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Prevencao Contra Explosoes e Outros Riscos PDF
Prevencao Contra Explosoes e Outros Riscos PDF
1
Prevenção contra Explosões e outros Riscos
2
Prevenção contra Explosões e outros Riscos
Equipe Petrobras
Petrobras / Abastecimento
UN´s: Repar, Regap, Replan, Refap, RPBC, Recap, SIX, Revap
3
CURITIBA
2002
Prevenção contra Explosões e outros Riscos
Apresentação
Nome:
Cidade:
Estado:
Unidade:
5
Prevenção contra Explosões e outros Riscos
Sumário
1 Princípios Básicos de Prevenção de Incêndio ....................................................................... 7
1.1 Introdução ...................................................................................................................... 7
1.2 Princípios Básicos do Fogo ........................................................................................... 7
1.2.1 Combustível ....................................................................................................... 7
1.2.2 Comburente ........................................................................................................ 7
1.2.3 Calor ................................................................................................................... 7
1.2.4 Condições propícias ........................................................................................... 7
1.3 Triângulo do Fogo ......................................................................................................... 8
1.4 Características dos elementos essenciais do fogo ......................................................... 8
1.4.1 Combustíveis ..................................................................................................... 8
1.4.2 Comburente ........................................................................................................ 9
1.4.3 Fonte de Calor .................................................................................................... 9
1.5 Técnicas de Prevenção ................................................................................................ 10
1.5.1 Armazenagem de material ............................................................................... 10
1.5.2 Manutenção adequada ...................................................................................... 10
1.5.3 Ordem e Limpeza ............................................................................................. 10
1.5.4 Instalação de pára-raios .................................................................................... 10
1.6 Método de Extinção .....................................................................................................11
1.6.1 Classes de Incêndio ...........................................................................................11
1.6.2 Agentes Extintores ............................................................................................11
Princípios Básicos de
Prevenção de
Incêndio
1.1 Introdução
1
Os combustíveis podem apresentar-se em
Deve-se conhecer os dois aspectos bási- três estados físicos:
cos da Proteção Contra Incêndio, para própria – sólido (madeira, papel, tecidos, etc);
segurança. – líquido (álcool, éter, gasolina, etc);
O primeiro aspecto é o da prevenção de – gasoso (acetileno, butano, propano,
incêndios, isto é, evitar que ocorra fogo, utili- etc).
zando-se certas medidas básicas, que envol-
vem a necessidade de se conhecer, entre ou- 1.2.2 Comburente
tros ítens:
Normalmente, o oxigênio combina-se com
a) características do fogo;
o material combustível, dando início à com-
b) propriedades de riscos de materiais;
bustão.
c) causas de incêndios;
O ar atmosférico contém, em sua compo-
d) estudo dos combustíveis.
sição, cerca de 21% de oxigênio.
Quando, apesar da prevenção, ocorre um
princípio de incêndio, é importante que ele seja
combatido de forma eficiente, para que sejam 1.2.3 Calor
minimizadas suas conseqüências. Para tanto, É o elemento que possibilita a reação en-
é necessário: tre o combustível e o comburente, mantendo e
a) conhecer os agentes extintores; propagando a combustão, como a chama de
b) saber utilizar os equipamentos de com- um palito de fósforos.
bate a incêndios; Note-se que o calor propicia:
c) saber avaliar as características do in- a) elevação da temperatura;
cêndio, o que determinará a melhor ati- b) aumento de volume dos corpos;
tude a ser tomada. c) mudança no estado físico das substân-
Com este trabalho, pretende-se enfocar os cias.
aspectos principais que devem ser conhecidos
Há casos de materiais em que a própria
por todos os trabalhadores, de qualquer nível.
temperatura ambiente já serve como fonte de
calor.
1.2 Princípios Básicos do Fogo
Pode-se definir o fogo como conseqüên-
cia de uma reação química denominada com-
1.2.4 Condições propícias
bustão, que produz calor ou calor e luz. É importante notar que, para o início da
Para que ocorra essa reação química, de- combustão, além dos elementos essenciais do
ver-se-á, ter no mínimo dois reagentes que, a fogo, há a necessidade de que as condições em
partir da existência de uma circunstância fa- que esses elementos se apresentam, sejam pro-
vorável, poderão combinar-se. pícias para o início do fogo.
Os elementos essenciais do fogo são: Pensando em um escritório iluminado com
– combustível; uma lâmpada incandescente de 10 watts, tem-
– comburente; se no ambiente:
– calor. a) combustível – mesa, cadeira, papel,
etc.; 7
1.2.1 Combustível b) comburente – oxigênio presente na at-
Em síntese, combustível é todo material, mosfera;
substância que possui a propriedade de queimar, c) calor – representado pela lâmpada in-
ou seja, de entrar em combustão. candescente ligada.
Prevenção contra Explosões e outros Riscos
Caso se aproxime, porém, uma folha de 1.4 Características dos elementos
papel da lâmpada, quando esta estiver acesa,
haverá o aquecimento do papel e este come-
essenciais do fogo
çará a liberar vapores que, em contato com a 1.4.1 Combustíveis
fonte de calor (lâmpada), combinarão com o Todo material possui certas propriedades
oxigênio e ocorrerá a combustão. que o diferem de outros, em relação ao nível
Portanto, somente quando o combustível de combustibilidade. Por exemplo, pode-se
apresenta-se sob a forma de vapor ou gás, ele incendiar a gasolina com a chama de um is-
poderá entrar em ignição. Se esse combustí- queiro, não ocorrendo o mesmo em relação ao
vel estiver no estado sólido ou líquido, haverá carvão coque. Isso porque o calor gerado pela
a necessidade de que seja aquecido, para que chama do isqueiro não seria suficiente para
comece a liberar vapores ou gases. levar o carvão coque à temperatura necessária
Esquematicamente, pode-se considerar para que ele liberasse vapores combustíveis.
vários casos: Cada material, dependendo da temperatu-
1. aquecimento ra a que estiver submetido, liberará maior ou
a) sólido vapor menor quantidade de vapores. Para melhor
exemplo: papel. compreensão do fenômeno, definem-se algu-
mas variáveis, denominadas:
2. aquecimento aquecimento – ponto de fulgor;
b) sólido líquido vapor – ponto de combustão;
exemplo: parafina – temperatura de ignição.
Ponto de Combustão
8 Na experiência da madeira, se o aqueci-
Existem variações nesta forma de apresen- mento prosseguir, os gases continuarão a sair
tação, considerando-se por exemplo, uma pi- pelo tubo e, entrando em contato com o calor
râmide com o acréscimo do termo “condições da chama do fósforo aceso, incendiar-se-ão e
propícias”. manter-se-ão. Agora a queima não pára. Foi
Prevenção contra Explosões e outros Riscos
atingido o “ponto de combustão”, isto é, a tem- 1.4.3 Fonte de Calor
peratura mínima em que esse combustível só- As fontes de calor em um ambiente po-
lido, a madeira, sendo aquecido, desprende dem ser as mais variadas:
gases que em contato com fonte externa de – a chama de um fósforo;
calor incendeiam-se, mantendo-se as chamas. – a brasa de um cigarro aceso;
No ponto de combustão, portanto, acontece um – uma lâmpada;
fato diferente, ou seja, as chamas continuam. – a chama de um maçarico, etc.
A própria temperatura do ambiente já pode
Temperatura de Ignição vaporizar um material combustível; é o caso
Continuando-se o aquecimento da madei- da gasolina, cujo ponto de fulgor é aproxima-
ra, os gases, naturalmente, continuarão a se des- damente de –40oC. Considerando-se que o
prender. Num certo ponto, ao saírem do tubo, ponto de combustão é superior em apenas al-
entrando em contato com o oxigênio (combu- guns graus, a uma temperatura ambiente de 20 oC,
rente), eles pegarão fogo sem necessidade de já ocorre a vaporização.
chama do fósforo. Não há mais necessidade da O calor pode atingir uma determinada área
fonte externa de calor. Os gases desprendidos por condução, convecção ou radiação.
do combustível, só pelo contato com o combu-
rente, pegam fogo e, evidentemente, mantêm- Condução
se em chamas. Foi atingida a “temperatura de
A propagação do calor é feita de molécu-
ignição”, que é a temperatura mínima em que
la para molécula do corpo, por movimento
gases desprendidos de um combustível infla-
vibratório. A taxa de condução do calor vai
mam-se, pelo simples contato com o oxigênio
do ar. O éter atinge sua temperatura de ignição depender, basicamente, da condutividade tér-
a 180oC e o enxofre a 232oC. mica do material, bem como de sua superfície
Uma substância só queima quando atinge e espessura. É importante destacar a necessi-
pele menos o ponto de combustão. Quando ela dade da existência de um meio físico.
alcança a temperatura de ignição, bastará que
seus gases entrem em contato com o oxigênio Convecção
para pegar fogo, não havendo necessidade de É uma forma característica dos fluidos.
fonte de calor para provocar as chamas. Con- Pelo aquecimento, as moléculas expandem-se
vém lembrar que, mesmo que o combustível e tendem a se elevar, criando correntes ascen-
esteja no ponto de combustão, se não houver dentes às moléculas mais frias. É um fenôme-
chama ou outra fonte de calor, não se verifica- no bastante comum em edifícios, pois através
rá o fogo. de aberturas, como janelas, poços de elevado-
Grande parte dos materiais sólidos orgâ- res, vãos de escadas, podem ser atingidos an-
nicos, líquidos e gases combustíveis contêm dares superiores.
grandes quantidades de carbono e/ou de hi-
drogênio. Como exemplo pode ser citado o gás Radiação
propano, cujas porcentagens em peso são apro- É a transmissão do calor por meio de on-
ximadamente 82% de Carbono e 18% de Hi- das. Todo corpo quente emite radiações que
drogênio. O tetracloreto de carbono, conside- vão atingir os corpos frios. O calor do sol é
rado não combustível, tem aproximadamente, transmitido por este processo. São radiações
em peso, 8% de Carbono e 92% de Cloro. de calor, as que são sentidas pelas pessoas
quando se aproximam de um forno quente.
1.4.2 Comburente
Ao considerar genericamente a combus-
tão como uma reação de oxidação, a combus-
tão química das substâncias determinará o grau
de combustibilidade do material.
Há substâncias que liberam oxigênio em Por condução.
Anotações
12
Prevenção contra Explosões e outros Riscos
Instalações Elétricas
na Indústria de
Petróleo
2.1 Introdução
2
ter os equipamentos elétricos e seus acessó-
A presença de produtos inflamáveis na rios para que não se constituam em uma
indústria de petróleo é inerente à sua ativida- fonte de ignição.
de. Como conseqüência, a instalação elétrica O objetivo de tudo isso é evitar que haja
nesses locais necessita ter tratamento especial, um encontro fatídico entre uma mistura infla-
uma vez que os níveis de energia presentes em mável e a energia elétrica presente em equipa-
suas partes e equipamentos superam em mui- mentos elétricos e acessórios.
to, na grande maioria dos casos, aqueles míni-
mos necessários para iniciar um incêndio ou
uma explosão.
mo de temperatura, é atingido um grau de con- Limite inferior Faixa de inflamabilidade Limite superior
de de
centração em que a mistura possui uma alta inflamabilidade inflamabilidade
percentagem de gases ou vapores, de modo que
a quantidade de oxigênio é tão baixa que uma
eventual ignição não consegue se propagar 2.3 Densidade
pelo meio. Essa concentração é chamada: Para quem vai fazer uma classificação de
áreas, saber se o gás ou vapor inflamável, quan-
do liberado para o meio externo, dirige-se para
Limite superior de inflamabilidade baixo ou para cima é de extrema importância,
uma vez que a região de risco estará situada
e a temperatura a ela associada é chamada de nas partes inferiores ou superiores, dependendo
ponto superior de inflamabilidade. Acima da densidade da substância inflamável.
dessa concentração, a mistura é chamada de Essa densidade, normalmente, é expressa
mistura rica. Entre o limite inferior de in- em relação ao ar, ou seja, toma-se a densidade
flamabilidade (lii) e o limite superior de in- do ar como sendo igual a um e compara-se
flamabilidade (LSI) há uma faixa denomi- com as outras substâncias. Se for maior do que
nada de: um, considera-se como mais pesado que o ar e
se for menor que um, considera-se mais leve
Faixa de inflamabilidade, que geralmen-
que o ar. Existem poucos gases e vapores com
te é expressa em porcentagem por volume ou densidade relativa menor do que um. Incluí-
em gramas por metro cúbico, referidas a 20ºC dos nessa classe estão: hidrogênio, gás de rua,
e à pressão de 1 bar. As substâncias que pos- metano, amônia, acetileno e eteno. Os outros
suem faixas de inflamabilidade amplas apre- gases e vapores inflamáveis são mais pesados
sentam maior risco, quando comparadas com que o ar, e, em locais fechados, em que não
outras que possuem faixas de inflamabilidade haja uma forte convecção, eles podem ocupar
menores, pois, no caso de liberação para a at- as partes inferiores formando nuvens de gás e
mosfera, o tempo de permanência com mistu- caminhar grandes distâncias sempre próximos
ra inflamável será tanto maior quanto maior ao solo. Neste caso eles estarão subordinados
for a faixa de inflamabilidade da substância, ao processo de difusão. E, pelo fato de ser mais
16 considerando-se as mesmas condições de li- leve que o ar não se acumulam nas regiões
beração em ambos os casos. Na tabela a se- baixas, é possível uma rápida mistura com o
guir, estão alguns exemplos de faixas de ar no ambiente e, neste caso, a formação de
inflamabilidade aplicáveis a algumas substân- mistura explosiva torna-se particularmente
cias inflamáveis comuns. minimizada.
Prevenção contra Explosões e outros Riscos
Do ponto de vista prático, considera-se 2.5 Classificação de uma Área
como gás ou vapor mais pesado que o ar aquele
que tenha densidade em relação ao ar superior 2.5.1 Introdução
a 1,1 e como mais leve que o ar aquele que Classificar uma área, conforme visto an-
tenha densidade relativa igual ou inferior a 0,8. teriormente, significa elaborar um mapa que
Na faixa situada entre 0,8 e 1,1, o comporta- define, entre outras coisas, o volume de risco
dentro do qual pode ocorrer mistura inflamá-
mento do gás ou vapor fica muito próximo do
vel. Para isto, estão disponíveis normas e pro-
comportamento do ar, e este fato deve ser le- cedimentos que permitem efetuar o desenho
vado em conta quando da classificação de áreas. de classificação de áreas. Historicamente, o
início da indústria de processo no Brasil foi
caracterizado pela importação de projetos, em
sua maioria de origem americana. No que se
refere às instalações elétricas em atmosferas
potencialmente explosivas, durante muito tem-
po, seguiu-se a orientação da normalização
técnica americana, destacando-se os documen-
tos: NEC-National Electrical Code e as pu-
blicações do API-American Petroleum Insti-
2.4 Temperatura de Ignição tute. Praticamente esse fato perdurou até re-
As substâncias inflamáveis podem iniciar centemente na maioria das indústrias de pe-
um processo de combustão se tiverem contato tróleo, químicas e petroquímicas.
com alguma superfície aquecida e a tempera- Porém, no início da década de 80, foi im-
tura dessa superfície for superior à sua tempe- plantada na ABNT – Associação Brasileira
ratura de ignição. Esta é uma propriedade par- de Normas Técnicas, o Sub-Comitê 31, en-
ticular das substâncias inflamáveis e, como os carregado de elaborar normas brasileiras so-
equipamentos elétricos e/ou eletrônicos podem bre esse assunto, mas a condição era de que
gerar temperaturas elevadas, é necessário que essas normas fossem feitas com base nas nor-
no projeto das instalações elétricas esse fato mas internacionais, particularmente da IEC–
seja considerado. Por isso, é definida a classe International Electrotechnical Commission.
Quando se começou a manusear as nor-
de temperatura, que é um parâmetro obriga-
mas internacionais, tomou-se conhecimento de
tório de marcação nos equipamentos elétricos uma evolução tecnológica muito significativa,
para uso em atmosferas potencialmente explo- que mudava de maneira bastante radical os con-
sivas, e significa a indicação, através de um ceitos até então adotados aqui no Brasil.
código, a respeito da máxima temperatura que Essas mudanças refletem-se de modo ge-
pode ser atingida pela superfície de um equi- ral, abrangendo a construção dos equipamen-
pamento elétrico em serviço sob as mais ad- tos, a classificação de áreas, e a maneira de
versas condições, porém dentro de tolerâncias. executar as montagens elétricas. Deve-se res-
Portanto, o conhecimento das temperaturas de saltar que mesmo os Estados Unidos hoje es-
ignição das substâncias inflamáveis torna-se tão adotando também a tecnologia prevista
também de capital importância para o desen- pelas normas internacionais, através de revi-
volvimento de uma classificação de áreas. A sões recentes de seus documentos normativos.
maioria das substâncias inflamáveis possui, Percebe-se claramente uma tendência univer-
felizmente, temperaturas de ignição elevadas, sal de adoção das normas internacionais como
o que é uma característica a favor da seguran- base para o desenvolvimento de normas nacio-
ça, porém, em compensação, há equipamen- nais e regionais.
tos elétricos que podem gerar altas temperatu- Em vista de haver, ainda em grande parte
ras, como por exemplo, os resistores de aque- de nossa indústria, instalações feitas com base
cimento, ou as luminárias, que dependendo do nas normas americanas, será adotado neste tra-
tipo e potência da lâmpada podem criar tem- balho o seguinte critério: em todos os tópicos,
peraturas de superfície muito elevadas. em que for aplicável, será feita a menção às
A maioria dos produtos da indústria de duas linhas de atuação – a americana e a bra- 17
petróleo, por exemplo, possuem temperaturas sileira/internacional. Tal critério será útil, tam-
de ignição superiores a 200ºC, o que permite, bém, pelo fato de que o leitor poderá por ele
nesse caso, aplicar equipamentos elétricos mesmo, comparar as duas tecnologias, e ex-
cujas temperaturas de superfície situem-se trair daí o seu próprio sentimento em relação
abaixo desse valor. às vantagens de uma técnica sobre a outra.
Prevenção contra Explosões e outros Riscos
A adoção das normas internacionais pos- Butadieno, desde que todos os eletro-
sibilitou ao Brasil um grande avanço, uma vez dutos que chegam ao invólucro à pro-
que disponibilizou novas alternativas para apli- va de explosão sejam selados com uni-
cação de equipamentos elétricos em áreas clas- dades seladoras à prova de explosão
sificadas, que se mostram quando compara- instaladas a não mais do que 45 cm do
das com as técnicas americanas, muito mais invólucro;
interessantes, quer seja do ponto de vista eco- – Equipamentos do Grupo C podem ser
nômico, quer seja do ponto de vista de nível utilizados em atmosferas contendo Éter
de segurança. Alil Glicídico, Éter n-Butil Alil Glicí-
dico, Óxido de Etileno, óxido de pro-
2.5.2 Conceituação Conforme Prática Americana pileno e acroleína, desde que todos os
Os ambientes onde pode ocorrer presença eletrodutos que chegam ao invólucro
de produtos inflamáveis são definidos por três à prova de explosão sejam selados com
CLASSES, levando em conta se o produto in- unidades seladoras à prova de explo-
flamável está na forma de gás ou vapor, pó ou são instaladas a não mais do que 45 cm
fibra, conforme mostra o quadro seguinte. do invólucro.
– Os locais que contém amônia podem
Classe I Gases e Vapores ser considerados como áreas não clas-
Classe II Pós sificadas ou de menor risco, em fun-
ção de ser um produto altamente tóxi-
Classe III Fibras
co, que exige medidas de proteção con-
As Classes I e II são subdividias em gru- tra vazamento, além de ser mais leve
pos. Essa subdivisão em grupos está funda- que o ar;
mentada nas propriedades físicas e químicas – Certos locais podem conter produtos
das substâncias inflamáveis quando submeti- químicos que requerem medidas de
das a uma combustão. Quer-se dizer que as proteção adicionais além daquelas ne-
substâncias pertencem a um mesmo grupo cessárias para o respectivo Grupo. É
porque elas se comportam de forma similar o caso do dissulfeto de carbono, que
quando submetidas à combustão, ou seja, de- possui baixa temperatura de ignição
senvolvem valores similares de elevações de 100°C, além do diminuto interstício
pressão, velocidades de propagação de chama para o resfriamento do gás em juntas
e elevações de temperatura. Na tabela a seguir, à prova de explosão.
são apresentados exemplos dessa subdivisão
em grupos: Grupo E Pós metálicos combustíveis, incluindo
alumínio, magnésio, e suas ligas
Grupo A Acetileno comerciais ou outros pós combustíveis,
cujo tamanho de suas partículas,
Grupo B Butadieno, Óxido de Etileno, Acroleína, abrasividade e condutividade
Hidrogênio (ou gases e vapores de risco apresentem risco similar quanto ao uso
equivalente ao do Hidrogênio, tais como de equipamentos elétricos.
certos gases manufaturados)
Classe I
Classe II Grupo F Pós carbonáceos combustíveis, tendo
Grupo C Ciclopropano, Éter Etílico, Etileno, mais do que 8% no total de materiais
Sulfeto de Hidrogênio, ou gases e voláteis ou tenham reagido com outros
vapores de risco equivalente. materiais e apresentam risco de
explosão. Pós de carvão, de grafite, e
Grupo D Acetona, Álcool, Amônia, Benzeno, pós de coque são exemplos de pós
Benzol, Butano, Gasolina, Hexano, carbonáceos.
Metano, Nafta, Gás Natural, Propano,
vapores de vernizes, ou gases e vapores Grupo G Pós combustíveis que não se enquadrem
de risco equivalente. nos Grupos E e F, incluindo pós de
cereais, de grãos, de plásticos, de
18 São também previstas pelo NECâ as seguintes con- madeiras e de produtos químicos.
cessões para aplicação de equipamento elétrico, Exemplos: açúcar, ovo em pó, farinha
considerando as diferenças entre os Grupos: de trigo, goma arábica, celulose,
vitamina B1, vitamina C, aspirina,
– Equipamentos do Grupo D podem ser algumas resinas termoplásticas, etc.
utilizados em atmosferas contendo
Prevenção contra Explosões e outros Riscos
Observações:
1. Certos pós metálicos podem ter características próprias que requeiram medidas adicio-
nais de proteção além das usuais, como é o caso de atmosferas que contém pó de Alumí-
nio, Magnésio e suas ligas comerciais. Por exemplo, pós de Zircônio, Tório e Urânio têm
temperaturas de ignição extremamente baixas (tão baixas como 20°C) e energias míni-
mas de ignição mais baixas do que qualquer material da Classe I ou Classe II;
2. As características de explosão com pós combustíveis varia com os materiais envolvidos.
Para os materiais da Classe II, a subdivisão em Grupos envolve o efetivo aperto nas
juntas e as entradas de eixos, de modo a evitar a penetração do pó nos invólucros à
prova de ignição de pós, além do efeito de sobreaquecimento provocado por depósito em
camadas de pó nos invólucros, e também da temperatura de ignição do material. Por
isso é necessário que o invólucro seja aprovado não somente para a Classe, mas também
para o Grupo para o qual o mesmo será aplicado.
IIB Mesmas substâncias do grupo C do NEC, 2.6 Extensão das Áreas Classificadas
mais acroleína, óxido de eteno, butadieno, (volumes de risco)
gases manufaturados contendo mais do que A determinação da extensão da área clas-
30% em volume de Hidrogênio e óxido de sificada representa o volume de risco que o 21
propileno equipamento de processo, que contém o pro-
IIC Atmosfera contendo: hidrogênio, acetileno, e duto inflamável, apresenta para o meio exter-
dissulfeto de carbono no. Esse volume de risco receberá a denomina-
ção de zona 0, zona 1 ou zona 2, ou divisão 1,
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divisão 2, dependendo da filosofia utilizada: b) A IEC 60079-10 define ventilação do
internacional (brasileira) ou americana. seguinte modo:
A principal questão é estabelecer critérios – Ventilação Natural – movimento
para a determinação desse volume de risco, o do ar e sua renovação com o ar
que implica na análise e tratamento de diver- ambiente devido aos efeitos de vento
sos fatores relacionados não só com a subs- e/ou gradiente de temperatura;
tância inflamável em questão, mas também
com fatores externos, tais como: condições de – Ventilação Artificial Geral –
ventilação, porte e tipo do equipamento de movimento do ar e sua renovação
processo, etc. com o ar ambiente por meios
O porte e o tipo do equipamento de pro- artificiais (por exemplo, ventiladores)
cesso oferece uma influência muito forte na e aplicado a uma área geral;
determinação desse volume de risco. Os do- – Ventilação Artificial Local – movi-
cumentos americanos introduziram o concei- mento do ar e sua renovação com o
to de fonte de risco de magnitude relativa, ar ambiente, por meios artificiais
para expressar as diferenças que o porte e o (usualmente extração), aplicado a
tipo do equipamento de processo apresentam uma fonte de risco particular ou a
para a determinação do volume de risco. uma área local;
As condições de ventilação mostram-se
como um dos fatores mais importantes a ser – Não Ventilado – locais onde não
considerado. Nas diversas normas sobre clas- haja ventilação pelo fato de que o
sificação de áreas, são encontradas diversas arranjo não permita renovação com
definições a respeito de ventilação, conforme o ar ambiente.
apresentado a seguir:
a) API RP 500 (1997) estabelece o con- 2.6.1 As Figuras de Classificação de Áreas
ceito de ventilação em três níveis: Para a determinação das figuras de classi-
– Ventilação Adequada – ventilação ficação de áreas (volumes de risco) há duas
natural ou artificial considerada como abordagens completamente diferentes. Uma é
suficiente para evitar o acúmulo de a adotada pela normalização americana, que
quantidades significativas de mistura optou por aplicar figuras padronizadas, já le-
inflamável em concentrações que vando em conta os diversos aspectos que in-
estejam acima de 25% de seu Limite fluenciam na determinação desses volumes. A
Inferior de Inflamabilidade (LII); abordagem segundo a norma brasileira e in-
ternacional, é de não utilizar figuras padroni-
– Ventilação Inadequada – aplicável zadas, deixando a cargo do usuário a escolha
a salas, prédios ou espaços que não do melhor critério para a determinação da ex-
tensão das áreas classificadas. Para auxiliar, é
tenham sistema de ventilação natural
apresentado um método de cálculo que serve
ou mecânica capazes de prover
para determinar se o local será zona 0, zona 1
ventilação adequada conforme
ou zona 2, em função das condições de venti-
definida acima; lação, e das taxas de liberação de material in-
flamável que são esperadas.
– Ventilação Limitada – ventilação Serão consideradas as duas linhas de atua-
natural ou artificial que seja sufi- ção, começando pela metodologia americana.
ciente para assegurar, de modo
razoável, que não haverá acúmulo Metodologia americana para a determinação da
de mistura inflamável de hidrocar- extensão das áreas classificadas
bonetos em concentração acima de A filosofia americana para a determina-
22 25% de seu LII por períodos de ção dos volumes de risco, conforme mencio-
tempo significativos. Este conceito nado anteriormente, estabelece figuras padro-
é aplicável para liberações que sejam nizadas que foram obtidas levando em conta
relativamente pequenas em quanti- todos os fatores que influenciam na determi-
dade ou curtas em duração. nação desses volumes. Assim, foi levado em
Prevenção contra Explosões e outros Riscos
conta, por exemplo, velocidades de vento, ti- O principal parâmetro considerado foi o
pos de indústria (porte e tipo do equipamento conceito de fonte de risco de magnitude re-
de processo), definindo então figuras aplicá- lativa, que foi dividida em três níveis: alta,
veis a: média e baixa, a partir de dados de processo,
– Refinarias de petróleo; referentes à vazão, volume e pressão. A tabela
a seguir mostra os valores adotados:
– Unidades de transporte e armazena-
mento de produtos de petróleo; Equipamento Unidade Pequena/Baixa Média/Moderada Grande/Alta
de Processo
– Unidades de produção de petróleo; Volume m3 < 19 19 a 25 > 25
Pressão kg/cm2 <7 7 a 35 > 35
– Indústrias químicas. 3 -3 –3 –3
Vazão m /s < 6,5.10 6,5.10 a 32,5. 10 > 32,5. 10-3
23
Prevenção contra Explosões e outros Riscos
24
Prevenção contra Explosões e outros Riscos
– bombas;
– compressores;
– esferas de GLP;
– vasos de pressão;
25
– instalações de carregamento e descarregamento de navios e de caminhões.
Nos exemplos a seguir, observa-se que as distâncias que definem a extensão da área classi-
ficada variam em função dos parâmetros de processo (conceito de fonte de risco de magnitude
relativa).
Prevenção contra Explosões e outros Riscos
Distância (metro)
Nível
L R D
Líquido, pressão 275 psig (1896 kPa) ou menor 3 1 0,6
Líquido, pressão acima de 275 psig 15 7,5 0,6
Líquidos altamente voláteis (LAV) 30 7,5 0,6
No caso de tubulações, contendo acessórios, flanges, etc., a classificação de áreas tem uma
forma muito semelhante à mostrada acima para bombas e compressores, porém as distâncias da
extensão da área classificada são conforme mostrado a seguir:
Distância (metro)
Nível
L R D
Líquido, pressão 275 psig (1896 kPa) ou menor 3 1 0,6
26 Líquido, pressão acima de 275 psig 3 1 0,6
Líquidos altamente voláteis (LAV) 6 3 0,6
Prevenção contra Explosões e outros Riscos
Distância (metro)
Nível
L1 L2 D
Líquido, pressão 275 psig (1896 kPa) ou menor 3 3 0,6
Líquido, pressão acima de 275 psig (v. nota a) 15 7,5 0,6
Líquidos altamente voláteis (LAV) (v. nota b) 30 7,5 0,6
Distância (metro)
Nível
L1 L2 D
Líquido, pressão 275 psig (1896 kPa) ou menor 3 3 0,6
Líquido, pressão acima de 275 psig (v. nota a) 15 7,5 0,6
Líquidos altamente voláteis (LAV) (v. nota b) 30 7,5 0,6 27
Prevenção contra Explosões e outros Riscos
Nota a: as dimensões do nível 1 podem ser Se, ao invés de uma bomba ou compres-
usadas para pequenas bombas operando com sor no interior do prédio, houver uma tubula-
pressões acima de 275 psig onde a probabili- ção com válvulas, acessórios roscados, flanges
dade de vazamento é pequena; ou similares, a classificação de áreas assume
uma forma similar às anteriores e as distâncias
Nota b: A dimensão L1 pode ser reduzida a são modificadas para menos, em face do tipo
não menos do que 15 m onde a probabilida- de fonte de risco que se apresenta.
de de vazamento seja pequena. As figuras que representam essa situação
são mostradas a seguir.
Nível L D
Líquido, pressão 275 psig (1896 kPa) ou menor 3 0,6
Líquido, pressão acima de 275 psig 3 0,6
Líquidos altamente voláteis (LAV) 6 0,6
Nível L D
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Líquido, pressão 275 psig (1896 kPa) ou menor 3 0,6
Líquido, pressão acima de 275 psig 3 0,6
Líquidos altamente voláteis (LAV) 6 0,6
Prevenção contra Explosões e outros Riscos
Observação:
A classificação de áreas conforme mostrado nas duas últimas figuras anteriores, aplica-se
também para sistemas de amostragem, instrumentação e pequenas bombas de instrumentação.
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Prevenção contra Explosões e outros Riscos
Nível Distância (R) ( metro)
Gás, pressão 1900 kPa (275 psig) ou menor 3
Gás, pressão acima de 1900 kPa (275 psig) 7,5
Distância (metro)
Nível
L R
Gás 1900 kPa (275 psig) ou menor 3 3
Gás acima de 1900 kPa (275 psig) 7,5 7,5
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Poço com bombeio mecânico em área adequadamente venti- Vaso de pressão de hidrocarboneto ou vaso com chama pro-
lada e com antepoço. tegida, situado em área aberto e adequadamente ventilada.
Prevenção contra Explosões e outros Riscos
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Tipos de Proteção
Os tipos de proteção para aplicação em atmosferas potencialmente explosivas variam em
função das técnicas construtivas que são incorporadas ao equipamento. Previstos por normas
técnicas, tem-se os seguintes:
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Definição:
Equipamento elétrico construído de tal modo que seja capaz de suportar uma pressão de explosão interna sem se
romper e não permite que essa explosão se propague para o meio externo.
Prevenção contra Explosões e outros Riscos
Definição – Para imersão em resina
Características Principais: a) material da resina tem que ser pré-
a) grande quantidade de parafusos; testado em laboratório;
b) compromisso quanto ao “MESG” b) limite de bolhas de ar internas ao meio;
(Interstício Máximo Experimental Se- c) distâncias entre partes com tensão e
guro); superfície da resina e partes com
c) rugosidade média máxima nas superfí- tensão e paredes do invólucro.
cies dos flanges;
d) entradas de eletrodutos, eixos, mano-
plas de operação, visores, etc. tendo que
cumprir com requisitos dimensionais e
de materiais.
Definição:
Técnica de proteção baseada na aplicação de medidas
construtivas adicionais de modo a aumentar a segurança
de equipamentos e dispositivos elétricos que em condi-
ções normais de operação não produzam centelhamento
ou alta temperatura.
Características Principais:
a) materiais pré-aprovados em laboratórios;
Definição: b) maiores distâncias de isolação e escoa-
Invólucro dotado de um sistema de sobrepressão interna mento;
superior à pressão atmosférica, de tal modo que mesmo
que haja uma contaminação de gás ou vapor no meio c) para máquinas rotativas, maiores dis-
externo, esse gás ou vapor não penetra no interior do equi- tâncias de entre-ferro;
pamento.
d) dupla camada de impregnação para en-
rolamentos;
Características Principais:
e) diâmetro mínimo de fio para enrola-
a) integridade das gaxetas de vedação;
mento;
b) ajuste do pressostato e da válvula re-
guladora de pressão;
c) válvula para purga;
Definição:
Diz-se que o circuito, dispositivo ou sistema é de segurança
intrínseca quando o mesmo não libera energia suficiente
para inflamar uma atmosfera potencialmente explosiva quer
Definição: seja em condições normais ou anormais de operação.
As partes que podem produzir centelhamento ou alta
temperatura estão imersas num meio isolante que pode
ser: óleo, areia ou resina. Características Principais:
a) premissas de projeto para operação com
Características Principais: baixa energia;
– Para imersão em óleo b) dispositivo associado para limitar energia;
a) distâncias mínimas entre partes com c) limitação de temperaturas de compo-
tensão e superfície do óleo; nentes;
b) distâncias mínimas entre partes com d) análise de circuitos;
tensão e paredes do invólucro; e) simulação de defeitos; etc.
c) qualidade do óleo: poder dielétrico,
umidade, contaminantes.
– Para imersão em areia
a) teor de umidade;
b) faixa granulométrica; 39
c) distâncias mínimas entre partes com Definição:
tensão e superfície da areia e entre Diz-se que o circuito, dispositivo ou sistema é não acendível
quando o mesmo não libera energia suficiente para infla-
partes com tensão e parede do invó- mar uma atmosfera potencialmente explosiva em condi-
ções normais de operação.
lucro;
Prevenção contra Explosões e outros Riscos
Características Principais:
a) não possui partes centelhantes ou pro-
dutoras de alta temperatura em condi-
ções normais de operação e, se tiver,
estão protegidas;
b) maiores distâncias de isolação e escoa-
mento;
c) resistente a impacto;
d) grau de proteção mínimo exigido; etc.
Anotações
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