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Existe uma crença equivocada de que na vida é preciso obter qualificação, competência
e habilidade para se ganhar dinheiro. O problema não reside em se tornar o melhor e
desejar ganhar mais. O problema reside justamente na ânsia pelo dinheiro. Muitos
profissionais quando iniciam seus projetos de vida querem ser ricos ou querem ter uma
boa situação financeira. No entanto, o dinheiro não deve ser um fim em si mesmo e sim
um meio de se obter aquilo que se deseja. Quando as pessoas trabalham pensando
apenas em dinheiro, o que menos elas terão, serão as tão cobiçadas notinhas no bolso.
E a razão é bem simples: quem se dedica a algo tendo como objetivo maior a
remuneração deixa de estar agindo de forma a perpetuar seu ganho. Imaginemos o
seguinte.
Você trabalha em uma confeitaria e um cliente comprou um bolo, em sua loja, e
algumas horas depois volta dizendo que o mesmo não está bom. Quando se trabalha
pensando em dinheiro, a tendência é agir de forma a contradizer o cliente, questioná-lo
ao máximo, provar o bolo e dizer que está tudo bem (estando ou não). É uma questão de
atitude. Quando se trabalha pensando em satisfação, na mesma situação, procura-se em
entender o real pedido ou o problema dessa pessoa e por consequência dar a solução
mais rápida e eficiente possível para o caso. A diferença é a sutileza com que o caso é
tratado.
Agora, imagine uma segunda situação: você vende softwares para automação comercial.
O cliente reclama que o programa é incompleto ou que precisa de mais assistência do
que o normal. Quando se foca em ganhos, a tendência é considerá-lo um chato, uma
pessoa sem habilidade para lidar com a tecnologia. Nesse caso, o tratamento (quando se
vai resolver um problema dentro da empresa do cliente) tende a beirar a indiferença, em
geral.
No mesmo caso, quando se foca em soluções, vai-se buscar meios para diminuir os
problemas com o cliente, seja passando um tempo "extra", ensinando todos os
comandos e "macetes" ao cliente, o que no final, resulta em economia de tempo e
recursos (financeiros e humanos principalmente).
Já há algum tempo, fala-se muito sobre a importância do cliente, de como ele está atento
e exigente. Mas, aparentemente esse assunto que já está começando a ficar "batido"
ainda não foi aprendido ou colocado em prática por uma grande massa de profissionais.
Se tivéssemos a oportunidade de perguntar a eles qual a importância do cliente,
certamente responderiam algo como: "cliente é tudo", "uma empresa não sobrevive sem
cliente" e assim por diante. Contudo, o fato é que entre a prática e o discurso existe um
oceano separando-os.
Assim, nossas atitudes, nossas crenças e nossos valores sempre serão refletidos nas
ações que praticamos e os consumidores de nossas marcas, os produtos ou os serviços
estarão ou não se identificando com os que pregamos ou dizemos ser.
Por fim, nunca foi tão importante olhar para fora da empresa como nos tempos atuais, a
era do "achismo" acabou e estar atento ao reflexo das nossas ações é, sobretudo, uma
questão de sobrevivência e adequação ao ambiente em que nos encontramos. Não
esqueça que quem acha, acha errado pois não tem certeza do que esta praticando.
Denilson Oliveira