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1. Direito administrativo como direito Público.

Objeto do direito administrativo

Origem e Desenvolvimento

O Direito Administrativo, como disciplina jurídica, é recente, tendo origem no final do


século XVIII e início do século XIX. Costuma-se indicar a elaboração da Lei Francesa de
1800, como data do nascimento do Direito Administrativo.
O impulso oficial teria sido dado pela Teoria dos Poderes, desenvolvida
por Montesquieu, em L' Esprit des Lois, em 1748. Posteriormente, definiu-se em 1789 a
tripartição das funções do Estado em (executiva, legislativa e judiciária), ensejando as
atividades de governo e independência aos órgãos incumbidos de realizá-la. Assim, Na
França, em 1817, foi instituída a primeira cadeira de Direito Administrativo na Universidade
de Paris. De lá, expandiu-se o Direito Administrativo por toda a Europa e, posteriormente,
para o resto do mundo.
No Brasil, teve início com a instalação obrigatória da cadeira de Direito Administrativo,
por força do Decreto Imperial 608, de 16 de agosto de 1851, nos cursos jurídicos existentes
na época, em Recife e São Paulo.

Conceito e Objeto.
A doutrina tem estabelecido alguns critérios para conceituar o Direito Administrativo,
importando relatar os de maior destaque.

O critério Legalista: O direito Administrativo é um conjunto de leis administrativas que


regulam a Administração Pública de um determinado Estado.
O critério do poder executivo: Define o direito Administrativo como o ramo do direito
que regula os atos do Poder Executivo.
O critério do serviço público: O Direito Administrativo consiste na disciplina que regula
a instituição, a organização e a prestação de serviços públicos.
O critério das relações jurídicas: É um conjunto de normas que regulam a relação entre
administração e administrados.
O critério da administração pública: Preconiza a ideia de que o direito administrativo
é um conjunto de normas que regulam a administração pública.
O conceito mais abrangente: "O direito administrativo é o conjunto de normas e
princípios jurídicos que regem os órgãos, as pessoas jurídicas, os agentes e as atividades
públicas por eles desenvolvidas.

Princípios do Direito Administrativo


Os princípios implícitos no ordenamento jurídico são: Supremacia do Interesse Público
e da Indisponibilidade do Interesse Público, são tidos como pilares do regime jurídico-
administrativo. Isto se deve ao fato de que todos os demais princípios da administração
pública são desdobramentos desses dois, cuja relevância é tanta que são conhecidos como
supraprincípios da administração pública.

Já princípios explícitos são: (legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e


eficiência), aparecem em diversas leis, das quais destacam-se a Constituição Federal de
1988, no caput de seu art. 37.

É importante destacar que os princípios ora citados são de observância obrigatória para
todos os Poderes, quando estiverem no exercício de funções administrativas, e para todos
os entes federados (União, estados, Distrito Federal e municípios), alcançando a
Administração Direta e a Indireta.

Ainda sobre os princípios da administração pública, é interessante acrescentar que não


existe hierarquia entre implícitos e explícitos, todos possuem a mesma importância para o
Direito. Prova disso são os princípios basilares do regime jurídico-administrativo, que, como
dito no início dessa introdução, se manifestam de maneira implícita no ordenamento jurídico.
Princípio da Supremacia do Interesse Publico
Parte do pressuposto de que “toda atuação do Estado seja pautada pelo interesse da
coletividade”, cuja determinação deve ser extraída da Constituição e das leis dessa maneira,
os interesses privados encontram-se subordinados à atuação estatal.

Princípio da Indisponibilidade do Interesse Publico


Esclarece que a “administração Pública não é dona da coisa pública, e sim mera gestora
de bens e interesses públicos”. Isto significa dizer que esses bens e interesses públicos são
indisponíveis à Administração Pública, bem como a seus agentes públicos, pertencendo, em
verdade, à coletividade, ao povo.

Princípio da Legalidade
Este princípio é basilar e se confunde com a própria estrutura de um Estado de
Direito. Está inserido no inciso II do Artigo 5º da CF.de 88 Pode ser visto sobre duas óticas:

Legalidade para o Particular


A constituição diz que, “ninguém é obrigado a fazer ou deixar de fazer algo, se
não em virtude da lei”. Dessa forma, o particular possui total liberdade, e só é compelido a
deixar de fazer algo pela lei.

Legalidade para o Agente Público


Por sua vez o agente público que atua em nome da coletividade só pode fazer o
que a lei determina, ou seja, está restrito aos comandos legais.
Princípio da Moralidade
Aqui se tem a ideia de que nem tudo que é legal é moral. A conduta dos agentes da
administração pública deve ser pautado pela ética e moral.
Ele constitui um requisito para a validade de um ato administrativo. Um ato que vai
contra a moral deve ser anulado e não revogado.
Está ligado ainda a probidade, lealdade, honestidade e boa-fé. O agente que atua no
interesse público deve executar seus atos pensando não somente em obedecer a lei, mas
também em ser ético.

Princípio da Impessoalidade
Como no princípio da legalidade, há duas vertentes para este princípio:

a. Na primeira acepção, é tratada a finalidade da administração pública, ou seja o interesse


público. Assim toda a atuação da administração deve ser impessoal voltada para o interesse
público como o todo e não a interesses do agente ou de terceiros.

b. Veda a promoção do agente público à custa dos atos da administração pública. Dessa
forma, não pode haver personalização desses atos, vedado a vinculação das atividades da
administração a pessoa do administrador.

Princípio da Impessoalidade

A publicidade se dá de duas formas:


a. Exigência da publicação dos atos para sua eficácia. Assim um ato administrativo para se
tornar válido precisa ser publicado, ou seja, enquanto não publicado ele não produz seus
efeitos.
b. Direito que todos possuem de receber dos órgãos públicos informações de seu interesse
particular. E também o dever de prestar contas e transparência da atuação da administração
pública.
Princípio da Eficiência

A eficiência tem como significado fazer mais com menos, ou seja, realizar mais atividade
com menos recursos. Foi o último princípio a ser inserido na Constituição Federal pela EC
19/1998. Ela foi fruto do modelo gerencial, implantado principalmente a partir de 1995, que
buscou otimizar a administração pública através de modelos de gestão mais eficazes.
Assim, o administrador se viu impelido a atual de forma eficiente não cabendo aqui
conveniência ou oportunidade.

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