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Histologia para todos

Índice

Pele e anexos...............................................pág. 4
Sistema urinário...........................................pág. 12
Sistema endócrino.......................................pág. 21
Sistema reprodutor masculino....................pág. 31
Sistema reprodutor feminino......................pág. 39

2
Olá a todos,

É com muita alegria que disponibilizo esta sebenta de histologia. Tentei juntar a
parte teórica com o maior número de imagens possível para uma aprendizagem mais
fácil e eficaz. Aconselho uma leitura com um zoom de 120%-130%

O objectivo desta sebenta é que, ao pouparem tempo em estudar histologia,


tenham mais tempo de estar uns com os outros.

A sebenta é dedicada a todos os estudantes do 2º ano (da geração 10-16) e a


todos que virão depois.

O vosso colega,

Benedict

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Pele e anexos

Funções:

- protecção - barreira osmótica - termorregulação

- barreira contra micoorganismos - síntese de vitamina D

Constituição da pele:

Epiderme: camada mais superficial; tem capacidade de se autoregenerar; deriva da ectoderme

Contém 4 tipo de células diferentes:

- queratinócitos (possuem filamentos intermédios de queratina)

- melanócitos (células derivadas da crista neural) responsáveis pela produção de melanina.


Não se ligam aos queratinócitos através de desmossomas. Estas células sintetisam e
secretam melanina

- células de Langerhans: céluals dendríticas derivadas de percurosores da medula óssea


cuja função principal é apresentar antigénios aos linfocitos T. Possuem prolongamentos
citoplasmáticos

- células de Merkel (derivadas da crista neural) envolvidas no tacto (mecanoreceptores)

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Os queratinócitos organizam-se em 4 estratos (sem contar com o estrato lúcido):

- estrato basal (germinativo): consiste numa única camada de


queratinócitos cúbicos (células estaminais) delimitada por
membrana basal. O citoplasma contém filamentos intermédios
(tonofilamentos) associados a desmossomas. As hemidesmossomas ligam o citoesqueleto à membrana basal.

- estrato espinoso: os queratinócitos desta camada têm forma


poligonal. O seu citoplasma revela:

 pequenos grânulos – corpos lamelares - que consistem


essencialmente em glicolípidos e ceramidas
 tonofibrilhas - filamentos intermédios que se ligam a
aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaadesmossomas

- estrato granuloso: queratinócitos mais achatados com grânulos de queratohialina. Os corpos lamelares são
libertados para o meio intercelular. Estes vão envolver os queratinócitos formando uma camada impermeável (
envelope lipídico extracelular).

- estrato córneo: consiste em varias camadas de queratinócitos anucleados com grande quantidade de filamentos
intermédios de queratina ligados através da filagrina (envelope protéico intracelular)
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Derme:
Camada papilar: tecido conjuntivo
laxo mais celular (fibroblastos, fibras de
colagénio, e fibras eláticas finas)

Camada reticular: fibras elásticas e


de colagénio espessas

Na derme podem encontram-se também


folículos pilosos e glândulas sebáceas e
sudoríparas (tratados mais à frente)

(aproveito já para falar dos receptores sensoriais)

Na pele existem mecanorreceptores simples que consistem em teminações nervosas não-mielinizadas (na
epiderme). Outro tipo de mecanorresceptor é aquele que se encontra no estrato basal da epiderme – células de
Merkel.

O terceiro tipo de mecanorreceptor inclui 2 tipos de receptores encapsulados:

- corpúsculo de Meissner nas papilas dermais (para tacto)

- corpúsculo de Pacini na derme profunda ou hipoderme (receptor para pressão)

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- ainda há corpúsculos de Ruffini (sem imagem)

Hipoderme
- é formada por tecido conjuntivo laxo

e adipócitos

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Anexos da pele

Folículo piloso

Folículo piloso:

rooth seath (em ingles)

dermal seath (em ingles)

medulla Unha

cortex

papila dermal

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Glândulas

Glândulas sebáceas:

- secreção holócrina (morte celular)

- glândula acinar ramificada

- em toda a pele excepto na palma da mão e na


planta do pé

- os ductos excretores abrem nos folículos pilosos


(excepto nos labios, mamilo, glande e pequenos
lábios; nestes casos abrem directamente na
superfície da pele)

- a porção secretora encontra-se na derme e é


formada por alvéolos. Estes são ligados ao tubo
excretor através de pequnos túbulos

- as células basais dividem-se por mitose e acumulam


lípidos (tem aspecto semelhante ao tecido adiposo
castanho) á medida que se movem na parte central
do ácino

- o produto final da secreção é o sebo (substância rica


em lípidos) que é retida pela epiderme e pêlo

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Glândula sudoríparas

2 tipos:

Glândulas eécrinas:

- secreção merócrina

- simples tubular

- envolvida na termorregulação

- a porção secretora é composta por 3 tipos


celulares: células claras (secrtetam agua e
electrólitos); células escuras ( secretam
glicoproteinas) e células mioepiteliais (entre a
lâmina basal e as celulas claras)

- os ductos excretores são compostos por um


epitélio estratificado cubico com 2 camadas
(que reabsorve NaCl e água sob a influência da
aldosterona).

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Glândulas apócrinas

- são glândulas presentes na axila e regiões genitais

- a porção secretora localiza-se na derme ou hipoderme

- tem secreção merócrina

- as celulas secretoras são cubóides e associadas a celulas mioepiteliais


no domínio basal

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Sistema urinário
Rim

Funções:

- regula pressão sanguínea

- intervém na produção da vitamina D

- excreção de metobolitos

- regulação do pH sanguíneo

- produz eritropoetina

Córtex: corpúsculos renais; tubos contornados proximais e distais

Medula: ansa de Henle; tubos colectores

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corte transversal medula renal corte longitudinal de medula renal

 é importante perceber que exsite uma arteríola aferente que


forma os capilares do glomérulo. Estes capilares em vez de
formarem uma vénula formam a artéria eferente. A artéria aferente
possui células juxtaglomerulares que podem secretar renina
(quando a pressão sanguínea é baixa). A artéria eferente vai dar por
sua vez origem à vasa recta e capilares peritubulares.

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O rim tem cerca de 1.3 milhões de tubos uriníferos
rodeados por estroma (tecido conjuntivo laxo, vasos
sanguíneos e linfáticos). O tubo urinífero é composto por 2
unidades embriologicamente diferentes:

- nefrónio: corpúsculo renal (capsula de Bowman e


glomérolo) e túbulo renal (tubo contornado proximal, ansa
de Henle e tubo contornado distal)

- tubos colectores

1. Nefrónio:

1.1. Corpúsculo renal

1.1.1. Cápsula de Bowman:

 Camada parietal: é formada por:


- epitélio pavimentoso simples com a respectiva membrana basal (colagenio IV, fibronectina)

1.1.2 Glomérulo:

 Capilares fenestrados sem diafragma


 Mesángio formado por células mesangias e
matriz mesangial. As células mesangiais 1)
têm capacidade contráctil, 2)fagocítica; 3)
podem proliferar; 4) sintetizar matriz e
colagénio; 5) secretar substâncias
biologicamente activas (prostaglandinas e
endotelinas). Estas células respondem a
angiotensina II e regulam a taxa do filtrado
glomerular.
 Podócitos: formam a camada visceral; os seus prolongamnetos formam uma rede complexa que juntamente
com a proteína nefrina constituem a barreira de filtração glomerular (barreira física). Existe ainda uma
barreira química constituída por moléculas de carga negativa (heparan sulfate) que repelem as proteínas
com carga negativa.

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Aparelho justaglomerular

Composto por:

- mácua densa: faz parte do tubo contornado distal. É composta por células cubícas sensíveis a [NaCl]. Quando os
níveis de NaCl ou a pressão sanguínea baixam estas células provocam a libertação de renina pelas células
justaglomerulares

- mesángio extraglomerular

- células justaglomerulares (produtoras de renina) localizadas na arteríola aferente. Estas céluals são inervadas por
fibras nervosas simpáticas (adrenégicas). A produção de renina aumenta sob a influência de norepinefrina e
dopamina

Resumindo...

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16
1.2 Túbulo renal: tubo contornado proximal, ansa de Henle e tubo contornado distal

1.2.1 Tubo contornado proximal:

- encontra-se no córtex

- absorção de 70% do filtrado glomerular

- possui AQP 1 (aquaporinas - canais permeaveis à água)

- tubos formados por epitélio simples cúbico com função de


absorção (agua, glucose, Na+ e Cl-, K+). Apresenta:

 Domínio apical com microvilosidades – bordadura em escova


 Zonas de oclusão (tight junctions)

1.2.2 Ansa de Henle

- encontra-se na medula (juntamente com os tubos colectores)

- tubos finos: epitélio pavimentoso simples

-tubos espessos: epitélio cúbico simples

Corte transversal

C
Corte longitudinal

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1.2.3 Tubo contornado distal

- é formado por epitélio simples cúbico (mais baixo que no


tubo contornado proximal) sem microvilosidads
- na junção da porção espessa do tubo ascendente (da ansa de
Henle) com o tubo contornado distal existe a mácua desnsa
(apenas se vê junto do glomérulo) que é sensível à pressão
sanguínea e à variação da [NaCl]

Uma imagem boa para distinguir os tubos contornados distais (d) e proximais (p)

2. Tubo colector
- encontra-se na medula
- é composto epitélio cúbico simples
- 2 tipos de células: principais (absorvem Na+ e
secretam K+) e intercalares (regulam pH: secretam
H+ ou HCO3-)
- possui AQP 2 (sensível a ADH)

2.1 túbulos colectores:


- também tem epitélio cúbico simples, mas o lúmen
é mais irregular e tem menos células que o tubo
colector

Células intercalares

Células principais

Tubo colector

Corte longitudinal Corte transversal

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Hormonas que influenciam a absorção de água e de NaCl

- angiotensina II: absorção de água e NaCl no tubo contornado proximal


- aldosterona: é produzido pelas células da região glomerulosa do córtex da glândula suprarenal. Aumenta a
reabsorção de NaCl na porção ascendente da ansa de Henle, no tubo contornado distal e no tubo colector
- ADH (hormona antidiurética) ou vasopressina: produzido pelo hipotálamo. Aumenta a permeabilidade do
tubo colector (através da activação das aquaporinas-2 – AQP2) permitindo desta maneira a reabsorção de
água

Resumindo...

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Ureteres

- adventícia (rodeada de tecido adiposo)


- camada muscular (longitudinal externa;
circular interna)
- epitelio de transição (urotélio)

Bexiga

Epitélio de transição – urotélio Lâmina propria Camada muscular

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Sistema endócrino

Hipófise

- é formada por dois tecidos com origem embrionária diferente:

- adenohipófise (lobo anterior) possui epitélio glandular e tem origem no nódulo de Ratche (ectoderme da
orofaringe)

- neurohipófise (lobo posterior) tecido nervoso secretor e tem origem na neuroectoderme do 3º ventrícul

A adenohipófise é composta por 3 partes: pars distalis,


pars tuberalis e pars intermédia

A neurohipófise é composta pela pars nervosa e pelo


infundíbulo

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Pars distalis
(lobo anterior)

Pars nervosa
(lobo posterior)

Pars intemedia
(lobo anterior)

1. A adenohipófise contém:

- células epiteliais
Hormonas
- estroma (tecido conjuntivo) Acidófilos Péptidos: GH (ou somatotrofina), prolactina
Basófilos Glicoproteinas FSH, LH, TSH, ACTH
- capilares fenestrados

Existem 3 tipos de células endócrinas:

 acidófilos (mais à periferia): produzem 2 hormonas (péptidos): a hormona de crescimento – GH (growth


hormone) e prolactina
 basófilos (mais no interior; são PAS positivos): secretam 4 hormonas (glicoproteinas): FSH, LH, TSH e ACTH
 cromófobos (células cujo citplasma não cora)

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Acção das hormonas

GnRH secretado pelo hipotalamo induz libertação de FSH eLH pela hipófise.

Hipotalamo Hipofise Mulher Homem


GnRH FSH e LH FSH – desenvolvimento folicular FSH – estimula celulas de Sertoli a
LH – estimula células foliculares e do corpo produzirem ABP (androgen binding
lúteo a produzirem estrogénio e protein)
progesterona LH – estimula as células de Leydig a
produzir testosterona

TSH estimula a tiroide a produzir hormonas tiroideias: T3 e T4

ACTH estimula as células da zona fasciculada e reticular do cortex da glândula suprarenal a produzirem cortisol e
hormonas esteróides respectivamente

2. A neurohipófise contém:

- pituícitos

- axonios derivados de células neuroendócrinas

- capiláres fenestrados

- a acumulação das hormonas produzidas podem formar corpos de


aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaHerring

A neurohipófise secreta oxitocina (contração do musculo liso) e


ADH/vasopressina (aumenta a permeabilidade do tubo colector; é
também um vasoconstritor). O transporte destas hormonas
necessita de uma proteína trasportadora chamada neurofisina.

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Glândula pineal
- característica importante para o diagnóstico:

Areia cerebral (brain sand ou corpora arenacea)

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Tiróide

- é estimulada pela TSH

- secreta e armazena T3 (triiodotironina) e T4 (tiroxina)

- formada por folículos tiroideus que apresentam:

 células foliculares (cubóides; delimitadas por membrana


basal) secretam tiroglobulina (coloide) precursores de
hotmonas tiroideias
 -celulas parafoliculares ou células C produzem calcitonina

Outras imagens:

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Paratiróide

O parenquima consiste em duas populações de células:

- células principais (chief cells): são as mais numerosas; contêm


grânulos citoplasmaticos com hormona paratiróide (aumento
os níveis de cálcio no sangue por 2 mecanismos: reabsorção do
osso pelos osteoclasos; reabsorção do Ca2+ pelos tubos
uriníferos);

- células oxifílicas ou acidófilas (células principais em estado de


transição)

- capilares fenestrados

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Glândula suprarenal

Composta por:

- cortex (80%) de origem mesodérmica; contém células que


produzem hormonas esteróides

- medula (20%) de origem neuroectodérmica; produz


catecolaminas

Cortex

-apresenta 3 camadas (do exterior para o interior):

 a camada glomerulosa: é estimulada pela angiotensia II e produz


mineralocoricoides – aldosterona. As células apresentam
acumulação de lípidos

 camada fasciculada (70%): é estimulada pela ACTH e produz


glucocorticóides – cortisol

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 camada reticular é estimulada pela ACTH e produz hormonas sexuais esteróides

Medula

- contém células cromafim. Estas células são neurónios pósganglionares


derivados da crista neural

- estas células possuem grânulos com catecolamina (epinefrina ou


norepinefrina). Ocorre em pequenas quantidades secreção de dopamina

- existem celulas cromafim que produzem epinefrina (80%) e células que


produzem norepinefrina (20%)

Tabela:

camada estimulação produção função


glomerulosa Angiotensina II Mineralocorticóides (androgénios) Percursores de hormonas
sexuais
Fasciculada ACTH Glucocorticóides (corisol) Efeito metabólico
Cortex
(gliconeogénese no fígado)
Efeito anti-inflamatório
reticular ACTH Hormonas sexuais esteróides
Contém Catecolaminas (epinefrina e
Medula células norepinefrina)
cromafins

Outras imagens da glândula suprarenal:

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Resumindo...

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Pâncreas endócrino

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Sistema reprodutor masculino

Os testiculos derivam de 3 fontes:

- mesoderme intermédia (origina células de Leydig)

- epitélio mesodérmico (origina as célulasde Sertoli)

- células germinais primordiais (fonte de espermatogónias)

Estrutura dos testículos

Os testiculos são revestidos por uma camada de


teciso conjuntivo denso - túnica albuginea (mais
vascularizada na porção interna).

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Os septos dividem os testiculos em varios lóbulos. Cada lóbulo contém:

- tubos seminíferos

nos quais os espermatozóide são produzidos

- tecido conjuntivo (estroma) com células intersticiais – céluals de


Leydig

Estrutura dos tubos seminíferos

- é formado por um epitélio especializado contendo duas populações


distintas de células:

 Células somáticas: células de Sertoli


 Células espermatogencas: (espermatogónia, espermatocito

espermatídio)

- este epitélio assenta na membrana basal e está


rodeado por uma camada de fibroblastos,
colagénio e células mioides (possuem capacidade
contractil e são importantes no transporte da
esperma até à rede testis)

Legenda da figura à esquerda: M células


mioides; SA, SB espermatogonia ; S1 espermatócitos
primarios; S3 espermatídios S4 espermatozóides ; St
células de Sertoli.

Células Sertoli ou células de suporte:

- não se replicam depois da puberdade

- células cilíndricas com prolongamentos citoplasmáticos


que ocupam os espaços entre as espermatogónias (este
detalhe não se consegue ver nas preparações de rutina
H&E). Formam desta maneira uma barreira entre o espaço
intertubular e o lúmen do tubo seminífero.

- forma junções de oclusão com outras células Sertoli


protegendo desta maneira os espermatozóides do sistema
imunitário próprio.

- funções das células de Sertoli: suporte, protecção e


nutrição das células espermatogénicas; fagocitose de corpos residuais; secreção de fluído rico em proteínas para o
lúmen

- as células de Sertoli têm receptores para FSH. Quando estimuladas com esta hormona estas células produzem ABP
(androgen binding protein; a testosterona é um androgénio) concentrando desta maneira a testosterona.

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- as céluals de Sertoli produzem inibina e activina que exercem um feedback negativo e positivo respectivamente na
libertação de GnRF e FSH

- contem corpos de inclusão (corpos de Charcot Bottcher) no seu citoplasma

Células espermatogénicas:

importante saber que: as espermatogónias encontram-se fora da barreira formada pelas célas de Sertoli. Os
espermatócitos já se encontram protegidos pelas células de Sertoli.

Células mióides/peritubulares

- apresentam caracteristicas de músculo liso (filamentos de actina). As


contracções ritmicas asseguram o fluxo de espermatozóides e flúido
testicular através dos tubos

Células de Leydig:

- são células grandes, poligonais e eosinófilas (contém lípidos –


característica de células produroras de androgénios – testosterona).
Possuem receptores para LH.

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Resumindo...

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Trajecto do esperma

Depois de serem libertados para o lúmen dos tubos seminíferos os


espermatozóides passam: 1º tubos rectos; 2º rede testis; 3º tubos eferentes e 4º
epidídimo 5º tubos deferentes (no cordão espermático)

1º tubos rectos ligam os tubos seminíferos à rede testis. São compostos por epitélio cúbico simples que apresenta
junções de oclusão no domínio apical. As céluals espermatogénicas já não existem a este nível.

2º rede testis: anastomose irregular de tubos


formados por epitélio cúbico simples. Os tubos são
rodeado de fibroblastos, células mióides, células
de Leydig e vasos sanguíneos e linfáticos

3º tubos eferentes ligam a rede testis ao


epidímo. Possuem um lúmen característico. É
formado por células cilíndricas com que se
subdividem em 3 populações:

- células principais: apresentam estereocílios


(reabsorção de flúido)
- células ciliadas: transporte de esperma;
- células basais
4º epidídimo:

- lugar de armazrnamento e diferenciação de


espermatozóides

- é formado por cabeça, corpo e cauda

- epitélio pseudoestratificado com células


principais (com estereocílios – absorção;
também produzem) e células basais (células
com forma piramidal que vão originar as
células principais)

- existem também linfócitos intraepiteliais

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- o epitélio é mais alto na cabeça e mais baixo na cáuda

- existe uma camada circular interna e longitudinal externa de músculo liso (contracções facilitam o movimento de
espermatozóides)

Diferença entre tubos eferentes e epidídimo

5º ducto deferente (contido no cordão


espermático)

- ducto deferente: epitélio pseudoestratificado


cilíndrico; camada circular interna e longitudinal
externa de músculo liso

O cordão espermático contém também a artéria


espermática e veias.

ducto deferente

epitélio pseudoestratificado
cilíndrico

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Vesícula seminal

Composta por:

Camada externa de tecido conjuntivo

Camada muscular (circular interna e longitudinal externa)

Mucosa altamente pragueada, revestida por epitélio


cilíndrico pseudoestratificado (contém lipofucsina). A
mucosa possui lâmina própria

- além da sua função de armazenamento, a vesicula seminal


produz um líquido rico em frutose (fonte principal de
energia dos espermatozóides), prostaglandinas e outras
protéinas.

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Próstata

- contém glândulas mucosas periuretrais, glândulas submucosas periuretrais e


glândulas periféricas (são as que interessam)

- são glândulas tubuloalveolares ramificadas

- as glândulas são revestidas por epitélio cilíndrico (ou pseudoestratificado)

- estroma
fibromuscular

- no lúmen pode-se encontrar corporpos amilácios


(em inglês “prostatic concretions”) Estes são agregados de
glicoproteinas e restos celulares que podem calcificar nos
idosos) -> característica importante de diagnóstico

- a secreção é ácida e rica em fosfatases ácidas, amilase e


fibrinolisina (manter o esperma em estado líquido)

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Sistema reprodutor feminino

Ovários

Função: produção de oócitos (oogenese) e hormonas esteróides

Hormonas esteróides:

estrogénio -> crescimento e maturação dos orgãos sexuasis internos e externos; responsável pelos carácteres
sexuais secundários; desenvolvimento da mama (principalmente dos ductos, esroma e tecido adiposo)

progesterona -> actua nos orgãos sexuais internos, principalmente no útero (endométrio); preparam a glandula
mamária para lactação promovendo a proliferação lobular

Estrutura dos ovários

- medula: tecido conjntivo laxo, vasos sanguíneos

- córtex: folículos ováricos em diferentes estados de maturação embebidos num tecido conjuctivo laxo muito
celular; a rodear os foliculos temos também celulas musculares lisas.

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Epitélio germinativo (que rodeia os ovários) é responsável por 70% do cancro ovarico (repetida destruição e
reparação do memso durante as ovulações)

Desenvolvimento folicular

4 estados: foliculo primordial, folículo primário, foliculo secundário e foliculo de Graaf ou maduro

Foliculo primordial aparece no 3º mes de


gestação. Uma única camada de células
foliculares pavimentosas com lamina basal
rodeia o oocito. O citoplasma (ooplasma)
contem corpos babiloni (reticulo
endoplasmatico + complexo de golgi)

Folículos em crescimento:

Folículo primário: celulas foliculares passam de


escamosas para cuboides; o oocito secreta
proteinas especificas da zona pelucida (ZP1, ZP2,
ZP3 – receptor para o espermatozóide e indutor
da reacção acrossómica). A zona pelúcida cora
com PAS.

As celulas foliculares proliferam e originando um


epitelio cúbico estratificado – membrana
granulosa - e passam-se a ser chamadas células
granulosas. Entre as celulas da granulosa existem
junções comunicantes (sem filamentos
intermediario, só conexina). A camada granulosa
é avascular durante o crescimento folicular

Os oócitos possuem no oolema (membrana


plasmatica do oócito) granulos corticais ricos em
proteases. Estes granulos são libertados quando
há fecundação.

Existem numerosas microvilosidades do oócito


penetram no espaço perivitelino (entre oocito e
camada granulosa) e que se intersectam com microvilosidades das celulas granulosas. (não se establece
continuidade citoplasmatica)

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O folículo secundário é
caracterizado por apresentar
pequenas cavidades com
llíquido – o antro.

As celulas do estroma que


rodeiam a membrana
granulosa formam a teca
folicular composta por:

- teca interna: muito


vascularizada, celulas
cuboides, caracteristicas de
celulas produtoras de
hormonas esteroides; possuem
receptores para LH (qd
estimuladas por LH produzem
androgenios precursores de
estrogenio

- teca externa: contem principalmente celulas musculares lisas e colagenio

A membrana basal separa a camada granulosa (avascular) da teca interna (ricamente vascularizada)

O foliculo primário aumenta de tamanho por proliferação das celulas granulosas. Para isso precisa de vários factores
como:

- FSH (folicular stimultaing hormone)

- factores de crescimento (EGF, IGF-I)

- Ca2+ (iões cálcio)

O folículo de Graaf ou maduro:

As cavidades com liquido folicular juntam-se


formando o antro. Junto do oócito as celulas
granulosas formam uma camada mais espessa
chamada cumulus oophorus. As celulas do cumulus
oophorus que estão na vizinhança do oocito formam
a coroa radiata (celulas que enviam microvilosidades
atraves da zona pelucida para comunicar com as
microvilosiades do oocito atraves de juncões
comunicantes). Tambem aparecem corpos Call-Exner
entre as celulas granulosas (são produzidos pelas

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celulas granulosas e contêm hyaluronan e proteoglicanos) (PAS-positivo)

Ovulação:

Existe um pico de LH provocado pela adenohipofise nas 24 h anteriores à ovulação. Este pico é responsavel por:

- inibição dos receptores LH das celulas granulosas

- conclusão da primeira divisão meiótica do oócito

As celulas do cumulus separam-se das restantes celuals granulosas acampanhando o oocito durante a ovulação.
Ocorre então a libertação do oocito secundario pelo foliculo de Graaf.

Factores responsáveis pela ovulação:

- aumento da pressão devido ao volume do liquido folicular

- proteólise enzimática da parede folicular (activada por plasmiogen)

- deposição de glycosaminoglicanos entre cumulus e camada granulosa

- contracção do musculo liso da teca externa provocada pela prostaglandina

Os oócitos permanecem parados em profase I nos folículos primários. No foículo maduro, a primeira divisão
meiótica termina resultando na produção de um foliculo secundário e o 1º corpo polar. O oócito secundário fica
parado em metafase II e apenas termina a 2ª divisão meiotica se for fecundado pelo espermatozóide.

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Corpo lúteo/amarelo:

- Depois da ovulação, no folículo ocorre uma extensa vascularização acabando


por formar o corpo hemorragico.

- Depois as celuals da granulosa transformam-se em celulas granulosas lúteas


(de maiores dimensões, menos coradas) e as celuals da teca em celulas da
teca lúteas (mais coradas). Sofrem modificações morfologicas, adquirem
vesículas lipídicas e lipocromo (pigmento amarelo lipo-soluvel). As hormonas
produzidas preparam o endométrio no caso de ocorrer fecundação. Forma-se
assim o corpo lúteo

- Na ausencia de hCG (human chorionic gonadotropin) o corpo luteo degenera


em aproximadamente 13 dias depois da ovulação formando o corpo albicans

A função e permanência do corpo luteo depende de luteotropinas:

- lutetropinas paracrinas (produzidas pelo ovário): estrogénio, IGF-I e IGF- II

- luteotropinas endocrinas: hCG (produzido pelas celuals do trofoblasto) estimula os receptores LH e impedem a sua
degradação; LH e prolactina (secretados pela hipofise); insulina (produzida pelas celuals B dos ilheus de Langherans)

Os niveis elevados de progesterona produzidos pelo corpo amarelo bloqueiam o desenvolvimento de foliculos
ovaricos

Corpo hemorragico Corpo albicans Corpo lúteo

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Capacitação e fertilização:

Capacitação: mudanças no espermatozoide: aumento da afinidade pela zona pelucida, e hiperactivação do flagelo.
Implica as seguintes mudanças bioquimicas:

- aumento de adenylciclase 10 que por sua vez aumenta os niveis de cAMP;

- aumento da fosforilação de tirosina; activação de canais Ca2+ (Car Sper);

- remoção da camada glicosidica que impede o reconhecimento de receptores da zona pelucida

Tubos uterinos ou Trompas de Falópio

Proporcionam o ambiente necessário a


fertilização e desenvolvimento inical do
zigoto.

Constituição da parede do tubo uterino: 3


camadas

- serosa (peritoneu): mesotelio e tecido


conjuntivo

- muscularis: celulas musculares lisas; camada


interna espessa e circular, camada externa
mais fina e longitudinal

- mucosa: epitelio cilíndrico simples


composto por céluas em diferentes estados
funcionais: células ciliadas (mais numerosas
no infundibulo e ampola) e celulas não
ciliadas, peg-cells (secretam fluido nutritivo
para o ovulo)

São influeciadas pelas hormonas: estrogénio ->


ciliogenese; progesterona -> aumento de
secreção

Antes da ovulação as fimbrias aproximam-se


do ovario de maneira a facilitar a entrada do
oocito para os tubos uterinos. Contracções peristalticas são envolvidas no movimento oócitario. A fertilização ocorre
na ampola.

44
Ùtero

Endometrio: mucosa uterina. Dividida em duas: camada


funcional (removida na menstruação) camada basal (serve
para regenerar a camada funcional). O epitélio que reveste o
endométrio vai formar glandulas uterinas ao invaginar o
estroma uterino. O estroma uterino contém substancia
fundamental e grande conteudo celular.

Miométrio: camada muscular espessa. Tem 3 camadas


musculares

Perimétrio: camada serosa ou peritoneu

Vascularização: artérias uterinas -> arterias arciformes no miometrio -> arterias


radiais na camada basal do endométrio (destas partem arterias que vascularizam
esta área –straight “arteries”) -> arteria espiral ( continuação à arteria radial na
camada funcional do endométrio) que por sua vez envia numerosas arteriolas.

Mudanças ciclicas:

Mudanças na camada funcional do endométrio; tem 3 fases:

- fase proliferativa (I) : ocorre em paraleo à maturação folicular; é estimulada


pelo esrogénio. Proliferação de celulas epiteliais (formação de glandulas uterinas),
endoteliais (formação de arteriolas a partir da arteria espiral) e do estroma (produção de colagénio e substância
fundamental).
- fase secretora (II): coincide com a fase activa do corpo luteo e é estimulada pela progesterona. Secreção de fluido
mucoso rico em nutrientes (glicogénio). A continua acção do estrogénio e da progesterona nas celulas do estroma
permitem a sua transformação em celulas deciduais, caso haja implantação do blastocisto.

I II

45
- fase menstrual: começa com a diminuição da produção das hormonas ováricas provocada pela degeneração do
corpo luteo. Contracção das artérias em espiral provocam isquemia nas celulas da camada funcional -> menstruação

Resumindo...

46
Implantação:

A produção de hCG pela placenta mantem o corpo lúteo que por sua vez continua a produzir progesterona e
estrogenio. Os niveis elevados destas hormonas vão manter o endometrio e permitir que este sofra futuras
modificações.

As celulas do estroma diferenciam-se em celulas deciduais formando 3 camadas:

- decidua basalis: junto do lugar de implantação

- decidua capsularis: entre lugar de implantação e lumen uterino

- decidua parietalis: vai-se fundir com a decidua capsularis

Cérvix/colo do útero:

O endométrio do cervix é diferente do resto porque apresenta glândulas


ramificadas. O muco secretado por estas glandulas é importante no transporte
de espermatozoides.

Existe uma zona de transição abrupta entre o epitelio estratificado pavimentoso


(SSEp) da vagina e o epitelio simples cilindrico (Cep) do cérvix

47
Vagina

é um tubo fibromuscular cuja parede é constituida por:

- camada mucosa: o tecido conjuntivo da lamina propria é


revestido por epitelio pavimentoso estratificado não
queratinizado. (as celulas possuem núcleos).

- camada muscular composta por celuals musculares lisas e


organizada numa camada interna circular e numa externa
longitudinal (mais espessa)

- camada adventicia: composta por camada interna (tecido


conjuntivo denso com fibras elasticas) e camada externa (tecido
conjuntivo laxo com vasos snaguineos e linfaticos)

A vagina não possui glândulas, no entanto as células epiteliais


sintetizam e acumulam glicogénio (sob a influência de estogénio)
a medida que migram para a superfície.

A lamina própria pode ser difidida numa camada mais interna


(tecido conjuntivo laxo com muitas células) e numa camada mais
interna (mais densa)

48
Glândulas mamárias

Secreção de leite é induzida pela prolactina e a excreção é


provocada pela oxitocina (contracção de musclulo liso)

As glândulas mamárias são glândulas túbulo-alveolares.


São derivadas das glândulas sudoríparas da epiderme. A
successiva ramificação dos ductos leva à formação da
unidade lobular terminal.

Fase inactiva:

predominio de tecido conjuntivo denso existem ductos


com epitelio cúbico ou cilindrico; tecido adiposo e celulas
mioepiteliais

Fase activa:

O epitélio que reveste as unidades lobulares terminais


contém células secretoras que na fase activa (pós-parto)
diferenciam-se em unidades alveolares funcionais e secretam leite. O leite secretado é recolhido pelo tubos
colectores intralobulares que por sua vez se unem aos ductos interlobares.

Ocorre proliferação e desenvolvimento


acentuado das glândulas mamárias

1º elongação e ramificação dos ductos terminais

2º desenvolvimento dos elementos alveolares


(encontram-se em muito maior quantidade que
na fase inactiva)

Os lóbulos são separados por septos de tecido


conjuntivo. O tecido conjuntivo laxo dos lobulos
contém linfocitos, plasmócitos (plasma cell).

49
As glândulas mamárias têm secreção:

Merócrina: proteinas do leite

Apócrina: componente lipídico

Estrogénio influencia o desenvolvimento dos ductos e a progesterona estimula crescimentos elementos alveolares

50
Placenta:

Formação:

51
Estrutura da vilosidade coriónica terciária

É importante:

52
Placenta

CP- corionic plate

A-amnion

CV- chorionic villi

BVp- blood vessels in chorionic plate

Vilosidadecoriónicas terciárias

citotrofoblasto

sinciciotrofoblasto

Cordão umbilical

Arterias umbilicais

Veia umbilical

FIM
53

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