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05/07/2016 CONSTRUINDO HISTÓRIA HOJE: Maniqueísmo. Origem e fundamentos!

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DOMINGO, 13 DE JANEIRO DE 2013
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Maniqueísmo. Origem e fundamentos!
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graduando em Metodologia do autorais.”  
Ensino em História e Geografia.
 
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FORMULÁRIO DE CONTATO
Nome 

Mani (216­276 d.C), fundador do Maniqueísmo. Imagem: Recuerdos
E­mail * 
de Pandora.

Mensagem *  Trata­se  de  uma  filosofia  dualística  que  divide  o  mundo  entre  bem,  ou

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05/07/2016 CONSTRUINDO HISTÓRIA HOJE: Maniqueísmo. Origem e fundamentos!

Deus,  e  mal,  ou  o  Diabo.  Com  a  popularização  do  termo,  maniqueísta


passou a ser um adjetivo para toda doutrina fundada nos dois princípios
opostos  do  bem  e  do  mal.O  Maniqueísmo  como  filosofia  religiosa
sincrética e dualística fundada e propagada por Mani que divide o mundo
entre Bom, ou Deus, e Mau, ou o Diabo. A matéria é intrinsecamente má,
Enviar
e  o  espírito,  intrinsecamente  bom.  Com  a  popularização  do  termo,
maniqueísta  passou  a  ser  um  adjetivo  para  toda  doutrina  fundada  nos
PESQUISE HISTÓRIA AQUI dois princípios opostos do Bem e do Mal.
Pesquisar
A origem do maniqueísmo
"Eduquem as crianças e não
será necessário castigar os Quando  o  gnosticismo  primitivo  já  perdia  a  sua  influência  no  mundo
homens." greco­romano,  surgiu  na  Babilônia  e  na  Pérsia,  no  século  III,  uma
nova vertente, o maniqueísmo.
Pitágoras
O  seu  fundador  foi  o  profeta  persa  Mani  (ou  Manés),  após  ter  sido
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fato  este  comum  entre  aqueles  que  fundam  religiões  e  seitas  até  hoje.
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Suas ideias sincretizam elementos do Zoroastrismo, do Hinduísmo,  do
Budismo,  do  Judaísmo  e  ENTENDI
OBTER MAIS INFORMAÇÕES do  Cristianismo.  Desse  modo,  Mani
DIVULGUE O CHH considerava  Zoroastro,  Buda  e  Jesus  como  "pais  da  Justiça",  e
pretendia,  através  de  uma  revelação  divina,  purificar  e  superar  as
mensagens  individuais  de  cada  um  deles,  anunciando  uma  verdade
 
completa.
<a 
href="http://www.cons “Conforme as suas ideias, a fusão dos dois elementos primordiais, o
truindohistoriahoje.c
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reino da luz e o reino das trevas, teria originado o mundo material,
essencialmente mau.”
POSTAGENS POPULARES
Para redimir os homens de sua existência imperfeita, os "pais da Justiça"
Relatório sobre o haviam  vindo  à  Terra,  mas  como  a  mensagem  deles  havia  sido
filme Tempos
Modernos de corrompida,  Mani  viera  a  fim  de  completar  a  missão  deles,  como  o
Charles Chaplin. Paráclito prometido por Cristo, e trouxera segredos para a purificação da
            O relatório luz,  apenas  destinados  aos  eleitos  que  praticassem  uma  rigorosa  vida
que se segue visa analisar o filme
produzido e dirigido por Charles ascética.  Os  impuros,  no  máximo  podiam  vir  a  ser  catecúmenos  e
Spencer Chaplin, Tempos ouvintes, obrigados apenas à observância dos dez mandamentos.
Modernos e sua re...
As  ideias  maniqueístas  espalharam­se  desde  as  fronteiras  com  a  China
Olimpíadas: História
e Objetivos! até ao Norte d'África. Mani acabou crucificado no final do século III, e
Cerimônia de os  seus  adeptos  sofreram  perseguições  na  Babilônia  e  no  Império
abertura dos Jogos Romano.
Olímpicos de Verão
de 1896 no Estádio Panathinaiko
em Atenas, Grécia. Imagem: Os maniqueus eram uma seita de reputação sinistra.  Eram  ilegais  e,
Arquivo Pessoal CHH. ... mais  tarde,  seriam  selvagenmente  perseguidos.  Tinham  aura  de  uma
O ESCRAVO NO
sociedade secreta: nas cidades estrangeiras, só se hospedavam na casa
RIO GRANDE DO de membros de sua própria seita; seus líderes viajavam por uma rede de
SUL "células" espalhadas por todo o mundo romano. Os pagãos viam­nos com
Autor: Leandro CHH
horror,  os  cristãos  ortodoxos,  com  temor  e  ódio.  Eles  eram  os
Para a historiografia
sulina durante décadas o escravo "bolcheviques"  do  século  IV;  uma  "quinta­coluna"  de  origem  estrangeira,
africano inexistiu, sendo esse um determinada  a  se  infiltrar  na  Igreja  Cristã  e  portadora  de  uma  solução
consenso entre os histori...
singularmente radical para os problemas religiosos da época.
A História diante da
História do Estudo Os  maniqueístas  procuravam  respostas  para  perguntas  que  as  religiões
envolvido em "A dominantes não possuíam resposta como por exemplo podemos citar:
Terceira Onda".
Na primavera de
1967, em Palo Alto, Califórnia, De onde provem o mal?
encontramos a história do
professor Ron Jones que realizou

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um estudo com sua classe de A resposta maniqueísta para o problema da origem do mal foi o cerne do
alu...
maniqueísmo para seus adeptos. Era uma resposta simples e drástica, é­
O “Menestrel” ou nos plenamente conhecida a partir dos textos agostinianos (Agostinho de
“Depois de um Hipona, ele mesmo foi maniqueu durante nove anos de sua vida) e, neste
Tempo”? William
Shakespeare ou
século, pudemos novamente penetrar nos sentimentos religiosos íntimos
Veronica Shoffstall? dos  maniqueus  graças  á  descoberta,  em  regiões  tão  distantes  quanto  o
Reportagem do Lawrence Journal Egito  e  Xinjiang,  das  literaturas  apaixonadas  das  comunidades
World de 1995, abordando o
maniqueístas.
poema de Veronica Shoffstall.
Imagem :
http://kamibible.me/2010/04/28/ev
en­su...

A chegada dos
europeus a América
O caso dos
espanhóis: A serviço
da Espanha,
Cristóvão Colombo (1451­1506)
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tarde foi chamado de Améric...
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O Período Inter­
Bíblico. OBTER MAIS INFORMAÇÕES ENTENDI
Maquete do Templo
de Heródes De
Malaquias a Mateus,
encontramos um silêncio divino
de quatro séculos. Nesse
período, chamado “Inter­Bíblic...

O pioneirismo inglês
durante a Revolução
Industrial.
Indústria têxtil na
Inglaterra do séc.
XVIII.             A Revolução
Industrial na segunda metade do
século XVIII na Inglaterra ...

Diferentes formas de
governo: de
Aristóteles às
Ditaduras
Aristóteles. A mais
antiga e célebre concepção das
formas de governo e,
inexoravelmente, a concebida por
Aristóteles. Em seu livro &q...

Resenha do filme Representação artística de maniqueus, seguidores de Mani. Imagem:
Ágora (Alexandria.  Recuerdos de Pandora. 
Pt. Br.)
A atriz britânica
Rachel Weisz, Os  conventículos  dos  maniqueístas  eram  onde  se  reunião  para  ouvir  as
interpreta Hipátia.  leituras da grande "Carta de Fundação" de Mani. Nessa ocasião solene,
__________________________
__________________________ os ouvintes eram "enchidos de luz". Essa "iluminação" era a experiência
__ Autor: Construtor... religiosa inicial e básica de um maniqueu: era um homem que se haveria
tornado agudamente cônscio de sua condição. Era como se tivesse sido
despertado de um sono profundo por um grito distante:
POSTAGENS RECENTES NO
CHH
"(...) Um homem ergueu a voz para o mundo, dizendo: Abençoado
Os Templos megalíticos de
aquele que conhecer sua alma."
Ggantija ­ 03/07/2016
O que são os
Vedas? ­ 01/07/2016
Assim despertado, o maniqueu percebia vividamente que era livre. Podia
identificar­se  apenas  com  uma  parte  de  si  mesmo,  sua  "alma  boa".
Las primeras puertas automáticas
de la Historia ­ 28/06/2016 Claramente, grande parte dele não pertencia a esse oásis de pureza: as
Processo de Industrialização da tensões de suas paixões, sua cólera, sua sexualidade, seu corpo poluído

cidade de Gravataí (1939­
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05/07/2016 CONSTRUINDO HISTÓRIA HOJE: Maniqueísmo. Origem e fundamentos!
cidade de Gravataí (1939­ e o vasto mundo da "natureza de rubros dentes e garras" que existia fora
1990). ­ 21/06/2016
dele.  Tudo  isso  o  oprimia.  Era  patente  que  o  que  havia  de  bom  nele
Inteligência Existencial ou
Espiritual com base nos estudos
ansiava  por  ser  "libertado",  por  "retornar",  fundir­se  outra  vez  com  um
de Gardner ­ 17/06/2016 sereno  estado  original  de  perfeição  ­  um  "Reino  de  Luz"  ­  do  qual  se
sentia isolado.
"A leitura torna o homem
No entanto, era igualmente claro que os homens não haviam conseguido
completo; a conversação torna‐o
ágil, e o escrever dá‐lhe realizar  isto,  que  constituía  o  único  desejo  possível  do  que  de  melhor
precisão." havia em sua natureza.

Francis Bacon Portanto,  essa  "Alma  Boa"  obviamente  agia  sob  pressão:  por  alguma
razão  misteriosa,  via­se  "aprisionada",  "Retida",  confinada  e  "Violada",
MARCADORES empurrada  de  um  lado  para  outro  por  uma  força  que,  temporariamente,
era mais forte do que ela.
GERAL (861)
História (696)
"Pois é fato que realmente pecamos contra nossa vontade (...) por
PESSOAL (516)
essa razão, buscamos o conhecimento da razão das coisas."
Personagens da História (502)
BRASIL (326) Era  esse  "Conhecimento"  da  razão  das  coisas"  que  os  maniqueus
INTEGRALISMO (283) deixavam  claro.  Em  suma,  conquanto  todos  estivessem  consciência  da
FÉ (257) mescla íntima de bem e mal dentro de cada um e no mundo ao redor, era
ÉTICA (231) ao  mesmo  tempo,  profundamente  repugnante  para  o  homem  religioso,
PSICOLOGIA (220) assim  como  absurdo  para  o  pensador  racional,  que  esse  mal  pudesse
ARQUEOLOGIA (171) provir de Deus. Deus é bom, totalmente inocente. Devia ser protegido da
mais tênue suspeita de responsabilidade direta ou indireta pelo mal. Essa
MITOS (137)
desesperada "piedade para com o Ser Divino" explica a natureza drástica
AMÉRICA (122)
do sistema religioso dos maniqueus.
ANTIGUIDADE (116)
POLÍTICA (110)
Os MANIQUEUS eram DUALISTAS  tão  convencidos  de  que  o  mal  não
SEGUNDA GUERRA MUNDIAL podia  provir  de  um  Deus  bom  que  acreditavam  ser  ele  proveniente  de
(96)
uma  invasão  do  bem  ­  o  "Reino  da  Luz"  ­  por  uma  força  ou  demônio
ANTIGUIDADE. (88)
hostil, de poder igual, eterno e totalmente distinto: o "Reino das Trevas".
DICAS DE LEITURA (88)
"A  primeira  coisa  que  um  homem  deve  fazer",  dizia  o  catecismo
COMUNISMO (82) maniqueísta  chinês,  "é  distinguir  os  Dois  Princípios  (o  Bem  e  o  Mal).
ANTROPOLOGIA (75) Aquele  que  deseja  ingressar  em  nossa  religião  deve  saber  que  os  Dois
SIMBOLOGIA (73) Princípios  têm  naturezas  absolutamente  distintas:  como  pode  quem  não
TECNOLOGIA (72) traz viva em si essa distinção pôr em prática a doutrina?"
PRÉ­HISTÓRIA (62)
ÁFRICA (53)
TEORIA DA HISTÓRIA (49)
ÍNDIOS (48)
BIOLOGIA (38)
FILOSOFIA (37)
RIO GRANDE DO SUL (36)
EDUCAÇÃO (31)
apostasia (28)
ASTRONOMIA (27)
IDADE MÉDIA (26)
BIOGRAFIA (22)
EUROPA (22)
Paleontologia (20)
FISÍCA (19) Representação  artística  do  dualismo  presente  no  maniqueísmo.
INDEPENDÊNCIA DO BRASIL
Imagem: Recuerdos de Pandora.
(18)
AMÉRICA COLÔNIAL (17) No tocante a esta questão , os maniqueus eram racionalistas inflexíveis.
Acreditavam que podiam sustentar o dogma fundamental de sua religião
PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL
(17)
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(17) unicamente por intermédio da razão:
PEDAGOGIA (16)
maçonaria (16) *De onde vieram esses pecados? Perguntariam;
NOTÍCIAS NACIONAIS (14)
HISTORIOGRAFIA NÃO­
*De onde proveio o mal?
MARXISTA (13)
ARMAS NUCLEARES (12) *Proveio o mal de um Homem, de onde veio esse homem?
DOWNLOAD (11)
*Proveio o mal de um Anjo, de onde veio esse Anjo?
História. (9)
POETAS (8)
*E, se disserdes 'De Deus..., então, será como se todo  pecado e todo
RELIGIÃO (8)
o  mal  estivessem  ligados,  numa  cadeia  ininterrupta,  ao  próprio
BRASIL IMPÉRIO (5) Deus.
CINEMA (5)
FILMES (5) É  com  esse  problema  que  os  maniqueus  acreditam  poder  solucionar  tudo,
HISTÓRIA CONTEMPORÂNEA mediante  sua  simples  enunciação  ­  como  se  fazer  uma  pergunta  embaraçosa
DO SÉC. XX (5) significasse saber alguma coisa. Se assim fosse, não haveria ninguém mais douto
IDADE MODERNA (5) que um maniqueu.
Povos (5)
Assim  municiados,  jovens  estudantes  de  filosofia  com  alargamento
REVOLUÇÃO FRANCESA (5)
repentino e dramático de seus horizontes intelectuais entregavam­se
REVOLUÇÃO INGLESA (5)
atraídos  por  essa  nova  "Sabedoria",  jovens  extremamente
UNIVERSIDADE (5)
inteligentes  e  excepcionalmente  argumentativos,  deviam  sentir­se
AMÉRICA COLONIAL (3) imbatíveis!
BRASIL COLÔNIA (3)
CATOLICISMO ROMANO (3) Era  uma  religião  que  descartava  toda  e  qualquer  crença  que
ENTRETENIMENTO (3) ameaçasse  a  independência  de  seus  cérebros  sumamente  ativos.
FEUDALISMO (3) Como  maniqueístas,  eles  livravam­se  prontamente  das  ideias  que
REVOLUÇÃO INDUSTRIAL (3) cumulavam  nas  antigas  religiões  convencionais.  Eram  tomados  por  uma
AMÉRICA PRÉ­COLOMBIANA (2)
certeza divina:
ARTE (2)
"Conheci minh'alma e o corpo que nela se assenta, sabendo que são
COMÉRCIO (2)
inimigos desdde a criação dos mundos.."
DESCONSTRUCIONISMO (2)
DROGAS (2) O maniqueísta não precisava que lhe ordenassem acreditar. Eram capaz
ESTRUTURALISMO (2) de aprender sozinhos a essência da religião. A apreensão imediata era o
Educação Inclusiva (2) que  mais  importava.  Para  um  homem  assim,  a  crucificação  de  Cristo
FÍSICA (2) evidencia diretamente os sofrimentos de sua própria alma.
HISTÓRIA CONTEMPORÂNEA
DO SÉC. XIX (2) Seu herói era o cético Tomé, homem cujo anseio de um contato direto e
ILUMINISMO (2) imediato  com  os  segredos  divinos  não  foi  rechaçado  por  Cristo.  O
INTERNET (2) Sistema de Mani evitava criteriosamente a aguda ambivalência!
POSITIVISMO (2)
No  maniqueísmo,  o  severo  Jeová  dos  judeus  era  rejeitado  como  um
PROTESTANTISMO. (2)
demônio  maléfico  e  os  patriarcas,  como  velhos  sórdidos.  Evitavam
CAPITALISMO (1)
elaborar  qualquer  sentimento  íntimo  de  culpa  que  viria,  mais  tarde,  a  se
CRISTIANISMO (1)
afigurar aos trechos mais evidentes do maniqueísmo.
ESCOLA DE ANNALES (1)
ESSENCIALISMO (1) Os  maniqueus  eram  homens  austeros.  Eram  reconhecidos  por  seus
MONARQUIAS NACIONAIS. (1) rostos  pálidos,e,  na  literatura  moderna,  foram  apresentados  como
Metodologia científica (1) provedores  do  mais  soturno  pessimismo.  No  entanto  conservavam  esse
Oceania (1) pessimismo apenas para um lado de si mesmos.
PÓS­ESTRUTURALISMO (1)
SOCIOLOGIA (1) Viam  o  outro  lado,  sua  "mente",  sua  "alma  boa",  como  algo
imaculado:  tratava­se,  literalmente,  de  uma  migalha  da  substância
Ásia (1)
divina. Sua religião destinava­se a garantir que essa parte boa deles
permanecesse essencialmente intacta, não afetada por sua natureza
"Sempre chega a hora em que
mais vil. Essa natureza mais vil acabaria sendo "cindida e impelida para
descobrimos que sabíamos
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muito mais do que antes longe de nós, e, no fim desta vida, será derrotada e confinada, toda ela,
julgávamos."
numa grande massa separada, como que numa prisão eterna". Portanto,
José Saramago
a força sumamente alheia do mal jamais poderia fazer outra coisa senão
impor­se  de  fora  para  dentro  a  um  eu  bondoso,    que  para  sempre  se
manteria separado dela:
ARQUIVOS DO BLOG
►  2016 (40) "(...) a veste fútil desta carne despi, em segurança e puro;  com os
►  2015 (110) limpos pés de minh'alma pisoteei­a, confiante."
►  2014 (124)
Como maniqueístas, portanto, podiam desfrutar do consolo muito real de
▼  2013 (255)
que, apesar de toda a ambição, do inquietamento, do sentimento invasivo
►  Dezembro (20)
de  culpa,  ao  menos  a  parte  boa  deles  permanencia  integralmente  não
►  Novembro (50) conspurcada:
►  Outubro (44)

►  Setembro (16) "(...) curvei minha cabeça sob o jugo da virtude quando na juventude
me surgiu a rebelião."
►  Agosto (12)
►  Julho (11)
Buscavam  constantemente  salvar  um  oásis  imaculado  de  perfeição
►  Junho (12) dentro de si.  Preferiam desculpar­se e acusar outra coisa que havia em
►  Maio (11) si, mas não eles próprios. Acreditavam em uma natureza ímpia que não
►  Abril (16) era eles que pecavam, mas outra natureza dentro do ser humano.
►  Março (17)
Mas,  o  preço  que  os  maniqueus  pareceram  pagar  por  essa  completa
►  Fevereiro (20)
renegação  do    mal  foi  tornar  o  bem  singularmente  passivo  e  ineficaz. 
▼  Janeiro (26) Todos  os  escritos  de  Mani  ilustram  essa  atitude,  na  qual  o  bem  é
►  jan 30 (1) essencialmente  passivo,  impingido  pela  ação  violenta  do  mal.  Para  o
►  jan 28 (1) maniqueísta, o universo existente, no qual bem e mal se mesclavam
►  jan 27 (1)
de maneira tão desastrosa, brotara de uma invasão frontal do bem ­
o "Reino da Luz" ­ pelo mal ­ o "Reino das Trevas".
►  jan 25 (1)
►  jan 24 (1) Esse "Reino da Luz" estivera em absoluto repouso, totalmente ignorante
►  jan 22 (1) de  qualquer  tensão  entre  o  bem  e  o  mal.  Tão  separado  do  mal  era  o
►  jan 21 (1) "governante"  do  "Reino",  o  "Pai  da  Luz",  que  se  via  indefeso  contra  ele:
►  jan 20 (1)
não podia sequer entrar em confronto com os invasores sem sofrer uma
transformação  drástica  e  tardia  de  seu  ser.  Em  contraste,  o  "Reino  das
►  jan 19 (1)
Trevas" era a força ativa; seus poderes vorazes eram cegos; dirigiam­nos
►  jan 18 (1)
unicamente  os  incontroláveis  gritos  de  ganância  emitidos  por  seus
►  jan 15 (1) companheiros.
▼  jan 13 (1)
Maniqueísmo. Origem e Portanto em todo o maniqueísmo , o bem é que estava condenado a ser
fundamentos! passivo.  O  Cristo  do  maniqueu  era,  acima  de  tudo,  o  "Jesus
Sofredor",  "crucificado  por  todo  o  universo  visível".  O  auge  da
►  jan 12 (1)
devoção maniqueísta era  o indivíduo perceber que sua parte boa estava
►  jan 11 (1)
totalmente  fundida  e  identificada  com  essa  essência  divina  profanada,
►  jan 10 (1) identificar inteiramente seu destino com um Salvador que também estava
►  jan 09 (1) sendo salvo.
►  jan 08 (1)
"Estou em toda parte; sustento o firmamento; sou a base; sou a vida
►  jan 07 (1)
do mundo; sou a seiva de todas as árvores; sou a água doce que
►  jan 05 (2)
subjaz aos filhos da matéria."
►  jan 04 (1)
►  jan 03 (3) Todavia,  fora  desse  envolvimento  íntimo  e  sensível,  as  forças  do  mal
►  jan 02 (1) campeariam inalteradas e aparentemente, não controladas por nenhuma
força do bem:
►  jan 01 (1)

►  2012 (307)
"Choro por minha alma, dizendo: possa eu ser poupado disto e do
terror das feras que se entre devoram."
►  2011 (215)

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►  2010 (555)
O  maniqueísta  via­se  num  agudo  dilema.  Sua  religião  prometia  ao  fiel
"A disseminação do
que,  uma  vez  "despertado",  ele  teria  o  controle  completo  de  sua
conhecimento na Antiguidade identidade essencial e estaria apto a garantir sua libertação. Dizia­lhe que
era simbolico e tomavam a parte dele sempre se manteria imaculada; e oferecia um ritual severo, que
forma de mitos. E desse modo "precipitaria"  mais  a  matéria  boa  e  irredutível  de  sua  alma.  Contudo,
os mitos contêm verdades
essa  confiança  era  constantemente  desgastada  pelos  mitos
concernentes aos processos do
mundo natural". poderosos  da  própria  seita,  mitos  estes  que  faziam  o  bem  parecer
profundamente  abandonado  e  indefeso  diante  do  ataque  do  mal:
Edward F. Malkowski faziam parecer oprimido, violado e aturdido o seu Deus, de inocência
tão  imaculada  que  ficava  perigosamente  despojado  de  Sua
Google + onipotência.

TWITTER Os Dez Mandamentos maniqueus

Eles deviam seguir sobretudo os dez mandamentos seguintes como fio
condutor da sua vida cotidiana:

1­Não adorar nenhum ídolo;

2­Purificar o que sai da boca: não praguejar, não mentir, não levantar
falso testemunho ou caluniar;

3­Purificar o que entra pela boca: não comer carne, nem ingerir
álcool;

FACEBOOK 4­Venerar as mensagens divinas;

5­Ser fiel ao seu cônjuge e manter a continência sexual,
especialmente durante os jejuns;

6­Auxiliar e consolar aqueles que sofrem;

7­Evitar os falsos profetas;

8­Não assustar, ferir, atormentar ou matar animais;

9­Não roubar nem cometer fraude;

10­Não praticar nenhuma magia ou feitiçaria;
INSTAGRAM

Os  grandes  livros  abalizados  de  Mani  eram  no  total  de  sete,
constituíram  a  espinha  dorsal  do  maniqueísmo.  Esses  sete  livros
preservariam  a  identidade  da  seita  durante  cerca  de  1.200  anos,  em
meios  tão  diferentes  quanto  Cartago  e  Fu­Kien.  Mas,  para  um  homem
educado  no  mundo  do  fim  da  era  clássica,  as  revelações  que  eles
continham eram irredutivelmente exóticas: correspondiam a um "conto de
fadas persa"

O  maniqueísmo  do  século  IV  na  África  era  muito  semelhante  ao


comunismo  da  Inglaterra  no  fim  dos  anos  1930.  O  maniqueísmo
afirmava  ser  a  verdadeira  "Igreja  dos  gentios"  na  África:  atraía  pagãos
ORKUTI inquietos  com  a  ascensão  do  cristianismo,  pois  repudiava  os  métodos
autoritários  da  Igreja  ja  estabelecida  e  os  traços  de  crueza  do  Velho
Testamento.  Enquadrava­se  com  facilidade  na  vasta  penumbra  de
cristianismo  em  que  os  homens  instruídos  ponderavam  sobre  o  que
tomavam por oráculos da Sibila que havia profetizado a vinda de Cristo. 
Muitos maniqueus eram mais doutrinários. Viam­se exclusivamente como
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reformadores do cristianismo.

O  movimento  maniqueísta  havia  atraído  muitos  homens  humildes,


artesãos  e  mercadores  respeitáveis.  Aliás,  os  mercadores  eram  os
missionários  mais  eficientes  da  seita:  na  China  e  na  Ásia  central,  o
maniqueísmo não tardou a vacilar depois que os mongóis destruíram os
grandes  impérios  comerciais  dos  oásis  do  deserto  do  Gobi.  Também  no
Império  Romano,  é  bem  possível  que  a  disseminação  do  maniqueísmo
tenha estagnado com a recessão comercial.

Pessoas como essas tinham mais facilidade que seus semelhantes mais
cultos  para  aceitar  como  verdades  literais  as  rebuscadas  revelações  de
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Mani.  Muitos  desses  seguidores  simplórios  eram  excepcionalmente
austeros.  Como  membros  dos  "Eleitos",  equivaliam,  nas  comunidades
maniqueístas,  aos  resolutos  felás  egípcios  que,  como  eremitas,  haviam­
se  tornado  a  maravilha  do  mundo  cristão.  "Incultos  e  primitivos",  esses
homens  eram  natureza,  fossem  particularmente  admirados  por
intelectuais sofisticados.

Os  "Fundamentalistas",  eram  os  homens  que  haviam  sustentado,  de


maneira intransigente, as revelações que lhes tinham sido confiadas nos
grandes livros de Mani.

Mani  foi  um  gênio  da  religião.  Compartilhou  com  todos  os


FLICKR pensadores  gnósticos  que  o  antecederam  um  vívido  sentimento  do
homem como uma mistura vergonhosa de duas forças opostas, mas
explicou  essa  mistura  em  termos  de  uma  descrição  plenamente
detalhada do universo físico.

Para Mani, o universo em si tinha resultado dessa mistura, e a boa nova
trazida  pelos  maniqueus  era  que  o  mundo  visível  era  uma  gigantesca
"farmácia",  na  qual  seria  "destilada"  a  essência  pura    dos  fragmentos
destroçados  do  Reino  da  Luz.  O  maniqueísta  portanto,  estava
inteiramente inserido no mundo visível. Todos os processos físicos a seu
redor  aconteciam  para  sua  salvação.  Talvez  ele  parecesse  cultuar  o  Sol
como  um  pagão,  ajoelhando­se  diante  dele  ou  voltando­se  para  ele  ao
fazer  suas  preces.  Mas  um  pagão  se  sentiria  muito  inferior  ao  Sol.  Para
TUMBLR os  pagãos,  os  homens  eram  criaturas  "atadas  a  corpos  humanos  e
sujeitas ao desejo, à tristeza, à ira (...), as últimas a nascer, prejudicadas
por  inúmeros  desejos";  já  o  Sol  era  claramente  um  "deus  visível",  uma
mente sobre­humana, girando em ritmo perfeito muito acima do mundo.

Um maniqueísta veria no Sol nada menos do que o brilho visível de uma
parte  de  si  mesmo,  um  fragmento  de  sua  própria  substância  boa  no
estágio  final  de  destilação,  pronta  a  se  fundir  novamente  no  "Reino  da
Luz".  Ele sentiria a emoção de estar envolvido num processo inelutável,
"objetivo", "cientificamente" descrito nos livros de Mani:

"A Luz irá para a Luz,
A frangrância para a fragrância (...)
STUMBLEUPON
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .  . . . .  .
(...) A Luz retornará a seu
lugar, as Trevas cairão e não tornarão a se elevar."

A  rigor,  nenhum  sistema  religioso  jamais  tratara  o  mundo  visível  de


maneira  tão  drástica,  e  com  tanta  literalidade,  como  a  externalização  de
um    conflito  espiritual  íntimo.  A  imagem  do  universo  que  emergia,  é

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claro,  não  era  a  do  mundo  a  que  estava  acostumado  o  romano


instruído,  pois  fora  drasticamente  distorcida  pelas  preocupações
religiosas de Mani. O choque entre o conteúdo dos livros maniqueístas e
os  fatos  observáveis  do  universo  fisíco  era  quase  inevitável.  É  que  os
maniqueus  jamais  admitiriam  que  sua  visão  do  universo  era  um  "mito"
que  simbolizava  uma  verdade  mais  profunda.  Os  quartos  crescente  e
minguante  da  Lua,  por  exemplo,  não  eram  apenas    a  mera  imagem
distante de um evento espiritual: eram literalmente causados pelo afluxo
de fragmentos libertos de "Luz" que ascendiam do mundo.

A  disciplina  moral  de  um  maniqueísta,  seu  sentimento  de  estar  apto  a
BEHANCE conduzir  uma  luta  espiritual  até  seu  desfecho  glorioso,  dependia  de  ele
aceitar  como  verdade  literal  a  explicação  de  Mani  sobre  os  movimentos
do universo físico.

Os  maniqueus  condenavam  a  astrologia:  ela  seria  um  trabalho


amadorístico, se comparada à Sabedoria "objetiva" de seus próprios
livros.  Os  maniqueístas  tinham  evitado  as  tensões  do  crescimento
em  todos  os  níveis.  Moralmente,  afirmavam  não  fazer  mais  do  que
"libertar" a parte boa que traziam em si, dissociando­se do que quer que
entrasse em conflito com sua imagem reconfortante de um fragmento de
perfeição  imaculada  alojado  neles.  Assim  a  disciplina  maniqueísta
baseava­se numa visão simplista da maneira como os homens agem. Era
de  um  otimismo  extremo,  pois  presumia  que  nenhum  homem  racional,
LINKED­IN uma  vez  "despertado"  para  sua  verdadeira  condição,  poderia  deixar  de
procurar libertar sua alma, seguindo as rotinas solenes dos maniqueus:

"Se souber observar os rituais, ele despertará:  o fragmento de alma
luminosa que existe nele retornará a sua pureza plena; e a natureza
'estrangeira' do bem que reside temporariamente em seu corpo se
libertará de todos os perigos (...)"

As complexidades da dúvida e da ignorância, as tensões profundamente
arraigadas na própria cidadela da vontade, tudo isso era deliberadamente
desconhecido  no  maniqueísmo.  Apesar  de  todo  o  seu  discurso  sobre  a
"libertação",  não  havia  espaço,  na  linguagem  religiosa  dos  maniqueus,
para  processos  mais  sutis  de  crescimento  ­  para  a  "cura"  ou  a
YOUTUBE "renovação". Os maniqueístas apresentavam meramente uma gnose em
sua forma mais tosca.

Leandro Claudir

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Você quer saber mais? 
COSTA, Marcos Roberto Nunes. Maniqueísmo: História, Filosofia e
DIGG Religião. Rio de Janeiro: Editora Vozes, 2003.

ANATALINO, João .Conhecendo a Arte Real: a maçonaria e suas
influências históricas e filosoficas. São Paulo: Editora Madras. 2007.

BROWN, Peter. Santo Agostinho: uma biografia. Rio de Janeiro:
Editora Record, 2011.

STEINER, Rudolf. O Maniqueísmo: a genuína missão do Bem e do
Mal no contexto evolutivo da humanidade. São Paulo: Editora
Antroposófica, 2012.
  
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Postado por Leandro Claudir Pedroso às domingo, janeiro 13, 2013 

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"O Homem inventou a máquina. A máquina, agora, quer fabricar homens. E se
um dia saírem homens do ventre das usinas, também os úteros das mulheres
gerarão homens­máquinas, sem coração, sem afeto, meros aparelhos de
produção..."

Plínio Salgado.

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