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Atenção Farmacêutica para Pacientes Crônicos-1 PDF
Atenção Farmacêutica para Pacientes Crônicos-1 PDF
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Farmácia Clínica
Tarcísio Liberato*
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PREFÁCIO
Nesse sentido, objetivamos aqui ampliar os conceitos básicos da Farmácia
Clínica, aprofundando aspectos relativos aos problemas relacionados aos
medicamentos, com foco na farmacoterapia do diabetes mellitus e a hipertensão
arterial, que elevam os riscos para Doenças crônicas Não Transmissíveis.
Tarcísio Liberato
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NOTA DO AUTOR
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LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Taxas de internações hospitalares por doenças crônicas selecionadas,
Brasil, 2000 a 2009. ............................................................................................... 14
Figura 2 - Pirâmides etárias do Brasil de 2000 e 2005 e projeções para 2040 e
2045. ...................................................................................................................... 17
Figura 3 - Sete etapas do Método Dáder de Seguimento Farmacoterapêutico. .. 22
Figura 4 - A indicação das tarjas. ......................................................................... 34
Figura 5 – Modelo de consultório Farmacêutico – Rede de Farmácia americana -
Walgreens .............................................................................................................. 35
Figura 6 – Modelo de Receita (CFF). ................................................................... 39
Figura 7 – Modelo de Prontuário do Paciente (CFF). ........................................... 41
Figura 8 – Modelo de Encaminhamento do Paciente (CFF). ................................ 42
Figura 9 – Parte da estrutura física da sala de Atenção Farmacêutica. ............... 50
Figura 10 – Parte da estrutura física da sala de Atenção Farmacêutica. ............. 51
Figura 11 – Avaliação Inicial do Método PWDT ................................................... 52
Figura 12 - Modelo de Cartão Individual ............................................................... 56
Figura 13 - Modelo de Plano de Cuidado ............................................................. 62
Figura 14 – Anatomia fisiológica de uma ilhota de Langerhans ........................... 66
Figura 15 - Estrutura da pró-insulina humana (Molécula precursora da insulina) 67
Figura 16 – Esquematização do receptor de insulina. .......................................... 69
Figura 17 – Diagnóstico laboratorial do Diabetes mellitus .................................... 76
Figura 18 – Taxas de mortalidade por DCV e suas diferentes causas no Brasil,
em 2007. ................................................................................................................ 96
Figura 19 – Principais fontes de soja na alimentação ........................................ 103
Figura 20 - Fluxograma de classificação de risco cardiovascular ...................... 111
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LISTA DE TABELAS
Tabela 1 – Principais fatores de risco para DCNT e mortalidade. ........................ 15
Tabela 2 – Prevalência de fatores de risco selecionados para doenças crônicas
segundo estimativas do VIGITEL. ......................................................................... 16
Tabela 3 - Atribuições do farmacêutico relacionadas à comunicação e educação
em saúde ............................................................................................................... 31
Tabela 4 - Conhecimentos e habilidades clínicas que abranjam .......................... 36
Tabela 5 – Etapas para prescrição farmacêutica .................................................. 37
Tabela 6 – Medidas que contribuem para a promoção da segurança do paciente
............................................................................................................................... 37
Tabela 7 – Componentes mínimos para a prescrição farmacêutica ..................... 38
Tabela 8 – Orçamento para implementação de um serviço de Atenção
Farmacêutica ......................................................................................................... 51
Tabela 9 – Classificação de PRM, segundo Cipolle et al., 2004. .......................... 57
Tabela 10 – Classificações do diabetes mellitus ................................................... 65
Tabela 11 – As ações da insulina ......................................................................... 67
Tabela 12 – Funcionalidades conhecidas da insulina ........................................... 68
Tabela 13 – Marcadores de autoimunidade .......................................................... 71
Tabela 14 – Causas à resistência insulínica ......................................................... 72
Tabela 15 – Fatores de riscos para DM2 .............................................................. 72
Tabela 16 – Fatores de riscos para DMG ............................................................. 73
Tabela 17 – Avaliação laboratorial inicial .............................................................. 74
Tabela 18 – Critérios diagnósticos para o diabetes .............................................. 75
Tabela 19 – Sintomas clássicos do DM ................................................................ 78
Tabela 20 – Principais fatores de risco para DCV ................................................ 79
Tabela 21 – Antidiabéticos disponíveis no Brasil .................................................. 81
Tabela 22 – Efeitos adversos (PRM 5) - Clorpropamida ....................................... 82
Tabela 23 – Efeitos adversos (PRM 5) - Glibenclamida ....................................... 83
Tabela 24 – Efeitos adversos (PRM 5) - Glicazida ............................................... 83
Tabela 25 – Efeitos adversos (PRM 5) - Glipizida ................................................ 84
Tabela 26 – Efeitos adversos (PRM 5) - Glimepirida ............................................ 84
Tabela 27 – Efeitos adversos (PRM 5) - Nateglinida ............................................ 85
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Tabela 28 – Efeitos adversos (PRM 5) - Repaglinida ........................................... 85
Tabela 29 – Efeitos adversos (PRM 5) - Sitagliptina ............................................. 86
Tabela 30 – Efeitos adversos (PRM 5) - Vildagliptina ........................................... 86
Tabela 31 – Efeitos adversos (PRM 5) - Saxagliptina ........................................... 87
Tabela 32 – Efeitos adversos (PRM 5) - Linagliptina ............................................ 87
Tabela 33 – Efeitos adversos (PRM 5) - Exenatida .............................................. 88
Tabela 34 – Efeitos adversos (PRM 5) - Liraglutida .............................................. 88
Tabela 35 – Efeitos adversos (PRM 5) - Metformina ............................................ 89
Tabela 36 – Efeitos adversos (PRM 5) - Pioglitazona ........................................... 90
Tabela 37 - Variações no planejamento terapêutico (Insulinoterapia) DM2 ........ 92
Tabela 38 – Tipos de insulina e suas características ............................................ 92
Tabela 39 – Fatores de Risco para HAS ............................................................... 96
Tabela 40 – Diferenças de média entre a pressão arterial sistólica e a pressão
arterial diastólica em crianças e adolescentes, por sexo, atividade física,
tabagismo e etilismo (n=342) – Fortaleza - 2005 .................................................. 97
Tabela 41 - Classificação da pressão arterial de acordo com a medida casual no
consultório (˃18 anos) ........................................................................................... 98
Tabela 42 – Tratamento não-medicamentoso ...................................................... 99
Tabela 43 – Como recomendar dietas ao estilo DASH ....................................... 101
Tabela 44 – Exemplos de fibras alimentares ...................................................... 102
Tabela 45 - Principais fontes de soja na alimentação ......................................... 103
Tabela 46 – Teor de etanol por quantidade definida ........................................... 104
Tabela 47 – Cuidados especiais - Aparelho de Pressão .................................... 108
Tabela 48 – Cuidados especiais - Estetoscópio ................................................. 109
Tabela 49 – Cuidados especiais - Paciente ........................................................ 109
Tabela 50 – Fatores de risco para doenças cardiovascular ................................ 110
Tabela 51 – Características importantes dos anti-hipertensivos ......................... 112
Tabela 52 – Classes de anti-hipertensivos disponíveis para uso clínico ............ 113
Tabela 53 – Anti-hipertensivos comercialmente disponíveis no Brasil ............... 114
Tabela 54 – Principais reações adversas dos diuréticos (PRM 5) ...................... 117
Tabela 55 – Principais reações adversas dos inibidores adrenérgicos (PRM 5) 118
Tabela 56 – Principais reações adversas dos inibidores adrenérgicos (PRM 5) 119
Tabela 57 – Principais reações adversas dos alfabloqueadores (PRM 5) .......... 120
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7
Tabela 58 – Principais reações adversas dos Vasodilatadores diretos (PRM 5) 120
Tabela 59 – Principais reações adversas dos Antagonistas dos canais de cálcio
(PRM 5) ............................................................................................................... 121
Tabela 60 – Principais reações adversas dos inibidores da ECA (PRM 5) ........ 122
Tabela 61 – Principais reações adversas dos bloqueadores dos receptores AT1
da angiotensina II (PRM 5) .................................................................................. 123
Tabela 62 – Principais reações adversas dos inibidores diretos da renina (PRM 5)
............................................................................................................................. 123
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LISTA DE ABREVIAÇÕES
DM – Diabetes mellitus
VIGITEL – Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por
Inquérito Telefônico.
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Sumário
1. AS DOENÇAS CRÔNICAS NO BRASIL E NO MUNDO ............................... 13
1.1 Introdução ............................................................................................... 14
2. A ATENÇÃO FARMACÊUTICA ........................... Error! Bookmark not defined.
2.1 Introdução ............................................................................................... 20
3. ASPECTOS REGULATÓRIOS ............................ Error! Bookmark not defined.
3.1 Introdução ............................................................................................... 25
3.2 Resolução Nº 585 de 29 de Agosto de 2013 ........................................ 25
3.3 Resolução Nº 586 de 29 de agosto de 2013 ......................................... 32
3.4 Resolução Nº 44 de 17 de agosto de 2009 ........................................... 43
4. PLANEJAMENTO DA ATENÇÃO FARMACÊUTICA ....... Error! Bookmark not
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4.1 Espaço Físico ......................................................................................... 50
4.2 Identificação de Problemas relacionados aos medicamentos e
Classificação de PRM. ..................................................................................... 52
4.3 Categorias de problemas relacionados aos fármacos (PRM) ............ 57
4.3.1 O paciente usa medicamento desnecessário (PRM 1) ................. 57
4.3.2 O paciente necessita de medicação adicional (PRM 2) ............... 58
4.3.3 O paciente usa medicamento não efetivo (PRM 3) ....................... 59
4.3.4 O paciente usa dose menor que a necessária (PRM 4)............... 59
4.3.5 O paciente apresenta reação adversa a medicamentos - RAM
(PRM 5) ........................................................................................................... 60
4.3.6 O paciente usa mais alta dose que a necessária (PRM 6) ........... 60
4.3.7 O paciente não adere ao tratamento (PRM 7) ............................... 61
4.4 Metas terapêuticas ................................................................................. 62
5. DIABETES MELLITUS ......................................... Error! Bookmark not defined.
5.1 Introdução ............................................................................................... 64
5.2 A Insulina ................................................................................................ 66
5.3 O Glucagon ............................................................................................. 69
5.4 DM1 - Diabetes mellitus Tipo 1 – Ausência de produção de insulina
pelas células β pancreáticas........................................................................... 70
5.5 Diabetes mellitus Tipo 2 (DM2) ............................................................. 71
5.6 Diabetes mellitus Gestacional (DMG) ................................................... 73
5.7 Outros tipos específicos de diabetes mellitus (DM) ........................... 74
5.8 Diagnóstico do diabetes mellitus ......................................................... 74
5.9 Exames para diagnóstico de diabetes mellitus ................................... 76
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5.10 Sintomas .............................................................................................. 77
5.11 Principais complicações do diabetes mellitus (DM) ........................ 78
5.12 Doença cardiovascular ....................................................................... 78
5.13 Aferição de glicemia capilar ............................................................... 79
5.14 Tratamento ........................................................................................... 80
5.15 Secretagogos de insulina ................................................................... 82
5.15.1 Sulfonilureias ................................................................................... 82
5.15.2 Metiglinidas ...................................................................................... 85
5.15.3 Inibidores da enzima dipeptidil-peptidase-IV (DPP-IV) ................ 86
5.15.4 Incretinomiméticos .......................................................................... 87
5.15.5 Sensibilizadores de insulina ........................................................... 89
5.15.6 Moduladores da absorção de nutrientes no trato gastrointestinal
90
5.15.7 Insulinas - Tipos de Insulina ........................................................... 91
5.15.8 Insulinas disponíveis comercialmente e suas diferenças ........... 92
6. HIPERTENSÃO ARTERIAL ................................. Error! Bookmark not defined.
6.1 Introdução ............................................................................................... 95
6.2 Fatores de risco para HAS..................................................................... 96
6.3 Prevenção Primária ................................................................................ 97
6.4 Diagnóstico e Classificação .................................................................. 98
6.5 Tratamento não-medicamentoso da hipertensão arterial .................. 98
6.6 Controle de Peso .................................................................................. 100
6.7 Estilo Alimentar – Dietas DASH .......................................................... 100
6.8 Redução do consumo de sal ............................................................... 101
6.9 Ácidos graxos insaturados ................................................................. 102
6.10 Fibras ................................................................................................. 102
6.11 Proteína de soja ................................................................................ 102
6.12 Laticínios ........................................................................................... 103
6.13 Álcool ................................................................................................. 104
6.14 Atividade física .................................................................................. 104
6.15 Equipe multiprofissional .................................................................. 105
6.16 Sintomas ............................................................................................ 105
6.17 Como aferir a pressão arterial .............................................................. 106
6.17.1 Cuidados Especiais ....................................................................... 108
6.18 Consequências....................................................................................... 109
6.19 Avaliação de risco cardiovascular .................................................. 110
11
11
6.20 Tratamento Medicamentoso ............................................................ 111
6.21 Diuréticos ........................................................................................... 116
6.21.1 Principais reações adversas (PRM 5) .......................................... 117
6.22 Inibidores adrenérgicos ................................................................... 117
6.22.1 Principais reações adversas (PRM 5) .......................................... 118
6.23 Betabloqueadores ............................................................................. 118
6.23.1 Principais reações adversas (PRM 5) .......................................... 118
6.24 Alfabloqueadores .............................................................................. 119
6.24.1 Principais reações adversas......................................................... 119
6.25 Vasodilatadores diretos ................................................................... 120
6.25.1 Principais reações adversas (PRM 5) .......................................... 120
6.26 Antagonistas dos canais de cálcio ................................................. 120
6.26.1 Principais reações adversas (PRM 5) .......................................... 121
6.27 Inibidores da enzima conversora da angiotensina ........................ 121
6.27.1 Principais reações adversas (PRM 5) .......................................... 121
6.28 Bloqueadores dos receptores AT1 da angiotensina II .................. 122
6.28.1 Principais reações adversas (PRM 5) .......................................... 122
6.29 Inibidores diretos da renina ............................................................. 123
6.29.1 Principais reações adversas (PRM 5) .......................................... 123
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................... 124
12
12
1.
AS DOENÇAS
CRÔNICAS NO BRASIL
E NO MUNDO
.................
13
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1.1 Introdução
As doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) são consideradas as
principais causas de mortes no mundo. Do total de óbitos ocorridos globalmente
em 2008, 63% foram relacionados às doenças crônicas não transmissíveis, sendo
quatro grupos de doenças (cardiovasculares, câncer, doença respiratória crônica
e diabetes) as que responderam pela grande maioria dos óbitos. Além de gerar
elevado número de mortes precoces, as DCNT levam a perdas de qualidade de
vida e limitações tanto no trabalho como em atividades recreativas.
No Brasil, as DCNT estão entre as principais causas de internações
hospitalares, o que eleva os custos para o Sistema Único de Saúde (SUS).
Mesmo com a existência do Sistema Único de Saúde (SUS), gratuito e universal,
o custo individual de uma doença crônica é elevado, o que contribui para o
empobrecimento das famílias. A seguir, podemos avaliar a taxa de internação das
DCNT no Brasil no período de 2000 a 2009.
Figura 1 - Taxas de internações hospitalares por doenças crônicas selecionadas,
Brasil, 2000 a 2009.
Fonte: Plano de Ações Estratégicas para o Enfrentamento das Doenças Crônicas Não
Transmissíveis (DNCT) no Brasil 2011-2022.
14
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Segundo estimativas para a economia brasileira (Abegunde, 2007), a perda
de produtividade no trabalho e a diminuição da renda familiar resultantes de
diabetes, doenças do coração e acidente vascular encefálico levaram a uma
perda de U$ 4,18 bilhões entre os anos de 2006 e 2015.
Os principais fatores de risco para DCNT estão relacionados na tabela 1 a
seguir, bem como fatores relacionados a elevadas taxas de mortalidade.
Tabela 1 – Principais fatores de risco para DCNT e mortalidade.
Tabaco
Atividade física insuficiente
Uso nocivo do álcool
Alimentação inadequada
Pressão arterial alta
Excesso de peso e obesidade
Colesterol aumentado
Fonte: Adaptado de Malta et al., 2006
As doenças crônicas de maior impacto mundial têm quatro fatores de risco
em comum (tabagismo, inatividade física, alimentação inadequada e álcool),
como descrito na tabela anterior. Segundo a Organização Mundial da Saúde -
OMS (2009), em termos de mortalidade, os grandes fatores de risco são: pressão
arterial elevada (13% das mortes no mundo), tabagismo (9%), altos níveis de
glicose sanguínea (6%), inatividade física (6%) e sobrepeso e obesidade (5%).
O sistema de monitoramento desses fatores de risco no Brasil, conhecido
por “Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por
Inquérito Telefônico – VIGITEL”, mantido pelo ministério da saúde, realizou entre
os anos de 2006 e 2010, uma análise da prevalência de alguns desses fatores de
risco na população brasileira, que podemos apreciá-la na tabela 2 mais adiante.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (2008), existem evidências que
correlacionam os determinantes sociais, como educação, ocupação, renda,
gênero e etnia, com a prevalência de DCNT e fatores de risco. No Brasil, os
processos de transição demográfica, epidemiológica e nutricional, a urbanização
15
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e o crescimento econômico e social contribuem para o maior risco da população
ao desenvolvimento de doenças crônicas.
Tabela 2 – Prevalência de fatores de risco selecionados para doenças crônicas
segundo estimativas do VIGITEL.
Fonte: Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico
(VIGITEL) 2006 – 2010. Ministério da Saúde.
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de seus fatores de risco, além da melhoria da atenção à saúde, detecção precoce
e tratamento oportuno.
Figura 2 - Pirâmides etárias do Brasil de 2000 e 2005 e projeções para 2040 e
2045.
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de População e Indicadores Socias, Projeção
da População do Brasil por Sexo e Idade para o Período 1980-2050 – Revisão 2008
As DCNT são de tratamento prolongado impactando economicamente as
famílias e a sociedade em geral, contribuindo para o aumento da pobreza. De
acordo com a Organização Mundial da Saúde (2011) as DCNT afetam mais as
pessoas de baixa renda, por estarem mais expostas aos fatores de risco e por
terem menor acesso aos serviços de saúde. Os gastos familiares com DCNT
reduzem a disponibilidade de recursos para necessidades como alimentação,
moradia, educação, entre outras. Entretanto, as DCNT atingem todas as camadas
socioeconômicas, principalmente grupos mais vulneráveis, como idosos e os de
baixa escolaridade e renda. Os gastos com tratamento para diabetes, câncer,
doenças do aparelho circulatório e doenças respiratórias crônicas podem ser
elevados, uma vez que os tratamentos são de longo prazo.
17
17
Para evitar um crescimento epidêmico das DCNT e suas consequências
para a qualidade de vida dos indivíduos, a prevenção e controle dessas doenças
são fundamentais.
Nos últimos anos, tem-se amplamente discutido o papel dos profissionais
da saúde na prevenção das DCNT, que em trabalho multidisciplinar, elevariam a
efetividade do controle e dos tratamentos disponíveis.
Como profissional especializado em medicamentos, o farmacêutico tem um
importante papel a cumprir na melhoria da adesão aos tratamentos prescritos,
contribuindo para o controle das doenças crônicas não transmissíveis.
18
18
2.
A ATENÇÃO
FARMACÊUTICA
.................
19
19
2.1 Introdução
Muitas são as definições para o termo “Atenção Farmacêutica”. Segundo
Brodie et al. (1980), atenção farmacêutica significa: “A definição das
necessidades farmacoterapêuticas de um dado paciente e a provisão não apenas
dos medicamentos requeridos, mas também dos serviços necessários (antes,
durante e depois) para assegurar uma terapia perfeitamente segura e efetiva”. O
pensamento de Brodie iniciou um novo caminho facilitador e otimizador para a
farmacoterapia, bem como para uma maior conscientização dos profissionais e
pacientes, uma vez que o enfoque farmacoterapêutico consistia em amplo acesso
e disponibilidade dos medicamentos à sociedade e não a atenção ao paciente.
Hepler em 1985 sugeriu o estabelecimento de um compromisso no
desenvolvimento da farmácia como uma profissão clínica, onde deveria haver um
“pacto” entre a profissão farmacêutica e a sociedade, onde os farmacêuticos
assistem diretamente a farmacoterapia dos pacientes.
A Farmácia Clínica teve início nos Estados Unidos, em ambiente hospitalar,
hoje expandindo para todos os níveis de atenção à saúde, incorporando a filosofia
do “Pharmaceutical Care”. Prática que pode ser desenvolvida não apenas em
hospitais, mas em ambulatórios, unidades de atenção primária à saúde, farmácias
comunitárias, instituições de longa permanência e domicílios de pacientes.
O dinamismo observado nas sociedades como a transição demográfica e
epidemiológica bem como a crescente morbimortalidade relativa às doenças
crônicas e agravos não transmissívies exige do farmacêutico um perfil clínico,
contribuindo para a melhor qualidade de vida dos pacientes e o sucesso das
terapias farmacológicas. Em relação a essas perspectivas, o profissional
farmacêutico contemporâneo, deve atuar diretamente no cuidado ao paciente
promovendo o uso racional de medicamentos de acordo com as necessidades
dos pacientes, familiares e da sociedade como um todo.
Hepler (1998), mais uma vez defendeu que as a profissão farmacêutica
precisava acompanhar as transformações tecnológicas, econômicas e sociais que
estavam acontecendo no mundo. Sugeriu também a reprofissionalização baseada
em quatro pilares: a farmácia como atividade central e com função social,
20
20
definição da filosofia profissional e relação com a sociedade, estruturação
organizacional da profissão e marketing da nova profissão.
Outros autores como Strand (1988) desenvolveram métodos sistemáticos
de atenção farmacêutica como o sistema “Pharmacist`s Workup of Drug Therapy
– PWDT”, processo sistemático de tomada de decisão em que as necessidades
dos pacientes com relação à farmacoterapia podem ser documentadas de
maneira global.
Segundo as visões filosóficas de Hepler e Strand sobre a responsabilidade
profissional no cuidado aos pacientes, resultou na definição clássica de atenção
farmacêutica, como sendo: “A provisão responsável da farmacoterapia com o
propósito de obter resultados definidos (cura da doença, eliminação ou redução
dos sintomas, interrupção ou retardamento da doença e prevenção de uma
enfermidade ou sintoma) que melhorem a qualidade de vida dos pacientes”.
O planejamento, implementação e monitoramento da farmacoterapia deve
ser colaborativa entre os profissionais de saúde, exigindo do profissional
farmacêutico a dedicação para o entendimento das necessidades do paciente
quanto ao seu estado de saúde.
O monitoramento da farmacoterapia inclui análise criteriosa de possíveis
problemas relacionados a medicamentos (PRM), o que significa um desafio aos
profissionais farmacêuticos, sob a perspectiva da semiologia farmacêutica. A
primeira definição de PRM, por Strand et al. (1990) sugere: “uma experiência
indesejável do paciente que envolve a farmacoterapia e que interfere real ou
potencialmente com os resultados desejados pelo paciente”.
Em 1998, um grupo de farmacêuticos reunidos em Granada (Espanha)
propôs o conceito para PRM: “é um problema de saúde, vinculado com a
farmacoterapia e que interfere ou pode interferir nos resultados de saúde
esperados de um paciente”.
Alguns obstáculos foram identificados na aplicabilidade da atenção
farmacêutica afastando os farmacêuticos espanhóis da prática proposta. Naquele
momento, a falta de formação específica, o desinteresse dos pacientes e a
escassez de tempo dificultaram a execução das atividades clínicas dos
profissionais. Para que o desenvolvimento da prática superasse os obstáculos, foi
desenvolvida uma metodologia voltada para a realidade dos espanhóis,
21
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conhecido como Programa Dáder, de implantação do Seguimento do Tratamento
Farmacológico. Os métodos Dáder, como o PWDT, podem ser aplicados
sistematicamente em todos os tipos de situações e doenças bem como para a
identificação de PRMs. A seguir, podemos avaliar as etapas do Método Dáder,
orientadas em 7 (sete) etapas.
Figura 3 - Sete etapas do Método Dáder de Seguimento Farmacoterapêutico.
Fonte: Método Dáder. Manual de Seguimento Farmacoterapêutico, 2009, versão em português
europeu.
Muitos dos obstáculos observados pelos espanhóis se aplicam aos
obstáculos atuais no Brasil, limitando a prática clínica farmacêutica no país.
Embora, devemos reconhecer que a prática clínica em nosso país avançou nas
últimas décadas, devido ao esforço daqueles que criaram os primeiros serviços
de Farmácia Clínica no Brasil, assim como às ações lideradas por entidades
22
22
profissionais, instituições acadêmicas, organismos internacionais e iniciativas
governamentais.
Resoluções específicas como a RESOLUÇÃO Nº 585 e a RESOLUÇÃO
N°586, que regulamentam as atribuições clínicas do farmacêutico e a prescrição
de medicamentos por profissionais farmacêuticos, representam conquistas
importantes para os profissionais e a sociedade.
As atribuições clínicas do farmacêutico estão abrindo horizontes para o
fortalecimento da farmácia clínica, base para a prescrição farmacêutica e
consolidação da autoridade técnica do profissional.
Diante do exposto, se faz necessário o reconhecimento da necessidade da
prática clínica do farmacêutico, que segundo a resolução 585, as ações propostas
deverão ser observadas quanto à sua efetividade e pelo reconhecimento por
parte da sociedade do papel do farmacêutico no contexto da saúde.
23
23
3.
ASPECTOS
REGULATÓRIOS
.................
24
24
3.1 Introdução
25
25
Art. 3º - No âmbito de suas atribuições, o farmacêutico presta cuidados à saúde,
em todos os lugares e níveis de atenção, em serviços públicos ou privados.
Art. 4º - O farmacêutico exerce sua atividade com autonomia, baseado em
princípios e valores bioéticos e profissionais, por meio de processos de trabalho,
com padrões estabelecidos e modelos de gestão da prática.
CAPÍTULO I
DAS ATRIBUIÇÕES CLÍNICAS DO FARMACÊUTICO
Art. 7º - São atribuições clínicas do farmacêutico relativas ao cuidado à saúde,
nos âmbitos individual e coletivo:
26
paciente utilize de forma segura os medicamentos de que necessita, nas doses,
26
frequência, horários, vias de administração e duração adequados, contribuindo
para que o mesmo tenha condições de realizar o tratamento e alcançar os
objetivos terapêuticos;;
IV – Analisar a prescrição de medicamentos quanto aos aspectos legais e
técnicos;;
V – Realizar intervenções farmacêuticas e emitir parecer farmacêutico a outros
membros da equipe de saúde, com o propósito de auxiliar na seleção, adição,
substituição, ajuste ou interrupção da farmacoterapia do paciente;;
Temos por definição, intervenções farmacêuticas como sendo: “ato
profissional planejado, documentado e realizado pelo farmacêutico, com a finalidade de
otimização da farmacoterapia, promoção, proteção e da recuperação da saúde,
prevenção de doenças e de outros problemas de saúde. Lista de medicamentos do
paciente: relação completa e atualizada dos medicamentos em uso pelo paciente,
incluindo os prescritos e os não prescritos, as plantas medicinais, os suplementos e os
demais produtos com finalidade terapêutica.
VI – Participar e promover discussões de casos clínicos de forma integrada com
os demais membros da equipe de saúde;;
VII - Prover a consulta farmacêutica em consultório farmacêutico ou em outro
ambiente adequado, que garanta a privacidade do atendimento;;
Conforme a RDC em discussão, consulta farmacêutica é definida como:
“atendimento realizado pelo farmacêutico ao paciente, respeitando os princípios éticos e
profissionais, com a finalidade de obter os melhores resultados com a farmacoterapia e promover
o uso racional de medicamentos e de outras tecnologias em saúde”.
Da mesma maneira, consultório farmacêutico tem como definição:
“lugar de trabalho do farmacêutico para atendimento de pacientes, familiares e
cuidadores, onde se realiza com privacidade a consulta farmacêutica. Pode funcionar de
modo autônomo ou como dependência de hospitais, ambulatórios, farmácias
comunitárias, unidades multiprofissionais de atenção à saúde, instituições de longa
permanência e demais serviços de saúde, no âmbito público e privado”.
27
27
VIII - Fazer a anamnese farmacêutica, bem como verificar sinais e sintomas, com
o propósito de prover cuidado ao paciente;;
Segundo a referida RDC, anmnese farmacêutica está definida como:
“procedimento de coleta de dados sobre o paciente, realizada pelo farmacêutico
por meio de entrevista, com a finalidade de conhecer sua história de saúde,
elaborar o perfil farmacoterapêutico e identificar suas necessidades relacionadas
à saúde”.
IX - Acessar e conhecer as informações constantes no prontuário do paciente;;
X - Organizar, interpretar e, se necessário, resumir os dados do paciente, a fim de
proceder à avaliação farmacêutica;;
XI - Solicitar exames laboratoriais, no âmbito de sua competência profissional,
com a finalidade de monitorar os resultados da farmacoterapia;;
Conforme as definições apresentadas pela RDC, farmacoterapia tem por
definição: “tratamento de doenças e de outras condições de saúde, por meio do
uso de medicamentos”.
XII - Avaliar resultados de exames clínico-laboratoriais do paciente, como
instrumento para individualização da farmacoterapia;;
XIII - Monitorar níveis terapêuticos de medicamentos, por meio de dados de
farmacocinética clínica;;
XIV - Determinar parâmetros bioquímicos e fisiológicos do paciente, para fins de
acompanhamento da farmacoterapia e rastreamento em saúde;;
XV - Prevenir, identificar, avaliar e intervir nos incidentes relacionados aos
medicamentos e a outros problemas relacionados à farmacoterapia;;
Segundo a resolução, temos incidentes por definição: “evento ou
circunstância que poderia ter resultado, ou resultou, em dano desnecessário ao
paciente”.
XVI - Identificar, avaliar e intervir nas interações medicamentosas indesejadas e
clinicamente significantes;;
28
28
XVII - Elaborar o plano de cuidado farmacêutico do paciente;;
Segundo a RDC, Plano de cuidado é definido como: “planejamento
documentado para a gestão clínica das doenças, de outros problemas de saúde e
da terapia do paciente, delineado para atingir os objetivos do tratamento. Inclui as
responsabilidades e atividades pactuadas entre o paciente e o farmacêutico, a
definição das metas terapêuticas, as intervenções farmacêuticas, as ações a
serem realizadas pelo paciente e o agendamento para retorno e
acompanhamento”.
XVIII - Pactuar com o paciente e, se necessário, com outros profissionais da
saúde, as ações de seu plano de cuidado;;
XIX - Realizar e registrar as intervenções farmacêuticas junto ao paciente, família,
cuidadores e sociedade;;
XX - Avaliar, periodicamente, os resultados das intervenções farmacêuticas
realizadas, construindo indicadores de qualidade dos serviços clínicos prestados;;
XXI - Realizar, no âmbito de sua competência profissional, administração de
medicamentos ao paciente;;
XXII - Orientar e auxiliar pacientes, cuidadores e equipe de saúde quanto à
administração de formas farmacêuticas, fazendo o registro destas ações, quando
couber;;
XXIII - Fazer a evolução farmacêutica e registrar no prontuário do paciente;;
Segundo a RDC referida, evolução farmacêutica tem por definição:
“registros efetuados pelo farmacêutico no prontuário do paciente, com a finalidade
de documentar o cuidado em saúde prestado, propiciando a comunicação entre
os diversos membros da equipe de saúde”.
XXIV - Elaborar uma lista atualizada e conciliada de medicamentos em uso pelo
paciente durante os processos de admissão, transferência e alta entre os serviços
e níveis de atenção à saúde;;
29
29
XXV - Dar suporte ao paciente, aos cuidadores, à família e à comunidade com
vistas ao processo de autocuidado, incluindo o manejo de problemas de saúde
autolimitados;;
A RDC defini problema de saúde autolimitado como: “enfermidade aguda
de baixa gravidade, de breve período de latência, que desencadeia uma reação
orgânica a qual tende a cursar sem dano para o paciente e que pode ser tratada
de forma eficaz e segura com medicamentos e outros produtos com finalidade
terapêutica, cuja dispensação não exija prescrição médica, incluindo
medicamentos industrializados e preparações magistrais - alopáticos ou
dinamizados -, plantas medicinais, drogas vegetais ou com medidas não
farmacológicas”.
XXVI - Prescrever, conforme legislação específica, no âmbito de sua competência
profissional;;
A prescrição de medicamentos por profissional farmacêutico está prevista
na Resolução 586, apresentada mais adiante. De acordo com a RDC 585,
prescrição farmacêutica tem por definição: “Prescrição farmacêutica: ato pelo qual
o farmacêutico seleciona e documenta terapias farmacológicas e não
farmacológicas, e outras intervenções relativas ao cuidado à saúde do paciente,
visando à promoção, proteção e recuperação da saúde, e à prevenção de
doenças e de outros problemas de saúde”.
XXVII - Avaliar e acompanhar a adesão dos pacientes ao tratamento, e realizar
ações para a sua promoção;;
XXVIII - Realizar ações de rastreamento em saúde, baseadas em evidências
técnicocientíficas e em consonância com as políticas de saúde vigentes.
São atribuições do farmacêutico relacionadas à comunicação e educação
em saúde, apresentadas na tabela 1, conforme 8° artigo da resolução.
30
30
Tabela 3 - Atribuições do farmacêutico relacionadas à comunicação e educação
em saúde
31
31
VI - Participar da elaboração de protocolos de serviços e demais normativas que
envolvam as atividades clínicas;;
VII - Desenvolver ações para prevenção, identificação e notificação de incidentes
e queixas técnicas relacionados aos medicamentos e a outras tecnologias em
saúde;;
Segundo a Resolução, queixa técnica é definida como: “notificação feita
pelo profissional de saúde quando observado um afastamento dos parâmetros de
qualidade exigidos para a comercialização ou aprovação no processo de registro
de um produto farmacêutico”.
VIII - Participar de comissões e comitês no âmbito das instituições e serviços de
saúde, voltados para a promoção do uso racional de medicamentos e da
segurança do paciente;;
IX - Participar do planejamento, coordenação e execução de estudos
epidemiológicos e demais investigações de caráter técnico-científico na área da
saúde;;
X - Integrar comitês de ética em pesquisa;;
XI - Documentar todo o processo de trabalho do farmacêutico.
3.3 Resolução Nº 586 de 29 de agosto de 2013
A publicação da Resolução n° 586 em setembro de 2013, pelo Conselho
Federal de Farmácia (CFF) se tornou um momento histórico para a profissão
farmacêutica, regulamentando a prescrição de medicamentos por profissionais
habilitados.
Art. 2º - O ato da prescrição farmacêutica constitui prerrogativa do
farmacêutico legalmente habilitado e registrado no Conselho Regional de
Farmácia de sua jurisdição.
O CFF regulamentou a prescrição farmacêutica no mesmo momento em
que também publicou a Resolução n° 585/13, anteriormente discutida,
entendendo que o profissional contemporâneo atua no cuidado direto ao paciente.
32
32
De acordo com a RDC, foi estabelecida, entre outras, a autorização para
que distintos profissionais possam selecionar, iniciar, adicionar, substituir, ajustar,
repetir ou interromper a terapia farmacológica, diante da necessidade de ampliar
a cobertura dos serviços de saúde e incrementar a capacidade de resolução
desses serviços. O novo modelo de prescrição surge como uma prática
multiprofissional.
Segundo a resolução, a literatura internacional demonstra benefícios da
prescrição por farmacêuticos segundo diferentes modelos, realizada tanto de
forma independente ou em colaboração com outros profissionais da equipe de
saúde.
A norma brasileira prevê duas possibilidades de prescrição farmacêutica:
de medicamentos isentos de prescrição (MIPs) e de medicamentos de venda sob
prescrição médica (tarjados) e estabelece requisitos específicos para cada uma
dessas possibilidades.
33
33
Figura 4 - A indicação das tarjas.
Fonte: Anvisa
A RDC n° 586 regula a prescrição farmacêutica e dá outras providências.
Esta resolução inova ao considerar a prescrição como uma atribuição clínica do
farmacêutico, onde defini sua natureza, especifica e amplia o seu escopo para
além do produto e descreve seu processo na perspectiva das boas práticas,
estabelecendo seus limites e a necessidade de documentar e avaliar as
atividades de prescrição.
Art. 3º - Para os propósitos desta resolução, define-se a prescrição
farmacêutica como ato pelo qual o farmacêutico seleciona e documenta terapias
farmacológicas e não farmacológicas, e outras intervenções relativas ao cuidado
à saúde do paciente, visando à promoção, proteção e recuperação da saúde, e à
prevenção de doenças e de outros problemas de saúde.
Parágrafo único - A prescrição farmacêutica de que trata o caput deste
artigo constitui uma atribuição clínica do farmacêutico e deverá ser realizada com
base nas necessidades de saúde do paciente, nas melhores evidências
científicas, em princípios éticos e em conformidade com as políticas de saúde
vigentes.
Art. 4º - O ato da prescrição farmacêutica poderá ocorrer em diferentes
estabelecimentos farmacêuticos, consultórios, serviços e níveis de atenção à
34
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saúde, desde que respeitado o princípio da confidencialidade e a privacidade do
paciente no atendimento.
Figura 5 – Modelo de consultório Farmacêutico – Rede de Farmácia americana -
Walgreens
35
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Tabela 4 - Conhecimentos e habilidades clínicas que abranjam
36
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O processo de prescrição farmacêutica é constituído das etapas
apresentadas na tabela 2, conforme o 7° artigo da resolução.
Tabela 5 – Etapas para prescrição farmacêutica
37
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A prescrição farmacêutica deverá ser redigida em vernáculo, por extenso,
de modo legível, observados a nomenclatura e o sistema de pesos e medidas
oficiais, sem emendas ou rasuras, devendo conter os seguintes componentes
mínimos, apresentados na tabela 4, conforme o 9° artigo da resolução.
Tabela 7 – Componentes mínimos para a prescrição farmacêutica
38
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Figura 6 – Modelo de Receita (CFF).
Fonte: Conselho Federal de Farmácia .Disponível em www.cff.org.br, acesso em 15/05/2016.
Art. 10- A prescrição de medicamentos, no âmbito do Sistema Único de Saúde
(SUS), estará necessariamente em conformidade com a Denominação Comum
Brasileira (DCB) ou, em sua falta, com a Denominação Comum Internacional
(DCI).
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Art. 12- É vedado ao farmacêutico prescrever sem a sua identificação ou a do
paciente, de forma secreta, codificada, abreviada, ilegível ou assinar folhas de
receituários em branco.
Art. 13 - Será garantido o sigilo dos dados e informações do paciente, obtidos em
decorrência da prescrição farmacêutica, sendo vedada a sua utilização para
qualquer finalidade que não seja de interesse sanitário ou de fiscalização do
exercício profissional.
Art. 15 - É vedado o uso da prescrição farmacêutica como meio de propaganda e
publicidade de qualquer natureza.
Art. 16 - O farmacêutico manterá registro de todo o processo de prescrição na
forma da lei.
40
40
Figura 7 – Modelo de Prontuário do Paciente (CFF).
Fonte: Conselho Federal de Farmácia. Disponível em www.cff.org.br, acesso em 15/05/2016.
41
41
Figura 8 – Modelo de Encaminhamento do Paciente (CFF).
Fonte – Modelo de Encaminhamento (CFF). Disponível em www.cff.org.br, acesso em
16/05/2016.
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42
3.4 Resolução Nº 44 de 17 de agosto de 2009
Segundo a RDC n° 44/09, Boas Práticas Farmacêuticas é entendida como:
“O conjunto de técnicas e medidas que visam assegurar a manutenção da
qualidade e segurança dos produtos disponibilizados e dos serviços prestados em
farmácias e drogarias, com o fim de contribuir para o uso racional desses
produtos e a melhoria da qualidade de vida dos usuários”.
Dessa referida resolução, trataremos do VI capítulo, que trata dos serviços
farmacêuticos.
CAPÍTULO VI
§1º - São considerados serviços farmacêuticos passíveis de serem prestados em
farmácias ou drogarias a atenção farmacêutica e a perfuração de lóbulo auricular
para colocação de brincos.
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43
Seção I
Da Atenção Farmacêutica
Art. 63 - A atenção farmacêutica deve ter como objetivos a prevenção, detecção e
resolução de problemas relacionados a medicamentos, promover o uso racional
dos medicamentos, a fim de melhorar a saúde e qualidade de vida dos usuários.
Art. 64 - Devem ser elaborados protocolos para as atividades relacionadas à
atenção farmacêutica, incluídas referências bibliográficas e indicadores para
avaliação dos resultados.
§1º - As atividades devem ser documentadas de forma sistemática e contínua,
com o consentimento expresso do usuário.
§2º - Os registros devem conter, no mínimo, informações referentes ao usuário
(nome, endereço e telefone), às orientações e intervenções farmacêuticas
realizadas e aos resultados delas decorrentes, bem como informações do
profissional responsável pela execução do serviço (nome e número de inscrição
no Conselho Regional de Farmácia).
Art. 65 - As ações relacionadas à atenção farmacêutica devem ser registradas de
modo a permitir a avaliação de seus resultados.
44
44
Art. 66 - O farmacêutico deve orientar o usuário a buscar assistência de outros
profissionais de saú- e, quando julgar necessário, considerando as informações
ou resultados decorrentes das ações de atenção farmacêutica.
Subseção I
Parágrafo único - A prestação de atenção farmacêutica domiciliar por farmácias e
drogarias somente é permitida a estabelecimentos devidamente licenciados e
autorizados pelos órgãos sanitários competentes.
Subseção II
45
45
§2º - O parâmetro bioquímico cuja aferição é permitida nos termos desta
Resolução é a glicemia capilar.
46
46
Parágrafo único - O Procedimento Operacional Padrão (POP) deve incluir os
equipamentos de prote- ção individual (EPI’s) a serem utilizados para a medição
de parâmetros fisiológicos e bioquímico, assim como trazer orientações sobre seu
uso e descarte.
Seção III
Art. 81 - Após a prestação do serviço farmacêutico deve ser entregue ao usuário a
Declaração de Serviço Farmacêutico.
47
47
d) frase de alerta, quando houver medição de parâmetros fisiológicos e
bioquímico: “ESTE PROCEDIMENTO NÃO TEM FINALIDADE DE
DIAGNÓSTICO E NÃO SUBSTITUI A CONSULTA MÉDICA OU A REALIZAÇÃO
DE EXAMES LABORATORIAIS”;;
f) orientação farmacêutica;;
h) data, assinatura e carimbo com inscrição no Conselho Regional de Farmácia
(CRF) do farmacêutico responsável pelo serviço.
§3º - É proibido utilizar a Declaração de Serviço Farmacêutico com finalidade de
propaganda ou publicidade ou para indicar o uso de medicamentos para os quais
é exigida prescrição médica ou de outro profissional legalmente habilitado. §4º - A
Declaração de Serviço Farmacêutico deve ser emitida em duas vias, sendo que a
primeira deve ser entregue ao usuário e a segunda permanecer arquivada no
estabelecimento.
48
48
4.
PLANEJAMENTO
DA ATENÇÃO
FARMACÊUTICA
.................
49
49
4.1 Espaço Físico
Figura 9 – Parte da estrutura física da sala de Atenção Farmacêutica.
50
50
Figura 10 – Parte da estrutura física da sala de Atenção Farmacêutica.
Adaptado do Fascículo V do Projeto Farmácia Estabelecimento de Saúde do Conselho Regional
de Farmácia do Estado de São Paulo.
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4.2 Identificação de Problemas relacionados aos medicamentos e
Classificação de PRM.
A avaliação inicial deverá ser preenchida em prontuário específico e individual
para cada paciente, garantindo segurança às decisões que serão tomadas pelo
profissional farmacêutico. Atualmente diferentes modelos de ficha estão
disponíveis, bem como versões digitalizadas em softwares no mercado. Podemos
avaliar um modelo de ficha de avaliação inicial, conforme a figura de Avaliação
Inicial do Método PWDT (CIPOLLE et al., 2004), a seguir:
52
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Figura 11 – Avaliação Inicial do Método PWDT (Continuação)
53
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Ficha 11 – Avaliação Inicial do Método PWDT (Continuação)
Nem sempre o paciente deverá relatar as informações na ordem proposta
pela ficha de avaliação. O importante é deixar o paciente à vontade para se
expressar espontaneamente, não ocultando informações relevantes ao processo.
Porém, a proposta garante o registro de dados clínicos, terapêuticos,
sociodemográficos, bem como dados referentes ao estilo de vida do paciente. As
informações obtidas em atendimentos subsequentes, servirão de base para
atualização do prontuário, uma vez que diferentes informações e parâmetros
podem se alterar, mesmo que em curto período de tempo. É importante destacar
que os PRM podem ocorrer em qualquer fase do processo de seguimento
55
55
farmacoterapêutico e, portanto, o prontuário do paciente deve ser analisado
constantemente.
Figura 12 - Modelo de Cartão Individual
Fonte: Modelo de Cartão Individual disponível em Fascículo V – O percurso Histórico da atenção
farmacêutica no Mundo e no Brasil. Conselho Regional de Farmácia do Estado e São Paulo.
56
56
relatados e identificados no paciente não são sintomas da doença e sim eventos
indesejáveis dos medicamentos.
A seguir, na tabela 9 estão reunidas as categorias de PRM de acordo com
as necessidades farmacoterapêuticas.
Tabela 9 – Classificação de PRM, segundo Cipolle et al., 2004.
Fonte – O percurso histórico da atenção farmacêutica no mundo e no Brasil – Conselho regional
de Farmácia do estado de São Paulo Organização Pan-Americana da Saúde.
57
57
medicamentos bem como o uso de drogas ilícitas, álcool ou tabaco também
podem acometer PRM.
A necessidade de medicação adicional se dá quando a condição clínica do
paciente exige efeitos sinérgicos ou aditivos para se obter resultados terapêuticos
satisfatórios.
58
58
4.3.3 O paciente usa medicamento não efetivo (PRM 3)
Ex: O paciente Lucas, de 6 anos, foi diagnosticado com asma há dois anos.
Na última crise asmática, ao contrário das outras vezes, o salmeterol (25
mcg/inalação) não obteve o efeito desejável. Verificou-se, então, que
devido à ausência de sua mãe no momento da crise, o medicamento foi
administrado por seu pai, o qual não possui habilidade para o uso da
“bombinha inalatória”. Com isto, as doses administradas foram inferiores às
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59
doses ideais para o controle de sua asma. É necessário que o farmacêutico
oriente-o quanto ao uso correto deste dispositivo inalatório.
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Ex: A paciente Lourdes, 65 anos, faz uso de captopril 50 mg, duas vezes
ao dia, há mais de uma ano na Unidade Básica de Saúde (UBS). Ao
comparecer recentemente à consulta de uma médico particular, recebeu
uma prescrição do medicamento Captolab®, 50 mg, duas vezes ao dia. O
médico não orientou Lourdes a parar de tomar os medicamentos que
estava usando e, por isto, a mesma continuou a utilizar o captopril,
recebido na UBS concomitantemente com o Captolab®. Após uma semana
de uso do novo regime terapêutico, Lourdes passou a ter tonturas e
fraqueza, como resultado da baixa pressão (90/500 mmHg), até que sofreu
uma queda e ficou hospitalizada por três dias. Logo o farmacêutico deve
informar a Lourdes que este é um caso de duplicidade terapêutica e que é
necessário suspender um dos medicamentos para que o controle da PA
seja normalizado e os sintomas desagradáveis desapareçam.
61
61
de plantas com o medicamento prescrito, a fim de controlar os sintomas
apresentados”.
4.4 Metas terapêuticas
Fonte – O percurso histórico da atenção farmacêutica no mundo e no Brasil – Conselho regional
de Farmácia do estado de São Paulo Organização Pan-Americana da Saúde.
62
62
5.
DIABETES
MELLITUS
.................
63
63
5.1 Introdução
O estilo de vida atual, os hábitos alimentares, o sedentarismo, bem com o
envelhecimento populacional evidenciado nos últimos anos no Brasil e no mundo,
estão diretamente relacionados às crescentes incidências de DM. As mudanças
64
64
no estilo de vida, com dieta balanceada, atividade física regular, contribuindo para
a perda de peso, são medidas fundamentais para a prevenção não apenas do
DM, mas dos acometimentos possíveis relacionados, como os problemas
cardiovasculares. O controle glicêmico deve ser realizado periodicamente, para
evitar o surgimento ou a progressão das complicações do DM.
Baseado na etiologia do DM, a Organização Mundial da Saúde (OMS) e a
Associação Americana de Diabetes (American Diabetes Association (ADA),
classificam o DM em quatro distintas classificações, segundo as condições
clínicas do paciente. O DM pode ser classificado em (tabela 10):
Gestacional
O diabetes tipo II, também chamado de diabetes mellitus não dependente
de insulina, é inicialmente causado pela sensibilidade reduzida à insulina nos
tecidos-alvo periféricos. Na maioria dos casos, acometem pacientes depois dos
30 anos de idade, e tem a evolução gradual. O diabetes tipo II corresponde cerca
de 90 a 95% dos casos.
65
65
Antes de discorremos sobre cada tipo de diabetes conforme a classificação
da OMS é essencial entendermos o papel da Insulina.
5.2 A Insulina
Figura 14 – Anatomia fisiológica de uma ilhota de Langerhans
Fonte – Guyton & Hall. Tratado de Fisiologia Médica. 12° edição. Editora Elsevier.
A insulina é um polipeptídeo de peso molecular de 5.808 Da, formada por
duas cadeias (A e B) de aminoácidos ligadas por pontes dissulfetos entre
resíduos de cisteína. A molécula pró-insulina humana é quebrada no complexo de
Golgi das células β pancreáticas para formar o peptídeo de conexão e insulina,
como podemos observar na Figura 15.
66
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Figura 15 - Estrutura da pró-insulina humana (Molécula precursora da insulina)
Fonte: http://www.medicinanet.com.br/imagens/20120210140438.jpg acesso em 22 de maio de
2016.
Após as refeições ricas em carboidratos, a glicose absorvida para o sangue
estimula a secreção da insulina. Posteriormente, a insulina promove a captação e
o armazenamento de glicose por quase todos os tecidos do organismo, em
especial nos músculos, tecido adiposo e fígado.
Tabela 11 – As ações da insulina
Fonte – adaptado de “Manejo do tratamento de pacientes com diabetes. Fascículo VII – CRFSP”.
A insulina estimula o transporte de muitos dos aminoácidos para as células.
Fonte – Guyton & Hall. Tratado de Fisiologia Médica. 12° edição. Editora Elsevier.
A insulina também estimula a síntese de lipídeos (lipogênese) e também inibe
a quebra dessas moléculas (lipólise).
Os efeitos da insulina sobre as células alvo se iniciam pela ligação da insulina
e ativação do receptor proteico (glicoproteína), localizado na membrana
plasmática das células. Formado pela combinação de duas subunidades α
(extracelulares) e duas subunidades β (parcialmente intracelulares), possuem
atividade tirosina-quinase promovendo a fosforilação de resíduos de tirosina.
68
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Figura 16 – Esquematização do receptor de insulina.
Fonte – Guyton & Hall. Tratado de Fisiologia Médica. 12° edição. Editora Elsevier.
5.3 O Glucagon
Produzido pelas células α das ilhotas de Langerhans no pâncreas, o glucagon
também conhecido como hormônio hiperglicêmico. O glucagon é secretado pelas
células α quando a concentração da glicose sanguínea cai e tem como principal
69
69
função, aumentar a concentração da glicose sanguínea, efeito oposto ao da
insulina. Assim, quando a produção e secreção de insulina estão diminuídas, a
secreção de glucagon se encontra aumentada.
A destruição das células β pode ser resultado de um processo autoimune
ou de infecções virais, bem como de processos idiopáticos. A autoimunidade
pode ser confirmada pela identificação de marcadores de autoimunidade. A seguir
na tabela 13 seguem alguns marcadores (anticorpos circulantes) que podem ser
identificados meses ou anos antes do diagnóstico.
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70
Tabela 13 – Marcadores de autoimunidade
Anti Insulina
Fonte – adaptado de “Manejo do tratamento de pacientes com diabetes. Fascículo VII – CRFSP”.
O DM2 é a forma mais comum de diabetes, o que corresponde a cerca de
90 a 95% dos casos, acometendo principalmente os adultos. Caracteriza-se pela
resistência insulínica, o que consiste na redução dos eventos fisiológicos
característicos da insulina, resultando em hiperglicemia.
71
71
Tabela 14 – Causas à resistência insulínica
Na maioria dos casos, o início do DM2 ocorre depois dos 30 anos de idade,
frequentemente entre os 50 e 60 anos, porém, nos últimos anos, o número de
jovens acometidos tem aumentado, o que parece estar relacionado com o
crescente casos de obesidade entre crianças e jovens.
72
72
hábitos alimentares e a prática de exercícios físicos, deve ser incorporada ao
tratamento.
Tabela 16 – Fatores de riscos para DMG
73
73
5.7 Outros tipos específicos de diabetes mellitus (DM)
Tabela 17 – Avaliação laboratorial inicial
Glicemia de jejum
Teste oral de tolerância à glicose (TOTG)
Hemoglobina glicada (A1C)
Colesterol total, HDL-C
Triglicerídeos
Exame de urina (avaliar presença de infecção urinária, presença de proteinúria, corpos
cetônicos, sedimento)
Microalbuminúria (para o DM2, se proteinúria negativa)
TSH – hormônio estimulante da tireoide (para o DM1)
ECG – eletrocardiograma em adultos
Creatinina sérica em adultos
Fonte – adaptado de “Manejo do tratamento de pacientes com diabetes. Fascículo VII – CRFSP”.
74
74
A história clínica do paciente auxiliará o diagnóstico e deverá ser realizada
no início das avaliações clínicas. Os sistemas de acompanhamento
farmacoterapêutico também se iniciam com informações relevantes sobre a
história clínica do paciente. Não podemos deixar de mencionar que o DM2 poderá
ser assintomático, sendo identificado apenas com exames laboratoriais.
Tabela 18 – Critérios diagnósticos para o diabetes
75
75
5.9 Exames para diagnóstico de diabetes mellitus
Figura 17 – Diagnóstico laboratorial do Diabetes mellitus
Fonte: BAZOTTE, 2010 APUD CRFSP
Valor maior ou igual a 126 mg/dL, para glicemia de jejum, indica diabetes
mellitus, que deve ser confirmado com a repetição do teste em outro dia.
76
76
Importante ressaltar, que a avaliação da Hemoglobina glicada (A1C) pode ser um
importante instrumento de avaliação do impacto de programas de educação em
diabetes mellitus, uma vez que a quantidade de glicose ligada à hemoglobina é
diretamente proporcional à concentração média de glicose no sangue.
5.10 Sintomas
77
77
Tabela 19 – Sintomas clássicos do DM
Perda involuntária de peso, mesmo comendo mais do que o habitual.
Visão turva
Fadiga
Fonte – adaptado de “Manejo do tratamento de pacientes com diabetes. Fascículo VII – CRFSP”.
5.11 Principais complicações do diabetes mellitus (DM)
Os dados clínicos dos pacientes como idade, sexo, história clínica, pressão
arterial, circunferência abdominal, peso e altura (IMC) e exame clínicos para
aterosclerose orientam para a avaliação do risco cardiovascular. Os formulários
para anamnese farmacêutica orientam em relação aos parâmetros referidos,
contribuindo para as decisões de tratamento e prevenção da DCV.
Histórico familiar
Etnia
HAS
Tabagismo
Presença de microalbuminúria
Disfunção endotelial (se caracteriza por anormalidades da produção de fatores
derivados do endotélio, importantes na função plaquetária, contração e
proliferação de células musculares lisas)
Elevada proteína C-reativa (indicador da presença de processo inflamatório)
Fonte – Bazotte (2010) apud CRFSP. Adaptação de “Manejo do tratamento de pacientes com
diabetes. Fascículo VII – CRFSP”.
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De acordo com a RDC 44/09 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária
(ANVISA), a glicemia capilar pode ser aferida por profissional farmacêutico na
farmácia. A glicemia capilar é realizada por meio de glicosímetro e permite
detectar variações glicêmicas ao longo do dia, contribuindo para ajustes no
tratamento medicamentoso, ou na dieta do paciente.
5.14 Tratamento
No caso de pacientes diabéticos tipo 2, pode haver a reposição da insulina
de maneira direta como indireta, com o uso de secretagogos de insulina
(sulfoniluréias, metiglinidas, inibidores da DPP-IV, incretinominuticos), bem como
a utilização de sensibilizadores de insulina (biguanidas e tiazolidinedionas) e
moduladores de absorção de nutrientes no trato gastrointestinal (inibidores da α-
glicosidase).
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Tabela 21 – Antidiabéticos disponíveis no Brasil
Fonte – Adaptado de “Manejo do tratamento de pacientes com diabetes. Fascículo VII – CRFSP”.
* DPP-IV (enzima dipeptidil-peptidase-IV)
81
81
5.15 Secretagogos de insulina
5.15.1 Sulfonilureias
Tabela 22 – Efeitos adversos (PRM 5) - Clorpropamida
Fonte – Bula clorpropamida apud CRFSP “Manejo do tratamento de pacientes com diabetes.
Fascículo VII”.
82
82
Tabela 23 – Efeitos adversos (PRM 5) - Glibenclamida
83
83
Tabela 25 – Efeitos adversos (PRM 5) - Glipizida
84
84
5.15.2 Metiglinidas
85
85
5.15.3 Inibidores da enzima dipeptidil-peptidase-IV (DPP-IV)
86
86
Tabela 31 – Efeitos adversos (PRM 5) - Saxagliptina
Fonte: Boeringher Ingelheim do Brasil Quím. e Farm. Ltda. Linagliptina. MS – 1.0367.0167, 03 de
abril de 2016
5.15.4 Incretinomiméticos
87
87
Os fármacos que representam a classe de incretimomiméticos são
indicados para o tratamento da DM2, como a exenatida e liraglutina.
88
88
5.15.5 Sensibilizadores de insulina
São duas classes principais de sensibilizadores de insulina: As biguanidas
e tiazolidinedionas.
90
90
As aplicações de insulina são realizadas por meio de seringas ou canetas
de insulina, disponíveis no mercado.
Diabetes tipo 2: Paciente que precisam de injeções de insulina basal, uma
vez que o pâncreas ainda fornece insulina necessária para as refeições.
Uma aplicação diária, antes de dormir, costuma ser suficiente.
Diabetes tipo 2: Pacientes que necessitam de insulina basal e bolus, com
objetivo de controlar a glicemia em diferentes momentos do dia.
Diabetes tipo 2: Pacientes que não precisam de injeções de insulina.
Hipoglicemiantes orais aliados à alimentação saudável e prática regular de
exercício físico conseguem chegar a um bom controle glicêmico.
Fonte: Tipos de Insulina. Adaptação de BD. Disponível em
https://www.bd.com/brasil/diabetes/page.aspx?cat=19151&id=19395. Acesso em 29/05/2016.
92
92
Tabela 38 – Tipos de insulina e suas características (Continuação)
Fonte: Tipos de Insulina. Adaptado de BD. Disponível em
https://www.bd.com/brasil/diabetes/page.aspx?cat=19151&id=19395. Acesso em 29/05/2016.
93
93
6.
HIPERTENSÃO
ARTERIAL
.................
94
94
6.1 Introdução
Segundo a VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensão (2010), a hipertensão
arterial sistêmica (HAS) é concetuada como uma condição clínica multifatorial
caracterizada por níveis elevados e sustentados de pressão arterial (PA).
A PA é a pressão que o sangue exerce na parede das artérias. A PA pode
variar de acordo com fatores como idade, estado emocional, temperatura
ambiente, posição postural, estado de vigília ou sono e com uso de drogas como
fumo e álcool.
Associa-se frequentemente a alterações funcionais e/ou estruturais dos
órgãos-alvo (coração, encéfalo, rins e vasos sanguíneos) e a alterações
metabólicas, com consequente aumento do risco de eventos cardiovasculares
fatais e não-fatais.
A Hipertensão Arterial é uma doença crônica que apresenta elevado custo
médico-social, pois é um dos mais importantes fatores de risco para o
desenvolvimento de doenças cardiovasculares. De acordo com dados do
DATASUS, em novembro de 2009, houve 91.970 internações por DCV,
resultando em um custo de R$165.461.644,33.
Em 2001, cerca de 7,6 milhões de mortes no mundo foram atribuídas à
elevação da PA (54% por acidente vascular encefálico - AVE e 47% por doença
isquêmica do coração - DIC), sendo a maioria em países de baixo e médio
desenvolvimento econômico e mais da metade em indivíduos entre 45 e 69 anos.
As doenças cardiovasculares têm sido a principal causa de morte no Brasil,
registrando em 2007, 308.466 óbitos por doenças do aparelho respiratório (Figura
18).
A detecção, o tratamento e o controle da HAS são fundamentais para a
redução das doenças cardiovasculares. A participação do farmacêutico na equipe
multiprofissional tem sido consolidada com a aplicação da Atenção Farmacêutica
em farmácias/drogarias bem como em ambiente hospitalar, contribuindo dessa
forma com o controle da HAS e a identificação de problemas relacionados aos
medicamentos, utilizados por pacientes hipertensos.
95
95
Figura 18 – Taxas de mortalidade por DCV e suas diferentes causas no Brasil,
em 2007.
AVE – Acidente Vascular Encefálico;; DIC – Doença Isquêmica do Coração;; HAS – Hipertensão
Arterial Sistêmica. Fonte: VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensão (2010)
Os principais fatores de risco para HAS estão relacionados na tabela 39 a
seguir.
Tabela 39 – Fatores de Risco para HAS
Idade
Gênero e Etnia
Excesso de Peso e Obesidade
Ingestão de Sal
Ingestão de álcool
Sedentarismo
Fatores socioeconômicos
Genética
Fonte – Adaptado de VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensão
96
96
A seguir, podemos ilustrar os fatores de risco (tabela 40) para a
hipertensão arterial em crianças e adolescentes obtidos por meio do estudo
realizado na cidade de Fortaleza (CE) por Thelma Leite de Araújo et al. (2008). O
estudo envolveu 342 indivíduos de 6 a 18 anos de uma escola da cidade.
97
97
Hábitos de vida saudáveis são fundamentais para a prevenção de doenças
cardiovasculares, diabetes e a hipertensão arterial. Alimentação saudável,
consumo controlado de sódio e álcool, ingestão de potássio, atividade física
regular e combate ao sedentarismo são as principais recomendações não
medicamentosas para a prevenção da HAS.
6.4 Diagnóstico e Classificação
Tabela 41 - Classificação da pressão arterial de acordo com a medida casual no
consultório (˃18 anos)
Fonte: V Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial – Sociedade Brasileira de Cardiologia
(SBC), Sociedade Brasileira de Hipertensão (SBH) e Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN) -
2006 apud CRFSP.
6.5 Tratamento não-medicamentoso da hipertensão arterial
Conforme a VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensão (2010), descrevemos
na tabela 42, o que deve-se considerar com relação ao tratamento não-
medicamentoso:
98
98
Tabela 42 – Tratamento não-medicamentoso
Fibras
Oleaginosas
Laticíneos
Alho
Café e chá
Chocolate amargo
Álcool
Atividade física
Respiração lenta
99
99
6.6 Controle de Peso
As medidas antropométricas ideais são o índice de massa corporal (IMC)
menor que 25 kg/m2 e a circunferência abdominal < 102 cm para os homens e <
88 para as mulheres.
Dietas apropriadas são recomendadas pela “DASH - Dietary Approachs to
Stop Hypertension” para pacientes hipertensos. A dieta preconiza o consumo de
verduras, alimentos integrais, quantidades reduzidas de gorduras saturada, frutas,
potássio, cálcio e magnésio, leite desnatado e derivados.
100
100
Tabela 43 – Como recomendar dietas ao estilo DASH
Comer muitas frutas e hortaliças, aproximadamente de oito a dez porções por dia
(uma porção é igual a uma concha média).
Incluir duas ou três porções de laticínios desnatados ou semidesnatados por dia.
Preferir os alimentos integrais, como pão, cereais e massas integrais ou de trigo
integral.
Segundo a Organização Mundial de Saúde - OMS, a quantidade de 5 g de
sal de cozinha (equivalente a 2 g de sódio) corresponde ao valor máximo
considerado saudável para ingestão diária. A sensibilidade ao sal varia de
indivíduo para indivíduo, sendo a relação entre quantidade de sódio ingerido e PA
bastante variável.
6.10 Fibras
A recomendação de ingestão de fibra alimentar total para adultos é de 20 a
30 g/dia, sendo que 5 a 10 g devem ser solúveis.
Fibras solúveis
Pectina (frutas)
Gomas (aveia, cevada e leguminosas: feijão, grão de bico, lentilha e ervilha)
Fibras insolúveis
Celulose (trigo)
Hemicelulose (grãos)
Lignina (hortaliças)
102
102
Exemplos de fontes de soja na alimentação estão descritas na tabela 45.
Farinha
(a) (b)
(c) (d)
(a) Feijão de soja;; (b) Queijo de soja (tofu);; (c) Leite de soja;; (d) Concentrado protéico de soja
6.12 Laticínios
103
103
6.13 Álcool
Fonte: VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensão
104
104
As recomendações referentes à atividade física são de pelo menos cinco
vezes por semana por trinta minutos de exercícios moderados de forma contínua
ou acumulados, a fim de manter boa saúde cardiovascular, ampliando a qualidade
de vida.
Para que o indivíduo possa realizar as atividades físicas, deverá o mesmo
realizar testes ergométricos que permitam avaliar a frequência cardíaca. No caso
de pacientes que façam uso de medicamento cardiovascular, o teste deverá ser
realizado na vigência da medicação.
6.16 Sintomas
105
105
A Hipertensão arterial pode agir silenciosamente por anos, aparecendo os
sintomas quando a doença já está instalada há bastante tempo e um pouco antes
das complicações.
• Cansaço excessivo;;
• Formigamento;;
• Selecionar o tamanho da braçadeira para adultos ou crianças. A largura do
manguito deve corresponder a 40% da circunferência braquial e seu
comprimento a 80%.
106
106
• Envolver a braçadeira, suave e confortavelmente, em torno do braço,
centralizando o manguito sobre a artéria braquial. Manter a margem inferior
da braçadeira 2,5cm acima da dobra do cotovelo. Encontrar o centro do
manguito dobrando-o ao meio.
107
107
Desinsuflar totalmente o aparelho com atenção voltada ao completo
desaparecimento dos batimentos.
Fonte – Campanha Medida Correta da Pressão Arterial – USP. Disponível em:
http://www.eerp.usp.br/ope/manual.htm. acesso em 10/04/2016
108
108
Tabela 48 – Cuidados especiais - Estetoscópio
Fonte – Campanha Medida Correta da Pressão Arterial – USP. Disponível em:
http://www.eerp.usp.br/ope/manual.htm. acesso em 10/04/2016
Fonte – Campanha Medida Correta da Pressão Arterial – USP. Disponível em:
http://www.eerp.usp.br/ope/manual.htm. acesso em 10/04/2016
6.18 Consequências
• AVE;;
• Retinopatia;;
109
109
• Cardiopatias (tais como infarto agudo do miocárdio – IAM,
insuficiência cardíaca congestiva – ICC e arritmias cardíacas).
A presença de nove destes fatores explica quase 90% do risco atribuível de
110
doença cardiovascular na população ao redor do mundo.
110
Muitos dos fatores de risco são responsáveis também pelas doenças
renais, sendo que a HAS e o DM respondem por 50% dos casos de doença renal
crônica terminal.
111
111
Diferentes classes de medicamentos, com mecanismos de ação distintos
são utilizados na clínica médica para a redução da PA e diminuição dos riscos
associados à HAS.
Fonte: VI Diretizes Brasileiras de Hipertensão
112
112
a possibilidade de modificações na terapia prescrita e o tempo necessários para
que ocorramos benefícios esperados.
113
113
Tabela 53 – Anti-hipertensivos comercialmente disponíveis no Brasil
114
114
Tabela 53 – Anti-hipertensivos comercialmente disponíveis no Brasil
(Continuação)
115
115
Tabela 53 – Anti-hipertensivos comercialmente disponíveis no Brasil
(Continuação)
6.21 Diuréticos
116
116
6.21.1 Principais reações adversas (PRM 5)
Hipopotassemia
Hipomagnesemia
hiperuricemia.
intolerância à glicose
117
117
6.22.1 Principais reações adversas (PRM 5)
Sonolência
Sedação
Boca seca
Fadiga
Hipotensão postural
Disfunção sexual
Galactorreia
Anemia hemolítica
Lesão hepática
6.23 Betabloqueadores
Broncoespasmo
Bradicardia
Vasoconstrição periférica
Insônia
Pesadelos
Depressão psíquica
Astenia
Disfunção sexual
Intolerância à glicose
6.24 Alfabloqueadores
119
119
Hipotensão postural
Palpitações
Astenia
Retenção hídrica
Taquicardia reflexa
120
120
Tabela 59 – Principais reações adversas dos Antagonistas dos canais de cálcio
(PRM 5)
Cefaleia
Tontura
Rubor facial
Edemas
Hipertrofia gengival
121
121
Tabela 60 – Principais reações adversas dos inibidores da ECA (PRM 5)
Tosse seca
Edema angioneurótico
Seu uso em pacientes com função renal reduzida pode causar aumento de até
30% da creatininemia, mas a longo prazo, prepondera seu efeito nefroprotetor.
Seu uso é contraindicado na gravidez pelo risco de complicações fetais.
Os fármacos bloqueadores dos receptores AT1 da angiotensina II (BRA II)
são eficazes no tratamento da hipertensão por antagonizar a ação da
angiotensina II pelo bloquear especifico dos receptores AT1.
122
122
Tabela 61 – Principais reações adversas dos bloqueadores dos receptores AT1
da angiotensina II (PRM 5)
Tontura
Atualmente a classe dos inibidores diretos da renina está representada por
apenas um único fármaco disponível para uso clínico, o Alisquireno.
Tabela 62 – Principais reações adversas dos inibidores diretos da renina (PRM 5)
“Rash” cutâneo
Tosse
123
123
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