicita o emissor no memorando.
28. Considerando‑se as duas ocorrências do advérbio
“onde”, primeiro e terceiro parágrafos do documento, 1. O  abaixo‑assinado, aluno compulsivo de
apenas na primeira respeitam‑se as normas do padrão cursos preparatórios para concursos públicos,
escrito formal da língua portuguesa para o emprego dotado da esperança férrea de se tornar breve‑
desse advérbio. mente um eminente funcionário público, vem,
29. Considerando‑se as normas gramaticais do padrão mui respeitosamente, por meio desta informar
escrito da língua portuguesa, constitui erro o em‑ a Vossa Senhoria que se inscreveu para o provi‑
prego do acento indicativo de crase antes de “Vossa mento de vaga no cargo de Analista de Trânsito
Senhoria”, no terceiro parágrafo. do DETRAN/DF, e, por esse relevante motivo,
30. Alterando‑se a ordem dos enunciados do terceiro suspende por tempo indeterminado o noivado que
parágrafo, uma forma estruturalmente correta de mantém com a Excelentíssima Senhorita, para
reescrever o início do parágrafo é: “No intuito de se dedicar integralmente ao estudo das matérias
intensificar as atividades educativas em Taguatinga, constantes do respectivo edital.
neste ano, solicito...”. 2. Aproveito o ensejo para manifestar‑lhe tam‑
31. No quarto parágrafo do documento em questão, bém, outrossim, a intenção de retomar, tão logo
emprega‑se erroneamente “preitos” em vez do seu seja aprovado, minhas funções de noivo junto a
parônimo pleitos. Vossa Excelentíssima, haja visto o grande amor
que te devoto.
No que se refere à correção gramatical e adequação da 3. Reitero protestos de estima e consideração.
redação oficial, julgue os próximos itens. _______J_._A_._C_a__b_r_a_l_______
32. Expediente que seja emitido em qualquer repartição JUAREZ ALENCAR CABRAL
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do DETRAN/DF e se destine ao diretor‑geral desse


órgão deverá apresentar, no texto, o  tratamento Com relação à carta apresentada na situação hipotética
“Vossa Excelência”. acima e com base no que dispõe o Manual de Redação da
33. Em ofício encaminhado pelo diretor‑geral do Presidência da República acerca de comunicações oficiais,
DETRAN/DF a ministro de Estado, o emprego do julgue os itens de 39 a 44.
vocativo “Senhor Ministro,” é considerado correto, 39. A forma de identificação do signatário da carta
de acordo com as normas estabelecidas para a reda‑ coincide com a recomendada para as comunicações
ção oficial. oficiais, que deve conter os seguintes elementos: a
34. Em expediente que se origine em qualquer diretoria assinatura do remetente, a  linha contínua para se
do DETRAN/DF e se dirija a uma deputada, estarão apor a assinatura, o nome da autoridade que expede a
corretos o emprego do vocativo “Senhora Deputada,” comunicação grafado em maiúsculas e o alinhamento
e o tratamento “Vossa Excelência”. centralizado.
26
40. O fecho que consta na carta – empregado durante A respeito da redação de expediente, julgue os próximos
muito tempo em expedientes oficiais de variada itens.
natureza  – é permitido, atualmente, somente em 52. Em ofício dirigido a uma senadora e cujo signatá‑
mensagens cujo signatário seja servidor que se dirija rio seja um diretor de um órgão público, deverão
a ocupante de cargo imediatamente superior. ser empregados o vocativo “Senhora Senadora,” e o
41. A variedade de tratamento verificada na carta, tanto no
pronome de tratamento “Vossa Excelência”, devendo
emprego de pronomes pessoais quanto no de prono‑
mes de tratamento, não deve ocorrer em documentos estar flexionados no feminino os adjetivos que se
oficiais, pois compromete a modalidade de linguagem refiram à destinatária, como se verifica no seguinte
que deve ser empregada em redação oficial. enunciado: “Vossa Excelência ficará sa­tisfeita ao
42. A carta, apesar de escrita em tom jocoso, segue a saber que foi indicada para presidir a sessão.”
norma de numeração que deve ser aplicada aos pa‑ 53. O envio de documentos, quando urgente, pode ser
rágrafos contidos no texto do padrão ofício, princípio antecipado por fax ou por correio eletrônico, sendo
que tem o objetivo de facilitar a alusão a qualquer recomendados o preenchimento de formulário apro‑
informação do documento. priado (folha de rosto), no caso do fax, e a certificação
43. Caso se tratasse de ofício expedido em repartição digital, no caso do e‑mail.
pública, a carta teria de sofrer várias alterações. Uma
delas é a necessidade de fazer constar, à  margem 54. No caso de relatório que requeira providências a
esquerda superior, o tipo e o número do expediente, serem tomadas, um dos fechos recomendados é o se‑
seguidos da sigla do órgão que o expede. guinte: Esperando que o relatório expresse fielmente
44. A indicação de “local e data” da carta está em con‑ os fatos, pede deferimento.
formidade com as normas do padrão ofício expostas
no Manual de Redação da Presidência da República. Considere que um servidor do DETRAN/DF tenha redigi‑
do um documento oficial para convidar um embaixador a
Em relação a expressões e palavras empregadas na carta, proferir palestra no órgão e que o trecho a seguir componha
julgue os itens seguintes. tal documento.
45. No segundo parágrafo, seria adequado substituir
“haja visto” por qualquer uma das seguintes expres‑
sões: dado, tendo em vista, haja vista. Memo nº 6/DIR
46. No segundo parágrafo, o advérbio “outrossim”, fre‑ Em 8 de março de 2009.
quente em expedientes oficiais, está empregado de Excelentíssimo Senhor MARK JERTRUTZ,
forma redundante por estar antecedido do advérbio
“também”. Convido Vossa Excelência para proferir
47. A expressão “vem (...) por meio desta”, utilizada palestra na sede do DETRAN/DF sobre as me‑
no primeiro parágrafo, apesar de ser considerada didas tomadas em vosso país para melhorar as
redundante em comunicações oficiais, tem seu condições de trânsito nas grandes cidades.
emprego recomendado quando se quer assegurar o
entendimento correto do texto.
Considerando essa situação hipotética, julgue os próximos
Cespe/Detran-Df/Analista de Trânsito/2009 – itens.
com adaptações 55. Foi adequada a escolha da forma memorando, visto
que o convite, geralmente, constitui uma comunica‑
Julgue os itens de 48 a 51 quanto ao emprego da norma ção curta.
escrita formal em comunicações oficiais. 56. Atende às normas de elaboração do memorando o
48. Ambas as construções serão tidas como corretas, se emprego do vocativo com o nome do embaixador.
figurarem em um expediente oficial: 57. Atende à prescrição gramatical o emprego do prono‑
1. Esses são os recursos de que o Estado dispõe. me possessivo “vosso” no corpo do texto, dado que
2. O Governo insiste que a negociação é importante. o tratamento empregado foi Vossa Excelência.
49. Foram empregadas com correção semântica todas
as palavras sublinhadas nos seguintes períodos:
Cesgranrio/Epe/Assistente Administrativo Jr./2009
Optou‑se por uma dissensão lenta e gradual ao se
reintroduzir o país ao Estado de Direito. Tratar o
público com distinção é obrigação de todo atendente 58. No quadro abaixo, indique a forma de tratamento
e sua respectiva abreviatura, no singular, que estão
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de repartição pública. A discussão do projeto de lei


tornou‑se acirrada quando afloraram as distensões incorretamente relacionadas ao título.
nas hostes oposicionistas.
50. Na elaboração de texto oficial, como norma geral, ABREVIA-
FORMA DE
deve ser evitada a repetição de palavras, buscando‑se TÍTULO
TRATAMENTO
TURA
sinônimo ou termo mais preciso para substituir (singular)
a palavra repetida. No entanto, se a substituição a) Altas autoridades Vossa Excelência V.Exª
comprometer a inteligibilidade e a coesão do texto, b) Reitores de Vossa Magnificência V. Magª
recomenda‑se manter a repetição. Universidades
51. Estão corretamente empregados os parônimos des‑ c) Príncipes, Vossa Majestade V.Mª
tacados em negrito no seguinte período: A adminis‑ duques
tração de um medicamento raramente prescrito no d) Cardeais Vossa Eminência V.Emª
Brasil acabou de ser proscrita nos EUA. e) Sacerdotes Vossa Reverendíssima V.Revma
27
Cespe/Mma/Agente Administrativo/2009

Julgue o item, acerca de redação oficial e correção gra‑


matical.

59. Na oração “Segue anexa a nota editorial”, foi atendida


regra de concordância nominal, visto que o adjetivo
“anexa” está no feminino para concordar com a ex‑
pressão no feminino “a nota editorial”, que exerce a
função de sujeito da oração.

Cespe/Tst/Analista/2008

“O mundo do trabalho tem mudado numa velocidade


vertiginosa e, se os empregos diminuem, isso não quer
dizer que o trabalho também.
Só que ele está mudando de cara. Como também está
mudando o perfil de quem acaba de sair da universidade,
da mesma forma que as exigências da sociedade e – por
que não?  – do mercado, cada vez mais globalizado e
competitivo.”

60. A interpretação coerente das ideias do texto permite


associar “ele” tanto com “trabalho” quanto com
“mundo do trabalho”. Ambiguidades assim devem
ser evitadas na redação de textos oficiais.

Gabarito
1. E 21. E 41. C
2. C 22. E 42. E
3. E 23. C 43. C
4. E 24. E 44. E
5. C 25. C 45. C
6. C 26. C 46. C
7. C 27. C 47. E
8. C 28. E 48. E
9. E 29. C 49. E
10. E 30. C 50. C
11. C 31. C 51. C
12. E 32. E 52. C
13. E 33. C 53. C
14. C 34. C 54. E
15. E, E, C 35. E 55. E
16. E 36. E 56. E
17. E 37. E 57. E
18. C 38. C 58. C
19. E 39. E 59. C
20. C 40. E 60. C

REFERÊNCIAS
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BRASIL. Presidência da República. Manual de Redação


da Presidência da República / Gilmar Ferreira Mendes
e Nestor José Forster Júnior. – 2. ed. rev. e atual. Brasília:
Presidência da República, 2002. www.planalto.gov.br

LEITÃO, Everardo. Argumentação e Relatório. Brasília:


Texto, 1998.
Formato
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Mancha
16,5 x 22,6cm

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