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1 Apresentação da webaula

Nesta unidade, veremos métodos de acionamentos de máquinas e equipamentos mecânicos


por motores elétricos, uma atividade de extrema importância no mercado e que movimenta
bilhões de dói.ires ao ano. O conhecimento sobre motores elétricos é essencial, pois ele
representa grande parte dos produtos fabricados no mundo e também no Brasil. Iniciaremos
apresentando alguns tipos mais comuns de motores elétricos, seu funcionamento e o modo de
acionamento deles, através de chaves de partida presentes nos circuitos. Também serão
abordados alguns dispositivos de proteção e comando, assim como as funções de alguns
desses dispositivos.
2 Motores elétricos
Figura 1.1 1Motor elétrico Motor elétrico é um dispositivo ou
equipamento que transforma energia
e létrica cm energia mecânica, mais
precisamente em energia cinética, gerando
movimento em um eixo, ou seja, trabalho.
Esse movimento resultante pode ser
utilizado de inúmeras formas e é o que
acontece principalmente em indústrias. O
funcionamento básico dos motores é
baseado na geraçao de campo magnético
ao redor de um condutor, através de uma
Fonte: corrente.
<https://www.istockphoto.com/br/foto/colorido-pa
pel- motor-carro- gm583725860-99880 155>.
Acesso em: 7 nov. 2017.
Esse campo magnético interage com o Figura 1.2 1Motor elétrico
condutor e, dependendo de sua polaridade,
pode ocorrer uma atração ou repulsão dos
polos. Como o objetivo de um motor é
gerar movimento, deve-se construí-lo de
forma que suas peças se movimentem de
acordo com o comportamento desse
campo magnético. As Figu ras 1.2 e 1.3 Fonte:
<ht tps:/ / www.citisystems.com.br/moto r-eletrico/ >.
mostram um motor elétrico e seu
Acesso em: 1 9 set. 2017.
funcionamen to básico, respectivamen te:
figura 1.3 1Princípio básico de um motor As principais partes do motor são:
eS1olor - campo füo
Estator - parte fixa do motor, onde
predominam os campos magnéticos
~ criados por ímãs ou eletroímãs.
/ N " forces ctuOldo Rotor - a parte móvel do motor. É composto
no rotor
por bobinas onde passam correntes

/ elétricas que geram campos magnéticos. É


aqui que ocorrem as forças de atração e
senis» ce
1oloc<lo repulsão, produzindo movimento ao rotor.
Comutador - a parte que liga as bobinas à
Fonte: rede elétrica.
<ht tp://essel.eom.br/cursos/material/O 1/Automaca Bobinas - enrolamentos de condutores,
o/aut oa04.pdf> . Acesso em: 19 sel 2017.
geralmente de cobre, percorridos por
corrente elétrica.
Escovas - são contatos do comutador e • Motores AC: o campo magnético
permitem a passagem de corrente. gerado não é constante e varia com o
Esses motores são divididos em duas tempo juntamente à corrente aplicada,
classes, os alimentados por corrente que é alternada. São mais práticos e
alternada (AC) e os alimentados por mais baratos que os motores DC por se
corrente contínua ou corrente direta (DC). conectarem diretamente à rede de
• Motores DC: operam a partir do torque alimentação, que é AC. Por esse motivo,
eletromagnético gerado por um campo tem uma grande aplicação na indústria
magnético constante (estator) e uma e nos lares.
corrente contínua aplicada no rotor.
Possui uma resposta rápida a Dentro desse grande grupo ainda podemos
mudanças de carga repentinas e encontrar outro subgrupo que caracteriza
também possui controle preciso de os motores elétricos, como os motores
velocidade, permitindo ajustes finos monofásicos e trifásicos e os motores
para aplicações especificais. Ainda síncronos e assíncronos. A Figura 1.4
possuem um custo elevado se mostra os tipos de motores presentes.
comparados aos motores AC.
figura 1.4 1Tipos de motores elétricos Os motores podem ser classificados quanto
sua fase de alimentação em:

• Motores monofásicos - os seus


.t\!,tf,'l('í\ln-, enrolamentos são ligados diretamente

--
C.,1)(1Cik.>1lk

-
óok\lillo'"
a uma fonte monofásica, podendo ser
"""" Ri.>pul.61>
uma fase e um neutro, em residências
SÍOOQnO
( lni\111:r.r.J de 127 Volts, ou duas fases da rede
""""""" caso for 220 Volts (rede bifásica). Esses
1\!wim
tipos de motores, geralmen te, são
Si11t1ut10
utilizados para pequenas potências,
.....
""""""' como ventiladores e geladeiras .
~ torce

Fonte: Franchi (2008).


• Motores trifásicos - estes são os • Motores síncronos - possuem
motores de corrente alternada, velocidade fixa, ou seja, a velocidade do
alimentados pelas três fases da rede rotor é sincronizada com o campo
elétrica trifásica ligadas a cada um dos girante (campo magnético rotativo)
seus enrolamentos. Esses tipos de que é estabelecido no estator. São
motores são utilizados para grandes utilizados em sistemas de grande
potências, indústrias, por exemplo. potência em que a velocidade
constante é importante. Como
Quanto ao seu funcionamento, podemos possuem fatores de potência reguláveis
classificar em: (eficiência do uso de energia), acabam
por reduzir custos de energia elétrica.
• Motores assíncronos ou de indução - o Por ser o modelo mais empregado hoje no
rotor não é excitado pelo estator e a mundo, daremos ênfase aos motores de
Frequência de alimentação da rede não corrente alternada trifásicos assíncronos,
é proporcional à velocidade de rotação, ou motores de indução trifásicos (MID. O
ou seja, a velocidade é menor que a do entendimento dele é similar ao da Figura
campo girante. É o tipo mais 1.3 (motor elétrico): a corrente alternada
empregado nas máquinas, pois é AC circulando por uma bobina, o estator
simples, robusto e de baixo custo. gera um campo magnético. Como essa
corrente é alternada, haverá mudanças na
polaridade do estator, causando um campo
magnético girante ou rotativo, Fazendo
com que o rotor gire. A velocidade do
campo girante é conhecida como
velocidade síncrona.
1
~ /'

Fonte: htt ps://goo.gVYbZKN6


3 Dispositivos de acionamento de motores
Como mencionado anteriormente, Um dos principais objetivos dos
analisaremos os motores de indução disposit ivos presen tes no acionamento de
trifásicos ou MIT, por serem mais comuns motores, é propiciar urna lógico de
na indúst ria. Vale ressaltar que nesse t ipo comando e proteger o operador at ravés de
de motor, o est ator é que produz o campo um painel elétrico. Elucidando o q ue foi
magnético giran te e o rotor é formado por mencionado, podemos criar uma
um enrolamento de cond utores que são sequência genérica para o acionament o de
induzidos pelo campo magnético girante. um motor com segurança.
figura 1.5 I Elementos de chaveamento O esquema proposto na figura 1.5 pode
mudar, dependendo do tipo de aplicação
DISTRIBUIÇÃO ELÉTRICA DE BAIXA TENSÃO
do motor, da frequência de uso, do nível de
1 continuidade de serviço imposto, dos
Seccionamento
padrões aplicados na proteção da vida etc.
1
Os elementos de chaveamento descritos
Proteção contra curto-circuito
na Figura 1.5 podem ser divididos em
1 seccionamento, proteção e comutação.
Proteção contra sobrecarga

Comutação Seccionamento - assegura que a
intervenção no equipamento elétrico se
1 faça fora de tensão. Por exemplo, a
Motor
separação dos circuitos de fontes de
energia. Essa função é realizada por
Fonte: elaborada pelo autor.
seccionadores, interruptores ou
disjuntores.
Figura 1.6 I Seccionado, Secclonadores: isolam o circuito
e'.étrico da rede .

. . •.

Fonte: <http:/lecalalog.weg.nel/files/wegnel/WEG-
chaves-secclonadoras-5002291 ·1-catalogo-ponugues-
br. df>. Acesso em: 19 sei. 2017.
Figura 1.7 ! Interruptor Interruptores: permitem ou inibem a
passagem de corrente em um circuito
e'étrico.

Fonte: <http?://www .carltonbates.comtroggle-


Swilches/COLE-H ERSEE/Switch-Toggle-0-68-in-long-
12VDC-6-3215520.SX/p/63285085586-1 >. Acesso em:
19 sei. 2017.

-
Figura 1.81.,!)isjuntor Disjuntores: usados contra sobrecarga
e curto-circuito. Detectam picos de
corrente alta e interrompem a
transmissão.

Fonte: <https:/1\VWN.mundodaeletrica.com.br/como,,.
funcionam~os~is' ntores/>. Acesso em: 19 set. 2017.
Proteção de curto-circuito - ao se Fusível: proteção do circuito contra
detectar uma diferença de potencial entre sobrecargas. Utilizado em circuitos
dois pontos do circuito, ele deve ser domésticos e indústria leve. Tem por
interrompido, a fim de se evitar incêndios. função limitar a passagem de corrente pelo
Geralmente, fusíveis e disjuntores são circuito.
utilizados para limitar a corrente.
Proteção contra sobrecarga - geralmente
Figura 1.9 I Fusível acontece quando há um aumento da
corrente absorvida pelo motor, diminuindo
sua vida útil. Esses são utilizados para
proteção, relés térmicos, eletrônicos ou de
máxima corrente.

Fonte:
<htt p:/ /brasilescola.uol.com .br/ fisica/fusiveis.htm >.
Acesso em: 19 set. 2017.
figura 1.1 O I Relé Relé: proteção do circuito contra
sobrecargas. Ao passar uma corrente pela
bonina, esta cria um campo magnético que
atrai uma série de contatos fechando ou
abrindo circuitos. O relé também pode ser
ativado por temperatura (efeito térmico)
causado pela alta corrente.
Fonte: <h ttps:l/pt.wikipedia.org/wik i/Rel %C3%A 9>.
Acesso em: 19 set. 2017.
Comutação - tem por Função estabelecer e Contator: permite efetuar o controle de
interromper a alimentação dos receptores. cargas em um circuito de potência.
A comutação geralmente é Feita por meio
de contatores eletromagnéticos ou
estáticos.

figura 1.11 1Contator

Fonte: <https://pt.wikipedia.org/ wiki/Contator>.


Acesso em: 19 set. 2017.
4 Circuitos de acionamento de motores
As bobinas do motor trifásico estão Figura 1. 12 I Tipos de ligação de motores
distribuídas no estator e ligadas de modo a com 6 terminais
formar três circuitos distintos, chamados R- -s A

de fases de enrolamento. Do enrolamento


do estator saem os fios para a ligação do
R

1
s
;~
R s

l ,:
motor à rede (SEGUNDO; RODRIGUES, r
@-@-
2015). Dependendo do motor utilizado, o
número de terminais varia de 3, 6, 9 ou 12 T
(j) ~ •
R s
terminais. A figura a seguir mostra um tipo
FontP.· SP.!)tmrln" Rorlrig11•s (701S)
de ligaçao com 6 terminais.
Um dos métodos mais simples e baratos de Para contornar tal problema, usam-se
se acionar um MIT é por uso de contatares artifícios, como variar a tensão nos
(dispositivos de comando do tipo terminais do estator. Falaremos de alguns
liga-desliga), no entanto, nem sempre isso métodos mais comuns de partida
é possível, pois, muitas vezes, a corrente de utilizados para o acionamento dos
partida do motor é elevada, causando motores.
quedas de tensão no sistema e aumento do
custo de instalação, uma vez que todo o • Partida direta - esse é o método mais
cabeamento deverá ser simples, onde o motor, mais
superdimensionado. precisamente o estator, é ligado
diretamente à rede elétrica.
figura 1.13 I Partida direta - A) diagrama No diagrama da figura, o amarelo
principal e B) diagrama de comando representa o relé de sobrecarga e o laranja
Ro---.....,..--
so - - - . - t - - -
os fusíveis que servem para impedir
10 - -r-t- t - - - sobrecorrentes, o preto são os contatares e
o motor está logo abaixo do relé de
Botão desliga E.• sobrecarga. Ao acionarmos o botão liga
(verde), o contato se fecha, permitindo que
Botão liga E· e, a corrente elétrica passe para o motor, que
será interrompida apenas ao apertar o
Relé de sobrecarga Contatores botão desliga (vermelho).

so--E~---''--- - - -:
M
1 "' Motor

A) 8)

Fonte: adaptada de Segundo e Rodrigues (2015).


Esse método só é usado em casos de figura 1.14 I Partida direta com reversão -
potência baixa do motor, similar à potência A) diagrama principal e B) diagrama de
da rede; quando a máquina não necessita comando
de aceleração prog ressiva; e quando a
Ro-- - - . . . - - -
~o-- - - + - - + - - - - .... )

corrente exigida não causar produção de 8ot.ão desliga


Fusíveis
ruído, que interferirá no funcionamento de
outras máquinas em volta.
E-· E··
• Partida direta com reversão - esse Botão 1 Botão 2
método permite a mudança de sentido (· Ct E· C2

de rotação dos motores, é muito


(l (1
aplicado em portões de garagem e Relé de
tornos mecânicos.
M
M J '- Motor s

A> B)

Fonte: adaptada de Segundo e Rodrigues (2015).


Na Figura 1.14, as cores continuam as • Partida com chave estrela triângulo -
mesmas do circuito ant erior, no entan to, aqui o motor parte da configuração em
nota-se que há dois botões verde de liga e estrela, ou seja, com menos tensão nas
dois contatares. O circuito funciona da bobinas e menos corrente e,
mesma forma que o anterior, ao consequentemente, uma partida mais
pressionarmos o bot ão 1, o contatar C1 suave. Após um certo tempo
será acionado, energizando- o e o C2 será (dependendo do tempori zador), o
travado (impedindo passagem de ci rcuito muda para o fechamento em
corrente), permitindo que o motor funcione t riângulo.
em um sentido de rotação. No caso de
mudança de sentido de rotação, será
necessário apertar o botão desliga para
interromper a corrente em C1 e abrir C2
novamente, assim podendo acionar o
botão 2, permit indo que a corrente flua em
C2 e mudando o movimento.
figura 1.15 1Partida estrela - triângulo - A) Note pela figura que os cont atores C1 e C2,
Diagrama principal e B) diagrama de no diagrama principal, encontram-se em
comando est rela. Ao pressionar o botão liga (no
.... > diagrama de comando), o relé de tempo
(roxo) e o con tator C2 (entre A1 e A2) serão
energizados, ocorrendo o fechamento de
Botilo li,a
~- todos os contadores C2 que estiverem

CI O. 0 ( \ CI
inicialmente abertos e abrindo os C2 que
est iverem inicialmente fechados, causando
e,
a ativação de C2 e C1 (no painel principal).
logo, o motor encontra- se em regime de
partida (ligação estrela).

•> 81

Fonte: adaptada de Segundo e Rodrigues (2015).


A comutação de estrela para triângulo Esse método mostra-se interessante ao
ocorre com o corte de corrente em C2 aplicá-lo sem carga ou com cargas que
(entre A 1 e A2). Decorrido o tempo apresentam conjugado resistente baixo
pré-ajustado do relé, seu contato é (entende-se aqui como torque ou força de
acionado (abre), cortando a corrente no C2 arranque). Ê necessário também que o
(entre A 1 e A2). Isso causa a abertura dos motor tenha pelo menos seis terminais
C2 que estavam anteriormente fechados disponíveis.
(ponto A) e o fechamento do C2 que estava
anteriormente aberto (ponto B),
permitindo passagem de corrente para o
contator C1 (entre A 1 e A2) e para o
contator C3 (entre A 1 e A2). Dessa forma,
temos a configuração de triângulo com C1
e C3 ativados.
• Partida soft-start (partida A Figura 1.16 ilustra a comparação desse
progressiva) - utilizada quando não se método com os citados anteriormente.
exige variação na velocidade do motor,
apenas uma partida suave, limitando a figura 1. 16 I Variação da corrente para
passagem de corrente para evitar diferentes métodos de partida
quedas de tensão. Uma das aplicações Cortmtt
práticas encontra-se em ventiladores e -- So/1 '""'"
Part.Jd.a es1rf'lill
ui.\ng.Ao
bombas centrifugas. Ao contrário das - hroclid<l\'lil
demais partidas elétricas, essa utiliza
tiristores (dispositivos semicondutores
que operam em regime de
chaveamento), que em con1unto com
uma placa eletrônica microcontrolada,
controlará a tensão sobre o motor pelo Tempo
circuito de potência.
Fonte: Segundo e Rodrigues (2015).
5 Contatores e dispositivos de partida de motores
Contatores são um dos principais Figura 1.17 I Diagrama de um contatorcom
componentes da área de comandos dois terminais (NA) e um (NF)
elétricos e clctromccônicos. São utilizudos Al AZ
em acionamentos e em proteção de
máquinas elétricas. Seu uso permite a
comutação de correntes elevadas
acionadas por botões e controles remotos.
1 2
Pela definição, os contatores são
NA
dispositivos de manobra mecânica, que 3 4
são acionados eletromagneticamente, ou NA

seja, dependendo do seu acionamento, ele


5 6
poderá conduzir ou interromper correntes NF
no circuito. A Figura 1.17 mostra o
diagrama de um contator. Fonte: Souza (2009).
Podemos notar na Figura 1.17 que o Figura 1.18 I Numeração e simbologia de
contato é composto por um núcleo ferroso um contatar
fixo (amarelo) bobinado por um fio, que
1 3 13 21
quando alimentado por uma corrente, gera
um campo magnético, causando o Al 1 1 1
movimento mecânico do segundo núcleo
de ferro (azul). Quando a bobina é
'
energizada, ela atrai o núcleo de ferro
A2
(azul) e os contatos 3 e 4 (NA - 2 4 6 14 22
normalmente abertos) se Fecham. Ao
Fonte: Souza (2009).
cessar a corrente, a mola auxilia no retorno
do núcleo de ferro, retornando ao seu
estado anterior. A denominação dos
terminais da bobina é sempre A 1/A2. A
Figura 1.18 mostra as duas simbologias
comuns de contatares utilizados em
instalações elétricas.
Na Figura 1.18, os números 1, 3 e 5
representam o circuito de entrada (linha) e
os números 2, 4 e 6 os circuitos de saída
(terminal). Para os contatos auxiliares,
segue o seguinte padrão: 1 e 2 contatos
normalmente fechados (NF), sendo 1 a
entrada e 2 a saída (21 /22). E 3 e 4 serão os
contatos normalmente abertos (NA), sendo
3 a entrada e 4 a saída (13/14).
Referências
FRANCHI, C. M. Acionamentos elétricos. 3. ed. São Paulo: Érica Ltda., 2008.

GERIN, M. Eficiência energética e acionamento de motores. Apostila Schneider Electric.


2003. Disponível cm:
<h ttps://www.schneider- elect ric.com.b r/ docum en ts/cadernos- tecnicos/apostila procobre efi
cienc. pdf>. Acesso em: 7 nov. 2017.

SEGUNDO, A. K. R.; RODRIGUES, C. L. C. Eletrônica de potência e acionamentos elétricos.


Apostila. Ouro Preto: Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia, 2015.

SERAFIM, E. S. Acionamentos elétricos. Apostila. Santa Catarina: Instituto Federal de


Educação, Ciência e Tecnologia, 2010.

SOIJ7 A, N. S. Apostilas de acionamentos elétricos. Rio GranciP. cio Nort.P.: Instituto FP.ciP.ral ciP.
Educação, Ciência e Tecnologia, 2009.
1 Apresentação da webaula
Nesta unidade, veremos a importância da hidráulica e como ela vem se destacando no cenário
industrial, tanto nacional quanto internacional. Os sistemas hidráulicos permitiram um avanço
quase que ilimit.ido na área de automaç5o, desde os atuadores até o controle de movimentos.
O termo hidráulico ou hidráulica vem do grego Hidro, que exprime noção de água, logo,
podemos associar a hidráulica a todos os comportamentos relativos a fluidos. Para uma melhor
compreensão da hidráulica, é preciso entender primeiramente o conhecimento básico de
conceitos físicos.
2 Conceitos e princípios de um sistema hidráulico
Figura 2.1 1Sistema hidráulico Para um melhor conhecimento da
hidráulica, são necessários alguns
conceitos básicos presentes na área. Os
mais comuns são:

• FORÇA
Qualquer influência capaz de causar
uma alteração ou movimento em um
corpo. Por exemplo, uma pessoa
empurrando um armário precisa aplicar
uma força para que esse armário se
movimente. A unidade de medida de
Fonte: <https:/ / goo.gl/bPtOSZ>. Acesso em: 20 nov. força no sistema internacional de
2017.
unidades é o Newton (N).
• RESIST~NCIA figura 2.2 1Resistên da de um corpo a uma
Qualquer en tidade que possa parar ou Força aplicada nele
Frear o movimento de um corpo. Ela Resistência do corpo à força aplicada

pode ser dividida e m:


-·- _,_,_,_,_,_,._.
.

Força :aplkad.a ao c;orpo


Atrito - é o resultado de uma Força que
atua em dois corpos quando estes
entram em contato. É gerada pela
rugosidade dos corpos, e sempre
paralela às superfícies de interação.
Fonte: elaborada pelo autor.
Inércia - é uma propriedade da matéria Onde me v representam a massa e a
(corpo). Basicamente, é a relutância desse velocidade do corpo, respectivamente.
corpo em aceitar uma alteração no
movimento. Quanto maior a massa do Energia potencial - é a energia que pode
'
corpo maior será sua resistência. ser armazenada em um sistema físico,
podendo ser transformada em qualquer
• ENERGIA tipo de energia, por exemplo, a cinética.
É a capacidade que um corpo possui de Sua equação é dada por:
realizar trabalho. Aqui ela será dividida
em: E pot = mx gxh (2)

Energia cinética - é a energia que um Onde g e h representam a gravidade e a


objeto possui ao sofrer algum tipo de elevação do corpo, respectivamente.
movimento. A unidade é o N.m. Sua
equação será dada por:
mxv2 (1)
E . =- - -
°" 2
• TRABALHO • POT~NCIA
É uma medida da energia transferida Potência é o trabalho W realizado em
pela aplicação de uma Força ao longo um determinado tempo. Sua unidade é
de um deslocamento. Sua unidade é o o N.m/s ou W (Watts), e a equação é
N.m e é dada por: dada por:
z=F xd (3)
r
Pot = - (4)
t
Onde r, F e d representam o trabalho, a
-
força aplicada e o deslocamento, Onde é o trabalho e to tempo. É muito
respectivamente. comum as unidades da potência
aparecerem como CV (cavalo) ou HP (horse
power). Para converter essas unidades, é
preciso saber que 1 CV= 735,5 W e 1 HP =
745,7 w.
• PRESSÃO Onde Fé a força aplicada em uma
Pressão é a força exercida por unidade determinada área ou superfície e A é a área
de superfície. Sua unidade é o N/m2, no em questão. A pressão exercida em
entanto, na hidráulica, a denominação qualquer ponto de um líquido é a mesma
mais comum é o kgf/cm 2 e o psi (pound em todas as direções, exercendo forças
per square inch) ou lbf/pol 2• Sua iguais em áreas iguais, o que leva à Lei de
equação será dada por: Pascal. Com isso foi possível construir a
primeira prensa hidráulica na Revolução
F
P= - (5) Industrial. A Figura 2.3 mostra o conceito
A
básico de prensa hidráulica aplicada à
movimentação de objetos.
figura 2.31 Prensa hidráulica convencional Note pela figura 2.3, que ao aplicarmos
Fl= 20 kgf uma força de 20 kfg no pistão de 1cm2 de
' F2= 200 kgf área, pela equação 5, teremos P1 = F1 / A1
ou 20kgf / 1cm 2 • Essa pressão estará
agindo em todos os sentidos internamente
pelo fluido em azul. Ela suportará um peso
de 200 kgf se tivermos uma área A2 de
1Ocm 2 ou seja: F2 = P1 xA2 ou F2 = 20 kgf
/cm 2x 1O cm 2 • Logo, uma pequena força f1
é capaz de levantar um objeto grande do
lado direito da prensa. Se pressionarmos o
Fonte: elaborada pelo autor. pistão A 1 para baixo em 1 Ocm,
moveremos 1 O cm 3 de fluido por toda a
tubulação da prensa até chegar no pistão
A2.
Esses 1O cm3 então serão capazes de figura 2.4 1Pressão hidrostática
deslocar o pistão A2 para cima em 1 cm de
altura, ou seja, houve um ganho
considerável na força para levantar o
pistão 2, mas em detrimento da velocidade
ou do deslocamento.
Em muitos casos, também deveremos
considerar a pressão exercida por uma Fonte: elaborada pelo autor.

coluna de líquido, ou seja, assim como os


sólidos, os fluidos também exercem A equação que define isso é conhecida
como pressão hidrostática e é dada por:
pressão sobre outros devido ao seu peso. A
(6)
figura 2.4 ilustra a pressão exercida pela P = pxgxh
coluna a uma altura h.
Onde pé a massa específica do fluido dado
em (kg/m 3), h é a altura da coluna de fluido
e g é a gravidade.
• TRANSMISSÃO DE FORÇA li. Os fluidos são relativamente
A transmissão de força no caso da incompressíveis, ou seja, não podemos
energia pode ser realizada por quatro comprimi-los e podemos, em muitos casos,
métodos: elétrica, pneumática, assumir que eles não mudam suas
hidráulica e mecânica. Nesta webaula, características com o tempo, o que os
trataremos apenas da hidráulica, ou tornam vantajosos na transmissão de
seja, a transmissão por fluidos. É força.
importante notar que os fluidos
possuem algumas características que A Figura 2.5 mostra o comportamento de
devemos levar em conta nos estudos um fluido ao sofrer uma força de
seguintes: compressão. Note que a pressão se
1. O fluido pode assumir qualquer forma distribui uniformemente pelo recipiente.
de um recipiente.
figura 2.5 I Pressão aplicada em um fluido • MANÔMETRO
Pressão P aplicada ao pistão
O manômetro é um instrumento

l utilizado para medir a pressão


atmosférica e a pressão de gases e
líquidos. As aplicações são diversas,
podendo ser usados para medir pressão
em máquinas industriais pneumáticas e
hidráulicas, pressão arterial etc. Na
hidráulica, os manômetros mais
comuns são o de Bourdon e o de núcleo
Fonte: elaborada pelo autor. móvel.

O fluido para transmissão pode variar de


equipamento para equipamento. O mais
utilizado pelas indústrias são fluidos
hidráulicos compostos de petróleo.
Manômetro de Bourdon - geralmente figura 2.6 I Manômetro de Bourdon a) real
utilizado na i ndústria para aferimento das e b) esquema de funcionamento
pressões de bombas. O manômetro é
composto por um tubo metálico enrolado
em espiral em uma das extremidades. Ao
sofrer alguma mudança de pressão no seu
interior, a espiral se desenrola,
movimentando um ponteiro que indica os
valores de pressão. A figura 2.6 mostra um
manômetro de Bourdon.
Fonte:
<http://mecanicadosAuidos1.blogspot.com.br>.
Acesso em: 6 out. 2017.
Manômetro de núcleo móvel - também figura 2.7 I Manômetro de núcleo móvel
utilizado na indústria para medições de Articulação Entrada
pressão de máquinas. Seu funcionamento
consiste em um núcleo ligado ao sistema
de pressão, com uma mola de re tração, um
ponteiro e uma escala. Quando submetido
a uma variação de pressão, o núcleo é Pivô
empurrado contra a mola de retração, Pistão
movimen tando o ponteiro e marcando o
Fonte: Parker (1999).
valor de pressão na escala. A Figura 2.7
mostra esse manômetro.
• TIPOS DE FLUXO Figura 2.8 I Escoamento lami nar
..
-----------.
Os fluidos podem ser divididos em duas Escoamento Laminar
categorias: laminar e turbulen to.
.........................
----------
--...................
....
__ .... -- ......
Escoamento laminar - as partículas
de um Fluido se movem em forma de
lâminas ou camadas, preservando Fonte:
suas características ao longo de sua <ht tps://www.infoescola.com/mecanica- de- fiuidos/
tipos- de-fluxos-e- escoament os/>. Acesso em: 1
trajetória.
out. 2017.
Escoamento turbulento - as partículas do • VELOCIDADE E VAZÃO
fluido não possuem t rajetórias bem De uma forma simples, vazão é a
definidas, apresentando um quantidade de massa fluídica (volume
comportamento irregular e aleatório. do fluido), que passa em uma t ubulação
com uma certa velocidade em um
Figura 2.9 I Escoamento t urbulento tempo determinado.

f'' 4 < ' 't z 4 1


Figura 2.1 OI Escoamen to de um fluido em
uma tubu lação
Fluido com velocidade : V

Fonte:
<htt ps:/ /www.infoescola.com/mecanica- de-f1u idos/
tipos-de -fluxos-e- escoamentos/>. Acesso em: 1
out. 2017. Comprimento = S
Fonte: elaborada pelo autor.
Ela pode ser calculada da seguinte Fluidos à base de petróleo: mais utilizados
maneira: na indústria, sendo à base de óleo.
(7) Emulsão de óleo em água: comumente
usado para se criar fluidos resistentes ao
Ou em termos do volume de fluido pelo fogo.
tempo: Emulsão de água em óleo: resistente ao
Q . = vv:>lvme (8) Fogo, conhecido também como emulsão
"""" ttempo
invertida.
• Características dos fluidos Fluido de água-glicol: uma mistu ra de
O fluido hidráulico é essencial para o anticongelante e água. Também resistente
funcionamento dos sistemas ao fogo.
hidráulicos. Sem ele a máquina Sintético: composto de ésteres de Fosfato e
hidráulica simplesmente não Funciona. hid rocarbonos clorados.
Devido à sua importância, inúmeros
fluidos com características específicas
são aplicados na indústria, como:
3 Atuadores hidráulicos
Os atuadores hidráulicos convert em a Figura 2.11 1a) atuador linear e b)
energia de trabalho em energia mecânica. aplicação do atu ador em uma escavadeira
Uma analogia seria, por exemplo, um motor
elétrico que converte energia elétrica em
movimen to. É uma das partes mais
importantes de um projeto de máquinas.
As figu ras A e B mostram um atuador
hidráulico e uma de suas aplicações,
respect ivamente.
Fonte: (a) <h ttps://goo.gl/KSTg 1g>. Acesso em: 9
oul 2017.
Fonte: (b) <https://goo.gl/Rcfjxi>. Acesso em: 2 1 nov.
2017.
Os atuadores são divididos em duas Com os atuadores hidráulicos, a diferença é
grandes categorias: que injetamos um fluido em seu interior e
este converte energia de pressão em
Atuadores lineares - quando o movimento energia mecânica, movimentando seus
realizado é linear ou de translação. Eles componentes. Outra diferença,
também são conhecidos como cilindros ou obviamente, é a construção dos pistões.
pistões. Como exemplo, podemos citar uma Apesar de possuírem o mesmo princípio
seringa de injeção, ela, de forma simples, das seringas, sua construção é mais
pode ser considerada um atuador complexa, a fim de realizarem esforços
invertido, ou seja, ao pressionarmos o muito maiores e aguentarem pressões
êmbolo da seringa, este empurra o fluido altíssimas.
contido em seu interior, transformando
energia mecânica em energia de pressão.
figura 2.12 I Atuador linear Geralmente, o pistão é composto de um
tampa da anel amortecedor émbolO do tubo polido, onde se passa um pistão ou
eJdremidade flutuante amortecedor
êmbolo que pode se mover em uma
retentor
determinada direção. Pequenos orifícios
são feitos para que se injete o fluido sob
pressão que movimentará o pistão. Vários
tipos de vedação são colocados
internamente para se evitar vazamentos
raspador
retentor
(retentores, anéis em "O", anéis raspadores
da haste vedação / lira!.
da haste etc.). Alguns cilindros ainda possuem
tampa
Fonte: Rosa (2007). amortecedores no final, para evitar um
choque violento entre o pistão e as paredes
do tubo.
Atuadores rotativos - podem ser Já os osciladores de palheta, uma aleta ou
classificados em angulares e contínuos. Os conjunto de ale tas giram de um
atuadores rotativos (ou cilindros rotativos) determinado ângulo ao redor do centro da
são compostos de dois tipos: osciladores câmara do ci lindro. A entrada de alta
de cremalheira e osciladores de palheta. O pressão do fluido é responsável por causar
primeiro tipo é composto da união de um o movimento da aleta, que faz girar um
cilindro linear usinado a uma cremalheira eixo preso a ela. A Figura 2.13 mostra um
(um tipo de peça dentada). Essa oscilador de cremalheira e de palheta,
cremalheira (quando injetado fluido) respectivamente.
aciona uma engrenagem e faz girar o eixo
acoplado a ela. A grande vantagem desse
sistema de cremalheira é que ele consegue
uniformizar as direções de todo o campo
de rotação.
figura 2.13 I Atuadores de cremalheira (a) e Os atuadores rotativos contínuos são
palheta (b) conhecidos como motores hidráulicos, em
que um rotor é fixado em um eixo e nas
suas proximidades existem pequenas
ranhuras, aonde deslizam as palhetas. Na
carcaça do motor existem dois orifícios, um
de saída e outro de entrada, no qual são
a) injetados fluidos em alta pressão. Esse
fluido entra na carcaça e movimenta as
palhetas, causando uma rotação no rotor,
que será utilizado para acionar outro tipo
de máquina.

b)

Fonte: Parker (1999).


figura 2.14 I Atuador rotativo contínuo Com relação às aplicações, os motores
molas hidráulicos possuem um número
placa de pniuio rolam.e.nte incontável de utilidades, desde guindastes,
ffleJUor esteiras rolantes, perfuradoras, máquinas
palheta.,
_ rolame.n10
agrícolas, bobinadeiras, misturadores etc.

rotar

tampa eixo
...1
corpo

Fonte: Rosa (2007).


Referências
GOMES, M. R.; ANDRADE, M.; FERRAZ, F. Apostila de hidráulica. Santo Amaro: Centro Federal
de Educação Tecnológica da Bahia, 2008. 65 p.

PARKER HANNIFIN CORPORATION. Tecnologia Hidráulica Industrial. Apostila M2001 1 BR.


Julho 1999. 158 p.

PAVANI, S. A. Comandos pneumáticos e hidráulicos. Santa Maria: Colégio Técnico Industrial -


UFSM, 2011. 180 p.

ROSA, D. Organização de apostila técnica de circuitos hidráulicos e pneumáticos. Curitiba:


Universidade Federal do Paraná, 2007. 221 p.

STEWART, H. L. Pneumática e hidráulica. 3. ed. São Paulo: Hermus, 2002. 481 p.


1 Apresentação da webaula
Na webaula passada, vimos alguns conceitos básicos de hid ráulica, como força, pressão,
energia e vazão, e também alguns tipos de atuadores hid ráulicos e seus funcionamentos. Nesta
unidade, daremos seguimento nessa 6.rea, veremos a importância das bombas e dos motores
hid ráulicos, responsáveis por manter a funcionalidade dos sistemas e que possuem extrema
importância na hidráulica. Veremos também alguns circuitos hidráulicos básicos contendo
esses motores e bombas e algumas simbologias utilizadas na área.
2 Bombas e motores hidráulicos
Figura 3. 1 1 Bombas hidráulicas Bombas hidráulicas têm por Função
-,-
transformar potência mecânica de rotação
e torquc de um eixo cm potêncii'.l
hidráulica, pressão e vazão de um fluido, ou
seja, converte energia mecânica em
energia hidráulica. Geralmente, esse fluido
está em alta pressão e possui viscosidade
baixa. Sua simbologia para circuitos
hidráulicos é dada pela Figura 3.2, itens a, b
e c. As bombas hidráulicas dividem-se em
dois grandes grupos:
Fonte:
<ht tps://www.ist ockohoto.com/br/ foto/techno- gua
rto -gm484203 110 - 70861927 >. Acesso em: 21 nov.
2017.
figura 3.2 1Simbologia para alguns tipos Segundo Brasil (2010), a movimentação do
de bombas: a) deslocamento fixo, b) fluido ocorre pela ação de forças que se
variável e c) dois sentidos de fluxo desenvolvem na sua massa, em

a) e) consequência da rotação de um eixo, no


b)
qual é acoplado um disto (rotor) dotado de

o
Bomba simples,
~
BomN slmplts,
e>
BombareversM!I, com
pás, que recebe o fluido pelo seu centro e
expulsa pela periferia, pela ação da força
centrífuga. Raramente essas bombas são
deslocamento fixo deslocamento variável dois sentidos de flu110
usadas em sistemas hidráulicos, pois seu
Fonte: Parker (1999). poder de deslocamento de Fluido diminui
com o aumento da resistência, podendo
Bombas hidrodinâmicas, turbobombas ocorrer até bloqueio da saída. Logo, para o
ou rotodinâmicas - são bombas de escopo do nosso estudo, elas serão apenas
deslocamento não positivo, que citadas. A figura 3.3 mostra o esquema de
transferem fluidos. Sua única resistência é uma bomba hidrodinàmica:
a criada pelo peso do Fluido e pelo atrito.
figura 3.31 Características de uma bomba hidrodinâmica
Olhal

/ o nuxo rud3I ! gera(IO


por uma nelice rotaUYa

llpo axi• (lléllce)

TIPO (e<llrll\lgo (llll)UISOO


Fonte: Parker (1999).
Bombas hidrostáticas, volumétricas ou figura 3.4 1Bomba de êmbolo
de deslocamento positivo - fornecem "• .
uma certa quantidade de fluido a cada
rotação. O movimento de um componen te r-r - .•
propulsor (pá, hélice, palheta etc.), ...) l ,''
transfere energia de pressão ao líquido,
-- - . ... ·-
0
-..1..' ,
r,o,; 1
provocando seu escoamen to. Em outras 1 1 ' o'l
1

l
A
palavras, o componente propulsivo força a
passagem do líquido na bomba, causando
seu movimen to. Esse tipo de bomba é --+
utilizado quando se requer uma vazão Fonte: Brasil (2010).
constante, independente de variação de
carga sobre a bomba. A figura 3.4
representa uma bomba hidrostática, na
qual um êmbolo força o fluido a
movimen tar-se pela câmara.
Dentre as bombas hidrostáticas mais 1. O vácuo é criado na região de entrada
utilizadas, podemos citar a: da bomba devido ao movimento das
engrenagens.
Bomba de engrenagem - o mecanismo 2. O óleo é transportado pelas câmaras
de bombeamento é composto de duas da bomba pelo movimento das
engrenagens. A primeira engrenagem que engrenagens.
é ligada a um eixo é chamada de 3. O óleo é forçado para a abertura da
engrenagem motora. A outra engrenagem saída da bomba pelas mesmas
é chamada de engrenagem movida. O engrenagens.
princípio de funcionamento dessa bomba
consiste nas seguintes etapas: A Figura 3.5, it ens a) e b), mostra o
esquema da passagem do óleo pela bomba
de engrenagem.
figura 3.51 Bomba de engrenagem
externa: a) esquema e b) bomba rea l
4. A pr•s.sio do solda. 1111,11•ndo conn os dentes 3. Oéleo ê tofç-ado para a abertur,
c.ouwi 1,1mo çorgo n&o-l»~nuffl no, 11:w.. de HI~ quando cs dente, se
00mCI .,dicom as s~s. ei,9~am nov.m•n.~•.

/
Ençretl,lgem mob'lz

b)
Fonte:
<ht tps://www.actbr.eom.br/ imagens/produtos/com
1. ovacuo é crladc>aqu! quando
o, <lentots ee dtsttlgrtnam.
O ólto • suedonado do
ponentes/construcao- bomba-bt -bth- kracht.jpg>.
íffWVa16rico.
Acesso em: 20 out. 2017.
a)
Fonte: Parker (1999)
As vantagens de uma bomba de Bomba de palheta - ao contrário da
engrenagem vão desde a eficiência à alta bomba de engrenagem, no qual suas
pressão de operação, resistência a engrenagens se mantêm fixas na câmara,
operações a baixas temperaturas até sua na bomba de palheta, a palheta
compatibilidade com vários tipos de (componente propulsor) acompanha o
fluidos. contorno da carcaça. O rotor da bomba é
composto po r palhetas, que podem se
mover em uma certa direção. À medida que
o rotor é girado, essas palhetas se
deslocam por inércia e acompanham o
contorno do cilindro, bloqueando a
passagem de fluido em um lado e
permitindo a passagem dele em outro. A
f igura 3.6 mostra o esquema de uma
bomba de palheta (a) e uma bomba real (b).
figura 3.6 I Bomba de palheta: a) esquema Uma das vantagens da bomba de palheta é
e b) real seu baixo nível de ruído, vazão mais
uniforme de óleo e tolerância à
contaminação do sistema.

a)

b)
Fonte: (a) Gomes (2008); (b)
<ht t ps:/ /goo.gl/Vu4nWR>. Acesso em: 20 out. 2017.
Bomba de pistão - o funcionamento de Quando um tambor de cilindro gira, a
uma bomba de pistão envolve a sapata do pistão segue a superfície da
movimentação de pistões e deslocamento placa de deslizamento. Uma vez que a
de óleo hidráulico. O cilindro é preenchido placa de deslizamento está a um dado
com óleo e o pistão é responsável por ângulo, o pistão alterna dentro do cilindro
empurrar ou sugar esse óleo. Um tambor (PARKER, 1999). Na metade do ciclo de
de cilindro é acoplado a um pistão. Uma rotação, o pistão assume um volume
placa deslizante é posicionada em um crescente e depois uma outra metade de
certo ângulo. A sapata do pistão corre na ciclo gera um volume decrescente. A figura
superfície da placa de deslizamento. 3.7 mostra o funcionamento dessa bomba
de pistão.
figura 3.7 I Bomba de pistão: a) posição Máquinas hidráulicas fazem o inverso das
das placas deslizantes e b) mecanismo das bombas hidráulicas, transformam a
sapatas potência hidráulica em mecânica, ou seja,
a) b)
transformam a potência produzida em
~oe '=,«i cnu:r• ...../
·-~~~
energia de movimento ou em forma de
torque e rotação de um eixo. Sua
simbologia é dada pela figura 3.8, onde: a)
~ L ~C· é um motor de deslocamento fixo, b) uma
~ ~o._. _~... variável, c) de dois sentidos e d) elétrico.

Fonte: Parker (1999).


figura 3.8 I Simbologia para os diversos Os tipos de configurações de motores
tipos de motores: a) deslocamento fixo, b) hid ráulicos presentes se assemelham
a) b) e) d) muito aos das bombas hidráulicas,
novamente com a única diferença de que

o 0 os motores trabalham no princípio inverso


da uma bomba. Os tipos mais utilizados
são:
Molor rotativo, Moiot rolaii.'O, Motor rever,ivel,
dosloc:amonlo des!ocamen!o dois $.enlidos de
'® v:1ritl'lef fluxo

Fonte: Parker (1999).


Motor hidráulico de palheta - o rotor é Motor de engrenagem - o fluido passa por
montando em um centro que está um conjunto de engrenagens, geralmente
deslocado do centro da caraça do motor. duas, no qual uma, chamada de
Conforme o fluido passa pelo volume do engrenagem motora, é ligada a um eixo
motor, as palhetas presentes no motor se que está ligado em uma carga. Esse
movem, causando um desbalanceamento movimento do fluido causa o movimento
nas forças do rotor, causando seu das engrenagens, que começam a girar,
movimen to de rotação. causando a rotação do rotor.
Motor de pistão - o torque é desenvolvido
pela pressão hidráulica, que age nos
pistões. O princípio de Funcionamento é
similar ao das bombas de pistão.
3 Parâmetros e projetos de instalações hidráulicas
Para a compreensão das instalações E'º'umé1r;ca = (deslocamento
hidráulicas, é preciso con hecer alguns real/deslocamento teórico) X 100%. Com
parâmetros hidráulicos e os tipos de relação às válvulas h idráulicas, podemos
válvulas hidráulicas, assim como a dividir em:
simbologia de cada uma. Um dos Válvu las de controle de pressão - em geral,
parâmetros mais comuns é a eficiência servem para controlar a pressão, direção
volumétrica, que relaciona o deslocamento ou volume de fluido em um circuito
de fluido real dentro de uma bomba com o hidráulico. A figura 3.9 apresen ta: a) o
deslocamento teórico (o quanto de fluido esquema e b) a simbologia de uma válvula
deveria ser deslocado). Sua equaçao é dada de controle.
por:
Figura 3.9 IVálvu la de controle de pressão: Figura 3.1 O I Simbologia e esquema para
a) válvula de pressão e b) simbologia válvulas de controle direcional: a) válvula
real, b) simbologia para passagem, c)
bloqueio, d) passagem e bloqueio e e)
ambas passafJens
!!)
' .
:••••••••
a)

Fonte: Parker (1999).

Válvu las de controle direcional - permitem


a vazão do fluido sob pressão por
diferentes vias, ou seja, podem direcionar o
a)
fluido para diferentes caminhos para
realizar um trabalho sobre um atuador, por b) e) d) e)
exemplo. A válvu la pode ser vista na Figura
3.10, item a) e seus caminhos pelos itens: [D CJ
8LOOU80
[S] [Z]
M<OAS
b) passagem, c) bloqueio, d) e e) ambas as
Fonte: Parker (1999).
combinações.
Válvula de retenção - tem por função Figura 3.11 1Válvula de retenção e sua
permitir que o líquido flua em apenas uma simbologia
direção. Muito utilizado quando se deseja
b
que o fluido não retorne a um determinado
ponto do circuito hidráulico. A válvula pode
ser vista na Figura 3.11 (a) e sua simbologia
em (b).

Fonte:
<ht tp://www.hydraulics.eom.br/ images/valvula- rete
ncao.jpg>. Acesso em: 22 out. 2017.
Válvu la controladora de fluxo - tem por Figura 3.12 IVálvula controladora de fluxo:
função reduzir o fluxo da bomba (vazão) em a) válvula real e b) simbologia
uma determinada linha do circuito. São
divididas em válvulas controladoras de
vazão variável, com retenção integrada,
com pressão compensada etc. Sua
simbologia básica é dada pela Figura 3.12, a)
onde: a) é a válvula real e b) é a simbologia.
-
1 -. 1

b)
Fonte:
<ht tp:/ twww.directindustry.com/prod/mass- flow- on
line- bv/product - 56353- 953437.html>. Acesso em:
20 out. 2017.
Os circuitos hidráu licos são compostos Figura 3.13 I Circuito hidráulico de
geralmente por um motor (elétrico ou recirculação: a) circuito básico e b)
hid ráulico). a tuador hidráulico, uma bomba esquema de comando
hid ráulica, válvulas de controle e o próprio
~ ,. Wlwl, llmit•dore d•
fluido. O circuito mais si mples é o circuito pmào

de descarga (modo recirculação), que


consiste na recirculação do fluido. O líq uido
é bombeado do recipien te, passa pelas
válvulas de controle e retorna ao
recipiente. A Figu ra 3.13 mostra o esquema
(a) e o circuito de comando (b). .....
... ...........

a) b)
Fonte: adaptada de Parker (1999).
A partir do circuito de recirculação, Figura 3.14 I Circuito hidráulico básico: a)
pode-se construir outros circuitos, como sistema hidráulico e b) esquema de
circuitos de avanço e retorno de atuadores. comando
A Figura 3.14 mostra esse esquema em a) e
o circuito de comando em b). Note que a
--
Cilindro de força/ atuado, hidtâu!icc

bomba, através do movimento do motor


elétrico, impulsiona o fluido para a válvula
de controle, onde o fluxo pode ser
- Flwdo

...
J'"''" '"'"' V'1'vul1 de
wnt1ole
direcionado para um sentido ou outro, direcional
W.~1111 ff

··-
dependendo da posição da alavanca de 1Cn1,01t
111,don,I
Motor elftrlco

avançar/recuar (válvula direcional). Esse


: o'
rr-@
fluido causa retração ou extensão do ""'
atuador. O fluido eliminado do cilindro
retorna ao recipiente, onde será filtrado e a) b)
reutilizado. Fonte: elaborada pelo autor.
Referências
BRASIL, A. N. Máquinas termodinâmicas de fluxo. Paraná: Universidade Federal do Paraná,
2010. 29 p.

GOMES, M. R.; ANDRADE, M.; FERRAZ, F. Apostila de hidráulica. Sunto Amuro: Centro Fcdcrul
de Educação Tecnológica da Bahia, 2008. 65 p.

PARKER HANNIFIN CORPORATION. Tecnologia hidráulica industrial. Apostila M2001-1 BR.


Julho 1999. 158 p.

PAVANI, S. A. Comandos pneumáticos e hidráulicos. Santa Maria: Colégio Técnico Industrial -


UFSM, 2011. 180 p.

ROSA, D. Organização de apostila técnica de circuitos hidráulicos e pneumáticos. Curitiba:


llnivP.rsirl;irlP. FP.nP.r;il rlo P;ir;in;\, 7007. 771 r.

STEWART, H. L. Pneumática e hidráulica. 3. ed. São Paulo: Hermus, 2002. 481 p.

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