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de Lima UAF/CCT/UFCG
b Notas de Fı́sica 2 Estudo baseado no livro de Moisés Nussenzveig - Curso de Física Básica Vol.2
1. Relaç~
ao densidade (ρ) e press~
ao (P ).
2. Relaç~
ao deslocamento (s(x, t)) e densidade (ρ).
Relaç~
ao densidade e press~
ao
Módulos de compressibilidade K, e elasticidade volumétrica B
∆P
B = 1/K = − (1)
∆V /V
∆V ∆V
∆ρ = −M 2
= −ρ (2)
V V
Comparando as equações (1) e (2) tem-se
( )
∆P
B = ρ (3)
∆ρ
Numa onda sonora as variaç~ oes de press~ao e densidade s~
ao muito pequenas em relaç~
ao
aos valores de equilı́brio (P0 , ρ0 ).
P = p0 + p |p| << p0
ρ = ρ0 + ϵ |ϵ| << ρ0
( )
p P − p0 ∆P ∂P
= = = (4)
ϵ ρ − ρ0 ∆ρ ∂ρ 0
‘‘A variaç~ao de press~
ao máxima que o nosso ouvido pode suportar sem sensaç~
ao de
dor é um milésimo da press~ao atmosférica".
p
| | < 10−3
p0
n
P = RT → P ∝ ρ
V
P = const ρ (5)
Segue-se que ( )
∂P P
= const = (6)
∂ρ T ρ
assim
( )
∂P P0
= (7)
∂ρ T,0 ρ0
OBS. Para que a temperatura de uma massa de gás se mantenha constante é preciso
que haja troca de calor com o meio ambiente externo durante o processo termodin^ amico.
Quando o processo ocorre de forma brusca, ou seja tão rápido que não há tempo de haver
troca de calor, isso pode ser caracterı́stica de um processo adiabático.
(ii) Processo Adiabático : não há trocas de calor .
P V γ = constante (8)
Não é difı́cil de mostrar que :
P ∝ ργ e nesse caso
P = constante ργ ≡ bργ (9)
( )
∂P
= bγργ−1
∂ρ A
P
= γ
ρ
( )
∂P P0
⇒ = γ (10)
∂ρ A,0 ρ0
Relaç~
ao deslocamento - densidade
s(x+dx,t)
x x+dx
V V'
s(x,t)
Figura 1: Figura mostrando o deslocamento s(x,t) sofrido pelas partı́culas no fluido de coordenadas
x, no instante t. O volume V é deslocado para o volume V’
Seja s(x, t) o deslocamento sofrido pelas partı́culas do fluido na secção transversal A no instante
t. O volume do fluido entre x e x + ∆x é
A variação do volume
( )
′ ∂s(x, t)
∆V = V − V = A∆x
∂x
Então
∆V ∂s(x, t)
=
V ∂x
Como pela equação (2)
∆ρ ∆V ∂s(x, t)
− = = (11)
ρ V ∂x
tem-se,
∂s(x, t) ρ − ρ0 ϵ ϵ
= − = − −≈ − (12)
∂x ρ ρ ρ0
ou ainda,
∂s(x, t)
ϵ = −ρ0 (13)
∂x
Relaç~
ao press~
ao deslocamento
Sendo a massa de fluido ∆m
∂ 2 s(x, t) ∂P
∆m = −∆V
∂t2 ∂x
2
∂ s(x, t) ∂P (x, t)
ρ0 ∆V = −∆V
∂t2 ∂x
2
∂ s(x, t) ∂P (x, t)
ρ0 = − (17)
∂t2 ∂x
( )
∂ 2 s(x, t) ∂P ∂ 2 s(x, t)
ρ0 − ρ 0 = 0
∂t2 ∂ρ 0 ∂x2
1 ∂ 2 s(x, t) ∂ 2 s(x, t)
( ) − = 0 (19)
∂P ∂t2 ∂x2
∂ρ 0
Esse resultado foi obtido por Newton e publicado nos “Principia´´. O modelo usado por
Newton era análogo ao de molas acopladas . Nas condições normais de temperatura e pressão
o
P0 = 1 atm = 1,01 x 105 N/m2 , T = 0 C = 273 K e a densidade ρ0 ≈1,29 kg/m3 .
Com o uso da (21) obtem-se a velocidade
√
P0
v == ≈ 280m/s
ρ0
M M RT P RT
PV = RT ⇒ P = ⇒ =
m V
|{z} m ρ m
ρ (23)
O comprimento de onda é
1
λ = v·τ = v·
f
As ondas sonoras audı́veis estão na faixa situada entre as freqüências ≈ 20 Hz e ≈ 20 kHz.
Sabendo-se que a velocidade do som no ar é de ≈ 340 m/s os comprimentos de onda correspon-
dentes ao som que nosso ouvido humano pode distinguir está situado entre 17,0 m e 1,7 cm.
As ondas de pressão p(x, t) associadas as ondas de deslocamento s(x, t) conforme indicado
na equação (18) ou seja,
∂s(x, t)
p(x, t) = −ρ0 v 2 (29)
∂x
Dessa forma temos que a onda de pressão deve ter a forma
∂s(x, t)
F = ω A pm sm sen2 (kx − ωt + ϕ) (33)
∂t
Sendo a potência média da onda expressa em termos da intensidade I,
1 ∂s(x, t) 1
I =
F = ω pm sm (34)
A ∂t 2
Usando (31) e que v = ω/k tem-se
1
I = 2 ρ0 v ω 2 s2m (35)
1 p2m
I = 2 ρ0 v (36)
Exercı́cio
A pressão máxima de ondas sonoras que o ouvido humano pode suportar é cerca de 28 Pa à
1.000 Hz . O som mais fraco que pode ser ouvido a 1.000 Hz tem amplitude de pressão cerca de
2,8 × 10−5 Pa. Determinar sm .
soluç~
ao
2π 2π f 2π × 103 Hz
k = = = = 18, 3 rad/m (37)
λ v 340m/s
Sendo ρar = 1,21 kg/m3 tem-se que, usando (31) a amplitude de deslocamento, sm máxima e
mı́nima serão,respectivamente,
pm 28 N/m2
smax = =
m
k ρ v2 18, 3rad/m · 1, 21kg/m3 · (343m/s)2
−5
= 1, 1 × 10 m
pm 2, 8 × 10−5 N/m2
smin = =
m
k ρ v2 18, 3rad/m · 1, 21kg/m3 · (343m/s)2
= 1, 1 × 10−11 m ≈ 0, 1raio atomico (38)
Escala decibel - dB
Para medir potência ou intensidade de sons com freqüências distintas é mais útil utilizar variações
de pressão. Pois de fato, medir pequenos (ordem de grandeza do raio atômico) deslocamentos
pode ser uma tarefa não muito fácil
A intensidade I0 correspondente ao limiar de audibilidade , ou seja abaixo do qual nada se
ouve, corresponde ao zero da escala ”0 dB”. Como encontrado no exercı́cio anterior, corresponde
◦
a amplitude de deslocamento smin
m = 0, 1 A. Essa intensidade é dada por (36)
1 pm (2, 8 × 10−5 )2 N 2 /m4
I0 = = 0, 5 ≈ 10−12 W/m2
2 ρ0 v 1, 21kg/m3 · (343)2 m2 /s2
A escala de nı́vel sonoro ”SL” é dada pela expressão
I
SL(I) = 10 log10
I0
0, 32W/m2
= 10 log10 = 115dB (40)
10−12 W/m2
n λn = 2L
2L
λn =
n
n·v
fn = (41)
2L
sendo n , n = 1, 2, 3, . . . ,
n λn = 4L
4L
λn =
n
n·v
fn = (42)
4L
sendo n ı́mpar, n = 1, 3, 5, . . . ,
Efeito Doppler
Observador em movimento e fonte estacionária
A freqüência recebida f ′ pelo ouvinte é o número de ondas recebidas por unidade de tempo
vt/λ + vo t/λ
f′ = (43)
t
sendo v velocidade do som no meio, vo a velocidade do observador.
Quando um ouvinte se move em direção à uma fonte estacionária o freqüência do som detectada
pelo ouvinte é maior do que a medida quando ele está em repouso. Já se o observador se afasta
da fonte vo → vo o som percebido pelo observador será mais grave.
Nesse caso,
vt/λ − vo t/λ
f′ = (44)
t
para o observador se afastando da fonte.
As fórmulas acima podem ser reunidas, para o caso de observador movendo-e em direção à
fonte ou se afastando dela , pela expressão,
v ± vo
f′ = f v (45)
λ′ = v/f − vF /f (46)
A freqüência observada pelo ouvinte será
v v
f′ = = f
λ′ v − vF
Já se a fonte estiver se afastando do observador em repouso,
v v
f′ = ′ = f
λ v + vF
A relação geral para um observador em repouso e uma fonte que se move através do meio é
f′ = f v
v ∓ vF (47)
v ± vo
f′ = f v ∓ vF (48)
Note que, conforme discussão anterior, convencionamos o primeiro sinal para aproximação e
o segundo para afastamento.
Exercı́cios
P
I = (49)
4πr2
O nı́vel sonoro ”SL” é dado por
( )
I
SL(I) = 10 · log10
I0
( )
P
= 10 · log10
4πr2 I0
( )
1012
= 10 · log10
4π22
= 102, 98 dB (50)
1 p2m
I = · (51)
2 ρ0 v
então a amplitude de pressão pm será dada por
p2m = 2Iρ0 v
1W kg m
= 2 2
· 1, 3 3 · 340
16πm m s
pm = 4, 19N/m2 (52)
p m = ρ0 v 2 k s m (53)
tem-se
pm pm pm
sm = 2
= 2
=
ρ0 v k ρ0 v ω/v ρ0 vω
pm
sm = = 0, 015mm (54)
ρ0 v2πf
( )
P
(SL(r = 2) − 10) dB = 10 · log10 dB
4πr2 I0
( )
P
(103 − 10) dB = 10 · log10 dB
4πr2 I0
( )
P
9, 3 dB = log10 dB
4πr2 I0
1012
109,3 =
4πr2
√
1012,0−9,3
r = = 6, 32m (55)
4π
• Ultra-som com freqüência de 4,50 MHz é usado para diagnóstico de tumores em tecidos
macios. (a) Qual é o comprimento de onda no ar dessa onda sonora ? (b) Se a velocidade
do som no tecido valer 1.500 m/s, qual será o comprimento de onda nele ?
◦
• Calcule o módulo volumétrico da água a 20 C, cuja densidade é 0,998 g/cm3 e onde a
velocidade do som é 1.497 m/s.
• Considere o animal terrestre que se desloca com a metade da velocidade do golfinho. Qual
deles tem a tonalidade de seu som mais afetada pelo efeito Doppler ? Por quê ?
• Que comprimento deve ter um tubo de um órgão aberto num extremo e fechado no outro
o
para produzir como tom fundamental, a nota dó da escala média, f= 262 Hz, a 15 C,
quando a velocidade do som no ar 341 m/s ? Qual é a variação na freqüência ∆f quandoa
o
temperatura sobe para 25 C ?
Soluç~
ao
Sabe-se que para um tubo com apenas uma extremidade aberta
v
f = n (56)
4L
Assim para o tom fundamental n = 1,
v 341m/s
L = 1· = = 0, 325m
4f 4 · 262s−1
Sabendo-se
√ que a freqüência é dada pela expressão acima (56) e lembrando que v =
γRT /m , tem-se
( )
f2
∆f = f2 − f1 = f1 −1
f1
(√ )
T2
= f1 −1
T1
(√ ) (√ )
298 298
∆f = f (T1 ) · −1 = 262Hz −1
288 288
∆f = 4, 5 Hz (57)
• Um carro à velocidade de 40 m/s é perseguido numa estrada reta por outro carro à velocidade
de 30 m/s. Tentando chamar a atenção, o carro de trás toca a buzina, cuja freqüência é de
200 Hz. Com que freqüência a buzina é ouvida pelo carro da frente ?
Soluç~
ao
Usando o resultado (48) encontra-se
343 − 40
f ′ = 200 Hz = 194 Hz (58)
343 − 30
• A velocidade do som em um certo metal é V . Uma das extremidades de um tubo desse
metal, de comprimento L, recebe um golpe forte. Uma outra pessoa na outra extremidade
do tubo escuta dois sons, um oriundo da onda que se propaga através do tubo e o outro que
se propaga no ar. (a) Sendo v a velocidade do som no ar, qual é o intervalo de tempo t,
decorrido entre a percepção dos dois sons ? (b) Bate-se com um martelo numa barra longa
de alumı́nio. Uma pessoa cujo ouvido está na outra extremidade ouve os sons com intervalo
de 120 ms. Qual é o comprimento da barra ? Dado: para o alumı́nio V = 6420,0 m/s .
• Dois trens viajam em sentidos opostos, sobre trilhos, com velocidades de mesma magnitude
. Um deles vem apitando. A freqüência do apito percebida pelo passageiro do outro trem
varia entre valores de 348 Hz, quando estão se aproximando, e 259 Hz, quando estão se
afastando. Usando que a velocidade do som 340 m/s. (a) Qual é a velocidade dos trens em
km/h ? (b) Qual é a freqüência do apito ?
• O nı́vel sonoro de uma certa onda sofre um acréscimo de 30 dB. Mostre que (a) a intensidade
sofre um acréscimo por um fator de 1000 ; e (b) a amplitude de pressão aumenta por um
fator de 32 aproximadamente .
• (a) A corda de tom mais agudo de um violão é afinada em mi, com freqüência de 329,6 Hz.
Sendo ρ = 7,87 g/cm3 a densidade do aço e L=660 mm o comprimento da corda, calcule a
tensão aplicada. (b) A tensão máxima que um fio de aço pode suportar com segurança é
nominalmente T = 7,0× 108 N/cm2 . Calcule a freqüência máxima na qual a corda pode ser
afinada.
• Um carro de polı́cia soa sua sirene e está se aproximando a 27 m/s de um pedestre esta-
cionário. O policial no carro escuta a sirene a 12,6 kHz e o pedestre , a 13,7 kHz. Determine
a temperatura do ar. Suponha que a velocidade do som no ar aumente linearmente com a
◦ ◦ ◦
temperatura no intervalo de 0 C a 20 . Dados v(som) = 331 m/s a 0 C e v(som) = 343
◦
m/s a 20 C.
3,0 m
4,0 m
C
2,0 m
Figura 3: Pequenas fontes sonoras localizadas nos pontos A e B emitem com potências diferentes
e são detectadas no ponto C.
• Duas pequenas fontes sonoras (Figura.3) emitem ondas em potências diferentes . A fonte A
tem potência 1.0 m W, enquanto a fonte B têm potência de 1.5 m W. Determine nı́vel de
intensidade sonora no ponto C se , (a) apenas a fonte A emite som, (b) apenas a fonte B
emite som , (c) ambas as fontes emitem.