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Aristóteles em Nietzsche PDF
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VI, nº 9, 2012
ISSN 1981-7827
Chaves, Ernani
Filosofia e Filologia, Tragédia e Catarse: sobre a presença de Aristóteles na formação do pensamento de
Nietzsche
Ernani Chaves
Faculdade de Filosofia da Universidade Federal do Pará
Resumo: Preterido durante muito tempo e por grande parte dos intérpretes, em favor,
especialmente, de Schopenhauer, Wagner ou ainda de Platão, Aristóteles parece não
desempenhar nenhum papel importante, estratégico, na formação do pensamento de Nietzsche.
O objetivo deste artigo, ao contrário, é mostrar em que medida Aristóteles esteve presente no
horizonte filosófico de Nietzsche desde o seu começo. Estranho seria que isso não acontecesse,
dado o interesse de Nietzsche pela questão da tragédia e o papel fundamental da Poética nesta
discussão. Assim sendo, procuramos reconstruir, nas suas linhas mais gerais, o debate inicial de
Nietzsche com Aristóteles, cujas consequências se farão sentir em toda a obra do filósofo
alemão.
Palavras-chave: filosofia; filologia; tragédia; catarse.
Abstract: Pretermitted for a long time and by most interpreters, in favor, especially, of
Schopenhauer, Wagner or even Plato, Aristotle does not seem to play any important, strategic
role, in the formation of Nietzsche’s thinking. The purpose of this article, instead, is to show to
what extent Aristotle was present in Nietzsche’s philosophical horizon since its beginning.
Strange it would be if this not happen, given the interest of Nietzsche on the issue of tragedy
and the fundamental role of the Poetics in this discussion. Therefore, we intend to rebuild, in its
more general lines, the initial debate of Nietzsche with Aristotle, whose consequences will be
felt throughout the work of German philosopher.
Keywords: philosophy; philology; tragedy; catharsis.
com o Estagirita uma polêmica apenas implícita, “latente”, e, com isso, de fazer o
possível para “evitar a kátharsis” (MACHADO, 2005, p. 157, nota 75). Em outras
palavras, um dos inúmeros equívocos do livro de Nietzsche, teria sido o de não
conceder a Aristóteles a importância que lhe era devida, tendo em vista a questão da
qual tratava. É como se Willamowitz perguntasse se era possível escrever um livro
sobre o “nascimento da tragédia” sem levar em consideração a Poética aristotélica. Era-
lhe igualmente incompreensível que Nietzsche pudesse afirmar que nem Aristóteles,
nem Lessing, compreenderam a tragédia e, mais ainda, ousasse atribuir a si próprio uma
compreensão original e mais acertada da mesma.
Ao mencionar, explicitamente, a questão da catarse, Willamowitz só fazia reiterar
a sua importância, a sua centralidade quando se discutia a tragédia, mostrando o quanto
a questão dos “efeitos da arte” ainda tinha enorme eco na segunda metade do século
XIX. Mas, certamente, o âmago da crítica de Willamowitz era a ausência de “caráter
científico” no livro, ou seja, o fato de que Nietzsche, ilustre discípulo de Friedrich
Ritschl, famoso pela rigorosa perspectiva metodológica que introduzira nos estudos e
pesquisas filológicas da época, não procedia como se esperava de um professor de
filologia clássica. A própria acolhida de Ritschl ao livro, como que fazendo eco às
palavras de Willamowitz, foi fria, distante, sem nenhum entusiasmo. As inúmeras
referências literárias a Goethe e Schiller, a presença marcante da filosofia de
Schopenhauer e das concepções estéticas de Richard Wagner, não apenas eram
incompatíveis com os padrões acadêmicos da época, mas absolutamente
incompreensíveis para os filólogos de qualquer corrente, incluindo o próprio Ritschl,
que havia um pouco antes, recomendado enfaticamente a contratação de Nietzsche pela
Universidade da Basiléia. Willamowitz, que fora também como Nietzsche ex-aluno da
prestigiada Escola de Pforta, símbolo da qualidade no ensino fundamental e médio da
época, sentia-se então autorizado a exclamar: “Que vergonha faz o senhor Nietzsche a
nossa mãe Pforta!”.
Erwin Rohde, um dos grandes amigos de Nietzsche na época da universidade e
como ele também filólogo e aluno de Ritschl, se encarregou de dar uma resposta
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do uso que a medicina grega fazia dos procedimentos catárticos, isto é, purificadores,
presentes nos rituais religiosos.
Desta perspectiva, Rohde afirma que Aristóteles, na Política, ao utilizar um termo
médico, transportando-o para a música e, ao mesmo tempo, ao atribuir à tragédia os
mesmos efeitos “catárticos” dos “cantos sagrados”, “espera que seus leitores se
aproximem destas impressões musicais, a partir de uma disposição de fato trágica”.
Teríamos assim, uma espécie de efeito catártico em série: no ouvinte dos cantos
sagrados e participante dos cultos “entusiasmados”, no espectador das tragédias e,
também, no próprio leitor das tragédias3. Com isso, continua Rohde, torna-se
compreensível que tanto a música quanto a tragédia possam produzir o mesmo efeito.
Esta mesma posição, ele via no livro de Nietzsche. É claro que esta ideia de que as
posições de Nietzsche e Bernays coincidem inteiramente é discutível e, no limite, como
pretendemos mostrar mais adiante, inadequada aos propósitos de Nietzsche. Assim
sendo, temos que ler estas observações de Rohde muito mais como o seu próprio
posicionamento a respeito da catarse, do que uma fiel reprodução dos argumentos de
Nietzsche em O Nascimento da tragédia.
A observação de Rohde, entretanto, de que a presença de um autor num texto não
se mede pelo número de citações explícitas a ele é inteiramente verdadeira neste caso.
Vale ressaltar mais uma vez que a defesa veemente de Nietzsche feita por Rohde não é
obra do acaso: nesses anos, ele não era apenas o amigo mais próximo, o confidente
quase exclusivo, como nos mostra a intensa correspondência entre ambos, mas também
aquele com quem Nietzsche compartilhava um quase segredo em comum: ambos foram
profundamente tocados pela filosofia de Schopenhauer e pela música de Wagner. Não
por acaso, igualmente, Rohde também acentua na sua “apologia” do Nascimento da
Tragédia, a vinculação entre música e tragédia permitida pela interpretação de Bernays,
um efeito, mesmo que distante, do seu próprio entusiasmo por Schopenhauer e Wagner.
Uma posição à revelia do próprio Bernays, de quem não se poderia chamar de um
entusiasta de Wagner, muito menos de Schopenhauer. A insistência, de minha parte, em
explicitar a posição de Rohde, que nem sempre é a mesma do próprio Nietzsche, é
3
A análise crítica que Nietzsche faz das transformações sofridas no interior mesmo da linguagem, a partir
da introdução da palavra escrita e da figura do leitor (e não mais do ouvinte e do espectador), ainda na
Grécia, ultrapassam o âmbito deste artigo. Nesta análise, Aristóteles ocupa um papel central e decisivo,
pois a ele devemos a supremacia da escrita sobre a tradição oral. Cf. ainda a respeito, REIBNITZ (1994).
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Para uma leitura crítica dessas posições, muito especialmente em relação a Bernays, ver HALLIWELL
(2003).
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motivo muito importante: para Nietzsche, não se tratava apenas da filosofia grega, que
também se incluía, ao lado da história da literatura e da cultura greco-romana, como um
dos objetos de estudo da Filologia, mas da História da Filosofia como um todo, o que
incluía um interesse pelos debates filosóficos da época. É no interior deste quadro, do
qual tracei contornos bem gerais, que se situa o claro interesse de Nietzsche por
Aristóteles.
II
5
Ver, por exemplo, o catálogo apresentado por Diôgenes Laêrtios (2008, p. 134-135).
6
Drei Bücher der Redekunst. Übers. von Adolfo Sthar, Stuttgart, 1862.
7
Über die Dichtkunst. Übers. von Freidrich Überweg. Berlin, 1869. Na “Introdução”, Überweg sintetiza
as questões que mobilizavam os leitores da Poética no século XIX: “Aristóteles trata, nas partes
conservadas, sobre a poesia em geral e sobre a tragédia e a epopeia em particular; o que ele disse sobre a
comédia e outros gêneros, se perdeu. Também no meio das partes ainda existentes se deixam ver muitas
lacunas, sejam grandes, sejam pequenas; por outro lado, o texto não está inteiramente livre de acréscimos
estranhos e de outras falhas, as quais foram supridas, em grande parte, por uma cuidadosa consideração
(Erwägung) da coerência” (p. V). Überweg escreve uma longa nota acerca da questão da “catarse”,
criticando Bernays por “inexatidão” e propondo uma outra tradução de catarse, desta feita como
“Liberação dos afetos (Befreiung der Affecten)”. (p. 58-59).
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Werke. Übers. von Roth, Spengel, Walz Zell, Rieckher, Schnitzer, Kreuz, Külb. Stuttgar, 1833/1860, em
9 volumes.
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“A elocução escrita é a mais precisa. A dos debates se presta melhor à ação. Esta última é de duas
espécies: é moral e é patética. Também os atores procuram um e outro destes caracteres nos dramas e os
poetas nos seus intérpretes. Aqueles cujas obras se prestam à leitura, têm um renome conservado”
(ARISTÓTELES, 1991, Livro III, p. 345-346).
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Na “Introdução”, Teichmüller, da mesma forma que Überweg, expõe os motivos de seu interesse pela
“filosofia da arte” em Aristóteles, tendo como pano de fundo as polêmicas da época: “Mas, porque nos
últimos tempos, a Poética de Aristóteles foi tratada de maneira extraordinária por filólogos e filósofos tão
importantes, me pareceu oportuno realizar uma pesquisa filológico-crítica da apresentação sistemática da
filosofia aristotélica da arte” (TEICHMÜLLER, 1867, Band 1, p. VI).
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Rudolf Eucken escreveu o livro Die Methode der Aristotelischen Forschung in ihrem Zusammenhang
mit den philosophischen Grundprincipien des Aristoteles, publicado em Berlim, em 1872. A proximidade
teórica e pessoal entre Teichmüller e Eucken foi decisiva para a escolha deste para substituir aquele.
Procedimento absolutamente comum à época. Nietzsche não podia reclamar: estes mesmos critérios
(relação pessoal e afinidade teórica) foram decisivos para Ritschl escolhê-lo para o cargo de professor de
Filologia na Basiléia.
12
O empréstimo foi feito em 09.05.1871. Neste mesmo dia Nietzsche emprestou outro livro de Bernays,
aquele sobre Scaliger, que havia sido publicado em Berlim, em 1855. (CRESCENZI, 1994 p. 406).
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Neste fragmento, ele faz um esboço sobre a questão do trágico, enumerando uma série
de questões, que precisam ser reproduzidas integralmente aqui:
“O trágico.
Musas em Aristóteles Política e Ética. Olimpos na Política de Aristóteles.
‘Mímica’ contra Aristóteles.
Surgimento do mito.
Homero, o poeta épico como artista apolíneo.
A música dionisíaca (Aristóteles sobre o orgiasmo).
O herói “nem inteiramente bom, nem inteiramente mau” como espelho da dor
originária e da ilusão.
Visão de mundo do poeta épico e do trágico.
Ensaio conclusivo: educação para o trágico e para a arte.
O ditirambo.
Sobre Richard Wagner e a iminente apresentação de Beethoven.” (KSA, 7, p.196).
Como vimos, temos aqui inúmeras referências a Aristóteles, desta feita, incluindo
não apenas os campos da poética e da política, mas também o da ética. Partamos da
referência a Olimpos. Como sabemos, Olimpos era um músico frígio do século VIII
a.C., considerado o inventor da harmonia, não no sentido moderno de harmonia, qual
seja, o do acordo entre os inúmeros sons simultâneos, mas no sentido pitagórico, como
o acordo de uma lira, segundo os diferentes modos da música antiga. Nietzsche alude
aqui ao capítulo V do Livro VIII da Política, de Aristóteles, referência fundamental da
interpretação de Bernays. Neste capítulo, Aristóteles evoca as melodias de Olimpos,
“que nos enchem realmente a alma de entusiasmo”. O “entusiasmo”, por sua vez, é
considerado “uma emoção da parte ética da alma”, pois a música não diz respeito
apenas ao prazer e ao divertimento, mas produz igualmente “um certo efeito moral na
alma” (ARISTÓTELES, 1997, p. 276-7; 2001, p. 379-380). Contrariamente aos objetos
que afetam o tato e o paladar, que nada dizem sobre as “disposições éticas” e aos que se
referem à visão, que pouco dizem sobre as normas morais, as melodias e os ritmos são
“verdadeiras imitações de afecções de caráter – assim, pela música se pode educar e
formar belas almas”. Com isso, fica claro aos olhos de Nietzsche, que a música
dionisíaca possui, para Aristóteles, um significado inferior às melodias educativas.
Em outros momentos de sua obra, Nietzsche retoma criticamente esta posição de
Aristóteles. Neste momento, época de gestação de seu primeiro livro, a estética de
Aristóteles aparece, portanto, como uma estética do ethos, mesmo que isso se deva
muito mais às diversas interpretações da Poética ao longo da história de sua recepção.
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A fonte primeira de Nietzsche para a vida de Empédocles é Diôgenes Laêrtios (2008, p. 240-246).
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Referências Bibliográficas
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