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APOSTILA DE QUÍMICA

ORGÂNICA I – PRAT. DE LAB.


Duque de Caxias – 2011

ÍNDICE

1. INTRODUÇÃO AO TRABALHO EM LABORATÓRIO

2. SEGURANÇA NO LABORATÓRIO
2.1. Normas Básicas de Segurança no Laboratório
2.2. Descarte de Rejeitos (Resíduos)
2.3. Acidentes Comuns em Laboratório e Primeiros Socorros

3. EXPERIMENTOS

3.1. EXPERIMENTO NO 01 – Segurança em laboratório: utilização de Handbook, Índex Merck e


outros catálogos.

3.2. EXPERIMENTO NO 02 – Calibração de termômetro

3.3. EXPERIMENTO NO 03 – Destilação simples

3.4. EXPERIMENTO NO 04 – Destilação fracionada

3.5. EXPERIMENTO NO 05 – Destilação por arraste a vapor

3.6. EXPERIMENTO NO 06 – Recristalização e Sublimação

3.7. EXPERIMENTO NO 07 – Ponto de ebulição

3.8. EXPERIMENTO NO 08 – Ponto de fusão

3.9. EXPERIMENTO NO 09 – Extração ácido-base

3.10. EXPERIMENTO NO 10 – Extração por solvente

4. FONTES BIBLIOGRÁFICAS

ANEXO 1: TABELA PERIÓDICA

ANEXO 2: MODELO DE RELATÓRIO


1. INTRODUÇÃO AO TRABALHO EM LABORATÓRIO

O Laboratório Químico é um lugar de experimentação onde os acadêmicos terão a


oportunidade de aprender Química de um ponto de vista que nunca poderiam atingir por
intermédio de livros, demonstrações ou filmes; é a possibilidade de alcançar maior compreensão
da Química e a oportunidade de ver e trabalhar com as próprias mãos. Para atingir esses
objetivos, são necessárias qualidades tais como dedicação, interesse, curiosidade, pontualidade,
disciplina, etc.

Aprender o manuseio de compostos e a manipulação de aparelhos é obviamente uma


parte essencial à educação dos profissionais das Áreas de Ciências Exatas e Biológicas. Para
ajudar o desenvolvimento de boas técnicas, várias sugestões são apresentadas:

 Nunca começar uma experiência sem antes compreendê-la totalmente; isto significa estudar
o experimento antes de entrar no laboratório.
 Esmero é muito importante para uma boa técnica. Descuidar ao manusear compostos
químicos e aparelhos, pode não somente levar a maus resultados, como também é perigoso.
Há geralmente uma razão de como e porque cada operação é desenvolvida como descrita na
literatura, embora a razão, a princípio, possa não ser óbvia para o estudante iniciante.

O laboratório químico contém as seguintes características de segurança:

 Janelas amplas que possibilitam boa ventilação do ambiente;


 Lava-olhos e chuveiro – dispositivos para uso em emergências;
 Extintores de incêndio próximos ao laboratório;
 Salas anexas para aparelhagem (balanças, aparelhos para ponto fusão, dentre outros);
 Ampla iluminação e
 Bancadas revestidas com material que permita fácil limpeza.

1.1. Preparação para Entrar no Laboratório (Fase Pré-Laboratório)

Desde o início da disciplina o aluno recebe o cronograma das aulas experimentais. A fase
pré-laboratório tem como objetivo familiarizar o aluno com o experimento a ser realizado. Leia com
antecedência o roteiro da aula a ser realizada, procurando compreender os objetivos e os
procedimentos a serem adotados, e dê especial atenção às advertências em relação à segurança.

1.2. Instruções para as Aulas de Laboratório

O aluno deverá portar os seguintes materiais obrigatórios para freqüentar as aulas


práticas: um guarda-pó, o Caderno de Laboratório e o roteiro do experimento a ser executada no
dia.
No início da aula o professor dará orientações pertinentes ao experimento da aula; é
interessante anotar no Caderno de Laboratório estas orientações.
Ao final da aula, descarte em recipientes adequados os resíduos e lave toda a vidraria. Em
geral a vidraria pode ser lavado com detergente e uma escova apropriada. Enxague várias vezes
com água da torneira, e duas ou três vezes com água destilada; não é necessário enxugar
nenhum material, que será guardado molhado (mas não sujo). Lembre-se que este material será
utilizada por alunos da próxima aula do Laboratório de Química

1.3. O Caderno de Laboratório

O Caderno de Laboratório deve conter todo o registro das atividades efetuadas no


laboratório, numa linguagem direta e resumida, mas de forma COMPLETA. Estas notações devem
ser realizadas, na maior parte, durante a própria aula. Os preparativos pré-laboratoriais devem ser
feitos antes da realização do experimento, enquanto as discussões e conclusões podem ser
registradas depois. Entretanto os dados e observações devem ser anotados durante a própria
aula, para evitar que se percam informações armazenadas de memória. Seguindo este
procedimento, economiza-se tempo e trabalho.
Para um bom registro de informações observem as seguintes recomendações:

 Iniciar sempre o registro com o número do experimento (ou da aula) e a data. Em seguida
anote o título e faça um breve resumo do que será feito durante a aula, contendo os
objetivos e os procedimentos. Eventualmente, dependendo do que for ser realizado, o
procedimento poderá ser melhor descrito através de um fluxograma, principalmente quando
envolver várias etapas. Nesta fase está incluída também a construção de tabelas para
anotações dos dados experimentais. As anotações dos dados e das observações devem ser
individuais. Habitue-se a fazer os registros à tinta, e as eventuais retificações não deverão
ocultar as anotações incorretas. Freqüentemente os dados considerados aparentemente
errados, podem se revelar valiosos posteriormente.
 A análise dos dados, suas discussões e as conclusões tiradas são partes importantes do
trabalho experimental. Nesta fase estão incluídos os cálculos, a construção de gráficos e as
avaliações comparativas de dados obtidos pelas equipes. Desta análise são obtidas
conclusões que respondem ao questionamento(s) inicial(ais). Lembre-se que um experimento
é planejado para obter dados que permitam responder a alguma questão, originada pela
simples curiosidade, por dúvidas ou polêmicas. O registro das conclusões deve ficar no
caderno, sendo que alguns autores consideram esta parte como a mais importante do
trabalho.

1.4. Após Finalização do Experimento (Fase Pós-Laboratório)


Finalizado o experimento e com todos os materiais limpos e guardados, realize a “Tarefa
pós-laboratório” do roteiro. Em geral esta tarefa é constituída por questões que o auxiliará na
interpretação dos dados coletados. A tarefa pós-laboratório deverá ser feita antes da próxima aula
no Caderno de Laboratório, pois será cobrada pelo professor.

 Anotação dos Dados em Experimentos de Química

O registro de dados coletados no laboratório tem tanta importância quanto os


procedimentos para a execução do experimento. As anotações no caderno de laboratório deverão
ser úteis para consultas futuras para você ou para seus colegas, o que ocorrerá somente se forem
feitas de forma clara, concisa e bem organizada. Habitue-se ainda a representar os dados dentro
das normas adotadas pela comunidade científica.

 Anotação de Uma Grandeza Física

O valor de uma grandeza física pode ser expresso como o produto de um valor numérico e
uma unidade: grandeza física = valor numérico x unidade. A utilização de símbolos torna a
representação bastante compacta e, uma vez que se torna um hábito, facilita muito a leitura.
Alguns símbolos usuais para as grandezas comumentes encontradas na Química são: V –
volume, m – massa, P – pressão, n – quantidade de matéria, T – temperatura, entre outras que
você terá oportunidade de encontrar nas aulas práticas.

Exemplos: V = 250 mL;


m = 4,125 g;
n = 2,5.10-5 mol.

As grandezas físicas, os valores numéricos e as unidades podem ser manipuladas através


das regras ordinárias da álgebra. Também se pode multiplicar ou dividir este quociente pelo fator
exponencial de base 10, para simplificar o valor.

Exemplo: P = 3500 mmHg = 3,5 x 103 mmHg

 Apresentação de Dados em Tabelas


Uma tabela consiste em um arranjo retangular de células contendo dados. A localização de
uma célula na tabela pode ser especificado pela linha (no sentido vertical) e pela coluna (no
sentido horizontal). O exemplo a seguir demonstra como construir uma tabela.

Exemplo: em 5 béqueres, identificados como A, B, C, D e E, serão misturadas soluções de iodeto


de sódio e de nitrato de chumbo, onde se espera que ocorra a precipitação de um dos produtos.
Deve ser construída uma tabela onde conste, para cada béquer, os seguintes dados: volume da
solução de iodeto de sódio, volume da solução de nitrato de chumbo, quantidade de iodeto de
sódio, quantidade de nitrato de chumbo e a massa do precipitado obtido.

TABELA 1: massa de precipitado obtido pela reação entre soluções de NaI 0,50 mol L -1 e de
Pb(NO3)2 0,50 mol L-1
Béquer V(NaI)/mL V[Pb(NO3)2]/mL n(NaI)/(10-3 mol) n[Pb(NO3)2]/(10-3 mol) m(ppt)/g
A 0,0 5,0 0,0 2,5 0,00
B 5,0 5,0 2,5 2,5 0,58
C 10,0 5,0 5,0 2,5 1,15
D 15,0 5,0 7,5 2,5 1,15
E 20,0 5,0 10,0 2,5 1,15

Neste caso, pode-se organizar os dados de cada béquer em uma linha; assim, em cada
coluna deverá constar cada um dos dados requeridos. Na primeira linha deve-se especificar o tipo
de informação contida em cada uma das colunas. A tabela deve ser antecedida por um título que
fornece informação necessária para permitir a sua interpretação, de forma independente e
autosuficiente.

 Apresentação de Dados em Gráficos

Há várias maneiras de se representar


dados na forma de gráficos, e nesta seção será
explicada como construir um gráfico de
coordenadas cartesianas, ou do tipo x-y. Este tipo
de gráfico é útil para correlacionar duas grandezas
entre si, onde se considera que uma das
grandezas (variável dependente) é função de uma
outra (variável independente).

Se for tomada como exemplo a tabela


acima, pode-se ver que a massa do precipitado é função da quantidade adicionada de iodeto de
sódio. Deve-se então traçar os eixos coordenados x e y, subdividindo-os segundo uma escala
espaçada em intervalos uniformes e que representem valores numéricos simples, conforme o
Gráfico 1. Note que a escala y, por exemplo, está espaçada em intervalos uniformes e com
números simples, e não como: 0, 0,58 e 1,15, apesar de serem estes os valores da tabela. Uma
vez definidas as escalas dos eixos, assinale cada ponto nas posições (x,y)correspondentes. Em
cada eixo, além das subdivisões e dos valores numéricos, deverão constar também o quociente
entre a grandeza e a unidade.
Para se traçar o gráfico, deve-se ter uma expectativa do tipo de curva ou de reta que
deveráser utilizada. No exemplo dado, devem ser traçadas duas retas, sendo que uma delas deve
passar pela origem (0,0). Tem-se então uma figura do tipo apresentada no Gráfico 2.
Para se saber que tipo de curva deve ser
traçada, deve-se ter uma idéia de qual relação
existe entre as variáveis independente e
dependente. Para tanto, é necessário saber quais
princípios químicos e físicos estão afetando as
variáveis em questão. No exemplo dado, pode-se
esperar que amassa do precipitado produzido deve
ser proporcional à quantidade do reagente NaI
adicionado, que resulta em uma reta ascendente.
Entretanto, quando o outro reagente - Pb(NO3)2 - é
totalmente consumido, não há uma produção maior
de precipitado, por mais que se adicione NaI; por
isso observa-se a segunda reta, de massa
constante.

 Trabalho em Equipe

Todos os trabalhos serão realizados por equipes de dois ou mais alunos. Compreenda,
pois, o seu papel e colabore para que os trabalhos realizados sejam o resultado de um esforço
conjunto. Na solução de problemas surgidos esforce-se ao máximo para resolve-los, consultando
o professor sempre que for preciso. Procure estar presente na hora marcada para o início das
aulas e evite saídas desnecessárias durante os trabalhos de laboratório.

 Relatório das Aulas Práticas

É muito importante que o estudante tenha o seu caderno de laboratório para anotar todos
os dados, observações e resultados obtidos em determinada experiência.
Todo profissional, no exercício de sua atividade, necessita se comunicar, seja sob a forma
escrita ou oral. A elaboração de relatórios de aulas práticas consiste num treinamento de
comunicação. O enfoque a ser dado a um relatório não é apenas o de responder a um
questionário ou escrever aleatoriamente sobre o trabalho realizado; deve, porém, ser encarado
como uma comunicação sobre uma atividade prática realizada, dirigida não apenas ao professor,
mas a qualquer leitor que se interesse pelo assunto.
Antes de iniciar a elaboração de um relatório, é necessário pensar no assunto a ser
relatado, analisar os aspectos importantes que devam ser abordados e planejar uma seqüência
lógica de exposição. Com esta análise preliminar estarão sendo definidos os aspectos essenciais
do trabalho a serem mencionados.

1.5. A Redação Científica: Relatório

Observações Gerais:

 O tempo verbal deve ser padronizado num texto. Uma vez passado, sempre passado...
 Tente usar a terceira pessoa e evitar “no nosso experimento”, “meus resultados” “pipetamos”
etc.... preferir “no experimento realizado.....” , “os resultados obtidos....”
 Defina os itens do seu relatório com clareza. Agrupe assuntos semelhantes e separe assuntos
não relacionados. Use subitens para organizar melhor os assuntos;
 Sempre procure numerar os itens para facilitar o acompanhamento da hierarquia dos itens (se
a hierarquia for importante, evite marcadores);
 Use termos técnicos;
 Respeite a grafia corretas de nomes científicos;
 Padronize a formatação: tamanhos e tipos de letras, tanto no texto quanto nos títulos; procure
usar parágrafos alinhados pelas duas margens (esquerda e direita); mantenha sempre a
mesma quantidade de espaços entre parágrafos e títulos, etc;
 Não enfeite demais seu relatório. Ele é um texto técnico e deve ter aspecto profissional. È bom
ter uma capa com: Nome da Instituição, nome da disciplina, título da prática (ou práticas),
integrantes do grupo e turma.

Um texto científico deve conter no mínimo as seguintes partes: INTRODUÇÃO,

DESENVOLVIMENTO e CONCLUSÃO. O relato por escrito, de forma ordenada e minuciosa daquilo que
se observou no laboratório durante o experimento é denominado RELATÓRIO. Tratando-se de um
relatório de uma disciplina experimental aconselhamos compô-lo de forma a conter os seguintes
tópicos:

 TÍTULO: Uma frase sucinta, indicando a idéia principal do experimento.


 RESUMO: Descrever em um texto de poucas linhas (cinco no máximo) uma idéia geral do
experimento efetuado, relatando rapidamente os resultados obtidos e as conclusões a que
se chegou.
 FUNDAMENTOS TEÓRICOS: Apresentar um pequeno resumo da teoria em que o
experimento se baseia, correlacionando sua importância para a compreensão desse
conteúdo.
 OBJETIVO: Um pequeno parágrafo indicando os objetivos a que se pretende alcançar.
 PARTE EXPERIMENTAL: Um texto, descrevendo a metodologia empregada para a
realização do experimento. Geralmente é subdividido em duas partes:
 Materiais e Reagentes: Um texto, apresentando a lista de materiais e reagentes
utilizados no experimento, especificando o fabricante e o modelo de cada equipamento,
assim como a procedência e o grau de pureza dos reagentes utilizados.
 Procedimento: Um texto, descrevendo de forma detalhada e ordenada as etapas
necessárias à realização do experimento.
 RESULTADOS E DISCUSSÃO: Um texto, apresentando resultados na forma de dados
coletados em laboratório e outros resultados, que possam ser calculados a partir dos
dados. Todos os resultados devem ser apresentados na forma de tabelas, gráficos,
equações químicas, esquemas, diagramas, imagens fotográficas ou outras figuras. Em
seguida, apresenta-se uma discussão concisa e objetiva dos resultados, a partir das
teorias e conhecimentos científicos prévios sobre o assunto, de modo a se chegar a
conclusões.
 CONCLUSÃO: Um texto, apresentando uma síntese sobre as conclusões alcançadas.
Enumeram-se os resultados mais significativos do trabalho. Não se deve apresentar
nenhuma conclusão que não seja fruto da discussão.
 REFERÊNCIAS: Livros, artigos científicos e documentos citados no relatório (inclusive
páginas da web) devem ser indicados a cada vez que forem utilizados. Recomenda-se a
formatação das referências segundo norma da Associação Brasileira de Normas Técnicas
(ABNT).

 Um Exemplo de Relatório

Observação: O modelo de relatório que se segue, deve servir apenas como um indicativo
sobre tópicos a serem relatados em suas descrições dos experimentos efetuados. A maneira de
como escrever, deve seguir o estilo e a liberdade de expressão de cada grupo, para que
possamos manter a personalidade de cada um.

DETERMINAÇÃO DA DENSIDADE DO CHUMBO SÓLIDO

RESUMO
A densidade do chumbo sólido foi determinada, na temperatura de 303,15 K, pela razão
entre a massa e o volume de corpos de chumbo de tamanhos variados. Obteve-se o valor 11,4 
0,001 g / cm3, o qual apresenta boa concordância com o valor reportado na literatura.

INTRODUÇÃO

O chumbo é um elemento químico metálico, de número atômico 82, que funde na


temperatura de 600,6 K. Seu símbolo químico é Pb. É aplicado em proteção contra radiação
ionizante, em acumuladores (baterias), soldas, munição, além de outras. (BARBOSA, 1999)
Densidade é a razão entre a massa e o volume de um dado corpo ou substância (vide
Equação 1). É uma propriedade física que pode ser utilizada para identificar substâncias. Pelo fato dos
sólidos serem bem pouco compressíveis, a densidade dos sólidos não varia muito com a temperatura. Já os
líquidos e os gases apresentam uma variação de densidade considerável em função da temperatura.
massa (1)
densidade 
volume

OBJETIVO

O objetivo deste experimento é determinar a densidade do chumbo sólido e compará-lo


com o valor 11,35 g / cm3 apresentado na literatura. (KOTZ, 2002)

PARTE EXPERIMENTAL

Materiais e Reagentes

Os seguintes materiais, disponíveis no laboratório de ensino de Química, foram utilizados


neste experimento:
 Proveta de vidro (capacidade: 50,0 cm3)
 Balança semi-analítica (precisão 0,001 g) – Fabricante: Gehaka; modelo:
As seguintes substâncias, disponíveis no laboratório de ensino de Química, foram
utilizadas neste experimento:
 Água destilada
 Corpos de chumbo (tamanhos variados)
Procedimento

Foram pesados três corpos de chumbo, de tamanhos variados, em uma balança semi-
analítica, anotando-se suas massas com precisão de 0,001 g. Cada corpo de chumbo foi imerso
em uma proveta de vidro, de capacidade igual a 50,0 cm 3, contendo previamente 25,0 cm 3 de
água destilada. A seguir, anotou-se o volume de água deslocado após a imersão do corpo de
chumbo. Todo o procedimento foi feito na temperatura ambiente do laboratório, igual a 303,15 K.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os valores das massas dos corpos de chumbo e dos volumes de água deslocados após a
imersão de cada corpo estão apresentados na Tabela 1. Assumiu-se que o volume deslocado de
água corresponde ao volume do corpo imerso. A densidade de cada corpo de chumbo foi
calculada, a partir dos valores medidos de massa e de volume, utilizando a Equação 1. Por fim,
determinou-se o valor médio da densidade do chumbo e o respectivo desvio-padrão, que mede a
precisão do resultado. O valor obtido para a densidade do chumbo é igual a 11,4  0,001 g / cm3 e
apresenta uma boa concordância com o valor da literatura 11,35 g / cm3. (KOTZ, 2002)

Tabela 1. Valores das massas dos corpos de chumbo, dos volumes de água deslocados e das densidades
calculadas.

Corpo de Chumbo massa / g volume / cm3 densidade / g/cm3


1 57,5 5,0 11,5
2 79,8 7,0 11,4
3 101,7 9,0 11,3
média 11,4
desvio-padrão  0,1

CONCLUSÃO

A partir de medidas de massa e de volume de corpos de chumbo de tamanhos variados,


determinou-se o valor 11,4  0,001 g/cm3 para a densidade do chumbo sólido, na temperatura de
303,15 K. Este valor apresenta uma boa concordância com o valor 11,35 g/cm 3, reportado na
literatura.

REFERÊNCIAS

BARBOSA, A. L. Dicionário de Química. AB Editora: Goiânia, 1999. p.81.


KOTZ, J. C.; TREICHEL, Jr. P. Química e Reações Químicas. 4.ed., v.1, LTC Editora S.A.: Rio de
Janeiro, 2002.

2. SEGURANÇA NO LABORATÓRIO

2.1. Normas Básicas de Segurança no Laboratório

A segurança no laboratório é uma responsabilidade que deve ser assumida por


professores, monitores e alunos. No recinto do laboratório não é permitida brincadeiras ou atitudes
que possam provocar danos para si ou outras pessoas. Apesar disso, os laboratórios de química
não são necessariamente lugares perigosos embora muito dos perigos estejam associados a eles.
Acidentes são, na maioria das vezes, causados por falta de cuidado, ignorância e desinteresse
pelo assunto.
Embora não seja possível enumerar todas as causas de possíveis acidentes num
laboratório, existem alguns cuidados que são básicos e que, se observados, ajudam a evitá-los.

1. É PROIBIDO comer, beber ou fumar no laboratório;


2. Evite trabalhar sozinho no laboratório, a presença de outras pessoas será sempre uma
valiosa ajuda em caso de acidentes;
3. Prepare-se antes de tentar realizar os experimentos. Procure ler e entender os roteiros
experimentais; consulte a literatura especializada. Em caso de dúvidas, discuta o assunto
com o professor antes de tentar fazer o experimento;
4. Utilize sempre que necessário materiais que possam garantir maior segurança no trabalho
tais como: luvas, pinça, óculos (obrigatório), jaleco (obrigatório) etc. Procure manter seu
jaleco limpo.
5. Conserve sempre limpos os equipamentos, vidrarias e sua bancada de trabalho. Evite
derramar líquidos, mas se o fizer, limpe o local imediatamente;
6. Gavetas e portas dos armários devem ser mantidas sempre fechadas quando não
estiverem sendo utilizadas;
7. Ao término do período de laboratório, lave o material utilizado, limpe sua bancada de
trabalho, seu banco, a pia e outras áreas de uso em comum. Verifique se os equipamentos
estão limpos e desligados e os frascos reagentes fechados;
8. Lave suas mãos freqüentemente durante o trabalho prático, especialmente se algum
reagente químico for respingado. Ao final do trabalho, antes de deixar o laboratório, lave as
mãos;
9. Antes de manusear um reagente químico qualquer, deve-se conhecer as propriedades
químicas, físicas e toxicológicas deste, seu manuseio seguro e medidas de primeiros
socorros em caso de acidente. Para isto deve-se consultar o Index Merck ou fichas
toxicológicas dos produtos.
10. Leia com atenção os rótulos dos frascos de reagentes químicos para evitar pegar o frasco
errado. Certifique-se de que o reagente contido no frasco é exatamente o citado no roteiro
experimental;
11. Nunca torne a colocar no frasco, o reagente não utilizado. Não coloque objeto algum nos
frascos de reagentes, exceto o conta-gotas de que alguns são providos;
12. Evite contato físico com qualquer tipo de reagente químico. Tenha cuidado ao manusear
substâncias corrosivas como ácidos e bases - use a CAPELA;
13. A diluição de ácidos concentrados deve ser feita adicionando-se o ácido, lentamente, com
agitação constante, sobre a água - com essa metodologia adequada, o calor gerado no
processo de mistura, é absorvido e dissipado no meio. NUNCA proceda ao contrário (água
sobre o ácido).
14. Nunca deixe frascos contendo reagentes químicos inflamáveis próximos à chama;
15. Não deixe nenhuma substância sendo aquecida por longo tempo sem supervisão;
16. Não jogue nenhum material sólido dentro das pias ou ralos. O material inútil (rejeito) deve
ser descartado de maneira apropriada;
17. Quando for testar um produto químico pelo odor, não coloque o frasco sobre o nariz.
Desloque os vapores que se desprendem do frasco com a mão para a sua direção;
18. Use a CAPELA para experiências que envolvem o uso ou liberação de gases tóxicos ou
corrosivos;
19. Não aqueça tubos de ensaio com a extremidade aberta voltada para si mesmo ou para
alguém próximo. Sempre que possível o aquecimento deve ser feito na CAPELA;
20. Não deixe recipientes quentes em lugares em que possam ser pegos inadvertidamente.
Lembre-se de que o vidro quente tem a mesma aparência do vidro frio;
21. Não pipete de maneira alguma, líquidos corrosivos ou venenosos, por sucção, com a boca.
Procure usar sempre a “pêra de sucção” para pipetar.
22. O bico de Bunsen deve permanecer aceso somente quando estiver sendo utilizado;
23. Não trabalhe com material imperfeito;
24. Em caso de acidentes, comunique o professor imediatamente. Ele deverá decidir sobre a
gravidade do acidente e tomar as atitudes necessárias;
25. Em caso de possuir alguma alergia, estar grávida ou em qualquer outra situação que
possa ser afetado quando exposto a determinados reagentes químicos, comunique o
professor logo no primeiro dia de aula;
26. Em caso de incêndio este deverá ser abafado imediatamente com uma toalha ou, se
necessário, com o auxilio do extintor de incêndio apropriado;
27. Comunique o professor, monitor ou técnico sempre que notar algo anormal no laboratório;
28. Faça apenas as experiências indicadas pelo professor. Caso deseje tentar qualquer
modificação do roteiro experimental discuta com o professor antes de fazê-lo;
29. No laboratório é OBRIGATÓRIO o uso do jaleco, de óculos de segurança (para quem não
usa óculos de grau), de calça comprida e sapato fechado. Mantenha sempre o cabelo
preso.

2.2. Descarte de Rejeitos (Resíduos)

A finalidade destas indicações é transformar produtos químicos ativados em derivados


inócuos para permitir o recolhimento e eliminação segura. Ao se manejar produtos químicos de
laboratório e principalmente ao se desativar produtos químicos deve-se ter a máxima precaução,
visto que são muitas vezes reações perigosas. Todos os trabalhos devem ser executados por
pessoal habilitado com o uso de roupas e material de proteção adequados a cada finalidade.
Insiste-se para que a inativação seja feita em escala reduzida, podendo-se fazer adaptações.

As substâncias vencidas e/ou contaminadas que forem dispostas para descarte deverão
ser conservadas em sua embalagem original, conservando todas as informações contidas nos
rótulos.

A metodologia a seguir deverá ser executada em todos os locais geradores de Resíduos


de laboratório.

1. Solventes orgânicos isentos de halogênios - Recipiente Coletor A.


2. Solventes orgânicos contendo halogênios - Recipiente Coletor B.
3. Reagentes orgânicos relativamente inertes, do ponto de vista químico, recolhidos no
recipiente coletor A. Se contiverem halogênios no Coletor B. Resíduos sólidos no Coletor
C.
4. Soluções aquosas de ácidos orgânicos são neutralizadas cuidadosamente com
bicarbonato de sódio ou hidróxido de sódio - Recipiente Coletor D. Os ácidos carboxílicos
aromáticos são precipitados com ácido clorídrico diluído e filtrados. O precipitado é
recolhido no Coletor C e a solução aquosa no Coletor D.
5. Bases orgânicas e aminas na forma dissociada - Recipiente Coletor A ou B. Recomenda-
se freqüentemente, para se evitar maiores odores, a cuidadosa neutralização com ácido
clorídrico ou sulfúrico diluído.
6. Nitrilos e mercaptanas são oxidados por agitação por várias horas (preferivelmente à noite)
com solução de hipoclorito de sódio. Um possível excesso de oxidante é eliminado com
tiossulfato de sódio. A fase orgânica é recolhida no recipiente A ou B e a fase aquosa no
recipiente D.
7. Aldeídos hidrossolúveis são transformados com uma solução concentrada de
hidrogenossulfito de sódio a derivados de bissulfitos. Recipiente Coletor A ou B.
8. Compostos organometálicos, geralmente dispersos em solventes orgânicos, sensíveis a
hidrólise, são gotejados cuidadosamente sob agitação em n-butanol na capela. Agita-se
durante a noite e se adiciona de imediato um excesso de água. A fase orgânica é recolhida
no Coletor A e a fase aquosa no recipiente D.
9. Produtos cancerígenos e compostos combustíveis, classificados como tóxicos ou muito
tóxicos - Recipiente Coletor F.
10. Peróxidos orgânicos são destruídos e as fases orgânicas colocadas no recipiente A ou B
e aquosa no recipiente D.
11. Halogenetos de ácido são transformados em ésteres metílicos usando-se excesso de
metanol. Para acelerar a reação pode-se adicionar algumas gotas de ácido clorídrico.
Neutraliza-se com solução de hidróxido de potássio. Recipiente Coletor B.
12. Ácidos inorgânicos são diluídos em processo normal ou em alguns casos sob agitação em
capela adicionando-se água. A seguir neutraliza-se com solução de hidróxido de sódio.
Recipiente Coletor D.
13. Bases inorgânicas são diluídas como ácidos e neutralizadas com ácido sulfúrico.
Recipiente Coletor D.
14. Sais inorgânicos - Recipiente Coletor I. Soluções - Recipiente Coletor D.
15. Soluções e sólidos que contém metais pesados - Recipiente Coletor E.
16. No caso de sais de tálio, altamente tóxicos e suas soluções aquosas é necessário
precaução especial - Recipiente Coletor E. As soluções são precipitadas com hidróxido
de sódio (formam-se óxidos de tálio) com condições de neutralização.
17. Compostos inorgânicos de selênio - Recipiente Coletor E. O selênio elementar pode ser
recuperado oxidando-se os concentrados em capela com ácido nítrico concentrado. Após a
adição de hidrogenossulfito de sódio o selênio elementar é precipitado. Recipiente
Coletor E.
18. No caso de berílio e sais de berílio (altamente cancerígenos) recomenda-se precauções
especiais. Recipiente Coletor E.
19. Compostos de urânio e tório devem ser eliminados conforme legislação especial.
20. Resíduo inorgânico de mercúrio - Recipiente Coletor G.
21. Resíduo inorgânico de prata- Recipiente Coletor H.
22. Cianetos são oxidados com hipoclorito de sódio, preferencialmente à noite. O excesso de
oxidante é destruído com tiossulfato. Recipiente Coletor D.
23. Peróxidos inorgânicos são oxidados com bromo ou iodo e tratados com tiossulfato de
sódio. Recipiente Coletor D.
24. Ácido fluorídrico e soluções de fluoretos inorgânicos são tratados com carbonato de cálcio
e filtra-se o precipitado. Sólido - Recipiente Coletor I e solução aquosa - Recipiente
Coletor D.
25. Resíduos de halogênios inorgânicos, líquidos e sensíveis à hidrólise são agitados na
capela em solução de ferro e deixados em repouso, durante à noite. Neutraliza-se com
solução de hidróxido de sódio. Recipiente Coletor E.
26. Fósforo e seus compostos são muito inflamáveis. A desativação deve ser feita em
atmosfera de gás protetor em capela. Adiciona-se 100 mL de solução de hipoclorito de
sódio 5% contendo 5 mL de hidróxido de sódio 50%, gota a gota. Em banho de gelo, à
substância que se quer desativar. Os produtos de oxidação são precipitados e separados
por sucção. Precipitado - Recipiente Coletor I e solução aquosa - Recipiente Coletor D.
27. Metais alcalinos e amidas de metais alcalinos, bem como os hidretos, decompõem-se
explosivamente com a água. Por isso estes compostos são colocados com a máxima
precaução em 2-propanol, em capela com tela protetora e óculos de segurança. Se a
reação ocorrer muito lentamente pode-se acelerar com adição cuidadosa de metanol. Em
caso de aquecimento da solução alcóolica deve-se interromper o processo de destruição
da amostra. Obs. Nunca esfriar com gelo, água ou gelo seco. Recomenda-se deixar em
repouso durante a noite, diluindo-se no dia seguinte com um pouco de água e
neutralizando-se com ácido sulfúrico. Recipiente Coletor A.
28. Os resíduos que contenham metais preciosos devem ser recolhidos no recipiente Coletor
H para reciclagem. Solução aquosa - Recipiente Coletor D.
29. Alquilas de alumínio são extremamente sensíveis à hidrólise. Para o manejo seguro destes
recomenda-se o uso de seringa especial. Deve-se colocar se possível no frasco original
ou no Recipiente Coletor F.
30. Os produtos para limpeza quando contenham substâncias contaminantes são colocados
no recipiente D.

As informações aqui contidas foram adaptadas de publicações da SIGMA-ALDRICH.

http://unigranrio.com.br/residuos/informacoes_residuos.html

2.3. Acidentes Comuns em Laboratorio e Primeiro Socorros

I. QUEIMADURAS

a) Causadas pelo calor - quando leves, aplicar pomada de Picrato de Butesina e, quando
graves, devem ser cobertas com gaze esterilizada, previamente umedecida com solução
aquosa de bicarbonato de sódio 5%.
b) Causadas por ácidos - deve-se lavar imediatamente a região com bastante água durante
pelo menos 5 minutos. Em seguida, tratar com solução de bicarbonato de sódio a 5% e
lavar novamente com água. Secar o local e aplicar Merthiolate.
c) Causadas por bases - proceder como em b, aplicando solução de ácido acético 1%.

II. ÁCIDOS NOS OLHOS – Deve-ser lavar com bastante água durante aproximadamente 15
minutos e aplicar solução de bicarbonato de sódio 1%.

III. BASES NOS OLHOS – Proceder como em II e aplicar solução de ácido bórico 1%.

IV. INTOXICAÇÃO POR GASES – Remover a vítima para um ambiente arejado e deixar
descansar. Em caso de asfixia fazer respiração artificial.

V. INGESTÃO DE SUBSTÂNCIAS TÓXICAS – Recomenda-se beber muita água e em


seguida beber:
a) Um copo de solução de bicarbonato de sódio 1% ou leite de magnésia, em caso de ingestão
de ácidos;
b) Um copo de solução de ácido cítrico ou ácido acético a 2%, em caso de ingestão de bases.
ANEXO 1: TABELA PERIÓDICA
ANEXO 2: MODELO DE RELATÓRIO

Experimento N0 : ____________________________________________________________

1) Objetivo

2) Fundamento Teórico

3) Materiais e Reagentes

Reagentes Materiais

4) Procedimento Experimental

5) Resultados e Discussão

6) Questionário

7) Conclusões

8) Bibliografia Consultada
EXPERIMENTO NO 01 – Segurança em laboratório: utilização de Handbook, Índex Merck e
outros catálogos.
I. Objetivos

Os objetivos desta prática são: Como obter um desempenho no laboratório; cuidados


necessários a manipulação de reagentes; compreensão e busca adequada das propriedades
físicas, fórmulas moleculares, estruturas e toxidade de diversas substâncias nos catálogos
apresentados pelo professor.

II. Procedimento Experimental

Resolva com seu professor algumas exemplos de busca de propriedades físicas e fórmulas de
substâncias de químicas ou a partir desses dados encontre a substância em questão. Utilize o
Handbook, Indice Merck e demais catálogos fornecidos pelo professor.

1) Quais são os pontos de fusão e de ebulição em ºC, da anilina ?


2) Qual a fórmula estrutural do ácido abiético?
3) A partir da fórmula molecular C6H6, qual isômero cujo o ponto de ebulição é igual a 80,1ºC, a
pressão de 760mm de Hg ?
4) Quais substâncias da tabela apresentam PF= -121º C
5) Qual o isomero de fórmula C4H9F apresenta o menor ponto de ebulição ? Informe o seu valor.
6) Que cuidados você julga ser necessário para se trabalhar com cloreto de benzila ? Informe
suas propriedades físicas e aplicações práticas para a referida substância.
7) Informe os preços mais baratos e caros, respectivamente, para os seguintes termômetros:
a) escala de – 20 a + 150º C
b) escala de –100 a + 50º C
8) Verifique o preço mais barato da unidade e da caixa com 12 unidades de tubos de centrífuga
em vidro de borosilicato com capacidade 15 ml.
9) Agentes dessecantes, tal como cloreto de cálcio, são muito utilizados pelos químicos
orgânicos. Encontre e informe suas constantes físicas.
EXPERIMENTO NO 02 – Calibração de termômetro

I. Objetivos

Verificar se a graduação do termômetro está correta em relação a pontos de temperaturas fixos


definidos na escala internacional de temperatura, como ponto de fusão do gelo e ponto de
ebulição da água.

II. Fundamentos Teóricos

Quando se faz uma determinação de ponto de fusão e/ou ebulição, espera-se obter um resultado
que concorde exatamente com o resultado publicado em uma obra de referência ou em um artigo
científico. Entretanto, pode ocorrer uma diferença de alguns graus entre o valor medido e o valor
descrito na literatura. Esta diferença não significa necessariamente que o experimento foi
realizado incorretamente ou que o material utilizado estava impuro; ao invés disto pode indicar
que o termômetro utilizado para a determinação apresentou um erro. A maioria dos termômetros
não mede a temperatura com precisão.
Para se determinar valores precisos de pontos de fusão e ebulição é necessário que o termômetro
a ser utilizado seja calibrado. Esta calibração pode ser feita utilizando-se os pontos de fusão e
ebulição da água (0 °C e 100 °C) respectivamente. Pode-se também calibrar um termômetro
determinando-se os pontos de fusão de várias substâncias puras utilizadas como padrões, com o
termômetro que se deseja calibrar.
Em qualquer um dos casos mencionados acima é necessária a confecção de um gráfico da
temperatura observada versus o valor da temperatura publicada para cada substância padrão.
Desenha-se uma curva suave através dos pontos para completar o gráfico. Este gráfico pode
então ser utilizado para corrigir qualquer temperatura medida com este termômetro.

III. Materiais e Reagentes

Becker de 250 ml
Erlenmeyer de 250 ml
Termômetro
Bico de bunsen

IV. Procedimento Experimental

1- Montar a aparelhagem de acordo com a figura descrita no quadro.


2- Colocar o termômetro imerso no gelo picado. O termômetro deve ficar imerso numa
profundidade suficiente para cobrir um pouco mais que o bulbo.

3- Colocar o termômetro imerso no gelo por um período inicial de 3 minutos. Após este período
fazer uma leitura a cada minuto até que duas leituras consecutivas sejam iguais.

4- Desmontar a aparelhagem e deixar o termômetro atingir a temperatura ambiente.


5- Montar outra aparelhagem de acordo com a figura descrita no quadro.
6- Deixar a água entrar em ebulição e então, introduzir o termômetro , de forma que o bulbo do
mesmo fique sobre a superfície do líquido sem que o toque.
7- Quando a temperatura estiver constante anotar o valor.
8- Desmontar a aparelhagem.

V. Questionário

1. Construir um gráfico, lançando na abscissa os valores observados para os pontos de fusão e


ebulição da água e na ordenada, os valores reais dos pontos de fusão e ebulição da água.

2. Calcular a equação da reta que corresponde ao gráfico.

3. Qual o número ideal de padrões para traçar uma curva de calibração? Explique.

EXPERIMENTO NO 03 – Destilação simples


I. Objetivos

Separação de um líquido de uma substância na volátil ou de outro líquido que possuem uma
diferença no ponto de ebulição maior do que 80°C.

II. Fundamentos Teóricos

É usada na purificação de líquidos através de vaporização de um líquido por aquecimento seguido


da condensação do vapor formado. É um método rápido de destilação, e deve ser usado sempre
que possível - é uma técnica rápida, fácil e, se respeitado seus limites, eficaz.
Quando uma substância pura é destilada à pressão constante, a temperatura do vapor permanece
constante durante toda a destilação. O mesmo é observado com as misturas contendo um líquido
e uma impureza não volátil, uma vez que o material condensado não está contaminado pela
impureza.
No caso de misturas líquidas homogêneas (soluções ideais), a pressão total do vapor, a uma
determinada temperatura, é igual à soma das pressões parciais de todos os componentes. A
pressão parcial de cada componente é dada pela lei de Raoult:
PA  PA0 X A
onde P0A é a pressão de vapor do componente A puro e X A é a fração molar de A na mistura. A
composição de vapor da mistura em relação a cada componente depende também das pressões
parciais, segundo a lei de Dalton:
PA
X A' 
PA  PB
onde XA é a fração molar do componente A na fase vapor. A combinação das leis de Dalton e
Raoult revela que, para uma mistura ideal, o componente mais volátil tem maior fração molar na
fase vapor do que na fase líquida em qualquer temperatura.
Um salto brusco na temperatura indicada no termômetro marca o fim da destilação daquele líquido
e o início da do seguinte. É possível, desta maneira, recolher separadamente os constituintes da
mistura original, substituindo os balões de recolhimento, conforme as indicações do termômetro.

III. Materiais e Reagentes

Condensador
Termômetro
Unha
Cabeça de destilação
Balão de destilação
Suporte universal
Garras e mufas
Pérolas de vidro
Manta aquecedora
Proveta
Mangueira de látex
Funil de vidro
Proveta

IV. Procedimento Experimental

Transferir, para um balão de destilação de 100 mL, 50ml da amostra fornecida pelo professor.
Adicionar pérolas de vidro e proceder com a montagem da aparelhagem, de acordo com a figura
anterior.
Aquecer a mistura de forma que a destilação ocorra lentamente. Recolher o destilado em proveta
graduada .
Anotar a temperatura inicial da destilação, rejeitar cera de 1 ml do destilado (cabeça de
destilação). Continuar a destilação anotando a temperatura em intervalo de 5 ml de destilado, até
completar cerca de 35ml e, depois, desligue a manta.

Guarde em recipientes adequados as alíquotas 3, 5 e 7


Desmontar e lavar todo o material utilizado.

V. Questionário

1. Por que a destilação simples não é usada na separação de líquidos de ponto de ebulição
relativamente próximos?
2. Por que no início da destilação, o balão deve estar cheio a dois terços de sua capacidade ?
3. Por que é perigoso aquecer um composto orgânico em um aparelhagem totalmente fechada?
4. Qual a função da pedra de porcelana porosa, pedra pomes ou bolinhas de vidro em uma
destilação?
5. Por que a água do condensador deve fluir em sentido contrário à corrente dos vapores?
6. Em que casos se utiliza condensador refregerado a ar. Justifique.
7. Por que misturas azeotrópicas não podem ser separadas por destilação?
8. Diferenciar destilação simples de destilação fracionada.
9. Construa um gráfico lançando na abcissa os volumes em intervalos de 5 ml e na ordenada a
temperatura do vapor na cabeça de destilação, observada em cada ponto.
10. Compare esses resultados com os obtidos na destilação simples.

EXPERIÊNCIA NO 04 – Destilação fracionada

I. Objetivos

Separação de dois líquidos onde a diferença


entre os pontos de ebulição é menor do que
80°C.

II. Fundamentos Teóricos


É usada para purificar misturas em que a composição do vapor é cada vez mais rica no
componente mais volátil. Um aparelho mais sofisticado e um pouco mais de tempo são
necessários. A principal diferença no aparelho de destilação fracionada é a presença de uma
coluna de fracionamento.
Seu princípio básico é fazer com que os vapores percorram o trajeto mais difícil e longo possível.
Dessa maneira, o vapor do líquido menos volátil condensa-se com maior facilidade em contato
com as paredes frias da coluna, retornando ao balão. Enquanto isso, o líquido mais volátil é
completamente destilado.
Na realidade, a função da coluna é possibilitar uma série de evaporações e condensações
sucessivas, em operações que são favorecidas pela troca de calor entre o vapor quente que sobe
e o líquido mais frio que desce. Uma coluna será tanto mais eficiente quanto maior a superfície
interna de contato que oferecer entre líquido e vapor. Quanto menor a diferença entre os pontos
de ebulição dos líquidos, maior deverá ser a altura coluna ou a área de contato. Com esta
finalidade existe a coluna de Vigreux, constituído por um tubo de vidro com reentrâncias. Existem
também vários tipos de coluna de fracionamento, as mais comuns são as do tipo Vigreux e
Hempel.

III. Materiais e Reagentes

Condensador
Coluna de fracionamento de Vigreux
Termômetro
Unha
Cabeça de destilação
Balão de destilação
Suporte universal
Garras e mufas
Pérolas de vidro
Manta aquecedora
Proveta
Mangueira de látex
Funil de vidro
Proveta

IV. Procedimento Experimental


Transferir para um balão destilação de 100 mL, 50 ml de amostra fornecida pelo professor.
Adicionar pérolas de vidro e proceder com a montagem da aparelhagem, de acordo com figura
anterior.
Aquecer a mistura de forma que a destilação ocorra lentamente. Recolha o destilado em proveta
graduada.
Anotar a temperatura inicial da destilação, rejeitar cerca de 1 ml do destilado (cabeça de
destilação). Continuar a destilação anotando a temperatura em intervalo de 5ml de destilado, até
completar cerca de 35ml e desligue a manta.
Guarde em recipientes adequados as alíquotas 3, 5 e 7.
Desmontar e lavar todo o material utilizado.

V. Questionário

1. Quais os principais tipos de coluna de fracionamento em escala de bancada e qual é a mais


eficiente?
2. De que forma pode ser mensurada a eficiência relativa entre estas colunas?
3. Por que a aparelhagem de destilação deve estar totalmente fechada?
4. Que cuidados devem ser tomados com relação ao aquecimento durante a destilação
fracionada?
5. O que pode ocorrer se estes cuidados não forem tomados?
6. Construa um gráfico lançando na abcissa os volumes em intervalos de 5 ml e na ordenada a
temperatura do vapor na cabeça de destilação, observada em cada ponto.
7. Compare esses resultados com os obtidos na destilação simples.

EXPERIMENTO NO 05 – Destilação por arraste a vapor

I. Objetivos

Extrair o eugenol (óleo de cravo) do cravo através da destilação por arraste a vapor.

II. Fundamentos Teóricos

Os princípios teóricos da destilação a vapor podem ser compreendidos se considerarmos a


conseqüência do aumento do desvio positivo da lei de Raoult. Grandes desvios positivos, como
ocorrem no sistema etanol/água, conduzem a um máximo na curva de pressão de vapor total da
mistura, dando origem a um azeótropo de mínimo.
Quando o desvio é maior ainda, os dois componentes podem se separar em duas fases
imiscíveis. A mistura 1 butanol água apresenta esta característica. No limite do desvio positivo da
lei de Raoult, os dois componentes são completamente imiscíveis e cada componente entra em
ebulição independente do outro, a uma pressão total de vapor igual à soma das pressões de
vapor de cada componente puro. Assim,
PT  PA0  PB0
a pressão de vapor total da mistura, a qualquer temperatura, é sempre maior do que a pressão de
vapor de qualquer componente. Posto de outra forma: o ponto de ebulição de uma mistura de
compostos imiscíveis é menor do que o ponto de ebulição do componente mais volátil.

III. Materiais e Reagentes

Cravo
110ml de H2O
CHCl3
Regente de Bayer (KmnO4 0,1 M)
NaSO4 anidro
Condensador
Termômetro
Unha
Cabeça de destilação
Balão de destilação
Suporte universal
Garras e mufas
Pérolas de vidro
Manta aquecedora
Proveta
Mangueira de látex
Funil de vidro
Proveta

IV. Procedimento Experimental


Montar uma aparelhagem de destilação simples contendo 5g de cravo previamente triturado e
110ml de água.
Começar o aquecimento de forma gradual até começar a destilação e verifique a temperatura no
decorrer do processo.
Recolher o destilado até restar cerca de 10% do volume inicial permaneça no balão.
Medir o volume destilado e seu aspecto.
Montar a aparelhagem de extração por solvente.
Adicionar todo o destilado obtido no funil de separação juntamente com o clorofórmio cujo volume
deve corresponder a 1/3 do volume da fase aquosa.
Separar a fase orgânica .
Repetir a extração mais duas vezes e juntar as fases orgânicas subsequentes à obtida na primeira
extração .
Adicionar às fases orgânicas Na2SO4 anidro, agitar e aguardar cerca de 5 minutos.
Observar o aspecto ao final deste tempo e filtrar a mistura.
Em um tubo de ensaio adicionar algumas gotas da fase orgânica e algumas gotas do reagente de
Bayer. Agitar e observar.
Fazer um paralelo, teste em branco com água destilada.

V. Questionário

1. Descreva e discuta o que foi observado durante o arraste.


2. Faça uma tabela com os resultados das análises funcionais e observe se estão de acordo com os
princípios ativos da respectiva amostra .
3. Dê exemplos da utilidade desta técnica como método de separação.

EXPERIMENTO NO 06 – Recristalização e Sublimação

I. Objetivos

Purificar substâncias sólidas à partir das diferenças de solubilidade entre elas e as impurezas num
dado solvente ou mistura de solventes.

Purificar substâncias sólidas que tiverem maior pressão de vapor do que as impurezas.
III. Fundamentos Teóricos

Em geral, sólidos são mais solúveis em solventes à quente que em solventes a frio. A quantidade
máxima de sólido que se dissolverá por unidade de volume de solvente (solubilidade) depende da
temperatura. Quanto mais alta a temperatura maior a quantidade de sólido que se dissolverá por
volume de solvente. Diminuindo-se a temperatura diminui a solubilidade do sólido no solvente.
Assim, se uma solução saturada quente é esfriada, o soluto em excesso é forçado a precipitar
(cristalizar) da solução.
No processo da recristalização, dissolve-se um sólido impuro na quantidade apropriada de
solvente quente (o mínimo possível). Filtra-se por gravidade a solução quente resultante,
removendo-se o material insolúvel e esfriando-se lentamente para forçar o sólido desejado a
cristalizar. Algumas cristalizações não ocorrem espontaneamente, devido à tendência de certos
compostos a formarem soluções supersaturadas. Neste caso é necessário adicionar à solução
alguns cristais do composto ou atritar as paredes do frasco provocando ranhuras no vidro, para
que se desprendam minúsculos fragmentos deste, que servirão de ponto de apoio para a
formação dos cristais do soluto. Os cristais então são separados do líquido por filtração a vácuo.
As impurezas solúveis e uma pequena quantidade do sólido desejado permanecem em solução
na "água mãe".
Se o processo for conduzido com os devidos cuidados, o sólido recristalizado é mais puro do que
era antes de recristalização. Isto é verdadeiro mesmo que uma impureza tenha a mesma
solubilidade no solvente que o sólido desejado, contanto que a impureza esteja presente numa
concentração menor que o sólido desejado. Quando a solução esfria, é provável que o sólido
desejado comece a cristalizar antes que a impureza. A partir do momento em que os cristais
começam a se formar, os cristais que crescem excluem moléculas estranhas (impurezas). Os
cristais puros resultam de um crescimento relativamente lento.
Não é possível recuperar 100% da substância que se quer purificar, pois sempre há perdas
durante os processos envolvidos na purificação. O rendimento na obtenção da substância pura
depende dos coeficientes de solubilidade dos componentes da mistura, da quantidade de cada um
e da habilidade do operador.
Um bom solvente para recristalização deve:
1) Não reagir com o sólido desejado;
2) Ser facilmente removido do sólido desejado;
3) Dissolver uma quantidade relativamente grande de sólido desejado a temperaturas altas
(normalmente o ponto de ebulição) ou não dissolver nada;
4) Dissolver impurezas em todas as temperaturas ou não dissolver nada.

Do mesmo modo que para um líquido, a pressão de vapor em um sólido pode variar com a
temperatura. Devido a este comportamento, alguns sólidos podem passar diretamente da fase
vapor sem passar através de uma fase líquida. Este processo é chamado de sublimação. Como o
vapor pode ser ressolidificado, o ciclo total da vaporização-solidificação pode ser usado como um
método de purificação. Entretanto, esta purificação só pode ser feita com sucesso se as
impurezas no sólido tiverem menor pressão de vapor que o material a ser sublimado.
A sublimação é geralmente uma propriedade de substâncias não muito polares que têm estruturas
altamente simétricas. Os compostos simétricos têm altos pontos de fusão e altas pressões de
vapor. A facilidade com a qual uma substância pode escapar do estado sólido é determinada pela
forças intermoleculares. Estruturas moleculares simétricas têm uma distribuição uniforme de
densidade eletrônica e um pequeno momento dipolar. O resultado é uma alta pressão de vapor
devido às pequenas forças atrativas eletrostáticas no cristal.
O fato de não ser necessário o uso de solvente é uma vantagem da sublimação frente à
recristalização. A sublimação também remove o material incluído no cristal, como moléculas de
solvente por exemplo. Embora a sublimação seja uma técnica mais rápida, ela não é seletiva. Em
misturas de sólidos que possuem pressões de vapor semelhantes, o resultado é que haverá
pouca separação.

III. Materiais e Reagentes

Bico de bunsen
Erlenmeyer
Becker
Placa de petri
Vidro de relógio
Tripé
Tela de amianto
Funil de haste curta
Funil de buchner
Kitassato
Tubo de ensaio
Naftaleno
Ácido benzóico
Água
Hexano
Etanol
Clorofórmio

IV. Procedimento Experimental


Recristalização

Pesquisar em tubo de ensaio, o solvente adequado para cada amostra.


Pesar 1g de amostra e transferir para um erlenmeyer.
Adicionar cerca de 5ml do solvente e aquecer até estar próximo de seu ponto de ebulição.
Adicionar mais solvente em pequenas, quantidades, até que a amostra se dissolva
completamente.
A seguir adicione uma pequena quantidade de carvão ativo .
Filtrar em funil pré- aquecido, e deixar em repouso até a formação do sólido.
Filtrar os cristais em funil de büchner, pesar e guardar em um frasco identificado.

Sublimação

Adicionar 1g da amostra em um béquer de 100ml.


Tampar com placa de petri contendo gelo, e aquecer .
Terminada a sublimação, raspar o material retido no fundo da placa de petri, pesar e guardar em
frasco identificado.

V. Questionário

1. Descreva as características que um solvente deve possuir para ser usado em Recristalização.
2. Qual a função do carvão ativo ?
3. O que poderia acontecer se a filtração de uma solução saturada e quente fosse filtrada a vácuo
em funil de büchner?
4. Que características uma substância deve possuir para ser sublimável?
5. Calcule o rendimento obtido em cada procedimento de separação.

EXPERIMENTO NO 07 – Ponto de ebulição


I. Objetivos

Determinar o ponto de ebulição de uma substância pura e, depois, identificá-la a partir da lista
fornecida pelo professor.

II. Fundamentos Teóricos

As maiores parte dos métodos automáticos ou visuais para determinação do ponto de fusão
determinam as avaliações das mudanças que se tornam visíveis nas mudanças do estado de
agregação. Se um líquido for aquecido a uma temperatura suficientemente elevada, a tendência
ao escape de suas moléculas torna-se tão grande que ocorre a ebulição. A ebulição consiste na
formação de bolhas de vapor (gás) no corpo do líquido (as pequenas bolhas de gás que
geralmente se formam quando um líquido é aquecido são meras bolhas de ar provenientes da
solução, as bolhas de gás formadas durante a ebulição crescem muito mais rapidamente à
medida que as bolhas sobem para a superfície). Estas bolhas são formadas quando a pressão de
vapor do líquido torna-se igual à pressão externa exercida sobre o líquido pela atmosfera.
O ponto de ebulição de um líquido é a temperatura na qual a pressão de vapor do líquido é igual á
pressão externa ou pressão atmosférica. Devido aos pontos de ebulição dependerem da pressão
externa, aquele geralmente especificado para uma substância é o ponto de ebulição normal,
definido como a temperatura na qual a pressão de vapor do líquido é igual à pressão atmosférica
(pressão padrão).

III. Materiais e Reagentes


Termômetro
Tubos capilares
Suporte universal
Garras e mufas
Bico de bunsen
Microtubos
Tubo de Thiele
Óleo nujol ou glicerina
Amostras fornecidas pelo professor

IV. Procedimento Experimental

Colocar em um microtubo de ensaio 0,5 mL da substância líquida cedida pelo professor.


Colocar em um tubo capilar, selado em uma das extremidades, dentro do microtubo, de modo que
modo que a extremidade aberta fique dentro do líquido.
Prender o microtubo no termômetro com um pequeno elástico ou fita teflon.
Prender o termômetro no tubo de Thiele, que já deve conter o óleo. Observe na figura, as alturas
de colocação do microtubo, termômetro e do óleo.
Aquecer com chama amarela (chama redutora) o tubo de Thiele. O aparecimento de um fluxo de
bolhas contínuas, proveniente do tubo capilar, indica que a temperatura (T1) está igual ou superior
ao ponto de ebulição da amostra.
Remover a chama e anotar a temperatura (T2) em que as bolhas pararem de se formar e ocorrer
um fluxo de líquido para dentro do tubo capilar.
Se T1 for igual a T2. Tomar como ponto de ebulição qualquer uma das duas. Caso T1 seja
diferente, mas não muito, de T2. Tomar como ponto de ebulição T2.

V. Questionário

1. O que é ponto de ebulição?


2. O que é pressão de vapor de um líquido?
3. Explique o aumento da velocidade de borbulhamento na extremidade aberta do tubo capilar
quando atinge o ponto de ebulição do líquido?
4. Por que se determina o ponto de ebulição no momento que o líquido entra no tubo capilar?
5. O ponto de ebulição normal de um composto é 200 º C. Qual o ponto de ebulição desta
substância a 10 mmHg?
EXPERIMENTO NO 08 – Ponto de fusão

I. Objetivos
Determinar o ponto de fusão de uma substância pura e, depois, identificá-la a partir da lista
fornecida pelo professor.

II. Fundamentos Teóricos

É a temperatura na qual uma substância passa do estado sólido para o estado líquido. Se a
substância é pura, a temperatura permanece constante durante a fusão. Apenas quando todo 0
sólido estiver fundido é que o aquecimento produz um aumento de temperatura. O comportamento
de um sólido impuro em termos de fusão é bem diferente. O sólido geralmente inicia sua fusão a
uma temperatura abaixo do seu ponto de fusão da substância pura. Além disso, temperatura
cresce continuamente durante o processo de fusão da substância pura. Portanto, qualquer
evidência de aumento na temperatura durante a fusão sugere a presença de impurezas.
De máxima importância nesse gráfico é o trecho central e horizontal da curva. Para melhor
entendimento, usaremos o exemplo do gelo; esse trecho indica que, enquanto o gelo está
derretendo, o tempo vai passando, mas a temperatura permanece constante, esta é a chamada
temperatura de fusão ou ponto de fusão do gelo.
Generalizando, devemos dizer que sempre que uma substância pura muda de estado físico ou
estado de agregação a temperatura permanece constante enquanto a mudança estiver se
processando. Isto equivale a dizer que o gráfico, da variação da temperatura em função do tempo,
correspondente a uma substância pura, sempre apresentará um trecho horizontal, nos instantes
em que a substância estiver mudando de estado; se, pelo contrário, a substância não for pura, o
trecho citado deixará de ser horizontal.
Há vários métodos de determinar o ponto de fusão, entre eles alguns são via experimentos de
aquecimentos da solução em banho de aquecimento com substância de ponto de ebulição maior,
ou aparelhos de resistência elétrica equipados com termômetros. Um método comum é o de
aquecer uma pequena quantidade de substância que está num tubo capilar, próximo a um
termômetro dentro de um banho num líquido que tenha um ponto de ebulição maior que o ponto
de fusão da substância.

III. Materiais e Reagentes

Termômetro
Tubos capilares
Suporte universal
Garras e mufas
Bico de bunsen
Microtubos
Tubo de Thiele
Óleo nujol ou glicerina
Amostras fornecidas pelo professor

IV. Procedimento Experimental

1. Preparar 2 capilares para cada amostra a ser analisada , fechando-os numa das extremidades .
2. Pulverizar cerca de 0,1 g d e amostra e transferi-la para o tubo capilar.
3. Pender o capilar junto ao termômetro, usando um anel de borracha ou fita Teflon.
4. Colocar no tubo de Thiele, glicerina ou nujol, até que o volume atinja 1,5 cm acima da alça
lateral.
5. O sistema termômetro- capilar deve ser colocada no Thiele, de forma que o bulbo do
termômetro fique na altura média da alça lateral.
6. Iniciar o aquecimento de maneira branda. O aquecimento deve ser lento (cerca de 2º /min),
sempre observando o aspecto da amostra no capilar.
7. Considerar a temperatura de fusão, a temperatura verificada quando a amostra estiver
totalmente fundida.
8. Repetir o procedimento mais uma vez.
V. Questionário

1. Quais os valores de ponto de fusão encontrados para a amostra analisada ?


2. Defina ponto de fusão?
3. Pode se utilizar ponto de fusão como critério de pureza? Explique.

EXPERIMENTO NO 09 – Extração ácido-base

I. Objetivos

Separar e isolar determinadas substâncias de uma mistura ou remover impurezas de um


composto orgânico.
II. Fundamentos Teóricos

A extração por solventes quimicamente ativos ou extração reativa baseia-se na utilização de uma
substância que reage quimicamente com a substância a ser extraída e é usada basicamente em
separação de misturas e na remoção de impurezas. Esse processo é bastante executado com
substâncias ácidas ou básicas, por conversão em sal, geralmente solúvel na fase aquosa, por isso
chamada de extração ácido-base. A substância ácida ou básica é recuperada por deslocamento,
reagindo-se a solução aquosa do sal obtida com um ácido (se a substância for ácida) ou uma
base (se for básica) e extração em solvente orgânico adequado.

III. Materiais e Reagentes

Placa de petri
Vidro de vidro
Papel de filtro
Kitassato
Tubo de ensaio de 10 ml
Funil de separação de 250 ml
Bastão de vidro
Papel indicador universal
Argola e mufa
Bicarbonato de sódio 5 e 20 %
Ácido clorídrico 20%
Ácido sulfúrico (conc.)
Clorofórmio
Metanol

IV. Procedimento Experimental

1. Triturar 2 g de AAS.
2. Separar uma pequena quantidade, adicionar água e observar o pH com papel universal.
3. Dissolver o pulverizado em 20 ml de clorofórmio e transferir para um funil de separação.
4. Adicionar bicarbonato de sódio até atingir o pH neutro ou levemente ácido e separar as fases
resultantes.
5. Transferir a fase aquosa para um Becker de 50 ml e adicionar ácido clorídrico até atingir o pH
original (item 2)
6. Filtrar o produto obtido a vácuo e guardá-lo devidamente identificado para posterior pesagem.
Confirmação

Diluir em tubo de ensaio uma pequena quantidade do produto obtido, em cerca de 1ml de
metanol.
Adicionar uma gota de ácido sulfúrico (conc.) e aquecer em banho-maria durante 3 minutos e
cuidadosamente verificar o odor característico.

V. Questionário

1. Por quê na preparação do biodiesel é adicionado uma quantidade mínima de hidróxido de


sódio?

2. Qual seria o produto da reação se utilizasse o etanol no lugar álcool metílico?

3. Por quê o NaOH deve ser solubilizado primeiro na água e, depois, adicionar álcool metílico.

EXPERIMENTO NO 10 – Extração por solvente


I. Objetivos

Extrair substâncias tomando por base seus diferentes coeficientes de partição em determinados
solventes.

II. Fundamentos Teóricos

Esse tipo de extração é utilizado na química orgânica, para separação, purificação e concentração
de certas substâncias de misturas que ocorrem na natureza. Esse método está baseado na
propriedade física da substância: a solubilidade.
O princípio da extração é a distribuição de um soluto, por exemplo: Z entre dois solventes
imiscíveis (X e Y) tal que:
O grau de solubilidade de uma substância em outra está relacionada com o grau de semelhança
entre suas estruturas. E estas semelhanças, ou diferenças, entre as moléculas das substâncias
originam os diferentes tipos de forças intermoleculares.

III. Materiais e Reagentes

Béquer de 50ml
Erlenmeyer de 125ml
Bureta de 50ml
Garra para bureta
Funil de separação 250ml
Bastão de vidro
Argola e mufa
Ácido acético
Sol. de hidróxido de sódio 0,3 M
Sol. indicadora de fenolftaleína
Éter etílico

IV. Procedimento Experimental

Diluir em erlenmeyer de 125mL, 5ml de ácido acético em 110ml de água destilada.


Transferir uma alíquota de 12mL desta solução para outro erlenmeyer e titular com hidróxido de
sódio 0,3 M e fenolftaleína como indicador.
Transferir 12 mL da solução ácida original para um funil de separação e extrair com 36mL éter
etílico.
Titular a fase aquosa com uma solução padrão de hidróxido de sódio 0,3 M e fenolftaleína .
Calcular a percentagem de ácido nas duas fases.
Transferir 12 mL de solução ácida original para um funil de separação e extrair com três porções
de 12 mL de éter etílico e repetir o item 4.

V. Questionário
1- Que outro solvente você poderia utilizar para extrair o ácido acético da água?
1. O que poderia ser feito para melhorar a eficiência da extração?
2. Que cuidados foram tomados durante a utilização de funil de separação?
3. Que reações ocorreram no procedimento acima?

4.FONTES BIBLIOGRÁFICAS

BECKER, H. G. O. et. al. Organikum - química orgânica experimental. 2ª Edição. Lisboa:


Fundação Calouste Gulbenkian, 1997.

VOGEL, A. Química orgânica – análise orgânica qualitativa. 3 a Edição. Rio de Janeiro: Ao Livro
Técnico S.A., 1981.

GONÇALVES, D.; WAL, E.; ALMEIDA.R.R. Química orgânica experimental. São Paulo: McGraw-
Hill, 1988.

MANO, E.B.; SEABRA, A. P.. Práticas de química orgânica. 3 a Edição. São Paulo: Edgard Blücher
Ltda, 1987.

SOARES, B. G.; SOUZA, N. A.; PIRES, D. X. Química orgânica, teorias e técnicas de preparação,
purificação e identificação de compostos orgânicos. Rio de Janeiro: Guanabara S.A., 1988.

BRUICE, P.Y. Química orgânica. 4ª Edição. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2006. Vol. 1 e 2.
SOLOMONS, G. Química orgânica. 9ª Edição. Rio de Janeiro: LTC, 2009. vol. 1 e 2.

McMURRY, J. Química orgânica. 6ª Edição. Rio de Janeiro: Cengage Learning, 2010. Combo.

ALLINGER, N. L.; CAVA, M. P.; JONGH, Don C. et al. Química orgânica. 2ª Edição. Rio de
Janeiro: LTC, 1976.

RADLER, F.; NUNES, D. Cromatografia – princípios básicos e técnicas afins. 1 a Edição. Rio de
Janeiro: Interciência, 2003.
COLLINS, C. H; BRAGA, G. L; BONATO, P.S. Fundamentos de mcromatografia. 1ª Edição.
Campinas: Unicamp, 2006. 456p.

SKOOG, A.D.; HOLLER, F.J.; NIEMAN, T.A.; Princípios de análise instrumental. 5ª edição. Porto
Alegre: Editora Bookman, 2002.

BREVIGLIERO, E.; POSSEBON, J.; SPINELLI, R. Higiene ocupacional: agentes biológicos,


químicos e físicos. São Paulo: SENAC, 2006.

MARQUES, J. A.; BORGES, C. P. F. Práticas de química orgânica. 1ª Edição. Campinas: Átomo,


2007.

BUDAVARI, S. The Merck índex - an encyclopedia of chemicals, drugs, and biologicals. 12ª
Edição. New Jersey: Merck & Co., Inc., 1996.

LIDE, D.R. CRC handbbook of chemistry and physics. 77a Edição. Boston: CRC press, 2000.
GONÇALVES, D.; WAL, E.; ALMEIDA.R.R. Química orgânica experimental. São Paulo: McGraw-
Hill, 1988.

VOGEL, A. Química orgânica – análise orgânica qualitativa. 3 a Edição. Rio de Janeiro: Ao Livro
Técnico S.A., 1981.

SILVERSTEIN, R. M.; WEBSTER, F. X,; KIEMLE, D. J. Identificação espectrométrica de


compostos orgânicos. 7ª Edição. LTC, 2006.

DYER, J. R. Aplicações da espectroscopia de absorção aos compostos orgânicos. São Paulo:


Edgard Blucher, 1977.

PAVIA, D.L.; LAMPMAN, G.M.; KRIZ, G.S.; VYVYAN, J.R. Introdução á espectrometria. 4ª Edição.
São Paulo: Cengage learning, 2010.

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