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Aço cromo-molibdênio
Nenhum material faz mais parte da história do ciclismo do que a liga de aço
com cromo-molibdênio. Afinal, há pouco mais de 30 anos ela era uma das
únicas disponíveis para a fabricação de componentes de alto rendimento.
Diferentemente do carbono, o mais clássico dos metais é igualmente forte em
todas as direções, tolerando abusos como apertos exagerados e tombos. Além
disso, ele raramente rompe de repente, pois costuma trincar antes de quebrar.
Em caso de danos, é possível consertar um componente de aço com solda.
Todavia, as características de resistência e desempenho serão afetadas. “A
grande dificuldade na recuperação de quadros metálicos não é a soldagem em
si, mas sim a retempera da região termicamente afetada”, explica Eurico.
Por se tratar de um material flexível, o aço proporciona excelente conforto,
porém é menos eficiente na transmissão de po- tência. Essa característica, aliada
ao peso elevado, fez com que ele deixasse de ser utilizado quando o foco é a
velocidade. Porém, com a utilização de tubos com paredes de espessura
variável e soldaduras com gases inertes, é possível desenvolver um quadro de
aço bastante leve e rígido. Contudo, um componente desse tipo teria uma
produção artesanal de custo muito elevado.
Hoje, o cromo-molibdênio ainda encontra seu espaço, sendo muito utilizado
por cicloturistas, randonneurs (ciclistas de longa distância) e amantes das linhas
clássicas que o material oferece.
Titânio
Se materiais fossem carros, o titânio seria um superesportivo italiano: eficaz,
chamativo e caro, muito caro. Isso porque, além do processo de mineração
custoso, ele requer ferramentas e técnicas especiais para ser trabalhado. Uma
de suas principais vantagens é a grande capacidade de absorção de vibrações.
Com isso, quadros feitos com este nobre metal são bastante confortáveis,
apresentando uma rodagem suave e silenciosa.
Outro detalhe positivo é sua resistência, que chega a ser o dobro da do aço.
Diferentemente do que se pensa, ele não é extremamente leve. Porém, por ser
muito forte, os projetistas conseguem utilizar tubos de grande diâmetro com
paredes muito finas, resultando em um quadro mais leve do que um de cromo-
molibdênio, porém mais pesado do que um de alumínio ou de carbono. Hoje, a
maioria dos fabricantes usa a liga 3Al/2,5V (3% alumínio, 2,5% vanádio), porém
a utilização da liga 6Al/4V (6% alumínio, 4% vanádio) tem crescido, reduzindo o
peso, aumentando a resistência e também o preço.
Graças à sua elevada tolerância à corrosão, o titânio raramente é pintado,
conferindo aos quadros e componentes um visual inconfundível que agrada
muito aos apaixonados pelo metal.
Grafeno
De tempos em tempos, o mercado é inundado com notícias sobre algum
material que está chegando para revolucionar o esporte. Alguns acreditam que
este novo candidato já tem nome. Trata-se do grafeno, uma forma cristalina do
carbono, extremamente resistente e leve, sendo o mais forte já criado. Para se
ter ideia, mesmo sendo flexível e pouco quebradiço, ele chega a ser 2 mil vezes
mais robusto do que uma das melhores fibras de carbono da atualidade, a
T1000 da Toray. Com essas características, será possível produzir quadros de
400 g capazes de absorver impactos que deixariam um similar de fibra de
carbono em pedaços.
Outra qualidade que chama a atenção é sua grande capacidade de conduzir
calor. Com isso, rodas feitas com este material não sofreriam o pior problema
das clinchers de carbono: a delaminação (separação das lâminas) causada pela
alta temperatura que o perfil da roda atinge em razão do atrito com as pastilhas
durante a frenagem. Não é à toa que a Vittoria — renomada fabricante de
pneus e rodas para bicicletas — já utiliza uma combinação de grafeno e
carbono em seus aros Qurano. Segundo a fabricante, o referido modelo tem
50% mais rigidez lateral e furos de raios 20% mais resistentes, operando com
uma temperatura até 30% mais baixa (pois dissipa melhor o calor).
Porém, devido à sua fabricação extremamente custosa e à constante evolução
da fibra de carbono, muitos acreditam que, ao menos em médio prazo, o
grafeno ficará relegado ao uso na eletrônica e na medicina, áreas em que
também é aplicado.
Motor Elétrico
Podem ser do tipo Brush ou Brushless.
Brush: termo inglês que significa escovas. O motor com escovas se assemelha aos motores
com carvão das ferramentas elétricas comuns como furadeiras, etc. São de fácil
manutenção e normalmente alojados fora do cubo.
Brushless: termo inglês que significa sem escovas. São os motores que funcionam por
indução elétrica, ou motores de passo.
Qualquer dos dois tipos de motores não determinam o desempenho da bicicleta, mas o
conjunto e a qualidade de todos os componentes que formam o conjunto inteligente.
Baterias
São encontradas em sua maioria de chumbo-ácido ou íons de lítio.
Chumbo-Ácido
As baterias de chumbo se utilizam de componentes químicos que se assemelham aos
utilizados na produção de baterias de carro e moto e nos mercados de eletrônica como
circuito fechado de TV, no-breaks, cerca elétrica, etc.
A tensão dessas baterias é sempre de 12 volts. Dependendo da tensão do motor utilizado
(24V, 36V, 48V) utiliza-se 2, 3 ou 4 células ligadas em série. Por exemplo:
2 x 12V = 24V
3 x 12V = 36V
4 x 12V = 48V
É justamente a tensão (voltagem) em que o conjunto inteligente da bicicleta irá trabalhar que
irá determinar a quantidade e peso adicional dos componentes. Por exemplo, um conjunto
de 48 volts deverá utilizar quatro baterias de 12 volts ligadas em série, enquanto um conjunto
que trabalhar na tensão de 24 volts irá utilizar apenas duas, trazendo o peso adicional das
baterias para a metade.
As baterias de chumbo levam a vantagem sobre as baterias de lítio, pois apesar de mais
pesadas e possuírem menor tempo de vida (300 a 400 ciclos) são mais em conta e podem
ser encontradas em qualquer distribuidor de eletrônica em todo o Brasil.
Em relação à reciclagem, o Brasil possui um alto índice devido ao reaproveitamento do
chumbo no mercado alcançando alto valor de sucata (R$ 1,00/kg, em 2010).
Outro fator que influencia na utilização das baterias de chumbo é a amperagem (AH). A
amperagem da bateria será fundamental na autonomia das bicicletas. As baterias de
chumbo de 12 volts costumam ser encontradas no Brasil com 9 AH, 10 AH e 12 AH.
Ao contrário do que se pensa, as baterias de chumbo devem sempre estarem carregadas.
O uso adequado é sempre plugá-la para recarga imediatamente após o uso da bicicleta,
independente do nível de energia que ainda se mantém. Fazendo o bom uso, mantendo-a
sempre carregada, pode alcançar até 450 ciclos. Se a bateria não for recarregada em seis
meses, ela perderá a capacidade de retenção de carga.
Os aceleradores se diferenciam pelo tipo de aceleração, pelas mãos (movimento da mão ou
do dedo) ou pelos pés (movimento da pedalada). Podem estar alojados no guidão, junto ao
movimento central (pedal assistido) ou ainda no eixo traseiro.
Aceleradores
Os aceleradores alojados no guidão funcionam livremente a partir da ação de uma das mãos
ou dedo polegar do ciclista. O ciclista aciona o acelerador independente das ações do pedal.
Podem ser do tipo TWIST AND GO (gira e vai), semelhante ao acelerador de uma moto, ou
do tipo THUMB (dedo polegar), semelhante ao acelerador de um Jet ski ou triciclo
motorizado.
As bicicletas elétricas com este tipo de aceleração, independente do pedal, são mais
adequadas ao uso em terrenos planos, pois ao se deparar com uma subida, o ciclista tende
a parar de pedalar e somente fazer uso do acelerador. Mas o bom desempenho do motor
elétrico em subidas se deve principalmente ao uso misto, ou seja, pedal + motor elétrico.
Controlador
Toda bicicleta elétrica possui um “computador de bordo”, que é o
controlador dos impulsos elétricos da bicicleta. Ele fica alojado abaixo do rack traseiro,
abaixo das baterias ou fixado no tubo do selim.
Recarregadores inteligentes
Existem vários tipos de recarregadores no mercado, pois há uma grande variação da tensão
das diferentes áreas em que a bicicleta é vendida. Por exemplo, as bicicletas IZIP fabricadas
pela Currie Technologies dos EUA chegam ao Brasil com recarregadores apenas 110 volts,
porque lá a voltagem é padronizada 110V. Neste caso, é necessário um transformador de
tensão 220V para 110V, para não queimá-lo quando plugá-lo na tomada. Os recarregadores
inteligentes cortam a emissão de corrente quando a bateria está cheia, evitando que ela seja
danificada com sobrecarga.
A bicicleta é o meio de transporte mais vendido no Brasil, e os
fabricantes apostam que até 2014 irão comercializar cerca de 200 mil bicicletas elétricas por
ano. O consumo – algo em torno de R$ 0,02 - de energia por quilômetro rodado e a não
emissão de gases tóxicos fazem das magrelas motorizadas um grande aliado para os
cidadãos de grandes cidades, como São Paulo, onde R$ 335 milhões são gastos
anualmente com internações e tratamentos de pacientes afetados pela poluição.