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Florianópolis, 2015
Vanessa Levati Biff
Florianópolis, 2015
B591o Biff, Vanessa Levati.
Organização do acervo fotográfico da biblioteca escolar
Sebastião Neto Campos / Vanessa Levati Biff. –
Florianópolis: 2015.
59 f. : il. ; 30 cm
CDD 025.3
Ficha catalográfica elaborada pela autora.
Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons de Atribuição, uso não comercial
4.0 Internacional.
Ao meus pais, razão e estímulo de
crescimento, com amor e gratidão pelo
esforço dispensado durante toda minha
formação.
AGRADECIMENTOS
Johnson (s.d)
BIFF, Vanessa Levati. Organização do acervo fotográfico da biblioteca escolar
Sebastião Neto Campos. 2015. 60 f. Monografia (Especialização) - Curso de
Gestão de Bibliotecas Escolares, Centro de Ciências da Educação, Universidade
Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2015.
RESUMO
ABSTRACT
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................. 11
1.1 Objetivo Geral ................................................................................................. 12
1.2 Objetivos Específicos .................................................................................... 12
2 REFERENCIAL TEÓRICO ............................................................................... 13
2.1 Fotografia como fonte de informação .......................................................... 13
2.2 Organização da informação de acervo fotográfico ..................................... 15
2.2.1 Representação descritiva ................................................................................. 16
2.2.2 Representação temática................................................................................... 26
2.2.3 Análise documental de fotografias ................................................................... 29
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS......................................................... 36
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ....................................................................... 39
4.1 Identificação do campo de pesquisa ............................................................ 39
4.2 Proposta para organização do acervo fotográfico da Biblioteca Sebastião
Neto Campos ................................................................................................... 43
4.2.1 Planilha de identificação ................................................................................... 43
4.2.2 Catalogação ..................................................................................................... 46
4.2.3 Indexação ......................................................................................................... 48
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................. 51
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................ 53
APÊNDICE A – FICHA DE ESTUDO DE CAMPO ........................................... 56
ANEXO A – ROTEIRO DE DESCRIÇÃO FOTOGRÁFICA ELABORADO POR
KOSSOY (2001) ............................................................................................... 59
ANEXO B – RECURSOS TÉCNICOS E VARIÁVEIS PARA ANÁLISE DE
IMAGEM ........................................................................................................... 60
11
1 INTRODUÇÃO
2 REFERENCIAL TEÓRICO
1 De acordo com Cunha e Cavalcanti (2008, p. 172) são fontes primárias “documento primário que
contém principalmente novas informações ou interpretações de ideias ou fatos acontecidos. [...]
documentos e textos originais, manuscritos ou impressos, que servem à elaboração de um trabalho
intelectual.
15
2
Termo defendido por Bracher e Café (2008) compreende processos que se aplicam a objetivos
físicos, aos objetos informacionais tais como a catalogação, a classificação, a indexação, a
elaboração de resumos, entre outros.
16
em sua fonte para descrição, o que exigirá do catalogador uma análise detalhada do
documento a ser catalogado.
No âmbito da biblioteconomia, os principais instrumentos necessários a
organização da informação, no que se refere a representação descritiva são os
códigos de catalogação e os formatos de metadados. (DIAS; NAVES, 2013).
Como expõe Hillesheim (2010, p.15):
3
Anteriormente, denominada Princípios de Paris, aprovados pela IFLA em 1961, e atualizada em
2009, a Declaração dos Princípios Internacionais de Catalogação tem como propósito apresentar
regras que sirvam como base a normalização internacional na catalogação.
19
4
A primeira edição (AACR) foi preparado, em conjunto, pela American Library Association, Library of
Congress, Britanic Library Associatione Canadian Library Association e fundamentado no código de
Lubetzky e nos Princípios de Paris. (HILLESHEIM, 2010)
5
A segunda edição (AACR2R), reflete uma política de maior conformidade com os Princípios de
Paris, e encontra-se ajustada aos princípios da ISBN. (HILLESHEIM, 2010)
6
Anterior a revisão de 2002, o código teve as seguintes edições: AACR2R, 1988; AACR2R, 1993;
AACR2R, 1999 (emendas); AACR2R, 2001 (emendas); e por fim AACR2 revisão 2002, que
encontra-se em uso.
20
7
Requisitos Funcionais para Registros Bibliográficos (FRBR) é um modelo conceitual e um
documento publicado em 1998 que fornece um quadro estruturado, claramente definido, para
relacionar dados registrados em registros bibliográficos às necessidades dos usuários destes
registros. O documento pode ser acessado no link:
http://www.ifla.org/files/assets/cataloguing/frbr/frbr-es.pdf (versão espanhol)
8
Requisitos Funcionais para Dados Autoridade (FRAD) é um modelo conceitual e um documento que
inclui atributos destinados a apoiar o processo de controle de autoridade. O documento pode ser
acessado no link: http://www.ifla.org/files/assets/cataloguing/frad/frad_2009-es.pdf (versão
espanhol)
21
Grácio (2002, apud ALVES, 2005, p.114) aponta os metadados como sendo,
comumente chamados de dados sobre dados. Para ele:
9
Ao longo dos anos, o padrão MARC acabou ganhando várias variações, tais como: USMARC
(Estados Unidos); UKMARC (Reino Unido); CAN/MARC (Canadá); entre outros. O MARC 21 é
resultado da harmonização entre USMARC (americano) e o CAN/MARC (canadense) ocorrida no
início de 1999. A Library ofCongress e a National Library of Canada resolveram eliminar as
diferenças existentes entre seus dois formatos, publicando a edição única sob nome MARC 21.
22
manuscritos, arquivos de computador e materiais visuais; por isto, pode ser usado
por qualquer organização que necessite representar recursos informacionais.
No Quadro 1 estão descritos os campos básicos do formato MARC 21.
Campos Descrição
4xx Série
5xx Notas
[...] o Dublin Core, pode ser definido como sendo o conjunto de elementos
de metadados planejado para facilitar a descrição de recursos eletrônicos. A
expectativa é de que os autores e Websites, que não possuam
conhecimentos em catalogação, possuam capacidade de usar o Dublin
Core para descrição de recursos eletrônicos, tornando suas produções mais
visíveis aos mecanismos de busca e sistemas de recuperação.
Elementos Descrição
Formato Manifestação física ou digital do recurso. Exemplos: html, pdf, ppt, gif, xls
projeto financiado pela União Europeia entre 1999 até 2003 que visava a
normalização de um modelo de descrição para as coleções fotográficas europeias.
A estrutura do SEPIADES compreende 21 elementos, e quatro níveis
podendo ser Instituto, Coleções, Grupos ou Item único. O nível mais alto é o
Instituto, que detém uma ou mais coleções. Cada Coleção é composta por um ou
mais Grupos. Um Grupo é um agregado de imagens. Cada Grupo é constituído por
um ou mais Itens individuais.
No entanto, o SEPIADES possui descrição multinível, ou seja, os
catalogadores determinam a estrutura da hierarquia e são livres para criar qualquer
número de níveis e subníveis que necessitam.
O modelo SEPIADES está preparado enquanto ferramenta independente no
âmbito da descrição documental fotográfica15, seu desenvolvimento propôs se
adaptar aos requisitos e necessidades de qualquer instituição depositária de acervos
fotográficos. No entanto, não pretende substituir modelos de descrição já existentes,
como é o caso do ISBD, AACR ou RDA vistos anteriormente.
15Mais informações sobre a ferramenta ver: CORDENONSI, Andre Zanki; FLORES, Daniel;
FERREIRA, Rogério Rocha Ferreira. Análise da aplicação do software SEPIADES para um acervo
fotográfico. Informação & Informação. v. 15, n. 1, 2010. Disponível em:
http://dx.doi.org/10.5433/1981-8920.2010v15n1p129. Acesso em: 27 mar. 2015
16A análise de assunto (DIAS; NAVES, 2013), como processo da representação temática recebe
várias denominações na literatura, tais como: Análise documentária (CUNHA, 1989), Análise
Temática (CAVALCANTI, 1978), Descrição de Conteúdo (GUINCHAT; MENOU, 1994) e Tratamento
Temático da Informação (FOSKETT, 1973).
27
17
Esta Norma fixa as condições exigíveis para a prática normalizada do exame de documentos, da
determinação de seus assuntos e da seleção de termos de indexação. Destina-se aos estágios
preliminares da indexação, não tratando das práticas de qualquer tipo de sistema de indexação, pré
ou pós-coordenado. É dirigida para sistemas de indexação nos quais os assuntos dos documentos
são expressos de forma resumida, e os conceitos são registrados através dos termos de uma
linguagem de indexação. Aplica-se especialmente a serviços de indexação independentes e a
serviços de indexação em rede. (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 1992)
28
Smit (1996) compreende, por sua vez, que a análise de imagem é composta
pela soma de seu conteúdo informacional e sua expressão fotográfica (Figura 4).
Entendendo como conteúdo informacional, o que esta mostra, e como expressão
fotográfica, “os dados oriundos da geração da imagem fotográfica, tais como,
angulação, enquadramento, tempo de exposição, presença/ausência de cor,
luminosidade, etc.” (SMIT, 1996, p.34)
18
Segundo Manini (2002, p. 107) o SOBRE de Shatford (1986) não é usado por Smit para cada
categoria de perguntas feitas à imagem (quem, o que, quando, onde, como). O SOBRE é uma
síntese, nomeada a partir de um ou vários conceitos abstratos e que pode ser deduzida a partir de
vários componentes da imagem, distribuídos por diferentes categorias informacionais.
33
Quadro 4 - Quadro elaborado por Manini (2002) com base na grade de Smit (1996).
19
Publicado pela Library of Congress. TGM foi originalmente publicado como duas obras separadas,
LC Thesaurus for Graphic Materials (LCTGM) e Descriptive Terms for Graphic Materials (GMGPC).
As obras foram combinadas em um único volume, em 1995, e são agora referidos, respectivamente,
como TGM I e TGM II. Disponível online em http://www.loc.gov/rr/print/tgm1/ e
http://www.loc.gov/rr/print/tgm2/ .
35
20
A ferramenta pode ser acessada pelo link: http://www.loc.gov/pictures/collection/tgm/
36
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
8.5D Dimensões
8.7B17 Resumo
Com exceção da área 8.3, específica do material ou tipo de recurso que não
é aplicada para materiais gráficos, as demais áreas não foram selecionadas pois o
documento fotográfico não se configura como item publicado, diferente de outros
materiais gráficos, e, desta maneira, não comportam informações de edição e série.
Posteriormente, os dados deste quadro foram comparados com os 21
elementos centrais SEPIADES, e com o roteiro de descrição proposto por Kossoy
(2001). (Anexo A).
Desse estudo, foram constatadas lacunas informacionais descritivas no que
se refere à conservação do documento, inseridas no contexto de Kossoy (2001).
Essa informação foi incluída na elaboração da planilha de identificação, na área
8.7B10 do AACR2.
Referente à representação temática, conforme já analisado anteriormente,
na realização do estudo de campo foi observado que a instituição já fez uso de uma
45
1. REPRESENTAÇÃO DESCRITIVA
1.1Título:
1.3 Fotógrafo:
1.7 Dimensões:
1.11 Observações:
2. REPRESENTAÇÃO TEMÁTICA
2.1 Quem:
2.2 Onde:
2.3 Quando:
2.4 Resumo:
4.2.2 Catalogação
21
Regra 8.0B1 que determina que a fonte principal de informação para materiais gráficos é o próprio
item, incluindo qualquer etiqueta que estejam permanentemente fixadas no item ou em um contêiner
que seja parte integrante do item.
47
$h [fotografia] : 8.1C
“De modo geral, o lote e os dossiês fotográficos designam conjuntos de documentos fotográficos
22
4.2.3 Indexação
$n Edição do evento
$d Ano do evento
Estes campos também são sugeridos por Alves e Valerio (1998) para
aplicação no sistema Micro CDS-Isis, que por sua vez, podem ser adaptados ao
sistema Pergamum.
50
Para os campos 600, 611, 610, 630, 651, a parte II do AACR2 determina o
estabelecimento de cabeçalhos (pontos de acesso) sob os quais a informação deve
ser apresentada ao usuário. Dessa maneira, é recomendado um estudo das regras
22, para definição de padrão a ser adotado no campo 600, regra 24 para campo 610
e 611, regra 25 para campo 630 e regra 23 para campo 651.
Em relação à área de assuntos tópicos (campo 650), se faz necessário a
atribuição de um cabeçalho de assunto, Alves e Valerio (1998) recomendam o uso
do Thesaurus for Graphic Materials– TGM I: subject terms (LCTGM), elaborado pela
Library of Congress para o tratamento específico de material iconográfico, e o caso o
assunto desejado não tenha um termo satisfatório no LCTGM, os autores
recomendam consultar o LC Subject Headings (LCSH). A partir disso, recomenda-se
que a biblioteca verifique se o uso proposto atende as necessidades de indexação
do acervo a ser indexado.
51
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Blery (1981) e Alves e Valerio (1998), e uso de linguagens de indexação, uma vez
que foi identificada no estudo de campo a adoção desta metodologia em algumas
fotografias.
Para o desenvolvimento de pesquisas futuras indica-se a área de
conservação e preservação de acervo fotográfico, tendo em vista que o estudo de
campo realizado evidenciou também a necessidade de acondicionamento dos
acervos fotográficos da instituição, no que tange a adoção de técnicas específicas
para higienização e o acondicionamento do acervo, com vistas a sua preservação.
Segue ainda como desdobramento, uma vez que não contemplado nesta
pesquisa, um estudo aprofundado sobre classificação de documentos fotográficos.
Por fim, considera-se que o presente trabalho será disponibilizado a
instituição, almejando desta forma colaborar efetivamente para a organização do
acervo estudado, uma vez que objetiva vir a ser aplicado pelos funcionários da
unidade.
53
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALVES, Maria das Dores Rosa; SOUZA, Marcia Izabel Fugisawa. ESTUDO DE
CORRESPONDÊNCIA DE ELEMENTOS METADADOS: DUBLIN CORE E MARC
21. Revista Digital de Biblioteconomia e Ciência da Informação, Campinas, v. 4,
n. 2, p. 20-38, jan./jun. 2007. Disponível em: <
http://www.sbu.unicamp.br/seer/ojs/index.php/rbci/article/view/358/237> Acesso em:
20 mai de 2015.
ALVES, Rachel Cristina Vesú. Web semântica: uma análise focada no uso de
metadados. 2005. 180 f. Dissertação (Mestrado em Ciência da Informação) -
Faculdade de Filosofia e Ciências, Universidade Estadual Paulista, Marília, 2005.
FILIPPI, Patrícia de; LIMA, Solange Ferraz de; CARVALHO, Vânia Carneiro de.
Como tratar coleções de fotografia. São Paulo: Arquivo do Estado: Imprensa
Oficial do Estado, 2002.
GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. São Paulo: Atlas, 1991.
PANOFSKY, Erwin. Significado nas artes visuais. 2. ed. São Paulo: Perspectiva,
1979.
ESTUDO DE CAMPO
CARACTERIZAÇÃO DO CAMPO DE PESQUISA
Dimensões predominantes:
( ) 3X4 ( ) 4X5 cm ( ) 6X6 cm ( ) 6X7 cm ( ) 9 X 12 cm
(x) 10X15 cm ( ) 13 X18 cm (x) 18 X 24 cm ( ) 24 X 30 cm. ( ) 30 X 40 cm
(x) Outros: 15x21 cm
ORGANIZAÇÃO
TEMÁTICA
ACESSO
É realizado a digitalização?
( ) sim (x) não
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Obs.: Em partes, pois as quando fotos são solicitadas elas são entregues ao usuário digitalizadas.
ACONDICIONAMENTO
Como se dá o acondicionamento?
(x) caixas de polipropileno
( ) caixas de papelão
( ) pastas suspensas
( ) jaquetas poliéster
( ) envelopes
( ) Outro: ___________________________________
CONSERVAÇÃO
CONDIÇÕES AMBIENTAIS
Possui desumidificador?
(x) sim ( ) não Obs.: A sala possui porém o equipamento estava desligado.
Possui ar condicionado?
( ) sim (x) não
SEGURANÇA
GERAIS
Bibliotecária 1
Auxiliar de biblioteca 4
Estagiário 2
Serviços Gerais 1
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Níveis Descrição
II -Procedência 1. Local onde se encontra a imagem (museu, arquivo, biblioteca, coleção particular)
do documento 1.1 Código de referência (número de tombo, ou outros tipos de identificação)
2. Origem da aquisição (de quem foi adquirido?)
2.1 Tipo de aquisição, data e demais detalhes
2.2 Foi adquirido juntamento com outros documentos? (sim, não)
2.3 É peça avulsa ou faz parte de um conjunto de fotos?
3. Informações adicionais sobre a procedência do documento (trajetória do documento ao
longo do tempo)
V - Informações 1. Arrolamento sistematizado dos elementos icônicos que compõe o conteúdo da imagem,
referentes ao visando à recuperação de informações múltiplas de cada elemento em particular (pesquisa
assunto (tema iconográfica e histórica: levantamentos juntos às mais diversificadas fontes), considerando
representado na inclusive: os títulos e/ou legendas impressas ou manuscritas referente à identificação do
ASSUNTO; e as notas marginais, comentários, dedicatória, data e local, e outras
imagem informações anotadas, conforme roteiro IV
fotográfica) Nesse momento são coletadas informações sobre o tema representado na imagem
Ótica etc.)
- utilização de filtros (infravermelho,
ultravioleta, etc.) - etc.
- instantâneo - pose - longa exposição -
Tempo de Exposição
etc.
- luz diurna - luz noturna - contraluz - luz
Luminosidade
artificial - etc.
- enquadramento do objeto fotografado
(vista parcial, vista geral, etc.)