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O Fronteiras

O início deste século se apresenta como um tempo singular, marcado por mudanças
tecnológicas, ambientais e socioeconômicas tão aceleradas que desafiam todos os
esforços das ciências, da filosofia e das artes. Trata-se de uma época que não pode ser
mais compreendida em fragmentos ou por disciplinas isoladas. Ela demanda um esforço
transdisciplinar, que atravesse as fronteiras do saber, do pensar e do viver
contemporâneo. Nesse contexto, o projeto FRONTEIRAS DO PENSAMENTO, seminário
internacional em formato de conferências, propõe-se a um debate sobre o presente,
possibilitando ao grande público o encontro com renomados cientistas, artistas e
grandes intelectuais da atualidade que se destacam pela ousadia do pensar a
contemporaneidade.

Os conferencistas convidados para o curso de altos estudos FRONTEIRAS DO


PENSAMENTO são escolhidos a partir de um perfil curatorial rigorosamente definido,
para possibilitar um diálogo de qualidade com o exigente público participante. O
FRONTEIRAS DO PENSAMENTO é um Projeto Cultural múltiplo, organizado a partir da
proposta de um seminário internacional, cujas conferências servem como plataforma
para geração de livros, documentários, materiais paradidáticos e ação educacional,
chegando aos mais variados públicos, promovendo o debate contínuo. O FRONTEIRAS é
hoje além de uma marca cultural da cidade de Porto Alegre, uma referência nacional.
CARLO GINZBURG – Historiador e antropólogo italiano
Historiador e antropólogo italiano, nascido em 1939, conhecido como um dos pioneiros
no estudo da micro-história. Estudou na Escola Normal Superior de Pisa, Itália, e em
seguida no Instituto Warburg, Londres. Ensinou história moderna na Itália, na
Universidade de Bolonha, e nos Estados Unidos, nas universidades Harvard, Yale,
Califórnia – UCLA e de Princeton.
Desde 2006, é catedrático de História Cultural Europeia na Escola Normal Superior de
Pisa. Com uma abordagem sofisticada e minuciosa, a história cultural tal como concebida
por GINZBURG se interessa pelo detalhe e pelo contexto, pelas micro e pelas
macroquestões articuladas. Decifração de indícios, ciência do particular, a história
cultural se move em terreno acidentado e misterioso em seus livros O Fio e os Rastros –
Verdadeiro, Falso, Fictício (Cia. das Letras, 2007), Olhos de Madeira: Nove Reflexões
Sobre a Distância (Cia. das Letras, 2001) e O queijo e os vermes (Cia. das Letras, 2000).
DANIEL COHN-BENDIT – Deputado do Parlamento
Europeu
Político alemão do partido ecologista Die Grünen, da Alemanha,
nascido em 1945. É deputado europeu desde 1994 e presidente do
grupo parlamentar Grupo dos Verdes/Aliança Livre Europeia.
Membro da Federação Anarquista e depois do movimento “Negro
e Vermelho”, definiu-se mais tarde como liberal-libertário. Foi um
dos principais líderes estudantis dos movimentos populares de maio de 68 em Paris. Na
época, foi chamado de “Danny o vermelho” devido à cor do cabelo e à sua postura
política de esquerda.
Recentemente, nas eleições europeias, obteve os melhores resultados da história para os
Verdes na França, conquistando 14 cadeiras no Parlamento Europeu, em pé de
igualdade com os socialistas. Entre suas obras estão O novo livro dos Verdes (Piaget,
2001), O Grande Bazar (Brasiliense, 1988), Nós que amávamos
tanto a revolução (Brasiliense, 1985) e Da ecologia à autonomia
(Brasiliense, 1981, em coautoria de Cornelio Castoriardis).    
DANIEL DENNETT – Filósofo cognitivista norte-americano
Filósofo cognitivista norte-americano, nascido em 1942, defensor
do chamado conexionismo na inteligência artificial. Professor
emérito de Artes e Ciências e diretor do Centro para Estudos
Cognitivos da Universidade Tufts, em Massachusetts, EUA, é considerado um dos
defensores mais vigorosos do darwinismo.
Suas pesquisas estão relacionadas à filosofia da mente, filosofia da ciência e filosofia da
biologia, particularmente, em como estes campos se relacionam com a biologia evolutiva
e a ciência cognitiva. DENNETT defende que a consciência não se dá numa área
específica do cérebro, mas numa sequência de inputs e outputs
que formam uma cadeia por onde a informação se move. É autor,
entre outros livros, de Quebrando o encanto: a religião como
fenômeno natural (Globo, 2006), A perigosa ideia de Darwin
(Rocco, 1998) e Tipo de mentes: Rumo a uma compreensão da
Consciência (Rocco, 1997).     DENIS MUKWEGE – Médico
congolês
Médico congolês, nascido em 1955. Fundador e diretor do Hospital de Panzi, em Bukavu,
República Democrática do Congo, onde se especializou no atendimento a mulheres
vítimas de violência sexual, algo muito comum nas regiões africanas devastadas pela
guerra. É o maior especialista do mundo em reparação interna de genitais femininos, e,
além disso, coordena programas de HIV/AIDS na província de Kivu Sul.
Seu trabalho recebeu, em 2008, o Prêmio Olof Palme, concedido a pessoas que se
destacam na realização proeminente da paz, do desarmamento e do combate ao
racismo. No mesmo ano, recebeu das Nações Unidas o Prêmio Direitos Humanos pelo
seu trabalho de proteção aos direitos e à dignidade de milhares de mulheres congolesas.
Ainda em 2008, recebeu do jornal nigeriano Daily Trust o título de Africano do Ano. E,
em 2009, foi indicado ao Prêmio Nobel da Paz, vencido pelo presidente dos Estados
Unidos Barack Obama.     EDUARDO GIANNETTI –
Economista e cientista social brasileiro
Economista e cientista social brasileiro, nascido em 1957, formado
pela Universidade de São Paulo – USP, com doutorado em
Economia pela Universidade de Cambridge, na Inglaterra, onde
também atuou como professor.
Atualmente, é professor do Instituto de Ensino e Pesquisa –
INSPER em São Paulo, instituto de pesquisa sem fins lucrativos que atua no ensino e na
pesquisa nas áreas de negócio e economia. Considerado um dos economistas mais
respeitado pelo mundo acadêmico e empresarial brasileiro, em 2004 recebeu o Prêmio
Economista do Ano, pela Ordem dos Economistas de São Paulo. GIANNETTI é autor de
diversos artigos em periódicos especializados e livros, entre os quais destacam-se O
Livro das Citações – Um breviário de ideias replicantes (2008), O Valor do Amanhã
(2005), Felicidade (2002), Autoengano (1998) e Vícios privados, benefícios públicos?
(1993), todos os títulos publicados pela Cia. das Letras.     JEAN-
MICHEL COUSTEAU – Oceanógrafo e ambientalista francês
Oceanógrafo e ambientalista francês, além de produtor
cinematográfico e educador, nascido em 1938. É o mais velho dos
filhos de Jacques Cousteau, explorador francês pioneiro na
descoberta dos recursos do fundo do mar, falecido em
1997. Influenciado pelo pai, iniciou seus estudos marinhos aos
sete anos de idade, cursou Arquitetura e especializou-se em Arquitetura Marinha.
Em 1999, fundou a Ocean Future Society – OFS, organização sem fins lucrativos, que
trabalha com programas de conservação marinha e educação ambiental. Jean-Michel e
sua equipe viajam pelo mundo como "embaixadores do meio ambiente". Em sua
produção cinematográfica constam mais de 80 filmes sobre os oceanos, tendo recebido
inúmeros prêmios de grande reconhecimento como o Emmy e o
Peabody.     MARIO VARGAS LLOSA – Escritor peruano
Escritor peruano, nascido em 1936, um dos maiores expoentes
vivos da literatura latino-americana. Doutor em Filosofia e Letras
pela Universidade de Madri, Espanha, sua obra critica a hierarquia
de castas sociais e raciais vigente, ainda hoje, segundo o escritor,
no Peru e na América Latina. Seu principal tema é a luta pela liberdade individual na
realidade opressiva do Peru. O sucesso internacional veio com o romance Batismo de
Fogo (Nova Fronteira, 1962, publicado posteriormente pela Cia. das Letras com seu
título original A cidade e os cachorros), traduzido para várias línguas. Em 1981, publica A
Guerra do Fim do Mundo (Alfaguara), no qual narra a história da Guerra de Canudos. Em
1983, retorna ao Peru, e sete anos mais tarde concorre às eleições presidenciais pela
Frente Democrata, sendo derrotado no segundo turno por Alberto Fujimori.
Membro da Academia Peruana de Línguas, Vargas Llosa, ao longo de sua carreira,
recebeu inúmeras condecorações, destacando-se o Prêmio Rómulo Gallegos (1967) e o
Prêmio Cervantes (1994), além de vários doutorados honoris causa por universidades da
Europa, da América e da Ásia. Entre seus muitos títulos de ficção, jornalismo e ensaios,
os mais recentes são Travessuras da menina má (Objetiva, 2006), Paraíso na Outra
Esquina (Arx, 2003) e A Linguagem da Paixão (Arx, 2002).    
MIGUEL NICOLELIS – Médico e cientista brasileiro
Médico e cientista brasileiro, nascido em 1961, doutor em
Fisiologia Geral pela Universidade de São Paulo – USP. Em 1989,
mudou-se para os Estados Unidos para cursar o pós-doutorado na
Universidade Hahnemann, na Filadélfia, e, em 1994, tornou-se
professor de Neurobiologia da Universidade de Duke, na Carolina
do Norte. Atualmente, é codiretor do Centro de Neuroengenharia da Universidade de
Duke, EUA, e consultor do Instituto do Cérebro da Escola Politécnica Federal de
Lausanne, Suíça.
É forte candidato a trazer um Prêmio Nobel para o Brasil. Considerado referência
mundial na pesquisa da interface entre o cérebro e os computadores (neuropróteses),
lidera um grupo de trinta neurocientistas que emprega ferramentas computacionais,
robótica e métodos neurofisiológicos na pesquisa do desenvolvimento de próteses
neurais para a reabilitação de pacientes que sofrem de paralisia corporal. Seu trabalho
nesta área integra a lista das “dez tecnologias que vão mudar o mundo”, segundo o
Instituto de Tecnologia de Massachusetts – MIT.
É considerado um dos vinte maiores cientistas da atualidade, segundo a revista Scientific
American, e um dos brasileiros mais influentes do ano de 2009, segundo a revista Época,
já tendo recebido mais de 35 prêmios internacionais. No Brasil, publicou o livro Prazer
em Conhecer – A Aventura da Ciência e da Educação (Papirus 7 Mares, 2009), junto com
Drauzio Varella e Gilberto Dimenstein.     TERRY EAGLETON –
Filósofo e crítico literário britânico
Filósofo e crítico literário britânico, nascido em 1943, aos 24 anos
de idade já concluía o doutorado na Universidade de Cambridge,
na Inglaterra. Iniciou sua carreira estudando a literatura dos
séculos 19 e 20, até chegar à teoria literária marxista. Atualmente,
é professor de Literatura Inglesa na Universidade Nacional da
Irlanda; professor de Teoria Cultural na Universidade Lancaster, Inglaterra; e professor
de Literatura Inglesa na Universidade de Notredame, em Indiana, EUA. Membro da
Academia Britânica desde 2003, ao longo de sua carreira recebeu vários doutorados
honoris causa.
EAGLETON é responsável pela integração dos estudos culturais com a teoria literária
mais tradicional. Seu livro mais conhecido é Teoria da literatura: uma introdução
(Martins Editora, 1996), em que traça a história do estudo de texto
contemporâneo, desde os românticos do século 19 até os pós-
modernos das últimas décadas. Além da teoria literária, o autor
tem escrito sobre cultura, política e religião. Entre outros, também
escreveu A Ideia de Cultura (Unesp, 2005) e Depois da Teoria
(Civilização Brasileira, 2005).     RAYMOND KURZWEIL
Cientista norte-americano, nascido em 1948, tecnólogo de
sistemas e estudioso da Inteligência Artificial, reconhecido por suas predições
tecnológicas. Atualmente, dedica-se a elaborar dispositivos eletrônicos de interação
homem-máquina com aplicações para pessoas com deficiência. RAY KURZWEIL estuda e
trabalha com a previsibilidade do futuro na área da ciência e da tecnologia. Professor na
Universidade Carnegie Mellon e na Singularity University, no Vale do Silício, já recebeu
diversas condecorações como o Prêmio MIT – Lemelson Prize, considerado o mais
importante na área da inovação em termos mundiais, e a Medalha Nacional de
Tecnologia, honraria concedida pelo governo norte-americano.

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