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Titulos de Credito
Titulos de Credito
1. Conceito
A duplicata se afasta deste princípio, uma vez que expressa a possibilidade do protesto
do título por indicação quando o devedor retém o título.
- Princípio da Literalidade: o título vale pelo que nele está mencionado, em seus
termos e limites. Para o credor e devedor só valerá o que estiver expresso no título.
Deve, por conseguinte, constar a assinatura do avalista para que seja válido o aval, por
exemplo.
A duplicata, por mais uma vez, figura como exceção, já que conforme estabelece o
artigo 9°, §1°, da lei n° 5474/68: "a prova do pagamento é o recibo, passado pelo
legítimo portador ou por seu representante com poderes especiais, no verso do próprio
título ou em documento, em separado, com referência expressa à duplicata".
• Títulos causais: são aqueles que guardam vínculo com a causa que lhes deu
origem, constando expressamente no título a obrigação pelo qual o título foi
assumido, sendo assim, só poderão ser emitidos se ocorrer o fato que a lei elegeu
como uma possível causa para o mesmo. Podem circular por endosso. Ex:.
duplicatas.
• Títulos abstratos: são aqueles que não mencionam a relação que lhes deu
origem, podendo ser criados por qualquer motivo. Ex:. letra de câmbio, cheque.
Saque
Este instituto somente será encontrado pela emissão de letras de câmbio, já que estas
são ordens de pagamento que, por meio do saque, criam três situações jurídicas
distintas, sendo estas: a figura do sacador, o qual dá a ordem de pagamento e que
determina a quantia que deve ser paga; a figura do sacado, àquele para quem a ordem é
dirigida, o qual deve realizar o pagamento dentro das condições estabelecidas; e, por
último, o tomador, credor da quantia mencionada no título.
Saque, portanto, é o ato de criação, ou seja, da emissão da letra de câmbio. Após esse
ato, o tomador pode procurar o sacado para receber do mesmo a quantia devida. Sendo
que não tem por única função emitir o título, mas também visa vincular o sacador ao
pagamento da letra de câmbio, assim sendo, caso o sacado não pague a dívida ao
tomador, este último poderá cobrá-la do próprio sacador, que é o próprio devedor do
título.
Aceite
O sacado/aceitante deverá ser civilmente capaz e não poderá ser falido. Se este vier a
falecer poderá o inventariante proceder o aceite em nome dos sucessores daquele.
Havendo endossantes neste título, deverão estes responder como devedores cambiários
solidários e, assim sendo, deverão pagar o que estabelece o título ao beneficiário, caso o
sacado não o aceite. O aceite é irretratável, ou seja, desde que produzido o sacado não
poderá se eximir do pagamento da letra.
Será considerada a falta de aceite quando o sacado não for encontrado, estiver muito
enfermo, não podendo, ao menos, expressar-se, ou quando nega o aceite ao título
expressamente. Diante da recusa do aceite, o beneficiário deverá, a fim de receber o
valor representado pelo título, protestá-lo no primeiro dia útil seguinte, já que esta
recusa acarreta o vencimento antecipado do título. Podendo o tomador perder o direito,
se não protestar neste prazo, de acionar os demais coobrigados cambiários. Sendo
assim, verifica-se que o protesto pressupõe a ausência do aceite.
O aceite deverá ser puro e simples, não podendo ser condicionado, e poderá ser limitado
de acordo com que o aceitante se obrigar nos termos do mesmo. A lei permite que o
sacador estabeleça uma cláusula de proibição de aceitação do aceite, tornando a letra
inaceitável. Com isso, deverá o beneficiário esperar até a data do vencimento do título
para apresentá-lo ao sacado, que só então, se recusá-lo, poderá voltar-se ao sacador. Se,
entretanto, antes da data do vencimento o sacado aceitar o título, ele será válido.
Essa cláusula não será permitida quando a letra for sacada a certo termo da vista, pois
quando isso ocorre o prazo do vencimento só corre a partir da data do aceite.
Endosso
É a forma pela qual se transfere o direito de receber o valor que consta no título através
da tradição da própria cártula.
De acordo com o art. 893 do Código Civil: "a transferência do título de crédito implica a
de todos os direitos que lhe são inerentes" e, por assim dizer, entende-se que não só a
propriedade da letra que se transfere, como também a garantia de seu adimplemento.
- Endosso impróprio: difere do anterior uma vez que não transfere a titularidade do
crédito, mas tão somente o exercício de seus direitos. Este se subdivide em:
Endosso – ato unilateral que só será admitido mediante assinatura e declaração contidas
no título. Confere direitos autônomos ao endossatário (direitos novos) e não poderá ser
parcial.
Cessão Civil – ato bilateral, por meio de um negócio jurídico; pode ser feita da mesma
forma que qualquer outro contrato; confere os direitos derivados de quem o cedeu e
poderá ser parcial.
Aval
Versa o art. 30 da LU, "o pagamento de título de crédito, que contenha obrigação de
pagar soma determinada, pode ser garantido por aval". Com isso estabelece-se que aval
é a garantia cambial, pela qual terceiro (avalista) firma para com o avalizado, se
responsabilizando pelo cumprimento do pagamento do título se este último não o fizer.
O aval difere da fiança pelo fato desta última se caracterizar em contratos cíveis e não
sob títulos de crédito, como a primeira.
Fiança é um contrato acessório pelo qual a pessoa garante ao credor satisfazer a
obrigação assumida pelo devedor caso este não a cumpra, ao passo que a obrigação do
avalista é autônoma, independente da do avalizado. A fiança produz mais efeitos que o
aval, uma vez que a posição do fiador adquire características de principal.
Por fim, cumpre ressaltar que a lei concede ao fiador o benefício de ordem, benefício
este inexistente para o avalista.
Vencimento
a) à vista;
b) a dia certo;
c) a tempo certo da data;
d) a tempo certo da vista.
Pagamento
É através do pagamento que se tem por extinta uma, algumas ou todas as obrigações
declaradas no título de crédito. Pode-se dizer, com isso, que o pagamento pode
extinguir:
Protesto
É a prova literal de que o título foi apresentado a aceite ou a pagamento e que nenhuma
dessas providências foram atendidas, pelo sacado ou aceitante.
O protesto será levado a efeito por:
3. Ação Cambial
É a ação cabível para o credor reaver o que deixou de receber pelo título de crédito
devido, promovendo a execução judicial de seu crédito contra qualquer devedor
cambial, devendo-se sempre observar as condições de exigibilidade do crédito. Para a
letra de câmbio, a Lei Uniforme, em seu artigo 70 estabeleceu os seguintes prazos:
Referências bibliográficas:
COELHO, Fábio Ulhoa. Manual de Direito Comercial. 17ª Edição. Editora Saraiva,
2006.