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INVESTIGAÇÃO EM MINERALOGIA DE SOLOS

INTRODUÇÃO SOBRE O CURSO

Fornecer ao aluno conceitos sobre técnicas de análise


para o investigar os minerais que constituem os solos

Importante conhecer a mineralogia pois as propriedades


físicas e químicas dos solos estão relacionadas aos
constituintes minerais (além da parte orgânica)
CONCEITOS FUNDAMENTAIS

Algumas propriedades importantes dos materiais sólidos dependem dos


arranjos geométricos dos átomos e das interações entre os átomos e
moléculas

Átomo é constituído por um núcleo contendo prótons(+) e nêutrons


circundado por elétrons(-)

Cada elemento é caracterizado pelo NÚMERO ATÔMICO-Z (o número de


prótons - varia de 1 para o H a 110 para o Mt) e pela NÚMERO DE MASSA - A
(soma do número de prótons e o número de nêutrons)
Modelos Atômicos

Modelo de Bohr

Assume-se que os elétrons giram em torno do núcleo


em orbitais discretos e que a posição de um elétron
em particular é mais ou menos bem definida em
termos do seu orbital
(Apresenta limitações significativas, não sendo adequado
para explicar vários dos fenômenos envolvendo elétrons)

Modelo Quântico

O elétron apresenta características tanto de onda quanto de partícula. Seu


movimento é descrito por equações matemáticas que governam o
movimento de onda. O elétron não é mais tratado como uma partícula que
se movimenta num orbital discreto. Sua posição é descrita por uma
distribuição de probabilidade ou nuvem eletrônica. Ou seja a probabilidade
de se encontrar um elétron em vários locais em torno do núcleo.
Comparação em termos da
distribuição eletrônica entre o
Modelo Atômico de Bohr e o
Modelo Quântico para o átomo
de H

(a) modelo atômico de Bohr


(b) modelo quântico
Para nossos objetivos o modelo de átomo utilizado será
aquele que supõe que o átomo é uma esfera mais ou
menos rígida.

A partir deste modelo estudaremos as ligações e


interações entre os átomos
Os elementos químicos são classificados de acordo com sua configuração
eletrônica em uma tabela periódica

Os elementos são dispostos em sete períodos (linhas horizontais) de acordo com


o aumento do Z

Os elementos colocados numa mesma coluna ou grupo apresentam estrutura


de valência e propriedades físicas e químicas semelhantes
Uma característica importante dos elementos quando se considera seu
comportamento na natureza é a eletronegatividade χ

χ = (energia de ionização + afinidade eletrônica)/2

dificuldade de arrancar facilidade de adicionar


um e- de um elemento um e- a um elemento
H He
Li Be B C N O F Ne 0.75 - 1

Na Mg Al Si P S Cl Ar 1 - 1.6

K Ca Sc Ti V Cr Mn Fe Co Ni Cu Zn Ga Ge As Se Br Kr 1.6 - 2.1

Rb Sr Y Zr Nb Mo Tc Ru Rh Pd Ag Cd In Sn Sb Te I Xe 2.1 - 2.6

Cs Ba Hf Ta W Re Os Ir Pt Au Hg Tl Pb Bi Po At Rn 2.6 - 3.5

Fr Ra > 3.5

Eletronegatividade dos elementos dos grupos principais. Aumenta da esquerda


para direita, de baixo para cima

Estas propriedades dos elementos determinam os tipos de ligações


possíveis entre eles tanto no interior de edifícios cristalinos como em
soluções aquosas
TIPOS DE LIGAÇÕES ENTRE OS ÁTOMOS

Ligação Iônica

Sempre ocorre em compostos constituídos por elementos metálicos e não


metálicos
Grande diferença de χ entre os íons
Envolve a transferência de elétrons de um átomo (metálico) para outro

Resulta da atração eletrostática entre dois íons de cargas opostas


A ligação é não-direcional (a intensidade da ligação é igual em todas as
direções em torno do íon)
Ligação Covalente

Compartilhamento dos elétrons de valência de dois átomos adjacentes

Diferença não muito grande de χ entre os íons

A ligação é direcional (é entre átomos específicos e pode existir somente na


direção entre um átomo e outro que participam do compartilhamento dos
elétrons )

* diamante – ligação covalente

** quanto maior a diferença de χ mais iônica;


quanto menor a diferença de χ mais
covalente
Ligação Metálica

É encontrada em metais e suas ligas


Metais apresentam de um a três elétrons na camada de valência
Os elétrons da camada de valência não se ligam a um átomo em
particular num sólido e são mais ou menos livres para se deslocar atráves
de todo metal (pertencem ao metal como um todo, formam um “mar de
elétrons ou uma nuvem eletrônica)
Os demais elétrons e os núcleos formam os centros com carga positiva
A ligação é não-direcional. A nuvem de elétrons
funciona como uma blidagem evitando a repulsão
eletrostática entre os centros atuando igualmente
em todas as direções
Observações

As ligações químicas iônica, covalente e metálica são as mais importantes


para os estudos dos sólidos de interesse para o curso

As ligações de van der Waals e ponte de hidrogênio são menos


importantes para o curso, sendo mais fracas quando comparadas com as
iônicas, covalentes e metálicas

Ligações de van der Waals e ponte de hidrogênio resultam das forças de


atração entre dipolos elétricos, os quais podem ser induzidos ou
permanentes

No caso da ponte de hidrogênio a importância reside no fato que nos


argilo-minerais os íons compensadores de cargas estão sempre hidratados
e as ligações entre eles e as estruturas dos minerais se faz através das
pontes de hidrogênio
CONCEITOS BÁSICOS - CRISTAIS

Materias sólidos podem ser classificados em cristalinos e amorfos de acordo


com a regularidade com a qual átomos, íons ou moléculas estão arranjados
um com relação aos outros no espaço

Materiais cristalinos são compostos por átomos, moléculas ou íons


arranjados de uma forma periódica em três dimensões. As posições
ocupadas seguem uma ordenação que se repete para grandes distâncias
atômicas (de longo alcance)

Materiais não cristalinos ou amorfos são compostos por átomos,


moléculas ou íons que não apresentam uma ordenação de longo alcance.
Podem apresentar ordenação de curto alcance
Diferentes arranjos do tetraédro de Si e O

Cristobalita (b) e Quartzo (d) – Material cristalino

Vidro (c) – Material não cristalino ou amorfo


Algumas propriedades dos sólidos cristalinos dependem da estrutura
cristalina

A estrutura cristalina é a maneira como


átomos, moléculas ou íons se encontram
espacialmente arranjados
A ordem atômica nos sólidos cristalinos indica que pequenos grupos de
átomos formam um padrão repetitivo. Isto leva a um conceito importante
em cristalografia o da cela unitária

A cela unitária representa a estrutura fundamental de um cristal e é


definida como o menor poliedro que repetido tridimensionalmente
reproduz o cristal

Cela unitária Cela unitária de


representada por um reticulado
Sólido cristalino CFC esferas rígidas cristalino.
Reticulado cristalino
É o padrão regular de átomos, íons ou moléculas em um sólido cristalino.
Pode ser entendido com produzido por translações repetidas da cela unitária

Sólido cristalino no qual os átomos são Reticulado cristalino


representados por esferas rígidas

No reticulado cristalino dois pontos quaisquer têm a mesma


vizinhança.
Qualquer ponto da célula unitária que for transladado de um múltiplo inteiro de
parâmetros de rede ocupará uma posição equivalente em outra cela unitária

Os parâmetros de rede, em número de seis, definem geometria da célula


unitária

Geometricamente uma célula unitária pode ser representada por um


paralelepípedo. (as celas unitárias para a maior parte das estruturas cristalinas são
paralelepípedos ou prismas) . Neste paralelepípedo são defenidos os parâmentros de
rede

Parâmetros de rede
a, b e c - comprimento das três arestas
do paralelepípedo
α, β e γ - ângulos entre as arestas
Diferentes combinações dos parâmetros de rede definem 7 sistemas
cristalinos que representam as estruturas dos minerais
Existem 14 maneiras de distribuir os pontos no espaço de maneira periódica
que definem as redes de Bravais

a=b=c
α=β=γ=90º

cúbico simples cúbico de corpo cúbico de faces


centrado (CCC)
centradas (CFC)

a=b≠c

α=β=90º
γ=120º

tetragonal simples tetragonal de corpo


a=b≠c centrado
hexagonal α=β=γ=90º
a=b=c
α=β=γ≠90º

romboédrico

ortorrômbico de faces ortorrômbico de corpo ortorrômbico simples


centradas centrado

a≠b≠c
α=β=γ=90º

ortorrômbico de bases
centradas
a≠b≠c
α = γ = 90º ≠ β

monoclínico simples monoclínico de bases


centradas

a≠b≠c

α ≠ β ≠ γ ≠ 90º

triclínico
Quando tratamos com estruturas cristalinas muitas vezes é necessário
especificar um plano ou uma direção cristalográfica. Para isso utilizamos
índices

A base para determinar os valores dos índices é a cela unitária, com um


sistema de coordenadas (x, y, z) centrado em um dos vértices e coincidente
com o lado da cela

Para os sistemas hexagonal, romboédrico, monoclínico e triclínico os três eixos


não são mutuamente perpendiculares
Exemplos para sistemas cúbicos
Direções cristalográficas
A determinação de direções serve principalmente para especificar
propriedades dos sólidos. Por exemplo, se um material tem uma direção
preferencial onde se observa maior fragilidade, pode ser interessante indexá-
la
Direção cristalográfica: vetor que une dois pontos da
rede cristalina.
Procedimento para determinação de uma direção
cristalográfica:
transladar o “vetor direção” de maneira que ele
passe pela origem do sistema de coordenadas
determinar a projeção do vetor em cada um dos
três eixos de coordenadas. Essas projeções
devem ser medidas em termos dos parâmetros
de rede (a,b,c)
multiplicar ou dividir esses três números por um
fator comum, tal que os três números
resultantes sejam os menores inteiros
possíveis.
representar a direção escrevendo os três números
entre colchetes: [u v w]
x y z
projeções ½xa 1xb Oxc
projeções em ½ 1 0
termos de a,b e c
redução a mínimos 1 2 0
inteiros
notação [120]

Valores negativos são possíveis ---- representação, sinal negativo sobre o número.
[11 1] significa que o vetor tem uma componente em -y
Planos cristalográficos

A determinação de planos cristalográficos serve para identificação de cristais


por difração de raios-X.

O procedimento é similar ao da direção. A base é a cela unitária, com um


sistema de coordenadas (x, y, z) centrado em um dos vértices e coincidente
com o lado da cela

Os planos cristalográficos são especificados pelos três índices de Miller


(hkl)
Procedimento para determinação de (hkl)

Determinar os interceptos do plano com os eixos do sistema de


coordenadas em termos dos parâmetros de rede a,b e c.
Se o plano passar pela origem, transladar a origem do sistema de
coordenadas para a cela unitária adjacente
Obter os recíprocos desses três interceptos. Se o plano for paralelo a um
dos eixos, considera-se o intercepto infinito e o seu recíproco zero
As vezes é necessário multiplicar ou dividir esses três recíprocos por um
fator comum, tal que os três números resultantes sejam os menores
inteiros possíveis
Representar na forma ( h k l )
Planos cristalográficos

Interceptos negativos são possíveis

É possível também fazer a indexação


de planos e direções no sistema
hexagonal
Outro conceito importante quando se estuda estruturas cristalinas é o de
número de coordenação

O número de coordenação cristalina de um íon numa


rede cristalina é definido como o número de íons vizinhos
de carga oposta que se dispõem na sua máxima
proximidade

Numa estrutura cristalina estável, cada cátion encontra-se aproximadamente


no centro de um poliédro formado por ânions. O número de ânions no
poliédro é o número de coordenção do cátion em relação ao determinado
ânion e é determinado pelos seus tamanhos relativos
NC Na = 6
NC Cl = 6

Estrutura do NaCl
(Halita)
CaF2
NC Ca = 8
NC F = 4

Estrutura do CaF2
(Fluorita)
Dependendo da relação entre os raios do íons o tipo de coordenação muda

Assumindo esferas rígidas de raios unitários, pode-se calcular os limites para as


razões dos raios dos cátions e ânions (Rc/Ra) que determinam cada coordenação

Coordenação cúbica (NC 8)


(Rc/Ra) 0,732-1,00 (CsCl)
Octaédrica (NC 6)
(Rc/Ra) 0,732-0,414 (NaCl)
Tetraédrica (NC 4)
(Rc/Ra) 0,414-0,225 (SiO2)
Triangular (3)
(Rc/Ra) 0,225-0,155 (NO3)
Linear (2)
(Rc/Ra) < 0,155 (Cu2O)
Grande parte dos minerais se cristalizam em
estruturas baseadas no empacotamento
compacto de ao menos um dos elementos
que os compõem

Assumindo o modelo de esferas rígidas e a igualdade de


tamanho, tem-se que os íons (ou átomos) podem ser
arranjados tridimensionalmente de duas maneiras -
CC (cúbico compacto) e HC (hexagonal
compacto)
Hexagonal Compacto

a
Cúbico compacto
Minerais
Os minerais representam arranjos de átomos ou íons associados
através de diferentes tipos de ligações

Estes arranjos são mais comumente organizados em edifícios


geométricos e periódicos, isto é em cristais (que correspondem à
minimização de energia total do sistema, sob condições físico-químicas determinadas)

Possuem composição, estrutura e propriedades definidas (importantes


de serem conhecidas para que se possa compreender seu comportamento no ciclo supérgeno)

O comportamento dos elementos químicos que formam os


minerais das rochas, do solo ou dissolvidos nas águas superficiais
dependem de suas estruturas atômicas, as quais determinam suas
grandes propriedades
MINERAIS

Elementos ou compostos químicos,


com composição definida dentro de
certos limites, cristalizados segundo uma
ordem tridimensional determinada, e
formada naturalmente por meio de
processos inorgânicos
• Existem mais de 2000 espécies minerais na natureza
• Composição química simples da crosta (8 elem.=99% em peso) um pequeno número de
minerais aparecem representados nas rochas que ocorrem na superfície da Terra

Minerais formadores de rochas

Silicatos (Si, O) – 97% da crosta

Constituição mineralógica (crosta)

Mineral % em volume

Feldspatos 58
Piroxênio e Anfibólio 13
Quartzo 11
Micas e Argilominerais 10
Olivinas 3
Epidoto, Granada, Zeólita 2

Carbonatos, Óxidos, Sulfetos 3


Óxidos
Hidróxidos
Oxihidróxido
Carbonatos
3% dos minerais Sulfetos
Sulfatos
Haloides
Elementos nativos

Normalmente aparecem nas rochas em quantidades reduzidas

Quando concentrados formam, em geral, minérios (calcário, hematita,


gibbsita, calcopirita, galena, gipso, evaporitos)
Classe Ânion Exemplos

Silicatos Íon silicato [SiO44-] Quartzo (SiO2), Olivina


(Mg2SiO4), Piroxênios

Óxidos Íon oxigênio [O2-] Hematita (Fe2O3), Gelo (H2O)

Hidróxidos / Íon hidroxila [OH-] / Gibbsita Al(OH)3 /


Oxihidróxidos OOH Goethita (αFeOOH)
Carbonatos Íon carbonato [CO32-] Calcita (CaCO3)

Sulfetos Íon sulfeto [S2-] Pirita (FeS2), Galena (PbS)

Sulfatos Íon sulfato [SO42-] Gipso (CaSO4.2H2O), Barita


(BaSO4)

Haletos Vários íons[Cl-], [F-],[Br-],[I-] Halita (NaCl), Fluorita (CaF2)

Elementos Sem ânions Ouro (Au), Cobre (Cu)


Os minerais mais importantes na superfície da Terra,
pela abundância e certas propriedades são os

SILICATOS, ÓXIDOS, HiDRÓXIDOS e


carbonatos
Estruturas dos Silicatos

São os minerais mais abundantes na superfície


da listosfera

A estrutura fundamental dos silicatos consiste


em um arranjo de quatro O2- dispostos nos
vértices de um tetraedro regular circundando e
sendo coordenado por um átomo de Si4+ no
centro

As ligações entre o Si e O são 50% iônica


(atração pelos íons de cargas opostas) e 50%
covalente (compartilhamento de elétrons)
A estrutura dos silicatos pode ser visualizada pela associação dos
tetraedros, isto é pela associação de grupos [SiO4]4-

A classificação dos silicatos está baseada no grau de polimerização dos


grupos [SiO4]4- ligados por vértices comuns
Nesossilicatos: são constituidos de tetraedros isolados, sem
vértices comuns. Os grupos [SiO4]4- são ligados entre-si por
cátions de tamanho médio. Os principais nesossilicatos são :
olivinas, estaurolita, granadas

Sorossilicatos: são constituidos de pares de tetraedros ligados


por um vértice em comum. Os principais representantes são os
epidotos

Ciclossilicatos: são constituidos de tetraedros [SiO4]4- com dois


vértices comuns agrupados em aneis de 3, 4, 6 tetraedros ou
mais. Os principais são berilo, turmalina, cordierita
Inossilicatos: são constituidos de tetraedros [SiO4]4-
com dois ou três vértices comuns, agrupados em
cadeias lineares simples ou duplas. Os principais
representantes dessa categoria são os piroxênios
(cadeias simples, inossilicatos em cadeia) e os
anfibolios (cadeias duplas, inossilicatos em fitas)

Filossilicatos: são constituídos de tetraedros


[SiO4]4- com três vértices em comum,
arranjados em camadas bidimensionais. Os
principais constituintes são as micas,
coloritas, argilominerais, talco, pirofilita e
serpentinas

Tectossilicatos: são constituidos de


tetraedros [SiO4]4- com quatro vértices
comuns, portanto todos ligados entre-si,
formando um arranjo tridimensional. Sua
formula geral é [(Si,Al)O2]n. Os principais são
quartzo, feldspatos, feldspatóides, zeolitas
Tetraedros ocupados por cátions não podem ter faces (nunca) ou arestas (raro) comuns. Desta forma são ligados
pelos vértices
A estrutura dos grupos [SiO4]4- e eventualmente de outros ânions O2- é
cimentada por outros cátions que asseguram a coesão e o equilíbrio
eletrostático do conjunto

Os principais cátions que desempenham este papel são:

O Al3+ pode substituir o Si4+ na posição tetraédrica formando grupos [AlO5-]


Substituição iônica
Os minerais, em geral, não tem composição química rigidamente definida

Podem ocorrer grandes variações, por exemplo a olivina (Mg, Fe)2SiO4,


grande variação de Mg e Fe

Desde Mg2SiO4 (forsterita) a Fe2SiO4 (faialita) em todas as proporções

Acontece na formação dos minerais, entrada e saída em função da


compatibilidade de raio e carga, disponobiliade do íon no meio

A substituição se faz ao acaso no retículo cristalino. Não se distinguem no


cristal partes de Mg2SiO4 e Fe2SO4 é como se fosse “uma mistura”
homogênea

O CRISTAL É HOMOGÊNEO SOLUÇÃO SÓLIDA


Tectossilicatos:

Constituem a espécie mais abundante na litosfera (~ 75%). Ocorrem em


praticamente todas as rochas e solos.

Representam o grau mais elevado de polimeração

São constituidos de tetraedros [SiO4]4- com quatro vértices comuns (O compartilhados com
os tetraedros adjacentes), portanto todos ligados entre-si, formando um arranjo
tridimensional.

Estrutura eletricamente neutra

Minerais que apresentam este tipo de estrutura pertencem ao grupo da sílica


GRUPO DA SÍLICA

Embora a estrutura tridimensional é eletricamente neutra com formula


química (SiO2), existem diferentes formas dos tetraedros se disporem

Formação de diferentes minerais (polimorfos)

QUARTZO (11% em volume na crosta), tridimina, cristobalita, coesita,


estishovita

Quartzo – mais importante, rochas ígneas, sedimentares e metamórficas


Tectossilicatos:

Sua formula geral é [(Si,Al)O2]n

Ocorrência de Al3+ substituindo Si4+ nos tetraedos causa um desequilíbrio


de cargas (excesso de cargas negativas)
Equilíbrio de cargas é feito com a presença de cátions mono e bivalentes
(Na+, K+, Ca 2+ , Ba 2+)

Resultam em minerais que constituem outros grupos

Destaque especial GRUPO DOS FELDSPATOS


GRUPO DOS FELDSPATOS

58% em volume na crosta. Concentram-se principalmente nas rochas ígneas e


metamórficas

Mineral mais facilmente intemperizado. Sua decomposição leva a formação dos


argilominerais

Substituição de Si4+ por Al3+ nos tetraedos causa um desequilíbrio de cargas


(excesso de cargas negativas). Íons mono e bi valentes

K+ leva a formação polimorfos do KAlSiO3O8


Sanidina (alta temperatura 1000 oC) (algumas rochas vulcânicas)
ORTOCLÁSIO (750oC) (principalmente em rochas ígneas)
Microclina (600oC) (ígneas e metamorficas)
Na+ dá origem a albita (NaAlSiO3O8)

Ca2+ dá origem a anortita (CaAl2Si2O8)

No sistema KAlSiO3O8 - NaAlSiO3O8 - CaAl2Si2O8 pode ocorrer grande quantidade


de substituições iônicas entre K, Na, Ca o que leva à formação de séries de
solução sólida importantes

K (raio 1,33 A) e Na (0,97A) substituição total em alta temperatura e parcial em


baixa temperatura (35%)

K e Ca (0,98 A) substituição mais limitada tanto em alta com em baixa temperatura


(diferença de carga e tamanho)
Os feldspatos sódicos (albita) e cálcicos (anortita) constituem uma das
séries mais perfeitas de soluções sólidas da natureza

Na e Ca substituem-se em todas as proporções

A substituição Na por Ca é compensada pela substituição simultânea de


Si por Al

Série contínua de solução sólida recebe o nome SÉRIE DO


PLAGIOCLÁSIOS { (Na,Ca)(Al,Si)4O8 }
Alguns dos principais minerais (ou grupo de minerais)
formadores de rochas
(além dos tectossilicatos)

Grupo dos Piroxênios Inossilicato de cadeia simples


Minerais ferro-magnesianos
fases de um sistema MgSiO3 - FeSiO3 - CaSiO3
comum nas rochas básicas

Grupo dos Anfibólios Inossilicato de cadeia dupla


Minerais ferro-magnesianos
fases de um sistema (Si4O11(OH)2)14-, com Ca2+
Mg2+, Fe2+, Na+
comum em rochas ígneas e metamórficas
Grupo das Micas Filossilicatos (minerais 2:1)
Ex. Muscovita [mica branca KAl2(Si3Al)O10(OH)2)],
Biotita [ preta K(Mg,Fe++)3[AlSi3O10(OH,F)2]
Clorita [verde (Fe, Mg, Al)6(Si, Al)4O10(OH)8]
presente em todos os tipos de rochas

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