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Direito Processual Trabalhista II – Campus Santa Rosa

Prof.: Raul Sartori


Acadêmicos: Caroline Taís dos Santos; Rodrigo Zink

1ª AVALIAÇÃO PARCIAL

DISSIDIO COLETIVO

Dissídio coletivo, para Aluysio Sampaio (1983), é o instrumento processual


para solução dos conflitos coletivos de trabalho, quer pela estatuição de normas
abstratas, quer pela solução de conflito que tenha por objeto ato ou fato coletivo.

Observa Gustavo Felipe Barbosa Garcia (2005), que a forma ideal de solução
do conflito coletivo de trabalho é a autocomposição, no caso, a negociação coletiva.
Nesse mesmo sentido acrescenta que o dissídiocoletivoé ajuizado, caso não se
obtenha a solução do conflito através da negociação coletiva e houver renúncia de
qualquer uma das partes à arbitragem, tendo em vista a não obrigatoriedade da
mesma. Desta forma, a tentativa prévia de negociação coletiva é condição
específica da ação no dissídiocoletivo, sendo que, sem esta não se verifica o
interesse processual, no aspecto da necessidade da tutela jurisdicional. No
dissídiocoletivo, o conflito é objeto de decisão pelo Poder Judiciário, sendo caso
típico de heterocomposição.

‘’Conforme o autor os dissídios coletivos envolvem os interesses jurídicos de


determinada categoria profissional ou econômica. Tanto podem objetivar a criação,
modificação ou extinção de condições de trabalho como podem conferir
interpretação a uma norma coletiva ou declarar a abusividade de um movimento
grevista’’( BASILE, 2012, p.431).

‘’Os dissídios coletivos são classificados em natureza econômica, que nada


mais é uma criação de sentença normativa constitutiva, apenas são normas ou
direitos para as partes, acontece quando não existe um acordo entre as partes irá se
propuser um dissídio coletivo para o tribunal resolver o conflito, as condições e os
direitos ‘’(BASILE, 2012, p.431).
“Os de natureza jurídica se resultam em uma sentença normativa
declaratória, isso quer dizer a interpretação de umas normas que já existe, as que
possuem uma contraversão’’ (BASILE, 2012, p.432).

“Ainda existe os de natureza mista, que resultam na paralisação do trabalho,


motivo de ser mista é claramente ser uma ação constitutiva e declaratória, constituir
o direito e declarar algo, então dependerá do tribunal se considera a greve, criar
uma norma ou conceder um direito entre outras atitudes que ele irá estabelecer as
novas regras para a determinada situação” (BASILE, 2012, p.433).

No tocante às partes, pontua com saberia o professor Amauri Mascaro


Nascimento (1998) ao diferenciar os dissídios individuais com o processo coletivo,
mencionado que “No processo coletivo, (as partes) são grupos econômicos e
profissionais, abstratamente considerados, representados por organizações, para a
solução de conflitos de natureza coletiva”.

O sindicato representa todos de uma categoria, podendo ser econômica ou


profissional, desta forma pode demonstrar seus interesse e vontades, além da
assinatura na pauta reivindicatória. Caso não tenha uma representação sindical será
por confederação e no caso da greve pelo Ministério Público do trabalho.

Segundo BASILE (2012) a instância será instaurada mediante petição


escrita ao presidente do Tribunal (CLT, art. 856). A petição será apresentada em
tantas vias quantos forem os reclamados e deverá conter: a) a designação e
qualificação dos dissidentes e a natureza do estabelecimento ou do serviço; b) os
motivos do dissídio e as bases da conciliação.

Referências

GARCIA, Gustavo Felipe Barbosa.REFORMA DO PODER JUDICIÁRIO: O DISSÍDIO


COLETIVO NA JUSTIÇA DO TRABALHO APÓS A EMENDA CONSTITUCIONAL 45/2004.
Revista de Direito do Trabalho | vol. 118/2005 | p. 71 - 91 | Abr - Jun / 2005 | DTR\2005\300.

SAMPAIO, Aluysio. DISSÍDIO COLETIVO - CLASSIFICAÇÃO E CONCEITO.Revista de


Direito do Trabalho | vol. 44/1983 | p. 14 - 24 | Jul - Ago / 1983 | DTR\1983\123.

Basile, César Reinaldo Offa. PROCESSO DO TRABALHO: JUSTIÇA DO TRABALHO E


DISSIDIOS TRABALHISTAS, 2 ed. – São Paulo : Saraiva, 2012.

NASCIMENTO, Amauri Mascaro. Curso de direito processual do trabalho. 18ª ed. São
Paulo: Saraiva, 1998.

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