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Serge Paugam (coord.) A pesquisa socioldgica y EDITORA VOZES Petropolis Sumario Parte I~ A postura sociologica, 15 arse das prenocdes, 17 Serge Paugam ematizar, 33 Cyril Lemieux 3 Eseotha e limites do modo de obj Serge Paugam Parte II — As técnicas de pesquisa, 65 4_Construir uma amostra, 67 Jean-Marie Firdion 5A pesquisa por Isabelle Parizot 6 Conduzir uma entrevista de Janine Barbot 7 A observagio direta, 124 Sebastien Chauvin e Nicolas Jot 41 8 0 uso dos arquivos em soci Liora Israel 9 Por que a andlise das redes?, 156 Florence Maillachon 10 Articular as abordagens quan Pascale Dietrich, Marie Loison e Man 1 Afastar-se das prenogdes Serge P do tema inicial, constrnir wm verd questo sociologica que e: tas questoes so as que 0 estudan locam e tentam responder antes maximo de al escolha e5e, OU mal sociologica ef I do tema da primetra pr Por que um tempo tao longo? Em prime frequentemente guiada por tifico © das quais é necessario alastar-se progre: nao € ficil, jx que ele implica tanto um trabalho sobre si quanto sobre as nocaes do senso comum, sobre as categorias da vid: uso sistemitico pode levar a cegueira. A construgao d que o trabalho sociolégico passa pela enigmat evidente. Neste sentido, tornar-se socidlogo é ousar coloc: entes, mostrar o que esta em jogo por detras d artimanhas da vida social, sociais. Em terceiro lugar, porqu -vem entre a construcao erudita © a v desde as primeiras formulacoes da prol E frequente encontrar nas teses de bem como nas introdugdes de obras que dependem desta dis intitulada “Construgao do objeto de estudos”. Ge num primeito tempo a descricao eu queira. E se pergunta: O que faz dele um tema sobre o qual nna, interessa? Assim procedendo, ele cativa seu ma série de rupturas co iceitos € obvi ue 0 socidlo geralmente o resume em algumas paginas parecendo as vezes fruto de uma longa maturacao, dor, desconstruir as no- goes do sei ia em sociedad conceitos e submete-Ios & avaliacao empirica, enfim, engajar-se simultaneamen- te num processo de objetivacao e de qu natrios do n o tema jai \dor, debutante 1e aceita um aluno no momento da de- ‘acto de seu projeto de pesquisa muito frequentemente constata o vinculo geralmente estreito entre o tema que o candidato escolheu ¢ sua experiencia vivida, o ambiente social onde ele cresceu, os encontros que manteve, as dif dades cor se deparou, os problemas que © revoltam, as injusticas que ele condena, Fm suma, uma série de pontos que constituem sua relacio com 0 mundo. O socidlogo calejado, deste ponto de vista, ndo é fundamentalmente diferente. Ele dispoe simplesmente da prucencia de dissimular mais, aos othos de seus colegas, o que poderia aparecer como um obstaculo epistemologico ou de rigor a care Na realidade, a escolha de um tema nunca ¢ anddina. Geralmente, e em nao resulta de motivacdes inconscientes ou, no minimo, pouco im exemplo: Por que Durkheim escolheu o suicidio ao inves de ina pode ser efetivamente complexo e, em muitos aspectos, dificil de ser abordado, sobretudo no quadro de uma pesquisa propriamente sociologica, ¢, a fortiori, enquanto empresa cuja vocacao resume-se em estabel cer as bases de uma disciplina. Qual vinculo pessoal Durkheim poderia ter tido com 0 suicidio? Sabemos, por meio de suas cartas, que ele se autodenominava “neurastenico”, e€ que, por consequencia, se predispunha a refletir sobre esta questao!. Vale lembrar também q rastenia no capitulo primeiro, i ia necessar € necessario investigar, para causas, notadamente as sociais. O mais impress sua demonstracao, ele se esforea em apre: fredor, mas 20 mesmo tempo dotado de 4 muscular, sua sensi e excessiva, que o toma impréprio a acto, o notabi- lizam, ao contrario, por suas fungoes intelectuais que, inclusive istrumento de progtesso. Precisam por ser refratdrio a tradigao ¢ & sub temente fecunda de novidades” ’. Resumindo: st tante seu sofrimer sociedade, o tom empr se the aparece empat the é peculiar, a0 a sociais Durkheim 0 da aposta estritamente sociologica do estudo do su sar que este tema possa ter tido, para Durkheim, ao menos p interesse de ordem existe possa per ido por Durkheim Com 0 es s socidlogos jama sam e, no caso do suicidio, € raro que em um dado momento de sua vida, t com cle. E impressionante constatar que os socidlogos « geralmente sao oriundos de familias que imigraram ¢ que sofreram wm processo de aculturacao. Os socidlogos que se debrucam sobre a cultura dos ambien- les operarios e sobre a pobreza geralmente sito de origem social mais modes- ta, A mobilidade social € um tema mente por pesquisadores que conheceram um percurso integracio- nal ascendente ou, ao contririo, por aqueles que viveram uma experiencia de desclassificacao ou de degradacio estatutaria. Sao essencialmente as mulheres ham a questao do coneiliar vida familiar ¢ vida profissional, que sublinham com logo se inter 2 ou indireta ico em soci conviegao a questo 1. CF, sobre este ponto MUCCHIELLI, L. “Autour a le Durkheim ~ De inseription biograph eI: CARROY, J. SERICHARD, N. (orgs). La dec Fre Fes aurtes, Paris: UHartmattan, 19 2. DURKHEIM, E. Le 20071. Ch. exp. p. 33-46. 3. bid, p. 45, 1: Quadrige, assembleia € sas que io que busca A questao que se impac nao é a de saber se € desejavel ou nao que 0 socislo- ‘om sew tema de pesquisa, mas a de saber enfrentar Inglaterra, conhecido na Franca pela y sob 0 titulo frances La culeure du e— Estudos sobre ridade tudo © que se refere lade propriamente populares. c por essa mz, sua obra no pode almejaraobjetivida- nem por isso seu aporte é menos considerivel. Em primeito lugar, porque suas observacaes de carater etnografico sio extre- c ibstém de toda extrapolacao excessivamente (05 fatos que descreve com iniimeros estudos ‘uma preocupacio permanente de evitar toda generali- mbem estuca a literatura de origem popular fazendo . Hoggart nao bus- rio, reside em sua lo interior” 0 universo das nem na deriva miserabilista eesitarios sobre a condicao operaria. desta obra reside igualmente no incansavel trabalho de autoan: cou dissimut capacidade de 1970. assumido pelo ias ao desvelat se percebe, por ¢: sista de origem popular ¢ sobre 0 pr ccujos pais n Urge ter nominar “sociologia reflexi mplica uma ruptura do so de estudos. O pesquisador geralmente resi nconsciente, engal cientifica, tenta responder a um questio uma aposta do conhecimento soc Alguns socidlogos nem sempre se dao cont importancia, Pierre Bourdiew declarou que sua pesq termos de esforgo de objetivacao, reporta-se aos i sitirio que ele mesmo estudou, Em H caas lutas se reporta a esse mundo! vador impareial quando pessoalin de dominagio que se pretende estudar? N: 5, Pats: De Minuit, 198 0 socidlogo arroga-se efeti seus concorrentes? Haveria um sistema tnico para examinar este este empenharia ese ado em seu abjeto de pesquisa, o mais bem-situado para intentar esta classificacao? Visando a resolver estes problemas, Bow participante 1 deve ser confundida com a observacdo participante (cf. cap. 3 “A relagdo de pesquisa”). Apesar da complexidade deste exercicio, seu p mente em praticar um distanciamento em relagdo a si mesmo em face do objeto estudado, questionando assim a propria analise da posieao do socidlogo rng memento mesmo em que ele apresenta seut objeto de estuidos e os instrumen- tos de sua analise. Dessa forma € possivel falar de uma sociologia da sociologia, prati terior, do proprio coracao do pro a i sso de elaboracio cient de instituigoes que ntre a verdade objetiva ca verdade n mercado no qu te por cliente senao concorr nivem ace nsatdrias fornecidas pel ce subjetiva, que se borar subterflgios ou grati- nbiente. E esta duj Manter uma relagao pessoal com seu objeto de estudos amplia a di objetivacao, embora isso nao comporte nenhuma anormalidade. E inclusive praticamente inevitavel que socidlogo seja atraido pelo estudo de fendmenos sociais que © marcaram no passaclo, ow que ainda o marcam em sua ex cia cotidiana. © sociologo deve ser capaz de neutralizar seus sentimentos ou rechacar suas paixoes. Urge-The tomar consciéncia das proprias preferéncias ao delimitar o campo de suas investigacbes e esforcar-se da maneira mais objetiva possivel para prestar contas dos limites e dos inconvenientes da relacao fatima que o mais frequentemente ele mantém com sew objeto de estudos. E sob essa condicao que ele poder verdadeiramente distanciar-se das prenocdes ¢ evitar as ciladas da sociologia espontanea Consciencia comum, consciencia erudita Construir um obj comum ao sentido sociol6gico. Como qual de, o socislogo tem opinides, preferéncia com os seres. Os fendmenos que ele estuda — 0 sentido amplo ~ ni nao € 0 tinico a conhec num quadro de refere em sociedade. Esta linguagem co cimento cientifico. Os termos la v que 0 socidlogo deve questionar. Ele sociologique (As regras do metodo soc as prenogdes que dominam 0 Urge 0 objet de interdite reso dros cientificos ¢ rativas de historiadores ass ou a8 adagios do senso a vida, a fim de poder morrer de 18. Les regles de la metho so 9, CE. BOUGLE, C. Quist-ce deste termo, uuma expressio ite podemos conhecer a pobreza por termos vivido ncia, Alids, ¢ raro encontrar alguém afirmando nunca tama pessoa ow com uma familia vivendo na peruiria. A televisto e 0s jornais regularm balanco da pobreza sab forma de dl es, Mas no fundo, para além da percep- deste fenomeno ¢ do sentido espontaneo que the damos, de quem lamos quando nos referimos a pobreza? ter-se encontrado cot edo que 0 reflexo espontaneo € 0 de com uielos, est nindo quem sao os pobres no in= isar sua evolucao no tempo. Os siste em opor as Je um equivoco' o limiar de 50% da renda media por u no de 600 euros po 1 Franca, em 2001, 6% de pobreza, ou se} por unidade de consumo (cerca de 720 euros por més), 05 po- bres represemavam 12.4% da populacao, ou si m itaclo prova que existe uma forte concentracio de arranjos ao redor do pobreza consi © que este limiar contribut estabelec 12, 200, p. 18. dadleiro obstaculo episte Interrogacao sobre o seni Dito de outra forma: O que ¢ que es ial uma pes condicdo do pobre, 0 crit populacao. Um esirato q sua dependencia em relacao aos ow mo que temporariamente, co! que ele acaba interiorizand deni assisténcia ~ e, portant, de pertencem, Esta perspectiv: interdependéncia ~ entre eles € a sociedade aq tudar de f que os pobres assim designados estabe utarios ¢, de forma mais geral, as prova\ naquele momento € ‘A passagem do senso comum ao senso sociolégico mente simples. Na realidade, a que: questao mais dific 13. siMM Enesia CL PAUGAM, S. Les, 10 que a nogao é, equivaca. Cada um deles pode _ visto que 0 s assim como para a propria larcar al com 0 uso quee se faz das te x ra ou dos termos utilizados no debate so fica esquecé: fazer dle conta que cles nao existem. Como o lembra Fran- ois Isambert, ¢ impossivel subtrair-se inteiramente as prenogdes, pois, “inicial- nao nos sto dadas pela percepcao, dicadas pela mente, as coisas social sivel, mas de jeito nenhum neg! dizia 0 mesmo quando afirmou: Urge munir-se de todas as pecas dos conceites novos, apropriados as de uma termin que, por conse- 15, BOUR 16.CE.ISAMBERT,F Del 1¢5, Op. cit, p21 inition —Reflesions sur lastrategie durkhheimienne de determi 132, 1982, p. 163-192, de jet", Annee Soc Consequentemente, querer sisi ‘mos em razao de seu carter vago ou desprezar as que icou 0 porque um grande acao de cor quisador € a de eselarecer estes termos, super: comece por sua descor ‘mesmo Ihe estando int ciencias sociais c Em segundo lugar, isso nao si sohutamente ao uso destas ferramen estatisticos que servem para med linguagem comum, Voltando ao ex: Jo, mesmo se 0 npor za: do dos indicadores comparados ¢ variavel segundo 0 contexto cultural de cada uma das sociedades estudadas. Ele podera indicadores as representacoes coleti de intervengao no do mente dependentes, a0 menos pa econdmnico e do mercado de trabs Se as vezes parece \guagem comum, o socidlogo deve os utiliza em suas finalidades cic Rumoa m questionamento novo dade, interroy rentarem a situacto de pesqui- 5 precos di © proprio poder a zes acusam explicitamente os responsi reat d P e c wle que suscita um debate social para A tradueao nao € imediata. El questio sociolégi je10 a ser estudado, O socidlogo nas implicacoes ligadas & siwuacao re no espaco social. Ele se esforcara na prestacao de contas do meio ambiente mediato das pessoas proximos — vi entao exp quanto tal, mas es — © a sociedade em geral. Ele poderé igado a per tivo ene siedade que esta perda alimenta, as desigualdades que ela acto do status soctal que neraveis da populacdo, O socidlago considerara entao que o fendme- ia dos precos, apresentaclo nas miclias como um problema variiveis segundo as categorias sociais, e que ais. O socidlogo poder também estudar a nies tipos de despesas comparando orcamento de varias familias, assim como outrora o fez Maurice Halbwachs!, Ele te, Op. il, p. 38, # Ofteio de so igada ao dese dos consumidores ¢ a de restringir priori minimamente nao a sauide partic Passemos para outro exemplo. O atualidade, e hoje mais candente aind: vez que um caso explode por ocasito de um teste considerado po pesquisa é requerida, © 0s amadores do esporte ficam de or saber se uma infracdo foi realmente cometid gem se repetem regularmente, a credibilidade desta socidlogo nto buscar co buscard dlistanciar-se em relagao ao que € aprese escandalo, ou como um flagelo a combater. Ele igu ‘amento de ha em pé questo: Como ainda é pos- sivel que desportistas se dopem? Este enigma passa por varios deslocame do olhar. Nao € este caso particular que intere mais geral da dopagem, Primeiramente, se corresponde a uma pritica corre esporte de alto € encampada por especi esta pritica é regular enquanto exi saneao, € que ela ¢ dissim de suas facanhas, um pouco co! Enfim, 0 socidlogo tentara compreender como as desportistas de tavelmente confrontados em um dad 1m objeto. Assim proc fas facanhas esportiv le transformar-se-a “cacador de segundo a expressio de Norbert © socidlogo que se atribuir o encargo de estudar as condigoes sociais da relagdo amorosi, ormar-se-a num desmistificador (cf. box) Em certos casos, precisa distance wel a avido de herdis, jas". Da mesma form tormo do amor, emoeao josamente interpretado como que 0 objeto de est das expectativas a resignar-se a qualquer ju problematizagao -administrativas se impoem como ju: relegado a pesquisa. Para 0 soe a, pervebe-se stamte precisas de classe, de ren- iS” quiestoes, pelos respo que o solicitam. Com um pot ante isso fazer evolui xlelos aos quais obe- tama rede a sociologica. Tr favoraveis, de interrogar a pro pedagogia em r. der que o angulo i conforme ao esp entio abster-se de colaborar com seu projeto. | Na pritica, 0 socislogo responde regu emanam dos servicos de estudos dos 1 s, © So redigidas por com uma formacao em ciencias sociais, mas outras sao me sem nenhuma referéneia aos trabalhos cientifieos © apenas se pre: necessidades em vista da acao. F Mudar o olhar, procurar “ver nas entrelinhas”, desvelar o mundo social | des da pesquisa contratual. A slo outro tanto expressoes que permitem identificar 0 trabalho sociol6gico. | sociolégica. O socislogo corre o oun nao tem nada de cien planta-lo ¢ efetivamente li eda ideologia pol la société moderne. Paris: 1973, p. 98-59, todos os casos, ‘0 € que, com o tempo, se Jo a pensar icita dos mi ante das prenoci (0 formuladas na pol od 10 s0 qu ea mente desconstru ntemente a regras © nenhum sociologo pode desinteressar-se dos progresses a. O saber, neste dominio, no ex nao meio ao servico de uma m preensao da sociedade. Preocupado em elaborar para ca plano rigoroso de ob go € convidado a fazer expe- is nuumerosas € divers ¢ nao poder realmente progred ar provelto disso, se nao pousar 2 Problematizar Ese o mais d 0, Se apreseni n dee seja porque se asseme re Bourdicu, ques stes desc problema, Asticas sto quentemente revestidas a “profund neatal” ~ aderecos capazes de impor respeito a Sto as rellexoes gerais im, rellexdes, ao fato de saber se 0 atual andamento ou nao. Estas questoes “prof se nossas formas de pensar i individuos, agindo c sem proposicdes verdadeiras, justamente porque os f ciologia Ihes fornece Principios nao sab 22. BOURDIEU, B.& pendem da soc represemtar d er estitico, desprovido de historicidade, m sua resposia de principio’ ‘es a respeito de plo, em per- de ferias por ano, e se esta fa mo as relagaes entre alunos ¢ profe posicdes diferentes assumira jentemente, este genero 10 € desprovido de interesse dado 0 longo passaram sem articular-se 108 atolam no somente [ossem eapazes de pr pouco avangariam na compre' perguntar-nos se a sociologi 10 do mundo soci val € tecnicos do so- 5 AS questoes que seria desprovido de pena, ja que fildsofos de outro, ser mente irilhassemos este caminho, perder sociologia Oquee, do social tiza um ol ao endereg nal, este espirito? Ele é uma arte de tornar pro lores prio- war sobre uma atividade social buscan 0 sacidlogo, arlhe certos tipos de questoes, pode fazer reaparecer o arbitrario agao negow-lhe. Da mesma idade, mas o fazer, m uma ‘& ROSENTAL, C. (orgs). La cog es, 2008 Paris: CAube, 1991, ora, em peintpl (o da analise sociologica pro para o essencial, a partir das expect maneira de quest fazer reap “naturais” trangquilamente afi 0. Ele inadas real ou que existe: Semelhante gesto i auténtica, O objetivo concretame: ser re nda a pro} islas como formas di tal gesto e, por essa dois obstaculos sao sucesso. E por essa razio que antecipamos uma ato de prol um enigma ¢ mesmo Tornar enigma Como 05 sociologos se pritica, ¢ sempre a mesma sarse de uma erenca c relativas ao objeto que mentos 4) Perguntar objeto sto ve m nos faz cn afetando some! se sio sempre eminentemer que elas, pois, dizem respeito “exc io sempre tem por consequencia algo de imprevisivel e de ia esperar que a taxa de suicidio nacional no. 3) Podemos, contrariamente, constatar ccional. Por exemplo: na F em 1857, eram 10, sivamente, 4) Tamanha vamente & psico- logia"”; 4 inexplicavel. 2) Normal variasse al ‘uma grande estabilidade na taxa d 1856, 11,6 habitantes sobre 100.000 se sui 1858, 10,7; em 1859, 11,1; em 1860, 11,9; € ass lade nao pareceria e plicar que a taxa de suicidio portanto, candalosa ¢ “proscrita tanto na A\ owtra form: do capital no quadro d merecem destaque. Primeira: se Durkh trabalho’ cle somente teria consegutido formular questires esco~ As Duas observags do a etapa de n. fcas; Seria 0 suicidio am ato real rbittio? Segunda: se Durkheim tivesse partido da etapa den. 3, ele ja um verdadeiro enigma, contentando-se entao is como estas: “Como, na Franga, a taxa de suicidio decénio 1850-18607"; ou, “Os protestantes, durante este mm maior ou menor numero que 05 catolicos?” Trata-se do tem praticamente nenhum interesse socio! ivro de insignificante valor. A do esta ¥ ‘obra com sempre maior interesse si n conseguitt centrar-se num verdadeiro enigma. Pau etapas mencionadas foi-The necessirio: sem inacessivel. 6 quanto Durkhe’ este resultado, 0 con} isso, a quarta etapa se smos 0 Reno € mudemos de estilo soci sociedades humanas observaveis desde a aurora da hu ‘momento em que os luos conseguem obter ‘ou bens, ott os consomem (p. ex., através da or larecer que A propésito dos logico. 1) Em quase todas ania do jente ts), otL as €€0-__gico pode ser referido a esta enigmatico” permanecam em estado i Atravess n alimentos , deparamo-nos com individuos, empreend istas burgueses, que se comportam diferentemente, ¢ que buscam mnalmente o trabalho no seio das de obter o maximo de excedente possivel. Quando, por essa via, eles conseguem ar ascecedente esperado, negam-se, no entanto, a consutmi-lo, demonstrando —quencia, aprender sew interesse so scetismo, embora tampouco economizem: cles preferema reinvest iuina economica, organizando sempre mais racionalmente © trabalho nnos fornece apenas um procedimento para tornar enigmatico 0 mundo social amos: ela também oferece chaves para ler le maneita mais perspicaz aso} ‘no seio de suas empresas a fim de obter mais excedente ainda, Quando, por essa as as ciencias sociais que nos apar mesma vid, conseguem novos excedentes, igualmente nao os consomem, nem ‘os economizam, mas os reinvestem novamente na maquina econdmica, Teorga- mente ainda o trabalho, na esperanca de obter mais exce- nizando mais racion: ial © pesquiisador assume um duplo tisco de levantar © que poderia ser resu- a rua onde sumaria- for- nclas apresentam”, pergunta-se ele? Eis 0 exemplo de uma quest3o iva. Tanto mais perceptivel porque a resposta do transeunte tangulares (2+ casas e transeunte, com sobre 25), sendo que nos 4% restantes clas sia redondas' produziu alguma ? Blt € dificil pereeber-se um © se 0 socidlogo estiver disposto a interagit com ‘onde 96% das janelas eram le chegar com esta constatacao? mente, tanto nesta uma respos! fe que, acentuando a esmagadora st “Nossas repre- icariam, tratanto-se de lares na mes sentacdes espontaneas sobre 0 que é uma pudesse denominar nosso 0s comandar pensamentos ¢ gostos espontaneos de arqui- tetos (0 nos enganemos: sua quest4o nao tem nenhum, superior a questao do transeunte precedente. Ela obviamente deixa de ser as passa a ser escolastica, ja que ignora os fatos empfticas = par ¢ 08 44% das janelas redondas constatadas. Ela coloca e1 ¢ 0s elementos das constatagdes reconhecidas (as casas de 1a) ¢ tenta, a partir de la, interrogar-se sobre 0 rt angulares enquanto norm: raseunte se apresentasse com a ambicio de construir um Ihe-ia primeiramente necessirio o seguinte: conseguir entre, de um lado, as predicoes inferidas a analise das inclas, nesta rua, tendendo a ser retangulares, obvia- ‘que a 25* casa, também ela, possut janelas com a mesma forma) ¢, de outro lado, 05 elementos empiricos que contradizem estas predigoes (a 25* casa possui janelas redondas). Somente entio cle estaria a altu- rade propor a inte questac: gular, por tangulares). transforma enta produz, em em sociologo Box 1 Qual € 0 "geste ¢ A Socie or qui O gesto eritico dle Norbert no e, para sobre seus subordinados, leitor moderne permite lar 0 desejo dest o de questdes descrit de poder tica ~ aquela em que todas as forcas VELIAS, N. La societé de 2 Ibid, p. 118, eS Ct—=sSz 1985 [1 ed., 1969]. proprio do enigma ja alguma chance de is a0 pes- co de recorrer, para que 4 pesquisa de dadios empiricos ainda nao dispont antes ina los ja disp. pesquisa empirica suplementar, juadramento conceitual dos As questdes descritivas, por sua vez, resistem pe -m exigem, a fim de que uma resposta que elas nao 0 sao, Podemos primeiramente pensar no teste da to as qi fas, a propdsito de um mesmo tema, entar em m1 € sempre tinico, 1 sem problematica se perg te de Washington em 1955-1956? Como ele nos anos seguintes? Como fi das pessoas internadas? Havi era, nos Fstade 2 O fato deel intamente uma impor complexidade particular do tema reve ar. Efetivamente, 0 objetivo nunca ¢ 0 de esco 5, aquela que valeria a p tal ali mais negros que b Unidos de estas quesides ¢ de a munhar u Idade em problema u dade de questoes descri neato de qual crite. nte, mas também mais a forma ce um enigma, 0 critico em relacdo x uma rea vez realizado este gesto, o pesquisador dispora de wm dominio ‘bre esta realidade, seja qual for sua complexidade”. © proprio s, 0 de sempre fornecer ao pesquisa izacao dos di colocada — em. tivo € mais simples ils, opt bem-sucedio €, hierarquizacio, de selegao e de orgs ul vod ticas proble segundo tes it quuestao € 0 da recusi a exa fas possuuem efetivamente por caracte- ristica notivel 0 Je estudada possivel ni impossivel de ser aleanca pesquisador do proj fazer um inventar entrar na genese nos 0 direito de exi Jo que ele nos « quest fundamento do enigma que Durkh ile de discriminar 1 usoria de um ideal de exau: Incapacic Reconstruir seu objeto de estudo Ao “natural” do objeto de estudo tende a m. Assim, por exemplo, a d © objeto sociolégico a ser estudado. E somente reconstruindo io” ao redor da ideta de que existe alguma relacao, a ser de- mal e entre pos de suicidios”™ que jorada a contradi¢ao 20 fundamento do enigma, Durkheim esforca-se assim em construir um wa de su Da mesma forma vemos Max Weber, uma vez tendo conseguido nem ivamente” mais uma vez tendo tor- -xercida pelo monarca, foi levado a construir um ominado por ele “equilibrio das tensdes” no seio da corte. Este objeto novo o autor dominagao, bem como do moderno emana meio engenhosa segundo a q Op Se possutsse 0 espitito sociologi do conseguido tornar problemat neipio da dupla construir s w-Se Com uma conce} (isto €, uma abertura numa paredle), ja que e relacto desigual observada nest e deria ele satisfazer-se mais con uma janela (a saber: caso, ao invés de manter unido, ele seria con: analitico o fato empirico contraditério q (isto€ de janelas redondas). Para cletuar, em relacdo a estes dois tipos de abordagens, tindo-Ihe apreende-los em um mesmo plano, Ee ‘que costumamos denominar, em socio! presente, 0 pesq estudar, nesta ruta, as praticas sociais consisti numa parede, ¢ em real Ora, um dos pontos essenci guinte: o novo plano anal permite Busear uma ex na qual sor sei iw contra a tentacao de deduzir, existencia de uma que seria necessaria ra de explicar a exist destas janelas, Contratiamente teria surgido a perspectiva dew socioldgiea homogen: bservada: se mu as pratic: E que, dito diferentemente, elas possuiem u se opde rad propria a abordagem localmente domi efetivamente do pio que somente as janelas retany facilmente poderiamos pensar que as janelas re praticas nao naturais, isto 6, sobrenaturais. Con que elas tem por causa, por exemplo, a fantasia pessoal ou a doenga mental d proprietario da 25* casa necessidade de ex} no, se nos aparec O socidlogo Davi neira homogenea, o que. ‘Vemos aqui em qué o principio de simetria dae dade geral pode ser reconhecida em cienctas so nente de uma reconstrucao correta do objeto a set la é, de alguma forma, o emblema. Sempre mente ela faz aparecer uma clausutla cuja oriedade' estudado, sendo que deste objeto que a reconstrucdo do objeto ¢ imperfeita, efeti resulta efetiva do fendmeno estudado e, em pé de igualdade, uma “desnaturalizacao” ou uma ‘anormalizacao” dos aspectos julgados nao naturais ou anormais™, io de simetria de Bloor soma-se ao que se convencionou denomi- ausula de homogeneidade da explicacao”, formulada por Durkheim, no obra Les régles de la méthode sociologique (As regras do método 0). Esta clausula faz referencia a afirmagao segundo a qual “os fatos podem ser explicados por fatos sociais™". Poderiamos distinguir, a tal (fatos € contrafatos) € homogencida deve ser explicadlo por outro fato social). Mas estes dois tipos de homogeneidade, \lissociaveis € formam um sistema Isso porque, a partir do momento que um fato e seu contrafato sto submetidos 10 de explicacao social por de- cada um deles et al), Assim a apl fazer 0 prin serem explicados, bem como os fatos explicativos, nao enquanto fendmenos psicologicos ou materials. Consequentemente, nosso nao tem nenhuma chance d soci se referido uma causa social (homogencidade cipio de simetria de Bloor necessariamen- indo em atar os fatos a 40, DURKHEIM, F, Les hth. p. 109 °A ca Box 2 principio de dup Quando Max Wel dor burgues” ocider icar a mo emergencia deste esas da época, Sendo por razGes outa levada, sobretudo cchineses, out em razao das caracteri caso cle teria perdido © que de: duas razoes: 1) Porque ws sociologia, caracteristic No fundo, consteuir um o log junto dos fatos de forma que o enigma coloc extrassociologicas. Isso pode ser afin durkheimiana de homogeneidade da expl vertical), bem como a partir da afin casos, a construeao do ol constringe o pesquisad to ~a fim de tornar pos- mogenea investigada. Mas ela leva determi sivel a explica igualmente, } E assim que vem suas obras (De la divi igieuse (As formas ‘uma apos outra, nde estudar: do fenomeno social que ele e plica pela raca; nao, ele nao se explica pela 0 se explica pelo el Simplesmente porg homogéneas com 0 editari 0 se deduz do objeto sociologico, osto ao pesquisador as condigdes de veraci- dade, Esta eliminacao deve antes ser vista co icao que contribui por si mesma na construcao do abjeto sociologico. Ela star se a ex plicagao candidata estara a altura de satisfazer as exigencias de dl geneidade que a explicacio sociolgica deve respeitar. E desta forma que, exemplo, Durkheim se esforca para mostrar, apoiada que nenhum dos fatores supracitados (raca, hereditariedade, revela-se & altura de tornar previsivel e explicavel o fendmeno social do sui- cidio, Através desta operacao ele emoldura passa a passo o suicidio enquanto objeto sociolagico, isto é, enquanto objeto que nao pode aceitar como causas wusas que sejam homogeneas com o fato social que ele como se ies meiros possuem a faculdade de tornar possivel uma explicacao sociologica simétrica e homogenea. Isso significaria afirmar que as explicacoes que nao resultam de tal consirugao — em particular, as explicagdes “profanas” dos fe- nomenos sociais ~ devem ser sistematicamente considleradas falsas pelo socié- logo? Sem dvida seria mais justo dizer que elas devem ser vistas como inade- quadas ao projeto de explicacao sociologica, Por um lado, de fato, ¢ obvio que enquanto nao satisfazem 0 principio de dupla homogeneidade da explicacao, estas explicacoes profanas s6 podem fracassar ao tentar fornecer ao mundo, social uma interpretacao propriamente sociologica. A logica que clas propdem nao nos protege da tendéncia em designar como causa ce um fenomeno social (p-ex.,a delinquencia) um fendmeno que nao o € (p. ex., 0 fenstipo das pes- soas)"'; nem contra a tenden mente transgressive (p. ex., pouco sociolégico nao ou explicacdes absurd agica que elas demar de seu fandai demos conch lo mundo se Jam € muito ociats € nao em suas causas. F pores se um objeto da pesquisa. As explica perpetuar-se, pois, somemte porque regularme £. ADORNO, T, Des ”, Paris: Exils, 2000 CL GARFINKEL, H, CE BOUDON, R. um objevo ou o dle uma parte do objeto estudado. Este objeto, ou parte dele, o, deve ser levado a serio, ja que o raciocinio saciolégico plenamente da forma com a qual no entai lexivo impoe ir alem de nos se &) is deste preencler 0s el saramos para estuclar: Quais ol plicagoes profanas mologicos tais ex- » social 10 perto dle respeitar a cliusula w sociologica™, Ao localizar © que ainda para resp de consideracoes constru inves de Num seg nas pode nao implicar mais a ai das explicagdes. A partir de ent ca dos atores transforn ‘empenhar-se para destituidas de raciocinios abstratos ow beneficiam de uma ancoragem “nat sociais. O que The € entao susc questoes enderegam ao p iar comtesti-la, O tormar enigma entre as expectativas (con fatos sobre os quais urge mos Fatos c torios q abrir o plano de uma explicacao sociologica duplamente homoge: recapturd-los em um caapos ap 6 inicio, estas tres operag empitica, nao é menos log Ela efetivamente comporta um ar de necess ma colocaclo uma resposta qu tar ao enigi se o especifico das explicacoes profanas ¢ 0 fato de elas serem jcar (que esta mei com os pequenos soldaclos, se exp is explicagnes socioligicas 1 € exterior a estes diferentes fatos cles mesmos, ¢ a la de nenhum dleles; o fato de ser uma menina no a pref outros termos: a nismo, visto naneira de py ie ficaz na vida corriquei- n método i No maximo ele pode arquitetar 1ando 0 cutidaco para que elas respeitem a cliusula ngar uma resposta lidade da construcao de seu objeto", do objeto e pesquisa: a definica jetivo de construir u obje sobre suas exigencias ¢ seus métodos, ¥ a estas ¢ a outras questdes. Nosso que nao pode ser deduzida do circu defendida nao poderia consequent de empirismo raso, se por isso ¢ erm si, mas somente um meio ~ o unico dispont do uma resposta cientificamente satista Wo de s jos € precisamer exame de inumeras vari is" — exame se es estatisticas em fungio de diversos “ca © qual o vinculo entre grau de integracao social e itm poderia ter vindo a tona, Da mesma forma, Weber 1 exp car a emergencia de um “espirito do transgressivo em relacao aos comportamentos econdmicos ntes, Seriao apos 0 exame deta- Ihado dos textos fundadores de intimeras seitas pi do século XVI, incluindo os que expoem as c primeiros capitalistas modernos, como Benjat transeunte mencionado neste ca e aprofundada sobre o proprietario da 25* casa e seu lugar no seio da comunidade local, assim como sobre a evolucéo das praticas locais em materia de relagdes de izinhanca motores, gu Jjanelas daquela rua possuirem formas redondas, € nao, como era de se esperar, retang lares, 3 Escolha e limites do modo de objetivacao Serge Pau 10 de um objeto d jamentos em relacdo a si e a esco mas também em relacio as prenacoes ¢ a dlemanda soc! cadas a ele. © objeto de estudlos correspond sociologica da qual geralmente decorrem as reexaminadas, enriquecidas ¢ as vezes trans! estudos passa por um con: ictal do tema d € inst servem de matriz a formulacao cle novas hipoteses e, em seguida,c ricos suplementares. Este trabalho frequent truir um objeto de estudos ¢ a fazé-lo ev deve ser acompanhado por w -xio sobre 0 modo de obj apropriado e por uma interrogacto s. 1s deste modo. Neste capitulo estudaremos as escolhas meto cidlogo deve fazer antes de engajar-se re 08 impoem neste estagio prel escollta do modo de obje limites inevitaveis do proprio processo d As escolhas metodologicas prévias Quando elabora um projeto de pesquisa, 0 s0 estuddos inserevendo-o numa problematica so meira parte deste livro. Um projeto de pesqui Em ge logo nao pode res- las as quesides que a pesquisa de campo vai sus- nas ele pode antecipar algumas delas, desde que, em funcao da pesquisa assum metodol lativas ao tipo de pesquisa a assumir dependem jos, mesmo se a definicao deste nao seja defi neste estagio da pesquisa e se o se reserve a possibilidade de la em um sentido ou outro is primeiras constatacbes de €s quesioes prévias: Junto a quem Segundo qual as sociais que pod: mente 0 socidl a? Em qual 0 levar em conta 6 conjunto da populacao ao contriio, uma par no fato social em questao ou acentuai nos 0 exemplo de uma pesquisa que vorcio. A pesquisa pode concernir o conjunto das catego- ou somente uma delas. Poderfamos levantar a hipstese ‘orcio das categorias popul ngular em re- ras categorias, ¢ que Urgi ntre varias categorias os efeitos do divorcio examinando de forma es- ir estucar 0 efeito deria ser efetivamente interessante interrogar-se mais particularmente sobre 0 divorcio de jovens casais ou, ao contratio, sobre casais mais idosos, proximos da aposentadoria, © sociologo poderia tambem consentir que 0 mais a priado € 0 estudo enquanto tal das variagdes da experiéncia do divércio, e que seria preferivel neste caso nao restringir seu objeto a uma parcela espeetfica da populacio. Seria igualmente importante determinar antecipadamente o lugar onde vai ser realizada a pesquisa, Se o objeto de estuclos é a experiencia vivida do desem- prego, o socislogo poderia optar pelo estudo deste tema em uma regio especifi- ca fortemente atingida pela supressito massiva de empregos em razao da falencia ‘ou do deslocamento de uma ou varias empresas; ot, a0 contraio, optar por nao limitar sua pesquisa a uma zona geografica particular, analisando o desemprego de uma forma mais tal ow tal pais. Tomemos outro ex: fatores sociais da angustia psicologica da popu de pesquisa é seguramente determi pesquisa em tal ow tal cidade, e, no seio em funcao de hipoteses pre Determinar o lugar da pes lidades se apresentam, Os ¢ de acesso podem entrar no computo, mas 0 socislogo nao po fazer economia de uma escolha racional Enfi deseja privilegiar. Ele pode recolher dados objetivos, ou dados mais subjetivos. Os primeiros se traduzem freque! por una medida quantitativa: 0 montante da renda e das despesas, 0 de contatos por idas, as op ados na mesma pesquisa, mas, na prt cathas aclaradas por seu objeto de estuclos. © soci escolher pesquisar por observacao par degradacio do v como um processo de actimulo pr tuaram a degrad social ¢ a marginalizacéo em relacao aos outros trabalhadores. F possivel dis- go: 1) A pesquisa di arsfeld 2) A pesquisa nento da vida 47, LAZARSFELD, P; JAHODA, M. & ZEISEL, oyed aprofundadas, euja Lepr mapper constitu a ilustracao rislos no livro Cada uma destas pesquisas problemattica especifica e depende de escolhas metodologicas 10s ver quais, das em cada uma delas a experiencia do desemprego, Paul Lazarsfeld ¢ sua eq lo satisfazer plenamente o s oficiais © as reportagens de carater soc Nos procuravamos, escrevem eles, afinar representacao associando a utilizacao de um material cifrado proprio te. Para tanto, deviamos, por um lado, estabelecer ienthal contatos muito estreitos para poder apreender is intimos de sua vida e, por outro lado, ter de cada jornada uma nfim,o todo devia c jaa um numero maxima- ‘pe reduzido de fatos sign © obj possivel sobre a vida ivo era conduzir uma pesquisa a mais precisa ¢ ana dos desempregados. Os autores, alls, afirmavam mo possivel para culminar num ‘A experiencia do dlesemprego € descrita nas narracoes vida em Marienth: js desem intimos. Os dados abjetivos, em parte, |, a prefeitura, as associagdes. Quando mos sob forma de menus, 48. SCHN, 49.CE GAL has efetuadas cm tres pesquisas Tabela 1 Comparacao das 38 |S ip EF 2 SPS 32 ge 5 BE 2 \g222 2 ee ‘ G\eis2 £ 27k ¢ B/fEGs £3 E22 § 2 (22 £ 32 33 2 a30C«d & EEG 23 0C«@ ¢ Sy2F ag z 3 E eee 33 3 3 3 28336 g : 4 063) «643e 82a Bs E 2B B £8932 e3 & @& & #8432 rdagem deles fc lo foi o de esu iso, a defi tacao a priori daquilo ha da populagao ¢ do lugar previa teve por el wemto do ano, com as vat I estudo de caso. Um dos limit mos que nos hai le. Por falta ‘com certeza em que me ndo um emprego ~ numa distingue do desempregado que vive exclu wir os dados psi- ro “reduzir ntes a toda descricao de uma situac: impressao nao confirmada pelos dados quan- prego. mesmo se a con} teresse metodologico que ela represent confrontar-se nder a elaborar u 4s professores continuam, mais de vinte anos omendando sua leitura. Ea razio p pos sua primeira aparicao, re A pesquisa de D 100 entrevistas Marienthal (Os desempre- gados de Marienthal), de uma monografia, mas de uma pesquisa qualitativa escolha das pessoas interrogadas foi feita visando a obter wma am Uadlos eecolhidos, thi tra diversifica cioprofissional primeiramente deserever ou invent desempregadios ~ mesmo qu \e Schnapper su gem de desvencilhar as respostas d gado”, & qual os desempre; sumariament confianca do entrevistado, obter senao ‘a0 menos uma expressao ao longo de uma extensa e1 simplesmente fazer ex; estilo pessoal ou sua pe he € p Mas nem por isso a “Este material auto 0s diversos elementos d que i iam esta experiéncia, sem q fatotes. Ele certamente permite elabo mente Ele nao autor tal ou tal form lo entre as an por o © estudo a part presentativa perm de desempregados pesquisa concerne a cisas sobre os efeitos p: uma regido a outra ou de varios anos as na Europa permaneceram bastante frequentemente esbarravam em vida do de desemprego. | ses que nds aprese! 05 mativos Sendo pel de uma pesquisa por q © estudar 0 efeito 57. CL 58. Ibid, p. 60, nie exeepe es da Unido Europeia. Por avas va). No entanto, 0 repre: europeu e Fe paises € est € igualmente e: pesquisa a ia do desem- © pais a pais segw stema de indenizagao mpregados e as politicas d ein esc desempreg, ‘aa propor wm quach Cada vez que 0 socidlogo na mesm: sa, No tos, ser- funcao de sew objeto de ispae so cont objetividade. Raymond Aron € sem divida o so {cou na erftica ao pensamenta socioldgico. ico uma distingdo analit argumentos se enc: Asselecio arbitri convencional ¢ 2 di hava que os socidlogos, nota soctal a partir de crit smente). 3) A p equivocas. 4) projecdo na propria sociedade do ou deméritos da orclem so te-ameticana de ent zacio dos Mesto 4 das prenogdes, no sentido 2es de maneira inconscient o eapazes de do tomarem sul sociais ¢ e deve esc mpitico, Alids, ele recomenda que o socidlogo ntos de valor que espontaneamente seus leitores encarnam. ifere do homem politico ou do homem da rua no sentido de ncias ou de e de ia: ow de denegrir sistematic tos insepariveis do regime que cle escolhe, pelo 10 dos méritos proprios ao regime que ele combate’ tese sobre As regras do metodo sociologico, ‘mesmo se, como vimos, a obra deste tiltimo. ic. Ele reprova efetivamente este ultimo de haver crido garantir a neutralidade impondo ao sociologo uma especte de ascese, interd do as tomadas de posigéo politicas ¢ os julgamentos de valor. Esta interdigio € possivel de ser respeitada, e Max Weber, Jaque a sociologia que se interessa p Convencido que a neutral no garante a abjetividade, Ato na localizacao dos fatos ¢ na mente clarificada, da sociedade. E assim ica fundamental entre neutralidade ¢ e apoia-se numa sequéncia logica de enca Lerpretacao saciologica € obj pode haver compreensao senao apos o discern dos elementos, 2 localizacao dos pria a uma especie de orem social em Para Aron, em sociologia e mais geralme equidade pode gara sobre as c lad ferece a ‘a sociedad ele, se parecem sempre com a imagem que thes usando conceitos de status ¢ de fumeao, Mi tente, para além dos sentidos ou revelados por sua proj de forma implicita, uma ispensavel pata que a passagem do sentidlo latente para o sentido mai coincida com a aparigdio de uma verdade. Por o em sociedad surge como uma etapa essen quisa sociologica, nem por isso se deve esquecer que sentido a ser desvendado, Dito de outra forma: Aron ca relleir sobre as condi¢des sociais e desenvolver, acerea de suas. em para compreend Pode parecer um pouco surpreendente defer cess0 de objetivacio que passa inevitavelmente de pesquisa o mais apropriado c, ao me: nesmo es} sociedade. &.T.1, 1960, p. 175, derivas possiveis as quais conduz a crenea ilimitada na infalibilidade da objeti- vidade sociologica. Entretanto, é desejavel que 0 socislogo que empreende uma pesquisa saiba simultancamente escolher conscientemente 0 melhor modo de objetivacao tendo em mente, seja qual for a solucto vislumbrada, que a obje- ia € ulm proceso ou um horizonte ao qual se aspira, sem terse a certeza de atingi-lo inteiramente. A consciéncia dos limites da objetividade deve traduzir-se por uma vigilancia ainda maior no mo- mento da escolha do modo de objetivacao. Ea este preco que a sociologia pode- er considerada uma cigncia fecunda, mas também socialmente wil idade © noe Parte II As técnicas de pesquisa

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