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Havia, nas décadas de 1920 e 1930, uma super produção de café, que pressionava
os preços no mercado internacional antes mesmo da crise dos anos 1930. O
governo tentava corrigir este problema desvalorizando a moeda nacional para
ampliar a exportação, ou então comprava excedentes para estocar e diminuir a
oferta de café no mercado. Isto acabava por agravar a situação de superprodução,
já que os produtores mantinham os seus lucros, e mantinham o desejo de produzir
sempre mais.
Inicialmente, houve uma queda no nível de renda no Brasil de 25% a 30%, e o índice
de preços dos produtos importados subiu 33%. Como conseqüência, a redução das
importações foi por volta de 60%. Com isso, parte da demanda, antes satisfeita com
importações, passou a ser atendida pela oferta interna. Com isso, a demanda interna
passaria a ter importância crescente como elemento dinâmico nessa conjuntura de
recessão mundial. A firmeza da procura interna criou uma situação nova, com a
preponderância do setor ligado ao mercado interno no processo de formação de
capital e no conjunto de investimentos no país.
Apesar da dinâmica da economia brasileira ter passado, a partir dos anos 1930 a ser
determinada internamente, tratava-se de um processo de industrialização ainda
incompleto, uma vez que os setores produtores de bens de capital e de bens
intermediários eram muito pouco desenvolvidos no país. Além disso, por décadas, o
país ainda continuou a ter a produção agrícola superior à industrial, somente a partir
de 1956 com o Plano de Metas a situação começa a se inverter.
Na verdade, havia por parte do novo governo liderado por Vargas a noção de que os
capitais privados nacionais ainda eram frágeis, e não fazia parte da estratégia das
grandes empresas capitalistas produzir nos países subdesenvolvidos. Sendo assim,
a única possibilidade de implantar grandes projetos de indústrias de bens de
produção residia na ação estatal, o que era exatamente a proposta de Vargas.
Após o início da Segunda Guerra Mundial, o país passou a apresentar uma balança
comercial superavitária, com o aumento das exportações para os países aliados e a
recuperação dos preços do café, em um momento de forte redução das importações.
Observa-se neste período também um crescimento do produto industrial de 9,9%, e
a taxa de crescimento do PIB cresce em 6,4% ao ano entre 1942 e 1945.
Nos anos 1950, a conjuntura econômica internacional era marcada pela Guerra Fria,
e os interesses estratégicos dos EUA estavam voltados para a reconstrução
européia e japonesa. Países como o Brasil foram deixados à própria sorte, e
dependiam basicamente do mercado e dos movimentos privados de capitais para o
financiamento de seus déficits em transações correntes e seus projetos de
desenvolvimento.
Neste momento, Getúlio Vargas volta ao poder, agora por eleições diretas. Isto
significou uma tentativa nacionalista de superação dos estrangulamentos do
processo de substituição de importações e dos entraves à afirmação de um projeto
nacional. A substituição de importação foi importante para o Brasil, porém ainda era
preciso importar bens de produção, seria então necessário construir as bases para
suprir essa necessidade.
Durante este segundo governo, Vargas procura implantar as bases de uma indústria
de bens de produção e de bens de luxo no Brasil. Neste período temos a criação da
Petrobrás, a entrada em operação da Companhia Siderúrgica Nacional, o projeto da
Eletrobrás é enviado ao Congresso Nacional para apreciação e há a criação do
Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDE).
Com o suicídio de Vargas assume Café Filho, que implementa uma política
econômica ortodoxa, com prioridade para as políticas antiinflacionárias baseadas no
controle da moeda. A principal ação do governo foi a instrução 113 da SUMOC que
permitia às empresas estrangeiras instaladas no país importar máquinas e
equipamentos sem cobertura cambial. A política contracionista resultou em falta de
liquidez, provocou uma crise bancária e o aumento de falências no Rio de Janeiro e
em São Paulo.
O plano de metas financiava os gastos públicos e privados com expansão dos meios
de pagamento e crédito, via empréstimos do BNDE e empréstimos do exterior.
Entre 1957-1961 o PIB cresceu 8,2%, resultando num aumento de 5,1% ao ano da
renda per capita. O desenvolvimento industrial foi liderado pelo crescimento de bens
de capital (26,4%) e bens de consumo duráveis (23,9%).O crescimento industrial
durante o governo JK foi estruturado a partir de um tripé formado pelas empresas
estatais, pelo capital privado estrangeiro e pelo capital privado nacional, com a
participação dominante do capital externo. O mercado interno era atrativo para as
multinacionais européias. Assim, as empresas multinacionais passaram a dominar
amplamente a produção industrial brasileira, especialmente os setores mais
dinâmicos da indústria de transformação.
18.2.1. O PAEG
A economia brasileira sofre uma desaceleração que perdura até 1967 e as razões
enumeradas para a crise econômica são:
2) setor de bens duráveis crescia mais do que a demanda (em função da baixa
renda);
Os salários foram convertidos tendo como base o poder de compra médio dos
últimos seis meses em valores correntes e todos os assalariados receberam um
abono de 8%. Além disso, os salários seriam corrigidos em 60% da variação do
custo de vida, nas datas anuais dos dissídios coletivos, além de serem
automaticamente corrigidos sempre que a inflação acumulasse a taxa de 20%.
Criou-se um novo indexador para medir as variações de preços, o índice de preços
ao consumidor (IPC). Não foram estabelecidas metas para as políticas monetária ou
fiscal. O objetivo básico era extirpar a memória inflacionária.
O período de 1990-1992 foi marcado por uma profunda reestruturação produtiva, por
uma aceleração da abertura da economia, por uma desregulamentação dos
mercados e por uma aceleração dos processos de privatização de empresas
estatais. Este período foi marcado também por forte recessão, pelo aumento do
desemprego e pela queda dos salários reais e da massa salarial. O desgaste político
do governo aliado às denúncias de corrupção, acabaram por levar o presidente
Collor ao impeachment em outubro de 1992.