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Proteja a Saúde da sua familia e da sua comunidade 1

RESUMO

As deficiências dos serviços de saneamento básico nas áreas urbanas, principalmente em áreas
periféricas, precisam de implantação de um sistema alternativo para disposição dos resíduos
líquidos (esgotos) locais, com o objetivo de evitar a contaminação do solo e da água. Em sua
maioria, essas comunidades mais pobres são desprovidas de redes coletoras de esgoto sanitário,
obrigando a população a criar seus próprios meios de disposição dos resíduos domésticos.
Grande parte desses resíduos é lançada de forma inadequada ao meio ambiente, que acabam
provocando doenças e mortes em crianças e adultos.

Esses problemas podem ser minimizados utilizando sistemas simplificados para o tratamento
de esgoto sanitário, os quais devem ter como característica uma facilidade construtiva e um
baixo custo, portanto acessível à população de baixa renda.
Uma proposta adequada para as regiões que não possuem rede coletora de esgoto, e que
mudaria esse conceito, seria a aplicação de sistema de associação de Fossa Séptica, Filtro
Anaeróbio e Sumidouro.

Palavras Chaves: Fossas Sépticas

Instituto Industrial e Comercial de Nampula


Joanete Mário Menhane Magaço
Proteja a Saúde da sua familia e da sua comunidade 2

CAPITULO I – FOSSAS SEPTICAS

Introdução
A ausência, total ou parcial, de serviços públicos de esgotos nas áreas urbanas, suburbanas e
rurais exige a implantação de algum meio de disposição dos esgotos locais, com objetivo de
evitar a contaminação do solo e da agua. Em sua maioria, estas regiões são também desprovidas
de abastecimento de agua e utilizam poços como fonte de suprimento de agua, razão pela qual
se exige extremo cuidado para não correr a contaminação da agua do subsolo, utilizada para
consumo.

A desfasagem na implantação dos serviços públicos, em relação ao crescimento


populacional, principalmente nos países em desenvolvimento, permite prever que as soluções
individuais para o destino dos esgotos serão ampla e permanecem adotadas.

A fossa séptica e uma solução técnica e económica para dispor os esgotos de residências
isoladas.

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Generalidade
Quando não há disponibilidade de uma rede de esgoto pública, torna-se obrigatório o uso de
instalações necessárias para a depuração biológica e bacteriana das águas residuárias. A
obrigatoriedade do uso dessas instalações está fundamentada no REGULAMENTO DO
DEPARTAMENTO NACIONALDE SAÚDE PÚBLICA-Decreto nº 16.300 de 31/12/1932.Os
despejos lançados sem tratamento propiciam a proliferação de inúmeras doenças. Cerca de 50
tipos de infeções podem ser transmitidas diretamente via excretas humanas (Ex.: febre tifoide,
cólera, disenteria, hepatite infeciosa, dentre outras )

Histórico

As fossas sépticas evoluíram a partir das fossas mouras. Em 1860, Jean Louis Mouras
construiu um tanque de alvenaria, para o qual encaminhou, antes de destina los a um
sumidouro, os esgotos de um habitação, na cidade de Vesoul, na Franca. Este tanque aberto,
12 anos mais tarde, não apresentava acumulada a quantidade de sólidos para la endereçada, em
função da redução apresenta dano efluente liquido do tanque, em termos de teor de sólidos.
Essa fossa foi patenteada em 1881.

A Lei nº 11.445 / 07 – Diretrizes Nacionais para o Saneamento Básico define o Saneamento


Básico como serviços de abastecimento de água potável, de limpeza urbana e manejos de
resíduos, de esgotamento sanitário e de drenagem e manejo de águas pluviais. Com o advento
da aprovação dessa Lei, o setor de saneamento passou a ter um marco legal e contar com novas
perspetivas de investimento por parte do Governo Federal, baseado em princípios da eficiência
e sustentabilidade econômica, controle social, segurança, qualidade e regularidade, visando
fundamentalmente a universalização dos serviços, de modo a desenvolver nos municípios o
Plano Municipal de Saneamento Básico - PMSB.

O saneamento é entendido, segundo Rezende & Heller (2002, p. 15), sobretudo “como ação de
saúde pública, o têm na conta de dever do Estado e direito do cidadão, pugnado pela
universalização do atendimento, pelo direito ao serviço de qualidade, com participação e
controle social”.

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No Brasil, o desenvolvimento das ações de saneamento, historicamente, esteve vinculado aos


aspetos econômicos, interesses dominantes, os quais foram os principais determinantes do
caráter das ações coletivas, ou seja, não considerando de fato a superação das carências sociais
do país. Isto determinou a exclusão de diversos segmentos da sociedade das políticas de
saneamento, as quais predominaram nas áreas de interesse econômico. Assim, os
investimentos prioritários no setor foram em abastecimento de água, em detrimento das ações
menos lucrativas, o que fragmentou a visão do saneamento, se manifestando também
institucionalmente em uma precária interação entre governos estaduais e os municípios
(Rezende e Heller, 2002).

Segundo Pereira (2003), o número expressivo de municípios que não dispõem de coleta e
tratamento de esgotos ocorre em razão de o saneamento não ser encarado como prioridade e,
portanto, faltar política eficaz para direcionar as ações nesse setor. Isso faz com que os
programas de saneamento acabem tendo caráter individual e localizado em municípios
específicos, sendo que algumas questões político-partidário-administrativas dificultam a
formulação de política única de implantação de infraestrutura sanitária nos municípios
brasileiros, o que naturalmente, prejudica a obtenção de recursos para esse tipo de
investimento.

A oferta de serviços de saneamento básico em áreas urbanas no Brasil aumentou


significativamente nas últimas décadas, como se observa na Tabela 2.1.

Tabela 1; Evolução da cobertura dos serviços de abastecimento de água e coleta de esgotos


no Brasil (%)

SERVIÇO DOMICÍLIOS ANO


1960 1970 1980 1990 2000 2010
ABASTECIMENTO

DE ÁGUA % URBANOS 41,8 60,5 79,2 86,3 89,8 91,9

ESGOTAMENTO

SANITÁRIO % URBANOS 26,0 22,2 37,0 47,9 56,0 58,9

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De 1960 para 2010, a percentagem de domicílios urbanos atendidos pela rede de distribuição
de água e pela coleta de esgotos cresceu mais do que o dobro. Apesar do crescimento da
cobertura dos serviços de água e esgoto, ainda persistem populações não atendidas,
principalmente as de baixa renda, habitantes das periferias das grandes cidades, nos municípios
menores e, nas áreas rurais.

CAPITULO II - SISTEMAS INDIVIDUAIS DE TRATAMENTO DE ESGOTO (FS)

Os sistemas individuais são adotados normalmente para o atendimento unifamiliar e é


constituído por uma fossa séptica e um dispositivo de infiltração no solo que poderá ser um
poço negro (sumidouro) ou outro dispositivo de irrigação sub-superficial (vala), (ALOCHIO,
2007).

Para que estes sistemas funcionem satisfatoriamente as habitações tem que ser esparsas (lotes
grandes com elevada percentagem de área livre), o solo deverá apresentar boas condições de
infiltração, e o lençol freático deve estar em uma profundidade adequada para não haver risco
de contaminação por microrganismos transmissores de doenças (microrganismos
patogênicos).

Fossas Sépticas – Conceitos


As fossas sépticas são unidades de tratamento primário de esgoto domestico nas quais são
feitas a separação e transformação da matéria sólida contida no esgoto.

As fossas sépticas, uma benfeitoria complementar e necessária às moradias, são fundamentais


no combate a doenças, verminoses e endemias (como a cólera), pois evitam o lançamento dos
dejetos humanos diretamente em rios, lagos, nascentes ou mesmo na superfície do solo. 0 seu
use a essencial para a melhoria das condições de higiene das populações rurais.

Esse tipo de fossa nada mais é que um tanque enterrado, que recebe os esgotos (dejetos e águas
servidas), retém a parte sólida e inicia o processo.

 As fossas sépticas não devem ficar muito perto das moradias (para evitar mau
cheiro) nem muito longe (para evitar tubulações muito longas). A distância
recomendada é de 4 metros.

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 Elas devem ser construídas do lado do banheiro, para evitar curvas nas canalizações.
Também devem ficar num nível mais baixo do terreno e longe de poços ou de
qualquer outra fonte de captação de água (no mínimo 30 metros de distância), para
evitar contaminações, no caso de um eventual vazamento.
 O tamanho da fossa séptica depende do número de pessoas da moradia. Ela a
dimensionada em função de um consumo media de 200 litros de água por pessoa,
por dia. Porem a capacidade nunca deve ser inferior a 1000 litros.

Definição
Fossas sépticas são camaras construídas em alvenaria de tijolos ou pré-moldados em
concretos, e destinados a reter os despejos por um período especificamente estabelecido, de
forma a permitir a sedimentação dos sólidos e a retenção do material graxo (gorduras e óleos)
contidos nos esgotos, transformando-os, bioquimicamente, em substâncias mas simples e
estáveis.

Funcionamento
Em uma fossa séptica ocorrem os seguintes fenómenos:

 As fossas sépticas têm a função de separar e transformar a matéria sólida contida nas
águas de esgoto, descarregando-a no terreno, onde o se completará o tratamento.
 A altura mínima do líquido no interior da fossa para garantir a ação neutralizante das
bactérias é de cerca de 1,20 m.
 Nas fossas, as águas servidas sofrem a ação de bactérias anaeróbicas, ou seja,
microrganismos que só atuam sem a presença de oxigênio. Durante a ação desses
microrganismos (em grande parte presentes nos próprios resíduos lançados), parte da
matéria orgânica sólida é convertida em gases ou em substâncias solúveis, que
dissolvidas no líquido contido na fossa, são esgotadas e lançadas no terreno.

Ao longo do processo, depositam-se no fundo da fossa, as partículas minerais sólidas (lodo) e


forma-se na superfície do líquido uma camada de espuma ou crosta constituída de substâncias
insolúveis e mais leves que contribui para evitar a circulação do ar, facilitando a ação das
bactérias. Como resultado há a destruição total ou parcial de organismos patogênicos. OBS :
Ver a figura a seguir

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Figura 1 - Modelo de Fossa séptica em corte

Figura 2 - Modelo de Fossa séptica em planta.

Fotos 2.1 - Fossa séptica

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Restrições ao Uso; Localização

A localização das fossas sépticas deverá ser de forma a atender as seguintes condições (CPRH,
2004 e NBR 7229/2003):

 Possibilidade de fácil ligação do coletor predial de esgoto à futura rede coletora a


ser implantada na via pública.
 Facilidade de acesso, tendo em vista a necessidade de remoção do lodo digerido.
 Não comprometimento dos terrenos vizinhos, exigindo-se que os sistemas

de disposição dos efluentes no terreno, quaisquer que sejam os tipos admitidos, guardem uma
distância mínima de um metro da divisa do lote.

 Não comprometimento da estabilidade dos prédios e das condições mínimas de


higiene, exigindo-se que o sistema de disposição do efluente do tanque séptico seja
construído em terreno a céu aberto, guardando distância mínima de 1,5 metros de
qualquer obstáculo como fundações, paredes das garagens do subsolo, depósitos
subterrâneos, etc.

Distancias Mínimas

 O sistema de fossas sépticas deve preservar a qualidade das águas superficiais e


subterrâneas, mediante estrita observância das prescrições da NBR 7229/1993:
Projeto, construção e operação de sistemas de tanques sépticos.
 É vedado o encaminhamento ao tanque séptico de: águas pluviais e despejos capazes
de causar interferência negativa na fase do processo de tratamento ou elevação
excessiva da vazão de esgoto afluente, como os provenientes de piscinas e lavagem de
reservatórios de água.
 As fossas sépticas devem ser localizadas o mais próximo possível do banheiro, com
tubulação o mais reta possível e distanciadas no mínimo a 15m abaixo de qualquer
manancial de água (poço, cisterna, etc.)

As Fossas sépticas devem observar as seguintes distâncias horizontais mínimas para sua
instalação, sendo considerada a distância mínima a partir da face externa mais próxima aos
elementos considerados:

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 1,5 m de construções, limites de terreno, sumidouros, valas de infiltração e ramal


predial de água.
 3,0 m de árvores e de qualquer ponto de rede pública de abastecimento de água.
 15,0 m de poços freáticos.
 5,0 m para reservatórios de água enterrados e piscinas.
 Distância mínima de 30,0 m para qualquer corpo de água, conforme Lei Federal nº.
4771/65 (Código Florestal). Ver figura a seguir:

Fotos 2.3 - Distancia mínima para qualquer corpo de agua

BS: As distâncias mínimas são computadas a partir da face externa mais próxima aos
elementos considerados.

CAPITULO III – DIMENSIONAMENTO

O tamanho da fossa séptica depende do número de pessoas da moradia. Ela é


dimensionada em função de um consumo médio de 200 litros diários de água por pessoa.
Sua capacidade, entretanto, nunca deve ser inferior a mil litros. As fossas sépticas podem
ser pré-moldadas ou construídas no local. Para estipular as dimensões da fossa, é
necessário o cálculo do volume útil total ( que será apresentando nos itens seguintes).

 Entretanto, para um pré-dimensionamento, pode-se utilizar uma tabela de


dimensionamento prático. Entrando com o número de pessoas, têm-se as dimensões e
a capacidade da fossa, em litros, equivalente ao volume útil.

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Prescrições Normativas:NBR7229/1993 e Critérios de Dimensionamento

A NBR-7229/1993 pre vê trê s tipos bás icos de fos s a s é pticas :

Câmara única, câmaras sobrepostas e câmaras em série.

 A geometria da fossa é em geral prismática ou cilíndrica. Este trabalho tratará apenas


das fossas sépticas prismáticas de Câmara única.

Considerações de Uso:
 São encaminhados às fossas todos os despejos domésticos Oriundos de cozinhas,
lavandeiras domiciliares, chuveiros, lavatórios, Bacias sanitárias, bidês, banheiras,
mictórios e ralos de piso.
 Os despejos da cozinha devem passar por caixas de gordura antes de serem lançados às
fossas sépticas.
 Águas pluviais não devem ser lançadas.

Projeto de Fossas Sépticas:


No cálculo de contribuição dos despejos, devem ser observados:

a)Número de pessoas a serem atendidas, não inferior a cinco;

b) O consumo local de água e, na falta desses dados, utilizar os valores Apresentados na


Tabela1 da norma, item 5.7.

-Volume útil total do tanque séptico: Consiste no espaço interno mínimo

Necessário ao correto funcionamento do tanque séptico, correspondente à somatória dos


volumes destinados à digestão, decantação e armazenamento da escuma. É dado pela
expressão:

V=1000+N(C x T+K x Lf)

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Em que:

V=Volume útil, em litros.

N=número de pessoas ou unidades de contribuição.

C=Contribuição de despejos, em litros/ pessoa. (ver tabela 1 da norma)

T=Período de detenção, em dias. (ver Tabela 2 da norma)

K= taxa de acumulação de lodo digerido em dias equivalente ao tempo de


acumulação de lodo fresco (ver Tabela 3 da norma)

Lf= contribuição de lodo fresco, em litro/pessoa x dia ou em litro/unidade x dia (ver tabela 1
da norma)

TABELA 2; Contribuição diária de esgoto(C) e de lodo fresco (Lf) por tipo


de prédio e ocupante

Lodo: Material acumulado na zona de digestão do tanque séptico, por sedimentação De


partículas sólidas suspensas no esgoto.

Lodo fresco: Lodo instável, em inicio de processo de digestão.

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TABELA 3; Período de detenção (T) dos despejos, por faixas de distribuição diária

Período de Detenção do Esgoto: Tempo de permanência da parcela liquida do esgoto dentro da


zona de decantação do tanque séptico.

TABELA 4; Taxa de acumulação total de lodo(k), em dias por intervalo entre limpeza e
temperatura do mês mais frio

Taxa de acumulação de lodo: Número de dias de acumulação de lodo fresco equivalente ao


volume de lodo a ser armazenado no tanque, considerando Redução de volume de quatro vezes
para o lodo digerido.

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TABELA 5; Profundidade mínima e máxima, por faixa de volume útil

Abertura de Inspeção

As aberturas de inspeção dos tanques sépticos devem ter número e disposição tais que
permitam a remoção do lodo e da escuma acumulados, assim como a desobstrução dos
dispositivos internos. As seguintes relações de distribuição e medidas devem ser observadas:

a) Todo tanque deve ter pelo menos uma abertura com a menor dimensão igual ou superior
a 0,60m, que permita acesso direto ao dispositivo de entrada do tanque.
b) O máximo raio de abrangência horizontal, admissível para efeito de limpeza, é de
1,50m, a partir do qual nova abertura deve ser necessária.
c) A menor dimensão das demais aberturas, que não a primeira, deve ser igual ou superior
a 0,20m.
d) Os tanques executados com lajes removíveis em segmentos não necessitam de aberturas
de inspeção, desde que as peças que as substituam tenham área igual ou inferior a 0,50
m².
e) Os tanques prismáticos retangulares de câmaras múltiplas devem ter pelo menos uma
abertura por câmara.

Após passar pela fossa, o efluente líquido, isento de materiais sedimentáveis e flutuantes
(retidos na fossa) deve ser disposto de alguma forma no meio ambiente Entre os processos
eficientes e económicos de disposição do efluente líquido das fossas estão:

 Diluição (corpo de água recetor)


 Sumidouro
 Vala de infiltração
 Vala de infiltração e filtro de areia

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Verificação de Estanqueidade:
Antes de entrar em funcionamento, o tanque séptico deve ser submetido ao ensaio de
estanqueidade, realizado após ele ter sido saturado por no mínimo 24 h.

-A estanqueidade é medida pela variação do nível de água, após preenchimento, até a altura da
geratriz inferior do tubo de saída, decorridas 12 h. Se a variação for superior a 3% da altura
útil, a estanqueidade é insuficiente, devendo-se proceder à correção de trincas, fissuras e juntas.
Após a correção, novo ensaio deve ser realizado.

Manutenção

 O lodo e a escuma acumulados nos tanques devem ser removidos a intervalos


equivalentes ao período de limpeza do projeto conforme Tabela 3 da norma NBR
7229/1993.
 O intervalo pode ser encurtado ou alongado quanto aos parâmetros de projeto, sempre
que se verificarem alterações nas vazões efetivas de trabalho com relação às estimadas.
 Quando da remoção do lodo digerido, aproximadamente 10% de seu volume devem ser
deixados no interior do tanque.
 Anteriormente a qualquer operação que venha a ser realizada no interior dos tanques,
as tampas devem ser mantidas abertas por tempo suficiente à remoção de gases tóxicos
ou explosivos.(mínimo 5 min).

Exemplo: Dimensionar uma fossa séptica para uma residência com cinco quartos, sendo um
deles de serviço.

Solução:

1º Passo: Determinação do número de contribuintes (N)

 Admitindo-se 1 pessoa por cada quarto, têm-se N=5

2ºPasso: Determinação das Contribuições unitárias de Esgotos (C) e de Lodo Fresco (Lf)

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 Tomando a residência como padrão médio, pela tabela 1 da norma NBR 7229/1993:

C=130 litros/ dia x pessoa e Lf= 1 litro/ dia x pessoa


3º Passo: Determinação do período de detenção (T)

 Para determinação do período de detenção consulta-se a tabela 2 da norma. Porém,


antes disso é preciso calcular a contribuição diária, obtida a partir do produto entre a
contribuição diária por pessoa vezes o

número de pessoas:

C (diária)= N X C= 5 X 130= 650 litros / dia

Tomando 650 litros/dia como a contribuição diária consulta-se a

Tabela 2 da norma obtendo-se: T= 1dia

4ºPasso: Determinação da taxa de acumulação total de lodo (K), por Intervalo entre limpezas
e temperatura do mês mais frio.

 Admitindo um valor de temperatura média para o mês mais frio do ano compreendido
entre o intervalo 10 ºC e 20º, para o caso do Distrito

Federal, e um intervalo entre limpezas da fossa de 2 anos, consulta-se a Tabela 3 da


norma, obtendo-se: K= 105 dias

5ºPasso: Cálculo do Volume Útil (V)

 Para o cálculo do volume útil utiliza-se a fórmula apresentada no item 5.7 da norma.

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V=1000+N(C x T+K x Lf)

Substituindo os dados obtidos nos passos anteriores:

N= 5 pessoas

C= 130 litros/dia x pessoa

Lf= 1 litro/ dia x pessoa

T= 1 dia

K= 105 dias
V=1000+5(130 x 1+105 x 1)

V= 2175 litros

V=2,1 m³

6ºPasso: Determinação das dimensões

 Arbitrando um valor para a altura H de 1,50 m e para largura W de 0,90 m, para o


volume útil obtido de 2,1m³, o comprimento L deve ser de 1,56 m. Como, 2 <= L/W
<=4, adota-se, L=1,80m deixando também uma folga de cerca de 14% entre o volume
útil e o volume total. Dessa forma, têm-se para as dimensões da fossa:

L=1,80 m

W=0,90 m

H=1,50 m

-Caso fosse consultada a tabela apresentada no item 5-Dimensões desta apresentação, para N=5
pessoas têm-se:

L=1,60 m, W=0,80 m, H=1,50m

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Figura 3 - 7ºPasso: Detalhamento Fossa Planta Baixa.

Figura 3.1 - Corte A-A

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Figura 3.2 - Corte B-B e Corte C-C

Aspetos Construtivos
Execução de Fossas sépticas em alvenaria de tijolos cerâmicos

A fossa séptica feita no local tem formato retangular ou circular. Para funcionar bem, elas
devem ter dimensões determinadas por meio de um projeto específico de engenharia.

A execução desse tipo de fossa séptica começa pela escavação do buraco onde a fossa vai ficar
enterrada no terreno.

O fundo do buraco deve ser compactado, nivelado e coberto com uma camada de cinco
centímetros de concreto magro, (um saco de cimento, 8 litros de areia, onze latas de brita e
duas latas de água, a lata de medida é de dezoito litros) sobre o concreto magro é feito uma laje
de concreto armado de seis centímetros de espessura (um saco de cimento, quatro litros de
areia, seis litros de brita e 1,5 litro de água), malha de ferro 4,2 a cada vinte centímetros.

As paredes são feitas com tijolo maciço, ou cerâmico, ou com bloco de concreto. Durante a
execução da alvenaria, já devem ser colocados ou tubos de entrada e saída da fossa (tubos de
cem milímetros), e deixadas ranhuras para encaixe das placas de separação das câmaras, caso
de fossa retangular.

As paredes internas da fossa devem ser revestidas com argamassa à base de cimento (um saco
de cimento, cinco litros de areia e dois litros de cal).

A fossa séptica circular, a que apresenta maior estabilidade, utiliza-se para retentores de
espuma na entrada e na saída, Tês de PVC de noventa graus de diâmetro cem milímetros.

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Na fossa séptica retangular a separação das câmaras (chicanas), e a tampa da fossa são feitas
com placas pré-moldadas de concreto. Para a separação das câmaras são necessárias cinco
placas: duas de entrada e três de saída. Essas placas têm quatro centímetros de espessura e a
armadura em forma de tela.

A tampa é subdividida em placas, para facilitar a sua execução e até a sua remoção placas com
5 cm de espessura e sua armação também é feita em forma de tela.

A fossa séptica circular, na qual apresenta maior estabilidade, utiliza-se para retentores de
escuma na entrada e na saída, Tês de PVC de 90 graus com diâmetro de 100mm

Figura 3.3 – Indicação de Fossa séptica circular

Na fossa séptica retangular a separação das câmaras (chicanas) e a tampa da fossa são feitas
com placas pré-moldados de concreto. Para a separação das câmaras são necessárias cinco
placas: duas de entrada e três de saída.

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Figura 3.4 – Placas pré-moldado das camaras e tampa da fossa

A tampa a subdividida em placas, para facilitar a sua execução e até a sua remoção. As
placas possuem 5 cm de espessura e sua armação também é feita em forma de tela.

Figura 3.5 – Armação da tampa de fossa em forma de tela

Esses sistemas de saneamento têm por objetivo coletar e evacuar águas servidas,
provenientes as construções, despolui-las e, as vezes, lançar as águas purificadas no ambiente
natural.

Todo este dispositivo tradicional de saneamento é objetos de regulamentações precisas. Estas


impõem, entre outras medidas, a qualidade as águas descarregadas ao saírem da instalação.

Conforme a procedência, as águas residuais domésticas podem ser diferencias a seguinte


maneira:

 Águas de esgoto são as que provem dos banheiros, com fezes e urinas;

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 Águas domésticas são as que provem das cozinhas, quartos de banhos, lavatórios,
lavandarias;
 Águas pluviais são as que escoam dos telhados e nos quintais.

As fossas devem ser proporcionadas a um volume de sólidos e líquidos a tratar. Implicitamente,


o volume depende do número de usuários. Para evitar perigos de contaminação das fontes, dos
lençóis freáticos e subterrâneos, dos poços e cisternas, as suas paredes e junções devem ser
completamente impermeáveis. As abertura de ventilação de vem ficar em lugar em que não
haja nenhum perigo para o meio ambiente. Alem dessas precauções para evitar os odores maus,
deve se evitar a penetração de inseto nas fossas.

Qualquer projeto de instalação individual é objeto de decisões administrativas, visando o ter o


saneamento previsto. Essas decisões implicam a organização de um arquivo técnico
(compreendendo, entre outras coisas: uma planta de localização, uma planta de instalação e
sistema de evacuação) e de um requerimento administrativo.

As fossas e serviços de esgotos só podem ser empreendidos depois de obtidos as devidas


aprovações por parte de administração.

É lógico que, se a construção se encontra nas proximidades de um esgoto geral (rede unitária),
o influente das águas despejadas do prédio, inclusive as águas pluviais, poderá ser lançado aí
sem necessidade prévia depuração.

Quando os esgotos nas proximidades as construções for esgoto de sistema separado (duas redes
justapostas, uma para as águas servidas e outras para as água pluviais) a ligação é feita nas
canalizações correspondentes para cada qualidade de água.

A obrigação de estabelecer uma fossa para o tratamento as águas servidas, visando a depuração,
impõem-se nos dois casos seguintes:

 Quando perto da construção só há uma rede de esgoto pluvial;


 Quando não há rede de esgoto no sector da construção projetada.

Nesses dois últimos casos, os exutórios particulares devem ser projetados com relação ao
sistema escolhido de desde poluição e em função do volume das águas a escoar.

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Tipos de Fossas.
Os tipos de fos s as dife re nciam s e da s e guinte forma:

 Fossas fixas;
 Fossas químicas;
 Fossas de decantação - digestão;
 Fossas sépticas;

Pequenas estações particulares de decantação

Todos os sistemas particulares de despoluição, fossa de escoamento e de purificação assim


como os sistemas de descargas, deverão ser periodicamente examinados e cuidados. Devem
ser mantidos em perfeitos estados de funcionamento.

Esses trabalhos de controlo e de verificação costumam ser confiados ao construtor ou a alguma


empresa especializada, que tem por obrigação fornecer aos usuários o resultado das inspeções,
propondo os reparos a fazer para garantir o perfeito funcionamento das instalações.

É obrigação do proprietário do imóvel velar pelo bom funcionamento e vedação da instalação


do sistema de saneamento.

As fossas fixas

As fossas fixas são o sistema mais rudimentar de coleta de águas servidas e só em algumas
circunstâncias é que são autorizadas, geralmente do lado de fora a habitação. O despejo deve
ser feito entendendo-se sempre as condições de higiene e segurança. O volume de uma fossa
fixa (pelo menos 8m3 ) é calculado a base de 400 litros por ocupante.

As fossas químicas

As fossas químicas são fossa onde os detritos orgânicos são liquefeitos e ascetizados pela Acão
de elementos químicos. O contacto as substancias químicas com os detritos orgânicos deve ser
o mais intimo possível, que se consegue por processo de agitação.

A fossa de decantação e digestão

Esta fossa compreende um compartimento dentro do qual se encontra o decantador e o digestor.


Esta fossa tem um só condutor de águas servidas, agrupados W.C., cozinhas e banhos. As
fossas de decantação podem ser feitas no local, mas podem ser também pré-fabricadas.

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Fossas sépticas

Fossa séptica é um aparelho para coleta e liquefação de detritos orgânicos. É obrigatório que
aja nessas fossas um elemento de decantação. Essas fossas são feitas de modo a poderem
distribuir as substâncias em suspensão., conforme a ordem da densidade, nos meios de
fermentação, para a solubilização pelo ataque de micróbios anaeróbica

As Fossas sépticas quanto a sua execucao podem ser de dois tipos:

-Pré-moldadas
-Feitas no local
Fossas Sépticas Pré-Moldadas/Formato Cilíndrico

No mercado há dois tipos, independentemente de sua capacidade:

Inteiriças: constituídas de uma única peça

De Anéis: com encaixes para sobreposição

Formas de instalar

para volumes maiores é recomendável que a altura não seja maior que o dobro do diâmetro
para que a fossa funcione bem. Dar atenção a esse detalhe, principalmente quando a fossa for
de anéis sobrepostos. A instalação de uma fossa séptica pré-moldada começa pela escavação
do buraco onde ela vai ficar enterrada no terreno, em seguida, o fundo do buraco deve ser
compactado, nivelado e coberto com uma camada de 5cm de concreto magro.

Nas fossas de anéis sobrepostos, é preciso fazer uma camada de concreto magro, fazer uma laje
de 7cm de concreto armado do fundo do buraco, sobre uma camada de concreto magro.
Finalmente, a fossa pré-moldada é colocada no lugar. A tubulação que liga a caixa de inspeção
(da rede de esgoto da moradia) a fossa séptica deve ter um caimento de 2%, no mínimo, ou
seja, 2cm por metro de tubulação. Para tanto, o topo do buraco da fossa deverá ficar num nível
inferior ao da saída da caixa de inspeção. As fossas sépticas pré-moldadas podem ser adquiridas
diretamente dos seus fabricantes, normalmente empresas fabricantes de pré moldados, que
também dão cotações sobre a montagem das fossas no local.

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De formato cilíndrico, são encontradas no mercado.

A menor fossa pré-moldada tem capacidade de 1000 litros, medindo 1,1 x 1,1 metros (altura x
diâmetro).

Para volumes maiores é recomendável que a altura seja major que o dobro do diâmetro.

Para a sua montagem, observar as orientações dos fabricantes.

Figura 4 – Orientações dos fabricantes

Fossas Sépticas Feitas no Local/Formato Retangular

A fossa séptica feita no local tem formato retangular ou circular. Para funcionar bem, elas
devem ter as seguintes dimensões:

FOSSAS SÉPTICAS RETANGULARES OU CIRCULARES

Dimensão Interna (metro)


Nº de Capacidade
Retangulares Circulares
Pessoas Litros
Comprimento Largura Altura Diâmetro Altura

até 7 2,00 0,90 1,50 1,35 1,50 2160

até 10 2,30 0,90 1,50 1,45 1,50 2480

até 14 2,50 0,90 1,50 1,52 1,50 2700


até 21 2,70 1,20 1,50 1,62 1,90 3890

até 24 3,20 1,20 1,50 1,70 2,00 4600


Tabela 6; Dimensões de fossa retangular

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Formas de instalar:

Sua construção também começa pela escavação no local do terreno onde a fossa deverá ser
instalada. O fundo do buraco deverá ser compactado, nivelado e coberto com uma camada de
cinco centímetros de concreto magro. Em seguida, uma laje de concreto armado de 7cm de
espessura deverá ser providenciada. As paredes podem ser feitas com blocos de concreto de
15cm ou de 20cm de largura e as paredes internas da fossa devem ser revestidas com
argamassas à base de cimento. As paredes internas das câmaras (chicanas), bem como a tampa
da fossa, são feitas com placas pré-moldadas de concreto. Para a separação das câmaras são
necessárias cinco placas: duas de entrada e três de saída. Essas placas têm 4cm de espessura e
a armadura em forma de tela. A tampa é subdividida em duas ou mais placas (com 5cm de
espessura e armadura também feita em forma de tela). O número de subdivisões dependerá do
tamanho da fossa, já que o objetivo é facilitar a execução e até sua remoção, em caso de
necessidade.

A concretagem das placas deve ser feita sobre uma superfície bem lisa, revestida de papel, para
evitar a aderência do concreto ao piso onde é feita a concretagem, uma vez que as fôrmas não
têm fundo. Durante a execução da alvenaria, já devem ser colocados os tubos de limpeza
(esgotamento), de entrada e de saída da fossa e deixadas ranhuras para encaixe das placas de
separação das câmaras. Uma maneira fácil e econômica de construir esse tipo de fossa é usar
blocos de concreto e placas pré-moldadas de concreto.

CAPITULO IV - SISTEMAS DE ESGOTO DOMICILIAR

Na fossa séptica retangular a separação das câmaras (chicanas) e a tampada fossa são feitas
com placas pré-moldados de concreto. Para a separação das câmaras são necessárias cinco
placas: duas de entrada e três de saída. Essas placas têm quatro centímetros de espessura e a
armadura em forma de tela.

A tampa a subdividida em placas, para facilitar a sua execução e até a sua remoção. As placas
possuem 5 cm de espessura e sua armação também é feita em forma de tela.

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Ligação da rede de esgoto a Fossa séptica

A ligação da rede de esgoto da moradia à fossa séptica deve ser feita com tubos de 10cm de
diâmetro, assentados numa valeta e bem unidos entre si. O fundo da valeta deve ter caimento
de 2%, no sentido da caixa de inspeção. O objetivo é que a fossa séptica fique bem nivelada e
compactada. A rede de esgoto da moradia deve passar inicialmente por uma caixa de inspeção,
que serve para fazer a manutenção periódica da tubulação, facilitando o desentupimento, em
caso de necessidade.

Figura 5 - Ligação de esgoto a fossa séptica

Caixa de Inspeção
A rede de esgoto da moradia deve passar inicialmente por uma caixa de inspeção, que serve
para fazer a manutenção do sistema, facilitando o desentupimento, essa caixa deve ter 60cm x
60 cm e profundidade de 50 cm, construída a cerca de 2 metros de distância da casa. Caixa
construída em alvenaria, ou pré-moldada, com tampa de concreto. fundo e as paredes dessa
caixa devem ser revestidos com uma argamassa à base de cimento. A caixa de inspeção é
coberta com uma placa pré-moldada de concreto com 5cm de espessura.

Distribuição dos Efluentes no Solo


Há duas maneiras de distribuir os efluentes no solo:

 Valas de Infiltração
 Sumidouros

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A utilização de um ou outro vai depender do tipo de solo, dos recursos disponíveis para a sua
execução. Consulte um profissional habilitado ou a própria CAESB, antes de definir qual a
melhor opção.

Valas de infiltração

Recomendadas para locais onde o lençol freático é próximo a superfície.

As valas de infiltração consistem em um sistema de disposição composto por um conjunto de


canalizações assentado a uma profundidade racionalmente fixada, em um solo cujas
características permitam a absorção do esgoto efluente da fossa séptica conectada ao sistema.

Valetas de Infiltração: sistema de escoamento feito por tubos:

Construção: consiste na escavação de uma ou mais valetas, nas quais são colocados tubos que
permitem, ao longo do seu comprimento, escoar para dentro do solo os efluentes provenientes
das fossas sépticas.

O comprimento total das linhas de tubos depende do tipo de solo e da quantidade de efluente a
ser tratada, em terrenos mais porosos (como os arenosos), 8m de tubos por pessoa são
suficientes, já em terrenos menos porosos (como os argilosos), são necessários 12 m de tubo
por pessoa. Entretanto, para um bom funcionamento de sistema, cada linha de tubos não deve
ter mais que 30m de comprimento.

Quando o terreno não permite a construção das valetas nas quantidades e nos comprimentos
necessários, pode ser feito um número maior de ramificações, de comprimentos menores. Um
exemplo é quando a ocorrência de obstáculos (uma árvore ou rocha) é grande ou o espaço
insuficiente. Os tubos devem ter 10cm de diâmetro e ser assentados sobre uma camada de 10cm
de pedra britada ou cascalho, colocadas no fundo das valetas de infiltração. Os quatro primeiros
tubos que saem da fossa devem ser unidos entre si. Entre os demais tubos deve ser deixado um
espaço de 0,5cm , para permitir o vazamento do efluente à medida que ele desce pelos tubos.
Junto a esses espaços, os tubos devem ser cobertos (apenas na parte de cima com um pedaço
de lona plástica ou outro material impermeável, para evitar a entrada de terra na tubulação. Em
seguida as valetas são fechadas com uma camada de brita, até meia altura e o restante com o
próprio solo.

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Nos entroncamentos ou ramificações de tubos é recomendável o uso de caixas de distribuição.

Esse sistema consiste na escavação de uma ou mais valas, nas quais são colocados tubos de
dreno com brita, ou bambu, preparado para trabalhar como dreno retirando o miolo, que
permite, ao longo do seu comprimento, escoar para dentro do solo os efluentes provenientes
da fossa séptica.

A percolação do líquido através do solo permitirá a mineralização dos esgotos, antes que o
mesmo se transforme em fonte de contaminação das águas subterrâneas e de superfície que se
deseja proteger.

As tubulações podem ser de manilhas de grés cerâmicas, com juntas abertas, tubos porosos ou
tubulações de PVC para drenagem.

0 comprimento total das valas depende do tipo de solo e quantidade de efluentes a ser tratado.
Em terrenos arenosos 8m de valas por pessoa.
Entretanto, para um bom funcionamento do sistema, cada linha de tubos não deve ter mais de
30m de comprimento. Portanto, dependendo do numero de pessoas e do tipo de terreno, pode
ser necessária mais de uma linha de tubos/ valas.

Aspetos Construtivos

A área de absorção necessária (comprimento das valas e largura do fundo das valas) depende
das características do solo, que são obtidas em função dos testes de infiltração realizados de
maneira análoga ao apresentado para sumidouro. Recomendações:

Todas as linhas devem, preferivelmente, ter o mesmo comprimento.

 Para permitir uma boa ventilação, as linhas podem terminar em pequenos poços rasos
(90 cm de diâmetro), preferivelmente cheios de carvão ou cascalho.

 Com o fim de evitar intromissão de raízes nas canalizações e dados disso decorrentes
deve-se evitar a proximidade de árvores
 O crescimento de gramas no campo de nitrificação auxilia a absorção do líquido
efluente, pela transpiração

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Geralmente essas valas são Recomendadas para locais onde o lençol freático é próximo a
superfície.

Esse sistema consiste na escavação de uma ou mais valas, nas quais são colocados tubos de
dreno com brita, ou bambu, preparado para trabalhar como dreno retirando o miolo, que
permite, ao longo do seu comprimento, escoar para dentro do solo os efluentes provenientes da
fossa séptica.

O Comprimento total das valas depende do tipo de solo e quantidade de efluentes a ser tratado.
Em terrenos arenosos 8m de valas por pessoa.

Entretanto, para um bom funcionamento do sistema, cada linha de tubos não deve ter mais de
30m de comprimento. Portanto, dependendo do numero de pessoas e do tipo de terreno, pode
ser necessária mais de uma linha de tubos, observe figura a seguir:

Figura 6 - Sistema de vala de infiltração

Sumidouro
Conceitos
Sumidouro ou fossa absorvente são escavações feitas no terreno, para receber efluentes da
fossa séptica ou mesmo diretamente do vaso sanitário em cujas paredes deverão se infiltrar. É
um poço seco escavado e não impermeabilizado, que orienta a infiltração de água residuárias
no solo (NBR 7229/1993). Deverá ser revestido com alvenaria em crivo ou anéis de concreto
furados. Dependendo das características do solo.

Aspetos Construtivos
A construção de um sumidouro começa pela escavação da cavidade no local escolhido, a cerca
de 3m da fossa séptica e num nível um pouco mais baixo, a fim de facilitar o escoamento dos
efluentes por gravidade. A profundidade do buraco deve ser 80cm maior que a altura final do

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sumidouro. É recomendável que o diâmetro dos sumidouros com paredes de blocos de concreto
não seja inferior a 1,5m para facilitar o assentamento. Os blocos só podem se assentados com
argamassa de cimento e areia nas juntas horizontais. As juntas verticais não devem receber
argamassa de assentamento, para facilitar o escoamento dos efluentes. Se as paredes forem
feitas com anéis pré-moldados de concreto, eles devem ser apenas colocados uns sobre os
outros, sem nenhum rejuntamento, para permitir o escoamento dos efluentes. Esses anéis
podem ser adquiridos diretamente de fabricantes locais de pré-moldados de concreto ou de
artefactos de cimento. A laje ou tampa dos sumidouros pode ser feita com uma ou mais placas
de concreto. Elas podem ser executadas no próprio local ou adquiridas dos fabricantes de pré-
moldados ou artefactos de cimento da região.

Princípios de funcionamento

O diâmetro e a profundidade dos sumidouros dependem da quantidade de efluentes e do tipo


de solo. Mas não devem ter menos de 1 m de diâmetro e mais 3m de profundidade, para
simplificar a construção.

Os sumidouros podem ser construídos de tijolo maciço ou blocos de concreto ou ainda com
anéis pré-moldados de concreto.

A construção de um sumidouro começa pela escavação de buraco, a cerca de 3 m da fossa


séptica e um nível um pouco mais baixo, para facilitar o escoamento dos efluentes por
gravidade. A profundidade do buraco deve ser de 70 cm maior que a altura final do sumidouro.
Isso permite a colocação de uma camada de pedra, no fundo do sumidouro, para infiltração
mais rápida no solo e de uma camada de terra, de 20cm, sobre a tampa do sumidouro.

Os tijolos ou blocos só devem ser assentados com argamassa de cimento e areia nas juntas
horizontais. As juntas verticais devem ter espaçamentos (no caso de tijolo maciço) e não devem
receber argamassa de assentamento, para facilitar o escoamento dos efluentes. Se as paredes
forem de anéis pré moldados, eles devem ser apenas colocados uns sobre os outros, sem
nenhum rejuntamento, para permitir o escoamento dos efluentes.
A laje ou tampa do sumidouro pode ser feita com uma ou mais placas pré moldadas de concreto,
ou executada no próprio local, tendo o cuidado de armar em forma de tela.

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Figura 7- Indicção de um sumidouro

Segundo a NBR 13969, (1997) para se evitar que a elas tenham uma redução na sua vida útil,
deve-se construí-lo obedecendo aos seguintes parâmetros:

 Projetá-la usando os dados do teste de percolação do terreno e do volume útil do


efluente do esgoto proveniente da fossa séptica ou diretamente do vaso sanitário;

 Revestir suas paredes deixando furos ou espaços suficientes para facilitar a


infiltração do líquido no terreno;

 As três primeiras fiadas de tijolos da parede, não devem conter furos ou espaços,
para se evitar as enxurradas ocasionadas durante o período da chuva;

 Sua profundidade máxima não deve ultrapassar 1,50m, quando o nível do lençol
freático ficar a menos de 3 metros. (observação feita em cacimbas ou poços
próximos);

 As suas lajes de cobertura deverão ficar ao nível do terreno, construídas em


concreto armado com dimensões que facilite a sua remoção quando da
necessidade de uma limpeza. Devendo ser lacradas com argamassa.

As dimensões dos sumidouros são determinadas em função do volume do efluente do esgoto


e da capacidade de absorção do solo (percolação), devendo ser considerada para cálculo, como
superfície útil de absorção, somente as paredes laterais, muito embora exista uma absorção
também pelo fundo. A capacidade útil é determinada a partir da geratriz inferior do tubo do
esgoto até o fundo da fossa.

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Conclusões e recomendações
Tabela 7; Dimensoes de fossa e sumidouro.

Filtro Anaeróbio
Conceitos
O filtro anaeróbio é uma “unidade destinada ao tratamento de esgoto, mediante afogamento do
meio biológico filtrante” (NBR 7229, 1993, p. 2). Seguindo os padrões da classificação
apresentada no item 2.9, pode-se dizer que o filtro anaeróbio representa um sistema de
tratamento secundário e físico-biológico. É de grande utilidade em projetos que requerem um
melhor grau de tratamento que o simples uso de tanque séptico seguido de infiltração no solo.
É um tanque de forma cilíndrica ou prismática (seção retangular ou quadrada), com fundo falso,
leito filtrante de brita nº 4, destinado ao tratamento do efluente do tanque séptico, quando este
exigir um tratamento adicional como mostra a figura 11.

Figura 10 : Filtro Anaeróbio visto em corte com detalhes

Fonte: Tecnifossas

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O efluente deste filtro será destinado a uma vala de infiltração, vala de filtração ou outra
solução tecnicamente indicada.

Princípios de Funcionamento
O Filtro Anaeróbio é caracterizado por um tanque preenchido por um material filtrante, geralmente pedra
britada. Os microrganismos aderidos às paredes deste material filtrante formam o bio filme que, ao
receberem os despejos contendo matéria orgânica, iniciam o processo de digestão anaeróbia. Para tal,
agem as bactérias anaeróbias, conforme as reações apresentadas.

Projeto do Filtro Anaeróbio


O dimensionamento do filtro anaeróbio deve seguir as recomendações da NBR 13969 (1997).
A NBR 13969, (1997) considera como parâmetros para dimensionamento o número de pessoas
a serem atendidas, a contribuição de despejos e o período de detenção de despejos. Os dois
primeiros seguem o mesmo padrão do apresentado no Tanque Séptico, enquanto o período de
detenção de despejos sofre alteração com relação à norma referente a Tanque Séptico a NBR
7229, (1993). Na NBR 13969, (1997) as faixas de temperatura – uma variável na determinação
do tempo de detenção – são diferentes. Alguns dos valores sugeridos são:

Até 1500 litros de contribuição diária e 15ºC≤t≤25ºC: período de detenção de1, 00 dia;

De 1501 a 3000 litros de contribuição diária e 15ºC≤t≤25º: período de

detenção de 0,92 dias;

Eficiência

O filtro anaeróbio, quando precedido de tanque séptico, possui provável remoção de DBO5,20
situada entre 40 e 75 % segundo a NBR 13969, (1997). Os valores aqui mencionados referem-
se a unidades dimensionadas de acordo com a normalização brasileira vigente, e variam
conforme as condições de operação, como temperatura, manutenção, entre outros.

Operação e Manutenção

A NBR 13969, (1997) recomenda a utilização de uma bomba de recalque para limpeza do filtro
anaeróbio, através de sucção contra fluxo. Caso a operação não seja suficiente, ela ainda sugere
o lançamento de água em cima do filtro, com posterior sucção. Sendo que se deve lavar
completamente o material filtrante contido no filtro biológico. Assim que constatado obstrução
no fluxo de esgoto no filtro anaeróbio, deve-se providenciar a limpeza do mesmo.

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Observações Gerais

Seguindo as recomendações encontradas na NBR 13969, (1997), deve-se estar atento a


algumas informações:

Prever a existência de um tubo guia, com diâmetro de 150 mm, que será utilizada para um
eventual retro lavagem no filtro;

Projetar o fundo do filtro com declividade de 1% no sentido do poço de drenagem, para


que o líquido possa escorrer até este;
Utilizar brita nº 4, com as dimensões mais uniformes possíveis, aumentando o número de
vazios e reduzindo a possibilidade de entupimento precoce do filtro;
Distribuição do afluente no filtro através de tubulação perfurada (furos de diâmetro de 1
centímetro, a cada 20 centímetros, distribuídos em 4 linhas longitudinais;
O filtro anaeróbio deve ser construído de forma que possua resistência mecânica, química
e seja impermeável
Devem-se respeitar as distâncias mínimas de 1,5 metros de construções e limites de terrenos,
3 metros de árvores e pontos da rede pública e 15 metros de poços freáticos e corpos d’água.

Bio fossas

Bio fossas- são estruturas que possibilitam o redireccionamento de toda a água vinda das
torneiras e chuveiro, bem como todo o esgoto dos vasos sanitários para uma fossa que irá filtrar
e decantar as impurezas e levar a água para um sistema contendo plantas (canteiros).

Dessa forma, evita-se a poluição do meio ambiente (rios, lagos e lençol freático) e, possibilita-
se o reaproveitamento da água que retorno ao solo, com auxílios das plantas.

Tipos de bio fossas:

Fossas de Águas Negras: responsável pelo tratamento das águas oriundas dos vasos sanitários
(esgotos), cuja água é rica em matéria orgânica;

Fossa de Águas Cinzas: responsável pelo tratamento das águas oriundas das pias

Partes de uma fossa sépticaa fossa septica geral e dividida em 5 partes que sao:

 Câmara de decantação: Local onde se realiza o processo de decantação da matéria


suspensa no material despejado;

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 Câmara de digestão: Neste compartimento ocorre o acúmulo e a quebra da matéria


decantada;
 Câmara de escuma: Espaço reservado para a parte da matéria que não decantou na
primeira parte do processo;
 Despejos: Material líquido depositado das instalações domésticas, às quais a fossa
séptica presta assistência sanitária, com exceção da água de chuvas.
 Lodo digerido: Semilíquido, produto da digestão do material decantado na fossa.

Objetivo

Impedir perigo de contaminação de Fontes responsáveis por abastecimento de domicílio.

Impedir alteração das condições de vida dos ecossistemas aquáticos em suas proximidades.

Impedir poluição de águas subterrâneas que sirvam tanto para abastecimento direto de seres
humanos quanto em outras modalidades como irrigação de plantações, bebidapara animais
dentre outras.

Funcionamento

O processo de funcionamento das fossas sépticas inicia com a retenção do esgoto que fica
detido na fossa durante um período 24horas, aproximadamente. Simultaneamente, acontece
uma sedimentação do material sólido presente no esgoto. Esse se deposita no fundo da fossa,
formando um semilíquido, denominado lodo, enquanto a outra parte, constituída basicamente
por graxas, óleos e outros materiais fluidos, mantem-se emersa. Esse composto é chamado
escuma.

Seguindo a essa etapa, apresenta-se a de digestão anaeróbia do lodo, que consiste num ataque
forte de bactérias anaeróbicas ao lodo, anulando parcial ou totalmente a ação das substâncias
voláteis e dos microorganismos patogênicos.

Com isso, ocorre grande redução de sólidos, líquidos e estabilização dos gases, o que permite
que seus efluentes líquidos sejam dispostos com maior segurança para o meio ambiente.

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CAPITULO V - SISTEMA DE TRATAMENTO

Orientações aos usuários

As orientações abaixo deverão ser seguidas para a garantia de que o Sistema funcione de forma
adequada e eficaz:

1. Adicionar na válvula de retenção, uma vez por mês, 10 litros de esterco bovino fresco,
misturado a 10 litros de água. Para que você não se esqueça, escolha um dia no mês para fazer
a adição dessa mistura. (como, por exemplo, no dia da leitura da energia elétrica).
2. Usar pouca água sanitária na higienização do vaso sanitário. Deve-se fazer uma adição extra
de esterco quando for necessária uma limpeza mais “pesada” do sanitário. Isso pode ocorrer,
por exemplo, após uma festa, quando o banheiro for bastante utilizado.
3. Verificar periodicamente se os buracos dos suspiros não estão “tampados”.
Esses suspiros são necessários para que o gás resultante do processo possa escapar para a
atmosfera.
4. Verificar periodicamente se há algum vazamento nas conexões das caixas que compõem o
sistema.
5. Verificar periodicamente se não está havendo vazamento na caixa de descarga.
A existência de vazamento fará com que o sistema fi que cheio antes do período necessário
para o processo de bio digestão.
6. Fazer uma adição extra de esterco na válvula de retenção, caso seja detetado um vazamento
prolongado no vaso sanitário. Isso deve ser feito após o seu conserto.
7. Nunca jogar papel higiênico e outros materiais no vaso sanitário. Poderá ocasionar o
entupimento do sistema.
8. Fazer, periodicamente, a coleta do efl uente (adubo orgânico) da caixa coletora (última caixa
do sistema). Esse adubo poderá ser utilizado na preparação de um canteiro, em pomares,
canaviais, jardins, capineiras etc.

O entupimento do sistema.

Fazer, periodicamente, a coleta do efluente (adubo orgânico) da caixa coletora (última caixa
do sistema). Esse adubo poderá ser utilizado na preparação de um canteiro, em pomares,
canaviais, jardins, capineiras etc.

Cuidados e providências adicionais:

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1. É recomendável que o usuário faça uma proteção em torno da válvula de retenção. Visa
evitar que alguma pessoa ou animal pise em cima dela e a quebre.
2. É aconselhável que o usuário faça uma proteção (uma cerca) em volta de todo o sistema.
Objetiva impedir o trânsito de adultos, crianças e animais, de forma a prevenir acidentes, bem
como danos ao sistema.
3. É necessário pintar e repintar, na cor preta, as tampas das duas primeiras caixas.
Isso garante um maior aquecimento no interior delas. A repintura deve ser feita se ficarem
desbotadas.Fazer uma adição extra de esterco na válvula de retenção, caso seja detetado um
vazamento prolongado no vaso sanitário. Isso deve ser feito após o seu conserto.

Nunca jogar papel higiénico e outros materiais no vaso sanitário. Poderá ocasionar

Figura 9 - esquema de ligacao do sistema de tratamento

Considerações de Uso das Fossas Sépticas

São encaminhados às fossas todos os despejos domésticos oriundos de cozinhas, lavandarias


domiciliares, chuveiros, lavatórios, bacias sanitárias, bidés, banheiras, mictórios e ralos de piso.
Os despejos da cozinha devem passar por caixas de gordura antes de serem lançados às fossas
sépticas. Águas pluviais não devem ser lançadas.

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Considerações Finais

De forma geral, os aspetos que foram levantados, analisados e produzidos, permitem afirmar a
total importância e a necessidade da existência de um tratamento adequado aos dejetos nas
áreas periféricas de Belém desprovidas de rede coletora de esgoto.
Os resíduos gerados nestas, quando não tratados de forma correta, trazem prejuízos imensos ao
meio ambiente, a sociedade e a economia, como a poluição do ar, contaminação do solo e água;
e ainda podem trazer riscos à saúde humana e de outros seres vivos, além de ocasionar a
proliferação de insetos e outros agentes vetores de doenças e contaminação ambiental.
O sistema de tratamento de esgoto proposto, pode representar uma excelente alternativa para o
tratamento de dejetos gerados, e também, dar uma maior perceção da problemática ambiental
causada pela falta investimento em saneamento, além de trazer ganhos relevantes para as
comunidades que vive as margens desses serviços.

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Referencias Bibliográficas
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Instituto Industrial e Comercial de Nampula


Joanete Mário Menhane Magaço

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