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PE Q l E N AS BARRAGENS DE TERRA JOSE ROBERTO MORANO METODOLOGIA\PARA\PROJETOS E| iz: Morano J. R. Pequenas barragens de terra T¥ed,, Sao Paulo, 2006 1. Metodologia para projetos e obras Capa Editoragao Eletronica Agéncia Omamento ‘www.ornamentoriopreto.com.br Impressiio / Acubamento Riocor - Grifica www.iocor.combr E proibido a reproduc de parte ou da totalidade dos textos sem autorizaga0 prévia do autor APOIO CULTURAL cCopASP UT e eo) A orientagio de trabathos téenicos & uma crescente exigéncia dos dias atuais, seja como uma atitude individual de respeito nas_intervengdes que realizamos no meio ambiente em nome do desenvolvimento, seja como critério das politicas pablicas que a sociedade tem assumido para realizé-lo, Coetente com essas exigéncias, é com imensa satisfagao que apresento este trabalho do Eng. José Roberto Morano que, mais do que um livro, representa © retrato da sua experiéncia de vida, que dessa forma ¢ colocada ao conhecimento do piiblico interessado, Nessa mesma linha de argumentos, ¢ bem possivel que diversos outros trabalhos semelhantes a este jd tenham ficado perdidos na gaveta de algum burvcrata, cerceando a possibilidade de acesso do piblico a conhecimentos gerados em entidades piblicas, mas o Prof. Dr. José Bemardo Ortiz - Diretor Presidente da CODASP - teve o senso de responsabilidade pillica de viabilizar esta edicao. essa forma, ao patrocinar a edicio deste texto, a CODASP valoriza sua propria historia, ja que esta publicacao é resultado da experiéncia, de mais de 30 anos do autor, na pritica desses conhecimentos que ora sto organizados. E assim consubstancia-se a igualdade de oportunidades no acesso ao conhecimento, Parabéns a CODASPe ao autor pela iniciativa, Sto Paulo, margo de 2006. Paulo Augusto Romerae Silva(*) (2) Engunkeira Civil pela EESCIUSP. com espectulidade om “Conservagdo de Natureza”, na Unlvesidade de Oslo (Noruega). Mestrado em Plangiamento, na BESC/USP, Dowr em Geociéncia Meio Ambiente, pelo IGCEUNESP. BNC Rely + A Deus por terpermitidoa realizagao deste trabalho, + Ao Prof. Dr. Paulo Augusto Romera e Silva pela amizade ¢ dedicagio na orientagao deste trabalho. + A CODASP — Companhia de Desenvolvimento Agricola de Sao Paulo, essa “Empresa Escola” na qual trabalho ha mais de 25 anos, por ter possibilitado durante todo esse periodo os testes priticos necesséris & con iabilidade de todo © contetido téenico que compe esta obra * A todos os amigos ¢ colegas que de maneira direta ou indireta, colaboraram na montagem desta edigao. + A Prof. Naisa Paula de Abreu Berton Fernandes Martines pela revi gramatical DEDICATORIA + A minha esposa ¢filhos, pela paciéneia, incentivo e compreensio durante todo0 tempoem quemedediquei ielaboragio deste livto. + A todos os amigos ecolegas que, de maneira diteta ou indireta, colaboraram na ‘montagem desta edigao e, em especial, ao colega Eng’ Agr" Nelson de Oliveira Matheus por todo empenho dedicado a esta I* edigao. InrropUGAO TIPOS DE BARRAMENTOS ABORDADOS NESTE LIVRO. 9 ITENS CARACTERISTICOS DO PROJETO FE DA OBRA DE PEQUENOS BARRAMENTOS DE TERRA 10 AVALIANDO O POTENCIAL HiDRICO DE UMA PROPRIEDADE RURAL ‘A. Uso, consumo € demanda B. Célculo da necessidade de armazenamento______ 31 AVALIANDO AS CONDICOES PRELIMINARES DA OBRA PRETENDIDA A. Generalidades de um aterro B. Finalidades da construgdo e escolha do local —___ 38 CC. Impacto no meio ambiente 4 D. Topografia AVALIANDO A VAZAO DE CHEIA DO SEU PROJETO. 47 ‘A. Calculo da intensidade da chuva etitieg__ 47 B. Calculo do efeito do amortecimento no reservatorio. 64 C. Dimensionamento hidriulico do extravazor de superficie ____ 66 D. Metodologia para bacias de contribuigio com area menor que 2 Km_ 68 E. Extravasor com soleira reta______________ 70 F. Extravazor com soleira arredondada TI AELABORAGAO DO PROJETO 8 “AsIniciando 0 proto SB B. Célculo de tubulagdes———— 5 C. Caleulo do canal em degraus 8 D. Pranchas que deveriio compor 0 projeto—_———— 8S E. Comentitio sobre as pranchas_______ 96 F. Memorial descritivo da construgdo do barramento___ 98 ASPECTOS DO ORCAMENTO DA OBRA 99 A FORMALIZACAO E LICENCIAMENTO DA OBRA ____ 99 PARA A CONSERVACAO E MANUTENCAO DA OBRA ___10] BIBLIOGRAFIA tn :QUENAS RARBRAGENS DETERRA TEAL Conforme citado em varias obras consultadas, a construgao de barragens & 0 antiga quanto a histéria do homem, € 0s registtos de construcdo constam praticamente de todas as culturas. Embora tanto o nimero de barragens construidas como a altura dessas barragens tenham crescido significativamente, a pritiea de construir barramentos em rios com 0 objetivo de reservar égua para © consumo, itrigagfio, mover rodas d'gua, ete., foi uma constante na histéria da humanidade, A técnica de barramento de um curso d’égua, também conhecida como represamento ou agudagem, que nada mais é do que promover o actimulo de Agua nos periodos de chuva para seu aproveitamento nos periodos de estiagem (seca), mesmo que bastante antiga, ¢ reeonhecidamente a mais pritica e perfeita técnica de aproveitamento miltiplo paraasiguas de um rio ou eérrego. Alguns autores utilizam o termo “agudagem” para os barramentos efetuados em rios de regime torrencial, reservando o terme “represamento” para os barramentos realizadosem riosderegimenormal. De acordo com o material usado na sua as seguintes denominagdes quanto ao seu tip, construgio, um barramento pode ter 1, Barramento de terra simples com material homogéneo;, 2. Barramento de terra simples com material heterogéneo; 3.Barramento de terra com material homogéneo permedvel e nicleo impermedvel de argila; 4, Barramento de terra com Kamina impermedvel de argila ou conereto; 5, Barramento de terra com cortina impermedvel de cancreto; 6, Barramento de enrocamento; 7. Barramento dealvenar 8, Barramento de concreto armado; 9, Barramento misto. Esta obra ird discorret, mais especificamente, sobre os trés primeiros tipos de barramentos aqui mencionado, uma ver.que se propde a atingir uma faixa pré- determinada de mercado cujos projetos © obras se destinam a atender as necessidades dos produtores rurais e, a limitar a construgio de barramentos em Bacias Hidrogriticas com éreasdeaté 200Km’ Como ja mencionado anteriormente, por estarmos doravante trabalhando com pequenos barramentos de terra, que terdo a finalidade de atender as necessidades dos proprietirios e propriedades rurais, achamos prudente que sua altura maxima nao ultrapasse os 20 metros de coluna d'igua a partir da cota de fundo do referido rio ou cérrego e, acima desse valor, recomendamos © uso de célculos ¢téenicas de construgao mais avangadas La QUENAS SARRAGINS DETERRA Mesmo assim, precisamos considerar que 20 metros de coluna d'dgua é uma altura bastante respeitivel, ¢, o(8) profissional(ais) responsavel( cis) pelo projeto e/ou obra deverdio estar habilitados para tal e ser reconhecidamente experiente(s). Dando continuidade d apresentagdo deste livro, vale a pena acrescentar que um dos motivos que nos levaram a esctevé-lo, merecedor de destaque, foi a dificuldade de encontrar no mercado brasileiro, bibliografia que trate sobre metodologia para projetose construgao de pequenas barragens de terra, Antes de continuarmos com o assunto referente ao proximo tépico, vale ressaltar que este material nao tem nenhuma pretensio de ensinar como se projeta e/ou executa uma obra de barramento, mas sim, apresentar uma metodologia is ja experimentada hi anos, de como projetar ¢ executar obras de Pequenas barragens de terra, com um minimo de seguranca desejavel em relagio a propria obrae ao meio ambiente ondea mesma seré construida, José Roberto Morano - Eng’ Agt° graduado pela UNESP - Universidade Estadual Paulista “JULIO DE MESQUITA FILHO” - Campus de Jaboticabal. TIPOS DE BARRAMENTOS ABORDADOS NESTE LIVRO Exemplificagio grifiea dos tipos de barramentos a serem abordados: Fi ~ Barramento de terra simples, com material homogéneo en Fig.2 — Barramento de terra simples, com material heterogéneo Materia! Iernedvet Fig.3 — Barramento de terra com material homogéneo permedvel e niicleo Impermedvel argiloso ITENS CARACTERISTICOS DO PROJETO E DA OBRA DE PEQUENOS BARRAMENTOS DE TERRA Fig.4- Esquema indicativo dos termos mais utilizados em barramentos 1. Aterro propriamente dito ou Corpo do aterro Como © préprio nome diz, nada mais ¢ do que o macigo da barragem, erguido desde a base até a crista ou pista, por meio do sobreassentamento de camadas devidamente compactadas ¢ respeitando a inclinagao pré determinada dos taludes 2. Base doAterra Todo © comprimento inferior da segdo transversal do aterro que gcometricamente poderiamos citar como a base do trapézio. Area onde a topografia de locagtio da obra vai locar a primeira camada do macigo a ser construida. 3. sta ou Crista do Aterro Ultima camada do atetro a ser construida, de posigio paralela A base do aterro quando em corte transversal, e de cota superior & base, somada a altura do aterro Com relagio a largura da pista ou erista do aterto, devemos atender as necessidades de transito, quando foro caso, enio esquecer que, com o aumento da Jargura da Crista, aumentamos também a estabilidade do atetro; porém, o custo da obra ser aumentado em razdo do maior volume de tetra necessério, o que nos obriga a usarcritérios e tabelas existentes para oreferido dimensionamento, FE QUENAS RARRAGENS HE TERRA Vamos adotar aequagae abaixo: 5 c=3+ 24-3) Wi-3) emque: (C= Largura da Pista (emm) H=Alturadoaterro(emm) Comrelagao ao comprimento da pista, o projetista deverd preocupar-seem adotar dispositivos para captagio e direcionamento, para fora da barragem, das 4guas de chuvas,especialmente no caso das chuvas critieas, caso contririo podera haver formaco de eto sdes que, conforme suas dimensdes, poder comprometer a estabilidade do macigo. Uma técnica bastante itil & a de provocar uma declividade em tomo de 0,5% na pista, a partir do meio desta e com direcao e sentido as ombreiras direita € esquerda doaterro. ‘Assim vamos escoar toda a égua pluvial dela, para as ombreiras, ¢, a partir destas, poderemos dar um direcionamento técnico a essa dgua, respeitando os critérios téenicos indicados para a conservagio do solo ¢ da dgua. 4, Altura do Aterro Desniivel existente entre a Base ea Crista ou Pista do aterro, considerando 0 ponto de cota mais baixo do perfil transversal do “talweg”(onde o eixo do atetro eruzacomo cérrego). 5. Talude de Montante Face inclinada do aterto, voltada para o reservatério. Também conhecido como“talude imido” doaterro. Via de regra o talude de montante deve ser sempre menos inclinado (de menor declividade) que o talude de jusante no caso das barragensde terra homogénea, pois, a medida que teduzimos a inclinagao do talude reduzimos também a componente de impulsiio da gua que atua no sentido horizontal forgando 0 arraste do aterro e,” conseqiiente- mente, aumentamos a componente de impulsao vertical que tende a firmar 0 aterro, aumentando. dessa forma asuaestabilidade, Outro beneficio conseqiente da menor declividade do talude de montante diz respeito ao caminhamento da linha freatica (que veremos adiante) uma vez que a mesma entra no macico formando um Jngulo de 90° com a superficie desse talude ¢, quanto menos inclinado for o talude, mais direcionado para a base do aterro estara o caminhamento da linha fredtica no corpo do aterro. 6. TaludedeJusante Face inclinada do aterro, voltada para 0 lado contrario do talude de ‘montante, também conhecido como “talude seco” do atetro. O talude de jusante nao € conhecido como talude seco pelo simples fato de estar localizado em posicao contritia ao talude de montante, mas, pela sua importincia em denunciar visivelmente através do aparecimento de manchas de umidade na sua superficie 0 caminhamento tecnicamente indesejavel das linhas de umidade que normalmente atravessam o corpo do aterro. Essas manchas de umidade, quando ocorrerem, deverao ser imediatamente | detectadas para que se possa 3 intervir com técnicas adequadas ou medidas de seguranca necessirias, A vegetacdo implantada com a finalidade de proteger 0 talude deverd ser_mantida sempre rogada para facilitar a visualizagdo das. referidas manchas. Considerando ainda toda érea ocupada pela face do talude de jusante, podemos afirmar que quanto maior a altura do aterro, maior seri essa drea, ¢ maior também seré 0 comprimento de sua langante que, por ‘ocasiiio das precipitagdes, com © passat do tempo, poder apresentar sérios problemas de erosio, colocando em risco a estabilidade desse talude © conseqiientemente de todo o aterro, Para evitarmos que o problema ocorra, devemos projetar a implantagao de canaletas transversais ao longo da langante do talude de jusante, de modo que toda a 4gua escoada nesse talude seja captada pela canaleta ¢ direcionada para as ombreiras nas cotas respectivas ¢ dai descarregadas téenicamente para serem absorvidas pelo terreno natural & jusante do aterro ou langadas diretamente no | (corrego ajusante), Um critério pratico para o dimensionamento de canaleta de drenagem em taludes e para o niimero de canaletas a serem projetadas e instaladas, é utilizar os dados obtidos no Estudo Hidrol6gico da Bacia Contribuinte (sera visto adiante), especificamente o calculo da altura precipitada que vai cstimar quantosmilimetros ou littos de égua vao cairemcadam’ de solo, ‘Como durante o periodo da chuva critica nio haverd tempo para infiltrar nem evapotranspirar, devemos considerar, para feito de edleulo ede segurangano dimensionamento, que toda a figua que cair vai escoar superficial mente: portanto, 6 valor calculado para a altura da precipitagio no estudo hidrolbgico deverd ser utilizado na integra, ou seja, sem corregSes ou ajuste 7.Espelho d'igua E toda area (m) inundada 4 montante do bairamento que multiplicada pela altura média da coluna diigua (m) pode fornecer de uma mancira bastante aproximada o volume contido no reservatério. Colunad'igua E 0 desnivel verificado entre © NArgmai (Nivel de égua normal) ou N.A.may (Nivel de gua maximo) ¢0 fundo do reservat6rio. 9. Reservatério Eo local reservado para que o volume total previsto possa ser armazenado para atender é demanda calculada dependendo das necessidades que determinaram a construgdo do barramento. Sao duas as condigdes bisicas que determinam qual 0 volume a ser armazenado. ‘A primeira, quando a necessidade prevé o armazenamento de parte das éguas das chuvas (represas),¢ a segunda quando prevé o armazenamento de toda a Agua proveniente das chuvas (Acudes). No primeiro caso, a situagio & mais comumente encontrada na regio do Estado de Sio Paulo e demais regides onde os rigs sto perenes, com vazies razoiiveis, mesmo nos periodos mais secos do ano, ou seja, 0s reservatérios sio construidos para atender durante o ano, a toda demanda inerente 4(s) atividade(s) programada(s).. QUENAS SARRAGINS DETERRA No segundo caso, em que hé escassés de égua pluvial, toda égua que pasar pela segio estudada deverd ser retida, o que ¢ comum quando a vazio do cbrre go é muito pequena em relacao a demanda (por exemplo acumular durante a noite para utilizar durante © dia), ou ainda quando se trata de rios de regimes torrenciais durante o periodo de chuva ¢ secos no restante do periodo (Intermitentes), muito comum no Nordeste Brasileiro, Os barramentos sao calculados & construidos de ‘modo a armazenar toda a vazio possivel durante o periodo de chuvas para, com base no montante armazenado, priorizar a utilizagdo para projetar as atividades a serem desenvolvidas durante ono, Independentemente do caso, quer seja para atender a demanda inerente as atividades programadas (represas) quer seja para programar as atividades com base no volume armazenado (agudes), nao podemos esquecer das perdas proporeionadas sobretudo ‘ pela evaporacao ¢ infiltragao. AS perdas por infiltracao podem ser reduzidas com uma boa qualidade de construgao da obra; porém, as perdas por evapora cuja determinagao envolvem fatores climéticos locais, ea firea de imundagio do lago (espelho d'igua) devem ser previstas, Para fins praticos, podemos considerar um aeréscimo de 25% ao volume calculado no caso de “reptesas” ou reduzit em 25% a utilizagdo do volume armazenado no caso dos “agudes”, para suprir as perdas por evaporagdo. que si ‘maiores nos meses mais secos do ano. ‘Ainda em relagio ao volume armazenado no reservatério, durante a elaboragao do projeto, devemos ficar atentos &(s) érea(s) a montante do espelho d'igua formado, para indicar procedimentos e técnicas que possam minimizar ou até mesmo eliminar o processo de assorcamento desse reservatério, afim de que todo aquele volume armazenado para atender a demanda prevista nio seja prejudicado por esse “vildo” jé do conhecido ¢ tio pouco combatido, 10. Nivel d’égua normal (N.A. normal) Ea cota em que espetho d'igua inunda toda a dea prevista amontante do ‘barramento,em condigdes normais de uso da iguado reservatério. 11. Nivel d'gua miximo(N.A jy.) Ea cota maxima calculada ¢ petmitida para a sobreelevagdo da agua do reservatdrio que varia desdea cota do N.A. joy HEA COA AO N.A. na,» PetorHANCO 1 normalidade aps a precipitagdo. Essa sobreclevagio temporiria do espelho digua provoca um aciimulo extra no reservatério, que é o responsavel pelo efeito conhecido como amortecimento da vazd0 maxima (enxurrada) prevista em projeto. Podemos coneluir que, considerando 0 efeito do amortecimento ocortido em conseqiiéncia do volume extra acumulado sobre o espelho d'igua normal, © dimensionamento hidréulico do extravazor de superficie serd tanto menor quanto ‘maior for esse volume extra acumulado, ou ainda dizer que, quanto maiora rea ‘ocupada pelo espelho d'égua, menor seré a dimensio do extravazor de superficie. 12. RIP-RAP Estrutura construida para conter a ago das ondas que se formam no lago (quebra ondas) com, no minimo, 1m de largura por 0,30m de espessura, em toda extensio. da linha d'igua em contato com o talude de montante, de modo que uma ‘metade dessa largura fique abaixo ea outra fique acima da referida linha '4gua do NA poet Devemos ainda considerar que a metade superior do rip-rap (0,50m) seja suficiente para proteger o talude contra as ondas, mesmo no caso de cheias em que 1 espelho digua sai dO NA.jcmai € Vai até 0 NAngocs portanto, se essa sobreelevagio for superior aos 0,50m devemos aumentar a largura do rip-rap na sua metade superior. Contra a agdo das chuvas, utiliza-se de preferéncia o plantio de agramineas (tipo Batatais, So Carlos, Esmeralda, ete.) acima do rip-rap no talude de montante € em todo o talude de jusante. Ha casos em que se vegeta inclusive sobre a crista da barragem, em especial quando estas nao sao utilizadas para transito, Borda Livre Também conhecida como Folga, Revanche ou Orla de Seguranga, & um espago existente entte © N.A jyr9q) do lago, que por sua vez tem cota coincidente ‘coma cota da soleira do extravazor desuperficie ea Crista do barramento, Na pritica, para pequenas barragens de terra, recomenda-se que a Borda Livre nao deva ter altura inferiora 1,50m ede2 a 3mparaas obras maiores. ‘Veremos adiante, porém, que, quando por ocasiio da clabora¢o do Estudo Hidroldgico da Bacia de Contribuigao, poderemos ajustar melhor a altura da Borda livre ideal em relagio as necessidades de amortecimento da enxurrada ¢ do dimensionamento hidraulico do vertedor de superficie. 14. Cut-off Nada mais ¢ do que b uma trineheira aberta_€ ~ preenchida com material iy Impermedivel & percolagio da gua através do corpo do aterro, © Cut-off pode ser “total” ou “parcial”, conforme as. caracteristicas do material da fundagao, que seri conhecido através da sondagem do solo na project do perfil do cixo do barramento. © cutoff total é adotado quando no solo da fundagao encontramos ‘materiais granulares sobre solos argilosos ou sobre rochas, estas com baixa permeabilidade, No caso do solo da fundagao ser constituido de material granular sobre solos argilosos, 0 cutoff deverd tet profundidade suficiente para atravessar na totalidade os solos granulares, proporcionando desse_ modo a solugio adequada para 0 controle das percolagdes da agua através das fundacdes. No caso ae i encontrarmos rocha_ (Lipo laje) no solo da fundago, si0 tres os procedimentos mais popularmente conhecidos para solucionaro problema. + Estudar a possibilidade de remover esta laje de rocha para que o material de preenchimento do cut-off possa atingir o solo argiloso soba laje, se houver Esta solugdo nao € indicada normalmente devido ao custo elevado, © a0 isco de trincarmos essa laje a montante do barramento, provocando um vazamento no reservatério e conseqiientemente a condenaco do barramento. + Construir uma cortina de conereto no centro do aterro, desde abase na rocha até cota do N.Avynun 10 Minimo, cortina essa que vai funcionar como um niicleo impermeavel, exatamente por proporcionar um prolongamento vertical dessa rocha ao Longo de todo ocomprimento do cixo do aterro, A indicagao desse procedimento deveri ser muito bem estudada, pois trata se de uma técnica bastante onerosa e que poder inviabilizar todo 0 projeto, especialmente por se tratar de obra que visa atender mais especificamente as necessidades da propriedade rural. + Fazer um teste prético sobre a dureza da rocha encontrada para determinar a ibilidade de escavagdo da mesma até no minimo uma profimdidade de 1,20 a 1,50m por 3,50m de largura, ao longo de toda a projegao do eixo do barramento, de modo a permitir a construgao de um niicleo impetmedvel argiloso compacto que vai ser erguido junto com o aterro. Normalmente as condigdes para aplicacto dessa técnica sto encontradas quando o material de formagio da laje for oarenito, Se nenhuma das condigdes citadas anteriormente puder ser atendida, propomosa mudanga de local para a construcdo do barramento. O cut-off parcial , que nao atravessa toda a camada permedvel, é utilizado para solos que apresentam signifieativa reduc da permeabilidade com © aumento da profundidade e efeitos satisfatérios na reduciio das infiltragdes através das fundagdes. Esse tipo de cut-off a situago mais comumente encontrada quando estudamos as fundagdes das pequenas batragens de terra que sao construidas no Estado de Sao Paulo. Independente de ser cut-off total ou pareial, essa técnica de construgio € indicada para fazer parte de qualquet projeto e/ou obra de barramento, pois, além de atender as _necessidades colocadas até entio, ela é ainda a responsivel pela interceptagdo de canais de formiga, cupim, tatu, ete., ativos oun, canais estes que, és a conclusao da obra, a Agua do reservatério vai encontrar € provocar vazamentos indesejaveis que poderio, com o pasar do tempo, provocaro rompimento do aterro, 15, Tubulagio de Fundo Também = conhecida como Extravazor de fundo, Dreno de fundo, & uma tubulagao técnicamente assentada transversalmente ao cixo do aterro, no fundo deste, em cota superior di cota de fundo, de modo a manter um pequeno reservatério quando o Iago é totalmente esgotado, conhecido como “volume morto” do barramento e/ou Area reservada a0 assoreamento provocado pelo arrastamento de material sélido pelas aguas da ‘A fungio. principal dessa tubulago de fundo & permitir a passagem de um. volume calculado ¢ conhecido como Q,49(Vazi0 minima de 7 dias consecutivos para um periodo de retomo de 10 anos) sobretudo durante principalmente o periodo de enchimento do reservatério, para. manter a vida do cérrego 4 jusante do aterro e/ou drenar total ou parcialmente 0 lago apés a obra concluida, ¢ atender a alguma necessidade que tenha surgido durante o perfodo de uso, quer seja para Imanutengio quer seja. para implantagio de uma nova utilizagio para a agua do | reservatirio. eed Considerando as _utilizagdes previstas para a tubulagio de fundo, © didmetro da mesma deverd ser calculado levando-se em consideragaio ‘© tempo necessétio para oesvazia- mento do lago e niio para atender a passagem do Q, io Cuja vazio é muitas vezes inferior a necesséria para drenar olago. 16. Monje Também conhecido como “cachimbo", em alvenaria ou conereto armade, pode ser constr dentro como fora do reservatério. No caso de ser construido dentro do reservatério, além de ter como fungdo prioritéria manter a Agua do Lago nu cota dO N.A.jgeagin POF Ocasitio das precipitagdes, ele auxilia 0 extravasor de superficie a dar escoamento a vario de cheia e a tubulagio de fundo que sai do monje. Na grande maioria das vezes trabalha como canal aberto sem nenhuma pressdo sobre suas paredes internas. Como desvantagem essa obra construida no interior do reservatério atrapalha algumas operagdes efetuadas no espelho d’égua. Exemplo: se houver a necessidade de passar uma rede para coleta de peixes. Como estrutura, construido dentro d'égua, 0 monje tem a tendéncia de flutuar devido a coluna de ar existente ‘emumade suasmetades. No caso de ser construido fora do reserva-tério, além de cumprirsua fungao prioritaria que €a de manter a agua do lago na cota do N-Avjumar RHO necesita da divisao intetna, podendo ser construido como uma tinica eaixa diminuindo dessa forma o custo da obra ¢ facilitando sua manutencio por estar fora d'agua, porém, com a desvantagem da tubulagio de fumdo que chega a0 monje, trabalhar © tempo todo como canal fechado, recebendo toda a pressio provocada pela altura da coluna d'agua do reservatério sobre suas paredes internas, exigindo dessa forma uma melhor qualidade do material de construgdo dos tubos para evitar vazamentos futuros que venham a umedecer 0 corpo do aterro comprometer sua estabilidade. Uma fungdio consi- derada secundéria para o conjunto tubulagio de fundotmonje, porém bastante significativa ¢ de grande valia em especial para quem aproveitao reservatério para desenvolver pisci- cultura, &, devido a locali- zagao da tubulagao de fundo, ‘como 0 proprio nome ja diz, no fundo, estar constante- mente descarregando um volume de dgua com a menor taxa de oxigénio existente em todo © volume armazenado, Como 0 abastecimento desse reservatério se dé. superfi- cialmente e com agua bastante oxigenada (agua do tio), esse proceso produz um constante deslocamento de camadas d'égua no sentido da superficie para o fundo, resultando, conseqiiente- mente oxigenacdo das camadas inferiores por meio da substituigo das camadas eliminadas pela tubulagio de fundo, QUENAS SARRAGINS DETERRA 17.DrenodePé E constituido de uma valeta trapezoidal com profundidade entre 1,20 a 150m e largura de fundo igual a 0,60m, cuja abertura deve ser feita no sentido do aclive, isto €, do c6rrego em ditegio as ombreiras dieita e esquerda do aterro, eas demais operagoes no sentido contratio, Essa vala de drenagem deve set locada ¢ aberta ao longo de toda projegio do talude de jusante com o terreno original (pé do talude) a 0,60m para montante dessa linha, Ou seja, para interior do talude de jusante, De preferéncia uma manta geotextil deveri ser assentada dentro desta vala de drenagem, recobrindo as paredes laterais ¢ o fundo desta, antes dela receber © ergo de brita, © material drenante (tubo dreno ou bambu) e a brita de preenchimento, para posteriormente, ser fechada de modo a envolver todo esse material e receber por dltimo 0 material argiloso compactado que ira preencher a totalidade da valadedrenagem, Odreno de pé pode ser aberto durante aconstrugao do aterro, no término de sua construcdo ou até mesmo antes de iniciarmos a obra para auxiliar na drenagem dadrea da base do aterto, se necessirio. A finalidade da construgio do dreno de pé é coletar as aguas do filtro horizontal, se houver, ou das prprias linhas de pereolago, eneaminhando-as pa cotas inferiores da base, langando-as em seguida no dreno de descarga que na maioria das vezes €0 priprio canal drenante do corrego barrado, 18. Filtro Horizontal ‘Também conhecido como “Tapete Filtrante” ou “Colcho Drenante” ¢ tem a finalidade de baixar a linha freatica, evitando 0 seu aparecimento na face do talude de jusante e desse modo, encaminhar as 4guas percolantes para a base do aterro e daiparao dreno de pé. Ele € posicionado no teryo final do aterro e € construido de areia média Javad. Nas cotas inferiores da base e nas cotas superiores das encostas, podemos utilizar areias encontradas na propriedade (remanescentes de assoreamentos) para diminuirmos oseustes. 19.Linha Frestica ‘Também conhecida como “Linha de Saturagiio" faz parte das linha fluxo que se formam no corpo do aterro em conseqiiéncia das infiltragdes de di através deste e da fundagao em razio do estabelecimento de uma coluna d'agua a montante da obra. Das linhas de fluxo formadas, a mais importante éa linha mais elevada que praticamente separa a barragem em duas partes onde ha pressao hidrostitica, uma seca acima da linha ¢ outra timida abaixo da referida linha. ‘A esse lugar geométrico que limita as duas regides bem definidas denomina-se"“Linha de Saturago” ou “Linha Frefitica” No caso das pequenas bartagens de terra, que estamos estudando, vamos considerar que o talude de montante sempre estar formando com a linha da base do aterro,um Angulo menor que 90°; portanto, alinha fredtiea sempre vai entrar no ‘macigo formando um Angulo de 90° coma superficie desse talude. No caso do talude de jusante vamos verificar que duas situagdes podem ‘ocorret com a saida dessa linha freatica do corpo do aterro. A primeira quando ela sai formando um angulo menor que 30° com a linha da base, € a segunda quando esse Angulo formado esti na faixa entre 30° 180” ,ouseja, maior que 30’. Como localizara“Linha Fredtica”: Linha’ Ponto 11 Frefitiea Fig.5 - Corte transversal do aterro no ponto de maior altura da coluna digua (h) & algumas denominagdes ustuais, Para um melhorentendimento, dotavante, todas as citacdes utilizadas para esclarecer como localizar a “linha fredtica”, terdio como referéneia a figura anterior, ¢, se necessério, demais figuras subseqtientes serio inseridas para melhor sclarecimento. A base para podermos tracar uma “linha fredtica” & 0 tragado de uma parabola que, como o proprio nome sugere, “Parébola Basica’”,¢ segundo a teoria de Kozeny, admite para as linhas de fluxo e as linhas equipotenciais duas familias de pardbolas confocais, com o ponto F, onde as segdes permedveis ¢ impermeaveis se encontram como foco assim, poriemos tragar uma parabola basica conhecenda- se um ponto dela Bo e seu foco F, e para isso Kozeny props dois processos de metodologia que passaremos a apresentar. Considerando 0 segmento AoB da figura 5 como comprimento da projecdo molhada do talude de montante, Bo nada mais é do que 1/3 desse comprimento a partir do ponto Bno sentido do NA. ya, Com centroem Bo eraio BoF, determina-se G tragando um arco até que o mesmo corte a linha horizontal correspondente 20 N.A‘oas> Com a origem no ponto G, tragamos uma perpendicular & linha da base doaterro e vamos conseguira diretriz D da parabola basica. Conhecidos o ponto F ¢ o ponto D, podemos agora determinar o ponto O, que é origem da paritbola bisiea e encontra-se a meia distincia do segmento FD, noeixoX. Partindo do ponto O no eixo X ¢ tragando uma perpendicular até que a ‘mesma corte a linha horizontal correspondente a0 N.A.guqsas Vamos conseguir © ponto O', eosegmento OO" ser’ nosso eixo Y. ‘Uma vez conhecidos os comprimentos dos nossos eixos de coordenadas para cada processo proposto por Kozeny, a metodologia deixa de ser comum aos dois processos propostos ¢ por isso passaremos a apresenté-los individualmente. PRO ss0.01 Bixo X =SegmentoO'Bo EixoY = SegmentoO'0 Conhecendo-se os respectivos comprimentos dos eixos de coordenadas reftrentes ao processo 01, 0 segmento O'O, ot seja, 0 nosso cixo Y, deverd ser dividido em ntimero de partes iguaise correspondentes ao niimero de partes iguais da divisio do segmento O'Bo, ou sejao nossocixoX. Cada ponto limitrofe correspondente & subdivisio em partes igt segmento O'Bo eixo X, devera ser unido ao ponto O, formando os segmentos 30, 20,10. Cada ponto limittofe correspondente & subdivisio em partes iguais do segmento (O'O), (eixo Y), deveré dar origem a uma linha paralela a correspondente linha do N.A.joma até atingir os segmentos correspondentes € originados do segment O'Bo, cixo X, gerando assim os pontos 11, 22, 33 por onde deveri passara parabola bisica com origemem Boe términoem O. EixoX =Segmento GBo Eixo Y= Segmento DG Conhecendo-se 0s respectivos comprimentos dos eixos de coordenadas referentes ao proceso 02, ao longo do segmento GBo, determinam-se arbitrariamente pontos 1, 2, 3, ete., ¢ por eles tracamos retas perpendiculares & linha base do aterro. Os pontos 1, 22, 33, etc. da paribola bisica serdio determinados tomando-se as distincias G1, G2, G3, ete de modo a conseguirmos os seguimentos FIL através do alinhamento F - 11 quando 0 mesmo atingir a perpendicular 1, e assim por diante para os demais pontos F22, F33, etc., conforme figura abaixo. Fo D lo proposto por Kozeny no proceso 02. Tanto 0 processo 01 como o processo 02, sao tecnicamente recomendados, porém, para efeito didético, vamos priorizar o processo O1 pela sua praticidade € facitidade de entendimento futuro, quanto ao tracado da “linha fredtica”, objetivo final desse procedimento Para qualquer um dos processos utilizados na construgio da paribola bisica, somentea partir dela é que conseguiremos tragara linha freatica. Como citado anteriormente, sao duas as condigdes que podem ocotret € interfrir no tragado da linha freatica em relacdo ao angulo formado pelo talude de |jusante com a linha base do aterro, Paraa condi¢ao desse angulo ser menor que 30°, ‘ouscja, relagao de inclinagao do talude de jusante maior que 1,732:1, isto, (talude mais deitado em telagdo A linha da base), 0 valor de a (fig.5), que é 6 ponto no talude de jusante tangenciado pela linha freética por ocasiao de sua construcio, pode ser calculado pela formula de Schatfernak-Casagrande que apresentamos a seguir: em que: Comprimento da base do aterto, reduzido em 7/10 da proj talude demontante h=Alturada coluna d'égua Angulo formado pelo talude de jusante com linha da base do aterro Calculado © valor de a, 0 mesmo deve ser transferido para o talude de jusante do aterro a partirdo ponto F eno sentido ascendente da rampa, Para a condigao de a>30", ou seja, variando entre 30° e 180°, Arthur Casagrande props um método pritico para determinagdo da Tinha freética em macigos permedveis, que passaremos a descrever a seguit. ‘Uma vez determinada a parébola basica de Kozeny, esta sera utilizada ‘como uma linha guia para tragarmosa linha fredtica, Por ocasitio da construgato da parabola basica que vai guiara construgio da linha fredtica, devemos atentar ao ponto de cruzamento dessa parabola com a superficie do talude de jusante, pois embora seja um trecho tragado“asensimento”, esse ponto de cruzamento vai nos fornecer 0 comprimento a’ da fig.5, por meio do qual poderemos determinar o ponto a, que nada mais é do que © mesmo ponto a citado na primeira condigdo proposta e apresentada para o tragado da linha fredtica. Sendo a, a distancia entre 0 foco F ¢ 0 ponto onde a linha freética vai tangenciar ou cortar o talude de jusante, ¢ a a intersee¢io do talude de jusante com a paribola bisica de forma que a'=a+Aa, essas distincias poderio ser correlacionadas com 0 Angulo 30° Aa=0,7 Conhecidos os valores jogando-os na equi obtemos: a+07=2 a=2-0,7 a= 13 , significando que o ponto a para esse ‘caso especificamente vai encontrar-se distanciado de 1,3 unidades de F, no sentido ascendente darampa do talude de jusante, io fica: a+ Aa Podemos, finalmente tragar a linha fredtica, uma vez que ja temos tragado da parabola bésica e conhecemos os pontos Ponto B Cota em que © N.Aroas alcanga o talude de montante para definir a altura da cohmad'agua Pontos 33.€22 Pontos comunsa parabola basica edi linha fredtica Pontoa- Ponto ondea linha fredtica deverd tangenciaro talude de jusante, Algumas consideragdes importantes paratragarmosa Linha Fredtica: Em B, aentrada da linha fredtica no macico deveré formar um Angulo de 90° com asuperficie mothada do talude de montante. Como otrecho B-33 6 tragado a sentimento, 20 logo sai de B vai tomando conformacio propria até o ponto 33 quando coincide com a paribola basica e segue coincidindo até o ponto 22 para novamente ter seu tragado executado a sentimenio até pontoa calculado eentio deslocar-se para 0 foco R. AVALIANDO O POTENCIAL HiDRICO DE UMA PROPRIEDADE RURAL A. Uso, Consumo e Demanda ara garantir uma demanda minima de égua jusante do ponto de ‘captagiio, devemos considerar 03 situagies: 1) Demanda Total < Vazdo minima Q,49 Nesse caso a construgdo do barramento ¢ desnecessiria, podendo a ‘captagio ser feita por simples derivagio do curso d'asua 24) Vizio minima Q,,4y Vazio média plurianual Q: Nesse caso devemos procurar um “outro mananeial” para atender as rnecessidades hidricas do projeto e/ou complementar esse primeiro Lembrar que: Demanda Total =Q, + Volumea ser utilizado e/ou consum Analisando as 03 situagdes propostas, podemos concluir que a segunda proposta € a situagao na qual a construgdo do barramento fica prontamente definida; logo, precisamos calcular qual o Volume que deverd set acumulado no reservatério para atender a nossa demanda ca vazio minima Q,.49.caleulada para a bbacia de contribui¢do naquele ponto e dese modo, reguilarizar a vazio do cérrego a jusante = ~~ Basicamente podemos definir a disponibitidade hidrica como sendo uma fungio da vaziio média de longo periodo Qe/ou da ima Qy to A vuzio_média de longo periodo (plurianual), conforme “Manua Caleulo das Vazoes Maximas, Médias € Minimas nas Bacias Hidrogratic Estado de Sao Paulo”, pode ser calculada usando-se a formula: biG Ped que Q-Vazio média de longo period (plurianual). aeb=Pardmetros Regionais. P= Precipitacdo média anual ‘Area da Bacia de Contribuigao em estudo. Para podermos aplicar a formula acima, precisamos saber a que regitio hidrogréfica semelhante pertence o ponto de coordenadas do aterro a ser projetado. Para tal, apresentamos a figura abaixo: Fig.9- Regides Hidroldgicas Semelhantes. Fonte: DAEE - Manual de Calculo das VarSes Maximas, Médias e Minimas nas Bacias Hidrogriticas do Estado de Sao Paulo, 1994, p.45. Conhecida a Regido Hidrologicamente Semelhante a qual 0 nosso ponto de coordenada do aterro pertence, podemos localizar os parametros “a” e “b” da formula apresentada com o auxilio do quadro seguinte: Reto HO Period de Rewrna 2 : To = 30 35 ED “ 8 x Be [aa ase | ws 17 Tos i Paseo Poet nar Bae pooey t ome Puss Pet [1 ‘asse—[oarst a ose [ ant] net Pe ra aon —[ os i ora Dan Ties Pe ast [oss ic tae [asst | es fee [1 ‘aast_[oars a ore Das Di [eee uae ‘st [oust z sis |. 5s | 0535 | 1392, 03599 foo 2 os[ as Posse Poser tae aa spa ect [aas[ att oe ‘Das foaeet TS one os oe ue Posie Tose oii [ooss ee CT a9 Loose Quadro 01- Fonte DARE Manual de Céleulo das Vazies Maximas, Médias ¢ ‘Minimas nas Bacias Hidrogriificas do Estado de Sio Paulo, 1994,p.48. Localizada a regido hidrolégicamente semelhante ¢ conhecidos os parimetros regionais “a” e “b", vamos agora determinar qual a érea da Bacia ‘ontribuinte em estudo. Devemos sempre ter em mente que a caracterizagio siogrifica é fundamental para podermos detinir o regime hidrolégico de uma bacia hidrogrifica, ¢ uma da icas fisicas de grande importéncia no estudo hidrologico desta, é a sua érea de drenagem e a declividade média do seu reno maior (curso d'égua). Essa area de drenagem ¢ a declividade do seu dreno maior podem set determinadas por varios métodos além do auxilio de cartas topogrificas, fotos aéreas cimagens de satélite ou levantamentos topograticos. Independentemente da indisponibilidade de mapas ou levantamentos fotogramétricos em escalas compativeis, os levantamentos topogrificos tornam- se indispensveis, quer sejam para uma simples con firmacio de pontos not iveis de projeto, quer seja para um levantamento total da area estudada. Recomendamos que, sob qualquer situagao dentre as citadas até o presente momento, e com énfase na diminuigao da maioria dos errs possiveis, a area da bacia contribuinte seja digitalizada da Carta do Brasil, em meio eletronico compativel coma necessidade especifica do projeto. ‘Nao sendo possivel o uso do procedimento recomendado acima, a éreada bacia hidrogrifica podera também ser obtida pelo proceso da planimetria ¢ em ‘qualquer um dos casosa unidade de medida usual é0 Km’ ouha. Conhecidos os pardmetros regionais “a” € “b” © a drea da bacia contribuinte, para podermos caleular a vazio média de longo periodo (plurianual), precisamos conhecer a precipitagao média anual da regio, Ao fazé-lo, podemos consultaro mapa de isoietas que segue: MEDIOSDECHLVA Fig. 13 - Fonte: Mapa digitalizado do Manual de Cileulo das Vazies Maximas, Médias e Minimas nas Bacias Hidrogrificas do Estado de Sao Paulo, 1994, p.64. No caso da inexisiéneia de um mapa de isoietas, por se tratar de precipitagio média anual ocorrida em um periodo “X” de anos, esta pode ser ‘calculada através de uma série historica de dados de precipitagao. Conhecidos todos os parimetros componentes da formula da vazdo meédia, podemos agora determinar qual é0 seu valorem m'/s ou ¢/s. Nessa fase do projeto, conhecidos Q,,,q- Q ¢ o volume a ser utilizado ou consumido, precisamos calcular qual ¢ © volume minimo a ser armazenado no reservatério de modo a regularizar a vario de atendimento & jusante do ‘barramento. culo da necessidade de armazenamento Conforme citado anteriormente, nas trés situagdes que garantem uma 6 meses, abandonamos os céleulos do volume a ser reservado até entdo ¢ vamos determinar o volume Vx que deverd de fato estar contido no reservatério para que a regularizagdo da vazio firme Q,, possa ser ‘mantidaa jusante do barramento comd=6 meses. -X,(4+Bxd)xOk Kxd em que: V= Volume do eservatério(emm') Conhecendo-se 0 volume Vp a ser reservado e de posse das curvas de niveis geradas montante do aterro em conseqiiéncia da planialtimetria realizada pelos trabalhos topogrificos de campo, podemos calcular a érea de cada uma dessas curvas, desde a curva de cota mais baixa (cota de fundo do lago), até a cota doespelho d'igua do reservatério, Cada dren média de cota respectiva, multiplicada pela altura entre-cotas, vai nos fornecer um volume parcial armazenado, que somado ao volume da cota do espelho d'igua, deverd fornecer um volume total armazenado no reservatorio igual ‘ousuperior ao valor de V, calculado. i ger} tou a Glas || oes i ae east ns | 11 - Calculo do volume minimo do reservatério Considerando que: V_= Vacl eC >C>C SCPC HC, temos: Ve = Aya Cs Cyr) Vacs Vy +V ys Como V,-Vael, podemos fixar C, como cota do espelho dgua do futuro reservatirio a ser formado, ciente de que em C, teremos armazenado o volume ‘minimo necessério para manter a regularizacdo da vazio firme Q, com duracgao critica deseis meses. jusante do barramento, Conhecido 0 volume a ser armazenado para que a demanda a jusante seja regularizada, precisamos agora dimensionar ¢ projetar o atetro a ser construido para que oreservatorio (Lago) se forme. ‘Analisando as causas mais fieqientes de rompimento de barragens de tetra, dentre as seis principais, extravasamento ou vertedouro (ladrao) de capacidade inadequada, infiltragdes, escomegamentos, vazamentos de condutos, falta de protegio de ‘taludes © outras causas diversas, e desconhecidas 0 extravasamento ou vertedouro (ladrio) de primeiro lugar com um percentual ce 30-a 40% especia weidade inadequada ocupa 0 © merece um cuidado todo QUENAS SARRAGINS DETERRA Um dado importantissimo e de grande valia no controle da causa mais fregiiente no rompimento de pequenas barragens de tetra, ¢ 0 céleulo da Intensidade da que, ¢ 0 resultado desse céleulo que compord ¢ interferira no céleulo da vazio de cheia, a qual somada a vazio de base vai detinir a vazio maxima de projeto, servindo de parimetro para dimensionarmos 0 vertedouro (ladrio) de superficie. No Estado de So Paulo, para o cdlculo da intensidade da chuva critica que se destina ao dimensionamento de projetos de pequenas barragens de tetra, & exigido, atualmente, um periodo de retomo minimo de 100 anos. (TR=100) AVALIANDO AS CONDICOES PRELIMINARES DA OBRA PRETENDIDA A.Generalidades deumaterro Solos com caracteristicas petmedveis podem tomar invidvel a construgdio de um barramento, em especial se a vazao de entrada do reservatdtio ndo for suficiente para cobrit as perdas por infiltragdo e evaporagao da agua reservada. Perdas que tendema aumentar i medida que o reservatério for enchendo, podendo até no conseguir ficar plenamente cheio se a vazio de entrada ndo conseguir supera-las. Assim, devemos ter um cuidado todo especial ao escolher o material (solo) ser utitizadona construgao do aterro. Para auxiliar na escotha, lembramos que oSolo a ser utilizado na construgio devera ser composto de argila, site, areia fina e grossa, respeitadas as proporgdes ideais de construgdo ¢ isento de material organico. A caracterizagio de um solo a ser utilizado como material de construgaio de um aterro pode ser avaliado através de iniimeros, especificos ¢ até complexos testes de laboratériono entanto, por se tratar de pequenas barragens de terra, serio suficientes a anélise granulométrica do material - determinagao de sua permeabilidade € 0 teste de compactagdo (ensaio de Proctor) necessério para podermos determinara compactagiio a ser tecomendada na construgao, Observando-se que a definigio de “textura” de um solo & a proporgaio relativa entre as fragdes areia, silte e argila, separadas as particulas pelo seu tamanho, no fracionamento adotado pela Sociedade Brasileira de Ciéncia do Solo (SBCS) ¢ pela grande maioria dos laboratérios de analise de solo do Brasil, os seguintes didmetros sio considerados para s particulasde cada fragdo 2002 0,05mm Areia 0,05 a 0,002mm <0,02mm ‘Aaanalise granulométrica sugerida anteriormente poderd determinar com. exatiddo as quantidades das fragoes citadas acima ¢ as encontradas no solo analisado. Um método pratico poder determinar no nivel de campo, quais as fragdes predominantesnas amostras analisadas que, apds terem sido destorroadas, QUENAS SARRAGINS DETERRA Umedecidas © espatuladas (amassadas), deverdo ser submetidas LUctl e apresentar comportamento conforme quadro abaixo: sensibilidade Fragio Caraceritens Tiicis aria Aspera, no plisties, nio pegaiosa Site Sedosa, ligeiramente plastica, nio pegajom “Aral isa, plastica, pegajos Fonte: Matos et al (2003,p. 32). ‘Uma maneira prética para podermos visualizar as fragdes componentes da textura de um solo, no nivel de campo, éagitarmos uma amostra destorroada dese solo em um recipiente de vidro transparente com 4gua. Apos aagitagao,o“*material granular” (denominagao atribuida a todo material com didmetros iguais e/ou superiores ao da areia) deverd precipitar rapidamente. A precipitagto da fragio silte ocorrerd apds alguns minutos da precipitagtio do material granular ¢ sobre este. Por ultimo teremos a precipitagdo da fragdo argila algumas horas apos a precipitagio da fragdo silte e sobre o mesmo. ‘Matos etal (2003, p. 110) sugerem como material para construgio de uma barragem de terra, solo,com as seguintes caracteristicas de textura: Material fino (argila site) [Passa na peneiran® 100 I parte “Aria fina Retida ma peneira 1° 100 2 partes ‘Areia grossa ou cascalho | — Retida na pencira rt 4 Spartes Um teste pritico e bastante interessante, em campo © posteriormente levado para o Laboratorio, foia escolha de trés aterros considerados muito bons em relagdo a construgdo ¢ ao comportamento como aterro de barragem depois de terminados. Deles coletamos material a ser analisado quanto a granulometria, Os resultados sio apresentados no quadro abaixo: “Armostra | Amontra02_| Amotra 03 Maia | Raa od bmn PRES [200 Deol 207 Matera fino em 4) [AEB aa <8 eet ne | 1 fina 67 6.46 wuss | 64a |? Arcifem%) mmscia [057 07% 139 sa | 0.0 26 099 ‘ns 00 02 ‘092 La | aos Pedreguo (an %8)_ | “mio [0.00 (00 ‘000 so [00 00 ‘090 Outro teste pritico © interessante que pode ser feito em campo jade/pegajosidade do material (solo) a ser utilizado na Para o ensaio pritico da plasticidade, que & uma caracteristica do solo determinante da adequabilidade do material para suportar a carga do macigo da barragem sem softer deformagdes considerdveis, vamos utilizar uma amostra daquele solo, molhada ¢ espatulada (amassada) ¢ vamos com ela tentar fazer um cilindro de didmetro préximo a 7.50mm (um lipis) ¢ toreé-lo sobre seu proprio eixo longitudinal para podermos avatiar sua resisténcia ao esforgo de torgo ¢ classificarmos conforme o quadro abaixo: Chassificagio Comportamento/Resisiéncia i Torgio ‘Nii Plistica ‘Niio forma cifindeo Ligeiramente Pastica Forma eilindro/ado resiste diorgio Phastica Forma cilindrovesiste& torgio meta volta Fonte: Matos et al (2003, p. 37) Para o ensaio pritico da pegajosidade, vamos utilizar o mesmo material Utilizado no ensaio da plasticidade, umedecendo-o ainda mais, até que o mesmo expresse 0 méximo de sua liga e permita moldar uma esfera, Essa amostraesférica serd agora pressionada entre o polegar eo indicador. Apos a compressao, os dedos serdo forgados separagao ¢ a resisténcia oferecida pela massa de solo a esse esforco de tragdo sera avaliada ¢ classificada conforme 0 quadro abaixo: Pegajosidade Classificagio ‘Comporiamentovresist@ncia a Tragio 'Nio pegajosa ‘Nao adere a nenhum dos dedos/nula Ligeiramente peyaiosa Adere a apenas um dedornula Pegajosa ‘dere nos dois dedes meédia resistencia A fragio Fonte: Matos et al (2003, p. 38) ‘Taludes: ‘Uma davida bastante comum em relagdo a inclinagdo que € a mais indicada para os taludes de um batramento deve-se ao fato de ser um assunto que, nna maioria das vezes,S6 pode ser tratado com maior profundidade na mecinica de solos; porém, para as pequenas batragens de terra, devemos salientar que os estudos de estabilidade conhecidos até o presente momento, para o caso de barragens homogéneas, dizem respeito as seguintes condigdes citicas:

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