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PAIDEIA A Formagio do Homem Grego AIMHN IIEOYKE MASI TIAIAEIA BPOTOIE Werner Jaeger ‘Tadugso ARTUR M,PARREIRA Martins Fontes S20 Polo 1995 36 ‘A PRIMEIRA GRECIA ete tn nee inlet pa: foe i sh os ora msm ate spr na, lc car ont tie gene main, ocr wma to eens gf in Tess pala een qe de ms peu oigi nal sentiment de via es Cego, sql por qu ese Imo eseciaiment ides ele erm, lasso a che Creo cule a neligtia dah grep os Chega comptenado plage beeve mas incomparel «maga fc etc Re fea “Bet po a belen® exh eee om lsidadefinparo mtv time dare lie, ero que te tempo de sobre honda, isngueoheaamo prego 30 timplesdespreaoselvagem pla mon. Ea subodinglo do fico 2 nn “blera ais leva, Ao car eta blr el ida, 0 imp earl de hom A sut-femaps econ 0 doen de trams ala ang. No daca de Ditinn, no Banga Se Prado, sums no mesmo Plano © mci de dnb Se bens, a resolugin dos grandes herdis da Antiguidade no esfor toconbatse tone, pr alcanguem opto de une gh frou lta ds pects eit par deen 8p. tee ier noid eux, Earmbet es x= plicam plo poder impulo do tomem moral tm buted Feipia merit, Contam 0 fundus reraico dx frrtdbos da ubiio humana eda aia de henna, Tanbem, ‘ececlesem um ino, qu sda eb ra do 2 aig Hemise~ proce de Aarocu, que morc po dla 20 trate pty nal ~y coo xpeumnente oe or Gio fcahcn de rer homndr com ot eotcoe Agus & rad. Ee evidence qu mts go com dur deste sate cima si teados da figura de Aquiles. Ente os dois grandes 6 I cor poms de Tomer, cxende- a cada nero de eternuhos da pista da de aa, pepe dos pe incr empee Coin TR FLATAO, tang, 209 19, Vejeseo mes Arsla (ein, 1923),p. 118 (E4. ECE, Mein 1946) Culver educagio das nobreza homérica Para completar¢ iascar a expicagdo da ae ~ conceito preensio plena desta parce da Oia & luz dos interesses de uma paca que fesse capaz de sentir como atual a situasio daquele jo- vem e participa incensamente dos seus problemas pedagégicos,¢ de tal modo constieuida que pudesse dar live curso elaboragio daquelasidéi. Por outte lado, o nascimento de Telémaco, a siuacio da sua pétria eos nomes de seus pas ndo ofereciam & imaginaso criado- um nécleo suficiente de fatos concretos. Mas o tema tera sua légica propria e 0 poeta desenvolve-o de acordo com ela. O con junto da Odinda constitui uma linda criagio compost de duas ~~ T5.E SCHWARTZ, Dic dyn One, 1924) p25, oko apontr emacs muito execs elemento pedsggico de Teimaguis CULTURA & EDUCAGAO DA NOBREZA HOMERICA 3 pares separadas: Ulises, ausene rtd ailha da ninfa apixo- fads, rdeado de ma, 0s filho ‘natvo, 8 espera dele no lr tandonado. Ambos se pem em movimento ap mesmo tempo, par no fim Se reunite e preseaiarem o regress do hei. O Ambiente que o pocta pinta €a mansio do nobre cavaleio. A Principio, Telémaco ¢ um joven desumparado em face da ince ‘méncia dos pretendents 2 sua mie. Contempla resignad a sua onduta insolent, sem senergia necesscia pra tomar uma deci- so que he pont fim Suave, décleindbil, € ncapaz de renegar ‘sua dstingio congnita perinte os verdugos de sua casa, mui- to menos de manter enetgicamente os seus direitos. Este jovem pasivo, amve,sensvel dloridoe em esperanga teva sido um dliado inl para a lua rude edecisiva da vinganca de Ulises, {que no sea regresso ao lar seria forgudo a enfrentar os pretenden- {es sem nenhume sjada. Mas Arena convere-o no compaei de luca, valente,ousadoe decide ‘Objecou-se, conc a aficmagio de uma formasto pedagtgi- ca conscente da figura de Telémaco, nos quateoprimeieos cans 1 Odinéa, que a poesia grega n20 nos dé nenhum quad do de- seavolvimento interno de um cari. A Odisa no, efeciva- ‘mente, uma novela pedagigica moderna, por isso aransorma- (fo de Telémaco ndo pode ser apontada como desenvolvimento, fo sentido atl. Naguele tempo 36 podia ser expliada como bra da inepiragf divina, Mas esa inspiragio no surge, como é frequente na epoptia, de modo puramence mecinico, por ordem de um Deas ousimplesmente em sonhos. Nao atua como um in- fuxo migico, mas sim como instrumento natural da graga divi- ‘aya qual exerce um inflxoconscente sobre avontade eo inte- Tecto do jovem,destnado 90 futuro a uma missio herdica. 6 falta um impulo exterior para susctar em Telémaco a intima e Tesi WILAMOWETZ iver poem, R PEIFFER,DLZ: 1928, 2368 Paeceme gure ta mend orn vind eds ato do ‘eet cons ns pms Tee Oa ‘Sle mots pogo ess, psn em dvds eto de An int “tne nero ne, saben” um ingles mode ‘sin ca come JACOBY. tp. 169, obs Pee O dino side amas ete 36 ‘A PRIMEIRA GRECIA necesira disposi para iniciativae para a agfo. A asfo con- junta de diversosfatores, impulzo interior que no encontra por si mesmo caminho da ago nem se pde em movimento por si ‘mesmo, a naturez boa de Telémaco, aaj eo favor divinos no ‘momento decisvo da resolugi destacam-se com a maior frme- 2. Tado isso revela no poeta inteligénca pofunda do proble- ‘ma que se colocou, A técnica da epopéia permite-he reunir tnidade de una ago Unica a ineervengo dvina eo in lux ed ‘ador natural, fazendo com que Atena fle Telémaco na figura 4o velho amigo e héspede, Mente. Exe process aproxima de al mado ainvensio do seaimento humano nacural, que ainda hoje nos surge na sus fatima verssimilhanga. Paree-nos natural a aco libereadora das fora juvenisralizada por codoo ato verda deiramente educativo, bem como a conversio da sutda sue em atividade live e alegre. Tudo isto € um impeto dvino, um nilagre nacual. Homer assim como considera ago divers dos ddemniosofacasio do edcador nasa lima e mats diffi care- fa de modificar a orientacio que o destino impés 2 Aquiles,tam- bbém reconhece venera piamente, na tansformacio de Telé- maco, de mogo indeciso em verdadeiro her, a obra de uma

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