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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS

CENTRO DE TECNOLOGIA
CURSO DE ENGENHARIA CIVIL

ANÁLISE COMPARATIVA TÉCNICO-ECONÔMICA ENTRE


EMPREENDIMENTOS COM CARACTERÍSTICAS
SUSTENTÁVEIS E CONVENCIONAIS

VICTOR GAMA CARNAÚBA AZEVEDO

Maceió
2013
VICTOR GAMA CARNAÚBA AZEVEDO

ANÁLISE COMPARATIVA TÉCNICO-ECONÔMICA


ENTRE EMPREENDIMENTOS COM
CARACTERÍSTICAS SUSTENTÁVEIS E
CONVENCIONAIS

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao


Colegiado do Curso de Engenharia Civil da
Universidade Federal de Alagoas, como parte dos
requisitos para obtenção do título de Engenheiro Civil.

Orientador: Flávio Barboza de Lima

Coorientador: Fernando Régis Azevedo Viana

Maceió
2013
VICTOR GAMA CARNAÚBA AZEVEDO

ANÁLISE COMPARATIVA TÉCNICO-ECONÔMICA ENTRE


EMPREENDIMENTOS COM CARACTERÍSTICAS SUSTENTÁVEIS E
CONVENCIONAIS
Este trabalho de conclusão de curso foi julgado como pré-requisito para a obtenção
do título de ENGENHERIO CIVIL e aprovada em sua forma final pelo professor
orientador e pelo Colegiado do Curso de Engenharia Civil da Universidade Federal
de Alagoas.

Maceió, __de ________ de 2013

Prof. Flávio Barboza de Lima


Dr. pela Escola de Engenharia de São Carlos
Orientador

Profa. Adriana de Oliveira Santos Weber


Coordenadora do curso de Engenharia Civil

BANCA EXAMINADORA

Prof. Flávio Barboza de Lima UFAL


Dr. pela Escola de Engenharia de São Carlos

Profa. Adriana de Oliveira Santos Weber UFAL


Dra. pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Prof. Ismael Weber UFAL


Ms. pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul
Dedico este trabalho à minha família, em especial
aos meu pai Fernando Régis, minha mãe Maria das
Graças, minha namorada Camila e aos meus irmãos
Gabriel e Karolina por terem me apoiado durante a
minha formação.
AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente aos meus pais, que me deram todo o aporte necessário para
conclusão do curso de engenharia e formaram o meu caráter.

Ao meu pai Fernando Régis que foi o meu norte e me guiou durante a conclusão do curso
e elaboração deste trabalho.

À minha namorada Camila Lins que me auxiliou, mostrando paciência e me dando forças
para vencer os obstáculos.

À minha família que me deu apoio e estímulo durante a graduação.

Ao meu orientador Flávio Barboza pelo apoio e dedicação durante o desenvolvimento


deste trabalho

Aos meus amigos, em especial Alcyr Vergetti, Jean Victor, Pedro Cavalcante e Yuri
Lemos, que estiveram presentes em vários momentos ao longo dessa jornada.

Aos meus colegas de turma que sempre se mostraram unidos na busca de um objetivo
comum.

Aos engenheiros Caetano Ximenes e Jayme Marden por permitirem a coleta de dados e
me auxiliarem com aporte teórico para execução deste trabalho.

Aos professores da Curso de Engenharia Civil da Universidade Federal de Alagoas, que


além do conhecimento nos ensinaram valores.
RESUMO

AZEVEDO, V. G. C.. Análise comparativa técnico-econômica entre


empreendimentos com características sustentáveis e convencionais. 2013. Trabalho
de Conclusão de Curso (Graduação em Engenharia Civil) – Universidade Federal de
Alagoas, Maceió.

A prática da engenharia consiste em utilizar materiais da forma mais eficiente e


econômica, porém essa prática geralmente só é aplicada para concepção do projeto,
deixando de lado sua utilização. Seguindo essa linha e a crescente preocupação por
questões sustentáveis e impactos ambientais ocasionados pela indústria da construção
civil e a utilização de suas obras, faz-se necessário a adoção de soluções que visam
diminuir esse impacto. Essas soluções são dispendiosas e requerem por sua vez uma
análise de viabilidade para adotá-las e encará-las como um investimento. Dentro desse
contexto, este trabalho apresenta um comparativo técnico econômico entre obras
convencionais e as que possuem soluções de eficiência energética e racionalização do
consumo de água, que apresentam grande impacto no custo de utilização durante o ciclo
de vida do empreendimento pós-construção. Também é mostrado as vantagens de sua
utilização, diferença percentual de custo de 2,03% entre os sistemas presentes nos
empreendimentos e em seguida o momento temporal de 41 meses para que a adoção do
investimento seja justificada.

Palavras-chave: eficiência energética, consumo de água, ponto de equilíbrio, análise


econômica, sustentabilidade.
ABSTRACT

AZEVEDO, V. G. C.. Comparative analysis technical-economic between enterprises


with characteristics sustainable and conventional. In 2013. Completion of course work
(Civil Engineering Undergraduate) - Federal University of Alagoas, Maceió.

The engineering practice consists to use the most efficient and economical way, but this
practice is generally only applied to project design, leaving aside its use. Following this
line and the growing concern for sustainable issues and environmental impacts caused by
the construction industry and the use of their works, it is necessary to adopt solutions that
aim to reduce this impact. These solutions are expensive and require in turn an analysis
of the feasibility of adopting them and regard them as an investment. Within this context,
this work presents a comparative techno-economic works between conventional and we
have solutions for energy efficiency and rationalization of water consumption, which have
great impact on the cost of use during the life cycle of the project after construction. Also
shown the advantages of its use, the percentage difference in cost between the systems
present in the projects and then the time point for the adoption of the investment is
justified.

Keywords: energy efficiency, water consumption, equilibrium, economic analysis,


sustainability.
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ................................................................................... 11
1.1 JUSTIFICATIVA ........................................................................................................ 12
1.2 OBJETIVOS ............................................................................................................... 12
1.3 ESTRUTURA DO TRABALHO ................................................................................ 13
2 SUSTENTABILIDADE...................................................................... 14
2.1 TÉCNICAS DE EFICIÊNCIA HIDROSSANITÁRIA .............................................. 16
2.1.1 Aparelhos sanitários economizadores de água .................................................... 17
2.1.2 Aproveitamento de fontes alternativas ................................................................ 21
2.2 TÉCNICAS DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA .......................................................... 24
2.2.1 Aquecimento de água .......................................................................................... 25
2.2.2 Eficiência térmica ................................................................................................ 26
2.2.3 Iluminação ........................................................................................................... 27
2.2.4 Produção de energia renovável............................................................................ 29
2.3 TIPOS DE CERTIFICAÇÕES E NORMAS .............................................................. 30
2.3.1 Processo AQUA .................................................................................................. 30
2.3.2 PROCEL EDIFICA ............................................................................................. 31
2.3.3 NBR 15575: Edifícios Habitacionais de até cinco pavimentos – Desempenho .. 32
2.3.4 LEED (Liderança em Energia e Design Ambiental) ........................................... 33
2.3.5 Selo Casa Azul CAIXA....................................................................................... 34
3 MÉTODOS DE AVALIAÇÃO DOS CUSTOS DO CICLO DE
VIDA ........................................................................................................... 36
3.1.1 Simples payback.................................................................................................. 36
3.1.2 Payback descontado ............................................................................................ 37
3.1.3 Valor presente líquido ......................................................................................... 37
3.1.4 Taxa interna de retorno ....................................................................................... 38
4 MÉTODO DE PESQUISA ................................................................. 40
4.1 ESTRATÉGIA DE PESQUISA .................................................................................. 40
4.2 DELINEAMENTO DA PESQUISA........................................................................... 41
4.2.1 1ª Etapa: Revisão Bibliográfica ........................................................................... 42
4.2.2 2ª Etapa: Identificação do local de estudo ........................................................... 42
4.2.3 3ª Etapa: Obtenção dos dados ............................................................................. 43
4.2.4 4ª Etapa: Análise dos dados................................................................................. 43
4.2.5 5ª Etapa: Apresentação dos dados e proposição de melhorias ............................ 43
4.3 DELIMITAÇÕES DO TRABALHO .......................................................................... 44
4.4 CARACTERIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO .................................................... 44
5 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DE RESULTADOS .................... 46
5.1 DISPOSITIVOS SUSTENTÁVEIS ESCOLHIDOS .................................................. 46
5.1.1 Instalações Hidro-Sanitárias ................................................................................ 46
5.1.2 Sistema de automação da iluminação nas áreas comuns ..................................... 47
5.1.3 Medição individual de água ................................................................................ 48
5.1.4 Tratamento térmico da fachada ........................................................................... 49
5.1.5 Sistema coletivo de aquecimento de água a gás .................................................. 49
5.2 ANÁLISE ECONOMICA DOS DISPOSITIVOS ...................................................... 50
5.2.1 Dispositivos economizadores de água ................................................................. 51
5.2.1.3 Combinação dos sistemas economizadores de água ....................................... 59
5.2.2 Dispositivos economizadores de energia elétrica ................................................ 63
5.2.3 Combinação final ................................................................................................ 71
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................. 74
6.1 SUGESTÃO PARA TRABALHOS FUTUROS ........................................................ 75
7 REFERÊNCIAS .................................................................................. 76
LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Tripé da sustentabilidade ............................................................................................ 15


Figura 2 - Distibuição das águas na Terra ................................................................................... 16
Figura 3 - Funcionamento elastômeros ....................................................................................... 19
Figura 4 - Sistema de captação e utilização de água da chuva .................................................... 22
Figura 5 - Tipos de rotores .......................................................................................................... 30
Figura 6 - Categorias de preocupações do AQUA ...................................................................... 31
Figura 7 - :Fluxograma do trabalho............................................................................................. 42
Figura 8 - Vista do empreendimento ........................................................................................... 45
Figura 9 - Representação gráfica para obtenção do payback – Bacias Sanitárias. ...................... 54
Figura 10 - Variação do TIR nas bacias sanitárias ...................................................................... 55
Figura 11 - Representação gráfica para obtenção do payback – Medição Individual de Água .. 57
Figura 12 - Variação do TIR nos aparelhos de medição individual ............................................ 59
Figura 13 - Representação gráfica para obtenção do payback – Combinação economizadores de
água ............................................................................................................................................. 61
Figura 14 - Variação do TIR - Combinação economizadores Água ........................................... 62
Figura 15 - Representação gráfica para obtenção do payback – Consumo médio de energia .... 68
Figura 16 - Representação gráfica para obtenção do payback – Consumo máximo de energia . 69
Figura 17 - Variação do TIR - Aquecimento de água a gás ........................................................ 70
Figura 18 - Representação gráfica para obtenção do payback – Combinação final .................... 72
Figura 19 - Variação do TIR - Combinação final ....................................................................... 73
LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Usos finais de água potável para consumo doméstico no Brasil................................ 17


Tabela 2 - Comparação Custo Global ......................................................................................... 46
Tabela 3 - Comparação custo bacias ........................................................................................... 47
Tabela 4 - Comparação custo automação da iluminação ............................................................ 47
Tabela 5 - Comparação custo medição individual de água ......................................................... 48
Tabela 6 - Comparação custos tratamento térmico da fachada ................................................... 49
Tabela 7 - Comparação custos sistema coletivo de aquecimento de água .................................. 50
Tabela 8 - Tarifas de água Fonte - CASAL................................................................................. 51
Tabela 9 - Consumo e Fluxo de Caixa - Bacias sanitárias .......................................................... 52
Tabela 10 - Consumo e Fluxo de Caixa – Medição individual de água ...................................... 56
Tabela 11 - Consumo e Fluxo de Caixa – Combinação economizadores de água ...................... 60
Tabela 12 - Consumo de gás por unidade ................................................................................... 63
Tabela 13 - Consumo mensal total de gás ................................................................................... 63
Tabela 14 - Tarifas de gás ........................................................................................................... 64
Tabela 15 - Consumo de gás versus consumo de energia ........................................................... 65
Tabela 16 - Consumo e Fluxo de Caixa – Economia de energia no consumo mínimo ............... 66
Tabela 17 - Consumo e Fluxo de Caixa – Economia de energia no consumo médio ................. 66
Tabela 18 - Consumo e Fluxo de Caixa – Economia de energia no consumo máximo .............. 67
Tabela 19 - Consumo e Fluxo de Caixa – Combinação final ...................................................... 71
LISTA DE ABREVIAÇÕES

ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas

ALGÁS Gás de Alagoas S.A.

AQUA Alta qualidade ambiental

CASAL companhia de Saneamento de Alagoas

CBCS Conselho Brasileiro de Construção Sustentável

CETESB Companhia Ambiental do Estado de São Paulo

ELETROBRAS Companhia de Energia de Alagoas

GBC Green Building Council

HQE Haute Qualité Environment

INMETRO Instituto Nacional de Metrologia

LCC Life cycle costing

LED diodo emissor de luz

LEED Leadership in Energy and Environment Design

NTU Unidade Nefelométrica de Turbidez

ONG Organização Não Governamental

PROCEL Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica

PROCOBRE Instituto Brasileiro do Cobre

QAE Qualidade Ambiental do Edifício

SGE Sistema de Gestão do Empreendimento,

TIR Taxa Interna de Retorno

TMA taxa mínima de atratividade

VDR Volume de Descarga Reduzido

VPL valor presente líquido


UFAL Universidade Federal de Alagoas
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1 INTRODUÇÃO

Segundo a comissão mundial sobre meio ambiente e desenvolvimento, todos são


dependentes de uma biosfera para conservarmos nossas vidas. Mesmo assim, cada
comunidade, cada país luta pela sobrevivência e pela prosperidade quase sem levar em
consideração o impacto que causa sobre os demais. Alguns consomem os recursos da
Terra a um tal ritmo que provavelmente pouco sobrará para as gerações futuras
(COMISSÃO, 1991).

Nas últimas décadas, verificou-se o crescimento vertiginoso das cidades, em decorrência


do êxodo da população rural e da formação de grandes concentrações populacionais
(SABESP, 2013). A indústria da construção, respondendo às necessidades sociais e
econômicas, cria e implanta infraestruturas (estradas, barragens, linhas de caminho de
ferro), zonas urbanas (Edifícios e Parques), promovendo o crescimento e suporte os
processos de desenvolvimento (PINHEIRO, 2003). Porém esse desenvolvimento tem
impactos ambientais e sociais que não eram levados em consideração.

Junto com o desenvolvimento na construção civil, o consumo dos recursos naturais, como
a água, e a necessidade atual da adoção de novas tecnologias alternativas para geração de
energia. O custo da energia é cada vez mais um componente importante nos custos de
operacionais dos edifícios. Neste sentido, todos esforços possíveis devem ser feitos para
conter gastos desnecessários (PROCOBRE, 2003).

A questão ambiental tem-se tornado uma exigência de mercado cada vez mais
contundente e gradativamente tem ocupado mais espaço nas prioridades das construtoras.
Em todo o mundo há diversas certificações que verificam se uma dada obra é sustentável.
A norte americana LEED (Leadership in Energy and Environment Design) e a francesa
HQE (Haute Qualité Environment) são alguns exemplos de certificações estrangeiras. No
território nacional existe a certificação AQUA (Alta Qualidade Ambiental). De modo
geral, essas certificações fundamentam-se no princípio de eficiência energética, uso
racional de água, coleta seletiva e qualidade ambiental interna da edificação. Além da
certificação brasileira AQUA, foi criado em agosto de 2007 o CBCS, Conselho Brasileiro
de Construção Sustentável, que possui como meta incentivar o setor da construção a

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Análise comparativa técnico-econômica entre empreendimentos com características sustentáveis e
convencionais
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utilizar práticas mais sustentáveis, melhorando a qualidade de vida dos usuários, dos
trabalhadores e do entorno das edificações (OKRASKA, 2011).

1.1 JUSTIFICATIVA

Diante do contexto supracitado o setor da construção civil tem procurado adaptar os


empreendimentos para tornar os edifícios cada vez mais sustentáveis. Essa adaptação
começa com a adoção de determinadas tecnologias sustentáveis, que são o ponto de
partida para almejar as certificações que consideram um edifício como sustentável.

Dessa maneira, o uso de tecnologias sustentáveis para economia de recursos é atualmente


uma preocupação para os empreendedores e investidores. Dentro desse contexto que
valoriza o uso racional dos recursos naturais, os fatores relacionados a eficiência
energética e o uso racional da água são os que mais influenciam economicamente na
concepção do empreendimento, bem como no uso e ocupação.

Diversas ações e iniciativas buscam utilizar os recursos disponíveis de forma otimizada,


necessitando que se faça uma avaliação dos custos no ciclo de vida de utilização do
empreendimento. A adoção dessas tecnologias se depara com a problemática de justificar
e convencer ao cliente a comprar um produto mais caro.

Sendo assim, esse trabalho propõe a avaliação técnica e econômica dessas tecnologias
com a finalidade de apresentar ao cliente as vantagens e desvantagens para apoiar essas
iniciativas no momento de idealização do projeto.

1.2 OBJETIVOS

Esse trabalho tem o objetivo de verificar o custo benefício para o consumidor final de um
edifício com características sustentáveis em relação aos edifícios convencionais em
Maceió - AL.

Como objetivos específicos deve-se citar:

1) Identificar as características sustentáveis do edifício, localizado em Maceió,


segundo as certificações sustentáveis;

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Victor Gama Carnaúba Azevedo (victor.azevedo@outlook.com) – Trabalho de Conclusão de Curso -
UFAL
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2) Caracterizar as ferramentas de análise do ponto de equilíbrio do empreendimento,


segundo as metodologias do custo do ciclo de vida, determinando as diferenças
percentuais do custos e sua viabilidade econômica.

1.3 ESTRUTURA DO TRABALHO

O trabalho apresenta-se divido em cinco capítulos. No primeiro capítulo é apresentado o


contexto em que esse trabalho está inserido.

O segundo capítulo aborda uma revisão bibliográfica apresentando o conceito de


sustentabilidade, as técnicas de eficiência hidráulica e energética, os tipos de certificações
e normas presentes no Brasil.

O terceiro capítulo aborda os métodos de avaliação dos custos do ciclo de vida de uma
edificação.

O quarto capítulo apresenta a metodologia utilizada para realização do trabalho,


especificando os métodos de execução de cada etapa. Além disso, apresenta-se também a
delimitação do trabalho.

No quinto capítulo é apresentado o empreendimento analisado, identificando os


dispositivos sustentáveis e sendo realizado as análises econômicas entre as obras
convencionais e sustentáveis. Serão destacados a viabilidade econômica para utilização
de cada dispositivo e em seguida a combinação entre eles.

No sexto e último capítulo é realizado as considerações finais do trabalho, expondo as


principais conclusões obtidas com os resultados.

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Análise comparativa técnico-econômica entre empreendimentos com características sustentáveis e
convencionais
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2 SUSTENTABILIDADE

No atual contexto mundial, o conceito de sustentabilidade é bastante utilizado para novos


investimentos e projetos, se tornando um ponto forte de indicação de inovação e
preocupação social. Porém, apesar da grande disseminação do conceito e de suas
preocupações, o mesmo é utilizado de maneira precária e bastante focado no marketing
gerado para a empresa.

Segundo Afonso (2006), a proposta de sustentabilidade surgiu no final do século XX


como parte do processo de reflexão para o equacionamento dos problemas de qualidade
ambiental. Dessa forma, o conceito de sustentabilidade de acordo com Dalf (2010):

Conceito de Sustentabilidade que está relacionado com a continuidade dos


aspectos econômicos, sociais, culturais e ambientais da sociedade humana, e
também surge a ideia do Desenvolvimento Sustentável, conceito que visa
conciliar o desenvolvimento econômico com a preservação ambiental (DALF,
2010).

A partir do conceito de sustentabilidade, mostra-se que soluções isoladas são apenas


paliativas, necessitando criar uma preocupação com o desenvolvimento sustentável, que
é a conciliação entre o interesse do desenvolvimento econômico, com o desenvolvimento
social e cultural, tendo como preocupação o meio ambiente e seus recursos. Como é
possível verificar na obra “Nosso Futuro Comum”, produzida pela Comissão Mundial
Sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento em 1991:

O desenvolvimento sustentável não é um estado permanente de harmonia, mas


um processo de mudança no qual a exploração dos recursos, a orientação dos
investimentos, os rumos do desenvolvimento tecnológico e a mudança
institucional estão de acordo com as necessidades atuais e futuras
(COMISSÃO, 1991, p. 10).

Dessa forma, é possível representar de maneira gráfica o caminho para sustentabilidade


por meio do conjunto de três dimensões da sustentabilidade, também conhecido como
tripé da sustentabilidade, como pode ser visto na Error! Reference source not found..

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Victor Gama Carnaúba Azevedo (victor.azevedo@outlook.com) – Trabalho de Conclusão de Curso -
UFAL
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Figura 1 - Tripé da sustentabilidade


Fonte: Blog Lobotomia & Comunicação

Em meio as tendências das indústrias e do rumo a se seguir, a construção civil vê-se na


obrigação de criar construções sustentáveis. Essas construções necessitam de um maior
planejamento e reconhecimento de que os recursos naturais são finitos. Segundo Araújo
(2007):

Construção Sustentável é um sistema construtivo que promove alterações


conscientes no entorno, de forma a atender as necessidades de edificação e uso
do homem moderno, preservando o meio ambiente e os recursos naturais,
garantindo qualidade de vida para as gerações atuais e futuras (ARAÚJO,
2007, p. 1).

Seguindo esses conceitos, as edificações atuais adotam várias medidas para criar um
projeto que procure atender as exigências de um desenvolvimento sustentável. Em alguns
mercados as iniciativas são apenas pontuais, que indicam o começo do amadurecimento
local em relação à novas tendências.

As medidas tomadas pela construção civil vão desde o projeto, o período de construção e
ocupação. Essas medidas visam diminuir os impactos gerados e algumas delas são as
técnicas para eficiência hidrossanitária, elétrica, sonora, térmica, disposição de resíduos
e muitas outras que formam o contexto das obras sustentáveis.

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Análise comparativa técnico-econômica entre empreendimentos com características sustentáveis e
convencionais
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2.1 TÉCNICAS DE EFICIÊNCIA HIDROSSANITÁRIA

A água é um dos recursos mais importantes para a sobrevivência e também é um dos mais
ameaçados devido ao alto consumo, pouco aproveitamento e falta de qualidade. Segundo
Victorino (2007), a distribuição das águas na terra estão de acordo com o seguinte gráfico
da Error! Reference source not found..

Figura 2 - Distibuição das águas na Terra


Fonte: adaptado de Victorino (2007)

100
90
80
70
60
50 97.2
40
30
20
10
2.38 0.39 0.029 0.001
0
Oceanos Gelo/Glaciais Água Lagos e Rios Atmosfera
subterrânea

A partir desses dados, ressalta-se a importância de racionalizar a água. Dentre as ações de


otimizar a utilização da água é necessário primeiramente caracterizar o uso da água no
meio doméstico. A Tabela 1 - Usos finais de água potável para consumo doméstico no
Brasil. apresenta os usos finais de água potável no consumo doméstico no Brasil.

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Victor Gama Carnaúba Azevedo (victor.azevedo@outlook.com) – Trabalho de Conclusão de Curso -
UFAL
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Tabela 1 - Usos finais de água potável para consumo doméstico no Brasil.


Fonte: adaptado de Marinoski (2010)

Usos finais de água (%)


Pontos de utilização
USP IPT DECA PNCDA Almeida et al.
Bacia sanitária* 29 5 14 5 30,8
Chuveiro 28 54 47 55 11,7
Lavatório 6 7 12 - 12,6
Máquina de lavar louça 5 3 - 26 -
Máquina de lavar roupa* 9 4 8 11 16,2
Tanque 6 10 5 - -
Torneira cozinha 17 17 14 - 13
Outros - - - 3 15,7
Total 100 100 100 100 100
Total não potável (*) 44 19 27 16 47

Há vários dispositivos envolvidos no consumo de água, e os meios para conservá-las são


basicamente as ações de uso racional ou aproveitamento de fontes alternativas. Para os
meio de racionalização da água, pode-se citar: aparelhos sanitários economizadores de
água, medição individualizada em condomínios, detecção e controle de perdas de água,
entre outras medidas de conscientização. Enquanto que para o aproveitamento de fontes
alternativas existe o aproveitamento das águas cinzas e da água da chuva.

A medição individualizada, detecção e controle de perdas e medidas de conscientização


são ações que estão relacionadas, sendo a medição individual um forte instrumento para
detecção de perdas e conscientização do consumidor, pois o consumo não será dividido
entre o condomínio. Para o controle e detecção é necessário manutenção periódica dos
equipamentos e a medição para dar um resultado de forma mais pontual o local de
vazamento.

2.1.1 Aparelhos sanitários economizadores de água


“Os aparelhos economizadores de água utilizam tecnologias que funcionam com vazão
reduzida e/ou evitam o desperdício devido ao mau fechamento de componentes
convencionais, apresentam uma maior eficiência hídrica em relação aos convencionais”
(MACHADO, 2008).

Os dispositivos encontrados nas residências são os chuveiros, bacias e torneiras.

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Análise comparativa técnico-econômica entre empreendimentos com características sustentáveis e
convencionais
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2.1.1.1 Chuveiros

Os chuveiros são os maiores responsáveis pelo consumo de água em uma residência.


Segundo MACHADO (2008), os chuveiros são mais difíceis de serem aceitos pelos
usuários, pois eles afetam o nível de conforto dos mesmos e requerem alterações nos seus
hábitos.

As técnicas de otimização nos chuveiros consistem na redução da vazão, além de evitar


vazamentos. Dentre as tecnologias atuais estão os reguladores de vazão fixa, chuveiro
tipo ducha, chuveiro com acionamento no pedal, chuveiros com acionamento
hidromecânico, entre outros.

1) Regulador de vazão fixa:

Segundo DRACO (2013), o regulador de vazão fixa, se auto ajusta, compensando a


pressão e mantendo sempre a vazão nominal. Isso se dá através da deformação do
elastômero e consequente obstrução da passagem da água, com o aumento da pressão.

Consiste em uma pequena peça que restringe a passagem da água de acordo com sua
vazão, por meio de um elastômero que se comprime de acordo com a pressão da água,
reduzindo a seção de passagem da água. Observado na Error! Reference source not
found., que ilustra o funcionamento dos elastômeros, que se comprimem para reduzir a
passagem de água.

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Victor Gama Carnaúba Azevedo (victor.azevedo@outlook.com) – Trabalho de Conclusão de Curso -
UFAL
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Figura 3 - Funcionamento elastômeros


Fonte: Draco Eletrônica

2) Chuveiro com acionamento no pedal:

Chuveiro acionado a partir do pressionamento de um pedal pelo usuário, evitando


desperdício pelo fluxo constante de água.

3) Chuveiro tipo ducha:


“Chuveiros tipo ducha, que promovem a redução do desperdício da água por
permitir a lavagem localizada em cada parte do corpo” (LIMA, 2010).
4) Chuveiros com acionamento hidromecânico:
Chuveiro com tempo determinado para fechar automaticamente.
2.1.1.2 Bacias

Para as bacias sanitárias, o Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade


do Habitat (PBQP-H), determina que a partir de 2003 todas as bacias sanitárias
produzidas no país utilizem um consumo em torno de 6,8 litros/descarga, o que
representa uma economia significativa em relação aos aparelho convencionais,
cujo consumo é em torno de 9 a 13 litros/descarga, enquanto que nos aparelhos
mais antigos o consumo pode chegar a 20 litros/descarga (LIMA, 2010, p. 31).

Exemplos bastante utilizados são as bacias com válvulas de fluxo fixos para cada
acionamento e as com caixa acopladas VDR (Volume de Descarga Reduzido). As bacias
com caixas acopladas possuem volume fixo para cada descarga, enquanto que as de fluxo
fixo determinam o volume que será utilizado de acordo com a necessidade do usuário,
seja 3 litros para dejetos líquidos ou 6 litros para dejetos sólidos.

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convencionais
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2.1.1.3 Torneiras

As torneiras possuem um significativo consumo de água em uma residência, havendo


duas formas de reduzir o consumo do mesmo, diminuindo a vazão ou o tempo de abertura
do ponto de consumo. Pode-se citar as seguintes tecnologias que diminuem a vazão ou o
tempo de consumo (ALBUQUERQUE, 2004; HAFNER, 2007 apud MACHADO,
SANTOS, 2008):

5) Arejadores: são instalados na saída de água da torneira e reduzem a seção de


passagem da água e injetam ar durante o escoamento, diminuindo o jato da
torneira em cerca de 50% (vazão entre 0,13 l/s e 0,76 l/s). Seu uso já é muito
comum em residências, por se tratar de um dispositivo simples e eficiente, com
baixo custo de aquisição, fácil instalação e não necessitar de manutenção;

6) Pulverizadores: semelhantes aos arejadores, mas não tem orifícios laterais para
introdução de ar, transformam o jato de água em feixes de pequenos jatos.
Reduzem a vazão para valores entre 0,06 l/s e 0,12 l/s;

7) Reguladores: Diminuem a vazão das torneiras e são especialmente úteis em locais


com alta pressão nas tubulações de água;

8) Automatizadores: fornecem uma vazão de 0,01 l/s com pressão de alimentação de


350 kPa;

9) Prolongadores: permitem aproximar e direcionar o jato de água, diminuindo os


espirros e respingos e proporcionando maior eficiência no uso da água;

10) Torneiras com tempo de fluxo determinado: são dotadas de dispositivos


mecânicos que liberam o fluxo de água apenas durante um período de tempo
determinado. Geralmente liberam 1 litro de água por acionamento;

11) Torneiras acionadas por sensor infravermelho: são dotados de sensores que
detectam a presença das mãos e liberam o fluxo de água para uso apenas enquanto
as mesmas permanecem no campo de ação do sensor. Geralmente consomem 0,7
litros por utilização.

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2.1.2 Aproveitamento de fontes alternativas


As ações de aproveitamento de fontes alternativas são a captação da água de chuva e o
reuso de água.

2.1.2.1 Captação da água de chuva

A captação de água não é uma tecnologia nova, porém o seu uso crescente em edificações
atendidas por água potável é atual. Segundo Machado (2008):

Essa tecnologia consiste em captar a água de chuva através do telhado das


residências e conduzir a água através de calhas para a cisterna. Essa medida
além de aumentar a oferta de água da residência para fins menos nobres e
diminuir a demanda pelo uso da água potável, também contribui para a
diminuição das inundações, pois diminui a quantidade de água pluvial que é
introduzida nas redes de esgoto (MACHADO, 2008, p. 24).

A utilização das águas provenientes da chuva são atividades não potáveis, como limpeza
de pisos, rega de jardim, lavagem de carros, reserva de incêndio, ar condicionado central,
entre outras. Sua obtenção é relativamente de baixo custo, consistindo somente no
armazenamento para a água derivada das áreas cobertas.

O fator impactante para determinação de custo e volume de água a ser aproveitado é a


área de captação por residência, que em edifícios horizontais e residências unifamiliares
torna o sistema vantajoso. Em edifícios verticais o volume de água captado pela cobertura
para cada residência é menor, necessitando da impermeabilização de outras áreas e
aumentando o custo.

Como pode ser visto na figura 4, a água da chuva captada pelo telhado é coletada por uma
calha, onde são filtrados os galhos e folhas. Após a coleta, a água passa por um filtro fino
e é armazenada em um reservatório subterrâneo, onde é bombeada para o reservatório
superior e destinada para uso.

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Análise comparativa técnico-econômica entre empreendimentos com características sustentáveis e
convencionais
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Figura 4 - Sistema de captação e utilização de água da chuva


Fonte: Friburgo filtros

O sistema de captação de água da chuva também possui suas desvantagens, por depender
exclusivamente da oferta de chuva em cada região, podendo comprometer a
disponibilidade de água. Segundo LIMA (2010), “as desvantagens do sistema são a
diminuição do volume de água coletada nos períodos de seca, além da necessidade de se
fazer uma manutenção regular no sistema, caso contrário podem surgir riscos sanitários”.

2.1.2.2 Reuso de água

O reuso de água é uma tecnologia alternativa ao uso da água que ainda é pouco aplicada
no Brasil. Essa tecnologia vem sendo mais utilizada devido à ascensão dos edifícios
sustentáveis que, além de aproveitarem a água da chuva, aproveitam e utilizam as águas
cinzas como alternativa para diminuição do consumo e impacto ambiental e social.

O uso dessa técnica também ocorre devido à falta de água tratada em algumas regiões,
que é um problema de saúde pública e leva a adoção do tratamento e uso dessa água.
FIORI et al. (2006) definem reuso de água como:

Reuso da água é a reutilização da água, que, após sofrer tratamento adequado,


destina-se a diferentes propósitos, com o objetivo de se preservarem os

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recursos hídricos existentes e garantir a sustentabilidade. É a utilização dessa


substância, por duas ou mais vezes, após tratamento, para minimizar os
impactos causados pelo lançamento de esgotos sem tratamento nos rios,
reaproveitamento que também ocorre espontaneamente na natureza através do
“ciclo da água”. Em vários países do mundo, o reuso planejado da água já é
uma solução adotada com sucesso em diversos processos. A racionalização do
uso da água e o reuso poderão permitir uma solução mais sustentável (FIORI
et al., 2006, p.20).

O conceito de reuso de água está relacionado ao aproveitamento ou reaproveitamento das


águas cinzas, que são efluentes residuais a partir de processos domésticos que não
possuem contribuição da bacia sanitária.

O reuso de água em residências, assim como a utilização da água de chuva,


constitui uma alternativa tecnológica de utilização de fontes alternativas de
água, sendo que, ao invés de se utilizar as águas pluviais são utilizadas
geralmente as águas cinza, que são os efluentes que não possuem nenhuma
contribuição da bacia sanitária. Esse conceito de águas cinza pode ser
estendido também para todos os efluentes que apresentem pequena
concentração de matéria orgânica, sendo considerados os efluentes
provenientes do uso dos chuveiros, lavatórios, tanques e máquinas de lavar
roupa, excluindo-se, além das descargas dos vasos sanitários, o efluente das
pias de cozinha, pois, na cultura brasileira é comum a utilização das pias de
cozinha como despejo de restos de alimentos (MACHADO, 2008, p. 26).

Os tipos de uso das águas cinzas dependem de classificações, como o da qualidade da


água. A Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (CETESB) classifica o reuso em
tipos de acordo com o uso direto ou indireto, sendo ele planejado ou não.

1) Reuso indireto não planejado: ocorre quando a água, utilizada em alguma


atividade humana, é descarregada no meio ambiente e novamente utilizada a
jusante, em sua forma diluída, de maneira não intencional e não controlada.
Caminhando até o ponto de captação para o novo usuário, a mesma está sujeita às
ações naturais do ciclo hidrológico (diluição, autodepuração);
2) Reuso indireto planejado: ocorre quando os efluentes, depois de tratados, são
descarregados de forma planejada nos corpos de águas superficiais ou
subterrâneas, para serem utilizadas a jusante, de maneira controlada, no
atendimento de algum uso benéfico;
3) Reuso direto planejado: ocorre quando os efluentes, após tratados, são
encaminhados diretamente de seu ponto de descarga até o local do reuso, não
sendo descarregados no meio ambiente. É o caso com maior ocorrência,
destinando-se ao uso em indústria ou irrigação.

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Análise comparativa técnico-econômica entre empreendimentos com características sustentáveis e
convencionais
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Existem outras classificações para o reuso de água, como a relacionada ao grau de


tratamento ao reuso do efluente doméstico estabelecido pela Norma Brasileira NBR
13969 (ABNT, 1997):

1) Classe 1: Lavagem de carros e outros usos que requerem o contato direto do


usuário com a água, com possível aspiração de aerossóis pelo operador, incluindo
chafarizes: turbidez inferior a 5 NTU (Unidade Nefelométrica de Turbidez),
coliforme fecal inferior a 200 NMP/100 mL; sólidos dissolvidos totais inferior a
200 mg/L; pH entre 6,0 e 8,0; cloro residual entre 0,5 mg/L e 1,5 mg/L;
2) Classe 2: lavagens de pisos, calçadas e irrigação dos jardins, manutenção dos
lagos e canais para fins paisagísticos, exceto chafarizes: turbidez inferior a 5 NTU
(Unidade Nefelométrica de Turbidez), coliforme fecal inferior a 500 NMP/100
mL, cloro residual superior a 0,5 mg/L;
3) Classe 3: reuso nas descargas dos vasos sanitários: turbidez inferior a 10 NTU
(Unidade Nefelométrica de Turbidez), coliformes fecais inferiores a 500
NMP/100 mL. Normalmente, as águas de enxágue das máquinas de lavar roupas
satisfazem a este padrão, sendo necessário apenas uma cloração;
4) Classe 4: reuso nos pomares, cereais, forragens, pastagens para gados e outros
cultivos através de escoamento superficial ou por sistema de irrigação pontual.
Coliforme fecal inferior a 5 000 NMP/100 mL e oxigênio dissolvido acima de 2,0
mg/L.

O reuso de águas cinzas em edifícios residenciais é uma reutilização direta e planejada,


que apresenta grandes vantagens para o usuário ao prover economia de água e possui
diversas tecnologias diferentes para o seu tratamento. Os benefícios do uso de águas
cinzas não são apenas para o usuário, estendendo-se para toda sociedade, que irá ter um
menor impacto devido ao despejo do esgoto e à energia gasta para transporte, tratamento
e retorno dessa água.

2.2 TÉCNICAS DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA

As técnicas de eficiência energética em edifícios residenciais são diversas e representa


para o construtor um desafio em auxiliar os benefícios da economia e manter o conforto
do usuário final. Essas técnicas abrangem soluções diversas como o aquecimento de água,

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isolamento térmico, automação da iluminação, elevadores eficientes, cogeração de


energia e várias outras técnicas que convergem para o objetivo de tornar suas atividades
mais eficientes.

Existem vários fatores impactantes para o consumo de energia elétrica que devem ser
considerados, para sua redução, durante o projeto da edificação, como o clima, área de
iluminação e transferência de calor com o ambiente externo. O Programa Nacional de
Conservação de Energia Elétrica (PROCEL) cita:

O consumo de energia elétrica nas edificações corresponde a cerca de 45% do


consumo faturado no país. Estima-se um potencial de redução deste consumo
em 50% para novas edificações e de 30% para aquelas que promoverem
reformas que contemplem os conceitos de eficiência energética em edificações
(PROCEL, 2013).

Mateus (2004) cita em dissertação de mestrado os seguintes fatores como os principais


no consumo em edifícios residenciais:

1) o grau de conforto exigido pelos utilizadores e seu comportamento;


2) o número de utilizadores;
3) condições climáticas do local, onde se encontra implantado o edifício (clima mais
quente ou mais frio, com maior ou menor radiação solar);
4) condutibilidade térmica;
5) (λ) dos elementos das fachadas do edifício (parte opaca e envidraçados);
6) as perdas e ganhos de carga térmica associados à renovação do ar interior;
7) volume da construção (área útil e pé direito médio);
8) orientação da construção;
9) área de envidraçados e sua orientação;
10) condições económicas dos utilizadores;
11) Eficiência energética dos equipamentos existentes.

Apesar dos diversos equipamentos para economia de energia, a arquitetura da edificação


tem papel primordial na eficiência do edifício. Em Maceió os edifícios têm adotado
soluções arquitetônicas e o uso de determinados equipamentos.

2.2.1 Aquecimento de água


Os dispositivos alternativos para aquecimento de água podem usar como fonte o
aquecimento solar, gás ou elétrico. Esses dispositivos são alternativas para o uso de
chuveiros elétricos.
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Análise comparativa técnico-econômica entre empreendimentos com características sustentáveis e
convencionais
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Esse tipo de solução necessita de instalações hidráulicas para transporte da água quente.
Além disso, os aquecedores podem ser para cada residência ou um aquecedor para todo
o edifício.

Forte e Ferraz (2011) citam os seguintes tipos de aquecedores:

1) aquecedores a gás de passagem: são pequenos e aquecem imediatamente a água


que passa por sua alimentação, devolvendo-a quente para a tubulação;
2) aquecedores a gás por acumulação: são grandes cilindros onde ocorre o
aquecimento e acumulação da água;
3) aquecedores elétricos de passagem: são instalados diretamente no ponto de
utilização, necessitando de um menor custo de instalação;
4) aquecedores elétricos por acumulação (boilers): são grandes cilindros onde ocorre
o aquecimento da água por meio de uma resistência elétrica;
5) aquecedores solares: exigem espaço e exposição a insolação das placas de
aquecimento, apresentando um maior custo de instalação.

Os aquecedores a gás ou solares proporcionam uma economia de energia e disponibilizam


água quente para diversos pontos utilizadores. O uso dessa tecnologia se justifica
economicamente apenas com o uso constante de água quente devido ao alto custo de
instalação.

2.2.2 Eficiência térmica


A eficiência térmica é um item do conceito de edificações sustentáveis que não é muito
empregado no Brasil. Esse item é de suma importância para o conforto e diminuição do
consumo de energia de uma edificação, sendo bastante influenciada pela arquitetura e o
sistema de refrigeração ou aquecimento.

A relação do edifício com o seu exterior é determinado com a sua arquitetura, que irá
determinar o nível de aproveitamento térmico do empreendimento, como cita Mateus
(2004):

A envolvente ou “pele” de um edifício, reúne todos os elementos estruturais,


materiais e restantes elementos que separam o ambiente interior do exterior,
podendo incluir, portas, janelas, paredes, coberturas e pavimentos. Na
concepção da envolvente, é necessário compatibilizar a necessária ventilação
e iluminação natural com a proteção térmica e impermeabilização adequadas
ao clima do local. A qualidade da envolvente é um dos fatores que mais
influencia a quantidade de energia que se vai consumir durante a fase de

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utilização de um edifício, nomeadamente nas operações relacionadas com a


manutenção da temperatura de conforto interior e com a iluminação natural
(MATEUS, 2004, p. 26).

Os edifícios que aproveitam as condições locais em prol do conforto térmico são


conhecidos como bioclimáticos. Lambets cita em um texto publicado pelo CBCS
(Conselho Brasileiro de Construção Sustentável):

A arquitetura bioclimática defende diretrizes de projeto que orientam a


concepção do edifício considerando as condições climáticas locais voltadas
para o conforto ambiental e a eficiência energética nas edificações. Essas
diretrizes abrangem questões relacionadas a orientação da edificação (ventos e
incidência solar), sombreamento das aberturas e técnicas construtivas. A
seleção das estratégias bioclimáticas para um determinado clima é feita através
da Carta Bioclimática que representa as condições de temperatura e umidade
em todas as horas do ano relacionadas as estratégias arquitetônicas para
amenizar as condições de desconforto (LAMBETS, 2013, p. 1).

Para um maior conforto térmico esses edifícios podem apresentar as seguintes


características:

1) Isolamento térmico na fachada de maior incidência solar;


2) Fachadas refletivas;
3) Umidificadores;
4) Aproveitamento da ventilação no interior do edifício;
5) Arborização;
6) Resfriamento evaporativo;
7) Uso de fachadas ventiladas.

A seleção de soluções térmicas necessitam de um maior cuidado do construtor na


concepção do projeto, item que será requisito mínimo com a adoção da norma de
desempenho NBR – 15575.

2.2.3 Iluminação
O gasto de energia com iluminação chega a 17% do consumo total no Brasil (SOUZA,
2010). Esse consumo está relacionado à baixa eficiência na iluminação, que pode ser
otimizada com o uso de iluminação natural, controle de acendimento e lâmpadas mais
eficientes.

A iluminação artificial está relacionada com a arquitetura do edifício e seu entorno. Pode-
se verificar que no Brasil a disponibilidade da luz natural é mal aproveitada, como cita
Souza (2010)

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convencionais
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O Brasil possui uma das abóbadas celestes mais claras do mundo, com baixa
nebulosidade em muitos pontos de seu território. Aproveitar bem a iluminação
natural é um princípio que deve nortear cada processo de eficientização de
iluminação (SOUZA, 2010, p. 1).

Atualmente, existem diversas tecnologias de automação que servem para o controle de


acendimento da lâmpadas. Tais tecnologias dispõem de sensores de presença para o
acionamento das lâmpadas apenas quando necessário.

Em edifícios residenciais o uso de automação geralmente é utilizado nas áreas comuns,


com sensores de presença em halls e garagens para acionamento da iluminação. Em
garagens esses sensores diminuem uma parcela da iluminação de acordo com o uso do
local.

O uso de diferentes tipos de lâmpadas também tem um grande impacto no consumo com
iluminação artificial do edifício. Mateus (2004) cita os seguintes tipos:

1) Lâmpadas incandescentes: lâmpadas mais utilizados na iluminação artificial


interior. Este tipo de lâmpadas é o mais barato, embora seja o menos eficiente e
possua menor duração. Da energia que consomem, só 5 a 10% se transforma em
energia luminosa, o que se traduz em custos de operação mais elevados. Toda a
restante energia se transforma em calor. O seu rendimento luminoso é na ordem
dos 12 lm/W.
2) Lâmpadas de halogéneo: são também um tipo de lâmpadas incandescentes. Estas
são mais caras do que as primeiras, possuindo no entanto maior durabilidade
(cerca de 2000 horas). Existem lâmpadas que trabalham em corrente normal (220-
240V) enquanto que outras trabalham em baixa tensão (é preciso usar um
transformador para reduzir a tensão da rede). Estas últimas têm uma eficácia cerca
de 15% superior às outras. O seu rendimento luminoso é na ordem dos 15 lm/W.
3) Lâmpadas fluorescentes compactas: podem possuir reator eletrônico ou reator
magnético (convencional). As que possuem reator eletrônico são mais eficientes
do que as que possuem reator convencional. Dependendo do tipo, as mais
eficientes podem ter uma eficácia da ordem de 60 lm/W. Começam a ser bastante
comuns na iluminação interior.
4) As lâmpadas fluorescentes tubulares são muito utilizadas na iluminação interior
de edifícios de serviços e indústria. As lâmpadas fluorescentes tubulares, tal como
as anteriores, precisam de um arrancador para funcionar. A maioria destas

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lâmpadas pode ser usada com reator convencional ou electrónico. As que usam
reator eletrônico são mais eficientes. A maioria é tubular simples (tem a forma de
um tubo direito) embora existam lâmpadas circulares e em forma de "U". As
últimas têm um diâmetro de 30mm ou 38mm e são as menos eficientes. A sua
eficácia situa-se na gama de valores de 20 a 80 lm/W.

Além disso, há as lâmpadas LEDs, ou diodo emissor de luz, que possuem uma
durabilidade cerca de 25 vezes maior e um maior aproveitamento da energia na
transformação em luz.

2.2.4 Produção de energia renovável


Com o advento do conceito de sustentabilidade, muito se discutiu em relação a fontes de
energia renováveis. Existem diversas tecnologias em desenvolvimento para
aproveitamento da energia solar, eólica e hidráulica.

2.2.4.1 Painéis fotovoltaicos

Painéis solares fotovoltaicos são projetados e fabricados para serem utilizados


em ambiente externo, sob sol, chuva e outros agentes climáticos, devendo
operar satisfatoriamente nestas condições por períodos de 30 anos ou mais.
Assim sendo, são apropriados à integração ao envoltório de edificações.
Sistemas solares fotovoltaicos integrados ao envelope da construção podem ter
a dupla função de gerar eletricidade e funcionar como elemento arquitetônico
na cobertura de telhados, paredes, fachadas ou janelas (RÜTHER, 2004, p.11).

O aproveitamento da energia solar por painéis fotovoltaicos ainda é uma solução com
custos altos para o consumidor, porém o aparecimento de novas tecnologias que os tornam
mais baratos e mais eficientes é frequente. Em contrapartida, os painéis instalados em
edifícios tendem a reduzir os custos e perdas com transmissão e distribuição de energia.

Os painéis são formados por módulos fotovoltaicos, que são compostos por células que
produzem uma corrente contínua de intensidade fraca. A radiação solar é convertida em
energia por meio dos semicondutores de silício que formas as células, tendo um
rendimento entre 25 e 30%.

2.2.4.2 Turbinas eólicas

As turbinas eólicas, ou aerogeradores, são mecanismos que transformam a energia


cinética do vento em energia elétrica por meio de um rotor. Existem diversos modelos e
formatos diferentes hélices que servem para diversas ocasiões.

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Análise comparativa técnico-econômica entre empreendimentos com características sustentáveis e
convencionais
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Os aerogeradores domésticos são geralmente sistemas autónomos de produção


de eletricidade e são projetados para carregar um conjunto de baterias. Os
aerogeradores produzem energia alternada a diferentes voltagens – em função
da velocidade do vento. É assim, necessário retificar a energia produzida na
voltagem correta para o carregamento das baterias. Este processo é semelhante
ao que ocorre nos automóveis (MATEUS, 2004, p. 56).

As Error! Reference source not found.5 demonstra os tipos diferentes de rotores no


mercado.

Figura 5 - Tipos de rotores


Fonte: Modificado Wikipédia

2.3 TIPOS DE CERTIFICAÇÕES E NORMAS

Atualmente no Brasil existem diversas certificações e normas que visam interesses em


sustentabilidade, conforme descrito a seguir:

2.3.1 Processo AQUA


O processo AQUA (Alta Qualidade Ambiental) é um processo de gestão total do projeto,
por meio do Sistema de Gestão do Empreendimento (SGE), para que sejam atendidos os
critérios de desempenho da Qualidade Ambiental do Edifício (QAE) (VANZOLINI,
2013).

O SGE é um documento onde são descritas as exigências para obtenção do QAE, sendo
composto pelo comprometimento do empreendedor, implementação e funcionamento,

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gestão do empreendimento e a aprendizagem. Essas exigências servem para o bom


funcionamento de gestão para cada uma das fases do empreendimento.

O QAE tem o objetivo de avaliar o desempenho arquitetônico e técnico da construção por


meio de 14 categorias. Essas 14 categorias são divididas em 4 famílias (Figura 6) e, para
obtenção do certificado, o empreendimento avaliado deve obter no mínimo nível
excelente em pelo menos 3 categorias, nível bom em no máximo 7 categorias e superior
nas demais categorias, não importando qual categoria irá obter tais níveis.

Figura 6 - Categorias de preocupações do AQUA


Fonte: (Vanzolini, 2013)

2.3.2 PROCEL EDIFICA


O PROCEL promove o uso racional da energia elétrica em edificações desde
sua fundação, sendo que, com a criação do PROCEL EDIFICA, as ações foram
ampliadas e organizadas com o objetivo de incentivar a conservação e o uso
eficiente dos recursos naturais (água, luz, ventilação etc.) nas edificações,
reduzindo os desperdícios e os impactos sobre o meio ambiente (PROCEL,
2013).

O consumo de energia elétrica nas edificações corresponde a cerca de 45% do


consumo faturado no país. Estima-se um potencial de redução deste consumo
em 50% para novas edificações e de 30% para aquelas que promoverem
reformas que contemplem os conceitos de eficiência energética em edificações
(PROCEL, 2013).

O INMETRO (Instituto Nacional de Metrologia) especifica a classificação do nível de


eficiência para edificações residenciais, sendo elas as unidades habitacionais autônomas,
edificações unifamiliares, edificações multifamiliares e áreas de uso comum de

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edificações multifamiliares ou de condomínios de edificações residenciais. Segundo o


INMETRO (2012), a etiquetagem dessas unidade é realizada da seguinte forma:

1) Unidades Habitacionais Autônomas: avaliam-se os requisitos relativos ao


desempenho térmico da envoltória, à eficiência do(s) sistema(s) de aquecimento
de água e a eventuais bonificações;

2) Edificação Unifamiliar: aplica-se o procedimento descrito acima para a unidade


habitacional autônoma;

3) Edificações Multifamiliares: pondera-se o resultado da avaliação dos requisitos


de todas as unidades habitacionais autônomas da edificação;

4) Áreas de Uso Comum: avaliam-se os requisitos relativos à eficiência do sistema


de iluminação artificial, do(s)sistema(s) de aquecimento de água, dos elevadores,
das bombas centrífugas, dos equipamentos e de eventuais bonificações.
Para cada item há uma pontuação final que é obtida e classificada de nível A ao nível E.

2.3.3 NBR 15575: Edifícios Habitacionais de até cinco pavimentos –


Desempenho
A norma NBR 15575 entrou em vigor legal no dia 19 de julho de 2013. Essa norma traz
diversas exigências de desempenho e durabilidade das edificações em diferentes
requisitos
Normas de desempenho são estabelecidas buscando atender exigências dos
usuários, que, no caso desta Norma, referem-se a sistemas que compõem
edifícios habitacionais de até cinco pavimentos, independentemente dos seus
materiais constituintes e do sistema construtivo utilizado. Focando nas
exigências dos usuários para o edifício habitacional e seus sistemas, quanto ao
seu comportamento em uso e não na prescrição de como os sistemas são
construídos (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS,
2012, p. 9).

A NBR 15575 é aplicável para edificações habitacionais com qualquer número de


pavimentos desde sua atualização em 2013, havendo ressalvas no texto normativo, caso
necessário. Sendo que a norma não será aplicável para obras já concluídas, em andamento
na data da entrada em vigor, projetos protocolados em órgãos competentes até a data da
entrada em vigor, reformas e obras provisórias.

A forma de estabelecimento do desempenho é comum e internacionalmente


pensada por meio da definição de requisitos (qualitativos), critérios
(quantitativos ou premissas) e métodos de avaliação, os quais sempre permitem

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a mensuração clara do seu cumprimento (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE


NORMAS TÉCNICAS, 2012, p.9).

Existem 6 subdivisões da norma, lista-se:

1) NBR 15575-1: Requisitos Gerais

2) NBR 15575-2: Requisitos para os sistemas estruturais

3) NBR 15575-3: Requisitos para os sistemas de piso interno

4) NBR 15575-4: Requisitos para os sistemas de vedações verticais internas e


externas

5) NBR 15575-5: Requisitos para os sistemas de cobertura

6) NBR 15575-6: Requisitos para os sistemas hidrossanitários

2.3.4 LEED (Liderança em Energia e Design Ambiental)


LEED (Leadership in Energy and Environmental Design) é uma certificação sustentável
criada nos Estados Unidos por uma ONG (Organização Não Governamental) chamada
GBC (Green Building Council), com o objetivo de racionalização dos recursos. A
certificação LEED possui sete dimensões a serem avaliadas, onde cada dimensão possui
seus pré requisitos e critérios a serem atendidos.

Segundo o GBC (2013), as dimensões de avaliação são as seguintes:

1) Espaço Sustentável: encoraja estratégias que minimizam o impacto no


ecossistema durante a implantação da edificação e aborda questões fundamentais
de grandes centros urbanos, como redução do uso do carro e das ilhas de calor.

2) Eficiência do uso da água: promove inovações para o uso racional da água, com
foco na redução do consumo de água potável e alternativas de tratamento e reuso
dos recursos.

3) Energia e Atmosfera: promove eficiência energética nas edificações por meio de


estratégias simples e inovadoras, como por exemplo simulações energéticas,
medições, comissionamento de sistemas e utilização de equipamentos e sistemas
eficientes.

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4) Materiais e Recursos: encoraja o uso de materiais de baixo impacto ambiental


(reciclados, regionais, recicláveis, de reuso, etc.) e reduz a geração de resíduos,
além de promover o descarte consciente, desviando o volume de resíduos gerados
dos aterros sanitários.

5) Qualidade ambiental interna: promove a qualidade ambiental interna do ar,


essencial para ambientes com alta permanência de pessoas, com foco na escolha
de materiais com baixa emissão de compostos orgânicos voláteis, controlabilidade
de sistemas, conforto térmico e priorização de espaços com vista externa e luz
natural.

6) Inovação e Processos: incentiva a busca de conhecimento sobre Green Buildings,


assim como, a criação de medidas projetuais não descritas nas categorias do
LEED. Pontos de desempenho exemplar estão habilitados para esta categoria.

7) Créditos de Prioridade Regional: incentiva os créditos definidos como prioridade


regional para cada país, de acordo com as diferenças ambientais, sociais e
econômicas existentes em cada local. Quatro pontos estão disponíveis para esta
categoria.

Os pré-requisitos devem ser atendidos obrigatoriamente pelo projeto, enquanto que os


critérios valem pontos. Após uma quantidade mínima de pontos, a construção poderá ser
certificada nas categorias Prata, Ouro ou Platina.

2.3.5 Selo Casa Azul CAIXA


A CAIXA Econômica Federal é responsável pelo financiamento de diversos projetos
habitacionais no Brasil, que criou o selo Casa Azul para incentivar o uso racional de
recursos naturais na construção de empreendimentos habitacionais.

O método utilizado pela CAIXA para a concessão do Selo consiste em


verificar, durante a análise de viabilidade técnica do empreendimento, o
atendimento aos critérios estabelecidos pelo instrumento, que estimula a
adoção de práticas voltadas à sustentabilidade dos empreendimentos
habitacionais. (CAIXA, 2010, p. 21)

O selo possui 53 critérios divididos em 6 categorias, sendo 19 critérios obrigatórios para


concessão do selo nível “bronze”. Os selos “Prata” e “Ouro” são concedidos com o
atendimento de mais 6 e 12 critérios, respectivamente, de livre escolha do empreendedor.

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As categorias são:

1) Qualidade Urbana;

2) Projeto e Conforto;

3) Eficiência Energética;

4) Conservação de Recurso Materiais;

5) Gestão de Água;

6) Práticas Sociais.

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convencionais
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3 MÉTODOS DE AVALIAÇÃO DOS CUSTOS DO CICLO DE VIDA

Existem várias opções para avaliação dos custos do ciclo de vida. Todas estão bem
documentadas e estão em uso, certamente desde meados de 1930s, em vários setores de
negócio. Os três mais comumente utilizados no setor da construção civil são (DALE,
1993, p.3):

1) Simples payback: definido como o tempo necessário para que um investimento


retorne seu valor investido;

2) Valor presente líquido: definido como a soma de dinheiro necessário para investir
hoje para garantir todos requerimentos financeiros futuros que possam surgir
durante o ciclo de vida do investimento;

3) Taxa interna de retorno: definida como a porcentagem obtido sobre a quantia de


capital investida a cada ano de vida do projeto depois de reembolsar a soma do
investimento original.

3.1.1 Simples payback


Simples payback, ou tempo de retorno do investimento, é o prazo para que o investimento
seja recuperado. Segundo Ribeiro (2010), a técnica calcula o período (prazo) que o
investidor irá precisar para recuperar o capital investido, permeando desde o ciclo de vida
do projeto até o ciclo de vida do produto.

Ribeiro (2010) define que o payback como cociente entre o valor investido inicialmente
e o valor de retorno esperado a uma taxa temporal definida, seja em dias, meses ou anos
(Equação 1).

𝑉𝑖
𝑃𝑏 = 𝑉𝑟 (1)

Onde:

Pb – Tempo de retorno (Payback);

Vi – Valor investido;

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Vr – Valor de retorno por tempo.

Ribeiro (2010) também ressalta os seguintes pontos negativos:

1) O simples payback não considera o custo do dinheiro ao longo do tempo, isto é,


não considera os juros;

2) Enfoca somente na variável tempo;

3) Não considera a receita após o período de recuperação do investimento.

O payback também pode ser calculado realizando o fluxo de caixa e identificando o tempo
em que o fluxo se torna positivo. Sendo assim, realiza-se uma interpolação para encontrar
o payback (Equação 2):

𝑉𝑓𝑐𝑓
𝑃𝑏 = (𝑇 − 1) − 𝑇−1
(2)
𝑉𝑓𝑐
𝑇

Onde:

Pb – Tempo de retorno (Payback);

T – Período na unidade temporal considerada em que o fluxo de caixa final se torna


positivo;

Vfcf – Valor do fluxo de caixa final no período considerado;

Vfc – Valor do fluxo de caixa no período considerado.

3.1.2 Payback descontado


Segundo Marquezan (2006), o cálculo do payback descontado é realizado com a
utilização de uma taxa de desconto para os fluxos de caixa de cada período, assim como
acontece do cálculo do VPL. Dessa forma, o payback descontado considera o custo do
dinheiro ao longo do tempo.

3.1.3 Valor presente líquido


O cálculo do valor presente líquido (VPL) consiste em verificar quanto os pagamentos
futuros somados ao custo inicial estariam valendo atualmente (Equação 3). Segundo

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Ribeiro (2010), o projeto é considerado viável quando o resultado do cálculo for maior
que zero, pois isso significa que o projeto dará um retorno maior que a taxa especificada.

Para se utilizar o VPL é necessário considerar o comportamento do dinheiro no tempo,


pois o valor investido hoje não vale o mesmo no futuro devido ao custo oportunidade.
Esse custo é levado em conta com a taxa mínima de atratividade, que geralmente é a taxa
da poupança.

𝑃𝑓𝑡
𝑉𝑃𝐿 = −𝑉𝑖 + ∑𝑛𝑡=1 (1+𝑖)𝑡 (3)

Onde:

VPL – Valor Presente Líquido;

Vi – Valor investido;

t – Tempo;

Pf – Pagamentos futuros;

i – Taxa de desconto.

3.1.4 Taxa interna de retorno


A taxa interna de retorno corresponde a taxa de juros que tornaria nulo o valor presente
líquido. Para realizar o cálculo do TIR (Taxa Interna de Retorno), utiliza-se uma
metodologia semelhante ao VPL, porém a variável é a taxa de desconto (Equação 4).

𝑃𝑓𝑡
0 = −𝑉𝑖 + ∑𝑛𝑡=1 (1+𝑇𝐼𝑅)𝑡 (4)

Onde:

Vi – Valor investido;

t – Tempo;

Pf – Pagamentos futuros;

TIR – Taxa Interna de Retorno.

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Ribeiro (2010) considera que um investimento seja considerado viável, o TIR deve ser
maior do que a taxa de remuneração do mercado.

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4 MÉTODO DE PESQUISA

4.1 ESTRATÉGIA DE PESQUISA

O trabalho desenvolve um estudo comparativo, quantitativo entre um objeto que segundo


Yin (2005), trata-se de um estudo de caso, concentrando-se em responder perguntas
“como” e “por que” com estratégias especificas de coleta e análise dados. Sendo assim,
o estudo é uma estratégia de pesquisa abrangente que não se limita apenas uma tática de
coleta de dados nem meramente uma característica do planejamento em si.

Yin (2005) complementa que o estudo de caso pode se basear em qualquer mescla de
provas quantitativas e qualitativas. E também podem incluir, e mesmo ser limitados, às
evidências quantitativas.

O estudo de caso também se caracteriza pelo fato do pesquisador ter pouco ou nenhum
controle sobre os eventos e por se tratar de uma avaliação de acontecimentos
contemporâneos.

A metodologia de pesquisa inicia-se com uma pesquisa bibliográfica para obtenção de


suporte teórico na observância do problema a ser tratado. Após os estudos realizados na
pesquisa bibliográfica, foi realizado uma pesquisa com as construtoras locais para
obtenção da obra mais representativa ao estudo. Ao definir o local de estudo, a etapa
seguinte procurou identificar as características sustentáveis existentes no
empreendimento para título de comparação. Seguindo assim, procurou-se analisar os
dados obtidos a fim de quantificar e avaliar as vantagens, na adoção das características
sustentáveis, por meio de avaliações econômicas.

A obtenção de dados seguiu as evidências propostas por Yin (2005), obtendo documentos,
registros em arquivo e realizando entrevistas de forma espontânea. Tais dados são listado
a seguir:

1) Artigos publicados na mídia;

2) Planilha orçamentária do empreendimento;

3) Especificações técnicas;

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4) Composições orçamentárias;

5) Fluxograma físico e financeiro da obra.

O acesso a essas informações são de suma importância para realização do trabalho, sendo
necessário a proteção dos dados fornecidos pela construtora por motivos éticos. Para
realizar esta proteção, os custos unitários foram convertidos para uma unidade monetária
qualquer. A conversão foi realizada, em todos os dados presentes neste trabalho, com a
multiplicação por um único fator de correção que não compromete a análise percentual
entre os dados.

4.2 DELINEAMENTO DA PESQUISA

Para realização da pesquisa, realizou-se 4 etapas distintas que são listadas abaixo:

1) 1ª Etapa: Revisão bibliográfica;

2) 2ª Etapa: Identificação do local de estudo;

3) 3ª Etapa: Obtenção dos dados;

4) 4ª Etapa: Análise dos dados;

5) 5ª Etapa: Apresentação dos dados e proposição de melhorias.

A Error! Reference source not found. a seguir mostra que a revisão bibliográfica foi o
alicerce para esta pesquisa, pois ela forneceu toda base teoria para contextualização e
entendimento do problema.

Revisão Bibliográfica

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Figura 7 - :Fluxograma do trabalho


Fonte: O autor

Identificação
Obtenção dos Análise dos Apresentação
do local de
dados dados dos dados
estudo

4.2.1 1ª Etapa: Revisão Bibliográfica


Etapa inicial do trabalho com o objetivo de aglutinar conhecimento junto a trabalhos
previamente desenvolvidos à respeito do assunto analisado. Além disso, essa etapa seguiu
durante o desenvolvimento de todo o trabalho, dando suporte à conclusão do mesmo.

A revisão bibliográfica foi dividida em cinco frentes: sustentabilidade, técnicas de


eficiência energética, técnicas de eficiência hidrossanitária, tipos de certificações e
normas sustentáveis e por fim os métodos de avaliação dos custos do ciclo de vida.

4.2.2 2ª Etapa: Identificação do local de estudo


Etapa cujo foco principal foi a determinação de qual empreendimento localizado em
Maceió-AL possuía as características mais relevantes para realização do trabalho. Foram
feitas entrevistas informais com as diversas construtoras presentes na cidade de Maceió-
AL.

Nessa etapa também foram identificados os seguintes elementos sustentáveis no


empreendimento:

1) Instalações hidro-sanitárias;

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2) Sistema de automação da iluminação nas áreas comuns;

3) Medição individualizada de água;

4) Tratamento térmico da fachada;

5) Sistema coletivo de aquecimento de água a gás;

6) Sistema de coleta de óleo de cozinha.

Dos itens identificados acima, os tópicos “1”, “2”, “3”, e “5” estão ligados diretamente à
economia de recursos para o usuário final. O item “4” influencia indiretamente na
economia do sistema de refrigeração do empreendimento. O item “6” está ligado a
preocupação ambiental do edifício, mas não será analisado economicamente por este
trabalho, pois não há relação com sistema hidrossanitário e de consumo de energia.

4.2.3 3ª Etapa: Obtenção dos dados


Para essa etapa, foram realizadas visitas à construtora responsável pelo empreendimento
para coleta dos documentos necessários e realização de entrevistas informais, bem como
a modificação das composições orçamentárias e a eliminação dos itens com caráter
sustentável. Sendo assim, criaram-se dois empreendimentos com características
semelhantes e passíveis de serem comparados economicamente, sendo um com elementos
sustentáveis e o outro não.

4.2.4 4ª Etapa: Análise dos dados


Etapa que compreende a análise dos dados obtidos, por meio da comparação financeira
entre as diferentes ocasiões, sem considerar os custos de manutenção. O objetivo foi
identificar as diferenças percentuais gastas para adotar algumas soluções sustentáveis e
em seguida observar o tempo necessário para que esse investimento seja retornado e sua
viabilidade econômica.

4.2.5 5ª Etapa: Apresentação dos dados e proposição de melhorias


A última etapa é de apresentação dos resultados obtidos, como o tempo de retorno do
investimento para cada solução adotada e o tempo de retorno total. Diante desses
resultados, foram destacados os pontos positivos e negativos de adotar tais soluções.

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4.3 DELIMITAÇÕES DO TRABALHO

A partir de estudos realizados em outras cidades, a justificativa e os objetivos, o trabalho


limitou-se a verificar e comparar os custos da adoção de soluções sustentáveis em um
empreendimento localizado na cidade Maceió – AL.

Devido à inexistência de obras com certificações sustentáveis, durante a realização deste


trabalho, no mercado local, o estudo limitou-se a analisar as possíveis soluções que são
associadas à obras sustentáveis. Para tanto, foram comparados economicamente os itens
que influenciam no consumo de água e energia do empreendimento.

O impacto de alguns itens de projeto na planilha orçamentária, como as fundações e


estrutura em concreto armado foram considerados para determinação do impacto geral
dos itens sustentáveis no empreendimento. Não foi analisado a melhor solução para fins
sustentáveis, como economia de recursos, nesses itens.

Ressalta-se que os custos que não estão relacionados a construção do edifício, como o
preço do terreno, não foram considerados para composição do custo do edifício. Esses
itens não foram considerados devido à suas variações serem determinadas com
especulações imobiliárias e localização do empreendimento.

4.4 CARACTERIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO

O empreendimento consiste em um condomínio constituído por duas torres em um terreno


de 4.084,82 m², sendo edifícios residenciais multifamiliares com área para unidades
comerciais no pilotis. O edifício dispõe de subsolo duplo compartilhado entre as duas
torres, pontos comerciais no pilotis, dez pavimentos tipos cada, sendo que a torre 1 possui
84 apartamentos e a torre 2 possui 126 apartamentos, como pode ser visto na Error!
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Figura 8 - Vista do empreendimento


Fonte: Construtora

O edifício é construído no sistema estrutural com estrutura em concreto armado, vedações


internas em placas de gesso e externas em blocos cerâmico, revestimento cerâmico nas
paredes da áreas molhadas, pintura látex nas áreas secas, revestimento do piso em
cerâmica e/ ou porcelanato, revestimento cerâmico na fachada, instalação para gás,
instalações elétricas, instalações hidrossanitárias, instalações para coleta de óleo,
instalações para aparelhos condicionadores de ar tipo SPLIT e proteção contra incêndio.

O edifício dispõe de soluções como tratamento térmico de lã de vidro nas fachadas com
maior incidência do sol, sistema coletivo de aquecimento a gás, bacias com descarga
seletiva, torneiras com aeradores, sistema de automação de iluminação das áreas comuns,
coleta do óleo de cozinha, acessibilidade para deficientes, medição individual de água e
o uso de lâmpadas econômicas nas áreas comuns.

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5 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DE RESULTADOS

5.1 DISPOSITIVOS SUSTENTÁVEIS ESCOLHIDOS

Foram selecionados diversas soluções sustentáveis que compõem a obra escolhida. Esses
componentes possuem um impacto na planilha orçamentária do edifício, além de
influenciar no consumo de energia e água.

O edifício foi analisado em duas situações diferentes, sendo uma planilha orçamentária
com soluções sustentáveis e uma segunda planilha sem essas soluções. Sendo assim,
criou-se a seguinte Tabela 2 para comparação do valor global das obras.

Tabela 2 - Comparação Custo Global

Custo Global ($)


Obra 1 $28.429.814,49
Obra 2 $27.852.042,57
Diferença ($) $577.771,92
Diferença (%) 2,03%

Ao realizar esse tipo simples de comparação, pode-se verificar o valor a ser investido e
qual a sua participação percentual no custo global do empreendimento. Pode-se verificar
que no edifício em questão o uso de algumas soluções sustentáveis implicou em um
aumento no custo de construção do edifício na ordem de 2,03%. É notável que tais
soluções variam de acordo com a concepção de cada edifício, como no caso citado por
Okraska (2011) em que a diferença variou de 11 a 24% em edificações com certificações
LEED “Silver”.

Dentre os itens analisados, o sistema de coleta de óleo de cozinha é uma das ações
sustentável no edifício, que representa 0,15% do valor global do edifício, não influencia
o consumo de água e energia do empreendimento.

5.1.1 Instalações Hidro-Sanitárias


As soluções adotadas para as instalações hidro-sanitárias no empreendimento foram as
bacias de volume reduzido de descarga com fluxo fixo para cada acionamento. Essas
bacias possuem descarga de 3 litros para dejetos líquidos e 6 litros para os sólidos, além

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disso, elas são capazes de atingir uma economia de 60% em relação ao sistema
convencional de 9 litros, segundo a fabricante.

Segundo Hafner (apud MACHADO, 2008, p.3), as bacias sanitárias são responsáveis por
22% do consumo de água em uma residência. Ao se aplicar a economia de 60% nos 22%
referentes ao consumo, obtém-se uma economia efetiva de 13,20% no total consumido.

A Tabela 3 demonstra a comparação entre os custo das bacias sanitárias.

Tabela 3 - Comparação custo bacias

Valor
DESCRIÇÃO Und Qtd TOTAL
Unitário
BACIA SANITÁRIA COM CX.
OBRA 1 ACOPLADA FLUXO FIXO Und 669,00 $217,74 $145.666,35
(DUAL FLUX)

BACIA SANITÁRIA COM CX.


OBRA 2 Und 669,00 $172,45 $115.368,68
ACOPLADA CONVENCIONAL

VARIAÇÃO ($) $30.297,67


VARIAÇÃO (%) 26,26%

Ao confrontar os custos relacionados as bacias sanitárias no edifício em questão,


constatou-se que houve um acréscimo de 26,26% em relação ao convencional.

5.1.2 Sistema de automação da iluminação nas áreas comuns


O sistema de automação nas áreas comuns corresponde a uma economia de 20 a 60% de
energia elétrica da iluminação, segundo o fabricante. Esse sistema reduz o consumo de
energia com os sensores de presença e programação dos horários em que algumas
lâmpadas são utilizadas, como, por exemplo, a função que diminui a iluminação do prédio
as 23:00 horas e as desliga completamente ao amanhecer.

Tabela 4 - Comparação custo automação da iluminação

Valor
DESCRIÇÃO Und Qtd TOTAL
Unitário
INSTALAÇÃO DE AUTOMAÇÃO
OBRA 1 Und 1,00 $30.912,16 $30.912,16
DE ILUMINAÇÃO

OBRA 2 - - 0,00 $0,00 $0,00

VARIAÇÃO ($) $30.912,16


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VARIAÇÃO (%) 0%

O custo para implantação desse sistema é de $ 30.912,16 unidades monetárias. Esse custo
não é confrontado com um sistema convencional devido ao fato de ser uma adição ao
custo do edifício e não uma modificação de um sistema já existente. Por outro lado, a
adição desse sistema implica em um acréscimo de 0,11% no valor total da obra.

5.1.3 Medição individual de água


O sistema de medição individual de água proporciona uma economia de água ao usuário.
Essa economia é dada pois, segundo Machado (2008), os edifícios residenciais com
medição coletiva de água não incentivam o seu uso racional. Sendo assim, o usuário será
conscientizado e reduzirá seu consumo. Esse sistema, além da economia pela
conscientização, proporciona uma economia com controle do desperdício de água e na
manutenção das instalações.

Coelho (apud MACHADO, 2008, p.12) cita que esse sistema reduz o consumo em até
50% para as unidades residenciais e de 30% para o edifício como um todo.

Tabela 5 - Comparação custo medição individual de água

Valor
DESCRIÇÃO Und Qtd TOTAL
Unitário
SISTEMA DE MEDIÇÃO
OBRA 1 Und 226,00 $618,24 $139.722,94
INDIVIDUALIZADA DE ÁGUA

OBRA 2 - - 0,00 $0,00 $0,00

VARIAÇÃO ($) $139.722,94


VARIAÇÃO (%) 0%

A Tabela 5 - Comparação custo medição individual de água descreve os valores para


implantação do sistema de edição individualizada no edifício, que representa um
acréscimo de 0,49% no valor final do edifício. Não há percentual de comparação entre as
obras, pois esse equipamento está incluindo apenas na Obra 1.

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5.1.4 Tratamento térmico da fachada


O sistema de tratamento térmico da fachada no empreendimento em estudo corresponde
a utilização de uma camada de lã de vidro entre a alvenaria e uma placa de gesso. Esse
sistema proporciona um maior conforto térmico e acústico no edifício, além de
economizar o uso do ar condicionado.

Segundo testes realizados pela construtora, a aplicação desse tratamento da fachada pode
chegar a reduzir em 10 ºC a temperatura da face interna da parede durante o verão.

Tabela 6 - Comparação custos tratamento térmico da fachada

Valor
DESCRIÇÃO Und Qtd TOTAL
Unitário
TRATAMENTO TÉRMICO EM
OBRA 1 m² 983,00 $41,73 $41.021,98
FACHADAS

OBRA 2 - - 0,00 $0,00 $0,00

VARIAÇÃO ($) $41.021,98


VARIAÇÃO (%) 0%

O tratamento térmico da fachada é outro item que foi adicionado à Obra 1,


impossibilitando a comparação percentual entre a Obra 1 e a Obra 2.

5.1.5 Sistema coletivo de aquecimento de água a gás


O sistema coletivo de aquecimento de água a gás consiste na implantação de aquecedores
a gás e tanques de armazenamento para cada edifício. O sistema em questão adiciona
quatro aquecedores, sendo dois para cada edifício, com capacidade de aquecer 24 litros
por minuto que armazenam a água quente em quatros reservatórios com uma capacidade
de 2000 litros cada.

Esse sistema tem como objetivo reduzir o consumo de energia elétrica no edifício,
diminuindo as despesas com os chuveiros elétricos ou boilers. Além disso, o sistema por
ser de consumo coletivo, proporciona uma redução na tarifa cobrada pela companhia de
gás.

Outro fator relevante é o acréscimo em relação as instalações de gás no edifício, mas que
não afetam o empreendimento em questão, pois o edifício dispõe de instalações de gás

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convencionais
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natural para as cozinhas. Esse tipo de sistema comparado aos chuveiros elétricos exigem
instalações de água quente e misturadores, situação que não ocorre se comparado aos
boilers.

Tabela 7 - Comparação custos sistema coletivo de aquecimento de água

Valor
DESCRIÇÃO Und Qtd TOTAL
Unitário
MONOCOMANDO PARA
Und 510,00 $105,17 $53.637,15
CHUVEIRO
CHUVEIRO CONVENCIONAL Und 510,00 $22,54 $11.497,49

OBRA 1 AQUECEDOR A GÁS 24L/MIN Und 4,00 $1.506,97 $6.027,87


TANQUE PARA ÁGUA QUENTE
Und 4,00 $6.831,59 $27.326,35
2000 LITROS
INSTALAÇÕES HIDRO-
Vb 1,00 $714.843,60 $714.843,60
SANITÁRIAS

CHUVEIRO ELÉTRICO Und 510,00 $37,88 $19.319,86


OBRA 2 INSTALAÇÕES HIDRO-
Vb 1,00 $500.390,52 $500.390,52
SANITÁRIAS

VARIAÇÃO ($) $293.622,08


VARIAÇÃO (%) 56,50%

A comparação entre as duas situações demonstra que os custos relacionados a


infraestrutura necessária para instalação do sistema coletivo de aquecimento traz um
acréscimo de 56,50% em relação ao sistema convencional, custando $ 293.622,08
unidades monetárias a mais, que representam 1,05% no custo global da obra.

Vale salientar que em alguns casos, os custos relacionados a instalação e material dos
tanques e aquecedores são cobertos pela companhia fornecedora de gás. Outro fator
importante é a redução nos custos com a subestação do empreendimento e instalações
elétricas, que não foram quantificadas na realização dessa comparação.

5.2 ANÁLISE ECONOMICA DOS DISPOSITIVOS

Essa obra em especifico possui alguns itens com características sustentáveis que
proporcionaram um custo de cerca de 2% a mais para o empreendimento. Essa diferença
de custo pode se tornar um empecilho para a venda do edifício, devendo-se então realizar

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uma análise dos retornos econômicos proporcionados, encarando como um investimento


para justificar economicamente sua aplicação.

O custo de 2% a mais para obra pode variar de obra para obra devido a diversas
particularidades que não estão relacionadas a adoção desses sistemas.

Para análise do payback descontado, valor presente líquido e a taxa interna de retorno, foi
necessário contabilizar os custos relacionados ao consumo e economia dos dispositivos
sustentáveis.

5.2.1 Dispositivos economizadores de água


Os dispositivos economizadores de água presentes no empreendimento são as bacias
sanitárias de fluxo fixo e a medição individualizada de água. Esses dispositivos são
analisados individualmente e em seguida é realizada a combinação deles.

5.2.1.1 Bacias sanitárias de fluxo fixo

Como pode-se observar na Tabela 3 - Comparação custo bacias a diferença de custo é de


$30.297,67 unidades monetárias. Esse dado representa o investimento inicial para adoção
das bacias com descarga seletiva.

As tarifas praticadas pela companhia de Saneamento de Alagoas, CASAL, para uso


residencial, podem ser verificadas na Tabela 8 - Tarifas de água. O cálculo da cobrança
é efetuado ao multiplicar a tarifa pelo consumo correspondente à faixa em que o
consumidor se enquadra.

Tabela 8 - Tarifas de água


Fonte - CASAL

Faixa de
consumo Tarifa
Até 10 m³ $ 1,64
11 a 15 m³ $ 3,13
16 a 20 m³ $ 3,62
21 a 30 m³ $ 3,86
31 a 40 m³ $ 3,99
41 a 50 m³ $ 4,04
51 a 90 m³ $ 4,07
91 a 150 m³ $ 4,10
> 150 m³ $ 4,10

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Análise comparativa técnico-econômica entre empreendimentos com características sustentáveis e
convencionais
52

O consumo médio, segundo Ghisi (2004), para edifícios residenciais é de 200 litros por
pessoa por dia, considerando-se uma população média de 4 pessoas por apartamento para
torre 1 e de 3 pessoas por apartamento na torre 2. Em um mês de consumo, a média de
consumo mensal dos apartamentos será de 24000 litros e 18000 litros, respectivamente.
Devido a medição individualizada presente no edifício, a tarifa aplicada será de $ 3,86
unidades monetárias para torre 1 e $ 3,62 unidades monetárias para a torre 2.

Considerando que a tarifa de água irá ser reajustada a uma taxa de 9% a.a., ou 0,72%
a.m., que é a média de reajuste apresentada nos últimos anos segundo a CASAL e uma
taxa mínima de atratividade (TMA) de 0,5 % a.m., que corresponde à taxa de aplicação
mensal na poupança. Realiza-se os cálculos para determinação dos custos mensais com
consumo para cada situação mensalmente.

Para a Obra 2 verifica-se um consumo total de 4284 m³ ao somar o consumo de cada


unidade das duas torres, consequentemente um consumo de 3718,51 m³ para a Obra 1. O
dispositivo sanitário sustentável apresenta uma economia efetiva de 13,20%, como
supracitado no item 5.1.1, em relação ao consumo de cada apartamento, que acarretará
em um consumo mensal de 20,8 m³ para os apartamentos da torre 1 e 15,6 m³ para os
apartamentos da torre 2. Observa-se nas faixas de consumo da Tabela 8 que a tarifa não
irá mudar, calculando assim um total em unidades monetárias um valor de $ 15.990,51 e
$ 13.879,76, respectivamente para o consumo da Obra 2 e da Obra 1.

Criou-se a Tabela 9 aplicando o reajuste da tarifa de água com uma taxa de 0,72% ao mês
no consumo por meio de juros compostos e, além disso, calcula-se o fluxo de caixa por
meio da diferença entre os dois valores. Observa-se que na coluna do fluxo de caixa foram
realizados os descontos mensais da taxa mínima de atratividade (TMA) com a finalidade
de obter o payback descontado ao realizar o fluxo de caixa acumulado.

Tabela 9 - Consumo e Fluxo de Caixa - Bacias sanitárias

Consumo ($/mês)
Fluxo de caixa
Período Fluxo de caixa
descontado
(mês) Obra 2 Obra 1 acumulado
0 -$ 30.297,67 -$ 30.297,67
1 $ 15.990,51 $ 13.879,76 $ 2.100,25 -$ 28.197,43
2 $ 15.991,66 $ 13.880,76 $ 2.089,95 -$ 26.107,48
3 $ 15.992,81 $ 13.881,76 $ 2.079,70 -$ 24.027,78
4 $ 15.993,96 $ 13.882,76 $ 2.069,50 -$ 21.958,28

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5 $ 15.995,12 $ 13.883,76 $ 2.059,35 -$ 19.898,92


6 $ 15.996,27 $ 13.884,76 $ 2.049,26 -$ 17.849,67
7 $ 15.997,42 $ 13.885,76 $ 2.039,21 -$ 15.810,46
8 $ 15.998,58 $ 13.886,76 $ 2.029,21 -$ 13.781,25
9 $ 15.999,73 $ 13.887,77 $ 2.019,26 -$ 11.761,99
10 $ 16.000,88 $ 13.888,77 $ 2.009,36 -$ 9.752,63
11 $ 16.002,04 $ 13.889,77 $ 1.999,50 -$ 7.753,13
12 $ 16.003,19 $ 13.890,77 $ 1.989,70 -$ 5.763,43
13 $ 16.004,34 $ 13.891,77 $ 1.979,94 -$ 3.783,48
14 $ 16.005,50 $ 13.892,77 $ 1.970,24 -$ 1.813,25
15 $ 16.006,65 $ 13.893,77 $ 1.960,57 $ 147,33
16 $ 16.007,80 $ 13.894,77 $ 1.950,96 $ 2.098,29
17 $ 16.008,96 $ 13.895,77 $ 1.941,40 $ 4.039,68
18 $ 16.010,11 $ 13.896,78 $ 1.931,88 $ 5.971,56
19 $ 16.011,26 $ 13.897,78 $ 1.922,40 $ 7.893,96
20 $ 16.012,42 $ 13.898,78 $ 1.912,98 $ 9.806,94
21 $ 16.013,57 $ 13.899,78 $1.903,60 $11.710,53

Ao se realizar os cálculos do fluxo de caixa, observa-se que a partir do 15º mês o fluxo
passou a ser positivo. Aplicando a Equação 2, obtém-se:

−$1.813,25
𝑃𝑏 = (15 − 1) −
$1960,57

𝑃𝑏 = 14,92 𝑚𝑒𝑠𝑒𝑠 ou 14 meses e 28 dias.

A Error! Reference source not found. representa graficamente a evolução do fluxo de


caixa e o momento em que há o retorno do investimento, representado como o ponto em
que o fluxo de caixa final cruza o eixo das abscissas.

_____________________________________________________________________________
Análise comparativa técnico-econômica entre empreendimentos com características sustentáveis e
convencionais
54

Figura 9 - Representação gráfica para obtenção do payback – Bacias Sanitárias.


Fonte: O autor.

A taxa de retorno interno e o valor presente líquido dependem do tempo considerado para
exploração daquele investimento. No caso da compra de apartamentos, o tempo de uso
do bem investido costuma ser vitalício, sendo assim, considerou-se o tempo máximo para
financiamento, que é de 300 meses. Dessa forma, ao aplicar a Equação 3 para o VPL,
obtém-se:

300
𝑃𝑓𝑡
𝑉𝑃𝐿 = −$ 30.297,67 + ∑
(1 + 0,5%)𝑡
𝑡=1

𝑉𝑃𝐿 = $ 299.999,38

Aplicando o mesmo período para o cálculo do TIR pela Equação 4, obtém-se:

300
𝑃𝑓𝑡
0 = −$ 30.297,67 + ∑
(1 + 𝑇𝐼𝑅)𝑡
𝑡=1

𝑇𝐼𝑅 = 6,97% 𝑎. 𝑚.

Dessa maneira, avalia-se que o uso das bacias sanitárias é viável para o consumidor, pois
a taxa interna de retorno (TIR) é maior que a taxa mínima de atratividade (TMA) e o VPL
é positivo.

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Victor Gama Carnaúba Azevedo (victor.azevedo@outlook.com) – Trabalho de Conclusão de Curso -
UFAL
55

Outra observação é a evolução do TIR de acordo com o período de uso do investimento,


observando o tempo em que o mesmo tende a se tornar constante. A Error! Reference
source not found. foi criada ao aplicar o TIR consecutivamente para cada mês e
representa-lo graficamente.

Figura 10 - Variação do TIR nas bacias sanitárias


Fonte: O autor

Ao realizar esse tipo de análise, observa-se as seguintes características:

1) O investimento só se torna viável após o 15º mês, pois o TIR é a partir desse mês
que o TIR é maior que o TMA;
2) A taxa TIR tende a se tornar constante a partir do 100º mês ou 8 anos e 4 meses,
indicando o período mínimo de uso para obter o máximo de retorno.

Dessa forma, o investimento em bacias sanitárias possui um retorno do investimento em


15 meses, mas só se torna viável caso o uso ultrapasse o 15º mês.

5.2.1.2 Medição individual de água

Segundo a Tabela 5, a diferença de custo é de $139.722,94 unidades monetárias. Esse


dado representa o investimento inicial para adoção da medição individual de água.

Utilizando as tarifas encontradas na Tabela 8, o consumo de 200 litros por pessoa citados
por Ghisi (2004) e a população média de 4 pessoas por apartamento para torre 1 e de 3
pessoas por apartamento na torre 2, calcula-se que o consumo médio mensal dos
apartamentos será de 24000 litros para torre 1 e 18000 para torre 2. Devido a medição

_____________________________________________________________________________
Análise comparativa técnico-econômica entre empreendimentos com características sustentáveis e
convencionais
56

individualizada presente no edifício, a tarifa aplicada será de $ 3,86 unidades monetárias


para torre 1 e $ 3,62 unidades monetárias para a torre 2.

O consumo mensal total de cada edifício será de 2016 m³ para a torre 1 e 2268 m³ para
torre 2. Ao aplicar uma economia de 30% na Obra 1 citada por Coelho (apud
MACHADO, 2008, p.12), obtém-se o consumo mensal de 1411,20 m³ para torre 1 e
1587,60 m³ para torre 2, totalizando 2998,80 m³ da Obra 1 versus os 4248 m³ da Obra 2.
Essa economia presente na Obra 1 acarretará em um consumo mensal de 16,8 m³ para os
apartamentos da torre 1 e 12,6 m³ para a torre 2, mudando suas tarifas para $ 3,62 e $
3,13, respectivamente.

Considerando que a tarifa de água irá ser reajustada a uma taxa de 9% a.a., ou 0,72%
a.m., e uma taxa mínima de atratividade (TMA) de 0,5 % a.m., realiza-se os cálculos para
determinação dos custos mensais com consumo para cada situação mensalmente.

Cria-se a Tabela 10 com os custos relacionado ao consumo ajustado com a taxa de 0,72%
ao mês, o fluxo de caixa mensal descontado o custo do dinheiro no tempo e
consequentemente o fluxo de caixa final.

Tabela 10 - Consumo e Fluxo de Caixa – Medição individual de água

Consumo ($/mês)
Período Fluxo de caixa Fluxo de caixa
(mês) Obra 2 Obra 1 final
0 -$139.722,94 -$139.722,94
1 R$ 15.990,51 R$ 10.073,67 $5.887,40 -$133.835,54
2 R$ 15.991,66 R$ 10.074,39 $5.858,53 -$127.977,01
3 R$ 15.992,81 R$ 10.075,12 $5.829,81 -$122.147,20
4 R$ 15.993,96 R$ 10.075,85 $5.801,22 -$116.345,98
5 R$ 15.995,12 R$ 10.076,57 $5.772,78 -$110.573,20
6 R$ 15.996,27 R$ 10.077,30 $5.744,47 -$104.828,73
7 R$ 15.997,42 R$ 10.078,02 $5.716,30 -$99.112,43
8 R$ 15.998,58 R$ 10.078,75 $5.688,27 -$93.424,16
9 R$ 15.999,73 R$ 10.079,48 $5.660,38 -$87.763,77
10 R$ 16.000,88 R$ 10.080,20 $5.632,63 -$82.131,15
11 R$ 16.002,04 R$ 10.080,93 $5.605,01 -$76.526,14
12 R$ 16.003,19 R$ 10.081,66 $5.577,52 -$70.948,62
13 R$ 16.004,34 R$ 10.082,38 $5.550,17 -$65.398,44
20 R$ 16.012,42 R$ 10.087,47 $5.362,45 -$27.301,81
21 R$ 16.013,57 R$ 10.088,20 $5.336,16 -$21.965,65
22 R$ 16.014,73 R$ 10.088,92 $5.309,99 -$16.655,66

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23 R$ 16.015,88 R$ 10.089,65 $5.283,95 -$11.371,71


24 R$ 16.017,04 R$ 10.090,38 $5.258,04 -$6.113,66
25 R$ 16.018,19 R$ 10.091,11 $5.232,26 -$881,40
26 R$ 16.019,34 R$ 10.091,83 $5.206,61 $4.325,20
27 R$ 16.020,50 R$ 10.092,56 $5.181,08 $9.506,28
28 R$ 16.021,65 R$ 10.093,29 $5.155,67 $14.661,95
29 R$ 16.022,81 R$ 10.094,02 $5.130,39 $19.792,34

Observa-se que pelo fluxo de caixa o retorno do investimento ocorre a partir do 26º mês.
Dessa forma, aplica-se a Equação 2 para obter o payback.

−$881,40
𝑃𝑏 = (26 − 1) −
$5.206,61

𝑃𝑏 = 25,17 𝑚𝑒𝑠𝑒𝑠 ou aproximadamente 25 meses e 5 dias.

Pode-se verificar na Error! Reference source not found. a evolução do fluxo de caixa
final junto ao fluxo de caixa, representando graficamente o momento em que há o retorno
do investimento. Esse momento é representado pelo ponto em que o fluxo de caixa final
cruza o eixo das abscissas.

Figura 11 - Representação gráfica para obtenção do payback – Medição Individual de


Água
Fonte: O autor

Fluxo de caixa Fluxo de caixa final

$150,000.00

$100,000.00

$50,000.00

$0.00
1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27 29 31 33 35 37 39 41 43
-$50,000.00

-$100,000.00

-$150,000.00

-$200,000.00

Considerando o período de uso do empreendimento como sendo de 300 meses, calcula-


se o VPL de acordo com a Equação 3.

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Análise comparativa técnico-econômica entre empreendimentos com características sustentáveis e
convencionais
58

300
𝑃𝑓𝑡
𝑉𝑃𝐿 = −$ 139.722,94 + ∑
(1 + 5%)𝑡
𝑡=1

𝑉𝑃𝐿 = $ 786.164,85

Aplicando o mesmo período para o cálculo do TIR pela Equação 4, obtém-se:

300
𝑃𝑓𝑡
0 = −$ 139.722,94 + ∑
(1 + 𝑇𝐼𝑅)𝑡
𝑡=1

𝑇𝐼𝑅 = 3,72% 𝑎. 𝑚.

O TIR para a medição individual de água é maior que a taxa mínima de atratividade
(TMA) e o VPL é positivo, consequentemente, o uso desse sistema é uma opção viável
para o consumidor.

Outra observação é a evolução do TIR de acordo com o período de uso do investimento,


observando o tempo em que o mesmo tende a se tornar constante. A Error! Reference
source not found. foi criada ao aplicar o TIR consecutivamente para cada mês e
representa-lo graficamente.

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Victor Gama Carnaúba Azevedo (victor.azevedo@outlook.com) – Trabalho de Conclusão de Curso -
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59

Figura 12 - Variação do TIR nos aparelhos de medição individual


Fonte: O autor

Ao realizar esse tipo de análise, observa-se as seguintes características:

1) O investimento só se torna viável após o 26º mês, pois o TIR é a partir desse mês
que o TIR é maior que o TMA;
2) A taxa TIR tende a se tornar constante a partir do 156º mês ou 13 anos, indicando
o período mínimo de uso para obter o máximo de retorno.

Dessa forma, o investimento em medição individual de água possui um retorno do


investimento em 25 meses nesse empreendimento, mas só se torna viável caso o uso
ultrapasse o 26º mês.

5.2.1.3 Combinação dos sistemas economizadores de água


Ao combinar os dados da Tabela 3 e da Tabela 5 verifica-se que o investimento inicial
para a combinação dos dois sistemas é de $179.020,62 unidades monetárias. Essa
combinação é realizada apenas soma-se os investimentos realizados para cada sistema.

Ao se combinar as economias geradas pelos dois sistemas, primeiro se aplica a economia


de 13,20% gerados pela bacia sanitária. Consecutivamente, aplica-se a economia de 30%
da medição individual junto à redução de 13,20% do consumo pela bacia, totalizando
39,24% de economia efetiva. Considerando os 200 litros por pessoa por dia citados por
Ghisi (2004), o consumo mensal na Obra 1 será de 14,6 m³ para os apartamentos da torre

_____________________________________________________________________________
Análise comparativa técnico-econômica entre empreendimentos com características sustentáveis e
convencionais
60

1 e 10,9 m³ para os apartamentos da torre 2, ao aplicar a economia, enquadrando-se ambos


na tarifa de $ 3,13 unidades monetárias segundo a Tabela 8. A Obra 2 permanecerá com
as tarifas de $ 3,86 unidades monetárias para torre 1 e $ 3,62 unidades monetárias para a
torre 2.

O consumo mensal total da Obra 1 será de 2603 m³ versus os 4248 m³ da Obra


2.Considerando que a tarifa de água irá ser reajustada a uma taxa de 9% a.a., ou 0,72%
a.m., e uma taxa mínima de atratividade (TMA) de 0,5 % a.m., realiza-se os cálculos para
determinação dos custos mensais com consumo para cada situação mensalmente.

Cria-se a Tabela 11 com os custos relacionados ao consumo ajustado com a taxa de 0,72%
ao mês, o fluxo de caixa mensal descontado o custo do dinheiro no tempo e
consequentemente o fluxo de caixa acumulado.

Tabela 11 - Consumo e Fluxo de Caixa – Combinação economizadores de água

Consumo ($/mês) Fluxo de


Período Fluxo de caixa caixa
(mês) Obra 2 Obra 1 acumulado
0 -$170.020,62 -$170.020,62
1 $15.990,51 $8.148,37 $7.803,12 -$162.217,49
2 $15.991,66 $8.148,95 $7.764,86 -$154.452,63
3 $15.992,81 $8.149,54 $7.726,79 -$146.725,84
4 $15.993,96 $8.150,13 $7.688,90 -$139.036,94
5 $15.995,12 $8.150,72 $7.651,20 -$131.385,74
6 $15.996,27 $8.151,30 $7.613,68 -$123.772,06
7 $15.997,42 $8.151,89 $7.576,35 -$116.195,72
8 $15.998,58 $8.152,48 $7.539,20 -$108.656,52
9 $15.999,73 $8.153,07 $7.502,23 -$101.154,29
10 $16.000,88 $8.153,65 $7.465,44 -$93.688,84
11 $16.002,04 $8.154,24 $7.428,84 -$86.260,01
12 $16.003,19 $8.154,83 $7.392,41 -$78.867,59
13 $16.004,34 $8.155,42 $7.356,16 -$71.511,43
17 $16.008,96 $8.157,77 $7.212,94 -$42.445,72
18 $16.010,11 $8.158,36 $7.177,57 -$35.268,14
19 $16.011,26 $8.158,95 $7.142,38 -$28.125,77
20 $16.012,42 $8.159,53 $7.107,36 -$21.018,41
21 $16.013,57 $8.160,12 $7.072,50 -$13.945,91
22 $16.014,73 $8.160,71 $7.037,83 -$6.908,08
23 $16.015,88 $8.161,30 $7.003,32 $95,23
24 $16.017,04 $8.161,89 $6.968,98 $7.064,21
25 $16.018,19 $8.162,47 $6.934,80 $13.999,02

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26 $16.019,34 $8.163,06 $6.900,80 $20.899,82

Observa-se que pelo fluxo de caixa o retorno do investimento ocorre a partir do 23º mês.
Dessa forma, aplica-se a Equação 2 para obter o payback.

−$6.908,08
𝑃𝑏 = (23 − 1) −
$7.003,32

𝑃𝑏 = 22,99 𝑚𝑒𝑠𝑒𝑠 ou aproximadamente 23 meses.

Pode-se verificar na Error! Reference source not found. a evolução do fluxo de caixa
final junto ao fluxo de caixa, representando graficamente o momento em que há o retorno
do investimento. Esse momento é representado pelo ponto em que o fluxo de caixa final
cruza o eixo das abscissas.

Figura 13 - Representação gráfica para obtenção do payback – Combinação


economizadores de água
Fonte: O autor

Fluxo de caixa Fluxo de caixa final

$150,000.00

$100,000.00

$50,000.00

$0.00
1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27 29 31 33 35 37 39 41 43
-$50,000.00

-$100,000.00

-$150,000.00

-$200,000.00

Considerando o período de uso do empreendimento como sendo de 300 meses, calcula-


se o VPL de acordo com a Equação 3.

300
𝑃𝑓𝑡
𝑉𝑃𝐿 = −$170.020,62 + ∑
(1 + 5%)𝑡
𝑡=1

𝑉𝑃𝐿 = $ 1.057.144,74

Aplicando o mesmo período para o cálculo do TIR pela Equação 4, obtém-se:

_____________________________________________________________________________
Análise comparativa técnico-econômica entre empreendimentos com características sustentáveis e
convencionais
62

300
𝑃𝑓𝑡
0 = −$170.020,62 + ∑
(1 + 𝑇𝐼𝑅)𝑡
𝑡=1

𝑇𝐼𝑅 = 4,62% 𝑎. 𝑚.

O TIR para os equipamentos economizadores de água é maior que a taxa mínima de


atratividade (TMA) e o VPL é positivo, consequentemente o uso desse sistema é uma
opção viável para o consumidor.

Outra observação é a evolução do TIR de acordo com o período de uso do investimento,


observando o tempo em que o mesmo tende a se tornar constante. A Error! Reference
source not found. foi criada ao aplicar o TIR consecutivamente para cada mês e
representa-lo graficamente.

Figura 14 - Variação do TIR - Combinação economizadores Água


Fonte: O autor

Ao realizar esse tipo de análise, observa-se as seguintes características:

1) O investimento só se torna viável após o 23º mês, pois o TIR é a partir desse mês
que o TIR é maior que o TMA;
2) A taxa TIR tende a se tornar constante a partir do 156º mês ou 13 anos, indicando
o período mínimo de uso para obter o máximo de retorno.

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63

Dessa forma, o investimento em equipamentos economizadores de água no


empreendimento possui um retorno do investimento em 23 meses, mas só se torna viável
caso o uso ultrapasse o 23º mês.

5.2.2 Dispositivos economizadores de energia elétrica


Para os dispositivos economizadores de energia elétrica será realizado a análise do
sistema de aquecimento coletivo de água a gás. Para definir a economia gerada, onde se
investiu $ 293.622,08 unidades monetárias, é necessário definir o consumo de cada
sistema.

Para o sistema de aquecimento a gás, o consumo varia de acordo com tamanho do


apartamento e o bairro em que ele se localiza. Segundo dados fornecidos pelo responsável
do projeto o consumo de gás, destinado para aquecimento, pode ser consultado na Tabela
12.

Tabela 12 - Consumo de gás por unidade


Consumo de gás
(m³/dia/Und.)
Torre 1 Torre 2
Mínimo 0,53 0,45
Médio 0,71 0,62
Máximo 0,91 0,81

De posse desses dados, o consumo total de gás gasto por cada torre da Obra 1 pode ser
calculado com a multiplicação pelo número de unidades e o número de dias existentes em
1 mês, obtendo a Tabela 13:

Tabela 13 - Consumo mensal total de gás

Consumo mensal total (m³)


Torre 1 Torre 2
Mínimo 1319,7 1701
Médio 1767,9 2343,6
Máximo 2265,9 3061,8

Devido ao fato do sistema ser de uso coletivo, as tarifas são cobradas sobre o consumo
total de gás, evitando que os usuários paguem a taxa mínima de consumo. As tarifas
praticadas pela distribuidora de gás de Alagoas (ALGÁS) são tarifados em cascata, ou

_____________________________________________________________________________
Análise comparativa técnico-econômica entre empreendimentos com características sustentáveis e
convencionais
64

seja, a tarifa é cobrada de acordo com parcelas referentes a cada faixa de consumo (Tabela
14).

Tabela 14 - Tarifas de gás


Faixas de Tarifa
consumo (m³) ($/m³)
1 a 50 1,739
51 a 75 1,598
76 a 100 1,543
> 100 1,477

O custo relacionado ao consumo mínimo, médio e máximo da duas torres combinadas é


calculado utilizando-se a Equação 5, fornecida pela ALGÁS, para consumo maior que
100 m³.

𝐶 = 𝑇𝑓1 ∗ 50 + 𝑇𝑓2 ∗ (75 − 50) + 𝑇𝑓3 ∗ (100 − 75) + 𝑇𝑓4 ∗ (𝐶𝑔 − 100) (5)

Onde:

C – Custo mensal em unidades monetárias;

Tf1 – Tarifa para primeira faixa de consumo;

Tf2 – Tarifa para segunda faixa de consumo;

Tf3 – Tarifa para terceira faixa de consumo;

Tf4 – Tarifa para quarta faixa de consumo;

Cg – Consumo de gás mensal.

Obtendo o custo mensal mínimo de $ 4.479,52 unidades monetárias, médio de $ 6.090,69


e máximo de $ 7.887,09.

O cálculo do consumo de energia elétrica gerado pelos chuveiros levou em consideração


o uso de chuveiros com a potência de 5500W, banhos com duração média de 10 minutos
e uma população de 714 pessoas no empreendimento. Para efeitos comparativos,
considerou-se o consumo mínimo como o de 1 banho por dia, médio de 2 banhos por dia
e máximo de 3 banhos por dia. Dessa forma, é possível calcular o consumo de energia
elétrica por meio da Equação 6.

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𝐶𝑒 = 𝑃𝑡 ∗ 𝑇 ∗ 𝑃𝑝 ∗ 𝑁𝑏 (6)

Onde:

Ce – Consumo de energia em kWh;

Pt – Potência do chuveiro em kW;

T – Tempo de uso médio em horas;

Pp – População;

Nb – Número de banhos no mês.

Encontra-se um consumo de mínimo de 19.635 kWh, médio de 39.270 kWh e máximo


de 58.905 kWh. A tarifa praticada pela companhia de energia de Alagoas
(ELETROBRAS) é de $ 0,274 unidades monetárias por kWh consumido mensalmente,
totalizando um custo mínimo de $ 8.065,18 unidades monetárias, médio de $ 16.130,36
e máximo de $ 24.195,54.

A Tabela 125 confronta os custos mensais relacionados ao consumo de gás da Obra 1 e o


consumo de energia elétrica da Obra 2.

Tabela 15 - Consumo de gás versus consumo de energia

Obra 1 Obra 2 Economia


Mínimo $ 4.479,52 $ 5.371,41 $ 891,89
Médio $ 6.090,69 $ 10.742,82 $ 4.652,12
Máximo $ 7.887,09 $ 16.114,23 $ 8.227,14

Considerando que a tarifa de energia é reajustada, segundo dados históricos da companhia


de energia, a uma taxa média de 8,22% a.a., ou 0,66% a.m. e a tarifa de gás é reajustada
de acordo com a inflação de 6,70% a.a, ou 0,54% a.m.. Há a consideração do custo do
dinheiro no tempo, levando-se em conta uma TMA de 0,5% a.m..

Com essas considerações, cria-se as seguintes tabelas para cada cenário de consumo
supracitados. As tabelas foram criadas realizando o reajuste mensal das tarifas, o desconto
da taxa mínima de atratividade no fluxo de caixa mensal e a determinação do fluxo de
caixa final.

Cenário de consumo mínimo:

_____________________________________________________________________________
Análise comparativa técnico-econômica entre empreendimentos com características sustentáveis e
convencionais
66

Tabela 16 - Consumo e Fluxo de Caixa – Economia de energia no consumo mínimo

Consumo ($/mês)
Período Fluxo de caixa Fluxo de caixa
(mês) Obra 2 Obra 1 final
0 -$293.622,08 -$293.622,08
1 $5.371,76 $4.479,76 $887,56 -$292.734,52
2 $5.372,12 $4.480,01 $883,26 -$291.851,26
3 $5.372,47 $4.480,25 $878,97 -$290.972,29
4 $5.372,83 $4.480,49 $874,71 -$290.097,58
5 $5.373,18 $4.480,74 $870,47 -$289.227,11
6 $5.373,54 $4.480,98 $866,25 -$288.360,86
7 $5.373,89 $4.481,22 $862,04 -$287.498,82
8 $5.374,25 $4.481,46 $857,86 -$286.640,96
9 $5.374,60 $4.481,71 $853,70 -$285.787,26
10 $5.374,96 $4.481,95 $849,56 -$284.937,69
290 R$ 5.475,28 R$ 4.550,47 $217,72 -$155.309,73
291 R$ 5.475,64 R$ 4.550,72 $216,66 -$155.093,07
292 R$ 5.476,00 R$ 4.550,96 $215,61 -$154.877,46
293 R$ 5.476,36 R$ 4.551,21 $214,56 -$154.662,90
294 R$ 5.476,73 R$ 4.551,46 $213,52 -$154.449,37
295 R$ 5.477,09 R$ 4.551,70 $212,49 -$154.236,88
296 R$ 5.477,45 R$ 4.551,95 $211,46 -$154.025,43
297 R$ 5.477,81 R$ 4.552,20 $210,43 -$153.815,00
298 R$ 5.478,17 R$ 4.552,44 $209,41 -$153.605,59
299 R$ 5.478,53 R$ 4.552,69 $208,39 -$153.397,19

Cenário de consumo médio:

Tabela 17 - Consumo e Fluxo de Caixa – Economia de energia no consumo médio

Consumo ($/mês)
Período Fluxo de caixa Fluxo de caixa
(mês) Obra 2 Obra 1 final
0 -$293.622,08 -$293.622,08
1 $10.743,53 $6.091,02 $4.629,36 -$288.992,72
2 $10.744,24 $6.091,35 $4.606,70 -$284.386,02
3 $10.744,95 $6.091,68 $4.584,16 -$279.801,86
4 $10.745,66 $6.092,01 $4.561,72 -$275.240,14
5 $10.746,37 $6.092,34 $4.539,40 -$270.700,74
6 $10.747,08 $6.092,67 $4.517,18 -$266.183,56
7 $10.747,79 $6.093,00 $4.495,07 -$261.688,49
8 $10.748,50 $6.093,33 $4.473,08 -$257.215,41
9 $10.749,21 $6.093,66 $4.451,18 -$252.764,23

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67

10 $10.749,92 $6.093,99 $4.429,40 -$248.334,83


73 R$ 10.794,74 R$ 6.114,83 $3.251,73 -$8.875,47
74 R$ 10.795,45 R$ 6.115,16 $3.235,82 -$5.639,65
75 R$ 10.796,16 R$ 6.115,50 $3.219,98 -$2.419,67
76 R$ 10.796,88 R$ 6.115,83 $3.204,22 $784,55
77 R$ 10.797,59 R$ 6.116,16 $3.188,54 $3.973,09
78 R$ 10.798,30 R$ 6.116,49 $3.172,93 $7.146,02
79 R$ 10.799,02 R$ 6.116,82 $3.157,41 $10.303,43
80 R$ 10.799,73 R$ 6.117,15 $3.141,95 $13.445,38
81 R$ 10.800,44 R$ 6.117,48 $3.126,58 $16.571,96
82 R$ 10.801,16 R$ 6.117,82 $3.111,28 $19.683,24

Cenário de consumo máximo:

Tabela 18 - Consumo e Fluxo de Caixa – Economia de energia no consumo máximo

Consumo ($/mês)
Período Fluxo de caixa Fluxo de caixa
(mês) Obra 2 Obra 1 final
0 -$293.622,08 -$293.622,08
1 $16.115,29 $7.887,51 $8.186,84 -$285.435,24
2 $16.116,36 $7.887,94 $8.146,74 -$277.288,49
3 $16.117,42 $7.888,37 $8.106,84 -$269.181,65
4 $16.118,48 $7.888,80 $8.067,13 -$261.114,52
5 $16.119,55 $7.889,22 $8.027,62 -$253.086,91
6 $16.120,61 $7.889,65 $7.988,30 -$245.098,61
7 $16.121,68 $7.890,08 $7.949,17 -$237.149,44
8 $16.122,74 $7.890,51 $7.910,23 -$229.239,20
9 $16.123,81 $7.890,93 $7.871,49 -$221.367,72
10 $16.124,87 $7.891,36 $7.832,93 -$213.534,78
35 $16.151,52 $7.902,06 $6.928,09 -$29.705,42
36 $16.152,59 $7.902,49 $6.894,15 -$22.811,27
37 $16.153,65 $7.902,92 $6.860,38 -$15.950,88
38 $16.154,72 $7.903,34 $6.826,78 -$9.124,10
39 $16.155,79 $7.903,77 $6.793,34 -$2.330,76
40 $16.156,85 $7.904,20 $6.760,07 $4.429,31
41 $16.157,92 $7.904,63 $6.726,96 $11.156,27
42 $16.158,99 $7.905,06 $6.694,01 $17.850,27
43 $16.160,06 $7.905,49 $6.661,22 $24.511,49
44 $16.161,12 $7.905,91 $6.628,59 $31.140,09

Observa-se que apesar de gerar economia, o cenário de consumo mínimo não irá retornar
o investimento nos 300 meses considerados, verifica-se também que em um período
_____________________________________________________________________________
Análise comparativa técnico-econômica entre empreendimentos com características sustentáveis e
convencionais
68

infinito o investimento também não retornará. Considerando os demais cenários possíveis


de consumo, podemos determinar um payback para o investimento em cada situação por
meio da Equação 2.

Consumo médio:

−$2.419,67
𝑃𝑏 = (76 − 1) −
$3.204,22

𝑃𝑏 = 75,76 𝑚𝑒𝑠𝑒𝑠 ou aproximadamente 6 anos e 4 meses.

Consumo máximo:

−$2.330,76
𝑃𝑏 = (40 − 1) −
$6.760,07

𝑃𝑏 = 39,34 𝑚𝑒𝑠𝑒𝑠 ou aproximadamente 3 anos e 4 meses.

Sendo assim, é mostrado como o sistema de aquecimento a gás depende do consumo dos
seus usuários, pois quanto mais se consome, mais barato se torna a tarifa em relação à
energia elétrica. Para visualização gráfica, a Error! Reference source not found.5 e
Error! Reference source not found.6 mostram o momento em que há o retorno do
investimento.

Figura 15 - Representação gráfica para obtenção do payback – Consumo médio de


energia

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69

Fonte: O autor

Figura 16 - Representação gráfica para obtenção do payback – Consumo máximo de


energia
Fonte: O autor

Observa-se que para efeito de avaliação de viabilidade econômica do uso de aquecimento


a gás na Obra 1, deve-se avaliar o VPL e o TIR do cenário de consumo médio, pois o
cenário de consumo mínimo e máximo não caracterizam o consumo que será praticado
nos 300 meses de uso considerados para avaliação.

Dessa fora, calcula-se o VPL para o cenário de consumo médio de acordo com a Equação
3.

300
𝑃𝑓𝑡
𝑉𝑃𝐿 = −$293.622,08 + ∑
(1 + 0,5%)𝑡
𝑡=1

𝑉𝑃𝐿 = $ 435.203,31

Aplicando o mesmo período para o cálculo do TIR pela Equação 4, obtém-se:


_____________________________________________________________________________
Análise comparativa técnico-econômica entre empreendimentos com características sustentáveis e
convencionais
70

300
𝑃𝑓𝑡
0 = −$293.622,08 + ∑
(1 + 𝑇𝐼𝑅)𝑡
𝑡=1

𝑇𝐼𝑅 = 1,58% 𝑎. 𝑚.

Observa-se que o VPL é positivo e o TIR para o uso de aquecimento a gás é maior que o
TMA, significando que na ótica do uso dessa tecnologia como investimento será viável.

Outra observação é a evolução do TIR de acordo com o período de uso do investimento,


observando o tempo em que o mesmo tende a se tornar constante. A Error! Reference
source not found.7 foi criada ao aplicar o TIR consecutivamente para cada mês e
representa-lo graficamente.

Figura 17 - Variação do TIR - Aquecimento de água a gás


Fonte: O autor

Ao realizar esse tipo de análise, observa-se as seguintes características:

1) O investimento só se torna viável após o 76º mês, pois o TIR é a partir desse mês
que o TIR é maior que o TMA;
2) A taxa TIR tende a se tornar constante a partir do 290º mês ou 24 anos e 2 meses,
indicando o período mínimo de uso para obter o máximo de retorno.

Dessa forma, verifica-se que o investimento aquecimento a gás no empreendimento


possui um retorno do investimento em 76 meses, mas só se torna viável caso o uso
ultrapasse o 76º mês.

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71

5.2.3 Combinação final


Ao utilizar-se da economia gerada pelos equipamentos economizadores de água e do
equipamento de aquecimento coletivo de água a gás no consumo médio. Ao analisar a
combinação, soma-se os itens da Tabela 11 - Consumo e Fluxo de Caixa – Combinação
economizadores de água com os da Tabela 17 obtendo a Tabela 19.

Tabela 19 - Consumo e Fluxo de Caixa – Combinação final

Consumo ($/mês)
Período Fluxo de caixa Fluxo de caixa
(mês) Obra 2 Obra 1 final
0 -$463.642,69 -$463.642,69
1 $26.734,03 $14.239,39 $12.432,48 -$451.210,21
2 $26.735,90 $14.240,31 $12.371,56 -$438.838,65
3 $26.737,76 $14.241,23 $12.310,94 -$426.527,70
4 $26.739,62 $14.242,14 $12.250,62 -$414.277,08
5 $26.741,48 $14.243,06 $12.190,60 -$402.086,49
6 $26.743,35 $14.243,98 $12.130,86 -$389.955,63
7 $26.745,21 $14.244,90 $12.071,42 -$377.884,20
8 $26.747,07 $14.245,81 $12.012,27 -$365.871,93
9 $26.748,93 $14.246,73 $11.953,42 -$353.918,51
10 $26.750,80 $14.247,65 $11.894,84 -$342.023,67
36 $26.799,28 $14.271,53 $10.468,75 -$52.403,88
37 $26.801,15 $14.272,45 $10.417,46 -$41.986,43
38 $26.803,02 $14.273,37 $10.366,41 -$31.620,02
39 $26.804,88 $14.274,29 $10.315,62 -$21.304,40
40 $26.806,75 $14.275,21 $10.265,07 -$11.039,33
41 $26.808,62 $14.276,13 $10.214,77 -$824,56
42 $26.810,49 $14.277,05 $10.164,72 $9.340,16
43 $26.812,35 $14.277,97 $10.114,92 $19.455,08
44 $26.814,22 $14.278,89 $10.065,35 $29.520,43
45 $26.816,09 $14.279,81 $10.016,03 $39.536,47

Pode-se verificar que o fluxo de caixa final torna-se positivo a partir do 42º mês,
indicando que o tempo de payback está entre o 41º e o 42º mês. Dessa forma, o payback
é calculado segundo a Equação 2.

−$824,56
𝑃𝑏 = (42 − 1) −
$10.164,72

𝑃𝑏 = 41,08 𝑚𝑒𝑠𝑒𝑠 ou aproximadamente 3 anos e 5 meses.

_____________________________________________________________________________
Análise comparativa técnico-econômica entre empreendimentos com características sustentáveis e
convencionais
72

A representação gráfica da evolução do fluxo de caixa da combinação final dos sistemas


presentes nos edifícios é demonstrado na Error! Reference source not found.8. O
payback, ou tempo de retorno do investimento, é representado pelo ponto em que a reta
cruza o eixo das abscissas.

Figura 18 - Representação gráfica para obtenção do payback – Combinação final.


Fonte: O autor.

Para avaliação da viabilidade econômica do uso desses equipamentos o VPL e o TIR


devem ser calculados. O tempo de uso do empreendimento será considerado como 300
meses, calculando-se o VPL pela Equação 3.

300
𝑃𝑓𝑡
𝑉𝑃𝐿 = −$463.642,69 + ∑
(1 + 0,5%)𝑡
𝑡=1

𝑉𝑃𝐿 = $ 1.662.368,66

Aplicando o mesmo período para o cálculo do TIR pela Equação 4, obtém-se:

300
𝑃𝑓𝑡
0 = −$463.642,69 + ∑
(1 + 𝑇𝐼𝑅)𝑡
𝑡=1

𝑇𝐼𝑅 = 2,70% 𝑎. 𝑚.

Observa-se que o VPL é positivo e o TIR para a combinação final é maior que o TMA,
significando que o investimento será viável.

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73

Outra observação é a evolução do TIR de acordo com o período de uso do investimento,


observando o tempo em que o mesmo tende a se tornar constante. A Figura 19 foi criada
ao aplicar o TIR consecutivamente para cada mês e representa-lo graficamente.

Figura 19 - Variação do TIR - Combinação final.


Fonte: O autor.

Ao realizar esse tipo de análise, observa-se as seguintes características:

1) O investimento só se torna viável após o 42º mês, pois o TIR é a partir desse mês
que o TIR é maior que o TMA;
2) A taxa TIR tende a se tornar constante a partir do 223º mês ou 18 anos e 7 meses,
indicando o período mínimo de uso para obter o máximo de retorno.

Dessa forma, verifica-se que o investimento aquecimento a gás no empreendimento


possui um retorno do investimento em 41 meses, mas só se torna viável caso o uso
ultrapasse o 42º mês.

Ressalta-se também que há outros dispositivos economizadores no empreendimento que


não foram quantificados.

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Análise comparativa técnico-econômica entre empreendimentos com características sustentáveis e
convencionais
74

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Após realizar a análise dos dados e os resultados obtidos, comparando os dois edifícios,
são feitas algumas considerações importantes.

Primeiramente, verifica-se que os objetivos propostos foram atingidos ao identificar os


dispositivos sustentáveis presentes na Obra 1 e caracterizar ferramentas para análise
econômica comparativa com a Obra 2. Sendo assim, foi possível verificar o custo
benefício de optar por edifícios que apresentam tais soluções.

Observa-se que há a necessidade de realizar um aporte inicial maior para adotar soluções
que tragam vantagens na economia de recursos em comparação ao edifício concebido
convencionalmente, no entanto tais soluções apresentam características de investimento
ao retornar o esforço inicial à medida que o empreendimento é utilizado, como
demonstrado nesse trabalho.

Dessa forma, a problemática introdutória de como convencer os clientes à apoiar os


construtores na concepção de edifícios sustentáveis é justificada ao analisar os
dispositivos adotados como um investimento. Essa maneira de avaliar concede à
construtora argumentos e dados que comprovam e justificam economicamente a
utilização de tais soluções.

Evidenciou-se que no empreendimento em questão, os usuários irão realizar um


investimento inicial de 2,03% a mais que terá um retorno em 41 meses de uso que
resultará em mais conforto e economia. Sendo assim, o investimento inicial é justificado,
pois mostrou-se viável e com uma taxa interna de retorno de 2,70% a.m. que indica o
maior custo benefício em se optar pela Obra 1.

Evidenciou-se também que os dispositivos economizadores de água apresentam o retorno


do investimento maior e mais cedo em relação aos economizadores de energia. Essa
diferença é verificada devido ao custo de implantação de sistemas economizadores de
água ser consideravelmente menor em relação aos economizadores de energia.

O objetivo desta pesquisa foi concluído ao comparar os custos referentes a adoção de


procedimentos sustentáveis em relação aos convencionais, mostrando as diferenças de
custos e avaliando economicamente sua adesão.

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75

6.1 SUGESTÃO PARA TRABALHOS FUTUROS

Para estudos futuros, sugere-se que seja abordado a comparação técnico econômica entre
edifícios que possuam certificação em Maceió – AL, além de verificar a aceitabilidade no
mercado imobiliário para esse tipo de empreendimento, mensurando o percentual de
clientes dispostos a adquirir uma unidade em um edifício sustentável. Pode-se confrontar
a velocidade de venda entre edifícios convencionais e sustentáveis a fim de oferecer ao
construtor um parâmetro para o planejamento financeiro da obra.

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Análise comparativa técnico-econômica entre empreendimentos com características sustentáveis e
convencionais
76

7 REFERÊNCIAS

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http://www.idhea.com.br/pdf/entrevista.pdf> Acesso em: 06 fev. 2013.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS – ABNT. NBR 13969: Tanques


Sépticos – Unidades de Tratamento Complementar e Disposição Final dos Líquidos – projeto,
construção e operação. Rio de Janeiro, 1997.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 15575: Edifícios habitacionais


de até cinco pavimentos - Desempenho. Rio de Janeiro, 2012

CAIXA. Selo Casa Azul. Boas Práticas para Habitação Mais Sustentável. São Paulo, 2010.

COMISSÃO MUNDIAL SOBRE MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO. Nosso futuro


comum. Rio de Janeiro: 2. Ed. FGV, 1991

DALF, R.; Administração, A ética da sustentabilidade e o meio ambiente, São Paulo: Cengage
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DRACO ELETRÔNICA. Reguladores de vazão fixa economizadores de água. Disponível em


<http://www.dracoeletronica.com.br/reguladores.htm>. Acesso em 07 de maio de 2013

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FORTE, F.; FERRAZ, R. M.. Quais são os tipos de aquecedores de água existentes? Qual
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FUNDAÇÃO VANZOLINI. Referencial técnico de certificação. Disponível em: <


http://www.vanzolini.org.br/download/RT_Edificios_habitacionais_v2_2013.pdf>. Acesso em:
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GHISI, E.. Instalações prediais de água de fria. Florianópolis, 2004.

GREEN BUILDING COUNCIL. Certificação internacional LEED. Disponível em


<http://www.gbcbrasil.org.br/?p=certificacao>. Acessado em 20 de junho de 2013.

INMETRO. Regulamento técnico da qualidade para o nível de eficiência energética


edificações residenciais. Rio de Janeiro, 2012.

LAMBETS, R; DUTRA, L.; PEREIRA, F. O. R.. Eficiência energética na arquitetura. São


Paulo, PW, 1997, 192p.

LAMBETS, R.. Diretrizes de projeto para eficiência energética em edificações. Disponível


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Victor Gama Carnaúba Azevedo (victor.azevedo@outlook.com) – Trabalho de Conclusão de Curso -
UFAL
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20eficiencia%20energetica%20em%20edificios.pdf>. Acessado em 20 de maio de 2013.

LIMA, R. M. A.. Gestão da água em edificações: utilização de aparelhos economizadores,


aproveitamento de água pluvial e reuso de água cinza. Belo Horizonte. 2010

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Análise comparativa técnico-econômica entre empreendimentos com características sustentáveis e
convencionais

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