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Editores:
Mauricio Becerra-Vargas
Átila Madureira Bueno
Eva de Sousa Rodrigues
Eduardo Verri Liberado
Wesley Angelino de Souza
Yara Quilles Marinho
Ilustradores:
Amanda Hellen Gonçalves
Matheus Nepomuceno Pena
Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca da Unesp
Instituto de Ciência e Tecnologia – Câmpus de Sorocaba
Sejam bem-vindos!
I
Descrição do Evento
Presidente
III
IV
Programação Oficial
Horário Atividade
8h30 – 9h00 Credenciamento e Abertura
Palestra: Tecnologia Assistiva (TA):
Instrumentação Aplicada e Internet das Coisas
9h00 – 9h30
(IoT).
Prof. Dr. Ivando Severino Diniz
9h30 – 10h30 Sessão de Apresentação Oral I
Sessão de Apresentação de Pôsteres I + Coffee
10h30 – 11h30
Break
11h30 – 12h30 Sessão de Apresentação Oral II
12h30 – 14h00 Intervalo
14h00 – 15h00 Sessão de Apresentação Oral III
Sessão de Apresentação de Pôsteres II + Coffee
15h00 – 16h00
Break
16h00 – 16h15 Encerramento
V
Sessão de Apresentação de Pôsteres I
10h30 – 11h30
Título Autores
ANÁLISE CINEMÁTICA DE UM BRAÇO LEONARDO L. ROSSI; LUCAS A. M.
ROBÓTICO ATRAVÉS DA SANTOS; LUCAS N. M. ROCHA;
METODOLOGIA DENAVIT MATHEUS N. NERI; MAURÍCIO
HARTENBERG MODIFICADO BECERRA-VARGAS
MARCEL T. ARAÚJO; VINÍCIUS R.
SÍNTESE E ANÁLISE DE UM
MANOEL; MAURÍCIO BECERRA-
MECANISMO FLIPPING
VARGAS
UM ESTUDO DAS REDES DE SENSORES
IRENO G. M. JUNIOR; EDUARDO P.
INDUSTRIAIS SEM FIO E TECNOLOGIA
GODOY
EMERGENTE 6TISCH
DESENVOLVIMENTO DE UM MINI ALAN M. MOLINA; GABRIEL D. DIAS;
ROBÔ SUMÔ AUTÔNOMO DE BAIXO MARIA GLÓRIA C. DE ANDRADE;
CUSTO MARILZA A. DE LEMOS;
ANDRÉ VAN OORSCHOT; PEDRO
MODELAGEM, SIMULAÇÃO E
HENRIQUE V. R. DA COSTA; HENRIQUE
OTIMIZAÇÃO DE UM AMORTECEDOR
CRESTANA; MAURÍCIO BECERRA-
DE MASSA SINTONIZADA
VARGAS
PROJETO E ANÁLISE DE UM
CAROLINE DE S. BARROS; MAURÍCIO
MECANISMO DE UM DEDO
BECERRA-VARGAS
INDICADOR ROBÓTICO SUBATUADO
VII
Sessão de Apresentação de Pôsteres II
15h00 – 16h00
Título Autores
SENSORIAMENTOS DE MÓDULOS DE
GUILHERME B. ELEUTÉRIO; LEONARDO
TEMPERATURA, UMIDADE, GÁS E
L. ROSSI; LUCAS A. M. SANTOS; LUCAS
LUMINOSIDADE ATRAVÉS DA
N. M. ROCHA; MATHEUS N. NERI;
PLATAFORMA NODE RED E
HELMO K. M. PAREDES
CONTROLE SEM FIO VIA ARDUINO
HIAGO C. P. MACIEL; MARCOS U. S.
PROJETO, CONSTRUÇÃO E CONTROLE SOUZA; RAFAEL S. C. MAEDA;
DE VELOCIDADE DE UM PUMPKJACK MARILZA A. DE LEMOS; MAURÍCIO
BECERRA-VARGAS
GABRIEL V. DOMINGUEZ; RAFAEL M. P.
PROJETO DO MECANISMO SPORT BACHIEGA; TIAGO C. MANGIALARDO;
THUNDER’S FLAP MARILZA A. DE LEMOS; MAURÍCIO
BECERRA-VARGAS
SISTEMA DE CONTROLE DE CONSUMO CLAYTON A. MARCELINO; PRISCILA M.
DE ÁGUA O. MARCELINO; JEFFERSON A. DIAS
LARISSA G. SALARO; MARCELLA DE
MECANISMO COM CONFIGURAÇÃO
SANT’ANA; RENAN B. ABUD; SOPHIA M.
“KLANN LINKAGE” PARA
B. BARILLARI; MAURÍCIO BECERRA-
CAMINHADA DE QUADRÚPEDE
VARGAS
APLICAÇÃO DE CINEMÁTICA
CAIO H. GIACOMELLI; GABRIELA
INVERSA EM ROBÔS PARA A CRIAÇÃO
RAMOS; GUSTAVO T. TOYOTA
DE DESENHOS
JULIO BONATTI; LEONARDO UEMURA;
LAUNCHPAD COM ARDUINO E
MARILZA A. DE LEMOS; MARIA GLÓRIA
RASPBERRY
C. DE ANDRADE
CONTROLE DE TEMPERATURA,
DAVI M. MARTES; FELIPE R. M.
LUMINOSIDADE E UMIDADE DE UMA
FERREIRA; ROSANE B. O. SEVERO;
ESTUFA POR CONTROLADOR PID EM
MARILZA A. DE LEMOS
UM ARDUINO
CAIO ALEXANDRE T. CAETANO;
TOMÁS D. PARTEL; MARILZA A. DE
PROJETO E CONSTRUÇÃO ROBÔ PICK-
LEMOS; MARIA GLÓRIA C. DE
AND-PLACE
ANDRADE; MAURÍCIO BECERRA-
VARGAS
RAFAEL M. S. LEME; RODRIGO Y.
GARRA ROBÓTICA BASEDA EM
OKANO; VINICIUS K. CINTRA;
MECANISMOS DE QUATRO BARRAS
MAURÍCIO BECERRA-VARGAS
GABRIEL G. DURÃO; LUCAS CAMELO;
MECANISMO DE TRANSPORTE DE
MATHEUS S. DOS SANTOS; MAURÍCIO
CAIXAS
BECERRA-VARGAS
CONSTRUÇÃO DE UM SISTEMA
DOUGLAS P. FERNANDEZ; MATHEUS N.
ROBÓTICO AUTÔNOMO PARA
PENA; MARIA GLÓRIA C. ANDRADE;
COMPETIÇÃO NA CATEGORIA MINI
MARILZA A. DE LEMOS
ROBÔ SUMÔ
VIII
Palestra: Tecnologia Assistiva (TA): Instrumentação Aplicada e
Internet das Coisas (IoT)
Prof. Dr. Ivando Severino Diniz
IX
auxílios visuais, materiais protéticos e milhares de outros itens confeccionados
ou disponíveis comercialmente.
Os profissionalmente podem prestar serviços à pessoa com deficiência
visando selecionar, obter ou usar um instrumento de tecnologia assistiva. Como
exemplo, podemos citar avaliações, experimentação e treinamento de novos
equipamentos. Os serviços de Tecnologia assistiva são normalmente
transdisciplinares envolvendo profissionais de diversas áreas, tais como:
Fisioterapia, Terapia ocupacional, Fonoaudiologia, Educação, Psicologia,
Enfermagem, Medicina, Engenharia, Arquitetura, Design Técnicos de muitas
outras especialidades.
A Internet das Coisas (do inglês, Internet of Things) ou simplesmente
IoT é uma rede de objetos físicos, veículos, prédios e outros que possuem
tecnologia embarcada, sensores e conexão com rede capaz de coletar e transmitir
dados. Ela pode ser definida como uma série de tecnologias e dispositivos
eletrônicos que utilizam a internet para se conectarem e realizarem determinados
processamentos e ações. Podem ir de geladeiras e carros, a objetos pequenos,
como lâmpadas e relógios. O importante é que esses dispositivos sejam
equipados com os itens certos para proporcionar a comunicação: chips, sensores,
antenas, entre outros.
Os deficientes poderão utilizar serviços Hospitais e clínicas. Seus
equipamentos conectados podem medir batimentos cardíacos ou pressão
sanguínea, por exemplo, e os dados coletados serem enviados em tempo real
para o sistema que controla os exames. Os exames de urinas e eletrocardiograma
também ser realizados. As diversas empresas como: Industrias, Agropecuária,
Transporte público, Lojas, Logística e Serviços públicos poderão se conectar a
internet das Coisas. Desta forma ajudarão as pessoas com deficiência.
Um desafio próximo está em associar a Internet das Coisas (IoT) com
Tecnologia assistiva para as diversas deficiências: visual, auditiva, etc. Isto deve
melhorar a qualidade de vidas destas pessoas.
X
Sumário
Artigo Página
1 MODELAGEM E ANÁLISE VIBRACIONAL DE UMA BICICLETA 3
2 ROBÓTICA NA MANUTENÇÃO DE CABOS SUBAQUÁTICOS E OS SEUS BE- 13
NEFÍCIOS
3 CONTROLE DE VAZÃO DE ÁGUA E RESERVATÓRIOS POR 17
MÉTODO PID E FUZZY
4 SISTEMA DE CONTROLE DE CONSUMO DE ENERGIA ELÉTRICA 24
5 ANÁLISE CINEMÁTICA DE UM BRAÇO ROBÓTICO ATRAVÉS 29
DA METODOLOGIA DENAVIT HARTENBERG MODIFICADO
6 SÍNTESE E ANÁLISE DE UM MECANISMO FLIPPING 37
7 UM ESTUDO DAS REDES DE SENSORES INDUSTRIAIS SEM FIO 42
E TECNOLOGIA EMERGENTE 6TISCH
8 DESENVOLVIMENTO DE UM MINI ROBÔ SUMÔ AUTÔNOMO 49
DE BAIXO CUSTO
9 MODELAGEM, SIMULAÇÃO E OTIMIZAÇÃO DE UM AMORTECEDOR 59
DE MASSA SINTONIZADA
10 PROJETO E ANÁLISE DE UM MECANISMO DE UM DEDO INDICADOR 67
ROBÓTICO SUBATUADO
11 DOMÓTICA: JANELA AUTOMATIZADA 71
12 SÍNTESE E ANÁLISE DO MECANISMO FLAPPING WINGS 75
13 PROJETO DE AUTOMAÇÃO DE UM TETO MÓVEL UTILIZANDO UM 81
MECANISMO DE PONTO VARIÁVEL E BALANCIM-BALANCIM
CONTROLADO POR ARDUINO A PARTIR DE SINAIS DE TEMPERATURA
E UMIDADE
14 ACIONAMENTO DE UM ROBÔ CARTESIANO ELETROPNEUMÁTICO COM 89
CLP ATRAVÉS DO MÉTODO DA CADEIA ESTACIONÁRIA
15 PROJETO INTEGRADOR COMO ESTRATÉGIA DE ENSINO- 95
APRENDIZAGEM NO CURSO DE ENGENHARIA DE CONTROLE E
AUTOMAÇÃO: CONTROLE PID EMBARCADO PARA UM SISTEMA DE
VENTILAÇÃO
16 SÍNTESE E ANÁLISE CINEMÁTICA DE UMA PRÓTESE MECÂNICA DE UM 104
JOELHO ESTRUTURADO POR UM MECANISMO DE QUATRO BARRAS
17 MECANISMO DE RETORNO RÁPIDO DE WHITWORTH COM PLAINA LIMA- 109
DORA
18 ANÁLISE CINEMÁTICA DE UMA PERNA ROBÓTICA HUMANÓIDE 116
19 SISTEMA DE MONITORAMENTO DE BATIMENTOS CARDÍACOS 122
20 PROJETO DE UM MECANISMO REPRESENTANDO AS ASAS DE UMA AVE: 129
WING FLAPPING MECHANISM
21 CONTROLADOR MULTIVARIÁVEL PARA UM SISTEMA DE TRÊS TANQUES 135
ACOPLADOS
1
22 DEDO ROBÓTICO 139
23 EVOLUÇÃO DOS ROBÔS HUMANOIDES 146
24 CINEMÁTICA INVERSA DO ROBÔ ABB FLEXPICKER IRB 360-1/1600 152
25 SENSORIAMENTO DE MÓDULOS DE TEMPERATURA, UMIDADE, GÁS E 157
LUMINOSIDADE ATRAVÉS DA PLATAFORMA NODE RED E CONTROLE
SEM FIO VIA ARDUINO
26 PROJETO, CONSTRUÇÃO E CONTROLE DE VELOCIDADE DE UM PUMP- 164
JACK
27 PROJETO DO MECANISMO SPORT THUNDERS FLAP 172
28 SISTEMA DE CONTROLE DE CONSUMO DE ÁGUA 180
29 MECANISMO COM CONFIGURAÇÃO KLANN LINKAGE PARA CAMINHADA 185
DE QUADRÚPEDE
30 APLICAÇÃO DE CINEMÁTICA INVERSA EM ROBÔS PARA A CRIAÇÃO DE 191
DESENHOS
31 LAUNCHPAD COM ARDUINO E RASPBERRY 195
32 CONTROLE DE TEMPERATURA, LUMINOSIDADE E UMIDADE DE UMA ES- 201
TUFA POR CONTROLADOR PID EM UM ARDUINO
33 PROJETO E CONSTRUÇÃO DE UM ROBÔ PICK-AND-PLACE 208
34 GARRA ROBÓTICA BASEADA EM MECANISMOS DE 4 BARRAS 217
35 MECANISMO DE TRANSPORTE DE CAIXAS 222
36 CONSTRUÇÃO DE UM SISTEMA ROBÓTICO AUTÔNOMO PARA COMPETI- 228
ÇÃO NA CATEGORIA MINI ROBÔ SUMÔ
2
III MOSTRA CIENTÍFICA DE ROBÓTICA E AUTOMAÇÃO DE SOROCABA E REGIÃO
21 DE OUTUBRO DE 2017 - SOROCABA-SP
Universidade Estadual Paulista “Julio de Mesquita Filho”, Instituto de Ciência e Tecnologia de Sorocaba
Avenida Três de Março, 511, Alto da Boa Vista, CEP: 18.087-180, Sorocaba – SP
Resumo Com as atenções voltadas para as questões ambientais, a mobilidade urbana, cuja base é o uso de veículos com motor
à combustão, tem sido cada vez mais discutida. Uma das alternativas mais baratas e simples de utilização é a bicicleta e, por isso,
diversas cidades ao redor do mundo têm investido em melhorar suas malhas de ciclovias, incentivando o uso da bicicleta pela
população em geral em suas atividades diárias. Esse movimento é um dos motivos pelos quais o desenvolvimento de um modelo
dinâmico e vibracional adequado é fundamental para o projeto e para a fabricação de bicicletas. Tal modelagem permite a análise
e adequação dos componentes do produto de acordo com índices de conforto definidos pelos órgãos correspondentes. Neste
trabalho, um modelo de três graus de liberdade de uma bicicleta é desenvolvido através do método de Lagrange. Além da
modelagem teórica, para obtenção dos modos de vibração, um modelo de simulação foi construído com o software Adams,
permitindo a simulação e o estudo do projeto em questão, bem como a validação do modelo matemático.
3
dinâmico é uma das etapas fundamentais no seu
desenvolvimento.
Um sistema vibratório é um sistema dinâmico em
que as variáveis de entrada, como excitações
externas, e de saída variam com o tempo.
Geralmente, a resposta de um sistema em vibração
dependente tanto de suas condições iniciais quanto
das excitações externas. A maioria destes sistemas
apresenta elevado grau de complexidade, tornando-se
inviável a consideração de todos os detalhes para a
análise matemática. Com isso, apenas as
características mais importantes do sistemas são
consideradas para predizer seu comportamento sob
condições de entrada especificadas e,
frequentemente, o comportamento geral de um Figura 2.1. A bicicleta e seus componentes (SANCHES, 2015).
sistema complexo pode ser determinado através de
um modelo simples (RAO, 2011). Para bicicletas de passeio, os três primeiros
Um sistema vibratório deve possuir um elemento elementos citados devem ser considerados, além do
armazenador de energia potencial, como uma mola, e ciclista. Este deve ser incluído no modelo dinâmico
um elemento armazenador de energia cinética de pelo fato de sua massa representar mais de 80% da
translação ou de rotação, como uma massa ou uma massa total do sistema, funcionando como um
inércia. Além disso, algum meio que represente as elemento armazenador de energia cinética. O quadro
perdas de energia, como um amortecedor, sempre da bicicleta, embora não seja um corpo rígido, pode
está presente nos sistemas físicos reais. A vibração ser assim considerado para título de simplificação;
consiste na transformação cíclica de energia assim, apenas sua massa e seu momento de inércia
potencial em cinética e vice-versa; durante o são importantes para a modelagem do sistema. Já as
processo, as perdas de energia são consideradas pelo rodas devem ter suas características de elasticidade e
elemento amortecedor. Através da obtenção desses amortecimento equivalentes levadas em conta na
três parâmetros equivalentes de um sistema – elaboração do modelo, da mesma forma que o selim.
elasticidade, massa ou inércia e amortecimento –, é Dessa forma, os efeitos de armazenamento de
possível obter um modelo equivalente de parâmetros energia potencial e de dissipação de energia são
concentrados (VARGAS, 2017). representados pelas rodas e pelo selim. Os efeitos de
A análise de vibração, portanto, envolve a dissipação e de elasticidade dos outros componentes
modelagem física do sistema, na qual este é abstraído da bicicleta são desprezados, bem como suas massas.
em um modelo que atenda às necessidades do Outra hipótese simplificadora para o projeto consiste
projeto. Em seguida, a modelagem matemática, com na desconsideração das vibrações induzidas no
a derivação das equações, é realizada. Com isso, a sistema pelo ato de pedalar, bem como das forças de
solução do modelo matemático pode ser obtida de arrasto e sustentação devido a fluxos de ar. Além
diversas formas, dependendo da complexidade do disso, apenas a posição vertical do ciclista em relação
sistema e das ferramentas disponíveis. A análise e ao quadro é alterada, as molas e amortecedores não
interpretação dos resultados é a última fase a ser rotacionam em seus próprios eixos, as rodas não
realizada e, também, a mais importante (RAO, 2011; perdem contato com o chão e não derrapam, e a
VARGAS, 2017). bicicleta se mantém em uma trajetória em linha reta.
A seguir, o problema proposto neste artigo é descrito
em detalhes, a fim de permitir a definição dos 2.1.1 Modelagem Física
parâmetros a serem analisados durante a vibração. A
modelagem física e a modelagem matemática são,
Nesse contexto, o modelo de três graus de
também, descritas e definidas.
liberdade desenvolvido por (WITTE, 2011) pode ser
utilizado. Este apresenta duas massas, sendo a massa
2.1 A bicicleta inferior, que representa a bicicleta, sobre dois
sistemas mola-amortecedor. A Figura 2.2 ilustra o
Um modelo comercial de bicicleta é mostrado na modelo, no qual as massas da bicicleta e do ciclista
Figura 2.1, com todos seus componentes indicados e
são representadas por mb e mc , e o momento de
nomeados. Dentre as partes apontadas, o quadro, as
rodas, o selim e as suspensões são os principais inércia da bicicleta em torno de seu centro de massa
elementos a serem estudados. As suspensões, é J b . O conjunto k1c1 representa o efeito da roda
entretanto, são importantes para o projeto de traseira, enquanto k 2 c2 está relacionado com a roda
bicicletas para competições esportivas, e são
dianteira. A massa da bicicleta mb é concentrada no
consideradas nos modelos dinâmicos denominados
full-suspension (ONAYA, 2012). centro de massa, a uma distância l1 do conjunto
traseiro e l2 do dianteiro. O conjunto mola-
4
amortecedor k 3 c3 corresponde ao selim da bicicleta e Em 1788, Lagrange mostrou que os sistemas
mecânicos obedecem a uma formulação alternativa à
a massa do ciclista mc está concentrada em seu
Lei de Newton, conhecida como equação de Euler-
centro de massa. Lagrange (MONTEIRO, 2006):
d L L
0 (5)
dt q j q j
5
De maneira análoga, pode-se obter a energia cinética o caso de um dos elementos ser não-linear, a
de rotação de um corpo com momento de inércia J vibração também o é. Por fim, a vibração pode ser
e velocidade angular (HALLIDAY et al., 2012): classificada como determinística quando as
1 1 excitações sobre o sistema são conhecidas. Em
T J 2 J 2 (14) alguns casos, os distúrbios podem ser estocásticos ou
2 2
randômicos, de forma que a característica da
Já a energia potencial pode ser definida para as excitação não seja conhecida (RAO, 2011).
massas e para as molas. Entretanto, a energia A vibração livre não-amortecida é caracterizada,
potencial gravitacional, associada às massas, não será portanto, pela ausência de distúrbios externos, além
considerada na formulação aqui desenvolvida. do distúrbio inicial, e pela ausência de elementos
Devido ao fato do modelo matemático proposto ser dissipadores. Tal afirmação é equivalente à anulação
escrito para o sistema oscilando a partir da condição das matrizes C e F da equação (18).
de equilíbrio, a energia potencial gravitacional tem Mx Kx 0 (19)
seu efeito anulado.
A energia potencial elástica de uma mola de Considerando-se que a solução seja da forma (20), a
constante elástica k sujeita a uma deformação x à derivada segunda do vetor de coordenadas
partir de sua posição de equilíbrio é dada por generalizadas é dado por (21).
(HALLIDAY et al., 2012): A1 cos t
1
V kx 2 A cos t
(15) x 2 (20)
2
Por fim, o amortecimento viscoso acaba por dissipar An cos t
energia do sistema. A força de amortecimento
associada a um amortecedor com constante de x 2 x (21)
amortecimento c sujeito a um movimento com
velocidade v é mostrada na equação (16) (RAO, Substituindo-se na equação (19):
2011). 2 M K x 0 (22)
F cv cx (16)
Multiplicando-se pela matriz inversa de M e
Através dessa metodologia, é possível escrever a rearranjando-se a equação:
equação diferencial para cada coordenada
M 1 K 2 I x 0 (23)
generalizada e, a partir do vetor de coordenadas
generalizadas, equação (17), pode-se obter a forma Para a solução não-trivial, ou seja, para o vetor de
matricial da equação (18): coordenadas não nulo, podem-se escrever as
q1 frequências naturais em função dos autovalores da
q matriz A (VARGAS, 2017):
x 2 (17)
A M 1 K (24)
qn 12 0 0 0
0 22 0 0
Mx Cx Kx F (18) d (25)
0 0 0
2.2 Tipos de Vibração 0 0 0 n2
Já os autovetores resultam na relação entre as
A vibração de um sistema pode ser classificada amplitudes de oscilação das coordenadas:
entre quatro tipos básicos: livre ou forçada,
v11 v12 v1n
amortecida ou não-amortecida, linear ou não-linear e v v v2 n
determinística ou estocástica. Se um sistema é V 21 22 (26)
deixado para vibrar por si próprio após um distúrbio
inicial, sem forças externas agindo sobre ele, a
vn1 vn 2 vnn
vibração é classificada como livre. Já a vibração
forçada acontece quando o sistema é submetido a Onde:
forças ou distúrbios externos de forma repetitiva. v2i
Durante a oscilação de um sistema, esta é dita não- r2i (27)
v1i
amortecida quando não ocorre perda de energia por
dissipação ou fricção. Nos sistemas físicos reais, A2(i ) r2i A1(i ) (28)
entretanto, a oscilação é amortecida, pois sempre
ocorrem perdas de energia; estas, entretanto, podem v3i
ser desconsideradas em alguns casos. Se os r3i (29)
v1i
componentes básicos do sistema vibratório – mola,
massa e amortecedor – tiverem comportamento A3(i ) r3i A1(i ) (30)
linear, a vibração resultante é chamada linear. Já para
6
Em que os índices i denotam os modos de vibração. q2 z c (33)
Escrevendo-se o vetor de coordenadas generalizadas
em função de cada uma das frequências naturais do q3 (34)
sistema, podem-se obter os modos de vibração:
Com isso, podem-se definir as energias cinética e
x1(i ) potencial em função das coordenadas generalizadas.
(i )
x
x (i ) 2
A primeira corresponde ao somatório das energias
(31)
cinética de translação da bicicleta e do ciclista com a
(i ) energia cinética de rotação da bicicleta, conforme a
xn equação (35), a qual pode ser reescrita substituindo
os parâmetros do sistema nas equações (13) e (14),
obtendo-se a expressão (36).
3 Metodologia
T Tt _ b Tt _ c Tr _ b (35)
Para o desenvolvimento do modelo dinâmico, os
1 1 1
conceitos explicitados na seção anterior foram T mb zb 2 mc zc 2 J b 2 (36)
utilizados. Depois da definição do modelo físico, as 2 2 2
equações do modelo matemático foram obtidas Já a energia potencial elástica das molas presentes no
através do método de Lagrange. Conceitos básicos de modelo físico deve ser escrita em função de suas
trigonometria também foram usados para permitir a deformações. A partir da Figura 2.2, é possível
definição das forças e momentos. Como as equações determinar as deformações para as molas 1, 2 e 3,
obtidas são não-lineares, optou-se pela linearização considerando-se as definições dos ângulos e as
pelo método de Taylor em torno dos pontos de relações trigonométricas adequadas:
operação, de modo a simplificar o modelo d1 zb z1 l1 sin (37)
matemático.
O software Matlab foi utilizado para a solução do d 2 zb z2 l2 sin (38)
modelo matemático para a obtenção de sua resposta
livre não-amortecida. d 3 z c zb (39)
Já para a simulação dinâmica, o software Adams foi
escolhido. O modelo físico com as características de As expressões obtidas para as deformações das rodas
elasticidade, amortecimento e inércia, além das traseira e dianteira são não lineares e, neste caso,
dimensões adequadas, foi montado com o auxílio do podem ser linearizadas em torno do ponto de
software. Através da desconsideração do operação a fim de desenvolver um modelo linear
amortecimento do sistema, foi possível obter a para o sistema bicicleta e ciclista. Isso pode ser feito
resposta livre não-amortecida para comparação com através do método de Taylor considerando-se
os resultados teóricos, através da excitação do pequenas variações em torno da posição horizontal,
sistema por um deslocamento inicial. 0 :
sin (40)
4 Resultados e Discussões Portanto:
d1 zb z1 l1 (41)
A seguir, os resultados obtidos para a
modelagem matemática do sistema, bem como sua d 2 zb z2 l2 (42)
resposta livre não-amortecida são apresentados para
os modelos teórico e de simulação. Substituindo-se os deslocamentos já linearizados na
equação (15), a energia potencial total do sistema é
4.1 Modelo Teórico dada por:
k k k
V 1 zb z1 l1 2 zb z2 l2 3 zc zb
2 2 2
A partir da revisão bibliográfica desenvolvida 2 2 2
nas seções anteriores, foi possível obter o modelo (43)
matemático do sistema, bem como realizar sua
análise modal, conforme mostrado a seguir. Por fim, a força não conservativa generalizada,
equação (12), pode ser escrita com base nas forças
4.1.1 Modelo Matemático dissipativas com as mesmas deformações às quais as
molas são submetidas, sendo que todas as forças
Partindo-se dos conceitos teóricos expostos, é agem no sentido vertical.
d d d
possível determinar o modelo matemático para o Q(3) F1 1 F2 2 F3 3 (44)
q j q j q j
j
sistema físico da Figura 2.2 pelo método de
Lagrange. Assim, as coordenadas generalizadas
correspondem às três coordenadas independentes do Partindo-se da equação (16), podem-se escrever as
sistema: forças dissipativas como:
q1 zb (32)
F1 c1d1 c1 zb z1 l1
(45)
7
F2 c2 d2 c2 zb z2 l2 (46) Novamente, a partir das expressões anteriores e da
equação (11), rearranjando-se os termos, a equação
F3 c3 d3 c3 zc zb (47) (60) é obtida:
mc zc c3 zb c3 zc k3 zb k3 zc 0 (60)
Assim, a equação (44) pode ser reescrita
substituindo-se as equações (45), (46) e (47): Por fim, o mesmo procedimento pode ser adotado
d1 para a coordenada generalizada q3 :
Q (3)
j
c1 zb z1 l1
q j
T
J b (61)
(48)
d 2 d3
c2 zb z2 l2 c3 zc zb
q j
q j V
0 (62)
Com base nas equações (36), (43) e (48), pode-se,
enfim, aplicar o método lagrangiano da equação (11). T
0 (63)
Para a primeira coordenada generalizada, q1 zb ,
tem-se as derivadas parciais:
V
T l1k1 zb z1 l1 l2 k2 zb z2 l2 (64)
mb zb (49)
zb
V
Q3(3) l1c1 zb z1 l1 l2c2 zb z2 l2 (65)
0 (50)
zb Obtendo-se:
T
J b l1c1 l2 c2 zb l12 c1 l22 c2 l1k1 l2 k2 zb
0
l k l k l1k1 z1 l2 k2 z2 l1c1 z1 l2 c2 z2
(51)
zb
2 2
1 1 2 2
(66)
V
k1 zb z1 l1 k2 zb z2 l2 k3 zc zb As equações (54), (60) e (66) podem ser escritas na
zb
forma matricial da equação (18) em função do vetor
(52)
de coordenadas generalizadas dado por (67):
A força dissipativa generalizada é dada por: zb
Q1(3) c1 zb z1 l1 c2 zb z2 l2 c3 zc zb x zc (67)
(53)
Utilizando-se as expressões anteriores na equação
(11) e rearranjando-se os termos para deixá-los em mb 0 0
função das coordenadas generalizadas, a equação M 0 mc 0 (68)
(54) pode ser obtida: 0 0 J b
mb zb c1 c2 c3 zb c3 zc l1c1 l2 c2
k1 k2 k3 zb k3 zc l1k1 l2 k2 (54) c1 c2 c3 c3 l1c1 l2 c2
C c3 c3 0
(69)
k1 z1 k2 z2 c1 z1 c2 z2
l1c1 l2 c2 0 l12 c1 l22 c2
As derivadas parciais e a força dissipativa podem ser
obtidas, de maneira análoga, para a coordenada k1 k2 k3 k3 l1k1 l2 k2
generalizada q2 zc : K k3 k3 0
(70)
T l1k1 l2 k2 0 l12 k1 l22 k2
mc zc (55)
zc
k1 z1 k2 z2 c1 z1 c2 z2
V
F
0 (56) 0 (71)
zc l1k1 z1 l2 k2 z2 l1c1 z1 l2 c2 z2
T
0 (57)
zc 4.1.2 Vibração Livre Não-amortecida
V
k3 zc zb (58) Através das equações da seção Tipos de
zc Vibração, é possível desenvolver um pequeno
programa no software Matlab para o cálculo das
Q2(3) c3 zc zb (59) frequências naturais do sistema e das amplitudes da
vibração, conforme a Figura 4.1.
8
As amplitudes das oscilações A1(i ) e os Com isso, a partir da inserção dos parâmetros do
sistema ciclista e bicicleta, conforme os dados
deslocamentos de fase i podem ser obtidos em
obtidos experimentalmente por WITTE (2011), é
função das condições iniciais do sistema, o que possível obter as respostas da Figura 4.2.
também é feito no programa da Figura 4.1. Tais resultados permitem a definição da frequência
Considerando-se que a excitação inicial seja feita por natural fundamental, a menor das três, como 58,5201
deslocamento, como realizado no modelo de rad/s, além de permitirem a obtenção dos modos de
simulação apresentado posteriormente, tem-se: vibração:
zb 0 0,0021m (72) x1(1)
zc 0 0,0029m (73) x 1, 4091x1(1)
(1)
(76)
0, 0534 x1
(1)
0 1,0047 104 rad (74)
x1(2)
zb 0 zc 0 0 0 (75) x (2)
(2)
0, 4372 x1 (77)
262, 6168 x1(2)
Substituindo-se tais condições iniciais na solução da
forma da equação (20) e somando-se as respostas dos
três modos de vibração para cada coordenada x1(3)
(3)
generalizada, é possível obter um sistema de x (3) 0, 0933x1 (78)
equações que forneça as amplitudes de oscilação e os 0, 0190 x1(3)
deslocamentos de fase.
mb=8.808;
mc=67; >> modal
Jb=2.317;
k1=179986.3; V=
k2=173716.8;
k3=790365; -0.0840 0.0025 0.3263
c1=138.7; -0.1183 -0.0011 -0.0304
c2=138.7; 0.0045 -0.6569 0.0062
c3=282.86;
l1=0.482707;
l2=0.525292; d=
9
a forma padrão da equação (20), as amplitudes e ganho negativo da oscilação desta coordenada em
fases calculadas e os modos de vibração das relação à coordenada de referência, o que justifica os
equações (76), (77) e (78). resultados obtidos. Além disso, o deslocamento
A análise da resposta livre não amortecida comprova angular apresenta-se mais distorcido em relação à
a suposição feita para as formas das respostas senoide fundamental que as demais. Tal fato associa-
modais: todas as coordenadas generalizadas se ao ganho elevado apresentado no segundo modo
apresentam resposta oscilatória com mesma de vibração, conforme a equação (77), de forma que
frequência e fase. Embora a resposta para o as amplitudes desse modo influenciem na resposta
deslocamento angular da bicicleta pareça estar livre não amortecida de maneira mais perceptível.
defasada das demais, a equação (76) demonstra
Figura 4.3. Resposta livre não amortecida excitada com deslocamento inicial para o deslocamento vertical da bicicleta, para o deslocamento
vertical do ciclista e para o deslocamento angular da bicicleta – Matlab.
Figura 4.6. Resposta livre não amortecida excitada com deslocamento inicial para o deslocamento vertical da bicicleta, para o deslocamento
vertical do ciclista e para o deslocamento angular da bicicleta – Adams.
11
As medidas de deslocamento linear da bicicleta e do Referências Bibliográficas
ciclista foram realizadas diretamente através da
ferramenta do software que permite medir o HALLIDAY, D.; RESNICK, R.; WALKER, J.
deslocamento linear de partes móveis. Já para a Fundamentos de Física: Mecânica. 9 ed. Rio de
aferição do deslocamento angular da bicicleta, foi Janeiro: LTC, 2012.
necessário medir primeiramente a velocidade angular MANGIN, V. Return of 'airpocalypse': Beijing's
do link representativo do quadro, já que o software expats flee smog. 2014. Disponível em: <
não possui a opção de medição de deslocamento http://www.bbc.com/capital/story/20140321-
angular. Com isso, no pós-processamento, integrou- expat-exodus-from-beijing >. Acesso em: 28 de
se a resposta no tempo, obtendo o deslocamento abril de 2017.
angular. MONTEIRO, L. H. A. Sistemas Dinâmicos. 2 ed.
Fica claro que todas as coordenadas generalizadas São Paulo: Livraria da Física, 2006.
possuem resposta livre com mesma frequência e fase, ONAYA, A. F. Modelagem dinâmica de bicicletas
sendo as amplitudes distintas. Com o auxílio do com suspensão integral ("full suspension").
cursor, foi possível obter o período de 0,107 s, 2012. (Bacharel em Engenharia Mecânica).
correspondente a 58,72 rad/s de frequência, sendo Universidade de São Paulo, São Paulo.
esta a menor frequência natural não amortecida do RAO, S. S. Mechanical Vibrations. 5 ed. Prentice
sistema, chamada frequência fundamental. Além Hall, 2011.
disso, nota-se que a oscilação das três coordenadas REIS, T. Ciclovias representam apenas 1% da malha
independentes ocorre em torno de um ponto de viária das capitais no país. 2014. Disponível
equilíbrio, que para melhor visualização, foi em: <
transladado para o valor nulo. http://g1.globo.com/brasil/noticia/2014/03/ciclov
Apesar de o gráfico de deslocamento angular da ias-representam-apenas-1-da-malha-viaria-das-
bicicleta parecer estar defasado em relação aos outros capitais-no-pais.html >. Acesso em: 29 de abril
dois, a análise teórica dos modos de vibração de 2017.
demonstrou que a diferença está relacionada ao SANCHES, R. Conhecendo as peças de uma
ganho negativo dessa grandeza. Tais ganhos podem bicicleta. 2015. Disponível em: <
ser obtidos pelas amplitudes de pico a pico das http://www.nucleobike.com.br/dicas/conhecendo
oscilações medidas durante a simulação, obtendo-se: -as-pecas-de-uma-bicicleta/ >. Acesso em: 23 de
z 0, 0059 março de 2017.
r22 c 1, 4048m / m (83)
zb 0, 0042 SOUSANIS, J. World Vehicle Population Tops 1
Bilion Units. WardsAuto, 2011. Disponível em:
2,3649 104 < http://wardsauto.com/news-analysis/world-
r32 0,0563rad / m (84) vehicle-population-tops-1-billion-units >.
zb 0,0042
Acesso em: 28 de abril de 2017.
Assim, tanto o ganho para o deslocamento vertical do VARGAS, M. B. Processos de Fabricação para
ciclista quanto o ganho relacionado ao deslocamento Controle e Automação. 2017. (Notas de Aula).
angular da bicicleta estão corretos e de acordo com UNESP, Sorocaba.
os obtidos de maneira teórica, validando o modelo WITTE, T. D. Study of the Dynamic Behaviour of
matemático das equações (67) a (71). the Racing Bicycle and Interactions with Road
and Rider. 2011. (Mestrado). Universiteit Gent.
5 Conclusões
12
III MOSTRA CIENTÍFICA DE ROBÓTICA E AUTOMAÇÃO DE SOROCABA E REGIÃO
21 DE OUTUBRO DE 2017 - SOROCABA-SP
RICARDO M. L. JUNIOR, VINICIUS YAMAMOTO, ANDRÉ D. VIEIRA, VITOR P. CAMILLO, SIOVANI C. FELIPUSSI
Resumo Este trabalho objetiva mostrar a necessidade dos cabeamentos marítimos e o estado da arte dos robôs empregados na
manutenção de cabos subaquáticos. Também objetiva evidenciar as tecnologias robóticas em desenvolvimento para essa aplicação.
A 4D JOBS:
Dull (maçante): Se o robô consegue substi-
tuir eficientemente trabalhos repetitivos, en-
Figura 1. Cabos transoceânicos, que ligam o Brasil a Europa,
África Ocidental e América do Norte. [1] tediantes e fatigantes para humanos;
Dangerous (perigoso): Se o robô consegue
Em virtude da necessária conectividade, a respectiva substituir eficientemente trabalhos que pos-
manutenção de toda essa infraestrutura se estabelece sam oferecer perigos aos humanos;
(Figura 2). Desgastes naturais e até provocados por
13
Dirty (sujo): Se o robô consegue substituir
eficientemente trabalhos que envolvam am-
bientes sujos ou que possa prejudicar a saúde
de um humano;
Difficult (difícil): Se o robô consegue substi-
tuir eficientemente trabalhos que sejam
muito difíceis para um humano;
B 4H JOBS:
Hot (quente): Se o robô consegue executar
trabalhos eficientemente em ambientes ex-
tremamente quentes para um humano;
Heavy (pesado): Se o robô consegue substi-
tuir eficientemente um humano em trabalhos Figura 4. Robô Hector-7 utilizado na Irlanda. [8]
que envolvam o uso extremo de força;
Hazardous (perigoso): Se o robô consegue
substituir eficientemente trabalhos que pos-
sam trazer perigos aos humanos;
Humble (humilde): Se o robô consegue exe-
cutar as tarefas mais simples.
14
Possibilidade de instalação de inteligência
artificial, assim efetuando seu trabalho de
forma autônoma.
Pelas suas dimensões, pode executar tarefas
de magnitude menor e mais precisa.
Peças são trocadas facilmente em virtude da
modularização.
Baixo consumo de energia.
B. EELUME DESVANTAGENS
Figura 6. Arte conceitual dos robôs Eelume trabalhando embaixo Sua bateria tem uma durabilidade reduzida.
d'água. [9] Por ser um robô pequeno e parecido com uma
enguia pode ser confundido por outro animal
3 Análise Comparativa marinho e há a possibilidade de ataque.
Seu design atual pode dificultar fortemente
sua manutenção em cabos intercontinentais,
Nesta seção consideramos os robôs atuais e os em
diferente dos ROVs, devido a seu tamanho e
desenvolvimento e na Tabela 1 mostraremos aspectos
resistência.
relativos a peso, câmeras, ferramentas, profundidade
de trabalho, capacidade máxima de enterro, energia Baixa resistência a pressão em seu corpo.
consumida e velocidade de manuseamento. Ressalta- Trabalha EM baixas profundidades (150m),
se que os robôs Hector-7 e Marcas-IV utilizam jatos comparado aos ROVs.
d'água para enterrar objetos quando estão no fundo do
mar. C. ROV VANTAGENS
Tabela 1 – Comparação técnica entre os robôs
São fortes e robustos, podendo carregar uma
grande quantidade de peso e resistentes a
grandes pressões em seu corpo.
Consegue trabalhar em altas profundidades,
acima de 2.000 m.
D. ROV DESVANTAGENS
Necessidade de um humano para controlá-lo.
Alto consumo de energia.
Baixa velocidade de manuseio.
Alto custo para sua utilização, pois necessita
de apoio externo (barco) para levá-lo ao
ponto para iniciar seu trabalho.
4 Conclusões e Perspectivas
15
É mais econômico e apresenta maior rapidez [5]. ROV MARCAS-IV pdf specification
na realização de suas tarefas. https://goo.gl/JzE9i1 Acessado em 08 de Outubro
Protege o humano de riscos na manutenção. de 2017.
Adaptável para variadas situações. [6]. WATCH: Subsea Snake Robot Takes Shape.
Permite a implementação de inteligência ar- https://goo.gl/BvxB8D Acessado em 08 de Outu-
tificial. bro de 2017.
[7]. EELUME SUBSEA INTERVENTION.
https://eelume.com/ Acessado em 08 de Outubro
No Brasil há um forte investimento para que tenhamos
de 2017.
16 cabos submarinos até 2019 (Figura 8), o uso de ro-
bôs autômatos que possam realizar a manutenção des- [8]. This giant robot fixes undersea broadband cables
ses cabos sem a intervenção humana se torna promis- https://goo.gl/1yiyuX Acessado em 08 de Outu-
sor. Os ROVs atualmente desempenham um trabalho bro de 2017.
satisfatório, mas com o advento dos robôs Eelume é [9]. Collaboration on swimming robots for subsea
possível e viável robôs autômatos que possam realizar maintenance. https://goo.gl/PGtv1f Acessado em
o mesmo trabalho que os ROVs. 08 de Outubro de 2017.
[10]. VIDEO: EELUME - Snake Swimming Robot
that can do Underwater Operations.
https://goo.gl/MpjQ3n Acessado em 08 de Outu-
bro de 2017.
[11]. The ROVs. https://goo.gl/DaRGt2 Acessado em
08 de Outubro de 2017.
[12]. Orange Marine company website.
https://goo.gl/QJvrFQ Acessado em 08 de Outu-
bro de 2017.
[13]. Brasil terá 16 cabos submarinos até 2019 para
transmissão de dados. https://goo.gl/6u5eAe
Acessado em 09 de Outubro de 2017.
[14]. Kokusai Cable Ship Cp.,LTD. http://www.k-
kcs.co.jp/english/ Acessado em 08 de Outubro de
2017.
[15]. Kongsberg Gruppen.
https://www.kongsberg.com/ Acessado em 08 de
Outubro de 2017.
Figura 8. Um dos cabos que futuramente serão instalados em
[16]. Statoil. https://www.statoil.com/ Acessado em 08
2019. [13] de Outubro de 2017.
[17]. Tubarões são atraídos e tentam comer cabos de
Talvez seja desnecessário que um robô esteja disponí- fibra óptica do Google no fundo do oceano.
vel 24 horas por dia, por outro lado, a logística neces- https://goo.gl/erFope Acessado em 11 de Outubro
sária para a operação de um ROV é custosa e traba- de 2017
lhosa, robôs autômatos estão longe de desempenha-
[18]. Fatos incríveis que muitos desconhecem sobre re-
rem as funções de um ROV. Em breve, o EElume
des submarinas. https://goo.gl/7Hpv45 Acessado
atenderá à essas demandas e certamente será uma op-
em 11 de Outubro de 2017.
ção viável, econômica para atuação no cabeamento
[19]. Poole, Harry H.. Fundamentals of robotics engi-
marítimo cada vez mais premente.
neering / Harry H. Poole.. New York: Van Nos-
trand Reinhold,, 1989.
Referências Bibliográficas [20]. Simec Technologies. http://www.simec-techno-
logies.com/galerie/en/rov-hector-5.html Aces-
[1]. Mapa Mundi de Cabos Ópticos Transoceânicos. sado em 08 de Outubro de 2017.
https://goo.gl/PMjsP7 Acessado em 08 de Outu-
bro de 2017.
[2]. Submarine Cable Map 2017.
https://goo.gl/k6WcNH Acessado em 08 de Ou-
tubro de 2017.
[3]. Como a internet passa de um continente para o
outro? https://goo.gl/J1b6h1 Acessado em 08 de
Outubro de 2017.
[4]. ROVMARCAS-IV https://goo.gl/AmsqLs Aces-
sado em 08 de Outubro de 2017.
16
III MOSTRA CIENTÍFICA DE ROBÓTICA E AUTOMAÇÃO DE SOROCABA E REGIÃO
21 DE OUTUBRO DE 2017 - SOROCABA-SP
Resumo Este trabalho consiste no projeto de um sistema de controle de vazão de água em reservatórios, sendo aplicadas as
técnicas PID e Fuzzy. Os controladores foram implementados no ambiente Matlab/Simulink e simulações permitiram realizar
comparações entre os resultados de ambos os sistemas. Na sequencia, os sistemas foram implementados na plataforma Arduino
onde o controlador Fuzzy respondeu com maior eficiência em termos de estabilidade, atingindo o setpoint com menor oscilação
quando comparado ao controlador PI.
17
erros anteriores, corrigindo o estado estacionário
gerado por uma perturbação. Por fim o derivador,
que indica a taxa de variação no tempo dos erros,
assim tentando prever o futuro do erro. Variando sua
ação proporcionalmente com o erro. Assim temos os
fatores:
● Proporcional:
● Integral:
● Derivativo: Figura 3. Representação gráfica de valores Fuzzy.
● Cano transparente
Figura 6. Sensor HC-SR04 ● Emendas de cano
● Adaptadores de cano
● Sensor YF-S201 (figura 7) - sensor para medir ● Outros materiais: Braçadeiras, Conectores de
fluxo de água que circula por ele, enviando pul- mangueira, Fios, Fonte 24V, Fonte 5v, Placa de
sos PWM. Sensor de Efeito Hall, com tensão de suporte, Fita Hellerman, Tomada, Tubo de PVC.
19
Software
Por fim a implementação de todo projeto e tes-
Matlab/Simulink - resolve sistemas matemáticos tes, donde exigiram algumas adaptações entre a simu-
e de grande complexidade. É possível realizar lação e o projeto real.
análises numéricas, resolução de matrizes, pro- 3.3.1 Modelo Matemático
cessamento de sinais. Simulink, integrado ao Ma-
tlab, é uma ferramenta de modelagem e simulação Dada a equação linearizada do sistema propos-
de sistemas dinâmicos, onde a projeção dos sis- to, foi obtida a equação (2).
temas é feita através o uso de Blocos.
20
Figura 16. Função saída Fuzzy.
4 Resultados e Discussões
4.1 Simulação
21
Para efeitos de comparação entre o sistema con- 4.2 Sistema Real
trolado por PI e Fuzzy, adotaram-se os seguintes va-
lores: O sistema real foi implementado para a plata-
o setpoint foi convencionado em 0,09. forma Arduino, definindo-se inicialmente o tipo de
Ks =1 (torneira de saída aberta). controle a ser utilizado. Foi configurado um Setpoint
de 0.6 m e o fluxo foi mantido em torno de 7,0
Kp = 0,0025 e Ki = 0,0003
L/min. O gráfico 6 mostra o resultado obtido para o
Para as funções de pertinência foi necessário
controlador PI.
observar primeiramente o valor de Kv desejado, para
assim então obter a saída desejada. No projeto real
isso não é necessário pois faz-se proporcional a vari-
ável desejada. Assim, para KV = 0,000221, a saída
obtida é a apresentada no gráfico 3.
A partir do gráfico 4 e 5, conclui-se que os dois Gráfico 7. Fuzzy real, Tempo (s) x Altura (m).
sistemas foram eficientes, porém para controle PI é
necessário conhecer a planta como um todo para,
assim, obter os valores de Kp e Ki. Enquanto que no
modelo simulado Fuzzy é necessário conhecer a va- 5 Conclusões
riação total de Kv, porém no modelo real não. Ainda
os gráficos 4 e 5 permitem observar que no sistema Dois controladores de vazão foram implemen-
fuzzy tem-se uma acomodação mais rápida do siste- tados: PI e Fuzzy. Desse estudo, algumas conclusões
ma tendo em vista que no PI o tempo de simulação podem ser obtidas: (i) primeiramente se a saída Ks
foi em torno de 50. for zero, então o melhor tipo de controle será apenas
o proporcional, já que o integral teria um acúmulo de
22
erro que extrapola o nível desejado; (ii) para Ks dife- [6] Ogata, K. Engenharia de Controle Moderno,
rente de zero pode ser aplicado controle PI ou Fuzzy, Prentice-Hall, 4ª ed., 2004.
conforme a necessidade.
[7] GOMIDE, F. A. C.; GUDWIN, R.R. Modelagem,
Levando-se em conta que no controle PI é necessário
Controle, Sistemas e Lógica Fuzzy. SBA Controle &
conhecer a planta como um todo e para as simulações
Automação/Vol.4 n°3/setembro-outubro 1994.
realizadas no trabalho o sistema foi linearizado, o
projeto real se comportou diferente em alguns aspec- [8] ARDUINO. IDE Arduino. Disponível em:
tos, já que o modelo real não é linear, gerando acu- <https://www.arduino.cc/en/Main/Software>. Acesso
mulo do integrador e demora em estabilizar o siste- em 19 set. 2017
ma.
Em relação à técnica Fuzzy, no modelo matemático
do controlador há a necessidade de se especificar a
amplitude de Kv desejado, no sistema real isso é uma
variável manipulada pelo programa. Sendo assim,
uma vez projetado e ajustado o controlador Fuzzy,
este não necessita mais de alterações, sendo mais
eficiente para modelos não-lineares. Os testes mostra-
ram que o sistema fuzzy real tem um comportamento
melhor que o simulado, pois independente da entrada
este apresentou uma boa resposta e estabilizou-se
rapidamente.
Ressalta-se que o projeto é adaptável para qualquer
área de consumo onde necessite controle de vazão em
reservatórios.
Agradecimentos
Agradecemos ao professor Bortoleto pelo problema
proposto, a professora Marilza pela possibilidade de
desenvolvimento da solução durante o curso de Sis-
temas Microprocessados, ao professor Jaime pelo
auxilio na modelagem matemática do sistema. Aos
colegas que auxiliaram em dúvidas gerais. E por fim
e mais importante a Deus por mais esta oportunidade
de aprendizado.
Referências Bibliográficas
23
III MOSTRA CIENTÍFICA DE ROBÓTICA E AUTOMAÇÃO DE SOROCABA E REGIÃO
21 DE OUTUBRO DE 2017 - SOROCABA-SP
Resumo - O presente artigo apresenta os conteúdos teóricos e a descrição do desenvolvimento de um protótipo de medidor ele-
trônico para obter o controle de consumo de energia elétrica residencial e exibição dos dados através de App Android. O sistema
é composto de um equipamento integrado por Arduino, Shields e sensor de corrente, que deve ser acoplado à entrada do relógio
medidor de energia elétrica que se deseja monitorar.
Palavras-chave - Medidor eletrônico, Consumo de energia elétrica inteligente, Automação residencial, Arduino, Bluetooth
1 Introdução
1.2.2 Objetivos Específicos
Devido ao avanço tecnológico, temos também a Montar circuito para integrar o sensor de
necessidade de saber sobre tudo ao nosso redor, in- corrente, uma fonte de 12 VCC para 5 VCC
clusive o gasto e o consumo na conta de energia para a ligação do microcontrolador e os de-
elétrica para enfim, economizar. Com base no centro mais dispositivos cuja tensão de funciona-
brasileiro de informação de eficiência energética, mento é de 5 VCC.
cerca de 42% (PROCEL, 2016) da energia produzida Elaborar o código fonte em linguagem C++
no Brasil é gasta em operações e manutenções das que utilize a plataforma do Arduino que tra-
edificações. Entre os vilões no consumo de energia tará as informações coletadas.
elétrica nas residências, o chuveiro é um dos maiores Aperfeiçoar apresentação no aplicativo.
responsáveis pela alta do preço da conta no fim do
mês. Por isso, o PROCEL busca incentivar a conser-
vação e o uso eficiente dos recursos naturais (água, 2 Justificativa
luz, ventilação, etc.) nas edificações brasileiras, redu-
zindo o desperdício e os impactos sobre o meio am- A fim de obter o real valor gasto de um aparelho
biente. elétrico na conta de luz, será desenvolvido um medi-
Com o projeto de controle de energia elétrica propos- dor eletrônico digital para que seja possível medir
to neste trabalho, será possível realizar a medição de quanto gasta um aparelho. Exemplo: quanto gasta o
energia elétrica através de um sistema onde o usuário chuveiro, geladeira, freezer etc.
terá acesso aos dados de consumo, isso irá ajudar no Estes recursos serão monitorados a partir de um
controle e consequentemente na redução do consumo aparelho com baixo custo e fácil instalação.
de energia além de desperdícios desnecessários. Será
implantada uma forma diferente de medir a energia
elétrica a partir de um microcontrolador e um aplica- 3 Metodologia
tivo que possibilite visualizar e imprimir os valores
gastos. A metodologia adotada é a pesquisa experimen-
tal, pois terão de ser feitos testes do produto para
1.1 Problema de Pesquisa melhor desempenho, custo-benefício e calibração
Como saber em tempo real os gastos e tributos para obter resultados desejados. Será abordado o
de energia elétrica em determinado aparelho? estudo de confecção de placa de circuito impresso,
cálculos de potência elétrica para saber se o que está
1.2 Objetivos do Trabalho medindo está correto em relação ao que está sendo
apresentado, verificação dos valores cobrados pela
Os objetivos deste trabalho foram classificados concessionária, cálculos de tributos, verificação da
de forma geral e específica, como apresentado a linguagem de programação que será enviada ao mi-
seguir. crocontrolador e também, o desenvolvimento do
aplicativo. Sendo assim, todos estes processos foram
1.2.1 Objetivo Geral elaborados, testados e apresentados de forma inici-
almente experimental.
Medir o consumo de energia elétrica, transmitin-
do os dados obtidos via Bluetooth para um aplicativo
com sistema operacional (SO) Android a fim de obter
o controle detalhado de gastos.
24
3.1 Microcontrolador
De forma a facilitar a comunicação com os sen-
sores de corrente, é utilizado o microcontrolador
ATmega 328PU da plataforma Arduino, conforme
apresentado na Figura 1.
25
4 Projeto
26
5 Aquisição de Dados pelo Sensor ou até mesmo ser implementado pela concessionária
a fim de medição online da conta de energia elétrica.
Para verificar se o sensor estava realmente fun- A Figura 11 apresenta a montagem do projeto final.
cionando para realizar a aquisição de dados, foi utili-
zado um multímetro para verificar a tensão e a cor-
rente de alimentação do circuito. Matematicamente, a
tensão eficaz pode ser obtida através da Equação (1),
enquanto que a corrente eficaz pode ser obtida atra-
vés da Equação (2).
1 𝑇
𝑉= ∫0 𝑣(𝑡) 𝑑𝑡 (1) Figura 11-Montagem do projeto final. Fonte: Próprio Autor.
𝑇
Este projeto tem como finalidade proporcionar Agradeço a Deus por me dar saúde, capacidade,
conforto para o consumidor quanto à visualização e paciência e vida. Agradeço a todos que me ajudaram,
consequentemente tomar atitudes quanto ao controle em especial ao meu esposo Engº Clayton Marcelino
do consumo de energia elétrica de forma detalhada, que tanto me apoiou e ajudou no desenvolvimento do
evitando a “surpresa” na fatura do final do mês. Pode projeto e ao Prof. Me. Jefferson Dias que esteve
ser instalado em residência, comércio, condomínio sempre pronto a sanar minhas dúvidas.
27
Referências Bibliográficas
28
III MOSTRA CIENTÍFICA DE ROBÓTICA E AUTOMAÇÃO DE SOROCABA E REGIÃO
21 DE OUTUBRO DE 2017 - SOROCABA-SP
Resumo: A Robótica Industrial é a área que consiste no estudo, desenvolvimento, programação e utilização de plataformas
robóticas para a produção e manufatura em geral. Os robôs industriais podem possuir total autonomia na realização de tarefas, ou
serem controlados por uma pessoa. No que tange ao estudo da estrutura de um robô industrial e a análise de seu movimento, está
a área da cinemática. Este artigo terá como foco utilizar um braço robótico impresso em 3D para realizar metodologias de análise
de posição e orientação do efetuador do mesmo.
29
humano. Com esta nova estrutura, o robô tornou-se graus de liberdade um sistema tem, são os tipos de
capaz de seguir com mais precisão caminhos juntas, podendo elas ser de diversos tipos, sendo os
arbitrários no espaço, o que aumentou mais comuns: Rotacional (1 grau de liberdade),
consideravelmente as aplicações do robô, como por prismática (1 grau de liberdade), cilíndrica (2 graus
exemplo, podendo realizar montagens e soldagem. de liberdade) e esférica (3 graus de liberdade).
Após desenvolver este robô, Victor desenvolveu um Sabendo-se os tipos de juntas do sistema, para
novo robô, destinado a utilização pela General mecanismos planares utiliza-se o critério de
Motors, denominado de PUMA (Figura 3), traduzido Kutzbach, que diz:
para o português: Máquina Programável Universal N=3(B-1)-2nj1 -nj2
para Montagem. Onde: N é número de graus de liberdade, B é o
número total de corpos do mecanismo (incluindo o
solo), nj1 é o número de juntas com 1 grau de
liberdade, e nj2 é o número de juntas com 2 graus de
liberdade.
Na robótica industrial, geralmente o número de
juntas do manipulador (robô) é conhecido como os
graus de liberdade do mesmo. Comumente robôs
industriais têm seis graus de liberdade, sendo três
deles para o posicionamento da ferramenta acoplada
ao manipulador e três para obter a orientação da
Figura 3 - Exemplo de um robô PUMA desenvolvido por Victor ferramenta no espaço.
Motta e utilizado pela Unimation.
2.3 Mecanismo de Quatro barras
Até o fim dos anos 70, a única concorrente da
Unimation era a Cincinnati Milacron, porém isto Um mecanismo de quatro barras é basicamente
mudou com o crescimento das empresas japonesas formado por três barras móveis e uma barra fixa.
que desenvolveram robôs industriais com base nas Usualmente as barras são numeradas da seguinte
patentes americanas. Nesta época também entraram maneira:
neste mercado empresas americanas, como por Barra 1: Suporte;
exemplo, a General Eletric e General Motors. Barra 2: Manivela, é o componente gerador
Atualmente, as empresas de maior relevância na área do movimento;
de robótica industrial são a ABB, KUKA, Adept Barra 3: Biela, é o componente transmissor
Technologies, FANUC Robotics. do movimento;
Pode-se citar como vantagens da utilização da Barra 4: É a peça que será acionada.
automação e implementação da robótica industrial o Mecanismos de 4 barras são muito utilizados por sua
aumento na produtividade e rentabilidade, melhoria fácil implementação e por sua capacidade de
da qualidade dos produtos desenvolvidos devido a transmitir movimento, este definido pela
padronização, diminuição dos desperdícios, operação movimentação da barra 2.
em ambientes perigosos e operação de tarefas
repetitivas desagradáveis para o ser humano. 2.4 Cadeia Cinemática Aberta e Fechada
Na robótica, pode-se classificar os robôs pelo
2 Fundamentos Teóricos tipo de sua estrutura, podendo ele ser um robô serial,
de cadeia cinemática aberta, ou um robô paralelo, de
2.1 Análise Cinemática cadeia cinemática fechada. Uma cadeia cinemática é
classificada como aberta quando há apenas um
A análise cinemática é aquela relacionada com caminho na sequência elo-junta-elo entre a base do
as características do movimento do mecanismo e robô e seu efetuador. Já a cadeia cinemática fechada
examina este movimento a partir de uma perspectiva ocorre quando há mais de um caminho entre a base e
espacial e temporal de forma independente das forças o efetuador. Cada uma das cadeias tem suas
que causam o movimento. Uma análise cinemática, características, mas pode-se apresentar um
portanto é a descrição do movimento para determinar comparativo entre eles através da Figura 4.
qual a velocidade com que um objeto está se
movendo e qual a altura e a distância que o mesmo 2.5 Cinemática Inversa
atinge.
A cinemática inversa é aquela que define os
2.2 Graus de Liberdade parâmetros de cada uma das juntas do robô sabendo a
posição final do mesmo. Neste tipo de cinemática,
Grau de liberdade nada mais é do que o número pode-se haver ou não uma solução e a mesma pode
de parâmetros independentes que são necessários não ser a única existente e muitas vezes o sistema é
para definir a posição de um corpo no espaço em não linear. Para esta cinemática, são abordadas duas
qualquer instante de tempo. O que define quantos formas de solução, a solução para orientação
30
geométrica e a solução para posição. Para a • θ: ângulo entre o eixo X anterior e o X novo,
cinemática há um método de solução utilizado que é em torno do eixo Z novo (no caso de juntas
a Notação de Denavit-Hartenberg, que será explicado rotacionais, o θ será a variável controlada, pela
posteriormente neste artigo. rotação do motor);
𝜃𝑖 = 𝑋𝑖−1 𝑋𝑖 | 𝑍𝑖 (3.1.4)
Para realizar o algoritmo DH modificado, devem ser
seguidos alguns passos, de forma a obter ao final as
matrizes de transformação homogênea que
relacionam todos os links do manipulador robótico,
sendo elas obedecendo a seguinte estrutura:
c(θi ) -s(θi ) 0 ai-1
i-1
Ti = s(θi )c(αi-1 ) c(θi )c(αi-1 ) -s(αi-1 ) -s(αi-1 )di (3.1.5)
s(θi )s(αi-1 ) c(θi )s(αi-1 ) c(αi-1 ) c(αi-1 )di
[ 0 0 0 1 ]
Assim, é possível determinar as matrizes de
transformação entre os links vizinhos, e também em
relação a outros links, obedecendo a seguinte
expressão:
Figura 4 - Tabela comparativa cadeia fechada x cadeia aberta i-2 i-2 i-1
(CABRAL,2017B). Ti = Ti-1 *Ti (3.1.6)
Os passos, como já mencionado, são:
2.6 Cinemática Direta 1- Posicionar o manipulador robótico na posição
Diferentemente da cinemática inversa, a de referência (coordenadas zero);
cinemática direta trata da obtenção da posição e 2- Enumerar os Links, sendo a base do robô
velocidade do efetuador do robô a partir das posições igual a 0 (zero), o primeiro corpo móvel igual
das articulações. A solução para a cinemática direta é a 1 e o último link n;
única. O método de solução também utiliza da 3- Identificar os eixos das juntas, como sendo a
notação de Denavit-Hartenberg. Os sistemas linha sobre a qual o link atual gira (ou
definidos pela cinemática direta são lineares. translada) em relação ao link anterior;
4- Nos links intermediários (ou seja, sem contar
o 0 e o n), situar a origem do frame de
3 Metodologia coordenadas na interseção dos eixos ou na
normal comum entre eles;
3.1 Denavit-Hartenberg Modificado 5- Aplicar as expressões para os parâmetros e
determiná-los.
Desenvolvido em 1955 por Jacques Denavit e
Richard Hartenberg, a técnica dos parâmetros DH se 3.2 Toolbox de Robótica MATLAB
baseia em quatro variáveis utilizadas para criar um
sistema de referência aos links de uma cadeia Desenvolvida por Peter Corke em 1995 e
cinemática. Com base nos quatro parâmetros, é detalhada em seu livro Robotics Toolbox for
possível obter a matriz de transformação homogênea MATLAB, a biblioteca Robotics, Vision & Control,
para cada link. ou rvctools, é uma poderosa ferramenta para a
Posteriormente, em 1985, John J. Craig publicou em análise cinemática de mecanismos manipuladores
seu livro Introduction to Robotics: Mechanics and robóticos.
Control, uma abordagem semelhante, conhecida Ela se baseia em operações de álgebra linear e
atualmente como DH modificado. Suas diferenças representações gráficas para tornar possível e mais
estão nos locais adotados para os sistemas de rápido o estudo de diversos conceitos, como criação
coordenadas, e a ordem das transformações de estruturas seriais, cinemática direta, cinemática
realizadas. inversa, análise de trajetórias, entre outros.
Os quatro parâmetros, e suas respectivas equações Para o presente projeto, os seguintes comandos
são: foram utilizados:
• a: distância do eixo Z anterior ao Z novo, • startup_rvc: inicia a biblioteca de robótica,
medida ao longo do eixo X anterior; para que os próximos comandos sejam identificados
̅̅̅̅̅̅̅
ai-1 =Z e executados de maneira correta;
i-1 Zi | X (3.1.1)
i-1
• Link (X) ([θ, d, a, α, 0/1, offset], ‘modified’):
• d: distância entre o eixo X anterior e o X novo, cria a estrutura do link baseado na metodologia de
medida ao longo eixo Z novo; parâmetros DH Modificada. O quinto termo dentro
di =X̅̅̅̅̅̅̅
i-1 Xi | Zi (3.1.2) do vetor está relacionado com o tipo de junta entre o
• α: ângulo entre o eixo Z anterior e o Z novo, link X-1 e o link X, sendo 0 para junta rotacional e 1
em torno do eixo X anterior; para prismática;
αi-1 = Zi-1 Zi | X (3.1.3) • SerialLink (Y): cria uma estrutura de cadeia
i-1 cinemática do tipo serial, composta por todos os links
31
criados na variável Y através do comando anterior; 3.4 Estrutura do Braço Robótico
• jtraj(posição 1, posição 2, steps): realiza a
O manipulador robótico utilizado para a
movimentação do manipulador robótico, indo da
atividade proposta foi idealizado em uma
posição 1 para a 2, no número de passos (steps)
comunidade de entusiastas em impressão 3D,
desejados. As variáveis de posição, no caso de juntas
conhecida como Thingiverse, pelo usuário
rotacionais, correspondem aos ângulos θ de cada uma
daGHIZmo. Sua estrutura é feita com um material
das juntas presentes no robô. Este comando já realiza
plástico conhecido como ABS, e quatro servo
a técnica do polinômio de quinta ordem para criar a
motores do modelo TowerPro SG90 comandam o
trajetória, o que é benéfico à estrutura, pois não cria
movimento de seus links e da garra, que pode
situações abruptas de velocidade ou aceleração;
pegar/soltar objetos. A seguir na Figura 7 está sua
• plot e plot(trajetória): cria a interface gráfica
representação.
para a visualização do robô parado, ou realizando a
trajetória desejada. Permite ferramentas de rotação,
translação e zoom, tornando eficiente a visualização
da estrutura sob diversas vistas;
• fkine(ângulos): realiza a cinemática do robô,
baseando nos ângulos fornecidos para cada juntas (no
caso de somente rotacionais) e resultando na posição
final do TCP em relação à origem (base).
32
Figura 9 - Workspace realizado pelos motores 2 e 3.
33
O ângulo 𝜃4 não é uma variável independente, mas
sim uma relação entre 𝜃2 e 𝜃3 , criada para garantir a
estabilização da garra sempre paralela ao solo.
Assim, 𝜃4 é obtido pela seguinte expressão:
𝜃4 = −(𝜃2 + 𝜃3 ) (4.1)
Posteriormente, os parâmetros foram colocados em
um script de programação do software MATLAB,
como descrito a seguir na Figura 13.
34
Figura 20 - Realização da aplicação proposta - Etapa de seleção.
35
manipulando e movimentando peças de maneira Robótica – Apontamentos (parte 5); disponível em:
correta de modo a garantir a total eficiência da linha <http://www.profelectro.info/tag/cadeia-
de produção. cinematica-em-robotica/>; acesso em 02/06/17.
SANTOS, V. M. F. Robótica industrial,
Universidade de Aveiro; disponível em:
Agradecimentos <http://www.ece.ufrgs.br/~rventura/RoboticaInd
ustrial.pdf>; acesso em 02/06/17.
Agradecemos à comunidade da Unesp Sorocaba
e aos professores Renato Quarentei Gardiman e
Mauricio Becerra Vargas pelo apoio e suporte
durante o desenvolvimento do projeto.
Referências Bibliográficas
36
III MOSTRA CIENTÍFICA DE ROBÓTICA E AUTOMAÇÃO DE SOROCABA E REGIÃO
21 DE OUTUBRO DE 2017 - SOROCABA-SP
Resumo Um mecanismo é um conjunto de elementos de máquinas ligados de forma a produzir um movimento específico.
Nosso interesse se dará pelo mecanismo de quatro barras que é formado por 3 barras móveis e uma barra fixa. O conjunto de
elementos que estabelece o contato entre as diversas barras de um mecanismo é chamado junta cinemática ou par cinemático. Pa-
ra um entendimento mais profundo de um mecanismo, é importante entender também o que são os graus de liberdade e como is-
so afeta em cada tipo de mecanismo. Nesse contexto, este trabalho objetiva sintetizar um mecanismo flipping baseado em um
mecanismo de quatro barras.
Palavras-chave Mecanismo, Barras, Kutzbach, Juntas, Graus de liberdade, Projeto, Rotação, acoplador.
1 Introdução
2 Mecanismo
37
uma linha que intercepta o ponto D3, perpendicular a
D1D2, e escolhido um ponto O4 sobe ela.
Passo 3: Após efetuar os procedimentos anteriores,
os comprimentos dos links foram obtidos, a partir
dos segmentos de retas formados pela união dos
seguintes pontos:
LINK VERDE (ACOPLADOR) = C1D1
LINK AZUL (SEGUIDOR) = C1O2
LINK AMARELO (MOTOR) = D1O4
Na qual:
𝑁: Número dos graus de liberdade
𝐵: Número do total de corpos incluindo o solo
𝑛𝑗1 : Número de juntas com um grau de liberdade
𝑛𝑗2 : Número de juntas com dois graus de liberdade
Assim:
𝑁 = 3(6 − 1) − 2 · 7 = 1
Figura 4- Método Gráfico de 2 Posições (Norton, 1999).
O número obtido é válido, uma vez que essa estrutu-
ra seria facilmente controlada por apenas um motor 3.3 CAD
associado a uma de suas juntas. Na Figura 1, o link
acionador representado pela cor rocha, controla o A metodologia descrita anteriormente foi aplica-
movimento do mecanismo. da utilizando a ferramenta Autocad Mechanical. A
Figura 5 ilustra, de forma resumida, os procedimen-
tos realizados. A execução do primeiro passo pode
3.2 Critérios de projeto ser identificada, a partir do desenho das posições
Com o objetivo de elaborar um modelo de me- inicial e final do acoplador. A execução do segundo
canismo semelhante ao da Figura 1 que efetue um passo pode ser identificada, com o desenho das li-
movimento parecido com o da Figura 2, foi conside- nhas construtivas em vermelho que interceptam os
rado um método gráfico de duas posições. Dessa pontos O2 e O4. Por fim, a posição do desenho foi
forma, o mecanismo foi analisado a partir do esque- alterada, tomando como referência, o deslocamento
ma ilustrado na Figura 4, na qual o acoplador é re- do ponto O2 para a coordenada (0,0,0). Assim, o
presentado pelo link CD. Considerando que são for- terceiro passo foi executado, obtendo as coordenadas
necidos dados sobre a posição inicial C1D1 e a posi- dos pontos com o auxílio do comando ‘ID’.
ção final C2D2 do link CD, é possível efetuar alguns
procedimentos a fim de obter os comprimentos dos
corpos que formam um mecanismo de quatro-barras
capaz de movimentar-se alternando entre essas posi-
ções.
Passo 1: A metodologia utilizada consiste em dese-
nhar o link CD nas posições desejada e delimitar a
distância formada entre as posições finais e iniciais
das juntas desse link. Assim, foi obtido os segmentos
de reta C1C2 e D1D2 e traçada a reta perpendicular a
cada um desses, passando pelos respectivos pontos
médios C3 e D3.
Passo 2: Em seguida, foi desenhada uma linha que
intercepta o ponto C3, perpendicular a C1C2, e esco-
lhido um ponto O2 sobe ela. Procedimento semelhan-
te foi realizado para o outro segmento. Foi desenhada
Figura 5 - CAD do Flipping Mechanism.
38
A exatidão dos pontos encontrados O2 e O4 foi con- conhecido como pistões. O princípio fundamental é
firmada pelo fato de que as distâncias entre o seg- transformar trabalho hidráulico ou pneumático em
mento de reta da origem até C1 ou C2 serem iguais, deslocamento mecânico linear. Um cilindro consiste
logo, ali se encontra o ponto O2. Analogamente a de uma camisa de cilindro, de um pistão móvel e de
distância entre o ponto O4 e D1 é equivalente a dis- uma haste ligada ao pistão.
tância do ponto O4 e D2, confirmando assim a locali- Com intuito de replicar o funcionamento do meca-
zação exata de O4. nismo através de simulação, foi desenhada uma caixa
A Figura 6 ilustra a interpretação do CAD no softwa- e inserida uma força de contato entre as extremidades
re Adams View, com a finalidade de fazer as simula- do acoplador que abrigam esse objeto.
ções e o estudo do projeto. Inicialmente foram cria- Na Figura 8, nota-se que o mecanismo de quatro
dos pontos geométricos para a construção do desenho barras foi representado por uma estrutura 2D, a qual
do mecanismo no Adams, e estes foram deslocados deve movimentar a caixa de modo semelhante ao
paras as coordenadas obtidas no Autocad, com recur- descrito na introdução. Porém, observando a figura é
so da ferramenta Table Editor. esperado que a caixa crie um momento em relação a
barra e ela se desvincule da estrutura, caindo ao chão.
Para garantir que isso não ocorra foi inserido uma
junta primitiva de eixos paralelos entre a caixa e o
acoplador.
39
É evidenciado na Figura 10, dessa forma, que o mo- Já na Figura 13, encontra-se o torque presente no
vimento foi restringido exclusivamente ao grau de motor do link acionador - rosa, que é responsável por
liberdade do movimento preterido. realizar a rotação da ‘cadeira.
4 Análise cinemática
Figura 13 - Torque no motor do Link acionador- Rosa.
4.1 Adams
O mecanismo foi implementado e aplicou-se 4.3 Análise de forças
uma junta de rotação a fim de obtermos o desloca- Nas figuras de 14 a 18, podemos interpretar os resul-
mento das nossas barras, na Figura 11 é possível tados das forças para cada junta e podemos concluir
identificar as diferentes posições encontradas do que a Figura 15 - Força entre o link amarelo e o link
flipping mechanism enumeradas. acionador rosa (Figura 14) possui o maior módulo, já
que esse link é o maior responsável pela execução do
movimento.
4.2 Gráficos
O gráfico da Figura 12 ilustra o ângulo do link Figura 14 - Força entre o chão e o link rosa.
pelo tempo de execução, ou seja, o quanto ele se
movimenta até que exista o movimento completo
desde a entrada da caixa até a sua rotação e posteri-
ormente a saída do mecanismo.
40
Agradecimentos
Referências Bibliográficas
4 Conclusão
41
III MOSTRA CIENTÍFICA DE ROBÓTICA E AUTOMAÇÃO DE SOROCABA E REGIÃO
21 DE OUTUBRO DE 2017 - SOROCABA-SP
Resumo Este artigo de revisão tem o objetivo de apresentar um revisão da evolução das redes de sensores industriais sem fio –
IWSN, no âmbito do paradigma da Internet das Coisas Industrial (IIoT), abrangendo os aspectos fundamentais dos padrões
ZigBee, WirelessHART, ISA100.11a, WIA-PA e a mais recente iniciativa do padrão 6TiSCH. As principais diferenças e seme-
lhanças dos padrões, protocolos e as camadas de redes propostas são destacadas e as vantagens e restrições para o atendimento
dos requerimentos de redes de sensores sem fio no ambiente industrial são discutidas.
42
Com os desafios e requerimentos citados torna-se apresenta o contexto e requerimentos para aplicações
essencial posicionar a importância das redes de sen- de redes sem fio na indústria. A seção 3 apresenta as
sores sem fio industriais (IWSN) no cenário tecnoló- características dos padrões IEEE 802.15.4/802.15.4e.
gico de automação industrial, uma vez que surgem Na seção 4 é apresentado o novo padrão 6TiSCH e
como uma alternativa viável para redes com fio e suas principais características e na seção 5 uma con-
trazendo vantagens únicas de agilizar as operações, clusão sobre este artigo.
acelerar a produção, facilitar a instalação, aumentar a
flexibilidade e reduzir despesas para manutenção da
infraestrutura, além de reduzir a frequência de inter- 2 As aplicações de redes sem fio na indústria
venções com os danos causados nos cabos de redes
no chão de fábrica devido aos movimentos de equi- As aplicações de automação industrial podem
pamentos e máquinas. Uma pesquisa sobre os princi- ser categorizadas em dois campos distintos: (1) au-
pais fatores a serem considerados para uma eventual tomação de processo (PA) e (2) automação de manu-
adoção de sistemas sem fio para aplicações industri- fatura (FA). Algumas aplicações são híbridas reunin-
ais foi realizada em 2010 (ISA100 Compliance Insti- do ambas categorias. Na Figura I é apresentada uma
tute). Os resultados estão apresentados na Tabela I. visão geral do mercado de aplicações industriais.
43
Tabela II – Padrões de redes IWSN para automação de processos. críticas, as mensagens devem ser entregues de uma
Aplicação Padrões existentes maneira mais confiável e determinística.
Automação de Processos ZigBee, Inicialmente, o padrão ZigBee foi desenvolvido para
WirelessHART, atender uma grande quantidade de aplicações, inclu-
ISA100.11a , indo automação industrial, mas não especificamente
WIA-PA para aplicações industriais. Uma das características
Automação da Manufatura WISA, WSAN-FA deste padrão é que os nós sensores podem permane-
cer uma grande parte do tempo no estado de baixo
Os padrões WISA (Wireless Interface for Sensor and consumo de energia (low-power sleep state). Conse-
Actuators), desenvolvido pela empresa ABB, e quentemente, as aplicações dessa rede são mais
WSAN-FA (Wireless Sensor and Actuator Network) apropriadas para as definidas nas classes 4 e 5 onde
são utilizados na automação de manufatura (FA) e baixo consumo de energia tem prioridade sobre os
utilizam o padrão de camada física do IEEE 802.15.1 requerimentos de atrasos de tempo de resposta.
– Bluetooth. Os outros três padrões foram desenvolvidos especifi-
O foco deste trabalho encontra-se no estudo das camente para aplicações de automação de processos,
IWSN para aplicações de PA. O objetivo é descrever porém com diferentes abrangências. Enquanto que o
os aspectos gerais dos padrões ZigBee, Wire- padrão WirelessHART tem o objetivo de atender
lessHART, ISA100.11a e WIA-PA, mas principal- aplicações das classes 2 a 5, o padrão ISA100.11a
mente apresentar os fundamentos do novo padrão em está direcionado para ter uma cobertura mais flexível
desenvolvimento denominado 6TiSCH. Em geral, as e abrangente, desde a classe 1 até a 5. O padrão
aplicações em automação de processo (PA) podem WIA-PA apresenta-se como um novo padrão e adota
ser divididas em seis classes conforme a Tabela III. a especificação IEEE 802.15.4 sem modificações,
concebido para atender processos industriais de mo-
Tabela III – Classes de automação de processos – PA. nitoramento, medição e controle de malha aberta
Categoria Classe Aplicação Latência Descrição correspondentes às classes 3 a 5. Com isso, os dife-
Emergência rentes objetivos dos quatro padrões nas suas aplica-
- Desligamento de
emergência
10 ms - ções levaram a importantes diferenças na arquitetura
Seguran- máxima e Sempre
ça
0 - Controle de incên-
determi- crítico das redes, conjunto de protocolos e características
dio
- Detecção e vaza-
nística técnicas.
mentos A classe 0 é direcionada para aplicações críticas,
Controle regulatório mais sensíveis às variações de tempo, requerendo
em loop fechado
Frequen- menos de 10 ms de latência e com comunicação
- Controle direto de
1 temente
atuadores 10 a 100
crítico determinística. Consequentemente a classe 0 não é
- Desligamento ms -
automático latência apropriada para redes sem fio multi-hop e com isso
Controle supervisó- conforme nenhum dos 4 padrões atendem esta classe. Para a
Controle rio em loop fechado aplicação Normal-
2 - Otimização de mente não
classe 0, devido às similaridades de requerimentos
loops de controle crítico com as aplicações de automação de manufatura,
- Divisão de Vazão padrões tais como WISA, WSAN-FA podem ser
Controle em loop
aberto Operação adotados.
3
-Ajuste manual pelo manual
operador
Sinalização Manuten- 2.1 Aspectos dos padrões considerados
-Evento de manuten- ção
ção necessária A) ZigBee: o padrão suporta topologias estrela,
4 -Vibração (conse- arvore e malha sendo que esta última fornece siste-
-Temperatura de quências
equipamentos
100 ms -
de curto mas mais dinâmicos e distribuídos e comunicações
médio
Monito-
prazo) mais confiáveis pelo fato de oferecer caminhos re-
Atividades de gestão
ramento
de operação
Manuten- dundantes. No entanto, tem menor capacidade de
ção atender a aplicações de redes industriais, devido aos
-Recuperação de
preventiva
histórico atrasos e controles de operação. Portanto, a topologia
5 (sem
-Sequência de
Eventos
conse- estrela é preferível para aplicações industriais e topo-
quências
-Registros de
imediatas) logia em arvore para redes de larga escala com prio-
manutenção
ridade de baixo consumo. A rede ZigBee apresenta
três tipos de dispositivos: coordenador, roteador e
A Tabela III definida pelo comitê ISA 100, apresenta dispositivos finais. O coordenador é responsável pela
ainda exemplos de aplicações e latência e abrange inicialização, manutenção e controle da rede, com
desde controles críticos até monitoração, nos quais os roteador tendo nós relacionados e dispositivos finais
requerimentos de latência, confiabilidade, sincroni- na execução de aplicações sem habilidade de rotea-
zação e variações de atraso na rede são diferentes. mento.
Exemplificando, a latência admissível para as classes B) WirelessHART: tem topologia composta
de 3 a 5 é de aproximadamente 100 ms, enquanto que por dispositivos de campo, gateway, pontos de aces-
na classe 0 é menor a 10 ms e nas classes 1 e 2 po- so e gerenciador de rede. Os dispositivos de campo
dem variar de 10 a 100 ms. Para aplicações mais da planta industrial têm a capacidade de roteamento e
44
os pontos de acesso conectam-se com o gateway, aprimoramentos, tais como, mecanismo de baixa
com o gerenciador realizando a configuração de rede, energia, de troca de informações na subcamada
agendamento e gestão de comunicações entre dispo- MAC, Beacons aprimorados para maior flexibilida-
sitivos. de, quadros multiuso, métricas de desempenho para
C) ISA100.11a: apresenta uma rede com duas camadas superiores e associação rápida de nós para
classes principais de dispositivos, sendo, dispositivos aplicações onde a latência é prioridade. O IEEE
de campo e dispositivos de infraestrutura. Os disposi- 802.15.4e define cinco novos modos de funciona-
tivos de campo são de 3 tipos: dispositivos roteado- mento MAC ou protocolos MAC: (Iacob 2016)
res com funções completas de roteamento, de entra-
da/saída com funções reduzidas para fornecimento de Time Slotted Channel Hopping (TSCH): para
dados, envio e recepção, criados com o propósito de aplicações de automação industrial e controle de
atender características de baixa complexidade e baixo processos, fornecendo suporte para comunica-
consumo de energia e por último os dispositivos ções multi-salto e multicanais através do método
portáteis sem capacidade de roteamento. Os disposi- TDMA (Time Division Mutiple Access);
tivos de infraestrutura englobam roteadores princi- Deterministic and Synchronous Multi-Channel
pais, gateways e gerenciadores de sistema e seguran- Extension (DSME): destinado tanto aplicações
ça. industriais como comerciais com requerimentos
D) WIA-PA: as redes neste padrão suportam específicos de confiabilidade e atualização dos
topologia mista estrela-malha, com o primeiro nível dados, com dois diferentes modos de diversifica-
em topologia malha com roteadores e gateway e no ção de canais, sendo projetado especificamente
segundo nível com topologia estrela com roteadores para redes em malhas (mesh) e de multi-saltos;
e dispositivos de campo. Nas sub- redes estrela os
Low Latency Deterministic Network (LLDN):
roteadores funcionam como nós centrais chamados
projetado para redes com canais e salto único,
de centros de agrupamento e tem a função de monito-
visando automação de manufatura, onde as apli-
ramento de rede. Devido a esta função são instalados
cações requerem latência bastante baixa;
de forma redundante para garantia de operação.
Asynchronous Multi-channel Adaptation
(AMCA): para aplicações com grandes quanti-
3 O padrão IEEE 802.15.4 e sua evolução dades de nós tais como redes inteligentes de uti-
lidades, monitoração de infraestrutura e controle
Todos os padrões abordados neste artigo, ou se- de processos, baseia-se na adaptação de multica-
ja, ZigBee, WirelessHART, ISA100.11a e WIA-PA, nais assíncrono e utilizado somente em redes BE
utilizam como base o padrão IEEE 802.15.4, desen- (beacon-enabled).
volvido para atender redes LR-WPAN (Low-Rate Radio Frequency Identification Blink (BLINK).
Wireless Personal Area Network) que visam comu- Para aplicações de identificação de itens ou pes-
nicações sem fio simples, de baixo custo e consumo soas, localização e rastreamento. Permite um nó
de energia, poucos requerimentos de taxa de transfe- comunicar seu ID para outro sem uma pré-
rência, fácil instalação e protocolos flexíveis (IEEE associação e reconhecimento.
802.15.4-2006). O IEEE 802.15.4 trabalha sobre as Os aprimoramentos do IEEE 802.15.4e para atender
bandas de frequências denominadas como ISM (In- o mercado industrial utilizam ideias dos padrões
dustrial Scientific and Medical) de 868MHz (Euro- WirelessHART e ISA100.11a, tais como, acesso
pa), 915MHz (EUA) e 2.4GHz (mundialmente) que particionado, partições de tempo dedicadas e com-
não precisa de ser licenciada. Na banda de 2.4GHz, partilhadas e salto em frequência.
que é a mais utilizada, o espaçamento entre canais é
de 5MHz com uma largura de banda de 2.5MHz,
podendo atingir uma taxa de transferência de 4 O padrão IETF 6TiSCH
250kbps. As modulações utilizadas são o BPSK
(Binary Phase Shift Keying) e o O-QPSK (Ortognal- Em novembro de 2013 foi criado no IETF (In-
Quadrature Phase Shift Keying). ternet Engineering Task Force) o grupo de trabalho
6TiSCH (“IPv6 over the TSCH mode of IEEE
3.1 O padrão IEEE 802.15.4e 802.15.4e”) com o objetivo atrelar um desenvolvi-
mento de camadas de nível superior com suporte ao
O comitê do IEEE 802.15.4 percebeu deficiên-
IPv6 à um padrão da camada de enlace, com desem-
cias na camada MAC quando utilizado para atender
penho suficiente para atender o segmento industrial
condições de comunicação em tempo real e confiabi-
em termos de confiabilidade e consumo de energia,
lidade para aplicações industriais. Dessa forma, foi
essencial na convergência para realização da Internet
criado o grupo de trabalho IEEE 802.15.4e, com o
das Coisas Industrial IIoT.. Diante dessas premissas e
objetivo de definir um protocolo MAC multi-salto
padrões já existentes, os trabalhos foram direciona-
(multi-hop) de baixo consumo, capaz de satisfazer as
dos para integração do padrão IEEE 802.15.4e com o
necessidades de aplicações industriais. O resultado
modo TSCH com outros desenvolvimentos compatí-
foi o documento “ IEEE 802.15.4e MAC Enhance-
veis com o IPv6 como o protocolo RPL, 6LoWPANe
ment Standard”, aprovado em 2012, que introduz
e COAP entre outros (Dujovne 2016)
45
O padrão 6TiSCH visa especificar uma arquitetura de fornece um nível de abstração do enlace requerida
protocolos de redes sem fio para atender aos reque- para operações IP.
rimentos de desempenho de aplicações industriais em De maneira geral, o funcionamento da pilha de pro-
termos de latência, jitter, confiabilidade e baixo con- tocolos vai especificar o modo como os pacotes que
sumo para IPv6 sobre o padrão IEEE 802.15.4e pertencem a um fluxo de dados IPv6 determinístico
TSCH. A arquitetura resultante do padrão 6TiSCH são marcados, roteados e enviados sobre as redes
está mostrada na Figura 2.(Watteyne 2017) mesh dentro das condições necessárias de latência e
jitter. Também irá englobar aspectos de segurança,
gerenciamento de enlace na camada de rede IPv6,
descoberta de nós vizinhos e roteamento. Conforme
o desenvolvimento e possibilidades, o grupo de tra-
balho reutilizara protocolos existentes tais como IPv6
Neighbor Discovery (ND), 6LoWPAN e RPL (Rou-
ting Protocol for Low-Power and Lossy Networks)
com mínimas adaptações para atingir os critérios de
confiabilidade e rede determinística dentro da topo-
logia mesh e escalabilidade sobre a rede principal
(backbone).
Figura 2 – Arquitetura do padrão 6TiSCH [24]
4.3 A camada 6LoWPAN com RPL e CoAP
4.1 A camada 804.15.4e TSCH Através de um importante esforço de padroniza-
ção no IETF, padrões como o 6LoWPAN - IPv6 over
A técnica TSCH define um modo operacional da
Low power Wireless Personal Area Network, com as
camada de enlace introduzida na revisão 804.15.4e a
características de compressão de cabeçalho, fragmen-
fim e habilitar a natureza determinística de sem fio
tação e reagrupamento no protocolo IPV6, permitem
em automação e controle de processos, sendo uma
que os dispositivos sem fio de baixa potência se
herança das redes Wire-lessHART e ISA100.11a.
comportem como qualquer outro host da Internet,
O TSCH combina Time Division Multiplexing com
simplificando bastante a integração de redes sem fio
uma técnica de flexibilidade de frequência chamada
de baixa potência em um sistema de rede integrado
Chanel Hopping para eliminar todas as formas de
de maiores proporções e, juntamente com a técnica
interferências e é particularmente eficiente contra o
TSCH, satisfazem os parâmetros de confiabilidade e
desvanecimento de múltiplos caminhos, o que geral-
baixa demanda de energia para aplicações industriais.
mente afeta 2 ou 3 dos 16 canais disponíveis com
Com isso, uma rede 6TiSCH pode incluir uma série
IEEE802.15.4 na banda de 2,4 GHz. Uma agenda
de pequenas redes sem fio integradas por um back-
indica não apenas o tempo das transmissões indivi-
bone de alta velocidade abrangente e, através do uso
duais, mas também os canais onde as transmissões
do uso da nva funcionalidade 6LoWPAN Neighbor
ocorrem, por exemplo, uma transmissão pode ocorre
Discovery, introduzida em roteadores de backbone
em um determinado canal, mas uma eventual re-
permite eliminar a necessidade de difusão multicast,
transmissão poderá ocorrer em um canal diferente
formando efetivamente uma grande sub-rede IPv6.
que é selecionado através de um algoritmo pseudo-
A interação dos padrões IETF RPL – Routing Proto-
randômico.
col for LLNs e CoAP - Constrained Aplication Pro-
tocol nas camadas superiores permite uma série de
4.2 A introdução da camada 6TOP facilidades, permitindo o padrão 6TiSCH a padroni-
A pilha de camadas do 6TiSCH prevê técnicas zação um conjunto de recursos.
para implementação de funções de roteamento, O protocolo RPL, desenvolvido para atender redes
transporte e segurança, mas recomenda elemen-tos LLN - Low power and Lossy Networks, define uma
básicos para aplicações em redes sem fio de baixa árvore de roteamento utilizando o conceito de grafos
potência e com restrição de largura de banda. Em acíclicos direcionados, DAG, com cada nó de rede
particular, os protocolos UDP e CoAP (Constrained podendo associar-se a mais de um nó, o que difere o
Application Protocol) utilizados como protocolos de RPL dos demais protocolos baseados em árvores. A
transporte para aplicações e gerenciamento em opo- organização é orientada ao destino, com um nó raiz
sição aos protocolos mais utilizados TCP e HTTP do concentrando o recebimento dos dados, sendo que,
IP. (Watteyne 2016) essa estrutura recebe o nome de DODAG - Destina-
Esta arquitetura define uma nova subcamada deno- tion-Oriented Directed Acyclic Graph. Dentre as
minada 6top que viabiliza a alocação ou remoção de características importantes do RPL que podem ser
slots entre nós vizinhos. A subcamada 6top pode compartilhadas estão a autoconfiguração, auto detec-
operar uma ou várias funções de agendamento, as ção de falhas, múltiplos roteadores de borda, detec-
quais definem as regras para como e quando adicio- ção e impedimento de loops e três modelos de nós:
nar ou remover slots em cada nó. A subcamada 6top roteadores de borda, roteadores e hosts.
tem a função de controle lógico de enlace situada O CoAP é um protocolo de nível de aplicação sobre
entre acamada IP e a camada MAC TSCH, a qual UDP desenvolvido para atender redes LLN, em apli-
46
cações M2M., que define uma forma de transferir Conforme observado na Figura 4, uma fatia é uma
dados tal como é feito através do Representacional lista conhecida de células, distribuídas no tempo e
State Transfer (REST) e, para tanto, utiliza funciona- frequência, dentro da matriz CDU. A partição da
lidades similares ao do HTTP e permite que clientes CDU em fatias é totalmente conhecida por todos os
e servidores acessem ou consumam serviços Web nós de rede a fim de implementar o processo de ne-
facilmen-te através de Uniform Resource Identifiers gociação entre nós. Um nó que se apropria de uma
(URIs), porém diferentemente do REST, o Co-AP fatia pode decidir qual transmissão irá ocorrer dentro
usa o protocolo UDP, o que o coloca como mais do seu domínio de interferência. De maneira geral,
adequado para aplicações em IoT. Apresenta duas uma fatia pode ser vista como a generalização de um
camadas em sua arquitetura interna, permitindo que canal de transmissão dentro do domínio de tem-
dispositivos de baixa potência possam interagir. A po/frequência.
primeira camada implementa os mecanismos de
requisição/resposta. A segunda, detecta mensagens
duplicadas e fornece comunicação confiável sobre o
UDP. O CoAP utiliza quatro tipos de mensagens:
confirmable, non-confirmable, reset e acknowledge-
ment, sendo que a confiabilidade do protocolo CoAP
é atingida ao combinar as mensagens confirmable e
non-confirmable sobre o UDP. Figura 4: Exemplo de uma matriz CDU [24]
Estes recursos CoAP transformam um nó no equiva-
lente limitado de um servidor web e um programador O agendamento de uma rede TSCH envolve uma
central atua como um navegador com capacidades de política que usa vários mecanismos para gerenciar os
atualização e carregamento de novas configurações. aspectos operacionais da rede. A política é responsá-
vel por determinar qual o intervalo de tempo é aloca-
4.4 O mecanismo de agendamento do para quais nós. Neste aspecto, o agendamento
pode ser visto como uma questão de otimização de
Em uma rede TSCH, o tempo é fatiado em parti-
intervalos de tempo que são atribuídos a pares de nós
ções chamadas slotframes, tipicamente compostas de
vizinhos para satisfazer os requisitos de nível de
10 até milhares unidades de tempo ou múltiplos time
aplicação da rede.
slots de duração típica de 10 ms, suficientes o bastan-
Esses requisitos podem ser expressados como métri-
te para acomodar os maiores pacotes de dados, e
cas que o algoritmo de agendamento precisa otimi-
proporcionar tempo suficiente para o receptor enviar
zar. As métricas podem envolver alocação de coli-
de volta um reconhecimento indicando o sucesso na
sões, consumo de energia, latência ou uma combina-
recepção.
ção destas. O próprio algoritmo de agendamento
Uma agenda coordena toda a comunicação na rede
pode seguir uma variedade de abordagens estocásti-
TSCH indicando para um nó o que fazer em cada
cas ou combinatórias de otimização de operação.
timeslot, quer seja transmitir, receber ou colocar-se
Para permitir a máxima flexibilidade, a política de
em estado de não atividade (sleep). Para cada unida-
agendamento não é padronizada pelo 6TiSCH.
de de transmissão ou recepção, a agenda também
Em casos mais simples a agenda TSCH pode ser
indica qual nó sensor vizinho para iniciar uma comu-
estática. Uma vez que um nó tenha uma agenda in-
nicação e um canal de frequência para utilização.
cluída, a qual pode ser pré-programada ou incorpora-
Esta frequência disponibilizada torna-se autossufici-
da durante o processo de adesão do nó à rede, está
ente permitindo uma operação dinâmica por meio de
agenda nunca é alterada. Uma segunda abordagem
padrões pseudo-randômicos que resultam em saltos
pode ser o agendamento centralizado. O padrão
de frequência.
6TiSCH está padronizando um conjunto de recursos
A implementação de uma agenda de comunicação
CoAP permitindo que uma entidade externa controle
envolve definir timeslots entre nós vizinhos como
a agenda. Estes recursos CoAP transformam um nó
sendo recursos da camada de enlace e, a designação
no equivalente limitado de um servidor web e um
de múltiplos timeslots para o mesmo vizinho aumen-
programador central atua como um navegador com
ta a capacidade de troca de mensagens por unidade
capacidades de atualização e carregamento de novas
de tempo (throughput) e diminui a latência de comu-
configurações no servidor CoAP. Outra alternativa é
nicação.
o agendamento distribuído, em que os nós vizinhos
Neste contexto, o padrão 6TiSCH define um novo negociam o uso de intervalos de tempo entre si, sem
conceito global que é chamado de matriz de distri- exigir intervenção de uma entidade central, sendo
buição / uso do canal (CDU). A matriz pode ser divi- que o 6TiSCH está padronizando o formato dos pa-
dida em fatias e é composta das chamadas "células" cotes trocados entre nós vizinhos para conduzir esta
com uma altura igual ao número de frequências dis- negociação.
poníveis (indexado por canais – channel offsets) e
A política de agendamento distribuído atualmente em
uma largura de intervalos de tempo que é o período
desenvolvimento é chamada de agendamento "On-
de operação de agendamento (indexada por slot
The-Fly (OTF). Ao usar OTF, um nó monitora o
offsets).
estado da fila de pacotes de saída (armazenada em
sua memória interna). Se o fila atinge o máximo, o
47
OTF determina que não existe largura de banda sufi- Referências Bibliográficas
ciente e desencadeia uma negociação de intervalos de
tempo adicionais com o vizinho (s) apropriado (s). Alcaraz C, and J. Lopez (2010) “A security analysis
Da mesma forma, se a fila está sempre vazia, negocia for wireless sensor mesh networks in highly crit-
a remoção de intervalos de tempo. O OTF descreve a ical systems,” IEEE Trans. Syst., Man, Cybern.,
estrutura, políticas e interfaces do esquema de agen- pp. 419–428.
damento distribuído, mas não inclui o algoritmo de
estimativa de largura de banda a fim de proporcionar Dujovne D., Watteyne T. Watteyne, Vilajosana X.
maior flexibilidade. and P. Thub ert (2014) ."6TiSCH: deterministic
O padrão 6Tisch pretende possibilitar a convergência IP-enabled industrial internet (of things)," in
dos ambientes de Tecnologia da Informação (TI)e IEEE Communications Magazine, vol. 52, no.
tecnologias de automação em aplicações industriais 12, pp. 36-41
através da utilização de camadas de protocolos co- Gungor V.C , Hancke G.P.(2009) Industrial Wire-
muns a ambas tecnologias e permitir comunicação less Sensor Networks: Challenges, Design Prin-
integral entre dispositivos heterogêneos tais como ciples, and Technical Approaches, Member,
poderosos servidores de dados e pequenos nós senso- IEEE, on INDUSTRIAL ELECTRONICS,VOL.
res. 56, NO. 10.
Iacob Juc, Alphamd O., Guizzetti R.,Favre M, Duda
5 Conclusão A. (2016) Energy Consumption and Performance
of IEEE 802.15.4e TSCH and DSME. Proc. of
As características essenciais dos padrões existen- the IEEE Wireless Communications and Net-
tes ZigBee, WirelessHART, ISA100.11a e WIA-PA working Conference (WCNC)
de redes de sensores industrias sem fio – IWSNs IEEE 802.15.4-2006 Standard Part 15.4: Wireless
estabelecem vantagens e limitações únicas que de- Medium Access Control (MAC) and Physical
vem ser analisadas diante dos requerimentos das Layer (PHY) (2006). Specifications for Low-
aplicações industriais, viabilidade de projeto e inte- Rate Wireless Personal Area Networks (LR-
gração com sistemas legados em cada um dos setores WPANs), IEEE Standard for Information Tech-
industriais. nology, IEEE-SA Standards Board.
O novo padrão 6TiSCH em término de desenvolvi-
mento deve também englobar componentes de segu- Kruger C. P.; G. P. Hancke (2014) : Implementing
rança e gerenciamento, os quais afetam outros aspec- the Internet of Things vision in industrial wireless
tos de operação dos dispositivos das redes sem fio sensor networks ; 2014 12th IEEE International
industriais e visa, de maneira definitiva preencher a Conference on Industrial Informatics (INDIN) ,
lacuna existente para a implementação de redes de- 2014 - ieeexplore.ieee.org
terminísticas sem fio e sobre o protocolo IP. Kumar A. A, K. Ovsthus, and L. Kristensen. (2014)
Os requisitos específicos de cada setor industrial e “An industrial perspective on wireless sensor
suas regulamentações, juntamente com a rápida evo- networks: A survey of requirements, protocols,
lução dos produtos, sistemas e alternativas tecnológi- and challenges,” IEEE Commun. Surv. Tuts., vol.
cas devem ainda passar por grandes transformações. 16, no. 3, pp. 1–22.
Vários desafios ainda devem ser ultrapassados, sendo
Quan W., Jin J. (2016) Comparative Examination on
que a convergência de padrões é o principal deles.
Architecture and Protocol of Industrial Wireless
Também se verifica ainda a necessidade da realiza-
Sensor Network Standards, IEEE communica-
ção de simulações e testes a fim de garantir o desem-
tions surveys & tutorials, vol. 18, no 3.
penho das redes sem fio nas várias situações existen-
tes no ambiente industrial. Watteyne T. et al. (2016) "Industrial Wireless IP-
Porém, dentro do paradigma da IIoT, as redes IWSN Based Cyber –Physical Systems," in Proceedings
vieram para ficar e definitivamente farão parte do of the IEEE, vol. 104, no. 5, pp. 1025-1038.
cenário tecnológico industrial, com grandes perspec-
Watteyne T., P. Tuset-Peiro, X. Vilajosana, S. Pollin
tivas de se tornarem o pilar principal das inovações
and B. Krishnamachari (2017) "Teaching Com-
no setor de automação industrial unindo tecnologia
munication Technologies and Standards for the
de operações e tecnologia da informação. Industrial IoT Use 6TiSCH!," in IEEE Commu-
nications Magazine, vol. 55, no. 5, pp. 132-137.
Agradecimentos
Agradeço ao Professor Dr. Eduardo Paciencia
Godoy – UNESP Sorocaba, pelo esforço e dedicação
para que este trabalho fosse estruturado e concluído.
48
III MOSTRA CIENTÍFICA DE ROBÓTICA E AUTOMAÇÃO DE SOROCABA E REGIÃO
21 DE OUTUBRO DE 2017 - SOROCABA-SP
Resumo O projeto consiste na construção de um robô sumô categoria Mini segundo as normas da RoboCore. O robô foi mo-
delado no software Solidworks e seus componentes eletrônicos produzidos, sendo inicialmente simulados no software PSIM para
então serem montados no chassi. O robô possui controle autônomo a partir de programação prévia de um microcontrolador Ar-
duino Nano em harmonia com sensores infravermelho e ultrassônico capazes de coletar informações do ambiente externo. Além
disso, o projeto foi direcionado a minimizar custos por meio do uso de materiais de baixo custo, porém mantendo a qualidade
técnica e visual do robô a fim deste competir igualmente com os modelos disponíveis no mercado.
49
2 Aspectos Teóricos Abaixo seguem as informações para a produção do
ringue de acordo com as normas.
A modalidade de Sumô de Robôs difundida nas
competições de robótica possui diversas categorias, Tabela 2. Informações com relação aos detalhes de tamanho e
que relaciona as dimensões dos robôs, juntamente material do Dohyõ.
com o peso, separando os competidores em classes. Classe Espessura Diâmetro Material
(cm) (cm)
A categoria “Mini Sumô” exige que os robôs possu-
3kg/Humanoide 0,5 154,0 Placa aço
am dimensões de no máximo 10 centímetros de Mini/Lego 2,50 77,0 Placa MDF
comprimento por 10 centímetros de largura e altura Micro 1,25 38,5 Placa MDF
ilimitada, contudo a massa do robô sumô deve ser Nano 0,625 19,25 Placa MDF
igual ou inferior a 500 gramas. A Tabela 1 exibe as
regras de Sumô da RoboCore com as diversas classes A Figura 1 exibe a ilustração de um Dohyõ. É possí-
e especificações requisitadas. vel observar que, fora a linha circular na extremidade
do ringue, há outras duas linhas no centro que são as
Tabela 1. Categorias permitidas para a competição sumô de robôs linhas de início ou Shikiri que possuem cor, dimen-
segundo a RoboCore.
sões e espaçamento definidos, que assim como aos
detalhes de construção do Dohyõ, são separados por
Classe Altura Largura Comprimento Peso (g)
(cm) (cm) (cm) classe de competição.
3 kg Sumô Ilimitada 20 20 3000
Mini Sumô Ilimitada 10 10 500
MicroSumô 5 5 5 100
Nano Sumô 2.5 2.5 2.5 25
Lego Sumô Ilimitada 15.2 15.2 1000
Lego Junior Ilimitada 15.2 15.2 1000
Humanoide 50 20 20 3000
50
O sensor possui um ângulo de medida de aproxima-
damente 15º, o qual é relativamente pequeno, mas
que para a aplicação na detecção do adversário na
arena é aceitável. A alimentação do sensor é realiza-
da com 5 V em VIN, e pulsos de 10 us devem ser
enviados ao pino TRIG para ativar o transmissor do
Figura 2. Partes básicas de um robô móvel de combate
sensor; o pino ECHO recebe um sinal proporcional à
distância do objeto. A distância do objeto pode ser
2.1 Controle obtida pelo microcontrolador a partir da expressão
(1) e o range a partir da expressão (2).
Devido ao tamanho reduzido que um mini robô sumô
deve ter, uma placa que tem sido utilizada nessas 𝑃𝑢𝑙𝑠𝑜 [𝜇𝑠]
𝐷𝑖𝑠𝑡â𝑛𝑐𝑖𝑎 [𝑐𝑚] = (1)
58
competições é a Arduino Nano. Com dimensões
45x18mm, ela colabora para atender os limites físi- 𝑚
𝑅𝑎𝑛𝑔𝑒 [𝑐𝑚] = 𝐻𝐼𝐺𝐻 [𝜇𝑠]. 𝑣𝑒𝑙𝑜𝑐𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 [≅ 340 ] (2)
cos de tamanho e massa definidos nas regras desse 𝑠
tipo de competição. A placa, que pode ser observada
na Figura 3, tem um microcontrolador Atmega 328 Além do sensor ultrassônico, o qual apresenta um
como CPU da Atmel, memória flash de 16 Kb, custo relativamente baixo, há os sensores que empre-
SRAM de 2 Kb, EEPROM de 1 Kb e 16 MHz de gam ondas de infravermelho para detecção de obje-
velocidade de clock. tos. As ondas emitidas possuem um comprimento
que varia entre 1 mm a 700 nm e localizam-se fora
do espectro visível.
2.3 Atuadores
Figura 3. Arduino Nano v3.0. Para locomoção do robô sumô, é necessário uti-
lizar motores que apresentem elevado torque e tama-
A placa conta com 14 pinos digitais, dos quais 6 nho relativamente pequeno, isto é, compatíveis com
podem ser utilizados como saída PWM, e 8 pinos as dimensões definidas para o robô. Motores de cor-
analógicos com 10 bits de resolução. A alimentação rente contínua com estas características possuem um
da placa pode ser realizada pelo pino VIN, aplicando custo elevado e exigem, ainda, a utilização de circui-
uma tensão ideal entre 7-20 V e possui uma saída de tos externos (shields) para o controle da velocidade e
5 V que permite a alimentação dos sensores para inversão de sentido de rotação.
detecção do ambiente. Uma alternativa a tal obstáculo é o emprego de micro
O controle de um robô móvel depende da interação servos TowerPro MG90s. Tais motores possuem
entre os três componentes da Figura 4 (Nehmzow, dimensões compatíveis com o projeto (35,5 x 32,5 x
2010). O microcontrolador tem a responsabilidade de 12 mm) e baixo peso (aproximadamente 13,4 g),
garantir que estes três componentes estejam em har- além de elevado torque (1,8-2,2 kgf.cm) por possuí-
monia, isto é, garantir que o robô tome ações orien- rem uma caixa de redução composta por engrenagens
tadas pela tarefa que este é projetado para realizar e de metal.
coordenado pelo ambiente em que este está inserido.
O controle do sentido de rotação é realizado por um
circuito de controle interno ao servo, apenas envian-
do um comando ao pino que comunica o microcon-
trolador a tal circuito por PWM; tal característica
reduz ainda mais os custos de projeto, uma vez que
Figura 4. Triângulo fundamental da interação robô-ambiente.
não há necessidade de emprego de shield do Arduino
para o controle dos motores.
2.2 Sensores
Empregando-se dois motores em tração traseira, é
Para percepção do ambiente em que o robô está
possível aplicar um modelo matemático Linearized
inserido, este deve ser dotado de sensores. Uma op-
Dynamic Model of Differencial Drive Robot (Bena-
ção são os sensores reflexivos. Um exemplo é o
videz et al., 2012), que coordena o robô em um eixo
sensor ultrassônico HC-SR04, que utiliza 8 ciclos de
cartesiano bidimensional, o qual pode ser observado
40 kHz e capta o sinal sonoro refletido. Apresenta
na Figura 6.
um range mínimo de 20 mm e chega até a 4 m no
máximo (Figura 5).
51
O modelo é baseado no Differencial Drive Robot A Figura 7 mostra o gráfico de descarga desse mode-
Model, o qual é regido pelo sistema de equações lo de bateria (Traub, 2016). Uma análise rápida per-
diferenciais (3). Os parâmetros necessários são o mite verificar que a tensão mínima de operação é de
comprimento L entre as duas faces externas das ro- 2.5 V.
das do robô e o raio R de suas rodas tracionadas; ve(t)
e vd(t) são as velocidades da roda esquerda e direta,
respectivamente, e corresponde às entradas do siste-
ma (Benavidez et al., 2012).
𝑑𝑥 𝑅
= (𝑣𝑑 + 𝑣𝑒 ) cos(𝜃)
𝑑𝑡 2
𝑑𝑦 𝑅
= (𝑣𝑑 + 𝑣𝑒 ) sen(𝜃) (3)
𝑑𝑡 2
𝑑𝜃 𝑅
{ = (𝑣𝑑 − 𝑣𝑒 )
𝑑𝑡 𝐿
3 Materiais e Métodos
Ainda no projeto mecânico foram utilizados parafu- A fim de explorar as novas tecnologias disponíveis
sos no padrão ISO nas dimensões M3 para a fixação no mercado, os suportes de fixação para o sensor
das rodas dianteiras, do protetor lateral e das canto- ultrassônico e para o Arduino Nano foram projetados
neiras que fixam todas as partes do chassi, e parafu- no software 3D Builder e enviados para impressão
sos M2 para as rodas traseiras e servos motores. A em impressora 3D. Por se tratarem de peças de pe-
montagem das peças possibilitou encontrar pequenos quenas dimensões, os valores cobrados pelo mercado
erros de projeto, principalmente com relação às di- são acessíveis e um ótimo custo benefício por poupar
mensões, que não seriam possíveis sem uma análise horas de trabalho manual.
53
O circuito é composto por poucos componentes fa-
cilmente encontrados no mercado e que possuem
baixo custo, o que torna a produção de tal sensor
extremamente acessível. A radiação infravermelha
emitida pelo LED, ao refletir na superfície da arena,
chegará ao fotodiodo; tal componente, ao receber a
radiação na junção (polarizada reversamente), produz
uma corrente proporcional à intensidade da radiação.
Assim, uma vez que a arena tem coloração preta e
superfície pouco reflexiva, o sensor enviará sinal
BAIXO ao microcontrolador, uma vez que a colora-
Além disso, o material utilizado para a impressão é o ção preta absorve a radiação incidente; por outro
ABS (Acrilonitrila butadieno estireno) um termo- lado, quando o robô chegar à borda da arena, de
plástico com baixa densidade 1,03 g 𝑐𝑚−3 durável, coloração branca, a radiação será refletida e um sinal
rígido, com ótima resistência a impactos, possui uma ALTO é enviado ao microcontrolador.
leve flexibilidade e está disponível em diversas co- Importante verificar que, para amplificação do sinal,
res. Na Figura 11 pode-se observar os dois suportes empregou-se um transistor PNP BC558 operando na
impressos. região ativa. O ganho do transistor é de 𝛽 = 260, o
que implica em uma corrente no coletor cerca de 260
vezes maior do que a corrente no emissor. Para pro-
totipagem do circuito, foi empregada uma matriz
perfurada de fenolite 6x11. Para isso, construiu-se a
topologia do circuito de maneira visualmente seme-
lhante a que posteriormente foi soldada na matriz
utilizando o software Fritzing para design de circui-
tos de prototipagem. O circuito pode ser observado
na Figura 13.
54
3.2 Servomotores O circuito é composto pelo regulador de tensão
LM7805 e, paralelo à entrada e à saída do circuito,
A grande maioria dos servos no mercado possuem
conectou-se um capacitor eletrolítico de 1000 µF/25
limites no ângulo de rotação do eixo. No caso do
V e um capacitor eletrolítico de 100 µF/25 V, respec-
modelo escolhido, a rotação máxima é de 180º, o que
tivamente, para evitar variações bruscas na tensão de
inviabilizaria sua utilização, uma vez que o robô
operação. O circuito foi montado em matriz de feno-
necessita de rotação contínua para mover-se adequa-
lite 8x12.
damente pela arena. Assim, foi necessário alterar o
funcionamento do servo modificando seu circuito de
controle interno.
Para adaptação dos servos com rotação limitada para
rotação contínua, primeiramente foi verificado o
funcionamento do mesmo. Um servo motor é basi-
camente composto por um motor de rotação contínua
com caixa de redução, uma placa de controle, a qual Figura 17. Topologia do circuito regulador de tensão.
realiza os cálculos necessários para a operação do
mecanismo e por um potenciômetro, isto é, um resis- 4 Resultados e Discussões
tor variável.
A função do potenciômetro é informar ao servo co- Um dos resultados obtidos no projeto foram os
mo sua engrenagem principal está orientada no espa- sensores construídos. A Figura 18 apresenta o circui-
ço. Assim, quando um sinal é enviado ao servo, suas to para detecção de fronteira montado na placa perfu-
engrenagens se movimentam e o potenciômetro, rada. Observa-se que o isolamento das trilhas na
ligado diretamente à engrenagem principal, também parte posterior da placa foi realizado com espaguete
rotaciona, variando sua resistência. Quando o valor é isolante termo retrátil, o que evita ruído e possíveis
igual àquele estabelecido pelo controle, o servo ime- curtos-circuitos no sistema. O sensor respondeu co-
diatamente interrompe o fornecimento de corrente ao mo esperado, evidenciando uma saída analógica bem
motor. A caixa de engrenagens e o circuito de con- definida.
trole podem ser observados na Figura 15.
Figura 20. Comparativo do circuito de detecção de fronteira. A escolha do local de fixação dos sensores foi reali-
zada buscando-se otimizar a execução de suas tarefas
(Ciarnoscki, Hoffmann and Scortegagna, 2015). Os
sensores de fronteira são dispostos bem próximos à
parte frontal do robô, de modo a detectar que o mes-
mo está saindo da arena antes que este esteja com
partes consideráveis do chassi para fora dela.
Foram construídos dois sensores, de modo a verificar
a saída lateral do robô. Os sensores infravermelhos
para detecção de adversário são dispostos na lateral,
de maneira centralizada. Alinhar os sensores ao cen-
Figura 21. Comparativo do circuito de detecção de adversário. tro geométrico do robô facilita sua locomoção. As-
sim, quando o adversário for detectado em uma das
O sensor para detecção de fronteira teve um desem- laterais, a partir do modelo de movimentação dife-
penho bastante inferior ao limite máximo de trabalho rencial, pode-se rotacionar o robô em 90º em torno
do sensor comercial, como pode ser observado na do eixo perpendicular ao seu centro geométrico,
Figura 20. Porém, para a aplicação desejada, o limite colocando-o imediatamente em posição de ataque.
obtido é aceitável, uma vez que o raio da arena é de A validação dessa posição é realizada pelo sensor
35,5 cm e o robô contará com dois sensores localiza- ultrassônico, localizado de maneira centralizada, na
dos nas laterais direita e esquerda, permitindo-o superfície frontal do chassi. Para melhor compreen-
receber dados do ambiente em um raio de aproxima- são da estratégia de utilização dos sensores, apresen-
damente 80 cm. ta-se o algoritmo em pseudo-código.
Na Figura 21, o sensor para detecção de adversário
teve um desempenho médio muito próximo do sensor Se a fronteira é respeitada, faça:
comercial, diferindo em 1 mm na faixa de trabalho, o Se o adversário foi detectado, faça:
que não é um problema para tal aplicação, uma vez Se o adversário é frontal, faça:
que os sensores estarão localizados bem próximos à Mova-se para frente;
arena para evitar ruídos oriundos de luminosidade Senão, faça:
externa. Enquanto o adversário não for frontal, faça:
Por fim, é interessante observar a diferença de preço Se o adversário está à direita, faça:
dos sensores, a qual é apresentada na Tabela 4. Veri- Mova-se para direita;
fica-se que a construção de tais sensores é economi- Senão, faça:
camente viável. Mova-se para esquerda;
Fim Se;
Tabela 4. Comparativo entre os sensores comerciais e construídos. Fim Enquanto;
Mova-se para frente;
Preço Fim Se;
Sensor Economia Fim Se;
Comercial Construído Senão, faça:
Fronteira R$ 7.00 R$ 2.50 64 % Mova-se para trás;
Adversário R$ 10.00 R$ 4.00 60 % Gire 180º;
Fim Se;
O circuito regulador de tensão para as baterias de Li-
íon pode ser observado na Figura 22. Fez-se necessá- O algoritmo é inicializado com uma rotina de delay
rio o uso de um dissipador de calor, uma vez que o de 5 segundos exigida pelas regras. Então, o robô
circuito LM7805 dissipa a energia extra na forma de verifica sua localização no ambiente e toma decisões
calor. com base nisso.
56
A prioridade é dada à presença de adversário e o A Figura 23 exibe o robô montado, com todas as
modelo diferencial rotaciona o robô de modo que partes do chassi e rodas corretamente fixadas, além
este esteja localizado frontalmente ao inimigo. Tal disso é possível observar a disposição do sensor
estratégia é empregada para que o robô atinja o ad- ultrassônico na frente do robô e logo atrás o micro-
versário com a maior área possível da chapa de acrí- controlador Arduino Nano, juntamente com o circui-
lico frontal e com tração direta sobre ele. to regulador de tensão.
Tabela 5. Relação de custos do projeto. Para a proteção contra os impactos gerados pelas
colisões com os adversários, uma placa retangular de
Material/Componente qtde. Custo total acrílico foi alocada à frente do robô. O acrílico pos-
sui uma boa rigidez e também uma boa flexibilidade,
Roda 4 R$ 0.00 absorvendo parte da energia dos choques. Bem co-
Chassi de policarbonato - R$ 0.00 mo, há também duas placas laterais que protegem as
Suporte para microcontrolador 1 R$ 5.00 rodas e o sistema de esteiras contra possíveis batidas
impresso em 3D laterais que possam impossibilitar o robô de se loco-
Suporte para sensor ultrassônico 1 R$ 10.00 mover.
impresso em 3D
Um dos principais desafios enfrentados na elabora-
Esteira (anel de vedação para 2 R$ 4.00
ção e construção do robô foi alocar todos os compo-
canos de PVC)
nentes, sensores, fios de ligação e sistemas de prote-
Parafusos, porcas e arruelas - R$ 10.00
ção nas dimensões exigidas pelas normas de compe-
Cantoneira de metal 10 R$ 2.00
tição, ou seja, 100 milímetros de comprimento por
Componentes para montagem - R$ 20.00
100 milímetros de largura. A Tabela 6 exibe as di-
dos sensores, regulador de tensão
e modificação dos servos mensões retiradas do robô montado. Ao analisar com
Sensor ultrassônico HC-SR04 1 R$ 10.00 as medidas apontadas na Figura 24 é possível conclu-
Arduino Nano v3.0 1 R$ 18.00
ir que as medidas elaboradas no projeto do So-
lidWorks estão praticamente iguais, exceto pelas
Micro servo Tower Pro MG90s 2 R$ 30.00
dimensões da largura que divergiram um pouco do
Bateria Li-íon 18650 3 R$ 0.00
esperado, uma vez que, a altura das porcas utilizadas
Bateria de 9V Zinco-Carbono 1 R$ 12.00
Panasonic General Purpose no software e as encontradas à venda nas casas de
Fios de cobre - R$ 2.00
parafusos acabam por serem diferentes, contribuindo
na alteração da largura do robô.
TOTAL R$123.00
Tabela 5. Dimensões medidas a partir do robô montado para
Com a fabricação das partes do chassi, rodas e supor- análise com as dimensões idealizadas na modelagem do projeto.
tes conforme modelado no software SolidWorks,
houve a necessidade de unir todas as peças para ini- Comprimento Largura Altura Entre- Ø Rodas
ciar a montagem do robô. Para a fixação das partes (mm) (mm) (mm) Eixos (mm)
correspondentes ao chassi foram utilizadas cantonei- (mm)
ras metálicas unindo as peças com encaixes perpen- 85 100,5 65 50 30
diculares entre si.
A Figura 24 retirada do modelo projetado aponta as
Também foram realizados furos nas placas laterais
principais dimensões externas do robô de sumô Ar-
do chassi para os encaixes dos micros servomotores e
mata. A figura não exibe a medida da largura total do
cortes retangulares no assoalho do robô para o encai-
protótipo que, a partir da ferramenta “Medida Inteli-
xe dos sensores infravermelho sem que estes tocas-
gente” apontou ser de 93,80 mm.
sem no chão.
57
Vale ressaltar que, houve um casamento ideal com
relação às peças mecânicas e eletrônicas que consti-
tuem o robô. As baterias de ion-lítio conseguiram
fornecer energia suficiente aos servos de locomoção
por tempo suficiente para combates consecutivos
sem a necessidade de carregamento. Desta forma, o
projeto atendeu todos os requisitos da competição
contribuindo para que novos robôs possam ser de-
Figura 24. Dimensões do robô Armata obtidas no SolidWorks.
senvolvidos com a melhor combinação custo x bene-
fício.
Diferentemente do projeto inicial construído em
software, o robô montado conta com uma placa de Agradecimentos
acrílico para a proteção de impactos que aumenta o
comprimento total do robô de 85 mm para 96 mm. Agradecemos especialmente à Ingrid Buganza San-
Não menos importante, após uma pesagem inicial do ches e à Giulia Di Nizo, por terem ouvido e apoiado
chassi completo, montado com as rodas e esteiras, com carinho todas as nossas ideias entusiasmadas (e
contudo sem a eletrônica, o robô apontou ter uma muitas vezes completamente inviáveis) para o proje-
massa total de 353 gramas. Segundo uma análise to. Ao Paulo Molina pela articulação em conseguir
rápida dos principais componentes que constituem o matéria-prima para a fabricação do chassi; ao Edval-
chassi do Armata, as rodas são as partes mais pesa- do Galana pelo apoio experiente na produção do
das do projeto, uma vez que são feitas de ferro. Uma chassi e pela usinagem das rodas. Agradecemos
possível solução para um eventual problema de so- também aos funcionários da Unesp, os quais nos
brepeso seria substituir as rodas por outras iguais, forneceram espaço físico e ferramentas para comple-
porém produzidas a partir de um material menos tar os estágios finais da montagem.
denso, como os materiais plásticos.
Para dar uma identidade visual ao projeto, as rodas Referências Bibliográficas
foram pintadas de azul, juntamente com a pintura do
logo da UNESP na lateral e o nome do robô Armata Benavidez, P., Gleinser, C., Jaimes, A., Labrado, J., Riojas,
na parte inferior traseira como se pode observar na C., Jamshidi, M. and Endowed, L. (2012). Design of
Figura 25. Este nome deriva de um tanque de guerra semi-autonomous robots for competitive robotics.
russo “T-14 Armata” extremamente poderoso com In: World Automation Congress (WAC). IEEE,
sistemas de ultima tecnologia. pp.633-637.
Ciarnoscki, P., Hoffmann, K. and Scortegagna, R. (2015).
Improvement of a mobile autonomous robot to par-
ticipate in sumo competitions. 2015 IEEE 24th In-
ternational Symposium on Industrial Electronics
(ISIE).
Corres, J. and Ruiz, C. (2016). Competition oriented learn-
ing experience in electronics: Robot fabrication from
scratch. 2016 IEEE Global Engineering Education
Conference (EDUCON).
Emerson, L., Santos, J., da Silva, R., Neto, M. and Barbo-
sa, W. (2010). Construindo Robôs de Baixo Custo a
partir de Lixo Tecnológico. In: VI National Congress
of Mechanical Engineering. ABCM.
Figura 25. Robô ARMATA finalizado
Klotz, D. F. and Pagiosa, M. A. (2015). Desenvolvimento
de um Robô Autônomo para Participação em
Competição de Sumô. Instituto Federal Catarinense.
Nehmzow, U. (2010). Scientific methods in mobile robot-
ics. London: Springer.
5 Conclusão Santos, M. P. dos (2010). Robótica Educacional:
desenvolvimento de um robô móvel de baixo custo.
Neste trabalho foi construído um robô sumô Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia –
autônomo categoria mini e de baixo custo. A correta Departamento de Ciências Exatas. Vitória da
Conquista, Bahia.
adequação do robô Armata dentro das normas da
Seetharaman, D. (2014). Amazon rolls out Kiva robots for
RoboCore e seu bom funcionamento quando posto à holiday season onslaught. Reuters, Technology News.
prova, se deu principalmente pela escolha minuciosa Silva, L. R. da (2003). Análise e Programação de Robôs
de um material leve e maleável para o modelamento Móveis Autônomos da Plataforma Eyebot.
do chassi. Universidade Federal de Santa Catarina,
Florianópolis.
A construção de sensores utilizando materiais de alta Traub, L. (2016). Calculation of Constant Power Lithium
qualidade e de um bom sistema de controle possibili- Battery Discharge Curves. Batteries, 2(2), p.17.
tou ao robô efetuar todos os movimentos da estraté-
gia de combate definida no plano de testes.
58
III MOSTRA CIENTÍFICA DE ROBÓTICA E AUTOMAÇÃO DE SOROCABA E REGIÃO
21 DE OUTUBRO DE 2017 - SOROCABA-SP
André Van Oorschot∗, Pedro Henrique Vieira Ribeiro da Costa∗, Henrique Crestana†,
Mauricio Becerra-Vargas‡
∗
Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho - UNESP
Sorocaba, São Paulo
Abstract— Tuned mass dampers are devices installed on mechanical systems in which oscillations must be
damped so they do not cause structural damage, for example in bridges, communication towers and buildings.
With the help of computer simulations it is possible to find the values for the optimized parameters for building
such dampers with ease.
Resumo— Amortecedores de massa sincronizada são dispositivos implementados em sistemas mecânicos onde
oscilações devem ser atenuadas para que não causem danos estruturais, tais como pontes, torres de comunicações
e prédios.Com o auxı́lio de simulações computacionais é possı́vel encontrar com facilidade os parâmetros teóricos
otimizados para a construção de tais sistemas.
59
Figura 4: AMS pendular implementado no Taipei
101
Figura 2: AMS implementado
2 Objetivo
seguinte equação:
Como o AMS pode ser projetado para diversos
tipos de forças externas, foi escolhida a modela- yN = yN −1 + ∆yN (1)
gem de um controlador que atenue as oscilações
horizontais causadas pelo vento, e dessa forma, Ou seja, a posição do andar N é a posição do
tendo como objetivo encontrar os valores ótimos andar abaixo dele mais um deslocamento entre os
de massa, amortecimento e rigidez do sistema, dois. É este deslocamento que deve ser analisado
para que assim o maior grau de conforto seja atin- para se obter as forças que um andar exerce no
gido, o sistema foi modelado utilizando-se o mé- outro, pois a posição relativa e a velocidade rela-
todo de parâmetros concentrados, o que simpli- tiva é que dão usadas no calculo de força, não as
fica a análise, substituindo cada elemento fı́sico posições e velocidades absolutas.
real por elementos discretos que se aproximam As forças atuantes no último andar, que é
do comportamento real de cada componente desse o AMS, são portanto resultantes em (Ospina,
sistema. 2003):
Foi escolhido o modelo de AMS comum(não
pendular) para a execução do projeto, por motivos
de simplicidade de implementação em programas
ÿN ∗ mN + ∆ẏN ∗ cN + ∆yN ∗ kN = FN (2)
de simulação como o ADAMS.
60
Figura 6: Modelo fı́sico utilizado Figura 8: Resposta sobreposta dos andares
M1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
0 M2 0 0 0 0 0 0 0 0 0
0 0 M3 0 0 0 0 0 0 0 0
0 0 0 M4 0 0 0 0 0 0 0
0 0 0 0 M5 0 0 0 0 0 0
0 0 0 0 0 M6 0 0 0 0 0
(6)
0 0 0 0 0 0 M7 0 0 0 0
0 0 0 0 0 0 0 M8 0 0 0
0 0 0 0 0 0 0 0 M9 0 0
0 0 0 0 0 0 0 0 0 M10 0
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 MAM S
C1 + C2 −C2 0 0 0 0 0 0 0 0 0
−C2 C2 + C3 −C3 0 0 0 0 0 0 0 0
0 −C3 C3 + C4 −C4 0 0 0 0 0 0 0
0 0 −C4 C4 + C5 −C5 0 0 0 0 0 0
0 0 0 −C5 C5 + C6 −C6 0 0 0 0 0
0 0 0 0 −C6 C6 + C7 −C7 0 0 0 0 (7)
0 0 0 0 0 −C7 C7 + C8 −C8 0 0 0
0 0 0 0 0 0 −C8 C8 + C9 −C9 0 0
0 0 0 0 0 0 61 0 −C9 C9 + C10 −C10 0
0 0 0 0 0 0 0 0 −C10 C10 + CAM S −CAM S
0 0 0 0 0 0 0 0 0 −CAM S CAM S
A matriz K é a matriz de rigidez dos andares:
K1 + K2 −K2 0 0 0 0 0 0 0 0 0
−K2 K2 + K3 −K3 0 0 0 0 0 0 0 0
0 −K3 K3 + K4 −K4 0 0 0 0 0 0 0
0 0 −K4 K4 + K5 −K5 0 0 0 0 0 0
0 0 0 −K5 K5 + K6 −K6 0 0 0 0 0
0 0 0 0 −K6 K6 + K7 −K7 0 0 0 0
0 0 0 0 0 −K7 K7 + K8 −K8 0 0 0
0 0 0 0 0 0 −K8 K8 + K9 −K9 0 0
0 0 0 0 0 0 0 −K9 K9 + K10 −K10 0
0 0 0 0 0 0 0 0 −K10 K10 + KAM S −KAM S
0 0 0 0 0 0 0 0 0 −KAM S KAM S
(8)
Sendo assim, com este modelo, basta que haja mesma direção, preservando a linearidade do com-
o conhecimento das variáveis de massa, amorteci- portamento do sistema assim como dado pelas
mento e rigidez dos andares de uma estrutura que, equações da modelagem matemática. Caso os ei-
ao se tratar do último andar como o AMS, é pos- xos se desalinhassem, uma componente angular
sı́vel calcular todas as variáveis necessárias para destas forças teria de ser levada em conta, aumen-
que este amortecedor minimize oscilações desta es- tando a complexidade da modelagem matemática,
trutura. ainda que não afetando a modelagem digital, pois
o computador lida com isto sem maiores dificul-
4 Prototipagem Virtual dades.
Todos os andares foram modelados desta
mesma maneira, sempre vinculados aos andares
imediatamente abaixo e acima deles. O AMS foi
modelado da mesma maneira, porém suas cons-
tantes de massa, amortecimento e rigidez são di-
ferentes.
Uma vez que se tem o modelo CAD do sis-
tema, as variáveis como massa, amortecimento e
rigidez dos andares e do AMS são criadas como
variáveis de design no programa.
Variáveis de projeto são valores que podem ser
inseridos no lugar do valor numérico de uma certa
propriedade de algum objeto, fazendo com que seu
valor possa ser editado pelo usuário ou pelo pró-
prio programa. Como o número de elementos pre-
sentes no sistema é grande(11 massas, 11 molas,
11 amortecedores), editá-los individualmente leva
Figura 9: Protótipo virtual no ADAMS tempo demais, sobretudo considerando a interface
pouco fluida do programa. Outro motivo para o
O modelo apresentado na Fig. 9 possui os 10 uso de variáveis de design é o uso automatizado
andares de um prédio simulado em vermelho e o delas pelos algoritmos de otimização e estudo de
AMS em azul no topo. projeto do programa.
O modelo foi construı́do utilizando-se blocos A partir da criação destas variáveis, os valo-
conectados entre si por molas e com o chão por res iniciais para a simulação foram baseados nos
juntas translacionais que permitem o movimento do artigo presente na referência (Ospina, 2003),
apenas em no eixo X. O processo de modela- sendo os que seguem na tabela 1:
gem ocorreu da seguinte maneira: foi colocado
um bloco de tamanho pré-definido na origem do
sistema de coordenadas do software, a seguir um Tabela 1: Valores iniciais
Peso do andar 3.0E + 005kg
ponto é vinculado a este andar fora deste bloco,
Rigidez do andar 4.0E + 008N/M
na posição onde a mola e amortecedor que o co-
Amortecimento do andar* 1.0E + 000(N ∗ s)/M
nectam ao segundo andar serão conectados. Este
ponto é posicionado de maneira tal que a reta
que ele forma com a origem do segundo bloco é
concorrente com o eixo de translação do segundo
bloco. Assim asseguramos que a força exercida O valor de amortecimento do andar foi
pela mola e amortecedor permanecem sempre na reduzido para que o efeito do AMS seja mais
62
relevante. portanto ainda não contribuindo para o amor-
tecimento do sistema. O amortecimento obser-
Com as variáveis iniciais configuradas, o sis- vado vem por um lado dos próprios andares, mas
tema foi excitado com uma força que segue a se- também é causado pelo passo do resolvedor de
guinte equação: equações diferenciais utilizado pelo ADAMS, pois
quando um número maior de passos de simulação
F (t) = sin(2f πt) ∗ e−τ t ∗ |F | (9) por segundo é inserido, o sistema oscila por mais
tempo.
Porém cada andar recebe uma força igual a Isto se deve ao acumulo de erros que ocorre
0.1 ∗ n, sendo n o número do andar, para simular durante a resolução de um sistema de equações
uma força que varia linearmente com a altura do diferenciais causados por erros de aproximação e
prédio, assim como ventos que tendem a ser mais perdas de informação.
rápidos mais longe do chão. Vale observar que As frequências naturais calculadas pelo
esta consideração é extremamente simplista e não ADAMS geram a tabela:
reflete o comportamento real de uma rajada de
vento turbulenta, mas serve, como será mostrado
na Fig. 8 a seguir, para uma análise da frequência Tabela 3: Frequências naturais para o sistema sem
natural do prédio e a reação do sistema a uma o AMS
1 1.363279E+001 1.000000E+000 -1.363279E+001 +/- 0.000000E+000
força distribuı́da em um pequeno intervalo de 2 4.595279E+007 1.000000E+000 -4.595279E+007 +/- 0.000000E+000
3 8.685904E-001 6.821847E-009 -5.925391E-009 +/- 8.685904E-001
tempo. 4 2.586368E+000 2.031330E-008 -5.253767E-008 +/- 2.586368E+000
5 4.246371E+000 3.335093E-008 -1.416204E-007 +/- 4.246371E+000
6 5.811517E+000 4.564354E-008 -2.652582E-007 +/- 5.811517E+000
Os valores desta força no simulador foram 7 7.246843E+000 5.691658E-008 -4.124655E-007 +/- 7.246843E+000
8 8.520287E+000 6.691817E-008 -5.701620E-007 +/- 8.520287E+000
configurados como: 9 9.603401E+000 7.542494E-008 -7.243359E-007 +/- 9.603401E+000
10 1.047199E+001 8.224683E-008 -8.612881E-007 +/- 1.047199E+001
11 1.110665E+001 8.723146E-008 -9.688497E-007 +/- 1.110665E+001
12 1.149321E+001 9.026749E-008 -1.037464E-006 +/- 1.149321E+001
Tabela 2: Valores da força
|F | 10.0E + 006N
Onde as colunas representam respectivamente
τ 10
o número do modo, a frequência natural não amor-
f 0.61Hz
tecida, a razão de amortecimento, a parte real e a
parte imaginária do sistema.
Estes valores vêm de várias tentativas, sendo A partir destas simulações, os valores inici-
a magnitude escolhida para gerar uma perturba- ais para os parâmetros do AMS foram escolhidos,
ção suficiente para ser observada, a constante de após varias tentativas, como:
tempo τ escolhida para concentrar a força como
um pulso e a frequência da força sendo colocada
como a frequência natural do sistema observável Tabela 4: Valores iniciais do AMS
na própria resposta de figuras como a Fig. 8, aqui Peso(M) 2.0E + 005kg
omitidas. Rigidez(K) 2.5E + 004N/M
Agregando o fator da força por andar, a Amortecimento(C) 3.0E + 006(N ∗ s)/M
equ. (9) se torna:
Para estes valores, uma simulação de estudo
de projeto foi gerada, permitindo que o programa
F (t, n) = sin(2f πt) ∗ e−τ t ∗ |F | ∗ (0.1 ∗ n) (10) gerasse 15 valores para K e C em torno dos valores
iniciais, gerando 225 pontos de análise. A variável
Assim, a Fig. 10 mostra tanto a força(em ver- analisada é o ı́ndice de conforto, tratado aqui como
melho) quanto a reação(em azul) do último andar: o valor RMS da aceleração do último andar.
Os gráficos a seguir foram gerados pelo pro-
grama Octave a partir dos dados retirados do
ADAMS.
Na Fig. 11 é apresentado o espaço de análise,
onde as cores auxiliam a representação da altura
do gráfico em cada ponto.
A Fig. 12 representa a superfı́cie criada a par-
tir dos dados, contendo todos os 225 pontos de
análise. Claramente há um valor de K que mini-
miza o valor de ARM S , porém o valor de C parece
ter pouca influência quando apenas este gráfico é
Figura 10: Força de entrada e resposta do sistema mostrado. Vale lembrar que a massa não varia
neste caso.
Vale notar que esta é a reação do sistema Os valores iniciais de K e C vistos na tabela
com a massa do AMS desprezı́vel(apenas 1kg), IV e na Fig. 10 coincidem quase que exatamente
63
Figura 11: Vista superior da superfı́cie Figura 13: Vista no plano ARM S x K da super-
ARM S (K,C) fı́cie ARM S (K,C)
Figura 12: Superfı́cie ARM S (K,C) Figura 14: Vista no plano ARM S x C da super-
fı́cie ARM S (K,C)
64
há AMS. Porém o AMS otimizado foi capaz de
Tabela 5: Valores otimizados do AMS
Peso(M) 3.0E + 005kg parar a oscilação do prédio em apenas(por volta
de) 15s, sendo que o não otimizado ainda não es-
Rigidez(K) 25034.4N/M
tabilizou a estrutura completamente mesmo após
Amortecimento(C) 1.80898E + 006(N ∗ s)/M
os 30s de simulação.
Figura 15: Resposta do último andar Nas Figs. 16 e 17 estão as respostas de todos
os andares. Fica claro que devido à extrema rigi-
É notável que a simples presença do AMS, dez do prédio, na ordem de 108 , faz com que os
mesmo antes da otimização já causa um efeito de andares oscilem quase que exatamente em fase e
redução na oscilação por volta dos 30 segundos de frequência idênticas, quase como se fossem partes
simulação, em relação à Fig. 10, onde ainda não de apenas um corpo que sofre uma deflexão.
65
5 Conclusão
Referências
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III MOSTRA CIENTÍFICA DE ROBÓTICA E AUTOMAÇÃO DE SOROCABA E REGIÃO
21 DE OUTUBRO DE 2017 - SOROCABA-SP
Grupo de Automação e Sistemas Integráveis (GASI), Instituto de Ciência e Tecnologia de Sorocaba (ICTS)
Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (UNESP)
Avenida de Três de Março, 511,. Alto da Boa Vista, Sorocaba,SP, 18087-180
E-mails: carolinebarros@grad.sorocaba.unesp.br,mauricio@sorocaba.unesp.br
Resumo A dificuldade de manuseio de objetos e ferramentas distintos é um dos gargalos da robótica atual. Devido à grande
eficiência da mão humana nestas tarefas este trabalho descreve um mecanismo de dedo indicador, destacando sua síntese através
da equação de Freudenstein.
1 Introdução
67
Figura 3 - Mecanismo de quatro barras - Links e ângulos
(Starr, G. P., 2011).
68
uma determinada função em um determinado inter- Nota-se que o primeiro mecanismo de quatro barras é
valo a partir de somente três pontos dessa função. O o mecanismo projetado em 3.3. Já o segundo meca-
espaçamento de Chebyshev para a geração de função nismo foi projetado intuitivamente, embora seja
é definida pela equação a seguir. possível realizar a síntese do mesmo conforme o
método descrito também em 3.3.
1 O mecanismo das falanges pode ser observado
𝑥𝑗 = (𝑥 + 𝑥𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 )
2 𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙 na Figura 4.
1
− (𝑥𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙
2
𝜋
− 𝑥𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙 ). cos ((2𝑗 − 1) )
6
𝑗 = 1,2,3..
(Starr, G. P., 2011)
3.3 Síntese do mecanismo de quatro barras Figura 4 - Projeto da primeira e segunda camada.
Para a síntese do mecanismo de quatro barras,
utiliza-se a equação de Freudenstein:
4 Validação através de simulação
𝐾1 𝑐2 + 𝐾2 𝑐4 𝐾3 = cos(𝜃2 − 𝜃4 )
Onde 4.1 Validação do mecanismo de quatro barras
𝑟1
𝐾1 = A partir dos comprimentos e os ângulos iniciais
𝑟4 obteve-se através do software Matlab os pontos cons-
𝑟1 trutivos necessários para simulação no software
𝐾2 =
𝑟2 Adams para o primeiro mecanismo de quatro barras
𝑟32 − 𝑟12 − 𝑟22 − 𝑟42 (Starr, G. P., 2011), que pode ser observado na Figu-
𝐾3 = ra 5.
2𝑟2 𝑟4
𝐿1 = 25 𝑚𝑚 𝐿2 = 32,13197 𝑚𝑚
𝐿3 = 58,13662 𝑚𝑚 𝐿4 = 69.7095 𝑚𝑚
69
4.2 Validação do mecanismo da falange Porém, estas análises podem ser realizadas em um
próximo trabalho.
Analisou-se então, o mecanismo, através de aci-
onamento cinemático, no software Adams.
Comprovou-se então, a eficácia do mecanismo cons-
truído, pois a falange apresentou ângulo final de
aproximadamente 90º, que pode ser observado na
Figura 7.
Referências Bibliográficas
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III MOSTRA CIENTÍFICA DE ROBÓTICA E AUTOMAÇÃO DE SOROCABA E REGIÃO
21 DE OUTUBRO DE 2017 - SOROCABA-SP
Resumo Neste artigo descreve todo o processo de construção de uma janela automatizada (protótipo) que executa uma
ação efetiva para proteger a uma residência em caso de detecção de níveis perigosos de fumaça e automação de
funcionalidades simples como fechar ou abrir a janela quando há detecção de chuva ou conforme a luminosidade. O protótipo
da janela é manipulado por um controlador Arduino, construído com materiais simples e de baixo custo. Após a construção,
finalizou-se o projeto com programação e os testes. Ao final, o projeto atendeu perfeitamente ao seu propósito.
71
Custos totais R$ 129,05 leituras dos sensores de gás, luminosidade e fim de
curso, as quais consistem em três ações.
3 DESENVOLVIMENTO
72
aceso o led vermelho, uma sirene utilizando o buzzer
é acionada e se a janela estiver fechada (fim de curso
esquerdo indicar ativo), a janela deve ser aberta, ou Tabela 3. Testes da ação 2.
seja, o motor de passo deve girar no sentido horário.
O algoritmo dessa ação é apresentado na Figura 4. Ação 2
Ação 3
4 CONCLUSÕES
73
6 REFERÊNCIAS
74
III MOSTRA CIENTÍFICA DE ROBÓTICA E AUTOMAÇÃO DE SOROCABA E REGIÃO
21 DE OUTUBRO DE 2017 - SOROCABA-SP
AUGUSTO CARVAJAL QUINAGLIA, BRUNO FERNANDES DE OLIVEIRA, LUCAS REIS SOUSA, MAURICIO B. VARGAS
Resumo - O presente estudo de mecanismo consiste no estudo do bater de asas de um pássaro, há tempos o ser humano copia a
natureza em suas tecnologias, um conceito recente devido a evolução tecnológica é o conceito de veículos micro-aéreos (MVAs),
que nada mais são do que réplicas de animais voadores utilizando conceitos de mecanismo de 4 barras. O presente estudo busca
recriar o bater de asas de um pássaro, para isso foi estudado todo o mecanismo do bater de asas, desde seu início com a teoria do
movimento, foram calculados os graus de liberdade, estudado as formas de síntese e foi feito a análise do movimento através do
SolidWorks Student Version para se conseguir reproduzir o mesmo com uma impressora 3D.
Palavras-chave - Micro Aerial Vehicles, MAVs, flapping wings, quarto barras, mecanismo, Adams, projeto de mecanismos.
75
2.1 Critério de Grashof O número de graus de liberdade de um mecanismo
também é chamado de mobilidade do dispositivo. A
O critério de Grashof afirma que, para um siste-
mobilidade é o número de parâmetros de entrada
ma de ligação de quatro barras, a soma do link mais
(geralmente variáveis de pares) que devem ser con-
curto (S) e mais longo (L) de uma ligação quadrilate-
trolados de forma independente para levar o disposi-
ral planar é menor ou igual à soma dos dois links
tivo a uma posição específica. O critério de Kutz-
restantes (P e Q), então o link mais curto pode girar
bach, que é semelhante à equação de Gruebler, cal-
completamente em relação a um link vizinho. Tal
cula a mobilidade [4].
situação pode ser representada pela seguinte equação:
O projeto de conseguir reproduzir o bater de asas a
partir de um mecanismo de quatro barras está ilustra-
S+P≤P+Q
do na Figura 3.
Com isso há 4 casos possíveis de modo a atender o
critério de Grashof [3], que estão descritos na Tabela
1.
Tabela 1 - Mecanismos de Grashof.
76
Quando se trata da definição do número de corpos
(links) e de juntas, pode-se notar que o mecanismo
de estudo é simétrico, logo o número de corpos e
juntas contados de um lado são a metade do total,
que serão ao todo 10 corpos incluindo o solo e 10
juntas.
Depois das duas etapas anteriores parte-se para a
etapa final de dimensionamento dos corpos, para isso
faz-se uma análise do movimento desejado e define-
Figura 4 - Vista isométrica do mecanismo [5]. se as dimensões através de algum método matemáti-
Observando o mecanismo é possível notar que aco- co, tendo concluído o dimensionamento é necessário
plado a asa há um mecanismo de quatro barras do fazer a análise cinemática do mecanismo, para tal
tipo manivela-balancim, nota-se que um dos critérios primeiramente desenha-se o mesmo em um software
de projeto pode ser a abertura da asa (Figura 5), ou CAD com linhas e formas geométricas (geralmente
seja, os limites de abertura da asa que definem um em 2D) e depois leva-se esse desenho para um sof-
ângulo, porém o mesmo depende do movimento do tware próprio para análises.
L.S. do mecanismo de 4 barras especificamente do Para a síntese do mecanismo proposto utilizou-se o
seu deslocamento vertical, que pode ser relacionado método gráfico de duas posições, porém antes de
ao ângulo entre o L.S. e o solo, logo a partir do ângu- iniciar o método em si foi necessário realizar um
lo da asa e do deslocamento vertical do L.S. pode-se estudo do comportamento do mecanismo no que se
determinar todos os movimentos dos demais corpos diz respeito ao ângulo da asa com relação ao deslo-
(links) do mecanismo através da análise cinemática, camento vertical do ponto localizado no extremo do
que é definida como a determinação dos movimentos link seguidor, ou seja, na junta que une o link aco-
do mecanismo partindo-se da sua geometria e das plador ao link seguidor, determinou-se que esse des-
quantidades cinemáticas desconsiderando as forças locamento seria de 50 mm, conforme apresentado na
que causam o movimento, o ângulo de abertura da Figura 6.
asa será de aproximadamente 50°.
77
Figura 10 - Método gráfico - passos 4 e 5.
4 Análise cinemática
Figura 7 – Vista lateral da representação trigonométrica.
78
Figura 12 - Ângulo do seguidor durante o movimento. Figura 14 - Ângulo da Asa.
Pode ser comprovado assim que mesmo com qual- Além disso, a plotou-se também as forças de reação
quer alteração no projeto da síntese para a analise o nas juntas do mecanismo, vide Figura 15.
ângulo estipulado pelo seguidor não foi alterado.
Um dado importante para se coletar foi o torque
aplicado no motor durante o movimento, como pode
ser visto na Figura 13.
79
Dentro do escopo de projetos de mecanismo, 3 etapas
foram seguidas, o pré-processamento, solucionador,
e pós-processamento, dentro dessas etapas que en-
volvem desde o estudo do caso, análise e síntese
cinemáticas alguns métodos foram utilizados e vali-
dados, como por exemplo o método gráfico para a
síntese, esse método mostrou-se muito simples de ser
realizado, de fácil utilização, e possui uma área de
aplicação muito grande. Já na parte de análise, o
software SolidWorks Student Version mostrou-se
uma ferramenta que atende todos os pré-requisitos
para sua função, podendo ser desenhado o mecanis-
mo em 3D e contemplado todas análises necessárias.
Tendo finalizado o projeto, conclui-se que as altera-
ções na movimentação do corpo não mostraram uma
grande diferença entre o esperado e o real, apresen-
tando em sua variação máxima 4%, além disso per-
cebe-se ainda que o ponto crítico do mecanismo será
a junta 3, onde se localiza a asa apoiada, dessa forma
deve-se prestar uma maior atenção a esse ponto, que
será mais suscetível a falha.
Agradecimentos
Referências Bibliográficas
[1]<http://www.iitk.ac.in/aero/home/index.php?optio
n=com_content&view=article&id=117:flapping-
wing-micro-air-vehicle&catid=86&Itemid=571>.
Acesso em 20/09/2017.
[2]<http://help.solidworks.com/2010/portuguese-
/SolidWorks/whatsnew/AllContent/SolidWorks/Non
Core/SWSimulation/wn_>. Acesso em 21/09
[3]<https://me-mechanicalengineering.com/grashofs-
law/>. Acesso em 20/09/2017
[4]<https://www.cs.cmu.edu/~rapidproto/mechanism
s/chpt4.html>. Acesso em 20/09/2017
[5]<https://www.youtube.com/watch?v=JgvwpF4yh1
E>. Acesso em 20/09/2017.
[6]<http://www.mecatronica.eesc.usp.br/wiki/upload/
d/d6/Aula_11_SEM0104.pdf>. Acesso em
20/09/2017.
[7]<http://joinville.ifsc.edu.br/~pauloboni/MECANI
SMOS/PDF%20-%20Aula%20I%20-
%20Introducao.pdf>. Acesso em 20/09/2017.
80
III MOSTRA CIENTÍFICA DE ROBÓTICA E AUTOMAÇÃO DE SOROCABA E REGIÃO
21 DE OUTUBRO DE 2017 - SOROCABA-SP
Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (UNESP) – Instituto de Ciência e Tecnologia de
Sorocaba (ICTS)
Av. Três de Março, 511 - Aparecidinha, Sorocaba - SP, 18087-180
E-mails: Caique_mellosbo@hotmail.com, cesarferreira86@gmail.com,
fernanda.watanabe@gmail.com, mateus.matsuda@gmail.com
Resumo Este trabalho consiste no projeto de automação para um mecanismo ponto variável (parallelogram linkage) e balancim-balancim
a partir de um sistema de controle de abertura e fechamento de um teto de fábrica, com um motor de passo ULN2003, tendo como parâme-
tros os de sinais de temperatura e umidade. Os sinais são lidos continuamente por um sensor DTH11, utilizando Arduino UNO como micro-
controlador.
Palavras-chaveAutomação, Mecanismo, teto, ponto, variável, controle, Arduino, temperatura, umidade, móvel, DTH11, ULN2003.
81
e tem dimensões de 23mm x 12 mm x 5mm já inclu- Onde B é o número de corpos de um mecanismo
indo os terminais [9]. (Bodies), J1 o número de juntas de 1 Grau de Liber-
O software utilizado para programação foi o Arduíno dade (juntas inferiores), e J2 o número de juntas de 2
IDE, onde foi criada uma placa composta por um Graus de Liberdade (juntas superiores).
microcontrolador Atmel, circuitos de entrada/saída e
que pode ser facilmente conectada a um computador
e programada via IDE (Integrated Development 2.3 Lei de Grashof
Environment, ou Ambiente de Desenvolvimento Para o mecanismo de 4 barras, existe uma espe-
Integrado), utilizando uma linguagem baseada em cificação a ser aplicada, que permite verificar se a
C/C++, sem a necessidade de equipamentos extras barra motor pode rotacionar continuamente em torno
além de um cabo USB. Ele foi fundamental na esco- do eixo, ou se apenas oscila numa determinada am-
lha do uso do Arduino no projeto, uma vez que já é plitude. [4]
um equipamento baseado em linguagem C. Esta regra, tida como a Lei de Grashof, é enunciada
Utilizou-se também o software Fritzing, que conta da seguinte maneira: “Para mecanismos de quatro
com recursos open-source para desenvolvimento de barras que descrevem movimento plano, se a soma
diferentes hardwares. Nesse software existem diver- dos comprimentos das barras mais curta e mais com-
sos tipos de sensores, resistores, e diferentes compo- prida for inferior ou igual à soma dos comprimentos
nentes para ser montado um circuito no software das duas restantes barras, então a barra mais curta
idêntico ao que será usado na prática. Nesse caso, o pode rodar continuamente em relação às outras bar-
Fritzing foi usado não para simulação, mas para ras” [4].
montagem um esquema visual muito intuitivo visan- Matematicamente, o teorema de Grashof pode ser
do um melhor entendimento para os leitores e espec- descrito da seguinte forma:
tadores do projeto.
S + L <= P + Q
2.1 Mecanismos Onde S é o comprimento do elo menor (Small), L o
Um mecanismo pode ser descrito como um con- comprimento elo maio (Large), e P e Q o compri-
junto de elementos de máquinas acoplados de forma mento dos elos remanescentes [4].
a produzir um movimento específico. Estes podem As condições do Grashof determinarão o tipo de
ser categorizados conforme sua aplicação, onde o movimento com base na posição e comprimento dos
foco tomado por este artigo consiste em mecanismos links no mecanismo [6]. Assim, verificando os valo-
de elementos mecânicos. Nesta categoria de análise, res de S e L, os tipos diferentes de mecanismos aten-
também pode ser subdividida de uma maneira geral dem o critério acima são mostrados na Figura 1.
em: Mecanismos de movimento uniforme e meca-
nismos de movimento periódico, que compõem os
mecanismos de barras. [3]
Os mecanismos de movimento periódico fazem parte
integrante de uma máquina, e não são previamente
fabricados por atenderem exigências específicas para
cada projeto, variando de caso a caso. Destaca-se
neste caso o mecanismo de 4 barras, por ser o mais
utilizado, devido a sua simplicidade e robustez. Figura 1 - Mecanismos de 4 barras para diferentes aplicações de
medidas.[5]
Nos mecanismos, cada componente que transmite
forças ou movimentos são denominados por links Para medidas onde S + L > P + Q, a Lei de Grashof
(ligações), e para que o movimento seja transmitido não se aplica, pois nenhuma barra tem movimento
os elementos devem ser ligados entre si. O grupo de livre para rotacionar em torno do eixo.
elementos que mantém contato entre as diversas
barras de um mecanismo é chamado de junta. [3]
3 Materiais e métodos
82
3.2 Síntese do projeto do mecanismo O link motor possui um ângulo inicial de 45 graus e
final de 110 graus. Verificam-se as medidas de Gras-
A partir de um espaço pré-definido do teto de
hof do mecanismo, sendo que:
uma fábrica, deseja-se projetar um mecanismo capaz
de efetuar a abertura de uma parte do teto. Por se
tratar de um teto retrátil, o mecanismo deve realizar o S+L=P+Q
movimento de abertura e fechamento do teto man- 212+150 = 150+212
tendo-o sempre alinhado com a horizontal, conforme
a Figura 2. De modo a coincidir com o proposto para um meca-
nismo de ponto variável.
Em seguida, há a necessidade de se criar um meca-
nismo capaz de espelhar o movimento de abertura
para ambos os lados. Utilizaram-se então dois meca-
nismos manivela-balancim para realizar a transmis-
são do movimento espelhado entre os dois mecanis-
mos de ponto variável.
Figura 2 - esquema do mecanismo de ponto variável. O mecanismo manivela-balancim (Figura 5) pode ser
sintetizado de forma a ter dimensões em que o elo
Optou-se por utilizar um mecanismo de 4 barras do
motor pode possuir a metade do comprimento do elo
tipo ponto variável, uma vez que seu movimento
seguidor, já que é nele que estará o motor de passo
permite que o teto, no caso (p1 e p2), mantenham-se
responsável pelo movimento angular que dará o
alinhados com a horizontal durante o trajeto. Uma
movimento. Dessa forma, os elos motores serão
vez que s + p =L+Q, tem-se que o mecanismo apre-
como o raio do eixo do motor que rotacionará.
senta um movimento descrito pela Figura 3.
Figura 3 - movimento característico de um mecanismo de ponto Figura 5 - Esquema dos mecanismos de manivela-balancim.
variável [7].
Inicialmente, foram estipuladas as posições que o
O teto necessita de uma área estimada de 1 metros link motor assumiria, para sua dimensão, adotou-se
quadrados de abertura. Dessa forma, para realizar o 77.1 cm e seu ângulo de trajetória sendo 68 graus.
movimento horizontal do teto, projeta-se um meca- Utilizando um link seguidor, com aproximadamente
nismo de ponto variável capaz de elevar o link aco- 111,8. Desenhou-se as duas posições do link motor
plador em aproximadamente 50 centímetros. (Figura 6). Escolheu-se em seguida o ponto O4,
Projeta-se então, um mecanismo capaz de realizar o dessa forma, gira-se a linha O4O2 em um ângulo
critério de elevação, conforme Figura 4. definido de phi12, identificando-se o ponto O2’.
Gira-se a linha O4A2 no mesmo ângulo phi12 e
identifica-se o ponto A2’.
Em seguida, desenha-se dois círculos de raio igual ao
comprimento do link acoplados nos pontos A2’ e A1,
identificando a intersecção dos círculos ao ponto B1.
Obtém-se assim, o comprimento do link seguidor e o
ângulo de transmissão.
83
Obteve-se então os ângulos de transmissão do meca- 3.4 Métodos do projeto do sistema de controle.
nismo balancim – balancim, sendo um ângulo de
Inicialmente foram pesquisados os dados relati-
entrada de 50 graus e um ângulo de saída de 203
vos à temperatura e umidade de um ambiente de
graus para o link motor e para o link seguidor, seu
trabalho para servirem de parâmetros para a progra-
ângulo inicial é de 110 graus e se reduz para 42
mação. Segundo a ANVISA, para ambientes fecha-
graus.
dos é necessário manter uma temperatura ambiente
Tabela 2- Comprimento mecanismo 2 22º C e 25º C e umidade relativa do ar entre 40% e
Mecanismo 2 Elo 1 Elo 2 Elo 3 60% [1].
Comprimento Para o sistema de controle utilizaremos uma tempera-
111,8 350 77,71 tura de controle de 23º C e umidade relativa do ar de
(mm)
50%.
Tabela 3. Parâmetros para o controle.
Para realizar o movimento do teto retrátil, utilizará o
motor de passo programável utilizando Arduino. Teto Temperatura (º C) Umidade (%)
Depois de obtidas as medidas no CAD, simulou-se o Aberto T>25 U>=60
mecanismo no software Adams-View, para assim, Fechado T<=23 U<=50
poder encontrar e analisar os ângulos necessários
para que o movimento do mecanismo eleve uma Os valores dos parâmetros podem ser alterados para
parte do teto de uma fábrica em aproximadamente 50 controlar vários tipos de ambientes.
milímetros. Para que o mecanismo se mova de maneira adequa-
As Figura 7 e 8 demonstram o funcionamento do da, foi necessário utilizar critérios de desempenho
mecanismo no software Adams-View. para definir o ângulo de giro do motor. O projeto será
demostrado logo em seguida na parte de análise e
projeto do mecanismo. A partir de da simulação do
mecanismo obteve-se o ângulo de giro entra entre 50º
para o teto aberto e 203 º para o teto fechado.
Com os parâmetros definidos, utilizou-se o compila-
dor do Arduino para a programação do controle do
Figura 7 - Mecanismo completo fechado. sistema. Para a construção do algoritmo, alguns crité-
rios foram estabelecidos tais como:
Dispositivo que habilita o uso do sistema e
acionamento do motor, assim como o seu tra-
vamento, para quando desejado;
Leitura periódica dos parâmetros de tempe-
ratura e umidade do ambiente;
Controle do acionamento do motor via vari-
ável de controle da temperatura e umidade;
Figura 8 - Mecanismo completo aberto.
Critério de parada do motor (ângulo);
A partir do projeto do mecanismo foi definido seu Sinalizações visuais e sonoras sobre o posi-
grau de liberdade como apresentado através do crité- cionamento do teto e sua movimentação.
rio de Grubler: A partir das definições foram montados o diagrama
de blocos e o pseudocódigo apresentados na Figura
GDL = 3*(B – 1) – 2*J1 – J2 9.
GDL = 3*(10-1) -2*13 – 0
GDL = 1
84
Tabela 4. Relação dos pinos de entrada e saída do Arduino.
85
Figura 13 - Ângulo inicial e final do link motor.
Para o link seguidor, obteve-se um resultado condi- Figura 17 - Magnitude da força na junta entre o link seguidor e o
zente com o projetado (Figura 14). acoplador.
86
tura de dados feita a cada 10 minutos, simulando a
operação real do sistema obtendo a Tabela 5.
Tabela 5. Análise da temperatura e umidade do galpão.
Tempo Temperatura Umidade
(min) (º C) (%) Estado Teto
09:00 18 68 ABERTO
09:10 19 65 ABERTO
Figura 23 - Magnitude da força na junta do link seguidor e acopla-
dor. 09:20 19 64 ABERTO
A partir do mecanismo, obteve-se a magnitude do 09:30 20 65 ABERTO
torque desempenhado pelo motor para realizar o 09:40 21 60 ABERTO
movimento do teto. 09:50 21 58 FECHADO
10:00 22 53 FECHADO
10:10 23 52 FECHADO
10:20 23 50 FECHADO
10:30 22 50 FECHADO
10:40 23 49 FECHADO
10:50 23 43 FECHADO
11:00 24 40 FECHADO
Figura 24 - Magnitude do torque do motor. 11:10 24 45 FECHADO
11:20 23 46 FECHADO
11:30 24 44 FECHADO
4.2 Análise do sistema em ambiente controlado
11:40 24 40 FECHADO
Para validar o código e a montagem experimen- 11:50 25 38 FECHADO
tal foram analisadas as informações mostradas no 12:00 26 35 ABERTO
Serial Plotter do Arduino em um ambiente controla-
do, no intuito de verificar se o equipamento apresenta Segundo a leitura do sensor e atuação do sistema, foi
funcionamento adequado antes de aplica-lo em am- observada a atuação correta do sistema de controle,
biente real. atuou dentro dos parâmetros vigentes na programa-
A interface gráfica mostra os resultados obtidos das ção. Os dados foram sintetizados no gráfico da Figu-
leituras do sensor, afim de demostrar a variação da ra 26, que demonstra a variação de temperatura e
temperatura e umidade pelo tempo, como mostrado umidade lida pelo sensor durante um período de 3
na Figura 25. horas em um galpão de estoque, onde o sistema fina-
lizado foi empregado.
87
5 Conclusão
Agradecimentos
Agradecemos a UNESP por nos proporcionar os
equipamentos e estrutura necessários e a todos os
membros envolvidos no desenvolvimento do projeto.
Agradecemos aos professores Mauricio Becerra
Vargas e Marilza Antunes de Lemos pelo auxílio na
composição teórica do projeto e pelos conhecimentos
passados à equipe, ocasionando a interdisciplinarida-
de das disciplinas.
Referências Bibliográficas
[1] - Resolução - RE nº 9, de 16 de janeiro de 2003 –
Anvisa - RE/ANVISA nº 176, de 24 de outubro
de 2000 - Padrões Referenciais de Qualidade do
Ar Interior em Ambientes Climatizados
Artificialmente de Uso Público e Coletivo.
[2] - LEI Nº 6.514, DE 22 DE DEZEMBRO DE
1977, casa civil. – Cap V, da segurança e da
medicina no trabalho.
[3] Grillo, N. L. Mecanismos: Elementos de
Cinemática e Dinâmica.
[4] Inácio, G. R. Mecanismos e Dinâmicas de
Máquinas. Curso Superior em Tecnologia
Mecatrônica Industrial, Instituto Federal de
Santa Catarina.
[5] Figura:
https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Linka
ge_four_bar.svg
[6] Fisher, F. Analysis of a 4 Bar Cranck-Rocker
Mechanism Using Solidworks Motion. Stevens
Institute of Technology.
[7] Prada, J. C. G., Sisamón, C. C., Alonso H. R.
Problemas Resueltos de Teoría de Máquinas y
Mecanismos.
[8] Cambraia, H. N. Mecanismos. Universidade
Federal do Paraná.
[9] D-Robotics. DHT11 Humidity & Temperature
Sensor.
88
III MOSTRA CIENTÍFICA DE ROBÓTICA E AUTOMAÇÃO DE SOROCABA E REGIÃO
21 DE OUTUBRO DE 2017 - SOROCABA-SP
JEFFERSON A. DIAS
Resumo Este artigo tem como objetivo descrever de forma detalhada o acionamento de um robô cartesiano constituído de três
graus de liberdade (X, Y e Z), eletropneumático, utilizando o Controlador Lógico Programável – CLP, cuja programação é feita
através do método da cadeia estacionária. A montagem virtual do circuito foi efetuada através do software FluidSIM da empresa
FESTO e após validação da simulação, montada em ambiente educacional no laboratório de circuitos eletropneumáticos, possibi-
litando a visualização da teoria sendo aplicada na prática para fixação de conceitos.
2 Objetivo
89
Além da simbologia, as setas indicam o caminho a 4 Elaboração dos Circuitos
ser percorrido para que o robô pegue a peça através
de uma ventosa na extremidade do atuador Z em um
local e a deixe em outro local respectivamente pré- 4.1 Circuito Pneumático
determinado. Para que o funcionamento do robô cartesiano
A posição inicial dos atuadores X, Y e Z é totalmente ocorresse, foi necessário o desenvolvimento de dois
recuado e o vácuo desligado. circuitos independentes, ou seja, um circuito pneu-
Através da Figura 1, é possível definir o trajeto passo mático e um circuito elétrico junto ao CLP. Apesar
de forma aritmética, que é a forma representativa do de serem montados de forma independente, o acio-
funcionamento do circuito elétrico após ser acionado namento ocorre de forma dependente, ou seja, o
através do botão B1. acionamento foi feito pelo circuito elétrico junto à
programação enquanto que o trabalho foi realizado
Y+ (Z+V+) Z- Y- X+ Y+ Z+ (Z-V-) Y- X- pelo circuito pneumático.
A Figura 3 apresenta o diagrama pneumático.
A letra acompanhada de um sinal (+) indica o avanço
do atuador correspondente a letra, enquanto que a
letra com o sinal (-) indica o retorno ou recuo do
atuador correspondente a letra.
Neste processo, o que determina o acionamento dos
passos conforme a sequência, são os sensores magné-
ticos, inseridos nas extremidades do êmbolo de cada
atuador. Devido a isso, outra maneira eficaz de vi-
sualizar o funcionamento circuito é através do gráfi-
co do trajeto passo.
A Figura 2 apresenta o gráfico do trajeto passo. Figura 3. Diagrama pneumático.
90
Tabela 1 – Relação dos componentes pneumáticos.
91
onde:
𝑛𝑟 = número de memórias
𝑛𝑝 = número de passos
Figura 7. Network 2.
Figura 8. Network 3.
Figura 9. Network 4.
92
rar que a memória de K4 seja acionada após acionada
a memória de K3.
Após acionar o sensor SZR, energizará a memória de
K4 que abrirá o contato NF de K4 na Network 13,
desligando a solenoide SY, fazendo com que o atua-
dor Y recue e também, fechando os contatos NA da
Figura 17. Network 12. Network 4, cuja função é selar o sensor SZR para
que a memória de K4 não seja desligada e, na
Network 5, cuja função é assegurar que a memória
de K5 seja acionada após acionada a bobina de K4.
Após acionar o sensor SYR, energizará a memória de
K5 que fechará os contatos NA da Network 5, cuja
função é selar o sensor SYR para que a memória de
K5 não seja desligada, na Network 6, cuja função é
assegurar que a memória de K6 seja acionada após
acionada a memória de K5 e também, na Network 12
Figura 18. Network 13. cuja função é acionar a solenoide SX fazendo com
que o atuador X avance.
Após acionar o sensor SXA, energizará a memória de
K6 que fechará os contatos NA da Network 6, cuja
função é selar o sensor SXA para que a memória de
K6 não seja desligada, na Network 7, cuja função é
assegurar que a memória de K7 seja acionada após
acionada a memória de K5 e também, a Network 13
cuja função é acionar a solenoide SY fazendo com
que o atuador Y avance novamente.
Figura 19. Network 14. Após acionar o sensor SYA, energizará a memória de
K7 que fechará os contatos NA da Network 7, cuja
função é selar o sensor SYA para que a memória de
K7 não seja desligada, na Network 8, cuja função é
assegurar que a memória de K8 seja acionada após
acionada a memória de K7 e também, a Network 14
cuja função é acionar a solenoide SZ fazendo com
que o atuador Z avance novamente para colocar a
Figura 20. Network 15. peça no recipiente.
Após acionar o sensor SZA, energizará a memória de
Ao pressionar o botão B1, energizará a memória de K8 que abrirá os contatos NF da Network 14, cuja
K1 que fechará todos os contatos normalmente aber- função é desligar a solenoide SZ, fazendo com que o
to (N.A.) que está em paralelo com o botão B1, cuja atuador Z retorne na sua posição inicial, na Network
função é selar, ou seja, manter o circuito energizado 15, desligando a solenoide SV desligando a válvula
e na Network 2, cuja função é assegurar que a memó- geradora de vácuo simultaneamente, deixando a peça
ria de K2 somente será acionada após o acionamento no local conforme Figura 4 e, fechará os contatos NA
de K1 e na Network 13, cuja função é acionar a sole- da Network 8, cuja função é selar o sensor SZA para
noide SY respectivamente, avançando o atuador Y. que a memória de K8 não seja desligada, na Network
Após acionar o sensor SYA, energizará a memória de 9, cuja função é assegurar que a memória de K9 seja
K2, que fechará todos os contatos NA que está em acionada após acionada a memória de K8 respecti-
paralelo com o sensor SYA, cuja função é selar o vamente.
sensor SYA para que a memória de K2 não seja Após acionar o sensor SZR, energizará a memória de
desligada, Network 3, cuja função é assegurar que a K9 que abrirá o contato NF da Network 13, cuja
memória de K3 seja energizada após acionada a função é desligar a solenoide SY, fazendo com que o
memória de K2, na Network 14 cuja função é acionar atuador Y retorne na sua posição inicial e, fechará os
a solenoide SZ e, na Network 15 cuja função é acio- contatos NA da Network 9, cuja função é selar o
nar a solenoide SV, avançando o atuador Z e ligando sensor SZR para que a memória de K9 não seja des-
a válvula geradora de vácuo simultaneamente. ligada, na Network 10, cuja função é assegurar que a
Após acionar o sensor SZA, energizará a memória de memória de K10 seja acionada após acionada a me-
K3 que abrirá o contato normalmente fechado (NF) mória de K9 respectivamente.
de K3 na Network 14, desligando a solenoide SZ, Após acionar o sensor SYR, energizará a memória de
fazendo com que o atuador Z recue e também, fe- K10 que abrirá o contato NF da Network 12, cuja
chando os contatos NA da Network 3, cuja função é função é desligar a solenoide SX, fazendo com que o
selar o sensor SZA para que a memória de K3 não atuador X retorne na sua posição inicial e, fechará os
seja desligada e, na Network 4, cuja função é assegu- contatos NA da Network 10, cuja função é selar o
93
sensor SYR para que a memória de K10 não seja 5 Conclusão
desligada, Network 11, cuja função é assegurar que a
memória de K11 seja acionada após acionada a me- Através dos circuitos apresentados, foi possível
mória de K10 respectivamente. simular, montar e efetuar o deslocamento de uma
Nesse momento, todas as memória, ou seja, de k1 a peça de um local para outro, de forma pré-
K11 estarão energizadas e todas as solenoides estarão determinada, através de um robô cartesiano eletrop-
desligadas. neumático com CLP, cuja programação foi feita
Após acionar o sensor SXR, energizará a memória de através da utilização do método da cadeia estacioná-
K11 que fechará o contato NA da Network 11, cuja ria, objetivando uma forma eficaz no processo de
função é selar o sensor SXR para que a memória de automação através de robô.
K11 não seja desligada e, abrirá o contato NF da Caso haja mudança do local de retirada da peça e/ ou
Network 1, cuja função é desligar a memória de K1, local de destino da mesma, será necessário confecci-
que desliga a memória de K2, que desliga a memória onar apenas outra programação, pois o mesmo é
de K3, que desliga a memória de K4, que desliga a considerado um sistema flexível de automação, en-
memória de K5, que desliga a memória de K6, que quanto que o circuito elétrico e o circuito pneumático
desliga a memória de K7, que desliga a memória de permanecem os mesmos.
K8, que desliga a memória de K9, que desliga a Através do trajeto passo e gráfico do trajeto passo,
memória de K10, que desliga a memória de K11, foi possível montar o diagrama pneumático e elétrico
retornando a posição inicial, ou seja, circuito elétrico com CLP, bem como suas respectivas listas de mate-
desligado, os atuadores X, Y e Z recuados e o vácuo riais necessários para o êxito.
desligado, dando condição para que o circuito seja O software FluidSIM-P da empresa FESTO, permite
acionado novamente sendo que para isso, basta que o montar, configurar e simular circuitos de automação,
botão B1 seja acionado novamente. de forma a garantir a funcionalidade do circuito,
Durante funcionamento do projeto, independente de antes de efetuar a compra dos materiais necessários
quantas memórias ou solenoides estejam acionadas, para a montagem prática.
se o botão B0 for pressionado, todo o circuito será
desligado e os atuadores retornarão em suas respecti-
vas condições iniciais, ou seja, todos os atuadores na Referências Bibliográficas
posição recuado e o vácuo desligado.
Apesar do circuito elétrico apresentar os contatos dos BASTOS FILHO, Teodiano Freire; FERRARI, Av
sensores SXR, SYR e SYR respectivamente na posi- Fernando. Aplicação de Robôs nas Indústrias.
ção recuado, os mesmos são ligados nos contatos Vitória, ES: Universidade federal do Espírito
NA, por isso estão identificados com os números 3 e Santo, 1999.
4 nos contatos respectivamente. A Figura 5 nas li- CRAIG, John J. Introduction to robotics: mechanics
nhas 3, 5, e 7 respectivamente apresentam os conta- and control. Upper Saddle River: Pearson
tos NA acionados devido ao circuito pneumático Prentice Hall, 2005.
estar na posição inicial, conforme a Figura 3. DIDATIC, FESTO. Técnicas de automação
A Tabela 2 apresenta a relação de componentes elé- industrial– I. Festo Didatic. São Paulo, 2001.
tricos necessários para a montagem deste projeto. DIDATIC, FESTO. Técnicas e aplicação de
comandos eletropneumáticos. Festo Didatic. São
Tabela 2 – Relação dos componentes elétricos Paulo, 2001.
Item Descrição Qtde
DIDATIC, FESTO. Projetos de sistemas
01 Fonte de alimentação bivolt com saída 01
pneumáticos. Festo Didatic KG. Esslingen,
24VCC, 10 A 1982.
02 Botão com trava, vermelho, tipo cogumelo, 01 FIALHO, Arivelto Bustamante. Automação
com 1 contato NF pneumática: projetos, dimensionamento e análise
03 Botão pulsante, retorno por mola, verde, com 01 de circuitos. Érica, 2009.
1 contato NA (B1)
ROMANO, Vitor Ferreira; DUTRA, Max Suell.
04 Sensor magnético 06
Introdução a robótica industrial. Robótica
05 CLP contendo ao menos 8 entradas e 4 saídas 01
06 Válvula solenóide 04
Industrial–Aplicação na Indústria de
07 Cabo de 1,5mm2 vermelho (m) 08 Manufaturas e de Processos, v. 1, 2002.
08 Cabo de 1,5mm2 azul (m) 04 RIOS, Claudio F.; GUIMARÃES, Gil E. Robô
09 Cabo de 1,5mm2 preto (m) 12 Pneumático, uma alternativa econômica para a
automação industrial.
A Tabela 2 tem o objetivo de proporcionar a compra DA SILVEIRA, Paulo Rogério; DOS SANTOS,
da quantidade correta de componentes elétricos. Caso Winderson Eugenio. Automação e controle
estes dados não sejam seguidos corretamente, poderá discreto. Érica, 2004.
implicar na montagem incorreta do mesmo, ocasio-
nando em um erro de projeto, impossibilitando sua
conclusão.
94
III MOSTRA CIENTÍFICA DE ROBÓTICA E AUTOMAÇÃO DE SOROCABA E REGIÃO
21 DE OUTUBRO DE 2017 - SOROCABA-SP
Instituto de Ciência e Tecnologia de Sorocaba, Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho
18087-180, Sorocaba, SP, Brasil
E-mails: heitorsimioni@gmail.com, v.rsousa@yahoo.com,
everson@sorocaba.unesp.br, marilzadelemos@gmail.com,
Resumo Uma das técnicas mais utilizadas de controle mais utilizadas em nível industrial é o controle PID. Neste trabalho, uti-
lizando os conhecimentos aprendidos nas disciplinas de programação, eletrônica e controle, foi desenvolvido de controle PID de
um sistema de ventilação, composto por um cooler (motor DC de 12V) e um sensor de temperatura LM35. Para o acionamento
do motor, foi utilizada a saída PWM do Arduino, que teve o sinal amplificado, acionando um transistor MOSFET, que aumentou
a corrente no motor. Os parâmetros de ganho para o controle foram calculados utilizando o método da malha aberta de Ziegler
Nichols. Após ajustes nas variáveis do controlador foi possível encontrar uma oscilação satisfatória em torno de um ponto de ve-
locidade do motor, não produzindo picos de tensão no sistema.
Com a constante evolução dos métodos e concei- Desenvolver um sistema de aquisição de dados
tos utilizados nos cursos da área de ciência e tecno- microprocessado que receba um valor de temperatu-
logia, tem-se, cada vez mais, a necessidade da im- ra de um sensor e, utilizando controle PID da planta
plementação de modelos experimentais relacionados (composta pelo motor DC e o sensor), faça a regula-
ao conteúdo ministrado em sala de aula. Uma das ção do sinal de tensão PWM enviado a um air-
formas reside no uso de simuladores onde modelos e cooler, sistema composto por um ventilador e um
programas podem ser criados e testados de forma a motor DC de 12 V, aumentando ou diminuindo a
confirmar os fundamentos teóricos aprendidos. Ao refrigeração do ambiente ou dispositivo acoplado, de
mesmo tempo, deve-se fornecer ao aluno a oportuni- forma a manter a temperatura em um nível aceitável.
dade de compreender e experimentar como cada uma
das áreas de estudo no curso se relacionam e formam
um sistema. No caso de um curso de engenharia de 2 Fundamentos Teóricos
controle e automação é imprescindível que o aluno
adquira conhecimentos das áreas de elétrica, eletrô- Um projeto integrador está fundamentado na in-
nica, mecânica, programação, controle, sistemas terdisciplinaridade de áreas diversas de conhecimen-
microprocessados e industriais, entre outras, e saiba to. A Figura 1 apresenta as principais áreas de co-
como estas se relacionam para que seja projetado um nhecimento integradas no trabalho descrito neste
sistema de automação, por exemplo. artigo. A representação sequencial na Figura 1 coin-
Nesse contexto, este projeto propõe a construção de cide com a sequência em que as disciplinas são mi-
um modelo experimental de um controlador PID nistradas no curso de engenharia de controle e auto-
(proporcional integral derivativo) de um sistema de mação do ICTS/UNESP Sorocaba.
ventilação. O projeto inclui, principalmente, os co-
nhecimentos adquiridos nas áreas de elétrica, eletrô- Sistemas
Digitais
nica, controle e sistemas microprocessados, garantin-
do ao aluno uma visão interdisciplinar em relação ao
curso de Engenharia de Controle e Automação. Programação
Sistemas
em
Além da aplicação dos conceitos envolvidos nestas Linguagem C
Microprocessados
95
2.1 Teorias de Controle trole PID para um sinal de entrada u(t), considerando
um erro e(t) ao longo do tempo, é:
O comportamento de um sistema no domínio da
frequência pode ser descrito por sua função de trans- 1 0 𝑑𝑒(𝑡)
ferencia, uma equação típica que relaciona sua entra- 𝑢(𝑡) = 𝐾𝑃 (𝑒(𝑡) + ∫ 𝑒(𝑡)𝑑𝑡 + 𝑇𝑑 (1)
𝑇𝑖 −∞ 𝑑𝑡
da e sua saída. É empregada na análise de circuitos Para a determinação dos coeficientes Kp, Ti e Td na
eletrônicos analógicos e na teoria de controle. Consi- equação acima, deve-se utilizar um método de sinto-
derando um sistema linear invariante no tempo nização de controladores.
(LIT), a função de transferência relaciona a transfor-
mada de Laplace dos sinais de entrada com a trans-
formada de Laplace dos sinais de saída (DORF, 2.1.3 Sintonização de Controladores
2001). A escolha dos parâmetros relacionados a ação
integral, proporcional e derivativa de um controlador
2.1.1 Controle Digital PID é feita de modo que, em malha fechada, o siste-
ma apresente uma resposta oscilatória e amortecida
O ramo da teoria de controle que estuda o uso de com uma taxa de decaimento de 25%.
computadores digitais e microcontroladores para
Os métodos de sintonização de controladores de
atuar como um sistema é chamado de controle digi-
Zigler Nichols foram desenvolvidos por John G.
tal. O uso de tais sistemas de controle permitiu uma
Ziegler e Nathaniel B. Nichols de modo empírico,
precisão maior em relação aos controladores analógi-
testando diversos processos que aparesentavam res-
cos, porém, restringiu a velocidade de operação
posta semelhante em regime transitório. Há, assim,
(2013, ASSUNÇÃO). O diagrama de blocos mostra-
dois métodos para a obtenção dos ganhos do contro-
do na Figura 2 representa um sistema de controle
lador PID: o método de malha aberta e o método de
digital.
malha fechada (OGATA, 2000).
96
Tabela 1. Determinação dos ganhos através de K, L e T.
Tipo de Con- Kp Ti Td
trolador
P 𝑇 ∞ 0
𝐿
PI 𝑇 𝑇 0
0,9
𝐿 0,3
Figura 5. Ciclo ativo do sinal PWM. Fonte:
PID 𝑇 2L 0,5L
1,2 http://www.eletronica.org/arq_apostilas/apostila_pwm.pdf
𝐿
2.2.1 PWM
Diversos circuitos de potência utilizam a
tecnologia PWM (Pulse Width Modulation) ou Mo-
dulação de Largura de Pulso. A maneira mais sim-
ples de controlar a potência recebida por uma carga é
inserindo uma resistência variável em série com essa,
variando, assim, a potência dissipada pelo resistor e a
Figura 6. Terminais de um transistor MOSFET. Fonte:
potência recebida pela fonte. Ao utilizar este tipo de ALLDATA.
controle, há uma alta dissipação de calor pelo resistor
quando deseja-se aplicar uma potência menor na
Assim, para uma aplicação de tensão positiva entre
carga. Com isso, o custo do projeto aumenta, uma
os terminais de porta e de fonte (VGS) que seja maior
vez que é necessário a aplicação de um resistor que
que o valor da tensão limite (valor especificado pelo
suporte altas quedas de tensão e alto fluxo de calor.
fabricante), o componente comporta-se como uma
Uma alternativa para o controle de cargas de potência resistência muito baixa, permitindo a condução de
seria utilizar uma chave que abra e feche de modo corrente. Portanto, pode-se controlar o valor de VGS
que o circuito fique ora com corrente e ora sem cor- para o aumento ou diminuição da corrente de dreno
rente, variando, assim, a potência entregue à carga. que fluirá do dispositivo para uma determinada car-
Essa é a lógica da modulação de largura de pulso, em ga, permitindo um ganho de potência para essa carga
que, se a chave fica aberta 50% do tempo, a tensão (SEDRA, 2007).
aplicada à carga é de 50% da tensão de entrada. A
O MOSFET possui três regiões de operação, ou seja,
Figura 4 mostra esta variação de tensão.
pode operar em três diferentes modos, dependendo
da tensão aplicada em seus terminais, de acordo com
a Figura 7.
97
corrente, uma vez que há a aplicação de valores de entrada de tensão (VS), podendo ser alimentada na
VGS para a condução de corrente e para que a tensão faixa de 4V até 20V para seu funcionamento. Há,
entre o dreno e a fonte não seja tão alta (SEDRA, também, um terminal de tensão de saída (VOUT),
2007). sendo esta tensão linear e proporcional a escala Cel-
sius, cuja resolução é de 10mV de tensão de saída
2.2.3 Amplificador Operacional para cada 1ºC de temperatura. O terceiro terminal do
sensor é um terminal de aterramento (TEXAS
Em aplicações em que se deseja aumentar a ten- INSTRUMENTS, 2016). A Figura 9 mostra os ter-
são de entrada ou de saída de um dispostivo ou de minais do sensor LM35.
um microcontrolador, para ajustar a uma faixa de
valores aceitável por estes, são utilizados amplifica-
dores operacionais de tensão.
Este dispositivo possui dois terminais de entrada,
sendo uma entrada inversora e uma entrada não-
inversora, e um terminal de saída. Há duas topologias
de uso do amp op, sendo estas a topologia inversora,
em que o sinal de entrada é aplicado através do ter-
minal de entrada inversora, e a topologia não inver- Figura 9. Esquematização do sensor LM35. Fonte: TEXAS
sora, em que o sinal de entrada é aplicado através do INSTURMENTS, 2016.
terminal de entrada não-inversora (MALVINO,
2007). A topologia de um amplificador de tensão 2.3 Sistemas Microprocessados
não-inversor é vista na Figura 8. Para projetos sofisticados de automação, os mé-
todos teóricos da engenharia precisam ser converti-
dos em linguagens de programação para serem exe-
cutados em alguma arquitetura microprocessada.
Atualmente o mercado dispõe de uma vasta gama de
processadores desde microcontroladores de muito
baixo custo até placas processadoras de alto desem-
penho ou CLPs (Controladores Lógico Programá-
veis).
Os microcontroladores, em geral, possuem, além do
processador, uma série de circuitos adicionais que
facilitam o desenvolvimento de projetos de automa-
ção, tais como: temporizadores (timers/counters),
Figura 8. Amplificador operacional não inversor. Fonte: conversores digitais analógicos e analógicos digitais,
MALVINO, 2007. portas paralelas digitais e analógicas, portas seriais e
USB, recursos para geração de sinal PWM, entre
Além dos terminais dispostos na Figura 8, o amp-op outros. Um microcontrolador de baixo custo muito
também possui dois terminais para a aplicação de utilizado atualmente é o Atmega1280, da Atmel, por
tensões contínuas simétricas. O ganho de tensão do meio das placas denominadas Arduino.
dispositivo é dado pela equação a seguir:
98
Com o hardware implementado, foi utilizado o mé-
todo de malha fechada para obtenção da função de
transferência do sistema. Para fins de simplificação,
foi considerado que todo o processo é composto pelo
cooler e pelo sensor, compondo uma única função de
transferência. O diagrama de blocos que representa o
sistema é mostrado na Figura 11.
100
Como o sensor possui um ruído considerável, estes ação de temperatura para cada subdivisão de valor de
dados encontrados são uma aproximação do sistema. tensão lido, é:
4,88
𝐶𝑇 = = 0,488
10
101
4 Resultados e Discussões
102
Malvino, A., BATES, D. J. Eletrônica, Vol. 2. 7ª ed.
McGraw-Hill, 2007.
Ogata, K., Engenharia de Controle Moderno. 3ª ed.
Rio de Janeiro: LTC Editora S.A., 200.
Sedra, A. S., SMITH, K. C. Microeletrônica. 5ª ed,
Saunders College Publishing, 2007.
Souza, F. Arduino Mega2560. Obtido em:
<http://www.embarcados.com.br/arduino-mega-
2560/>. Acesso em: 12/09/2017.
Teixeira, P. R. F., FARIA R.A. Instrumentista de
Controle: Fundamentos de Controle.
Universidade Tecnológica Federal do Paraná –
UTFPR, Curitiba, 2006.
Figura 20. Curvas para novos valores de ganho.
Texas Instruments. Datasheet LM35. 2016.
Disponível em:
Pode-se perceber que, apesar do sinal escrito na porta
<http://www.alldatasheet.com/datasheet-
analógica apresentar uma variação maior em relação
pdf/pdf/517588/TI1/LM35.html>. Acesso em:
ao resultado obtido na Figura 19, desta vez não fo-
12/09/2017.
ram apresentados picos de tensão. Assim, pode-se
Vishay Siliconix. Datasheet MOSFET IRF640.
dizer que, para estes novos valores de ganho, o sis-
Disponível em:
tema apresenta uma resposta mais parecida com uma
<http://www.alldatasheet.com/datasheet-
oscilação amortecida, que é o esperado para um con-
pdf/pdf/250779/VISHAY/IRF640.html>. Acesso
trole PID, uma vez que a velocidade do ventilador e a
em: 12/09/2017.
temperatura procuram se estabilizar em torno de um
valor, não apresentando variações bruscas.
5 Conclusões
6 Referências Bibliográficas
103
III MOSTRA CIENTÍFICA DE ROBÓTICA E AUTOMAÇÃO DE SOROCABA E REGIÃO
21 DE OUTUBRO DE 2017 - SOROCABA-SP
Abstract— In this work we developed the synthesis and the analysis of a polycentric mechanical knee (also
known as a four-bar linkage knee), the forces acting on each part of the knee were analyzed in relation to their
angle of movement and the critical points of the trajectory were found , which correspond to the points in which
the knee presents the greatest possibility of breaking.
Resumo— Nesse trabalho foi desenvolvido a sı́ntese e a análise de um joelho mecânico do tipo policêntrico
(também conhecido como joelho de quatro barras). Foram analisadas as forças atuantes em cada peça do joelho
em relação ao seu ângulo de movimentação e encontrados os pontos crı́ticos da trajetória, que correspondem aos
pontos no qual o joelho apresenta a maior possibilidade de quebra.
2 Fundamentos Teóricos
104
Tabela 1: Movimentações possı́veis
Categoria Peça Fixa
Dupla-Manivela Menor
Manivela-Balancim Adjacente a peça fixa
Duplo-Balancim Acopladora
N = 3(B − 1) − J1 − J2 (1)
Onde B = Número total de corpos
J1 = número de juntas com 1 GDL
J2 = número de juntas com 2 GDL
2.4 ADAMS
105
Figura 4: Posição inicial (Matthew West, 2015).
Figura 7: Mecanismo gerado através da análise de Tal equação permite a movimentação seme-
um joelho real. lhante à de um joelho, fazendo com que ele atinja
sua angulação máxima sem que os ligamentos se
rompam ou rotacionem.
Também se adicionou uma massa sobre o link
das barras, fez-se o desenho no software ADAMS acoplador, no caso, o fêmur, representando a coxa,
obtendo assim, a seguinte estrutura representada bem como uma massa no link fixo, no caso, a tı́bia,
na Fig. (9). representando a canela e os pés, como mostra a
106
Fig. (10).
107
Matthew West (2015). Four-Bar Linka-
ges, http://dynref.engr.illinois.edu/
aml.html. Acessado: 11 Outubro 2017.
5 Conclusões
Agradecimentos
Referências
108
III MOSTRA CIENTÍFICA DE ROBÓTICA E AUTOMAÇÃO DE SOROCABA E REGIÃO
21 DE OUTUBRO DE 2017 - SOROCABA-SP
CARLOS CÉSAR LAZARINI JR., DAVI MERCATELLI MARTES, PEDRO HENRIQUE VIEIRA RIBEIRO DA COSTA,
RICARDO GOMES NEVES, MAURICIO BECERRA VARGAS
Resumo Este trabalho está incluído no contexto da disciplina de Projeto de Mecanismos e consiste no estudo de um
mecanismo de retorno rápido de Whitworth com uma aplicação prática empregada em uma plaina limadora. Para que este estudo
se torne em um projeto implementado e direcionado ao estudo desta disciplina, é preciso definir o número de graus de liberdade,
juntas, elos, relações de transmissão de força e movimento e funcionamento do mecanismo.
Palavras-chave Plaina, Whitworth, Mecanismo de retorno rápido, Graus de Liberdade, Transmissão de força e movimento
𝑐
𝜀= (9)
𝑎3
110
1 1 Substituindo-se os valores de 𝑎2 e 𝑎3 nas equações
𝑎32 = (12)
4 [𝑐𝑜𝑠 2 𝜙 + 𝜆𝑠𝑖𝑛2 𝜙] (16) e (17) obtemos os comprimentos da manivela e
2 2 da biela. Os valores dos componentes do mecanismo
são apresentados na tabela 1.
1 𝜆2
𝑎22 = (13)
Tabela 1 - Valores do Mecanismo de retorno rápido.
4 [𝑐𝑜𝑠 2 𝜙 + 𝜆𝑠𝑖𝑛2 𝜙]
2 2 Mecanismo Valor Unidade
Manivela 𝑎2 55.87 mm
Assim é possível obter a melhor relação entre os Biela 𝑎3 137,88 mm
comprimentos da biela e manivela. Desse modo Excentricidade 𝑐 42,81 mm
encontramos os fatores 𝑎2 e 𝑎3 . Como o dado de Retorno 𝜙 162 graus
entrada e critério do projeto é o curso da ferramenta Avanço α 198 graus
̅̅̅̅̅̅
𝐵2 𝐵1 basta multiplicar os cofatores 𝑎2 e 𝑎3 pelo
valor ̅̅̅̅̅̅
𝐵2 𝐵1 para obter os comprimentos da biela e Como verficação dos parâmteros, deve-se verificar a
manivela, conforme apresentado nas equações (14) e rotação total da manivela a qual é possível se a
(15). excentricidade, 𝒄, for menor que a diferença entre a
biela, 𝒂𝟑 , e o comprimento da manivela 𝒂𝟐 e
𝑎3 = 𝑎3 ̅̅̅̅̅̅̅
̅̅̅̅̅̅
𝐵2 𝐵1 (14) também deve ter o comprimento da manivela menor
do que o comprimento da biela
̅̅̅̅̅̅̅
𝑎2 = 𝑎2 ̅̅̅̅̅̅
𝐵2 𝐵1 (15) Assim, 𝒄 <(𝒂𝟑 -𝒂𝟐 ) e 𝒂𝟑 > 𝒂𝟐 :
𝑄 = 1,22
118,96
∈= ∗ 100% = 99,13%
120
4 Implementação
112
Figura 13 - Diagrama de conexão ente o motor de passo (stepper
motor) e driver ULN 2003A. (RAWASHDEH, 2017)
(b)
(a)
(c)
Figura 11 - Modelagem com SolidWorks® para o trilho, conforme
medidas da tabela 1. Figura 14 - (a) Motor de passo 28BYJ-48, (b) driver ULN 2003A e
(c) microcontrolador Arduino UNO.
Para a implementação foi considerado a utilização de
três partes impressas do trilho para que o mesmo Levando em consideração o torque necessário
tenho um curso exigido pelo movimento exercido exigido pelo mecanismo para que o mesmo entre em
pelo mecanismo. Para que o mecanismo tenha um movimento e que este mesmo mecanismo por utilizar
movimento desejado, foi utilizado um motor de material impresso de peso leve, foi utilizado o motor
passo conectado por um driver ULN2003A, como de passo 28BYJ-48. Este motor o possui ótimo
mostram as figuras 12, 13 e 14. torque, é unipolar, com alimentação de 5v, possui
Os dispositivos ULN2003A são matrizes de uma redução de 1/64 e são necessários 64 passos
transistor Darlington de alta tensão e alta corrente. para que o motor dê uma volta completa (5,625º / 64
Cada um consiste em sete pares NPN Darlington que passos), isso em modo “puro” (sem redução). Com a
apresentam saídas de alta tensão com diodos de redução de 1/64, o número de passos aumenta para
fixação de cátodo comum para trocar cargas 4096 (64 * 64 = 4096). Esses valores são válidos se
indutivas. A classificação de corrente coletora de um utilizado o esquema de ativação das bobinas em 8
único par Darlington é de 500 mA. Estes dispositivos passos (half-mode, ou meio-passo). Se utilizado o
possuem um resistor de base de série de 2.7 kΩ para esquema de ativação de 4 passos (full-step, ou passo
cada par Darlington para operação diretamente com inteiro), que é o padrão utilizado pela biblioteca do
dispositivos CMOS TTL ou 5V. Arduino e o utilizado para este projeto, o número de
passos necessários cai pela metade, para 2048.
(KIATRONICS, 2017)
𝑃𝑃𝑆 𝑥 60
𝑅𝑃𝑀 = (18)
𝑃𝑃𝑅
𝑅𝑃𝑀 = 15 𝑅𝑃𝑀
113
Como o PPS programado foi de 500, ele faz uma Tabela 4 – Tempo de avanço e retorno coletados, com mecanismo
em velocidade constante.
rotação com 2048 passos, portanto a velocidade será
de aproximadamente 15 RPM. Tempo de Tempo de
O limitador da velocidade é definido pelo fabricante avanço (s) retorno (s)
e pelo conceito de um motor de passo, no valor de 1,97 1,20
465 RPM. O motor de passo não é recomendado em 1,84 1,45
casos em que o dispositivo trabalhe em altas 1,85 1,38
velocidades uma vez que devido a inércia do rotor as 1,73 1,44
bobinas podem não ser capazes de atrair o mesmo 1,83 1,31
para uma determinada posição fazendo com o que o 1,80 1,28
motor “perca passos”. Como neste projeto o foco não
1,88 1,50
é a velocidade alta e sim o torque necessário para o
1,96 1,37
movimento desejado, este motor se torna o ideal.
1,84 1,34
Tabela 3 – Comparativo de tipos de motores comumente 1,82 1,40
utilizados. (VIANA, 2017)
Motor de Corrente Motor de Servo- 𝑀é𝑑𝑖𝑎 𝑡𝑒𝑚𝑝𝑜 𝑑𝑒 𝑎𝑣𝑎𝑛ç𝑜 = 1,852 𝑠
Contínua Passo Motor
Velocidade Alta Baixa Média 𝑀é𝑑𝑖𝑎 𝑡𝑒𝑚𝑝𝑜 𝑑𝑒 𝑟𝑒𝑡𝑜𝑟𝑛𝑜 = 1,229 𝑠
Torque Zero/Alto Alto/Médio Baixo/Alto
Facilidade
Controle
Fácil Média Complexo 𝐶𝑢𝑟𝑠𝑜 𝑑𝑜 𝑚𝑜𝑣𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑑𝑎 𝑝𝑒ç𝑎 = 116 𝑚𝑚
Precisão Nenhuma Alta Muito Alta
Durabilidade Média Ótima Média
Manutenção? Sim Não Sim Desta forma, ao acionar o motor e através da
propagação do mecanismo projetado, a peça
Para que o motor exiba a velocidade desejada, o limadora irá então demonstrar o movimento de
mesmo foi programado através de um retorno rápido, conforme projetado, já que o tempo
microcontrolador Arduino UNO, conforme código de retorno é menor que o tempo de avanço. Ao
descrito abaixo: comparar a simulação feita com o mecanismo no
software ADAMS e a resposta do mesmo na prática,
#include <Stepper.h> notou-se um erro dado no tempo de avanço como no
const int stepsPerRevolution = 500; de retorno. Esta diferença é dada pelo fato que o
Stepper myStepper(stepsPerRevolution, 8,10,9,11); toque utilizado na simulação é diferente do torque
void setup() utilizado na prática. Além do mais, para o
{ mecanismo em funcionamento na prática deve-se
//Determina a velocidade inicial do motor levar em consideração alguns fatores, tais como o
myStepper.setSpeed(64); coeficiente de atrito do material, o qual não foi
} calculado neste momento, por não ser o foco deste
void loop() projeto.
{ O curso medido na prática assemelhou-se bastante
myStepper.setSpeed(64); com o simulado, obtendo-se um erro de
myStepper.step(-2048); aproximadamente 2%, valor este considerado ótimo.
} O mecanismo pode ser observado tanto em
Ao final da impressão, o mecanismo montado foi simulação quanto em funcionamento real através dos
testado e foi cumprida a proposta, da maneira QR CODES, figuras 16 e 17, assim como nos links
prevista pelo ADAMS. abaixo:
Após a montagem completa do mecanismo (figura Vídeo da implementação:
15), incluindo motor e microcontrolador, alguns https://www.youtube.com/watch?v=HaNcCnibelc
dados experimentais foram coletados, com o
mecanismo em funcionamento, tais como o curso da
peça limadora e os tempos de avanço e retorno da
mesma, vide tabela 4.
Figura 15 - Mecanismo de retorno rápido impresso. Figura 16 - Link em QR para vídeo da implementação.
114
Vídeo da simulação: Parallel. IEEE Transactions on Power
https://www.youtube.com/watch?v=Tm1iTNIMNHM Systems, Vol. 9, No. 4, pp. 1942- 1948.
NEIS, Patric Daniel - APOSTILA DE CAMES,
QUATRO BARRAS, CURSOR MANIVELA,
GARFO ESCOCÊS, MECANISMOS DE
RETORNO RÁPIDO E MANIVELA
ARTICULADA. Disponível em: Apostila da
disciplina mecanismos I (ENG03316) ministrada
pelo Prof. Patric Daniel Neis no curso de
Engenharia Mecânica da UFRGS - Porto
Alegre, 2012.
SÖYLEMEZ, Eres – Mechanisms - Mechanical
Engineering – Courses, 1999. Disponível em:
<http://ocw.metu.edu.tr/mod/resource/view.php?
id=3577 >. Acesso em 21 de agosto de 2017.
TANIK, Engin. Transmission angle in compliant
Figura 17 - Link em QR para vídeo da simulação. slider-crank mechanism. Ankara – Turquia,
2011. Disponível em:
<http://ewp.rpi.edu/hartford/~shirod/EP/Other/T
5 Conclusão anik%202011.pdf>. Acesso em 04 de outubro de
2017.
Com os dados obtidos pelos cálculos teóricos e VARGAS, Mauricio Becerra. Síntese de um
com a simulação do mecanismo no software MSC mecanismo pistão-biela-manivela.
AdamsView® podemos verificar que o dispositivo ULN2003A. High-Voltage, High-Current
apresenta 1 GDL e que as especificações de projeto Darlington Transistor Arrays Disponível em:
de curso da ferramenta e o tempo de avanço e retorno <www.ti.com/ULN2003A>. Acesso em 09 de
foram atendidas. outubro de 2017.
Com o método apresentado é possível implementar o RAWASHDEH, Mohannad. Disponível em: <
mecanismo de retorno rápido com êxito. http://www.instructables.com/member/Mohanna
d%20Rawashdeh/> . Acesso em 09 de outubro
de 2017.
Referências Bibliográficas KIATRONICS - 28BYJ-48 - 5V Stepper Motor.
The 28BYJ-48 is a small stepper motor
FLORES, Paulo. CLARO, J.C. Pimenta. Cinemática suitable for a large range of applications.
de Mecanismos. Análise Descritiva de Disponível em:
Mecanismos. Disponível em http://robocraft.ru/files/datasheet/28BYJ-48.pdf>
<https://repositorium.sdum.uminho.pt/bitstream/ . Acesso em 09 de outubro de 2017.
1822/35944/1/Capitulo%2002.pdf>. Acesso em VIANA, RUI - Velocidade Motor Passo - Arduino
19 de agosto de 2017. UNO. Disponível em: <
GERLING, Heinrich. Mecânica Industrial http://labdegaragem.com/forum/topics/velocidad
Ilustrada: À volta da máquina-Ferramenta. e-motor-passo-arduino-
1° Edição. Rio de Janeiro: Livro Ibero- uno?commentId=6223006%3AComment%3A55
Americano, 1967. 3085>. Acesso em 10 de outubro de 2017.
GRILLO, Newton Landi - Mecanismos: Elementos
de Cinemática e Dinâmica – (UNIDERP –
ANHANGUERA). Disponível em:
<http://www.cronosquality.com/aulas/mecanism
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Mechanism Works? Disponível em
<http://www.mekanizmalar.com/simple_whitwo
rth_quick_return_mechanism.html>. Acesso em
20 de agosto de 2017.
JASINEVICIUS, Renato Goulart. SEM 0343
Processos de Usinagem. Universidade de São
Paulo. Disponível em:
<https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/19144
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2016.pdf>. Acesso em 30 de setembro de 2017.
MORELATO, A; Amaro,M. and Kokai,Y (1994).
Combining Direct and Inverse Factors for
Solving Sparse Network Equations in
115
III MOSTRA CIENTÍFICA DE ROBÓTICA E AUTOMAÇÃO DE SOROCABA E REGIÃO
21 DE OUTUBRO DE 2017 - SOROCABA-SP
Instituto de Ciência e Tecnologia de Sorocaba, Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”
Avenida de Três de Março, 511,. Alto da Boa Vista, Sorocaba,SP, 18087-180
ResumoEste trabalho consiste na caracterização da estrutura e da análises cinemática da perna de um robô humanoide através
dos parâmetros Denavit-Hatenberg com auxílio da toolbox desenvolvida por Peter Corke.
1 Introdução
116
Figura 3 –Estrutura da perna.
117
O servo-motor Dynamixel MX-64T é um atuador, Na Figura 8, estão os fluxogramas de execução de
Figura 6, exclusivo para robótica que integra Motor ações e aquisição de informações.
DC (12 V) + Controlador PID + Engrenagem de
redução + Driver + Rede, onde:
Motor = atuador responsável pelo movimen-
to;
Caixa de redução = acoplada ao motor,
promove o aumento do torque de saída;
Sensor de posição = potenciômetro acopla-
do ao eixo de saída que por meio de sua re-
sistência indica a posição do eixo. Possui
360º de precisão;
Circuito de controle = oscilador + PID que
recebe o sinal do sensor de posição e aciona
o motor até o ângulo desejado.
2.4 Controlador
O controle do robô se dá através de um software
proprietário construído na linguagem orientada à
objeto C++, onde os comandos são enviados aos
motores. O controle é feito por meio de uma tabela
que apresenta dados (16 bits) do estado atual em
operação do motor. O usuário pode controlar alteran-
do os dados da tabela de controle por meio dos paco-
tes de instruções.
Figura 10 – Graus de liberdade da perna.
118
Para o cálculo do número de graus de liberdade será
utilizada a Equação do Critério de Kutzbach:
DOF 3 B 1 2 n j1 n j 2 (1)
onde:
B = Número total de corpos (incluindo o solo)
n j1
= Número de juntas com 1 grau de liberdade
n j2
= Número de juntas com 2 graus de liberdade
DOF 3 5 2 3 2
Figura 13 - Restrição angular no eixo X do segundo link
DOF = 7
2.6 Workspace
O espaço de trabalho de um robô seja este um
simples manipulador ou uma perna robótica é de
vital importância para o conhecimento do real alcan-
ce através dos movimentos de suas juntas motoriza-
das. Tratando da perna do rodo humanoide em estu-
do, esta informação é útil para correta programação
de uma caminhada ou corrida e para gerar um eficaz
algoritmo que permita definir a posição desta perna Figura 14 - Restrição angular no primeiro link
no caso de um desequilíbrio causado por algum cho-
que físico externo.
A obtenção do espaço de trabalho da perna robótica
ocorre através do conhecimento das restrições de
movimento de cada junta encontrando o range de
atuação das mesmas. Assim, é definido o espaço de
trabalho como qualquer ponto no espaço em que o
último link possa estar controlando as juntas da perna
robótica em estudo conforme as Figuras de 11 à 16.
119
desejados no plano espacial para os ângulos corres- 2.8 Simulação através do Software Matlab
pondentes de cada junta. Utilizando-se a toolbox desenvolvida por Peter
A notação de Denavit-Hartenberg (D-H) é uma fer- Corke [6] para software Matlab e os parâmetros D-H
ramenta muito utilizada para sistematizar a descrição foi possível simular trajetórias que estão exemplifi-
cinemática de sistemas mecânicos articulados com n cadas na Figura 18.
graus de liberdade. Essa notação é adotada tanto no
protótipo como na simulação computacional desse
trabalho. A seguir tem-se a descrição do passo-a
passo do método D-H simplificado:
Algoritmo D-H:
Distância entre 𝑍𝑖−1 e 𝑍𝑖 ao longo de 𝑋𝑖 :
𝑎𝑖−1 = ̅̅̅̅̅̅̅̅̅
𝑍𝑖−1 𝑍𝑖 |𝑋𝑖−1
Ângulo entre 𝑍𝑖−1 𝑒 𝑍𝑖 medido em torno de 𝑋𝑖−1 :
𝛼𝑖−1 > ̅̅̅̅̅̅̅̅̅
𝑍𝑖−1 𝑍𝑖 |𝑋𝑖−1
Distância entre 𝑋𝑖−1 e 𝑋𝑖 ao longo de 𝑍𝑖 :
𝑑𝑖 = ̅̅̅̅̅̅̅̅̅
𝑋𝑖−1 𝑋𝑖 |𝑍𝑖
Ângulo entre 𝑋𝑖−1 e 𝑋𝑖 medido em torno de 𝑍𝑖 :
𝜃𝑖 > ̅̅̅̅̅̅̅̅̅
𝑋𝑖−1 𝑋𝑖 |𝑍𝑖 [5]
Figura 18 - Passos de trajetória gerada para o objeto de estudo.
Seguindo o algoritmo D-H desenhou-se os eixos
necessários a esta análise como pode ser observado a Também com o auxílio desta ferramenta foi possível
Figura 17 e a partir desta figura obteve-se os valores gerar o gráfico de trajetória das juntas em função do
dos parâmetros DH que estão na Tabela 1. tempo para cada uma das trajetórias que podem ser
observadas nas Figuras 19 a 22.
120
[5] Uicker JJ, Jr., Denavit JJ, Hartenberg RS. An
Iterative Method for the Displacement Analysis
of Spatial Mechanisms. ASME. J. Appl. Mech.
1964;31(2):309-314. doi:10.1115/1.3629602.
[6] Corke, P. I. (1996) ‘A robotics toolbox for
MATLAB’, IEEE Robotics Automation
Magazine, 3(1), pp. 24–32. doi:
10.1109/100.486658.
Apêndice
clear all;
clc;
close all;
L(1)= Link([0, 4, 0, 0, 0, 0],'modified');
L(2)= Link([0, 0, 0, -pi/2, 0, -pi/2],'modified');
L(3)= Link([0, 0, 0, -pi/2, 0, -pi/2],'modified');
L(4)= Link([0, 0, 17.2, pi/2, 0, 0],'modified');
L(5)= Link([0, 0, 17.068, -pi/2, 0, 0],'modified');
L(6)= Link([0, 0, 0, pi/2, 0, 0],'modified');
L(7)= Link([0, 0, 5.5, 0, 0, -pi/2],'modified');
L(8)= Link([0, 0, 2.95, 0, 0, 0],'modified');
L(9)= Link([0, 0, 7, 0, 0, 0],'modified');
Figura 22 - Trajetória das juntas volta a posição inicial. Pemarta=SerialLink(L)
Pemarta.plot([0 0 0 0 0 0 0 0 0])
q0=[0 0 0 0 0 0 0 0 0];
3 Conclusão
T=0:0.1:1;
Robôs humanoides usualmente apresentam grau
de complexidade bastante elevado. Assim, é essenci- qf1=[0 0 0 pi/2 0 0 0 0 0];
al que no início de estudos cinemáticos haja uma [q1,qd1,qdd1]=jtraj(q0,qf1,T)
compreensão completa das características do objeto qf2=[pi/2 0 0 pi/2 0 0 0 pi/12 0];
de estudo. Desta forma, este trabalho serviu ao seu [q2,qd2,qdd2]=jtraj(qf1,qf2,T);
propósito de caracterização da perna robótica do robô
Marta. qf3=[pi/2 0 0 pi/2 0 0 0 -pi/12 0];
[q3,qd3,qdd3]=jtraj(qf2,qf3,T);
Referências Bibliográficas
qf4=[0 0 0 0 0 0 0 0 0];
[q4,qd4,qdd4]=jtraj(qf3,qf4,T);
[1] A Brief History of RoboCup (sem data).
Disponível em:
figure(1);
http://www.robocup.org/a_brief_history_of_rob
ocup (Acesso: 8 de Maio 2017). plot(T,q1);
[2] Kostenko, M. and Piotrovsky, 1970, L., Electrical figure(2);
Machines, part 2, Mir, Russia. Disponível plot(T,q2);
em:<http://www.tidiaae.usp.br/access/content/us figure(3);
er/fosorio/SSC5887-2013/SSC5887-ISR-2013- plot(T,q3);
Fernando-Zuher.pdf> (Acesso: 4 de Maio 2017). figure(4);
[3] MX-64. (sem data) Disponível em: plot(T,q4);
http://support.robotis.com/en/product/actuator/d figure(5);
ynamixel/mx_series/mx-64.htm (Acesso: 6 de
Maio 2017). Pemarta.plot(q1);
[4] Protocol 2.0 (sem data). Disponível em: Pemarta.plot(q2);
http://support.robotis.com/en/product/actuator/d Pemarta.plot(q3);
ynamixel_pro/communication.htm (Acesso: 5de Pemarta.plot(q4);
Maio 2017).
grid on;
121
III MOSTRA CIENTÍFICA DE ROBÓTICA E AUTOMAÇÃO DE SOROCABA E REGIÃO
21 DE OUTUBRO DE 2017 - SOROCABA-SP
Resumo Atualmente se tem percebido um aumento significativo das mortes por doenças cardiovasculares, isso ocorre em con-
sequência, ora por negligência e falta de monitoramento, ora por questões relacionadas ao estilo de vida adotado pelo paciente.
Dessa forma, tem se tornado cada vez mais comuns as metodologias de realização de exames que facilitem o monitoramento do
paciente. Visto isso, este artigo aborda o projeto de um medidor de batimentos cardíacos que esteja disponível para o uso do pa-
ciente a qualquer momento, ou seja, que facilite o monitoramento do mesmo e que sirva como medida preventiva para essa ne-
gligência supracitada. Serão realizadas medições experimentais para comprovar o funcionamento desta metodologia, ressaltando
que ela não substitui um aparelho médico real.
122
princípio detectam variações de volume de fluxo de mento de onda menores, enquanto que ondas que
sangue, isto é, alterações na intensidade de luz detec- possuem frequências baixas possuem comprimento
tada através do tecido. Esse sinal gerado é dividido de onda maiores, o que resulta na classificação de
em duas componentes, uma alternada e uma contí- ondas de rádio, micro-ondas, radiação infravermelha,
nua. A sua variante contínua corresponde ao que foi luz invisível, raios ultravioleta, raios-x e radiação
detectado pelo sensor ótico através do tecido, e ele é gama.
dependente da estrutura do tecido e da média de Considerando-se as características ópticas da pele
volume de sangue, já a sua variante alternada mostra humana, o pico de absorção corresponde à região
a alteração de volume entre as fases sistólica e di- azul do espectro, os comprimentos de onda mais
astólica do ciclo cardíaco. curtos são mais facilmente absorvidos pela melanina.
O infravermelho passa facilmente e, dessa forma,
2.1 Sensor KY-039 concluiu-se que os comprimentos de onda do infra-
vermelho têm sido utilizados como fonte de luz nesse
O sensor de pulso infravermelho KY-039 é uma
tipo de sensor (CARVALHO, sem data)
placa utilizada para medir os batimentos cardíacos
(Figura 2), ou seja, a atividade elétrica do coração,
possibilitando a verificação da frequência cardíaca ou
pulso em diferentes partes do corpo humano. Os
dados gerados pelo sensor podem ser úteis na pre-
venção ou detecção de problemas relacionados à
circulação, ressaltando que este dispositivo não é um
produto médico, portanto é apenas uma metodologia
de medição que simplifica e reproduz exames como a
fotoplestimografia.
124
Após a compilação das informações adquiridas foi 4 Resultados e Discussões
necessário a revisão de conceitos de programação na
linguagem do Arduino, placa microprocessada sele- Com a aplicação carregada na placa Arduino,
cionada. O pseudocódigo abaixo apresenta a lógica foi possível realizar medições e ler os resultados
do programa desenvolvido. tanto no LCD, diretamente no protótipo como tam-
bém pela interface da IDE do Arduino. Ressalta-se
que estes testes não incluíram a implementação do
Inclua as bibliotecas Filters.h e LiquidCrystal.h filtro no código da aplicação. Foram medidos os
Defina conexão serial, colunas e linhas do dis- batimentos de três pessoas diferentes (A, B e C), dez
play vezes cada um, e construída uma tabela. Cada pessoa
Inicialize o filtro de sinais maiores que 3Hz e teve sua medição realizada sem e com isolamento da
menores que 1Hz luz, para se analisar a influência externa na medição
do sensor, ou seja, foram realizadas dez medidas para
PARA uma variável qualquer de 1 a 100, passo
cada uma das seis situações. A partir desses dados
1, FAÇA
coletados foram gerados gráficos no domínio do
Amplifique o sinal
tempo, os quais se assemelharam muito com os da
Filtre o Sinal simulação, como pode ser visto das Figuras 10 a 18 e
SE sinal maior que um valor definido expe- das Tabelas 1 a 6.
rimentalmente, FAÇA
Tabela 1. Batimentos cardíacos de A.
Conte o tempo de pico do sinal Medidas de A
Conte o tamanho do sinal de pico; (BPM)
SENÃO Com luz Sem luz
SE tamanho do pico for maior que
88 81
o tamanho do pico anterior FAÇA
Pico anterior = Pico 93 84
atual 94 82
Inicie a calibragem e os cálculos para exibição 86 82
da frequência cardíaca
91 83
Variável de BPM = (Contagem de pico/Ultimo
tamanho de pico)*60 87 81
Inicie procedimento de impressão no display 85 83
91 84
93 84
Os primeiros testes foram realizados na própria inter- 89 84
face do Arduino através do uso da função “Seri-
al.begin(9600); ” obtendo-se na tela de visualização
da IDE do Arduino, a forma de onda que representa
os batimentos cardíacos. Essa forma de onda era
esperada, baseado nas pesquisas realizadas. Essa
função inserida no código permite que os vários
valores medidos pelo sensor sejam mostrados no
LCD e na tela do computador ao mesmo tempo. Essa
interface gráfica da IDE do Arduino funcionou como
forma de simulação do projeto, auxiliando tanto na
depuração da aplicação como na montagem do protó-
tipo (Figura 9).
Figura 10. Batimentos por minuto do indivíduo A.
125
Tabela 2. Batimentos cardíacos do indivíduo B.
Medidas de B
(BPM)
Com luz Sem luz
84 74
86 75
83 71
79 72
87 75
84 74
Figura 14. Batimentos por minuto do indivíduo C.
82 74
.
81 74
80 76
79 75
126
Tabela 4. Batimentos cardíacos filtrados de A. Tabela 6. Batimentos cardíacos filtrados de C.
Medidas de A (BPM) Medidas de C (BPM)
Com luz Sem luz Com luz Sem luz
90,5 82,5 97,5 91
93,5 83 93,5 91
90 82 88,5 91
88,5 82,5 88,5 91
89 82 94,5 90,5
86 82 93,5 90
88 83,5 91 90
92 84 90,5 90
91 84 89 90
89 84 91 90
5 Conclusões
127
mais instáveis, pois a luz detectada pelo sensor varia RIBEIRO, Thalles B.Q. “Detector de batimentos cardíacos
de acordo com a melanina, os ossos e o fluxo de utilizando sensor KY-039”. FURG, 2016
sangue.
SMITH, S.W.; “Digital Signal Processing – a practical
A partir dessas medições foi possível construir gráfi-
guide for engineers and scientists”, 2003. USA.
cos, que mostraram formas de onda similares às
simuladas, porém, na simulação foram coletados BRAGA, Newton C.; “O básico sobre os Microcontrolado-
muito mais pontos do que durante o experimento res – parte 1 (MIC139) ”. Acesso em 21 de setembro de
manual. 2017.
Além disso foi aplicada a equação do filtro de média
móvel às medidas dos três indivíduos, de forma a
eliminar o ruído proveniente de instabilidades e inter-
ferências no sinal gerado.
A interdisciplinaridade ficou clara durante esse pro-
jeto, visto que foram necessários conhecimentos
sobre controladores e sobre sinais e circuitos analó-
gicos, ambos contribuindo para melhor desenvolvi-
mento do mesmo. Durante a sua execução, a equipe
de desenvolvimento lidou com diversas dificuldades,
porém a mais significativa foi quanto ao uso do sen-
sor, visto que ele era facilmente influenciado por
fatores externos. A aplicação do filtro mostrou-se
como uma solução válida, porém o trabalho em ques-
tão ainda tem muitos aspectos a serem melhorados
para atingir uma condição que garanta robustez e
confiabilidade.
Referências Bibliográficas
128
III MOSTRA CIENTÍFICA DE ROBÓTICA E AUTOMAÇÃO DE SOROCABA E REGIÃO
21 DE OUTUBRO DE 2017 - SOROCABA-SP
Resumo Atualmente existem várias vertentes da robótica, e cada um com sua peculiaridade e finalidades diferentes, existem robôs ara-
nhas e caranguejos, robôs insetos, robôs antropomórficos, robôs que simulam animais de estimação e também os robôs que imitam aves. O
projeto pretende descrever as etapas do projeto da simulação de um mecanismo que simula as asas de uma ave. Desde a caracterização da
estrutura, definições de mecanismos e dispositivos para emular o bater das asas de uma ave. Dentro deste projeto destacam-se os métodos de
sincronismo das asas e os mecanismos presentes em uma asa com 3 graus de liberdade. Por fim, têm-se as simulações e os resultados obti-
dos com as conclusões dos parâmetros.
Palavras-chave Wing Flapping Mechanism, robótica, robôs aves, simulação.
1 Introdução
129
Eixo transversal (Figura 4): uma variação na ideia de 2 Desenvolvimento e metodologias
dupla manivela é usar um único eixo de transmissão
transversal, com manivelas em ambas as extremida-
des. Uma vez que as manivelas não estão operando 2.1 O mecanismo detalhado
no mesmo plano que o arco de batimento das asas, as A Figura 5 ilustra a estrutura que será estudada.
bielas devem ter juntas esféricas nas extremidades. No centro da estrutura há geração de movimento
Isso resulta em mais fricção em comparação com através do motor e de um mecanismo biela manivela,
rolamentos de esferas operando em um único plano. conforme Figura 6.
[1]
1.4 AutoCAD
É um software do tipo CAD (Computer Aided
Design), criado pela Autodesk,Inc. utilizada ampla-
mente para criação de modelos tridimensionais, de-
senhos técnicos tanto para design de interiores e
Figura 7 - Extremidade da asa [4]
arquitetura, quanto para diversos ramos da engenha-
ria e indústria. [6] Na extremidade têm-se dois links (Link 1 e Link 3)
que fazem a ligação com a estrutura central (meca-
nismo biela manivela). Um outro link (Link 2) que
1.5 Adams apoia a estrutura do Pinhão, este último faz o movi-
É um software que ajuda engenheiros a estudar a mento da terminação da asa para cima e para baixo,
dinâmica de partes em movimento e como as cargas simulando o movimento das penas. [4]
e forças estão distribuídas através de um sistema
mecânico, simulando condições físicas do mundo
2.2 Os graus de liberdade
real, como gravidade, peso, contatos e resistências,
dando um melhor suporte para análises e simulações. Os graus de liberdade de uma estrutura mecânica
[7] indicam matematicamente, o número de parâmetros
necessários para controlar e projetar o movimento do
mecanismo.
Desta forma, para verificar a mobilidade de um me-
canismo calcula-se o número de graus de liberdade,
assim, pode-se determinar quantos parâmetros de
130
controle de movimento são necessários para contro-
lar a estrutura.
O cálculo, considerando-se uma movimentação do
robô no espaço se dá por meio de (1).
131
Figura 12 – Manivela - Balancim.
132
Figura 19 – Simulação de modelo no Adams
Figura 16 – Balancim – Balancim: montagem da resolução gráfica
3.2 Análise de Ângulos
133
que não haja problemas no desenvolvimento de de-
terminado projeto, reduzindo perdas e tempo.
Também se observou a maior complexidade na im-
plementação da metodologia integrada de dois meca-
nismos de quatro barras para a análise do mecanismo
de cinco barras estudado neste projeto.
Referências Bibliográficas
134
III MOSTRA CIENTÍFICA DE ROBÓTICA E AUTOMAÇÃO DE SOROCABA E REGIÃO
21 DE OUTUBRO DE 2017 - SOROCABA-SP
Resumo Este trabalho propõe o desenvolvimento de um controlador multivariável a partir de PIDs em cascata. Tal controlador
foi concebido para ser aplicado a um sistema dinâmico com três tanques acoplados e seu objetivo foi regular o nível do tanque
central a partir do controle de duas bombas que repõem a água aos tanques laterais. Um dos tanques laterais possui um retorno para
o reservatório e o sistema é simulado em ambiente LabVIEW. O controlador foi desenvolvido no aplicativo Matlab/Simulink, onde
também estão implementados os módulos de comunicação com o sistema de tanques.
Palavras-chave Controle multivariável, dinâmica de sistemas, comunicação industrial, controle de processos, realimentação
1 Introdução
dhi (1)
A qini qouti
O controle multivariável tem como vantagem a dt
possibilidade de ser aplicado a uma planta com múlti-
plas entradas e saídas. A planta utilizada é um sistema Esta equação diferencial ordinária de primeira ordem
de controle de nível com três variáveis de leitura (ní- é utilizada para se determinar o nível em cada um dos
veis dos tanques), e duas variáveis de controle (vazão tanques. A constante A é a área do tanque, hi é o nível
das bombas). do tanque i (i = 1,2,3, para os tanques direito, esquerdo
Este trabalho tem como objetivo apresentar um mé- e central, respectivamente), qini é o somatório das va-
todo de controle baseado em controladores PIDs con- zões de entrada no tanque i, e qouti é o somatório das
vencionais que são conectados e configurados para vazões de saída do tanque i.
permitir a implementação em sistemas dinâmicos
multivariáveis. O controlador foi aplicado a um sis-
tema simulado de três tanques acoplados e o objetivo q j = α j Sn signal(Δi j ) Δh j (2)
principal é regular o nível do tanque central a partir do
bombeamento de fluido para os tanques laterais.
Esta equação algébrica é utilizada para se determinar
as vazões entre os tanques. A variável qj é a vazão na
2 Metodologia válvula j (j = 1,2, para a válvula entre os tanques 1 e
3, e entre os tanques 3 e 2, respectivamente), αj é a
O controlador PID convencional (Ogata, 1982) porcentagem de abertura da válvula j, a constante Sn é
somente pode ser aplicado a uma planta que tenha uma a área total da válvula j, e Δhj é a diferença de nível
variável de saída e uma variável de controle. Porém, a entre os tanques adjacentes às válvulas.
planta utilizada neste trabalho trata-se de uma simula-
ção para uma bancada de controle de nível, conforme qR = αR Sn h2 (3)
mostrada na figura 1, com três tanques acoplados e
duas bombas para reposição do fluido. Assim sendo, Esta equação se aplica a determinar a vazão de retorno
há três variáveis de saída e duas de controle. As vál- do tanque direito para o reservatório. A variável qR é
vulas situadas nas conexões entre os tanques e de re- a vazão na válvula de retorno, αR é a porcentagem de
torno para o reservatório não são atuadas pelo con- abertura dessa válvula e h2 é o nível do tanque direito.
trole; elas são ajustadas manualmente como meio de
inserir variações dos parâmetros durante a simulação. qpumpk = βk qpumpmax (4)
Desta forma, tem-se um sistema multivariável, não li-
near e variante no tempo. O sistema completo (Amira,
2002) é implementado no aplicativo LabVIEW, a par- Esta equação relaciona a vazão de controle das bom-
tir das equações informadas pelo fabricante, no ma- bas que repõem o fluido nos tanques direito e es-
nual de operação da bancada. Tal sistema também foi querdo. A variável qpumpk é a vazão instantânea da
utilizado como ponto de partida para o desenvolvi- bomba k, βk é a variável de controle de saída do PID
mento de controladores robustos multivariáveis, cujo relacionado ao tanque 1 ou 2, e a constante qpumpmax
trabalho está em análise para apresentação no con- é a vazão máxima da bomba, ou seja, 0,1 L/s.
gresso COBEM 2017. O controlador desenvolvido neste trabalho tem como
objetivo regular o nível do tanque central e utiliza três
Basicamente, para desenvolver o simulador da planta PIDs. O primeiro tem como variável de entrada o erro
de tanques, são utilizadas as seguintes equações:
135
entre o valor desejado e o valor atual do tanque cen-
tral. Os ganhos ajustados para este controlador foram
0,1 e 0,01, para os valores de Kp e Ki, respectivamente
(ganho proporcional e ganho integral). O lugar das ra-
ízes é mostrado na figura 3 e o diagrama de Bode é
mostrado na figura 4. Sua saída, após as devidas ma-
nipulações matemáticas, torna-se então variável de en-
trada para os outros dois PIDs, que regulam, individu-
almente o nível dos tanques laterais. Os ganhos ajus-
tados para estes controladores foram 0,01 e 0,01, para
os valores de Kp e Ki, respectivamente. O lugar das
raízes é mostrado na figura 5 e o diagrama de Bode é
mostrado na figura 6. O princípio de controle pode en-
tão ser descrito em dois estágios: o primeiro determina
o ponto médio entre os níveis dos tanques direito e es- Figura 2. Controlador
querdo. Assim, se as aberturas das válvulas 1 e 2 fo-
rem iguais, seu valor irá coincidir com o valor dese-
jado para o tanque central. Porém se as aberturas fo-
rem diferentes, ou seja o valor α1 é diferente de α2, en-
tão o ponto médio não irá mais coincidir com o valor
desejado para o tanque 3. Isso ocorre porque no ponto
de equilíbrio, a vazão que passa pela válvula 1 (fluido
que entra no tanque central) deve ser a mesma que
passa pela válvula 2 (fluido que sai do tanque central)
para que o nível no mesmo seja mantido. Assim, a vál-
vula onde αj for menor irá requerer uma maior dife-
rença de nível entre seus tanques adjacentes.
Seguindo a sequência de controle, o sinal resultante do
primeiro estágio é utilizado no segundo, no qual o
mesmo é calculado para duas variáveis: uma vai, so- Figura 3. Lugar das raízes do controlador do primeiro estágio.
mada de 5 cm, para o controlador do tanque esquerdo
e a outra, subtraída de 5 cm, para o do tanque direito.
Essa manipulação matemática provoca, portanto, uma
diferença de nível entre o tanques esquerdo e direito
de 10 cm.
O controlador completo é mostrado na figura 2. As fi-
guras 3, 4, 5 e 6 mostram o lugar das raízes e o dia-
grama de Bode dos controladores do primeiro estágio
e do segundo estágio.
136
Figura 6. Diagrama de Bode dos controladores do segundo estágio.
Figura 7. Simulação dos níveis para a primeira situação.
3 Resultados
137
4 Conclusão
Referências Bibliográficas
138
III MOSTRA CIENTÍFICA DE ROBÓTICA E AUTOMAÇÃO DE SOROCABA E REGIÃO
21 DE OUTUBRO DE 2017 - SOROCABA-SP
DEDO ROBÓTICO
Resumo – Com o crescente desenvolvimento de robôs na sociedade atual, pesquisas voltadas para a criação de robôs similares aos humanos
começaram a ocorrer. Uma destas pesquisas é voltada para a análise da movimentação do robô através do sistema e dos mecanismos presen-
tes nele. Para o projeto em questão, será realizada a análise da movimentação do dedo robótico a partir de seu sistema e dos mecanismo
balancim-balancim que representa o dedo robótico. A partir disso, verifica-se os graus de liberdade e projeta-se as medidas referentes aos
elos presentes no mecanismo para que ele funcione da maneira esperada ao entrar em contato com um objeto.
139
Os tipos de transformação de movimentos são ( MSC dentes que o corpo é capaz de realizar em relação a
Software, 2016): outro corpo do mecanismo de acordo com os eixos
Rotação ⬌ Rotação; X, Y e Z. Para determinar o número de graus de
Rotação ⬌ Translação; liberdade de um corpo que se movimento em um
Translação ⬌ Translação. espaço bidimensional se utiliza a seguinte equação a
seguir.
Podemos citar como exemplo dessa transformação de 𝑀 = 3 ∗ (𝑛 − 1) − 2 ∗ 𝑛𝑝1 − 𝑛𝑝2
movimento o funcionamento do motor do carro em
que o movimento translacional cíclico do virabre- Onde M é o número de graus de liberdade, 𝑛 é o
quim é transformado em um movimento rotacional número de corpos do mecanismo (incluindo o corpo
contínuo do eixo do motor. fixo), 𝑛𝑝1 é o número de juntas que permitem apenas
Tradicionalmente representa-se um mecanismo atra-
um grau de liberdade e 𝑛𝑝2 é o número de juntas que
vés de um conjunto de barras conectadas por diferen-
permitem dois graus de liberdade.
tes juntas responsáveis pela transformação do movi-
Para mecanismos tridimensionais, utiliza-se a equa-
mento em rotacional ou de translação.
ção a seguir.
2.2 Juntas
𝑀 = 6 ∗ (𝑛 − 1) − 5 ∗ 𝑛𝑝1 − 4 ∗ 𝑛𝑝2 − 3 ∗ 𝑛𝑝3 − 2
A maneira como as peças móveis ou imóveis do ∗ 𝑛𝑝4 − 𝑛𝑝5
mecanismo se movem é definida pelo formato das
extremidades de cada parte do corpo do mecanismo,
Onde M é o número de graus de liberdade, 𝑛 é o
estas extremidades são as juntas, também chamado
número de corpos do mecanismo (incluindo o corpo
de par cinemático. Pode-se transmitir um movimento
fixo) e 𝑛𝑝𝑗 (j=1, 2, ..., 5) é o número de juntas que
rotacional de um corpo do mecanismo para o outro
através de um cilindro atravessando dois corpos do permitem j grau de liberdade (Rea, 2011).
mecanismo, quando um dos corpos gira o outro rece-
be o movimento através da rotação do cilindro, esta 2.4 Mecanismos Sub-Atuados
junta é chamada de cilíndrica ( Rea, 2011). A Figura São os mecanismos que tem um número de atu-
3 abaixo apresenta os tipos de juntas, suas formas adores menor do que grau de liberdade. Essa caracte-
geométricas, suas representações esquemáticas e seus rística serve para diminuir o número de motores do
graus de liberdade. mecanismo, reduzir o tamanho, diminuir seu peso e
simplificar seu controle. Para que seja possível re-
mover um motor e manter a movimentação desejada
deve-se implementar um mecanismo passivo para a
transmissão do torque entre o atuador não removido
e cada uma das articulações que se deseja passar o
movimento, portanto este tipo de mecanismo só
funciona em sistemas com mais de um motor.
Os mecanismos sub-atuados são famosos para apli-
cação em mãos robóticas devido às vantagens atrela-
das à redução do número de atuadores citadas acima,
além de permitir que os dedos robóticos sejam capa-
zes de se adaptarem automaticamente ao formato do
objeto utilizando controle simples. Como para esse
exemplo os mecanismos sub-atuados são capazes de
realizar a adaptação à forma do objeto, não é preciso
uma coordenação do movimento das falanges, fazen-
do com que não seja necessária a coordenação para o
controle do motor, tornando a flexibilidade da mão
robótica maior (Plastival).
3 Síntese
3.1 Metodologia
Para análise do grau de liberdade do mecanismo,
utilizou-se o critério de Kutzbach, que pode ser defi-
nido por:
141
rotação do dispositivo, já que este apresenta (no
esboço da figura, que corresponde identicamente ao
padrão) três elos provedores de movimento.
⃗⃗⃗⃗⃗
𝑅1 + ⃗⃗⃗⃗⃗
𝑅2 + ⃗⃗⃗⃗⃗
𝑅3 + ⃗⃗⃗⃗⃗
𝑅4 = 0 (4)
142
𝑅32 − 𝑅12 − 𝑅22 − 𝑅42 𝑅1 𝐾1 ∗ cos(103°) + 𝐾2 ∗ cos(138°) + 𝐾3 = −3,83 ∗ cos(138° − 103°)
+ ∗ cos(𝜃1 − 𝜃2) 𝐾1 ∗ cos(97°) + 𝐾2 ∗ cos(114°) + 𝐾3 = −1,42 ∗ cos(114° − 97°)
2 ∗ 𝑅2 ∗ 𝑅4 𝑅4 𝐾1 ∗ cos(85°) + 𝐾2 ∗ cos(105°) + 𝐾3 = −0,31 ∗ cos(105° − 85°)
𝑅1
+ ∗ cos(𝜃1 − 𝜃4) Resolvendo para K2, K1 e K3, obtém-se:
𝑅2
= cos(𝜃2 − 𝜃4) (12)
𝐾1 = 1,697
Adotando-se que: 𝐾2 = 4,772
𝑅1 𝐾3 = 0,780
𝐾1 = (13)
𝑅2
Adotando um “input link” para R1 = 2,148 cm e,
𝑅1 substituindo este valor nas equações (13), (14) e (14),
𝐾2 = (14)
𝑅4 obtém-se as dimensões dos elos requerids para o
projeto do mecanismo:
𝑅32 − 𝑅12 − 𝑅22 − 𝑅42
𝐾3 = (15)
2 ∗ 𝑅2 ∗ 𝑅4 𝑅1 = 2,148 𝑐𝑚
𝑅2 = 1,4420 𝑐𝑚
Substituindo os indices Ki na equação (12) e 𝑅3 = 2,8124 𝑐𝑚
supondo 𝜃1 = 0: 𝑅4 = 0,4501 𝑐𝑚
𝐾1 ∗ cos(𝛷1) + 𝐾2 ∗ cos(𝛽1) + 𝐾3
= cos(𝛽1 − 𝛷1) (17)
𝐾1 ∗ cos(𝛷2) + 𝐾2 ∗ cos(𝛽2) + 𝐾3
= cos(𝛽2 − 𝛷2) (18)
𝐾1 ∗ cos(𝛷3) + 𝐾2 ∗ cos(𝛽3) + 𝐾3
= cos(𝛽3 − 𝛷3) (19)
Figura 9: Esboço do mecanismo de quatro barras B, E, F e G.
Fonte: Própria
Dessa maneira, adotando-se valores coerentes para os
ângulos 𝛷 e 𝛽, pode-se chegar nos valores dos Foram adotados os mesmo procedimentos para a
comprimentos dos elos R1, R2, R3 e R4, com o análise por método de Freudstein, portanto,
designado valor de erro aproximado já incluso, pois, adotando-se valores coerentes para os ângulos 𝛷 e 𝛽,
cada elo, experimentalmente, pode apresentar pode-se chegar nos valores dos comprimentos dos
diferenças de tamanho se comparado com o teórico elos R5, R6, R7 e R8, já que o sistema composto
para o desenvolvimento correto dos movimentos pelas equações (17), (18) e (19) podem ser
esperados. Tais erros foram obtidos através da análise facilmente resolvido.
de simulações no software Adams e, assim, gerados A seguir, a tabela informativa dos ângulos adotados
para cada sistema de quatro barras, como é visto nos para o projeto do mecanismo, obtidos através do
lados direitos dos sistemas de equação. artigo “On the Design of Underactuated Finger
A seguir, a tabela informativa dos ângulos adotados Mechanisms for Robotic Hands”, referenciado em (
para o projeto do mecanismo, obtidos através do Rea, 2011).
artigo “On the Design of Underactuated Finger Tabela 2: Valores de ângulos determinados para projeto do meca-
Mechanisms for Robotic Hands”, referenciado em ( nismo de quatro barras B, E, F e G
Rea, 2011).
𝛷 (graus) 𝜷 (graus)
Tabela 1: Valores de ângulos determinados para projeto do meca-
101 124
nismo de quatro barras A, B, C e D
93 111
𝜱 (graus) 𝜷 (graus) 83 101
103 138 Fonte: Própria
97 114
85 105 Assim, resolvendo o sistema citado acima, obtém-se
Fonte: Própria as seguintes equações:
Assim, resolvendo o sistema citado acima, obtém-se 𝐾1 ∗ cos(101°) + 𝐾2 ∗ cos(124°) + 𝐾3 = −2,36 ∗ cos(134° − 101°)
𝐾1 ∗ cos(93°) + 𝐾2 ∗ cos(111°) + 𝐾3 = −1,914 ∗ cos(121° − 93°)
as seguintes equações: 𝐾1 ∗ cos(83°) + 𝐾2 ∗ cos(101°) + 𝐾3 = −1,86 ∗ cos(124° − 83°)
143
Resolvendo para K2, K1 e K3, obtém-se:
𝐾1 = 0,752
𝐾2 = 0,931
𝐾3 = −1,335
𝑅5 = 1,5540 𝑐𝑚
𝑅6 = 2,0642 𝑐𝑚
𝑅7 = 1,72089 𝑐𝑚
𝑅8 = 1,4420 𝑐𝑚
3.2 Software
O software utilizado para a simulação do meca-
nismo foi o Adams (Automated Dynamic Analysis of
Mechanical Systems) que é do tipo CAE (Computer
Aided Engineering), ou seja, voltado para análise da
dinâmica multicorpos e de seus movimentos. Isto o
torna um dos softwares para a montagem de meca-
nismos mais utilizados mundialmente.
Esse software possibilita a montagem e o estudo
acerca do sistema mecânico criado, por meio da
utilização de barras, juntas, molas, aplicação de
forças, colisões de objetos, gráficos e a visualização
dos resultados obtidos. Tais componentes são
essenciais para análise dos mecanismos de quatro
barras presentes no projeto.
4 Resultados e Discussões
A partir do mecanismo proposto e dos cálculos Figura 12: Dedo robótico em sua posição final. Fonte: Própria
utilizados para a definição de suas medidas de barras,
realizou-se a montagem do dedo robótico no softwa- Logo, para que o mecanismo projeto funcionasse da
re Adams. Porém, houveram algumas pequenas alte- maneira expressa na Figura 12, foi necessária a adi-
rações nos valores de comprimento de algumas bar- ção de molas que seriam expandidas caso a força
ras para que o movimento desejado ocorresse. externa superasse a sua rigidez.
Assim, inicialmente montou-se o mecanismo no A partir dessa movimentação, obteve-se os valores
software Adams, presente Figura 10. Após isso, dos ângulos e suas variações por meio do Gráfico 1 e
adicionou-se uma velocidade angular na junta Gráfico 2. Tais gráficos se referem aos ângulos 𝛷 (fi)
presente no ponto (0,0). e 𝛽 (beta) do mecanismo de 4 barras ABCD.
Posteriormente, adicionou-se um objeto retangular, Após isso, realizou-se a mesma coleta de dados, mas
expresso no Figura 11, com o intuito de que o dedo para o mecanismo de 4 barras BEFG. Assim, obteve-
robótico fechasse em torno do objeto. A posição final se o Gráfico 3 para o ângulo 𝛷 (fi) e o Gráfico 4 para
do dedo está evidenciada na Figura 12 que foi obtida o ângulo 𝛽 (beta).
através de uma simulação no Adams.
144
5 Conclusão
Agradecimentos
Referências Bibliográficas
145
III MOSTRA CIENTÍFICA DE ROBÓTICA E AUTOMAÇÃO DE SOROCABA E REGIÃO
21 DE OUTUBRO DE 2017 - SOROCABA-SP
Resumo– Este artigo apresenta a evolução dos robôs humanoides no decorrer da história, assim como suas principais
características, capacidades motoras e cognitivas e avanços que trouxeram para a comunidade tecnológica.
1 Introdução e Motivação
146
humanoides possam ter apenas parte do corpo, a ditam as regras básicas para que robôs e seres
partir da cintura para cima, por exemplo. Alguns humanos convivam de forma pacífica.
robôs humanoides podem também ter rosto com 1ª lei: Um robô não pode ferir um ser
olhos e boca. humano ou, por ócio, permitir que um
Até pouco tempo atrás, a maioria dos robôs eram ser humano sofra algum mal;
cuidadosamente separados dos seres humanos, 2ª lei: Um robô deve obedecer às ordens
eram usados basicamente em fábricas, para que lhe sejam dadas por seres humanos,
realizar tarefas repetitivas e que exigiam exceto nos casos em que tais ordens
velocidade, precisão e força, entretanto, a era contrariem a primeira lei;
industrial da robótica terminou, e os robôs estão 3ª lei: Um robô deve proteger sua
começando a se movimentar pelo mundo, própria existência, desde que tal
realizando tarefas como humanos e parecendo proteção não entre em conflito com a
cada vez mais como nós. primeira lei e nem com a segunda lei.
147
acompanhamento do piano ouvindo uma pessoa 3.3 Asimo
cantando.
O Asimo (Figura 4), desenvolvido pela
empresa japonesa Honda, é um dos mais
avançados robôs humanoides da atualidade.
Criado em 2000, a primeira versão do robô era
bípede e após diversos modelos experimentais,
que começaram na década de 1980, hoje já possui
um corpo completo e é capaz de subir escadas,
contornar obstáculos, carregar objetos, caminhar
sobre superfícies irregulares, correr a 9 km/h,
saltar, saltar com apenas uma das pernas e se
aventurar em diversas situações como o resgate
de sobreviventes, ambientes tóxicos e explorar
áreas de risco.
3.2 Cog
Criado em 1994 pelo Massachusetts Institute
of Technology (MIT), o Cog (apresentado na
Figura 3) tornou-se o primeiro humanoide com
desenvolvimento cognitivo. O humanoide é
construído através de diversos sensores e
atuadores, como câmeras de vídeo para simular a
visão humana, usados para tentar aproximar as
dinâmicas sensoriais e motoras do corpo
humano. Figura 4. Robô Asimo [6].
O robô é capaz de movimentar os olhos de acordo
com os quatro tipos básicos de movimentos do Em 2011, a Honda iniciou o projeto para o novo
olho humano, orientar da cabeça e o pescoço na Asimo, com o objetivo de criar um humanoide
direção de um alvo, detectar rostos e olhos totalmente autônomo, capaz de tomar suas
através de análise de padrões de luz e formas e próprias decisões adequadas a cada situação.
até mesmo tocar bateria ouvindo e tentando
sincronizar o ritmo. Cog continua sendo
3.4 Charli-2
trabalhado até hoje e um sistema de vocalização
está em desenvolvimento. O Charli-2, criado pelo Virginia Tech’s
Robotics and Mechanisms Laboratory (RoMeLa)
em 2011, é a segunda geração de seu irmão mais
velho Charli. O robô apresenta grandes melhorias
em estabilidade, velocidade de caminhada,
inteligência e autonomia, além de suas
habilidades de futebol e dança. O Charli-2 foi
projetado para participar da RoboCup –
competição de futebol para robôs autônomos – na
categoria adulta e acabou conquistando o
primeiro lugar na edição de 2011.
O humanoide é capaz de andar a 1,4 km/h, chutar,
fazer curvas e também de performar algumas
tarefas simples com o torço superior, além de
segurar uma variedade de objetos com as mãos.
A Figura 5 apresenta o robô Charli-2.
148
sensores táteis localizados no nas extremidades
da máquina, que enviam mensagens de volta para
o cérebro, gerando uma comunicação
bidirecional.
149
Tal gesto marcou não só o sucesso de um Um dos robôs que será usado nas olimpíadas será
trabalho de mais de 10 anos, mas também abriu o robô Nao que auxiliará no atendimento de
os olhos do mundo para a produção científica clientes do banco japonês Bank of Tokyo-
brasileira e o potencial do país nesta área. Mitsubishi. As unidades são parecidas com
pequenos homens e são capazes de reconhecer 19
idiomas, além de tons de voz e expressões
5 Robôs Nas Olimpíadas faciais.
Além disso o primeiro-ministro, Shinzo Abe,
Os Jogos Olímpicos de Tóquio 2020 gostaria de ver em 2020 uma competição entre
prometem ser o mais tecnológico de todos os robôs do mundo todo, realizando uma espécie de
tempos, com diversas tecnologias emergentes “Olimpíada Robótica”, que seria a primeira do
sendo usadas e testadas. Uma dessas tecnologias mundo.
usadas serão os robôs, que estarão lá para ajudar
qualquer pessoa que necessite de informações.
Pôde-se notar isso já na candidatura da cidade 6 Conclusão
japonesa em 2013 em Buenos Aires, onde dois
robôs japoneses, Mirata e Koboro, de cerca de 35 Neste trabalho foi apresentada a noção de
centímetros, que são capazes de responder a robôs humanoides e também seu
movimentos e à voz. O robô humanoide Mirata desenvolvimento no decorrer dos anos. É
apareceu acompanhado do esgrimista Yuki Ota, inegável a grande evolução dos robôs
dono de duas pratas olímpicas, cena apresentada humanoides principalmente nas duas últimas
na Figura 8, e simulou movimentos da décadas, suas capacidades motoras e cognitivas,
modalidade ao lado do atleta. Já Koboro cada vez mais avançadas, estão cada vez mais
apareceu através de televisores para cumprimetar parecidas com as humanas.
os presentes, pois estava em missão no espaço na Desde o robô que apenas movimentava seus
Estação Espacial Internacional. membros de forma bem limitada, até aqueles que
possuem a capacidade de superar obstáculos,
tocar piano, jogar futebol, conversar com
humanos e até mesmo auxiliar deficientes físicos,
é animadora a rápida evolução dos humanoides e
as expectativas são grandes, com avanços cada
vez maiores, suas capacidades ficarão ainda mais
impressionantes.
7 Referências
Figura 8. Robô Mirata com o esgrimista Yuki Ota [1] Asimo, a incrível história do robozinho da
apresentando a candidatura [18]. Honda, disponível em:
http://www.br.inter.net/portal/asimo-
Segundo o Asahi Shimbun, jornal japonês, um incrivel-robo-honda/
comitê do governo está lançando um programa [2] Caminhada de paraplégico na Copa é só
de instalação de robôs por toda a cidade, em primeiro passo, diz Nicolelis, disponível em:
“uma iniciativa em direção a uma ‘sociedade
http://g1.globo.com/ciencia-e-
universal futura’ na qual robôs e tecnologias da
saude/noticia/2014/05/caminhada-de-
informação dão assistência a humanos
paraplegico-na-copa-e-so-primeiro-
independentemente da idade, nacionalidade ou
passo-diz-nicolelis.html
deficiências”.
[3] CHARLI: Cognitive Humanoid Autonomous
Alguns destes robôs povoarão uma pequena vila,
Robot with Learning Intelligence, disponível em:
a “vila dos robôs”, no bairro de Odaiba, em
http://www.romela.org/charli-
Tóquio, mesmo local onde ficará a Vila
cognitive-humanoid-autonomous-
Olímpica. Porém estes não serão os únicos, eles
robot-with-learning-intelligence/
estarão espalhados por toda a cidade.
[4] Cog – Overview, disponível em:
A ideia é que esses robôs ajudem os estrangeiros http://www.ai.mit.edu/projects/humano
que estarão presentes no evento com a tradução id-robotics-group/cog/overview.html
de idioma, direções e transporte, podendo o [5] Como funciona o exoesqueleto de Miguel
mesmo ser robótico (carros autônomos). Nicolelis, disponível em:
Ainda poderemos ter um robô humanoide http://www.diariodocentrodomundo.co
levando a tocha olímpica, o robô em questão é o m.br/como-funciona-o-exoesqueleto-
WABIAN II, e pode ser visto em ação no vídeo de-miguel-nicolelis/
disponível em https://goo.gl/nihAak. [6] Honda Asimo Robot, disponível em:
150
http://www.autoguide.com/blog/wp- http://cdnnews.sinchew.com.my/sites/d
content/uploads/2014/04/honda-asimo- efault/files/sciSC/files/2013/10/23/085
robot.jpg 108.jpg
[7] Imagem Wabot-2, disponível em: [20] WABOT - WAseda roBOT, disponível em:
https://c1.staticflickr.com/3/2173/2143 http://www.humanoid.waseda.ac.jp/bo
479390_5aeb4de313_b.jpg oklet/kato_2.html
[8] Jovem paraplégico usa exoesqueleto e chuta
bola na abertura da Copa, disponível em:
http://g1.globo.com/ciencia-e-
saude/noticia/2014/06/jovem-
paraplegico-usa-exoesqueleto-chuta-
bola-na-abertura-da-copa.html
[9] KLEBIS, Daniela. Estudo de pesquisador
brasileiro é capa da revista Science, disponível
em:
http://jcnoticias.jornaldaciencia.org.br/
2-estudo-de-pesquisador-brasileiro-e-
capa-da-revista-science/
[10] Miguel Nicolelis - Projeto Andar de Novo,
disponível em:
http://s2.glbimg.com/joKcPwd2Gn8tfP
Ov4bX-
Nle_1Xk=/s.glbimg.com/jo/g1/f/origin
al/2014/05/22/miguel-nicolelis1.jpg
[11] Nossa história, disponível em:
http://aasdap.org.br/institucional/nossa-
historia/
[12] O Exoesqueleto de Miguel Nicolelis,
disponível em:
http://www.sitedecuriosidades.com/cur
iosidade/o-exoesqueleto-de-miguel-
nicolelis.html
[13] Projeto Andar de Novo, disponível em:
http://aasdap.org.br/projetos/projeto-
andar-de-novo/
[14] Projeto Andar de Novo, disponível em:
http://www.each.usp.br/petsi/jornal/wp
-content/uploads/2014/11/asdf1.jpg
151
III MOSTRA CIENTÍFICA DE ROBÓTICA E AUTOMAÇÃO DE SOROCABA E REGIÃO
21 DE OUTUBRO DE 2017 - SOROCABA-SP
Instituto de Ciência e Tecnologia de Sorocaba, Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” -
UNESP
Av. Três de Março, 511 - 18087-180 – Sorocaba-SP
E-mails: bianca.oliveirasc@gmail.com, lucashmiura@hotmail.com,
mauricio@sorocaba.unesp.br
Resumo O objetivo deste trabalho é realizar a análise cinemática de um robô FlexPicker, descrevendo o modelo, desde carac-
terísticas referentes a sua topologia, controle e acionamento até a realização de sua cinemática inversa, ilustrada com a imple-
mentação de um script em MATLAB.
2 Metodologia
152
comandar os movimentos do robô, editar programas, Considerando-se N=8, J1=3, J2=6 e J3=0, obtém-se
executar calibração, etc. que M=3 DOF. Destaca-se que, apesar de o robô real
ter juntas esféricas, estas apresentam apenas dois
graus de liberdade de rotação, devido à construção do
robô, uma vez que estas não rotacionam em torno do
eixo ZB (Figura 5).
Para a elaboração do trabalho, baseou-se o robô na
esquemática proposta por Williams (2015), exibida
na Figura 5. Nesta representação, os pontos Bi repre-
sentam a localização das juntas ativas na base, os
pontos Ai representam as juntas intermediárias e os
pontos Pi representam as juntas do último link, ao
qual o efetuador é acoplado.
A base e o último link propostos possuem o formato
de triângulos equiláteros de lado sB e sP, respectiva-
mente, e há a adoção de dois sistemas de coordena-
Figura 3: Controlador IRC5. (ABB Robotics, 2013).
das na representação do robô, sendo que o primeiro é
A linguagem de programação utilizada é a RAPID, e o sistema {B}, cuja origem está localizada no cen-
o robô pode ser programado em software próprio, o troide da base, e o segundo é o sistema {P}, cuja
ABB RobotStudio, que inclusive permite simulações. origem está localizada no centroide do último link e
O sistema opera nas redes fieldbus, pelos protocolos corresponde ao TCP (tool center point). Como a
DeviceNet, PROFINET, PROFIBUS DP ou Ether- orientação de {P} é sempre idêntica à de {B}, a ma-
net/IP. triz de rotação 𝑅𝐵𝑃 = 𝐼3 é constante. Os ângulos das
Com relação aos sensores do robô, resolvers em cada juntas ativas são designadas por Θ = {𝜃1 𝜃2 𝜃3 }𝑇
um dos três servomotores CA enviam informações e as coordenadas cartesianas do TCP são 𝑃𝐵𝑃 =
sobre a posição e velocidade de cada eixo para a {𝑥 𝑦 𝑧}𝑇 . Outros parâmetros considerados para
Serial Measurement Board (SMB). realização dos cálculos são mostrados nas Figuras 5 e
6.
Figura 4: Motor do robô acoplado a caixa de engrenagens (ABB Figura 5: Diagrama Cinemático do robô FlerPicker. (Williams,
Robotics, 2013). 2015).
153
𝑠𝐵
−
𝑏3𝐵 = {−𝑤2 }
𝐵 (10)
0
154
𝑥 𝐸𝑖 𝑐𝑜𝑠𝜃𝑖 + 𝐹𝑖 𝑠𝑖𝑛𝜃𝑖 + 𝐺𝑖 = 0
𝑙1𝐵 = { 𝑦 + 𝐿𝑐𝑜𝑠(𝜃1 ) + 𝑎}
(24)
i=1,2,3
𝑧 + 𝐿𝑠𝑒𝑛(𝜃1 ) (15)
Onde:
√3 𝐸1 = 2𝐿(𝑦 + 𝑎) (25)
𝑥− 𝐿 cos(𝜃2 ) + 𝑏
2 𝐹1 = 2𝑧𝐿 (26)
𝐵
𝑙2 = 1
𝑦 − 𝐿𝑐𝑜𝑠(𝜃2 ) + 𝑐 (16) 2 2 2
𝐺1 = 𝑥 + 𝑦 + 𝑧 + 𝑎 + 𝐿 + 2𝑦𝑎 − 𝑙² 2 2
2 (27)
{ 𝑧 + 𝐿𝑠𝑒𝑛(𝜃2 ) }
𝐸2 = −𝐿[√3(𝑥 + 𝑏) + 𝑦 + 𝑐] (28)
√3 𝐹2 = 2𝑧𝐿 (29)
𝑥+ 𝐿 cos(𝜃3 ) − 𝑏
2 2 2 2
𝐺2 = 𝑥 + 𝑦 + 𝑧 + 𝑏 + 𝑐 + 𝐿 + 2(𝑥𝑏 2 2 2
𝐵
𝑙3 = 1 + 𝑦𝑐) − 𝑙 2
(30)
𝑦 − 𝐿𝑐𝑜𝑠(𝜃3 ) + 𝑐 (17)
2 𝐸3 = 𝐿[√3(𝑥 − 𝑏) − 𝑦 − 𝑐] (31)
{ 𝑧 + 𝐿𝑠𝑒𝑛(𝜃3 ) }
𝐹3 = 2𝑧𝐿 (32)
Sendo: 2 2 2 2
𝐺3 = 𝑥 + 𝑦 + 𝑧 + 𝑏 + 𝑐 + 𝐿 − 2𝑥𝑏 + 2𝑦𝑐 2 2
𝑎 = 𝑤𝐵 − 𝑢𝑃 − 𝑙2 (33)
(18)
155
representam a posição dos links do robô, atualizando
a ilustração para a nova postura.
3 Conclusão
Referências Bibliográficas
156
III MOSTRA CIENTÍFICA DE ROBÓTICA E AUTOMAÇÃO DE SOROCABA E REGIÃO
21 DE OUTUBRO DE 2017 - SOROCABA-SP
Resumo - O monitoramento de uma manufatura é parte crucial de uma planta industrial, pois permite supervisionar os processos,
viabiliza o controle, permite que a área de negócio da empresa tenho conhecimento de informações relevantes e por consequência
auxilia na tomada de decisões. O presente trabalho avalia um sistema desenvolvido capaz de supervisionar módulos de
temperatura, umidade, gás e luminosidade e controlar estes processos, disponibilizando as informações aquisitadas online em
dashboards (conceito de IoT) por meio da plataforma Node-Red. Para o sensoriamento e controle, são utilizados módulos
periféricos e um módulo central, sendo que a comunicação entre os módulos será sem fio.
1 Introdução
2 Fundamentos Teóricos
Tendo em vista a relevância do acesso as
informações de uma planta industrial propõe-se a
criação de um sistema de monitoramento e 2.1 Sistema
supervisão modular e sem fio, ou seja, os processos a Os módulos periféricos supracitados serão
serem monitorados e suas variáveis podem ser compostos por um Arduino Pro Mini e sensores
separados em módulos de monitoramento, sendo capazes de medir as variáveis pertinentes, estes
possível adicionar e remover estes módulos de módulos enviarão estes dados para o módulo central
acordo com a demanda do cliente. de maneira sem fio por meio de um módulo
Os dados aquisitados pelos módulos de tranceiver de rádio frequência.
monitoramento serão enviados à um módulo central O módulo central será composto por um Arduino
via comunicação sem fio, este módulo central por sua Mega, que também fará a comunicação sem fio por
vez receberá esses dados e disponibilizará eles online meio do módulo tranceiver de rádio frequência com
de forma compreensível ao ser humano, por meio de os módulos periféricos. O módulo central também
dashboards, facilitando o entendimento do status dos será composto por uma Raspberry Pi que se
processos e a tomada de decisão/controle e tornando comunicará com o Arduino Mega via comunicação
estes dados acessíveis via internet (Conceito de IoT – serial, a Raspberry Pi será responsável por tratar os
Internet das coisas). dados recebidos e disponibilizá-los online de maneira
O objetivo deste trabalho é demonstrar o compreensível em dashboards por meio da
funcionamento do projeto de avaliação da disciplina plataforma Node-Red. O módulo central também
de Sistemas de Automação Controle I, ministrada será conectado à uma placa de relés, sendo assim
pelo docente Prof. Dr. Helmo Kelis Paredes. O capaz de acionar os atuadores do sistema.
projeto é um sistema de monitoramento sem fio de
manufatura, capaz de supervisionar módulos de
temperatura, umidade, gás e luminosidade, por meio 2.2 Node-RED
de módulos periféricos e um módulo central. Os
Node-RED é uma plataforma de programação
módulos periféricos são responsáveis por aquisitar
para Internet das Coisas, com algoritmos baseados
dados (variáveis) dos processos descritos por meio de
em fluxo. Ele permite unir aplicativos de celular ou
sensores e também por acionar atuadores envolvidos
computador, com hardwares diversos, e tornar as
nestes processos. Os dados aquisitados pelos
informações mais simples de serem disponíveis
módulos periféricos serão enviados por comunicação
online. Sua programação é realizada via browser,
sem fio (Rádio Frequência) para um módulo central.
conectando “nós” que contém as ações a serem
O módulo central será responsável por receber estes
realizadas. Sua linguagem de programação base é
dados e disponibilizá-los online de maneira
chamada de Node.js, porém o mesmo permite
compreensível em forma de dashboards por meio da
compatibilidade para outras como python, C e C++.
plataforma Node Red.
Além disso, o ambiente de desenvolvimento permite
ao usuário criar um nó, o que aliado a uma grande
comunidade de pessoas que utilizam esse sistema,
157
resulta em uma vasta biblioteca de aplicações microcontrolador é um modelo mais barato: o
prontas, com mais de 225 mil nós. [1] ATMega168, possuindo Flash de 16KB, SRAM de
O Node-RED também possui interfaces de 2KB e EEPROM de 512B. Já a ausência de porta
comunicação com email e redes sociais, USB incorporada gera a demanda por usar um
possibilitando envio e recebimento de informações programador USB externo (que pode ser até mesmo
sob diversas formas. Plataformas como Raspberry Pi um Arduino Uno rodando um programa que vem
já têm grande compatibilidade com o Node-RED, e junto com a sua IDE). Em contrapartida, isso reduz o
outras como Arduino podem ser facilmente consumo de energia. [2]
controladas também. Logo, sua principal vantagem é a redução de custo.
A seguir está um exemplo de algoritmo criado no Sua programação usual é baseada na IDE do
Node-RED, utilizando a estratégia de fluxo de Arduino. Dentre suas características eletrônicas:
informações pelos nós. 16MHz de clock, suporte nativo a I2C, SPI e TTL, e
bootloader nativo com auto-reset no momento da
programação.
159
resistência no escuro (0 lux) de 1 MΩ e resistência na O módulo é alimentado numa faixa de 1,9 V a 3,6 V
luz (10 lux) entre 10 e 20 KΩ. [8] e opera com uma velocidade de 2 Mbps com uma
frequência de 2,4 GHz. [11]
160
Cada módulo de sensoriamento é responsável por
aquisitar os dados e enviar à central, que é
responsável por mandar os dados para a plataforma
de internet das coisas Node-Red.
O código utilizado no módulo do sensor DHT11
encontra-se na Figura 14, o utilizado no de gás e
etanol na Figura 15 e por fim o de luminosidade na
Figura 16.
Figura 15: Código utilizado no módulo de sensoriamento de gás e Figura 17: Código utilizado na central do sistema.
etanol.
161
O algoritmo em blocos da plataforma Node-RED dados pelos módulos projetados é efetiva, bem como
utilizado no sistema encontra-se na Figura 18. a transmissão destes para o módulo central.
O módulo central mostrou-se capaz de receber, tratar
e apresentar estes dados em tempo real de forma
satisfatória e com um alcance de comunicação mais
que suficiente.
Para as próximas etapas do projeto, tem-se planejado
a finalização da comunicação dos módulos (restando
apenas configurar o módulo do sensor de etanol
MQ3) e a criação de novas visualizações para o
Dashboard criado pelo módulo central de modo a
tornar os dados aquisitados úteis para a tomada de
decisão.
Figura 18: Algoritmo utilizado na plataforma Node-RED.
Por meio da metodologia citada foi possível [1] Node-RED: Flow-based programming for the
então aquisitar e transmitir quatro variáveis de um Internet of Things. Disponível em:
sistema, remotamente por meio dos módulos que <https://nodered.org/#features> Acesso em:
podem ser observados na Figura 13 04/09/2017
Após receber as medições dos módulos via [2] Arduino BR. Arduino Pro-Mini: Conhecendo o
radiofrequência a central (Arduino modelo Econômico. Disponível em: <https://br-
Mega+RaspberryPi), separa os dados e os expõem arduino.org/2015/02/arduino-pro-mini-
em Dashboards, a Figura 19 a seguir apresenta os conhecendo-o-modelo-ec onomico.html>
dados recebidos pela central de dois módulos (Ldr e Acesso em: 04/09/2017
DHT11) plotados ao longo do tempo. [3] Embarcados. Arduino Mega 2560. Disponível
em: <https://www. embarcados.com.br/arduino-
mega-2560/> Acesso em: 04/09/2017.
[4] Raspberry PI Geek. GPIO Pinout Rasp PI 1
Model B & Rasp PI 2 Model B. Disponível em:
<http://www.raspberry-pi-
geek.com/howto/GPIO-Pinout-Rasp-Pi-1-
Model-B-Rasp-Pi-2-Model-B> Acesso em:
04/09/2017
[5] Módulo Relé 5V 4 Canais. Disponível em: <
https://www.filipeflop.com/ produto/modulo-
rele-5v-4-canais/> Acesso em: 05/09/2017
[6] Sensor de Umidade e Temperatura DHT11.
Fonte: <
https://www.filipeflop.com/produto/sensor-de-
umidade-e-temperatura-dht11/>. Acesso em 5
nov 2017.
[7] Monitorando Temperatura e Umidade com o
Sensor DHT11. Fonte: <
https://www.filipeflop.com/blog/monitorando-
temperatura-e-umidade-com-o-sensor-dht11/>.
Acesso em 5 nov 2017.
Figura 19 - Leituras dos módulos plotados pela central ao longo do
[8] Sensor de Luminosidade LDR (Light Dependent
tempo. Resistor) 5mm. Fonte: <
https://www.filipeflop.com/produto/sensor-de-
luminosidade-ldr-5mm/>. Acesso em 5 nov
5 Conclusões 2017.
[9] Módulo Wirelles NRF24L01. Disponível em:
Por meio do sistema concebido até o presente <https://www.filipeflop.com/produto/nrf24l01-
momento é possível afirmar que a aquisição dos
162
wireless-transceiver-24ghz/>. Acesso em:
04/09/2017.
[10] Tutorial: Comunicação Wirelles com Arduino e
módulo NRF24L01. Disponível em:
<https://www.filipeflop.com/blog/arduino-
modulo-nrf24l01-tutorial/>. Acesso em:
04/09/2017.
[11] Módulo NRF24L01, Datasheet. Disponível em:
<http://www.nordicsemi.com/eng/Products/2.4G
Hz-RF/nRF24L01P>. Acesso em: 04/09/2017.
[12] Sensor de gás MQ-3 Álcool. Disponível em:
<https://www.filipeflop.com/produto/sensor-de-
gas-mq-3-alcool/>. Acesso em: 04/09/2017.
[13] Sensor de gás MQ-3 Álcool, Datasheet
Disponível em:
<https://www.pololu.com/file/0J310/MQ3.pdf>.
Acesso em: 04/09/2017.
163
III MOSTRA CIENTÍFICA DE ROBÓTICA E AUTOMAÇÃO DE SOROCABA E REGIÃO
21 DE OUTUBRO DE 2017 - SOROCABA-SP
HIAGO C. P. MACIEL, MARCOS U. S. SOUZA, RAFAEL S. C. MAEDA, MARILZA A. LEMOS, MAURÍCIO B. VARGAS
Resumo - O projeto consiste no desenvolvimento de um pumpjack com sua velocidade controlado por PWM. Os métodos envol-
vidos fundamentam-se nos mecanismos 4 barras e na aplicação de critérios mecânicos para obter-se um protótipo com escalas e
funcionamento aplicável. Através dos resultados, notou-se um torque constante garantido pela modulação do sinal e através dos
critérios desenvolveu-se as relações matemáticas necessárias para uma aplicação em escala real.
164
parte superficial de uma bomba impelente de pistão, 2 Aspectos Teóricos
instalada em um poço de petróleo ou poços artesa-
nais. 2.1 Mecanismos de Quatro Barras
Seu funcionamento consiste basicamente em um
motor que, revolucionando uma manivela por com- Um mecanismo é um conjunto de elementos in-
pleto, transmite esse movimento através de um eixo terligados que possuem movimentos relativos perfei-
acoplador ao eixo seguidor um movimento linear tamente definidos. Por outra ótica, Mabie e Rei-
vertical. nholtz, determinam o mecanismo como sendo a parte
do projeto de uma máquina associada a cinética e
Dessa maneira, através de um sistema de válvulas, a
cinemática de mecanismos articulados, engrenagens
vareta desce uma determinada profundidade enquan-
e cames.
to sua cavidade interna é preenchida pelo fluido, e
A estrutura de quatro barras é comumente empregada
quando ela sobe a válvula é fechada e o petróleo sobe
internamente por um canal até atingir a superfície. em diversos mecanismos devido a sua adaptabilidade
Isso é realizado repetitivamente, por inúmeras rota- para servir a objetivos específicos de movimentação,
tendo então sua simplicidade, porém, preservando a
ções do motor, até que se atinja a quantidade a ser
robustez que exige uma estrutura do tipo.
extraída.
Os modelos característicos de mecanismos de quatro
Para otimizar o funcionamento da bomba de vareta,
barras enquadram-se, por meio do critério de Gras-
busca-se melhorar este controle implementando-se
hof, em manivela-manivela, manivela-balancim,
um circuito que não só controle todos esses parâme-
balancim-balancim e ponto variável e distinguem-se,
tros, mas que também esteja fornecendo visualmente,
através de painéis, dados e valores que sejam monito- além da aplicabilidade, pelo grau de liberdade que
rados para atingir a alta eficiência e possa tomar eles podem possuir.
medidas preventivas com base nesse acompanhamen-
to. 2.2 Critério de Grashof
Este método de bombeamento mecânico apresenta Este critério estabelece que em mecanismos de
um grande desafio relacionado ao torque identificado quatro barras a soma da barra maior com menor não
na saída do redutor que muitas vezes excede o valor pode ser superior a soma das barras intermediárias.
ideal. Por esse motivo, não é difícil se deparar com Desse modo, tem-se algumas possibilidades de estru-
casos nos quais o redutor se danificou gerando um turas que se diferem em acordo a posição da barra
prejuízo de aproximadamente 50% do valor da menor na construção do mecanismo.
UBM. (THOMAS, 2004). No mecanismo manivela-balancim a peça menor
encontra-se adjacente a peça fixa e a sua relação
matemática é definida por:
s+l<p+q (1)
Onde s representa a peça menor; l, a maior; p e q, as
intermediárias.
As peças ou barras são nomeadas como link acopla-
dor, é barra intermediária que liga o link motor ao
link seguidor, sendo o primeiro a barra pela qual a
força é aplicada ao mecanismo e o segundo a última
barra da estrutura.
Figura 2. Pumpjack.
2.3 Critério de Kutzbach-Gruebler
Propõe-se a utilização do microcontrolador para, Grau de liberdade é a quantidade de parâmetros
através de controle PWM, regular a velocidade da independentes que permitem a análise cinemática do
bomba e que com os cálculos necessários pelo proje- mecanismo.
to da máquina sejam convertidas todas as modela- O critério de Kutzbach-Gruebler possibilita, por meio
gens matemáticas que forneçam os insumos concre- de cálculos matemáticos envolvendo a quantidade de
tos para que o motor opere numa velocidade adequa- corpos (B), juntas com um grau de liberdade (J1) e
da. juntas com dois graus de liberdade (J2) de um meca-
Portanto, este trabalho tem por objetivo a construção nismo a determinação do grau de liberdade (N) sis-
de um sistema de extração de petróleo, pumpjack, tema mecânico completo.
fundamentado nas teorias de projetos mecânicos,
corroborado por simulações computacionais e aliado N = 3*(B-1) + 2J1 + J2 (2)
a um controle simples de velocidade de rotação do
motor por meio de um microcontrolador com os 2.4 Síntese Cinemática de Mecanismos
conhecimentos aprendidos em sistemas microproces-
sados, atendendo aos critérios que delimitam o fun- A síntese cinemática é um processo que tem co-
cionamento do mecanismo. mo objetivo determinar as principais dimensões de
165
um mecanismo conhecendo-se a sua finalidade e deslocamento do link seguidor que variava de 40 a
algumas condições do seu movimento. 45 graus.
Ela possui três etapas bem claras sendo elas: defini- Um mecanismo de quatro barras capaz de realizar o
ção do mecanismo, determinação do número de cor- movimento pretendido pode ser construído com uma
pos e juntas e, por último, o dimensionamento dos manivela balancim.
links (WONDRACEK, 1984). Desse modo, definiu-se como critério do projeto a
Há três tipos básicos de síntese cinemática: gerador construção de uma manivela balancim que realize
de função, gerador de trajetória e movimentação de por meio da rotação de uma manivela um desloca-
corpos. Elas se distinguem pelo objetivo a ser de- mento angular de seu link seguidor igual a 42 graus.
sempenhado pelo mecanismo. Na síntese de gerador A partir desses dados podemos por meio do método
de função, aplicada comumente a sistemas manivela- gráfico de duas posições realizar a síntese do meca-
balancim, deseja-se que o corpo se movimente se- nismo.
gundo uma função pré-determinada. O processo de síntese segue as seguintes etapas:
a) Primeira Etapa: O mecanismo selecionado
2.5 PWM foi o Pumpjack, um mecanismo de quatro barras,
Existem basicamente dois recursos eletrônicos manivela balancim, utilizado na extração de petróleo.
para controle de velocidade de motores CC: Variar a Adequa-se a ele a síntese de gerador de função.
tensão aplicada nos seus terminais e aplicar modula- b) Segunda Etapa: O mecanismo possui quatro
ção de pulso denominada por PWM(Pulse Width corpos e quatro juntas de rotação com um grau de
Modulation). liberdade cada. Desse modo, pode-se calcular o grau
Com relação ao primeiro método, ele possui um fator de liberdade do sistema mecânico aplicando o crité-
limitante que é o torque do motor. Quando se aumen- rio de Kutzbach-Gruebler.
ta a tensão a velocidade também é aumentada, entre- Esse dado permite inferir a quantidade de motores
tanto, quando se deseja velocidades baixas e a tensão necessários para controlar o mecanismo com a utili-
é reduzida, reduz-se também a corrente, e, conse- zação da equação (2), nesse caso, apenas um motor é
quentemente, o torque aplicado que está relacionado necessário.
a potência envolvida. N = 3*(B-1) -2*J1-J2
Dessa maneira, o PWM, por trabalhar com modula- N = 3*(4-1) - 2*4
ção de pulso, consegue garantir a aplicação de cor- N=1
rente máxima através da regulagem de pulsos de
tensão. É um recurso eletrônico ideal para motores
que se deseja controlar a sua velocidade sem que este
perca o seu torque.
3 Materiais e Métodos
3.1 Materiais
Microcontrolador Arduino
Adams View (Software)
Figura 3: Identificação dos Links e das Juntas no Pumpjack
Steel Tech
Motor 12 Vcc c) Terceira Etapa: realizou-se os seguintes
AutoCad (Software) procedimentos:
Potenciômetro I) Determinou-se se Q é igual a 1 ou diferente,
Jumpers por meio da equação abaixo.
Protoboard
Fonte 12 Vcc Q = Tempo de avanço/ Tempo de Retorno (3)
CI L296B
A teoria que explica o funcionamento do pumpjack
3.2. Métodos nos informa que os tempos envolvidos nesta equação
são iguais para um pumpjack real, logo, o Q adotado
Previamente à realização da síntese do meca- para esta síntese foi igual a 1.
nismo, foram realizadas pesquisas para compreender Utilizando-se o AutoCAD, desenvolveram-se os
o funcionamento de um pumpjack real e a composi- procedimentos seguintes.
ção de suas dimensões. II) Desenhou-se as posições O4B2 e O4B1 sepa-
Consultando então dados do Instituto Americano de radas por um ângulo theta, neste caso, igual a 42
Petróleo e alguns modelos de pumpjacks retirou-se graus.
duas medidas principais o comprimento do link se- III) Selecionou-se um ponto O2 sobre a linha
guidor como sendo igual a 0,8 metros e o ângulo de B1B2 estendida.
166
IV) Dividiu-se em duas partes iguais a linha Para a construção do modelo no Software, foi neces-
B1B2 e desenhou-se um círculo com um raio igual a sária a utilização das coordenadas contidas na Tabela
(B1B2/2) no ponto O2. 1. Desta maneira, definiu-se todas as dimensões
V) Identificou-se as duas intersecções do círculo faltantes para a estrutura de quatro barras manivela-
com a linha B1B2 estendida, como A1 e A2. balancim.
VI) Determinou-se a medida O2A referente ao A Tabela 2 exibe as informações referentes aos links
link motor. na simulação 3D.
VII) Determinou-se a medida AB referente ao Tabela 2: Comprimentos das barras de um pumpjack real.
link acoplador.
VIII) Verificou-se se o mecanismo é de fato PARTE COMPRIMENTO UNIDADE
Link Motor 284 mm
Grashof – Manivela – Balancim com a utilização da Link Seguidor 800,98 mm
equação 1. Link Acoplador 980 mm
s+l<p+q Solo 1233,85 mm
284+1233,85<980+800,98
A simulação foi baseada na síntese realizada anteri-
É uma equação verdadeira, constatando-se então ser ormente, as Figuras 5 e 6 ilustram o modelo então
de fato um manivela-balacim em acordo também a criado, mostrando os dois estados das posições que o
posição do menor link. mecanismo poderia assumir.
IX) Confirmou-se o ângulo de transmissão, igual
a 42º.
A Figura 4 abaixo, ilustra a elaboração desse proce-
dimento de síntese realizado no AutoCAD.
PONTOS X Y
O2 0 0
O4 -748 980
Figura 6: Modelo 3D elaborado no Software Adams na posição
A1 0 284,38
ascendente.
B1 0 1265,04
167
os dois pontos, estabelecendo-se uma par ação reação
da vareta com a cabeça de cavalo.
168
aceleração gravitacional e ao movimento de rotação através de suas engrenagens de 3:1 (as engrenagens
do motor produz essa força associada ao “braço” do menor e maior contam respectivamente com 19 e 57
ponto analisado, e devido ao movimento realizado polias) como mostra a Figura 15. Dessa maneira,
frente aos planos (x,y,z) as curvas e valores obtidos através do sistema de redução, é possível contar com
para análise desta força em cada eixo é distinta. maior precisão na regulagem da velocidade.
Esse é um importante ponto de análise, pois num
sistema real quando o torque excede os limites im-
postos pelos materiais que constituem a construção
do mecanismo o eixo do redutor pode se danificar e
trazer prejuízo a instalação.
Por esse motivo são elaboradas as simulações, pois a
elas são aplicadas as teorias de resistências dos mate-
riais, permitindo a compreensão do comportamento
dinâmico da estrutura e também estático, pois cada
material tem suas propriedades, seus limites em im-
plementações, suas possíveis falhas seja por cisalha-
mento, ou por qualquer outra. Assim, vê-se a impor-
tância de um Software como o Adams que permite Figura 15: Redutor implementado por meio de engrenagens.
toda essa análise, poupando uma enorme quantidade
dinheiro que poderia ser desperdiçada com os erros O dispositivo mecânico conta também com um sis-
não mapeados previamente por um sistema computa- tema de contrapeso acoplado a favor do motor de
cional, sem ainda citar o risco à segurança das pesso- maneira que ele balanceie a cabeça de cavalo que,
as que diariamente estão em contato com sistemas mesmo na estrutura real, tem maior peso e por isso
mecânicos sem muitas vezes nem perceber ou se sua massa é equilibrada.
quer ter a ideia da complexidade que envolve toda a A alimentação do motor, se dá por um circuito que
construção e fabricação do mais simples deles. gera um sinal PWM através de um microcontrolador
Arduino Uno R3. Este foi programado conforme o
4.3 Implementação pseudocódigo abaixo:
169
máxima velocidade. Desse modo obtivemos os dados
apresentados na Tabela 3.
Tabela 3: Tempo máximo, médio e mínimo levados para o
pumpjack completar o movimento.
170
Nota-se que o gráfico da Figura 19 tem forma similar técnicos dos laboratórios pela tamanha disposição e
ao da Figura 7, corroborando-se assim o que era ajuda no que fosse necessário.
esperado da movimentação do sistema.
Referências Bibliográficas
5 Conclusão
AMERICAN PETROLEUM INSTITUTE. API
Este trabalho foi realizado com a intenção de SPEC 11E: Specification for Pumping Units
aplicar uma interdisciplinaridade, utilizando conhe- Recommended. 18 ed. Washington, Estados
cimentos diversos do curso de Engenharia de Contro- Unidos: API Publishing Services, 2008.
le e Automação para elaborar um mecanismo que BEZERRA, Ana Rafaelly Amaral. Protótipo de uma
correspondesse aos estudos em sala. unidade de bombeio mecânico. Trabalho de
Conclusão de Curso – Curso de Engenharia do
Pudemos assim corroborar as teorias de síntese
Petróleo, Universidade Federal do Rio Grande
de mecanismos, modelar o sistema e também imple-
do Norte, Natal, 2015.
mentá-lo por meio da criação de um protótipo esca-
LIMA, Fábio Soares de. Detecção e Classificação de
lável.
Modos de Operação do Bombeio Mecânico Via
As principais dificuldades que se apresentaram, con-
Cartas Dinamométricas. 141 f. Tese (Doutorado)
sistiram na localização de informações referentes ao
- Curso de Pós Graduação em Engenharia
mecanismo de pumpjack real.
Elétrica e de Computação, Universidade Federal
O protótipo criado, embora atendesse aos critérios do
do Rio Grande do Norte, Natal, 2014.
projeto, em termos da dimensão dos links na estrutu-
TAKÁCS, Gabor. Sucker-Rod Pumping Manual.
ra apresentou uma divergência de aproximadamente
Tulsa, Oklahoma, Estados Unidos: Pennwell
2%, todavia, isso advém da limitação das peças que
Corporation, 2003.
foram utilizadas em sua construção que foram adap-
THOMAS, José Eduardo, Fundamentos da Engeharia
tadas de outras finalidades construtivas, todavia ele
do Petróleo, Ed. 2004.
funcionou como era o esperado.
WONDRACEK, Udo, Síntese analítica de
Um outro grande desafio na própria construção do
mecanismos articulados de quatro barras
protótipo foi encontrar o ponto de equilíbrio entre os
utilizando 4PFS incluindo a solão dos problemas
links, demandando vários testes para que então se
da inversão geométrica e da orde, Dissertação
obtivesse o desejado. Ainda no protótipo, uma outra
(Pós-Graduação), Universidade Federal de Santa
adversidade encontrada foi referente a manutenção
Catarina, Florianópolis, 1984.
do funcionamento do motor, pois a partir do início de
sua rotação este drenava uma corrente superior a
corrente fornecida pelo circuito integrado, deste
modo o sistema de controle da velocidade por PWM
não estava se mostrando eficiente. A partir disso, foi
necessário encontrar um CI com especificações ade-
quadas que permitissem prover ao motor a quantida-
de de corrente necessária para seu funcionamento, só
então, posterior a isso, teve-se êxito na aplicação do
PWM, mantendo então o torque constante devido a
corrente e a potência relacionadas ao motor.
Como melhoria para o mecanismo, sugere-se uma
atenção maior quanto a vibração causada pela velo-
cidade angular não constante do motor.
Por fim, para estudos de projetos futuros, uma grande
oportunidade é de se trabalhar melhor com o controle
e monitoramento de alguns parâmetros do sistema,
tal como o torque.
Este projeto foi muito importante para a fixação dos
conhecimentos teóricos e para agirmos como enge-
nheiros procurando solucionar o critério do projeto
de uma forma inteligente, prática e qualitativa.
Agradecimentos
171
III MOSTRA CIENTÍFICA DE ROBÓTICA E AUTOMAÇÃO DE SOROCABA E REGIÃO
21 DE OUTUBRO DE 2017 - SOROCABA-SP
Resumo O seguinte artigo tem como foco o estudo sobre os flaps de aviões, especificamente o Sport Thunder’s flap. Para tanto, será
levado em consideração sua posição inicial, e diferentes posicionamentos destinados para manobras de vôo, decolagem e pouso, e também
sua posição final. Além disso, serão analisadas as juntas e links que compõem este mecanismo, os graus de liberdade, e o sistema de controle
do servo motor acoplado na junta rotacional presente no link motor, fazendo-se uso da síntese gráfica e do critério de Grashof. As análises do
mecanismo e simulações foram realizadas com auxílio dos softwares SolidWorks e Adams View. Construiu-se o protótipo feito em uma
impressora 3D, onde utilizou-se um Arduino Uno para o controle do sistema, programando-o para que as posições do flap fossem apresentadas
em um LCD e modificadas através de um joystick.
Palavras-chave Sport Thunder’s Flap, vôo, decolagem, pouso, critério de Grashof, Adams
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III MOSTRA CIENTÍFICA DE ROBÓTICA E AUTOMAÇÃO DE SOROCABA E REGIÃO
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2 Fundamentos Teóricos
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Sintetizou-se o mecanismo a partir das posições Por meio das análises e dimensões definidas até
O4B1 e O4B2 usando a síntese de gerador de fun- o momento e seguindo a informação angular para as
ções, o método gráfico de duas posições para o ba- diversas situações do mecanismo, foi possível deter-
lancim-balancim (método explicado de A à H). A se- minar a angulação de cada parte do sistema, ou seja,
guir é apresentada a figura 9 representando os pro- movimentando o link motor em 80º, o link seguidor
cedimentos supracitados para obtenção das dimen- irá rotacionar em 25º. Um gráfico mostrando essa re-
sões e ângulos de operações, tal etapa foi realizada lação foi apresentado na figura 11, e tal resultado foi
utilizando o software Solidworks. obtido por meio de simulações no ambiente Adams
View.
Link Dimensão
Motor 15,86 mm
Acoplador 75 mm
Seguidor 48 mm
Ground 115 mm
Figura 12 Flap modelado
175
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3 Resultados e Discussões
3.2.2 Implementação Prática
Ao simular o modelo da figura 12 é possível ana-
Para a implementação prática, foi desenhado o modelo lisar a ação das juntas e o que essas implicam no me-
no SolidWorks, exportado para um formato .stl, que é canismo. Portanto é possível determinar graficamente
o suportado e requerido pela impressora 3D. Impri-
a posição inicial e final dos links, os ângulos de rota-
miu-se não só o modelo em si, como também uma
ção e também as forças sobre as juntas. Isto realizado,
caixa, demonstrada na figura 16. a figura 17 apresenta o posicionamento do ângulo do
O programa de controle foi inserido no Arduino, flap em relação ao ângulo do motor; a figura 18 o re-
dotado de display LCD e servomotor. Um joystick co- sultado do calculo do ângulo de transferência do me-
nectado ao Arduino foi utilizado para alterar as posi- canismo. Segundo [17], esse ângulo de transmissão
ções do flap, onde deve-se movê-lo apenas no sentido deve ser maior que 50º com o objetivo de diminuir o
de seu eixo x, para a direita aumentando a angulação torque do motor e transmitir, de forma mais eficiente,
do flap e para a esquerda diminuindo-a. Por fim, um o torque para o link seguidor.
LCD apresenta o estado do avião e posição do flap.
Voo flap 0 graus
Decolagem flap 15 graus
Pouso flap 25 graus
O projeto finalizado é apresentado na figura 16
177
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4 Conclusão
Referências
Figura 21 Torque resultante do motor
[1] Flaps, Slats: Partes móveis na asa do avião. Disponível em:
<http://www.avioesemusicas.com/flaps-slats-partes-moveis-na-
asa-do-aviao.html> Acesso em: 20/09/2017.
Pela analise do gráfico apresentado na figura 21
foi possível determinar o torque máximo do motor no [2] THE DRIVELINE ANALYSIS OF HYPER SUSTENTATION
mecanismo sendo aproximadamente 2,63 Newtons DEVICES. Disponível em: <http://www.afahc.ro/ro/afa-
metro, e é atingido próximo do ângulo de 37º do servo ses/2014/forte/luculescu.pdf> Acesso em: 20/09/2017.
motor. Isso é possível já que o torque fornecido pelo [3] PROJETO AERODINÂMICO DE UM AVIÃO DE
servo motor Futaba S3003 suporta esse valor (conse- TREINAMENTO PRIMÁRIO E ACROBÁTICO. Disponível em:
gue suportar até 4,2 quilogramas centímetros). <http://monografias.poli.ufrj.br/monografias/mono-
Os gráficos que são apresentados a seguir (figu- poli10008635.pdf> Acesso em: 20/09/2017.
ras 22, 23 e 24) relacionam as forças sobre as juntas [4] Asa. Disponível em: <https://fatecid.files.word-
em função do tempo, forças em Newton e tempo em press.com/2013/04/asa.png> Acesso em: 20/09/2017.
segundos.
[5] Uso do flap. Disponível em:
<http://www.aerovirtual.org/forum/index.php?showtopic=39
279> Acesso em: 20/09/2017.
178
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E-mails: claytonmarcelino1@hotmail.com,pri.tao@hotmail.com,
jeffdias2000@yahoo.com.br
Resumo - O presente artigo apresenta os conteúdos teóricos e a descrição do desenvolvimento de um protótipo de hidrômetro di-
gital para obter o controle de consumo de água residencial e exibição dos dados através de App Android. O sistema é composto
de um equipamento integrado por microcontrolador, Shields e sensor de vazão que deve ser acoplado à entrada de água que se
deseja monitorar.
Palavras-chave - Hidrômetro digital, Consumo de água inteligente, Automação residencial; Shields, App Android.
1 Introdução
Objetivo Geral
Devido à correria do dia a dia, sentimos a neces-
sidade de saber tudo o que está acontecendo ao nosso Medir o consumo de água, transmitindo os
redor, inclusive os gastos e orçamentos do dia a dia dados obtidos via Bluetooth para um aplica-
de forma rápida e prática. Com o desenvolvimento tivo com SO Android a fim de obter o con-
desenfreado da tecnologia, através de celulares, ta- trole detalhado de gastos.
blets ou computadores, é possível obter informações
bancárias, faturas e muito mais. Mas ao se deparar Objetivos Específicos
com essas tecnologias, somos impulsionados a saber
como está a conta de água, pois todo mês é uma Confeccionar uma placa de circuito impres-
surpresa e não é possível saber o real gasto a qual- so com microcontrolador modelo ATmega
quer momento. 328pu para integração de módulo Bluetooth
Através deste problema onde o consumidor não pode modelo HC-05, uma fonte de transformação
ter acesso a sua conta, surge a ideia de desenvolver de 12 V para 5 V para a ligação do micro-
um equipamento de baixo custo e compacto, de fácil controlador e os demais dispositivos cuja
instalação e acessibilidade, possibilitando assim uma tensão é de 5 V, e sensor de fluxo modelo
melhor visualização de sua conta a qualquer momen- YF-S201.
to através do smartphone. Elaborar o código fonte em linguagem para
O processo de medição constitui-se de um sensor de o microcontrolador ATmega 328p que utili-
fluxo, um microcontrolador e um módulo de comu- za a plataforma do Arduino para tratar as in-
nicação via Bluetooth modelo HC-05, que transmitirá formações coletadas e enviar ao aplicativo
as informações para um aplicativo com Sistema Ope- Android.
racional (SO) Android a fim de exibir as informações Aperfeiçoar apresentação do aplicativo para
e cálculos dos gastos instantaneamente. a transparência do consumo quanto à visua-
lização pelo consumidor e/ou usuário.
Desenvolver um aplicativo de acesso e con-
1.1 Problema de Pesquisa
trole aos dados coletados.
É possível desenvolver um sistema de monito-
ramento em tempo real, do consumo de água de uma
residência para verificação dos valores a serem pagos 2 Justificativa
e/ou cobrados?
Com a necessidade de um terreno contendo duas
residências e apenas um único hidrômetro, precisa-se
1.2 Objetivos do Trabalho saber quanto cada casa consome de água, para não ter
Os objetivos deste trabalho foram classificados uma divisão da conta injusta entre os moradores. A
de forma geral e específica, como apresentado a partir deste problema foi elaborado um protótipo a
seguir. fim de obter corretamente esses dados.
Dentre os gastos quanto à solicitação de uma nova
instalação de outro hidrômetro, atualmente temos:
ligação de água com caixa padrão ¾, cujo valor é de
R$ 391,82, fora a mão de obra e taxa de administra-
180
tiva no valor de R$ 15,74. Sendo assim, para a pes-
soa solicitar mais um hidrômetro, isto acarretará em
um alto custo, além de taxas que são cobradas na
conta de água e de não possibilitar o acesso ao valor
a qualquer momento do dia (águas de Votorantim). A
partir destes critérios, será desenvolvido um sistema
de controle de consumo de água com um protótipo
para suprir essas dificuldades encontradas no dia a
dia. Figura 2-Funcionamento de um sensor de fluxo. Fonte: Mucevski
(2014).
3 Metodologia
1. Caixa do sensor
A metodologia adotada é a pesquisa experimen- 2. Fios de saída (+ VCC, -VCC e Sinal)
tal, pois testes do produto terão de ser feitos para 3. Eletrônica integrada
melhor desempenho, custo-benefício e calibração
4. Ímã permanente
para obter resultados desejados. Será abordado o
estudo de confecção de placa de circuito impresso, 5. Dispositivo de efeito Hall
cálculos de volume para saber se o que se está me- 6. Roda de disparo
dindo está correto em relação ao que está sendo apre- G. Entreferro
sentado, verificação dos valores cobrados pela con-
cessionária, cálculos de tributos, verificação da lin-
guagem de programação que será enviada ao micro- 3.3 Comunicação
controlador e também, o desenvolvimento do aplica-
tivo. Sendo assim, todos estes processos foram elabo- Através do dispositivo Bluetooth é possível fazer
rados, testados e apresentados de forma inicialmente uma comunicação do sinal via rádio com uma fre-
experimental. quência de 2,4 GHz e 2,48 GHz sendo que se usa
uma banda ISM (Industrial, Scientific & Medical),
podendo ter alcance entre 1 metro e 100 metros, onde
3.1 Microcontrolador se comunica em modo mestre-escravo.
Para visualização na Interface Humano Máquina
O microcontrolador pode atender às necessida- (IHM) da transmissão de dados, foi utilizado o apli-
des desde uma automação residencial ou industrial, cativo Android, feito através da plataforma MIT
até mesmo para controle de uma máquina de grande disponibilizada online.
porte ou até mesmo um pequeno eletroeletrônico
sendo utilizado para várias finalidades conforme a
necessidade específica. Sendo assim, neste século, 4 Projeto
quase tudo o que vemos de eletroeletrônico, normal-
mente usa um microcontrolador. O projeto de Sistema de Controle de Consumo
de Água tem a finalidade de medir a vazão, precisa-
3.2 Sensor de efeito Hall mente o consumo de água e, através de um sensor de
vazão que está conectado ao microcontrolador
Sensor de efeito hall teve o seu primeiro estudo ATmega 328P por meio de uma placa de circuito
no ano de 1879 por Edwin H. Hall. Existem dois impresso, envia os dados coletados para o aplicativo
tipos de sensores efeito hall, ou seja, digital ou ana- no smartphone via Bluetooth. Esses dados, recebidos
lógico, onde no analógico, a intensidade do campo em litros, são convertidos de litros para vazão através
magnético é posto nele, já o digital, é o nível lógico de uma programação dentro do App para a transfor-
alto. A Figura 1 apresenta um medidor de vazão onde mação final e visualização do cliente. Sendo assim,
é possível visualizar as aletas que se movimentam de foram utilizados para desenvolvimento deste projeto
acordo com a velocidade de passagem da água a uma o software SolidWorks 2012 para parte mecânica, o
determinada pressão e a Figura 2 apresenta o funcio- Proteus 8 para o desenvolvimento da placa de circui-
namento de um sensor de fluxo de efeito Hall de to impresso eletrônico e também para o controle do
forma detalhada e ilustrada, facilitando o entendi- software Arduino versão 1.6.1 para fazer a compila-
mento de funcionamento do mesmo no sistema. ção da programação feita em linguagem C++ com
algumas modificações. Foi utilizado também o sof-
tware MIT App Inventor, disponibilizado online para
a fabricação da linguagem em blocos C para o App
Android e para o layout do aplicativo. As subseções a
seguir apresentam imagens de etapas do desenvolvi-
mento do projeto.
181
4.1 Projeto Mecânico
O projeto mecânico foi desenvolvido através do
software SolidWorks 2012. Como o objetivo do
projeto era fazer inicialmente um protótipo, foi utili-
zado um reservatório transparente e incolor, encon-
trado facilmente no comércio e então, nele foram
inseridos os demais componentes, obtendo o resulta-
do conforme apresentado na Figura 3. Na parte supe-
rior esquerda encontra-se o hidrômetro digital e a
direita, ainda na parte superior, encontra-se o disposi-
tivo desenvolvido para captar os dados obtidos e
enviá-los via Bluetooth para o aplicativo do smar-
tphone.
182
5 Calibração Através do botão cortar, é possível interromper o
consumo de água, e através do botão religar é possí-
Para calibração do sensor e para apresentar os vel religar a água, caso a mesma esteja interrompida
dados no aplicativo, foram elaborados os cálculos pelo usuário e/ou consumidor.
apresentados nas subseções a seguir.
6 Resultado Final
7 Conclusão
Este sistema pode ser utilizado para monitorar os
gastos desde residências comuns, condomínios ou até A partir deste projeto, é possível acompanhar o
mesmo em aplicações específicas como sistemas de consumo em tempo real dos gastos de uma conta de
irrigação, piscinas e sistemas industriais em que se água.
deseja monitorar o consumo. Tecnologias futuras podem eliminar a visita mensal
A partir deste projeto foi possível acompanhar o da concessionária para leitura da água, além de pos-
consumo em tempo real dos gastos de uma conta de sibilitar que o usuário audite a qualquer momento o
água. seu consumo, gerando assim uma maior eficiência e
Tecnologias futuras podem extinguir a visita mensal transparência quanto aos valores cobrados pela con-
de um representante da concessionária para efetuar a cessionária de água.
leitura da água, além de possibilitar que o usuário
audite a qualquer momento o seu consumo gerando
Agradecimentos
assim uma maior eficiência e transparência quanto os
valores cobrados.
A Figura 8 apresenta a montagem final do protótipo. Agradeço a Deus por ter me dado fôlego de vida
A Figura 9 apresenta três telas desenvolvidas para o e saúde em abundância para trilhar esta longa cami-
aplicativo Android. Na primeira tela da esquerda, é nhada, a minha família pelo apoio, e minha esposa
Engª Priscila Machado pelo companheirismo e tam-
possível visualizar a quantidade de metros cúbicos
bém sou grato ao Prof. Me. Jefferson Dias que sem-
consumida, bem como o consumo em tempo real.
183
pre esteve disposto a sanar minhas dúvidas e me
orientar durante o desenvolvimento deste projeto.
Referências Bibliográficas
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Grupo de Automação de Sistemas Integráveis (GASI), Instituto de Ciência e Tecnologia de Sorocaba (ICTS)
Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (UNESP)
Avenida Três de Março, 511, Alto da Boa Vista, Sorocaba, SP, 18.087-180
E-mails: larissasalaro@grad.sorocaba.unesp.br,
marcellasantana@grad.sorocaba.unesp.br, renanabud@grad.sorocaba.unesp.br,
sophiabarillari@grad.sorocaba.unesp.br, mauricio@sorocaba.unesp.br
Resumo A síntese de um mecanismo depende de um conjunto de requisitos a serem seguidos que culminam na definição de
sua geometria. O mecanismo de Klann é uma estrutura já patenteada que, por essa razão, possui procedimento definido para a
síntese de suas dimensões, o qual será realizado por meio do software AutoCAD. Esse mecanismo de Klann é capaz de providen-
ciar os mesmos benefícios de veículos de caminhada mais avançados, porém sem suas limitações. Assim, utilizá-lo torna possível
ultrapassar obstáculos, subir escadas ou navegar por áreas inacessíveis a rodas. Além de que tal mecanismo não necessita de
grande número de atuadores para executar seu movimento. Assim, utilizando-se quatro desses mecanismos defasados é possível
gerar o padrão de caminhada de um animal quadrúpede, como uma aranha mecânica, por exemplo, e prototipá-la, por meio de
impressão 3D.
Palavras-chave síntese, AutoCAD, Mecanismo de Klann, aranha mecânica, padrão de caminhada, impressão 3D.
Tendo necessidades quanto ao deslocamento de Criado por Joe Klann em 1994, tal mecanismo
materiais, líquidos, mantimentos, o homem foi capaz foi projetado para simular a caminhada, característica
de desenvolver dispositivos os quais teriam como a qual permite o deslocamento em terrenos irregula-
finalidade, simplificar fenômenos/ processos, que res e íngremes, ou viajar para áreas que atualmente
exigem e englobam uma grande carga, velocidade não estão acessíveis com rodas, não necessitando do
constante, ou deslocamento de um objeto, por exem- controle exacerbado de microprocessadores avança-
plo. Em virtude disso, ocorreu o surgimento do termo dos ou cadeia de atuadores (Vanitha et al, 2015). A
“mecanismo”, uma vez que o mesmo representa um figura 1 ilustra o objeto de análise:
conjunto de elementos conectados de modo a gerar
um movimento específico. Com a evolução, os me-
canismos podem ser subdivididos conforme suas
aplicações mais abrangentes na atualidade: mecanis-
mos com elementos mecânicos, hidráulicos, pneumá-
ticos, elétricos ou combinados (Grillo, sem data).
Além disso, gradativamente houve a união de vários
mecanismos a fim de produzir sistemas mais elabo-
rados, atendendo mais precisamente aos requisitos
solicitados. E, um conceito importante para se definir
quantas variáveis interferirão no processo é o grau de
liberdade (DOF), com o qual é possível deduzir em
quais dimensões o mecanismo irá executar o movi-
mento, as correlacionando com a quantidade de mo-
tores necessários para reproduzir os movimentos do
projétil. E, o mecanismo com enfoque será o meca- Figura 1 - Mecanismo Klann (Vanitha et al, 2015)
nismo de Klann, o qual gera uma curva que descreve Em observância da figura 1, percebe-se que há uma
o movimento de um quadrúpede. configuração de um 4 barras em conjunto com 5
O presente projeto tem por finalidade desenvolver e barras (paralelismo) tendo o elemento barra com pivô
controlar a caminhada de um quadrúpede. E, para tal, em comum entre eles, permitindo assim o simples
será adotado a metodologia da ligação de Klann movimento com o acionamento de um motor na
(Klann linkage), o qual tem o atrativo de substituir o barra 1 (denominada barra motora). O sistema por
uso de rodas, bem como tendo um motor em conjun- inteiro possui quatro pernas, necessitando de 4 moto-
to com uma engrenagem, os quais proporcionam o res. Entretanto, a abordagem relacionada com tal
movimento das pernas. mecanismo envolve a utilização de engrenagens para
substituir a quantidade de motores, precisando de
somente um motor para movimentar a engrenagem,
185
coordenando o fornecimento de energia para o robô ção de projetos em várias áreas como Arquitetura,
andar. Vale ressaltar que empregando a engrenagem Design de interiores, Engenharia Mecânica, Enge-
é preciso provocar uma defasagem (física) entre as nharia geográfica e em ramos da indústria. No pre-
pernas de um mesmo lado, gerando curvas alternadas sente trabalho, será utilizado para representar pla-
como mostra a figura 2. narmente o mecanismo chave do projeto (Mota et al,
2011).
3 Materiais e Métodos
Além disso, a síntese pode ser através de métodos Figura 4 – Passo 01 da construção de uma das pernas da aranha.
gráficos ou analíticos, apesar de ambos serem subdi-
vididos em três categorias: Movimentação de corpos, São desenhados outros dois círculos, um com centro
gerador de função e gerador de trajetória (Boni, sem em M, cujo raio é 1.143(OA) e um com centro em A,
data). cujo raio é 0.909(OA). É criado um ponto C na inter-
secção desses dois círculos.
É criada uma linha através de M e C, além de um
3.2 Software AutoCAD outro círculo no plano yz centrado em C com raio de
0.726(OA). A intersecção desses dois desenhos é
O AutoCAD é um software do tipo CAD (Com- denominada ponto D.
puter Aided Design, ou seja, desenho auxiliado por
computador) desenvolvido e comercializado pela
Autodesk, Inc. Essa ferramenta é permite a confec-
186
OA’B’ é a meia volta do triângulo OAB em torno do
eixo z. (Klann Linkage, sem data).
187
4 Resultados e Discussões
188
Após isso, permitiu-se a coleta de dados, executando
a etapa de análise do projeto, do qual foi possível
confeccionar gráficos quanto às forças nas juntas,
bem como a posição do ponto na extremidade inferi-
or do link azul. Os gráficos mais relevantes para o
movimento do quadrúpede são mostrados nas figuras
14 e 15.
𝑁 = 3(𝐵 − 1) − 2𝐽1 − 𝐽2
onde:
𝐵 = 𝑛ú𝑚𝑒𝑟𝑜 𝑑𝑒 𝑐𝑜𝑟𝑝𝑜𝑠 𝑖𝑛𝑐𝑙𝑢𝑖𝑛𝑑𝑜 𝑜 𝑠𝑜𝑙𝑜;
Figura 14 - Curva para a trajetória realizada pelo mecanismo de
𝐽1 = 𝑛ú𝑚𝑒𝑟𝑜 𝑑𝑒 𝑗𝑢𝑛𝑡𝑎𝑠 𝑐𝑜𝑚 1 𝐷𝑂𝐹; klann.
𝐽2 = 𝑛ú𝑚𝑒𝑟𝑜 𝑑𝑒 𝑗𝑢𝑛𝑡𝑎𝑠 𝑐𝑜𝑚 2 𝐷𝑂𝐹.
Observa-se atentamente, que o padrão obtido se
aproxima da expectativa teórica ilustrada pela figura
Com essa equação é possível estabelecer quantas 2: gerador de curva com um aspecto triangular, não
variáveis interferem no deslocamento do sistema, possuindo descontinuidade, efetuando o processo de
bem como a quantidade de motores ou fornecedores caminhada; que no pico da curva, representa a pata
de energia serão necessários para o funcionamento na posição máxima tendo um deslocamento para
adequado do mecanismo (Mabie et al, sem data). frente em seguida.
Assim: Outrossim, analisou-se a característica das forças nas
𝑁 = 3(6 − 1) − 2 ∗ 7 − 0 juntas, uma vez que as mesmas possuem limites de
𝑁 = 1 𝐷𝑂𝐹 resultante nas mesmas. Tendo essa perspectiva de
quanto de força será aplicado, o projétil já estará
Isso indica que é necessário somente um motor para munido de links que aguentem o suficiente para não
viabilizar a operação desse mecanismo romper.
189
possível esboçar o animal quadrúpede que utilizou
quatro mecanismos de Klann, sendo os mecanismos
de mesmo lado em fase entre si, porém defasados de
180o em relação ao lado oposto, para gerar seu pa-
drão de caminhada. Assim, para testar a viabilidade
da geração de caminhada pelo mecanismo desenha-
do, exportou-o para o software ADAMS, no qual
constatou-se a trajetória triangular gerada pelo meca-
nismo.
Por fim, a partir de seu CAD, realizou-se o protótipo
por meio de impressão 3D. Além de que, calculado o
grau de liberdade do mecanismo de Klann, resultan-
do em 1 DOF, associando-se os quatro mecanismos
conforme defasagem prevista, o acionamento do
animal quadrúpede dependeu somente de um motor.
Figura 16 - Força nas juntas do mecanismo de klann ao longo do
eixo Y. Agradecimentos
Agora, infere-se que os esforços são maiores em Y,
visto que o pico observado na Figura 16 é considera- Os autores agradecem à comunidade da UNESP
velmente elevado tendo em vista toda a distância Sorocaba, assim como ao Prof. Dr. Mauricio Becerra
percorrida em X, bem como tendo a gravidade atu- Vargas pelo incentivo e apoio ao desenvolvimento
ando no sistema, há normalmente a demanda de uma deste trabalho para a disciplina de Projetos Mecâni-
força mais robusta para eleva a perna. cos.
Referências Bibliográficas
4.4 Protótipo CAD
Inicialmente, o projeto foi devidamente confec- ADAMS (sem data). The Multibody Dynamics Sim-
cionado utilizando o software SolidWorks, estabele- ulation Solution. (sem data). Disponível em:
cendo a posição dos links, assim como dos espaços <http://www.mscsoftware.com/product/ada
para juntas – ilustrado pela figura a seguir –, sendo ms>. Acesso em 09/2017.
que já a partir dele foi direcionado para à extensão de BONI, P. (sem data). Mecanismos e Dinâmica de
arquivo para a impressão 3D. Máquinas – Aula I. Disponível em:
<http://joinville.ifsc.edu.br/~pauloboni/ME
CANISMOS/PDF%20-%20Aula%20I%20-
%20Introducao.pdf>. Acesso em 09/2017.
GRILLO, N. L. (sem data). Mecanismos: Elementos
de Cinemática e Dinâmica.
KLANN LINKAGE. (sem data). Disponível em: <
http://oz.nthu.edu.tw/~g9621511/Klann%20
Linkage.htm>. Acesso em 09/2017.
MABIE, H.H., OCVIRK, F.W. (sem data). Meca-
Figura 17 - CAD do animal quadrúpede utilizando quatro meca-
nismos de Klann.
nismos e dinâmica das máquinas.
MOTA, N. A.; DO VALLE, R. M. (2011). Apostila
Para implementação do Mecanismo de Klann foi de AutoCAD – Módulo Básico. Universida-
necessária uma caixa de redução de 1 para 125 a fim de Federal de Juiz de Fora – Faculdade de
de diminuir a velocidade do motor de 1500 rpm para Engenharia.
aproximadamente 60 rpm. Pois, a rotação muito SHIGLEY, JE., UICKER, JJ. (1995). Theory of Ma-
rápida no eixo poderia comprometer o movimento do chines and Mechanisms.
mecanismo. THIELICKE, W. (2009). Video - Comparison of
Theo Jansen's mechanism and the Klann
Linkage in Phun. Disponível em:
5 Conclusão <https://www.youtube.com/watch?v=WsRV
u8BoSN4>. Acesso 09/2017.
A síntese cinemática proposta para o mecanismo VANITHA, U.; PREMALATHA, V.;
de Klann, partindo-se de uma dimensão mínima de NITHINKUMAR, M.;
8cm, permitiu a determinação de todos os seis corpos VIJAYAGANAPATHY, S. (2015). Me-
que compõem o mecanismo. Assim, pode-se estimar chanical Spider Using Klann Mechanism.
altura esperada para a o animal quadrúpede de, no Universidade de Engenharia SVS. India.
máximo, 30cm.
Conhecendo-se, então, os parâmetros de dimensão do
mecanismo, com auxílio do software SolidWorks, foi
190
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Resumo Este artigo tem como objetivo apresentar a utilização prática da cinemática inversa a partir do algoritmo Coordinate
Cyclic Descent (CCD). Seu uso permitirá a obtenção de ângulos fundamentais para a descrição da trajetória a ser realizada por
um braço robótico. Sendo assim, o intuito deste braço será realizar um desenho com base nas coordenadas obtidas a partir do
CCD.
191
juntas do robô. Nessa pesquisa, foram propostas oito cálculo dos ângulos que deverão ser realizados pelo
soluções: quatro contendo as três primeiras juntas, braço mecânico para que o desenho seja concluído.
duas para a configuração do braço e duas soluções
para as últimas três juntas (Lee e Ziegler, 1984).
Com base nos trabalhos relacionados ao abordado
neste documento, pode-se notar semelhança quanto a
utilização da cinemática inversa como forma de
obtenção dos ângulos com base no ponto final. No
entanto, ambos trabalhos utilizam algoritmos
distintos entre si, e também ao utilizado pelo robô
deste trabalho, o Coordinate Cyclic Descent (CCD).
O algoritmo CCD encontra facilmente um ponto
próximo a solução esperada utilizando de outras
métricas, como a Broyden-Fletcher-Shanno (BFS),
para obter a solução desejada com um determinado Figura 2. Representação tridimensional do robô construída através
da ferramenta Blender.
grau de precisão (Wang e Chen, 1991). O
Em robótica, a cinemática inversa utiliza as equações
funcionamento deste algoritmo consiste em n etapas.
de cinemática para determinar os parâmetros das
Sendo i cada uma das etapas (variando de 1 a n), será
articulações e promover a posição de cada ponto
permitido que apenas a i-ésima junta se movimente,
final que deseja-se alcançar (Paul, 1981). Os micro-
minimizando assim o objetivo da função. Essa
servos serão responsáveis pela manipulação dos
movimentação ocorre até que o ponto final seja
ângulos das juntas do braço do robô.
alcançado (Wang e Chen, 1991).
O controle do ângulo de rotação realizado pelos
Ao comparar o trabalho de Wang e Chen com este,
micro-servos será obtido por meio do algoritmo
nota-se semelhança por ambos utilizarem o CCD
chamado Coordinate Cyclic Descent (CCD)
como uma forma de obter a cinemática inversa do
(Canutescu e Dunbrack, 2003), originalmente
robô. No entanto, o foco do trabalho de Wang, L. é
desenvolvido como um método para resolver
essencialmente apresentar os detalhes do algoritmo,
problemas relacionados a cinemática inversa. Este
não evidenciar o uso deste de forma prática em um
algoritmo é usado em robôs pois é flexível ao
robô. Dessa forma, difere-se de deste trabalho, uma
permitir restrições a cada etapa do processo, além de
vez que o objetivo é utilizar o algoritmo como forma
ser conceitualmente simples e computacionalmente
de obter os ângulos necessários para realizar um
rápido (Canutescu e Dunbrack, 2003).
desenho.
Utilizando o CCD e ajustando o grau de liberdade a
cada movimentação, será possível alcançar o objetivo
3 Materiais e Métodos final. Ele procede de forma iterativa ao longo de uma
cadeia de graus de liberdade, modificando de forma
Com base na motivação apresentada, para que a rápida a cada articulação para alcançar a posição
parte física do robô fosse concretizada, foram desejada.
necessários os seguintes materiais: Sendo assim, a aplicação do algoritmo CCD pode ser
● 3 micro-servos; vista pela movimentação do braço robótico e a
● PVC; realização do desenho final. Para que o braço
● Papel sulfite; robótico faça o desenho, são necessárias algumas
● Suporte para o braço mecânico; etapas: a criação do desenho utilizando uma
● Prancheta; interface, a obtenção das coordenadas referentes ao
● Caneta; desenho e, por fim, a compilação do código, contido
● Arduino. no Arduino, com base nas mesmas coordenadas. Tal
passo-a-passo pode ser visto na Figura 3.
O robô é composto por um braço mecânico, sendo
este construído utilizando-se de micro-servos e PVC.
Micro-servos são motores precisos que podem ter
seus ângulos de rotação controlados. Seu uso
possibilitou que o braço fosse composto por três
graus de liberdade, como mostrado na Figura 2.
No terceiro segmento de PVC está localizado o
instrumento que realizará o objetivo do robô, ou seja,
realizar o desenho com base nos segmentos que
foram passados. Optou-se por utilizar uma caneta, a
qual escreve no papel que está sobre a prancheta.
Para a obtenção das coordenadas, ângulos e
realização do desenho será utilizada a técnica de
cinemática inversa. Esta será responsável pelo Figura 3. Fluxograma das etapas para execução do desenho final.
192
4 Resultados Por conta dos materiais escolhidos para a concepção
do mesmo, nota-se que há deficiência quanto a
A proposta do presente trabalho é evidenciar o precisão dos traços realizados pelo braço robótico.
uso da cinemática inversa aplicada a um robô. O Apesar desse entrave, o objetivo do experimento foi
propósito do experimento é a realização de um robô alcançado. Ele possibilita a realização do desenho,
que pudesse representar por meio de um desenho as descrito na interface gráfica, pelo braço robótico.
coordenadas que seriam passadas, pelo usuário, com Mais detalhes a respeito do funcionamento, desde o
o auxílio de uma interface gráfica. uso da interface até a utilização do robô estão
Tal proposta destaca a utilização prática do algoritmo armazenados em (https://goo.gl/YqRgfC )
de cinemática inversa, o Coordinate Cyclic Descent
(CCD). Ao utilizá-lo baseado nas coordenadas,
5 Conclusão
obtidas a partir do desenho, é possível obter os
ângulos necessários para que os pontos finais do
mesmo sejam alcançados. Com os resultados apresentados, podemos
concluir que o projeto atendeu as expectativas de
Assim, com base no problema apresentado, ou seja, a
exemplificar a utilização da cinemática inversa para
realização de um desenho por um robô, é possível
resolver cálculos de ângulos de rotação para o braço
observar nas Figuras 4 e 5 o resultado alcançado após
a conclusão da construção do braço robótico. O robótico. Com isso em mente, a contribuição deste
desenho é obtido por meio da realização de uma estudo prático está voltada para a implementação em
robôs com mais graus de liberdade e processamento,
trajetória até determinado ponto. Tal trajetória é
para desenvolvimento de desenhos industriais
composta por ângulos, sendo estes obtidos por meio
automatizados como também para a realização de
do algoritmo da cinemática inversa, o CCD. Ele é
responsável pelo cálculo dos ângulos que serão robôs que efetuam cortes a laser em placas de metais
importantes para que o braço mecânico alcance seu respeitando coordenadas estabelecidas por
simuladores.
alvo.
Como possíveis prosseguimentos para este projeto,
será possível melhorar os materiais utilizados no
desenvolvimento do braço robótico para que sejam
alcançadas maiores precisões nos desenhos,
salientando e exemplificando melhor o quanto a
cinemática inversa é poderosa para os cálculos de
movimentação do robô.
Além disso, tratando-se de interface gráfica com o
usuário, no momento todas as coordenadas do
desenho realizado são transcritas manualmente para
o código em C presente no Arduino. Dessa forma,
um ponto a ser melhorado na apresentação deste robô
é a possibilidade de automatizar o processo de
repasse das coordenadas do desenho para o código
do Arduino. Tal melhoramento facilitaria o processo
de desenho e amostragem dos resultados.
Havendo tais melhorias, seria possível a utilização
deste robô para automatizar desenhos e, assim,
Figura 4. Simulação do desenho
poderia ser usado em outras áreas. Atualmente,
existem robôs capazes que reconhecer faces e a partir
disso, produzir desenhos com base em tais
observações. Dessa forma, aprimorando o software
por trás do robô apresentado nesse projeto, e havendo
maiores precisões quanto aos traços apresentados
pelo mesmo hoje em dia, será possível aumentar a
capacidade artística deste projeto.
Agradecimentos
193
construção do projeto, auxiliando nas tomadas de IEEE Transactions on Aerospace and Electronic
decisões. Systems, vol. AES-20, issue 6, pp. 695-706. 1984.
Por fim, agradecemos aos colegas Pedro Pires e Moore, E. J. Robotic surgery. Disponível em:
Mateus Vasconcelos por colaborarem com alguns <https://www.britannica.com/topic/robotic-
dos materiais essenciais para a concepção do robô. surgery#ref1225036>. Acesso em: 10 out. 2017.
Nunes, L. E. N. do Patrocínio. Geração e otimização
Referências Bibliográficas
de trajetórias de um manipulador robótico
utilizando algoritmos genéticos, Universidade
Canutescu, A. A, Dunbrack, R. L. (2003). Cyclic Estadual Paulista, Guaratinguetá, 2007.
coordinate descent: A robotics algorithm for
protein loop closure. Protein Science, 12: 963– Paul, R. (1981). Robot manipulators: mathematics,
972. programming, and control : the computer control
of robot manipulators. MIT Press, Cambridge,
Hendarto, H. A.; Munadi; Setiawan, J. D. D. ANFIS MA.
application for calculating inverse kinematics of
programmable universal machine for assembly Wang, L., Chen, C. A combined optimization
(PUMA) robot. 2014 The 1st International method for solving the inverse kinematics
Conference On Information Technology, problems of mechanical manipulators. Ieee
Computer, And Electrical Engineering, [s.l.], Transactions On Robotics And Automation, [s.l.],
p.34-40, nov. 2014. IEEE. v. 7, n. 4, p.489-499, 1991. Institute of Electrical
and Electronics Engineers (IEEE).
Lee, C.S.G; Ziegler, M. Geometric Approach in
Solving Inverse Kinematics of PUMA Robots.
194
III MOSTRA CIENTÍFICA DE ROBÓTICA E AUTOMAÇÃO DE SOROCABA E REGIÃO
21 DE OUTUBRO DE 2017 - SOROCABA-SP
Resumo Os “Launchpads” têm se mostrado muito presentes na música moderna, por serem capazes de tocar músicas pré pro-
gramadas utilizando os botões desse produto. Logo, surgiu a ideia de se fazer um artefato similar, porém fazendo-se uso de um
conceito de sensor capacitivo, sendo possível fazer botões com um custo extremamente baixo. Isso ocorre sendo necessário ape-
nas um material condutor, e alguns resistores parar receber um dado de um toque. Este trabalho diz respeito a um artefato capaz
de disparar músicas ou “samples” musicais variados com apenas um toque em um material condutor. Baseado na ideia de um
“lauchpad” construiu-se esse artefato utilizando um Arduino e um Raspberry. Assim, as duas placas eletrônicas funcionam jun-
tas para fazer a aquisição de dados e para fazer seu processamento, respectivamente. Os dados adquiridos eram recebidos e lidos
por um circuito de sensor capacitivo. A partir desses dados gera-se um sinal serial que é recebido pelo microprocessador raspber-
ry e então este toca músicas.
1. Introdução
Entre as tecnologias que contribuem para que o pro-
duto tenha um design inovador, as superfícies sensí-
Utilizados para fins musicais e de entretenimen- veis ao toque se destacam como uma alternativa para
to, os “launchpads” vêm obtendo destaque no âmbi- criar um design “clean” fácil de usar e limpar, até
to musical, utilizado principalmente na música ele- mesmo com maior longevidade mecânica.
trônica, mas também tendo aplicações em qualquer
estilo musical. A empresa “Novation Digital Music
O conceito de sensor capacitivo é uma alternativa
Systems Ltd”, fundada em 1992, criou esse tipo de
utilizada neste trabalho para substituir botões de
sintetizador que é capaz de acionar e controlar parâ-
acionamento mecânico, ou seja, é possível acionar
metros de desempenho de música eletrônica. Em
algum parâmetro sem a necessidade de um esforço
2009 a empresa lançou um “launchpad” 8x8 com
mecânico. Com essa tecnologia, é possível fazer um
botões iluminados podendo usar funções de loop,
acionamento com um simples toque, e para que esse
efeitos e outros parâmetros. Assim, esse sintetizador
sensor funcione é necessário apenas um material
vem se tornando muito utilizado atualmente no mer-
condutor e um resistor. Logo, o custo de implemen-
cado musical, tanto na produção como em sua execu-
tação de um botão de grande sensibilidade mecânica
ção. A Figura 1 mostra um “Launchpad” atual, en-
seria extremamente reduzido, pois a lógica de sensor
contrado no site da empresa Novation music.
capacitivo é capaz de reconhecer um toque precisa-
mente.
195
2. Fundamentos Teóricos Todo o hardware é integrado em uma única placa.
O Raspberry é inspirado da “Acorn BBC Micro Mo-
2.1 Sistemas Microprocessados delo A, Modelo B e Modelo B+” são referências aos
modelos originais de escolaridade do computador
Para projetos sofisticados de automação, os mé- “BBC Micro” britânico, desenvolvido pela “Acorn
todos teóricos da engenharia precisam ser converti- Computers”.
dos em linguagens de programação para serem exe- O Raspberry Pi 3 Model B possui um processador
cutados em alguma arquitetura microprocessada. quad-core de 1,2GHz Broadcom BCM2837 baseado
Atualmente o mercado dispõe de uma vasta gama de
no Cortex-A53, 1GB de RAM, WiFi e Bluetooth 4.1
processadores desde microcontroladores de muito
de baixa energia que reduz o uso das 4 portas USB
baixo custo até placas processadoras de mais alto
existentes para a conexão de dispositivos. Se o mou-
desempenho como Raspberry Pi, BeagleBone Black,
se e teclado forem conectados por Bluetooth, serão
entre outras. necessários apenas dois cabos para utilizar o Ras-
Os microcontroladores, em geral, possuem, além do pberry. São eles o HDMI e o cabo de força Micro
processador, uma série de circuitos adicionais que USB de 2.1A. Além disso, o Raspberry Pi 3 Model B
facilitam o desenvolvimento de projetos de automa- possui 40 pinos GPIO, 4 portas USB 2.0, slot para
ção, tais como: temporizadores (timers/counters), cartão micro SD, interface de câmera (CSI) e de
conversores digitais analógicos e analógicos digitais, display (DSI) para conectar um display “touchscre-
portas paralelas digitais e analógicas, portas seriais e en” e porta ethernet.
USB, recursos para geração de sinal PWM, entre
outros. Um microcontrolador de baixo custo muito 2.1.3. Sensor Capacitivo
utilizado atualmente é o Atmega1280, da Atmel, por
meio das placas denominadas Arduino. Um botão de toque detecta a mudança na capacitân-
cia eletrostática produzida entre um eletrodo e um
2.1.1. Arduino Uno corpo humano (toque do dedo). Os sistemas conven-
O Arduino Uno é uma placa de microcontrolador cionais de sensores de toque utilizam o método de
baseado no ATmega328, com 14 pinos de entra- detecção de auto capacitância. Neste método, a capa-
da/saída digital (dos quais 6 podem ser usados como citância eletrostática entre um único eletrodo e um
saídas PWM), 6 entradas analógicas, um cristal osci- corpo humano (toque do dedo) é detectada e usada
lador de 16MHz, uma conexão USB, uma entrada de para determinar se um evento de toque é reconheci-
alimentação uma conexão ICSP e um botão de reset. do. A Figura 2 mostra um esquema de um circuito
O Arduino Uno contém inúmeras facilidades para genérico para a utilização dessa tecnologia (Aaron D.
fazer a comunicação com um computador ou outros M., 2012).
microcontroladores e até mesmo com outros ardui-
nos. O ATmega328 fornece comunicação serial
UART TTL (5V) que está disponível nos pinos digi-
tais 0 (RX) e 1 (TX). Um ATmega8U2 é capaz de
canalizar esta comunicação para a entrada ou saída
USB e aparece como uma porta virtual para o sof-
tware no computador. O firmware do '8U2 utiliza os
drivers padrão USB COM e nenhum driver externo é
necessário para fazer sua programação. Entretanto,
no Windows, um arquivo .inf é necessário. Figura 2. Esquema de funcionamento de sensor capacitivo.
O software do Arduino inclui uma interface para
monitorar o serial que permite dados de texto serem A biblioteca Capacitive Sensor transforma duas
enviados e recebidos da placa. LEDs conectados ao entradas do Arduino em um sensor capacitivo, que
RX e TX acendem enquanto dados estiverem sendo detecta a capacitância do corpo humano assim como
transmitidos pelo chip USB-para-serial e pela cone- apresentado no artigo de Paul Badger (2006). Para
xão USB Assim, é possível monitorar fisicamente a isso, é necessário o uso de uma resistência de médio
atuação da comunicação e a ação do arduino. É im- a alto valor e um material condutor na extremidade
portante observar que o arduino ocupa as portas RX e do resistor. Este sensor é capaz de detectar desde o
TX para o monitoramento serial, ou seja, quando toque humano até a aproximação a alguns centíme-
necessário o uso do artificio do serial, não podem ser tros de distância assim como relatado no artigo de J.
conectados pinos lógicos no RX e no TX. Cheng, O. Amft, e P. Lukowicz (2010).
2.1.2. Raspberry Pi 2.1.4. Python (Franklin B., 2004; Dr. Vern C.,2005 e
Chris L., 2015)
Raspberry Pi é um computador de tamanho similar
ao de um cartão de crédito, que se conecta a um A linguagem python é muito utilizada recentemente
monitor de computador ou TV, e usa um teclado e por apresentar características de alto nível, de script,
um mouse padrão, desenvolvido no Reino Unido imperativa, funcional, orientada a objetos.
pela Fundação Raspberry Pi.
196
Atualmente ela está bastante presente em aprendiza- Uma estrutura em vetor foi utilizada para armazenar
do de máquina, por obter bibliotecas muito funcio- as faixas musicais (samples) e seus endereços na
nais e fáceis de usar. memória, ou seja, cada faixa fica identificada a um
A linguagem se iniciou com Guido van Rossum em endereço do vetor. Essa lógica só foi implementada
1991, porém, ela está em desenvolvimento comunitá- após o estudo do livro de Will McGugan em que
rio (Open source). O interessante da linguagem exemplificava usos da biblioteca pygame. Para me-
python é sua filosofia, pois ela prioriza uma lingua- lhor compreensão, segue o pseudocódigo da aplica-
gem simples e visualmente agradável, ou seja, sinta- ção desenvolvida.
xe concisa e clara. A versão do python está atualmen-
te em 3.6. Porém, nesse projeto utilizou-se a versão
2.7 devido a sua facilidade com o tratamento serial.
Figura 4. Esquema de ligação do arduino com 2 fios. Figura 7. Caixa compacta de PVC utilizada no prototipo
Os primeiros testes indicaram que não era necessário Como observado na figura 7, foram feitos ainda furos
o uso de dois fios ligados a placa condutora. Conec- para ventilação e inserido um cooler pois as placas
tou-se apenas um fio entre a placa condutora e uma eletrônicas esquentam com o tempo. A figura 8 apre-
extremidade do resistor e nessa mesma extremidade senta o protótipo final.
foi ligado um fio ao pino digital do Arduino. Do
outro lado do resistor manteve-se a mesma lógica da
primeira montagem, ou seja, a mesma trilha conecta-
va um lado de todos os resistores e esta trilha foi
ligada a um único pino digital da placa Arduino Uno.
O circuito final é mostrado na figura 5.
4 Resultados e Discussões
Os circuitos capacitivos utilizados no trabalho apre-
Figura 5. Esquema de ligação do Arduino com 01 fio. sentavam resultados variáveis, a ponto de apresentar
resultados diferentes de acordo com algumas condi-
Na sequencia, o protótipo foi construído. Para os ções específicas. Para analisar o comportamento do
botões touch foram cortadas placas de metal provin- sistema foi elaborado um gráfico com os dados lidos
das de uma carcaça de uma fonte de computador. do sensor quando este estava em estado estático,
Essas placas foram usinadas para melhor acabamento porém com duas variações. A primeira, o cabo de
(figura 6). energia do computador ligado e desconectado.
Dentro de uma caixa compacta acoplou-se o Arduino O gráfico resultante tinha como eixo X o tempo em
e o Raspberry. Nessa caixa se fez furos estratégicos milissegundos, e no eixo das ordenadas o valor lido
para colocar os botões e fazer a passagem de cabos adimensional do sensor capacitivo. O gráfico 1 indi-
necessários para o funcionamento do projeto. A caixa ca a seguir os dados lidos com o cabo de energia do
de PVC furada está apresentada na figura 7. computador desligado (com o cabo ligado gráfico 2).
198
Fica evidente que o valor médio de leitura do sensor O teste foi repetido, porém agora com o cabo de
capacitivo, sem que haja toque humano, mostra-se energia do computador ligado. O gráfico 4 indica os
mais elevado chegando a valores de 30 a 120. Por- valores recolhidos na amostra. Os valores lidos no
tanto, é possível notar que há influência do cabo de gráfico 4 indicam valores máximos que ultrapassam
energia na leitura de dados do sensor capacitivo. Um o valor de 60000, ou seja, um valor muito maior que
teste seguinte foi realizado sobre a leitura dos senso- o do gráfico 3. É possível perceber então uma inter-
res, com repetidos toques humanos, colocando o ferência nos dados lidos devido ao cabo de energia
cabo de energia e retirando-o. O gráfico 3 mostra o do computador. Conclui-se que o cabo de energia
valor lido sem que o cabo de energia estivesse colo- gera um ganho nos valores lidos de 3 a 4 vezes o
cado. O gráfico 3 indica ondas quase quadradas nos valor sem o cabo.
valores de leitura do sensor capacitivo. Isso acontece,
pois no momento em que se toca o dedo no sensor,
ocorre a borda de subida, e quando retira-se o dedo,
acontece a borda de descida. Os valores máximos das
ondas quadradas estão em torno de 20000.
Agradecimentos
Referências Bibliográficas
200
III MOSTRA CIENTÍFICA DE ROBÓTICA E AUTOMAÇÃO DE SOROCABA E REGIÃO
21 DE OUTUBRO DE 2017 - SOROCABA-SP
2
Departamento de Processamento de Energia Elétrica - DPEE
Universidade Federal de Santa Maria
Av. Roraima, 1000 - Santa Maria - RS
E-mail: rbeatriz@icloud.com
Resumo O artigo apresenta o protótipo de uma estufa automatizada onde as variáveis temperatura, luminosidade e umidade
são obtidas através de sensores e os atuadores são controlados através de um controlador PID. Para manter os níveis adequados
da temperatura, um sistema de exaustão é acionado quando a estufa atinge temperaturas elevadas. Os níveis ideais de iluminação
são realizados através de lâmpadas de LED. A umidade do solo é mantida pelo acionamento do motor de uma bomba. Todos os
níveis desejados (setpoint) podem ser selecionados pelo usuário para adequar a estufa para determinado tipo de cultivo.
201
bomba utilizada em automóveis para a limpeza do A componente proporcional (P) depende apenas da
para-brisa conectada ao Arduino, e é acionada por diferença entre o ponto de ajuste e a variável de
um circuito com relês quando a umidade do solo processo. Esta diferença é referida como o termo de
estiver abaixo da estipulada. E por fim a iluminação erro. O ganho proporcional (Kc) determina a taxa de
foi controlada por matrizes de Led. resposta de saída para o sinal de erro (National
Na Anhanguera de Rondonópolis foi realizado o Instruments, 2011).
controle de temperatura e umidade de uma estufa de
baixo custo, utilizando-se o Arduino. Quando o valor
de umidade cai abaixo do desejado, uma bomba d’
água é ativada irrigando a cultura plantada. A mesma
lógica foi utilizada para a ventilação (NETO, 2016).
Em (Melo, 2007), um trabalho desenvolvido na
Universidade Federal de Viçosa foi realizada a
modelagem matemática de uma estufa e, usando
técnicas de controle, foi dimensionado os parâmetros
de um controlador PID digital e o controlador Figura 1 - Diagrama de blocos PID em malha fechada (Bolton,
implementado em linguagem C++. O PID digital 1995).
possui as mesmas características do que um PID
físico, isto é, as respostas transitória e permanente A componente integral soma o termo de erro ao
são equivalentes a um circuito com o mesmo fim. longo do tempo. O resultado é que mesmo um
Por isso é que se podem aplicar todas as técnicas de pequeno erro fará com que a componente integral
controle sobre o sistema. Uma malha de controle aumente lentamente. A resposta integral irá
fechará todos os elementos do sistema de forma que aumentando ao longo do tempo a menos que o erro
a temperatura da estufa seja regulada. seja zero, portanto, o efeito é o de conduzir o erro de
Na UNICEUB (Santos, 2014) foi desenvolvido um estado estacionário para zero (National Instruments,
sistema automatizado para controle de umidade e 2011).
temperatura em cultura de morangos para pequenos A componente derivada faz com que a saída diminua
produtores rurais. Ela consiste na utilização de um se a variável de processo está aumentando
sistema de gotejamento, com nutrientes rapidamente. A derivada de resposta é proporcional à
solubilizados, para permitir que a cultura atinja altos taxa de variação da variável de processo. Aumentar o
rendimentos com consumo mínimo de água, para isto parâmetro do tempo derivativo (Td) fará com que o
utilizou-se um microcontrolador Arduino. As sistema de controle reaja mais fortemente as
informações compiladas são processadas no Arduino mudanças no parâmetro de erro aumentando a
e através de radiofrequência, as informações são velocidade da resposta global de controle do sistema
transmitidas para a casa de bombas, especificamente (National Instruments, 2011).
para o quadro elétrico das bombas de irrigação, onde Antes do funcionamento do controlador PID, ele
ocorre o acionamento. O acionamento inclui um deve ser ajustado para se adequar com a dinâmica do
sistema de controle de dosagem de adubo utilizado processo a ser controlado. Não existem valores
para diluí-lo na água utilizada para o gotejamento no padrões para os termos P, I e D e esses valores não
cultivo de morangos. dariam o desempenho desejado e às vezes levam a
instabilidade e desempenho de controle lento.
2 Aspectos Teóricos
202
melhores valores de ganhos proporcionais, integrais e Potenciometro de 100K;
derivativos, para assim obter-se o melhor Resistores de 470, 1K, 4,7K e 10KOhm;
desempenho do sistema de controle (Agarwal, 2017). Chave - Push Button;
Fonte de alimentação de 12V e 1 A;
2.2 Sistema de Aquisição de Dados
A aquisição de dados engloba métodos e 3.2 Sensor de Temperatura DS18B20
dispositivos capazes de transformar informações do O sensor de temperatura DS18B20 da Dallas
mundo real, preponderantemente analógico, para o Semiconductor é à prova de água e opera na faixa de
formato digital, com os quais os computadores -55ºC à 125ºC, precisão de +- 0.5ºC entre -10ºC à
trabalham. Para controlar as variáveis ambientais da 85ºC, resolução de 9 a 12 bits programável, possui
estufa é necessário a ação dos atuadores que um conversor interno A/D e uma memória na qual
respondem ao controlador PID. estão os dados convertido, interface de 1 fio,
O protótipo desenvolvido é um sistema de aquisição necessitando somente de uma porta digital, alarme de
de dados, pois, obtém as variáveis ambientais dos limite de temperatura e ID único de 64 bits. O
sensores e, ao processar os dados, inicia uma dispositivo normalmente necessita de 750 ms para
operação que afetará o ambiente da estufa. realizar uma conversão de temperatura e salvar no
O sinal obtido dos sensores é condicionado para as seu registrador. Sua tensão de alimentação é de 3 à
especificações da placa de aquisição de dados, no 5,5 V e é preciso conectar a linha de dados e o ponto
Arduino, por exemplo, o sinal dos sensores é de 0 à 5 de referência GND. Além disso o seu consumo de
V e a faixa de valores é condicionada de 0 a 1023 corrente é baixa no modo ativo, consumindo 1.5 mA.
unidades. Portanto, a resolução é de 5 Volts/1024 As suas aplicações incluem controle termostático,
unidades ou de 4.9 mV por unidade. Com os dados sistemas industriais, termômetros ou qualquer
na forma digital é possível processar, calcular e sistema térmico.
verificar se as condições da estufa estão nos limites Para a sua utilização no Arduino é necessário incluir
definidos pelo usuários (SetPoint). Desse modo, se as bibliotecas DallasTemperature.h e OneWire.h na
necessário, ocorre o acionamento dos atuadores para IDE.
manter as condições ideais do ambiente.
A placa de aquisição de dados utilizada é o Arduino,
pois, o seu valor de compra é baixo, o hardware e 3.3 Sensor de luminosidade LDR
linguagem são livres (open source), o dispositivo
O sensor de luminosidade LDR (Light
possui entradas e saídas analógicas e digitais,
Dependent Resistor) possui 5mm de diâmetro e sua
conversor A/D e D/A, contadores, temporizadores e
resistência é alterada em seus terminais conforme a
portas PWM.
luminosidade a que é submetido, sensor do tipo
O dispositivo utilizado no protótipo é o Arduino
fotocondutivo. Quando está na presença de luz
Mega 2560 com processador ATmega2560, com
apresenta de 8 à 20kOhm e no escuro, no mínimo, 1
conversor A/D com 10 bits de resolução, de 0 a
MOhm. A tensão máxima suportada é de 150 V,
1023, conectado a um multiplexador analógico de 16
potência máxima de 100 mW e corrente máxima de
canais. A referência deve ser o terra do processador
0.67 mA.
(ground - GND).
A sua superfície é a base de sulfeto de Cádmio e,
para aumentar e potencializar a sua sensibilidade, os
3 Materiais e Métodos eletrodos são dispostos em ziguezague.
203
escuro, LED’s são ativados e o seu brilho varia Os sensores de umidade, temperatura e luminosidade
conforme a variação da luz. são conectados nas portas PWM do Arduino (figuras
Para os sensores de umidade e temperatura um 6,7,8).
exaustor e um motor, respectivamente, são
acionados. É importante analisar que tanto o exaustor
quanto o motor necessitam de tensões e correntes
superiores que o Arduino fornece. Portanto, é
necessário a utilização de amplificadores
operacionais e MOSFET para amplificar o sinal
emitido pela porta PWM e uma fonte de alimentação
externa.
204
começando por kP, kI e kD, necessariamente nessa
ordem.
205
temperatura do ambiente cair abaixo do setpoint, a
potência do motor volta a cair.
Tal comportamento da potência do ventilador
acompanha as variações da temperatura do ambiente,
a atuação do ventilador sempre busca manter a
temperatura abaixo do valor de setpoint, para a estufa
não ficar excessivamente quente e danificar a
plantação.
Além disso o atraso na resposta do atuador em
relação a medida se deve a característica do sensor
DS18B20, pois, esse sensor leva até 750 ms para ler
a temperatura e enviar o sinal, já convertido em ºC
para o Arduino, esse processo atrasa a resposta e o
Figura 12 - Dado obtido do sensor de luminosidade (Curva Azul),
comportamento do sistema. Portanto, concluímos que
Taxa de iluminação do LED (Lógica barrada, curva Cinza), esse sensor não é indicado para aplicações com
SetPoint (Curva Laranja). variações muito rápidas na temperatura. Para a
aplicação na estufa, onde a temperatura não varia
Até 10 segundos a taxa de iluminação lida é de 50%,
muito rapidamente, esse sensor é apropriado, além de
logo a iluminação que os LED’s devem emitir é a
ser impermeável.
menor possível. Aos 10 segundos ocorre um pico na
Pela análise da figura 15 a linha laranja representa o
luminosidade, ou seja, uma incidência muito grande
setpoint da luminosidade em 68% de umidade no
de luz, os LED’ permanecem desligados.
ambiente. Inicialmente a umidade está em 100%,
Aos 28 segundos a taxa de iluminação começa a
terra excessivamente molhada, em 10,4 segundos
decair, assim a iluminação que os LED’s devem
ocorre um pico na umidade, coloca-se o sensor em
emitir deve ser maior. Quanto menor a taxa de
terra extremamente seca. Observamos que o motor
iluminação, maior será a iluminação que o LED deve
da bomba inicia sua operação instantaneamente, para
apresentar. É importante notar que, assim que a taxa
bombear água para a terra. Aos 19 segundos o sensor
de iluminação ultrapassa o setpoint, o brilho dos
é colocado na terra excessivamente úmida, e a
LED’s diminui.
potência do motor da bomba cai instantaneamente. O
Pela análise da figura 13 a linha laranja representa o
tempo de resposta do atuador é extremamente rápido.
setpoint = 28ºC. Inicialmente a temperatura que o
sensor indicava é de 25ºC (lado esquerdo do gráfico).
Aos 16 segundos um pico de temperatura ocorre,
temperatura vai para 72ºC. A potência do ventilador,
que inicialmente é de 40 W, após 4 segundos de
atraso, aumenta para 180 W. A potência do
ventilador aumenta para resfriar o ambiente. Um pico
de resfriamento é aplicado e temperatura que o
sensor indica vai de 72ºC para 24ºC, após um atraso
de 4 segundos a potência do motor cai. Tal atraso no
comportamento do motor se deve ao fator I, do PID,
pois ele acumula um erro, e para iniciar a atuação
esse erro no fator integrador deve ser zerado.
Referencias Bibliográficas
207
III MOSTRA CIENTÍFICA DE ROBÓTICA E AUTOMAÇÃO DE SOROCABA E REGIÃO
21 DE OUTUBRO DE 2017 - SOROCABA-SP
CAIO ALEXANDRE T. CAETANO1, TOMÁS DAMBROSKI PARTEL1, LUÍS EDUARDO DOS SANTOS MORAES1,
BERNARDO MENDONÇA BRAGA1, MARIA GLÓRIA C. DE ANDRADE1, MARILZA ANTUNES DE LEMOS1, MAURICIO
BECERRA VARGAS1
1
Engenharia de Controle e Automação - Instituto de Ciência e Tecnologia de Sorocaba
Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho
Av. Três de Março, n. 511, 18087-180, Sorocaba, SP, Brasil
E-mails: caio_aletroca@hotmail.com, tomas.partel@gmail.com,
gloria@sorocaba.unesp.br, marilza@sorocaba.unesp.br,
mauricio@sorocaba.unesp.br
Resumo O projeto consiste na síntese cinemática e a construção de um robô Pick and Place, que com o auxílio de um único
motor, controlado por um Arduino Mega, e utilizando um eletroímã como atuador, consegue fazer a transladação de uma peça. O
robô é formado por mecanismos de quatro barras: um manivela-balancim acoplado a um balancim-balancim de ponto variável. O
Arduino é controlado pela rede Wi-fi utilizando a construção de servidores Web. No processo de análise cinemática e dinâmica
foram utilizados ambientes de simulação do funcionamento do robô como os softwares Adams e AutoCAD.
Palavras-chave Pick-and-place, Critério de Grashof, Mecanismo de Quatro Barras, Arduino, Servidor Web
208
3 Síntese do Mecanismo
𝑁 = 3 ∗ (𝐵 − 1) − 2 ∗ 𝐼1 − 𝐼2
𝑁 = 3 ∗ (6 − 1) − 2 ∗ 7 − 0 Balancim-balancim (ponto variável)
𝑁=1 I. Trace uma semi-reta que será a referência.
Onde: II. Nessa reta escolha um ponto para ser O2, o
nosso ponto (0,0) cartesiano.
N – Número de graus de liberdade
III. Escolha o tamanho do link Motor do
B – Quantidade de elos
balancim balancim e com o auxilio de um
I1 – Quantidade de juntas de 1 grau de liberdade
transferidor trace apartir do ponto O2 com
I2 – Quantidade de juntas de 2 graus de liberdade
170° entre ele e a referencia para a direita. O
ponto final dessa reta será o A1 (No nosso
Desse modo, podemos concluir que é necessário ape-
projeto foi escolhido 10cm).
nas um motor para controlar o mecanismo.
IV. Faça um tracejado espelhado dessa reta
fazendo 170° para a esquerda com o mesmo
209
comprimento que o anterior. O ponto final 4 Análise Dinâmica e Cinemática
desse traçejado é o ponto A2.
V. Escoha o tamanho do link acoplador e trace Tendo definidas as medidas para o mecanismo, foi
paralelo a referencia a partir do ponto A1 para possível implementar a simulação dinâmica do
a direita. Esse ponto se chamará B1 (No mesmo utilizando o software ADAMS – View,
nosso projeto foi escolhido 6cm). conforme pode ser visto na Figura 5.
210
Mediu-se também o torque aplicado na manivela, para Da forma que foi projetado o mecanismo, não se levou
poder comparar esses valores com o protótipo do pro- em conta a massa do eletroímã que deveria ser aco-
jeto implementado. A Figura 7 mostra esse gráfico plado à garra a fim de pegar as peças, cumprindo com
com detalhes. sua funcionalidade. Isso fez com que fosse necessário
aplicar um torque muito excessivo por parte do motor
e que gerasse uma tensão muito elevada em suas jun-
tas. Para corrigir esse problema o tamanho das barras
foi reformulado e com isso foram reduzidos o ângulo
de transmissão e o ângulo de operação do balancim-
balancim, conforme mostra a Figura 11 e Figura 2,
respectivamente.
211
Novamente, com a finalidade de comprovar a condi- Pequenas folgas nos rolamentos também tornaram a
ção de perpendicularidade entre a garra e o solo, ca- estrutura frágil e difícil de ser movimentada. Para con-
racterística que define o mecanismo como ponto vari- tornar esta situação, o comprimento da manivela-ba-
ável, foi medido a variação angular da barra do aco- lancim deve ser diminuído e a abertura angular do mo-
plador, como pode ser visto no gráfico da Figura 15. vimento do balancim-balancim deve ser reduzido.
Com a devida troca de motor por um capaz de produ-
zir torque maior em menor rotação, o braço robótico
deve funcionar como o esperado.
5 Construção do protótipo Figura 17 Dispositivo Pick and Place construído de acordo com di-
mensões simuladas.
Após realizadas todas as simulações necessarias no Como atuador foi utilizado um eletroímã (Figura 18),
software Adams, foram estipuladas as dimensões das que é basicamente uma bobina que utiliza um parafuso
barras para gerar os ângulos e rotações desejadas para de ferro como núcleo e um enrolamento de fio de co-
todas as barras do sistema, de forma que o Pick and bre como espiras para que, quando atravessados por
Place realizasse a translação desejada de um uma corrente elétrica, gerar o campo eletromagnético.
determinado objeto. Com o dimencionamento de Como objetos para testes foram utilizadas moedas de
todas as barras e juntas em mãos foi contruído o cinco centavos, as mesmas eram pegas quando o braço
prototipo utilizado para realizar os testes de do balancim chegava a um dos extremos pelo eletro-
funcionalidade deste dispositivo proposto. Como ímã e soltas no outro extremo com a desmagnetização
material base foi utilizada uma placa de MDF com 6 do mesmo
mm de espessura, a qual foram recortadas todas as
barras e peças de base dos mecanismos de balancim-
balancim e manivela-balancim. Como juntas de
rotação foram utilizados rolamentos de 3/4 de
polegada, com parafusos de 8 mm vazantes e porcas
para juntar as barras umas às outras ou com a
estrutura, de forma que possam girar livremente com
atrito mínino. A contrução se encontra ilustrada na
Figura 16 e Figura 17.
Figura 18 Eletroímã (bobina) construído com parafuso de aço e fio
de cobre, utilizada como atuador.
212
A Figura 22 abaixo exibe uma foto da placa de circuito
elaborada.
Figura 19 Eletroímã em posição de pegar peça, bloqueando o pri- Quando um cliente faz uma requisição HTTP GET en-
meiro sensor de barreira. dereçado para o IP do sistema, o Arduino analisa a re-
quisição pelo endereço URL informado, opera a ação
Outro teste foi realizado utilizando o método mais previamente programada para aquela determinada re-
simples possível, visando minimizar toda e qualquer quisição e responde ao cliente com uma string de da-
possibilidade de erro. Desta forma foram dispensados dos. O sistema opera duas ações: (1) pelo endereço
os sensores de barreira e aproveitado o fato do motor /start, o braço robótico inicia o ciclo e (2) pelo /stop,
de corrente continua sempre realizar rotação cons- interrompe o ciclo. A construção e abstração utiliza-
tante, assim foi averiguado o tempo que o sistema de- dos na implementação do servidor Web permite uma
morava para realizar um ciclo completo (ou um vai e grande quantidade de funcionalidades, porém apenas
vem completo do balancim-balancim) desta forma o duas foram elaboradas para o escopo deste projeto.
micro controlador foi programado para ativar e desa-
As requisições retornam um vetor em formato JSON
tivar o imã pelo tempo de ciclo, ou seja, o tempo cons-
que pode ser interpretado por linguagens de alto nível
tante que demorava para pegar a peça e leva-la para o
como JavaScript. A Figura 23 exibe a resposta do mi-
local de soltura.
crocontrolador a uma requisição pelo navegador Goo-
gle Chrome. Uma interface simples programada em
6 Sistema de Acionamento e Controle HTML e CSS executa comandos JavaScript para rea-
lizar a requisição GET e controlar o sistema remota-
mente (Fig. 24).
O principal componente de processamento no sis-
tema é o microcontrolador Arduino o qual é utilizado
para controlar o braço robótico.
A comunicação ocorre pela rede Wi-Fi utilizando o
módulo ESP8266 e por protocolos HTTP 1.1. Devido
ao encaixe de terminais e à tensão de operação do mó-
dulo de 3,3 V, uma placa de circuito foi construída
como ponte de adaptação, contendo as ligações do
módulo e um divisor de tensão de 5 V para 3,3 V. O
esquema do circuito e o layout PCB estão nas Figuras
20 e 21.
Figura 20. Circuito esquemático do adaptador do módulo Wi-fi. Figura 23. Resposta do sistema a requisições HTTP GET exibidas
no console do Google Chrome.
Figura 21. Circuito PCB do adaptador do módulo Wi-fi. Figura 24. Interface de controle do braço robótico.
213
Simples e prática, ela pode ser implementada em um
servidor convencional na Internet, utilizada apenas
para acesso local, ou compilada em ambientes especí-
ficos para aplicativos híbridos, gerando aplicativos
para celulares Android ou IOS. Para movimentar a es-
trutura foi utilizado um motor de corrente contínua
12V, com 53 GM f de torque e 12500 rpm de acordo
com a Figura 25.
214
5V proveniente do Arduino. Este circuito foi elabo- de 0 à 5V, foi estipulado para diferenciar os dois esta-
rado em uma placa de circuitos padrão, com um LED dos. Uma alternativa seria utilizar a porta digital do
indicador para sinalizar quando o eletroímã estiver ati- microcontrolador e nesse caso um circuito Ponte de
vado. A tensão fornecida para o eletroímã foi de 12V, WheatStone (Ponte de WheatStone, 2017) poderia ser
a mesma do motor DC. Entretanto, devido ao funcio- elaborado e utilizado.
namento intrínseco transistor, a tensão sobre a carga
fornecida corresponde à tensão lógica do Arduino de
5V, mas a corrente fornecida é a de 12V pela fonte. 5 Conclusões
Para contornar o problema, uma saída direta da fonte
de tensão regulável foi utilizada fornecendo os 5V ne- O robô Pick and Place pode ser aplicado em diversas
cessários para o seu funcionamento. áreas e de diferentes formas, tudo depende das condi-
A série de operações realizadas pelo microcontrolador ções e necessidades do projeto. Neste trabalho foi pro-
a cada ciclo de execução pode ser sintetizado em um jetado e construído uma opção prática e versátil de um
trecho de pseudocódigo a seguir. robô Pick and Place que, dispondo de poucos senso-
res, um motor de corrente continua, um atuador sim-
Looping: ples (eletroímã), um controlador com baixa capaci-
Se existe uma requisição HTTP Então: dade de processamento e dois mecanismos de quatro
Analisa requisição; barras, realiza a translação de peças de forma ágil e
Responde requisição; precisa.
Fim Se Como pontos fortes do nosso sistema temos as a fun-
cionalidade aliada a simplicidade de um mecanismo
Se Sensor Barreira 1 está ativo Então:
Ativa EletroÍmã; de apenas um grau de liberdade, ou seja, apenas com
Fim Se um motor e um aturador conseguimos fazer a movi-
mentação de uma suposta peça de forma rápida e pre-
Se Sensor Barreira 2 está ativo Então: cisa e devida a tais qualidades temos a ampla possibi-
Desativa EletroÍmã; lidade de implementação de tal mecasnimo.
Fim Se Em contra partida foi possivel averiguar um ponto ne-
Fim Looping gativo neste tipo de Pick and Place estudado. O que
ocorre é a necessidade de um alto torque empregado
Para elucidar a forma com que o Arduino foi utilizado,
pelo motor para girar o sistema, pois de acordo com o
as portas lógicas em uso seguem o padrão da lista
nosso protótipo até uma pequena peça (moeda), so-
abaixo:
mada com o peso do atudador (eletroímã) geram um
Pinos RX1 e TX1: Módulo Wi-fi ESP8266; momento nas barras muito relevante, que quando apli-
Pinos 22 e 23: Ponte H para o Motor 12V; cado ao ângulo de transmissão (acima de 150°) torna-
Pino 50: ativação do eletroímã; se extremamente dificil para pequenos motores DC
Pino A0: Sensor de barreira 1; conseguirem fazer o balancim completo do sistema.
Pino A1: Sensor de barreira 2; Como principal recomendação para a construção de
um robô deste tipo recomenda-se a extrema atenção
ao ângulo de transmissão gerado, frizando o cuidado
4 Discussões sobre o sistema de acionamento e com seu tamanho, tendo em vista que quanto maior,
controle mais dificil será para o motor girar o manivela-balan-
cim devido a uma possível necessidade de torque ele-
A comunicação por requisições HTTP é eficiente vado. Este ângulo deve ser dimensionado tendo em
e permite que qualquer sistema capaz de executar tal mente a velocidade desejada de movimentação e o
tecnologia largamente difundida possa se comunicar peso do atuador somado com a peça que será transpor-
com o braço robótico. Entretanto, o módulo Wi-fi tada.
ESP8266 não oferece o desempenho necessário para o Ressalta-se que a precisão do dispositivo é relativa
controle em tempo real devido ao tempo de espera em tendo em vista sua simplicidade/praticidade que dimi-
que o sistema recebe a mensagem, analisa e a executa. nuem o número de variáveis que interferem no funci-
Para o controle responsivo em tempo real, alternativas onamento do projeto.
como o Robot Operating System (Robot Operating No âmbito de simulação, os resultados foram sufici-
System, 2017) que permite o envio instantâneo de entes para ilustrar o funcionamento do mecanismo.
mensagens ao longo do ambiente de programação in- Entretanto durante a prototipagem, diversos contra-
teiro podem ser utilizados. tempos ocorreram e reconsiderações tiveram que ser
tomadas. Houve problemas com componentes, com a
Durante os testes, o receptor do sensor de barreira montagem mecânica do braço robótico e incompatibi-
apresentou variações de tensão em seus terminais da lidades entre os dados teóricos e os resultados obtidos
ordem de 0,05V. Para os fins deste projeto, o sensor em prática. Para o ideal funcionamento do sistema,
só deveria retornar dois estados diferentes: recebendo componentes devem ser modificados e metodologias
ou não recebendo sinal infravermelho. Assim, a tensão diferentes devem ser utilizadas.
sobre o emissor é analisada pela porta analógica do Apesar das limitações, este projeto permitiu demons-
Arduino, e o valor de corte de 4,95V, dentre os limites trar que é possível criar um dispositivo com infinitas
215
aplicações, com custo baixo quando comparado com br.mecawiki.wikia.com/wiki/Mecanismo_de_qu
demais opções de automação presentes no mercado. atro_barras>. Acesso em 22/09/2017.
MOGHADDAM, Mohsen e NOF, 2016, Shimon Y,
Parallelism of Pick-and-Place operations by
Agradecimentos multi-gripper robotic arms. Prism Center and
Agradecemos a UNESP Câmpus Sorocaba por forne- School of IE – Pursue University: West Lafayette,
cer parte dos materiais utilizados neste projeto. Aos USA.
auxiliares técnicos do laboratório de eletrônica por nos Nando Vieira, Entendendo um pouco mais sobre o
guiar na confecção das placas de circuito e outros pro- protocolo HTTP, Disponível em
blemas operacionais. Ao amigo Robson Fernandes por <https://nandovieira.com.br/entendendo-um-
auxiliar em detalhes técnicos na elaboração do projeto pouco-mais-sobre-o-protocolo-http>. Acesso em
em geral. Ao Profº Dr. José Bortolleto por auxiliar na 25/09/2017.
montagem do eletroímã. Ponte de WheatStone, Embarcados. Disponível em: <
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216
III MOSTRA CIENTÍFICA DE ROBÓTICA E AUTOMAÇÃO DE SOROCABA E REGIÃO
21 DE OUTUBRO DE 2017 - SOROCABA-SP
Resumo O presente artigo consiste no projeto e a análise de uma garra robótica baseada em mecanismos de 4 barras. Através
dos possíveis movimentos realizados pelo acionamento do mecanismo e utilizando o método de Grashof, foram definidas as di-
mensões do mecanismo de 4 barras intrínseco à estrutura robótica. O critério utilizado para a aplicação foi o de ponto variável.
Pelo software ADAMS, efetuou-se a simulação do mecanismo.
Os mecanismos robóticos são subprodutos do Por fim, pode-se utilizar do critério de Chebychev–
desenvolvimento de soluções para garantir a melho- Grübler–Kutzbach, qual determina o grau de liberda-
ria de qualidade, produtividade para os processos de (GDL) de um mecanismo planar e é descrito pela
industriais, e segurança para os humanos. Neste ínte- seguinte equação:
rim, a construção de garras robóticas visa a realiza-
ção de ações de manipulação ou para realizar algum N = 3(B-1) - 2J1 - J2 (2)
trabalho sobre o objeto a ser manuseado, garantindo Onde:
a segurança do homem ao separá-lo do contato ime- N = grau de liberdade
diato com outros equipamentos de risco, permeando B = quantidade de corpos
um alto grau de repetibilidade e precisão em seus J1 = quantidade de juntas com 1 GDL
movimentos, minimizando a amostra de erros ocorri- J2 = quantidade de juntas com 2 GDL
dos em uma larga escala de produção.
A garra robótica consiste em uma garra com um
mecanismo de 4 barras intrínseco à sua estrutura. 2 Mecanismo
Trata-se de um mecanismo planejado para realizar o
movimento não-linear de uma garra. Este movimento O mecanismo é dividido em duas partes. A pri-
é análogo ao movimento das mãos humanas, em que meira parte é composta por dois mecanismos de
o polegar opositor e o dedo médio ou anelar, são quatro barras idênticos, porém espelhados, responsá-
aproximados para segurar um objeto. Tal movimento veis pela função de agarrar os objetos de interesse,
confere a capacidade primária de segurar um objeto analogamente a uma garra. A segunda é um meca-
para fins posteriores. Ou seja, o mecanismo de garra nismo acionador, através do qual se controla a aber-
robótica é utilizado para operações simples de pegar, tura da garra movimentando-se os dois mecanismos
transportar e colocar. de quatro barras simultaneamente.
Tendo conhecimento dos conceitos e motivações Com isso, para uma análise mais detalhada das juntas
acima, será realizada a síntese de tal mecanismo no e corpos que compõem o mecanismo, faz-se uso de
presente projeto. Em resumo, uma síntese envolve o imagens com aparência próxima à do produto final,
projeto de mecanismos que tenham características obtendo assim uma melhor visualização dos itens de
desejadas de movimento. Ela pode ser dividida em interesse. Os passos utilizados para chegar até tal
três fases: definição do tipo de mecanismo e juntas forma serão explicados detalhadamente do tópico
empregadas; Definição do número de corpos e juntas síntese. Logo, o esquema pode ser observado na
necessárias; Dimensionamentos dos corpos. Passos Figura 1.
que serão seguidos e explicados detalhadamente no Onde:
tópico mecanismo. X = juntas rotacionais (1 GDL)
Além disso, outro importante ponto na elaboração de T = junta translacional (1 GDL)
um mecanismo é o critério de Grashof. Tal critério
garante que ao menos uma das barras consiga reali- Assim, contando-se a quantidade de juntas totaliza-se
zar uma revolução completa em relação às outras e é
13 juntas com 1 GDL.
definido pela seguinte relação:
Além disso, contando-se a quantidade de corpos
separados por coloração diferente, somado ao envol-
s+l≤p+q (1) tório do mecanismo (solo), totaliza-se 10 corpos.
Onde: Focando-se agora no mecanismo de 4 barras envol-
l = comprimento da barra maior. vido, pode-se observar os links que o compõem no
p, q = comprimento das barras intermediárias. esquema da Figura 2.
217
Sabendo também que as faces do corpo acoplador
que encostam no objeto a ser agarrado devem per-
manecer paralelas durante todo o movimento, presu-
me-se que o corpo acoplador possui apenas um mo-
vimento de translação, não apresentando rotação.
3.3 AutoCAD
Sabendo o grau de liberdade do mecanismo, seu
critério de projeto, e, tendo como base a forma dese-
jada para o link acoplador, ou seja, a ponta da garra,
o mecanismo de quatro barras foi elaborado no sof-
tware AutoCAD para a obtenção das medidas e pro-
porções necessárias.
Para o início da síntese foi desenhada a ponta da
Figura 1: Esquema do mecanismo com os corpos e juntas numera- garra em um formato representativo e suficiente para
dos. a obtenção das medidas necessárias.
Em sequência foram posicionadas suas duas juntas,
referentes às conexões com os links motor e seguidor
do mecanismo de 4 barras. A junta ligada ao link
motor foi posicionada no canto superior-esquerdo da
ponta da garra, enquanto que a ligada ao link segui-
dor foi posicionada no canto esquerdo, próximo ao
eixo central do corpo.
Assim, definidas e desenhadas três posições deseja-
das para o movimento da ponta da garra com formas
idênticas, conforme representa a Figura 3, foram
Figura 2: Esquema do mecanismo de 4 barras.
traçadas retas entre as posições sequenciais de uma
mesma junta. Com isso, traçando-se retas normais às
Vale ressaltar que o link fixo explícito pela cor cinza retas definidas, pôde-se obter através do cruzamento
representa o envoltório ao qual as juntas dos link dessas normais os pontos nos quais as juntas entre os
motor e seguidor estão presas, ou seja, pode ser en- links motor-fixo e seguidor-fixo devem ser posicio-
tendido como o “solo”. nados.
3 Síntese
N = 3(10-1) – 2(13) = 1 GDL (3) Figura 3: Acoplador em suas 3 posições desejadas de movimento.
218
Vale notar que, analisando as distâncias relativas
entre as juntas que formam o mecanismo de 4 barras,
conforme a Figura 5, percebe-se que os links fixo e
acoplador possuem o mesmo comprimento, e conse-
quentemente os links motor e seguidor também pos-
suem o mesmo comprimento.
s+l=p+q
4.1 ADAMS
Utilizando-se das proporções obtidas através do
software AutoCAD foi elaborada a simulação do
mecanismo com o auxílio do software ADAMS.
Através dela, pode-se observar seus limites de mo-
vimentação nas Figuras 6 e 7, onde as mesmas repre-
sentam sua posição de máxima abertura e máximo
fechamento, respectivamente.
219
variação de posição no eixo x que o bloco acionador nas das pontas das garras paralelas foi obtido, pois o
deve ser movido para a abertura e fechamento da mesmo não apresentou rotação.
garra robótica. Para isso, tendo o ponto 0 de início do
movimento estabelecido no centro de massa do bloco
foi obtido o gráfico da Figura 9.
5 Conclusão
Figura 9: Variação da posição do centro de massa do bloco acio-
nador ao longo do eixo x. Diversos processos de alto nível de automatiza-
ção, como em indústrias automobilísticas, de manu-
Percebe-se pela Figura 9 que o centro de massa do fatura, de produção alimentícia, utilizam esse meca-
bloco se move de -95 mm a 95 mm ao longo do eixo nismo em sua linha de produção. Desse modo, é
x. Logo, para a abertura e fechamento total da garra interessante e viável uma análise sistemática e apro-
robótico o mesmo deve possuir um intervalo de mo- fundada sobre o funcionamento da garra robótica
vimentação de 180mm. baseada em mecanismos de 4 barras, posto que este é
Aplicando-se uma função de movimento na junta utilizado para diversas aplicações citadas anterior-
translacional do mecanismo de acionamento, foi feita mente.
uma análise dos ângulos inicial e final dos links mo- Tendo isso em vista, durante a análise da simulação
tor e seguidor, conforme o gráfico da Figura 10. foi possível observar detalhes interessantes para uma
possível implementação deste projeto. Para uma
abertura e fechamento modulado por uma senóide,
nota-se que o pico da força atuante no eixo X indica
um forte esforço para fechar completamente a garra.
Desse modo, é notável que, com base nas 3 posições
definidas inicialmente, esta garra é mais indicada
para segurar objetos de porte maior. Tal fenômeno
explicita a necessidade de modelar o projeto para que
este, também, resista àquela magnitude de força
aplicada sobre o acionamento. Nota-se também que o
sistema funciona de acordo com o esperado para um
mecanismo de ponto variável: os links motor e se-
guidor mantém-se paralelos sempre. Tal fenômeno
também possui uma implicação sobre a velocidade
angular sobre a garra, que se mantém constante a
Figura 10: Ângulo do link motor e seguidor em relação ao eixo Y.
zero, o que indica que este se mantém continuamente
paralelo, tal como esperado também de um meca-
Pode-se observar pelo gráfico da Figura 10 que os nismo de ponto variável. Este fenômeno confirma a
links motor e seguidor possuem um ângulo relativo possibilidade de implementar um mecanismo com
entre eles de 0º ao longo de todo o movimento, devi- tais pré-requisitos ao utilizar os procedimentos de
do à sobreposição de suas curvas. Tal fato condiz síntese e metodologias de análise gráfica.
com a representação de um mecanismo de quatro A elaboração e análise do projeto foi efetuado
barras de ponto variável, confirme definido pelo com êxito e acuradamente. Este processo foi apenas
critério de Grashof anteriormente. possível por seguir sequencialmente o passo-a-passo
Foi realizada também uma análise da velocidade das metodologias de aplicação e elaboração dos me-
angular do link acoplador, conforme a Figura 11. canismos de 4 barras e as estruturas associadas.
Pode-se perceber que o link acoplador apresentou
velocidade angular 0 ao longo de todo o movimento,
o que indica que o objetivo de manter as faces inter-
220
Agradecimentos
Referências Bibliográficas
221
III MOSTRA CIENTÍFICA DE ROBÓTICA E AUTOMAÇÃO DE SOROCABA E REGIÃO
21 DE OUTUBRO DE 2017 - SOROCABA-SP
GABRIEL G. DURÃO, LUCAS CAMELO, MATHEUS S. DOS SANTOS, MAURICIO BECERRA VARGAS
Instituto de Ciência e Tecnologia de Sorocaba, Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”
Avenida Três de Março, 511, 18087-180, Sorocaba, SP, Brasil
Resumo O movimento intermitente da linha de produção sempre foi uma das principais necessidades da indústria e por mais
que e o movimento contínuo dessa linha fosse importante, a esporacidade desse movimento se tornou essencial. Este projeto
apresenta um mecanismo que entrega este movimento esporádico da linha de produção com a vantagem de ser controlado por um
movimento contínuo de um motor, facilitando a implementação e diminuído os custos. Foi feito um estudo nesse mecanismo
com base na teoria de mecanismos e com o auxílio do simulador ADAMS que permitiu um melhor aprofundamento no funcio-
namento e aplicações de um Mecanismo de Quatro Barras, mais especificamente o Manivela-Balancim, assim como projetar este
mecanismo a fim de atender a uma solução.
1 Introdução
𝐷𝑂𝐹 = 3(𝐵 − 1) − 2 ∙ 𝐽1 − 𝐽2 (1)
1.1 Mecanismo de Transporte de Caixas
Sendo 𝐵 a quantidade de barras do mecanismo, 𝐽1 a
O Mecanismo de Transporte de Caixas (em in- quantidade de juntas com um grau de liberdade e 𝐽2 a
glês, Box Transport Mechanism) é, assim como ou- quantidade de juntas com dois graus de liberdade.
tros tipos de mecanismos, é um conjunto de parte
rígidas unidas por algum tipo de junta que são proje- 1.3 Mecanismo de Quatro Barras
tadas para mudar a direção de uma força aplicada ou
controlar o movimento de algum corpo. O Mecanismo de Quatro Barras é a menor me-
O mecanismo estudado neste artigo foi projetado canismo de cadeia fechada. Consiste em quatro bar-
com a finalidade de conseguir fazer o movimento ras (Correa, 2013), sendo que uma delas costuma ser
esporádico de um esteira a partir de um movimento a referência (ground), e são conectadas num loop por
contínuo de um motor, isso vem da necessidade den- quatro juntas de revolução simples (1 DOF) podendo
tro da indústria em ter na linha de produção um mo- ser observado na Figura 1 a seguir (Robert L. Norton,
mento de repouso do objeto que corre na esteira, 1994):
(objeto este denominado de Caixa), para que possa
ser feito algum processo nele.
Ao contrário de outros métodos para fazer com que a
esteira se mova de maneira esporádica, esse meca-
nismo não necessita de uma programação muito
avançada para o controle do motor que permite o
movimento da mesma, sendo que o intervalo de re- Figura 1: Mecanismos de Quatro-Barras e suas diferentes classifi-
pouso da caixa em uma deterinada posição pode ser cações (Correa, 2013).
controlado pela velocidade do motor além do fato
que o motor não precisa parar de rodar para que a Abaixo, na Figura 2, pode-se observar a parte do
esteira pare de correr. Isso acarreta numa maior faci- mecanismo sintetizado referente ao mecanismo de
lidade de implementação e num menor desgaste do quatro barras:
motor, reduzindo assim seu custo de manutenção.
222
𝐷𝑂𝐹 = 1 link intermediario serem maiores que o comprimento
conjunto dos links acoplador e seguidor.
Com isso, chega-se a conclusão que o Mecanismo de
Quatro-Barras possui um Grau de Liberdade e com
1.4 O Trabalho Proposto
isso este mecanismo pode ser controlado por um
motor responsável pelo movimento em uma das
Este artigo analisa um mecanismo de quatro barras
juntas.
com características de um Manivela-Balancim que
Levando em conta que o mecanismo transportador
será controlado por um único motor que possui uma
estudado possui um total de 8 elos e 10 junções de
revolução contínua e sua saída possui um comporta-
rotações como observado na Figura 3, usando a
mento contínuo a fim de ser possível arrastar uma
equação (1) chega-se a conclusão que o mecanismo
esteira de forma esporádica através deste movimento
completo estudado possui um grau de liberdade:
contínuo, sua representação pode ser observada na
Figura 4:
Sendo S e L o tamanho da menor e da maior barra do Apresenta-se inicialmente o método obtido para
mecanismo e P e Q o tamanho das outras duas barras determinar as coordenadas do Mecanismo de Quatro-
remanescentes. Barras utilizado para este projeto através da análise
da movimentação do acoplador em três posições. A
Dependendo da localização da barra menor dentro do
partir das coordenadas é possivel obter os compri-
mecanismo, este pode ser classificado das seguintes
mentos das barras utilizadas na montagem do meca-
maneiras:
nismo no software Adams.
1. Manivela-Balancim (S é uma barra adjascente à O software AutoCad para aplicação do método res-
barra de referência) ponsável por mostras as coordenadas dos pontos do
mecanimo de quatro barras, a partir dessas coordena-
das foi possivel encontrar as dimensões da peça e
2. Manivela-Manivela (S é a barra de referência)
assim desenha-las.
3. Balancim-Balancim (S é a barra acopladora). Depois de desenhadas as peças são importadas para o
software ADAMS, sendo este uma ferramenta CAE
(Computer Aided Engineering), um software de
Observando esquematicamente o mecanismo pode se
análise cinemática e dinâmica multicorpos.
definir que ele é classificado como manivela balan-
cim devido ao fato do comprimento do link motor e Uma vez montado o mecanismo completo no
ADAMS, ele é simulado para verificar se possui o
223
percurso desejado e além disso é feito uma análise da Figura 8: Posição 2 Acoplador (Ersoy, 2013).
distribuição de esforços para comprovar sua eficácia.
Posição 3:
2.1 Obtenção das coordenadas do Mecanismo de
Quatro-Barras para se aferir o comprimento dos
links no mecanismo
Posição 2:
224
Figura 12: Link acoplador (em branco), links motor(em vermelho)
ligado ao ponto R e link seguidor( em vermelho) ligado ao ponto
O.
Sendo que Q1 foi posicionado na origem e todos os Figura 15: Peça do link acoplador.
outros pontos foram encontrados em relação a ele.
Uma vez possuindo esses pontos é possível obter as
dimensões das peças e então projetá-las no AutoCad
para então trabalha-lo no software Adams, afim de
simular o mecanismo.
225
Antes da exportação para o Adams as peças foram
transformadas em peças 3D e foi adicionado a carac-
teristica do material para cada uma das peças sinteti-
zadas.
Após todas as alterações, as peças foram salvas com
o tipo de arquivo “parasolid”(.x_t) e puderam ser
abertas no software Adams.
Uma vez montadas obteve-se a seguinte imagem da
figura 17 com o mecanismo completo. Figura 18: Torque realizado pelo motor num período de 50 segun-
dos.
226
Referências Bibliográficas
227
III MOSTRA CIENTÍFICA DE ROBÓTICA E AUTOMAÇÃO DE SOROCABA E REGIÃO
21 DE OUTUBRO DE 2017 - SOROCABA-SP
Resumo Este trabalho tem por objetivo o desenvolvimento de um mini robô de sumô para competições com dimensões e peso
limitados. Os robôs têm sua construção, em geral, divididas em partes mecânicas, elétricas e de programação, além do
envolvimento de diferentes áreas de conhecimento que agregam interdiciplinidade ao projeto. A eficiência depende da escolha
adequada de motores, formas de controle da locomoção e percepção do ambiente por sensores agregados de uma lógica
implementada em linguagem de programação. Entre os componentes essenciais estão a plataforma Arduino, o chassi Zumo
Pololu e os sensores infravermelho e ultrassônico. O processo de prototipagem foi simulação no software Proteus ISIS
Professional. Por fim, as dificuldades envolvem também a escolha correta de fornecimento energia a partir do consumo imposto e
lógica eficaz que seja capaz de prover ao robô de inteligência, a fim de tomar atitudes adequadas às condições do ambiente.
228
O objetivo principal desse trabalho é a construção de 𝑣−𝑖𝐴 𝑅𝐴
𝜔𝑚 = (1)
um Mini Robô de Sumo, capaz de explorar 𝑘𝐴 𝜙
229
A partir da Equação (2), pode-se substituir o torque Conhecendo-se a função transferência que associa a
magnético pela Equação (3), uma vez que este torque é tensão aplicada aos terminais do micromotor com a
proporcional à corrente que percorre a armadura velocidade que será assumida pelo mesmo, através
(Patané, 2008). da técnica de controle proporcional-integral-
derivativo (PID), pode-se aplicar o controle da
𝑇𝑒 = 𝑘𝑡 𝑖𝐴 (3) velocidade de motores a sistemas microprocessados
ou embarcados.
Assim, realizada a substituição e aplicando a
O modo de controle da velocidade e sentido de giro é
Transformada de Laplace, assumindo condições
feito por um CI de ponte H. O circuito integrado com
iniciais não nulas, tem-se a Equação (4) a seguir:
essas funções tem topologia básica conforme Fig. 5.
𝜔𝑚 (𝑠) 1
= (4)
𝐼𝐴 (𝑠)𝑘𝑡 −𝑇𝐿 (𝑠) 𝑠𝐽+𝑏
𝜔𝑚 (𝑠)
𝐻(𝑠) =
𝑉(𝑠)
𝑘𝑡 (7)
𝐽𝐿𝐴 Figura 6. Modulação da largura de banda de um sinal e Duty Cycle
𝐻(𝑠) =
𝑅 𝑏 𝑅 𝑏 𝑘𝑘 relacionado com o comando analógico variável.
𝑠2 + ( 𝐴 + ) 𝑠 + ( 𝐴 + 𝑡 𝜔)
𝐿𝐴 𝐽 𝐽𝐿𝐴 𝐽𝐿𝐴
230
𝑖𝑚𝑎𝑥𝑓𝑜𝑟𝑛𝑒𝑐𝑖𝑑𝑎
Para o entendimento do objetivo principal da ponte 𝑡𝑎𝑡𝑖𝑣𝑜 = (8)
H, que é inverter os sentidos de giro do motor a partir 𝑖𝑚𝑎𝑥𝑐𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑖𝑑𝑎
231
A confecção da peça de acrílico foi realizada,
inicialmente, tomando-se todas as medidas
necessárias para o perfeito encaixe e adequação aos
10x10 cm estabelecidos pelas regras desta categoria
de robô. Feito isso, todos os cantos da peça foram
esquadrados, cortados e depois limados para um
Figura 8. Princípio de funcionamento do sensor ultrassônico
melhor acabamento. Para a confecção dos furos, foi
(Mota, 2017). utilizada uma furadeira de bancada e dois diâmetros
de brocas distintos a fim de realizar o furo de 2 mm
de diâmetro e o furo de 16 mm de diâmetro.
3 Materiais e Métodos A elétrica/eletrônica do robô é composta por um
Arduino Nano, uma versão para ser acoplada a uma
A construção do robô se divide em três vertentes protoboard com uma porta USB disponível para
básicas: mecânica, elétrica e de programação. A gravar a programação desenvolvida da própria IDE
composição física do robô se baseia no Zumo da do Arduino. Ele é a menor versão e a mais completa
Pololu, uma plataforma robótica personalizável que das placas Arduino, foi desenvolvido e é produzido
tem menos de 10 cm em cada lado, permitindo que pela Gravitech. Suas características elétricas
seja qualificado para competições de Mini Robô de principais estão disponíveis na Tabela 1.
Sumô.
Tabela 1. Características Elétricas do Arduino Nano.
A parte principal do corpo é composta de
Microcontrolador Atmel ATmega328
plástico ABS negro e tem um compartimento para 4
Tensão de operação (nível 5V
pilhas AA e encaixes para dois micromotores logico)
metálicos. Ele é enviado como um kit com duas Tensão de entrada (recomendada) 7-12 V
faixas de silicone, duas rodas livres, duas
Tensão de entrada (limites) 6-20 V
engrenagens de transmissão, uma tampa de acrílico e
Pinos digitais I/O 14 (6 com PWM)
peças para montagem, conforme Figura 9.
Pinos de entrada analógica 8
Corrente contínua por pino I/O 40 mA
Memória Flash 16 KB
SRAM 1 KB
EEPROM 512 bytes
Velocidade de Clock: 16 MHz
Dimensões 0.73" x 1.70"
232
Uma plataforma web de código aberto desenvolvida Já, o segundo teste para averiguação e verificação da
pela Google e, atualmente, mantida pelo Instituto de eficiência autônoma do robô, ou seja, o tempo de
Tecnologia de Massachusetts (MIT). Essa plataforma duração de seu funcionamento baseia-se na
permite que pessoas com conhecimentos básicos de verificação do tempo necessário para a saturação do
programação criem aplicativos baseados no sistema fornecimento de tensão pelas pilhas AA, aos
operacional Android OS, e que podem ser micromotores, a fim de verificar a eficiência
executados dispositivos móveis: telefones celulares, energética autônoma do robô.
tablets, relógios, TVs etc. O App Inventor, através de
uma interface gráfica amigável, permite aos usuários Para controlar o motor com o Arduino a partir de
arrastar e soltar objetos visuais para criar aplicativos. sinais digitais utiliza-se o driver LN298, construído
para controlar cargas indutivas como relés,
O desenvolvimento da lógica do aplicativo (que usa
solenoides, motores DC e motores de passo. Com
peças do tipo de um quebra-cabeças e gaveta de
este Driver Ponte é possível controlar
recursos) foi baseada em teorias de aprendizagem
independentemente a velocidade e rotação de 2
construtivistas permitindo sua utilização na educação
motores DC ou 1 motor de passo, assim como o
desde crianças até universidades. Através de
sentido de giro. A Tabela 3 descreve as
aplicativos simples são descritos os principais
características elétricas do driver de motor LN298.
módulos de interface e blocos de controle. Primeiro
de forma isolada e depois de forma integrada em Essas informações são importantes para suprir as
aplicativos mais complexos. necessidades de corrente e potência do motor além
A movimentação do robô é feita por um sistema de da possibilidade de poder computar a porcentagem
deslocamento composto por dois micromotores com do peso total do robô constituída pelo driver.
caixa de redução em engrenagens de metal 50:1 HP
da marca Pololu Robotics & Eletronics, as suas Tabela 3. Características elétricas Driver do Motor.
especificações elétricas são exibidas na Tabela 2. Tensão de Operação 4~35V
Chip ST L298N
Tabela 2. Especificações do motor DC. Corrente de Operação Máxima 2A por canal ou 4A
Tensão 6V Tensão lógica 5V
Tipo de motor Alta performance (HP) Corrente lógica 0~36mA
Corrente de Bloqueio 1600mA Limites de Temperatura -20 a +135°C
Velocidade sem carga 625 RPM Potência Máxima 25W
Torque aproximado 15 oz-in Dimensões 43 x 43 x 27mm
Peso 30g
A corrente de bloqueio é a corrente máxima quando
o motor está aplicando seu torque máximo, seja Além dessas informações, da consulta do datasheet
porque está sendo impedido de se mover do CI verifica-se a tensão de saturação dos
completamente ou porque não pode mais acelerar, transistores da ponte H que variam de um valor típico
dada a carga em que se encontra. Essa informação é de 1,7V à máximo de 2,3V. Dessas informações, o
essencial para dimensionamento da capacidade de fornecimento de energia é feito por 6 pilhas AA da
fornecer corrente da fonte de alimentação e da marca SONGPUS de NiMH recarregável com
escolha apropriada do drive para controle de capacidade de fornecimento de 4700mAh.
velocidade e sentido de giro do motor. Além disso,
observa-se que o torque máximo do robô deve ser Sendo assim, apresentados todos os componentes
compatível com as necessidades da categoria de luta utilizados para a confecção do robô, observa-se,
escolhida. então, na Figura 11 o diagrama esquemático de
Tendo o robô 0,5kg a escolha de motor com ligação dos mesmos (a) e a montagem com as
aproximadamente 1,08kg/cm cada permite força ligações feitas no robô físico expostas (b).
suficiente para suportar o próprio peso do robô e
empurrar o oponente. Sendo assim, foram realizados Conforme explicitado na Seção 3, Materiais e
dois testes energéticos para poder efetuar a Métodos, foram realizadas duas diferentes
adequação correta das fontes de alimentação ao metodologias experimentais de testes energéticos,
sistema robótico: o primeiro para a escolha da visando a melhor performance e eficiência do
melhor fonte de alimentação para funcionar com os sistema robótico.
motores e o segundo para verificação da eficiência
autônoma por meio de teste de duração. Dessa forma, primeiramente foi realizado um teste de
O teste para a escolha da melhor pilha para a duração de tempo da tensão provida pelas 6 pilhas
utilização com o sistema robótico consiste no AA ligadas em série, ao suportar um torque de carga
monitoramento. Com o auxílio de um multímetro, da máximo 𝑇𝐿𝑚𝑎𝑥 nos micromotores. O teste foi
tensão nos terminais do motor em função da variação realizado até a completa parada dos motores, visando
de tensão de entrada fornecida por diferentes pilhas buscar a autonomia máxima esperada de 1h27min, de
AA, buscando-se verificar a corrente drenada pelos acordo com a Equação (8).
micromotores do robô em seu funcionamento, Portanto, a partir dos dados coletados, foi construído
monitorando-a também, através de um multímetro. o gráfico exposto na Figura 12.
233
Com isso, pode-se estimar uma aproximação teórica
do tempo total de funcionamento do sistema robótico
em situações de carga máxima, onde 𝑡𝑇𝑂𝑇𝐴𝐿 ≅
57 𝑚𝑖𝑛. Sendo que este valor representa 65% do
tempo de autonomia máxima em situações não
extremas, de torque moderado sobre as rodas do
robô. Contudo, verifica-se que o tempo de
amostragem da Figura 12 é menor que o tempo total
aproximado. Isto se dá pelo fato de que, quando foi
atingido 𝑡 = 180 𝑠, os micromotores pararam
totalmente o seu funcionamento devido ao
superaquecimento.
(a) O calor gerado pela tentativa de rotação do motor em
meio à carga máxima, gerou dilatação dos
componentes internos ao micromotor (como suas
engrenagens da caixa de redução), o que resultou na
sobrecarga do motor, fazendo com que o mesmo
interrompesse seu funcionamento. Assim, constatou-
se que o calor gerado pelo uso em situações extremas
do motor é uma variável que deve ser considerada
em seu funcionamento autônomo. A Figura 13 a
seguir, mostra a imagem térmica obtida dos
micromotores após o uso dos mesmos sob condição
extrema de carga máxima.
(b)
Figura 11. (a) Diagrama de ligações relacionando todos os
periféricos do robô. (b) Ligações e construção para demonstração
representativa das ligações do robô físico.
4 Resultados e Discussões
234
Observa-se, portanto, da Figura 15, que a tensão Além destes testes físicos, foram realizados alguns
ideal para o funcionamento dos motores coincidindo outros testes por meio de simulação em software de
com aqueles especificados na Tabela 2, é a tensão de simulação ISIS Proteus 8 Professional. É composto
7,63 V, que acarreta em uma tensão de 6,04 V sobre por dois sensores ultrassônicos cuja variação de
os terminais dos micromotores. Ainda da Figura 15, distância é equivalente a uma dada pela variação de
tem-se que a relação entre as tensões provida da pilha tensão em um terminal inexiste no componente real.
e sob os terminais do motor é dada de maneira linear, Para correto funcionamento é necessário carregar um
sendo que, observa-se pelos dados da Tabela 4 (que arquivo hexadecimal no componente SONAR.
relaciona os valores das duas tensões) que há uma Variando a resistência em um potenciômetro simula-
queda de tensão de 1,5 V, devido aos 2 transistores se a variação da distância real na prática. Para efeito
presentes no CI L298N de ponte H, como pode ser de simplificação e verificação de funcionamento, os
verificado da Literatura. sensores infravermelhos foram substituídos por
emissores de sinal lógico.
Figura 15. Simulação do circuito completo do robô no software ISIS Proteus 8 Professional.
235
Além dos ataques laterais, outra situação crítica a ser
evitada é a saída da arena por movimentos causados
pelo próprio robô. Para evitar que isso ocorra utiliza-
se uma interrupção capaz de fazer o robô tomar uma
atitude imediatamente após verificação da faixa
branca da arena. Movendo-se para direção contraria.
O pseudocódigo para lógica empregada no controle
manual do robô por Bluetooth é verificado como
segue:
Função principal
letra caractere = leitura da serial;
Se caractere = 'f'
Figura 16. Monitor serial virtual do Proteus ISIS. Então
Robô anda para frente lento
A lógica embutida na programação é descrita Fim
Se caractere = 'r'
simplificadamente em pseudocódigo, a seguir:
Então
Função principal
Robô anda para trás lento
leitura e armazenamento dos valores dos sensores
Fim
Se infravermelho esquerdo ou direito em nível alto
Se caractere = 's'
Então
Então
Robô para frente rápido
Robô freia
Fim
Fim
Senão
Se caractere = 'd'
Se (sonar1 <= 80 e sonar2 <=80) e |sonar1 -
sonar2| <= 5 Então
Então Robô anda para direita rápido
Robô frente com velocidade gradativa Fim
Fim Se caractere = 'e'
Fim Então
Exibe leitura dos sensores por comunicação serial Robô anda para esquerda rápido
Fim principal Fim
Função interrupção Espera um tempo
Robô para trás rápido Fim principal
Espera um tempo
Se flag = 0 A leitura de um caractere do Arduino Nano enviado
Então na Serial pelo modulo Bluetooth gera um movimento
Robô vira para esquerda correspondente de acordo com letra adequada.
Senão A interface do aplicativo exibida para o usuário é
Robô vira para a direita apresentada na Figura 17. A escolha das disposições
Fim dos botões é baseada do sistema das setas do teclado
Espera um tempo de um computador, de modo a tornar intuitivo o
Robô para frente lento controle manual.
Fim Além dos botões de movimentação, são necessários
botões adicionais de procura e conexão com o
A estratégia adotada consiste basicamente em atacar dispositivo celular com sistema operacional Android.
o adversário apenas em situação ideal, quando esse é
identificado pelos sensores ultrassônicos dianteiros.
Situações como ataque lateral do oponente são
evitadas com movimento de fuga para frente em
velocidade máxima permitida. O exclusivo ataque
frontal é adotado para que os ataques ocorram
quando o robô já está com sua velocidade elevada, a
fim de aproveitar a agilidade além do torque
oferecido.
236
A programação da parte lógica é feita pela conexão 6 Referências Bibliográficas
de blocos lógicos com funções de especificar a parte
de conexão com o Bluetooth é exibida na Figura 18. Levi C. A. Pereira. Elionai G. A Sobrinho
(2013).Método de Desenvolvimento de um Robô
Movel Diferencial.
H. R. Everett. (1995). Sensors for Mobile Robots:
Theory and Aplications. A K. Peters.
RoboCore (2008). Regras competição Mini Robô de
Sumo.https://www.robocore.net/upload/attachme
nts/robocore__regras_sumo_165.pdf. Acesso em:
02/10/2017.
Arduino, 2017. Características elétricas Arduino
Nano. https://www.arduino.cc/. Acesso em:
02/10/2017.
Nasar, A. S (1984). Máquinas Elétricas. AMGH.
Porto Alegre.
Patané, E. J (2008). “Implementação de Controle de
Velocidade em Malha Fechada para Motores de
Figura 18. Diagramas de blocos da programação do aplicativo em
blocos. Corrente Contínua Utilizando Sistema de
Aquisição de Dados” – Escola de Engenharia
A função lógica de cada bloco é exibida de acordo Mauá, CUIMT.
com sua cor construtiva, os blocos roxos indicam Cardoso, D.; Mota, A. e Lobo, I (2017). Ponte H
procedimentos, como de comunicação por Bluetooth, L298N – Controlando a velocidade de um motor
os blocos beges indicam controle, por lógica de DC. Acesso em:
verdadeiro ou falso, por exemplo. Os blocos roxos <https://portal.vidadesilicio.com.br/pon te-h-
são as labels e por fim os blocos verdes indicam l298n-controle-velocidade-motor/>,01/out/2017.
ações lógicas. Mota, A (2017). Sensor Ultrassônico HC-SR04.
Acesso em: < https://portal.vidadesilicio.com.br/
sensor-ultrassom-hc-sr04/>, 02/out/2017. 8
IEEE Transactions on Power Systems, Vol. 9, No. 4,
5 Conclusões pp. 1942- 1948.
Failchild (2003). Datasheet. L298D. Acesso em:
Com a realização do presente projeto, foi possível 02/10/2017. 9.
verificar tanto teórica quanto empiricamente a Pololu (2017). Componente Chassi Zumo Pololu.
interdisciplinaridade que acarreta a confecção de um https://www.pololu.com/product/1418. Acesso
sistema robótico. Durante a confecção do mesmo, em: 02/10/2017 10.
foram aplicados conceitos de sistemas
microprocessados, envolvendo conhecimento de
hardware e programação do microcontrolador
Arduino; conceitos de dispositivos microeletrônicos
que compõe os CIs utilizados e sensores; e conceitos
de conversão eletromecânica de energia, com a
utilização de micromotores DC.
No desenvolvimento do robô, foram encontrados
diversos problemas, tanto físicos, como a questão de
autonomia energética, fornecimento de corrente
drenada pelos micromotores e alocação de todos os
sensores no espaço 10x10 cm delimitado pelas regras
desta categoria, quanto problemas de software, visto
que o funcionamento adequado dos sensores teve
uma maior atenção por serem dispositivos periféricos
extremamente sensíveis às interferências externas.
A solução dos problemas físicos encontrados foi
dada através de testes de tensão, onde foi analisada a
melhor fonte de alimentação a ser utilizada pelo seu
custo benefício foram 6 pilhas AA de 4700 mAh. Já,
quanto ao fornecimento de corrente aos
micromotores, foi adotado o módulo L298N, ao
invés do Shield de motor baseado no CI L293. Por
fim, para a alocação dos sensores, foi projetada uma
plataforma em acrílico.
237