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Apostila SP1 - Luciano PDF
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A tensão terminal em uma máquina síncrona, atuando como gerador, pode ser expressa como
Vt = E f − jI a X ar − jI a X l ⇒ Vt = E f − jI a X S (1.1)
Vt = E f − I a ( Ra + jX S ) (1.2)
A equação (1.2) pode ser representada através de um circuito equivalente, como mostrado na Fi-
gura 1.1.
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XS
Xar Xl Ra
+
Ia
+
Ef Vt
−
Neste ponto, tem-se a representação do gerador por um circuito equivalente bastante simples, po-
rém muito conveniente. A resistência da armadura, normalmente, é bem menor do que a reatância
síncrona de modo que a sua omissão não apresenta grande influência nos resultados numéricos.
Os princípios até aqui abordados podem ser estendidos ao motor síncrono. O circuito equivalente
para o motor é idêntico ao do gerador com o sentido inverso da corrente. O circuito equivalente para
o motor síncrono está mostrado na Figura 1.2.
XS
Ra Xar Xl
+
Ia
+
Vt Ef
−
As tensões geradas internamente no gerador e no motor são, geralmente, identificadas pela nota-
ção de subíndice simples como Eg e Em, respectivamente, ao invés de Ef, especialmente quando eles
estão no mesmo circuito, como mostrado na Figura 1.3. As equações para este circuito são
Vt = Eg − jI a X g e Vt = Em + jI a X m (1.3)
Sistemas de Potência I 2
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Xg Xm
+
Ia
+ +
Eg Vt Em
− −
−
Figura 1.3. Circuito equivalente para a conexão de um gerador síncrono e um motor síncrono.
Quando são estudados curto-circuitos em máquinas síncronas, a corrente que circula imediata-
mente após a ocorrência da falta difere do valor que circula em regime permanente. Em vez da rea-
tância síncrona, usa-se a reatância subtransitória X″ ou a reatância transitória X′ na simulação de
máquinas síncronas para cálculos de faltas.
Os transformadores são equipamentos constituídos por duas ou mais bobinas situadas de tal for-
ma que são enlaçadas pelo mesmo fluxo magnético. Num transformador de potência, as bobina são
colocadas sobre um núcleo de material ferromagnético de modo a confinar o fluxo de uma maneira
que a quase totalidade desse fluxo enlace todas as bobinas.
Suponha que o fluxo magnético varia sinusoidalmente no núcleo e que o transformador é ideal,
ou seja, a permeabilidade magnética μ do núcleo é infinita e a resistência dos enrolamentos é nula.
Com a permeabilidade do núcleo sendo infinita, todo o fluxo fica confinado no núcleo e, portanto,
enlaça todas as espiras de ambos os enrolamentos. A tensão e induzida em cada enrolamento é tam-
bém a tensão terminal v dos enrolamentos, pois a resistência dos enrolamentos é nula.
Pela lei de Faraday, tem-se
dφ dφ
v1 = N1 e v2 = N 2 (1.4)
dt dt
Supondo uma variação sinusoidal para o fluxo, convertendo para a forma fasorial e combinando
as equações (1.4), obtém-se
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V1 N1
= =a (1.5)
V2 N 2
Por outro lado, sendo o transformador ideal, este não apresenta perdas. Portanto, as potências
aparentes nos enrolamentos primário e secundário devem ser iguais. Então, tem-se
V1 I1 = V2 I 2 (1.6)
I 2 V1 N1
= = =a (1.7)
I1 V2 N 2
o que leva a conclusão de que, no transformador ideal, I1 deve ser nula se I2 for nula.
O enrolamento ao qual uma impedância ou outra carga é conectada chama-se enrolamento se-
cundário. De modo similar, o enrolamento que está ligado à fonte de energia é chamado enrolamen-
to primário. Em sistemas de potência, a energia geralmente circula em ambos os sentidos através do
transformador e a designação de primário e secundário perde seu significado.
Se uma impedância Z2 é ligada ao enrolamento secundário do transformador, tem-se
V2
Z2 = (1.8)
I2
N2
V1 2
N1 ⎛ N 2 ⎞ V1 1 V1
Z2 = =⎜ ⎟ = 2 (1.9)
N1
I1 ⎝ 1 ⎠ 1 a I1
N I
N2
Sistemas de Potência I 4
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2
V ⎛N ⎞
Z 2′ = 1 = ⎜ 1 ⎟ Z 2 = a 2 Z 2 (1.10)
I1 ⎝ N 2 ⎠
Portanto, a impedância ligada ao lado secundário fica refletida (ou referida) ao primário multi-
plicando a impedância no secundário pelo quadrado da relação de espiras do transformador.
Exemplo 1.1: Um transformador monofásico ideal possui valores nominais de 20 kVA, 480/120 V,
60 Hz. Uma fonte conectada ao enrolamento de 480 V alimenta uma carga conectada ao enrolamen-
to de 120 V. A carga consome 15 kVA com um fator de potência de 0,8ind quando a tensão na car-
ga é 118 V. Calcule:
a) a tensão no enrolamento de 480 V;
b) a impedância da carga;
c) a impedância da carga referida ao enrolamento de 480 V;
d) as potências ativa e reativa no enrolamento de 480 V.
Quando uma tensão sinusoidal for aplicada ao enrolamento de um transformador com núcleo de
ferro e com o secundário em aberto, uma pequena corrente circulará no primário. Essa corrente é
chamada corrente de magnetização do transformador. As perdas no ferro ocorrem devidas, primei-
ramente, às variações cíclicas do sentido do fluxo no ferro as quais requerem energia que é dissipa-
da como calor e é chamada perda por histerese. A segunda perda ocorre por correntes circulantes
que são induzidas no ferro devido ao fluxo variável e estas correntes produzem uma |I| 2R no ferro
chamada perda por correntes parasitas. A perda por histerese é reduzida com o uso, no núcleo, de
ligas de aço especiais. As perdas por correntes parasitas são reduzidas montando o núcleo com fo-
lhas de aço laminadas. Para representar o circuito equivalente de magnetização do transformador,
Sistemas de Potência I 5
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considera-se uma corrente IE circulando em um circuito paralelo formado por uma susceptância BL e
uma condutância G.
No transformador real de dois enrolamentos, parte do fluxo que enlaça o enrolamento primário
não enlaça o secundário. Esse fluxo é proporcional à corrente do primário e causa uma queda de
tensão que corresponde a uma reatância indutiva x1, chamada de reatância de dispersão, a qual é
colocada em série com o enrolamento primário do transformador ideal. Uma reatância x2 semelhan-
te deve ser acrescentada ao enrolamento secundário para levar em conta a tensão devido ao fluxo
que enlaça o secundário porém não enlaça o primário. Quando também são consideradas as resis-
tências r1 e r2 dos enrolamentos, tem-se o modelo de transformador mostrado na Figura 1.4. Neste
modelo, o transformador ideal é a conexão entre os parâmetros r1, x1, G e BL colocados no primário
do transformador e r2 e x2 colocados no secundário.
r1 x1 x2 r2
+ +
IE
I1 N1 I2
I2
N2
V1 BL G N1 N2 V2
− −
O transformador ideal pode ser omitido no circuito equivalente referindo-se todos os parâmetros
do transformador para um dos lados. Por exemplo, referindo todas as tensões, correntes e impedân-
cias do circuito da Figura 1.4 para o primário do transformador, tem-se o circuito equivalente mos-
trado na Figura 1.5.
r1 x1 a 2x 2 a 2r 2
+ +
IE I2
I1
a
V1 BL G aV2
− −
Muitas vezes, a corrente de magnetização (IE) é desprezada porque ela é muito pequena compa-
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rada aos valores usuais das correntes de carga. Para simplificar ainda mais o circuito, pode-se fazer
R1 = r1 + a 2 r2 e X 1 = x1 + a 2 x2 (1.11)
para obter o circuito equivalente mostrado na Figura 1.6. Todas as impedâncias e tensões no secun-
dário devem, agora, ser referidas ao primário do transformador.
R1 X1
+ +
I1
V1 aV2
− −
Exemplo 1.2: Um transformador monofásico tem 2.000 espiras no enrolamento primário e 500 no
secundário. As resistências dos enrolamentos são r1 = 2,0 Ω e r2 = 0,125 Ω. As reatâncias de disper-
são são x1 = 8,0 Ω e x2 = 0, 5 Ω. A resistência da carga Z2 é 12 Ω. A tensão aplicada nos terminais
do enrolamento primário é de 1.200 V. Determine a tensão V2 e a regulação de tensão. Despreze a
corrente de magnetização.
1.5. Circuito Equivalente de um Transformador Real com Tap Fora do Valor Nominal
Os transformadores com tap fora do nominal podem esquematicamente ser representados por um
transformador ideal com relação de transformação a:1 em série com a sua admitância. A Figura 1.7
mostra o esquema de um transformador com tap fora do valor nominal conectado entre as barras i e
k de um sistema de potência.
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Ei Ek
a:1
yik
i k
p
Iik Iki
Figura 1.7. Esquema de um transformador com tap fora do seu valor nominal.
⎛ I ⎞ 1
Ei = aE p = a ⎜ − ki + Ek ⎟ e I ik = − I ki (1.12)
⎝ yik ⎠ a
1
I ki = − yik Ei + yik Ek
a
(1.13)
1 1
I ik = 2 yik Ei − yik Ek
a a
Um transformador com tap fora do valor nominal pode ser modelado por um circuito equivalente
π, conforme mostrado na Figura 1.8, onde os parâmetros A, B e C são admitâncias.
Ei Ek
A
i k
Iik Iki
B C
I ik = ( A + B ) Ei − AEk
(1.14)
I ki = − AEi + ( A + C ) Ek
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1 1− a a −1
A= yik B= yik C= yik (1.15)
a a2 a2
que são os parâmetros A, B e C do circuito π equivalente do transformador com tap fora do valor
nominal.
1.6. Autotransformador
N2 I2
Ient
+ + + V2
I1 I2
V1 N1 N2 V2 V1 I1 N1
− − − −
Exemplo 1.3: Um transformador monofásico de 30 kVA, com tensões nominais 240/120 V, é co-
nectado como autotransformador como mostra a Figura 1.9(b). A tensão nominal é aplicada ao en-
rolamento de baixa tensão. Considere o transformador como sendo ideal e a carga sendo tal que as
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correntes nominais |I1| e |I2| circulem nos enrolamentos. Determine |V2| e os kVA nominais do auto-
transformador.
Pelo exemplo, observa-se que o autotransformador forneceu uma relação de tensão maior que o
transformador comum e transmitiu mais potência elétrica entre os seus dois enrolamentos. Portanto,
o autotransformador fornece maior potência nominal pelo mesmo custo. Ele também opera mais
eficientemente pois as perdas permanecem as mesmas da conexão comum. Entretanto, a perda da
isolação elétrica entre os lados de AT e BT do autotransformador é geralmente o fator decisivo em
favor da conexão comum na maioria das aplicações. Em sistemas de potência, os autotransformado-
res trifásicos são usados freqüentemente para produzirem pequenos ajustes nas tensões das barras.
Os sistemas de energia elétrica são operados em níveis de tensão onde o kV é a unidade mais
conveniente para expressar a tensão. Para a potência transmitida, MW e MVA são termos comuns.
Entretanto, estas quantidades, bem como Ampères ou Ohms, são comumente expressas como por-
centagem ou como por unidade (pu) de uma base ou valor de referência especificado para cada
grandeza. O valor pu de qualquer quantidade é definido como a relação da quantidade pelo valor
base, expresso em decimal. Os cálculos utilizando valores em pu são mais simples do que os que
usam os valores em unidades reais.
Tensão, corrente, potência e impedância estão relacionadas entre si de modo que a escolha de va-
lores bases para quaisquer duas delas determina os valores bases das demais. Para sistemas trifási-
cos, escolhe-se a tensão de linha (Vbase, em kV) e a potência aparente trifásica (Nbase, em MVA) co-
mo bases. As bases para as demais grandezas podem então ser determinadas como
2
N base Vbase
I base = e Z base = (1.16)
3Vbase N base
Não raras vezes, a impedância em pu de um componente do sistema é expressa numa base dife-
rente daquela selecionada para a parte do sistema na qual o componente está localizado. Como to-
das as impedâncias devem ser expressas na mesma base de impedância, é necessário converter im-
pedâncias pu de uma base para outra. Para calcular a impedância em pu, dividi-se o valor real da
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Z (Ω) Z (Ω)
Z ant (pu) = e Z nova (pu) = (1.17)
Z baseant Z basenova
Z baseant
Z nova (pu) = Z ant (pu) (1.18)
Z basenova
Por outro lado, as impedâncias bases antiga e nova podem ser expressas como
2 2
Vbase Vbase
Z baseant = ant
e Z basenova = nova
(1.19)
N baseant N basenova
2
N basenova ⎛ Vbaseant ⎞
Z nova (pu) = Z ant (pu) ⎜ ⎟ (1.20)
N baseant ⎜⎝ Vbasenova ⎟
⎠
Com a equação (1.20), pode-se modificar o valor de uma impedância em pu de uma base antiga
para uma base nova.
Sistemas de Potência I 11
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Exemplo 1.4: Os valores nominais de um transformador monofásico são 2,5 kVA e 110/440 V. A
reatância de dispersão medida no lado de BT é 0,06 Ω. Calcule a reatância de dispersão em pu.
Exemplo 1.5: Três partes de um sistema elétrico monofásico são designadas por A, B e C e estão in-
terligadas através de transformadores, como mostra a Figura 1.10. As características dos transfor-
madores são:
A – B : 10.000 kVA, 138/13,8 kV, Xdisp = 10%
B – C : 10.000 kVA, 138/69 kV, Xdisp = 8%
Se as bases no circuito B forem 10.000 kVA e 138 kV, calcule a resistência da carga de 300 Ω em
pu referida aos circuitos A, B e C. Trace um diagrama de impedâncias, desprezando a corrente de
magnetização e as resistências dos transformadores e a impedância da linha. Determine também a
regulação de tensão se a tensão na carga for 66 kV com a suposição de que a tensão de entrada no
circuito A permaneça constante.
1:10 2:1
A B C 300 Ω
A−B B−C
Com base no exemplo anterior, os seguintes pontos devem ser ressaltados quando se trabalha
com valores em pu:
1) São escolhidos uma base de tensão e uma base de potência em uma parte do sistema. Os valo-
res bases para um sistema trifásico são a potência trifásica e a tensão de linha.
2) Para outras partes do sistema, isto é, nos outros lados dos transformadores, a base de tensão
para cada parte é determinada de acordo com as relações de transformação dos transformado-
res. A base de potência será a mesma em todas as partes do sistema.
3) As informações sobre impedâncias dos transformadores trifásicos, geralmente, são disponí-
veis em valores percentuais ou em pu, em relação às bases determinadas por seus valores no-
minais.
4) Para três transformadores monofásicos ligados numa conexão trifásica, seus valores nominais
de potência e tensão ficam determinados de acordo com as características nominais de cada
transformador monofásico. A impedância percentual para a unidade trifásica é a mesma que
se usa para cada transformador monofásico.
Sistemas de Potência I 12
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5) Uma impedância em pu dada numa base diferente daquela estabelecida para a parte do siste-
ma na qual o elemento está localizado deve ser mudada para a base apropriada de acordo com
a equação (1.20).
Exemplo 1.6: Três transformadores monofásicos com valores nominais de 25 MVA, 38,1/3,81 kV,
cada um, são conectados em Y−Δ e ligados a uma carga equilibrada constituída de três resistores de
0,6 Ω ligados em Y. Adote os valores de 75 MVA e 66 kV como bases para o lado de alta tensão e
especifique a base para o lado de baixa tensão. Determine a resistência da carga em pu na base do
lado de BT. Então, determine a resistência da carga referida ao lado de AT e o valor em pu dessa re-
sistência na base escolhida.
Exemplo 1.7: Um transformador trifásico tem 400 MVA e 220Y/22Δ kV como valores nominais.
A impedância de curto-circuito medida no lado de BT do transformador é 0,121 Ω e, devido à baixa
resistência, este valor pode ser considerado igual à reatância de dispersão. Determine a reatância em
pu do transformador e o valor usado para representar este transformador em um sistema cujas bases
no lado de AT são 100 MVA e 230 kV.
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cias de cada enrolamento em separado referidas a esse mesmo enrolamento estarão relacionadas às
impedâncias medidas como
Z ps = Z p + Z s
Z pt = Z p + Z t (1.21)
Z st = Z s + Z t
onde Zp, Zs e Zt são as impedâncias dos enrolamentos primário, secundário e terciário referidas ao
circuito primário se Zps, Zpt e Zst forem as impedâncias medidas e referidas ao circuito primário. Re-
solvendo as equações (1.21), obtem-se
1
Zp =
2
( Z ps + Z pt − Z st )
1
Zs =
2
( Z ps + Z st − Z pt ) (1.22)
1
Zt =
2
( Z pt + Z st − Z ps )
As impedâncias dos três enrolamentos são ligadas como mostra a Figura 1.11 para representar o
circuito equivalente monofásico do transformador de três enrolamentos, desprezando a corrente de
magnetização. Os pontos p, s e t são conectados às extremidades do diagrama de impedâncias que
representa as partes do sistema que estão ligadas aos enrolamentos primário, secundário e terciário
do transformador. Desde que os valores ôhmicos das impedâncias devem estar referidos à mesma
base, conclui-se que a conversão para impedâncias em pu exige a mesma potência base para todos
os três circuitos e exige também que as bases de tensão nos três circuitos apresentem as mesmas re-
lações de transformação que as tensões de linha nominais dos três circuitos do transformador.
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Zp
Zs Zt
Exemplo 1.9: Uma fonte de tensão constante (barra infinita) alimenta uma carga resistiva pura de
5 MW – 2,3 kV por fase e um motor síncrono de 7,5 MVA – 13,2 kV com reatância de X″ = 20%.
A fonte está ligada ao primário do transformador de três enrolamentos descrito no Exemplo 1.8. O
motor e a carga resistiva estão conectados ao secundário e ao terciário do transformador, respecti-
vamente. Trace o diagrama de impedâncias do sistema e coloque as impedâncias em pu para uma
base de 66 kV, 15,0 MVA no primário.
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Transformador de potência de
Disjuntor a ar
dois enrolamentos
Transformador de potência de
Conexão trifásica em delta
três enrolamentos
Amperímetro A Voltímetro V
A Figura 1.13 é o diagrama unifilar de um sistema de potência muito simples. Dois geradores,
um aterrado através de um reator e outro através de um resistor, são interligados a uma barra e, a-
través de um transformador elevador, a uma linha de transmissão. Outro gerador, aterrado através
de um reator, é ligado a uma barra e, através de um transformador, à extremidade oposta da linha de
transmissão. Uma carga é ligada a cada barra. No diagrama também estão representadas as cone-
xões dos dois transformadores.
1 T1 T2
3
2
Carga B
Carga A
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+ + +
E1 E2 E3
− − −
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+ + +
EG1 EG2 EG3
− − −
Neutro
Se os dados forem fornecidos com o diagrama unifilar, pode-se determinar todos os valores
em pu e, assim, obter o diagrama de reatâncias em pu. A grande vantagem em se utilizar os valores
em pu é que não são necessários cálculos para referir uma impedância de um lado do transformador
para o outro. Em pu, os valores são os mesmos.
Exemplo 1.10: Um gerador trifásico de 300 MVA, 20 kV, tem uma reatância subtransitória de
20%. O gerador alimenta um certo número de motores síncronos através de uma linha de transmis-
são de 64 km, tendo transformadores em ambas as extremidades, como mostra o diagrama unifilar
da Figura 1.16. Os motores, todos de 13,2 kV, estão representados por dois motores equivalentes. O
neutro do motor M1 está aterrado através de uma reatância. O neutro do motor M2 não está aterrado
(situação não usual). As entradas nominais para os motores são 200 MVA para M1 e 100 MVA para
M2. Para ambos os motores X″ = 20%. O transformador trifásico T1, de 350 MVA, 230/20 kV, apre-
senta reatância de 10%. O transformador T2 é composto de três transformadores monofásicos, cada
um de 100 MVA, 127/13,2 kV, com reatância de 10%. A reatância em série da linha de transmissão
é 0,5 Ω/km. Trace o diagrama de reatâncias com todas as reatâncias em pu. Escolha os valores no-
minais do gerador como base no circuito deste.
T1 T2 M1
M2
Sistemas de Potência I 18
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Exemplo 1.11: Se os motores M1 e M2 do Exemplo 1.10 tiverem entradas de 120 e 60 MVA, res-
pectivamente, a 13,2 kV e ambos operem com fator de potência unitário, determine a tensão nos
terminais do gerador.
Sistemas de Potência I 19
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1.2. Uma carga resistiva de 8.000 kW, ligada em Δ, está conectada ao lado de BT, ligado em Δ, de
um transformador Y−Δ de 10 MVA, 138/13,8 kV. Calcule a resistência da carga em Ω em ca-
da fase, vista do lado de AT do transformador. Desconsidere a impedância do transformador e
suponha a aplicação de tensão nominal ao primário do transformador.
1.4. Três transformadores, cada um de 5 kVA, 220 V no lado secundário, são conectados em Δ−Δ
e estão abastecendo uma carga puramente resistiva de 15 kW, 220 V. É feita uma alteração
que reduz a carga para 10 kW, ainda puramente resistiva. Alguém sugere que, com dois terços
da carga, um transformador pode ser removido e o sistema pode ser operado com delta aberto.
Ainda estará sendo fornecida tensão trifásica equilibrada à carga porque duas das tensões de
linha, portanto também terceira, permanecem inalteradas. Para investigar esta sugestão:
a) Determine cada uma das correntes de linha (módulo e ângulo) para a carga de 10 kW e re-
movido o transformador entre a e c. Suponha V ab = 220∠20° V e seqüência direta de fases
(abc).
b) Calcule os kVA fornecidos individualmente pelos transformadores restantes.
c) Que restrição deve ser colocada à carga para funcionamento em delta aberto com esses
transformadores?
Sistemas de Potência I 20
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1.5. Um transformador de 210 MVA, 345Y/22,5Δ kV interliga, a uma linha de transmissão, uma
carga de 180 MW – 22,5 kV, com fator de potência 0,8ind. Determine:
a) as características nominais de cada um dos três transformadores monofásicos que, adequa-
damente conectados, serão equivalentes ao transformador trifásico;
b) a impedância complexa da carga em pu no diagrama de impedâncias, adotando como base
100 MVA – 345 kV na linha de transmissão.
1.6. Um gerador de 120 MVA – 19,5 kV tem X S = 1,5 pu e é ligado a uma linha de transmissão a-
través de um transformador de 150 MVA, 230Y/18Δ kV com X = 0,1 pu. Se a base a ser usa-
da nos cálculos for 100 MVA e 230 kV para a linha de transmissão, determine os valores em
pu a serem usados para as reatâncias do transformador e do gerador.
1.8. O diagrama unifilar de um sistema sem carga está representado na Figura 1.17. São mostra-
dos, no diagrama, as reatâncias das duas seções da linha de transmissão. Os geradores e trans-
formadores apresentam as seguintes características:
Gerador 1: 20 MVA, 13,8 kV, X″ = 0,20 pu
Gerador 2: 30 MVA, 18 kV, X″ = 0,20 pu
Gerador 3: 30 MVA, 20 kV, X″ = 0,20 pu
Transformador T1: 25 MVA, 220Y/13,8Δ kV, X = 10%
Transformador T2: unidades monofásicas, cada uma de 10 MVA, 127/18 kV, X = 10%
Transformador T3: 35 MVA, 220Y/22Y kV, X = 10%
Trace o diagrama de reatâncias com todas as reatâncias representadas em pu e use letras para
indicar os pontos correspondentes ao diagrama unifilar. Adote como base 50 MVA – 13,8 kV
no circuito do gerador 1.
Sistemas de Potência I 21
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C
A T1 B E T2 F
j80 Ω j100 Ω
1 2
T3
1.9. Trace o diagrama de reatâncias para o sistema de potência mostrado na Figura 1.18. Repre-
sente as impedâncias em pu. Use como base 50 MVA – 132 kV na linha de transmissão de
40 Ω. As características dos geradores, motores e transformadores são:
Gerador 1: 20 MVA, 18 kV, X″ = 20%
Gerador 2: 20 MVA, 18 kV, X″ = 20%
Motor síncrono 3: 30 MVA, 13,8 kV, X″ = 20%
Transformadores trifásicos Y–Y: 20 MVA, 138Y/20Y kV, X = 10%
Transformadores trifásicos Y–Δ: 15 MVA, 138Y/13,8Δ kV, X = 10%
A B
j40 Ω
1 2
j20 Ω j20 Ω
1.10. Se a tensão na barra C no Exercício 1.9 for 13,2 kV quando o motor absorver 24 MW com fa-
tor de potência 0,8cap, calcule as tensões nas barras A e B. Suponha que os dois geradores di-
vidam a carga igualmente. Dê a resposta em Volts e em pu em relação à base escolhida no
Exercício 1.9. Calcule as tensões nas barras A e B quando o disjuntor que interliga o gerador 1
à barra A estiver aberto enquanto o motor solicita 12 MW na tensão de 13,2 kV com fator de
potência 0,8cap. Todos os demais disjuntores permanecem fechados.
Sistemas de Potência I 22
II. CÁLCULO DE REDES
Zg
+ +
IL
IL
+ VL ZL
Eg Is Zs VL ZL
−
− −
VL = Eg − Z g I L (2.1)
Para o circuito contendo a fonte real de corrente, Figura 1.1(b), a tensão na carga vale
VL = Z s ( I s − I L ) = Z s I s − Z s I L (2.2)
As duas fontes e suas impedâncias serão equivalentes se a tensão na carga VL for a mesma em
ambos os circuitos. Comparando as equações (2.1) e (2.2), conclui-se que
Eg = Z s I s e Zg = Zs (2.3)
que é a condição para que a fonte de tensão real seja equivalente à fonte de corrente real.
Considere o diagrama unifilar mostrado na Figura 2.2. Os geradores estão ligados através de
transformadores às barras de alta tensão 1 e 3 e estão alimentando um motor síncrono na barra 2. O
diagrama de reatâncias, com as reatâncias em pu, está indicado na Figura 2.3. Se o circuito for rede-
senhado com as fontes de tensão substituídas por suas equivalentes fontes de corrente, o diagrama
resultante está mostrado na Figura 2.4. Os valores em pu são os das admitâncias ao invés dos das
impedâncias.
T1 1
G1
3 4
T2
G2
T3 2
Sistemas de Potência I 24
Cálculo de Redes Prof. Luciano V. Barboza
j0,2 4 j0,2
j0,125
j0,25 3 j0,4
1 2
+ + +
EG1 EG2 EM
− − −
Figura 2.3. Diagrama de reatâncias para o sistema-exemplo. Valores das reatâncias em pu.
−j5,0 4 −j5,0
Yd Yh
Ye −j8,0
−j4,0 3 −j2,5
1 2
Yf Yg
Figura 2.4. Diagrama de admitâncias para o sistema-exemplo com a substituição das fontes de tensão por
suas equivalentes fontes de corrente. Valores das admitâncias em pu.
Aplicando a análise nodal aos nós do diagrama de admitâncias da Figura 2.4, obtém-se
(Ya + Yd + Y f ) E1 − Y f E3 − Yd E4 = I1
(Yb + Yg + Yh ) E2 − Yg E3 − Yh E4 = I 2
(2.4)
−Y f E1 − Yg E2 + (Yc + Ye + Y f + Yg ) E3 − Ye E4 = I 3
−Yd E1 − Yh E2 − Ye E3 + (Yd + Ye + Yh ) E4 = 0
Sistemas de Potência I 25
Cálculo de Redes Prof. Luciano V. Barboza
⎡ I1 ⎤ ⎡Ya + Yd + Y f 0 −Y f −Yd ⎤ ⎡ E1 ⎤
⎢I ⎥ ⎢ 0 Yb + Yg + Yh −Yg −Yh ⎥ ⎢E ⎥
⎢ 2⎥ = ⎢ ⎥⎢ 2⎥
⎢ I3 ⎥ ⎢ −Y f −Yg Yc + Ye + Y f + Yg −Ye ⎥ ⎢ E3 ⎥
⎢ ⎥ ⎢ ⎥⎢ ⎥
⎣0⎦ ⎣ −Yd −Yh −Ye Yd + Ye + Yh ⎦ ⎣ E4 ⎦
(2.5)
A matriz Y recebe o nome de matriz admitância de barras e é designada por Ybarra. Esta matriz é
simétrica em relação à diagonal principal. Os elementos pertencentes à diagonal principal (Yii) são
chamados de admitâncias próprias e correspondem à soma de todas as admitâncias conectadas à
barra i. Os demais elementos da matriz Ybarra (Yik, i ≠ k) são chamados de admitâncias mútuas ou de
transferência e correspondem ao negativo da admitância conectada entre as barras i e k.
Em notação vetorial, tem-se
I = Ybarra E (2.6)
A expressão geral da equação nodal para o nó i de uma rede elétrica com n barras é:
n n
I i = ∑ Yik Ek = Yii Ei + ∑ Yik Ek (2.7)
k =1 k =1
k ≠i
Utilizando a equação (2.6), pode-se determinar as tensões complexas nas barras do sistema elé-
trico como
−1 −1 −1
Ybarra I = Ybarra Ybarra E ⇒ E = Ybarra I
(2.8)
E = Zbarra I
Sistemas de Potência I 26
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A matriz inversa da matriz admitância de barras é chamada matriz impedância de barras e é de-
signada por Zbarra.
Exemplo 2.1: Escreva na forma matricial as equações nodais necessárias para calcular as tensões
complexas nas barras do sistema-exemplo da Figura 2.4. A rede é equivalente àquela da Figura 2.3.
As fem’s indicadas na Figura 2.3 são EG1 = 1,5∠0° pu, EG2 = 1,5∠0° pu e EM = 1,5∠−36,87° pu.
Após, calcule as tensões complexas E1, E2, E3 e E4.
Esta técnica consiste em identificar várias partes de uma matriz como submatrizes que serão tra-
tadas como simples elementos quando da aplicação das regras usuais de operações com matrizes.
Por exemplo,
A matriz é particionada em quatro submatrizes pelas linhas tracejadas horizontal e vertical. Por-
tanto, a matriz A pode ser reescrita como
⎡D E ⎤
A=⎢ ⎥ (2.10)
⎣F G⎦
⎡a a12 ⎤ ⎡a ⎤
D = ⎢ 11 E = ⎢ 13 ⎥
⎣ a21 a22 ⎥⎦ ⎣ a23 ⎦ (2.11)
F = [ a31 a32 ] G = a33
Para indicar os passos para a multiplicação em termos de submatrizes, assuma que A deva ser
pós-multiplicada por uma matriz B para formar o produto C, onde
Sistemas de Potência I 27
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⎡ b11 b12 ⎤
B = ⎢⎢b21 b22 ⎥⎥ (2.12)
⎢⎣b31 b32 ⎥⎦
⎡H ⎤ ⎡b b ⎤
B=⎢ ⎥ H = ⎢ 11 12 ⎥ J = [b31 b32 ] (2.13)
⎣J⎦ ⎣b21 b22 ⎦
Então, o produto é
⎡ D E ⎤ ⎡ H ⎤ ⎡ DH + EJ ⎤ ⎡ M ⎤
C = AB = ⎢ ⎥⎢ ⎥ = ⎢ ⎥=⎢ ⎥ (2.14)
⎣ F G ⎦ ⎣ J ⎦ ⎣ FH + GJ ⎦ ⎣ N ⎦
onde M = DH + EJ e N = FH + GJ.
⎡b b ⎤
N = [ a31 a32 ] ⎢ 11 12 ⎥ + a33 [b31 b32 ] = [ a31b11 + a32b21 + a33b31 a31b12 + a32b22 + a33b32 ] (2.15)
⎣b21 b22 ⎦
As matrizes a serem multiplicadas devem ser compatíveis originariamente. Cada linha de parti-
ção vertical entre as colunas r e r+1 da matriz-multiplicando requer uma linha de partição horizon-
tal entre as linhas r e r+1 da matriz-multiplicadora para que se possa efetuar a multiplicação das
submatrizes corretamente. Linhas de partição horizontal podem ser traçadas entre quaisquer linhas
da matriz-multiplicando e linhas verticais de partição entre quaisquer colunas da matriz-multiplica-
dora ou ainda omitidas em uma delas ou em ambas.
Nós podem ser eliminados por manipulação de matrizes referentes às equações nodais estudadas
anteriormente. Entretanto, somente os nós nos quais não haja injeção de corrente para a rede podem
Sistemas de Potência I 28
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I = Ybarra E (2.16)
onde I e E são vetores colunas e Ybarra é uma matriz quadrada e simétrica. Os vetores colunas po-
dem ser rearranjados de tal modo que os elementos associados com os nós a serem eliminados este-
jam presentes nas suas linhas inferiores. Os elementos da matriz admitância de barra são colocados
em concordância. Os vetores colunas são particionados de tal modo que os elementos associados
com os nós a serem eliminados são separados dos outros elementos. A matriz admitância é particio-
nada de tal modo que os elementos identificados somente com os nós a serem eliminados estejam
separados dos outros elementos por linhas horizontais e verticais. Quando particionada de acordo
com estas regras, a equação (2.16) torna-se
⎡ IA ⎤ ⎡ K L ⎤ ⎡ EA ⎤
⎢ I ⎥ = ⎢ LT M ⎥⎦ ⎢⎣ E X ⎥⎦
(2.17)
⎣ X⎦ ⎣
onde IX é o subvetor composto pelas injeções de corrente nos nós a serem eliminados e EX é o sub-
vetor composto pelas tensões complexas nestes nós. Obviamente, cada elemento de IX é zero, senão
os nós não poderiam ser eliminados. As admitâncias próprias e mútuas compondo K são aquelas
identificadas somente com os nós que serão conservados. A matriz M é composta de admitâncias
próprias e mútuas identificadas somente com os nós a serem eliminados. Esta matriz M é uma ma-
triz quadrada de ordem igual ao número de nós a serem eliminados. A matriz L e sua transposta L T
são compostas somente das admitâncias mútuas comuns a algum nó a ser mantido e a outro que será
eliminado.
Executando a multiplicação indicada na equação (2.17), obtem-se
I A = KE A + L E X (2.18)
I X = LT E A + ME X (2.19)
0 = LT E A + ME X ⇒ − LT E A = ME X (2.20)
Sistemas de Potência I 29
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−M −1LT E A = E X (2.21)
Com esta nova matriz admitância de barras, pode-se construir uma nova rede elétrica, equivalen-
te à original, com os nós indesejados já eliminados.
Exemplo 2.2: Se o gerador e o transformador na barra 3 são removidos do circuito da Figura 2.3,
elimine os nós 3 e 4 pelo procedimento algébrico-matricial descrito, encontre o circuito equivalente
com aqueles nós eliminados e a potência complexa transferida para dentro e para fora da rede nas
barras 1 e 2, respectivamente. Determine também a tensão na barra 1.
Sistemas de Potência I 30
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⎡Y11 … Y1 j … Y1n ⎤
⎢ ⎥
⎢ ⎥
Ybarra = ⎢Yk 1 … Ykj … Ykn ⎥ (2.24)
⎢ ⎥
⎢ ⎥
⎢Yn1 … Ynj … Ynn ⎥
⎣ ⎦
⎡Y11 … Y1 j …⎤ ⎡Y1n ⎤
⎢ ⎥ ⎢ ⎥
⎢ ⎥ 1 ⎢ ⎥
Ybarranova = − ⎡Y … Ynj …⎤⎦ (2.25)
⎢Yk 1 … Ykj …⎥ Ynn ⎢Ykn ⎥ ⎣ n1
⎢ ⎥ ⎢ ⎥
⎣ ⎦ ⎣ ⎦
E quando a manipulação indicada das matrizes for executada, o elemento na linha k e coluna j da
matriz Ybarranova será
YknYnj
Ykjnovo = Ykjorig − (2.26)
Ynn
Exemplo 2.3: Faça a eliminação de nós do Exemplo 2.2, primeiro removendo o nó 4 e, em seguida,
removendo o nó 3.
No Exemplo 2.1, invertemos a matriz admitância de barras Ybarra e chamamos a sua inversa de
matriz impedância de barras Zbarra. Por definição:
−1
Zbarra = Ybarra (2.27)
Como Ybarra é simétrica em relação à diagonal principal, Zbarra também o será. Os elementos de
Sistemas de Potência I 31
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Zbarra na diagonal principal são chamados de impedâncias próprias dos nós. Os elementos fora da
diagonal principal são chamados de impedâncias de transferência ou impedâncias mútuas dos nós.
A matriz impedância de barra é muito útil no cálculo de faltas em sistemas de potência e para a sua
determinação não é necessário primeiro determinar a matriz admitância de barra, como será visto na
Seção 2.8.
Exemplo 2.4: Um capacitor com uma reatância de 5,0 pu está ligado ao nó 4 do circuito do
Exemplo 2.1. As fem’s EG1, EG2 e EM permanecem as mesmas do exemplo. Determine a corrente
absorvida pelo capacitor.
Nesta seção, será examinado como modificar Zbarra para adicionar novas barras ou conectar no-
vas linhas às barras já existentes. Entendido como modificar Zbarra, pode-se analisar como construí-
la diretamente. Vários casos podem ser estudados em modificações envolvendo a adição de um
ramo de impedância Zb a uma rede cuja Zbarra original já é conhecida e identificada por Zorig (n×n).
⎡ E1 ⎤ ⎡ 0 ⎤ ⎡ I1 ⎤
⎢E ⎥ ⎢ ⎢ ⎥
⎢ 2⎥ ⎢ 0 ⎥⎥ ⎢ I 2 ⎥
⎢ ⎥=⎢ ⎥⎢ ⎥
⎢ ⎥ ⎢ ⎥⎢ ⎥ (2.28)
⎢ En ⎥ ⎢ 0 ⎥ ⎢ In ⎥
⎢ E p ⎥ ⎢⎣ 0 0 … 0 Z b ⎥⎦ ⎢ I p ⎥
⎣ ⎦ ⎣ ⎦
Sistemas de Potência I 32
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Note que a matriz coluna das correntes multiplicada pela nova Zbarra não alterará as tensões nas
barras da rede original e resultará na tensão correta na nova barra p.
Caso 2: Adição de um ramo de uma nova barra p até uma barra k já existente
A adição de uma nova barra p ligada através de uma impedância Zb a uma barra existente k com
Ip injetada na barra p, modificará a injeção de corrente na rede original na barra k que virá a ser a
soma de Ik e Ip, conforme mostrado na Figura 2.5.
Ik Ik + I p
k Rede original com a
barra k e a barra de
referência extraídas
Ip
Zb
p
Figura 2.5. Adição de uma nova barra p ligada através de uma impedância Zb a uma barra k já existente.
A corrente Ip fluindo para a barra k aumentará a tensão original Ek de um valor igual a ZkkIp,
E p = Ekorig + Z kk I p + Z b I p
(2.30)
E p = Z k1 I1 + Z k 2 I 2 + … + Z kn I n + ( Z kk + Z b ) I p
Como Zbarra é uma matriz quadrada e simétrica, resulta que devemos adicionar uma nova coluna
que é transposta da nova linha, ou seja,
Sistemas de Potência I 33
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⎡ E1 ⎤ ⎡ Z1k ⎤ ⎡ I1 ⎤
⎢E ⎥ ⎢ ⎢ ⎥
⎢ 2⎥ ⎢ Z 2 k ⎥⎥ ⎢ I 2 ⎥
⎢ ⎥=⎢ ⎥⎢ ⎥
⎢ ⎥ ⎢ ⎥⎢ ⎥ (2.31)
⎢ En ⎥ ⎢ Z nk ⎥ ⎢ I n ⎥
⎢ E p ⎥ ⎢⎣ Z k 1 Z k 2 … Z kn Z kk + Z b ⎥⎦ ⎢⎣ I p ⎥⎦
⎣ ⎦
Note que os primeiros n elementos da nova linha são os elementos da linha k da Zorig e os
primeiros n elementos da nova coluna são os elementos da coluna k da Zorig.
Ik Ik + I p
k Rede original com a
barra k e a barra de
referência extraídas
Ip
Zb
p
Figura 2.6. Adição da impedância Zb entre uma barra k já existente e a barra de referência.
Para a modificação, procede-se de modo a criar uma nova linha e uma nova coluna, exatamente
do mesmo modo como no Caso 2. Entretanto, agora, elimina-se a linha (n+1) e a coluna (n+1)
criadas, o que é possível devido à existência do zero no vetor das tensões. Para isso, utiliza-se a
equação (2.26). Portanto, cada elemento da nova matriz Zbarra será igual a
Z h ( n +1) Z ( n +1)i
Z hinova = Z hiorig − (2.32)
Z kk + Z b
Sistemas de Potência I 34
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Ij Ij + I b
j
k
Ik Ik − I b
De forma semelhante
E j = Z j1 I1 + Z j 2 I 2 + … + Z jj I j + Z jk I k + … + ( Z jj − Z jk ) I b
(2.35)
Ek = Z k 1 I1 + Z k 2 I 2 + … + Z kj I j + Z kk I k + … + ( Z kj − Z kk ) I b
Ek − E j = Z b I b ⇒ E j − Ek + Z b I b = 0 (2.36)
(Z j1 − Z k 1 ) I1 + ( Z j 2 − Z k 2 ) I 2 + … + ( Z jj − Z kj ) I j + ( Z jk − Z kk ) I k + … + ( Z jj − Z jk − Z kj + Z kk + Z b ) I b = 0 (2.37)
Sistemas de Potência I 35
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Definindo
Z bb = Z jj + Z kk − 2Z jk + Z b (2.38)
⎡ E1 ⎤ ⎡ Z1 j − Z1k ⎤ ⎡ I1 ⎤
⎢ ⎥ ⎢ Z 2 j − Z 2 k ⎥⎥ ⎢ I 2 ⎥
⎢ E2 ⎥ ⎢ ⎢ ⎥
⎢ ⎥ ⎢ ⎥⎢ ⎥
⎢ ⎥ ⎢ ⎥⎢ ⎥
⎢Ej ⎥ = ⎢ Z orig Z jj − Z jk ⎥ ⎢ I j ⎥
(2.39)
⎢ Ek ⎥ ⎢ Z kj − Z kk ⎥ ⎢ I k ⎥
⎢ ⎥ ⎢ ⎥⎢ ⎥
⎢ ⎥ ⎢ ⎥⎢ ⎥
⎢E ⎥ ⎢ Z nj − Z nk ⎥ ⎢ I n ⎥
⎢ n⎥ ⎢ ⎥⎢ ⎥
⎣⎢ 0 ⎦⎥ ⎣⎢ Z j1 − Z k 1 Z j 2 − Zk 2 Z jj − Z kj Z jk − Z kk … Z jn − Z kn Z bb ⎦⎥ ⎣⎢ I b ⎦⎥
Z h ( n +1) Z ( n +1) i
Z hinova = Z hiorig − (2.40)
Z jj + Z kk − 2Z kj + Z b
Exemplo 2.6: Modificar a matriz impedância de barra do Exemplo 2.1 de modo a considerar a
conexão de um capacitor com uma reatância de 5,0 pu entre a barra 4 e a barra de referência do
circuito da Figura 2.4. Então, determine E4 usando a impedância da nova matriz. Compare este va-
lor de E4 com o encontrado no Exemplo 2.4.
Para começar, dispõe-se uma lista de impedâncias indicando as barras que estão conectadas.
Começa-se, então, escrevendo a equação de uma barra ligada através de uma impedância Za à barra
de referência como
Sistemas de Potência I 36
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E1 = Z a I1 (2.41)
Agora, pode-se adicionar uma nova barra ligada à primeira ou à barra de referência. No caso da
segunda barra estar ligada à barra de referência através de Zb, tem-se a seguinte equação matricial
⎡ E1 ⎤ ⎡ Z a 0 ⎤ ⎡ I1 ⎤
⎢E ⎥ = ⎢ 0 Z b ⎥⎦ ⎢⎣ I 2 ⎥⎦
(2.42)
⎣ 2⎦ ⎣
Exemplo 2.7: Determine Zbarra para a rede mostrada na Figura 2.8, onde as impedâncias estão
indicadas em pu.
j0,3
1 2 3
j0,2 j0,15
j1,2 j1,5
Sistemas de Potência I 37
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2.1. Escreva as equações nodais para o circuito da Figura 2.9 e calcule as tensões nos nós 1 e 2.
1 j0,2 2
j1,0 j1,25
j0,8 j1,0
Ea = 1,0∠30° + + Eb = 1,0∠0°
− −
Figura 2.9. Circuito para o Exercício 1. Os valores indicados são tensões e impedâncias em pu.
2.2. Elimine os nós 3 e 4 da rede da Figura 2.10 simultaneamente pelo método da partição de ma-
trizes para encontrar a matriz admitância resultante 2×2, Ybarra. Desenhe o circuito correspon-
dente à matriz resultante e indique no circuito os valores dos parâmetros. Calcule os valores
de E1 e E2.
−j10
Figura 2.10. Circuito para os Exercícios 2.2 e 2.3. Os valores indicados são correntes e admitâncias em pu.
2.3. Elimine os nós 3 e 4 da rede da Figura 2.10 para encontrar a matriz admitância resultante 2×2
pela eliminação do nó 4 primeiro e, depois, do nó 3.
2.4. Elimine os nós 3, 4 e 5 do circuito da Figura 2.11 e desenhe o circuito descrito pela nova ma-
triz admitância de barras.
Sistemas de Potência I 38
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3 −j5 4 −j4 5
−j5 −j8
Figura 2.11. Circuito para o Exercício 2.4. Os valores indicados são admitâncias em pu.
2.5. Modifique Zbarra dada no Exemplo 2.1 adicionando um novo nó ligado à barra 4 através de
uma impedância de j1,2 pu.
2.6. Modifique Zbarra dada no Exemplo 2.1 pela adição de um ramo tendo uma impedância de
j1,2 pu entre o nó 4 e a barra de referência.
2.7. Determine as impedâncias da primeira linha de Zbarra do Exemplo 2.1 com a impedância liga-
da entre a barra 3 e a barra de referência removida. Faça a determinação pela modificação da
matriz Zbarra encontrada no Exemplo 2.1. Então, com as fontes de corrente ligadas somente
nas barras 1 e 2, encontre a tensão na barra 1 e compare este valor com o encontrado no
Exemplo 2.2.
2.8. Modifique Zbarra dada no Exemplo 2.1 pela remoção da impedância ligada entre os nós 2 e 3.
2.9. Encontre Zbarra para a rede da Figura 2.12 pelo processo de determinação direta.
1 j0,2 2 j0,05 3
j1,0 j1,25
Barra de referência
Figura 2.12. Circuito para o Exercício 2.9. Os valores indicados são reatâncias em pu.
Sistemas de Potência I 39
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c) a tensão em cada barra do sistema com a ligação de um capacitor com uma reatância de
5,0 pu entre a barra 3 e o neutro;
d) a corrente absorvida pelo capacitor;
e) a mudança na tensão em cada barra quando o capacitor está ligado à barra 3.
1 2
j0,5
j0,2
j0,4
j0,8
j1,0
3
1,28∠0° + + 1,20∠30°
j2,0
− −
Sistemas de Potência I 40
III. FLUXO DE POTÊNCIA OU FLUXO DE CARGA
O cálculo do fluxo de potência em uma rede de energia elétrica consiste essencialmente na de-
terminação do estado desta rede (tensões complexas em todas as barras) e da distribuição dos fluxos
de potências ativa e reativa nos circuitos. A modelagem do sistema é estática, significando que a re-
de é representada por um conjunto de equações algébricas. Esse tipo de representação é usado em
situações nas quais as variações com o tempo são suficientemente lentas para que se possam ignorar
os efeitos transitórios. O cálculo do fluxo de carga é, em geral, realizado utilizando-se métodos
computacionais desenvolvidos especificamente para a resolução de sistemas de equações algébricas
não-lineares que constituem o modelo estático da rede.
Os componentes de um sistema de energia elétrica podem ser classificados em dois grupos:
• os que estão ligados entre uma barra e a terra: por exemplo, geradores, cargas, reatores e ca-
pacitores;
• os que estão ligados entre duas barras quaisquer da rede (circuitos): por exemplo, linhas de
transmissão e transformadores.
Os geradores e cargas são considerados a parte externa do sistema e são modelados através de in-
jeções de potências nas barras. Os demais componentes formam a parte interna do sistema. As e-
quações do fluxo de carga (balanços de potências) são obtidas impondo-se a conservação das potên-
cias ativa e reativa em cada barra da rede, ou seja, a potência líquida injetada tem que ser igual à
soma das potências que fluem pelos componentes internos que têm esta barra como um de seus ter-
minais.
Dependendo de quais variáveis entram como dados e quais são consideradas incógnitas, defi-
nem-se três tipos de barras:
• PQ (Tipo 0) : são dados Pk e Qk, e calculados Vk e θk;
• PV (Tipo 1) : são dados Pk e Vk e calculados θk e Qk;
• Vθ, referência ou folga (Tipo 2) : são dados Vk e θk e calculados Pk e Qk.
As barras do tipo PQ e PV são utilizadas para representar as barras de carga e as barras de gera-
ção, respectivamente. A barra Vθ fornece a referência angular do sistema e é usada para fechar o
balanço de potências levando em conta as perdas de transmissão que não são conhecidas antes de se
ter a solução final do problema.
O conjunto de equações do problema do fluxo de carga é formado por duas equações para cada
barra, cada uma delas representando o fato das potências ativa e reativa injetadas em uma barra se-
rem iguais à soma dos fluxos correspondentes que deixam a barra através dos circuitos (linhas de
transmissão, transformadores, ...). Isso pode, matematicamente, ser expresso por
Pk = ∑ P (V ,V
m∈Ω k
km k m ,θ k ,θ m )
(3.1)
Qk + Q sh
k (Vk ) = ∑ Qkm (Vk ,Vm ,θ k ,θ m )
m∈Ω k
barra k ( Qksh = bkshVk2 , sendo bksh a susceptância shunt ligada à barra k).
Sistemas de Potência I 42
Fluxo de Potência Prof. Luciano V. Barboza
• para os elementos shunt das barras é adotada a mesma convenção que para as injeções.
O modelo equivalente π de uma linha de transmissão, representado na Figura 3.1, é definido por
sh
três parâmetros: a resistência série rkm, a reatância série xkm e a susceptância shunt bkm . A impedân-
1 r x
ykm = = 2 km 2 − j 2 km 2 = g km + jbkm (3.2)
zkm rkm + xkm rkm + xkm
k m
ykm = gkm + jbkm
Ikm Imk
sh sh
jbkm jbkm
I km = ykm ( Ek − Em ) + jbkm
sh
Ek (3.3)
I mk = ykm ( Em − Ek ) + jbkm
sh
Em (3.4)
Sistemas de Potência I 43
Fluxo de Potência Prof. Luciano V. Barboza
∗
S km ( )
= Pkm − jQkm = Ek∗ I km = Vk e− jθk ⎡⎣( g km + jbkm ) Vk e jθk − Vm e jθm + jbkm
sh
Vk e jθ k ⎤⎦ (3.5)
Os fluxos Pkm e Qkm são obtidos identificando-se as partes reais e imaginárias dessa equação
complexa
k a:1 m
ykm
p
Ikm Imk
Na Seção 1.5, deduziu-se que as correntes nos enrolamentos de um transformador em fase são
expressas por
Sistemas de Potência I 44
Fluxo de Potência Prof. Luciano V. Barboza
1 1
I km = y E − ykm Em
2 km k
a a
(3.8)
1
I mk = − ykm Ek + ykm Em
a
∗
S km = Pkm − jQkm = Ek∗ I km (3.9)
e, portanto, os fluxos de potência ativa e reativa são obtidos identificando-se as partes real e imagi-
nária dessa expressão. Isto resulta em
Vk2 g km VkVm
Pkm = − ( g km cos θ km + bkm senθ km )
a2 a
(3.10)
2
V b VV
Qkm = − + k m ( bkm cos θ km − g km senθ km )
k km
2
a a
∗
S mk = Pmk − jQmk = Em∗ I mk (3.11)
VkVm
Pmk = Vm2 g km + ( bkm senθ km − g km cos θ km )
a
(3.12)
VV
Qmk = −Vm2bkm + k m ( bkm cos θ km + g km senθ km )
a
Das equações nodais para um sistema elétrico, tem-se I = Ybarra E, onde I é o vetor de injeções de
corrente, E é o vetor das tensões nodais e Ybarra é a matriz admitância de barras. Os elementos da
matriz admitância, generalizados, são
Sistemas de Potência I 45
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1 ⎛ 1 ⎞
Ykm = −
akm
ykm Ykk = jbksh + ∑ ⎜⎝ jb
m∈Ω k
sh
km +
a
y
2 km ⎟
⎠
Ymm = jbmsh + ∑ ( jb
m∈Ω k
sh
km + ykm ) (3.13)
I k = Ykk Ek + ∑Y
m∈Ω k
km Em (3.15)
Considerando que Ykk = Gkk + jBkk, Ykm = Gkm + jBkm , Ek = Vk e jθk e Em = Vm e jθm , a equação (3.15)
e, substituindo a equação (3.16) na equação (3.17), as injeções de potências ativa e reativa na barra
k podem ser escritas como
Pk = GkkVk2 + Vk ∑ V (G
m∈Ωk
m km cos θ km + Bkm senθ km )
(3.18)
Qk = − BkkVk2 + Vk ∑ Vm ( Gkm senθ km − Bkm cos θ km )
m∈Ω k
Sistemas de Potência I 46
Fluxo de Potência Prof. Luciano V. Barboza
Sejam npq e npv o número de barras PQ e PV, respectivamente. Então, o problema do fluxo de
carga envolve 2npq + npv equações algébricas não-lineares com o mesmo número de incógnitas.
Estas equações são conhecidas como balanços (mismatches) de potências ativa e reativa e, mate-
maticamente, são expressas por
GkkVk2 + Vk ∑ V (G
m∈Ωk
m km cos θ km + Bkm senθ km ) − Pkesp = 0 para barras PV e PQ
(3.19)
− BkkVk2 + Vk ∑ Vm ( Gkm senθ km − Bkm cos θ km ) − Qkesp = 0
m∈Ω k
para barras PQ
Os balanços de potências ativa e reativa, equações (3.19), podem ser reescritas, de uma forma
mais compacta, como
Uma vez resolvido este problema, estará conhecido o estado de todas as barras da rede (tensões
Sistemas de Potência I 47
Fluxo de Potência Prof. Luciano V. Barboza
PGk = GkkVk2 + Vk ∑ V (G
m∈Ω k
m km cos θ km + Bkm senθ km ) + Pdk para a barra de folga
(3.21)
QGk = − BkkVk2 + Vk ∑ Vm ( Gkm senθkm − Bkm cos θ km ) + Qdk para barras PV e de folga
m∈Ω k
⎡θ ⎤
x=⎢ ⎥ (3.22)
⎣V ⎦
onde θ é o vetor dos ângulos de fase das tensões complexas nas barras PV e PQ;
V é o vetor das magnitudes das tensões complexas nas barras PQ.
⎡ ΔP ⎤
f ( x) = ⎢ ⎥ (3.24)
⎣ ΔQ ⎦
Dessa forma, o sistema de equações algébricas não-lineares a ser resolvido pode ser colocado na
seguinte forma
f ( x) = 0 (3.25)
A resolução desse sistema pode ser realizada por vários métodos iterativos que serão estudados a
Sistemas de Potência I 48
Fluxo de Potência Prof. Luciano V. Barboza
seguir. A inicialização do problema é feita arbitrando valores para as magnitudes das tensões nas
barras PQ e para os ângulos de fase de todas as barras, exceto a de folga. Normalmente, utiliza-se a
inicialização com perfil plano (flat start), onde se adota 1,0 pu para as magnitudes das tensões e 0°
para os ângulos de fase.
Os critérios de convergência para os métodos de solução iterativos são os balanços de potência
ativa nas barras PV e PQ e de potência reativa nas barras PQ que devem tender a zero. Na prática,
estes balanços deverão satisfazer uma tolerância pré-especificada (em geral, 10 −3).
Pk − jQk
Ik = (3.26)
Ek∗
1 ⎛ ⎞
Ek = ⎜ I k − ∑ Ykm Em ⎟ (3.27)
Ykk ⎝ m∈Ωk ⎠
1 ⎛ Pk − jQk ⎞
Ek =
Ykk
⎜ ∗
− ∑ Ykm Em ⎟ (3.28)
⎝ Ek m∈Ωk ⎠
a qual envolve somente tensões complexas como variáveis. Formulando o fluxo de carga dessa
forma, obtém-se um conjunto de equações não-lineares que pode ser resolvido iterativamente.
Para a aplicação desse método algum cuidado deve ser tomado em relação ao tipo da barra:
• a tensão da barra de folga não participa do processo iterativo, tendo o seu valor sido previa-
mente estipulado;
• para as barras PQ, utiliza-se
1 ⎛ Pkesp − jQkesp ⎞
Ekcalc = ⎜ ∗
− ∑ Ykm Em ⎟ (3.29)
Ykk ⎝ Ek m∈Ω k ⎠
Sistemas de Potência I 49
Fluxo de Potência Prof. Luciano V. Barboza
1 ⎛ Pkesp − jQkcalc ⎞
E calc
k =
Ykk
⎜
Ek∗
− ∑ Ykm Em ⎟ (3.30)
⎝ m∈Ω k ⎠
onde
⎧⎪ ⎡ ⎤ ⎫⎪ ⎧⎪ ⎡ ⎤ ⎫⎪
Qkcalc = Im {Sk } = Im ⎨ Ek ⎢Ykk∗ Ek∗ + ∑ Ykm∗ Em∗ ⎥ ⎬ = − Im ⎨ Ek∗ ⎢Ykk Ek + ∑ Ykm Em ⎥ ⎬ (3.31)
⎩⎪ ⎣ m∈Ω k ⎦ ⎭⎪ ⎩⎪ ⎣ m∈Ωk ⎦ ⎭⎪
Vkesp
E corrig
k =Ecalc
k (3.32)
Ekcalc
Considere a resolução do problema genérico f(x) = 0. A resolução deste problema pelo método
de Newton-Raphson consiste, inicialmente, em expandir o vetor f(x) em série de Taylor na direção
Δx e truncá-lo nos termos de primeira ordem. Assim, tem-se
∂f ( x )
f ( x + Δx ) ≈ f ( x ) + Δx = 0 (3.34)
∂x
Dessa forma, a cada etapa do processo iterativo, sucessivas aproximações para a solução x po-
Sistemas de Potência I 50
Fluxo de Potência Prof. Luciano V. Barboza
−1
⎡ ∂f ( x h ) ⎤
Δx = − ⎢
h
⎥ f ( xh ) (3.35)
⎣ ∂x ⎦
x h +1 = x h + Δx h +1 (3.36)
⎡ ΔP h ⎤
f ( xh ) = ⎢ h ⎥
⎣ ΔQ ⎦
(3.37)
⎡ Δθ ⎤ h
Δx = ⎢ h⎥
⎣ ΔV ⎦
⎡ ∂ ( ΔP ) ∂ ( ΔP ) ⎤
⎢ ⎥
∂θ ∂V ⎥
J( x) = ⎢
⎢ ∂ ( ΔQ ) ∂ ( ΔQ ) ⎥ (3.38)
⎢ ⎥
⎣ ∂θ ∂V ⎦
Considerando as expressões dos vetores ΔP e ΔQ, dadas na equação (3.23) e lembrando que P esp
e Q esp são constantes, a matriz Jacobiana, equação (3.38), pode ser reescrita como
⎡ ∂ ( P calc ) ∂ ( P calc ) ⎤
⎢ ⎥
∂θ ∂V ⎥
J( x) = ⎢
⎢ ∂ ( Q calc ) ∂ ( Q calc ) ⎥ (3.39)
⎢ ⎥
⎣⎢ ∂θ ∂V ⎦⎥
As submatrizes que compõem a matriz Jacobiana J, dada na equação (3.39), são, geralmente, re-
Sistemas de Potência I 51
Fluxo de Potência Prof. Luciano V. Barboza
presentadas por
∂P calc ∂P calc
H=− N=−
∂θ ∂V
(3.40)
∂Q calc ∂Q calc
M=− L=−
∂θ ∂V
−1
⎡ Δθ h ⎤ ⎡ H h N h ⎤ ⎡ ΔP h ⎤
⎢ h⎥
=⎢ h ⎥ ⎢ ⎥ (3.41)
⎣ ΔV ⎦ ⎣ M Lh ⎦ ⎣ ΔQ h ⎦
Os métodos desacoplados baseiam-se no desacoplamento P−θ e Q−V, ou seja, são obtidos consi-
derando o fato de que as sensibilidades ∂ P ∂θ e ∂ Q ∂ V são mais intensas do que as sensibilida-
Sistemas de Potência I 52
Fluxo de Potência Prof. Luciano V. Barboza
des ∂ P ∂ V e ∂ Q ∂θ . Este tipo de relação, em geral, verifica-se para redes de transmissão em ex-
tra-alta tensão (EAT, maiores do que 230 kV) e ultra-alta tensão (UAT, maiores do que 750 kV).
O desacoplamento possibilita a adoção de um esquema de resolução segundo o qual os subpro-
blemas P−θ e Q−V são resolvidos alternadamente: na resolução do subproblema P−θ são utilizados
os valores atualizados de V; na resolução do subproblema Q−V são utilizados os valores atualizados
de θ.
Nos métodos desacoplados são introduzidas aproximações apenas na matriz Jacobiana, sendo os
valores dos balanços de potências ΔP e ΔQ calculados da mesma forma que no método de Newton-
Raphson, ou seja, utilizando as equações (3.19). A introdução de aproximações na matriz Jacobiana
altera o processo de convergência, ou seja, modifica o caminho entre a solução inicial e a solução
final, mas não altera a solução final, pois o problema resolvido permanece o mesmo. O desacopla-
mento é introduzido apenas no algoritmo de resolução, sem afetar o modelo de rede.
O algoritmo básico do método de Newton-Raphson, desenvolvido na Seção 3.7, pode ser colo-
cado na forma
ΔP = HΔθ + NΔV
ΔQ = MΔθ + LΔV
(3.46)
θ ← θ + Δθ
V ← V + ΔV
Sistemas de Potência I 53
Fluxo de Potência Prof. Luciano V. Barboza
ΔP
= H′Δθ
V
θ ← θ + Δθ
(3.47)
ΔQ
= L′ΔV
V
V ← V + ΔV
Sistemas de Potência I 54
Fluxo de Potência Prof. Luciano V. Barboza
nares de estudos que exigem a análise de um grande número de casos, o que dificilmente poderia
ser feito utilizando-se os métodos convencionais. Em fases subseqüentes dos estudos, se for neces-
sário o conhecimento de variáveis como as magnitudes das tensões, os fluxos de potência reativa e
os valores dos tapes de transformadores, então se deve utilizar métodos que forneçam soluções exa-
tas (como Newton-Raphson, desacoplado, ...).
3.9.1. Linearização
Para proceder-se a linearização das equações da rede elétrica considerando apenas o acoplamen-
to P – θ, deve-se considerar as seguintes aproximações:
• Vk = 1,0 pu em todas as barras;
• Desprezar todos os shunts na formação de Ybarra;
• Desprezar todas as resistências série dos circuitos;
• Considerar sen θkm ≅ θkm em radianos;
• Considerar todos os tapes unitários.
Dessa forma as equações (3.6), (3.10) e (3.12) que fornecem os fluxos de potência ativa em li-
nhas de transmissão e transformadores em fase, podem ser escritas como
θk − θm
Pkm = −bkmθ km = −bkm (θ k − θ m ) = (3.50)
xkm
onde xkm é a reatância equivalente de todos os circuitos em paralelo que existem no ramo k − m.
Esta equação tem a mesma forma que a Lei de Ohm aplicada a um resistor percorrido por cor-
rente contínua, sendo Pkm análogo à intensidade da corrente, θk e θm análogos às tensões terminais e
xkm análogo à resistência elétrica do resistor. Por esta razão, o modelo de rede de transmissão basea-
do na equação (3.50) é conhecido como modelo CC.
A injeção de potência ativa na barra k é igual à soma dos fluxos que saem da barra, ou seja,
Sistemas de Potência I 55
Fluxo de Potência Prof. Luciano V. Barboza
Pk = ∑ x (θ
m∈Ω k
−1
km k − θm ) = ∑x
m∈Ω k
θ −
−1
km k ∑x
m∈Ω k
−1
θ
km m (3.51)
P = B′θ (3.52)
A matriz B′ dada na equação (3.53) é singular pois, como as perdas de transmissão foram ig-
noradas, a soma dos componentes de P é nula, ou seja, a injeção de potência em uma barra qualquer
da rede pode ser obtida a partir da soma algébrica das demais. Para resolver este problema, elimina-
se uma das equações do sistema linear (3.52) e adota-se a barra correspondente como referência an-
gular do sistema (θ = 0°). Dessa forma, esse sistema passa a ser não-singular com dimensão
(nb − 1) e os ângulos de fase das (nb − 1) barras restantes podem ser determinados a partir das inje-
ções de potência ativa especificadas nessas (nb − 1) barras.
De uma forma genérica, pode-se dizer o seguinte sobre cada um dos métodos estudados:
a) Método de Gauss-Seidel:
• é um método exato de cálculo;
• tende a apresentar um número elevado de iterações (da ordem do tamanho do sistema);
• se a diagonal da matriz Ybarra for fraca, pode apresentar problemas de divergência.
b) Método de Newton-Raphson:
• é um método exato de cálculo;
• apresenta convergência quadrática;
Sistemas de Potência I 56
Fluxo de Potência Prof. Luciano V. Barboza
Nas seções anteriores, foram apresentados os principais métodos de resolução das equações bási-
cas do problema do fluxo de carga. Essas equações representam os componentes mais importantes
de um sistema de energia elétrica, que são as cargas, os geradores, as linhas de transmissão, os
transformadores em fase, os capacitores e reatores shunt. Além desses componentes, um sistema de
energia elétrica possui uma série de dispositivos de controle que influem diretamente na operação e,
portanto, devem ser incluídos na modelagem do sistema para que se possa simular corretamente seu
Sistemas de Potência I 57
Fluxo de Potência Prof. Luciano V. Barboza
desempenho. À formulação básica do problema de fluxo de carga devem, então, ser incorporadas as
equações que representam esses dispositivos de controle bem como as inequações associadas aos
limites de operação do sistema.
Entre os controles que geralmente são representados em problemas de fluxo de carga estão:
• controle da magnitude de tensão nodal (local e remota) por injeção de reativos;
• controle da magnitude de tensão nodal por ajuste de tap (transformadores em fase);
• controle de fluxo de potência ativa (transformadores defasadores);
• controle de intercâmbio entre áreas.
Sistemas de Potência I 58
Fluxo de Potência Prof. Luciano V. Barboza
A representação de cargas por injeções constantes de potência ativa e reativa nem sempre cor-
responde ao comportamento real do sistema. A rigor, a modelagem por injeção de potência constan-
te somente seria inteiramente correta se as magnitudes das tensões nodais das cargas permaneces-
sem iguais aos respectivos valores nominais. Entretanto, em algumas aplicações do cálculo do fluxo
de carga, como é o caso dos programas de análise de estabilidade transitória, a modelagem das car-
gas tem efeito direto sobre os resultados. A modelagem por potência constante (independente da
tensão) é, em geral, mais crítica que a modelagem por admitância constante (a carga varia com o
quadrado da magnitude da tensão). Nesse tipo de aplicação, freqüentemente são observados casos
estáveis classificados como instáveis porque não foram consideradas as variações das cargas com as
magnitudes das tensões.
Um modelo geral para as cargas ativas e reativas é dado por
em que a + b + c = 1, ou seja, para Vk = 1,0 pu, as cargas Pkesp e Qkesp assumem os valores nominais
Pknom e Qknom . Essa alteração na definição das cargas provoca algumas pequenas mudanças na mon-
tagem da matriz Jacobiana, pois agora Pkesp e Qkesp deixam de ser constantes e passam a ser funções
de Vk. São afetados os elementos Nkk e Lkk das submatrizes N e L, que passam a ser calculados como
em que Pkcalc e Qkcalc são os valores calculados em função da estimativa mais recente do estado da
rede, durante o processo iterativo de resolução das equações do fluxo de potência.
Sistemas de Potência I 59
IV. OPERAÇÃO ECONÔMICA DE SISTEMAS DE POTÊNCIA
A operação econômica de um sistema de energia elétrica está sempre voltada para a análise de
custo de produtos e serviços. Estas análises são importantes dentro do aspecto de retorno sobre o
capital investido. Taxas fixadas por comitês reguladores e a importância da economia de combustí-
vel colocam pressões extremas sobre as companhias de energia elétrica com o objetivo de alcançar
máxima eficiência na operação e de aumentar a eficiência continuamente com o fim de manter uma
razoável relação entre o custo do kWh para o consumidor e o custo da companhia para fornecer um
kWh em face do constante crescimento dos preços do petróleo, dos serviços, dos suprimentos e de
manutenção.
Os engenheiros têm alcançado grande sucesso no aumento da eficiência de caldeiras, turbinas e
geradores de modo que cada nova unidade adicionada às centrais de um sistema opera de modo
mais eficiente que qualquer unidade mais antiga. Na operação do sistema nas condições de qualquer
carga, a contribuição de cada central e de cada unidade dentro dela deve ser determinada de modo
que o custo de potência gerada seja mínimo.
Para determinar a distribuição econômica da carga entre as várias unidades compostas de turbi-
na, gerador e caldeira, o custo variável de operação da unidade deve ser expresso em termos da po-
tência de saída. Uma curva típica entrada×saída está indicada na Figura 4.1. Esta representa a entra-
da de combustível para uma unidade em Btu/h versus a potência de saída da unidade em MW. A en-
trada de combustível pode facilmente ser convertida para $/h, multiplicando a entrada de combustí-
vel pelo seu custo.
O critério para distribuição de carga entre unidades é baseado no fato de que o crescimento da
carga em uma unidade acompanhada de um decréscimo na outra de uma quantidade igual resulta
em um acréscimo ou decréscimo no custo total. Então, está se trabalhando com custo incremental
que é determinado pelas inclinações das curvas entrada×saída das unidades. Se as ordenadas da
curva entrada×saída forem expressas em $/h e sendo
dFn
o custo incremental de combustível da unidade n em $/MWh será .
dPn
Aproximadamente, o custo incremental de combustível pode ser obtido pela determinação do
custo adicional de combustível para um determinado intervalo de tempo quando a potência de saída
é aumentada de pequenas quantidades. Assim, o custo incremental aproximado de uma saída em
particular é o custo adicional em $/h para aumentar a saída em 1 MW. Na realidade, o custo incre-
mental de combustível é obtido medindo-se a inclinação da curva entrada×saída e multiplicando-a
pelo custo da unidade.
Sistemas de Potência I 61
Operação Econômica de Sistemas de Potência Prof. Luciano V. Barboza
dFn
= 0 ,0126 Pn + 8,9
dPn
tal que, quando a potência de saída é 300 MW, o custo incremental determinado pela aproximação
linear é 12,68 $/MWh. Este valor é o custo adicional aproximado por hora para um acréscimo de
1 MW e a economia por hora para uma redução na saída de 1 MW. O custo incremental real para
300 MW é 12,50 $/MWh.
Para o estabelecimento de um critério para o despacho econômico entre unidades de uma mesma
central, considere que, para uma central com k unidades geradoras, tem-se
FT = F1 ( P1 ) + F2 ( P2 ) + … + Fk ( Pk ) (4.1)
PT = P1 + P2 + … + Pk (4.2)
Os custos de combustível das unidades são F1, F2, ..., Fk com correspondentes saídas P1, P2, ...,
Pk. O objetivo é obter um FT mínimo para uma determinada PT, isto requer dFT = 0. Como o custo
total de combustível depende da potência de saída de cada unidade, tem-se
∂FT ∂F ∂F
dFT = dP1 + T dP2 + … + T dPk = 0 (4.3)
∂P1 ∂P2 ∂Pk
dF1 dF dF
dFT = dP1 + 2 dP2 + … + k dPk = 0 (4.4)
dP1 dP2 dPk
Observando que PT é constante em uma determinada situação e derivando a equação (4.2), ob-
tém-se
Subtraindo a equação (4.5) multiplicada por uma constante λ da equação (4.4), obtém-se
⎛ dF1 ⎞ ⎛ dF ⎞ ⎛ dF ⎞
⎜ − λ ⎟ dP1 + ⎜ 2 − λ ⎟ dP2 + … + ⎜ k − λ ⎟ dPk = 0 (4.6)
⎝ dP1 ⎠ ⎝ dP2 ⎠ ⎝ dPk ⎠
Esta equação será satisfeita se cada termo for igual a zero. Assim, a equação (4.6) é satisfeita se
e, portanto, todas as unidades devem operar com o mesmo custo incremental de combustível λ para
um mínimo custo total em $/h.
Um programa para a distribuição de carga entre as unidades da central pode ser preparado assu-
mindo vários valores de λ, obtendo a correspondente saída para cada unidade e adicionando as saí-
das para obter a geração total da central para cada λ. Se gerações máxima e mínima são especifica-
das para as unidades, algumas unidades não serão capazes de operar no mesmo custo incremental de
combustível que outras, mesmo assim, estarão em despacho econômico.
Sistemas de Potência I 63
Operação Econômica de Sistemas de Potência Prof. Luciano V. Barboza
Exemplo 4.1: Os custos incrementais de combustível em $/MWh para uma central termelétrica
consistindo de duas unidades geradoras são dados por
dF1 dF2
= 0, 0080 P1 + 8, 0 e = 0, 0096 P2 + 6, 4
dP1 dP2
Considere que ambas as unidades estejam operando durante todo o tempo, que a carga total varie de
250 a 1.250 MW e que a carga, mínima e máxima, em cada unidade deva ser de 100 e 625 MW,
respectivamente. Encontre o custo incremental de combustível e a alocação de carga entre as unida-
des para um custo mínimo de operação para várias cargas totais.
Exemplo 4.2: Determinar a economia em custo de combustível em US$/h para uma distribuição
econômica de carga total de 900 MW entre as duas unidades da central do Exemplo 1 em vez de
uma distribuição igualitária da carga.
Na distribuição econômica de carga entre centrais, as perdas nas linhas de transmissão devem ser
consideradas. Embora o custo incremental de combustível no barramento de uma central seja mais
baixo do que o de uma outra para uma determinada distribuição de carga, a central com menor custo
incremental pode estar muito afastada do centro de carga. As perdas na transmissão de uma central
com menor custo incremental podem ser tão grandes que a economia possa indicar a diminuição da
geração desta central e o aumento da geração da central com maior custo incremental. Para coorde-
nar perdas na transmissão com o problema de despacho econômico, é necessário expressar a perda
de transmissão total de um sistema como função da geração de cada central.
A determinação das perdas na transmissão em um sistema consistindo em duas centrais gerado-
ras facilita o entendimento dos princípios envolvidos na expressão das perdas em termos de potên-
cia de saída das centrais. A Figura 4.3 mostra o sistema, sendo Ra, Rb e Rc as resistências elétricas
das linhas a, b e c, respectivamente. A perda total para o sistema de transmissão trifásico é
2 2 2
PL = 3Ra I1 + 3Rb I 2 + 3Rc I1 + I 2 (4.8)
Sistemas de Potência I 64
Operação Econômica de Sistemas de Potência Prof. Luciano V. Barboza
1 3 2
I1 I2
Central 1 Central 2
a b
c I1 + I 2
Carga
Figura 4.3. Sistema simples conectando duas centrais geradoras e uma carga.
I1 + I 2 ≈ I1 + I 2 (4.9)
e, portanto,
( Ra + Rc ) + 3 × 2 I1 ( Rb + Rc )
2 2
PL = 3 I1 I 2 Rc + 3 I 2 (4.10)
Se P1 e P2 são as saídas de potência trifásica das centrais 1 e 2 com fatores de potência fp1 e fp2,
respectivamente, e com tensões terminais V1 e V2, tem-se
P1 P2
I1 = e I2 = (4.11)
3 V 1 fp1 3 V2 fp2
Ra + Rc Rc R +R
PL = 2
P12 + 2 P1 P2 + b 2 c2 P22
V1 fp12 V1 V2 fp1 fp2 V2 fp2 (4.12)
PL = B11 P12 + 2 B12 P1 P2 + B22 P22
Ra + Rc Rc R +R
onde B11 = 2
, B12 = e B22 = b 2 c2 (4.13)
V1 fp 2
1
V1 V2 fp1 fp2 V2 fp2
são chamados coeficientes de perda ou coeficientes B. Se nas equações (4.13) as tensões estiverem
Sistemas de Potência I 65
Operação Econômica de Sistemas de Potência Prof. Luciano V. Barboza
Exemplo 4.3: Para o sistema cujo diagrama unifilar é mostrado na Figura 4.3, I1 = 1,0∠0° pu e
I2 = 0,8∠0° pu. Se a tensão na barra 3 é V3 = 1,0∠0° pu, determine os coeficientes de perda. As im-
pedâncias das linhas são (0,04 + j0,16) pu, (0,03 + j0,12) pu e (0,02 + j0,08) pu para os circuitos a,
b e c, respectivamente.
Exemplo 4.4: Calcule a perda na transmissão para o Exemplo 4.3 pela fórmula de perdas e pelo cál-
culo exato.
A exata concordância entre os métodos já era esperada desde que os coeficientes de perda foram
determinados exatamente para esta condição de operação. O erro introduzido pelo uso dos mesmos
coeficientes de perda para outras duas condições de operação pode ser vista observando os resulta-
dos indicados na Tabela 4.1.
Tabela 4.1. Comparação de perdas na transmissão calculadas pelos coeficientes de perda e por I2R,
com dados do Exemplo 4.3. Todas as grandezas estão em pu.
Perdas
I1 I2 P1 P2 Por coeficientes Por I 2R Condições
1,0∠0° 0,8∠0° 1,0400 0,8192 0,1240 0,1240 Caso original
0,5∠0° 0,4∠0° 0,5100 0,4048 0,0300 0,0310 I1 e I2 reduzidas em 50%
Sistemas de Potência I 66
Operação Econômica de Sistemas de Potência Prof. Luciano V. Barboza
k k
PL = ∑∑ PB
i ij Pj (4.14)
i =1 j =1
PL = B11 P12 + B22 P22 + B33 P32 + 2 B12 P1 P2 + 2 B13 P1 P3 + 2 B23 P2 P3 (4.15)
O método desenvolvido para expressar a perda de transmissão em termos das potências de saída
das centrais permite coordenar a perda de transmissão na programação das saídas de cada central
para uma máxima economia em uma determinada condição de carga do sistema.
Na equação
FT = F1 ( P1 ) + F2 ( P2 ) + … + Fk ( Pk ) (4.16)
FT é o custo total de combustível para o sistema inteiro e é igual à soma dos custos individuais de
cada central. Na seção 4.2, concluiu-se que
dF1 dF dF
dFT = dP1 + 2 dP2 + … + k dPk = 0 (4.17)
dP1 dP2 dPk
Por outro lado, a demanda total de potência no sistema (Pd), que para uma determinada situação
de carga é constante, é
P1 + P2 + … + Pk − PL = Pd (4.18)
onde PL corresponde à perda de potência total no sistema de transmissão. Lembre que PL depende
da saída de potência de cada central.
Sistemas de Potência I 67
Operação Econômica de Sistemas de Potência Prof. Luciano V. Barboza
⎛ ∂PL ∂P ∂P ⎞
( dP1 + dP2 + … + dPk ) − ⎜ dP1 + L dP2 + … + L dPk ⎟ = 0 (4.19)
⎝ ∂P1 ∂P2 ∂Pk ⎠
Multiplicando a equação (4.19) por uma constante λ e subtraindo o resultado da equação (4.17),
tem-se
⎛ dF1 ∂P ⎞ ⎛ dF ∂P ⎞ ⎛ dF ∂P ⎞
⎜ + λ L − λ ⎟ dP1 + ⎜ 2 + λ L − λ ⎟ dP2 + … + ⎜ k + λ L − λ ⎟ dPk = 0 (4.20)
⎝ dP1 ∂P1 ⎠ ⎝ dP2 ∂P2 ⎠ ⎝ dPk ∂Pk ⎠
1
Li = (4.23)
∂P
1− L
∂Pi
O custo mínimo de combustível é obtido quando o custo incremental de cada central multiplica-
do pelo seu fator de penalidade é o mesmo para todas as centrais do sistema. Os produtos são iguais
a λ, que é chamado λ do sistema e é aproximadamente o custo em $/h para aumentar em 1 MW a
potência total fornecida ao sistema elétrico.
Exemplo 4.5: Um sistema consiste em duas centrais conectadas através de uma linha de transmis-
são. A carga única está alocada no barramento da central 2. Quando 250 MW são transmitidos da
central 1 para a central 2, a perda de potência na linha é 20 MW. Encontre a geração necessária para
Sistemas de Potência I 68
Operação Econômica de Sistemas de Potência Prof. Luciano V. Barboza
cada central e a potência recebida pela carga quando λ, para o sistema, é 12,60 $/MWh. Assuma
que o custo incremental de combustível de cada central seja
dF1 dF2
= 0, 010 P1 + 8,5 ($/MWh) e = 0, 015P2 + 9,5 ($/MWh)
dP1 dP2
Exemplo 4.6: Para o sistema do Exemplo 4.5, com 384 MW recebidos pela carga, encontre:
a) a distribuição de carga entre as centrais se a perda de transmissão não for considerada no critério
de distribuição;
b) a economia em $/h obtida pela coordenação considerando a perda de transmissão na determina-
ção da carga das centrais.
O controle da saída de cada central e de cada unidade dentro de uma central é prática comum na
operação de sistemas elétricos de potência. Pela monitoração contínua da saída de todas as centrais
e do fluxo de potência nas interconexões, o intercâmbio de potência com outros sistemas é contro-
lado. Nesta seção será apresentada uma das várias maneiras pelas quais este controle pode ser efetu-
ado.
Na discussão do controle, o termo área significa a porção de um sistema interligado no qual uma
ou mais companhias controlam suas gerações com o objetivo de absorver todas as suas próprias va-
riações de carga e mantêm um pré-estabelecido intercâmbio de potência com outras áreas por perío-
dos especificados. A monitoração do fluxo de potência nas linhas de interligação entre áreas deter-
mina se uma área está absorvendo satisfatoriamente as variações de carga dentro de seus próprios
limites. A função do programa computacional é fornecer condições para que a área absorva suas va-
riações de carga, prover o convencionado intercâmbio de energia com áreas vizinhas, determinar a
geração desejada de cada central na área, obedecendo a um despacho econômico, e fazer com que a
área assuma sua parte no compromisso de manter a freqüência desejada do sistema interconectado.
O diagrama de blocos da Figura 4.4 indica o fluxo de informação controlando uma área. Na
posição 1, está indicado o processamento da informação sobre o fluxo de potência nas linhas de
interligação para outras áreas controladas. O intercâmbio real resultante Pa é a soma algébrica das
potências nas linhas de interligação e é positivo quando a potência resultante está saindo da área. O
intercâmbio resultante pré-estabelecido é chamado intercâmbio líquido programado PS. Na posição
Sistemas de Potência I 69
Operação Econômica de Sistemas de Potência Prof. Luciano V. Barboza
Monitoração da linha
de interligação Coeficientes B
1
Dados de
2 carregamento da
Intercâmbio líquido Intercâmbio Processamento linha de
Calcula os 10
programado líquido real da informação interligação
Σ das linhas de
fatores de
PS − + Pa penalidade
interligação
Bf fS
5
+ −
Bf Δf Δf + fa Geração
Σ × Σ
Freqüência
desejada
− 4 3 real
na usina
Erro de controle
de área
ACE 8 9
7
+ Calcula a
Sinal de Erro Ajusta o λ da λ da área geração
Σ área destinada a
cada usina
−
Erro de controle
de estação
SCE
6
− Geração total desejada da usina
Σ 11
+ Sinais de controle
para a usina
Geração
real total
ACE = Pa − PS − B f ( f a − f S ) (4.24)
um ACE negativo significa que a área não está gerando potência suficiente para enviar a necessária
quantidade para fora da área, ou seja, existe uma deficiência na potência de saída resultante. Sem
Sistemas de Potência I 70
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declividade de freqüência, a deficiência indicada seria menor porque não existiria o ajuste positivo
Bf Δf adicionado a PS (subtraído de Pa) quando a freqüência real fosse menor do que a freqüência
programada. O ACE também seria menor. A área produziria suficiente geração para suprir sua
própria carga e o pré-estabelecido intercâmbio, mas não proveria a saída adicional para ajudar áreas
interconectadas vizinhas a elevar a freqüência.
O erro de controle da estação (SCE → station control error) é a quantidade de geração real de
todas as centrais da área menos a geração desejada, como indicado na posição 6 do diagrama. Este
SCE é negativo quando a geração desejada é maior do que a geração existente.
A chave para a operação de controle é a comparação do ACE com o SCE. Sua diferença é um
sinal de erro, como indicado na posição 7. Se ACE e SCE são negativos e iguais, a deficiência na
saída da área iguala o excesso de geração desejada sobre a geração real e nenhum sinal de erro é
produzido. Entretanto, este excesso de geração desejada causará um sinal indicado na posição 11
para as centrais, a fim de que aumentem sua geração com o objetivo de reduzir a magnitude do
SCE, e o resultante aumento na saída da área reduzirá a magnitude do ACE ao mesmo tempo.
Se o ACE é mais negativo que o SCE, existirá um sinal de erro para aumentar o λ da área. E, este
aumento, por sua vez, causará um aumento na geração desejada da central (posição 9). Cada central
receberá um sinal para aumentar sua saída de acordo com o determinado pelos princípios do
despacho econômico.
A posição 10 indica o cálculo dos fatores de penalidade para cada central. Aqui, os coeficientes
∂PL
B são armazenados para calcular ∂Pi . Cargas não-programadas, centrais onde a geração não pode
Sistemas de Potência I 71
Operação Econômica de Sistemas de Potência Prof. Luciano V. Barboza
4.1. Para uma certa unidade de geração em uma usina, a entrada de combustível em milhões de
BTU por hora expressa como uma função da potência de saída P em MW é
0,0001P 3 + 0,015P 2 + 3,0P + 90
a) Determine a equação para custo incremental de combustível em $/MWh como uma função
da potência de saída em MW, com base no custo de combustível de $ 1,40 por milhão de
BTU.
b) Considerando que esta unidade deve operar todo o tempo e as suas cargas mínima e máxi-
ma são 100 e 600 MW, respectivamente, determine duas boas aproximações lineares para
o custo incremental de combustível como uma função da potência de saída entre 100 e
300 MW e a outra entre 300 e 600 MW.
c) Qual o custo médio do combustível por MWh quando a unidade fornece 100 MW?
d) Quais os custos incrementais de combustível quando a unidade fornece 200 MW e
500 MW?
e) Quais são os custos de combustível adicionais aproximados por hora para elevar a saída da
unidade de 200 para 201 MW e de 500 para 501 MW? Desenvolva os cálculos baseado nas
aproximações determinadas no item b. Compare com os resultados obtidos no item d.
4.2. Os custos incrementais de combustível para duas unidades de uma usina são
dF1 dF2
= 0,010P1 + 11,0 e = 0,012P2 + 8,0
dP1 dP2
onde F está em $/h e P em MW. Se ambas as unidades operam durante todo o tempo e as car-
gas mínima e máxima de cada unidade são 100 e 625 MW, respectivamente, construa um grá-
fico de λ em $/MWh versus a potência de saída da usina para o menor custo de combustível, à
medida que a carga varia de 200 até 1.250 MW.
4.3. Determine a economia em $/h para a alocação econômica de carga entre as unidades do Exer-
cício 4.2, ao invés de realizar uma distribuição igualitária da potência de saída entre as unida-
des, para uma carga total de 750 MW.
4.4. Uma usina tem dois geradores suprindo o seu barramento e a nenhum deles é permitido operar
abaixo de 100 MW ou acima de 625 MW. Os custos incrementais de combustível em $/MWh
com P1 e P2 dados em MW são
Sistemas de Potência I 72
Operação Econômica de Sistemas de Potência Prof. Luciano V. Barboza
dF1 dF2
= 0,012P1 + 8,0 e = 0,018P2 + 7,0
dP1 dP2
4.5. Calcule a perda de potência no sistema do Exemplo 4.3 pelo método dos coeficientes de perda
2
e por R I para I1 = 1,5∠0° pu e I2 = 1,2∠0° pu. Considere V3 = 1,0∠0° pu. Encontre tam-
bém os coeficientes de perda que darão a verdadeira perda de potência para o Exemplo 4.3
com I1 = 0,8∠0° pu e I2 = 0,8∠0° pu e V3 = 1,0∠0° pu.
4.6. Um sistema de potência tem somente duas usinas geradoras e está com despacho econômico
de potência com P1 = 140 MW e P2 = 250 MW. Os seus coeficientes de perda são
B11 = 0,10.10 −2 MW −1 B12 = −0,01.10 −2 MW −1 B22 = 0,13.10 −2 MW −1
A elevação da carga total do sistema em 1 MW custa $ 12,00 adicionais por hora. Determine:
a) o fator de penalidade para a usina 1
b) o custo adicional por hora para aumentar a saída desta usina em 1 MW.
4.8. Um sistema de potência opera nas condições de despacho econômico de carga com um custo
incremental de combustível para o sistema de $ 12,50 por MWh. Se for aumentada a saída da
usina 2 em 100 kW enquanto as outras saídas permanecem constantes, isto resulta em um au-
2
mento de perdas R I de 12 kW no sistema. Qual é o custo adicional aproximado por hora se
Sistemas de Potência I 73
Operação Econômica de Sistemas de Potência Prof. Luciano V. Barboza
4.9. Um sistema de potência é suprido por somente duas usinas, ambas operando sobre condições
de despacho econômico. No barramento da usina 1 o custo incremental é de $ 11,00 por MWh
e na usina 2 é de $ 10,00 por MWh. Qual das usinas tem o mais alto fator de penalidade? Qual
é o fator de penalidade da usina 1 se o custo por hora pelo aumento da carga do sistema em 1
MW é $ 12,50?
4.10. Calcule os valores solicitados a seguir, para o sistema do Exemplo 4.5, com λ = $ 13,50 por
MWh para o sistema. Assuma o custo de combustível, nas condições de não-existência de car-
ga, de $ 200,00 e $ 400,00 por hora para as usinas 1 e 2, respectivamente.
a) P1, P2 e a potência entregue à carga para despacho econômico com coordenação de perdas
de transmissão.
b) P1 e P2 para o valor da potência entregue à carga no item (a) mas com perdas de transmis-
são não consideradas (não coordenadas). As perdas de transmissão devem ser incluídas, entre-
tanto, na determinação da potência total de entrada do sistema.
c) Custo total de combustível em $/h para os itens (a) e (b).
Sistemas de Potência I 74
APÊNDICE A. ALGORITMOS PARA FLUXO DE POTÊNCIA
1 Pkesp − j (Qkcalc ) h h
! (E calc h +1
) = − ∑ Ykm Em − ∑ Ykm Em
h +1
Ykk (Ekh )∗
k
m∈Ω k m∈Ωk
m < k m > k
Vkesp
! (Ekcorrig ) h +1 = (Ekcalc ) h +1
(Ekcalc ) h +1
! Ir para o Passo 10.
10. Substituir E kh por E kh +1 .
11. Incrementar o contador de barras: k = k + 1.
12. Testar o número da barra:
• Se k > nb, ir para o Passo 13.
• Se k ≤ nb, ir para o Passo 9.
13. Ir para o Passo 4.
Sistemas de Potência I 76
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