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Adeus Avaliacao de Pessoal
Adeus Avaliacao de Pessoal
05/07/2010
Os autores identificam o que consideram três grandes equívocos em relação às avaliações. Primeiro: o
desempenho não determina salários. Os autores argumentam que essa crença, que ajudou a legitimar a
avaliação, é infundada. O salário está atrelado, em primeiro lugar, a forças do mercado e,
secundariamente, ao orçamento da empresa. O desempenho seria, segundo eles, um tênue e longínquo
terceiro fator, se tanto.
Segundo equívoco: não existe “objetividade” na avaliação. Culbert diz que, em sua experiência como
consultor, notou que a avaliação de profissionais muda, muitas vezes abruptamente, quando a chefia é
trocada. Para ele, a coisa piora na avaliação em 360 graus, feita a partir de subordinados, colegas e
chefes do avaliado. “É a avaliação mais subjetiva”, acredita Culbert, para quem existe o risco de os
avaliadores usarem o sistema por motivações que não deveriam ser levadas em consideração.
Terceiro erro: a avaliação não aprimora o desempenho. A pessoa teoricamente mais indicada para
aprimorar e guiar o profissional seria o seu chefe. “Graças à ameaça que paira por causa da avaliação,
contudo, o chefe acaba sendo a última pessoa à qual o empregado se dirige”, diz Culbert. O resultado
seria o engessamento da criatividade. Para piorar, afirma o autor, os funcionários acabam se preocupando
em apenas “passar no teste” e não em efetivamente melhorar.
Como alternativa às avaliações anuais de hoje, Culbert e Rout sugerem substituir a revisão do
desempenho passado pela previsão do desempenho futuro. Supervisor e subordinado, diz ele, devem
responder juntos à seguinte pergunta: dado nosso objetivo, o que a gente precisa fazer para melhorarmos
juntos? Nesse processo, é necessário que as duas partes atuem como adultos e aceitem suas
responsabilidades.
Isso não significa que as pessoas deixem de ser avaliadas, mas sim que a avaliação do desempenho
passado passa a ser um processo corriqueiro. “[Esse tipo de] avaliação não deve ser aquele evento que
ocorre anualmente. É um processo contínuo”, diz o professor. A primeira consequência disso, acredita
Culbert, é que o chefe, de juiz, passa a ser um treinador e também um colega. “O papel do chefe é o de
guiar, conduzir, ser tutor e fazer tudo o que estiver ao seu alcance para que o subordinado se torne bem-
sucedido”, diz ele. Culbert sabe que sua opinião bate de frente com o que a maioria das empresas,
inclusive no Brasil, pratica hoje, mas ele acredita que vale a pena pregar a mudança.
Alfred Chandler – Morto em 2007, o americano Chandler foi o primeiro e um dos mais importantes
historiadores dos negócios do século 20. Entre as empresas que ele estudou, estavam a DuPont, General
Motors, Standard Oil e Sears Roebuck
Fonte: http://epocanegocios.globo.com/Revista/Common/0,,EMI152680-16366,00-ADEUS+AVALIACAO+DE+PESSOAL.html