Você está na página 1de 151

| 1

1
Farmácia Clínica

Atenção Farmacêutica para Portadores de Doenças Crônicas

Tarcísio Liberato*

*Possui graduação em Farmácia pela Fundação de Ensino e Pesquisa de Itajubá – FEPI,


MBA Executivo em Marketing pela Fundação Getúlio Vargas – FGV, Mestrado em
Toxinologia pelo Instituto Butantan e atualmente em processo de doutoramento em
Biotecnologia pela Universidade Federal de São Paulo – UNIFESP. Atuou como
supervisor da produção de imunobiológicos, soros e vacinas que fazem parte do
Programa Nacional de Imunizações (PNI), produzidos pelo Instituto Butantan e
distribuídos pelo Ministério da Saúde. Tem experiência como farmacêutico responsável
técnico por grandes empresas do varejo farmacêutico; bioprospecção de biomoléculas
com potencial terapêutico e biomarcadores tumorais.

2
2
PREFÁCIO

Esta   primeira   edição   da   Farmácia Clínica – Atenção Farmacêutica para


Portadores de Doenças Crônicas oferece  aos  leitores,  conhecimentos  atualizados  
de   Farmácia   Clínica,   sob   a   perspectiva   histórica   da   Atenção   Farmacêutica,   bem  
como  aspectos  legais  que  regulamentam  a  atividade  clínica  por  farmacêuticos.  

O   controle   dos   fatores   de   risco   relacionados   ao   desenvolvimento   de  


Doenças   Crônicas   Não   transmissíveis,   bem   como   o   acompanhamento  
farmacoterapêutico  de  doenças  como  a  hipertensão  arterial  e  o  diabetes  mellitus  
são   fundamentais   para   a   diminuição   de   internações   hospitalares   e  
consequentemente  a  redução  da  taxa  de  mortalidade  e  morbidade  da  população.  

O   Farmacêutico   está   cada   vez   mais   requisitado   para   o   exercício   da  


“Farmácia   Clínica”   contribuindo   para   a   ampliação   da   saúde   da   sociedade,  
melhorando  os  indicadores  de  saúde.    

Nesse  sentido,  objetivamos  aqui  ampliar  os  conceitos  básicos  da  Farmácia  
Clínica,   aprofundando   aspectos   relativos   aos   problemas   relacionados   aos  
medicamentos,  com  foco  na  farmacoterapia  do  diabetes  mellitus  e  a  hipertensão  
arterial,  que  elevam  os  riscos  para  Doenças  crônicas  Não  Transmissíveis.  

Dedicamos   essa   obra   a   todos   os   farmacêuticos   que   buscam   o  


aprimoramento   profissional,   contribuindo   para   o   fortalecimento   da   profissão   e   a  
ampliação  da  saúde  do  nosso  país.  

  São  José  dos  Campos,  maio  de  2016  

Tarcísio Liberato

3
3
NOTA DO AUTOR

  Os   desafios   profissionais,   bem   como   o   dinamismo   das   profissões  


acompanham   o   desenvolvimento   dos   mercados   frente   às   necessidades   sociais.  
Vivenciamos   no   nosso   país   distintas   necessidades   de   aprimoramento   da  
qualidade   dos   serviços   em   saúde,   que   possam   ampliar   a   qualidade   de   vida  
individual  e  coletiva.    
  Nos   últimos   anos   grandes   conquistas   fortaleceram   a   profissão  
farmacêutica,  embora  exigindo  dos  profissionais,  capacitação  técnica  e  mudança  
comportamental  sob  a  perspectiva  clínica.  
  Com   muito   entusiasmo   por   parte   deste   autor,   trazemos   a   reunião   de  
diferentes   conceitos   para   a   execução   da   “Atenção   Farmacêutica”,   abordando  
inicialmente   a   necessidade   de   serviços   farmacêuticos   em   doenças   crônicas   não  
transmissíveis,  responsáveis  por  elevado  número  de  mortalidade  e  de  morbidade.  
Este   volume   reúne   aspectos   regulatórios,   como   também   os   principais  
formulários   necessários   à   prática   clínica   farmacêutica,   e   ainda,   de   maneira  
introdutória,  a  “Atenção  Farmacêutica”  em  diabetes  mellitus  e  hipertensão  arterial,  
que   contribuem   para   o   elevado   número   de   acometimentos   cardiovasculares   e  
doenças  de  agravo.  
Desejamos  uma  ótima  leitura  a  todos,  e  que  possamos  exercer  a  Farmácia  
Clínica,   contribuindo   para   o   fortalecimento   da   profissão   e   principalmente,   o  
crescimento  de  uma  sociedade  justa  e  humanitária.      
 
 
Tarcísio Liberato

4
4
LISTA DE FIGURAS

Figura 1  -­  Taxas  de  internações  hospitalares  por  doenças  crônicas  selecionadas,  
Brasil,  2000  a  2009.  ...............................................................................................  14  
Figura 2  -­  Pirâmides  etárias  do  Brasil  de  2000  e  2005  e  projeções  para  2040  e  
2045.  ......................................................................................................................  17  
Figura 3 -­  Sete  etapas  do  Método  Dáder  de  Seguimento  Farmacoterapêutico.  ..  22  
Figura 4  -­  A  indicação  das  tarjas.  .........................................................................  34  
Figura 5  –  Modelo  de  consultório  Farmacêutico  –  Rede  de  Farmácia  americana  -­  
Walgreens  ..............................................................................................................  35  
Figura 6  –  Modelo  de  Receita  (CFF).  ...................................................................  39  
Figura 7  –  Modelo  de  Prontuário  do  Paciente  (CFF).  ...........................................  41  
Figura 8  –  Modelo  de  Encaminhamento  do  Paciente  (CFF).  ................................  42  
Figura 9  –  Parte  da  estrutura  física  da  sala  de  Atenção  Farmacêutica.  ...............  50  
Figura 10  –  Parte  da  estrutura  física  da  sala  de  Atenção  Farmacêutica.  .............  51  
Figura 11  –  Avaliação  Inicial  do  Método  PWDT  ...................................................  52  
Figura 12  -­  Modelo  de  Cartão  Individual  ...............................................................  56  
Figura 13  -­  Modelo  de  Plano  de  Cuidado  .............................................................  62  
Figura 14  –  Anatomia  fisiológica  de  uma  ilhota  de  Langerhans  ...........................  66  
Figura 15  -­  Estrutura  da  pró-­insulina  humana  (Molécula  precursora  da  insulina)  67  
Figura 16  –  Esquematização  do  receptor  de  insulina.  ..........................................  69  
Figura 17  –  Diagnóstico  laboratorial  do  Diabetes  mellitus  ....................................  76  
Figura 18  –  Taxas  de  mortalidade  por  DCV  e  suas  diferentes  causas  no  Brasil,  
em  2007.  ................................................................................................................  96  
Figura 19  –  Principais  fontes  de  soja  na  alimentação  ........................................  103  
Figura 20  -­  Fluxograma  de  classificação  de  risco  cardiovascular  ......................  111  

5
5
LISTA DE TABELAS

Tabela 1  –  Principais  fatores  de  risco  para  DCNT  e  mortalidade.  ........................  15  
Tabela 2 –  Prevalência  de  fatores  de  risco  selecionados  para  doenças  crônicas  
segundo  estimativas  do  VIGITEL.  .........................................................................  16  
Tabela 3  -­  Atribuições  do  farmacêutico  relacionadas  à  comunicação  e  educação  
em  saúde  ...............................................................................................................  31  
Tabela 4  -­  Conhecimentos  e  habilidades  clínicas  que  abranjam  ..........................  36  
Tabela 5  –  Etapas  para  prescrição  farmacêutica  ..................................................  37  
Tabela 6  –  Medidas  que  contribuem  para  a  promoção  da  segurança  do  paciente
 ...............................................................................................................................  37  
Tabela 7  –  Componentes  mínimos  para  a  prescrição  farmacêutica  .....................  38  
Tabela 8  –  Orçamento  para  implementação  de  um  serviço  de  Atenção  
Farmacêutica  .........................................................................................................  51  
Tabela 9  –  Classificação  de  PRM,  segundo  Cipolle  et  al.,  2004.  ..........................  57  
Tabela 10  –  Classificações  do  diabetes  mellitus  ...................................................  65  
Tabela 11  –  As  ações  da  insulina  .........................................................................  67  
Tabela 12  –  Funcionalidades  conhecidas  da  insulina  ...........................................  68  
Tabela 13  –  Marcadores  de  autoimunidade  ..........................................................  71  
Tabela 14 –  Causas  à  resistência  insulínica  .........................................................  72  
Tabela 15  –  Fatores  de  riscos  para  DM2  ..............................................................  72  
Tabela 16  –  Fatores  de  riscos  para  DMG  .............................................................  73  
Tabela 17  –  Avaliação  laboratorial  inicial  ..............................................................  74  
Tabela 18  –  Critérios  diagnósticos  para  o  diabetes  ..............................................  75  
Tabela 19 –  Sintomas  clássicos  do  DM  ................................................................  78  
Tabela 20  –  Principais  fatores  de  risco  para  DCV  ................................................  79  
Tabela 21  –  Antidiabéticos  disponíveis  no  Brasil  ..................................................  81  
Tabela 22  –  Efeitos  adversos  (PRM  5)  -­  Clorpropamida  .......................................  82  
Tabela 23  –  Efeitos  adversos  (PRM  5)  -­  Glibenclamida  .......................................  83  
Tabela 24  – Efeitos  adversos  (PRM  5)  -­  Glicazida  ...............................................  83  
Tabela 25 –  Efeitos  adversos  (PRM  5)  -­  Glipizida  ................................................  84  
Tabela 26  –  Efeitos  adversos  (PRM  5)  -­  Glimepirida  ............................................  84  
Tabela 27  –  Efeitos  adversos  (PRM  5)  -­  Nateglinida  ............................................  85  
6
6
Tabela 28  –  Efeitos  adversos  (PRM  5)  -­  Repaglinida  ...........................................  85  
Tabela 29  –  Efeitos  adversos  (PRM  5)  -­  Sitagliptina  .............................................  86  
Tabela 30  –  Efeitos  adversos  (PRM  5)  -­  Vildagliptina  ...........................................  86  
Tabela 31  –  Efeitos  adversos  (PRM  5)  -­  Saxagliptina  ...........................................  87  
Tabela 32 –  Efeitos  adversos  (PRM  5)  -­  Linagliptina  ............................................  87  
Tabela 33 –  Efeitos  adversos  (PRM  5)  -­  Exenatida  ..............................................  88  
Tabela 34 –  Efeitos  adversos  (PRM  5)  -­  Liraglutida  ..............................................  88  
Tabela 35  –  Efeitos  adversos  (PRM  5)  -­  Metformina  ............................................  89  
Tabela 36  –  Efeitos  adversos  (PRM  5)  -­  Pioglitazona  ...........................................  90  
Tabela 37  -­  Variações  no  planejamento  terapêutico  (Insulinoterapia)  DM2  ........  92  
Tabela 38 –  Tipos  de  insulina  e  suas  características  ............................................  92  
Tabela 39  –  Fatores  de  Risco  para  HAS  ...............................................................  96  
Tabela 40  –  Diferenças  de  média  entre  a  pressão  arterial  sistólica  e  a  pressão  
arterial  diastólica  em  crianças  e  adolescentes,  por  sexo,  atividade  física,  
tabagismo  e  etilismo  (n=342)  –  Fortaleza  -­  2005  ..................................................  97  
Tabela 41  -­  Classificação  da  pressão  arterial  de  acordo  com  a  medida  casual  no  
consultório  (˃18  anos)  ...........................................................................................  98  
Tabela 42 –  Tratamento  não-­medicamentoso  ......................................................  99  
Tabela 43  –  Como  recomendar  dietas  ao  estilo  DASH  .......................................  101  
Tabela 44  –  Exemplos  de  fibras  alimentares  ......................................................  102  
Tabela 45  -­  Principais  fontes  de  soja  na  alimentação  .........................................  103  
Tabela 46 –  Teor  de  etanol  por  quantidade  definida  ...........................................  104  
Tabela 47 –  Cuidados  especiais  -­  Aparelho  de  Pressão  ....................................  108  
Tabela 48  –  Cuidados  especiais  -­  Estetoscópio  .................................................  109  
Tabela 49  –  Cuidados  especiais  -­  Paciente  ........................................................  109  
Tabela 50 –  Fatores  de  risco  para  doenças  cardiovascular  ................................  110  
Tabela 51  –  Características  importantes  dos  anti-­hipertensivos  .........................  112  
Tabela 52  –  Classes  de  anti-­hipertensivos  disponíveis  para  uso  clínico  ............  113  
Tabela 53  –  Anti-­hipertensivos  comercialmente  disponíveis  no  Brasil  ...............  114  
Tabela 54  –  Principais  reações  adversas  dos  diuréticos  (PRM  5)  ......................  117  
Tabela 55 –  Principais  reações  adversas  dos  inibidores  adrenérgicos  (PRM  5)  118  
Tabela 56  –  Principais  reações  adversas  dos  inibidores  adrenérgicos  (PRM  5)  119  
Tabela 57 –  Principais  reações  adversas  dos  alfabloqueadores  (PRM  5)  ..........  120  

7
7
Tabela 58 –  Principais  reações  adversas  dos  Vasodilatadores  diretos  (PRM  5)  120  
Tabela 59  –  Principais  reações  adversas  dos  Antagonistas  dos  canais  de  cálcio  
(PRM  5)  ...............................................................................................................  121  
Tabela 60  –  Principais  reações  adversas  dos  inibidores  da  ECA  (PRM  5)  ........  122  
Tabela 61  –  Principais  reações  adversas  dos  bloqueadores  dos  receptores  AT1  
da  angiotensina  II  (PRM  5)  ..................................................................................  123  
Tabela 62  –  Principais  reações  adversas  dos  inibidores  diretos  da  renina  (PRM  5)
 .............................................................................................................................  123  

8
8
LISTA DE ABREVIAÇÕES

DCNT – Doenças  Crônicas  Não  Transmissíveis

DM – Diabetes  mellitus

HAS – Hipertensão  arterial  sistêmica  

IBGE – Instituto  Brasileiro  de  Geografia  e  Estatística  

OMS  –  Organização  Mundial  da  Saúde  

PRM  –  Problemas  relacionados  aos  medicamentos

SUS – Sistema  Único  de  Saúde

VIGITEL – Vigilância  de  Fatores  de  Risco  e  Proteção  para  Doenças  Crônicas  por  
Inquérito  Telefônico.  

9
9
Sumário  
1. AS DOENÇAS CRÔNICAS NO BRASIL E NO MUNDO ............................... 13
1.1 Introdução ............................................................................................... 14
2. A ATENÇÃO FARMACÊUTICA ........................... Error!  Bookmark  not  defined.
2.1 Introdução ............................................................................................... 20
3. ASPECTOS REGULATÓRIOS ............................ Error!  Bookmark  not  defined.
3.1 Introdução ............................................................................................... 25
3.2 Resolução Nº 585 de 29 de Agosto de 2013 ........................................ 25
3.3 Resolução Nº 586 de 29 de agosto de 2013 ......................................... 32
3.4 Resolução Nº 44 de 17 de agosto de 2009 ........................................... 43
4. PLANEJAMENTO DA ATENÇÃO FARMACÊUTICA ....... Error!  Bookmark  not  
defined.
4.1 Espaço Físico ......................................................................................... 50
4.2 Identificação de Problemas relacionados aos medicamentos e
Classificação de PRM. ..................................................................................... 52
4.3 Categorias de problemas relacionados aos fármacos (PRM) ............ 57
4.3.1 O paciente usa medicamento desnecessário (PRM 1) ................. 57
4.3.2 O paciente necessita de medicação adicional (PRM 2) ............... 58
4.3.3 O paciente usa medicamento não efetivo (PRM 3) ....................... 59
4.3.4 O paciente usa dose menor que a necessária (PRM 4)............... 59
4.3.5 O paciente apresenta reação adversa a medicamentos - RAM
(PRM 5) ........................................................................................................... 60
4.3.6 O paciente usa mais alta dose que a necessária (PRM 6) ........... 60
4.3.7 O paciente não adere ao tratamento (PRM 7) ............................... 61
4.4 Metas terapêuticas ................................................................................. 62
5. DIABETES MELLITUS ......................................... Error!  Bookmark  not  defined.
5.1 Introdução ............................................................................................... 64
5.2 A Insulina ................................................................................................ 66
5.3 O Glucagon ............................................................................................. 69
5.4 DM1 - Diabetes mellitus Tipo 1 – Ausência de produção de insulina
pelas células β pancreáticas........................................................................... 70
5.5 Diabetes mellitus Tipo 2 (DM2) ............................................................. 71
5.6 Diabetes mellitus Gestacional (DMG) ................................................... 73
5.7 Outros tipos específicos de diabetes mellitus (DM) ........................... 74
5.8 Diagnóstico do diabetes mellitus ......................................................... 74
5.9 Exames para diagnóstico de diabetes mellitus ................................... 76

10
10
5.10 Sintomas .............................................................................................. 77
5.11 Principais complicações do diabetes mellitus (DM) ........................ 78
5.12 Doença cardiovascular ....................................................................... 78
5.13 Aferição de glicemia capilar ............................................................... 79
5.14 Tratamento ........................................................................................... 80
5.15 Secretagogos de insulina ................................................................... 82
5.15.1 Sulfonilureias ................................................................................... 82
5.15.2 Metiglinidas ...................................................................................... 85
5.15.3 Inibidores da enzima dipeptidil-peptidase-IV (DPP-IV) ................ 86
5.15.4 Incretinomiméticos .......................................................................... 87
5.15.5 Sensibilizadores de insulina ........................................................... 89
5.15.6 Moduladores da absorção de nutrientes no trato gastrointestinal
90
5.15.7 Insulinas - Tipos de Insulina ........................................................... 91
5.15.8 Insulinas disponíveis comercialmente e suas diferenças ........... 92
6. HIPERTENSÃO ARTERIAL ................................. Error!  Bookmark  not  defined.
6.1 Introdução ............................................................................................... 95
6.2 Fatores de risco para HAS..................................................................... 96
6.3 Prevenção Primária ................................................................................ 97
6.4 Diagnóstico e Classificação .................................................................. 98
6.5 Tratamento não-medicamentoso da hipertensão arterial .................. 98
6.6 Controle de Peso .................................................................................. 100
6.7 Estilo Alimentar – Dietas DASH .......................................................... 100
6.8 Redução do consumo de sal ............................................................... 101
6.9 Ácidos graxos insaturados ................................................................. 102
6.10 Fibras ................................................................................................. 102
6.11 Proteína de soja ................................................................................ 102
6.12 Laticínios ........................................................................................... 103
6.13 Álcool ................................................................................................. 104
6.14 Atividade física .................................................................................. 104
6.15 Equipe multiprofissional .................................................................. 105
6.16 Sintomas ............................................................................................ 105
6.17 Como aferir a pressão arterial .............................................................. 106
6.17.1 Cuidados Especiais ....................................................................... 108
6.18 Consequências....................................................................................... 109
6.19 Avaliação de risco cardiovascular .................................................. 110
11
11
6.20 Tratamento Medicamentoso ............................................................ 111
6.21 Diuréticos ........................................................................................... 116
6.21.1 Principais reações adversas (PRM 5) .......................................... 117
6.22 Inibidores adrenérgicos ................................................................... 117
6.22.1 Principais reações adversas (PRM 5) .......................................... 118
6.23 Betabloqueadores ............................................................................. 118
6.23.1 Principais reações adversas (PRM 5) .......................................... 118
6.24 Alfabloqueadores .............................................................................. 119
6.24.1 Principais reações adversas......................................................... 119
6.25 Vasodilatadores diretos ................................................................... 120
6.25.1 Principais reações adversas (PRM 5) .......................................... 120
6.26 Antagonistas dos canais de cálcio ................................................. 120
6.26.1 Principais reações adversas (PRM 5) .......................................... 121
6.27 Inibidores da enzima conversora da angiotensina ........................ 121
6.27.1 Principais reações adversas (PRM 5) .......................................... 121
6.28 Bloqueadores dos receptores AT1 da angiotensina II .................. 122
6.28.1 Principais reações adversas (PRM 5) .......................................... 122
6.29 Inibidores diretos da renina ............................................................. 123
6.29.1 Principais reações adversas (PRM 5) .......................................... 123
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................... 124

12
12
1.
AS DOENÇAS
CRÔNICAS NO BRASIL
E NO MUNDO

.................

13
13
1.1 Introdução
 
As   doenças   crônicas   não   transmissíveis   (DCNT)   são   consideradas   as  
principais  causas  de  mortes  no  mundo.  Do  total  de  óbitos  ocorridos  globalmente  
em  2008,  63%  foram  relacionados  às  doenças  crônicas  não  transmissíveis,  sendo  
quatro  grupos  de  doenças  (cardiovasculares,  câncer,  doença  respiratória  crônica  
e   diabetes)   as   que   responderam   pela   grande   maioria   dos   óbitos.   Além   de   gerar  
elevado   número  de  mortes  precoces,   as  DCNT  levam  a  perdas  de  qualidade  de  
vida  e  limitações  tanto  no  trabalho  como  em  atividades  recreativas.  
No   Brasil,   as   DCNT   estão   entre   as   principais   causas   de   internações  
hospitalares,   o   que   eleva   os   custos   para   o   Sistema   Único   de   Saúde   (SUS).  
Mesmo  com  a  existência  do  Sistema  Único  de  Saúde  (SUS),  gratuito  e  universal,  
o   custo   individual   de   uma   doença   crônica   é   elevado,   o   que   contribui   para   o  
empobrecimento  das  famílias.  A  seguir,  podemos  avaliar  a  taxa  de  internação  das  
DCNT  no  Brasil  no  período  de  2000  a  2009.  
 
Figura 1 - Taxas  de  internações  hospitalares  por  doenças  crônicas  selecionadas,  
Brasil,  2000  a  2009.

Fonte:  Plano  de  Ações  Estratégicas  para  o  Enfrentamento  das  Doenças  Crônicas  Não  
Transmissíveis  (DNCT)  no  Brasil  2011-­2022.  
 
 

14
14
Segundo  estimativas  para  a  economia  brasileira  (Abegunde,  2007),  a  perda  
de   produtividade   no   trabalho   e   a   diminuição   da   renda   familiar   resultantes   de  
diabetes,   doenças   do   coração   e   acidente   vascular   encefálico   levaram   a   uma  
perda  de  U$  4,18  bilhões  entre  os  anos  de  2006  e  2015.  
 
Os  principais  fatores  de  risco  para  DCNT  estão  relacionados  na  tabela  1  a  
seguir,  bem  como  fatores  relacionados  a  elevadas  taxas  de  mortalidade.  
 
Tabela 1  –  Principais  fatores  de  risco  para  DCNT  e  mortalidade.  

Tabaco  
 Atividade  física  insuficiente  
 Uso  nocivo  do  álcool  
 Alimentação  inadequada  
 Pressão  arterial  alta  
 Excesso  de  peso  e  obesidade  
 Colesterol  aumentado  
Fonte:  Adaptado  de  Malta  et al., 2006  

As  doenças  crônicas  de  maior  impacto  mundial  têm  quatro  fatores  de  risco  
em   comum   (tabagismo,   inatividade   física,   alimentação   inadequada   e   álcool),  
como   descrito   na   tabela   anterior.   Segundo   a   Organização   Mundial   da   Saúde   -­
OMS  (2009),  em  termos  de  mortalidade,  os  grandes  fatores  de  risco  são:  pressão  
arterial   elevada   (13%   das   mortes   no   mundo),   tabagismo   (9%),   altos   níveis   de  
glicose  sanguínea  (6%),  inatividade  física  (6%)  e  sobrepeso  e  obesidade  (5%).  
  O  sistema  de  monitoramento  desses  fatores  de  risco  no  Brasil,  conhecido  
por   “Vigilância   de   Fatores   de   Risco   e   Proteção   para   Doenças   Crônicas   por  
Inquérito  Telefônico  –  VIGITEL”,  mantido  pelo  ministério  da  saúde,  realizou  entre  
os  anos  de  2006  e  2010,  uma  análise  da  prevalência  de  alguns  desses  fatores  de  
risco  na  população  brasileira,  que  podemos  apreciá-­la  na  tabela  2  mais  adiante.  
Segundo  a  Organização  Mundial  da  Saúde  (2008),  existem  evidências  que  
correlacionam   os   determinantes   sociais,   como   educação,   ocupação,   renda,  
gênero   e   etnia,   com   a   prevalência   de   DCNT   e   fatores   de   risco.   No   Brasil,   os  
processos   de   transição   demográfica,   epidemiológica   e   nutricional,   a   urbanização  

15
15
e  o  crescimento  econômico  e  social  contribuem  para  o  maior  risco  da  população  
ao  desenvolvimento  de  doenças  crônicas.    

   
Tabela 2  –  Prevalência  de  fatores  de  risco  selecionados  para  doenças  crônicas  
segundo  estimativas  do  VIGITEL.  

Fonte:  Vigilância  de  Fatores  de  Risco  e  Proteção  para  Doenças  Crônicas  por  Inquérito  Telefônico  
(VIGITEL)  2006  –  2010.  Ministério  da  Saúde.  

  Segundo   o   IBGE   (2008),   O   Brasil   está   mudando   rapidamente   a   sua  


estrutura   etária,   reduzindo   a   proporção   de   crianças   e   jovens,   aumentando   a  
proporção   de   idosos   e   a   expectativa   de   vida,   o   que   se   assemelha   às   pirâmides  
etárias  de  países  europeus.  
Essas   transformações   demográficas   são   desafiadoras   para   as   políticas  
públicas,   e   o   aumento   de   idosos   na   população   acarreta   significativamente   o  
aumento   de   doenças,   em   especial   as   Doenças   Crônicas   Não   Transmissíveis.  
Apesar   do   rápido   crescimento   das   DCNT,   seu   impacto   pode   ser   revertido   por  
meio  de  intervenções  amplas  e  custo  efetiva  de  promoção  de  saúde  para  redução  

16
16
de  seus  fatores  de  risco,  além  da  melhoria  da  atenção  à  saúde,  detecção  precoce  
e  tratamento  oportuno.  

Figura 2 - Pirâmides  etárias  do  Brasil  de  2000  e  2005  e  projeções  para  2040  e  
2045.

Fonte:  IBGE,  Diretoria  de  Pesquisas,  Coordenação  de  População  e  Indicadores  Socias,  Projeção  
da  População  do  Brasil  por  Sexo  e  Idade  para  o  Período  1980-­2050  –  Revisão  2008  
 
As   DCNT   são   de   tratamento   prolongado   impactando   economicamente   as  
famílias   e   a   sociedade   em   geral,   contribuindo   para   o   aumento   da   pobreza.   De  
acordo   com   a   Organização   Mundial   da   Saúde   (2011)   as   DCNT   afetam   mais   as  
pessoas   de   baixa   renda,   por   estarem   mais   expostas   aos   fatores   de   risco   e   por  
terem   menor   acesso   aos   serviços   de   saúde.   Os   gastos   familiares   com   DCNT  
reduzem   a   disponibilidade   de   recursos   para   necessidades   como   alimentação,  
moradia,  educação,  entre  outras.  Entretanto,  as  DCNT  atingem  todas  as  camadas  
socioeconômicas,   principalmente   grupos   mais   vulneráveis,   como   idosos   e   os   de  
baixa   escolaridade   e   renda.   Os   gastos   com   tratamento   para   diabetes,   câncer,  
doenças   do   aparelho   circulatório   e   doenças   respiratórias   crônicas   podem   ser  
elevados,  uma  vez  que  os  tratamentos  são  de  longo  prazo.      

17
17
Para   evitar   um   crescimento   epidêmico   das   DCNT   e   suas   consequências  
para  a  qualidade  de  vida  dos  indivíduos,  a  prevenção  e  controle  dessas  doenças  
são  fundamentais.  
 Nos  últimos  anos,  tem-­se  amplamente  discutido  o  papel  dos  profissionais  
da  saúde  na  prevenção  das  DCNT,  que  em  trabalho  multidisciplinar,  elevariam  a  
efetividade  do  controle  e  dos  tratamentos  disponíveis.  
Como  profissional  especializado  em  medicamentos,  o  farmacêutico  tem  um  
importante   papel   a   cumprir   na   melhoria   da   adesão   aos   tratamentos   prescritos,  
contribuindo  para  o  controle  das  doenças  crônicas  não  transmissíveis.    

Grandes  conquistas  para  os  farmacêuticos  foram  evidenciadas  nos  últimos  


anos   no   nosso   país,   como   resoluções   específicas   (RDC   n°   585   e   586)   em  
consonância   com   as   tendências   de   maior   integração   da   profissão   farmacêutica  
com   as   demais   profissões   da   área   da   saúde,   contribuindo   para   a   redefinição   da  
divisão  social  do  trabalho  entre  as  profissões  de  saúde.  

Nesse   sentido,   esta   obra   objetiva   contribuir   para   o   melhor   entendimento  


das  possibilidades  de  intervenções  farmacêuticas,  pautadas  nas  necessidades  de  
inserção   do   profissional   farmacêutico   no   contexto   das   doenças   crônicas   não  
transmissíveis,   em   especial   o   diabetes   mellitus   e   a   hipertensão   arterial.  
Destacamos   os   principais   problemas   relacionados   aos   medicamentos,   inerentes  
aos   fármacos   preconizados   para   o   tratamento   dessas   doenças.   Esta   obra   não  
tem  intenção  de  exaurir  o  conhecimento  em  terapias  para  pacientes  com  DCNT,  
oferecendo  apenas  um  ponto  inicial  para  a  atualização  contínua  e  necessária  dos  
profissionais  farmacêuticos.  

18
18
2.
A ATENÇÃO
FARMACÊUTICA

.................

19
19
2.1 Introdução
 
Muitas   são   as   definições   para   o   termo   “Atenção   Farmacêutica”.   Segundo  
Brodie   et   al.   (1980),   atenção   farmacêutica   significa:   “A   definição   das  
necessidades  farmacoterapêuticas  de  um  dado  paciente  e  a  provisão  não  apenas  
dos   medicamentos   requeridos,   mas   também   dos   serviços   necessários   (antes,  
durante  e  depois)  para  assegurar  uma  terapia  perfeitamente  segura  e  efetiva”.  O  
pensamento   de   Brodie   iniciou   um   novo   caminho   facilitador   e   otimizador   para   a  
farmacoterapia,   bem   como   para   uma   maior   conscientização   dos   profissionais   e  
pacientes,  uma  vez  que  o  enfoque  farmacoterapêutico  consistia  em  amplo  acesso  
e  disponibilidade  dos  medicamentos  à  sociedade  e  não  a  atenção  ao  paciente.    
Hepler   em   1985   sugeriu   o   estabelecimento   de   um   compromisso   no  
desenvolvimento  da  farmácia  como  uma  profissão  clínica,  onde  deveria  haver  um  
“pacto”   entre   a   profissão   farmacêutica   e   a   sociedade,   onde   os   farmacêuticos  
assistem  diretamente  a  farmacoterapia  dos  pacientes.    
  A  Farmácia  Clínica  teve  início  nos  Estados  Unidos,  em  ambiente  hospitalar,  
hoje  expandindo  para  todos  os  níveis  de  atenção  à  saúde,  incorporando  a  filosofia  
do   “Pharmaceutical Care”.   Prática   que   pode   ser   desenvolvida   não   apenas   em  
hospitais,  mas  em  ambulatórios,  unidades  de  atenção  primária  à  saúde,  farmácias  
comunitárias,  instituições  de  longa  permanência  e  domicílios  de  pacientes.    
  O   dinamismo   observado   nas   sociedades   como   a   transição   demográfica   e  
epidemiológica   bem   como   a   crescente   morbimortalidade   relativa   às   doenças  
crônicas   e   agravos   não   transmissívies   exige   do   farmacêutico   um   perfil   clínico,  
contribuindo   para   a   melhor   qualidade   de   vida   dos   pacientes   e   o   sucesso   das  
terapias   farmacológicas.   Em   relação   a   essas   perspectivas,   o   profissional  
farmacêutico   contemporâneo,   deve   atuar   diretamente   no   cuidado   ao   paciente  
promovendo   o   uso   racional   de   medicamentos   de   acordo   com   as   necessidades  
dos  pacientes,  familiares  e  da  sociedade  como  um  todo.  
  Hepler   (1998),   mais   uma   vez   defendeu   que   as   a   profissão   farmacêutica  
precisava  acompanhar  as  transformações  tecnológicas,  econômicas  e  sociais  que  
estavam  acontecendo  no  mundo.  Sugeriu  também  a  reprofissionalização  baseada  
em   quatro   pilares:   a   farmácia   como   atividade   central   e   com   função   social,  

20
20
definição   da   filosofia   profissional   e   relação   com   a   sociedade,   estruturação  
organizacional  da  profissão  e  marketing  da  nova  profissão.  
  Outros   autores   como   Strand   (1988)   desenvolveram   métodos   sistemáticos  
de  atenção  farmacêutica  como  o  sistema  “Pharmacist`s Workup of Drug Therapy
– PWDT”,   processo   sistemático   de   tomada   de   decisão   em   que   as   necessidades  
dos   pacientes   com   relação   à   farmacoterapia   podem   ser   documentadas   de  
maneira  global.    
  Segundo  as  visões  filosóficas  de  Hepler  e  Strand  sobre  a  responsabilidade  
profissional   no   cuidado   aos   pacientes,   resultou   na   definição   clássica   de   atenção  
farmacêutica,   como   sendo:   “A   provisão   responsável   da   farmacoterapia   com   o  
propósito   de   obter   resultados   definidos   (cura   da   doença,   eliminação   ou   redução  
dos   sintomas,   interrupção   ou   retardamento   da   doença   e   prevenção   de   uma  
enfermidade  ou  sintoma)  que  melhorem  a  qualidade  de  vida  dos  pacientes”.  
  O  planejamento,  implementação  e  monitoramento  da  farmacoterapia  deve  
ser   colaborativa   entre   os   profissionais   de   saúde,   exigindo   do   profissional  
farmacêutico   a   dedicação   para   o   entendimento   das   necessidades   do   paciente  
quanto  ao  seu  estado  de  saúde.    
  O   monitoramento   da   farmacoterapia   inclui   análise   criteriosa   de   possíveis  
problemas   relacionados   a   medicamentos   (PRM),   o   que   significa   um   desafio   aos  
profissionais   farmacêuticos,   sob   a   perspectiva   da   semiologia   farmacêutica.   A  
primeira   definição   de   PRM,   por   Strand   et   al.   (1990)   sugere:   “uma   experiência  
indesejável   do   paciente   que   envolve   a   farmacoterapia   e   que   interfere   real   ou  
potencialmente  com  os  resultados  desejados  pelo  paciente”.  
Em   1998,   um   grupo   de   farmacêuticos   reunidos   em   Granada   (Espanha)  
propôs   o   conceito   para   PRM:   “é   um   problema   de   saúde,   vinculado   com   a  
farmacoterapia   e   que   interfere   ou   pode   interferir   nos   resultados   de   saúde  
esperados  de  um  paciente”.    
Alguns   obstáculos   foram   identificados   na   aplicabilidade   da   atenção  
farmacêutica  afastando  os  farmacêuticos  espanhóis  da  prática  proposta.  Naquele  
momento,   a   falta   de   formação   específica,   o   desinteresse   dos   pacientes   e   a  
escassez   de   tempo   dificultaram   a   execução   das   atividades   clínicas   dos  
profissionais.  Para  que  o  desenvolvimento  da  prática  superasse  os  obstáculos,  foi  
desenvolvida   uma   metodologia   voltada   para   a   realidade   dos   espanhóis,  

21
21
conhecido  como  Programa  Dáder,  de  implantação  do  Seguimento  do  Tratamento  
Farmacológico.   Os   métodos   Dáder,   como   o   PWDT,   podem   ser   aplicados  
sistematicamente   em   todos   os   tipos   de   situações   e   doenças   bem   como   para   a  
identificação   de   PRMs.   A   seguir,   podemos   avaliar   as   etapas   do   Método   Dáder,  
orientadas  em  7  (sete)  etapas.  
 
Figura 3 -  Sete  etapas  do  Método  Dáder  de  Seguimento  Farmacoterapêutico.  

Fonte:  Método  Dáder.  Manual  de  Seguimento  Farmacoterapêutico,  2009,  versão  em  português  
europeu.  
 
  Muitos   dos   obstáculos   observados   pelos   espanhóis   se   aplicam   aos  
obstáculos   atuais   no   Brasil,   limitando   a   prática   clínica   farmacêutica   no   país.  
Embora,   devemos   reconhecer   que   a   prática   clínica   em   nosso   país   avançou   nas  
últimas   décadas,   devido   ao   esforço   daqueles   que   criaram   os   primeiros   serviços  
de   Farmácia   Clínica   no   Brasil,   assim   como   às   ações   lideradas   por   entidades  

22
22
profissionais,   instituições   acadêmicas,   organismos   internacionais   e   iniciativas  
governamentais.    
Resoluções   específicas   como   a   RESOLUÇÃO   Nº   585   e   a   RESOLUÇÃO  
N°586,  que  regulamentam  as  atribuições  clínicas  do  farmacêutico  e  a  prescrição  
de   medicamentos   por   profissionais   farmacêuticos,   representam   conquistas  
importantes  para  os  profissionais  e  a  sociedade.  
As   atribuições   clínicas   do   farmacêutico   estão   abrindo   horizontes   para   o  
fortalecimento   da   farmácia   clínica,   base   para   a   prescrição   farmacêutica   e  
consolidação  da  autoridade  técnica  do  profissional.    
Diante  do  exposto,  se  faz  necessário  o  reconhecimento  da  necessidade  da  
prática  clínica  do  farmacêutico,  que  segundo  a  resolução  585,  as  ações  propostas  
deverão     ser   observadas   quanto   à   sua   efetividade   e   pelo   reconhecimento   por  
parte  da  sociedade  do  papel  do  farmacêutico  no  contexto  da  saúde.  
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

23
23
3.
ASPECTOS
REGULATÓRIOS

.................

24
24
3.1 Introdução

Neste   capítulo   apresentamos   as   resoluções   com   as   principais   definições  


comentadas   e   realocadas,   para   um   amplo   entendimento   das   normativas   em  
discussão.  O  entendimento  e  cumprimento  das  prerrogativas  previstas  legalmente  
são   fundamentais   para   a   aplicabilidade   e   efetividade   dos   programas   e   serviços  
clínicos  realizados  por  profissionais  farmacêuticos.    
A  ideia  de  expandir  para  o  farmacêutico,  maior  responsabilidade  no  manejo  
clínico   dos   pacientes,   intensificando   o   processo   de   cuidado,   tem   propiciado  
alterações  regulatórias  no  nosso  país.  
 
3.2 Resolução Nº 585 de 29 de Agosto de 2013

A   resolução   n°   585   regulamenta   as   atribuições   clínicas   do   farmacêutico  


que  constituem  direitos  e  responsabilidades  desse  profissional  no  que  concerne  a  
sua  área  de  atuação.    
A   realização   dessas   atividades   encontra   embasamento   legal   na   definição  
de  atribuições  clínicas  do  farmacêutico,  o  que  constitui  prerrogativa  do  profissional  
legalmente   habilitado   e   registrado   no   Conselho   Regional   de   Farmácia   de   sua  
jurisdição.    
A   referida   Resolução   normatiza   e   define   as   atribuições   clínicas   do  
farmacêutico:  
 
Art.   2º   -­   As   atribuições   clínicas   do   farmacêutico   visam   à   promoção,   proteção   e  
recuperação  da  saúde,  além  da  prevenção  de  doenças  e  de  outros  problemas  de  
saúde.    
Parágrafo único   -­   As   atribuições   clínicas   do   farmacêutico   visam   proporcionar  
cuidado   ao   paciente,   família   e   comunidade,   de   forma   a   promover   o   uso   racional  
de   medicamentos   e   otimizar   a   farmacoterapia,   com   o   propósito   de   alcançar  
resultados  definidos  que  melhorem  a  qualidade  de  vida  do  paciente.    

25
25
Art.  3º  -­  No  âmbito  de  suas  atribuições,  o  farmacêutico  presta  cuidados  à  saúde,  
em  todos  os  lugares  e  níveis  de  atenção,  em  serviços  públicos  ou  privados.    
Art.   4º   -­   O   farmacêutico   exerce   sua   atividade   com   autonomia,   baseado   em  
princípios  e  valores  bioéticos  e  profissionais,  por  meio  de  processos  de  trabalho,  
com  padrões  estabelecidos  e  modelos  de  gestão  da  prática.    

Art.   5º   -­   As   atribuições   clínicas   do   farmacêutico   estabelecidas   nesta   resolução  


visam  atender  às  necessidades  de  saúde  do  paciente,  da  família,  dos  cuidadores  
e   da   sociedade,   e   são   exercidas   em   conformidade   com   as   políticas   de   saúde,  
com  as  normas  sanitárias  e  da  instituição  à  qual  esteja  vinculado.    

Art.   6º   -­   O   farmacêutico,   no   exercício   das   atribuições   clínicas,   tem   o   dever   de  


contribuir   para   a   geração,   difusão   e   aplicação   de   novos   conhecimentos   que  
promovam  a  saúde  e  o  bem-­estar  do  paciente,  da  família  e  da  comunidade.  

CAPÍTULO  I    
DAS  ATRIBUIÇÕES  CLÍNICAS  DO  FARMACÊUTICO  
 
Art.  7º  -­  São  atribuições  clínicas  do  farmacêutico  relativas  ao  cuidado  à  saúde,  
nos  âmbitos  individual  e  coletivo:    

I  –  Estabelecer  e  conduzir  uma  relação  de  cuidado  centrada  no  paciente;;    


   
A  RDC  defini  o  cuidado  centrado  no  paciente,  como  sendo:  
“relação   humanizada   que   envolve   o   respeito   às   crenças,   expectativas,   experiências,  
atitudes  e  preocupações  do  paciente  ou  cuidadores  quanto  às  suas  condições  de  saúde  
e  ao  uso  de  medicamentos,  na  qual  farmacêutico  e  paciente  compartilham  a  tomada  de  
decisão  e  a  responsabilidade  pelos  resultados  em  saúde  alcançados”.    
 
II  -­  Desenvolver,  em  colaboração  com  os  demais  membros  da  equipe  de  saúde,  
ações   para   a   promoção,   proteção   e   recuperação   da   saúde,   e   a   prevenção   de  
doenças  e  de  outros  problemas  de  saúde;;    
III   -­   Participar   do   planejamento   e   da   avaliação   da   farmacoterapia,   para   que   o  

26
paciente  utilize  de  forma  segura  os  medicamentos  de  que  necessita,  nas  doses,
26
frequência,   horários,   vias   de   administração   e   duração   adequados,   contribuindo  
para   que   o   mesmo   tenha   condições   de   realizar   o   tratamento   e   alcançar   os  
objetivos  terapêuticos;;    
IV   –   Analisar   a   prescrição   de   medicamentos   quanto   aos   aspectos   legais   e  
técnicos;;    
V   –   Realizar   intervenções   farmacêuticas   e   emitir   parecer   farmacêutico   a   outros  
membros   da   equipe   de   saúde,   com   o   propósito   de   auxiliar   na   seleção,   adição,  
substituição,  ajuste  ou  interrupção  da  farmacoterapia  do  paciente;;    
 
  Temos   por   definição,   intervenções   farmacêuticas   como   sendo: “ato  
profissional   planejado,   documentado   e   realizado   pelo   farmacêutico,   com   a   finalidade   de  
otimização   da   farmacoterapia,   promoção,   proteção   e   da   recuperação   da   saúde,  
prevenção   de   doenças   e   de   outros   problemas   de   saúde.   Lista   de   medicamentos   do  
paciente:   relação   completa   e   atualizada   dos   medicamentos   em   uso   pelo   paciente,  
incluindo   os   prescritos   e   os   não   prescritos,   as   plantas   medicinais,   os   suplementos   e   os  
demais  produtos  com  finalidade  terapêutica.
 
VI  –  Participar  e  promover  discussões  de  casos  clínicos  de  forma  integrada  com  
os  demais  membros  da  equipe  de  saúde;;    
VII   -­   Prover   a   consulta   farmacêutica   em   consultório   farmacêutico   ou   em   outro  
ambiente  adequado,  que  garanta  a  privacidade  do  atendimento;;  
 
Conforme  a  RDC  em  discussão,  consulta  farmacêutica  é  definida  como:  
“atendimento   realizado   pelo   farmacêutico   ao   paciente,   respeitando   os   princípios   éticos   e  
profissionais,  com  a  finalidade  de  obter  os  melhores  resultados  com  a  farmacoterapia  e  promover  
o  uso  racional  de  medicamentos  e  de  outras  tecnologias  em  saúde”.    
 
  Da  mesma  maneira,  consultório  farmacêutico  tem  como  definição:  
“lugar   de   trabalho   do   farmacêutico   para   atendimento   de   pacientes,   familiares   e  
cuidadores,  onde  se  realiza  com  privacidade  a  consulta  farmacêutica.  Pode  funcionar  de  
modo   autônomo   ou   como   dependência   de   hospitais,   ambulatórios,   farmácias  
comunitárias,   unidades   multiprofissionais   de   atenção   à   saúde,   instituições   de   longa  
permanência  e  demais  serviços  de  saúde,  no  âmbito  público  e  privado”.    
 

27
27
VIII  -­  Fazer  a  anamnese  farmacêutica,  bem  como  verificar  sinais  e  sintomas,  com  
o  propósito  de  prover  cuidado  ao  paciente;;    
  Segundo  a  referida  RDC,  anmnese  farmacêutica  está  definida  como:    
“procedimento   de   coleta   de   dados   sobre   o   paciente,   realizada   pelo   farmacêutico  
por   meio   de   entrevista,   com   a   finalidade   de   conhecer   sua   história   de   saúde,  
elaborar  o  perfil  farmacoterapêutico  e  identificar  suas  necessidades  relacionadas  
à  saúde”.      
 
IX  -­  Acessar  e  conhecer  as  informações  constantes  no  prontuário  do  paciente;;    
X  -­  Organizar,  interpretar  e,  se  necessário,  resumir  os  dados  do  paciente,  a  fim  de  
proceder  à  avaliação  farmacêutica;;    
XI   -­   Solicitar   exames   laboratoriais,   no   âmbito   de   sua   competência   profissional,  
com  a  finalidade  de  monitorar  os  resultados  da  farmacoterapia;;    
 
  Conforme   as   definições   apresentadas   pela   RDC,   farmacoterapia   tem   por  
definição:  “tratamento  de  doenças  e  de  outras  condições  de  saúde,  por  meio  do  
uso  de  medicamentos”.  
 
XII   -­   Avaliar   resultados   de   exames   clínico-­laboratoriais   do   paciente,   como  
instrumento  para  individualização  da  farmacoterapia;;    
XIII   -­   Monitorar   níveis   terapêuticos   de   medicamentos,   por   meio   de   dados   de  
farmacocinética  clínica;;    
XIV  -­  Determinar  parâmetros  bioquímicos  e  fisiológicos  do  paciente,  para  fins  de  
acompanhamento  da  farmacoterapia  e  rastreamento  em  saúde;;    
XV   -­   Prevenir,   identificar,   avaliar   e   intervir   nos   incidentes   relacionados   aos  
medicamentos  e  a  outros  problemas  relacionados  à  farmacoterapia;;    
 
Segundo   a   resolução,   temos   incidentes   por   definição:   “evento   ou  
circunstância   que   poderia   ter   resultado,   ou   resultou,   em   dano   desnecessário   ao  
paciente”.  
 
XVI   -­   Identificar,   avaliar   e   intervir   nas   interações   medicamentosas   indesejadas   e  
clinicamente  significantes;;    

28
28
XVII  -­  Elaborar  o  plano  de  cuidado  farmacêutico  do  paciente;;  
 
Segundo   a   RDC,   Plano   de   cuidado   é   definido   como:   “planejamento  
documentado  para  a  gestão  clínica  das  doenças,  de  outros  problemas  de  saúde  e  
da  terapia  do  paciente,  delineado  para  atingir  os  objetivos  do  tratamento.  Inclui  as  
responsabilidades   e   atividades   pactuadas   entre   o   paciente   e   o   farmacêutico,   a  
definição   das   metas   terapêuticas,   as   intervenções   farmacêuticas,   as   ações   a  
serem   realizadas   pelo   paciente   e   o   agendamento   para   retorno   e  
acompanhamento”.    
 
XVIII   -­   Pactuar   com   o   paciente   e,   se   necessário,   com   outros   profissionais   da  
saúde,  as  ações  de  seu  plano  de  cuidado;;    
XIX  -­  Realizar  e  registrar  as  intervenções  farmacêuticas  junto  ao  paciente,  família,  
cuidadores  e  sociedade;;    
XX   -­   Avaliar,   periodicamente,   os   resultados   das   intervenções   farmacêuticas  
realizadas,  construindo  indicadores  de  qualidade  dos  serviços  clínicos  prestados;;    
XXI   -­   Realizar,   no   âmbito   de   sua   competência   profissional,   administração   de  
medicamentos  ao  paciente;;    
XXII   -­   Orientar   e   auxiliar   pacientes,   cuidadores   e   equipe   de   saúde   quanto   à  
administração  de  formas  farmacêuticas,  fazendo  o  registro  destas  ações,  quando  
couber;;  
 XXIII  -­  Fazer  a  evolução  farmacêutica  e  registrar  no  prontuário  do  paciente;;    
 
  Segundo  a  RDC  referida,  evolução  farmacêutica  tem  por  definição:  
“registros  efetuados  pelo  farmacêutico  no  prontuário  do  paciente,  com  a  finalidade  
de   documentar   o   cuidado   em   saúde   prestado,   propiciando   a   comunicação   entre  
os  diversos  membros  da  equipe  de  saúde”.  
 
XXIV  -­  Elaborar  uma  lista  atualizada  e  conciliada  de  medicamentos  em  uso  pelo  
paciente  durante  os  processos  de  admissão,  transferência  e  alta  entre  os  serviços  
e  níveis  de  atenção  à  saúde;;    

29
29
XXV   -­   Dar   suporte   ao   paciente,   aos   cuidadores,   à   família   e   à   comunidade   com  
vistas   ao   processo   de   autocuidado,   incluindo   o   manejo   de   problemas   de   saúde  
autolimitados;;    
 
A   RDC   defini   problema   de   saúde   autolimitado   como:   “enfermidade   aguda  
de   baixa   gravidade,   de   breve   período   de   latência,   que   desencadeia   uma   reação  
orgânica  a  qual  tende  a  cursar  sem  dano  para  o  paciente  e  que  pode  ser  tratada  
de   forma   eficaz   e   segura   com   medicamentos   e   outros   produtos   com   finalidade  
terapêutica,   cuja   dispensação   não   exija   prescrição   médica,   incluindo  
medicamentos   industrializados   e   preparações   magistrais   -­   alopáticos   ou  
dinamizados   -­,   plantas   medicinais,   drogas   vegetais   ou   com   medidas   não  
farmacológicas”.  
 
XXVI  -­  Prescrever,  conforme  legislação  específica,  no  âmbito  de  sua  competência  
profissional;;    
   
A   prescrição   de   medicamentos   por   profissional   farmacêutico   está   prevista  
na   Resolução   586,   apresentada   mais   adiante.   De   acordo   com   a   RDC   585,  
prescrição  farmacêutica  tem  por  definição:  “Prescrição  farmacêutica:  ato  pelo  qual  
o   farmacêutico   seleciona   e   documenta   terapias   farmacológicas   e   não  
farmacológicas,   e   outras   intervenções   relativas   ao   cuidado   à   saúde   do   paciente,  
visando   à   promoção,   proteção   e   recuperação   da   saúde,   e   à   prevenção   de  
doenças  e  de  outros  problemas  de  saúde”.  
 
 
XXVII   -­   Avaliar   e   acompanhar   a   adesão   dos   pacientes   ao   tratamento,   e   realizar  
ações  para  a  sua  promoção;;    
XXVIII   -­   Realizar   ações   de   rastreamento   em   saúde,   baseadas   em   evidências  
técnicocientíficas  e  em  consonância  com  as  políticas  de  saúde  vigentes.    
São   atribuições   do   farmacêutico   relacionadas   à   comunicação   e   educação  
em  saúde,  apresentadas  na  tabela  1,  conforme  8°  artigo  da  resolução.  

30
30
Tabela 3  -­  Atribuições  do  farmacêutico  relacionadas  à  comunicação  e  educação  
em  saúde  

I  -­  Estabelecer  processo  adequado  de  comunicação  com  pacientes,  cuidadores,  


família,   equipe   de   saúde   e   sociedade,   incluindo   a   utilização   dos   meios   de  
comunicação  de  massa  
II  -­  Fornecer  informação  sobre  medicamentos  à  equipe  de  saúde  
III   -­   Informar,   orientar   e   educar   os   pacientes,   a   família,   os   cuidadores   e   a  
sociedade  sobre  temas  relacionados  à  saúde,  ao  uso  racional  de  medicamentos  
e  a  outras  tecnologias  em  saúde  
IV  -­  Desenvolver  e  participar  de  programas  educativos  para  grupos  de  pacientes;;    
V   -­   Elaborar   materiais   educativos   destinados   à   promoção,   proteção   e  
recuperação   da   saúde   e   prevenção   de   doenças   e   de   outros   problemas  
relacionados  
VI   -­   Atuar   no   processo   de   formação   e   desenvolvimento   profissional   de  
farmacêuticos  
VII   -­   Desenvolver   e   participar   de   programas   de   treinamento   e   educação  
continuada  de  recursos  humanos  na  área  da  saúde  
 
 
Art.   9º   -­   São   atribuições   do   farmacêutico   relacionadas   à   gestão   da   prática,  
produção  e  aplicação  do  conhecimento:    
 
I  -­  Participar  da  coordenação,  supervisão,  auditoria,  acreditação  e  certificação  de  
ações  e  serviços  no  âmbito  das  atividades  clínicas  do  farmacêutico;;    
II   -­   Realizar   a   gestão   de   processos   e   projetos,   por   meio   de   ferramentas   e  
indicadores  de  qualidade  dos  serviços  clínicos  prestados;;    
III  -­  Buscar,  selecionar,  organizar,  interpretar  e  divulgar  informações  que  orientem  
a  tomada  de  decisões  baseadas  em  evidência,  no  processo  de  cuidado  à  saúde;;    
IV   -­   Interpretar   e   integrar   dados   obtidos   de   diferentes   fontes   de   informação   no  
processo  de  avaliação  de  tecnologias  de  saúde;;    
V  -­  Participar  da  elaboração,  aplicação  e  atualização  de  formulários  terapêuticos  e  
protocolos   clínicos   para   a   utilização   de   medicamentos   e   outras   tecnologias   em  
saúde;;    

31
31
VI  -­  Participar  da  elaboração  de  protocolos  de  serviços  e  demais  normativas  que  
envolvam  as  atividades  clínicas;;    
VII  -­  Desenvolver  ações  para  prevenção,  identificação  e  notificação  de  incidentes  
e   queixas   técnicas   relacionados   aos   medicamentos   e   a   outras   tecnologias   em  
saúde;;    
 
Segundo   a   Resolução,   queixa   técnica   é   definida   como:   “notificação   feita  
pelo  profissional  de  saúde  quando  observado  um  afastamento  dos  parâmetros  de  
qualidade  exigidos  para  a  comercialização  ou  aprovação  no  processo  de  registro  
de  um  produto  farmacêutico”.    
 
VIII  -­  Participar  de  comissões  e  comitês  no  âmbito  das  instituições  e  serviços  de  
saúde,   voltados   para   a   promoção   do   uso   racional   de   medicamentos   e   da  
segurança  do  paciente;;    
IX   -­   Participar   do   planejamento,   coordenação   e   execução   de   estudos  
epidemiológicos   e   demais   investigações   de   caráter   técnico-­científico   na   área   da  
saúde;;    
X  -­  Integrar  comitês  de  ética  em  pesquisa;;    
XI  -­  Documentar  todo  o  processo  de  trabalho  do  farmacêutico.  
 
3.3 Resolução Nº 586 de 29 de agosto de 2013
 
  A   publicação   da   Resolução   n°   586   em   setembro   de   2013,   pelo   Conselho  
Federal   de   Farmácia   (CFF)   se   tornou   um   momento   histórico   para   a   profissão  
farmacêutica,   regulamentando   a   prescrição   de   medicamentos   por   profissionais  
habilitados.  
   
  Art.   2º   -­   O   ato   da   prescrição   farmacêutica   constitui   prerrogativa   do  
farmacêutico   legalmente   habilitado   e   registrado   no   Conselho   Regional   de  
Farmácia  de  sua  jurisdição.  
 
  O   CFF   regulamentou   a   prescrição   farmacêutica   no   mesmo   momento   em  
que   também   publicou   a   Resolução   n°   585/13,   anteriormente   discutida,  
entendendo  que  o  profissional  contemporâneo  atua  no  cuidado  direto  ao  paciente.  
32
32
  De   acordo   com   a   RDC,   foi   estabelecida,   entre   outras,   a   autorização   para  
que  distintos  profissionais  possam  selecionar,  iniciar,  adicionar,  substituir,  ajustar,  
repetir  ou  interromper  a  terapia  farmacológica,  diante  da  necessidade  de  ampliar  
a   cobertura   dos   serviços   de   saúde   e   incrementar   a   capacidade   de   resolução  
desses   serviços.   O   novo   modelo   de   prescrição   surge   como   uma   prática  
multiprofissional.  
Segundo   a   resolução,   a   literatura   internacional   demonstra   benefícios   da  
prescrição   por   farmacêuticos   segundo   diferentes   modelos,   realizada   tanto   de  
forma   independente   ou   em   colaboração   com   outros   profissionais   da   equipe   de  
saúde.  
A   norma   brasileira   prevê   duas   possibilidades   de   prescrição   farmacêutica:  
de  medicamentos  isentos  de  prescrição  (MIPs)  e  de  medicamentos  de  venda  sob  
prescrição   médica   (tarjados)   e   estabelece   requisitos   específicos   para   cada   uma  
dessas  possibilidades.    
 
 
 
 
 

33
33
Figura 4 -  A  indicação  das  tarjas.  

 
Fonte:  Anvisa  
 
  A   RDC   n°   586   regula   a   prescrição   farmacêutica   e   dá   outras   providências.  
Esta   resolução   inova   ao   considerar   a   prescrição   como   uma   atribuição   clínica   do  
farmacêutico,   onde   defini   sua   natureza,   especifica   e   amplia   o   seu   escopo   para  
além   do   produto   e   descreve   seu   processo   na   perspectiva   das   boas   práticas,  
estabelecendo   seus   limites   e   a   necessidade   de   documentar   e   avaliar   as  
atividades  de  prescrição.    
Art.   3º   -­   Para   os   propósitos   desta   resolução,   define-­se   a   prescrição  
farmacêutica  como  ato  pelo  qual  o  farmacêutico  seleciona  e  documenta  terapias  
farmacológicas  e  não  farmacológicas,  e  outras  intervenções  relativas  ao  cuidado  
à  saúde  do  paciente,  visando  à  promoção,  proteção  e  recuperação  da  saúde,  e  à  
prevenção  de  doenças  e  de  outros  problemas  de  saúde.  
    Parágrafo   único   -­   A   prescrição   farmacêutica   de   que   trata   o   caput   deste  
artigo  constitui  uma  atribuição  clínica  do  farmacêutico  e  deverá  ser  realizada  com  
base   nas   necessidades   de   saúde   do   paciente,   nas   melhores   evidências  
científicas,   em   princípios   éticos   e   em   conformidade   com   as   políticas   de   saúde  
vigentes.    
Art.   4º   -­   O   ato   da   prescrição   farmacêutica   poderá   ocorrer   em   diferentes  
estabelecimentos   farmacêuticos,   consultórios,   serviços   e   níveis   de   atenção   à  

34
34
saúde,  desde  que  respeitado  o  princípio  da  confidencialidade  e  a  privacidade  do  
paciente  no  atendimento.

Figura 5 –  Modelo  de  consultório  Farmacêutico  –  Rede  de  Farmácia  americana  -­  
Walgreens  

Fonte:  Imagem  disponível  em  http://harmonconst.com.  


 
Art.   5º   -­   O   farmacêutico   poderá   realizar   a   prescrição   de   medicamentos   e  
outros  produtos  com  finalidade  terapêutica,  cuja  dispensação  não  exija  prescrição  
médica,   incluindo   medicamentos   industrializados   e   preparações   magistrais   -­  
alopáticos   ou   dinamizados   -­   plantas   medicinais,   drogas   vegetais   e   outras  
categorias  ou  relações  de  medicamentos  que  venham  a  ser  aprovadas  pelo  órgão  
sanitário  federal  para  prescrição  do  farmacêutico.    
-­   O   exercício   do   ato   da   prescrição   deverá   estar   fundamentado   em  
conhecimentos  e  habilidades  clínicas,  mencionados  na  tabela  4,  conforme  o  §  1º  
do  5  artigo.        
 
 
 
 

35
35
Tabela 4  -­  Conhecimentos  e  habilidades  clínicas  que  abranjam  

Boas  práticas  de  prescrição  


Fisiopatologia  
Semiologia  
Comunicação  interpessoal  
Farmacologia  clínica  e  terapêutica  
 
§   2º   -­   O   ato   da   prescrição   de   medicamentos   dinamizados   e   de   terapias  
relacionadas   às   práticas   integrativas   e   complementares   deverá   estar  
fundamentado  em  conhecimentos  e  habilidades  relacionados  a  estas  práticas.    

Art.  6º  -­  O  farmacêutico  poderá  prescrever  medicamentos  cuja  dispensação  


exija   prescrição   médica,   desde   que   condicionado   à   existência   de   diagnóstico  
prévio  e  apenas  quando  estiver  previsto  em  programas,  protocolos,  diretrizes  ou  
normas   técnicas,   aprovados   para   uso   no   âmbito   de   instituições   de   saúde   ou  
quando   da   formalização   de   acordos   de   colaboração   com   outros   prescritores   ou  
instituições  de  saúde.  
 
§  1º  -­  Para  o  exercício  deste  ato  será  exigido,  pelo  Conselho  Regional  de  
Farmácia   de   sua   jurisdição,   o   reconhecimento   de   título   de   especialista   ou   de  
especialista   profissional   farmacêutico   na   área   clínica,   com   comprovação   de  
formação   que   inclua   conhecimentos   e   habilidades   em   boas   práticas   de  
prescrição,   fisiopatologia,   semiologia,   comunicação   interpessoal,   farmacologia  
clínica  e  terapêutica.      
 
§  2º  -­  Para  a  prescrição  de  medicamentos  dinamizados  será  exigido,  pelo  
Conselho  Regional  de  Farmácia  de  sua  jurisdição,  o  reconhecimento  de  título  de  
especialista  em  Homeopatia  ou  Antroposofia.    
 
§   3º   -­   É   vedado   ao   farmacêutico   modificar   a   prescrição   de   medicamentos  
do   paciente,   emitida   por   outro   prescritor,   salvo   quando   previsto   em   acordo   de  
colaboração,  sendo  que,  neste  caso,  a  modificação,  acompanhada  da  justificativa  
correspondente,  deverá  ser  comunicada  ao  outro  prescritor.

36
36
O   processo   de   prescrição   farmacêutica   é   constituído   das   etapas  
apresentadas  na  tabela  2,  conforme  o  7°  artigo  da  resolução.    
 
Tabela 5  –  Etapas  para  prescrição  farmacêutica  

I  -­  identificação  das  necessidades  do  paciente  relacionadas  à  saúde  


II  -­  definição  do  objetivo  terapêutico  
III  -­  seleção  da  terapia  ou  intervenções  relativas  ao  cuidado  à  saúde,  com  base  
em  sua  segurança,  eficácia,  custo  e  conveniência,  dentro  do  plano  de  cuidado  
IV  -­  redação  da  prescrição  
V  -­  orientação  ao  paciente  
VI  -­  avaliação  dos  resultados  
VII  -­  documentação  do  processo  de  prescrição  

No   ato   da   prescrição,   o   farmacêutico   deverá   adotar   medidas   que  


contribuam   para   a   promoção   da   segurança   do   paciente,   entre   as   quais   se  
destacam-­se   as   medidas   apresentadas   na   tabela   3,   conforme   o   8°   artigo   da  
resolução.  
 
Tabela 6  –  Medidas  que  contribuem  para  a  promoção  da  segurança  do  paciente  

I  -­  basear  suas  ações  nas  melhores  evidências  científicas  


II  -­  tomar  decisões  de  forma  compartilhada  e  centrada  no  paciente  
III   -­   considerar   a   existência   de   outras   condições   clínicas,   o   uso   de   outros  
medicamentos,   os   hábitos   de   vida   e   o   contexto   de   cuidado   no   entorno   do  
paciente  
IV  -­  estar  atento  aos  aspectos  legais  e  éticos  relativos  aos  documentos  que  serão  
entregues  ao  paciente  
V   -­   comunicar   adequadamente   ao   paciente,   seu   responsável   ou   cuidador,   as  
suas  decisões  e  recomendações,  de  modo  que  estes  as  compreendam  de  forma  
completa  
VI  -­  adotar  medidas  para  que  os  resultados  em  saúde  do  paciente,  decorrentes  
da  prescrição  farmacêutica,  sejam  acompanhados  e  avaliados  

37
37
A   prescrição   farmacêutica   deverá   ser   redigida   em   vernáculo,   por   extenso,  
de   modo   legível,   observados   a   nomenclatura   e   o   sistema   de   pesos   e   medidas  
oficiais,   sem   emendas   ou   rasuras,   devendo   conter   os   seguintes   componentes  
mínimos,  apresentados  na  tabela  4,  conforme  o  9°  artigo  da  resolução.  
 
Tabela 7  –  Componentes  mínimos  para  a  prescrição  farmacêutica  

I   -­   Identificação   do   estabelecimento   farmacêutico,   consultório   ou   do   serviço   de  


saúde  ao  qual  o  farmacêutico  está  vinculado  
II  -­  nome  completo  e  contato  do  paciente  
III   -­   descrição   da   terapia   farmacológica,   quando   houver,   incluindo   as   seguintes  
informações:    
a)   nome   do   medicamento   ou   formulação,   concentração/dinamização,   forma  
farmacêutica  e  via  de  administração;;  
b)  dose,  frequência  de  administração  do  medicamento  e  duração  do  tratamento;;  
c)  instruções  adicionais,  quando  necessário.  
IV   -­   descrição   da   terapia   não   farmacológica   ou   de   outra   intervenção   relativa   ao  
cuidado  do  paciente,  quando  houver  
 V   -­   nome   completo   do   farmacêutico,   assinatura   e   número   de   registro   no  
Conselho  Regional  de  Farmácia  
VI  -­  local  e  data  da  prescrição  
 
 
Com   o   objetivo   de   padronizar   ações   entre   os   farmacêuticos   com   atuação  
clínica,   o   Conselho   Federal   de   Farmácia   disponibiliza   em   seu   sítio   modelos   de  
receituários  que  podem  ser  acessados  livremente.  Podemos  observar  um  modelo  
de  prescrição  na  Figura  3,  disponibilizado  pelo  CFF.  
 
 
 
 
 
 

38
38
Figura 6 –  Modelo  de  Receita  (CFF).  

 
Fonte:  Conselho  Federal  de  Farmácia  .Disponível  em  www.cff.org.br,  acesso  em  15/05/2016.  
 
Art.   10-­   A   prescrição   de   medicamentos,   no   âmbito   do   Sistema   Único   de   Saúde  
(SUS),   estará   necessariamente   em   conformidade   com   a   Denominação   Comum  
Brasileira   (DCB)   ou,   em   sua   falta,   com   a   Denominação   Comum   Internacional  
(DCI).    

Art.   11-­   A   prescrição   de   medicamentos,   no   âmbito   privado,   estará  


preferentemente  em  conformidade  com  a  DCB  ou,  em  sua  falta,  com  a  DCI.    

39
39
Art.   12-­   É   vedado   ao   farmacêutico   prescrever   sem   a   sua   identificação   ou   a   do  
paciente,   de   forma   secreta,   codificada,   abreviada,   ilegível   ou   assinar   folhas   de  
receituários  em  branco.      

Art.  13  -­  Será  garantido  o  sigilo  dos  dados  e  informações  do  paciente,  obtidos  em  
decorrência   da   prescrição   farmacêutica,   sendo   vedada   a   sua   utilização   para  
qualquer   finalidade   que   não   seja   de   interesse   sanitário   ou   de   fiscalização   do  
exercício  profissional.    

Art.   14   -­   No   ato   da   prescrição,   o   farmacêutico   deverá   orientar   suas   ações   de  


maneira   ética,   sempre   observando   o   benefício   e   o   interesse   do   paciente,  
mantendo  autonomia  profissional  e  científica  em  relação  às  empresas,  instituições  
e   pessoas   físicas   que   tenham   interesse   comercial   ou   possam   obter   vantagens  
com  a  prescrição  farmacêutica.    

Art.  15  -­  É  vedado  o  uso  da  prescrição  farmacêutica  como  meio  de  propaganda  e  
publicidade  de  qualquer  natureza.    
 
Art.   16   -­   O   farmacêutico   manterá   registro   de   todo   o   processo   de   prescrição   na  
forma  da  lei.    

40
40
Figura 7 –  Modelo  de  Prontuário  do  Paciente  (CFF).  

 
Fonte:  Conselho  Federal  de  Farmácia.  Disponível  em  www.cff.org.br,  acesso  em  15/05/2016.  
 
 
 

41
41
Figura 8 –  Modelo  de  Encaminhamento  do  Paciente  (CFF).  

Fonte  –  Modelo  de  Encaminhamento  (CFF).  Disponível  em  www.cff.org.br,  acesso  em  
16/05/2016.  

42
42
3.4 Resolução Nº 44 de 17 de agosto de 2009
 
  Segundo  a  RDC  n°  44/09,  Boas  Práticas  Farmacêuticas  é  entendida  como:  
“O   conjunto   de   técnicas   e   medidas   que   visam   assegurar   a   manutenção   da  
qualidade  e  segurança  dos  produtos  disponibilizados  e  dos  serviços  prestados  em  
farmácias   e   drogarias,   com   o   fim   de   contribuir   para   o   uso   racional   desses  
produtos  e  a  melhoria  da  qualidade  de  vida  dos  usuários”.  

Dessa  referida  resolução,  trataremos  do  VI  capítulo,  que  trata  dos  serviços  
farmacêuticos.  

CAPÍTULO  VI    

DOS  SERVIÇOS  FARMACÊUTICOS  

Art.   61   -­   Além   da   dispensação,   poderá   ser   permitida   às   farmácias   e   drogarias   a  


prestação   de   serviços   farmacêuticos   conforme   requisitos   e   condições  
estabelecidos  nesta  Resolução.  

 §1º  -­  São  considerados  serviços  farmacêuticos  passíveis  de  serem  prestados  em  
farmácias  ou  drogarias  a  atenção  farmacêutica  e  a  perfuração  de  lóbulo  auricular  
para  colocação  de  brincos.    

§2º   -­   A   prestação   de   serviço   de   atenção   farmacêutica   compreende   a   atenção  


farmacêutica   domiciliar,   a   aferição   de   parâmetros   fisiológicos   e   bioquímico   e   a  
administração  de  medicamentos.  

43
43
Seção  I  

Da  Atenção  Farmacêutica  

Art.  63  -­  A  atenção  farmacêutica  deve  ter  como  objetivos  a  prevenção,  detecção  e  
resolução   de   problemas   relacionados   a   medicamentos,   promover   o   uso   racional  
dos  medicamentos,  a  fim  de  melhorar  a  saúde  e  qualidade  de  vida  dos  usuários.    

§1º   -­   Para   subsidiar   informações   quanto   ao   estado   de   saúde   do   usuário   e  


situações   de   risco,   assim   como   permitir   o   acompanhamento   ou   a   avaliação   da  
eficácia   do   tratamento   prescrito   por   profissional   habilitado,   fica   permitida   a  
aferição   de   determinados   parâmetros   fisiológicos   e   bioquímico   do   usuário,   nos  
termos  e  condições  desta  Resolução.  

§2º   -­   Também   fica   permitida   a   administração   de   medicamentos,   nos   termos   e  


condições  desta  Resolução.    

Art.  64  -­  Devem  ser  elaborados  protocolos  para  as  atividades  relacionadas  à  
atenção  farmacêutica,  incluídas  referências  bibliográficas  e  indicadores  para  
avaliação  dos  resultados.    

§1º  -­  As  atividades  devem  ser  documentadas  de  forma  sistemática  e  contínua,  
com  o  consentimento  expresso  do  usuário.    

§2º  -­  Os  registros  devem  conter,  no  mínimo,  informações  referentes  ao  usuário  
(nome,  endereço  e  telefone),  às  orientações  e  intervenções  farmacêuticas  
realizadas  e  aos  resultados  delas  decorrentes,  bem  como  informações  do  
profissional  responsável  pela  execução  do  serviço  (nome  e  número  de  inscrição  
no  Conselho  Regional  de  Farmácia).    

Art.  65  -­  As  ações  relacionadas  à  atenção  farmacêutica  devem  ser  registradas  de  
modo  a  permitir  a  avaliação  de  seus  resultados.    

Parágrafo   único   -­   Procedimento   Operacional   Padrão   deverá   dispor   sobre   a  


metodologia  de  avaliação  dos  resultados.  

44
44
Art.   66   -­   O   farmacêutico   deve   orientar   o   usuário   a   buscar   assistência   de   outros  
profissionais   de   saú-­   e,   quando   julgar   necessário,   considerando   as   informações  
ou  resultados  decorrentes  das  ações  de  atenção  farmacêutica.    

Art.   67   -­   O   farmacêutico   deve   contribuir   para   a   farmacovigilância,   notificando   a  


ocorrência   ou   suspeita   de   evento   adverso   ou   queixa   técnica   às   autoridades  
sanitárias.    

Subseção  I    

Da  Atenção  Farmacêutica  Domiciliar  

Art.   68   -­   A   atenção   farmacêutica   domiciliar   consiste   no   serviço   de   atenção  


farmacêutica   disponibilizado   pelo   estabelecimento   farmacêutico   no   domicílio   do  
usuário,  nos  termos  desta  Resolução.  

 Parágrafo  único  -­  A  prestação  de  atenção  farmacêutica  domiciliar  por  farmácias  e  
drogarias   somente   é   permitida   a   estabelecimentos   devidamente   licenciados   e  
autorizados  pelos  órgãos  sanitários  competentes.    

Subseção  II  

Da  Aferição  Dos  Parâmetros  Fisiológicos  e  Bioquímico  Permitidos  

Art.   69   -­   A   aferição   de   parâmetros   fisiológicos   ou   bioquímico   oferecida   na  


farmácia   e   drogaria   deve   ter   como   finalidade   fornecer   subsídios   para   a   atenção  
farmacêutica   e   o   monitoramento   da   terapia   medicamentosa,   visando   à   melhoria  
da   sua   qualidade   de   vida,   não   possuindo,   em   nenhuma   hipótese,   o   objetivo   de  
diagnóstico.  

§1º   -­   Os   parâmetros   fisiológicos   cuja   aferição   é   permitida   nos   termos   desta  


Resolução  são  pressão  arterial  e  temperatura  corporal.    

45
45
§2º   -­   O   parâmetro   bioquímico   cuja   aferição   é   permitida   nos   termos   desta  
Resolução  é  a  glicemia  capilar.    

§3º   -­   Verificada   discrepância   entre   os   valores   encontrados   e   os   valores   de  


referência  constantes  em  literatura  técnico-­científica  idônea,  o  usuário  deverá  ser  
orientado  a  procurar  assistência  médica.    

§4º   -­   Ainda   que   seja   verificada   discrepância   entre   os   valores   encontrados   e   os  


valores   de   referência,   não   poderão   ser   indicados   medicamentos   ou   alterados   os  
medicamentos  em  uso  pelo  paciente  quando  estes  possuam  restrição  de  “venda  
sob  prescrição  médica”.    

Art.   70   -­   As   medições   do   parâmetro   bioquímico   de   glicemia   capilar   devem   ser  


realizadas  por  meio  de  equipamentos  de  autoteste.    

Parágrafo   único   -­   A   aferição   de   glicemia   capilar   em   farmácias   e   drogarias  


realizadas   por   meio   de   equipamentos   de   autoteste   no   contexto   da   atenção  
farmacêutica  não  é  considerada  um  Teste  Laboratorial  Remoto  -­  TLR,  nos  termos  
da  legislação  específica.    

Art.   71   -­   Para   a   medição   de   parâmetros   fisiológicos   e   bioquímico   permitidos  


deverão   ser   utilizados   materiais,   aparelhos   e   acessórios   que   possuam   registro,  
notificação,   cadastro   ou   que   sejam   legalmente   dispensados   de   tais   requisitos  
junto  a  Anvisa.    

Parágrafo   único   -­   Devem   ser   mantidos   registros   das   manutenções   e   calibrações  


periódicas   dos   aparelhos,   segundo   regulamentação   específica   do   órgão  
competente  e  instruções  do  fabricante  do  equipamento.    

Art.   72   -­   Os   Procedimentos   Operacionais   Padrão   (POP’s)   relacionados   aos  


procedimentos  de  aferição  de  parâmetros  fisiológicos  e  bioquímico  devem  indicar  
claramente   os   equipamentos   e   as   técnicas   ou   metodologias   utilizadas,  
parâmetros   de   interpretação   de   resultados   e   as   referências   bibliográficas  
utilizadas.    

46
46
Parágrafo   único   -­   O   Procedimento   Operacional   Padrão   (POP)   deve   incluir   os  
equipamentos  de  prote-­  ção  individual  (EPI’s)  a  serem  utilizados  para  a  medição  
de  parâmetros  fisiológicos  e  bioquímico,  assim  como  trazer  orientações  sobre  seu  
uso  e  descarte.    

Art.   73   -­   Os   procedimentos   que   gerem   resíduos   de   saúde,   como   materiais  


perfurocortantes,   gaze   ou   algodão   sujos   com   sangue,   deverão   ser   descartados  
conforme   as   exigências   de   legislação   específica   para   Gerenciamento   de  
Resíduos  de  Serviços  de  Saúde.    

Seção  III    

Da  Declaração  de  Serviço  Farmacêutico  

Art.  81  -­  Após  a  prestação  do  serviço  farmacêutico  deve  ser  entregue  ao  usuário  a  
Declaração  de  Serviço  Farmacêutico.  

§1º   -­   A   Declaração   de   Serviço   Farmacêutico   deve   ser   elaborada   em   papel   com  


identificação   do   estabelecimento,   contendo   nome,   endereço,   telefone   e   CNPJ,  
assim  como  a  identificação  do  usuário  ou  de  seu  responsável  legal,  quando  for  o  
caso.    

§2º   -­   A   Declaração   de   Serviço   Farmacêutico   deve   conter,   conforme   o   serviço  


farmacêutico  prestado,  no  mínimo,  as  seguintes  informações:    

I  -­  atenção  farmacêutica:    

a)   medicamento   prescrito   e   dados   do   prescritor   (nome   e   inscrição   no   conselho  


profissional),  quando  houver;;    

b)   indicação   de   medicamento   isento   de   prescrição   e   a   respectiva   posologia,  


quando   houver;;   c)   valores   dos   parâmetros   fisiológicos   e   bioquímico,   quando  
houver,  seguidos  dos  respectivos  valores  considerados  normais;;    

47
47
d)   frase   de   alerta,   quando   houver   medição   de   parâmetros   fisiológicos   e  
bioquímico:   “ESTE   PROCEDIMENTO   NÃO   TEM   FINALIDADE   DE  
DIAGNÓSTICO  E  NÃO  SUBSTITUI  A  CONSULTA  MÉDICA  OU  A  REALIZAÇÃO  
DE  EXAMES  LABORATORIAIS”;;    

e)  dados  do  medicamento  administrado,  quando  houver:    

1.  nome  comercial,  exceto  para  genéricos;;    

2.  denominação  comum  brasileira;;    

3.  concentração  e  forma  farmacêutica;;    

4.  via  de  administração;;    

5.  número  do  lote;;    

 6.  número  de  registro  na  Anvisa.    

f)  orientação  farmacêutica;;    

g)  plano  de  intervenção,  quando  houver;;    

 h)  data,  assinatura  e  carimbo  com  inscrição  no  Conselho  Regional  de  Farmácia  
(CRF)  do  farmacêutico  responsável  pelo  serviço.      

§3º  -­  É  proibido  utilizar  a  Declaração  de  Serviço  Farmacêutico  com  finalidade  de  
propaganda  ou  publicidade  ou  para  indicar  o  uso  de  medicamentos  para  os  quais  
é  exigida  prescrição  médica  ou  de  outro  profissional  legalmente  habilitado.  §4º  -­  A  
Declaração  de  Serviço  Farmacêutico  deve  ser  emitida  em  duas  vias,  sendo  que  a  
primeira   deve   ser   entregue   ao   usuário   e   a   segunda   permanecer   arquivada   no  
estabelecimento.  

 
 
 
 
 
 

48
48
 

4.
PLANEJAMENTO
DA ATENÇÃO
FARMACÊUTICA

.................

49
49
4.1 Espaço Físico

  A  instalação  física  do  consultório  farmacêutica  deverá  garantir  um  ambiente  


privativo   facilitando   em   potencial   o   serviço   de   atenção   farmacêutica.   O   paciente  
deverá   sentir-­se   à   vontade   para   relatar   seu   estado   de   saúde,   bem   como   o  
histórico   de   saúde   pessoal   e   familiar.     A   comunicação   entre   o   profissional  
farmacêutico  e  o  paciente  deverá  ser  excelente  sob  a  perspectiva  de  obter  amplas  
informações,   para   o   entendimento   do   paciente   e   para   amparar   as   decisões   do  
profissional.  

  Segundo  Mobach  (2008),  somada  à  privacidade  do  ambiente,  destaca-­se  a  


importância   da   atmosfera   do   atendimento.   A   presença   de   uma   mesa   redonda  
facilita   a   proximidade   entre   o   farmacêutico   e   paciente,   assim   como   elimina  
barreiras  que  podem  limitar  a  confiança  necessária  à  comunicação.  

Figura 9 –  Parte  da  estrutura  física  da  sala  de  Atenção  Farmacêutica.  

Fonte:  Disponível  em  


http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/percurso_historico_atencao_farmaceutica.pdf.  Acesso  
em  15/05/02016  

50
50
Figura 10 –  Parte  da  estrutura  física  da  sala  de  Atenção  Farmacêutica.  

Fonte:  Disponível  em  


http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/percurso_historico_atencao_farmaceutica.pdf.  Acesso  
em  15/05/02016  
 
  A   seguir,   podemos   avaliar   (tabela   6)   os   recursos   materiais   necessários,  
bem   como   os   custos   estimados   para   implementação   do   programa   de   atenção  
farmacêutica,  conforme  o  estudo  apresentado  no  fascículo  V  do  Projeto  Farmácia  
Estabelecimento  de  Saúde  do  Conselho  Regional  de  Farmácia  do  Estado  de  São  
Paulo.    

Tabela 8  –  Orçamento  para  implementação  de  um  serviço  de  Atenção  


Farmacêutica  

Adaptado  do  Fascículo  V  do  Projeto  Farmácia  Estabelecimento  de  Saúde  do  Conselho  Regional  
de  Farmácia  do  Estado  de  São  Paulo.  

51
51
4.2 Identificação de Problemas relacionados aos medicamentos e
Classificação de PRM.
 
A  avaliação  inicial  deverá  ser  preenchida  em  prontuário  específico  e  individual  
para   cada   paciente,   garantindo   segurança   às   decisões   que   serão   tomadas   pelo  
profissional   farmacêutico.   Atualmente   diferentes   modelos   de   ficha   estão  
disponíveis,  bem  como  versões  digitalizadas  em  softwares  no  mercado.  Podemos  
avaliar   um   modelo   de   ficha   de   avaliação   inicial,   conforme   a   figura   de   Avaliação  
Inicial  do  Método  PWDT  (CIPOLLE  et al., 2004),  a  seguir:  

Figura 11 –  Avaliação  Inicial  do  Método  PWDT  

52
52
Figura 11  –  Avaliação  Inicial  do  Método  PWDT  (Continuação)  

53
53
Ficha 11  –  Avaliação  Inicial  do  Método  PWDT  (Continuação)  

Ficha 11  –  Avaliação  Inicial  do  Método  PWDT  (Continuação)  


54
54
 
Fonte:  Ficha  de  Avaliação  Inicial  do  Método  PWDT  (Cipolle  et  al.,  2004)  disponível  em  Fascículo  V  
–  O  percurso  Histórico  da  atenção  farmacêutica  no  Mundo  e  no  Brasil.  Conselho  Regional  de  
Farmácia  do  Estado  e  São  Paulo.  

Nem  sempre  o  paciente  deverá  relatar  as  informações  na  ordem  proposta  
pela   ficha   de   avaliação.   O   importante   é   deixar   o   paciente   à   vontade   para   se  
expressar  espontaneamente,  não  ocultando  informações  relevantes  ao  processo.  
Porém,   a   proposta   garante   o   registro   de   dados   clínicos,   terapêuticos,  
sociodemográficos,  bem  como  dados  referentes  ao  estilo  de  vida  do  paciente.  As  
informações   obtidas   em   atendimentos   subsequentes,   servirão   de   base   para  
atualização   do   prontuário,   uma   vez   que   diferentes   informações   e   parâmetros  
podem  se  alterar,  mesmo  que  em  curto  período  de  tempo.  É  importante  destacar  
que   os   PRM   podem   ocorrer   em   qualquer   fase   do   processo   de   seguimento  

55
55
farmacoterapêutico   e,   portanto,   o   prontuário   do   paciente   deve   ser   analisado  
constantemente.    

O   acompanhamento   farmacoterapêutico   deverá   estar   centrado   no  


entendimento  a  respeito  da  interação  entre  o  fármaco  e  a  evolução  do  paciente,  a  
fim   de   identificar   problemas   relacionados   aos   medicamentos.   Ou   seja,   o   quadro  
clínico   do   paciente   apresenta   melhoras   ou   as   reações   não   desejáveis   se  
sobrepõem  às  necessidades  clínicas  do  paciente.  Nem  sempre  essa  tarefa  é  fácil  
de  obter,  principalmente  quando  o  paciente  apresenta  sintomas  não  específicos  e  
podem   se   caracterizar   tanto   um   sintoma   da   doença   base   quanto   uma   reação  
adversa  a  um  determinado  fármaco.    

As   informações   como   pressão   arterial,   glicemia   capilar,   peso   e  


circunferência   abdominal,   obtidas   durante   os   atendimentos,   podem   ser  
registradas   e   disponibilizadas   aos   pacientes   em   cartão   individual,   para   que   o  
paciente   possa   acompanhar   sua   evolução   e   informar   outros   profissionais   de  
saúde,  conforme  o  Modelo  de  Cartão  Individual,  a  seguir.  

 
Figura 12 -  Modelo  de  Cartão  Individual  

 
Fonte:  Modelo  de  Cartão  Individual  disponível  em  Fascículo  V  –  O  percurso  Histórico  da  atenção  
farmacêutica  no  Mundo  e  no  Brasil.  Conselho  Regional  de  Farmácia  do  Estado  e  São  Paulo.  

No   processo   de   atenção   farmacêutica,   o   profissional   deverá   observar   se  


algum   tipo   de   PRM   acomete   o   paciente.   A   identificação,   resolução   e   prevenção  
de   possíveis   problemas   relacionados   aos   medicamentos   constituem   a   essência  
do   processo   da   atenção   farmacêutica.     Diante   da   terapia   medicamentosa  
envolvida,  o  profissional  farmacêutico  deverá  compreender  se  existe  relação  entre  
o   evento   indesejável   e   o   fármaco   em   questão,   ou   seja,   se   os   sinais   e   sintomas  

56
56
relatados  e  identificados  no  paciente  não  são  sintomas  da  doença  e  sim  eventos  
indesejáveis  dos  medicamentos.    

As  categorias  de  PRM  servem  de  orientação  para  o  farmacêutico  identificar  


que  tipo  de  problema  pode  estar  envolvido  com  a  terapia  medicamentosa.    

A  seguir,  na  tabela  9  estão  reunidas  as  categorias  de  PRM  de  acordo  com  
as  necessidades  farmacoterapêuticas.  

   
Tabela 9  –  Classificação  de  PRM,  segundo  Cipolle  et  al.,  2004.  

Fonte  –  O  percurso  histórico  da  atenção  farmacêutica  no  mundo  e  no  Brasil  –  Conselho  regional  
de  Farmácia  do  estado  de  São  Paulo  Organização  Pan-­Americana  da  Saúde.  
 

As   categorias   estão   relacionadas   com   a   indicação,   efetividade,   segurança  


e   cumprimento   do   paciente.   Essas   definições   são   fundamentais   para   orientar   o  
farmacêutico   qual   a   melhor   decisão   a   ser   tomada,   de   acordo   com   as  
necessidades  do  paciente.  

4.3 Categorias de problemas relacionados aos fármacos (PRM)

4.3.1 O paciente usa medicamento desnecessário (PRM 1)

   

O   uso   de   medicamentos   desnecessários   é   muito   comum   na   população  


brasileira,   uma   vez   que   o   acesso   fácil   aos   medicamentos   estimula   a  
automedicação.  Medicamentos  utilizados  sem  avaliação  clínica  adequada  podem  
resultar  em  lesões  leves,  moderadas  ou  graves.  O  uso  concomitante  de  diferentes  

57
57
medicamentos   bem   como   o   uso   de   drogas   ilícitas,   álcool   ou   tabaco   também  
podem  acometer  PRM.          

  Para   o   entendimento   dos   distintos   Problemas   relacionados   aos  


Medicamentos,   podemos   analisar   os   exemplos   prontamente   divulgados   pelo  
Fascículo   V   do   Projeto   “Farmácia   Estabelecimento   de   Saúde”   do   CRF-­SP,   que  
estão  citados  à  medida  que  apresentamos  cada  PRM  separadamente.  

Ex:   “A   paciente   Maria,   de   27   anos,   após   ser   submetida   a   uma   cirurgia  


odontológica,  recebeu  prescrição  do  anti-­inflamatório  diclofenaco  potássico  
50  mg,  duas  vezes  ao  dia,  por  sete  dias.  Contudo  a  paciente  faz  uso  diário  
desse  medicamento  há  seis  semanas  e  apresenta  dor  de  estômago,  visto  
que   não   foi   esclarecida   sobre   o   tempo   de   duração   do   tratamento   pelo  
odontólogo   no   consultório   e   pelo   farmacêutico   na   farmácia.   Assim   é  
necessário   que   o   farmacêutico   oriente   a   suspensão   imediata   do  
diclofenaco”.  

4.3.2 O paciente necessita de medicação adicional (PRM 2)

  A  necessidade  de  medicação  adicional  se  dá  quando  a  condição  clínica  do  
paciente  exige  efeitos  sinérgicos  ou  aditivos  para  se  obter  resultados  terapêuticos  
satisfatórios.      

Ex:   “O   paciente   Dionísio,   de   60   anos,   foi   diagnosticado   com   HAS   há   seis  


meses  e  desde  então  foi  indicado  o  uso  de  captopril  50  mg,  duas  vezes  ao  
dia  (dose  máxima).  Todavia,  apesar  de  cumprir  a  farmacoterapia  indicada  e  
associá-­la  a  bons  hábitos  de  vida,  seus  níveis  pressóricos  não  diminuíram.  
Neste   caso,   o   farmacêutico   deve   sugerir   ao   médico   que   introduza  
farmacoterapia  complementar.  Preconiza-­se  um  diurético  tiazídico.  Como  a  
hidroclorotiazida”.  

58
58
4.3.3 O paciente usa medicamento não efetivo (PRM 3)

  Identificamos  o  PRM  3  quando  o  medicamento  utilizado  pelo  paciente  não  


é  o  mais  eficaz  para  produzir  a  resposta  terapêutica  desejada,  o  que  muitas  vezes  
pode   ser   facilmente   resolvido   com   a   substituição   do   fármaco   para   outro   mais  
adequado.  

Ex:   “A   paciente   Laura,   63   anos,   tem   colesterol   alto   e   há   um   ano   tenta  


controlar  seus  níveis  lipídicos  com  sinvastatina,  atualmente  na  dose  de  80  
mg,   uma   vez   ao   dia   (dose   máxima).   No   entanto   a   paciente   não   está  
respondendo  satisfatoriamente  ao  tratamento.  Por  consequência,  os  níveis  
de  triglicerídeos  permanecem  altos.  Nesta  situação,  o  farmacêutico  deverá  
sugerir   ao   médico   que   substitua   a   farmacoterapia   por   outra   mais   potente,  
como  a  atorvastatina  40  mg”.  

4.3.4 O paciente usa dose menor que a necessária (PRM 4)

A   identificação   da   PRM   4   é   fundamental   em   diferentes   terapias  


medicamentosas,   onde   uma   das   causas   relevantes   é   a   variabilidade   biológica  
inerentes   aos   indivíduos.   A   influência   da   faixa   etária   em   parâmetros   cinéticos  
determinam   a   taxa   de   absorção   e   eliminação   do   fármaco,   o   que   necessitaria   de  
ajustes  posológicos,  na  presença  de  PRM  4.      

Muitas   vezes,   a   dose   menor   que   a   necessária,   se   dá   por   erro   na  


administração  do  medicamento.  

Ex:  O  paciente  Lucas,  de  6  anos,  foi  diagnosticado  com  asma  há  dois  anos.  
Na   última   crise   asmática,   ao   contrário   das   outras   vezes,   o   salmeterol   (25  
mcg/inalação)   não   obteve   o   efeito   desejável.   Verificou-­se,   então,   que  
devido   à   ausência   de   sua   mãe   no   momento   da   crise,   o   medicamento   foi  
administrado   por   seu   pai,   o   qual   não   possui   habilidade   para   o   uso   da  
“bombinha  inalatória”.  Com  isto,  as  doses  administradas  foram  inferiores  às  

59
59
doses  ideais  para  o  controle  de  sua  asma.  É  necessário  que  o  farmacêutico  
oriente-­o  quanto  ao  uso  correto  deste  dispositivo  inalatório.  

4.3.5 O paciente apresenta reação adversa a medicamentos -


RAM (PRM 5)

  As   reações   adversas   a   medicamentos   são   comuns   e   devem   ser  


identificadas   pelo   farmacêutico.   O   nível   de   segurança   do   fármaco   deve   ser  
avaliado  e  medicamentos  com  baixa  margem  de  segurança  devem  ser  prescritos  
com   a   dosagem   adequada.     As   reações   podem   ocorrer   devido   a   interações  
medicamentosas   independente   da   dose   utilizada.   Reações   alérgicas   podem   ser  
comuns  e  também  estão  relacionadas  a  variabilidade  biológica.  

   

Ex:   “O   paciente   Antônio,   de   65   anos,   tem   histórico   familiar   de   problemas  


cardiovasculares.   No   mês   passado   foi   submetido   a   um   cateterismo,   como  
medida   profilática   pra   futuros   eventos   cardiovasculares   e   passou   a   fazer  
uso  de  ácido  acetilsalicílico  100  mg,  uma  vez  ao  dia.  Após  o  início  do  uso  
deste   medicamento,   o   paciente   passou   a   apresentar   fortes   dores  
abdominais  e  muita  azia.  O  farmacêutico,  ao  suspeitar  que  estes  sintomas  
estão   relacionados   ao   medicamento,   deve   orientar   a   suspensão  
momentânea   do   medicamento,   verificando   se   os   sintomas   diminuíram.  
Caso  isto  aconteça,  o  farmacêutico  deve  encaminhar  o  paciente  ao  médico  
para  manejo  da  farmacoterapia”.  

4.3.6 O paciente usa mais alta dose que a necessária (PRM 6)

  Da   mesma   maneira   que   a   dose   do   medicamento   pode   ser   menor   que   a  


necessária,  os  efeitos  indesejáveis  podem  ser  decorrentes  de  doses  elevadas.  A  
frequência   posológica   também   pode   contribuir   para   altas   concentrações   do  
fármaco,  bem  como  a  duplicidade  terapêutica.  

60
60
Ex:   A   paciente   Lourdes,   65   anos,   faz   uso   de   captopril   50   mg,   duas   vezes  
ao   dia,   há   mais   de   uma   ano   na   Unidade   Básica   de   Saúde   (UBS).   Ao  
comparecer   recentemente   à   consulta   de   uma   médico   particular,   recebeu  
uma  prescrição  do  medicamento  Captolab®,  50  mg,  duas  vezes  ao  dia.  O  
médico   não   orientou   Lourdes   a   parar   de   tomar   os   medicamentos   que  
estava   usando   e,   por   isto,   a   mesma   continuou   a   utilizar   o   captopril,  
recebido  na  UBS  concomitantemente  com  o  Captolab®.  Após  uma  semana  
de   uso   do   novo   regime   terapêutico,   Lourdes   passou   a   ter   tonturas   e  
fraqueza,  como  resultado  da  baixa  pressão  (90/500  mmHg),  até  que  sofreu  
uma   queda   e   ficou   hospitalizada   por   três   dias.   Logo   o   farmacêutico   deve  
informar  a  Lourdes  que  este  é  um  caso  de  duplicidade  terapêutica  e  que  é  
necessário   suspender   um   dos   medicamentos   para   que   o   controle   da   PA  
seja  normalizado  e  os  sintomas  desagradáveis  desapareçam.  

4.3.7 O paciente não adere ao tratamento (PRM 7)

A   adesão   ao   tratamento   é   fundamental   para   o   sucesso   da   terapia.   O  


paciente   deverá   compreender   o   motivo   da   necessidade   da   terapia  
medicamentosa   para   que   possa   se   sentir   motivado   a   aderir   ao   tratamento.   Os  
preços  dos  medicamentos  são  determinantes  no  engajamento  do  paciente.    

Atualmente  a  intercambialidade  com  os  medicamentos  genéricos   é   uma  


alternativa   aos   preços,   que   podem   sofrer   elevadas   variações,   o   que   pode   ser  
mais  acessível  e  contribuir  para  uma  maior  adesão  aos  tratamentos.  

Ex:   “O   oftalmologista   receitou   timolol   gotas,   duas   vezes   ao   dia,   para   o  


tratamento  de  glaucoma  diagnosticado  há  seis  meses  na  paciente  Araci,  de  
40  anos.  Todavia,  a  paciente  é  de  origem  indígena  e  acredita  que  somente  
plantas  medicinais  podem  trazer  e  volta  à  saúde.  Por  esta  razão,  Araci  se  
recusou   a   aderir   ao   tratamento   proposto   pelo   médico   e,   desde   o   último  
mês,  passou  a  apresentar  fortes  dores  de  cabeça,  fotofobia  e  enjoo.  Ciente  
do   caso,   o   farmacêutico   deve,   respeitando   as   crenças   e   a   cultura   da  
paciente   sensibilizá-­la   da   necessidade   de   complementar   a   terapia   a   base  

61
61
de   plantas   com   o   medicamento   prescrito,   a   fim   de   controlar   os   sintomas  
apresentados”.  
 
4.4 Metas terapêuticas
 

O   estabelecimento   de   metas   terapêuticas   deverá   ser   realizado   com  


fundamentação   nas   informações   obtidas   na   anamnese   farmacêutica,   com   a  
identificação   dos   problemas   de   saúde   observados,   problemas   relacionados   aos  
medicamentos  e  as  alternativas  disponíveis  no  mercado.    
A  seguir,  podemos  avaliar  um  modelo  de  Plano  de  Cuidado.  
 

Figura 13 -  Modelo  de  Plano  de  Cuidado  

 
Fonte  –  O  percurso  histórico  da  atenção  farmacêutica  no  mundo  e  no  Brasil  –  Conselho  regional  
de  Farmácia  do  estado  de  São  Paulo  Organização  Pan-­Americana  da  Saúde.  

62
62
5.
DIABETES
MELLITUS

.................

63
63
5.1 Introdução

O   Diabetes   mellitus   (DM)   é   sindrome   do   metabolismo   defeituoso   de  


carboidratos,   lipídeos   e   proteínas,   levando   a   elevadas   concentrações   de   glicose  
sanguínea   (hiperglicemia),   causado   tanto   pela   ausência   de   secreção   de   insulina  
como   pela   diminuição   da   sensibilidade   dos   tecidos   à   insulina   e   estão  
acompanhados   de   complicações   microvasculares   (retinopatia,   nefropatia   e  
neuropatia)   e   macrovasculares   (doença   cardíaca   isquêmica,   infarto   e   doença  
vascular  periférica).  

Considerado   um   dos   grandes   problemas   de   saúde   pública,   O   DM   está  


associado  a  quadros  crônicos  de  hiperglicemia,  levando  a  perda  da  qualidade  de  
vida,   dor,   ansiedade,   inconveniência,   aumento   da   mortalidade,   e   redução   da  
expectativa  de  vida.    

As   complicações   graves,   a   natureza   crônica   do   DM,   bem   como   os  


tratamentos   necessários   a   longo   prazo,   elevam   os   custos   não   apenas   para   os  
indivíduos  acometidos  e  suas  famílias,  mas  para  todo  o  sistema  público  de  saúde.  
Os  custos  diretos  com  DM  podem  chegar  a  15%  do  orçamento  anual  da  saúde  de  
um   país,   dependendo   da   prevalência   e   do   grau   de   sofisticação   dos   tratamentos  
disponíveis.    

Segundo   a   Sociedade   Brasileira   de   Diabetes   -­   SBD   (2011),   no   Brasil,   as  


estimativas   do   custo   direto   oscilam   em   torno   de   3,9   bilhões   de   dólares.   Estudo  
realizado  pela  SBD  levantou  o  custo  médio  de  R$  2.951,00  por  paciente/ano  em  
tratamento   ambulatorial   de   DM,   sendo   que   o   maior   percentual   dos   gastos   se  
encontra  em  custos  com  medicamentos,  exames,  consultas  com  profissionais  de  
saúde,   monitoramento   da   glicemia   capilar,   bem   como   em   custos   indiretos   como  
absenteísmo  no  trabalho,  licenças  médicas  e  aposentadorias  precoces.  Os  custos  
aumentam   significativamente   em   complicações   crônicas,   devido   a   duração  
prolongada  da  doença.  

O  estilo  de  vida  atual,  os  hábitos  alimentares,  o  sedentarismo,  bem  com  o  
envelhecimento  populacional  evidenciado  nos  últimos  anos  no  Brasil  e  no  mundo,  
estão   diretamente   relacionados   às   crescentes   incidências   de   DM.   As   mudanças  

64
64
no  estilo  de  vida,  com  dieta  balanceada,  atividade  física  regular,  contribuindo  para  
a   perda   de   peso,   são   medidas   fundamentais   para   a   prevenção   não   apenas   do  
DM,   mas   dos   acometimentos   possíveis   relacionados,   como   os   problemas  
cardiovasculares.   O   controle   glicêmico   deve   ser   realizado   periodicamente,   para  
evitar  o  surgimento  ou  a  progressão  das  complicações  do  DM.  

Baseado  na  etiologia  do  DM,  a  Organização  Mundial  da  Saúde  (OMS)  e  a  
Associação   Americana   de   Diabetes   (American   Diabetes   Association   (ADA),  
classificam   o   DM   em   quatro   distintas   classificações,   segundo   as   condições  
clínicas  do  paciente.  O  DM  pode  ser  classificado  em  (tabela  10):    

Tabela 10  –  Classificações  do  diabetes  mellitus  

Diabetes  mellitus  tipo  1  

Diabetes  mellitus  tipo  2  

Gestacional  

Outros  Tipos  Específicos  

Fonte:  American  Diabetes  Association  

O  diabetes  tipo  1,  também  conhecido  como  “diabetes  mellitus  dependente  


de  insulina”  é  causado  pela  ausência  da  secreção  de  insulina.  Infecções  virais  e  
distúrbios   autoimunes   podem   lesionar   as   células   β   do   pâncreas   prejudicando   a  
produção  e  secreção  de  insulina.  A  hereditariedade  também  é  fator  determinante  
no   desenvolvimento   da   síndrome.   O   diabetes   tipo   I   pode   ocorrer   em   qualquer  
idade,  tanto  na  fase  juvenil  quanto  na  fase  adulta.  Aproximadamente  5  a  10%  das  
pessoas  com  diabetes  mellitus  apresentam  a  forma  tipo  1  da  doença.  

 O  diabetes  tipo  II,  também  chamado  de  diabetes  mellitus  não  dependente  
de   insulina,   é   inicialmente   causado   pela   sensibilidade   reduzida   à   insulina   nos  
tecidos-­alvo   periféricos.   Na   maioria   dos   casos,   acometem   pacientes   depois   dos  
30  anos  de  idade,  e  tem  a  evolução  gradual.  O  diabetes  tipo  II  corresponde  cerca  
de  90  a  95%  dos  casos.  

65
65
Antes  de  discorremos  sobre  cada  tipo  de  diabetes  conforme  a  classificação  
da  OMS  é  essencial  entendermos  o  papel  da  Insulina.  

5.2 A Insulina

A  insulina  é  hormônio  regulador  do  metabolismo  de  carboidratos,  proteínas  


e   lipídeos,   secretada   pelas   células   β   das   ilhotas   de   Langerhans   no   pâncreas  
(figura  14),  em  consequência  do  aumento  de  glicose  sanguínea,  fator  estimulante  
da   secreção.   Em   altas   concentrações   de   glicose   no   sangue,   as   células   β   das  
ilhotas   de   Langerhans   são   estimuladas   a   produzirem   e   secretarem   insulina   na  
circulação   sanguínea.   De   maneira   inversa,   quando   a   concentração   de   glicose  
está  diminuída,  o  estímulo  para  secreção  de  insulina  é  interrompido.  

   
Figura 14  –  Anatomia  fisiológica  de  uma  ilhota  de  Langerhans  

 
Fonte  –  Guyton  &  Hall.  Tratado  de  Fisiologia  Médica.  12°  edição.  Editora  Elsevier.  

A  insulina  é  um  polipeptídeo  de  peso  molecular  de  5.808  Da,  formada  por  
duas   cadeias   (A   e   B)   de   aminoácidos   ligadas   por   pontes   dissulfetos   entre  
resíduos  de  cisteína.  A  molécula  pró-­insulina  humana  é  quebrada  no  complexo  de  
Golgi   das   células   β   pancreáticas   para   formar   o   peptídeo   de   conexão   e   insulina,  
como  podemos  observar  na  Figura  15.  

   
66
66
Figura 15  -­  Estrutura  da  pró-­insulina  humana  (Molécula  precursora  da  insulina)  

 
Fonte:  http://www.medicinanet.com.br/imagens/20120210140438.jpg  acesso  em  22  de  maio  de  
2016.  
 

    Após  as  refeições  ricas  em  carboidratos,  a  glicose  absorvida  para  o  sangue  
estimula  a  secreção  da  insulina.  Posteriormente,  a  insulina  promove  a  captação  e  
o   armazenamento   de   glicose   por   quase   todos   os   tecidos   do   organismo,   em  
especial  nos  músculos,  tecido  adiposo  e  fígado.    

   

A  seguir,  na  tabela11  segue  resumidamente  as  ações  da  insulina.  

 
Tabela 11  –  As  ações  da  insulina  

Armazenar   a   glicose   tanto   no   fígado   quanto   no   tecido   muscular   na   forma   de  


glicogênio  (glicogênese);;  

Inibir  no  fígado,  a  transformação  do  glicogênio  em  glicose  (glicogenólise)  

Inibir   a   transformação   de   compostos   tais   como   a   maioria   dos   aminoácidos,  


lactato,   piruvato   e   glicerol   em   glicose   (gliconeogênise).   Esta   transformação  
ocorre  principalmente  no  fígado  e  em  menor  extensão  no  córtex  renal.  

Fonte – adaptado  de “Manejo  do  tratamento  de  pacientes  com  diabetes.  Fascículo  VII  –  CRFSP”.  
 

A   insulina   promove   síntese   e   armazenamento   de   proteínas   por   mecanismos  


ainda   não   bem   compreendidos.   A   seguir   são   descritos   algumas   funcionalidades  
conhecidas,  tabela  12:  
67
67
 
Tabela 12  –  Funcionalidades  conhecidas  da  insulina  

A  insulina  estimula  o  transporte  de  muitos  dos  aminoácidos  para  as  células.  

A  insulina  aumenta  os  processos  de  tradução  do  RNA  mensageiro.  

A  insulina  também  aumenta  a  transcrição  de  sequências  genéticas  selecionadas  


do  DNA  no  núcleo  celular.  

A   insulina   inibe   o   catabolismo   das   proteínas,   reduzindo   assim   a   liberação   de  


aminoácidos  das  células,  em  especial  das  células  musculares.  

Fonte  –  Guyton  &  Hall.  Tratado  de  Fisiologia  Médica.  12°  edição.  Editora  Elsevier.  

 
A  insulina  também  estimula  a  síntese  de  lipídeos  (lipogênese)  e  também  inibe  
a  quebra  dessas  moléculas  (lipólise).  

Os  efeitos  da  insulina  sobre  as  células  alvo  se  iniciam  pela  ligação  da  insulina  
e   ativação   do   receptor   proteico   (glicoproteína),   localizado   na   membrana  
plasmática   das   células.   Formado   pela   combinação   de   duas   subunidades   α  
(extracelulares)   e   duas   subunidades   β   (parcialmente   intracelulares),   possuem  
atividade  tirosina-­quinase  promovendo  a  fosforilação  de  resíduos  de  tirosina.    

68
68
Figura 16  –  Esquematização  do  receptor  de  insulina.  

 
Fonte  –  Guyton  &  Hall.  Tratado  de  Fisiologia  Médica.  12°  edição.  Editora  Elsevier.  

A   insulina   se   liga   à   subunidade   α   extracelular,   alterando   a   conformação   da  


subunidade   β,   resultando   na   autofosforilação   do   receptor   em   múltiplos   resíduos  
de   tirosina.   Consequentemente   a   cascata   de   fosforilação   se   inicia   em   vários  
substratos   proteicos,   transmitindo   o   sinal   do   receptor   para   o   efeito   celular   final,  
como   a   translocação   de   vesículas   contendo   GLUT4   (proteína   transportadora   de  
glicose)  do  meio  intracelular  para  a  membrana  plasmática.  

O  transportador  GLUT4,  ativado  pela  insulina,  promove  o  transporte  de  glicose  


para   o   interior   das   células   por   meio   da   difusão   facilitada.     Neste   processo,   a  
glicose  é  transportada  por  carreador  (GLUT),  sem  haver  consumo  de  energia.  A  
passagem  através  de  membranas  se  dá  a  favor  do  gradiente  de  concentração.    

5.3 O Glucagon

Produzido  pelas  células  α  das  ilhotas  de  Langerhans  no  pâncreas,  o  glucagon  
também  conhecido  como  hormônio  hiperglicêmico.  O  glucagon  é  secretado  pelas  
células  α  quando  a  concentração  da  glicose  sanguínea  cai  e  tem  como  principal  

69
69
função,   aumentar   a   concentração   da   glicose   sanguínea,   efeito   oposto   ao   da  
insulina.   Assim,   quando   a   produção   e   secreção   de   insulina   estão   diminuídas,   a  
secreção  de  glucagon  se  encontra  aumentada.    

   Composto   por   29   aminoácidos,   o   glucagon   é   um   polipeptídeo   com   peso  


molecular  de  3.485  Da.  O  glucagon  estimula  a  glicogenólise  e  gliconeogênese  no  
fígado,  contribuindo  para  o  equilíbrio  das  concentrações  de  glicose  na  circulação.  

Os   pacientes   acometidos   com   DM   apresentam   a   glicólise,   lipogênese   e  


proteogênese  diminuídos,  enquanto  que  a  glicogenólise,  gliconeogênese  e  lipólise  
se  encontram  exacerbados.  

 A   seguir   discutiremos   cada   tipo   de   Diabetes   mellitus,   conforme   as  


classificações   da   Organização   Mundial   da   Saúde   OMS   e   da   Associação  
Americana  de  Diabetes  (American  Diabetes  Association  (ADA).  

5.4 DM1 - Diabetes mellitus Tipo 1 – Ausência de produção de


insulina pelas células β pancreáticas

O   diabetes   tipo   1   é   caracterizado   pela   destruição   das   células   β   no  


pâncreas,   células   especializadas   na   produção   e   secreção   de   insulina,   como  
discutido   anteriormente.   O   resultado   é   a   deficiência   de   insulina,   elevando   as  
concentrações   de   glicose   circulante.   A   hereditariedade   também   desempenha  
papel  importante  na  suscetibilidade  das  células  β  à  sua  destruição.  

A  destruição  das  células  β  pode  ser  resultado  de  um  processo  autoimune  
ou   de   infecções   virais,   bem   como   de   processos   idiopáticos.   A   autoimunidade  
pode  ser  confirmada  pela  identificação  de  marcadores  de  autoimunidade.  A  seguir  
na  tabela  13  seguem  alguns  marcadores  (anticorpos  circulantes)  que  podem  ser  
identificados  meses  ou  anos  antes  do  diagnóstico.  

70
70
Tabela 13  –  Marcadores  de  autoimunidade  

Anti-­descarboxilase  do  ácido  glutâmico  –  GAD  65  

Anti-­tirosina  fosfatase  (IA1  e  IA2B)  

Anti  Insulina  

Fonte – adaptado  de “Manejo  do  tratamento  de  pacientes  com  diabetes.  Fascículo  VII  –  CRFSP”.  
 

O   desenvolvimento   do   DM1   pode   ser   rápido   e   progressivo   no  


acometimento   de   crianças   e   jovens,   e   de   forma   mais   lenta   e   progressiva   nos  
adultos.   Como   a   destruição   das   células   β   pancreáticas   leva   a   ausência   de  
produção   de   insulina,   o   tratamento   necessário   se   faz   pela   administração   de  
insulina  exógena.    

O   tratamento   do   DM1   com   o   uso   de   insulina   deve   estar   associado   a  


reeducação  alimentar  bem  como  a  regularidade  de  atividades  físicas.  

5.5 Diabetes mellitus Tipo 2 (DM2)

   

O  DM2  é  a  forma  mais  comum  de  diabetes,  o  que  corresponde  a  cerca  de  
90  a  95%  dos  casos,  acometendo  principalmente  os  adultos.  Caracteriza-­se  pela  
resistência   insulínica,   o   que   consiste   na   redução   dos   eventos   fisiológicos  
característicos  da  insulina,  resultando  em  hiperglicemia.    

Na  tabela  14  a  seguir,  podemos  avaliar  as  principais  causas  à  resistência  


insulínica:    

71
71
Tabela 14  –  Causas  à  resistência  insulínica  

Pela  redução  do  número  de  receptores  de  insulina  


Pelo  comprometimento  da  sinalização  pós-­receptor  de  insulina    
Pela   alteração   na   cascata   de   fosforilação,   levando   ao   comprometimento   da  
atividade  do  GLUT4  nos  músculos  e  tecido  adiposo    
Fonte – adaptado  de “Manejo  do  tratamento  de  pacientes  com  diabetes.  Fascículo  VII  –  CRFSP”.  
 

Na  maioria  dos  casos,  o  início  do  DM2  ocorre  depois  dos  30  anos  de  idade,  
frequentemente   entre   os   50   e   60   anos,   porém,   nos   últimos   anos,   o   número   de  
jovens   acometidos   tem   aumentado,   o   que   parece   estar   relacionado   com   o  
crescente  casos  de  obesidade  entre  crianças  e  jovens.  

A   seguir,   na   tabela   15,   apresentamos   os   principais   fatores   de   riscos   para  


DM2,  segundo  a  Sociedade  Brasileira  de  Diabetes  (2009).    

Tabela 15  –  Fatores  de  riscos  para  DM2  

Idade  maior  ou  igual  a  45  anos  


História  familiar  de  DM  (pais,  filhos  e  irmãos);;    
Excesso  de  peso  (índice  de  massa  corporal  –  IMC  -­  maior  ou  igual  a  25  kg/m²)  
Sedentarismo  
Colesterol   de   lipoproteína   de   alta   densidade   (HDL-­C)   baixo   e/ou   triglicérides  
elevados  
Hipertensão  arterial  Sistêmica    
DM  gestacional  (DMG)  prévio  
Macrossomia  ou  história  de  abortos  de  repetição  ou  mortalidade  perinatal    
Uso   de   drogas   hiperglicemiantes   tais   como:   corticosteroides,   tiazídicos,   β-­
bloqueadores.    
Fonte – adaptado  de “Manejo  do  tratamento  de  pacientes  com  diabetes.  Fascículo  VII  –  CRFSP”.  
 

O  tratamento  do  DM2  objetiva  controlar  a  glicemia  do  paciente,  prevenindo  


complicações  tanto  agudas  como  crônicas,  o  que  pode  ser  obtido  com  o  uso  de  
medicamentos   antidiabéticos   de   via   oral.   A   mudança   no   estilo   de   vida,   como   os  

72
72
hábitos   alimentares   e   a   prática   de   exercícios   físicos,   deve   ser   incorporada   ao  
tratamento.  

5.6 Diabetes mellitus Gestacional (DMG)

O   diabetes   mellitus   gestacional   pode   surgir   a   partir   da   24°   semana   de  


gravidez,   podendo   persistir   após   o   parto.   Muitas   vezes   a   paciente   apresentava  
diabetes  mellitus  antes  da  gestação,  sem  diagnóstico  prévio.  

As   pacientes   diagnosticadas   com   DMG   devem   ser   avaliadas  


periodicamente  após  o  parto.  A  seguir,  na  Tabela  16,  podemos  avaliar  os  fatores  
de  risco  para  DMG,  segundo  a  Sociedade  Brasileira  de  Diabetes.  

 
Tabela 16  –  Fatores  de  riscos  para  DMG  

Idade  de  35  anos  ou  mais  


Sobrepeso  ou  obesidade  ou  ganho  excessivo  de  peso  na  gravidez  atual  
Deposição  central  excessiva  de  gordura  corporal  
História  familiar  de  DM  em  parentes  de  primeiro  grau  
Baixa  estatura  (menos  de  1,5  m)  
Crescimento  fetal  excessivo,  polidrâmnio  (excesso  de  líquido  amniótico),  HAS  ou  
pré-­eclampsia  na  gravidez  atual;;    
Antecedentes   obstétricos   de   abortamentos   de   repetição,   malformações,   morte  
fetal  ou  neonatal,  macrossomia  ou  DMG    
Síndrome  de  ovários  policísticos.    
Fonte – adaptado  de “Manejo  do  tratamento  de  pacientes  com  diabetes.  Fascículo  VII  –  CRFSP”.  

O   tratamento   usual   de   DMG   deve   ser   realizado   pela   administração   de  


insulina  exógena.  A  terapia  antidiabética  por  via  oral  não  é  recomendada,  mesmo  
com  comprovada  segurança  para  a  gestante,  dos  secretagogos  de  insulina  como  
a  glibenclamida  e  sensibilizadores  da  ação  da  insulina,  como  a  metformina.  

73
73
5.7 Outros tipos específicos de diabetes mellitus (DM)

O   diabetes   mellitus   pode   ser   induzido   por   fármacos   ou   agentes   químicos  


como   corticóides,   hormônios   tireoidianos   e   ácido   nicotínico.   Também,   podem  
estar   associados,   defeitos   gênicos   funcionais   das   células   β   pancreáticas   ou  
doenças   como   pancreatite,   neoplasias   e   fibrose   cística.   Endocrinopatia   como   a  
Síndrome  de  Cushing  e  síndromes  genéticas,  como  a  Síndrome  de  Down,  podem  
estar  associadas.  

5.8 Diagnóstico do diabetes mellitus

Os   exames   laboratoriais   devem   permitir   avaliar   o   controle   glicêmico   bem  


como  parâmetros  fundamentais  para  o  diagnóstico  de  DM.  A  seguir  na  tabela  17,  
estão  descritos  o  que  deve  estar  incluído  na  avaliação  laboratorial  inicial.  

 
Tabela 17  –  Avaliação  laboratorial  inicial  

Glicemia de jejum
Teste oral de tolerância à glicose (TOTG)
Hemoglobina glicada (A1C)
Colesterol total, HDL-C
Triglicerídeos
Exame de urina (avaliar presença de infecção urinária, presença de proteinúria, corpos
cetônicos, sedimento)
Microalbuminúria (para o DM2, se proteinúria negativa)
TSH – hormônio estimulante da tireoide (para o DM1)
ECG – eletrocardiograma em adultos
Creatinina sérica em adultos  
Fonte – adaptado  de “Manejo  do  tratamento  de  pacientes  com  diabetes.  Fascículo  VII  –  CRFSP”.  

74
74
A  história  clínica  do  paciente  auxiliará  o  diagnóstico  e  deverá  ser  realizada  
no   início   das   avaliações   clínicas.   Os   sistemas   de   acompanhamento  
farmacoterapêutico   também   se   iniciam   com   informações   relevantes   sobre   a  
história  clínica  do  paciente.  Não  podemos  deixar  de  mencionar  que  o  DM2  poderá  
ser  assintomático,  sendo  identificado  apenas  com  exames  laboratoriais.  

Segundo   o   “Algoritmo   para   o   Tratamento   do   Diabetes   (SBD,2011),   os  


critérios  estão  relacionados  na  tabela  18.  

 
Tabela 18  –  Critérios  diagnósticos  para  o  diabetes  

Fonte:  SBD  (2011)  apud  CRFSP  (2013)  

Periodicamente,   as   avaliações   clínicas   e   os   exames   laboratoriais   devem  


ser   realizados,   a   fim   de   avaliar   a   evolução   do   paciente,   bem   como   as   condutas  
adotadas.   A   eficácia   dos   antidiabéticos   e   insulina   é   avaliada   pela   glicemia   de  
jejum,  pós-­prandial  e  a  dosagem  de  A1C.  

75
75
5.9 Exames para diagnóstico de diabetes mellitus

A   glicemia   em   jejum   é   o   exame   mais   utilizado   e   adequado   para   o  


diagnóstico  de  DM.  O  paciente  deverá  estar  em  jejum  de  no  mínimo  8  horas.  De  
acordo  a  figura  17,  os  valores  normais  se  enquadram  na  faixa  de  70  a  99  mg/dL.    

 
Figura 17  –  Diagnóstico  laboratorial  do  Diabetes  mellitus  

 
Fonte:  BAZOTTE,  2010  APUD  CRFSP  

Valores   entre   100   e   125   mg/dL   são   considerados   elevados   (Risco  


aumentado   para   DM),   sendo   indicado   nesses   casos,   o   teste   de   tolerância   à  
glicose  –  TOTG,  que  consiste  na  administração  de  solução  oral  de  glicose  (75g)  e  
coleta  de  sangue  após  120  minutos.  

Valor  maior  ou  igual  a  126  mg/dL,  para  glicemia  de  jejum,  indica  diabetes  
mellitus,   que   deve   ser   confirmado   com   a   repetição   do   teste   em   outro   dia.  
76
76
Importante  ressaltar,  que  a  avaliação  da  Hemoglobina  glicada  (A1C)  pode  ser  um  
importante   instrumento   de   avaliação   do   impacto   de   programas   de   educação   em  
diabetes   mellitus,   uma   vez   que   a   quantidade   de   glicose   ligada   à   hemoglobina   é  
diretamente  proporcional  à  concentração  média  de  glicose  no  sangue.  

5.10 Sintomas

Para  que  a  atenção  farmacêutica  seja  realizada  plenamente,  o  profissional  


farmacêutico   deverá   entender   e   compreender   conceitos   fundamentais   em  
semiologia,  disciplina  tradicional  nos  cursos  de  medicina.  Entretanto,  a  semiologia  
farmacêutica  deverá  ser  entendida  do  ponto  de  vista  da  farmacoterapia,  ou  seja,  
se   os   sinais   e   sintomas   das   doenças   evoluem   com   a   utilização   dos  
medicamentos,   bem   como   a   compreensão   dos   problemas   relacionados   aos  
fármacos   em   questão.   Para   que   o   farmacêutico   possa   avaliar   a   evolução   do  
paciente   clinicamente,   é   fundamental   compreender   e   entender   os   sintomas   do  
diabetes   mellitus,   patologia   em   discussão   nesse   capítulo.   A   seguir,  
resumidamente  na  tabela  19,  encontramos  os  sintomas  clássicos  do  DM.  

77
77
Tabela 19  –  Sintomas  clássicos  do  DM  

Poliúria  (excreção  de  urina  em  excesso)  

Polidipsia  (excesso  de  sede)  

Polifagia  (fome  em  excesso)  

Perda  involuntária  de  peso,  mesmo  comendo  mais  do  que  o  habitual.  

Dores  e/ou  parestesias  nos  membros  inferiores  

Visão  turva  

Feridas  que  não  cicatrizam  

Fadiga  

Infecções  de  repetição  (gengivites,  periodontites  e  vulvovaginites).  

Fonte – adaptado  de “Manejo  do  tratamento  de  pacientes  com  diabetes.  Fascículo  VII  –  CRFSP”.  

 
5.11 Principais complicações do diabetes mellitus (DM)

Fundamental   para   auxiliar   o   paciente   a   monitorar   o   nível   glicêmico,  


impedindo   a   evolução   de   complicações   mais   graves,   o   farmacêutico   poderá  
disponibilizar  serviços  de  controle  e  atenção  básica.  Pequenas  variações  no  nível  
glicêmico,  ao  longo  do  dia,  podem  ser  controladas  com  dieta  adequada,  atividade  
física  regular  ou  medicamentos.  A  atenção  farmacêutica  vem  de  encontro  a  essa  
necessidade   do   paciente,   orientando,   avaliando   as   terapias   medicamentosas   e  
monitorando  essas  pequenas  variações.  

Entretanto,   a   hiperglicemia   prolongada   promove   o   desenvolvimento   de  


lesões  irreversíveis,  afetando  olhos,  rins,  nervos,  grandes  e  pequenos  vasos  e  a  
coagulação   sanguínea.   As   complicações   relacionadas   ao   DM   podem   ser  
classificadas   como   agudas   ou   crônicas,   a   seguir   discutiremos   a   doença  
cardiovascular  relacionada  ao  DM.  

5.12 Doença cardiovascular


78
78
A   doença   cardiovascular   (DCV)   pode   se   manifestar   tanto   em   pacientes  
com   diabetes   tipo   1   quanto   no   tipo   2,   sendo   a   maior   causa   de   morbidade   e  
mortalidade  nos  pacientes  com  DM.  A  DCV  pode  ser  manifestar  enquanto  doença  
coronariana,  doença  cerebrovascular  e  doença  vascular  periférica.    

Os  dados  clínicos  dos  pacientes  como  idade,  sexo,  história  clínica,  pressão  
arterial,   circunferência   abdominal,   peso   e   altura   (IMC)   e   exame   clínicos   para  
aterosclerose   orientam   para   a   avaliação   do   risco   cardiovascular.   Os   formulários  
para   anamnese   farmacêutica   orientam   em   relação   aos   parâmetros   referidos,  
contribuindo  para  as  decisões  de  tratamento  e  prevenção  da  DCV.  

A   seguir   na   tabela   20,   descrevemos   os   principais   fatores   de   risco   para  


pacientes  diabéticos  desenvolverem  DCV.  

Tabela 20  –  Principais  fatores  de  risco  para  DCV  

Histórico  familiar  
Etnia    
HAS    
Tabagismo    
Presença  de  microalbuminúria  
Disfunção   endotelial   (se   caracteriza   por   anormalidades   da   produção   de   fatores  
derivados   do   endotélio,   importantes   na   função   plaquetária,   contração   e  
proliferação  de  células  musculares  lisas)  
Elevada  proteína  C-­reativa  (indicador  da  presença  de  processo  inflamatório)  
Fonte  –  Bazotte  (2010)  apud  CRFSP.  Adaptação  de  “Manejo  do  tratamento  de  pacientes  com  
diabetes.  Fascículo  VII  –  CRFSP”.  

5.13 Aferição de glicemia capilar

79
79
De   acordo   com   a   RDC   44/09   da   Agência   Nacional   de   Vigilância   Sanitária  
(ANVISA),   a   glicemia   capilar   pode   ser   aferida   por   profissional   farmacêutico   na  
farmácia.   A   glicemia   capilar   é   realizada   por   meio   de   glicosímetro   e   permite  
detectar   variações   glicêmicas   ao   longo   do   dia,   contribuindo   para   ajustes   no  
tratamento  medicamentoso,  ou  na  dieta  do  paciente.  

Para  a  realização  de  serviços  farmacêuticos  a  RDC  44/09  estabelece  que  a  


sala  para  esses  fins  deve  possuir  dimensões,  mobiliário,  infraestrutura  compatível  
com  a  atividade  a  ser  oferecida,  lavatório  contendo  água  corrente,  toalha  de  uso  
individual   e   descartável,   sabonete   líquido,   gel   bactericida,   lixeira   com   pedal   e  
tampa,  conjunto  de  materiais  para  primeiros  socorros  com  identificação  e  de  fácil  
acesso.   A   farmácia   ou   drogaria   deve   manter   uma   lista   atualizada   dos  
estabelecimentos  públicos  de  saúde  mais  próximos.  

5.14 Tratamento

Em   pacientes   diabéticos   tipo   1   a   reposição   de   insulina   se   faz   necessária,  


uma  vez  que  a  insuficiência  insulínica  é  total.    

No  caso  de  pacientes  diabéticos  tipo  2,  pode  haver  a  reposição  da  insulina  
de   maneira   direta   como   indireta,   com   o   uso   de   secretagogos   de   insulina  
(sulfoniluréias,  metiglinidas,  inibidores  da  DPP-­IV,  incretinominuticos),  bem  como  
a   utilização   de   sensibilizadores   de   insulina   (biguanidas   e   tiazolidinedionas)   e  
moduladores  de  absorção  de  nutrientes  no  trato  gastrointestinal  (inibidores  da  α-­
glicosidase).  

A   seguir   apresentamos   na   tabela   21   os   antiabéticos   comercializados   no  


Brasil.  

80
80
Tabela 21  –  Antidiabéticos  disponíveis  no  Brasil  

Fonte  –  Adaptado  de  “Manejo  do  tratamento  de  pacientes  com  diabetes.  Fascículo  VII  –  CRFSP”.  
*  DPP-­IV  (enzima  dipeptidil-­peptidase-­IV)  
 

A  terapia  farmacológica  em  pacientes  diabéticos  deverá  estar  associada  a  


bons   hábitos   alimentares,   atividade   física   regular   e   monitoramento   do   nível  
glicêmico.  

A   seguir   apresentaremos   as   indicações   e   os   principais   problemas  


relacionados  aos  medicamentos  antidiabéticos  (PRM  5).  

81
81
5.15 Secretagogos de insulina

   

  Os   fármacos   secretagogos   de   insulina   estimulam   as   células   β   das   ilhotas  


de  Langerhans  no  pâncreas  a  secretarem  o  hormônio  insulina.  São  utilizadas  para  
o  controle  da  hiperglicemia  em  pacientes  com  DM2,  que  não  respondem  à  dieta.  

5.15.1 Sulfonilureias

As   sulfonilureias   são   representadas   pela   clorpropamida,   glibenclamida,  


glicazida,  glipizida  e  glimepirida.    

Principais  efeitos  adversos  dos  representantes  das  sulfonilureias:  

 
Tabela 22  –  Efeitos  adversos  (PRM  5)  -­  Clorpropamida  

Fonte  –  Bula  clorpropamida  apud  CRFSP  “Manejo  do  tratamento  de  pacientes  com  diabetes.  
Fascículo  VII”.  
 
 
 
 

82
82
Tabela 23  –  Efeitos  adversos  (PRM  5)  -­  Glibenclamida  

Fonte:  LACY,  2009  Apud  CRFSP  

Tabela 24  – Efeitos  adversos  (PRM  5)  -­  Glicazida  

Fonte:  LACY,  2009  Apud  CRFSP  

83
83
Tabela 25  –  Efeitos  adversos  (PRM  5)  -­  Glipizida  

Fonte:  LACY,  2009  Apud  CRFSP

Tabela 26  –  Efeitos  adversos  (PRM  5)  -­  Glimepirida  

Fonte:  LACY,  2009  Apud  CRFSP  

84
84
5.15.2 Metiglinidas

As   metiglinidas   também   estimulam   a   secreção   de   insulina   pelas   células   β  


pancreáticas   e   são   úteis   na   redução   glicêmica   pós-­prandial   em   pacientes  
diabéticos  tipo2.  As  metiglinidas  devem  ser  administradas  junto  às  refeições.  

Principais  efeitos  adversos  dos  representantes  das  metiglinidas:  

Tabela 27  –  Efeitos  adversos  (PRM  5)  -­  Nateglinida  

Fonte:  LACY,  2009  Apud  CRFSP  

Tabela 28  –  Efeitos  adversos  (PRM  5)  -­  Repaglinida  

Fonte:  LACY,  2009  Apud  CRFSP  

85
85
5.15.3 Inibidores da enzima dipeptidil-peptidase-IV (DPP-IV)

Os   fármacos   inibidores   da   DPP-­IV   diminuem   a   degradação   de   incretinas  


(GIP;;  GLP-­1),  que  estão  envolvidas  no  estimulo  de  secreção  de  insulina,  após  a  
ingestão  de  glicose.  Ou  seja,  a  inibição  da  DPP-­IV  irá  acarretar  na  diminuição  da  
glicemia,  uma  vez  que  as  incretinas  livres  da  degradação  da  DPP-­IV,  potencializa  
a  secreção  de  insulina  pelas  células  β  pancreáticas.  

Principais  efeitos  adversos  dos  representantes  dos  inibidores  da  DPP-­IV:  

Tabela 29  –  Efeitos  adversos  (PRM  5)  -­  Sitagliptina  

Fonte:  LACY,  2009  Apud  CRFSP  

Tabela 30  –  Efeitos  adversos  (PRM  5)  -­  Vildagliptina  

Fonte:  Bula  Vildagliptina  Apud  CRFSP  

86
86
Tabela 31  –  Efeitos  adversos  (PRM  5)  -­  Saxagliptina  

Fonte:  Bula  Vildagliptina  Apud  CRFSP  

Tabela 32  –  Efeitos  adversos  (PRM  5)  -­  Linagliptina  

Fonte:  Boeringher  Ingelheim  do  Brasil  Quím.  e  Farm.  Ltda.  Linagliptina.  MS  –  1.0367.0167,  03  de  
abril  de  2016

5.15.4 Incretinomiméticos

A   secreção   de   GLP-­1   (integrina)   se   encontra   reduzida   em   pacientes   com  


DM2,   propondo   assim   a   administração   de   incretinomiméticos   para   a   correção  
dessa  deficiência.    

O   uso   de   inibidores   da   DPP-­IV   promove   o   aumento   dos   níveis   de   GLP-­1  


ativo,   mas   esse   aumento   é   inferior   do   que   o   obtido   com   o   uso   dos  
incretinomiméticos.  

87
87
Os   fármacos   que   representam   a   classe   de   incretimomiméticos   são  
indicados  para  o  tratamento  da  DM2,  como  a  exenatida  e  liraglutina.    

Principais  efeitos  adversos  dos  representantes  dos  incretinomiméticos:  

Tabela 33  –  Efeitos  adversos  (PRM  5)  -­  Exenatida  

Fonte:  LACY,  2009  Apud  CRFSP  

Tabela 34  –  Efeitos  adversos  (PRM  5)  -­  Liraglutida  

Fonte:  Bula  Liraglutina.  Disponível  em:  http://www.mudandodiabetes.  


com.br/mudandodiabetes/download/Victoza-­bula-­paciente.pdf.  Apud  CRFSP.  

88
88
5.15.5 Sensibilizadores de insulina

São  duas  classes  principais  de  sensibilizadores  de  insulina:  As  biguanidas  
e  tiazolidinedionas.  

  A   biguanida   promove   a   sensibilidade   à   insulina   no   músculo   esquelético,  


tecido  adiposo  e,  especialmente,  no  fígado,  reduzindo  a  gliconeogênese  hepática  
e  aumentando  a  captação  periférica  da  glicose.  

A   metformina   é   a   única   biguanida   comercializada   no   Brasil   atualmente,  


sendo  indicada  para  o  tratamento  da  DM2  com  obesidade  ou  não.  

Principais  efeitos  adversos  dos  representantes  das  biguanidas:  

Tabela 35  –  Efeitos  adversos  (PRM  5)  -­  Metformina  

Fonte:  LACY,  2009  Apud  CRFSP  


 
  As   tiazolidinedionas,   conhecidas   como   glitazonas,   são   agonistas   de  
receptores  ativados  por  peroxissoma  y  (PPARy),  que  ativam  genes  responsivos  à  
insulina,   regulando   o   metabolismo   de   carboidratos   e   lipídeos.   A   pioglitazona  
comercialmente  disponível  no  Brasil,  representa  essa  classe,  sendo  indicada  para  
o  tratamento  de  DM2.  
89
89
Principais  efeitos  adversos  dos  representantes  das  tiazolidinedionas:  

Tabela 36  –  Efeitos  adversos  (PRM  5)  -­  Pioglitazona  

Fonte:  LACY,  2009  Apud  CRFSP  


 

5.15.6 Moduladores da absorção de nutrientes no trato


gastrointestinal  

  A  acarbose  é  o  único  fármaco  dessa  classe  comercializada  no  Brasil,  que  


tem   como   efeito   a   inibição   da   α-­glicosidase,   enzima   envolvida   na   aborção   de  
amido,  dextrina  e  dissacarídeos.  A  inibição  da  α-­glicosidase  retarda  a  absorção  de  
carboidratos,  reduzindo  as  taxas  de  glicose  pós-­prandial  em  pacientes  com  DM2.  
Os   efeitos   adversos   que   devem   ser   monitorados   pelos   farmacêuticos   são:  
diarreia,  dor  abdominal,  desconforto.  

90
90
 

5.15.7 Insulinas - Tipos de Insulina  


 

  Diferentes   tipos   de   insulina   (insulina   humana)   são   comercializadas  


atualmente   a   partir   da   tecnologia   de   DNA   recombinante.   A   insulina   obtida   em  
laboratório  se  assemelha  com  o  hormônio  endógeno  produzido  pelas  células  β  do  
pâncreas.   Atualmente   disponível   com   tipos   de   ação   distintas,   de   acordo   com   o  
tempo  de  atuação  no  organismo.      

A   administração   da   insulina   se   dá   por   meio   da   aplicação   direta   em   tecido  


subcutâneo,  geralmente  incômodo  ao  paciente  que  precisa  realizar  repetidamente  
autoaplicações   que   geram   desconforto.   Os   avanços   das   pesquisas   em   diabetes  
alimentam  a  esperança  em  perspectiva,  de  que  no  futuro  próximo,  apresentações  
menos  dolorosas  possam  contribuir  para  uma  maior  adesão  aos  tratamentos.    

  As  aplicações  de  insulina  são  realizadas  por  meio  de  seringas  ou  canetas  
de  insulina,  disponíveis  no  mercado.    

O  pâncreas  secreta  continuamente  insulina  em  valores  basais,  mantendo  


a  concentração  de  insulina  constante  a  níveis  baixos  no  sangue  (Insulina  basal).  
No  momento  em  que  níveis  de  glicose  estão  elevados  no  sangue  a  secreção  de  
insulina   se   intensifica,   conforme   já   descrito   anteriormente   nesse   capítulo.  
Conhecida   como   bolus,   a   secreção   aumentada   de   insulina   ocorre   após   as  
refeições.   Insulinas   de   ação   rápida,   disponíveis   comercialmente,   têm   ação  
semelhante   a   bolus,   necessária   posteriormente   as   refeições.   Insulinas   de   ação  
intermediária  e  lenta  assemelham-­se  a  secreção  basal  do  pâncreas.    
As  diferenças  cinéticas  entre  as  insulinas  disponíveis  são  o  tempo  em  que  
a   insulina   começa   o   efeito   esperado   (início   da   ação);;   tempo   de   concentração  
máxima;;  o  tempo  de  duração  da  insulina  no  organismo.  
  A  insulinoterapia  tem  características  diferentes  para  pacientes  portadores  
de  DM1  e  DM2.  O  planejamento  terapêutico  para  pacientes  portadores  de  DM1  
prevê  a  administração  de  insulina  tanto  para  o  nível  basal  quanto  para  o  bolus.  
  Para  pacientes  com  DM2,  a  necessidade  de  insulina  pode  ser  variável.  A  
seguir,  na  tabela  37,  descrevemos  alguns  casos  específicos.  
 
91
91
Tabela 37  -­  Variações  no  planejamento  terapêutico  (Insulinoterapia)  DM2  

Diabetes  tipo  2:  Paciente  que  precisam  de  injeções  de  insulina  basal,  uma  
vez  que  o  pâncreas  ainda  fornece  insulina  necessária  para  as  refeições.      
                   Uma aplicação diária, antes de dormir, costuma ser suficiente.
Diabetes   tipo   2:   Pacientes   que   necessitam   de   insulina   basal   e   bolus,   com  
objetivo  de  controlar  a  glicemia  em  diferentes  momentos  do  dia.    
Diabetes  tipo  2:  Pacientes  que  não  precisam  de  injeções  de  insulina.    
Hipoglicemiantes orais aliados à alimentação saudável e prática regular de
exercício físico conseguem chegar a um bom controle glicêmico.
Fonte:  Tipos  de  Insulina.  Adaptação  de  BD.  Disponível  em  
https://www.bd.com/brasil/diabetes/page.aspx?cat=19151&id=19395.  Acesso  em  29/05/2016.  

5.15.8 Insulinas disponíveis comercialmente e suas diferenças

A   seguir   descrevemos   os   diferentes   tipos   de   insulina   bem   como   suas  


características  distintas  (tabela  38).  

Tabela 38  –  Tipos  de  insulina  e  suas  características  

92
92
Tabela 38  –  Tipos  de  insulina  e  suas  características  (Continuação)

 
 

 
Fonte:  Tipos  de  Insulina.  Adaptado  de  BD.  Disponível  em  
https://www.bd.com/brasil/diabetes/page.aspx?cat=19151&id=19395.  Acesso  em  29/05/2016.  

93
93
6.
HIPERTENSÃO
ARTERIAL

.................
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

94
94
6.1 Introdução
 
Segundo   a   VI   Diretrizes   Brasileiras   de   Hipertensão   (2010),   a   hipertensão  
arterial   sistêmica   (HAS)   é   concetuada   como   uma   condição   clínica   multifatorial  
caracterizada  por  níveis  elevados  e  sustentados  de  pressão  arterial  (PA).    
A  PA  é  a  pressão  que  o  sangue  exerce  na  parede  das  artérias.  A  PA  pode  
variar   de   acordo   com   fatores   como   idade,   estado   emocional,   temperatura  
ambiente,  posição  postural,  estado  de  vigília  ou  sono  e  com  uso  de  drogas  como  
fumo  e  álcool.  
Associa-­se   frequentemente   a   alterações   funcionais   e/ou   estruturais   dos  
órgãos-­alvo   (coração,   encéfalo,   rins   e   vasos   sanguíneos)   e   a   alterações  
metabólicas,   com   consequente   aumento   do   risco   de   eventos   cardiovasculares  
fatais  e  não-­fatais.  
A  Hipertensão  Arterial  é  uma  doença  crônica  que  apresenta  elevado  custo  
médico-­social,   pois   é   um   dos   mais   importantes   fatores   de   risco   para   o  
desenvolvimento   de   doenças   cardiovasculares.   De   acordo   com   dados   do  
DATASUS,   em   novembro   de   2009,   houve   91.970   internações   por   DCV,  
resultando  em  um  custo  de  R$165.461.644,33.    
Em   2001,   cerca   de   7,6   milhões   de   mortes   no   mundo   foram   atribuídas   à  
elevação  da  PA  (54%  por  acidente  vascular  encefálico  -­  AVE  e  47%  por  doença  
isquêmica   do   coração   -­   DIC),   sendo   a   maioria   em   países   de   baixo   e   médio  
desenvolvimento  econômico  e  mais  da  metade  em  indivíduos  entre  45  e  69  anos.  
As   doenças   cardiovasculares   têm   sido   a   principal   causa   de   morte   no   Brasil,  
registrando  em  2007,  308.466  óbitos  por  doenças  do  aparelho  respiratório  (Figura  
18).  
A   detecção,   o   tratamento   e   o   controle   da   HAS   são   fundamentais   para   a  
redução  das  doenças  cardiovasculares.  A  participação  do  farmacêutico  na  equipe  
multiprofissional  tem  sido  consolidada  com  a  aplicação  da  Atenção  Farmacêutica  
em   farmácias/drogarias   bem   como   em   ambiente   hospitalar,   contribuindo   dessa  
forma   com   o   controle   da   HAS   e   a   identificação   de   problemas   relacionados   aos  
medicamentos,  utilizados  por  pacientes  hipertensos.    
 
 
95
95
   
Figura 18  –  Taxas  de  mortalidade  por  DCV  e  suas  diferentes  causas  no  Brasil,  
em  2007.  

 
AVE  –  Acidente  Vascular  Encefálico;;  DIC  –  Doença  Isquêmica  do  Coração;;  HAS  –  Hipertensão  
Arterial  Sistêmica.  Fonte:  VI  Diretrizes  Brasileiras  de  Hipertensão  (2010)  
 

6.2 Fatores de risco para HAS

Os  principais  fatores  de  risco  para  HAS  estão  relacionados  na  tabela  39  a  
seguir.  
 
Tabela 39  –  Fatores  de  Risco  para  HAS  

Idade  
Gênero  e  Etnia  
Excesso  de  Peso  e  Obesidade  
Ingestão  de  Sal  
Ingestão  de  álcool  
Sedentarismo  
Fatores  socioeconômicos  
Genética  
Fonte  –  Adaptado  de  VI  Diretrizes  Brasileiras  de  Hipertensão  
 

96
96
A   seguir,   podemos   ilustrar   os   fatores   de   risco   (tabela   40)   para   a  
hipertensão   arterial   em   crianças   e   adolescentes   obtidos   por   meio   do   estudo  
realizado  na  cidade  de  Fortaleza  (CE)  por  Thelma  Leite  de  Araújo  et al. (2008).  O  
estudo  envolveu  342  indivíduos  de  6  a  18  anos  de  uma  escola  da  cidade.    

Tabela 40   –   Diferenças   de   média   entre   a   pressão   arterial   sistólica   e   a   pressão  


arterial   diastólica   em   crianças   e   adolescentes,   por   sexo,   atividade   física,  
tabagismo  e  etilismo  (n=342)  –  Fortaleza  -­  2005  

Fonte:  Thelma  Leite  de  Araújo  et  al.,  2008  

Segundo   os   resultados   obtidos   pelo   grupo,   mais   da   metade   do   grupo  


participante   (55,6%)   referiu   história   familiar,   até   segundo   grau,   de   hipertensão  
arterial.   Encontrou-­se   que   16,8%   dos   indivíduos   apresentaram   sobrepeso   ou  
obesidade   e   51,5%   eram   sedentários.   Verificou-­se   que   38%   das   crianças   e  
adolescentes   tinham   hábitos   tabagistas,   sendo   36%   consideradas   fumantes  
passivos.  Houve  baixa  freqüência  de  ingestão  de  bebidas  alcoólicas  nas  crianças  
e  adolescentes  (15,5%).  
 
6.3 Prevenção Primária
 
A  prevenção  primária  e  o  diagnóstico  precoce  são  as  formas  mais  efetivas  
de   evitar   doenças   e   devem   ser   metas   prioritárias   dos   profissionais   de   saúde,  
representando  um  grande  desafio  para  o  sistema  de  saúde  como  um  todo  .    

97
97
Hábitos  de  vida  saudáveis  são  fundamentais  para  a  prevenção  de  doenças  
cardiovasculares,   diabetes   e   a   hipertensão   arterial.   Alimentação   saudável,  
consumo   controlado   de   sódio   e   álcool,   ingestão   de   potássio,   atividade   física  
regular   e   combate   ao   sedentarismo   são   as   principais   recomendações   não  
medicamentosas  para  a  prevenção  da  HAS.  
 
6.4 Diagnóstico e Classificação

Tabela 41  -­  Classificação  da  pressão  arterial  de  acordo  com  a  medida  casual  no  
consultório  (˃18  anos)  

 
Fonte:  V  Diretrizes  Brasileiras  de  Hipertensão  Arterial  –  Sociedade  Brasileira  de  Cardiologia  
(SBC),  Sociedade  Brasileira  de  Hipertensão  (SBH)  e  Sociedade  Brasileira  de  Nefrologia  (SBN)  -­
2006  apud  CRFSP.  
 
 
6.5 Tratamento não-medicamentoso da hipertensão arterial
 
  Conforme   a   VI   Diretrizes   Brasileiras   de   Hipertensão   (2010),   descrevemos  
na   tabela   42,   o   que   deve-­se   considerar   com   relação   ao   tratamento   não-­
medicamentoso:  

98
98
Tabela 42  –  Tratamento  não-­medicamentoso  

Controle  de  peso  

Estilo  alimentar  (dietas  DASH,  mediterrânea,  vegetariana  e  outras)  

Redução  do  consumo  de  sal  

Ácidos  graxos  insaturados  

Fibras  

Proteína  de  soja  

Oleaginosas  

Laticíneos  

Alho  

Café  e  chá  

Chocolate  amargo  

Álcool  

Atividade  física  

CPAP   e   outras   formas   de   tratamento   da   síndrome   da   apneia/   hipopnéia  


obstrutiva  do  sono  (SAHOS)  

Controle  do  estresse  psicossocial  

Respiração  lenta  

Cessação  do  tabagismo  

Fonte:  VI  Diretrizes  Brasileiras  de  Hipertensão  

A   seguir   discutiremos   brevemente   a   importância   de   algumas  


recomendações.      

99
99
6.6 Controle de Peso

   Perdas   de   peso   e   circunferência   abdominal   correlacionam-­se   com  


reduções   da   pressão   arterial.   Existe   relação   direta   entre   peso   e   PA.   O   aumento  
de  peso  tende  a  elevar  a  pressão  arterial.  

   As  medidas  antropométricas  ideais  são  o  índice  de  massa  corporal  (IMC)  
menor  que  25  kg/m2   e  a  circunferência  abdominal  <  102  cm  para  os  homens  e  <  
88  para  as  mulheres.  

6.7 Estilo Alimentar – Dietas DASH

  Para   se   estabelecer   a   dieta   adequada   ao   paciente   hipertenso,   deverá   o  


farmacêutico  encaminhá-­lo  aos  profissionais  qualificados  para  tal  indicação,  como  
os  nutricionistas  ou  médicos  cardiologistas.  

A   alimentação   balanceada   está   associada   à   redução   do   risco   de  


desenvolvimento  de  HAS.    

Dietas  apropriadas  são  recomendadas  pela  “DASH  -­  Dietary  Approachs  to  
Stop  Hypertension”  para  pacientes  hipertensos.  A  dieta  preconiza  o  consumo  de  
verduras,  alimentos  integrais,  quantidades  reduzidas  de  gorduras  saturada,  frutas,  
potássio,  cálcio  e  magnésio,  leite  desnatado  e  derivados.    

A   seguir   (tabela   43)   descrevemos   quais   alimentos   fazem   parte   da   DASH,  


que   constituem   basicamente   as   variedades   consumíveis   prescritas   por  
profissionais  habilitados.  

100
100
Tabela 43  –  Como  recomendar  dietas  ao  estilo  DASH  

Escolher   alimentos   que   possuam   pouca   gordura   saturada,   colesterol   e   gordura  


total.   Por   exemplo,   carne   magra,   aves   e   peixes,   utilizando-­os   em   pequena  
quantidade.    

Comer  muitas  frutas  e  hortaliças,  aproximadamente  de  oito  a  dez  porções  por  dia  
(uma  porção  é  igual  a  uma  concha  média).    

Incluir  duas  ou  três  porções  de  laticínios  desnatados  ou  semidesnatados  por  dia.    

Preferir  os  alimentos  integrais,  como  pão,  cereais  e  massas  integrais  ou  de  trigo  
integral.    

Comer   oleaginosas   (castanhas),   sementes   e   grãos,   de   quatro   a   cinco   porções  


por   semana   (uma   porção   é   igual   a   1/3   de   xícara   ou   40   gramas   de   castanhas,  
duas   colheres   de   sopa   ou   14   gramas   de   sementes,   ou   1/2   xícara   de   feijões   ou  
ervilhas  cozidas  e  secas).    

Reduzir   a   adição   de   gorduras.   Utilizar   margarina   light   e   óleos   vegetais  


insaturados  (como  azeite,  soja,  milho,  canola).  

Evitar  a  adição  de  sal  aos  alimentos.    

Evitar   também   molhos   e   caldos   prontos,   além   de   produtos   industrializados.  


Diminuir  ou  evitar  a  o  consumo  de  doces  e  bebidas  com  açúcar.    

Fonte:  www.nhlbi.nih.gov/health/public/heart/hbp/dash/new_dash.pdf16  apud  VI  Diretrizes  


Brasileiras  de  Hipertensão  
 

6.8 Redução do consumo de sal

  Segundo  a  Organização  Mundial  de  Saúde  -­  OMS,  a  quantidade  de  5  g  de  
sal   de   cozinha   (equivalente   a   2   g   de   sódio)   corresponde   ao   valor   máximo  
considerado   saudável   para   ingestão   diária.   A   sensibilidade   ao   sal   varia   de  
indivíduo  para  indivíduo,  sendo  a  relação  entre  quantidade  de  sódio  ingerido  e  PA  
bastante  variável.    

  Molhos   industrializados   como   o   shoyu   devem   ser   evitados   pois   contém  


elevado  teor  de  sódio,  devendo  ser  evitado.  
101
101
 

6.9 Ácidos graxos insaturados

A   ingestão   de   alimentos   ricos   em   ácidos   graxos   insaturados   promovem   a  


redução   da   pressão   arterial.   Óleo   de   oliva,   óleo   de   canola,   azeitona,   abacate   e  
oleaginosas   como   amendoim,   castanhas,   nozes   e   amêndoas   são   exemplos   de  
fontes  dietéticas  de  ácidos  graxos  insaturados.  

Importante   mencionar   que   não   há   resultados   confirmatórios   sobre   os  


efeitos  das  oleaginosas  na  redução  da  pressão  arterial.  

6.10 Fibras

  A  recomendação  de  ingestão  de  fibra  alimentar  total  para  adultos  é  de  20  a  
30  g/dia,  sendo  que  5  a  10  g  devem  ser  solúveis.  

Tabela 44  –  Exemplos  de  fibras  alimentares  

Fibras solúveis

Farelo  de  aveia  

Pectina  (frutas)  

Gomas  (aveia,  cevada  e  leguminosas:  feijão,  grão  de  bico,  lentilha  e  ervilha)  

Fibras insolúveis

Celulose  (trigo)  

Hemicelulose  (grãos)  

Lignina  (hortaliças)  

Fonte:  Adaptado  de  VI  Diretrizes  Brasileiras  de  Hipertensão  

6.11 Proteína de soja

 
102
102
Exemplos  de  fontes  de  soja  na  alimentação  estão  descritas  na  tabela  45.  

Tabela 45  -­  Principais  fontes  de  soja  na  alimentação  

Feijão  de  soja  

Queijo  de  soja  (tofu)  

Farinha  

Leite  de  soja    

Concentrado  proteico  da  soja    

Fonte:  Adaptado  de  VI  Diretrizes  Brasileiras  de  Hipertensão  (2010)  

Figura 19  –  Principais  fontes  de  soja  na  alimentação  

(a) (b)

(c) (d)
 
(a)   Feijão  de  soja;;  (b)  Queijo  de  soja  (tofu);;  (c)  Leite  de  soja;;  (d)  Concentrado  protéico  de  soja  

6.12 Laticínios

103
103
 

Os  benefícios  do  consumo  de  laticínios  não  gordurosos  estão  relacionados  


ao   cálcio   presente   nesses   alimentos.   Segundo   a   Sociedade   Brasileira   de  
Cardiologia   o   consumo   de   duas   ou   mais   porções   diárias   correlacionaram   com  
menores  incidências  de  hipertensão  arterial.  

6.13 Álcool

Quantidades   elevadas   de   álcool   elevam   a   PA   e   estão   associadas   à  


morbidade  e  mortalidade  cardiovascular.  

Para   indivíduos   que   ingerem   bebidas   alcoólicas,   deve-­se   orientar   a   não  


ultrapassar  a  quantidade  máxima  de  30  g  de  álcool/dia  para  homens,  e  cerca  de  
15   g   para   as   mulheres.   A   seguir   apresentamos   o   teor   alcoólico   de   algumas  
bebidas   e   o   volume   aproximado   para   o   quantitativo   máximo   de   30   g  
recomendado.  

Tabela 46  –  Teor  de  etanol  por  quantidade  definida  

 
Fonte:  VI  Diretrizes  Brasileiras  de  Hipertensão  
 

6.14 Atividade física

 
104
104
  As   recomendações   referentes   à   atividade   física   são   de   pelo   menos   cinco  
vezes  por  semana  por  trinta  minutos  de  exercícios  moderados  de  forma  contínua  
ou  acumulados,  a  fim  de  manter  boa  saúde  cardiovascular,  ampliando  a  qualidade  
de  vida.  

  Para  que  o  indivíduo  possa  realizar  as  atividades  físicas,  deverá  o  mesmo  
realizar  testes  ergométricos  que  permitam  avaliar  a  frequência  cardíaca.  No  caso  
de   pacientes   que   façam   uso   de   medicamento   cardiovascular,   o   teste   deverá   ser  
realizado  na  vigência  da  medicação.  

  As   avaliações   deverão   ser   realizadas   pelo   médico   cardiologista   que  


avaliará   se   o   paciente   poderá   executar   as   atividades   sob   acompanhamento   de  
profissionais  habilitados,  como  os  educadores  físicos.  

  Pacientes   hipertensos   que   apresentam   pressões   arteriais   sistólica   e  


diastólica  superiores  a  160  e/ou  105  mmHg,  respectivamente,  não  deverão  iniciar  
treinamentos  físicos  antes  de  reduzirem  as  pressões,  com  tratamento  específico.  

6.15 Equipe multiprofissional

  De   acordo   com   a   VI   Diretrizes   Brasileiras   de   Hipertensão,   contar   com   a  


contribuição   da   equipe   multiprofissional   de   apoio   ao   hipertenso   é   conduta  
desejável,  dentre  os  profissionais  recomendados,  o  farmacêutico.    

6.16 Sintomas

105
105
A  Hipertensão  arterial  pode  agir  silenciosamente  por  anos,  aparecendo  os  
sintomas  quando  a  doença  já  está  instalada  há  bastante  tempo  e  um  pouco  antes  
das  complicações.  

  No  entanto,  algunas  indicativos  de  HAS  podem  ser:  

•   Epistaxe  (hemorragia  nasal);;    

•   Cansaço  excessivo;;    

•   Formigamento;;    

•   Cefaleia   (dores   de   cabeça,   geralmente   dor   occipital   ou   “dor   na  


nuca”).  

6.17 Como aferir a pressão arterial

De   acordo   com   a   “Campanha   Medida   Correta   da   Pressão   Arterial   da  


Escola  de  Enfermagem  de  Ribeirão  Preto  –  USP  (99)”,  a  pressão  arterial  deverá  
ser  aferida  conforme  os  passos  a  seguir:  

•   Colocar   o   indivíduo   em   local   calmo   com   o   braço   apoiado   ao   nível   do  


coração  e  deixando-­o  à  vontade,  permitindo  5  minutos  de  repouso.    

•   Usar  sempre  o  mesmo  braço  para  a  medida.  

•   Localizar   o   manômetro   de   modo   a   visualizar   claramente   os   valores   da  


medida.  

•   Selecionar  o  tamanho  da  braçadeira  para  adultos  ou  crianças.  A  largura  do  
manguito   deve   corresponder   a   40%   da   circunferência   braquial   e   seu  
comprimento  a  80%.  

•   Localizar   a   artéria   braquial   ao   longo   da   face   interna   superior   do   braço  


palpando-­a  

106
106
•   Envolver   a   braçadeira,   suave   e   confortavelmente,   em   torno   do   braço,  
centralizando  o  manguito  sobre  a  artéria  braquial.  Manter  a  margem  inferior  
da   braçadeira   2,5cm   acima   da   dobra   do   cotovelo.   Encontrar   o   centro   do  
manguito  dobrando-­o  ao  meio.  

•   Determinar   o   nível   máximo   de   insuflação   palpando   o   pulso   radial   até   seu  


desaparecimento,   registrando   o   valor   (pressão   sistólica   palpada)   e  
aumentando  mais  30  mmHg.  

•   Desinsuflar  rapidamente  o  manguito  e  esperar  de  15  a  30  segundos  antes  


de  insuflá-­lo  de  novo.  

•   Posicionar   o   estetoscópio   sobre   a   artéria   braquial   palpada   abaixo   do  


manguito   na   fossa   antecubital.   Deve   ser   aplicado   com   leve   pressão  
assegurando   o   contato   com   a   pele   em   todos   os   pontos.   As   olivas   devem  
estar  voltadas  para  frente.  

•   Fechar   a   válvula   da   pera   e   insuflar   o   manguito   rapidamente  


até  30  mmHg  acima  da  pressão  sistólica  registrada.  

•   Desinsuflar   o   manguito   de   modo   que   a   pressão   caia   de  


2  a  3  mmHg  por  segundo.  

•   Identificar   a   Pressão   Sistólica   (máxima)   em   mmHg,   observando   no  


manômetro   o   ponto   correspondente   ao   primeiro   batimento   regular   audível  
(sons  de  Korotkoff).  

•   Identificar   a   Pressão   Diastólica   (mínima)   em   mmHg,   observando   no  


manômetro   o   ponto   correspondente   ao   último   batimento   regular   audível.  

107
107
Desinsuflar   totalmente   o   aparelho   com   atenção   voltada   ao   completo  
desaparecimento  dos  batimentos.  

•   Esperar   de   1   a   2   minutos   para   permitir   a   liberação   do   sangue.   Repetir   a  


medida  no  mesmo  braço  anotando  os  valores  observados.  

•   Registrar   a   posição   do   paciente,   o   tamanho   do   manguito,   o   braço   usado  


para   a   medida   e   os   menores   valores   de   pressão   arterial   Sistólica   e  
Diastólica  encontrados  em  mmHg.  Retirar  o  aparelho  do  braço  e  guarda-­lo  
cuidadosamente  a  fim  de  evitar  danos.  

6.17.1 Cuidados Especiais


 

Tabela 47  –  Cuidados  especiais  -­  Aparelho  de  Pressão  

Fonte  –  Campanha  Medida  Correta  da  Pressão  Arterial  –  USP.  Disponível  em:  
http://www.eerp.usp.br/ope/manual.htm.  acesso  em  10/04/2016  

108
108
Tabela 48  –  Cuidados  especiais  -­  Estetoscópio  

Fonte  –  Campanha  Medida  Correta  da  Pressão  Arterial  –  USP.  Disponível  em:  
http://www.eerp.usp.br/ope/manual.htm.  acesso  em  10/04/2016  

Tabela 49  –  Cuidados  especiais  -­  Paciente  

Fonte  –  Campanha  Medida  Correta  da  Pressão  Arterial  –  USP.  Disponível  em:  
http://www.eerp.usp.br/ope/manual.htm.  acesso  em  10/04/2016  

6.18 Consequências

A  pressão  arterial  acima  dos  valores  considerados  normais  podem  causar  


sérios  danos  em  órgãos  distintos,  como:  cérebro,  coração,  rins  e  olhos.  

  Dentre  as  principais  consequências  da  HAS  não  tratada,  estão:  

•   AVE;;    

•   Lesões  do  epitélio  vascular  (ateropatias,  tais  como  a  aterosclerose);;    

•   Insuficiência  renal  (IR);;    

•   Retinopatia;;    

109
109
•   Cardiopatias   (tais   como   infarto   agudo   do   miocárdio   –   IAM,  
insuficiência  cardíaca  congestiva  –  ICC  e  arritmias  cardíacas).  

Devido   essa   multiplicidade   de   consequências,   a   HAS   está   na   origem   das  


doenças   cardiovasculares   e   se   caracteriza   como   uma   das   causas   de   maior  
redução  da  qualidade  e  expectativa  de  vida  dos  indivíduos.

6.19 Avaliação de risco cardiovascular

Tão   importante   quanto   diagnosticar   a   HAS   é   avaliá-­la   quanto   ao   risco  


cardiovascular,   cerebrovascular   e   renal   global.   A   avaliação   não   se   dá   por  
parâmetros   isolados   alterados,   e   sim   pelo   o   resultado   da   soma   dos   riscos   da  
presença  de  múltiplos  fatores,  estimado  pelo  risco  absoluto  do  indivíduo.  

Os   fatores   de   risco   para   doença   cardiovascular   estão   descritos   na   tabela  


50,  a  seguir.  

Tabela 50  –  Fatores  de  risco  para  doenças  cardiovascular  

Fonte:  Farmácia  estabelecimento  de  saúde  –  Fascículo  IV  

A  presença  de  nove  destes  fatores  explica  quase  90%  do  risco  atribuível  de  

110
doença  cardiovascular  na  população  ao  redor  do  mundo.    
110
Muitos   dos   fatores   de   risco   são   responsáveis   também   pelas   doenças  
renais,  sendo  que  a  HAS  e  o  DM  respondem  por  50%  dos  casos  de  doença  renal  
crônica  terminal.

Figura 20  -­  Fluxograma  de  classificação  de  risco  cardiovascular  

Fonte:  Farmácia  estabelecimento  de  saúde  –  Fascículo  IV  

6.20 Tratamento Medicamentoso

111
111
  Diferentes   classes   de   medicamentos,   com   mecanismos   de   ação   distintos  
são   utilizados   na   clínica   médica   para   a   redução   da   PA   e   diminuição   dos   riscos  
associados  à  HAS.      

  Segundo   a   VI   Diretrizes   Brasileiras   de   Hipertensão,   o   objetivo   do  


tratamento   da   hipertensão   arterial   é   a   redução   da   morbidade   e   da   mortalidade  
cardiovasculares.  

Os  anti-­hipertensivos  devem  reduzir  a  pressão  arterial,  reduzindo  assim,  os  


eventos  cardiovasculares  fatais  e  não  fatais.  

  A   maioria   dos   estudos   utilizam   associações   de   anti-­hipertensivos   que  


demonstram   a   redução   de   morbidade   e   mortalidade.   Estudos   com   diuréticos,  
betabloqueadores,   inibidores   da   enzima   conversora   de   angiotensina   (IECA),  
bloqueadores   do   receptor   AT1   da   angiotensina   (BRAII)   e   com   antagonistas   de  
canais  de  cálcio  (ACC).  

  De   acordo   com   a   Sociedade   Brasileira   de   Cardiologia,   os   aspectos  


importantes   na   escolha   do   anti-­hipertensivo   estão   detalhados   na   tabela   51,   a  
seguir.  

Tabela 51  –  Características  importantes  dos  anti-­hipertensivos  

 
Fonte:  VI  Diretizes  Brasileiras  de  Hipertensão  

Os   profissionais   envolvidos   com   a   farmacoterapia   deverão   detalhar   aos  


pacientes  os  possíveis  efeitos  adversos  decorrentes  das  medicações,  bem  como  

112
112
a  possibilidade  de  modificações  na  terapia  prescrita  e  o  tempo  necessários  para  
que  ocorramos  benefícios  esperados.  

A   seguir   apresentamos   as   classes   de   anti-­hipertensivos   que   podem   ser  


utilizados  para  o  tratamento  da  hipertensão  arterial  (tabela  52).

Tabela 52  –  Classes  de  anti-­hipertensivos  disponíveis  para  uso  clínico  

Fonte:  VI  Diretrizes  Brasileiras  de  Hipertensão  

Adiante   na   tabela   53,   apresentamos   os   anti-­hipertensivos   disponíveis  


comercialmente  no  Brasil.  

113
113
Tabela 53  –  Anti-­hipertensivos  comercialmente  disponíveis  no  Brasil  

114
114
Tabela 53  –  Anti-­hipertensivos  comercialmente  disponíveis  no  Brasil  
(Continuação)  

115
115
Tabela 53  –  Anti-­hipertensivos  comercialmente  disponíveis  no  Brasil  
(Continuação)  

Fonte:  VI  Diretrizes  Brasileiras  de  Hipertensão  

6.21 Diuréticos

Os   diuréticos   são   eficazes   no   tratamento   da   hipertensão   arterial,   com  


eficácia   comprovada   na   redução   da   morbidade   e   da   mortalidade   cardiovascular.
  Os  diuréticos  tiazídicos  e  similares,  em  baixas  doses  são  preferidos  para    o  
uso  como  anti-­hipertensivos.  A  ação  anti-­hipertensiva  dos  diuréticos  se  relaciona  
inicialmente  aos  seus  efeitos  diuréticos,com  diminuição  do  volume  extracelular.  O  
volume   extracelular   se   normaliza   em   cerca   de   quatro   a   seis   semanas   e  
posteriomente  há  redução  da  resistência  vascular  periférica.  

116
116
6.21.1 Principais reações adversas (PRM 5)

Tabela 54  –  Principais  reações  adversas  dos  diuréticos  (PRM  5)  

Hipopotassemia  

Hipomagnesemia  

Pode  induzir  arritmias  ventriculares  

hiperuricemia.    

intolerância  à  glicose  

 Aumentar  o  risco  do  aparecimento  do  diabetes  mellitus  

Aumento  de  triglicérides  

Fonte:  Adaptado  de  VI  Diretrizes  Brasileiras  de  Hipertensão  

6.22 Inibidores adrenérgicos

  Os  inibidores  adrenérgicos  estimulam  receptores  pré-­sinápticos  no  sistema  


nervoso   central   (alfa-­2   adrenérgicos),   reduzindo   o   tônus   simpático.   Como  
exemplos:   a   alfametildopa,   a   clonidina,   o   guanabenzo   e   os   inibidores   dos  
recepetores  imidazolidínicos,  como  moxonidina  e  a  rilmenidina.      

Os   inibidores   adrenérgicos   podem   ser   úteis   em   associação   com  


medicamentos  de  outros  grupos.  

117
117
6.22.1 Principais reações adversas (PRM 5)

Tabela 55  –  Principais  reações  adversas  dos  inibidores  adrenérgicos  (PRM  5)  

Sonolência    

Sedação    

Boca  seca    

Fadiga    

Hipotensão  postural  

Disfunção  sexual    

Galactorreia  

Anemia  hemolítica  

Lesão  hepática  

Hipertensão  de  rebote,  quando  da  suspensão  brusca  da  medicação

Fonte:  Adaptado  de  VI  Diretrizes  Brasileiras  de  Hipertensão  

6.23 Betabloqueadores

Os   betabloqueadores   são   eficazes   no   tratamento   da   hipertensão   arterial,  


com  redução  da  morbidade  e  da  mortalidade  cardiovasculares.  O  mecanismo  de  
ação  dos  betabloqueadores  envolve  a  diminuição  do  débito  cardíaco,  diminuição  
da   secreção   de   renina,   readaptação   dos   barorreceptores   e   diminuição   das  
catecolaminas  nas  sinapses  nervosas.  

6.23.1 Principais reações adversas (PRM 5)


118
118
Tabela 56  –  Principais  reações  adversas  dos  inibidores  adrenérgicos  (PRM  5)  

Broncoespasmo  

Bradicardia  

Distúrbios  da  condução  atrioventricular  

Vasoconstrição  periférica  

Insônia    

Pesadelos    

Depressão  psíquica    

Astenia  

Disfunção  sexual  

Intolerância  à  glicose  

Indução  ao  aparecimento  de  novos  casos  de  diabetes  

Hipertrigliceridemia   com   elevação   do   LDL-­colesterol   e   redução   da   fração   HDL-­


colesterol.    

Fonte:  Adaptado  de  VI  Diretrizes  Brasileiras  de  Hipertensão  

A   utilização   dos   betabloqueadores   associados   aos   diuréticos   podem  


aumentar  o  impacto  sobre  o  metabolismo  da  glicose.  

6.24 Alfabloqueadores

Os   alfabloqueadores   devem   estar   associados   com   outros   anti-­


hipertensivos,   devido   a   discreta   ação   hipotensora   a   longo   prazo   como  
monoterapia.  

6.24.1 Principais reações adversas

119
119
 

Tabela 57  –  Principais  reações  adversas  dos  alfabloqueadores  (PRM  5)  

Hipotensão  postural  

Palpitações  

Astenia  

Insuficiência  cardíaca  congestiva  

Fonte:  Adaptado  de  VI  Diretrizes  Brasileiras  de  Hipertensão  

6.25 Vasodilatadores diretos

Os  vasodilatadores  têm  sua  ação  sobre  a  musculatura  da  parede  vascular,  


promovendo   vasodilatação   pelo   relaxamento   muscular   e   redução   da   resistência  
vascular  perférica.  

6.25.1 Principais reações adversas (PRM 5)

Tabela 58 –  Principais  reações  adversas  dos  Vasodilatadores  diretos  (PRM  5)  

Retenção  hídrica  

Taquicardia  reflexa

Fonte:  Adaptado  de  VI  Diretrizes  Brasileiras  de  Hipertensão  

6.26 Antagonistas dos canais de cálcio

São   anti-­hipertensivos   eficazes   e   reduzem   a   morbidade   e   mortalidade  


cardiovasculares.  Os  antagonistas  dos  canais  de  cálcio  têm  sua  ação  decorrente  
da  redução  da  resistência  vascular  periférica  pela  diminuição  da  concentração  de  
cálcio  nas  células  musculares  lisas  vasculares.  

120
120
 

6.26.1 Principais reações adversas (PRM 5)

Tabela 59  –  Principais  reações  adversas  dos  Antagonistas  dos  canais  de  cálcio  
(PRM  5)  

Cefaleia  

Tontura  

Rubor  facial  

Edemas  

Hipertrofia  gengival  

Depressão  miocárdica  e  bloqueio  atrioventricular.  

Obstipação  intestinal  é  observada,  particularmente,  com  verapamil.  

Fonte:  Adaptado  de  VI  Diretrizes  Brasileiras  de  Hipertensão  

6.27 Inibidores da enzima conversora da angiotensina

O   mecanismo   de   ação   fundamental   se   dá   pela   inibição   da   enzima  


conversora  da  angiotensina  (ECA),  impedindo  a  transformação  da  angiotensina  I  
em   II,   tanto   no   sangue   quanto   nos   tecidos.   Os   inibidores   e   ECA   reduzem   a  
morbidade  e  a  mortalidade  por  serem  eficazes  no  tratamento  da  HAS.

6.27.1 Principais reações adversas (PRM 5)

121
121
Tabela 60  –  Principais  reações  adversas  dos  inibidores  da  ECA  (PRM  5)  

Tosse  seca  

Alteração  do  paladar  

Reações  de  hipersensibilidade  com  erupção  cutânea  

Edema  angioneurótico  

Em   indivíduos   com   insuficiência   renal   crônica,   podem   eventualmente   agravar   a  


hiperpotassemia.  

Em   pacientes   com   hipertensão   renovascular   bilateral   ou   unilateral   associada   a  


rim   único,   podem   promover   redução   da   filtração   glomerular   com   aumento   dos  
níveis  séricos  de  ureia  e  creatinina.  

Seu   uso   em   pacientes   com   função   renal   reduzida   pode   causar   aumento   de   até  
30%  da  creatininemia,  mas  a  longo  prazo,  prepondera  seu  efeito  nefroprotetor.  

Seu  uso  é  contraindicado  na  gravidez  pelo  risco  de  complicações  fetais.  

Seu  emprego  deve  ser  cauteloso  e  frequentemente  monitorado  em  adolescentes  


e  mulheres  em  idade  fértil.

Fonte:  Adaptado  de  VI  Diretrizes  Brasileiras  de  Hipertensão  

6.28 Bloqueadores dos receptores AT1 da angiotensina II

Os  fármacos  bloqueadores  dos  receptores  AT1  da  angiotensina  II  (BRA  II)  
são   eficazes   no   tratamento   da   hipertensão   por   antagonizar   a   ação   da  
angiotensina  II  pelo  bloquear  especifico  dos  receptores  AT1.  

6.28.1 Principais reações adversas (PRM 5)

122
122
Tabela 61  –  Principais  reações  adversas  dos  bloqueadores  dos  receptores  AT1  
da  angiotensina  II  (PRM  5)  

Tontura

Reação de hipersensibilidade cutânea (“rash”)

As precauções para seu uso são semelhantes às descritas para os IECA

Fonte:  Adaptado  de  VI  Diretrizes  Brasileiras  de  Hipertensão  

6.29 Inibidores diretos da renina

Atualmente  a  classe  dos  inibidores  diretos  da  renina  está  representada  por  
apenas  um  único  fármaco  disponível  para  uso  clínico,  o  Alisquireno.  

  O   alisquireno   promove   a   inibição   direta   da   ação   da   renina   diminuindo   a  


formação  de  angiotensina  II.  

6.29.1 Principais reações adversas (PRM 5)

Tabela 62  –  Principais  reações  adversas  dos  inibidores  diretos  da  renina  (PRM  5)  

“Rash”  cutâneo  

Diarreia  (especialmente  com  doses  elevadas,  acima  de  300  mg/dia)  

Aumento  de  CPK  

Tosse  

Seu  uso  é  contraindicado  na  gravidez

Fonte:  Adaptado  de  VI  Diretrizes  Brasileiras  de  Hipertensão  

123
123
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

 
ABEGUNDE,   D.   O.;;   MATHERS,   C.   D.;;   ADAM,   T.;;   ORTEGON,   M.;;   STRONG,   K.  
The   burden   and   costs   of   chronic   diseases   in   low-­income   and   middle-­income  
countries.  Lancet,  2007,  n.  370,  p.  1.929-­38.  
 
ADAMS-­CAMPBELL   LL,   UKOLI   FA,   SILVERMAN   JA,   OMENE   JA,   NWANKWO  
MU,   KULLER   LH.   Tracking   of   blood   pressure   and   anthropometric   measures   in  
Nigerian  children.    J  Human  Hypertens.    1992;;  6(1):47-­51.    
 
ADRIANA   MITUSE   IVAMA   (ORG);;   JOSÉ   LUIS   MIRANDA   MALDONATO   (ORG).  
–   Brasília:   Organização   Pan-­Americana   da   Saúde:   Conselho   Federal   de  
Farmácia,  2004.    
 
AGÊNCIA   NACIONAL   DE   VIGILÂNCIA   SANITÁRIA,   ANVISA.   Boas   Práticas  
Farmacêuticas.  RDC  n°  44,  2009.  
 
AGÊNCIA   NACIONAL   DE   VIGILÂNCIA   SANITÁRIA,   ANVISA.   Manual   de  
orientação   aos   consumidores:   educação   para   o   consumo   saudável.   Brasília,  
2008,   24p.   Disponível   em  
www.portal.anvisa.gov.br/wps/wcm/connect/662e6700474587f39179d53fbc4c673
5/manual_consumidor.pdf?MOD=AJPERES.  Acesso  em  21/05/2016  
 
AGÊNCIA   NACIONAL   DE   VIGILÂNCIA   SANITÁRIA   (Anvisa).   Manual   de  
orientação   aos   consumidores:   educação   para   o   consumo   saudável.   Brasília,  
2008.  24p.  Disponível  em:    
<http://portal.anvisa.gov.br/wps/wcm/connect/662e6700474587f39179d53fbc4c67
35/manual_consumidor.  pdf?MOD=AJPERES>.  Acesso  em:  01/03/16.    
 
 ALHASSAN   S,   KIM   S,   BERSAMIN   A,   KING   AC,   GARDNER   CD.   Dietary  
adherence  and  weight  loss  success  among  overweight  women:  results  from  the  A  
TO  Z  weight  loss  study.  Int  J  Obes  (Lond)  2008;;  32(6):  985–991.    
 
124
124
 ALONSO  A,  DE  LA  FUENTE  C,  MARTÍN-­ARNAU  AM,  DE  IRALA  J,  MARTÍNEZ  
JA,   MARTÍNEZGONZÁLEZ   MA.   Fruit   and   vegetable   consumption   is   inversely  
associated   with   blood   pressure   in   a   Mediterranean   population   with   a   high  
vegetable-­fat   intake:   the   Seguimiento   Universidad   de   Navarra   (SUN)   Study.   Br   J  
Nutr  2004;;  92(2):  311–319.    
 
AMAR   J.   PATIENTS   WITH   RESISTANT   HYPERTENSION.   J   Hypertens   Suppl  
2007;;  Suppl  1:S3-­6.  
 
AMERICAN   DIABETES   ASSOCIATION   (ADA).   Diabetes   Care:   Insulin  
Administration.   São   Beauregard,   2004;;   27   (1):   S106   –   9.   Disponível   em:   <http://  
care.diabetesjournals.org/content/26/suppl_1/s121.  full>.  Acesso  em:  13/04/16.    
 
AMERICAN   DIABETES   ASSOCIATION   (ADA).   Standards   of   Medical   Care   in  
Diabetes,   2011.   Disponível   em:   <http://care.diabetesjournals.org/  
content/34/Supplement_1/S11.full>.  Acesso  em:  13/04/16.  
 
APPLEBY   PN,   DAVEY   GK,   KEY   TJ.   Hypertension   and   blood   pressure   among  
meat   eaters,   fish   eaters,   vegetarians   and   vegans   in   EPIC-­Oxford.   Public   Health  
Nutr  2002;;  5:  645–654.    
 
ARAÚJO  RC.  O  Papel  do  farmacêutico  na  prevenção  de  problemas  relacionados  
aos  uso  de  medicamentos.  Resultados  do  projeto  Fleetwood.  Farmacoterapêutica,  
Brasília,  n.7,  p.63-­6,  2001.  
 
ARAUJO,   THELMA   LEITE   DE   ET   AL   .   Pressão   arterial   de   crianças   e  
adolescentes   de   uma   escola   pública   de   Fortaleza   -­   Ceará. Acta   paul.  
enferm.,     São   Paulo   ,     v.   20,  n.   4,  p.   476-­482,     Dec.     2007   .       Available   from  
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-­
21002007000400015&lng=en&nrm=iso>.   access  
on    05    June    2016.    http://dx.doi.org/10.1590/S0103-­21002007000400015.  
 
 

125
125
BABYAK  MA,  HINDERLITER  A,  WATKINS  LL,  CRAIGHEAD  L,  LIN  PH,  CACCIA  
C,   et   al.   Effects   of   the   DASH   diet   alone   and   in   combination   with   exercise   and  
weight  loss  on  blood  pressure  and  cardiovascular  biomarkers  in  men  and  women  
with   high   blood   pressure:   the   ENCORE   study.   Arch   Intern   Med   2010   Jan   25;;  
170(2):126–135.    
 
BARNETT,  D.M.;;  KRALL  L.P.  A  história  do  diabetes.  In  KAHN,  C.R.;;  WEIR  G.C.;;  
King,  G.L.  et  al.  Diabetes  Melito,  14a  ed.,  Porto  Alegre:  Artmed,  2009.  cap.  1,  p.  
15-­31.    
 
BAZOTTE,   R.   B.   Paciente   diabético:   Cuidados   Farmacêuticos.   Rio   de   Janeiro:  
MedBook,  2010.  
BD  –  Tipos  de  Insulina.  Disponível  em:  
http://www.bd.com/brasil/diabetes/page.aspx?cat=19151&id=19395.   Acesso   em  
29  de  maio  de  2016.  
 
BERNSTEN   C   et al. Improving   the   well-­being   of   eldery   patients   via   community  
pharmacy-­based  provision  of  pharmaceutical  care.  Drugs  &  Aging,  v.18,  n.1,  p.63-­
77,  2001.  
 
BILLUPS   SJ,   MALONE   DC,   CARTER   BL.     Relationship   between   drug   therapy  
noncompliance   and   patient   characterisctics,   healthy-­related   quality   of   life,and  
health  care  costs.  Pharmacotherapy,  v.20,  n.8,  p.941-­9,  2000.  
 
BISSON,  M.  P.  Farmácia  Clínica  e  Atenção  Farmacêutica.  São  Paulo:  Medfarma,  
2003.    
 
BLÍCIE   JENNIFER   BALISA-­ROCHA,   DANIEL   TENÓRIO   DA   SILVA,   DIVALDO  
LYRA  JÚNIOR,  GISELLE  DE  CARVALHO  BRITO,  PATRÍCIA  MELO  AGUIAR.  O  
Percurso   Histórico   da   Atenção   Farmacêutica   no   Mundo   e   no   Brasil.   Projeto  
Farmácia   Estabelecimento   de   Saúde.   Fascículo   V.   Conselho   Regional   de  
Farmácia  –  CRF.  Organização  Pan-­Americana  da  Saúde.  2010.  
 

126
126
BOND   DS,   PHELAN   S,   LEAHEY   TM,   HILL   JO,   WING   RR.   Weight-­loss  
maintenance  in  successful  weight  losers:  surgical  vs.  non-­surgical  methods.  Int  J  
Obes  (Lond)  2009  Jan;;  33(1):  173–180.    
 
BRADLEY  H,  WIYSONGE  CS,  VOLMINK  JA,  MAYOSI  BM,  OPIE  LH.  How  strong  
is  the  evidence  for  the  use  of  beta-­blockers  as  first-­line  therapy  for  hypertension?  
Systematic  review  and  metanalyses.  J  Hypertens  2006;;  24:  2131–2141.    
 
BRANDÃO   AP,   BRANDÃO   AA,   MAGALHÃES   MEC,   POZZAN   R.   Epidemiologia  
da  hipertensªo  arterial.  Rev  Soc  Cardiol  Estado  de  Sªo  Paulo.  2003;;  13(1):7-­19.  
 
BRASIL,   Ministério   da   Saúde.   LYRA   JUNIOR   DP.   &   MARQUES   TC   (Orgs.).  
Relatório   do   1°   Seminário   Internacional   para   Implementação   da   Atenção  
Farmacêutica  no  SUS.  Brasília:  Ministério  da  Saúde,  2007.  107p.  
 
BRASIL.  Agência  Nacional  de  Vigilância  Sanitária  (Anvisa).  RDC  nº  44,  de  17  de  
agosto   de   2009.   Dispõe   sobre   Boas   Práticas   Farmacêuticas   para   o   controle  
sanitário  do  funcionamento,  da  dispensação  e  da  comercialização  de  produtos  e  
da   prestação   de   serviços   farmacêuticos   em   farmácias   e   drogarias   e   dá   outras  
providências.      
 
BRASIL.  Ministério  da  Saúde.  Conselho  Nacional  de  Saúde.  Normas  de  pesquisa  
envolvendo  seres  humanos  -­  Res.  CNS  196/96.  Bioótica.  1996;;  4(2  Supl):15-­25.    
 
BRASIL.   Agência   Nacional   de   Vigilância   Sanitária   (Anvisa).   Instrução   Normativa  
nº   9,   de   17   de   agosto   de   2009.   Aprova   a   relação   de   produtos   permitidos   para  
dispensação   e   comercialização   em   farmácias   e   drogarias,   nos   termos   da  
legislação  vigente.      
 
BRASIL.   Lei   Federal   11347   de   27   de   Setembro   de   2006.   Dispõe   sobre   a  
distribuição  gratuita  de  medicamentos  e  materiais  necessários  à  sua  aplicação  e  à  
monitoração   da   glicemia   capilar   aos   portadores   de   diabetes   inscritos   em  
programas   de   educação   para   diabéticos.   Diário   Oficial   da   União,   Brasília,   28   de  

127
127
setembro  de  2006.  Disponível  em:  <http://www.  lanalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-­
2006/2006/  Lei/L11347.htm>.  Acesso  em:  11/04/16.    
 
BRASIL.   Ministério   do   Trabalho   e   Emprego   (MTE).   Norma   regulamentadora  
segurança  e  saúde  do  trabalho  em  serviços  de  saúde.  NR32  de  2005.    
Disponível   em:  
<http://portal.mte.gov.br/data/files/8A7C812D3226A41101323B5152AF4497/nr_32
.pdf>.  Acesso  em:  15/04/16    
 
BRASIL.  Agência  Nacional  de  Vigilância  Sanitária  (Anvisa)  RDC  n°  156,  de  11  de  
agosto   de   2006a.   Dispõe   sobre   o   registro,   rotulagem   e   re-­processamento   de  
produtos   médicos,   e   dá   outras   providências,   vigente,   2006.   Disponível   em:  
<http://www.   anvisa.gov.br/legis/resol/2006/re/2606_06re.htm>.   Acesso   em:  
13/04/16.    
 
BRASIL.  Agência  Nacional  de  Vigilância  Sanitária  (Anvisa)  RDC  n°  306,  de  07  de  
dezembro  de  2004.  Dispõe  sobre  o  Regulamento  Técnico  para  o  gerenciamento  
de   resíduos   de   serviços   de   saúde.   vigente,2004.   Disponível   em:  
<http://bvsms.saude.gov.br/   bvs/saudelegis/anvisa/2004/res0306_07_12_2004.  
html>.  Acesso  em:  13/04/16.    
 
BRASIL.   Agência   Nacional   de   Vigilância   Sanitária   (Anvisa)   Resolução   -­   RE   n°  
2605,   de   11   de   Agosto   de   2006b.   Estabelece   a   lista   de   produtos   médicos  
enquadrados   como   de   uso   único   proibidos   de   ser   reprocessados,   vigente,   2006.  
Disponível   em:   <http://   www.anvisa.gov.br/legis/resol/2006/rdc/156_06rdc.   htm>.  
Acesso  em:  13/04/16.  
 
BRODIE   DC,   PARISH   PA,   POSTON   JW.   Societal   needs   for   drugs   and   drug  
related   services.   American   Journal   of   Pharmaceutical   Education,   v.44,   p.276-­8,  
1980.  
 
BROWN   MJ,   PALMER   CR,   CASTAIGNE   A,   et   al.   Morbidity   and   mortality   in  
patients   randomized   to   double-­blind   treatment   with   long-­acting   calcium-­channel  

128
128
blocker   or   diuretic   in   the   International   Nifedipine   GITS   study:   Intervention   as   a  
Goal  in  Hypertension  Treatment  (INSIGHT).  Lancet  2000;;  356:  366–372.    
 
BUCHWALD   H,   AVIDOR   Y,   BRAUNWALD   E,   JENSEN   MD,   PORIES   W,  
FAHRBACH   K,   et   al.   Bariatric   surgery:   systematic   review   and   meta-­analysis.  
JAMA  2004;;  292:  1724–1737.    
 
Bula   Clorpropamida.   Disponível   em:   <http://www4.  
anvisa.gov.br/base/visadoc/BM/BM[26024-­1-­0].  PDF>.  Acesso  em:  03/04/16.    
 
Bula  Linagliptina  BOERINGHER  INGELHEIM  DO  BRASIL  QUÍM.  E  FARM.  LTDA.  
MS   –   1.0367.0167,   07   de   julho   de   2011.   Bula   Liraglutina.   Disponível   em:  
http://www.mudando   diabetes.com.br/mudandodiabetes/download/   Victozabula-­  
paciente.pdf.  Acesso  em:  03/04/16.    
 
Bula   Saxaglitina.   Disponível   em:   http://www.bristol.  
com.br/Files/Bulas/ONGLYZA_CAP_101800396_   VP_   VPS.pdf.   Acesso   em  
03/04/16.    
 
Bula   Vildagliptina.   Disponível   em:   <http://www4.  
anvisa.gov.br/base/visadoc/BM/BM[26126-­3-­0].  PDF>.  Acesso  em:  03/04/16.    
 
CALBERG  B,  SAMUELSSON  O,  LINDHOLM  LH.  Atenolol  in  hypertension:  is  it  a  
wise  choice?  Lancet  2004;;  364:  1684-­1689.    
 
CAREY  VJ,  BISHOP  L,  CHARLESTON  J,  CONLIN  P,  ERLINGER  T,  LARANJO  N,  
et   al.   Rationale   and   design   of   the   Optimal   Macro-­Nutrient   Intake   Heart   Trial   to  
Prevent  Heart  Disease  (OMNI-­Heart).  Clin  Trials  2005;;  2(6):  529–537.    
 
CARNEIRO   G,   FARIA   AN,   RIBEIRO   FILHO   FF,   GUIMARÃES   A,   LERÁRIO   D,  
FERREIRA   SRG,   ZANELLA   MT.   Influência   da   distribuição   da   gordura   corporal  
sobre   a   prevalência   de   hipertensão   arterial   e   outros   fatores   de   risco  

129
129
cardiovascular   em   indivíduos   obesos.   Rev   Assoc   Med   Bras   (1992).   2003;;  
49(3):306-­11.    
 
 
CARVALHEIRA,   J.B.C.;;   ZECCHIN,   H.G.;;   SAAD,   M.J.A.   Vias   de   sinalização   da  
insulina.  Arq  Bras  Endocrinol  Metabol,  v.46,  n.4,  2002.  
 
CASTRO  MS,  FUCHS  FD,  SANTOS  MC,  et  al.  Pharmaceutical  care  program  for  
patients  with  uncontrolled  hypertension.  American  Journal  of  Hypertension,  v.  19,  
p.  528-­33,  2006.  
 
CASTRO   MS.   Avaliação   de   Resultados   Clínicos   e   o   Impacto   para   a   Saúde   do  
Paciente.   In:   BRASIL.   MINISTÉRIO   DA   SAÚDE.   O   ensino   e   a   pesquisa   da  
atenção  farmacêutica  no  âmbito  do  SUS.  Brasília:  Ministério  da  Saúde,  2007.  P.  
69-­71.  
 
CELIK  T,  IYISOY  A,  KURSAKLIOGLU  H,  KARDESOGLU  E,  KILIC  S,  TURHAN  H,  
YILMAZ   MI,   OZCAN   O,   YAMAN   H,   ISIK   E,   FICI   F.   Comparative   effects   of  
nebivolol   and   metoprolol   on   oxidative   stress,   insulin   resistance,   plasma  
adiponectin   and   soluble   P-­selectin   levels   in   hypertensive   patients.   J   Hypertens  
2006;;  24(3):  591–596.    
 
CENTRO   DE   PESQUISAS   EM   DIABETES.   Sistema   de   Monitorização   Contínua  
de   Glicose.   Disponível   em:   <http://www.centrodediabetes.com.br/crbst_6.   html.>.  
Acesso  em:  05/02/16.    
 
CERRUL,  LI  J.  The  role  of  the  community  pharmacist  in  identifying,  preventing  and  
resolving  drug-­related  problems.  Medscape  Pharmacists,  New  York,  v.2,  n.2.  p.1-­
5,  2001.  
   
CHENG,   A.Y.Y.;;   ZINMAN   B.   Princípios   da   Insulinoterapia.   In:   KAHN,   C.R.   et   al.  
Diabetes  Melito.  14ª  ed.  Porto  Alegre:  Artmed,  2009.  P.  671-­680.      
 

130
130
CHIPLONKAR   SA,   AGTE   VV,   TARWADI   KV,   PAKNIKAR   KM,   DIWATE   UP.  
Micronutrient   deficiencies   as   predisposing   factors   for   hypertension   in   lacto-­
vegetarian  Indian  adults.  J  Am  Coll  Nutr  2004;;  23(3):  239–247.    
 
CIPOLLE   RJ,   STRAND   LM,   MORLEY   PC.   Pharmaceutical   Care   Practice.   New  
York:  McGraw  Hill,  2000.  352p.  
 
CIPOLLE   RJ,   STRAND   LM,   MORLEY   PC.   Pharmaceutical   Care   Practice:   the  
clinician’s  guide.  2nd  ed.,  New  York:  Mc  Graw  Hill,  2004.  394  p.  
 
COMITÉ   DE   CONSENSO.   Tercer   Consenso   de   Granada   sobre   problemas  
relacionados  com  medicamentos.  Ars  Pharmacéutica,  v.48,  n.1,  p.5-­17,  2007.  
 
COMMITTEE   ON   PREVENTION,   DETECTION,   EVALUATION,   AND  
TREATMENT  OF  HIGH  BLOOD  PRESSURE.  Hypertension  2003;;42:1206-­52.  
 
CONSELHO   FEDERAL   DE   FARMÁCIA.   Modelos   de   formulários   para  
documentação   de   farmácia   clínica.   Disponível   em  
http://cff.org.br/pagina.php?id=755&menu=695&titulo=Modelos+de+formul%C3%A
1rios+para+documenta%C3%A7%C3%A3o+de+servi%C3%A7os+cl%C3%ADnic
os.      
 
CORDEIRO,   B.C;;   LEITE,   S.N.   (org).   O   farmacêutico   na   atenção   a   saúde.   Itajaí:  
Universidade   Vale   do   Itajaí,   2005.   COSTA,   A.A.;;   NETO,   J.S.A.   Tratamento   com  
Insulina.  Manual  de  Diabetes.  5ª  ed.  São  Paulo:  Sarvier,  2009.  P.  80-­2.  
 
CRAIG   WJ,   MANGELS   AR;;   American   Dietetic   Association.   Position   of   the  
American   Dietetic   Association:   vegetarian   diets.   J   Am   Diet   Assoc   2009;;   109(7):  
1266–1282.    
 
CUNNINGHAM  S.  Hipertensão  arterial.  In:  Woods  SL,  Froelicher  ESS,  Motzer  SU.  
Enfermagem  em  cardiologia.  4a  ed.  Barueri,SP:  Manole;;  2005.  cap.  32,  p.  909-­54.    
 

131
131
CUPPLES   ME,   MCKNIGHT   A.   Five   year   follow   up   of   patients   at   high  
cardiovascular   risk   who   took   part   in   randomised   controlled   trial   of   health  
promotion.  BMJ  1999;;  319:  687–688.  
 
DADER,  M.J.F;;  MUÑOZ,  P.A;;  MARTINÉZ,  F.M.  Atenção  farmacêutica:  conceitos,  
processos  e  casos  práticos.  São  Paulo:  RCN,  2008.    
 
DAHLOF  B,  SEVER  PS,  POULTER  NR,  WEDEL  H,  BEEVERS  DG,  CAULFIELD  
M,   COLLINS   R,   KJELDSEN   SE,   KRISTINSSON   A,   MCINNES   GT,   MEHLSEN   J,  
NIEMINEN   M,   O’BRIEN   E,   OSTERGREN   J;;   ASCOT   Investigators.   Prevention   of  
cardiovascular   events   with   an   antihypertensive   regimen   of   amlodipine   adding  
perindopril  as  required  versus  atenolol  adding  bendroflumethiazide  as  required,  in  
the   Anglo-­Scandinavian   Cardiac   Outcomes   Trial-­Blood   Pressure   Lowering   Arm  
(ASCOT-­BPLA):  a  multicentre  randomised  controlled  trial.  Lancet  2005;;  366:  895–
906.    
 
DE   CREE   J,   VAN   NUETEN   L,   GEUKENS   H,   VERHAEGEN   H.   Comparative  
cardiac  haemodynamics  of  bisoprolol,  celiprolol,  carvedilol  and  nebivolol  in  normal  
volunteers.  Int  J  Clin  Pharmacol  Res  1992;;  12(4):  159–163.    
 
DIRETRIZ   BRASILEIRA   DE   DIAGNÓSTICO   E   TRATAMENTO   DA   SÍNDROME  
METABÓLICA.  Arq  Bras  Cardiol  2005:  84,  S  I:1-­2.    
 
VI   DIRETRIZES   BRASILEIRAS   DE   HIPERTESNSÃO.   Sociedade   Brasileira   de  
Cardiologia   /   Sociedade   Brasileira   de   Hipertensão   /   Sociedade   Brasileira   de  
Nefrologia.   VI   Diretrizes   Brasileiras   de   Hipertensão.   Arq   Bras   Cardiol   2010;;   95(1  
supl.1):  1-­51  
 
DITTKO,  V.P.  Aspiration  of  the  Subcutaneous  Insulin  Injection:  Clinical  Evaluation  
of   Needle   Size   and   Amount   of   Subcutaneous   Fat.The   Diabetes   Educator   1995;;  
21:291  –  5.    
 

132
132
DONABEDIAN   A.   Explorations   in   quality   assessment   and   monitoring.   In:   Basic  
approaches   to   assessment:   structure,   process   and   outcomes.   Ann   Arbor:   Health  
Administration  Press.  P.  77-­125,  1980.  
 
DOUGHTY   RN,   WHITE   HD.   Carvedilol:   use   in   chronic   heart   failure.   Expert   Rev  
Cardiovasc  Ther  2007  Jan;;  5(1):  21–31.    
 
DOUMAS   M,   TSAKIRIS   A,   DOUMA   S,   GRIGORAKIS   A,   PAPADOPOULOS   A,  
HOUNTA  A,  TSIODRAS  S,  DIMITRIOU  D,  GIAMARELLOU  H.  Beneficial  effects  of  
switching   from   beta-­blockers   to   nebivolol   on   the   erectile   function   of   hypertensive  
patients.  Asian  J  Androl  2006;;  8(2):  177–182.    
 
DUARTE   JA,   GUERRA   SC,   RIBEIRO   JC,   MOTA   RC.   Tensão   arterial   em   idades  
pediátricas  (8-­13  anos)  na  Ærea  do  Grande  Porto.  Rev  Port  Cardiol.  2000;;  19(7-­
8):809-­20.    
 
DULIN  B,  ABRAHAM  WT.  Pharmacology  of  carvedilol.  Am  J  Cardiol  2004;;  93(9A):  
3B–6B.    
 
ELCARTE   LPEZ   R,   VILLA-­ELIZAGA   I,   SADA   GOÆI   J,   GASCO   EGUILUZ   M,  
OYARZÆBAL   IRIGOYEN   M,   SOLA   MATEOS   A,   et   al.   Estudio   de   Navarra  
(PECNA).   Correlacin   de   la   tensin   arterial,   en   uma   poblacin   infanto-­juvenil,   con  
parÆmetros  antropomØtricos  y  bioqumicos.    An  Esp  Pediatr.  1993;;  39(1):5-­9.    
 
FAGARD  R,  AMERY  A.  PHYSICAL  EXERCISE  IN  HYPERTENSION.  IN:  Laragh  
JH,   Brenner   BM,   editors.   Hypertension:   pathophysiology,   diagnosis,   and  
management.  2nd  ed.  New  York:  Raven  Press;;  c1995.  p.1669-­79.  
 
 
FAUS  MJ.  El  Programa  Dáder.  Pharmaceutical  Care-­España,  v.2,  0.73-­4,  2000.  
 
FLATCHER   MD,   YUSSUF   S,   KOBER   L,   et   al.   for   the   ACE-­Inhibitor   Myocardial  
Infarction   Collaborative   Group.   Long   term   ACE-­inhibitor   therapy   in   patients   with  

133
133
heart   failure   or   left   ventricular   dysfunction:   a   systematic   overview   of   data   from  
individual  patients.  Lancet  2000;;  355:  1575–1581.    
 
FLATHER   MD,   SHIBATA   MC,   COATS   AJ,   VAN   VELDHUISEN   DJ,  
PARKHOMENKO   A,   BORBOLA   J,   COHEN-­SOLAL   A,   DUMITRASCU   D,  
FERRARI  R,  LECHAT  P,  SOLER-­SOLER  J,  TAVAZZI  L,  SPINAROVA  L,  TOMAN  
J,   BÖHM   M,   ANKER   SD,   THOMPSON   SG,   POOLEWILSON   PA;;   SENIORS  
Investigators.   Randomized   trial   to   determine   the   effect   of   nebivolol   on   mortality  
and   cardiovascular   hospital   admission   in   elderly   patients   with   heart   failure  
(SENIORS).  Eur  Heart  J  2005;;  26(3):  215–225.    
 
FORMAN   JP,   STAMPFER   MJ,   CURHAN   GC.   Diet   and   lifestyle   risk   factors  
associated  with  incident  hypertension  in  women.  JAMA  2009;;  302(4):  401–411.    
 
FOX   KM,   HENDERSON   JR,   BERTRAND   ME,   FERRARI   R,   REMME   WJ,  
SIMOONS  ML.  The  European  trial  on  reduction  of  cardiac  events  with  perindopril  
in  stable  coronary  artery  disease  (EUROPA).  Eur  Heart  J  1998  Sep;;  19  Suppl  J:  
J52–55.    
 
FRID,   A.   et   al.   New   Injection   Recommendations   for   Patients   with   Diabetes.  
Diabetes&Metabolism  Special  issue  2  .2010  set,  36:P  3-­18.    
 
FUCHS,   D.;;   WANNMACHER,   L.;;   FERREIRA,   M.B.C.   Farmacologia   clínica:  
fundamentos   da   terapêutica   racional,   3ª   ed.   Rio   de   janeiro:   Guanabara   Koogan,  
2006.    
 
GARCIA  FD,  TERRA  AF,  QUEIROZ  AM,  CORREIA  CA,  RAMOS  PS,  FERREIRA  
QT,   et   al.   Avaliação   de   fatores   de   risco   associados   com   elevação   da   pressão  
arterial  em  crianas.  J  Pediatr  (Rio  de  J).  2004;;  80(1):29-­34.    
GARG   R,   YUSSUF   S.   Collaborative   Group   on   ACE-­inhibitor   Trials.   Overview   of  
randomized   trials   of   angiotensin   converting   enzyme   inhibitors   on   mortality   and  
morbidity  in  patients  with  heart  failure.  JAMA  1995;;  273:  1450–1456.  
 

134
134
GIBNEY,  M.A.  et  al.  Skin  and  subcutaneous  adipose  layer  thickness  in  adults  with  
diabetes   at   sites   used   for   insulin   injections:   implications   for   needle     length  
recommendations.  Curr  Med  Res  Opin  2010;;  26:  1519-­30  
 
GONÇALVES   SC,   MARTINEZ   D,   GUS   M,   et   al.   Obstructive   sleep   apnea   and  
resistant  hypertension:  a  case-­control  study.  Chest  2007;;132:1858-­62.  
 
GOODMAN  &  GILMAN.  As  bases  farmacológicas  da  terapêutica.  Rio  de  Janeiro:  
MacGraw-­Hill,  2005.    
 
GOVEIA,   G.R.;;   BRUNO,   L.P.C.;;   PASCALI,   P.M.   Contagem   de   Carboidratos   &  
Monitorização:  101  respostas.  São  Paulo,  2003.    
 
GREENBERG   I,   STAMPFER   MJ,   SCHWARZFUCHS   D,   SHAI   I;;   DIRECT   Group.  
Adherence   and   success   in   long-­term   weight   loss   diets:   the   dietary   intervention  
randomized  controlled  trial  (DIRECT).  Am  Coll  Nutr  2009;;  28(2):  159–168.    
GROSSI,   S.A.A.   Aspectos   Práticos   da   Administração   de   Insulina   com   Seringas  
BD  Terapêutica  em  Diabetes.  2004,  9  (31):  1-­3.    
 
GRUPO   INTERDISCIPLINAR   DE   PADRONIZAÇÃO   DA   HEMOGLOBINA  
GLICADA   (GIPHG).   Atualização   sobre   hemoglobina   glicada   para   avaliação   do  
controle   glicêmico   e   para   o   diagnóstico   do   diabetes:   aspectos   clínicos   e  
laboratoriais.  São  Paulo,  2009.    
 
GUIMARÃES  ICB,  DE  ALMEIDA  A,  SANTOS  AS,  BARBOSA  DBV,  GUIMARÃES  
AC.   Pressão   arterial:   efeito   do   índice   de   massa   corporal   e   da   circunferência  
abdominal  em  adolescentes.  Arq  Bras  Cardiol  2008;;  90(6):  426–432.    
HANAS,   R.   Insulin   Treatment.   Insulin.   Insulin   -­   Dependent   Diabetes   in   Children,  
Adolescentes  and  Adults.  1ª  ed.  Suecia:  Piara  Publishing,  1998.  P.  53-­99.    
 
GUPTA  AK,  AHMAD  AJ.  Normal  blood  pressures  and  the  evaluation  of  sustained  
blood  pressure  elevation  in  childhood.  Ind  Pediatr.  1990;;  27(1):33-­42.    
 

135
135
HAN   TS,   VAN   LEER   EM,   SEIDELL   JC,   LEAN   ME.   Waist   circumference   action  
levels   in   the   identification   of   cardiovascular   risk   factors:   prevalence   study   in   a  
random  sample.  BMJ.  1995;;  311(7017):1401-­5.    
 
HANSSON   L,   LINDHOLM,   NISKANEN   L,   et   al.   Effect   of   angiotensin   converting  
enzyme  inhibition  compared  with  conventional  therapy  on  cardiovascular  morbidity  
and   mortality   on   hypertension:   the   Captopril   Prevention   Project   (CAPPP)  
randomized  trial.  Lancet  1999;;  353:  611–616.    
 
HANSSON  L,  LINDHOLM  LH,  EKBORN  T,  et  al.  Randomized  trial  of  old  and  new  
antihypertensive   drugs   in   elderly   patients:   cardiovascular   mortality   and   morbidity.  
The   Swedish   Trial   in   Old   Patients   with   Hypertension-­2   study.   Lancet   1999;;   34:  
1129–1133.    
 
HANSSON  L,  HEDNER  T,  LUND-­JOHANSEN  P,  et  al.  Randomized  trial  of  effects  
of   calcium   antagonists   compared   with   diuretics   and   alpha-­blockers   on  
cardiovascular   morbidity   and   mortality   in   hypertension:   the   Nordic   Diltiazen  
(NORDIL)  study.  Lancet  2000;;  356:  359–365.    
 
HEPLER   CD.   The   third   wave   in   the   pharmaceutical   education:   the   clinical  
movement.  American  Journal  of  Pharmaceutical  Education,  v.  51,  p.369-­85,  1987.  
   
HEPLER   CD.   Unresolved   issues   in   the   future   of   pharmacy.   American   Journal   of  
Hospital  Pharmacy,  v45,  p.1071-­81,1988.  
 
HEPLER   CD,   STRAND   LM.   Oportunities   and   responsabilities   in   Pharmaceutical  
Care.  American  Journal  of  Hospital  Pharmacy,  v.47,  p.533-­43,  1990.  
 
HERMANSEN  K.  Diet,  blood  pressure  and  hypertension.  Br  J  Nutr  2000  Mar;;  83  
(Suppl  1):  S113–119.    
HIRSCH,  L.J.  et  al  .  Comparative  glicemic  control,  safety  and  patient  ratings  for  a  
new  4  mm  x  32G  insulin  pen  needle  in  adults  with  diabetes.  Curr  Med  Res  Opin  
2010;;  26  (6):  1531-­41.    

136
136
HJALMARSON   A,   GOLDSTEIN   S,   FAGERBERG   B,   WEDEL   H,   WAAGSTEIN   F,  
KJEKSHUS   J,   WIKSTRAND   J,   EL   ALLAF   D,   VÍTOVEC   J,   ALDERSHVILE   J,  
HALINEN   M,   DIETZ   R,   NEUHAUS   KL,   JÁNOSI   A,   THORGEIRSSON   G,  
DUNSELMAN   PH,   GULLESTAD   L,   KUCH   J,   HERLITZ   J,   RICKENBACHER   P,  
BALL   S,   GOTTLIEB   S,   DEEDWANIA   P.   Effects   of   controlled-­release   metoprolol  
on  total  mortality,  hospitalizations,  and  well-­being  in  patients  with  heart  failure:  the  
Metoprolol   CR/XL   Randomized   Intervention   Trial   in   congestive   heart   failure  
(MERIT-­HF).  MERIT-­HF  Study  Group.  JAMA.  2000  Mar  8;;  283(10):  1295–1302.    
 
HIRSCH  S.  A  different  approach  to  resistant  hypertension.  Cleve  Clin  J  Med    
2007;;74:449-­56.  
 
INSTITUTO   BRASILEIRO   DE   GEOGRAFIA   E   ESTATÍSTICA.   Coordenação   de  
população   e   indicadores   sociais,   projeções   da   população   do   Brasil   por   sexo   e  
faixa  etária.  Revisão  2008.  Rio  de  Janeiro.  
 
INSTITUTO  BRASILEIRO  DE  GEOGRAFIA  E  ESTATÍSTICA.  Pesquisa  Nacional  
de  Saúde  do  Escolar  (PeNSE)  2009.  Rio  de  Janeiro:  IBGE,  2009.  
 
INSTITUTE   FOR   SAFE   MEDICATION   PRACTICES   (ISMP).   ISMP’s   list   of  
highalert   medications.   Huntingdon   Valley   (PA):   ISMP;;   2008.   Disponível   em:  
<http://www.ismp.org/Tools/highalertmedications.  Pdf>.  Acesso  em:  10/05/16.    
 
INSTITUTO   NACIONAL   DE   METROLOGIA,   NORMALIZAÇÃO   E   QUALIDADE  
INDUSTRIAL   (INMETRO).   Edulcorantes   e   suas   características.   Disponível   em:  
<http://www.inmetro.gov.br/  consumidor/produtos/adocantes.pdf>.  Acesso  em:    
11/04/16.    
 
INSTITUTO   NACIONAL   DE   METROLOGIA,   NORMALIZAÇÃO   E   QUALIDADE  
INDUSTRIAL   (INMETRO).     Produtos   Diet   e   Light   –   Parte   II.   Disponível   em  
<http://www.inmetro.gov.br/consumidor/   produtos/prodLightDiet2.asp>.   Acesso  
em:  10/02/16.    
 

137
137
INTERNATIONAL   DIABETES   FEDARATION   (IDF).   International   Diabetes  
Federation’s   5th   edition   of     Manejo   do   Tratamento   de   Pacientes   com   Diabetes  
71the  Diabetes  Atlas.  Disponível  em:  <http://www.idf.  org/diabetesatlas/news/fifth-­
edition-­release>.  Acesso  em:  11/03/16.    
 
JOHNSON   A.,   SANDFORD   J.   Written   and   verbal   information   versus   verbal  
information  only  for  patient  being  discharged  from  acute  hospital  settings  to  home:  
systematic  review.  Health  Education  Research,  v.20  n.4,  p.423-­9,  2004.  
 
JULIUS  S,  KEJDELSEN  SE,  WEBER  M,  et  al.  Outcomes  in  hypertensive  patients  
in   high   cardiovascular   risk   treated   with   regimens   based   on   valsartan   and  
amlodipine:  the  VALUE  radomised  trial.  Lancet  2004;;  363:  2022–2031.  
 
JULIUS   S,   WEBER   MA,   KJELDSEN   SE,   MCINNES   GT,   ZANCHETTI   A,  
BRUNNER   HR,   LARAGH   J,   SCHORK   MA,   HUA   TA,   AMERENA   J,  
BALAZOVJECH   I,   CASSEL   G,   HERCZEG   B,   KOYLAN   N,   MAGOMETSCHNIGG  
D,   MAJAHALME   S,   MARTINEZ   F,   OIGMAN   W,   SEABRA   GOMES   R,   ZHU   JR.  
The   Valsartan   Antihypertensive   Long-­Term   Use   Evaluation   (VALUE)   trial:  
outcomes  in  patients  receiving  monotherapy.  Hypertension  2006;;  48(3):  385–391.    
 
JUNIOR,   D.   P.   et   al.   Influence   of   Pharmaceutical   Care   intervention   and  
communication   skills   on   the   improvement   of   pharmacotherapeutic   outcomes   with  
elderly  Brazilian  outpatients.  Patient    Education  and  Counseling.  v.68,  p.  186-­192,  
2007.    
 
JUZWIAK  CR,  PASCHOAL  VCP,  ANCONA  LOPEZ  F.  Nutrição  e  atividade  física.  
J  Pediatr  (Rio  de  J).  2000;;  76(Supl  3):S34958.    
 
KANNEL   WB.   Blood   pressure   as   a   cardiovascular   risk   factor:   prevention   and  
treatment.  JAMA  1996;;  273:  1571–1576.  
 
KAPLAN  NM.  Resistant  hypertension.  J  Hypertens  2005;;23:1441-­4.  
 

138
138
KAUFMAN   JS,   OWOAJE   EE,   JAMES   SA,   ROTIMI   CN,   COOPER   RS.    
Determinants   of   hypertension   in   West   Africa:   contribution   of   anthropometric   and  
dietary  factors  to  urbanrural  and  socioeconomic  gradients.  Am  J  Epidemiol.  1996;;  
143(12):1203-­18.    
 
KING,  L.  Subcutaneous  insulin  injection  technique.  Nursing  Standard  2003  May  7;;  
17   (34):   45-­52.   Disponível   em:   <http://nursingstandard.rcnpublishing.   co.uk/>.  
Acesso  em:  118/09/15.    
 
LACY,  C.  F.  et  al.  Medicamentos  Lexi-­Comp  Manole:  uma  forma  abrangente  para  
médicos  e  profissionais  da  saúde.  1ªed.,  Ed.  Manole,  São  Paulo  2009.    
 
LAMOUNIER,  R.  N.  Manual  prático  de  Diabetes.  2  ed.  Itapevi,  SP:  A.  Araújo  Silva  
Farmacêutica,  2009.    
 
LAW   MR,   MORRIS   JK,   WALD   NJ.   Use   of   blood   pressure   lowering   drugs   in   the  
prevention   of   cardiovascular   disease:   meta-­analysis   of   147   randomised   trials   in  
the   context   of   expectations   from   prospective   epidemiological   studies.   BMJ   2009;;  
338:  b1665.    
LEHNINGER,  A.  L.  Princípios  de  Bioquímica.  3  ed.  São  Paulo:  Sarvier,  2002.  
 
LEWIS   EJ,   HUNSICKER   LG,   BAIN   RP,   ROHDE   RD.   The   effect   of  
angiotensinconverting-­enzyme   inhibition   on   diabetic   nephropathy.   The  
Collaborative  Study  Group.  N  Engl  J  Med  1993;;  329:  1456–1462.    
 
LIMA,  C.C.C.  et  al.  Erros  na  técnica  de  preparo  e  aplicação  de  insulina:  o  impacto  
no  controle  glicêmico.  Terapêutica  em  Diabetes.  2010,  15  (01  vol.II);;  2-­3  
 
LINDHOLM   LH,   IBSEN   H,   DAHLOF   B,   et   al.   Cardiovascular   morbidity   and  
mortality   in   patients   with   diabetes   in   the   Losartan   Intervention   For   Endpoint  
reduction  in  hypertension  study  (LIFE):  a  randomized  trial  against  atenolol.  Lancet  
2002;;  359:  1004–1010.    
 

139
139
LINDHOLM  LH,  CALBERG  B,  SAMUELSSON  O.  Should  b  blocker  remain  a  first  
choice   in   the   treatment   of   primary   hypertension?   A   meta-­analysis.   Lancet   2005:  
366:  1545–1553.    
 
LÓPEZ-­SENDÓN   J,   SWEDBERG   K,   MCMURRAY   J,   TAMARGO   J,   MAGGIONI  
AP,  DARGIE  H,  TENDERA  M,  WAAGSTEIN  F,  KJEKSHUS  J,  LECHAT  P,  TORP-­
PEDERSEN   C;;   Task   Force   on   Beta-­Blockers   of   the   European   Society   of  
Cardiology.   Expert   consensus   document   on   beta-­adrenergic   receptor   blockers.  
Eur  Heart  J  2004  Aug;;  25(15):  1341–1362.    
 
LUBSEN  J,  WAGENER  G,  KIRWAN  BA,  DE  BROUWER  S,  POOLE-­WILSON  PA;;  
ACTION   (A   Coronary   disease   Trial   Investigating   Outcome   with   Nifedipine   GITS)  
investigators.   Effect   of   long-­acting   nifedipine   on   mortality   and   cardiovascular  
morbidity   in   patients   with   symptomatic   stable   angina   and   hypertension:   the  
ACTION  trial.  J  Hypertens  2005;;  23(3):  641–648.    
 
LUNA   RL.   HIPERTENSÃO   ARTERIAL.   Rio   de   Janeiro:   MEDSI;;   1989.   cap.11,   p.  
223-­  72.    
 
LYRA,  R.;;  CAVALCANTI,  N.  Diabetes  mellitus.  Rio  de  Janeiro,  2006.  
 
MALTA,   D.   C.;;   CEZÁRIO,   A.   C.;;   MOURA,   L.;;   MORAIS   NETO,   O.   L.;;   SILVA  
JÚNIR,   J.   B.   Construção   da   vigilância   e   prevenção   das   doenças   crônicas   não  
transmissíveis  no  contexto  do  sistema  único  de  saúde.  Epidemiologia  e  Serviços  
de  Saúde,  2006,  n.  15,  p.  47-­64.  
 
MARTIN   K,   MILLER   NH,   FROELICHER   ESS.   Cessação   de   tabagismo:   uma  
abordagem   sistemática   para   controle   de   pacientes   com   doença   cardíaca  
coronariana.   In:   Woods   SL,   Froelicher   ESS,   Motzer   SU.   Enfermagem   em  
cardiologia.  4a  ed.  Barueri,SP:  Manole;;  2005.  Cap.  31,  p.  893-­907.    
 
MEDICAL   RESEARCH   COUNCIL   WORKING   PARTY.   MRC   trial   of   treatment   of  
hypertension:  principal  results.  BMJ  1985;;  291:  97–104.    

140
140
MEDIDA   CORRETA   DA   PRESSÃO   ARTERIAL.   Disponível   em  
http://www.eerp.usp.br/ope/manual.htm.  Acesso  em  10/05/2016.    
 
MELLINA   RAMREZ   E,   GONZALEZ   MONTERO   A,   MORENO   DEL   SOL   JM,  
JIMONEZ  PANEQUE  R,  PERAZA  ROQUE  G.  Factores  de  riesgo  asociados  con  
la  tensin  arterial  en  adolescentes.  Rev  Cuba  Med  Gen  Integr.  2001;;  17(5):435-­40.    
 
MELLO   ED,   LUFT   VC,   MEYER   F.   Obesidade   infantil:   como   podemos   ser  
eficazes?  J  Pediatr  (Rio  de  J).  2004;;  80(3):17382.    
 
MINISTÉRIO  DA  SAÚDE  (MS).  Secretaria  de  Atenção  à  Saúde.  Departamento  de  
Atenção   Básica.   Prevenção   clínica   de   doenças   cardiovasculares,    
cerebrovasculares  e  renais  /  Ministério  da  Saúde,  Secretaria  de  Atenção  à  Saúde,  
Departamento   de   Atenção   Básica.   -­   Brasília:   Ministério   da   Saúde,   2006.   56   p.   -­  
(Cadernos   de   Atenção   Básica;;   14)   (Série   A.   Normas   e   Manuais   Técnicos)  
WATFORD,   Medtronic.   UK.   Disponível   em   <http://   www.medtronic-­diabetes-­
me.com/CGMS-­SystemGold.html>  Acesso  em:  15/02/2015.    
 
MINISTÉRIO   DO   TRABALHO   E   EMPREGO   (MTE).   Portaria   nº   1.748,   de   30   de  
agosto  de  2011.  Diário  Oficial  da  União.  Brasília,  31  ago.  2011.  Seção  1,  p.  143.  
BRODY,   T.M.   et   al.   Farmacologia   Humana.   2ªed.   Rio   de   Janeiro:   Guanabara  
Koogan,  1997,  cap.39,  p.468-­482.      
 
MOBACH   MP.   The   counter   and   consultation   room   work   explored   in   the  
Netherlands.  Pharmacy  World  and  Science.  V.30,  p.360-­6,2008.    
 
MYERS   VH,   CHAMPAGNE   CM.   Nutritional   effects   on   blood   pressure.   Curr   Opin  
Lipidol  2007  Feb;;  18(1):  20–24.    
 
NATIONAL   HIGH   BLOOD   PRESSURE   EDUCATION   PROGRAM   WORKING  
GROUP   ON   HIGH   BLOOD   PRESSURE   IN   CHILDREN   AND   ADOLESCENTS.  
The   fourth   report   on   the   diagnosis,   evaluation,   and   treatment   of   high   blood  

141
141
pressure   in   children   and   adolescents.   Pediatrics.   2004;;   114(2   Suppl   4th  
Report):55576    
 
NEAL   B,   MACMAHON   S,   CHAPMAN   N.   Blood   Pressure   Lowering   Trialist’s  
Collaboration.   Effects   of   ACE   inhibitors,   calcium   antagonists   and   other   blood-­
pressure-­lowering   drugs:   results   of   prospectively   designed   overviews   of  
randomized  trials.  Lancet,  2000;;  356:  1955–1964.    
 
NÚÑEZ-­CÓRDOBA   JM,   VALENCIA-­SERRANO   F,   TOLEDO   E,   ALONSO   A,  
MARTÍNEZGONZÁLEZ   MA.   The   Mediterranean   diet   and   incidence   of  
hypertension:   the   Seguimiento   Universidad   de   Navarra   (SUN)   Study.   Am   J  
Epidemiol  2009  Feb  1;;  169(3):  339–346.    
 
OLIVEIRA,  M.  C.;;  LIMA,  C.  C.  C;;  AGUIAR,  J.  M.  Preparo  e  Aplicação  de  Insulina  
sem  mistério.  São  Paulo.  2011.    
 
OLIVEIRA,   M.C.   Insulinas,   Dispositivos   e   Técnica   de   Aplicação.   Cuidados   de  
Enfermagem  em  Diabetes  Mellitus.  2011.  P.53-­73    
   
ORGANIZAÇÃO   MUNDIAL   DA   SAÚDE   (OMS).   O   papel   do   farmacêutico   no  
sistema  de  atenção  à  saúde:  Relatório  do  Grupo  Consultivo  da  OMS:  Nova  Délhi,  
Índia:   13   –   16   de   dezembro   de   1988   +   O   papel   do   farmacêutico:   assistência  
farmacêutica  de  qualidade:  Benefícios  para  os  governos  e  a  população:  Relatório  
da   Reunião   da   OMS:   Tóquio,   Japão:   31   de   agosto   –   3   de   setembro   de   1993   +  
Boas   práticas   em   farmácia   (BPF)   em   ambientes   comunitários   e   hospitalares/  
Organização  Mundial  da  Saúde.    
 
ORGANIZAÇÃO   PANAMERICANA   DA   SAÚDE   (OPAS).   Consenso   brasileiro   de  
atenção   farmacêutica:   proposta.   Atenção   Farmacêutica   no   Brasil;;   “trilhando  
caminhos”.  Brasília:  OPAS,  2002.    
 
OGIHARA   T,   NAKAO   K,   FUKUI   T,   et   al.   Effects   of   candesartan   compared   with  
amlodipine   in   hypertensive   patients   with   high   cardiovascular   risks.   Candesartan  

142
142
Antihypertensive  Survival  Evaluation  in  Japan  trial  (CASE-­J).  Hypertension  2008;;  
51:1–6.    
 
PADWAL  R,  STRAUS  SE,  MCALISTER  FA.  Cardiovascular  risk  factors  and  their  
impact   on   decision   to   treat   hypertension:   an   evidence-­based   review.   BMJ   2001;;  
322:  977–980.    
 
PALARDY   M,   DUCHARME   A,   O’MEARA   E.   Inhibiting   the   renin-­angiotensin  
system  with  ACE  inhibitors  or  ARBs  after  MI.  Curr  Heart  Fail  Rep  2007;;  4(4):  190–
197.    
 
PAHOR  M,  PSATY  BM,  ALDERMAN  MH,  et  al.  Health  outcomes  associated  with  
calcium   antagonists   compared   with   other   first-­line   antihypertensive   therapies:   a  
meta-­analyses  of  randomized  controlled  trials.  Lancet  2000;;  356:  1949–1954.  
 
PARK  J,  CAMPESE  V.  Clinical  characteristics  of  resistant  hypertension:  the    
importance  of  compliance  and  the  role  of  diagnostic  evaluation  in  delineating    
pathogenesis.  J  Clin  Hypertens  2007;;9:7-­12.  
 
PEDERSEN   ME,   COCKCROFT   JR.   The   vasodilatory   beta-­blockers.   Curr  
Hypertens  Rep  2007;;  9(4):  269–277.  
 
PENNSYLVANIA   PATIENT   AUTHORITY.   Medication   Errors   with   the   dosing   of  
insulin:   Problems   across   the   Continuum.   v.7,   n.1,   mar.   2010.   Disponível   em:  
http://patientsafetyauthority.org/   ADVISORIES/AdvisoryLibrary/2010/Mar7(1)/  
documents/09.pdf.  Acesso  em:  12/11/15.    
 
PEREIRA   RA,   SICHIERE   R,   MARINS   VMRV.   Razão   cintura/   quadril   como  
preditor  de  hipertensão  arterial.  Cad  Saúde  Pública.  1999;;  15(2):333-­44.    
 
PFEFFER   MA.   Angiotensin-­converting   enzyme   inhibition   in   congestive   heart  
failure:  benefit  and  perspective.  Am  Heart  J  1993  Sep;;  126(3  Pt  2):  789–793.    
 

143
143
PICOT   J,   JONES   J,   COLQUITT   JL,   GOSPODAREVSKAYA   E,   LOVEMAN   E,  
BAXTER   L,   et   al.   The   clinical   effectiveness   and   costeffectiveness   of   bariatric  
(weight   loss)   surgery   for   obesity:   a   systematic   review   and   economic   evaluation.  
Health  Technol  Assess  2009  Sep;;  13(41).    
 
PIMENTA   E,   CALHOUN   DA,   OPARIL   S.   Mecanismos   e   tratamento   da  
hipertensão  arterial  refratária.  Arq  Bras  Cardiol  2007;;88:683-­92.  
 
PIRES,  A.C.;;  CHACRA,  A.R.  A  evolução  da  insulinoterapia  no  diabetes  melito  tipo  
Arquivos   Brasileiros   de   Endocrinologia   &   Metabologia,   São   Paulo,   vol.   52,   n.   2.  
São  Paulo.  Mar.  2008.    
 
PLANO   DE   AÇÕES   ESTRATÉGICAS   PARA   O   ENFRENTAMENTO   DAS  
DOENÇAS  CRÔNICAS  NÃO  TRANSMISSÍVEIS  (DCNT)  no  Brasil  –  2011-­2022.  
 
PROGRESS   Collaborative   Group.   Randomized   trial   of   a   perindopril-­basedblood  
pressure-­lowering   regimen   among   6,105   individuals   with   previous   stroke   or  
transient  ischaemic  attack.  Lancet  2001;;  35:  1033–1041.  
 
PSATY  BM,  SMITH  NL,  SISCOVICK  DS,  et  al.  Health  outcomes  associated  with  
antihypertensive  therapies  used  as  firstline  agents.  A  systematic  review  and  meta-­
analysis.  JAMA  1977;;  277:  739–745.    
 
 
RANG,  H.P.;;  DALE,  M.M.;;  RITTER,  J.M.  Farmacologia.  6ªEdição.  Elsevier,  2006.  
 
RESOLUÇÃO  Nº  585  DE  29  DE  AGOSTO  DE  2013.  Regulamenta  as  atribuições  
clínicas  do  farmacêutico  e  dá  outras  providências.  Conselho  Federal  de  Farmácia  
–  CFF.  
 
RESOLUÇÃO  Nº  586  DE  29  DE  AGOSTO  DE  2013.  Regulamenta  as  atribuições  
clínicas  do  farmacêutico  e  dá  outras  providências.  Conselho  Federal  de  Farmácia  
–  CFF.  

144
144
RIBOLI,  E.;;  NORAT,  T.  Epidemiologic  evidence  of  the  protective  effect  of  fruit  and  
vegetables   on   cancer   risk.   American   Journal   of   Clinical   Nutrition,   2003,   n.   78  
(Supl.),  p.  559S-­569S.    
 
ROOS,  M.;;  SIQUEIRA,  R.;;  CLAUDIO,  I.  Abordagem  Farmacológica  no  Diabetes.  
Rio  de  Janeiro:  Rubio,  2009.  377  p.    
 
Rosa   AA,   Ribeiro   JP.   Hipertensão   arterial   na   infância   e   adolescência:   fatores  
determinantes.  J  Pediatr  (Rio  de  J).  1999;;  75(2):75-­82.    
 
ROSENBERG  J,  GUSTAFSSON  F.  Bisoprolol  for  congestive  heart  failure.  Expert  
Opin  Pharmacother  2008;;  9(2):  293–300.    
 
ROSENTHAL   J.   Evaluacin   metodolgica   de   la   relacin   entre   presin   arterial  
sanguinea   y   pliegue   cutâneo:   un   enfoque   epidemiolgico.   Rev   Saúde   Pública.  
1989;;  23(4):322-­35.    
 
SACCO   RL,   ELKIND   M,   BODEN-­ALBALA   B,   LIN   IF,   KARGMAN   DE,   HAUSER  
WA,   et   al.   The   protective   effect   of   moderate   alcohol   consumption   on   ischemic  
stroke.  JAMA.  1999;;  281(1):53-­60.  
 
SACKS  FM,  SVETKEY  LP,  VOLLMER  WM,  APPEL  LJ,  BRAY  GA,  HARSHA  D,  et  
al.   Effects   on   blood   pressure   of   reduced   dietary   sodium   and   the   Dietary  
Approaches   to   Stop   Hypertension   (DASH)   diet.   DASH–Sodium   Collaborative.  
Research  Group.  N  Engl  J  Med  2001;;  344:  3–10.    
 
SACKS   FM,   KASS   EH.   Low   blood   pressure   in   vegetarians:   effects   of   specific  
foods  and  nutrients.  Am  J  Clin  Nutr  1988;;  48  (3  Suppl):  795–800.  
 
SANTOS,  H.  el  al.  Segundo  consenso  de  Granada  sobre  problemas  relacionados  
com   medicamentos   (Tradução   intercultural   de   Espanhol   para   Português   -­  
europeu).  Acta  Médica  Portuguesa.  v.  17,  p.  59-­66,  2004.    
 

145
145
SANKARANARAYANAN,   R.   et   al.   Cancer   survival   in   Africa,   Asia,   and   Central  
America:   a   population-­based   study.   The   Lancet   Oncology,   2010,   v.   11,   n.   2,   p.  
165-­73.    
 
SÃO  PAULO  (CRF-­SP).  Projeto  Farmácia  Estabelecimento  de  Saúde:  Manejo  do  
paciente   com   hipertensão   .   Fascículo   IV.   São   Paulo:   Conselho   Regional   de  
Farmácia,  2009.    
 
SÃO  PAULO  (CRF-­SP).  Projeto  Farmácia  Estabelecimento  de  Saúde:  O  percurso  
histórico  da  atenção  farmacêutica  no  mundo  e  no  Brasil.  Fascículo  V.  São  Paulo:  
Conselho  Regional  de  Farmácia,  2009.    
 
SÃO  PAULO  (CRF-­SP).  Projeto  Farmácia  Estabelecimento  de  Saúde:  Manejo  do  
tratamento   de   pacientes   com   diabetes.   Fascículo   VII.   São   Paulo:   Conselho  
Regional  de  Farmácia,  2009.    
 
SCHMIDT,   M.   I.;;   DUNCAN,   B.   B.;;   SILVA,   G.   A.;;   MENEZES,   A.   M.;;   MONTEIRO,  
C.   A.;;   BARRETO,   S.   M.;;   CHOR,   D.;;   MENEZES,   P.   R.   Health   in   145   Brazil   4.  
Chronic  non-­communicable  diseases  in  Brazil:  burden  and  current  challenges.  The  
Lancet,  2011,  n.  377.    
 
SCHRAMM,   J.   M.;;   OLIVEIRA,   A.   F.;;   LEITE,   I.   C.   Transição   epidemiológica   e   o  
estudo  de  carga  de  doenças  no  Brasil.  Ciência  Saúde  Coletiva,  2004,  n.  9,  p.  897-­
908.    
 
SEMBAJWE,  G.;;  CIFUENTES,  M.;;  TAK,  S.  W.  et  al.  National  income,  selfreported  
wheezing   and   asthma   diagnosis   from   the   World   Health   Survey.   European  
Respiratory  Journal,  2010,  n.  35,  p.  279-­286.    
 
 
SEYFFARTH,  A.S.;;  LIMA,  L.P.;;  LEITE,  M.C.  Abordagem  Nutricional  em  Diabetes  
mellitus,  Ministério  da  Saúde.  Brasília,  2000.    
 

146
146
SHEP-­COOPERATIVE   RESEARCH   GROUP.   Prevention   of   stroke   by  
antihypertensive   drug   treatment   in   older   persons   with   isolated   systolic  
hypertension:   final   results   of   the   Systolic   Hypertension   in   the   Elderly   Program  
(SHEP).  JAMA  1991;;  265:  3255–3264.    
SILVA,   D.D;;   PRANDO,   L.E.   As   dificuldades   do   profissional   farmacêutico   para  
implantação   da   atenção   farmacêutica   e   da   farmacovigilância   nas   farmácias  
hospitalares  e  comunitárias.  Infarma,  v.  16,  n.  11-­12,  p.  85-­88,  2004.    
 
SIMÕES,   E.   J.;;   HALLAL,   P.;;   PRATT,   M.   et   al.   Effects   of   a   community-­based,  
professionally   supervised   intervention   on   physical   activity   levels   among   residents  
of  Recife,  Brazil.  American  Journal  of  Public  Health,  2009,  v.  99,  n.  1,  p.  68.    
 
SOCIEDADE  BRASILEIRA  DE  DIABETES  (SBD).  Algoritmo  para  o  tratamento  do  
diabetes  tipo  2:  posicionamento  oficial  SBD  n°  3,  São  Paulo,  2011.  
 
SOCIEDADE   BRASILEIRA   DE   DIABETES   (SBD).   Diretrizes   da   Sociedade  
Brasileira  de  Diabetes  2011.  Jardim  Londrina,  SP:  AC  Farmacêutica  Ltda,  2011.  
 
STASSEN   JA,   FAGARD   R,   THIJS   L.   Randomized   double-­blind   comparison   of  
placebo  and  active  treatment  for  older  patients  with  isolated  systolic  hypertension.  
The  Systolic  hypertension  in  Europe  (SYST–EUR).  Lancet  1997;;  350:  757–764.  
 
STEVENS  VJ,  OBARZANEK  E,  COOK  NR,  LEE  IM,  APPEL  LJ,  SMITH  WEST  D,  
et  al.  Long-­term  weight  loss  and  changes  in  blood  pressure:  results  of  the  trials  of  
hypertension  prevention,  phase  II.  Ann  Intern  Med  2001;;  134:  1–11.    
 
STRAND,   L.M.;;   MORLEY,   P.C.   El   ejercicio   de   la   atención   farmacéutica.   Madrid:  
Mc  Graw  Hill,  2000.    
STJERNSWÄRD,  J.;;  FOLEY,  K.  M;;  FERRIS,  F.  D.  The  public  health  strategy  for  
palliative  care.  Journal  of  Pain  and  Symptom  Management,  2007,  n.  33,  p.  486-­93.    
 

147
147
STRAND   LM,   CIPOLLE   RJ,   MORLEY   PC.   Documenting   clinical   pharmacist’s  
activities:   back   to   basics.   Drug   Intelligence   and   Clinical   Pharmacy,   Cincinnati,  
v.22,  p.  63-­  6,  1988.  
 
STRAUSS,   K.   el   al.   A   pan   –   European   Epidemiologic   study   of   insulin   injection  
technique  in  patients  with  diabetes.  Pract  Diab  Int  2002;;  19(3):  71-­6.    
 
STUCKLER,   D.   Population   causes   and   consequences   of   leading   chronic  
diseases:   a   comparative   analysis   of   prevailing   explanations.   Milbank   Quarterly,  
2008,  n.  86,  p.  273-­  
 
SJOSTROM   L,   LINDROOS   AK,   PELTONEN   M,   et   al.   Lifestyle,   diabetes,   and  
cardiovascular   risk   factors   10   years   after   bariatric   surgery.   N   Engl   J   Med   2004;;  
351(26):  2683–2693.    
 
SOROF   JM,   PORTMAN   RJ.   White   coat   hypertension   in   children   with   elevated  
casual  blood  pressure.  J  Pediatr.  2000;;  137(4):493-­7.  
 
SUZUKI   H,   KANNO   Y.   Effects   of   candesartan   on   cardiovascular   outcomes   in  
Japanese  hypertensive  patients  (E-­COST).  Hypertens  Res  2005;;  28(4):  307–314.  
 
TALER  SJ.  Treatment  of  resistant  hypertension.  Curr  Hyperten  Rep  2005;;7:323-­9.  
 
TELMISARTAN,  RAMIPRIL,  or  Both  in  Patients  at  High  Risk  for  Vascular  Events.  
The  ONTARGET  Investigators.  N  Engl  J  Med  2008;;  358:  1547–1559.  
 
The   ALLHAT   Officers   and   Coordinators   for   the   ALLHAT   Collaborative   Research  
Group.  Major  outcome  in  high-­risk  hypertensive  patients  to  angiotensin-­converting  
enzyme  inhibitor  or  calcium  channel  blocker  vs.  diuretic.  The  Antihypertensive  and  
Lipid-­Lowering   Treatment   to   Prevent   Heart   Attack   Trial   (ALLHAT).   JAMA   2002;;  
228:  2981–2997.  
   

148
148
The   ALLHAT   Officers   and   Coordinators   for   the   ALLHAT   Collaborative   Research  
Group.   Major   cardiovascular   events   in   hypertensive   patients   randomized   to  
doxazosin  vs.  chlorthalidone.  The  Antihypertensive  and  Lipid-­Lowering  Treatment  
to  prevent  Heart  Attack  Trial  (ALLHAT).  JAMA  2000;;  283:  1967–1975.  
 
The   Heart   Outcomes   Prevention   Evaluation   Study   Investigators.   Effects   of   an  
angiotensin  converting  enzyme  inhibitor,  ramipril,  on  cardiovascular  events  in  high-­
risk  patients.  N  Engl  J  Med  2000;;  342:  145–153.  
 
TOBACCO   ADDICTION.   In:   JAMISON,   D.   T.   et   al.   Disease   control   priorities   in  
developing  countries.  2.  ed.  Washington:  The  World  Bank,  2006.    
 
TOOHEY  ML,  HARRIS  MA,  DEWITT  W,  FOSTER  G,  SCHMIDT  WD,  MELBY  CL.  
Cardiovascular   disease   risk   factors   are   lower   in   African-­   American   vegans  
compared  to  lacto-­ovovegetarians.  J  Am  Coll  Nutr  1998;;  17:  425–434.  
 
TSCHIEDEL,   B.;;   PUNÃLES,   M.K.C.   Insulinas:   insulinizando   o   paciente   com  
diabetes.  cap.  3-­6.  p.  5-­75.  São  Paulo:  AC  Farmacêutica,  2010.    
 
UK  PROSPECTIVE  DIABETES  STUDY  GROUP.  Efficacy  of  atenolol  and  captopril  
in   reducing   risk   of   macrovascular   and   microvascular   complications   in   type   2  
diabetes.  UKPDS  39.  BMJ  1998;;  317:  713–720.  
 
VARDAR,   B.;;   KIZILCI,   S.   Incidence   of   lipohypertrophy   in   diabetic   patients   and   a  
study  of  influencing  factors.  Diabetes  Research  and  Clinical  Pratice  2007;;  77;;  231-­
236.  Disponível  em:  <http://www.  sciencedirect.com>.  Acesso  em:  20/05/10.      
 
WADDEN   TA,   STERNBERG   JA,   LETIZIA   KA,   STUNKARD   AJ,   FOSTER   GD.  
Treatment   of   obesity   by   very   low   calorie   diet,   behavior   therapy,   and   their  
combination:  a  five-­year  perspective.  Int  J  Obes  1989;;  13  (Suppl  2):  39–46.  
 
WHITE   WB.   Angiotensin-­converting   enzyme   inhibitors   in   the   treatment   of  
hypertension:  an  update.  J  Clin  Hypertens  (Greenwich)  2007;;  9(11):  876-­882.    

149
149
WHITWORTH,   J.   A.   World   Health   Organization/International   Society   of  
Hypertension  statement  on  management  of  hypertension.  Journal  of  Hypertension,  
2003,  n.  21,  p.  1983-­1992.  
 
WHO   2008.   Closing   the   gap   in   generation   health   equality   through   action   on   the  
social  determinants  of  health.  Commission  on  Social  Determinants  of  Health  Final  
Report.  Geneva:  World  Health  Organization,  2008.  
 
WHO   2009a.   Global   health   risks:   mortality   and   burden   of   disease   attributable   to  
selected  major  risks.  Geneva:  World  Health  Organization,  2009.  
 
WHO   2011.   Global   status   report   on   noncommunicable   diseases   2010.   Geneva:  
World  Health  Organization,  2011.  
 
WHO,   World   Health   Organization.   Good   Pharmacy   Practice:   in   community   and  
hospital  settings.  Geneve:  World  Health  Organization,  1996.  10p.    
 
WHO,   World   Health   Organization.   The   role   of   the   pharmacist   in   the   health   care  
system:   preparing   the   future   pharmacist.   Vancouver:   World   Health   Organization,  
1997.  51p.  
 
 WHO,  World  Health  Organization.  The  role  of  the  pharmacist  in  self-­care  and  self-­
medication.  The  Hague:  World  Health  Organization,  1998.  11p.  
 
WILLIANS,   G.;;   PICKUP,   J.C.   Management   of   Type   1   Diabetes.   Handbook   of  
Diabetes.  2º  Ed.  London:  Blackwell  Science,  1999.  P.  75-­86.  
 
WILLETT   WC,   DIETZ   WH,   COLDITZ   GA.   Primary   Care:   Guidelines   for   Healthy  
Weight.  N  Engl  J  Med  1999;;  341:  427–434.    
 
WRIGHT   JM,   LEE   C-­H,   CHAMBER   GK.   Systematic   review   of   antihypertensive  
therapies:  does  the  evidence  assist  in  choosing  a  first-­line  drug.  CMAJ  1999;;  161:  
25–32.  

150
150
ZANETTI,   M.L.;;   BRANDÃO,   E.C.M.;;   et   al.   Atendimento   multiprofissional   ao  
paciente   com   diabetes   mellitus   no   Ambulatório   de   Diabetes   do   HCFMRP-­USP.  
Medicina,  Ribeirão  Preto,  33:  170-­171  abr./jun.  2000.    
 
ZARDAÍN   E,   DEL   VALLE   MO,   LOZA   MI   et   al.   Psychosocial   and   behavioural  
determinants   of   the   implementation   of   Pharmaceutical   Care   in   Spain.   Pharmacy  
World  and  Science,  v.31,  p.174-­82,  2009.    
 
ZEHNDER   S,   BEUTLER   M,   BRUPPACHER   R   et   al.   Needs   and   use   of   drug  
information   sources   in   community   pharmacies:   a   questionnaire   based   survey   in  
German-­speaking   Switzerland.   Pharmacy   World   and   Science,   v.26,   p.   197-­202,  
2004.  
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

151
151

Você também pode gostar