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A Produção Biológica
Abril de 2017
ÍNDICE
Introdução.............................................................................................................................. 9
1.2.1 Dimensão média de cultivo em agricultura biológica por tipo de cultura .............................14
4 Consumo.......................................................................................................................... 49
Figuras
Quadro nº1 – Importância da agricultura biológica (AB) em relação à SAU (2009 e 2015) -
Continente
Quadro nº 2 – Agricultura Biológica – Área total, nº de produtores agrícolas e área média das
explorações (2015) - Continente
Quadro nº 3 – Superfície média de cultivo em agricultura biológica por tipo de cultura (2015) -
Continente
Quadro nº 4 - Distribuição dos diferentes tipos de cultura por região (2015) - Continente
Quadro nº5 - Efetivos pecuários em agricultura biológica, por espécie e por região (2015) -
Continente
Quadro nº6 - Dimensão média dos efetivos pecuários em agricultura biológica, por espécie e
por região (2015) - Continente
Quadro nº 7 – Natureza jurídica do produtor biológico, por região (2009) - Continente
Quadro nº 8 – Natureza jurídica do produtor em agricultura biológica, por região (2009) -
Continente
Quadro n.º 9 – Operadores biológicos registados – 2014/2015 - Portugal
Quadro n.º 10 – Superfície cultivada em agricultura biológica por tipo de culturas – 2014/2015
- Portugal
Quadro n.º 11 – Superfície cultivada em agricultura biológica com culturas temporárias–
2014/2015 -- Portugal
Quadro n.º 12 – Superfície cultivada em agricultura biológica com culturas permanentes –
2014/2015-- Portugal
Quadro n.º 13 – Efetivos pecuários em agricultura biológica – 2014/2015 – Portugal
Quadro n.º 14 - Produtores de aves e processadores de ovos e ovoprodutos –anos 2014 e
2015
Quadro n.º 15 - Aquicultura biológica - 2014/2015
Quadro n.º 16 - Transformação de produtos biológicos - 2014/2015
Quadro n.º 17 - Importações de produtos biológicos – 2014/2015/2016
Quadro n.º 18 - Quantidade importada de produtos biológicos por categoria – anos 2014 a
2016
Quadro nº 19 - Ação 2.2.1 – Área determinada para apoio em agricultura biológica (por grupo
de cultura
Quadro n.º 20 - PDR 2020 - Pagamentos da Campanha 2015 – Ação 7.1 - Agricultura
Biológica: áreas pagas por tipo de cultura
Quadro n.º 21 - PDR 2020 - Pagamentos da Campanha 2015 – Ação 7.1 - Agricultura
Biológica: áreas pagas por região
Quadro n.º 22 PRORURAL+ - Pagamentos efetuados em 2015 - Agricultura Biológica: áreas
pagas por cultura
Quadro n.º 23 PRODERAM 2020- Pagamentos efetuados em 2015 - Agricultura Biológica:
áreas pagas por medida
Quadro nº24 - Ensino superior com cursos de Agricultura Biológica
Quadro nº25 - Cursos técnicos superiores profissionais
Quadro nº 26 – Síntese dos Planos Nacionais Desenvolvidos em outros países
Lista de acrónimos e abreviaturas
- A produção biológica deve sustentar e melhorar a saúde do solo, planta, animal, humana e
do planeta como uno indivisível;
- A produção biológica deve basear-se em sistemas ecológicos vivos e ciclos, trabalhar com
eles, imitá-los e ajudar a sustentá-los;
9
- A produção biológica deve basear-se relações que garantam a justiça e em conta o ambiente
comum e as oportunidades de vida;
- A produção biológica deve ser gerida com precaução e de forma responsável protegendo a
saúde e bem-estar da atual geração e futuro das gerações e do ambiente.
Em Portugal, como na UE, o número de agricultores que praticam este sistema de produção e
o número de consumidores que compram produtos biológicos tem crescido a um ritmo
considerável durante a última década. O mercado de produtos biológicos, estimulado por um
aumento constante da procura, desenvolveu-se significativamente. Em cada ano, 500 000
hectares de terrenos agrícolas convertem-se em terrenos de produção biológica na UE.
Com a presente publicação a DGADR pretende disponibilizar num único documento elementos
relativos à evolução da produção biológica em Portugal e a sua implementação, de divulgação
ao público em geral, de fácil leitura, de atualização periódica, e de melhoria e desenvolvimento
permanente, baseada na sistematização e apuramento de informação de várias fontes
administrativas, na análise comparativa de elementos de caracterização da atividade agrícola
em geral, assim como na recolha de informação disponibilizada por outros Estados- Membros,
Comissão e organizações do setor, com vista a proporcionar uma visão estratégica global
respeitante à contribuição desta atividade para a diversificação e valorização da atividade
agrícola e de produção de géneros alimentícios de qualidade.
Durante o período de 2000 a 2006, época em que vigorou o Programa Ruris, a área notificada
passou de cerca de 50.000 para 214.232 hectares, tendo-se registado nesse mesmo período
os maiores acréscimos até agora verificados na evolução da superfície em agricultura biológica
(Figura nº1).
250.000
200.000
150.000
100.000
50.000
0
1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
Fonte: DGADR
Entre 2007 e 2013, após um novo acréscimo da superfície no primeiro ano para 229.717
hectares, passaram a verificar-se sucessivos decréscimos que até ao final do período,
corresponderam a cerca de -15% da superfície inicial deste período. Esta variação resulta não
só da alteração do regime de apoios ao modo de produção, mas também de uma alteração da
metodologia de recolha da informação estatística.
11
A reter: A superfície cultivada em agricultura biológica tem vindo a crescer de
forma sustentada, perspetivando-se que em 2020 ultrapasse os 250.000
hectares.
Segundo o Recenseamento Agrícola de 2009 (RA 2009) realizado pelo INE, o peso da
superfície em agricultura biológica na Superfície Agrícola Utilizada (SAU) do Continente
representava 3%.
De acordo com o mesmo Recenseamento, a região do país com maior área de agricultura
biológica era o Alentejo, representando cerca de 59% do total da área do país, seguido da
Beira Interior com 26%. Contudo esta região era a que, em relação à sua SAU, tinha maior
peso da superfície em agricultura biológica, atingindo cerca de 8%, enquanto que no Alentejo
o peso da superfície em agricultura biológica não ultrapassava 3% da SAU da região.
As regiões Alentejo e Beira Interior, no ano de 2015, continuavam a ser as que tinham maior
peso da superfície em agricultura biológica em relação à superfície total em agricultura
biológica no Continente (64% e 19%, respetivamente). Também a Beira Interior continuava a
ser a região com a maior superfície em agricultura biológica em relação à sua SAU, cerca de
13%, seguida do Alentejo com 8%.
Quadro nº1 – Importância da agricultura biológica (AB) em relação à SAU (2009 e 2015) - Continente
Peso da Peso da AB
SAU por região
AB na SAU Área em AB 2015* (2015) na
(2009)
Regiões (2009) SAU (2009)
Ainda comparando os dados de 2015 com os dados do RA de 2009, verifica-se que a dimensão
média das explorações em agricultura biológica registou uma descida de 79 para 63 hectares,
sendo que é aproximadamente, em média, 5 vezes superior à dimensão média das
explorações convencionais.
Ainda que as explorações em agricultura biológica tenham uma dimensão média elevada,
verifica-se uma variabilidade regional algo acentuada, uma vez que na Beira Litoral a
dimensão média é cerca de 9 hectares e no Alentejo a dimensão média é de 160 hectares. Na
região da Beira Interior a dimensão média situava-se nos 62 hectares e no Ribatejo e Oeste
nos 31 hectares.
Quadro nº 2 – Agricultura Biológica – Área total, nº de produtores
agrícolas e área média das explorações (2015) - Continente
Área
Área Produtores
Regiões média
ha nº ha
Continente 239.864 3.820 63
Entre-Douro e Minho 8.799 476 18
Trás-os-Montes 17.176 966 18
Beira Litoral 2.279 244 9
Beira Interior 44.547 716 62
Ribatejo e Oeste 11.276 360 31
Alentejo 152.969 959 160
Algarve 2.818 99 28
Fonte: DGADR
No ano de 2015, analisando por tipo de cultura a área média cultivada em agricultura
biológica, verifica-se que as pastagens são a cultura que apresenta maior área média de
cultivo, que para o conjunto das explorações do continente é de cerca de 121 hectares,
variando entre 20 hectares em Trás-os-Montes e 178 hectares no Alentejo (Quadro nº3).
As culturas forrageiras são o segundo tipo de culturas com maior área média de cultivo em
agricultura biológica. Para o conjunto do continente a superfície média é de 37 hectares,
variando entre 2 hectares no Entre Douro e Minho e 116 hectares no Algarve.
As culturas arvenses são o terceiro tipo de culturas com maior área média de cultivo em
agricultura biológica. Para o conjunto do continente a superfície média é de 20 hectares,
variando entre 1 hectare no Entre Douro e Minho e 39 hectares no Alentejo.
O Olival tem em média uma superfície de exploração de cerca de 13 hectares, variando entre 2
hectares no Algarve e 21 hectares no Alentejo.
Quadro nº 3 – Superfície média de cultivo em agricultura biológica por tipo de cultura – 2015 - Continente
Fonte: DGADR
O pousio, em relação ao conjunto das explorações tem uma superfície média de cerca de 9
hectares, variando entre 2 hectares no Entre-Douro e Minho e Beira Litoral e 16 hectares no
Alentejo.
As plantas aromáticas têm uma área média de cultivo de 3 hectares, variando entre áreas
inferiores a 1 hectare, como se verifica na região de Entre-Douro e Minho e os 10 hectares no
Ribatejo e Oeste.
Os frutos secos têm uma área média de 9 hectares, variando entre 2 hectares no Entre Douro
e Minho e 42 hectares no Alentejo.
A vinha tem em média uma superfície de exploração de cerca de 5 hectares, variando entre 3
hectares no Entre-Douro e Minho e Algarve e 10 hectares no Alentejo.
A horticultura tem uma área média de cultivo no continente de cerca de 3 hectares, variando
entre 1 hectare no Entre Douro e Minho e em Trás-os-Montes e 7 hectares no Alentejo.
180.000
Culturas
160.000
arvenses
Fruticultura
140.000
Frutos secos
120.000 Horticultura
Olival
100.000
Pastagens
80.000 Plantas
aromáticas
Pousio
60.000
Vinha
40.000 Culturas
forrageiras
20.000
0
94
95
96
97
98
99
00
01
02
03
04
05
06
07
08
09
10
11
12
13
14
15
19
19
19
19
19
19
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
Fonte: DGADR
Analisando mais em detalhe, verifica-se que logo no ano de 1994, a ocupação cultural da
superfície em agricultura biológica começou por apresentar um domínio do olival, que
representava inicialmente cerca de 50% das culturas declaradas (Figura nº3).
No ano de 1999 já se verificava uma ocupação cultural distinta na qual o olival ainda
representava cerca de 40% da superfície em agricultura biológica, mas as culturas arvenses já
representavam 23% e as pastagens 24%.
Figura nº3 – Agricultura Biológica, principais culturas, 1994/1999, áreas (ha) - Continente
25.000
C ulturas
arvenses
Fruticultura
20.000
Frutos
secos
Horticultura
Olival
15.000
Pastagens
Plantas
aromáticas
10.000 Pousio
Vinha
5.000
0
1994 1995 1996 1997 1998 1999
Fonte: DGADR
Figura nº4 – Agricultura biológica, principais culturas, 2000/2006, área (ha) - Continente
160.000
140.000
120.000
C ulturas arvenses
Fruticultura
100.000
Frutos secos
Horticultura
Olival
80.000
Pastagens
Plantas aromáticas
Pousio
60.000
Vinha
C ulturas forrageiras
40.000
20.000
0
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
Fonte: DGADR
No período de 2007-2014 realça-se o acentuado decréscimo da superfície das culturas
arvenses, quer em área (cerca de 30.000ha) quer em importância relativa (passando de 17%
para apenas 4% da superfície em agricultura biológica). Em sentido inverso, destaca-se o
aumento considerável verificado nas plantas aromáticas (mais de 1.000ha), na horticultura e
na fruticultura (tendo ambas duplicado a sua área). (Figura nº5).
C ulturas
arvenses
160.000
Fruticultura
Frutos secos
140.000
Horticultura
Olival
120.000
Pastagens
Plantas
100.000 aromáticas
Pousio
Vinha
80.000
C ulturas
forrageiras
60.000
40.000
20.000
0
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014
Fonte: DGADR
0 10 20 30 40 50 60 70 80
Pastagens 69,5
Olival 9,0
Pousio 2,7
Fruticultura 1,5
Vinha 1,1
Horticultura 0,6
Fonte: DGADR
Tendo por referência os dados de 2015 verifica-se que a superfície com culturas arvenses em
agricultura biológica se localiza dominantemente no Alentejo, cuja área corresponde a 75% do
total e na Beira Interior com uma área correspondente a 16% do total (Quadro nº 4).
Quadro nº 4 - Distribuição dos diferentes tipos de cultura por região – 2015 - Continente
Culturas Culturas Arvenses Pastagens Olival Vinha Fruticultura Horticultura Frutos Secos Plantas aromáticas Pousio Culturas Forrageiras
Regiões Agrárias % % % % % % % % % %
Continente 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100
EDM 1 4 2 6 10 5 2 10 2 1
TM 3 2 30 39 9 2 64 2 6 1
BL 3 0 1 5 6 8 1 4 2 3
BI 16 19 19 28 28 11 5 3 47 8
RO 2 5 2 5 14 15 4 64 8 2
ALT 75 69 46 16 20 54 24 16 31 82
ALG 2 1 0 1 13 5 0 2 4 2
Fonte: DGADR
A fruticultura tem a sua maior expressividade na Beira Interior com 28%, seguida pelo
Alentejo com 20% da superfície em agricultura biológica. Mas a sua distribuição por outras
regiões é ainda significativa, correspondendo a 14% no Ribatejo e Oeste e 13% no Algarve.
140.000 Bovinos
120.000 Suínos
100.000 Caprinos
80.000
Ovinos
60.000
Equídeos
40.000
Aves
20.000
Apicultura
(nº
0 colmeias)
2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
Fonte: DGADR
Conforme se pode visualizar na Figura nº7, no período de 2002 a 2006, verificou-se um
acréscimo expressivo dos efetivos pecuários de ovinos, bovinos e de aves, como resultado dos
apoios então disponibilizados pelo programa RURIS.
Após 2007 e até 2009 verifica-se um ligeiro decréscimo daquelas espécies, que apenas
recupera ligeiramente no ano de 2010, tendência positiva que se mantém até 2015. Neste
último período verifica-se também um aumento acentuado do nº de colmeias. A queda inicial e
a ligeira recuperação resultam de um quadro de apoios à produção biológica menos
estimulantes que os anteriores, que se traduziu na perda de efetivos para a produção
convencional.
Quadro nº5 - Efetivos pecuários em agricultura biológica, por espécie e por região – 2015 - Continente
Fonte: DGADR
As aves repartiam-se essencialmente pela Beira Litoral com 43% e pelo Ribatejo e Oeste, onde
se localiza cerca de 42% do efetivo.
Quadro nº6 - Dimensão média dos efetivos pecuários em agricultura biológica, por espécie e por região –
2015 - Continente
nº de nº de nº de nº de nº de nº de nº de
Regiões Agrárias
cabeças cabeças cabeças cabeças cabeças cabeças cabeças
Continente 122 32 75 279 8 1.327 263
Entre-Douro e Minho 48 15 175 30 1 137 105
Trás-os-Montes 36 40 104 148 1 30 410
Beira Litoral 60 36 54 48 1 4.403 95
Beira Interior 79 --- 65 270 9 3.000 257
Ribatejo e Oeste 476 2 4 138 4 1.716 85
Alentejo 159 38 52 316 12 373 144
Algarve 89 7 5 865 --- --- 194
Fonte: DGADR
Nota: Nº de cabeças – nº de animais independentemente da classe, aptidão, etc.
Os ovinos são o segundo efetivo mais importante em número de cabeças. A dimensão média
de um rebanho em agricultura biológica situa-se nas 279 cabeças, variando entre 30 cabeças
no Entre Douro e Minho e as 865 cabeças no Algarve.
Igualmente as aves constituem um efetivo bastante importante, uma vez que este já engloba
cerca de 61.062 bicos. Em termos de explorações do continente o efetivo médio situa-se em
1.327 bicos, variando entre a inexistência de explorações em agricultura biológica na região do
Algarve e uma dimensão média máxima de 4.403 bicos na Beira Litoral.
A apicultura em agricultura biológica reúne cerca de 55.001 colmeias. A dimensão média dos
apiários no continente é de cerca de 263 colmeias, variando entre 85 colmeias no Ribatejo e
Oeste e as 410 colmeias em Trás-os-Montes.
Os caprinos tendo ainda uma expressão global reduzida em termos de dimensão média do
rebanho, apresentam já uma considerável expressão. Com efeito a dimensão média do
rebanho de caprinos em agricultura biológica é de 75 cabeças, variando entre as 4 cabeças no
Ribatejo e Oeste e as 175 cabeças em Entre Douro e Minho.
Os suínos integram também o conjunto das espécies que têm ainda uma fraca expressão na
agricultura biológica. Em 2015, o nº de cabeças era de 829. A dimensão média do efetivo por
exploração no continente era de apenas 32 cabeças, variando entre a inexistência de efetivos
na Beira Interior e as 40 cabeças em Trás-os-Montes.
No ano de 1994 estavam registados 234 produtores agrícolas em agricultura biológica. Apenas
em 2002 aquele número ultrapassou o milhar, revelando uma adesão lenta ao modo de
produção (Figura nº 8).
3.000
2.000
1.000
0
94
95
96
97
98
99
00
01
02
03
04
05
06
07
08
09
10
11
12
13
14
15
19
19
19
19
19
19
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
Fonte: DGADR
No final de 2006 o número de produtores registados era então de 1550 produtores agrícolas.
Entre 2007 e 2009 regista-se uma quebra no número de produtores em agricultura biológica,
que resulta por um lado, do processo de transição entre programas de apoio, como foi o caso
da mudança entre o AGRO e o PRODER, e por outro lado, da alteração de metodologia na
obtenção da informação.
Entre 2009 e 2015 constata-se uma adesão acentuada de novos produtores o que permitiu
duplicar neste período o número de produtores.
No ano de 2004 verificava-se que a maior parte dos produtores agrícolas em agricultura
biológica explorava olival e pastagens, 761 e 555 produtores, respetivamente (Figura nº 9).
Numa ordem de grandeza mais reduzida, havia um segundo grupo de produtores agrícolas que
se dedicavam às culturas arvenses (370), fruticultura (245), frutos secos (269) e horticultura
(214).
Olival 761
Pastagens 555
Fruticultura 245
Horticultura 214
Vinha 188
Pousio 98
Plantas Aromáticas 27
Fonte: DGADR
Por último verificava-se que apenas um número reduzido de produtores se dedicava à
produção de plantas aromáticas (27) e vinha (188).
Analisando o ano de 2015, já se verifica uma situação algo diferente quanto ao volume de
produtores que se dedicam a determinadas culturas (Figura nº 10).
Neste ano verifica-se que o maior número de produtores continua a centrar a sua produção no
olival e nas pastagens, 1.708 e 1.375 produtores, respetivamente.
Olival 1708
Pastagens 1375
Fruticultura 1133
Pousio 742
Horticultura 548
Vinha 501
Fonte: DGADR
O número total de produtores pecuários em agricultura biológica no ano de 2004 era de 446
produtores pecuários.
Num período de 11 anos, de 2004 a 2015, verifica-se que aquele número quase triplica,
atingindo-se os 1324 produtores (Figura nº 11).
1500
1324
1053
1003 978
937 964
1000
786 792
662
603 616
500 446
0
2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
Fonte: DGADR
800
700
600
500
400
300
200
100
0
2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
Fonte: DGADR
As restantes espécies têm uma menor importância no que respeita ao número de produtores
que as exploram, uma vez que, com exceção da apicultura, nunca atingem a centena de
produtores. Com efeito, a apicultura tem registado aumentos sucessivos desde 2010, tendo
atingido os 209 produtores em 2015.
De acordo com os dados do RA 2009 realizado pelo INE (Quadro nº7), podemos verificar que
76% das explorações em agricultura biológica assume a figura jurídica de “produtor singular”,
tal como acontece em relação às explorações em agricultura convencional, não sendo por isso
um elemento distintivo dos produtores biológicos.
Analisando a relação entre a natureza jurídica do produtor e a SAU detida verifica-se que os
produtores singulares detinham 52% da SAU em agricultura biológica no continente, e que os
produtores sob a forma de sociedades detinham 46% da SAU, relação que atesta a
importância deste último tipo de explorações pela sua dimensão física e económica.
Quadro nº 8 – Natureza jurídica do produtor em agricultura biológica, por região (2009) -
Continente
Em relação à SAU detida pelos “produtores singulares” verifica-se que tem a sua maior
expressão no Alentejo onde se localiza 51% da SAU em agricultura biológica, seguida da Beira
Interior onde se localiza 35%.
As sociedades localizadas no Alentejo detêm 67% da SAU sob esta forma jurídica.
A SAU detida pelas explorações com outras “formas jurídicas” (cooperativas, associações,
fundações, entre outras), localiza-se essencialmente na região Alentejo (88%).
Ainda que a maior parte dos dados disponíveis incluam apenas o Continente, existe alguma
informação, recolhida no seu essencial a partir de fontes administrativas, que permitem obter
alguma caracterização sobre a realidade deste modo de produção nas Regiões Autónomas.
Constata-se que, em valores absolutos, e de acordo com os dados fornecidos pelos relatórios
anuais dos OC, a área em agricultura biológica assume uma maior dimensão na RAA (588ha
em 2015) do que na RAM (151ha em 2015) (Figura nº 13). Em ambas as regiões, ocorreu em
2015, um aumento considerável da área em agricultura biológica face aos anos anteriores.
Figura nº 13 - Superfície agrícola em agricultura biológica (ha) - Regiões Autónomas
Fonte: DGADR
Fonte: DGADR
Quanto ao tipo de culturas, verifica-se uma grande discrepância entre as duas regiões
autónomas (Figura nº 16). Na RAA predomina a área dedicada a pastagens (ca. 500ha),
seguindo-se a grande distância as áreas dedicadas à horticultura e à fruticultura (ca. 30ha
cada uma). Pelo contrário, na RAM verifica-se um maior equilíbrio entre os vários tipos de
ocupação cultural, ainda que com predomínio da fruticultura (ca. 70ha).
Figura nº 16 – Área ocupada por tipo de cultura em 2015 (ha) - Regiões Autónomas
Fonte: DGADR
Também se verificam diferenças entre as duas regiões autónomas quanto ao efetivo pecuário
em produção biológica: na RAA predomina o efetivo bovino, ao passo que na RAM as aves que
assumem maior importância (Figura nº 17). Note-se que estes dados se referem ao número de
cabeças (e não de cabeças-normais). No caso da apicultura, os dados dizem respeito ao
número de colmeias.
Figura nº 17 – Número de cabeças em produção biológica em 2015 (apicultura: n.º de
colmeias) - Regiões Autónomas
Fonte: DGADR
No ano de 2014 estavam registados como operadores sob controlo em produção biológica em
Portugal, 3.649 operadores, dos quais 91% como operadores agrícolas ao nível da produção
primária (Quadro nº 9).
Variação
Operadores - 2014 Operadores - 2015
2014/2015
nº % nº % %
Total 3.649 100% 4.531 100% 24%
Produtores agrícolas* 3.329 91% 4.142 91% 24%
Produtores aquícolas 3 0% 3 0% 0%
Preparadores 540 15% 604 13% 12%
Importadores 2 0% 2 0% 0%
Outros operadores 36 1% 51 1% 42%
No ano de 2015, sem que haja uma alteração substancial da caracterização anterior verifica-se
um crescimento de cerca de 24% do total de operadores, que passam a ser 4.531, resultado
fundamentalmente do aumento verificado a nível dos produtores agrícolas e dos preparadores.
No que se refere aos produtores aquícolas e aos importadores de produtos biológicos manteve-
se o reduzido número de operadores (3 operadores na primeira situação e 2 operadores neste
último segmento).
Variação
SAU e Superfície Área - 2014 Área - 2015
2014/2015
cultivada
ha % ha % %
SAU total 213.470 100% 240.632 100% 13%
Culturas temporárias 24.586 12% 29.789 12% 21%
Pousio 7.479 4% 6.553 3% -12%
Pastagens permanentes 152.061 71% 167.292 70% 10%
Culturas permanentes 29.344 14% 36.998 15% 26%
Fonte: DGADR
No ano de 2015 mantém-se este perfil de ocupação cultural, ainda que com pequenas
variações relativas, com aumentos mais significativos na área ocupada com culturas
permanentes, onde se verifica um acréscimo de 26% e na área ocupada com culturas
temporárias em que se verifica igualmente um acréscimo de 21%. Em sentido inverso, a área
de pousio registou um decréscimo de 12%.
A superfície cultivada com culturas temporárias atingia no ano de 2014 os 24.586 hectares,
aumentando no ano de 2015 cerca de 21%, passando a ocupar 29.789 hectares (Quadro nº 11).
Quadro n.º 11 – Superfície cultivada em agricultura biológica com culturas temporárias 2014/2015 -
Portugal
Variação
Área - 2014 Área - 2015
Culturas temporárias 2014/2015
ha % ha % %
Culturas temporárias - Total 24.586 100% 29.789 100% 21%
Cereais 8.135 33% 6.745 23% -17%
Leguminosas secas para grão 72 0,3% 714 2% 892%
Plantas com tubérculos* 25 0,1% 28 0% 12%
Culturas industriais 1.295 5% 1.311 4% 1%
Prados temporários e culturas forrageiras 13.463 55% 19.557 66% 45%
Culturas hortícolas 1.596 6% 1.434 5% -10%
Comparando o ano de 2014 com o de 2015, verifica-se que há um aumento muito acentuado
da área de leguminosas secas para grão, de 72 ha em 2014, para 714 ha em 2015. Também a
área dedicada aos prados temporários e culturas forrageiras regista um aumento de 13.643
ha, em 2014 para 19.557 ha, em 2015.
Pode também constatar-se que existiu uma redução das áreas, no que diz respeito aos cereais
(-17%) e às culturas hortícolas (-10%).
No ano de 2014, o olival era a cultura permanente predominante uma vez que a superfície que
ocupava correspondia a 65% da superfície dedicada a este tipo de culturas.
Quadro n.º 12 – Superfície cultivada em agricultura biológica com culturas permanentes – 2014/2015
-Portugal
Variação
Área - 2014 Área - 2015
Culturas permanentes 2014/2015
ha % ha % %
Culturas permanentes - Total 29.344 100% 36.998 100% 26%
Frutos frescos 1.242 4% 1.451 4% 17%
Frutos subtrobicais 451 2% 553 1% 23%
Pequenos frutos de baga 730 2% 918 2% 26%
Frutos de casca rija 4.588 16% 8.798 24% 92%
Citrinos 177 1% 338 1% 91%
Vinha 2.772 9% 2.734 7% -1%
Olival 19.024 65% 21.694 59% 14%
Outras culturas permanentes 359 1% 510 1% 42%
Fonte: DGADR
Os frutos de casca rija eram o segundo conjunto de culturas permanentes com maior ocupação
cultural, a qual correspondia em relação ao total 16% da superfície.
A vinha era a terceira cultura mais importante, mas sem exceder os 9% da superfície total.
No ano de 2015 mantém-se o mesmo perfil de ocupação do ano anterior, sendo de registar o
aumento significativo da superfície ocupada com frutos de casca rija, cerca de 92% e dos
citrinos com cerca de 91% de aumento em relação ao ano anterior, ainda que neste último
caso, a área absoluta em termos relativos apenas represente 1% do total da área com culturas
permanentes.
A superfície com “outras culturas permanentes”, para consumo não humano, regista um
acréscimo de 42% em 2015.
Os efetivos pecuários em produção biológica mais importantes nos anos de 2014 e 2015
continuaram a ser os bovinos, os ovinos, as aves e a apicultura (Quadro nº 13).
Os bovinos registaram um aumento acentuado de 2014 para 2015 de cerca de 31%, passando
o efetivo a ter 97.320 cabeças.
Variação
Espécies Pecuárias Efetivos-2014 Efetivos-2015
2014/2015
nº cabeças nº cabeças %
Bovinos 74.343 97.320 31%
Suínos 1.723 833 -52%
Ovinos 91.299 108.375 19%
Caprinos 6.560 6.468 -1%
Aves 57.054 63.291 11%
Equídeos 162 189 17%
Coelhos 0 0 ---
Apicultura (nº de colmeias) 47.118 55.167 17%
Outras Espécies 0 6 ---
Fonte: DGADR
Nas aves verificou-se um aumento de 11%, passando o bando global em agricultura biológica
a ser constituído por 63.291 bicos.
Fonte: DGADR
Existe conhecimento do interesse de implantação de uma unidade na RAM, mas que ainda não
se encontra em funcionamento.
Variação
Produção - 2014 Produção - 2015
Espécies 2014/2015
1000 kg peso vivo 1000 kg peso vivo %
Produção aquícola 1.300 1.300 0%
Fonte: DGADR
nº nº %
Fonte: DGADR
Em 2015 foram controlados 516 produtores com vinha e 87 operadores com atividade de
vinificação. Dos quais 13 produtores de uvas e 2 processadores de vinho na RAM.
2.10 IMPORTADORES
No que respeita aos importadores de produtos biológicos, é possível realizar uma análise mais
detalhada sobre a evolução ocorrida nesta atividade da produção biológica, desde 2014 até ao
presente, com base nas validações dos certificados de importação de produtos biológicos que
entraram em Portugal.
O maior número de operadores traduziu-se num aumento exponencial, de 2014 para 2016,
tanto do número de importações, com uma variação de 450%, como das quantidades
importadas, com um acréscimo de 732%.
Em relação aos países de origem da importação de produtos biológicos, como se pode verificar
pela figura nº18 a maior quantidade importada provém da China e do Equador, responsáveis
por cerca de 76% do volume total importado ao longo dos 3 anos. Também Israel e o Chile
apresentam já alguma representatividade, com 8% e 7% da quantidade total importada,
respetivamente.
Figura nº18 – Países de origem da importação de produção biológicos
250.000
208.066
2016
2015
200.000
2014
Quantidade importada (kg)
157.380
150.000
100.000
17.334
1354 5.219 692 1.632 14.520 3.355
0
A
ru
le
o
na
e
il
el
a
l
do
Su
pã
EU
qu
s
nk
hi
ra
Pe
ra
hi
ua
C
Ja
Is
bi
La
do
C
B
am
Eq
ri
a
S
ic
oç
fr
M
Á
Fonte: DGADR
Quadro n.º 18 - Quantidade importada de produtos biológicos por categoria – anos 2014 a
2016
Fonte: DGADR
Até ao momento não foi considerado necessário estabelecer regras nacionais para a
restauração coletiva, uma vez que por parte do setor da restauração coletiva não houve ainda
uma demonstração de interesse que tal justifique.
3 ASSOCIATIVISMO
Da análise dos elementos recolhidos pode concluir-se que o âmbito geográfico de actuação
destas organizações é maioritariamente nacional, mais precisamente com intervenção no
Continente. Não foram recebidas respostas das regiões autónomas dos Açores e da Madeira.
No que respeita ao espaço internacional, este apenas é contemplado por 2 associações
(Agrobio e Elipec).
Figura nº 19 – Âmbito de atuação das associações
12 2
Fonte: DGADR
No que se refere ao âmbito de atuação, apenas duas organizações (AGROBIO e BIOCOA) têm
intervenção unicamente na produção biológica. As restantes associações movimentam-se tanto
na produção biológica como nos modos de produção convencional e produção integrada (Figura
nº 19).
14
Produtores (100%)
Preparadores e 3
outros operadores (21%)
2
Consumidores (14%)
Fonte: DGADR
As organizações inquiridas representam 11.602 associados, dos quais 1.480 são operadores
em produção biológica. Verifica-se assim, que relativamente ao total dos operadores sob
controlo em produção biológica em Portugal em 2015, 33% desses mesmos operadores estão
integrados em associações de agricultores.
Todas as associações representam essencialmente produtores agrícolas (em modo
convencional, biológico ou outros), sendo que 3 dessas organizações também representam
preparadores e outros operadores, tais como transformadores e distribuidores biológicos.
Apenas duas associações têm também responsabilidades na representação dos consumidores,
sendo que uma delas assume unicamente a representação de consumidores biológicos
(AGROBIO) (Figura nº 20).
5
(36%)
4
(29%)
3
(21%)
2
(14%)
Fonte: DGADR
A grande maioria das associações (85%) presta serviços de assistência técnica em agricultura
biológica, sendo que 64% dessas organizações também elaboram candidaturas às Medidas de
apoio à agricultura biológica, bem como prestam apoio à comercialização. Adicionalmente 36%
das associações dão formação profissional em agricultura biológica e 21% prestam outros
serviços aos seus associados, onde se destaca o caso da AGROBIO, que organiza e gere
mercados de produtores biológicos (Figura nº 22).
Figura nº 22 – Número de associações por tipo de serviços prestados
Assistência técnica 12
MPB (85%)
Elaboração de
9
candidaturas (64%)
agroambientais/MPB
Apoio à 9
comercialização (64%)
Formação 5
profissional MPB (36%)
3
Outros serviços (21%)
Fonte: DGADR
Adicionalmente, e denotando a importância que tem vindo a assumir o apoio técnico neste
setor, a larga maioria das associações dispõe de técnicos a tempo inteiro (57%) ou de técnicos
a tempo inteiro e parcial (21%), existindo apenas uma organização com apenas um técnico a
tempo parcial e duas outras estruturas que não têm técnicos (Figura nº 23).
Figura nº 23– Distribuição de associações por regime de trabalho dos técnicos reconhecidos
em agricultura biológica
Só com técnicos 8
a tempo inteiro (57%)
Com técnicos a
3
tempo (21%)
inteiro e parcial
Só com técnicos a 1
tempo parcial (7%)
2
Sem técnicos (14%)
Fonte: DGADR
No que concerne à dimensão do corpo técnico das organizações, pode constatar-se que apesar
de uma larga fatia das associações (36%), terem apenas 1 técnico reconhecido em agricultura
biológica, 29% das organizações têm já entre 3 a 5 técnicos reconhecidos e 21% dispõem de 2
técnicos (Figura nº 24).
5
(36%)
4
(29%)
3
(21%)
2
(14%)
Fonte: DGADR
Através deste diploma foram revistos e integrados os regimes que anteriormente vigoravam, e
adequaram-se à prossecução do objetivo principal de concentração da oferta e do reforço da
posição dos produtores na cadeia de valor, determinados parâmetros para obtenção e
manutenção do reconhecimento. Particularmente no que diz respeito às produções de
qualidade certificada, entre elas a agricultura biológica, foram concedidas condições especiais
de cálculo dos valores mínimos da produção comercializada, permitindo-se assim, a aplicação
de valores inferiores aos estipulados para as restantes formas de produção, por razões de
proporcionalidade e de equidade.
Importa salientar que a mesma OP poderá estar reconhecida para mais do que um setor ou
produto, o que faz com que o número total de OP seja inferior ao somatório do número de
títulos de reconhecimento ativos.
100
59
47
21
18 17
15
11
3 3 5 5
TOTAL MPB
Fonte: GPP
Esta importância é reforçada também pela comparação, nos restantes setores, do número de
OP com reconhecimento em agricultura biológica com o número total de OP reconhecidas em
Portugal para os mesmos setores, uma vez que os valores se situam, por exemplo, na ordem
dos 71 % para os Produtos Animais e em 61% para o setor dos Cereais, Oleaginosas e
Proteaginosas.
0
LVT ALENTEJO NORTE CENTRO ALGARVE
(16 OP) (15 OP) (12 OP) (4 OP) (0 OP)
Fonte: GPP
No Alentejo os setores com maior importância são os produtos de origem animal e os Cereais,
Oleaginosas e Proteaginosas, com 6 e 4 reconhecimentos, respetivamente.
No Norte, são os produtos de origem animal e as Frutas e produtos hortícolas que assume
maior representatividade com 6 e 5 títulos de reconhecimento, respetivamente.
No Centro as 2 OP reconhecidas comercializam produtos biológicos e produtos provenientes de
outros modos de produção. No Algarve não existem OP reconhecidas.
4 CONSUMO
Em relação aos consumidores e aos seus hábitos de consumo de produtos biológicos não existe
ainda informação disponível. No entanto o Inquérito às Despesas das Famílias 2015, realizado
pelo Instituto Nacional de Estatística, inclui pela primeira vez, a recolha de informação sobre o
consumo de produtos biológicos, o que a breve trecho poderá fornecer mais elementos sobre
os consumidores portugueses, assim que forem disponibilizados os dados.
Quadro nº 19 - Ação 2.2.1 – Área determinada para apoio em agricultura biológica (por grupo de cultura)
Área %
Culturas
(ha) Área
Vinha 1.164 7%
Pastagem permanente
biodiversa 26.111 36%
Arroz 1 0%
Culturas temporárias de
regadio 1.146 2%
Culturas temporárias de
sequeiro 3.198 4%
Quadro n.º 20 - PDR 2020 - Pagamentos da Campanha 2015 – Ação 7.1 - Agricultura Biológica: áreas
pagas por tipo de cultura
Conversão Manutenção
Total %
Culturas área área
Área Área
(ha) (ha)
Arroz 10 12 22 0%
(1) Culturas de Primavera-Verão feitas em regadio, com exceção do arroz e das culturas que se inserem na
classificação "Horticultura"
(2) inclui as culturas de Outono-Inverno; as culturas de Primavera-Verão efetuadas em sequeiro e todas as
culturas forrageiras
(3) Para além das culturas hortícolas e horto-industriais realizadas ao ar livre e em estufa, inclui ainda as
culturas aromáticas, condimentares e medicinais
Fonte : PDR 2020: Relatório de Execução – 2014/2015
No que se refere à distribuição geográfica dos apoios concedidos, e como se pode verificar no
Quadro nº 21, a maior parte da área apoiada situa-se no Alentejo, representando 62% do total
da área. Com menor expressividade, surgem as regiões Centro e Norte, com 20% e 11% da
área, respetivamente.
Quadro n.º 21 - PDR 2020 - Pagamentos da Campanha 2015 – Ação 7.1 - Agricultura Biológica: áreas
pagas por região
Total
Região Norte Centro LVT Alentejo Algarve
Área
Conversão
área 8.899 12.599 1.219 46.766 157 69.640
(ha)
Manutenção
área 12.366 25.961 12.104 76.586 954 127.971
(ha)
Total
21.265 38.560 13.323 123.352 1.111 197.613
Área (ha)
%
11% 20% 7% 62% 1% 100%
Área
A RAA e A RAM, no âmbito dos programas de apoio PRORURAL+ e PRODERAM 2020 também
abrangem apoios à agricultura biológica, cujas áreas apoiadas em 2015, se encontram
descritas nos Quadros nº 22 e 23.
Quadro n.º 22 PRORURAL+ - Pagamentos efetuados em 2015 - Agricultura Biológica: áreas pagas por
cultura
RAA - Agricultura Biológica
Conversão Manutenção
Total %
Culturas área área
Área Área
(ha) (ha)
Quadro n.º 23 PRODERAM 2020- Pagamentos efetuados em 2015 - Agricultura Biológica: áreas pagas por
medida
RAM - Agricultura biológica
Área de compromisso
Medidas
(ha)
Conversão 14,62
Manutenção 70,26
Total 84,88
6 ENSINO E FORMAÇÃO
6.1 ENSINO
Salienta-se ainda que a maior parte das instituições que ministram cursos na área da produção
vegetal ou animal, incluem a disciplina de agricultura biológica nos seus planos curriculares.
Existe outra oferta formativa que apesar de não conferir grau académico, constitui um novo
tipo de formação de curta duração no âmbito do ensino superior, os designados cursos
técnicos superiores profissionais (CTSP). Estes cursos foram criados pelo Decreto-Lei n.º
43/2014 de 18 de Março e visam a aquisição de um diploma de nível 5 de qualificação do
Quadro Nacional de Qualificações (QNQ), tendo como objetivo facultar uma base para o
desenvolvimento de uma área de atividade profissional ou vocacional e para o
desenvolvimento pessoal e prosseguimento de estudos, com vista à conclusão de um ciclo de
estudos de licenciatura. Presentemente, existem 3 CTSP dedicados à agricultura biológica,
ministrados na Escola Superior de Tecnologias e Gestão da Universidade da Madeira, na Escola
Superior Agrária de Viseu do Instituto Politécnico de Viseu e na Escola Superior Agrária de
Coimbra (Quadro nº 25).
Quadro nº25 - Cursos técnicos superiores profissionais
350 313
300
250 214
200
150 116
100
50
11 0
0
2011 2012 2013 2014 2015
(1 AF) (16 AF) (23 AF) (9 AF) (0 AF)
18
16
14
12 2011
10 2012
2013
8 2014
6 2015
0
Norte Centro LVT Alentejo Algarve Total
250
200
2011
150 2012
2013
100 2014
2015
50
0
Norte Centro LVT Alentejo Algarve Total
Atualmente estão inscritos na lista de técnicos com Formação Regulamentada para exercer
apoio técnico em produção biológica (conforme o artigo 13º da republicação do Decreto-Lei n.º
256/2009, de 24 de setembro, publicado no Decreto–Lei n.º 37/2013, de 13 de Março), 467
técnicos com formação regulamentada em produção biológica vegetal e 380 técnicos com
formação regulamentada em produção biológica animal, num total de 847 técnicos.
MPB
Vegetal
120
100 MPB
Animal
80
Total
60
40
20
0
ro
ro
ja
a
ça
rt o
oa
u
co
l
o
ba
ea
or
ir i
br
rd
ag
gr
se
Be
el
Fa
ei
é
an
sb
an
Po
Év
Le
tú
im
ua
R
le
st
ar
Av
Vi
Br
Se
Li
ag
rt a
Ca
Br
nt
la
Co
Vi
Sa
Br
Po
C.
V.
Fonte: DGADR 2016
No âmbito do PDR2020, a inovação nas zonas rurais tem como principal instrumento, o apoio à
criação e funcionamento de Grupos Operacionais, promover a interação entre o setor
agroflorestal e as entidades de I&D, de forma a facilitar a incorporação do conhecimento
relevante, para a realização dos objetivos da Parceria Europeia de Inovação para a
produtividade e a sustentabilidade agrícolas (PEI) “Produtividade e sustentabilidade agrícolas”.
A participação do setor da agricultura biológica na PEI é essencial e podendo ser utilizados
vários meios para explorar as questões específicas relevantes para a agricultura biológica,
sendo de estabelecer prioridades de inovação neste contexto.
A TP Organics é uma Plataforma Tecnológica Europeia (PTE) oficialmente reconhecida pela CE.
O seu principal objetivo é promover a agricultura biológica enquanto agricultura sustentável de
produção de alimentos.
A TP Organics desenvolve uma agenda de investigação e inovação e os roteiros para a ação a
nível comunitário e nacional, a serem suportadas pelo financiamento privado e público.
Mobilizam as partes interessadas para cumprir as prioridades acordadas e partilhar informação
em toda a EU, ajudando a oferecer soluções para os principais desafios, sendo constituída por
entidades independentes e auto-financiamento.
18,0
16,0
14,0
0,0
2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014
Os Estados Membros (EM) com a maior superfície em agricultura biológica são a Espanha (com
quase 2 milhões ha), a Itália (com cerca de 1,5 milhão ha) e a Alemanha (com 1 milhão ha).
Em conjunto, estes 3 países são responsáveis por cerca de 40% da superfície total de
agricultura biológica na UE-28. Na UE-13, a maior área de agricultura biológica situa-se na
Polónia (0,6 milhões ha) e na República Checa (0,4 milhões ha). No período de 2007-2015, a
superfície aumentou positivamente numa série de EM na UE-15 (por ex. Alemanha, Espanha,
França, Áustria e Suécia) mas também na UE-13 (incluindo na Polónia e na República Checa)1.
A agricultura biológica tem sido uma atividade privilegiada por uma série de medidas da PAC
ao longo dos anos, bem como por medidas nacionais ou regionais, em vários países.
Esta informação encontra-se disponível, na maior parte dos casos, nos vários sítios web das
entidades públicas responsáveis, essencialmente pertencentes a organismos dos ministérios da
agricultura desses países. Nalgumas situações, a barreira linguística só foi possível de
ultrapassar para localização da informação, com o auxílio dos representantes homólogos no
Comité de regulamentação da produção biológica (RCOP). Em certos casos, a informação é
1
Comissão Europeia (2016)
escassa e noutros a referida barreira linguística inibiu fortemente o desenvolvimento do
trabalho.
Verifica-se que vários Estados Membros da UE e outros países do mundo tiveram na década
passada, grande atividade no desenvolvimento de planos de ação e de estratégias, com
objetivos mais ou menos quantificados.
Estes planos de ação nacionais ou regionais são instrumentos estratégicos que visam
coordenar a oferta e procura e desenvolver a atividade, tendo em conta as condições locais.
Estas iniciativas, mesmo que atualmente já tenham terminado e não existam novos planos,
encontram-se listadas no Quadro nº 26.
AUSTRIA 2005-2008 20% de área em Lista extensa inserida no País com grande
agricultura biológica em pacote de desenvolvimento tradição e
2008-2010,
2010 rural. Promoção do representatividade da
prolongado até
investimento e apoio na produção biológica
2013
transformação /
comercialização.
Iniciativa "GOURMET
REGIÃO ÁUSTRIA",
63
País Duração Objetivos quantificados Ações/Medidas Observações
Em 2012 apenas 2% do
consumo era de
produção biológica.
Reforço e melhoria do
sistema institucional e dos
serviços
LITUÂNIA Inexistente
atualmente
área de agricultura
biológica
(49,2 meuros)
POLÓNIA Inexistente
atualmente
PORTUGAL Inexistente
atualmente
15% de explorações
biológicas em 2015
Triplicação das
explorações turísticas
biológicas até 2015
HUNGRIA Inexistente
atualmente
CHIPRE Inexistente
atualmente
Restauração coletiva.
Apoio à transformação.
Formação
Aumentar as
capacidades de produção
de sementes biológicas
locais, com um valor de
referência de 50% de
todas as necessidades.
Anexo II - Programa de Desenvolvimento Rural PRODER 2007 -2013- síntese das medidas de
apoio à agricultura biológica
Anexo III - Projetos financiados pelo programa AGRO Medida 8.1 – Desenvolvimento
Experimental e Demonstração
70
Anexo I – Associações de produtores
Nº técnicos
Início Locais de atendimento Telefone Âmbito
Designação Endereço Fax Correio eletrónico Página Web Âmbito Atuação Serviços reconhecidos
atividade ao público Telemóvel geográfico
em MPB
Assistência Técnica em MPB
AAPIM-Associação de Agricultores Av. Monsenhor Mendes do Carmo, nº 23, Formação Prof. em MPB
271223964 Agricultura Biológica
para Produção Integrada de Frutos de 1994 R/C esq Sede 271200075 geral@aapim.com www.aapim.com Continente Elaboração cand. 5
935562890 Produção Integrada
Montanha 6300-586 Guarda A.Ambientais/MPB
Agricultura Biológica
Assistência Técnica em MPB
ACRIGA - Associação de Criadores de Largo da Cooperativa 278426546 Agricultura
1989 Sede 278426547 acriga1@gmail.com Continente Elaboração cand. 2
Gado e Agricultores 5340-279 Macedo de Cavaleiros 961556086 Convencional
A.Ambientais/MPB
Produção Integrada
Agricultura Biológica
ANCPA-Associação Nacional dos Rua Diana de Liz-Apartado 71 266771932 porcoalentejano@gmail.co Agricultura Assistência Técnica em MPB
1991 Sede 266771933 www.ancpa.pt Continente Não tem
Criadores de Porco Alentejano 7002-501 Évora 934551332 m Convencional Apoio à comercialização
Produção Integrada
Agricultura Biológica
Assistência Técnica em MPB
Bioraia - Associação de Produtores Zona Industrial, nº 15, 1º Agricultura
2002 Sede 277202316 bioraia@iol.pt Continente Elaboração cand. 4
Biológicos da Raia 6000-182 Idanha-a-Nova Convencional
A.Ambientais/MPB
Produção Integrada
Agricultura Biológica
Av. De Badajoz, nº 3
Elipec - Agrupamento de produtores Continente Agricultura
2003 7350-903 Elvas Sede 268629354 268621173 geral@elipec.pt www.elipec.pt Apoio à comercialização 1
de Pecuária, SA Internacional Convencional
Produção Integrada
72
Anexo II - Programa de Desenvolvimento Rural PRODER 2007 -2013- síntese das medidas de apoio à agricultura biológica
PRODER 2.2.1 Adesão voluntária a métodos de produção Período de 5 anos Limites anuais
específicos através de pagamentos agro-
VALORIZAÇÃO DOS MODOS DE Submissão totalidade superfície 900 euros /ha culturas
ambientais
PRODUÇÂO permanentes
Encabeçamento menor ou igual
Pagamento a título compensatório por
Acção 2.2.1 2,00 CN por hectare 600 euros/ha culturas
hectare de área elegível
temporárias
Alteração dos modos de
produção agrícola 450 euros/ha pastagens
permanentes
Acção/ Medida de Apoio Tipo de apoio Elegibilidades / OBS.
PRODER 1.4.1 Concessão de uma ajuda compensatória, Limite anual de € 3000 por exploração.
APOIO AOS REGIMES DE QUALIDADE paga diretamente aos produtores agrícolas, quando Montantes unitários por categoria de produto
estes sujeitem a sua produção ao MPB com o
Ação suspensa em 17/01/2011
objetivo de compensar os custos acrescidos
associados à adesão voluntária e participação dos
produtores neste regime
PRODER 1.4.2 Apoio ao desenvolvimento de atividades necessárias O montante total do apoio concedido, não pode
à informação e promoção específica de produtos ultrapassar 20% do valor de vendas dos produtos
INFORMAÇÃO E PROMOÇÃO DE
alimentares abrangidos por regimes de qualidade objeto do Plano de Ação
PRODUTOS DE QUALIDADE
Concurso 2009 e 2011
Anexo III - Projetos financiados pelo Programa Operacional da Agricultura e
Desenvolvimento Rural PO AGRO (2007-2013)
75
Anexo IV - sites consultados – planos de ação
http://www.ifoam
eu.org/sites/default/files/page/files/ifoameu_policy_04_capbook201403.pdf
http://www.orgap.org/fileadmin/orgap/documents/action_plan_targets.pdf
http://www.orgap.org/fileadmin/orgap/documents/manual.pdf
http://www.orgap.org/fileadmin/orgap/documents/orgap_wp31_documentation_250107.pdf
AUSTRIA http://www.ifoam-eu.org/en/austria
FRANÇA http://agriculture.gouv.fr/Programme-Ambition-bio-2017,22587
ESPANHA
http://www.magrama.gob.es/imagenes/es/Estrategia%20Apoyo%20Producci%C3%B3n%20Ec
ol%C3%B3gica_tcm7-319074.pdf
ESPANHA–Andaluzia
http://www.juntadeandalucia.es/agriculturaypesca/prospectiva/Ecologico1_doc.pdf
ITÁLIA http://www.sinab.it/politiche-pan
http://www.sinab.it/sites/default/files/share/BIOREPORT_2013_WEB%5B1%5D.pdf
DINAMARCA
http://fvm.dk/fileadmin/user_upload/FVM.dk/Dokumenter/Landbrug/Indsatser/Oekologi/Oekol
ogisk_Handlingsplan_2020.pdf
BÉLGICA–Valónia
http://agriculture.wallonie.be/apps/spip_wolwin/IMG/pdf/plan_bio_final_juin_2013.pdf
BÉLGICA- Flandres
http://lv.vlaanderen.be/nl/zoek?query=nlapps%20data%20docattachments%20strategisch%2
0plan%20bio%202013%20pdf
LUXEMBURGO https://www.gouvernement.lu/3632152/plan-d_action-2013-2014.pdf
ALEMANHA http://www.bundesprogramm.de/das-programm/
http://www.bmel.de/EN/Agriculture/SustainableLandUse/_Texte/OrganicFarmingInGermany.ht
ml
FINLÂNDIA http://www.ifoam-eu.org/en/finland
REINO UNIDO
http://www.defra.gov.uk/farm/organic/policy/actionplan/pdf/actionplan2year.pdf
76
http://webarchive.nationalarchives.gov.uk/20130123162956/http:/www.defra.gov.uk/farm/or
ganic/policy/actionplan/pdf/actionplan2year.pdf
ESLOVÉNIA http://www.itr.si/uploads/LZ/_c/LZ_cC-8sfhhyw1OsfUn-LQ/ANEK_Slovenija.pdf
http://www.ifoam.org/en/slovenia
http://www.mkgp.gov.si/fileadmin/mkgp.gov.si/pageuploads/podrocja/Kmetijstvo/Ekolosko_k
metijstvo/ANEK_slo.pdf
SUÉCIA http://www.ifoam-eu.org/en/sweden
ESTÓNIA http://www.ifoam.org/en/estonia
LETÓNIA http://www.ifoam-eu.org/en/latvia
LITUANIA http://www.ifoam.org/en/lithuania
ROMÉNIA http://www.ifoam-eu.org/en/romania
BULGÁRIA
http://www.mzh.government.bg/MZH/Libraries/Organic_Farming/NOFAP_FINAL_en.sflb.ashx
NORUEGA
http://www.regjeringen.no/upload/LMD/Vedlegg/Brosjyrer_veiledere_rapporter/Handlingsplan
_okologisk_200109.pdf
http://www.ifoam-eu.org/en/norway
CANADÁ
http://www.organicagcentre.ca/DOCs/OVCRT/OVCRT_Strategic_Plan_Aug_2013_EN.pdf
CANADÁ - Quebec
http://www.agrireseau.qc.ca/agriculturebiologique/documents/Plan_de_dev_secteur_bio_VF.p
df
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
(2016) Comissão Europeia, Facts and figures on organic agriculture in the European Union.
(2016) Região Autónoma da Madeira, Relatório de Execução do PRODERAM 2020 ANO DE 2015
– RESUMO.
(2016) DGADR, Produção biológica – dados reportados EUROSTAT – Portugal e Ilhas (2013 -
2015):
http://www.dgadr.pt/images/docs/val/mpb/2015/Dados_Estatisticos_Portugal_Ilhas.pdf