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Teóphilo Noturno
NOTAS
[3] Segundo Ph. Autexier (Les aeuvres témoins de Mozart, página 52): “o aprendiz não
vê a luz do conhecimento por ocasião da sua iniciação, mas somente no 2º grau
(companheiro)”. Todos os maçons consultados a esse respeito mostram-se surpresos
com a afirmação. Além disso, a composição do Quarteto, e com maior razão da Flauta,
não é anterior a esta segunda iniciação, o que faz com que, para a compreensão
musical, o resultado seja o mesmo (ef. P. 267-8)
[4] Lembremos que o nosso estudo sobre esse tema (Diss.) concluía igualmente em
favor do caráter maçônico do Quarteto nº. 7 de Beethoven. Mais tarde, eu descobriria
possibilidades semelhantes na “Viagem de Inverno” de Schubert (ef. P. 68). Nenhum
documento de arquivo permite afirmar que Beethoven ou Schubert tenham sido
maçons (ou talvez membros de uma associação paralela), mas estava-se então em
pleha Hochmitternacht, e os arquivos, por prudência, costumavam ser mais que
discretos. Além disso, as idéias maçônicas podiam circular fora das dependências
imediatas da Grande Loja da Áustria, e isso é o que elas faziam.
[5] Esta notação indica as batidas por O; os hífens separam entre eles os grupos de
batidas vizinhas.
[6] Esses acordes, em Mozart, não aparecem só aqui. Nós os encontramos, por exemplo
(sobre uma única harmonia) no início da ária “Vado, ma dove?” (K.583), e, além disso,
em mi bemol maior. Não é certo que eles possuam uma significação particular: trata-se
de um desarranjo amoroso no meio de uma comédia bufa extraída de Goldoni; e a ária
é contemporânea de Cosi fan tutte. A dedicatária, Mlle. Villeneuve, preparava-se para
criar o papel de Dorabella. Haveria aí uma alusão escondida?
[7] “Na Maçonaria de Adoção, isto é, feminina, o número 5 substituía o nº. 3.” Allec
Mellor, Dictionnaire de la Franc-Maçonnerie et des Franc-Maçons, Paris, Belfond, nova
ed. 1979, p.94.
[8] Esse hábito, entretanto, não é muito antigo. No século XVIII, os três ou cinco
pontos eram muitas vezes colocados em linha em seguida do nome, ou algumas vezes
chegavam a substituí-lo.
[9] Sem o saber, provavelmente, Lachnith redescobria o ritmo que o próprio Mozart já
introduzira no início da sinfonia terminal do 1º ato de “Thamos”. Mozart, então, não
era iniciado; pode-se supor que ele só conhecia as marcações rituais em segunda mão,
o suficiente para utilizá-las, muito pouco para reproduzi-las corretamente.
Encontra-se igualmente esta marcação, nas cordas, no início do “Carmen Seculare”,
de Phildor (1779), mas as madeiras a enunciam sem anacruse, enquanto os metais
assinalam o número 3, como o próprio Mozart o fará por diversas vezes. O “Carmen
Seculare” é muito provavelmente uma obra maçônica, como assinalou Roger Cotte.
Sua primeira audição teve lugar em três “noites” seguidas, a 26, 27 e 28 de fevereiro
de 1779, na Grande Loja de Londres (Freemasons Hall), para a qual foi provavelmente
composto. Na lista de subscritores, impressa no início da obra, figura, nos diz R. Cotte,
uma importante maioria de maçons, e o texto, incomum para a época, é formado, em
que pese o título enganador, de uma seleção de versos de Horácio escolhidos tendo
em vista a possibilidade de interpretação maçônica. O “Carmen” propriamente dito
não é senão a parte final da obra (4ª parte, p.133; os precedentes comportam: no
prólogo, p.23, a 1ª estrofe da Ode II, 1; na 1ª parte, p. 26, as estrofes 8-11 da ode IV, 6;
na 2ª parte, p. 37, as estrofes 1-7 da mesma ode; na 3ª parte, p.100, a Ode I, 21).
[14] Correntes ou cordas significam tudo que prende o postulante ao mundo profano
que ele está deixando. Em alguns ritos, o postulante é introduzido carregado de
correntes que depois são retiradas. Acontece assim especialmente na iniciação
feminina.
[16] Rémy Stricker, Mozart e suas óperas, ficção e verdade (Galimard, 1980).
[17] Lembre-se aqui, mais uma vez (cf. página 20), que o autor deste livro não pertence
à maçonaria.
[19] Distrações sem gravidade de que ninguém está isento, nem mesmo o nosso
crítico. Porque na página 21 ele traduz 1/2 7 Uhr (6 horas 1/2) por 7 horas 1/2; ou, na
página 41, ele conta 8 dias entre o 17 de novembro e o 15 de dezembro; ou ainda, na
página 24, se ele copia uma terça muito alta sem perceber a parte inferior de uma linha
inteira, deveríamos deduzir daí que todos os seus trabalhos devem ser recusados?
[20] No nosso “Prècis de musicologie” (ed. 1984, página 29) evocávamos “uma regra
de honestidade moral, a saber, que não somente toda descoberta ou todo resultado de
pesquisas, ou ainda toda idéia ainda não considerada de domínio público e que, no
conhecimento do autor, não é exposta pela primeira vez, deve ser acompanhada, na
sua apresentação, da menção de quem a enunciou anteriormente”. O valor dos
trabalhos de Autexieur não seria diminuído se ele respeitasse essa regra (cf. página
21n).
[21] Numa canção destinada ao fechamento dos trabalhos num atelier de mestres,
canção que Autexier cita na página 37 atribuindo (sem dúvida com razão) a música a
Mozart, a 4ª. Estrofe evoca essa retirada da venda como aplicando-se também aos
mestres. O que indica sem dúvida uma significação global independente do grau que
está em causa.
[22] Ainda que fosse possível contestá-lo, já que a 3ª harmonia é apenas a inversão da
primeira: pode-se assim dizer que são apenas duas.
[23] Que ele se apóie nos exemplos 3 e 5 sobre o tempo inicial da voz e não sobre a
orquestra não muda em nada a sua percepção.
Extraído de: Mozart - A Flauta Mágica e A
Maçonaria http://teophilo.info/analises/mozart.htm#ixzz27cuIJ4Kq
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