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1) MEIRA E SILVA (2016) refletem sobre a execução de seminários em uma dada

situação de ensino. Ao longo do capítulo “Didatização de saberes no seminário escolar: O Papel


das Unidades Retoricas” as autoras destacam a execução que é o instante em que ocorre a
didatização do conteúdo proposto, o que são definidos pelas unidades retoricas, que configuram
o objeto de estudo das autoras.

2) No texto “O Gênero debate enquanto megainstrumento no processo de ensino-


aprendizagem” o autor Bruno Alves Pereira discorre sobre estratégias discursivas para
transformar o debate em megainstrumento em sala de aula, através de uma perspectiva
interacionista. E para tanto o autor utiliza a análise de alguns exemplos, observados em dois
momentos diferentes em uma classe do 9° ano, em 2005, apontando o que está condizente e o
que destoa do gênero debate, incialmente objetivado pelo professor na proposição da atividade.
O autor ainda se preocupa em caracterizar o gênero debate de forma a diferencia-lo de
outros, como a conversa e a discussão, citando Kerbrat-Orecchioni o autor apresenta que são
características do debate ser uma discussão organizada, mais formal do que uma conversa ou
uma discussão, tendo como base uma confrontação de opiniões, sobre um assunto especifico e
delimitado, que ocorre dentro de um espaço e tempo previamente determinados. No debate
ainda existe a figura do mediador/moderador que é responsável pela gestão dos turnos de falas,
assim este pode intervir caso o debate fique mais caloroso, para evitar complicações de natureza
agressiva e ofensiva.
Quando os alunos trabalham o gênero debate em sala de aula, eles aprendem a utilizar
os argumentos, pois estar em um lugar de debate não quer dizer realmente que o indivíduo
esteja expondo a sua opinião, às vezes é possível internalizarmos argumentos. Assim o aluno é
instruído a desenvolver um pensamento sistemático e ordenado no plano oral. É importante
ainda destacar a contribuição interdisciplinar, ou seja, o encontro metodológico entre diversas
áreas na formação dos discentes. De forma que conjugar o aprendizado da linguagem seja
escrita ou oral com outras disciplinas, como história, que foi o caso dos exemplos trazidos pelo
autor do texto, é fundamental para a transversalidade do conhecimento.
O gênero debate deve ser ensinado por ser uma linguagem publica formal, além do mais
o ser humano com o seu ego sempre querer saber mais do que o outro, mas isto trabalhado de
forma saudável, pode motivá-lo a aprender mais, sem desrespeitar a alteridade. Isto porque o
debate deve ser visto da perspectiva positiva, com a meta de interação permeadas de níveis de
formalidade, a fim de evitar a formação guetos na sala de aula. Sobre uma perspectiva
interacionista, ensina os alunos a respeitar a opinião do outro, ao mesmo tempo que ao escutar
outra perspectiva, em um ambiente que não é tão acirrado como o da discussão, esta pode
influenciar positivamente quem escuta por enriquecer a sua visão com mais de um contexto,
lhe fornecer mais argumentos para defender o seu ponto de vista, através da aplicação do rebater
argumentos contrários e apresentação dos contextos diversos.
O autor ainda destaca que para a realização do debate é necessário o professor mobilizar
duas grandes estratégias didático-discursivas que são: a organização linguística do gênero e a
instauração de situação de produção, o que demonstra o seu caráter formal.
Sintetizando o gênero debate deve ter um lugar, tempo e público definido, além de uma
questão controvérsia, bem como debatedores que se posicionem em relativo desacordo, este
conjunto caracteriza o debate como um gênero oral formal público, diferente da conversa que
ocorre entre pessoa em âmbito privado e mais informal, assim como difere da discussão por
não ter os elementos constitutivos previamente definidos, inexiste também a figura do
moderador, que facilitaria a manutenção do equilíbrio, por tudo isto o gênero debate é
privilegiado para ser trabalhada em sala de aula, em detrimento de outros gênero orais menos
formais.

3) Apesar de no decorrer da história da linguística, no período do estruturalismo, ter


ocorrido pela divisão dicotômica entre fala e escrita e por ser objeto de estudo deste apenas a
escrita, sendo rechaçada a análise da língua, não é correto a primeira afirmação pois de acordo
com os textos lidos não é possível afirmar que a resistência de gêneros orais serem tratados
como objeto de ensino na educação básica por serem gêneros fáceis, pois os autores de nenhum
texto estuda na disciplina afirmam adjetivam os gêneros orais de tal forma, nem afirmam que
não é necessário instrução para fazer um uso eficaz dos tipos textuais, que compõe o gênero
oral, além do mais nem todos os gêneros orais fazem parte da situação do cotidiano, como por
exemplo o debate e seminários, que são mais distantes da realidade dos alunos.
Os autores DOLZ e SCHNEUWLY expõe de forma clara um trecho que exprime a
problemática de se ensinar gêneros e modalidades orais na educação básica reproduzido a
seguir: “... o ensino escolar da língua oral e de seu uso ocupa atualmente um lugar limitado. Os
meios didáticos e as indicações metodológicas são relativamente raros; a formações dos
professores apresenta importantes lacunas.”, assim esta problemática perpassa a escassez de
métodos didáticos para trabalhar e a deficiência na formação de professore, quanto ao preparo
dos professores. Pois quando os texto são introduzidos no âmbito escolar, isto produz
desdobramentos transformando o gêneros orais, pois a escola simula a realidade, apenas a
reproduzindo, então o gênero oral passa a ser instrumento de comunicação e objeto de
aprendizagem ao mesmo tempo.
O PCN inclusive indica que é competência da escola trabalhar gêneros que utilizem o
planejamento e a execução de apresentações públicas da linguagem oral, tais como entrevistas,
debates, seminários entre outros, uma vez que a escola é um dos únicos meios, no qual o aluno
pode apreender a utilizar modalidade oral formal de situações públicas, trabalhar e motivar os
alunos a utilizar a retórica de forma instrumental e sistematizada.

4) Defendem o acesso aos alunos as práticas de linguagem novas ou dificilmente


domináveis devido ao de que: “nessa perspectiva, impõe-se necessariamente a escolha de textos
como objetos de trabalho para o ensino do oral. Eles permitem trabalhar fenômenos de
textualidade oral em relação estrita com as situações de comunicação, estudar diferentes níveis
da atividade de linguagem e tornar o ensino mais significativo”1.
A partir dos gêneros orais formais estudado em sala, podemos perceber que há uma
escrita oralizada que é como uma vocalização, são práticas utilizadas no meio formal e por isso
são consideradas gênero orais formais, como o debate, a entrevista e o seminário. Já no oral
espontâneo geralmente existe uma fala improvisada.
Considerando que o seminário é sinônimo de exposição oral, uma vez que é direcionada
a um público, com objetivos estabelecidos, de interação, transpor o conteúdo. Bezerra (2003),
caracterizou o seminário como uma forma de explorar e aprofundar determinado tema, através
de discussão oral, coletiva, construído em sala de aula.

1
DOLZ, Joaquim; SCHNEUWLY, Bernard. O Oral como Texto: Como Construir um Objeto de Ensino. IN:
Generos Orais e Escritos na Escola, tradução e organização Roxane Rojo e Glais Sales Cordeiro. Campinas, SP:
Mercado das Letras, 2004. P. 169.

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