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A da Barca do Inferno

O livro A Barca do Inferno foi escrito por Gil Vicente para ser usado no
teatro, Gil Vicente foi o primeiro a teatralizar tal obra, a mesma foi interpretada
pela primeira vez por volta de 1517.

A história relatada no livro é uma ironia à organização social de Lisboa


em meados do século XVI, e é a primeira parte da chamada trilogia das barcas,
da qual vêm logo em sequência os livros Auto da Barca do Purgatório e Auto
da Barca da Glória.

A história do livro gira em torno de treze personagens, onde cada um


representa um erro da sociedade. Quando os personagens morrem, vão parar
em um rio. Lá se encontram duas barcas: A barca do inferno, que é
comandada pelo diabo e um companheiro, e a barca da Glória, comandada por
um anjo. Sempre quando chegam, os personagens vê primeiro a barca do
inferno. Sem saber o que é, começam a conversar com o diabo. Onde o
mesmo conta rapidamente e resumidamente às pessoas que a barca os levará
ao inferno, e insiste para que entrem. Todos resistem a entrar na barca, e
alguns tentam entrar na barca da Glória, mas o anjo proíbe a todos (é quando
começam as críticas mais explícitas a sociedade, pois o anjo explica na maioria
dos casos o motivo pelo qual não podem entrar na barca, expondo seus erros e
pecados), exceto quatro cavaleiros. Alguns dos personagens se arrependem
do que fizeram em vida na Terra, mas outros não chegam a ter nenhum peso
na consciência ou arrependimento. Retornam, e entram na barca do inferno.

Os únicos personagens que conseguem entrar na barca da Glória são


quatro cavaleiros, templários que morreram lutando na guerra santa, nas
Cruzadas. O anjo fala que os estava esperando por eles, e que eles são dignos
de ir ao Paraíso pelo fato de morreram por Jesus.

Gil Vicente, por meio do livro, faz crítica ao clero e a nobreza, e também
ao povo explorando o próprio povo. Faz crítica à Apego excessivo a bens
materiais, maldade, soberba, e tudo o que achava errado na sociedade de
Lisboa naquela época. Cada uma dessas características é explorada a partir
dos personagens que vão ao inferno. Cada um com um pecado.

O livro é de certa forma muito pequeno, contando com cerca de 50


páginas, e como foi escrito no em meados do século XVI, a estrutura linguística
e o vocabulário presente no livro são extremamente diferentes ao que estamos
habituados atualmente. Se você não é acostumado, vai precisar de um
dicionário para auxiliar a leitura. Ou pode comprar um livro que conte com
notas e observações de alguma escritora/professora, caso seja necessário.
Não é uma história que te chame para ler cada vez mais. Chega a ser um
pouco maçante, mas cada um tem uma opinião.

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