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______________________________________________PROCESSOS BIOLÓGICOS - LAMAS ACTIVADAS

II.3.3 - LAMAS ACTIVADAS

ÍNDICE

1 – INTRODUÇÃO TEÓRICA
1.1 – PARÂMETROS DE CONTROLO DO PROCESSO
1.1.1 – IDADE DAS LAMAS (IL)
1.1.2 – VELOCIDADE DE SEDIMENTAÇÃO (ZSV)
1.1.3 – SLUDGE VOLUME INDEX OU ÍNDICE DE MOHLMAN (SVI)
1.1.4 – FOOD TO MICRORGANISM RACIO (F/M)
1.2 – CINÉTICAS DE CRESCIMENTO BIOLÓGICO
1.2.1 – CRESCIMENTO MICROBIOLÓGICO
1.2.2 – LIMITAÇÕES AO CRESCIMENTO MICROBIOLÓGICO
1.2.3 – CRESCIMENTO CELULAR E UTILIZAÇÃO DE SUBSTRACTO
1.2.4 – QUEDA ENDÓGENA
1.2.5 – EFEITO DA TEMPERATURA
1.3 – APLICAÇÃO AO TRATAMENTO DE POR LAMAS ACTIVADAS
2 – VALORES DE REFERÊNCIA PARA DIMENSIONAMENTO
3 – DIMENSIONAMENTO
i) – Estimativa da concentração de CBO no efluente
ii) – Determinação da eficiência (E) do tratamento
iii) – Verificação da fracção biodegradável de VSS (Arceivala, 1981)
iv) – Volume do reactor
v) – Quantificação das lamas a rejeitar
vi) – Quantificação do caudal de lamas a rejeitar
vii) – Estimativa da taxa de recirculação
viii) - Verificação do tempo de retenção
ix) – Verificação de U, F/M e da carga volumétrica (Cv)
x) – Quantificação da remoção de fósforo (Arceivala, 1981)
xi) – Quantificação da remoção de Azoto (Arceivala, 1981)
xii) – Quantificação das necessidades de Oxigénio
xiv) – Potência necessária
4 – EXERCÍCIOS
5 – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

LISTA DE FIGURAS

Figura 1.1 – Esquema das Lamas Activadas

LISTA DE QUADROS

Quadro 1.1 – Vantagens e Inconvenientes do Arejamento Prolongado e das Lamas Activadas


Quadro 2.1 - Eficiência Teórica das Lamas Activadas – Mistura Completa
Quadro 2.2 - Eficiência Teórica das Lamas Activadas – Arejamento Prolongado
Quadro 2.3 - Valores de dimensionamento de lamas activadas
Quadro 2.4 - Valores de dimensionamento de lamas activadas
Quadro 2.5 - coeficientes cinéticos para lamas activadas (esgoto doméstico)

1 – INTRODUÇÃO TEÓRICA

As lamas activadas são um processo pelo qual se tentou fazer a purificação da água pelo simples
arejamento da mesma. Foi observado que ao fim de um arejamento prolongado começaram a aparecer
comunidades (flocos) de pequenos microrganismos que decantavam no tanque após interrupção do
arejamento. Quando novo esgoto foi adicionado e o processo reactivado, verificou-se que o processo de
purificação realizou-se a uma taxa muito superior.

No essencial podemos dizer que as lamas activados são um processo acelerado de autodepuração tal
como acontece na natureza. As condições e os processos são semelhantes, só as concentrações de
microrganismos e a sua densidade no floco é muito superior.

Segundo Imhoff (1989) a superfície especifica dos flocos é de 2000 a 10000 m2 por m3 de volume
arejado.

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As Lamas Activadas correspondem a um processo de biomassa suspensa . Neste processo é mantida


uma concentração adequada de biomassa em suspensão e sujeita a um arejamento que pode ser
mecânico ou pneumático (é adicionado ar ou oxigénio puro [O2] ao processo em forma de bolhas). O
arejamento serve não só para garantir a concentração de oxigénio [O2] ( 2,0 mgL-1) desejada como
também para impedir a decantação da biomassa no tanque de arejamento.

Quando as concentrações de microrganismos ideais são atingidas verificamos a presença de um licor de


cor acastanhada que designamos por Mixed Liquor Volatil Solid Suspended (MLVSS). esta
concentração é garantida através da recirculação das lamas secundárias recolhidas no fundo do
decantador secundário (ver figura II.3.3.1).

Neste processo podem ser utilizados os seguintes tipos de reactores biológicos :


 Mistura completa – mistura completa convencional, arejamento prolongado, lagoas arejadas;
 Fluxo Pistão – fluxo pistão convencional, vala de oxidação (arejamento prolongado em fluxo
pistão);
 Batch - SBR (Sequencing Batch Reactor)

Um processo biológico de biomassa suspensa tem por objectivo transformar matéria solúvel em
matéria decantável. Face ao exposto têm de ser criadas condições para que a decantação se processe,
existem diversos parâmetros que nos dizem se podemos ou não ter capacidade de decantação num
determinado MLVSS ou ainda da performance do processo.

1.1 – PARÂMETROS DE CONTROLO DO PROCESSO

1.1.1 – IDADE DAS LAMAS (IL)

IL (Idades das Lamas) – A idade das lamas é um factor bastante importante para o dimensionamento
de um processo de lamas activadas. Este parâmetro corresponde ao tempo médio de residência que as
lamas têm dentro do tanque de arejamento.

1.1.2 – VELOCIDADE DE SEDIMENTAÇÃO (ZSV)

ZSV – velocidade de sedimentação. A velocidade de sedimentação óptima é da ordem de 6 m/h.

1.1.3 – SLUDGE VOLUME INDEX OU ÍNDICE DE MOHLMAN (SVI)

SVI (Sludge Volume Index) – corresponde ao volume em cm3 ocupado por 1g de lamas seca após
30min. de decantação. Quanto mais pequeno o SVI melhor a decantação. Segundo Imhoff (1989) uma
lama de fácil decantação tem um SVI de 50 ml/g a 100 ml/g, lamas com problemas de Bulking tem um
SVI superior a 400 ml/g

1.1.4 – FOOD TO MICRORGANISM RACIO (F/M)

F/M – Alimento por microrganismo [g substracto/(dia  g MLVSS)].

F = Q  S0

M=XV

Q  S0 S
F   0
M
X V X 
Onde,
Q – caudal, Ld-1;
V – volume do reactor, L;
F – Food, mg;
M – Microrganisms, mg;
S0 – concentração de substracto afluente, mgL-1;
X – concentração de biomassa, mgL-1;
 – tempo de retenção hidráulico, d;

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F/M baixo  respiração endógena. Flocos dispersos de difícil decantação o efluente da decantação
secundária apresenta turvação.

F/M alto  predominância de microrganismos filamentosos de difícil de decantação. Dá origem ao


fenómeno de Bulking.

F/M óptimo (0,3 < F/M óptimo < 0,6)  lama floculenta de fácil decantação.

É importante obter correlações de F/M vs. ZSV e F/M vs. SVI para cada substracto para se estudar as
melhores condições de decantabilidade do efluente.

A diferença entre um sistema de lamas activadas de mistura completa e um de arejamento prolongado é


de que o segundo tem um tempo de retenção muito superior permitindo a mineralização (estabilização)
quase completa da matéria orgânica dispensando assim a digestão posterior das lamas.

Outra diferença entre um sistema de arejamento prolongado e um de convencional é de que o primeiro


não é antecedido de decantador primário, caso este fosse equipado com este órgão seria necessário a
digestão das lamas primárias, para a sua estabilização.

Quadro III.3.3.1 – Vantagens e Inconvenientes do Arejamento Prolongado e da MisturaCompleta


Vantagens Inconvenientes
Arejamento Prolongado  boa remoção de CBO5;  necessidade de área para instalação das
 boa flexibilidade de operação; lagoas;
 capacidade de suportar de carga orgânica;  eventual aparecimento de bulking e
 capacidade de suportar choques hidráulicos; formação de escumas;
 não necessita de um tanque de equalização  consumo de energia com os sistemas de
a montante em caso de grandes cargas arejamento, recirculação e purga de lamas.
hidráulicas e orgânicas;
 não necessita de decantador primário.
 produção de lamas praticamente
estabilizadas evitando o seu posterior
processamento.
Mistura Completa  boa remoção de CBO5;  mais dispendioso em termos de gasto de
 boa flexibilidade de operação; energia com os sistemas de arejamento,
 boa solução para instalações com área recirculação e purga de lamas;
reduzida;  necessidade de supervisão contínua;
 boa resposta a choques orgânicos;  necessidade de processamento das lamas
 mais económico em termos de construção. produzidas.
 maior produção de lamas.

1.2 – CINÉTICAS DE CRESCIMENTO BIOLÓGICO

1.2.1 – CRESCIMENTO MICROBIOLÓGICO

O crescimento dos microrganismos pode ser dado pela seguinte expressão :

rg =   X (1)
Onde,
rg – taxa de crescimento microbiológico, mg  L-1 d-1;
 - taxa específica de crescimento, d-1;
X – concentração de microrganismos, mg  L-1;

Logo, a variação da concentração de microrganismos em ordem ao tempo é dado pela seguinte


expressão :
dX dX
 rg     X (2)
dt dt

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1.2.2 – LIMITAÇÕES AO CRESCIMENTO MICROBIOLÓGICO

Monod propôs a seguinte expressão para definir a taxa de crescimento específico :


S m
  m  (3)
Ks  S
Onde, m
 - taxa específica de crescimento, d-1; 2
m - taxa específica máxima de crescimento, d-1; S
S – concentração de substracto utilizado, mg  L -1; Ks
Ks – constante de meia velocidade, concentração de substracto para metade da taxa máxima de
crescimento, mg  L-1;

Substituindo a expressão (3) na (1), obtemos :


m  X  S
rg  (4)
Ks  S

1.2.3 – CRESCIMENTO CELULAR E UTILIZAÇÃO DE SUBSTRACTO

rg = - Y  rsu (5)
Onde,
rg – taxa de crescimento microbiológico, mg  L-1 d-1;
rsu – taxa de substracto utilizado, mg  L-1  d-1;
Y – Coeficiente de máximo rendimento (definido como o racio de massa de células formada
por substracto consumido), mg  mg-1;

Substituindo a expressão (4) na (5) obtemos :


m  X  S
rsu   (6)
Y K s  S 

A taxa máxima de utilização de substracto é dada pela seguinte expressão :

m
k (7)
Y
Onde,
k – taxa máxima de utilização de substracto, mg  mg-1  d-1;
m - taxa específica máxima de crescimento, d-1;
Y – Coeficiente de máximo rendimento (definido como a razão da massa de células formada
pelo substracto consumido), mg  mg-1;

Substituindo a expressão (7) na (6) obtemos :

k  X S
rsu   (8)
Ks  S
Onde,
k – taxa máxima de utilização de substracto, mg  mg-1  d-1;
Ks – constante de meia velocidade, concentração de substracto para metade da taxa máxima de
crescimento, mg  L-1;
rsu – taxa de substracto utilizado, mg  L-1  d-1;
S – concentração de substracto utilizado, mg  L -1;
X – concentração de microrganismos, mg  L-1;

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1.2.4 – QUEDA ENDÓGENA

No tratamento de águas residuais nem todas as células estão segundo um crescimento logaritmico
teórico. Consequentemente a expressão da taxa de crescimento tem de corrigida para tomar em
consideração morte de células, predação, etc.

Este decréscimo de crescimento é usualmente indicado pela seguinte expressão :

rd  k d  X (9)
Onde,
rd – queda endógena, mgL-1d-1;
kd – coeficiente de queda endógena, d-1;
X – concentração de microrganismos, mgL-1;

Substituindo a expressão (9) na (4) obtemos :

m  X  S
rg   kd  X (10)
Ks  S
Onde,
m - taxa específica máxima de crescimento, d-1;
kd – coeficiente de queda endógena, d-1;
Ks – constante de meia velocidade, concentração de substracto para metade da taxa máxima de
crescimento, mg  L-1;
r’g – taxa liquida de crescimento microbiológico, mg  L-1 d-1;
S – concentração de substracto utilizado, mg  L –1.

rg  Y  rsu  k d  X (11)

Por analogia com a expressão (1) :


r’g = ’  X (12)
Onde,
r’g – taxa liquida de crescimento microbiológico, mg  L-1 d-1;
’ - taxa liquida específica de crescimento, d-1;
X – concentração de microrganismos, mg  L-1;

Substituindo a expressão (10) na expressão (12) :

S
  m   kd (13)
Ks  S
Onde,
’ - taxa liquida específica de crescimento, d-1;
m - taxa específica máxima de crescimento, d-1;
kd – coeficiente de queda endógena, d-1;
Ks – constante de meia velocidade, concentração de substracto para metade da taxa máxima de
crescimento, mg  L-1;
r’g – taxa liquida de crescimento microbiológico, mg  L-1 d-1;
S – concentração de substracto utilizado, mg  L –1.

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O efeito da respiração endógena pode ser traduzida na seguinte razão :

rg
Yobs   (14)
rsu
Onde,
r’g – taxa liquida de crescimento microbiológico, mg  L-1 d-1;
rsu – taxa de substracto utilizado, mg  L-1  d-1;
Yobs – Coeficiente de rendimento observado, mgmg-1;

1.2.5 – EFEITO DA TEMPERATURA

A temperatura a que um determinado reactor biológico funciona influencia bastante a velocidade do


metabolismo dos microrganismos. A taxa de reacção devido à temperatura é dado pela seguinte
expressão :
rT  r20  T  20 (15)
Onde,
rT – velocidade de reacção a uma determinada temperatura;
r20 – velocidade de reacção a 20ºC;
 - coeficiente de actividade devido à temperatura
T – temperatura, ºC;

1.3 – APLICAÇÃO AO TRATAMENTO DE POR LAMAS ACTIVADAS

Q, S0, X0 Q + Qr, X, S
Qe, Xe, S
Vr, X, S

Qr, Xr, S

Qw, Xr
Figura II.3.3.1– Esquema das Lamas Activadas

Considerando um reactor de mistura completa, o balanço de massas considerando a figura II.3.3.1 e a


linha a tracejado:

Taxa de acumulação Massa de Massa de Crescimento de


de microrganismos = microrganismos - microrganismos + microrganismos
dentro do sistema. que entra no que entra no dentro do
sistema. sistema. sistema.

Resumindo,

ACUMULAÇÃO = ENTRADA – SAÍDA + CRESCIMENTO

Apresentando de uma forma simbólica,

Vr  Q  X 0  Qw  X  Qe  X e   Vr  rg


dX
(16)
dt
Se considerarmos que o sistema está estacionário e que a concentração à entrada não é significante,
então :

dX
 0 e X0  0
dt

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Então,
V r  X  Q w  X  Qe  X e   V r  rg (17)

substituindo a expressão (11).

V r  X  Q w  X  Qe  X e   V r  Y  rsu  k d  X  (18)

dividindo por Vr X ,


Vr  X  Qw  X  Qe  X e  Vr   Y  rsu  k d  X 
 
Vr  X Vr  X Vr  X
simplificando,
Q w  X  Qe  X e r
1   Y su  k d 
Vr  X X
(19)
Q  X  Qe  X e r
 w  Y su  k d
Vr  X X
Se considerarmos que,
Vr
 (20)
Q
Onde,
 – tempo retenção hidráulica, d;
Vr – volume do reactor, m3;
Q – caudal, m3d-1;

O tempo de retenção celular (c) é dado pela razão da massa de microrganismos existente no reactor
pela massa de microrganismos que saem do reactor.

Vr  X 1 Qw  X  Qe  X e
c    (21)
Qw  X  Qe  X e c Vr  X

Substituindo (21) em (19), obtemos,


1 rsu
 Y   kd (22)
c X

A taxa de substracto utilizado r su (massa  unidade de volume-1  tempo-1), pode ser expressa pela
seguinte expressão :

massa por unidade de tempo Q  (S 0  S ) (S  S )


rsu     0 (23)
volume V 

Substituindo (23) em (22),

1 S 0  S 
 Y   kd (24)
c X 

Resolvendo (24) em ordem a X,

 c Y  S 0  S 
X  (25)
 1  k d  c 

O valor do coeficiente de rendimento observado é dado pela seguinte expressão:

Y
Yobs   (26)
1  k d  c

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2 – VALORES DE REFERÊNCIA PARA DIMENSIONAMENTO

Quadro II.3.3.1 - Eficiência Teórica das Lamas Activadas – Mistura Completa


PARÂMETRO REMOÇÃO REFERÊNCIA
(%)
CBO5 85 – 93 (Arceivala, S. J., 1981)
85 – 95 (Peavy, 1985)
CQO ---
SST ---
NT 10 – 30 (Metcalf & Eddy, 1991)
PT 10 – 25 (Metcalf & Eddy, 1991)
Gorduras ---
C. Fecais 90 – 95 (Arceivala, S. J., 1981)

Quadro II.3.3.2 - Eficiência Teórica das Lamas Activadas – Arejamento Prolongado


PARÂMETRO REMOÇÃO REFERÊNCIA
(%)
CBO5 95 – 98 (Arceivala, S. J., 1981)
75 – 90 (Peavy, 1985)
CQO ---
SST ---
NT 10 – 30 (Metcalf & Eddy, 1991)
PT 10 – 25 (Metcalf & Eddy, 1991)
Gorduras ---
C. Fecais 90 – 98 (Arceivala, S. J., 1981)

Quadro II.3.3.3 - Valores de dimensionamento de lamas activadas


Parâmetros Mistura Arejamento
Completa Prolongado
c – tempo de residência celular, d 4 – 15 20 – 30
F/M – Food/Microorganisms, Kg CBO5/kg MLSS 0,2 – 0,4 0,05 – 0,15
Cv – carga volúmica – kg CBO5m-3 0,8 – 2,0 0,16 – 0,40
 - tempo de retenção hidráulica, h 3–5 18 – 24
MLSS - Mixed Liquor Suspended Solids, mgL-1 3000 – 6000 3000 – 6000
r = QrQ-1 – taxa de recirculação; 0,25 – 1,0 0,75 – 1,50
E – eficiência de remoção de CBO5, % 85 – 95 75 – 90
ar – necessidades de ar, m3/kg CBO5 45 – 90 90 – 125
Fonte : Adaptado de Peavy (1985)

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Quadro II.3.3.4 - Valores de dimensionamento de lamas activadas


Parâmetros Mistura Arejamento
Completa Prolongado
c - tempo de residência celular, d (*)
Temperaturas altas 4–5 10 – 20
Temperaturas médias 5 – 10 20 – 30
Temperaturas baixas 10 – 15 Acima de 30
F/M - Food / Microrganism, kg CBO5/kg MLVSSd-1 (*)
Temperaturas altas 0,6 – 0,9 0,2 – 0,25
Temperaturas médias 0,4 – 0,6 0,1 – 0,2
Temperaturas baixas 0,2 – 0,4 Abaixo de 0,1
 - tempo de retenção hidráulica, h 3-8 12 - 36
MLSS, mgL-1 2000 - 5000 4000 – 5000
VSS  SS-1 0,7 – 0,85 0,5 – 0,8
fb – Fracção biodegradável dos VSS 0,55 – 0,7 0,4 – 0,65
CBO5 dos MLVSS, mg/mg MLVSS 0,55 – 0,7 0,4 – 0,65
Sólidos suspensos no efluente, mgL-1 10 - 30 10 – 30
Capacidade da bomba de recirculação 0,5 – 0,75  Q 0,75 – 1,00  Q
Produção líquida de VSS, kg/kg CBOu removido 0,3 – 0,5 0,25 – 0,4
Remoção de lamas, g VSS/hab  d 22 – 35 18 – 30
Remoção de lamas, g SS/hab  d 30 – 40 26 – 40
Digestão de lamas separada Necessária Geralmente não necessária
Necessidades de oxigénio, kg/kg CBOu removido
Sem nitrificação 0,6 – 0,65 0,8 – 0,85
Com nitrificação 0,8 – 1,2 1,0 – 1,3
O2 dissolvido no tanque de arejamento, mgL-1 (*) 0,5 – 2,0 1,0 – 2,0
Potência para arejamento, kWh/habano (*) 8 - 17 15 - 19
Eficiências de remoção
CBO5, % 85 – 93 95 – 98
Coliformes, % 90 – 95 90 – 98
Kg P removido/100kg CBOu removido 0,4 – 1,0 0,1 – 0,4
Kg N removido/100kg CBOu removido 4-5 2–4
(*) – valor dependente das necessidades de nitrificação
Fonte : Arceivala (1981)

Quadro III.3.3.5 - coeficientes cinéticos para lamas activadas (esgoto doméstico)


Parâmetros Valores
K (d-1) 2 – 10 (5)
Ks
(mgL-1 CBO5) 25 – 100 (60)
(mgL-1 CQO) 15 – 70 (40)
Y (mg VSS/mg CBO5) 0,4 – 0,8 (0,6)
kd (d-1) 0,025 – 0,075 (0,06)
Fonte : Metcalf & Eddy (1991)

Quadro III.3.3.6 - coeficientes de temperatura


Parâmetros 
Lamas Activadas 1,00 – 1,08 (1,04)
Lagoas arejadas 1,04 – 1,10 (1,08)
Leitos Percoladores 1,02 – 1,08 (1,035)
Fonte : Metcalf & Eddy (1991)

3 – DIMENSIONAMENTO

i) – Estimativa da concentração de CBO no efluente

 Componente biodegradável última dos SS


CBOu  Pb  S e  1,42 mgO2 consumidosmg de celulas oxidadas 
Onde,
Se – CBO5 do efluente, mgL-1;
Pb – componente biodegradável;
1,42 – gramas de O2 consumidas por cada grama de sólidos biológicos;
CBOu – carência bioquímica última de oxigénio, mgL-1 O2

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 CBO5 dos SS do efluente

CBO5 = 0,68  CBOu

nota : a igualdade CBO5 = 0,68  CBOu é satisfeita em 5 dias quando kd = 0,1 d-1 (Wang, 1986)

 Quantificação do CBO5 solúvel que escapa ao tratamento

CBO do efluente = CBO afluente que escapa ao tratamento + CBO dos sólidos suspensos do efluente

ii) – Determinação da eficiência (E) do tratamento

 eficiência baseada no CBO solúvel

S0  S
E Soluvel   100
S0
Onde,
Esoluvel – Eficiência, %;
S0 – CBO5 do afluente, mgL-1 O2;
S – CBO5 solúvel do efluente, mgL-1 O2;

 eficiência global
S0  S
E global   100
S0
Onde,
Eglobal - Eficiência, %;
S0 - CBO5 do afluente, mgL-1 O2;
S - CBO5 do efluente, mgL-1 O2;

 CBO5 removido

S r  S 0  S  Q 
10 3 L
m3
10 6 mg
kg
Onde,
Sr – substracto removido, Kg CBO5d-1;
S0 – CBO5 do afluente, mgL-1 O2;
S – CBO5 solúvel do efluente, mgL-1 O2;
Q – caudal, m3d-1.

iii) – Verificação da fracção biodegradável de VSS (Arceivala, 1981)

Y  S r  k d  X   Y  S r  k d  X 2  4  k d  X  0,77  Y  S r 
fb 
2  kd  X
Onde,
fb – fracção biodegradável;
X – Mix Liquor Volatile Solids (MLVSS), kgm-3;
Sr – substracto removido, kgd-1;
Y – coeficiente de máximo rendimento, kgkg-1;
Kd – coeficiente de queda endógena, d-1.

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iv) – Volume do reactor

 Determinação do volume do reactor

 c  Q  Y  S 0  S 
X 
  1  k d   c 
Onde,
 - tempo de retenção hidráulica, d;
c - tempo de residência das células, d;
Kd - coeficiente de queda endógena, d-1;
Q - caudal, m3d-1;
S - CBO5 do efluente, mgL-1 O2;
S0 - CBO5 do afluente, mgL-1 O2;
Y1 - coeficiente de máximo rendimento, mgmg-1;
X - concentração de VSS no tanque arejamento, mgL-1;
V
 r
Q
Onde,
 – tempo de retenção hidráulica, d;
Vr – volume do tanque de arejamento, m3;
Q – caudal, m3d-1;

Substituindo,
 c  Q  Y  S 0  S 
Vr 
X  1  k d   c 
Onde,
Vr – volume do tanque de arejamento, m3;
c – tempo de residência das células, d;
Kd – coeficiente de queda endógena, d-1;
Q – caudal, m3d-1;
S – CBO5 do efluente, mgL-1 O2;
S0 – CBO5 do afluente, mgL-1 O2;
X – concentração de VSS no tanque arejamento, mgL-1;
Y – coeficiente de máximo rendimento, mgmg-1;

v) – Quantificação das lamas a rejeitar

Y
Yobs 
1  kd  c
Onde,
Yobs – rendimento observado, mgmg-1;
c – tempo médio de residência das células, d;
Kd – coeficiente de queda endógena, d-1;
Y – coeficiente de máximo rendimento, mgmg-1;

Px = Yobs  Q[103 Lm-3]  (S0 – S) [10-6 kgmg-1]


Onde,
Px – produção diária de VSS, kgd-1;
Yobs – rendimento observado, mgmg-1;
Q – caudal, m3d-1;
S – CBO5 do efluente, mgL-1 O2;
S0 – CBO5 do afluente, mgL-1 O2;

1
Y é definido como sendo a razão entre a massa celular formada e a massa de substracto consumida
medida durante um período finito (Metcalf & Eddy, 1991)
ESTAÇÕES DE TRATAMENTO DE ÁGUAS RESIDUAIS II.3.3 - [11]
______________________________________________PROCESSOS BIOLÓGICOS - LAMAS ACTIVADAS

Px
Px ( SS ) 
0,8
Onde,
Px(SS) - produção diária de SS, kgd-1;
Px - produção diária de VSS, kgd-1;
0,8 - MLVSS = 80% MLSS, (Wang, 1986; Metcalf & Eddy, 1991);

Lamas a rejeitar = crescimento em MLSS – SS perdidos no efluente

 103 L 
Lamas a rejeitar = Px SS   X e  Q   6 m3 
10 mg

 kg 
Onde ,
Px(SS) – produção diária de SS, kgd-1;
Xe – concentração de SS no efluente, mgL-1;
Q – caudal , m3d-1;

vi) – Quantificação do caudal de lamas a rejeitar

X  Vr X  Vr  Q  X e   c
c   Qw 
Qw  X r  Q  Qw   X e  c  X r  X e 
Onde,
Qw – caudal a rejeitar, m3d-1;
c – tempo médio de residência das células, d;
Q – caudal afluente, m3d-1;
Vr – volume do reactor, m3;
X – concentração de VSS no tanque de arejamento, mgL-1;
Xe – concentração de VSS no efluente, mgL-1;
Xr – concentração de VSS no fundo do decantador secundário, mgL-1;

vii) – Estimativa da taxa de recirculação

X  (Q + Qr) = Xr  Qr

Qr X
r 
Q Xr  X
Onde,
r – taxa de recirculação;
Qr – caudal de recirculação, m3d-1;
Xr – Concentração de VSS de retorno, mgL-1;
X – Concentração de VSS no tanque de arejamento, mgL-1;
Q – caudal, m3d-1.

viii) - Verificação do tempo de retenção


Vr

Q
Onde,
 - tempo de retenção hidráulica, d;
Vr - volume do tanque de arejamento, m3;
Q - caudal, m3d-1;

ESTAÇÕES DE TRATAMENTO DE ÁGUAS RESIDUAIS II.3.3 - [12]


______________________________________________PROCESSOS BIOLÓGICOS - LAMAS ACTIVADAS

ix) – Verificação de U, F/M e da carga volumétrica (Cv)

S0  S
U
X

S0
F 
M
X


S 0  Q  103 L 
 
m3
Cv 
Vr  103 L3
m
Onde,
 – tempo de retenção hidráulica, d;
Cv – carga volumétrica, mg CBO5  L-3  d-1;
F/M – food / microorganisms, mg CBO5  mg-1 MLVSS  d-1;
Q – caudal, m3d-1;
S – CBO5 efluente, mgL-1;
S0 – CBO5 afluente, mgL-1;
U – taxa especifica de utilização do substracto, mg CBO5/mg MLVSS  d
Vr – volume do reactor, m3;
X – concentração de VSS no tanque de arejamento, mgL-1;

x) – Quantificação da remoção de fósforo (Arceivala, 1981)

0,026  f b  Px 0,01  0,77  f b   Px


P, kg  d 1  
0,77 0,77
Onde,
fb – fracção biodegradável;
Px – produção diária de VSS, kgd-1;

Segundo Ramalho (1983), podemos tomar a seguinte expressão simplificada,

P, kg  d 1  0,02  Px

Nota : Em caso de adição de fósforo [P] deverá ser adicionado ao valor obtido 0,5 (mgL-1)Q, para
compensar o nutriente que se perde no efluente.

xi) – Quantificação da remoção de Azoto (Arceivala, 1981)

0,123  f b  Px 0,07  0,77  f b   Px


N , kg  d 1  
0,77 0,77
Onde,
fb – fracção biodegradável;
Px – produção diária de VSS, kgd-1;

Segundo Ramalho (1983), podemos tomar a seguinte expressão simplificada,

N , kg  d 1  0,12  Px

Nota : Em caso de adição de azoto [N] deverá ser adicionado ao valor obtido 1,0 (mgL-1)Q, para
compensar o nutriente que se perde no efluente

ESTAÇÕES DE TRATAMENTO DE ÁGUAS RESIDUAIS II.3.3 - [13]


______________________________________________PROCESSOS BIOLÓGICOS - LAMAS ACTIVADAS

xii) – Quantificação das necessidades de Oxigénio

 Necessidades de O2 para a degradação da fase carbónica

Q  ( S 0  S )  10  m3 
3 L

CBOu    
0,68 106  mg 
 kg 
Onde,
CBOu - massa de CBOu utilizada, kgd-1;
S0 – CBO5 do afluente, mgL-1;
S – CBO5 do efluente, mgL-1;

O2 = CBOu – 1,42 Px
Onde,
O2(Carb) - massa de O2 utilizada na oxidação do carbono, kgd-1;
Px – produção diária de VSS, kgd-1;
CBOu - massa de CBOu utilizada, kgd-1;

xiii) – quantificação das necessidades de ar

 Necessidade teórica de ar, assumindo que o ar contem 23,2 % de O2 em peso

O2
Qt ar 
0,232  1,20
Onde,
O2 – massa de O2 utilizada, kgd-1;
1,20 – densidade média da atmosfera, kgm-3;
23,2 % – percentagem de oxigénio em peso no ar;
Qtar – caudal teórico de ar, m3d-1;

 Necessidade real de ar considerando a eficiência de transferência

Qt ar
Qrar 
E eq
Onde,
Qrar – caudal real de ar, m3d-1;
Qtar – caudal teórico de ar, m3d-1;
Eeq – eficiência de transferência do equipamento, 8%;

 Necessidade de ar de projecto

Qd ar  Qrar  f s

Onde,
Qrar – caudal real de ar, m3d-1;
Qdar – caudal de ar de projecto, m3d-1;
fs – factor de segurança, 2 (Metcalf & Eddy, 1991)

ESTAÇÕES DE TRATAMENTO DE ÁGUAS RESIDUAIS II.3.3 - [14]


______________________________________________PROCESSOS BIOLÓGICOS - LAMAS ACTIVADAS

 Necessidade de ar por quilograma de CBO5 removido

Qrar
arkg CBO5 
S 0  S   Q
Onde,
arkg CBO5 – necessidade de ar por quilograma de CBO5 removido, m3/kg CBO5;
Q – caudal, m3d-1;
Qrar – caudal real de ar, m3d-1;
S – CBO5 do efluente, mgL-1 O2;
S0 – CBO5 do afluente, mgL-1 O2;

 Necessidade de ar unidade de volume

Qrar
arvol 
Q
Onde,
arvol – necessidade de ar por volume, m3  m-3;
Q – caudal, m3d-1;

xiv) – Potência necessária

Segundo Arceivala (1981) a capacidade de arejamento é dado por : 0,75(2 kg O2/kWh)

O2(Dim.) = O2  fs
Onde,
O2(Dim.) – quantidades de dimensionamento de O2, kgh-1;
O2 – O2 necessário, kgh-1;
fs – factor de segurança, 2.

Potência necessária é de :
O2Dim
P
0,75  2

Nota : A potência de arejamento em lamas activadas é da ordem de 25 W/m 2;

4 – EXERCÍCIOS

Exercício II.3.3 – Dimensione um sistema de lamas activadas por arejamento prolongado para uma
população com as seguintes condições :
 CBO5 – 400 mgL-1;
 Q – 450 m3d-1;
 CBO à saída da ETAR – 40 mgL-1.
 SS biológicos à saída da ETAR – 30 mgL-1;
 Fracção biodegradável dos SS biológicos – 0,65;

i) – Estimativa da concentração de CBO no efluente

 Componente biodegradável última dos SS

CBOu = Pb  SS  1,42 = 0,33  30  1,42 = 14,1 mgL-1

 CBO5 dos SS do efluente

CBO5 = 0,68  CBOu = 0,68  14,1 = 9,6 mgL-1

ESTAÇÕES DE TRATAMENTO DE ÁGUAS RESIDUAIS II.3.3 - [15]


______________________________________________PROCESSOS BIOLÓGICOS - LAMAS ACTIVADAS

 Quantificação do CBO5 solúvel que escapa ao tratamento

CBO do efluente = CBO afluente que escapa ao tratamento + CBO dos sólidos suspensos do efluente

40 = Se + 9,6  Se = 30,4 mgL-1

ii) – Determinação da eficiência (E) do tratamento

 eficiência baseada no CBO solúvel

S0  S 400  30,4
E Soluvel  100  100  92,4%
S0 400
 eficiência global
S0  S 400  40
E global  100   90,0%
S0 400
 CBO5 removido

S r  S 0  S  Q 
10   400  30,4 450  10
3 L
m3
3
 166,3 kgCBO 5  d 1
10 
6 mg
kg
10 6

iii) – Verificação da fracção biodegradável de VSS (Arceivala, 1981)


Y  S r  k d  X   Y  S r  k d  X 2  4  k d  X  0,77  Y  S r 
fb  
2 kd  X

0,6 166,3  0,05  4000  0,6 166,3  0,05  40002  4  0,05  4000  0,77  0,6 166,3
 
2  0,05  4000
300  89868  61464
  0,33
400
iv) – Volume do reactor

 Determinação do volume do reactor

 c  Q  Y  S 0  S  30  450  0,6  200  30,4


Vr    137,4m 3
X  1  k d  c  4000  1  0,05  30

v) – Quantificação das lamas a rejeitar

Y 0,6
Yobs    0,24
1  k d  c 1  0,05  30

Px = Yobs  Q[103 Lm-3]  (S0 – S) [10-6 kgmg-1] =


= 0,24  450  (400 – 30,4)  103  10-6 = 39,9 kgd-1

Px 39,9
Px ( SS )    49,9kg  d 1
0,8 0,8

Lamas a rejeitar = crescimento em MLSS – SS perdidos no efluente

 10 3 L 
10 3
Lamas a rejeitar = Px SS   X e  Q   m3 
 49,9  30  450   36,4kg  d 1
10 6 mg 
10 6
 kg 

ESTAÇÕES DE TRATAMENTO DE ÁGUAS RESIDUAIS II.3.3 - [16]


______________________________________________PROCESSOS BIOLÓGICOS - LAMAS ACTIVADAS

vi) – Quantificação do caudal de lamas a rejeitar

X Vr  Q  X e  c 4000 137,4  450  30  30


Qw    0,60m 3  d 1
 c  X r  X e  30  8000  30

vii) – Estimativa da taxa de recirculação

Qr X 4000
r   1
Q X r  X 8000  4000

viii) - Verificação do tempo de retenção


Vr 137,4
   0,31d
Q 450

ix) – Verificação de U, F/M e da carga volumétrica (Cv)

S 0  S 400  30,4
U   0,30
X 30  4000

S0 400
F    0,32
M
  X 30  4000


S 0  Q  10 3 L
  4000 450 10 3

 
m3
Cv   1310
Vr  10 3 L
137,4 10 3
m3

x) – Quantificação da remoção de fósforo (Arceivala, 1981)

0,026  f b  Px 0,01 0,77  f b   Px


P, kg  d 1   
0,77 0,77
0,026  0,33  39,9 0,01 0,77  0,33  39,9
   0,67kg  d 1
0,77 0,77

Segundo Ramalho (1983), podemos tomar a seguinte expressão simplificada,

P, kg  d 1  0,02  Px = 0,80 kgd-1

Nota : Em caso de adição de fósforo [P] deverá ser adicionado ao valor obtido 0,5 (mgL-1)Q, para
compensar o nutriente que se perde no efluente.

xi) – Quantificação da remoção de Azoto (Arceivala, 1981)

0,123  f b  Px 0,07  0,77  f b   Px 0,123  0,33  39,9 0,07  0,77  0,33  39,9
N , kg  d 1      3,7kg  d 1
0,77 0,77 0,77 0,77

Segundo Ramalho (1983), podemos tomar a seguinte expressão simplificada,

N , kg  d 1  0,12  Px = 4,8 kgd-1

Nota : Em caso de adição de azoto [N] deverá ser adicionado ao valor obtido 1,0 (mgL-1)Q, para
compensar o nutriente que se perde no efluente

ESTAÇÕES DE TRATAMENTO DE ÁGUAS RESIDUAIS II.3.3 - [17]


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xii) – Quantificação das necessidades de Oxigénio

 Necessidades de O2 para a degradação da fase carbónica

 3 L 
Q  ( S 0  S )  10  m3  450  (400  3,4) 10 3
CBOu     6  244,6kg  d 1
0,68 10 6  mg  0,68 10
 kg 

O2 = CBOu – 1,42 Px = 244,6 – 1,42  39,9 = 187,9 kgd-1

xiii) – quantificação das necessidades de ar

 Necessidade teórica de ar, assumindo que o ar contem 23,2 % de O2 em peso

O2 187,9
Qt ar    675,1m 3  d 1
0,232 1,20 0,232 1,20

 Necessidade real de ar considerando a eficiência de transferência

Qt ar 675 ,1
Qrar    8439 m 3  d 1
E eq 0,08

 Necessidade de ar de projecto

Qd ar  Qrar  f s  8439  2  16878 m3  d 1

 Necessidade de ar por quilograma de CBO5 removido

Qrar  g 8439
arkg CBO5   10 3  10 3  50 ,7m 3  kg 1
S 0  S  Q  kg  400  30,4 450
 Necessidade de ar unidade de volume

Qrar 8439
arvol    18,75m 3  m 3
Q 450

xiv) – Potência necessária

Segundo Arceivala (1981) a capacidade de arejamento é dado por : 0,75(2 kg O2/kWh)

O2  f s 187,9  2
O2 Dim     15,7kg  h 1
24 24
Potência necessária é de :
O2Dim  15,7
P   10,5kW  14,2Cv
0,75  2 0,75  2

Nota : A potência de arejamento em lamas activadas é da ordem de 25 W/m 2;

ESTAÇÕES DE TRATAMENTO DE ÁGUAS RESIDUAIS II.3.3 - [18]


______________________________________________PROCESSOS BIOLÓGICOS - LAMAS ACTIVADAS

5 – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

 Arceivala, S. J. (1981). Wastewater Treatment and Disposal (part I and II). Marcel Dekker,
inc.
 Eckenfelder Jr., W. W. (1989). Industrial Water Pollution Control. McGraw-Hill
International Editions – Civil Engineering Series.
 Metcalf & Eddy (1191). Wastewater Engineering – Treatment, Disposal and Reuse.
McGraw-Hill International Editions – Civil Engineering Series. 3th Edition.
 Peavy, H. S.; Rowe, D. R.; Tchobanoglous, G. (1985). Environmental Engineering.
McGraw-Hill International Editions – Civil Engineering Series.

ESTAÇÕES DE TRATAMENTO DE ÁGUAS RESIDUAIS II.3.3 - [19]

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