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HABERMANS - para A Reconstrução Do Materialismo Histórico PDF
HABERMANS - para A Reconstrução Do Materialismo Histórico PDF
Para a Reconstrução
do Materialismo Histórico
Tradução:
Carlos Nelson Coutinho
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M LJ 1983
40 anos de bons livros
Para a Reconstrução
do Materialismo Histórico
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O conceito de modo de produção não é suficientemente abstrato
para captar as características universais de um nível de desenvolvi
mento social. Os modos de produção podem ser comparadosjentre si
nos seguintes planos: a) a regulamentação doucessoaos meios de pro
dução; e b) a compatibilidade estrutural dessas regras com o que, em
cada oportunidade concreta, é o estágio de desenvolvimento das forças
produtivas. No primeiro plano, Marx estabelece uma diferença entre
propriedade comum e propriedade privada. O ponto de vista da dispo
nibilidade exclusiva sobre os meios de produção, contudo, limita-se
apenas a delimitar as sociedades de estrutura classista das que não têm
uma estrutura de classe. A diferenciação ulterior — com base nos graus
de afirmação da propriedade privada e das formas da exploração
(exploração estatal da comunidade aldeã, escravidão, servidão da
gleba, trabalho assalariado) — revelou-se até agora excessivamente
imprecisa para permitir comparações unívocas.50 Finley propõe, numa
tentativa de concretização, os seguintes pontos de vista:51 reivindicações
de propriedade versus poder sobre as coisas; poder sobre a força de
trabalho versus poder sobre os movimentos humanos; poder de punição
versus imunidade da punição; privilégios versus responsabilidades no
processo judiciário; privilégios no âmbito da família; privilégios de
mobilidade social, horizontal e vertical; privilégio versus deveres na
esfera sagrada, na esfera política e na militar. Esses pontos de vista
sociológicos gerais permitem certamente uma descrição mais concreta
da estrutura econômica dada em cada oportunidade, mas — ao mesmo
tempo — ampliam a análise em vez de aprofundá-la. O resultado desse
procedimento seria uma dispersão pluralista do leque dos modos de
produção e um esmaecimento de sua lógica de desenvolvimento. No
final desse caminho indutivista, temos o abandono do conceito de
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NOTAS
(59) G. E. Lenski, Power and Privilege, Nova Iorque, 1966; também eu defendi
.uili'iioi mciite essa tese em Technik und Wissenschaft, cit., p. 66, e em Theorie der
Gesellschaft, cit., pp. 153-173.
(<><() R. L. Carneiro, “Eine Theorie zur Entstehung des Staates” , em Eder,
Klassengesellschaften, cit., pp. 153-175.
((>1) K. A. Wittfogel, Wirtschaft und Gesellschaft Chinas, Leipzig, 1931; idem,
( IrientalischerDespotismus, Colônia, 1962.
(62) R. Coulborn, “Struktur und Prozess im Aufstieg und Niedergang zivilisierter
<«-Seilschaften”, em Schulin, Universalgeschichte, cit., pp. 145-175; R. L. Carneiro,
"linlstehungdes Staates” , cit.
(63) Baseio-me no esboço apresentado por K. Eder ao XVII Congresso de Socio
logia alemão, em Kassel (1974).
(64) Ibidem, p. 14.
(65) Ibidem, p. 15.
(66) Ibidem.
(67) “A contradição profunda residia no fato de que, em certas fases, o domínio
sobre a natureza e a auto-realização do homem entravam necessariamente em oposição,
já que o primeiro processo exigia — para aumentar sua eficácia — a escravidão como
meio para realizar organização e mobilidade (da força de trabalho), enquanto o segundo
tem como m eta e como base a liberdade. Todavia, o primeiro processo — o domínio
sobre a natureza — adquire sentido, em última instância, somente se o segundo processo
— a auto-realização do homem — chega à humanização das relações humanas” (Ch.
Welskopf, Schauplatzweschel, cit., p. 131).
(68) K. Popper, The Poverty ofH istoricism , Londres, 1966.
(69) C. H. Waddington, The Ethical Anim al, Chicago, 1960.
(70) Sobre isso, cf. W. Leppenies e H. H. Ritter (eds.), Orte des wilden Denkens,
Frankfurt, 1970.
(71) Isso é posto em evidência também por Piaget como sendo o momento que
liga os diversos estruturalismos: J. Piaget, Der Strukturalismus, Olten, 1974 (ed. brasi
leira: O E struturalism o, Difel, São Paulo, 1970).
(72) C. Lévi-Strauss, La pensée sauvage, Paris, 1962 (ed. bras. citada); M.
Godelier, “Mythos und Geschichte” , in K. Eder (ed.), Klassengesellschaften, cit.,
pp. 301-330.
(73) L. Kohlberg, Zur kognitiven Entw icklung des K indes, cit.
(74) S. Goeppert e H. C. Goeppert, Sprache und Psychoanalyse, Hamburgo,
1973; R. Döbert, “Zur Logik des Übergangs von archaischen zu hochkulturellen Reli
gionssystemen” , in K. Eder (ed.), Klassengesellschaften, cit., pp. 330-336; B. Schlie-
ben-Lange, Linguistische Pragmatik, Stuttgart, 1975.
(75) C. G. Childe, What happened in History, Nova Iorque, 1946 (ed. brasileira:
O que aconteceu na história?, Zahar, Rio, 1960); L. A. White, The Science o f Culture,
Nova Iorque, 1949.
(76) Theory and Culture Change, Urbana, 1955.
(77) T. Parsons, Gesellschaften, Frankfurt, 1975 (ed. brasileira: A s sociedades,
Pioneira, São Paulo); G. Lenski, Human Societies, Nova Iorque, 1930; para uma crítica
desses textos, cf. P. I. Utz, “Evolutionism Revised” , in Comp. Stud. Soc. and H ist., XV,
1973, pp. 227-240; N. Luhmann, Zweckbegriff und Systemrationalität, Frankfurt, 1974.
(78) E. S. Dünn, Economic and Social Development, Baltimore, 1971, pp. 80 e
ss.
(79) Ibidem.
(80) Ibidem, pp. 160 e ss.
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