Você está na página 1de 2

VIKING ERRANTE

Para Telma

meu amor, cadê você


eu acordei
não tem ninguém ao lado

(Adriana Calcanhotto)

Vim, viking conquistador e errante,


navegando mares tormentosos,
em outro mundo, terra distante,
de teu corpo e alma ansiosos.
Armas em riste, coragem bastante
para te invadir, te possuir
e a ti conquistar, forte e sem medos
a ti dominar, sem mágoas
e sem segredos,
armar moradas sem degredos
em brancas areias de praias ignaras
onde apaixonada deságuas
teus prazeres, desejos e teus brinquedos.

Vim, guerreiro atrevido,


assenhoreando-me de tuas vontades,
de teus sentidos
atento a teus anseios
- manifestos ou contidos -
sem temer os riscos,
sem vislumbrar os perigos
ou responsabilidades
do conquistador com os conquistados.

Vim convicto, mas sem alardes,


sem medo de teus anseios assustados e ariscos,
dominados, mas amigos,
e possuindo-te por noites,
manhãs e tardes,
como bem cabe ao invasor:
palmilhando teu regaço,
transgredindo teu espaço
de manso, sem opressão e sem açoites,
ateando-te o fogo em que ainda ardes

Vim sem descanso, firme, sem tortura ou dor,


fazendo-me de manso teu senhor
de direito, como se permite ao conquistador

Ontem, guerreiro atrevido,


lancei-me incansável e destemido
a usurpar teus sentimentos,
invadindo-te como um bandido
Com fôlego, força e garra, lutei,
percorrendo-te toda em todos os momentos
e ousado, galhardo, te conquistei
Hoje, guerreiro cansado,
quedo-me mudo a teu lado
sem forças para te reconquistar
aguardando, inerte e calado,
olhos baços, fundos, distantes e tristes,
que no anverso desse jogo de amar,
tu agora me conquistes

Você também pode gostar