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Ill - CARACTERIZACAO MORFOLOGICA DO SOLO Mateus Rosas Ribeiro”, Lindomario Barros de Oliveira” & José Coelho de Aratjo Filho” "Professor Associado da Universidade Federal Rural de Pernambuco - UERPE, Recife (PE). Bolsista do CNPg, E-mail: mrosas@depa.utrpe.br *“Engenheiro Agrénomo do Ministério da Agricultura, Pecudria e Abastecimento. E-mail: Ibdeoliveira@yahoo.com br *Pesquisador da Centro Nacional de Pesquisa de Solos da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuaria, UEP. Recife (PE). E-mail; coelho@ucp.cnps.embrapa.br Contetido INTROBUCAQ vesucnescnes cia tas PERFIL DE SOLO E NOMENCLATURA DOS HORIZONTES, PROPRIEDADES MORFOLOGICAS E SUA INTERPRETACAO Espessura © Arranjamento dos Horizontes Core Mosqueado Tenturi s Estratura . er en 5 a rstimintiiimanneO8 Consistancia .. etc ee ef Nédules, Transigao entre as Horizontes ¢, 04, Camadas senna ‘onerogdes e Outzas Cimentacdes.. i Outras Caracteristicas Morfoldgicas Comuns em Solos Brasileiros. Testes: Adicionais Utilizados no Campo crcccronrnnnnrsen . eters IMPORTANCIA DA MORFOLOGIA NO SISTEMA BRASILEIRO DE CLASSIFICAGAO DE SOLOS....73 Cor . my ste AB Carater Cromico Bets eG Caritter EDaniC0 ecco rons 6 Cariter Epiiiquice eB Carater Rubric sina TB Contato Litieo sree Mudanga Textural Abrapta a istic TD Plintita, Petroplintita, Caréter Plintico © Carster Concreciondtio i 7 Carater Coes0 sn 3 sa a = eet LITERATURA CITADA .... a NEN err ctemeact 78 KER, J.C; CURLN. SCHAI Vicosa, MG, SBCS, 2019. 343p. ER, C.EG.R, & VIDAL-TORRADO, P., eds. Pedologia; Fundamentos. 48, Mareus Rosas Risetro et al. INTRODUGAO A caracterizagao dos solos no campo é feita por meio do estudo edo exame do seu perfil, com o registro dos principe feita pola descris facilmente perceptiveis pela visao e pelo tato. aspectos de sua morfologia. Esta caracterizacao é das caracteristicas morfoldgicas, que sao propriedades macroscépicas, As caracteristicas morfolégicas constituem a base inicial para a definicio de qualquer corpo natural. Inicialmente utilizada na botanica, zoologiae medicina, a morfologia foi introduzida na ciéncia do solo a partir do momento em que © solo passou a ser considerado como um corpo natural dinamico, representado pelo pedon (menor volume que pode ser considerado como solo), e estudado através do perfil de solo. Por isse, a morfologia do solo é de importancia fundamental para sua caracterizacaa, definindo, inclusive, os pontos de coleta de amostras para aniilises de laboratério. A morfologia do solo corresponde a anatomia e baseia-se no exame da constituiggo fisica de um perfil de solo, a partir da descricao de propriedades, lais como: espessura e arranjamento dos horizontes, cor, textura, estrutura, consisténcia e porosidade, dentre outras. - As caracteristicas morfoldgicas sao, em geral, de facil determinagao ¢ avaliacao. Elas refletem a constituicae do solo ¢ as condicdes sob as quais cle foi formado, o que permite fazer inferéncias sobre os precessos pedogenétices ¢ as candicaes ambientais, bem como interpretar ou predizer o comportamento das plantas e a resposta do solo 4s praticas de mangjo. A morfologia pode fornecer elementos para se fazer inferéncias de importancia agricola, tais come: drenagem, permeabilidade, compactacao, susceptibilidade a erosao, facilidade de mecanizagao, etc. Portanto, o conjunto das caracteristicas morfologicas constitui a base fundamental para a identificacao do solo no campo, devenda, posteriormente, ser complementada pelas andlises de laboratério. PERFIL DE SOLO E NOMENCLATURA DOS HORIZONTES Um perfil de solo ¢ uma secao vertical do terreno, desde a superficie até 0 material de origem. O perfil de solo é formado por secOcs aproximadamente paralelas 4 sua superficie, que diferem das secdes adjacentes em propriedades morfologicas, fisicas, quimicas, mineralogicas e biolégicas. Essas secdes, quando sdo interrelacionadas e resultantes da acao de processos pedogenéticos, 40 denominadas horizontes. Quando nao guatdam nenhuma relacao pedogenctica entre si, so consideradas como camadas € resultam de simples processo de deposicao de materiais de natureza diferente. O perfil de solo pode ser formado unicamente por horizontes au por horizontese camadas (Figura 1). Prootecia II - CARACTERIZACAO MORFOLOGICA DO SOLO 49 | Horizontes | Superficiais | Horizontes Subsuperficiais | Rocha Alterada Figura 1. Representacao esquematica de um perfil de solo obtido de uma porcao da paisagem localizada na superficie da Terra. Fonte: Adaptado de Soil Survey Division Staff (1993) ¢ Florida State University (2005). Os horizontes podem ser separados em superficiais e subsuperficiais, conforme a posicdo que ocupam no perfil. Horizontes subsuperficiais, excepcionalmente, podem ocorrer na superficie, quando o horizonte superficial tiver sido removide. A nomenclatura adotada no Brasil para designacao dos horizontes segue, em linhas gerais, 0 esquema sugerido por Dokuchaev, que utiliza as letras do alfabeto ocidental para designar os sucessives horizontes e camadas do solo. Como regra, 05 horizontes ou camadas principais sao representados por letras maitisculas (, H, A, E, B,C, Fe R) (Quadro 1). Os processos mais importantes na formacao dos horizontes © a presenca de caracteristicas especiais sao indicados por meio de letras mintisculas que seguem as maidsculas (Bt, para acumulacao de argila, Ck para presenca expressiva de carbonates, etc.) (Quadro 2), Quando determinado horizonte apresenta- se subdividido, os sub-horizontes sao designados pelo acréscimo de nameros ardbicos apés as letras (Bt1, Bt2, etc.). Horizontes que apresentam caracteristicas comuns a mais de um horizonte principal se denominados horizontes transicionais e sua designacao é feita pela utilizacdo de duas letras maidsculas, que representam os horizontes principais envolvides (AB, BA, EB, BE, BC, CB, etc.), indicando a primeira letra 0 horizonte cujas caracteristicas sao predominantes, Quando 0 horizonte transicional ¢ composto por partes distintas dos horizontes principais adjacentes, ele ¢ designado horizonte intermedidrio ¢ ¢ representado pelas letras maitisculas que designam os horizontes envolvidos, separadas por uma barra (A/'B, B/ A, B/C, etc.), A primeira letra representa, sempre, o horizonte predominante. PEpoLogia 50 Mareus Rosas Riweio et al. Quadro 1. Nomenciatura ¢ caracteristicas dos horizontes e camadas principais dos solos Designacio ° Caracteristicas Horizonte ou camada superficial organica dos solos minerais. Este horizonie ou camada tem constituicao predominantemente or ganica e é resultante da acumulacdo de detritos vegetais, sob condicoes de drenagem livre. Ocorre sob vegetagao florestal, sendo geralmente denominado liteira ou serrapilheira, podendo-se apresentar em diversos graus de decomposicic, © horizonte © somente existe em condigées naturais, pois é incorporado ao horizonte A pelo cultive ou destruido pela pritica da queima Horizonte ou camada, superficial ou no, de constituicao Predominantemente organica, composto de residuos vegetais acumulados ou em acumulacio, sob condicoes de prolongada estagnacdo de agua. Consiste em camadas ou horizontes arganicos superficiais ou soterrados por material mineral, em varios estaclios de decomposicao, acumulados em condigées palustres e relacionados com solos organicos e outros solos hidromérficos.- Horizonte mineral, superficial, cuja caracteristica principal ¢ 0 actimulo de materia organica humificada, intimamente associada A. fragdo mineral. © horizonte A pode ser precedido por uma camada ou horizonte O e sofrer alteraces em fungao do cultive, sendo, neste caso, designado de Ap. Quando bem desenvolvido, @ horizonte A tem suas caracteristicas influenciadas pela matéria orginica, apresentando cor escura e estrutura granular. Nas regiées semidriclas, este horizonte pode, entretanto, apresentar cor clara, baixo teor de matéria organica ¢ estrutura fracamente desenvolvida ou macica, sendo reconhecido quase que exclusivamente por sua posicio superficial. Horizonte mineral eluvial, cuja caracteristica principal ¢ a perda de argila, matéria orgdnica e compostes de ferro e aluminio, resultando na concentracao residual de areia ¢ silte, constituidos de quartzo ¢ outros minerais primirios resistentes ao intemperismo. O horizonte E ocorre subjacente a um horizonte A ou O e¢ sobrejacente a um horizonte B, Apresenta, caracteristicamente, cor mais clara que a dos horizontes Ac 5 adjacentes, podendo também apresentar textura mais arenosa, menor teor de matéria organica ou combinacies destas propriedades, Em casos zaros, 0 horizente E pode ocorrer na superficie, pela inexpressiva incorporagdo cle matéria organica ou por truncamento do perfil Continua, Pevotoaia Quadro 1. Designacio B mL CARACTERIZACAO MORFOLOGICA BO SOLO 51 ont. Caracteristicas Horizonte mineral subsuperficial, subjacente a um horizonte A, E ou O, resulfante da atuagdo de processos pedogenéticos que foram capaves de alterar total ou quase totalmente a estrutura original da rocha, Em consequéncia, ocorrem 0 desenvolvimento de cor e a formacao de estrutura em blocos, prismatica, colunar ou granular, podendo, ou nao, ocorrer a prostucdo ¢ concentracae residual de Gxidos (Bw) ou acumulacao iluvial de argilas (Bt), de matéria organica ¢ sesquiGxidos de Fe © Al (Bh, Bs e Bhs), isoladamente ou em combinagdes, A acumulagao de argila também pode ser resultante de outros processos, como formagio de argila in situ, destruigao de argila no horivonte A ou perda por erosdo diferencial. © horizonte B ¢ 0 horizonte de maximo desenvolvimento do perfil, em termos de cor e estrutura, © sd ocorrerd na superficie, em consequéncia da remocio dos horizontes superficiais por erosao. Horizonte ou camada mineral nao consolidada, subjacente aos horizontes A ou B, relativamente pouco alterada pelos processos pedogenéticos, geralmente ‘em minerais primarios, podendo ou nao corresponder ao material de origem do solo, O horizonte C nao apresenta propriedades diagnosticas de nenhum dos horizontes: principais, podendo ser muito semelhante (Cr) ou distinto, em relacao 4 mocha do embasamento, e apresentar algumas propriedades resultantes de processos pedogenéticos, como desenvolvimento de fragipa (Cx), duripa (Cm), gleizacao (Cg), acumulacio de carbonato de calcio (Ck), sorcao de Na (Cn) e salinizagao (C2). Quando o material de origem do solo é formade por materiais sedimentares nao consolidadas, como sedimentos arenosos ou sedimentos aluviais, os solos apreséntam um horizonte superficial A, seguido de camadas que sio designadas de C (A, C1, C2, etc.) Quando estas camadas apresentam natureza diversificada, como nos sedimentos aluviais, o simbolo C da camada deve ser precedido por um ntimero arabico, indicando a mudanca da natureza do material (A, 2C1,3C2, ete.) Horizonte ou camada de material mineral superficial ou subsuperficial consolidada, rica em Fe e, ou, Ale pobre em materia organica, proveniente do endurecimento irreversivel da plintita ou da acéo cimentante de compostos de Fe ¢, ow, Al, segregados de outras fontes, em que a plintita nao é positivamente identificada, mas nunca associados a complexos organicos, O horizonte ou camada F pode ocorrer em qualquer posicao no perfil, em sequéncia a horizontes A, E ou B, ou mesmo na superficie, seguida de um horizonte C. Corresponde aos materiais antes chamados de crosta lateritica, Camada mineral de material consolidado, coeso 0 suficiente para, quando timido, nao ser cortado com uma pé reta, ¢ formando um substrato rochoso continue ou fragmentado em matacdes, perfazendo mais de 90 % do volume da camada Fonte Bskcland (197), Wilding et (1989); Eta (DBE Dy Ocka wt aL bay Snes AL MH, Pepotosia 52 Mareus Rosas Risereo et all Quando, no mesnio perfil, a descricio morfolégica indicara presenga dedescontinuidades, em decorréncia de mudancas significativas na granulometria ouna mineralogia, resultantes de diferengas no material que deu origem ao horizonte ou camada, esta descontinuidade é indicada por nameros arabicos antepostos as letras dos horizontes ou camadas, como, por exemplo: A, 2BE1, 2B, 3C1, 3C2. Este prefixo ¢ omitido no horizonte superficial de um perfil que apresenta mais de um material de origem, subentendendo-se que seja o material 1, da mesma forma que nao éusado ém solos desenvolvidos de um iinico material deorigem. Quadro 2, Simbologia ¢ definicao das caracterfsticas subordinadas aos horivontes e camadas principais utilizadas no Brasil Simbolo ‘Conotacio, definicao e horizontes com os quais sao utilizados a Propriedades andicas. Usado com A, Be C, para designar constituicdo dominada por material amorfo, de natureza mineral, proveniente de materiais de origem vulcénica, caracterizados por baixa densidade do solo, alta retencao de fosfatos ¢ alto tor de Al extraivel com oxalato dcido. Caracteristica ainda ‘nao constatada em solos brasilciros, b Horizonte enterrado. Usado com H, A, E, Be F, para indicar horizontes enterrados, cujas caracteristicas foram desenvolvidas em um ciclo de peclogénese anterior ao atual Concregdes ou nédulos endurecidos, Usado com A, E, Be C, para indicar presenga expressiva de concregiies ou nédulos endurecidos de Fe, Al, Mn ou Ti, geralmente, provenientes da consolidacdo da plintita (petroplintita).. d Material organico em acentuado estadio de decomposicao. Usado com O « H, quando nao ¢ possivel a identificacdo da estrutura dos residuos vegetais acumulados nestes horizontes, @ — Escurecimento da parte externa dos agregados por matéria orginica nao associada a sesquidxides. Usado com o horizonle B e parte inferior de horizontes A espessos, para indicar escurecimento da superficie dos agregados por filmes de matéria organiea, geralmente, associados com a ccrosidade. A sua ocorréncia esta relacionada com horizontes argilasos © no yesulta em aumento expressivo no teor de matéria organica. f Presenga de plintita, Usado com A, E, B ¢ C, para indicar segregacdo de materiais ricos em ferro e, ou, aluminio e pobres em matéria organica, na forma de manchas vermelhas a amarelas, as vezes escuras pela presenca do manganés, formando mosqueados proeminentes ou coloracio variegada em pacirao laminar, poligonal ou reticulado. & — Presenga de gleizagio forte. Usado com A, E, Be C, para expressar 0 desenvolvimento de cores cinzentas, cinzentas azuladas ou cinzentas esverdeadas, em consequéncia da redugio dos compostes de Fe em meio anaerébio. Ocore em presenga de lengol fredtico permanente ou tempordrio, podendo apresentar mosqueados amarelados a avermelhados na zona de flutuacdo deste lencol. Continua. Pepotocta ‘Simbolo h III - CARACTERIZACAQ MORFOLOGICA DO SOLO 53 Quadro 2. Cont Conotacie, definicao e horizontes com os quais sao utilizados Acumulagao iluvial de matéria organica. Usado apenas com horizonte B, para indlicar acumulacao iluvial expressiva e constituida essencialmente’ por matéria Organica ou complexes organo-sesquioxidicos amorfos, com dominancia de matéria orginica, Este material tem coloracio escura e pode acorter 200 mm de diémetro). As fracbes maiores que 2 mm nao fazem parte da textura do solo, mas, considerando a importancia que podem desempenhar, adjetivam a classe textural, no caso dos cascalhos, ou séo usadas nas fases de pedregosidade e rochosidade, no caso de calhaus ¢ matacées. A ocorréncia de cascalhos ¢ registrada como qualificativo da textura, nas descricées morfoldgicas, da seguinte maneira: muito eascalhenta (cascalhos > 50°), cascalhenta (Cascalhos entre 15 ¢ 50 %) e com cascalho (eascalhos entre 8 e15 %). Ex: textura argilosa cascalhenta, franco-argilo-arenosa muito cascalhenta, etc. A ocorréncia de calhaus ¢ matacdes deve, também, ser descrita quando do exame do solo no campo. A descric&ioé citada nas observacdes ¢ leva em conta, além da quantidade, a forma, o grau de arredondamento ¢ a constituicao mineralégica. Ex.: presenca de muitos calhaus desarestados de quartzo, A determinacdo da textura no campo deve ser feita, mesmo quando amostras de solo sao enviadas ao laboratério para andlises granulométricas, pois auxilia na verificacdo da coeréncia dos resultados obtidos, possibilitando a identificacdo de incorrecées nas andlis es, produzidas por falhas na execucao das determinacdes ou imperfeigoes metodalogicas. Pepovosia III - CARACTERIZAGAO MORFOLOGICA DO SOLO 63 100 100 90 80 70 60 ‘50 40 30 20 190 Percentagem se arcia Figura 4, Triangulo com as classes texturais adotadas no Brasil. Fonte: Embrapa (1995). A textura tem grande importancia no comportamento e utilizacdo agricola dos solos, assumindo, ainda, maior destaque pelo fato de ser uma caracteristica permanente. A textura influencia muitas propriedades do solo (capacidade de troca de cations, retencao, disponibilidade ¢ movimento da Agua no solo, etc.) ¢ o seu compertamento (expansibilidade e contractilidade, susceplibilidade 4 eroséo e A compactacao, etc.) (Quadro 5). Qs solos arenosos, nos quais a porosidade é dominantemente constituida por macroporos, apresentam elevada velocidade de infiltracao de 4gua, mas, por possuirem uma baixa proporcao de argila e matéria organica, que sao agentes ligantes das particulas maiores, sdo susceptiveis ao arraste pelo escoamento superficial, decorrente da baixa coesdo entre as particulas, 0 que torna tais solos propensos a erosao em sulcos (Goncalves, 2002). Por outro lado, nos solos argilosos, que tendem a apresentar menor macroporosidade, a velocidade de infiltracdo da Agua tende também a ser menor, 0 que resulta em maiores enxurradas com potencial crosivo. Contudo, em virtude das maiores forcas de coesao e adesao das particulas, eles oferecem maior resistencia do que os solos arenosos ao fluxo de enxurrada (erosividade). De forma geral, quanto mais argilaso Pevotocia 64 Mateus Rosas Rieeino et al. © solo, maior a tendéncia de que o tipo deerosao predominante seja la 2002). Os solos siltosos sio mais facilmente erodiveis pela agua (erodibilidade), pois as + particulas de silte sao bastante grandes para permanecerem unidas entre si c suficientemente pequenas para serem facilmente transportadas pelas enxurradas (Baruqui & Fernandes, 1985). A textura é uma das caracteristicas mais dificeis de ser alterada. Entretanto, uso agricola que envolve oconstante revolvimento do solo, causando a destruicao da estrutura original, pode produzir pequenas variagdes na textura original de horizantes do solo, sobretudo no superficial, com foi observado por Santos (1998), para Argissolos do Vale do Sa0 Francisco. at (Goncalves, ‘Quadro 5. Influéncia da textura em algumas propriedades dos solos Propriedade Solo arenoso Sol siltoso Solo argiloso Capacidade de Baixa Moderada Alta Troca de Cations 4 : Capacidade de Baixa Média a alta Alta retencdo de agua Aeragéo/drenagem Bemaerado/ — Moderadamente Bema pobremente aerado/ excessivamente aerado/ Bem a imperfeitamente drenado moderadamente —_drenado, dependendo da drenado estrutura e grau de floculagao. Teores de Matéria Baixos Médios a altos Médios a altos Organica Velocidade de Répida Média Lenta decomposicao da matéria organica Resistencia a Alta Muito baixa Muito baixa compactacao Resisténcia a erosao Baixa Muito baixa Alta edlica Resisténcia a erosao Alta Muito baixa —_Baixa a alta, na dependéncia hidrica da estrutura edo grau de floculacéo. Retencao de Baixa Moderada Alta poluentes. Expansividade e Baixa ou nula Baixa Moderada a alta contractilidade Fonte: Brady & Weil (1996), Pevotocia III - CARACTERIZACAG MORFOLOGICA DO SOLO 65 Estrutura Aestrutura 6 0 resultado do arranjamento.das particulas primarias do solo (areia, silte ¢ argila) em agregados, soparadostentre si por superficies de fraca resisténcia7Os agregados sao unidades individualizaveis, também denominados unidades estruturais, A formacao das unidades estruturais permite o estabelecimento de uma nova configuracio do espaco poroso, o que tem reflexos diretas em algumas propriedades do solo, tais como: aeracao; infiltracdo; retencao ¢ redistribuicdo de 4gua no solo; e susceptibilidade a crasdo. As unidades estruturais sao entidades (corpos individualizados), que apresentam formas e tamanhos definidos, sao separadas entre si pelas superficies de fraqueza. A estrutura pode ser observada a olho nu, coma feito durante as descrigdes de campo, ou sob as lentes do microscdpio, quando se observa a microestrutura A classifica: jo mais difundida de estrutura do solo é a adotada pelo Soil Survey Manual, uma adaptagao da classificagao estrutural proposta por Nikiforoff (1941) A avaliacao da estrutura ineluia descricao da forma (tipo), tamanho (classe) e grau de desenvolvimento dos agregados. Aestrutura do solo pode ser classificada, quanto a forma ou tipo, como: a) Granular ou esferoidal - as unidades estruturais apresentam-se mais ou menos esféricas, nao sendo observado predominio de nenhuma das dimenses. Divide-so em dois subtipos: 1) Granular propriamente dita ~ quando-as unidades estreturais sio pouce perosas (Figura 5). Este tipo de estrutura é comum nos horizontes superficiais e ne herizonte Bw de alguns Latossolos. 2) Grumosa - quando as unidades estruturais 830 porosas, Encontrada em alguns horizontes A, ricos em matéria organica. b) Em blocos - as inidades estruturais apresentam as trés dimensdes aproximadamente iguais, ndo sendo es{éricas (Figura 5). Esse tipo de estrutura é muito comum no horizonte B de solos de textura média ou mais argilosa, ptincipalmente nos das classes dos Argissolos, Plintossolos, Nitossolos e Cambissolos, ocorrendo também nos horizontes A e C de alguns solos, Subdivide-se em: 1) Blocos angulares - as unidades estruturais apresentam faces planas e angulos vivos na maioria dos vertices. 2) Blocos subangulares ~ as unidades estrulurais apresentam mistura de faces arredondadase planas, cont muitos vérlices arredondados. ¢) Prismatica - as unidades estruturais apresentam a dimensio vertical mais desenvolvida do que as outras dimensdes, com as faces verticais destas unidades relativamente planas, Subdivide-se em: 1) Prismatica - apresenta a extremidade superior das unidades estruturais plana (Figura 5). E frequentemente observada no horizonte B, ocorrendo também no horizonte C, principalmente em solos com argilas de atividade alta, textura argilosa ou muito argilosa ¢, ou, alta saturacao por Na, sendo uma estrutura desfavordvel a penetragao de gua ede raizes. Pepotocia, 66 Mateus Rosks Ruseiko et al. 2) Colunar - apresenta a extremidade superior das unidades estruturais arredondadas (Figura 5). Esse tipo de estrutura écomumente observado em horizontes B ou C que apresentam elevada saturag3o por Na e tem caracteristicas fisicas muito desfavoraveis, d) Laminar ~ as unidades estruturais apresentam as dimensdes horizontais mais desenvolvidas do que a dimensao vertical, conferindo-lhes aspecto de laminas de espessura variavel (Figura 5). [um tipo deestrutura pouco frequente em solos brasileiros, podendo ser observado em alguns horizontes fragipas (Btx), em crostas superficiais de solos com teares altos de silte eem horizontes E ou C, s grandes e muito grandes, cujas unidades estruturais apresentam a forma de paralelepipedos. Observada em horizontes com argilas expansivas ¢ superficies de compressao (vérticos). ©) Paralelepipédica - termo usado para estruturas prismaticas ou em blocos angular £) Cuneiforme - tipo de estrutura em blocos angulares, cujas unidades estruturais apresentam a forma de cunhas. Est relacionada com argilas expansivas, o¢orrendo em horizontes verticos, que apresentam superficies de fricedo bem desenvolvidas ¢ cenvergentes, formando o vertice da cunha Alguns horizontes ou camadas nao apresentam agregacao c as particulas primarias apresentam-se coesas, mas a massa do solo nao contém unidacles estruturais diseerniveis. Nestes casos, 0 arranjamento ¢ descrito como macico) com varios graus de coesao, desde muito a pouco coeso, Noutros, principalmente em horizontes arenosos, as particulas primarias estao soltas, néo apresentando nenhum tipo de agregacao, sendo este arranjamento descrito como graossimples. F 0 caso de alguns horizontes A, Ee C arenosos, ‘Granular Blocos Blocos angulares subangulares Prismatica Colunar Laminar Figura 5. Tipos mais frequentes de estrutura de solos, Fonte: Adaplade de Schoeneberger ct al. (1998). Pepowogia TIT - CARACTERIZAGAO MORFOLOGICA DO SOLO 67 Quanto ao tamanho, a estrutura classifica-se em: muito pequena, pequena, média, grande e muito grande. Os limites das dimensdes que separam as classes de tamanho dependem do tipo de estrutura e referem-se a largura da estrutura, com excecio do tipo laminar, na qual se refere 4 espessura das laminas. No quadro 6, sio apresentadas as diferentes classes de tamanho, considerando-se o tipo de estrutura. ‘Quadro 6. Clas 5 de tamanho em relacéia ao tipo de estrutura Classe Tipo Em blocos Prismatica Laminar “Muito pequena <5mm <10 mm <1Imm Pequena 5a 10mm 10.220 mm 1a2mm Média 10a20mm = —-20.a50mm 2a5mm Grande 20.50mm 502100mm = 5a10mm Muito grande > 10mm > 50 mm > 100 mm. >10mm Fonte: Soil Survéy Division Staff (1993); Santos et al. (2005). Os solos podem apresentar, num mesmo horizonte, mais de um tipe de estrutura e, tes casos, diz-se que apresentam estrutura combinada ou composta} Estrutura combinada refere-se a ocorréncia de tipos diferentes de estrutura no mesmo horizonte do perfil. Exempla: fraca pequena a média granular, ¢ fraca pequena blocos subangulares. - Acstrutura é composta quando determinado tipo desfaz-se noutros tipos de estrutura menores, Exemplo: Moderada grande prismatica, composta de fraca média e grande blocos angulares. Aestrutura tem grande importancia no com ports mento agricola dos solos. Alguns tipos sto Gesfavoraveis a penetragao das raizest dificultam o manejo dos solos. Como: exemplos podem ser citadas as estruturas Colunar ¢ prismatica ou ocaso de arranjamento macico coeso ou muito coeso. Como estruturas favoraveis & penetracao das raizes, permeabilidade e arcjamento podem ser citadas as estruturas granular e em blocos Ppequenos, ou 0 arranjamento em graos simples. ‘A formagao da estrutura envolve processos de natureza fisica, quimica ¢ biologica que favorecem a agregacao © a estabilizacao dos agregados. Dentre os fatores que favorecem a formacao dos agregados no solo, podem ser citados: umedecimento e- secagem; expansio ¢ contracao: congelamento e degelo; atividade fisica de raizes e animais; matéria organica em decomposicao ¢ substincias viscosas produzidas pelos micro-organismos; feito dos cations adsorvidos (floculagao e dispersao), e qualquer outra ago que movimente as particulas, force conlalose desenvolva linhas de fraqueza (Brady & Weil, 1996). Pevotocia 68 Marcus Rosas Ruserao et al Para a estabilizacao dos agregados, os fatores que mais contribuem sao: efeito temporario de aglutinacio mecanica, provoeada pelos micélios de fungos; agaio cimentante dos produtos de sintese ¢ decomposicdo microbiana (gomas e polissacarideos); acao cimentante de acidos organicos (humus); cations como APVe Ca”, que constituem pontes entre matéria organica e inarganica, ¢ a agao cimentante dos sesquioxidos de ferro e aluminio, e, mesmo, dos minerais de argila (Brady & Weil 1996). ee Porosidade A porosidade refere-se ao espaco do solo que pode ser ocupado pelo ar e pela agua A porosidade dos solos é consequéncia da textura, da estrutura e da atividade biolégica. Por esta raza0, a porosidade ¢ classificada em: porosidade textural, porosidade estrutural © porosidade especifica (Nikiforoff, 1941) A porosidade textural resulta da presenca de espacos vazios entre as particulas individuais do solo (arcia, silte e argila) c, nos solos que apresentam agregacao, ocorre dentro dos agregados. Corresponde, geralmente, aos microporos ou poras capilares, responsaveis pela reteneao da agua. A porosidade estrutural é a porosidade decorrente dos espacos porosos existentes entre os agregados ou elementos de estrutura. Em geral, ¢ constituida por macroporos @ € responsvel pela drenagem e acragdo dos solos. A porosidade estrutural é, geralmente, destruida pelas operagoes de cultivo, principalmente quandoa grade de discos é utilizada. Solos arenosos constituides por graos simples ou solos de textura variada, com atranjamento macico, sem agregacao, apresentam apenas porosidade textural. Nos solos arenosos, a porosidade textural é constituida por macroporos. A porosidade especifica representada pelos espacos decorrentes da atividade biolégica, sendo geralmente constituida por macroporos. Durante a descricao do solo no campo, 6 possivel descrever apenas 05 poros com diametro 2 0,5 mm. A descricao da porosidade inclui uma estimativa do tamanho médio dos poros e da sua quantidade. Quanto ao tamanh, os poros podem ser clasificados como: 1. Muito pequenos = apresentam didmetro médio <1 mm; 2. Pequenos - apresentam didmetro médio entre 1¢2 mm; 3. Médios - apresentam diametro médio entre? e 5 mm; 4. Grandes - apresentam diametro médio entre 5 ¢ 10 mm; 5. Muito grandes ~ apresentam diametro médio > 10 mm A quantidade de poros estimada pelo mimero de pores por unidade de area, sendoa unidade de area de 1 cm*, para poros muilo pequenos ¢ pequenos; de 1dm?, para poros médios e grandes, e de 1m’, para poros muitos grandes (Soil Survey Division Staff, 1993). Quanto a quantidade, os poros podem ser classificados como. Pevotocia III - CARACTERIZACAO MORFOLOGICA DO SOLO 69 poucos (<1 por unidade de area), comuns (1-5 por unidade de area) e muitos (> 5 por unidade area). Os poros servem como reservatorio de agua para as plantas ¢ micro-organismos sao res ponsaveis pelo transporte e distribuieao da dgua, zemogio do excesso de égua e aeracao. Consisténcia Aconsisténcia ¢ 0 atributo do solo que reflete a agao das forcas fisicas de adesdo coesio frente as deformacoes que Ihe so impostas. A expressao da consisténcia 6 muito dependente da umidade do solo, mas é, também, influenciada pela textura, composicao mineralgica, teores de matéria organica e tipo predominante de cation adsorvido nos sitios de troca. A avaliagdo da consisiéncia no campo inclui sua descricao em trés estados de umiclade: seco, ttmido emolhado. A consisténcia do solo seco manifesta-se como dureza ou lenacidade, que éa resisténcia de um torrao, na sua estrutura natural, a compressao entre 0 polegar 0 indicador (Quadro 7) Quadro 7. Classes de consisténcia do solo quando seco e suas caracteristicas distintivas Classe Caracteristica distintiva Solta As particulas nao formam torrao, apresentando-se soltas, Mac Tarrdes do solo sao fracamente coerentes, desfazendo-se em material pulverizado, ou, graos individuais sob pressao muito leve. Ligciramente TorrGes do solo So fracamente resistentes & pressio, sendo dura facilmente quebrados entre 0 polegar ¢ o indicader. Dura Torres do solo sio moderadamente resistentes a pressao, sendo dificilmente quebrados entre o polegar e o indicador. Muitodura —Torrdes do solo so muito resistentes a presséio, nao podendo ser quebrados entre 0 polegar ¢ o indicador e s6 com dificuldade podem ser quebrados entre as mios. Extremamente Torroes do solo sao extremamente resistentes 4 pressio, nao podendo dura ser quebrados entre as maos. Fonte: Soil Survey Division Staff (1993) © Santo ‘et al. (2008) Acconsisténcia do solo timido manifesta-se quanto a friabilidade ou facilidade com que o torrao do solo, na sua estrutura natural, cede a pressdo, devendo ser avaliada num estado de umidade préximo ao da capacidade de campo (Quadro 8) Pevotocra 70 Marcus Rosas Ruseixo et al. Quadro 8, Classes de eonsisténcia do solo amido e suas caracteristicas distintivas Classe Caracteristica distintiva Solta © material do solo nao tem coesdo (Figura 6). Muito friavel — Torrdes do solo esboroam-se quando submetidos a pressio muito leve. Fridvel Torrdes do solo esboroam-se facilmente quando submetidos pressio fraca a moderada entre o indicador eo polegar (Figura 6). Firme Torrdes do solo esboroam-se quando submetidos A pressio moderada entre 0 indicador e o polegar (Figura 6). Muito firme Torrées do solo esboroam-se quando submetidos a forte pressao entre 0 indicador ¢ 0 polegar. Extremamente ‘Torres do solo ndo podem ser esmagados entre o indicador e 0 firme polegar, embora possam ser quebrados pedaco a pedaco Fonte: Soil Survey Staff (1993) © Santos et al. (200). v Fridvel Firme Figura 6. Aspecto da consisténcia solta, friavel e firme apresentada pelo solo imido durante o teste de campo. Fonte: Adaptado de Levine (2005) A consisténcia do solo molhado manifesta-se como plasticidade e pegajosidade e deve ser determinada em amostras pulverizadas ¢ homogeneizadas, com teor de umicade acima da capacidade de campo. A plasticidade é a capacidade que o material do solo apresenta de ser moldado ou de assumir formas de acordo coma forca aplicada. A forma resultante imprimida no material do solo mantém-se inalterada até que este sofra aagao de outras forcas (Quadro 9), A pegajosidade refere-se a capacidade do solo de aderira outros objetos. As classes de pegajosidade e suas caracteristicas distintivas so apresentadas no quadro 10. Pepotocia III - CARACTERIZACAO MORFOLOGICA DO SOLO 7 Quadro 9, Classes de plasticidade e suas caracteristicas distintivas Classe Caracteristica distintiva Nao plastica Nao ¢ possivel formar um fio ou cilindro; quando € possivel, este se desfaz ao procurar-se segura-lo entre © indicador e o polegar. Ligeiramente © cilindro @ formado, mas rompe-se facilmente quando plastica recurvado. Plastica O cilindro formado apresenta poucos sinais de ruptura ao serem recurvados, Muito plastica O cilindro formado pode ser recurvado sem apresentar sinais de ruptura, sendo possivel unir suas extremidades sem que cle se desfaca. Fonte: Soil Survey Statt (1993) © Santos et al, (2005). Quadro 10. Classes de pegajosidade ¢ suas caracteristicas distintivas Classe Caracteristica distintiva Nao pegajosa * Praticamente nio hi aderéncia do material do sole aos dedos, Ligeiramente © material adere a ambos os dedos, mas desprende-se de um Pegajosa deles com facilidade e, durante a separacio dos dedos, nao se observa alongamento do material. Pegajosa Q material adere a ambos os dedas © nao se desprende com facilidade, alongando-se durante o afastamento dos dedos. ‘Muito pegajosa O material adere fortemente a ambos os dedos e 0 seu alongamento ¢ facilmente perceptivel durante o afastamento dos dedos. Fonte: Soil Survey Staff (1993) c Santos et al. (2005), A consisténcia tem implicagSes diretas no manejo dos solos. Solos muito plasticos.e muitos pegajosos ¢ extremamente duros, como ¢ 0 caso dos Vertissolos, podem apenas ser trabalhados (arados, gradeados, etc.) em amplitude muito estreita de umidade (Resende et al., 2002) Nodulos, Concrecdes e Outras Cimentacoes Onidos de Fe, silica, carbonatos de Ca ¢, ou, Mg, oxidos de Mn, sulfate de Cae A ado cimentante de alguns destes agentes pode produzir nédulos ou concrecoes de onte petrocalcico, horizonte litoplintico, etc.). Os duripas (cimentades por silica) sio comuns em Neossolos Regoliticos da zona semiarida, enquanto o ortstein (cimentado por compostos aluminosos e organometélicos) ocorre em Espodossolos das zonas timidas, compostos aluminosos “amorfos” podem comportar-se como agentes cimentante: tamanhos ¢ formas variadas ou, ainda, horizontes cimentados (duripas, ortstein, hori Pevotocia 72 Marcus Rosas Riseiko et al. Os horizontes litoplinticos (cimentados por Fe) ocorrem tanto em zonas timidas, com estacdo seca, como no ambiente semiarido. Nodulos ¢ concrecdes sao corpas cimentados que podem ser removidas intactos do material do solo, sendo formados pela concentracao ¢ precipitacao de determinados cempostes quimicos. As concregdes apresentam estrutura concéntrica, enquanto os nédulos, néo, Sua descrigdo deve incluir informacées sobre a quantidade em que eles ocorrem em cada horizonte /camada, tamanho, dureza, core natureza. A cimentacao de um horizonte do solo refere-se A consisténcia quebradica e dura, resultante da presenca de agentes cimentantes que nao sejam minerais de argila. Tais materiais cimentados, comumente, nao se alteram com variacées em sua umidade. A descricdo da cimentacao inelui obrigatoriamente 0 grau de cimentagdo e a sua continuidade e, quando possivel, a natureza do agente cimentante. ‘Quanto ao grau de cimentacao, 0 material pode ser classificado como: 1, Fracamente cimentado: 0 material cimentado, embora dura ¢ quebradico, pode ser quebrado entre as maos; 2. Fortemente cimentado; 0 material cimentado nao pode ser quebrado entre as maos; entretanto, équebrado com facilidade como martelo pedologico; 3. Extremamente cimentado: 0 material cimentado s6 pode ser quebrado com forte golpe com 0 martelo pedologico. A cimentagao é uma caracteristica extremamente desfavordvel a utilizagao agricola, pois constitai uma barreira a pereolagao da dgua ¢ ao crescimento das raizes, restringindo a profundidade efetiva do solo. Transicao entre os Horizontes e, ou, Camadas A transicao entre horizontes de um solo indica a nitidez ou o contraste de separagao entre eles. E classificada quanto ao grau de distingdo e quanto 4 topografia. Quanto ao grau de distincao, sao reconhecidas as seguinte: transicdes: Abrupta: quando a faixa de separagdo é menor do que 2,5 cm; 2. Clara: quando a faixa de separacao tem entre 2, e7,5cm 3. Gradual: quando a faixa de separagdo tem entre 7,5 ¢ 12,5.cm; 4, Difusa: quando faixa de scparacao é maior do que 12,5em, Quanto a topografia, as transicdes sio classificadas em: 1, Plana ou horizontal: a faixa de separacao é praticamente horizontal e paralela a superficie do solo (Figura 7); 2. Ondulada ou sinuosa: a faixa de separacdo entre os horizontes & sinuosa, com desniveis mais largos do que profundos em relacao a um plano horizontal (Figura 7); 3. Irregular: a faixa de separagio entre os horizontes apresenta desniveis mais profundos do que largos em relaco aum plano horizontal (Figura 7); 4. Descontinua ou quebrada: a separacao entre horizontes nao é continua, estando partes de um horizonte desconectadas de outras partes do mesmo horizonte (Figura 7). Pepotosia III - CARACTERIZAGAO MORFOLOGICA DO SOLO 73 Z Ondulada Irregular Descontinua Figura 7. Tipos de transigio entre horizontes de solos. Fonte: Adaplado de Schoeneberger ot al. (1998) Para quea descricao da transicao entre horizontes seja completa, ela deve incluir o grau de distincao ea topografia, conforme critérios supracitados acima. A notacdo de uma transigio abruptae plana, por exemplo, indica que a transic&o entre os horizontes considerados dé-se numa faixa menor que2,5 cm e que esta faixa de separacao é praticamente horizontal. Atransic3o entre horizontes é anotada a partir do horizonte superficial. Assim, por exemplo, se for considerada a seguinte sequéncia de horizontes: A - BE - Bt2 - BC, tem- se uma transigdo entre o horizonte A eo Btl; outra entre o Bl ¢ 0 BI2, e outra, entre o BI2 © 0 BC. Nos casos em que a transicao for ondulada, devem ser indicadas, entre parénteses, tanto a espessura minima quanto maxima do horizonte (por exemplo, admitindo que a transicao entre Bt2 ¢ o BC do exemplo anterior seja: gradual e ondulada (15-45 em), 12 45 cm representam a espessura minima e maxima do horizonte Bt2) Qutras Caracteristicas Morfolégicas Comuns em Solos Brasileiros Além das caracteristicas anteriormente apresentadas, os solos podem ainda apresentar feicdes outras que também devem ser descritas, sendo algumas delas muito importantes na identificagao de certas classes de solos. Dentre essas feicdes, podem ser ciladas: a cerosidade, as superficies foscas, as superficies de compressao ¢ as superficies de fricgao ou deslizamento (slickensides). Pepovocia 74 Mateus Rosas Rueeieo et al, Acerosidade € 0 aspecto lustroso ou brilho graxo apresentado pelas superficies das unidades estruturais, tido como sendo 0 resultado do revestimento de tais unidades por material inorganico (comumente argila associada, ou nao, a 6xidos de Fe) ¢, ou, do rearranjamento de particulas que compoem as superficies das unidades estruturais, causado por uma pequena mudanga de volume da massa do solo, emresposta amudancas na sua umidade entre periodos secos e midos. Sua descricao inclui a avaliacao do grau de desenvolvimento e da quantidade. O grau de desenvolvimento da cerosidade refer a maior ou menor nitidez da cerosidade em relacdo a superficie que ela reveste. Os termos fraca, moderada e forte sao utilizados para expressar o grau de desenvolvimento da cerosidade. A cerosidade fraca é pouco nitida, sendo evidente apenas com o auxilio de Jupa com aumento de 10x ou mais. A cerosidade moderada € nitida, sendo observada, sem grande dificuldade, mesmo sem a utilizacao da lupa. Jé a cerosidade forte é bastante a, por causa do forte contraste que ela apresenta com a superficie que reveste, de forma que nao € preciso a utilizacao de lupa para observé-la e descrevé-la e Quanto 4 quantidade", a cerasidade pode ser descrita como 1, Pouca: quando ocupa uma percentagem pequena da area total unidades estruturais (aproximadamente, menos de 25%); jas superficies das 2, Comum: quando occupa uma considerdvel percentagém da Area total das superficies (entre 25 - 50 %); 3. Abundante: quando ocupa mais da metade da area total das superficies das unidades estruturais (> 50 %). Do ponto de vista da disponibilidade de nutrientes as plantas, diversos trabalhos tem sugerido que os revestimentos nas superticies dos agregacios podem afetar a difusio de ions 0 crescimento radicular, interferindo na absorcao de nutrientes eno crescimento das plantas (Buol & Hole, 1961; Soileau et al., 1964; Khalifa & Buol, 1969; Chen ct al., 1997; Liu et al., 2002). As superficies foscas sido resultantes de revestimentos muito tenues e pouco nitidos, que efetivamente nig podem ser identificados como cerosidade, apresentando aspecto embagado ou fosco. Esse revestimento pode incluir filmes de matéria organica infiltrada eMn. As superficies de compressao sao superficies alisadas ¢ lustrosas, sem estriamentos e, comumente, ndo se apresentam inclinadas em relacdo ao prumo do perfil. Stio causadas pela compressao da massa do solo, em consequéncia das modificacGes da sua umidade, e podem apresentar certo brilho, quando tmidas ou molhadas. Sio feigdes observadas em solos de textura argilosa ou mais fina As superficies de friccao ou deslizamento (slickensides) sio superficies alisadas lustrosas, inclinadas em relagdo ao prumo do perfil, que apresentam estriamentos produzidos pelo deslizamento ¢ atrito da massa do solo, devicios a mudancas de volume. Estas superficies sao tipicamente encontradas em solos de argila de atividade alta, notadamente em horizontes vérticos. Qs valores epresentados sto derivadas da escala apresentada pela Sail Sa Division Staft (1993) Pevo.osta III - CARACTERIZAGAO MORFOLOGICA BO SOLO 75 Na descrigdo da quantidade das superficies de friccao, foscas de compressio, pode ser adotada a mesma escala utilizada na descri¢ao da cerosidade, que inclui os termos pouca, comum e abundante. Testes Adicionais Utilizados no Campo Em diversas situac6es, é necessaria a utilizacao de testes quimicos e, ou, fisicos para confirmar a identificacdo de determinadas feicoes ou condigdes ambientais. A presenca de minetais magnéticos, notadamente da magnelita e maghemita, pode ser confirmada pela ulilizagdo de um ima de bolso, sendo esta informagio atil na distingao de algumas classes de solos, que apresentam altos teores de Fe (Oliveira et al., 1992). A presenca de carbonatos pode ser confirmada pela efervescéncia apresentada pelo material do solo ao ser umedecido com HCI diluido (10% por volume), podendo ser a maior efervescéncia interpretada como maior partici pacao de carbonatos no material estudado. Nodulose concrecdes manganosas ¢ matéria or ganica exibem efervescéncia quando emcontato com perdxido de hidrogénio (HO) A presenca de Fe"' em solucao, em condicdes hidromérficas, pode ser confirmada pela utilizacao do indicador «,0-dipiridil, como fizeram, por exemplo, Campos et al. (2003), para distinguir solos moderadamente ricos em Oxidos de Fe, que apresentam problemas de hidromorfismo, na regiao de Vicosa (MG). IMPORTANCIA DA MORFOLOGIA NO SISTEMA BRASILEIRO DE CLASSIFICACAO DE SOLOS Sistema Brasileiro de Classificacao de Solos (SiBCS) foi idealizado para ser um sistema morfogenético, hierarquico, multicategérico e aberto (Embrapa, 2006). Um sistema morfogenético de classificacdo de solos ¢ aquele cuja estruturacio da énfase aos atributos morfolégicos e genéticos dos solos. Como mencionado anteriormente, os atributos morfolégicos sao resultantes da acao dos processos pedogensticos sobre 0 material de origem c, assim, na impossibilidade de se avaliar diretamente os processos que foram responsaveis pela formacao do solo, podem-se inferir estes a partir daquele Na nova versio do SiBCS, todas as ordens a grande maioria das subordens podem ser identificadas a partir das informagées obtidas durante a realizagao dos trabalhos de campo, que envelvem a descricio do solo e do ambiente no qual esta inserido. Nos outros niveis categéricos, embora a identificagao de alguns grandes grupos (distréfico, eutrofico, 4crico, etc.) ¢ subgrupos (sddico, solédico, salino, salico, etc.) exija uma posterior confirmagao a partir das analises laboratoriais, muitos deles podem ser identificados no campo pela morfologia, nao sendo possivel identificar nenhum deles sem a descrigao morfolégica completa. Alguns dos atributos diagnésticos contidos no SiBCS baseiam-se, exclusivamente, em critérios morfologicos. Esses atributos sio apresentados de forma sumaria a seguir: Pepo.osia 76 Mateus Rosas Riseiro et al. Cor A cor é utilizada na separagao de varias subordens, dentre as quais se destacam os Latossolos, Nitossolos e Argissoles, sendo ainda utilizada como requisito coadjuvante na identificacio de diversos horizontes diagnésticos, come A hiumico, chernozémico, proeminente e fraco; horizontes dlbico, glei, espédico, plintico e planico. Carater Cramico O cardter crémico 6 utilizado no SiBCS para designar os solos que apresentam predominancia de cores “vivas” ou cromaticas na maior parte do horizonte B (Embrapa, 2006). O carater eromico indica que o solo foi formado em boas condigdes de drenagem. Carater Ebanico Refere-sea dominancia de cores escuras, praticamente pretas, na maior parte do horizonte diagndstica subsuperficial (Embrapa, 2006). De acorde com Jacomine (2005), esse termo ¢ usado no SiBCS com 0 objetivo de distinguir os solos das classes dos Chernossolos ¢ Vertissolos, ocorrentes ma regiaé subtropical do extremo sul do Brasil, que se apresentam muito escuros, tanto no horizonte superficial como no subsuperficial. Carter Epiaquico Refere-se a formacao temporaria de lencol de agua suspenso, que produz feicses indicadoras de hidromorfismo nos horizontes superficiais e na parte superior do horizonte subsuperficial. O lencol de agua suspenso é décorrente da baixa condutividade hidraulica do horizonte subsuperficial ¢ as feigdes morfolégicas so expressas por cores acinzentadas, com mosqueadas, no minime comuns e distintos (Embrapa, 2006). A formacao temporaria de lengol de Agua suspenso pode ter reflexos negativos no desenvolvimento de muitas culturas agricolas, pois diminui a disponibilidade de O,as raizes € aos micro-organismos do solo, e pode elevar a concentragéo de certos elementos até niveis t6xicos as plantas, em virtude do desenvolvimento de condicdes redutoras. Carater Rabrico Designa a presenca de cores, em alguma parte da segao de controle, com matizes mais vermelhos do que 5YR, com cromas <4 na amestra imidae apenas uma unidadea mais na amostra seca Contato Litico Termo empregado para designar contato entre 0 solo €a rocha subjacente. Sua coesao ¢ de tal ordem que nao pode ser escavada com uma pa reta, mesmo quando Peoorocia III - CARACTERIZACAO MORFOLOGICA DO SOLO 7 Umida, constituindo um impedimento ao crescimento do sistema radicular. Pode ser constituide por rechas ¢1 pouco alterado. talinas ou sedimentares consolidadas (R) ou por saprolito Mudanea Textural Abrupta A mudanca textural abrupta, que figura no SIBCS como atributo diagnstico, refere= sea umconsideravel aumento no teor de argila dentro de uma pequena distancia vertical, na transicao entre os horizontes A ou E eo horizonte Bi. Essa condicdo de sobreposicao de um horizonte mais arenoso a um muito mais argiloso confere ao solo maior susceptibilidade a erosdo hidrica. Isso decorre da brusca diminuicdo da condutividade hidraulica do horizonte subsuperfieial em relacéo a0 Superficial, que favorece a saturacao deste e o aumento do escoamento superficial durante as chuvas, o que diminui a coesio entre as particulas e facilita o seu arraste pela enxurrada Assim, solos que apresentam mudanca textural abrupta préxima a superficie tendem a apresentar elevada erodibilidade, mesmo em areas de relevo suave ondulado. Plintita, Petroplintita, Cardter Plintico ¢ Carater Concrecionario Plintila ¢ uma feicdo resultante da segregacao e concentragao de éxido de Fe ou Fee Al. formando manchas que se diferenciam do resto da massa do solo por suas cores mais vermelhas ¢ por sua maior dureza, nao se apresentando, entretanto, suficientemente cimentadas ou endurecidas para serem consideradas como nédulos ou concrecdes. Quando timida, pode ser cortada com uma pa reta. Possui como caracteristica intrinseca a capacidade de endurecer irreversivelmente para concrecoes ou petroplintita, apés sucessivos ciclos de umedecimentoe secagem. Apresenta-se, comumente, sob a forma de mosqueados vermelhos, vermelhor amarelados e vermelho-escuros, com padrées usualme ‘nte laminares, poligonais ou teticulados. Tais cores luam-se nos matizes 10R a 7,5YR, estando frequentemente associadas a mosqueados que ndo sao considerados come plintita, A plintita é firme quando Gmida e dura, ou muito dura, quando seca, tendo didmetro > 2 mm, podendo ser separada da matriz.do solo (Embrapa, 2006) Petroplintita é 9 material consolidado que aparece sob a forma de eoncregdes ferruginosas, coalescidas ou nao, de dimensdes e formas variaveis (laminar, nodular, esleroiclal ou irregular), que ¢ tide como resultado da consolidacio irreversivel da plintita, depois de repetidos ciclos alternados de umedecimento esecagem, ao longo do tempo Carater Coeso Refere-se ao adensamento apresentado por horizontes subsuperficiais de alguns Latossolos Amarelos e Argissolos Amarelos e Acinzentados, comuns nos tabuleitos costeiros tercidrios, que se apresentam muito duros ou extremamente duros, quando secos, firmes, quando timidos, Estes horizontes sio. comumente encontrados entre 30.¢ 70.cm de profundidade, normalmente macicos, moderadamente coesos ou com estrutirra Pevoroaia 78 Mateus Rosas RIGeIRO et al. fraca em blocos subangulares e textura de média a muito argilosa. Normalmente séo horizontes transicionais AB e, ou, BA, mas podem incluir 0 horizonte B, no todo ou em parte (Jacomine, 2005). LITERATURA CITADA BARUQUI, F.M. & FERNANDES, M.S, Praticas de conservacao do solo. Inf. Aggropec., 128:55-69, 1985. BIRKELAND, WP. Pedology, weathering and geomorphological reseach. New York, Oxford University Press, 1976. 2 285p. BRADY, N.C. & WEIL, RR. The nature and properties of soils. 11.ed. New Jersey, Prentice Hall, 1996, 740p. BUOL, S.W. & HOLE, F.D. Clay skins genesis im Wisconsin soils, Soil Sci. Soc. Am. Proc, 25:977-379, 1961 CAMPOS,C.E.R LANI, J.L RESENDE, M. & REZENDE,$.B. Indicadores de campo para solos hidromérficos na regido de Vigosa (MG). R. Bras. Ci. Solo, 27:1057-1066, 2003. CASANELAS, J.P; REGURIN, M.L.A. & LABURU, C.R. Morfologia y descripcidn de suclos CASANELAS, J.P; REGURIN, M.L.A. & LABURU, C.R. Edafologia: Para la agricultura y medio ambiente. Madrid, Ediciones Mundi-Prensa, 1994, p.39-61 5; FRANLIN, E. & JOHNSON, A.D. 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