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APOSTILA DE NOÇÕES

BÁSICAS SOBRE

S.P.D.A
SUMARIO
1. INTRODUÇÃO
2. O QUE SÃO AS DESCARGAS ATMOSFÉRICAS
3. COMO ELAS OCORREM
4. COMO UM RAIO É FORMADO
5. DESCARGAS NUVESNS-SOLO
6. RAIOS DE POLARIDADE POSITIVA
7. RAIOS DE POLARIDADE NEGATIVA
8. CONSCEQUÊNCIA DAS DESCARGAS ATMOSFÉRICAS
9. EFEITO DAS DESCARGAS ATMOSFÉRICAS EM LINHA DE
TRANSMISSÃO E DE DISTRIBUIÇÃO
10. CHOQUE ELÉTRICO
11. PRINCIPAIS EFEITOS CAUSADOS PELOS RAIOS
12. INTRODUÇÃO AO SPDA (PARA-RAIOS)
13. CAPTOR
14. CAPTORES ARTIFICIAIS
 HASTES VERTICAIS (TIPO FRANKLIN)
 MÉTODO FRANKLIN
 CONDUTORES DE COBERTURA
 EMALHADO DE CONDUTORES (GAIOLA DE FARADAY)
 GAIOLA DE FARADAY
15. CAPTORES NATURAIS
16. CONDUTOR DE DESCIDA
17. DESCIDAS ARTIFICIAIS
18. DESCIDAS NATURAIS
19. ATERRAMENTO (CONDUTOR TERRA)
 ATERRAMENTO EM ANEL
 ATERRAMENTO DO TIPO HASTE
 ATERRAMENTO EM MALHA
20. LIGAÇÕES EQUIPOTENCIAIS
21. PREVENÇÃO DA TENSÃO DE PASSO
22. MEDIDAS DE SEGURANÇA
23. VERIFICAÇÕES E MEDIÇÕES A REALIZAR
24. CLASSIFICAÇÃO DOS EDIFÍCIOS E ESTRUTURAS
25. CONSIDERAÇÕES
1. INTRODUÇÃO

A descarga atmosférica, por serem tão notáveis e intensos, vem fomentando


a curiosidade e o interesse desde os tempos pré-históricos. Este incrível fenômeno,
por apresentar tanto poder, era reverenciado pelas antigas civilizações assim como
um Deus. O fato é que este fenômeno é, ainda hoje, motivo de muito espanto e
admiração.
E por esse motivo, a vários séculos, muitos cientistas veem estudando e
desmistificando os mistérios e fascínios desses fenômenos naturais tão majestosos.
Um deles e que primeiro pode trazer algo de novo para a humanidade, foi Benjamin
Franklin, que desenvolveu duas importantes áreas de estudos: a meteorologia e a
eletricidade.
Raios são fenômenos atmosféricos caracterizados pela formação de
correntes elétricas com milhões de volts de potencial e que atingem a superfície
causando prejuízos materiais e mesmo mortes.
Foi muito longo o caminho para se descobrir a natureza elétrica das
descargas atmosféricas e para se chegar a regras aceitáveis de proteção para
propriedades, aparelhos e principalmente pessoas.
E com base em todo o poder destrutivo dos raios, perante pessoas, estruturas
e edifícios, um tipo diferenciado de proteção foi projetado para ser utilizado.
Proteção esta que será descrita de uma forma bem simplificada, porem bem
esclarecida.
Esta pesquisa segue como base de estudo a NBR 5419, a norma
regulamentadora que descreve os padrões para a implantação de um projeto de
proteção adequado e eficiente.
2. O QUE SÃO DESCARGAS ATMOSFÉRICAS

Descargas atmosféricas são descargas elétricas de grande extensão (alguns


quilômetros) e de grande intensidade (com picos de corrente ultrapassando 1000A),
que ocorrem devido ao acúmulo de cargas elétricas em regiões localizadas da
atmosfera, em geral dentro de tempestades. A descarga inicia quando o campo
elétrico produzido por estas cargas excede a capacidade isolante, também
conhecida como rigidez dielétrica, do ar em um dado local na atmosfera, que pode
ser dentro da nuvem ou próximo ao solo. Quebrada a rigidez, tem início um rápido
movimento de elétrons de uma região de cargas negativas para uma região de
cargas positivas. Existem diversos tipos de descargas, classificadas em função do
local onde se originam e do local onde terminam.

FIG. 01 – DESCARGAS ATMOSFÉRICAS

3. COMO OCORREM

Descargas atmosféricas podem ocorrer da nuvem para o solo, do solo para a


nuvem, dentro da nuvem, da nuvem para um ponto qualquer na atmosfera,
denominados descargas no ar, ou ainda entre nuvens. De todos os tipos de
descargas, as intra-nuvem são as mais frequentes, em parte devido ao fato de a
capacidade isolante do ar diminuir com a altura em função da diminuição da
densidade do ar, em parte devido às regiões de cargas opostas dentro da nuvem
estar mais próximas que no caso dos outros relâmpagos. Globalmente, elas
representam cerca de 70% do número total de descargas. Este percentual varia com
a latitude geográfica.

4. COMO É FORMADO UM RAIO

Um raio é uma descarga elétrica de grande intensidade que ocorre quando a


rigidez dielétrica do ar é quebrada e cargas elétricas fluem diretamente da nuvem
para o solo, ou vice-versa, produzindo diversos tipos de radiação eletromagnética,
além de ondas sonoras, que são conhecidas como trovões. A principal diferença
entre relâmpagos e raios consiste no fato de que o termo relâmpago refere-se a
qualquer descarga elétrica atmosférica, enquanto um raio é uma descarga que
ocorre entre a nuvem e o solo. Por isso, pode-se dizer que todo o raio é um
relâmpago, mas nem todo o relâmpago é um raio.

5. DESCARGAS NUVENS-SOLO

As descargas nuvem-solo, também denominados raios, são as mais


estudadas devido ao seu caráter destrutivo. Elas podem ser divididas em dois tipos,
definidas em função do sinal da carga efetiva transferida da nuvem ao solo:
negativas e positivas. Os raios negativos, transferem cargas negativas (elétrons) de
uma região carregada negativamente dentro da nuvem para o solo. Os raios
positivos transferem cargas positivas de uma região carregada positivamente dentro
da nuvem para o solo (na realidade, elétrons são transportados do solo para a
nuvem).
Os raios duram em média em torno de um quarto de segundo, embora
valores variando desde um décimo de segundo à dois segundos têm sido
registrados. Durante este período, percorrem na atmosfera trajetórias com
comprimentos desde alguns quilômetros até algumas dezenas de quilômetros. A
corrente elétrica, que por sua vez, sofre grandes variações desde algumas centenas
de amperes até centenas de quilo amperes. A corrente flui em um canal com um
diâmetro de uns poucos centímetros, denominado canal do relâmpago, onde a
temperatura atinge valores máximos tão elevados quanto algumas dezenas de
milhares de graus e a pressão valores de dezenas de atmosferas.
Embora o raio possa parecer para o olho humano uma descarga contínua, na
verdade em geral ele é formado de múltiplas descargas, denominadas descargas de
retorno, que se sucede em intervalos de tempo muito curtos. Ao número destas
descargas, dá-se o nome de multiplicidade do raio. Durante o intervalo entre as
descargas, variações lentas e rápidas de corrente podem ocorrer.

FIG. 02 - RAIOS

6. RAIOS DE POLARIDADE NEGATIVA

A maior parte dos raios resulta da movimentação inicial das cargas


negativas presentes nas nuvens. Quando o ar não mais consegue isolá-las,
elas tendem a ir em direção ao solo, atraídas pelas cargas positivas.
Então, esse canal sai da nuvem e começa a se dirigir ao solo, descendo
por meio de etapas, que geralmente são segmentos de cerca de cinquenta
metros, sendo que cada uma dessas etapas produz uma pequena quantidade
de luz. Desses segmentos podem surgir ramificações que também vão
"procurando" uma conexão com a terra. Cada segmento quando vai em
direção ao solo possui uma velocidade de mais de 120 000 km/h. Todo esse
processo leva em média 50 milissegundos. Objetos como árvores e edifícios,
tal como montanhas, são bons alvos para os raios. Isso é porque se
encontram mais próximos da base da nuvem, e por isso a distância que o raio
tem que percorrer até atingir as cargas positivas é menor.

7. RAIOS DE POLARIDADE POSITIVA

Alguns raios se originam da parte superior das nuvens de tempestades,


onde se encontram quantidades gigantescas de cargas positivas. Por isso, as
cargas que se movem em direção ao solo são positivas enquanto as cargas
atraídas na terra são negativas. Esse tipo de raio é conhecido como "positivo"
porque ocorre a transferência de cargas positivas do topo da nuvem para o
solo. Apesar da ocorrência ser muito mais rara (menos de 5% de todos os
raios da Terra), os raios positivos são muito mais perigosos por diversos
motivos. Uma vez que eles se originam nas partes mais altas da nuvem, a
barreira de ar que eles têm que atravessar é muito maior e, portanto, sua
energia também é muito maior.
O campo elétrico de um raio como esse é muito mais forte do que o de
um raio negativo. A duração do raio é maior e a quantidade de cargas
transferidas é dez vezes maior do que a de um raio negativo, atingindo mais de
300 000 ampères e mais de um bilhão de volts.
Nota: Esses raios podem acontecer logo abaixo da nuvem da tempestade,
mas a maioria cai afastada da tempestade original, chegando a mais de 16 km de
distância da nuvem. Além disso, os raios positivos são responsáveis pela maior
parte dos danos à rede elétrica e dos incêndios florestais.
8. CONSEQUÊNCIAS DAS DESCARGAS ATMOSFÉRICAS

A ação e efeito do raio causam diversos prejuízos, dentre eles estão:


Incêndios em florestas, campos e prédios; destruição de estruturas e árvores;
 Colapso na rede de energia elétrica,
 Interferência na rádio transmissão;
 Acidentes na aviação; Acidentes nas embarcações marítimas;
 Acidentes nas torres de poços de petróleo;
 Acidentes nas plataformas marítimas de petróleo;
 Mortes de seres humanos e animais; etc.

FIG. 03 – CONSEQUÊNCIAS DAS DESCARGAS ATMOSFÉRICAS

9. EFEITOS DAS DESCARGAS ATMOSFÉRICAS EM LINHA DE


TRANSMISSÃO E DISTRIBUIÇÃO

 O efeito das descargas pode ser direto ou indireto.


 Linhas de Transmissão são dotadas de Cabo Guarda.
 LT - Possibilidade de desligamento da linha devido ao “Back flash over” (Descarga
disruptiva na cadeia de isoladores).
 RDE – Importância Significativa na composição dos Índices de Qualidade de Energia
fornecida.
 Amplitudes das solicitações causadas por descargas indiretas são menos severas.

ESTIMATIVAS:
 Cerca de 1/3 dos desligamentos das RDE são causados por descargas
atmosféricas.
 Uma faixa de 50 a 70 milhões de raios atingem o Brasil todo ano, trazendo prejuízos
de uma média de 500 milhões por ano.
 47% das falhas em trafos de distribuição da CEMIG são provocados por descargas
atmosféricas, causando prejuízos de 1,83 milhões de dólares por ano.
 As vítimas fatais em decorrência dos raios chegam a 130 pessoas anualmente no
Brasil, em cada 50 mortes por raios no mundo, uma é registrada no Brasil.

FIG. 04 – LINHAS DE TRANSMISSÃO

10. CHOQUE ELÉTRICO

O choque elétrico é a passagem de uma corrente elétrica através do corpo,


utilizando-o como um condutor. Esta passagem de corrente pode causar um susto,
porém também pode causar queimaduras, fibrilação cardíaca ou até mesmo a
morte.
Por isso deve-se ter muito cuidado com tomadas, fios desencapados e até
mesmo a rede elétrica de distribuição de energia, pois são muito perigosos e com
alto poder para eletrocutar uma pessoa e causar até mesmo a morte.
E não é diferente no caso de raios, que possuem valores de tensão e
corrente muito altos, tornando as consequências de destruição e prejuízo humano
no caso de um contato direto, quase que fatais.

FIG. 05 – CHOQUE ELETRICO

11. PRINCIPAIS EFEITOS CAUSADOS PELOS RAIOS

Os raios podem causar a morte de pessoas e animais por vários efeitos


durante a descarga entre nuvem e terra. Quando o líder ascendente, saindo de um
solo plano, se encontra com o líder descendente, forma-se a descarga de retorno,
que é de grande intensidade, produzindo:
 Elevação da temperatura no centro do raio e como consequência, uma
violenta expansão do ar, com o ruído de um estrondo, que é o trovão.
 Fortes campos eletromagnéticos, em torno do ponto central do raio que
se propagam a centenas de metros.
 Linhas radiais de corrente no solo, com origem no ponto de impacto do
raio.
 Ao longo das linhas de corrente, existirão quedas de tensão, variáveis
com a resistência do solo, formando em direção radial concêntrico
linhas de corrente e em direção de curvas concêntricas linhas
equipotenciais.
 Incêndio de arvores se o raio for de baixa intensidade e longa duração
ou romper-se se for de alta intensidade e baixa duração.
Todo esse poder de destruição é descarregado de certa forma em tudo o que
se encontra no ambiente existente abaixo das tempestades. Portanto, pessoas,
animais, árvores, residências, prédios, torres, ou seja, qualquer tipo de estrutura ou
vida pode ser atingida por uma descarga atmosférica, ou o raio.
Então, uma proteção para erradicar, ou ao menos minimizar os perigos e
estragos causados pelos raios deve ser estudado e implantado. No entanto, muitas
atribuições devem ser levadas em consideração, para se criar as proteções
adequadas, onde a vida humana e os bens materiais sejam preservados.

12. INTRODUÇÃO AO SPDA (PARA-RAIOS)

OS Para-Raios são um conjunto de equipamentos cuja finalidade é proteger


um edifício ou uma estrutura e o respectivo conteúdo contra os efeitos perniciosos
das descargas atmosféricas diretas neles incidentes.
Esses equipamentos podem ser também instalados em linhas de
transmissão, distribuição, subestações, cabines, ou seja, em qualquer sistema cuja
os efeitos dos raios possam comprometer seu funcionamento.
Para que um para-raios seja tanto quanto possível económico e eficaz, o
correspondente projeto deve ser elaborado em coordenação com o projeto de
construção civil da estrutura a proteger, deste modo todas as técnicas possam ser
realizadas em paralelo com a construção.

FIG. 06 – EDIFICAÇÕES
E para um desenvolvimento ideal e eficaz deve-se ter como base, as
especificações citadas na norma da ABNT criada para este fim:
A NBR 5419, Proteção de estruturas contra descargas atmosféricas.
Apesar de ser um sistema um tanto quanto complexo, os principais
fundamentos para a construção de um para-raios são comuns em alguns aspectos,
por terem alguns elementos básicos.
Elementos básicos são:

 Captor
 Condutor de Descida
 Aterramento

FIG. 07 - SPDA
13. CAPTOR

Parte do para-raios que se destina a interceptar as descargas atmosféricas


incidentes no volume a proteger. Situa-se no topo das estruturas ou edifícios a
serem protegidos. O captor deve estar a uma distância da superfície do topo, como
medida de segurança. Distancia essa que está especificada na norma.
O captor pode ser artificial ou natural.

TIPOS DE CAPTORES

 Captores artificiais
 Hastes verticais (Tipo Franklin)
 Condutores de cobertura
 Emalhado de condutores (Gaiola de Faraday)
 Captores naturais
São todos os elementos condutores expostos, isto é, que do ponto de vista
físico possam ser atingidos pelos raios, e devem ser considerados como parte do
SPDA.

14. CAPTORES ARTIFICIAIS

 Hastes verticais (Tipo Franklin)


Este método se baseia no uso de captores pontiagudos colocados em
mastros verticais para se aproveitar os efeitos das pontas, quanto maior a altura
maior o volume protegido, volume este que tem a forma de um cone formado pelo
triangulo retângulo girado em torno do mastro. São constituídas por um ou mais
elementos condutores da mesma natureza (cobre ou ferro galvanizado ou aço
inoxidável).
FIG. 08 – CAPTOR TIPO FRANKLIN

 MÉTODO FRANKLIN
Este método é baseado na proposta inicial feita por Benjamim Franklin e tem
por base uma haste elevada. Esta haste na forma de ponta, produz sob a nuvem
carregada, uma alta concentração de cargas elétricas, juntamente com um campo
elétrico intenso. Isto produz a ionização do ar, diminuindo a altura efetiva da nuvem
carregada, o que propicia o raio através do rompimento da rigidez dielétrica do ar.

FIG. 09 – PROTEÇÃO TIPO CONE

 Condutores de cobertura
Destinam-se a conduzir a corrente de descarga desde os captores até às
descidas. Pela sua posição elevada, estes condutores podem servir, eles próprios,
de captores, integrando nesse caso sistemas de condutores emalhados do tipo
gaiola de Faraday. Nesse método, a área protegida de uma edificação é definida
através de uma esfera imaginária que é rolada sobre o sistema de proteção
projetado (hastes verticais e condutores horizontais) e pelo entorno da edificação, de
forma que nenhum ponto da estrutura seja tocado por esta esfera.
 Emalhado de condutores (Gaiola de Faraday)
Método mais utilizado atualmente, é baseado na teoria de Faraday, segundo
a qual o campo no interior de uma gaiola blindada é nulo, mesmo quando passa por
seus condutores uma corrente de valor elevado. Para que esse campo seja,
efetivamente, nulo é preciso que a corrente se distribua uniformemente por toda a
superfície. O Método de Faraday consiste em instalar um sistema de captores
formado por condutores horizontais a serem instalados na cobertura da edificação,
interligados em forma de malha, cujo módulo (largura e comprimento) também deve
estar de acordo com a Tabela 1 da NBR-5419. É bom lembrar que não se deve
colocar condutores elétricos paralelos aos condutores da malha na parte interior da
estrutura e próximo aos mesmos.

Fig. 10 – EMALHADO DE CONDUTORES

 GAIOLA DE FARADAY
Uma Gaiola de Faraday é uma blindagem elétrica, ou seja, uma superfície
condutora que envolve uma dada região do espaço e que pode, em certas
situações, impedir a entrada de perturbações produzidas por campos elétricos e ou
eletromagnéticos externos.
FIG. 11 – GAIOLA DE FARADAY

15. CAPTORES NATURAIS

Podem ser usados como captores naturais os elementos metálicos existentes


na parte superior da estrutura a proteger, e suficientemente dimensionados para
suportar o impacto direto de uma descarga, tais como coberturas de chaminés,
claraboias, depósitos, tomadas de ar dos sistemas de climatização, etc.
Os captores naturais são integrados nos para-raios através dos condutores de
coberturas.

captor artificial
(haste vertical tipo Franklin)
captor artificial
(Gaiola de Faraday)

(condutores de cobertura)

condutor de descida

FIG. 12 - CAPTORES NATURAIS


16. CONDUTOR DE DESCIDA

Parte do para-raios destinada a conduzir a corrente de descarga que é atraída


pelos captores, até aos elétrodos de aterramento.
A descida pelos condutor pode ser artificial ou natural.

FIG. 13 – CONDUTOR DE DESCIDA

17. DESCIDAS ARTIFICIAIS

As descidas artificiais devem ser em condutores nus de cobre ou de aço


inoxidável. O número mínimo de descidas artificiais é de dois. O traçado a seguir
pelas descidas deve ser quanto possível retilíneo e vertical, de forma a minimizar o
percurso entre os elementos captores e a terra. As descidas devem ser em regra,
instaladas à vista, fixadas à superfície exterior da estrutura a proteger por meio de
elementos de suporte apropriados,
estabelecidos à razão de dois por metro,
no mínimo.
Deve se tomar todos os cuidados
necessários para que possa ser ter uma
forma fácil (visual ou através de aparelhos
de medição), afim de se ter certeza de
que há total continuidade dos condutores
até o aterramento.

FIG. 14 – DESCIDA ARTIFICIAL


FIG. 15 – SISTEMA DE DESCIDA ARTIFICIAL

18. DESCIDAS NATURAIS

Pilares metálicos de galpões ou de prédios com estrutura metálica podem ser


usados como elementos naturais de descida, desde que a sua continuidade seja
garantida, nem que seja visualmente. Nesse caso, recomenda-se que todos os
pilares (pelo menos os externos) sejam aterrados, como forma de reduzir os riscos
de tensão de toque para quem está fora da edificação. Apesar disso não pode se
garantir a ausência de outros riscos inerentes a descarga atmosférica. No caso de
descidas naturais que não seja possível visualizar sua continuidade, por exemplo
pilares metálicos revestidos por outros materiais, seria altamente recomendado
testes de continuidade.

FIG. 16 – TENSÃO DE TOQUE


Outra situação é o caso de sistemas isolados, onde a própria estrutura de
suporte do captor poderá ser usada como descida natural. Lembrando que um
SPDA isolado não e um SPDA com suportes isoladores, até porque esse suporte
não e isolador elétrico. Um SPDA isolado e um sistema de proteção que apresenta
uma distância mínima de 2 metros da edificação que está sendo protegida, por
exemplo um poste metálico afastado 2 metros de uma casa ou um paiol de
explosivos. Para um sistemas isolado em que a estrutura de suporte do captor não
seja metálico (por exemplo um poste de madeira), será necessário fazer uma
descida artificial. Esta e a única possibilidade que a norma permite uma única
descida, ou seja, no sistema isolado. Dependendo da região do pais as descidas
podem ser chamadas prumadas ou baixadas. Em edificações tombadas pelo
Patrimônio Histórico, a técnica é usar as barras chatas de alumínio pintadas na cor
da fachada em locais escondidos, passando-os pelos adornos das fachadas. Caso
existam condutores metálicos de agua pluvial, estes podem ser usados como
condutores naturais, desde que sejam contínuos ou passem um condutor dentro
deles, de cobre.

19. ATERRAMENTO (CONDUTOR TERRA)

Dispositivo constituído por um corpo condutor ou por um conjunto de corpos


condutores em contato íntimos com o solo assegurando uma ligação elétrica com a
terra.
A ligação a terra tem como finalidade a dispersão na massa condutora da terra da
corrente proveniente de qualquer descarga atmosférica que incida no para-raios.
Todos os pontos de ligação enterrados devem ser preservados dos efeitos da
umidade, por envolvimento em meio não higroscópico (massa ou fita betuminosa,
por exemplo).
Alguns tipos de aterramentos mais utilizados são:
 Aterramento em Anel;
 Aterramento do tipo Haste;
 Aterramento em Malha.
 ATERRAMENTO EM ANEL

O elétrodo de terra preferencial a utilizar num para-raios, é o elétrodo em


anel, constituído por um condutor instalado na base das fundações do edifício ou
embebido no maciço das fundações. Nestes casos, o elétrodo em anel deve,
preferencialmente, ser constituído por ferro galvanizado por imersão a quente.
Alternativamente pode ser utilizado um condutor em anel, enterrado a uma
profundidade de aproximadamente 0,80 m e envolvendo a estrutura a proteger.
Se para as instalações elétricas do edifício for utilizado um elétrodo em anel este
deve ser também utilizado como elétrodo do para-raios.

FIG. 17 – SISTEMA DE ATERRAMENTO EM ANEL

 ATERRAMENTO DO TIPO HASTE

Normalmente são haste enterradas no solo, quando este permite.


Geralmente, é mais satisfatório o uso de menos hastes profundas, do que muitas
hastes curtas. Para a instalações destas hastes devem se levar em consideração
alguns conceitos, como: comprimento, diâmetro, números e o design das hastes de
aterramento.
FIG. 18 – SISTEMA DE ATERRAMENTO TIPO HASTE

 ATERRAMENTO EM MALHA

Uma malha de terra é um tipo de aterramento usual em instalações de grande


porte, sendo essenciais em sistemas de energia elétrica, em particular nas usinas e
subestações. Trata-se de um reticulado de cabos horizontalmente enterrados,
interligados por juntas mecânicas ou soldadas, e hastes cravadas verticalmente.
A malha de terra é um aterramento com baixa resistência elétrica, atendendo
a todos os equipamentos como uma referência "zero" de tensão.
O sistema deve resistir a correntes intensas, escoando a energia efetivamente
para o solo. Esta corrente pode ser proveniente de curto-circuito, descargas
atmosféricas, surtos por chaveamento e correntes harmônicas.
FIG. 19 – SISTEMA DE ATERRAMENTO EM MALHA

20. LIGAÇÕES EQUIPOTENCIAIS

É o procedimento que consiste na interligação de elementos especificados,


visando obter a equipotencialidade necessária para os fins desejados. Todas as
massas de uma instalação devem estar ligadas a condutores de proteção. Em cada
edificação deve ser realizada uma equipotencialização principal, em condições
especificadas, e tantas eqüipotencializações suplementares quantas forem
necessárias. Todas as massas da instalação situadas em uma mesma edificação
devem estar vinculadas à equipotencialização principal da edificação e, dessa forma,
a um mesmo e único eletrodo de aterramento. Isso sem prejuízo de
eqüipotencializações adicionais que se façam necessárias, para fins de proteção
contra choques e/ou de compatibilidade eletromagnética. Assim como todas as
canalizações ou estruturas condutoras enterradas (água, esgotos, ar comprimido,
combustíveis, eletricidade, telecomunicações, etc.) cujo traçado se situe a menos de
3 m de qualquer ponto do conjunto de elétrodos de terra do para-raios devem ser
interligadas com aquele conjunto de elétrodos de terra.
21. PREVENÇÃO DA TENSÃO DE PASSO

A dissipação no solo de uma onda de corrente de descarga origina sempre o


aparecimento de um elevado potencial no conjunto de eléctrodos de terra e,
consequentemente, no terreno circundante, originando normalmente uma situação
de risco para as pessoas e animais que ali se encontrem.
Para diminuir a probabilidade de acidente por ação da tensão de passo, deve ser
tomada pelo menos uma das seguintes medidas:
 Estabelecer no local, fazendo parte do eléctrodo de terra, um emalhado
de condutores horizontais enterrados no solo, não devendo as
dimensões da malha exceder 5 m x 5 m;
 Prever na zona crítica um tapete de material isolante não higroscópico
(asfalto por exemplo) com uma espessura mínima de 50 mm;
 Aumentar a profundidade dos eléctrodos de terra para valores
superiores a 1 m. Por outro lado, deve ser dada preferência, sempre
que possível, a eléctrodos de terra com a forma de anel em detrimento
de eléctrodos do tipo radial.
A tensão de passo é a d.d.p. entre dois pontos à superfície da terra a uma
distância de 1metro. Se num dado momento, existir no ponto A um potencial com o
valor UA e ao mesmo tempo existir no ponto B, distante 1 metro do ponto A, um
potencial com o valor UB, então a tensão de passo neste local tem um valor Up que
é exatamente igual à diferença UA - UB, ou seja Up = UA – UB.

FIG. 20 – TENSÃO DE PASSO


22. MEDIDAS DE SEGURANÇA

Algumas regras de segurança devem ser observadas durante as tempestades


com raios (descargas elétricas):
 Permanecer dentro de casa, só saindo se for absolutamente
necessário;
 Manter-se afastado de portas e janelas abertas, de fogões,
aquecedores centrais, ferramentas, canos, pias e objetos metálicos de
grande massa;
 Não usar telefone, pois um raio pode atingir as linhas e chegar até
quem o estiver utilizando;
 Não trabalhar em cercas, telefone ou linhas de força, encanamentos
metálicos ou em estruturas de aço durante a tempestade;
 É extremamente perigoso ficar em espaços abertos, praias, botes, topo
de elevações e embaixo de árvores;
 Não manusear varas de pesca com carretilhas ou outros objetos
metálicos;
 Interromper imediatamente o trabalho com tratores, especialmente
quando estiver puxando equipamentos metálicos;
 É também perigoso estar próximo a torres e redes de alta tensão,
cercas metálicas, varais de roupas, num carro com a porta ou a janela
aberta, sobre um cavalo ou um trator, dentro de casa frente a uma
janela aberta;
 Em muitas ocasiões, durante uma tempestade, uma pessoa pode
sentir que vai ser atingida por um raio, porque a pele começa a
formigar e os pelos do corpo se eriçam. Se isto acontecer, não deite no
chão, apenas se agache. Se houver um grupo de pessoas, elas devem
se espalhar rapidamente.
23. VERIFICAÇÕES E MEDIÇÕES A REALIZAR

 O bom estado de conservação, de fixação e de funcionamento dos


captores, das descidas, dos elementos de ligação, etc., com
confirmação, por medição da respectiva continuidade eléctrica;
 O bom estado de funcionamento dos disruptores e dos
descarregadores de sobretensão existentes no para-raios;
 O valor da resistência de contato do elétrodo de terra, o qual não deve
ser superior em mais de 50% ao valor obtido aquando da primeira
inspeção, nunca devendo exceder 10 Ω.
NOTA:
Disruptor – Dispositivo destinado a limitar as sobretensões transitórias
elevadas entre duas partes no interior do volume a proteger.
Descarregador de sobre tensões (DST) - Aparelho destinado a proteger o
equipamento eléctrico contra sobretensões transitórias elevadas e a limitar a
duração e amplitude da corrente.

24. CLASSIFICAÇÃO DOS EDIFÍCIOS E ESTRUTURAS

Com o fim de aconselhar quais os edifícios e estruturas a equipar com um


para-raios estes classificam-se quanto às consequências das descargas (CD) e
quanto à altura e implantação (AI).
 Classificação das estruturas quanto às Consequências das
Descargas (CD)

 Classificação das estruturas quanto à Altura e Implantação (AI)


 Necessidade de protecção contra descargas atmosféricas

25. CONSIDERAÇÕES

Nesse material foram citadas os princípios sobre SPDA, de uma forma básica,
apenas para abranger os pontos principais e mais comuns. Afim de que a partir
desse material uma pesquisa mais profunda e detalhada possa ser realizada.

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