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PESQUISA EXPLORATÓRIA

Quanto aos objetivos, a pesquisa pode ser classificada como exploratória, descritiva ou
explicativa, de acordo com o ensinamento de Gil (2002, p. 41-44).

A pesquisa exploratória objetiva criar laços de proximidade com o problema, com o fim de torna-
lo mais claro e de fundamentar as bases cognitivas para construção das hipóteses. Em razão de seus
objetivos, tem planejamento bastante flexível. Ainda de acordo com o ensinamento do professor,
geralmente as pesquisas exploratórias envolvem levantamento bibliográfico, entrevistas com pessoas que
experimentaram o problema pesquisado e análise de exemplos que provoquem a compreensão. Essa
classe de pesquisa inclui, na maioria dos casos, a pesquisa bibliográfica e documental e o estudo de caso.

A pesquisa exploratória difere da descritiva porque o objetivo desta é traçar as características de


determinada população ou fenômeno, ou ainda, estabelecer relações entre essas variáveis. A pesquisa
descritiva pode incluir o levantamento de opiniões, atitudes e crença de uma população. Nela, há um
conhecimento prévio do fenômeno, buscando-se somente uma descrição de como se manifesta. Por outro
lado, a pesquisa exploratória também difere da explicativa porque o objeto desta última é a identificação
de fatores que contribuem para a ocorrência de determinados fenômenos. Aqui, já existe uma ideia do
que é o fenômeno, mas não de qual é sua causa.

Nem sempre, contudo, é possível rotular uma pesquisa numa dessas categorias, posto que, não
raras vezes, pode haver um sincretismo quanto ao objeto pretendido, com uma combinação das formas
de pesquisa.

PESQUISA BIBLIOGRÁFICA

O modelo operativo da pesquisa, seu planejamento em sua dimensão mais ampla, dá-se a este a
denominação de delineamento. Este revela, em linhas gerais, os procedimentos técnicos de coleta e
análise de dados utilizados. Quanto ao delineamento, as pesquisas podem ser distribuídas, segundo
classificação adotada por Gil (2002, p.43-45) naquelas que usam fontes de “papel”, como as pesquisas
bibliográficas e documentais, e naquelas que usam dados fornecidos por pessoas. Grande parte das
pesquisas exploratórias pode ser definida como bibliográfica.

A pesquisa bibliográfica se desenvolve sobre um material previamente preparado composto


principalmente de livros, artigos e outros materiais científicos. Os livros, de leitura corrente ou de
referência, são a principal fonte bibliográfica utilizada. Além dos livros, também constituem fontes
bibliográficas relevantes as publicações periódicas, como jornais e revistas, bem como os impressos
diversos.

A pesquisa bibliográfica mostra-se vantajosa por permitir ao investigador o acesso a um acervo


de fenômenos já pesquisados muito mais extenso do que pode pesquisar diretamente, por se tratarem de
dados dispersos no tempo ou no espaço. Por outro lado, a coleta de dados a partir de fontes bibliográficas,
pode significar que o investigador somente perpetuará erros cometidos por outros pesquisadores. Por esta
razão, exige-se cuidado ao escolher as fontes bibliográficas a serem utilizadas, evitando aquelas de pouca
confiança e analisando com profundidade cada informação para detectar possíveis erros e os afastar do
trabalho produzido.

PESQUISA DOCUMENTAL

No esteio do ensinamento de Gil (2002, p. 45-47), a pesquisa documental se assemelha à


bibliográfica, sendo um pouco difícil a distinção. As duas diferem essencialmente quanto à natureza das
fontes. A bibliográfica usa principalmente as contribuições reconhecidas pelo meio científico, enquanto
que a documental usa materiais que ainda não receberam um tratamento analítico.

Na pesquisa documental, as fontes normalmente não ficam em bibliotecas, mas dispersas, e


podem incluir cartas, diários, por exemplo, bem como documentos arquivados em órgãos públicos e
instituições. Podem ser adicionados à lista documentos de segunda mão que já foram analisados, como
relatórios de pesquisa e estatísticas, por exemplo, e ainda, documentos não escritos como filmes, vídeos,
fotos e gravações.

A pesquisa documental é bastante usada pelos historiadores. Os documentos são fontes ricas e
estáveis de dados, e, como subsistem com o passar do tempo, tornam-se fontes importantes para aqueles
profissionais. Outra vantagem é a riqueza de informações que pode ser extraída dos documentos. Além
disso, o uso dessa fonte dispensa o contato com os sujeitos da pesquisa. Segundo Sá-Silva, Almeida e
Guindani (2009, p. 4):

Quando um pesquisador utiliza documentos objetivando extrair dele informações,


ele o faz investigando, examinando, usando técnicas apropriadas para seu
manuseio e análise; segue etapas e procedimentos; organiza informações a serem
categorizadas e posteriormente analisadas; por fim, elabora sínteses, ou seja, na
realidade, as ações dos investigadores – cujos objetos são documentos – estão
impregnadas de aspectos metodológicos, técnicos e analíticos
Contudo, o examinador deve levar em consideração que os documentos não receberam tratamento
científico, e as fontes documentais estão sujeitas à não-representatividade e à subjetividade dos autores
dos documentos. Um problema recorrente encontrado ao explorar esse tipo de fonte é a fragmentação
dos dados e a dificuldade de interpretação. A mudança sócio-cultural que acompanha a história também
é um empecilho para a interpretação dos documentos históricos, por isso, faz-se importante a
compreensão da conjuntura histórica em que foi redijido o documento. Ainda segundo os autores (2009,
p. 9):

Elucidar a identidade do autor possibilita, portanto, avaliar melhor a credibilidade


do texto, a interpretação que é dada de alguns fatos, a tomada de posição que
transparece de uma descrição, as deformações que puderam sobrevir na
reconstituição de um acontecimento. Na mesma ordem de idéias, é salutar nos
questionarmos por que esse documento, preferencialmente a outros, chegou até
nós, foi conservado e publicado. Muitas vezes, sobretudo num passado
relativamente distante, uma única categoria de indivíduos, ou seja, os que
pertenciam à classe instruída podiam expressar seus pontos de vista por meio da
escrita. É preciso, então, poder ler nas entrelinhas, para compreender melhor o
que os outros viviam, senão as interpretações correm o risco de serem
grosseiramente falseadas

A fim de minimizar tais problemas, é imperioso servir-se de um grande número de documentos


e de uma análise crítica afiada antes de formar alguma conclusão.

REFERÊNCIAS
GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. - São Paulo: Atlas, 2002. Disponível
em
<https://professores.faccat.br/moodle/pluginfile.php/13410/mod_resource/content/1/como_elaborar_pr
ojeto_de_pesquisa_-_antonio_carlos_gil.pdf>. Acesso em: 02 abr. 2018.

SÁ-SILVA, Jackson Ronie; ALMEIDA, Cristóvão Domingos de; GUINDANI, Joel Felipe. Pesquisa
documental: pistas teóricas e metodológicas. Revista Brasileira de História & Ciências Sociais, São
Leopoldo, v. 1, n. 1, p.1-15, jul. 2009. Semestral. Disponível em:
<https://www.rbhcs.com/rbhcs/article/viewFile/6/pdf>. Acesso em: 02 abr. 2018.

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