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No ano de 2017, em janeiro, auto-declarei-me invisível.

Não quero que vocês entendam


mal ou que achem que para que consigam acreditar em tudo o que eu digo tenham que
ter chegado até aqui com um pouco mais de fé ou um pouco mais de crença em algo
mais do que fantástico — o que aconteceu não aconteceu como mágica, não
completamente, mas um pouco mais como descaso, ainda que um pouco mais mágica
do que passo em falso ou algum acidente decorrente de um demorado processo pelo
qual eu tenha passado. Estou me acostumando a dizer a mim mesmo inclusive que foi
bastante fácil, e que muito provavelmente teve uma grande ajuda do tédio e de uma
miscelânea de maços de cigarro picado.

Em janeiro deste ano, declarei a mim mesmo invisível, mas como normalmente
acontece a medida em que a gente vai se esquecendo ou quando a gente pensa que
esquece, quase nenhuma pessoa tomou conta de coisa alguma, uma ou outra percebeu
com indiferença e pouco do resto que sobrou acabou não entendendo o modo como eu
estava vivendo.

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