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Departamento Estadual de Trânsito do Ceará

DETRAN-CE
Agente de Trânsito
A apostila preparatória é elaborada antes da publicação do Edital Oficial com
base no Edital anterior, para que o aluno antecipe seus estudos.

MA008-2017
DADOS DA OBRA

Título da obra: Departamento Estadual de Trânsito do Ceará - DETRAN-CE

Cargo: Agente de Trânsito

Atualizada até 05/2017

(Baseado no Último Edital do Concurso)

• Língua portuguesa
• Raciocínio Lógico
• Conhecimentos Gerais e Atualidades
• Legislação de Trânsito
• Regulamentação de Transportes Públicos de Passageiros

Gestão de Conteúdos
Emanuela Amaral de Souza

Produção Editorial/Revisão
Elaine Cristina
Igor de Oliveira
Suelen Domenica Pereira

Capa
Rosa Thaina dos Santos

Editoração Eletrônica
Marlene Moreno

Gerente de Projetos
Bruno Fernandes
APRESENTAÇÃO

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SUMÁRIO

Língua Portuguesa

Compreensão e estruturação de textos. ..................................................................................................................................................................01


Ortografia: emprego das letras e acentuação gráfica. ......................................................................................................................................07
Emprego das classes de palavras. Prefixos e sufixos. .........................................................................................................................................15
Valores semântico-sintáticos das preposições e das conjunções..................................................................................................................15
Correspondências semântico-estruturais na construção de períodos e orações. .................................................................................51
Regência nominal e verbal. ............................................................................................................................................................................................67
Concordância nominal e verbal. ..................................................................................................................................................................................73
Colocação dos termos na frase. ...................................................................................................................................................................................79
Emprego do acento indicativo da crase. .................................................................................................................................................................80
Semântica: sinônimos, antônimos, homônimos e parônimos. ......................................................................................................................85
Emprego dos sinais de pontuação..............................................................................................................................................................................90

Raciocínio Lógico

Os conetivos “e”, “ou”, “não”, “se... então...”, “se e somente se”; os quantificadores “para todo”, “existe” e suas variações;
as negações. As relações de “igual”, “maior”, “menor”, “maior ou igual”, “menor ou igual” e suas variações. Conjuntos;
as relações de pertinência, inclusão e igualdade; operações entre conjuntos, união, interseção e diferença. Os principais
conjuntos numéricos; intervalos e semi-retas; faixas e margens numéricas (de renda, etária, de erro e outras); prazos (de
validade, tolerância e outros); limites (de carga, velocidade e outros); comparações (de custos, duração, outras); contagem,
medição, avaliação e quantificação; índices e taxas (percentuais, por mil, outras). Raciocínio lógico-dedutivo e recursos
matemáticos em nível elementar e médio suficientes para resolver questões matemáticas e do cotidiano sobre os tópicos
deste programa....................................................................................................................................................................................................................01

Conhecimentos Gerais e Atualidades

Ética: conceito, primeira concepção, variados aspectos de análise da ética no entendimento dos pensadores clássicos,
estudos da Ética pelos pensadores modernos; Ética como doutrina da conduta humana; gênese, formação e evolução da
Ética; virtude como substância ética, dever, ética profissional, deveres profissionais, ambiência e relações no desempenho
ético-profissional.................................................................................................................................................................................................................01
Cidadania: conceito, direitos humanos, estado de direito, a Constituição de 1988..............................................................................03
Meio Ambiente: educação ambiental, primeiros passos da trajetória humana, a natureza e as terras brasileiras, revolução
industrial e as transformações ambientais; saúde, meio ambiente e transportes; cidades e qualidade de vida: transporte,
lixo e águas. ..........................................................................................................................................................................................................................06
Ceará – Geografia e história: Aspectos físicos e geográficos, área e limites, recursos naturais, aspectos geomorfológicos e
demográficos, organização política e administrativa e aspectos geopolíticos........................................................................................15

Legislação de Trânsito

Código Brasileiro de Trânsito - CBT e resoluções do CONTRAN até a de número 192.......................................................................01

Regulamentação de Transportes Públicos de Passageiros

Decreto nº. 26.103 de 12 de janeiro de 2001.........................................................................................................................................................01


Decreto nº. 26.803, de 24 de outubro de 2002; ...................................................................................................................................................27
Lei nº. 13.094, de 12 de janeiro de 2001...................................................................................................................................................................38
LÍNGUA PORTUGUESA

Compreensão e estruturação de textos. ..................................................................................................................................................................01


Ortografia: emprego das letras e acentuação gráfica. ......................................................................................................................................07
Emprego das classes de palavras. Prefixos e sufixos. .........................................................................................................................................15
Valores semântico-sintáticos das preposições e das conjunções..................................................................................................................15
Correspondências semântico-estruturais na construção de períodos e orações. .................................................................................51
Regência nominal e verbal. ............................................................................................................................................................................................67
Concordância nominal e verbal. ..................................................................................................................................................................................73
Colocação dos termos na frase. ...................................................................................................................................................................................79
Emprego do acento indicativo da crase. .................................................................................................................................................................80
Semântica: sinônimos, antônimos, homônimos e parônimos. ......................................................................................................................85
Emprego dos sinais de pontuação..............................................................................................................................................................................90
LÍNGUA PORTUGUESA

Observação – na semântica (significado das palavras)


COMPREENSÃO E ESTRUTURAÇÃO DE incluem--se: homônimos e parônimos, denotação e cono-
TEXTOS. tação, sinonímia e antonímia, polissemia, figuras de lingua-
gem, entre outros.
- Capacidade de observação e de síntese e
- Capacidade de raciocínio.
É muito comum, entre os candidatos a um cargo públi-
co, a preocupação com a interpretação de textos. Por isso, Interpretar X compreender
vão aqui alguns detalhes que poderão ajudar no momento
de responder às questões relacionadas a textos. Interpretar significa
- Explicar, comentar, julgar, tirar conclusões, deduzir.
Texto – é um conjunto de ideias organizadas e relacio- - Através do texto, infere-se que...
nadas entre si, formando um todo significativo capaz de - É possível deduzir que...
produzir interação comunicativa (capacidade de codificar - O autor permite concluir que...
e decodificar ). - Qual é a intenção do autor ao afirmar que...

Contexto – um texto é constituído por diversas frases. Compreender significa


Em cada uma delas, há uma certa informação que a faz - intelecção, entendimento, atenção ao que realmente
ligar-se com a anterior e/ou com a posterior, criando con- está escrito.
dições para a estruturação do conteúdo a ser transmitido. - o texto diz que...
A essa interligação dá-se o nome de contexto. Nota-se que - é sugerido pelo autor que...
o relacionamento entre as frases é tão grande que, se uma - de acordo com o texto, é correta ou errada a afirma-
frase for retirada de seu contexto original e analisada se- ção...
paradamente, poderá ter um significado diferente daquele - o narrador afirma...
inicial.
Erros de interpretação
Intertexto - comumente, os textos apresentam referên-
É muito comum, mais do que se imagina, a ocorrência
cias diretas ou indiretas a outros autores através de cita-
de erros de interpretação. Os mais frequentes são:
ções. Esse tipo de recurso denomina-se intertexto.
- Extrapolação (viagem): Ocorre quando se sai do con-
texto, acrescentado ideias que não estão no texto, quer por
Interpretação de texto - o primeiro objetivo de uma
conhecimento prévio do tema quer pela imaginação.
interpretação de um texto é a identificação de sua ideia
principal. A partir daí, localizam-se as ideias secundárias,
- Redução: É o oposto da extrapolação. Dá-se atenção
ou fundamentações, as argumentações, ou explicações,
apenas a um aspecto, esquecendo que um texto é um con-
que levem ao esclarecimento das questões apresentadas junto de ideias, o que pode ser insuficiente para o total do
na prova. entendimento do tema desenvolvido.
Normalmente, numa prova, o candidato é convidado a: - Contradição: Não raro, o texto apresenta ideias con-
- Identificar – é reconhecer os elementos fundamen- trárias às do candidato, fazendo-o tirar conclusões equivo-
tais de uma argumentação, de um processo, de uma época cadas e, consequentemente, errando a questão.
(neste caso, procuram-se os verbos e os advérbios, os quais
definem o tempo). Observação - Muitos pensam que há a ótica do escritor
- Comparar – é descobrir as relações de semelhança ou e a ótica do leitor. Pode ser que existam, mas numa prova
de diferenças entre as situações do texto. de concurso, o que deve ser levado em consideração é o
- Comentar - é relacionar o conteúdo apresentado que o autor diz e nada mais.
com uma realidade, opinando a respeito.
- Resumir – é concentrar as ideias centrais e/ou secun- Coesão - é o emprego de mecanismo de sintaxe que
dárias em um só parágrafo. relaciona palavras, orações, frases e/ou parágrafos entre si.
- Parafrasear – é reescrever o texto com outras pala- Em outras palavras, a coesão dá-se quando, através de um
vras. pronome relativo, uma conjunção (NEXOS), ou um prono-
me oblíquo átono, há uma relação correta entre o que se
Condições básicas para interpretar vai dizer e o que já foi dito.
OBSERVAÇÃO – São muitos os erros de coesão no dia
Fazem-se necessários: -a-dia e, entre eles, está o mau uso do pronome relativo e
- Conhecimento histórico–literário (escolas e gêneros do pronome oblíquo átono. Este depende da regência do
literários, estrutura do texto), leitura e prática; verbo; aquele do seu antecedente. Não se pode esquecer
- Conhecimento gramatical, estilístico (qualidades do também de que os pronomes relativos têm, cada um, valor
texto) e semântico; semântico, por isso a necessidade de adequação ao ante-
cedente.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Os pronomes relativos são muito importantes na inter- No texto, o substantivo usado para ressaltar o universo
pretação de texto, pois seu uso incorreto traz erros de coe- reduzido no qual o menino detém sua atenção é
são. Assim sendo, deve-se levar em consideração que existe (A) fresta.
um pronome relativo adequado a cada circunstância, a saber: (B) marca.
- que (neutro) - relaciona-se com qualquer antecedente, (C) alma.
mas depende das condições da frase. (D) solidão.
- qual (neutro) idem ao anterior. (E) penumbra.
- quem (pessoa)
- cujo (posse) - antes dele aparece o possuidor e depois o Texto para a questão 2:
objeto possuído.
- como (modo)
DA DISCRIÇÃO
- onde (lugar)
quando (tempo)
quanto (montante) Mário Quintana

Exemplo: Não te abras com teu amigo


Falou tudo QUANTO queria (correto) Que ele um outro amigo tem.
Falou tudo QUE queria (errado - antes do QUE, deveria E o amigo do teu amigo
aparecer o demonstrativo O ). Possui amigos também...
(http://pensador.uol.com.br/poemas_de_amizade)
Dicas para melhorar a interpretação de textos
- Ler todo o texto, procurando ter uma visão geral do 2-) (PREFEITURA DE SERTÃOZINHO – AGENTE COMU-
assunto; NITÁRIO DE SAÚDE – VUNESP/2012) De acordo com o
- Se encontrar palavras desconhecidas, não interrompa poema, é correto afirmar que
a leitura; (A) não se deve ter amigos, pois criar laços de amizade
- Ler, ler bem, ler profundamente, ou seja, ler o texto pelo é algo ruim.
menos duas vezes; (B) amigo que não guarda segredos não merece res-
- Inferir; peito.
- Voltar ao texto quantas vezes precisar;
(C) o melhor amigo é aquele que não possui outros
- Não permitir que prevaleçam suas ideias sobre as do
autor; amigos.
- Fragmentar o texto (parágrafos, partes) para melhor (D) revelar segredos para o amigo pode ser arriscado.
compreensão; (E) entre amigos, não devem existir segredos.
- Verificar, com atenção e cuidado, o enunciado de cada
questão; 3-) (GOVERNO DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO – SE-
- O autor defende ideias e você deve percebê-las. CRETARIA DE ESTADO DA JUSTIÇA – AGENTE PENITEN-
CIÁRIO – VUNESP/2013) Leia o poema para responder à
Fonte: questão.
http://www.tudosobreconcursos.com/materiais/portu-
gues/como-interpretar-textos Casamento

QUESTÕES Há mulheres que dizem:


Meu marido, se quiser pescar, pesque,
1-) (SABESP/SP – ATENDENTE A CLIENTES 01 – FCC/2014 mas que limpe os peixes.
- ADAPTADA) Atenção: Para responder à questão, considere Eu não. A qualquer hora da noite me levanto,
o texto abaixo. ajudo a escamar, abrir, retalhar e salgar.
É tão bom, só a gente sozinhos na cozinha,
A marca da solidão
de vez em quando os cotovelos se esbarram,
Deitado de bruços, sobre as pedras quentes do chão de ele fala coisas como “este foi difícil”
paralelepípedos, o menino espia. Tem os braços dobrados e “prateou no ar dando rabanadas”
a testa pousada sobre eles, seu rosto formando uma tenda de e faz o gesto com a mão.
penumbra na tarde quente. O silêncio de quando nos vimos a primeira vez
Observa as ranhuras entre uma pedra e outra. Há, den- atravessa a cozinha como um rio profundo.
tro de cada uma delas, um diminuto caminho de terra, com Por fim, os peixes na travessa,
pedrinhas e tufos minúsculos de musgos, formando pequenas vamos dormir.
plantas, ínfimos bonsais só visíveis aos olhos de quem é capaz Coisas prateadas espocam:
de parar de viver para, apenas, ver. Quando se tem a marca somos noivo e noiva.
da solidão na alma, o mundo cabe numa fresta. (Adélia Prado, Poesia Reunida)
(SEIXAS, Heloísa. Contos mais que mínimos. Rio de Ja-
neiro: Tinta negra bazar, 2010. p. 47) A ideia central do poema de Adélia Prado é mostrar que

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LÍNGUA PORTUGUESA

(A) as mulheres que amam valorizam o cotidiano e não a) vigilantes.


gostam que os maridos frequentem pescarias, pois acham b) carga.
difícil limpar os peixes. c) viatura.
(B) o eu lírico do poema pertence ao grupo de mulheres d) foi.
que não gostam de limpar os peixes, embora valorizem os e) desviada.
esbarrões de cotovelos na cozinha.
(C) há mulheres casadas que não gostam de ficar sozi- 7-) (CORREIOS – CARTEIRO – CESPE/2011)
nhas com seus maridos na cozinha, enquanto limpam os Um carteiro chega ao portão do hospício e grita:
peixes. — Carta para o 9.326!!!
(D) as mulheres que amam valorizam os momentos Um louco pega o envelope, abre-o e vê que a carta está
mais simples do cotidiano vividos com a pessoa amada. em
(E) o casamento exige levantar a qualquer hora da noite, branco, e um outro pergunta:
para limpar, abrir e salgar o peixe. — Quem te mandou essa carta?
— Minha irmã.
4-) (ANCINE – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – CES- — Mas por que não está escrito nada?
PE/2012) — Ah, porque nós brigamos e não estamos nos falando!
O riso é tão universal como a seriedade; ele abarca a Internet: <www.humortadela.com.br/piada> (com
totalidade do universo, toda a sociedade, a história, a con- adaptações).
cepção de mundo. É uma verdade que se diz sobre o mundo,
que se estende a todas as coisas e à qual nada escapa. É, O efeito surpresa e de humor que se extrai do texto
de alguma maneira, o aspecto festivo do mundo inteiro, em acima decorre
todos os seus níveis, uma espécie de segunda revelação do A) da identificação numérica atribuída ao louco.
mundo. B) da expressão utilizada pelo carteiro ao entregar a
Mikhail Bakhtin. A cultura popular na Idade Média e o carta no hospício.
Renascimento: o contexto de François Rabelais. São Paulo: C) do fato de outro louco querer saber quem enviou
Hucitec, 1987, p. 73 (com adaptações). a carta.
D) da explicação dada pelo louco para a carta em bran-
Na linha 1, o elemento “ele” tem como referente tex- co.
tual “O riso”. E) do fato de a irmã do louco ter brigado com ele.
(...) CERTO ( ) ERRADO
8-) (CORREIOS – CARTEIRO – CESPE/2011)
5-) (ANEEL – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – CESPE/2010) Um homem se dirige à recepcionista de uma clínica:
Só agora, quase cinco meses depois do apagão que atin- — Por favor, quero falar com o dr. Pedro.
giu pelo menos 1.800 cidades em 18 estados do país, surge — O senhor tem hora?
uma explicação oficial satisfatória para o corte abrupto e O sujeito olha para o relógio e diz:
generalizado de energia no final de 2009. — Sim. São duas e meia.
Segundo relatório da Agência Nacional de Energia Elé- — Não, não... Eu quero saber se o senhor é paciente.
trica (ANEEL), a responsabilidade recai sobre a empresa es- — O que a senhora acha? Faz seis meses que ele não me
tatal Furnas, cujas linhas de transmissão cruzam os mais de paga o aluguel do consultório...
900 km que separam Itaipu de São Paulo. Internet: <www.humortadela.com.br/piada> (com
Equipamentos obsoletos, falta de manutenção e de in- adaptações).
vestimentos e também erros operacionais conspiraram para
produzir a mais séria falha do sistema de geração e distri- No texto acima, a recepcionista dirige-se duas vezes ao
buição de energia do país desde o traumático racionamento homem para saber se ele
de 2001. A) verificou o horário de chegada e está sob os cuida-
Folha de S.Paulo, Editorial, 30/3/2010 (com adaptações). dos do dr. Pedro.
B) pode indicar-lhe as horas e decidiu esperar o paga-
Considerando os sentidos e as estruturas linguísticas mento do aluguel.
do texto acima apresentado, julgue os próximos itens. C) tem relógio e sabe esperar.
A oração “que atingiu pelo menos 1.800 cidades em 18 D) marcou consulta e está calmo.
estados do país” tem, nesse contexto, valor restritivo. E) marcou consulta para aquele dia e está sob os cui-
(...) CERTO ( ) ERRADO dados do dr. Pedro.

6-) (COLÉGIO PEDRO II/RJ – ASSISTENTE EM ADMINIS-


TRAÇÃO – AOCP/2010) “A carga foi desviada e a viatura,
com os vigilantes, abandonada em Pirituba, na zona norte
de São Paulo.”
Pela leitura do fragmento acima, é correto afirmar que,
em sua estrutura sintática, houve supressão da expressão

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LÍNGUA PORTUGUESA

(GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO – TÉCNICO DA 10-) (GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO – TÉC-
FAZENDA ESTADUAL – FCC/2010 - ADAPTADA) Atenção: As NICO DA FAZENDA ESTADUAL – FCC/2010) O texto deixa
questões de números 09 a 12 referem-se ao texto abaixo. claro que
Liderança é uma palavra frequentemente associada a (A) a importância do líder baseia-se na valorização de
feitos e realizações de grandes personagens da história e da todo o grupo em torno da realização de um objetivo co-
vida social ou, então, a uma dimensão mágica, em que al- mum.
gumas poucas pessoas teriam habilidades inatas ou o dom (B) o líder é o elemento essencial dentro de uma orga-
de transformar-se em grandes líderes, capazes de influenciar nização, pois sem ele não se poderá atingir qualquer meta
outras e, assim, obter e manter o poder. ou objetivo.
Os estudos sobre o tema, no entanto, mostram que a (C) pode não haver condições de liderança em algumas
maioria das pessoas pode tornar-se líder, ou pelo menos equipes, caso não se estabeleçam atividades específicas
desenvolver consideravelmente as suas capacidades de lide- para cada um de seus membros.
rança.
(D) a liderança é um dom que independe da participa-
Paulo Roberto Motta diz: “líderes são pessoas comuns
ção dos componentes de uma equipe em um ambiente de
que aprendem habilidades comuns, mas que, no seu conjun-
trabalho.
to, formam uma pessoa incomum”. De fato, são necessárias
algumas habilidades, mas elas podem ser aprendidas tanto
através das experiências da vida, quanto da formação volta- 11-) (GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO – TÉCNI-
da para essa finalidade. CO DA FAZENDA ESTADUAL – FCC/2010) O fenômeno da
O fenômeno da liderança só ocorre na inter-relação; en- liderança só ocorre na inter-relação ... (4º parágrafo)
volve duas ou mais pessoas e a existência de necessidades No contexto, inter-relação significa
para serem atendidas ou objetivos para serem alcançados, (A) o respeito que os membros de uma equipe devem
que requerem a interação cooperativa dos membros envol- demonstrar ao acatar as decisões tomadas pelo líder, por
vidos. Não pressupõe proximidade física ou temporal: pode- resultarem em benefício de todo o grupo.
se ter a mente e/ou o comportamento influenciado por um (B) a igualdade entre os valores dos integrantes de um
escritor ou por um líder religioso que nunca se viu ou que grupo devidamente orientado pelo líder e aqueles propos-
viveu noutra época. [...] tos pela organização a que prestam serviço.
Se a legitimidade da liderança se baseia na aceitação (C) o trabalho que deverá sempre ser realizado em
do poder de influência do líder, implica dizer que parte desse equipe, de modo que os mais capacitados colaborem com
poder encontra-se no próprio grupo. É nessa premissa que os de menor capacidade.
se fundamenta a maioria das teorias contemporâneas sobre (D) a criação de interesses mútuos entre membros de
liderança. uma equipe e de respeito às metas que devem ser alcan-
Daí definirem liderança como a arte de usar o poder çadas por todos.
que existe nas pessoas ou a arte de liderar as pessoas para
fazerem o que se requer delas, da maneira mais efetiva e 12-) (GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO – TÉCNI-
humana possível. [...] CO DA FAZENDA ESTADUAL – FCC/2010) Não pressupõe
(Augusta E.E.H. Barbosa do Amaral e Sandra Souza proximidade física ou temporal ... (4º parágrafo)
Pinto. Gestão de pessoas, in Desenvolvimento gerencial na A afirmativa acima quer dizer, com outras palavras, que
Administração pública do Estado de São Paulo, org. Lais Ma- (A) a presença física de um líder natural é fundamen-
cedo de Oliveira e Maria Cristina Pinto Galvão, Secretaria de tal para que seus ensinamentos possam ser divulgados e
Gestão pública, São Paulo: Fundap, 2. ed., 2009, p. 290 e 292, aceitos.
com adaptações)
(B) um líder verdadeiramente capaz é aquele que sem-
pre se atualiza, adquirindo conhecimentos de fontes e de
09-) (GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO – TÉCNI-
autores diversos.
CO DA FAZENDA ESTADUAL – FCC/2010) De acordo com o
(C) o aprendizado da liderança pode ser produtivo,
texto, liderança
(A) é a habilidade de chefiar outras pessoas que não mesmo se houver distância no tempo e no espaço entre
pode ser desenvolvida por aqueles que somente executam aquele que influencia e aquele que é influenciado.
tarefas em seu ambiente de trabalho. (D) as influências recebidas devem ser bem analisadas
(B) é típica de épocas passadas, como qualidades de e postas em prática em seu devido tempo e na ocasião
heróis da história da humanidade, que realizaram grandes mais propícia.
feitos e se tornaram poderosos através deles.
(C) vem a ser a capacidade, que pode ser inata ou até
mesmo adquirida, de conseguir resultados desejáveis da-
queles que constituem a equipe de trabalho.
(D) torna-se legítima se houver consenso em todos os
grupos quanto à escolha do líder e ao modo como ele irá
mobilizar esses grupos em torno de seus objetivos pes-
soais.

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LÍNGUA PORTUGUESA

13-) (DETRAN/RN – VISTORIADOR/EMPLACADOR – 14-) (DCTA – TÉCNICO 1 – SEGURANÇA DO TRABA-


FGV PROJETOS/2010) LHO – VUNESP/2013) No primeiro parágrafo, ao descre-
ver a maneira como se preparam para suas férias, a autora
Painel do leitor (Carta do leitor) mostra que seus amigos estão
(A) serenos.
Resgate no Chile (B) descuidados.
(C) apreensivos.
Assisti ao maior espetáculo da Terra numa operação de (D) indiferentes.
salvamento de vidas, após 69 dias de permanência no fundo (E) relaxados.
de uma mina de cobre e ouro no Chile. 15-) (DCTA – TÉCNICO 1 – SEGURANÇA DO TRABALHO
Um a um os mineiros soterrados foram içados com – VUNESP/2013) De acordo com o texto, pode-se afirmar
sucesso, mostrando muita calma, saúde, sorrindo e cum- que, assim como seus amigos, a autora viaja para
primentando seus companheiros de trabalho. Não se pode
(A) visitar um lugar totalmente desconhecido.
esquecer a ajuda técnica e material que os Estados Unidos,
Canadá e China ofereceram à equipe chilena de salvamen- (B) escapar do lugar em que está.
to, num gesto humanitário que só enobrece esses países. E, (C) reencontrar familiares queridos.
também, dos dois médicos e dois “socorristas” que, demons- (D) praticar esportes radicais.
trando coragem e desprendimento, desceram na mina para (E) dedicar-se ao trabalho.
ajudar no salvamento.
(Douglas Jorge; São Paulo, SP; www.folha.com.br – pai- 16-) Ao descrever a Ilha do Nanja como um lugar onde,
nel do leitor – 17/10/2010) “à beira das lagoas verdes e azuis, o silêncio cresce como
um bosque” (último parágrafo), a autora sugere que viajará
Considerando o tipo textual apresentado, algumas ex- para um lugar
pressões demonstram o posicionamento pessoal do leitor (A) repulsivo e populoso.
diante do fato por ele narrado. Tais marcas textuais podem (B) sombrio e desabitado.
ser encontradas nos trechos a seguir, EXCETO: (C) comercial e movimentado.
A) “Assisti ao maior espetáculo da Terra...”
(D) bucólico e sossegado.
B) “... após 69 dias de permanência no fundo de uma
mina de cobre e ouro no Chile.” (E) opressivo e agitado.
C) “Não se pode esquecer a ajuda técnica e material...”
D) “... gesto humanitário que só enobrece esses países.” 17) (POLÍCIA MILITAR/TO – SOLDADO – CONSUL-
E) “... demonstrando coragem e desprendimento, des- PLAN/2013 - ADAPTADA) Texto para responder à questão.
ceram na mina...”
(DCTA – TÉCNICO 1 – SEGURANÇA DO TRABALHO –
VUNESP/2013 - ADAPTADA) Leia o texto para responder às
questões de números 14 a 16.

Férias na Ilha do Nanja

Meus amigos estão fazendo as malas, arrumando as


malas nos seus carros, olhando o céu para verem que tempo
faz, pensando nas suas estradas – barreiras, pedras soltas,
fissuras* – sem falar em bandidos, milhões de bandidos entre
as fissuras, as pedras soltas e as barreiras...
Meus amigos partem para as suas férias, cansados de (Adail et al II. Antologia brasileira de humor. Volume 1.
tanto trabalho; de tanta luta com os motoristas da contra- Porto Alegre: L&PM, 1976. p. 95.)
mão; enfim, cansados, cansados de serem obrigados a viver
numa grande cidade, isto que já está sendo a negação da A charge anterior é de Luiz Carlos Coutinho, cartunis-
própria vida. ta mineiro mais conhecido como Caulos. É correto afirmar
E eu vou para a Ilha do Nanja. que o tema apresentado é
Eu vou para a Ilha do Nanja para sair daqui. Passarei as (A) a oposição entre o modo de pensar e agir.
férias lá, onde, à beira das lagoas verdes e azuis, o silêncio (B) a rapidez da comunicação na Era da Informática.
cresce como um bosque. Nem preciso fechar os olhos: já es- (C) a comunicação e sua importância na vida das pes-
tou vendo os pescadores com suas barcas de sardinha, e a soas.
moça à janela a namorar um moço na outra janela de outra (D) a massificação do pensamento na sociedade mo-
ilha.
derna.
(Cecília Meireles, O que se diz e o que se entende. Adap-
tado)

*fissuras: fendas, rachaduras

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LÍNGUA PORTUGUESA

RESOLUÇÃO 8-)
“O senhor tem hora? (...) Não, não... Eu quero saber se
1-) o senhor é paciente” = a recepcionista quer saber se ele
Com palavras do próprio texto responderemos: o mun- marcou horário e se é paciente do Dr. Pedro.
do cabe numa fresta.
RESPOSTA: “E”.
RESPOSTA: “A”.
9-)
2-) Utilizando trechos do próprio texto, podemos chegar
Pela leitura do poema identifica-se, apenas, a informa- à conclusão: O fenômeno da liderança só ocorre na inter
ção contida na alternativa: revelar segredos para o amigo -relação; envolve duas ou mais pessoas e a existência de
pode ser arriscado. necessidades para serem atendidas ou objetivos para se-
rem alcançados, que requerem a interação cooperativa dos
RESPOSTA: “D”. membros envolvidos = equipe
3-)
Pela leitura do texto percebe-se, claramente, que a au- RESPOSTA: “C”.
tora narra um momento simples, mas que é prazeroso ao 10-)
casal. O texto deixa claro que a importância do líder baseia-
se na valorização de todo o grupo em torno da realização
RESPOSTA: “D”. de um objetivo comum.

RESPOSTA: “A”.
4-)
Vamos ao texto: O riso é tão universal como a serie-
11-)
dade; ele abarca a totalidade do universo (...). Os termos
Pela leitura do texto, dentre as alternativas apresenta-
relacionam-se. O pronome “ele” retoma o sujeito “riso”.
das, a que está coerente com o sentido dado à palavra “in-
ter-relação” é: “a criação de interesses mútuos entre mem-
RESPOSTA: “CERTO”. bros de uma equipe e de respeito às metas que devem ser
alcançadas por todos”.
5-)
Voltemos ao texto: “depois do apagão que atingiu pelo RESPOSTA: “D”.
menos 1.800 cidades”. O “que” pode ser substituído por
“o qual”, portanto, trata-se de um pronome relativo (ora- 12-)
ção subordinada adjetiva). Quando há presença de vírgula, Não pressupõe proximidade física ou temporal = o
temos uma adjetiva explicativa (generaliza a informação aprendizado da liderança pode ser produtivo, mesmo se
da oração principal. A construção seria: “do apagão, que houver distância no tempo e no espaço entre aquele que
atingiu pelo menos 1800 cidades em 18 estados do país”); influencia e aquele que é influenciado.
quando não há, temos uma adjetiva restritiva (restringe,
delimita a informação – como no caso do exercício). RESPOSTA: “C”.

RESPOSTA: “CERTO’. 13-)


Em todas as alternativas há expressões que represen-
6-) tam a opinião do autor: Assisti ao maior espetáculo da
“A carga foi desviada e a viatura, com os vigilantes, Terra / Não se pode esquecer / gesto humanitário que só
abandonada em Pirituba, na zona norte de São Paulo.” Tra- enobrece / demonstrando coragem e desprendimento.
ta-se da figura de linguagem (de construção ou sintaxe)
“zeugma”, que consiste na omissão de um termo já citado RESPOSTA: “B”.
anteriormente (diferente da elipse, que o termo não é ci-
tado, mas facilmente identificado). No enunciado temos a 14-)
narração de que a carga foi desviada e de que a viatura foi “pensando nas suas estradas – barreiras, pedras soltas,
abandonada. fissuras – sem falar em bandidos, milhões de bandidos en-
tre as fissuras, as pedras soltas e as barreiras...” = pensar
RESPOSTA: “D”. nessas coisas, certamente, deixa-os apreensivos.

7-) RESPOSTA: “C”.


Geralmente o efeito de humor desses gêneros textuais
aparece no desfecho da história, ao final, como nesse: “Ah, 15-)
porque nós brigamos e não estamos nos falando”. Eu vou para a Ilha do Nanja para sair daqui = resposta
da própria autora!
RESPOSTA: “D”.
RESPOSTA: “B”.

6
LÍNGUA PORTUGUESA

16-) *os vocábulos de origem tupi, africana ou exótica: cipó,


Pela descrição realizada, o lugar não tem nada de ruim. Juçara, caçula, cachaça, cacique
*os sufixos aça, aço, ação, çar, ecer, iça, nça, uça, uçu,
RESPOSTA: “D”. uço: barcaça, ricaço, aguçar, empalidecer, carniça, caniço,
esperança, carapuça, dentuço
17-) *nomes derivados do verbo ter: abster - abstenção /
Questão que envolve interpretação “visual”! Fácil. Basta deter - detenção / ater - atenção / reter - retenção
observar o que as personagens “dizem” e o que “pensam”. *após ditongos: foice, coice, traição
*palavras derivadas de outras terminadas em te, to(r):
RESPOSTA: “A”. marte - marciano / infrator - infração / absorto - absorção

O fonema z:
Escreve-se com S e não com Z:
ORTOGRAFIA: EMPREGO DAS LETRAS E
*os sufixos: ês, esa, esia, e isa, quando o radical é subs-
ACENTUAÇÃO GRÁFICA. tantivo, ou em gentílicos e títulos nobiliárquicos: freguês,
freguesa, freguesia, poetisa, baronesa, princesa, etc.
*os sufixos gregos: ase, ese, ise e ose: catequese, me-
ORTOGRAFIA tamorfose.
*as formas verbais pôr e querer: pôs, pus, quisera, quis,
A ortografia é a parte da língua responsável pela gra- quiseste.
fia correta das palavras. Essa grafia baseia-se no padrão *nomes derivados de verbos com radicais terminados
culto da língua. em “d”: aludir - alusão / decidir - decisão / empreender -
As palavras podem apresentar igualdade total ou par- empresa / difundir - difusão
cial no que se refere a sua grafia e pronúncia, mesmo ten- *os diminutivos cujos radicais terminam com “s”: Luís -
do significados diferentes. Essas palavras são chamadas Luisinho / Rosa - Rosinha / lápis - lapisinho
de homônimas (canto, do grego, significa ângulo / canto, *após ditongos: coisa, pausa, pouso
*em verbos derivados de nomes cujo radical termina
do latim, significa música vocal). As palavras homônimas
com “s”: anális(e) + ar - analisar / pesquis(a) + ar - pesquisar
dividem-se em homógrafas, quando têm a mesma grafia
(gosto, substantivo e gosto, 1ª pessoa do singular do verbo
Escreve-se com Z e não com S:
gostar) e homófonas, quando têm o mesmo som (paço, pa-
*os sufixos “ez” e “eza” das palavras derivadas de adje-
lácio ou passo, movimento durante o andar).
tivo: macio - maciez / rico - riqueza
Quanto à grafia correta em língua portuguesa, devem-
*os sufixos “izar” (desde que o radical da palavra de
se observar as seguintes regras:
origem não termine com s): final - finalizar / concreto - con-
cretizar
O fonema s: *como consoante de ligação se o radical não terminar
com s: pé + inho - pezinho / café + al - cafezal ≠ lápis +
Escreve-se com S e não com C/Ç as palavras substan- inho - lapisinho
tivadas derivadas de verbos com radicais em nd, rg, rt, pel,
corr e sent: pretender - pretensão / expandir - expansão / O fonema j:
ascender - ascensão / inverter - inversão / aspergir aspersão Escreve-se com G e não com J:
/ submergir - submersão / divertir - diversão / impelir - im- *as palavras de origem grega ou árabe: tigela, girafa,
pulsivo / compelir - compulsório / repelir - repulsa / recorrer gesso.
- recurso / discorrer - discurso / sentir - sensível / consentir *estrangeirismo, cuja letra G é originária: sargento, gim.
- consensual *as terminações: agem, igem, ugem, ege, oge (com
Escreve-se com SS e não com C e Ç os nomes deri- poucas exceções): imagem, vertigem, penugem, bege, foge.
vados dos verbos cujos radicais terminem em gred, ced, Observação: Exceção: pajem
prim ou com verbos terminados por tir ou meter: agredir *as terminações: ágio, égio, ígio, ógio, ugio: sortilégio,
- agressivo / imprimir - impressão / admitir - admissão / litígio, relógio, refúgio.
ceder - cessão / exceder - excesso / percutir - percussão / *os verbos terminados em ger e gir: eleger, mugir.
regredir - regressão / oprimir - opressão / comprometer - *depois da letra “r” com poucas exceções: emergir, sur-
compromisso / submeter - submissão gir.
*quando o prefixo termina com vogal que se junta com *depois da letra “a”, desde que não seja radical termi-
a palavra iniciada por “s”. Exemplos: a + simétrico - assimé- nado com j: ágil, agente.
trico / re + surgir - ressurgir
*no pretérito imperfeito simples do subjuntivo. Exem- Escreve-se com J e não com G:
plos: ficasse, falasse *as palavras de origem latinas: jeito, majestade, hoje.
*as palavras de origem árabe, africana ou exótica: ji-
Escreve-se com C ou Ç e não com S e SS os vocábulos boia, manjerona.
de origem árabe: cetim, açucena, açúcar *as palavras terminada com aje: aje, ultraje.

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LÍNGUA PORTUGUESA

O fonema ch: Prezado Usuário


________ de oferecer lazer e cultura aos passageiros do
Escreve-se com X e não com CH: metrô, ________ desta segunda-feira (25/02), ________ 17h30,
*as palavras de origem tupi, africana ou exótica: aba- começa o Sounderground, festival internacional que presti-
caxi, muxoxo, xucro. gia os músicos que tocam em estações do metrô.
*as palavras de origem inglesa (sh) e espanhola (J): Confira o dia e a estação em que os artistas se apresen-
xampu, lagartixa. tarão e divirta-se!
*depois de ditongo: frouxo, feixe. Para que o texto atenda à norma-padrão, devem-se
*depois de “en”: enxurrada, enxoval. preencher as lacunas, correta e respectivamente, com as
Observação: Exceção: quando a palavra de origem expressões
não derive de outra iniciada com ch - Cheio - (enchente) A) A fim ...a partir ... as
B) A fim ...à partir ... às
Escreve-se com CH e não com X: C) A fim ...a partir ... às
*as palavras de origem estrangeira: chave, chumbo, D) Afim ...a partir ... às
chassi, mochila, espadachim, chope, sanduíche, salsicha. E) Afim ...à partir ... as
As letras e e i:
04. (TRF - 1ª REGIÃO - TÉCNICO JUDICIÁRIO -
*os ditongos nasais são escritos com “e”: mãe, põem. FCC/2011) As palavras estão corretamente grafadas na se-
Com “i”, só o ditongo interno cãibra. guinte frase:
*os verbos que apresentam infinitivo em -oar, -uar são (A) Que eles viajem sempre é muito bom, mas não é
escritos com “e”: caçoe, tumultue. Escrevemos com “i”, os boa a ansiedade com que enfrentam o excesso de passa-
verbos com infinitivo em -air, -oer e -uir: trai, dói, possui. geiros nos aeroportos.
- atenção para as palavras que mudam de sentido (B) Comete muitos deslises, talvez por sua espontanei-
quando substituímos a grafia “e” pela grafia “i”: área (su- dade, mas nada que ponha em cheque sua reputação de
perfície), ária (melodia) / delatar (denunciar), dilatar (expan- pessoa cortês.
dir) / emergir (vir à tona), imergir (mergulhar) / peão (de (C) Ele era rabugento e tinha ojeriza ao hábito do só-
estância, que anda a pé), pião (brinquedo). cio de descançar após o almoço sob a frondoza árvore do
pátio.
Fonte: http://www.pciconcursos.com.br/aulas/portu- (D) Não sei se isso influe, mas a persistência dessa má-
goa pode estar sendo o grande impecilho na superação
gues/ortografia
dessa sua crise.
(E) O diretor exitou ao aprovar a retenção dessa alta
Questões sobre Ortografia
quantia, mas não quiz ser taxado de conivente na conces-
são de privilégios ilegítimos.
01. (TRE/AP - TÉCNICO JUDICIÁRIO – FCC/2011) Entre
as frases que seguem, a única correta é:
05.Em qual das alternativas a frase está corretamente
a) Ele se esqueceu de que?
escrita?
b) Era tão ruím aquele texto, que não deu para distri-
A) O mindingo não depositou na cardeneta de pou-
bui-lo entre os presentes. pansa.
c) Embora devessemos, não fomos excessivos nas crí- B) O mendigo não depositou na caderneta de poupan-
ticas. ça.
d) O juíz nunca negou-se a atender às reivindicações C) O mindigo não depozitou na cardeneta de poupans-
dos funcionários. sa.
e) Não sei por que ele mereceria minha consideração. D) O mendingo não depozitou na carderneta de pou-
pansa.
02. (Escrevente TJ SP – Vunesp/2013). Assinale a alter-
nativa cujas palavras se apresentam flexionadas de acordo 06.(IAMSPE/SP – ATENDENTE – [PAJEM] - CCI) – VU-
com a norma- -padrão. NESP/2011) Assinale a alternativa em que o trecho – Mas
(A) Os tabeliãos devem preparar o documento. ela cresceu ... – está corretamente reescrito no plural, com o
(B) Esses cidadões tinham autorização para portar fuzis. verbo no tempo futuro.
(C) Para autenticar as certidãos, procure o cartório lo- (A) Mas elas cresceram...
cal. (B) Mas elas cresciam...
(D) Ao descer e subir escadas, segure-se nos corrimãos. (C) Mas elas cresçam...
(E) Cuidado com os degrais, que são perigosos! (D) Mas elas crescem...
(E) Mas elas crescerão...
03. (Agente de Vigilância e Recepção – VUNESP –
2013). Suponha-se que o cartaz a seguir seja utilizado para 07. (MPE/RJ – TÉCNICO ADMINISTRATIVO –
informar os usuários sobre o festival Sounderground. FUJB/2011) Assinale a alternativa em que a frase NÃO con-
traria a norma culta:

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LÍNGUA PORTUGUESA

A) Entre eu e a vida sempre houve muitos infortúnios, (D) Não sei se isso influe (influi), mas a persistência
por isso posso me queixar com razão. dessa mágoa pode estar sendo o grande impecilho (empe-
B) Sempre houveram várias formas eficazes para ultra- cilho) na superação dessa sua crise.
passarmos os infortúnios da vida. (E) O diretor exitou (hesitou) ao aprovar a retenção
C) Devemos controlar nossas emoções todas as vezes dessa alta quantia, mas não quiz (quis) ser taxado de coni-
que vermos a pobreza e a miséria fazerem parte de nossa vente na concessão de privilégios ilegítimos.
vida.
D) É difícil entender o por quê de tanto sofrimento, 5-)
principalmente daqueles que procuram viver com dignida- A) O mindingo não depositou na cardeneta de pou-
de e simplicidade. pansa. = mendigo/caderneta/poupança
E) As dificuldades por que passamos certamente nos C) O mindigo não depozitou na cardeneta de poupans-
fazem mais fortes e preparados para os infortúnios da vida. sa. = mendigo/caderneta/poupança
D) O mendingo não depozitou na carderneta de pou-
GABARITO pansa. =mendigo/depositou/caderneta/poupança
01.E 02. D 03. C
6-) Futuro do verbo “crescer”: crescerão. Teremos: mas
04. A 05. B 06. E 07. E
elas crescerão...
7-) Fiz as correções entre parênteses:
RESOLUÇÃO
A) Entre eu (mim) e a vida sempre houve muitos infor-
1-) túnios, por isso posso me queixar com razão.
(A) Ele se esqueceu de que? = quê? B) Sempre houveram (houve) várias formas eficazes
(B) Era tão ruím (ruim) aquele texto, que não deu para para ultrapassarmos os infortúnios da vida.
distribui-lo (distribuí-lo) entre os presentes. C) Devemos controlar nossas emoções todas as vezes
(C) Embora devêssemos (devêssemos) , não fomos ex- que vermos (virmos) a pobreza e a miséria fazerem parte
cessivos nas críticas. de nossa vida.
(D) O juíz (juiz) nunca (se) negou a atender às reivindi- D) É difícil entender o por quê (o porquê) de tanto so-
cações dos funcionários. frimento, principalmente daqueles que procuram viver com
(E) Não sei por que ele mereceria minha consideração. dignidade e simplicidade.
E) As dificuldades por que (= pelas quais; correto) pas-
2-) samos certamente nos fazem mais fortes e preparados
(A) Os tabeliãos devem preparar o documento. = ta- para os infortúnios da vida.
beliães
(B) Esses cidadões tinham autorização para portar fuzis. HÍFEN
= cidadãos
(C) Para autenticar as certidãos, procure o cartório lo- O hífen é um sinal diacrítico (que distingue) usado
cal. = certidões para ligar os elementos de palavras compostas (couve-flor,
(E) Cuidado com os degrais, que são perigosos = de- ex-presidente) e para unir pronomes átonos a verbos (ofe-
graus receram-me; vê-lo-ei).
Serve igualmente para fazer a translineação de pala-
3-) Prezado Usuário vras, isto é, no fim de uma linha, separar uma palavra em
A fim de oferecer lazer e cultura aos passageiros do me- duas partes (ca-/sa; compa-/nheiro).
trô, a partir desta segunda-feira (25/02), às 17h30, começa
o Sounderground, festival internacional que prestigia os mú-
Uso do hífen que continua depois da Reforma Or-
sicos que tocam em estações do metrô.
tográfica:
Confira o dia e a estação em que os artistas se apresen-
tarão e divirta-se!
1. Em palavras compostas por justaposição que formam
A fim = indica finalidade; a partir: sempre separado;
antes de horas: há crase uma unidade semântica, ou seja, nos termos que se unem
para formam um novo significado: tio-avô, porto-alegrense,
4-) Fiz a correção entre parênteses: luso-brasileiro, tenente-coronel, segunda-feira, conta-gotas,
(A) Que eles viajem sempre é muito bom, mas não é guarda-chuva, arco- -íris, primeiro-ministro, azul-escuro.
boa a ansiedade com que enfrentam o excesso de passa-
geiros nos aeroportos. 2. Em palavras compostas por espécies botânicas e
(B) Comete muitos deslises (deslizes), talvez por sua zoológicas: couve-flor, bem-te-vi, bem-me-quer, abóbora-
espontaneidade, mas nada que ponha em cheque (xeque) menina, erva-doce, feijão-verde.
sua reputação de pessoa cortês. 3. Nos compostos com elementos além, aquém, recém
(C) Ele era rabugento e tinha ojeriza ao hábito do sócio e sem: além-mar, recém-nascido, sem-número, recém-casa-
de descançar (descansar) após o almoço sob a frondoza do, aquém- -fiar, etc.
(frondosa) árvore do pátio.

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LÍNGUA PORTUGUESA

4. No geral, as locuções não possuem hífen, mas algu- 5. Em certas palavras que, com o uso, adquiriram noção
mas exceções continuam por já estarem consagradas pelo de composição: pontapé, girassol, paraquedas, paraquedis-
uso: cor- -de-rosa, arco-da-velha, mais-que-perfeito, pé- ta, etc.
de-meia, água-de- -colônia, queima-roupa, deus-dará.
5. Nos encadeamentos de vocábulos, como: ponte Rio- 6. Em alguns compostos com o advérbio “bem”: benfei-
Niterói, percurso Lisboa-Coimbra-Porto e nas combinações to, benquerer, benquerido, etc.
históricas ou ocasionais: Áustria-Hungria, Angola-Brasil, Al-
sácia-Lorena, etc. Questões sobre Hífen

6. Nas formações com os prefixos hiper-, inter- e su- 01.Assinale a alternativa em que o hífen, conforme o
per- quando associados com outro termo que é iniciado novo Acordo, está sendo usado corretamente:
por r: hiper-resistente, inter-racial, super-racional, etc. A) Ele fez sua auto-crítica ontem.
B) Ela é muito mal-educada.
7. Nas formações com os prefixos ex-, vice-: ex-diretor, C) Ele tomou um belo ponta-pé.
ex- -presidente, vice-governador, vice-prefeito. D) Fui ao super-mercado, mas não entrei.
E) Os raios infra-vermelhos ajudam em lesões.
8. Nas formações com os prefixos pós-, pré- e pró-:
02.Assinale a alternativa errada quanto ao emprego do
pré-natal, pré-escolar, pró-europeu, pós-graduação, etc.
hífen:
9. Na ênclise e mesóclise: amá-lo, deixá-lo, dá-se, abra- A) Pelo interfone ele comunicou bem-humorado que
ça-o, lança-o e amá-lo-ei, falar-lhe-ei, etc. faria uma superalimentação.
B) Nas circunvizinhanças há uma casa malassombrada.
10. Nas formações em que o prefixo tem como segun- C) Depois de comer a sobrecoxa, tomou um antiácido.
do termo uma palavra iniciada por “h”: sub-hepático, ele- D) Nossos antepassados realizaram vários anteproje-
tro-higrómetro, geo-história, neo-helênico, extra-humano, tos.
semi-hospitalar, super- -homem. E) O autodidata fez uma autoanálise.
03.Assinale a alternativa incorreta quanto ao emprego
11. Nas formações em que o prefixo ou pseudo prefixo do hífen, respeitando-se o novo Acordo.
termina na mesma vogal do segundo elemento: micro-on- A) O semi-analfabeto desenhou um semicírculo.
das, eletro-ótica, semi-interno, auto-observação, etc. B) O meia-direita fez um gol de sem-pulo na semifinal
do campeonato.
Obs: O hífen é suprimido quando para formar outros C) Era um sem-vergonha, pois andava seminu.
termos: reaver, inábil, desumano, lobisomem, reabilitar. D) O recém-chegado veio de além-mar.
E) O vice-reitor está em estado pós-operatório.
- Lembre-se: ao separar palavras na translineação (mu-
dança de linha), caso a última palavra a ser escrita seja for- 04.Segundo o novo Acordo, entre as palavras pão duro
mada por hífen, repita-o na próxima linha. Exemplo: escre- (avarento), copo de leite (planta) e pé de moleque (doce) o
verei anti-inflamatório e, ao final, coube apenas “anti-”. Na hífen é obrigatório:
linha debaixo escreverei: “-inflamatório” (hífen em ambas A) em nenhuma delas.
as linhas). B) na segunda palavra.
C) na terceira palavra.
Não se emprega o hífen: D) em todas as palavras.
1. Nas formações em que o prefixo ou falso prefixo E) na primeira e na segunda palavra.
termina em vogal e o segundo termo inicia-se em “r” ou
05.Fez um esforço __ para vencer o campeonato __.
“s”. Nesse caso, passa-se a duplicar estas consoantes: antir-
Qual alternativa completa corretamente as lacunas?
religioso, contrarregra, infrassom, microssistema, minissaia,
A) sobreumano/interregional
microrradiografia, etc. B) sobrehumano-interregional
2. Nas constituições em que o prefixo ou pseudopre- C) sobre-humano / inter-regional
fixo termina em vogal e o segundo termo inicia-se com D) sobrehumano/ inter-regional
vogal diferente: antiaéreo, extraescolar, coeducação, autoes- E) sobre-humano /interegional
trada, autoaprendizagem, hidroelétrico, plurianual, autoes-
cola, infraestrutura, etc. 06. Suponha que você tenha que agregar o prefixo
3. Nas formações, em geral, que contêm os prefixos sub- às palavras que aparecem nas alternativas a seguir.
“dês” e “in” e o segundo elemento perdeu o h inicial: desu- Assinale aquela que tem de ser escrita com hífen:
mano, inábil, desabilitar, etc. A) (sub) chefe
4. Nas formações com o prefixo “co”, mesmo quando B) (sub) entender
o segundo elemento começar com “o”: cooperação, coo- C) (sub) solo
brigação, coordenar, coocupante, coautor, coedição, coexistir, D) (sub) reptício
etc. E) (sub) liminar

10
LÍNGUA PORTUGUESA

07.Assinale a alternativa em que todas as palavras es- a) Usa-se o hífen nas palavras compostas que não
tão grafadas corretamente: apresentam elementos de ligação.
A) autocrítica, contramestre, extra-oficial b) Usa-se o hífen nos compostos que designam espé-
B) infra-assinado, infra-vermelho, infra-som cies animais e botânicas (nomes de plantas, flores, frutos,
C) semi-círculo, semi-humano, semi-internato raízes, sementes), tenham ou não elementos de ligação.
D) supervida, superelegante, supermoda c) Não se usa o hífen em compostos que apresentam
E) sobre-saia, mini-saia, superssaia elementos de ligação.

5-) Fez um esforço sobre-humano para vencer o cam-


08.Assinale o item em que o uso do hífen está incor-
peonato inter-regional.
reto.
- Usa-se o hífen diante de palavra iniciada por h.
A) infraestrutura / super-homem / autoeducação - Usa-se o hífen se o prefixo terminar com a mesma
B) bem-vindo / antessala /contra-regra letra com que se inicia a outra palavra
C) contramestre / infravermelho / autoescola
D) neoescolástico / ultrassom / pseudo-herói 6-) Com os prefixos sub e sob, usa-se o hífen também
E) extraoficial / infra-hepático /semirreta diante de palavra iniciada por r. : subchefe, subentender,
09.Uma das alternativas abaixo apresenta incorreção subsolo, sub- -reptício (sem o hífen até a leitura da pala-
quanto ao emprego do hífen. vra será alterada; /subre/, ao invés de /sub re/), subliminar
A) O pseudo-hermafrodita não tinha infraestrutura
para relacionamento extraconjugal. 7-)
A) autocrítica, contramestre, extraoficial
B) Era extraoficial a notícia da vinda de um extraterre-
B) infra-assinado, infravermelho, infrassom
no. C) semicírculo, semi-humano, semi-internato
C) Ele estudou línguas neolatinas nas colônias ultrama- D) supervida, superelegante, supermoda = corretas
rinas. E) sobressaia, minissaia, supersaia
D) O anti-semita tomou um anti-biótico e vacina an- 8-) B) bem-vindo / antessala / contrarregra
tirrábica.
E) Era um suboficial de uma superpotência. 9-) D) O antissemita tomou um antibiótico e vacina an-
tirrábica.
10.Assinale a alternativa em que ocorre erro quanto ao
emprego do hífen. 10-) C) O contrarregra comeu um contrafilé.
A) Foi iniciada a campanha pró-leite.
ACENTUAÇÃO
B) O ex-aluno fez a sua autodefesa.
C) O contrarregra comeu um contra-filé. A acentuação é um dos requisitos que perfazem as re-
D) Sua vida é um verdadeiro contrassenso. gras estabelecidas pela Gramática Normativa. Esta se com-
E) O meia-direita deu início ao contra-ataque. põe de algumas particularidades, às quais devemos estar
atentos, procurando estabelecer uma relação de familia-
GABARITO ridade e, consequentemente, colocando-as em prática na
linguagem escrita.
01. B 02. B 03. A 04. E 05. C À medida que desenvolvemos o hábito da leitura e a
06. D 07. D 08. B 09. D 10. C prática de redigir, automaticamente aprimoramos essas
competências, e logo nos adequamos à forma padrão.
RESOLUÇÃO
Regras básicas – Acentuação tônica
1-) A acentuação tônica implica na intensidade com que
A) autocrítica são pronunciadas as sílabas das palavras. Aquela que se dá
C) pontapé de forma mais acentuada, conceitua-se como sílaba tônica.
D) supermercado As demais, como são pronunciadas com menos intensida-
E) infravermelhos de, são denominadas de átonas.
De acordo com a tonicidade, as palavras são classifi-
2-)B) Nas circunvizinhanças há uma casa mal-assom- cadas como:
brada. Oxítonas – São aquelas cuja sílaba tônica recai sobre a
última sílaba. Ex.: café – coração – cajá – atum – caju – papel
Paroxítonas – São aquelas em que a sílaba tônica recai
3-) A) O semianalfabeto desenhou um semicírculo.
na penúltima sílaba. Ex.: útil – tórax – táxi – leque – retrato
– passível
4-) Proparoxítonas - São aquelas em que a sílaba tônica
a) pão-duro / b) copo-de-leite (planta) / c) pé de mo- está na antepenúltima sílaba. Ex.: lâmpada – câmara – tím-
leque (doce) pano – médico – ônibus

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LÍNGUA PORTUGUESA

Como podemos observar, os vocábulos possuem mais -- Dica da Zê!: Memorize a palavra LINURXÃO. Para
de uma sílaba, mas em nossa língua existem aqueles com quê? Repare que essa palavra apresenta as terminações
uma sílaba somente: são os chamados monossílabos que, das paroxítonas que são acentuadas: L, I N, U (aqui inclua
quando pronunciados, apresentam certa diferenciação UM = fórum), R, X, Ã, ÃO. Assim ficará mais fácil a memo-
quanto à intensidade. rização!
Tal diferenciação só é percebida quando os pronun-
ciamos em uma dada sequência de palavras. Assim como -ditongo oral, crescente ou decrescente, seguido ou
podemos observar no exemplo a seguir: não de “s”: água – pônei – mágoa – jóquei

“Sei que não vai dar em nada, Regras especiais:


Seus segredos sei de cor”.
Os ditongos de pronúncia aberta “ei”, “oi” (ditongos
Os monossílabos classificam-se como tônicos; os de- abertos), que antes eram acentuados, perderam o acento
mais, como átonos (que, em, de). de acordo com a nova regra, mas desde que estejam em
Os acentos palavras paroxítonas.
* Cuidado: Se os ditongos abertos estiverem em uma
acento agudo (´) – Colocado sobre as letras «a», «i», palavra oxítona (herói) ou monossílaba (céu) ainda são
«u» e sobre o «e» do grupo “em” - indica que estas letras acentuados. Ex.: herói, céu, dói, escarcéu.
representam as vogais tônicas de palavras como Amapá, Antes Agora
caí, público, parabéns. Sobre as letras “e” e “o” indica, além assembléia assembleia
da tonicidade, timbre aberto.Ex.: herói – médico – céu (di- idéia ideia
tongos abertos) geléia geleia
jibóia jiboia
acento circunflexo (^) – colocado sobre as letras “a”, apóia (verbo apoiar) apoia
“e” e “o” indica, além da tonicidade, timbre fechado: Ex.: paranóico paranoico
tâmara – Atlântico – pêssego – supôs
Quando a vogal do hiato for “i” ou “u” tônicos, acom-
acento grave (`) – indica a fusão da preposição “a” com panhados ou não de “s”, haverá acento. Ex.: saída – faísca
– baú – país – Luís
artigos e pronomes. Ex.: à – às – àquelas – àqueles
Observação importante:
trema ( ¨ ) – De acordo com a nova regra, foi total-
Não serão mais acentuados “i” e “u” tônicos, formando
mente abolido das palavras. Há uma exceção: é utilizado
hiato quando vierem depois de ditongo: Ex.:
em palavras derivadas de nomes próprios estrangeiros. Ex.:
Antes Agora
mülleriano (de Müller)
bocaiúva bocaiuva
feiúra feiura
til (~) – indica que as letras “a” e “o” representam vo-
Sauípe Sauipe
gais nasais. Ex.: coração – melão – órgão – ímã
O acento pertencente aos encontros “oo” e “ee” foi
Regras fundamentais: abolido. Ex.:
Antes Agora
Palavras oxítonas: crêem creem
Acentuam-se todas as oxítonas terminadas em: “a”, “e”, lêem leem
“o”, “em”, seguidas ou não do plural(s): Pará – café(s) – ci- vôo voo
pó(s) – armazém(s) enjôo enjoo
Essa regra também é aplicada aos seguintes casos:
Monossílabos tônicos terminados em “a”, “e”, “o”, se- - Agora memorize a palavra CREDELEVÊ. São os verbos
guidos ou não de “s”. Ex.: pá – pé – dó – há que, no plural, dobram o “e”, mas que não recebem mais
Formas verbais terminadas em “a”, “e”, “o” tônicos, se- acento como antes: CRER, DAR, LER e VER.
guidas de lo, la, los, las. Ex. respeitá-lo – percebê-lo – com- Repare:
pô-lo 1-) O menino crê em você
Os meninos creem em você.
Paroxítonas: 2-) Elza lê bem!
Acentuam-se as palavras paroxítonas terminadas em: Todas leem bem!
- i, is : táxi – lápis – júri 3-) Espero que ele dê o recado à sala.
- us, um, uns : vírus – álbuns – fórum Esperamos que os garotos deem o recado!
- l, n, r, x, ps : automóvel – elétron - cadáver – tórax – 4-) Rubens vê tudo!
fórceps Eles veem tudo!
- ã, ãs, ão, ãos : ímã – ímãs – órfão – órgãos

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LÍNGUA PORTUGUESA

* Cuidado! Há o verbo vir: 02. (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAU-


Ele vem à tarde! LO - ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO – VUNESP/2013)
Eles vêm à tarde! Assinale a alternativa com as palavras acentuadas segundo
as regras de acentuação, respectivamente, de intercâmbio
Não se acentuam o “i” e o “u” que formam hiato quan- e antropológico.
do seguidos, na mesma sílaba, de l, m, n, r ou z. Ra-ul, ru (A) Distúrbio e acórdão.
-im, con-tri-bu-in-te, sa-ir, ju-iz (B) Máquina e jiló.
Não se acentuam as letras “i” e “u” dos hiatos se esti- (C) Alvará e Vândalo.
verem seguidas do dígrafo nh. Ex: ra-i-nha, ven-to-i-nha. (D) Consciência e características.
Não se acentuam as letras “i” e “u” dos hiatos se vierem (E) Órgão e órfãs.
precedidas de vogal idêntica: xi-i-ta, pa-ra-cu-u-ba
As formas verbais que possuíam o acento tônico na 03. (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO ACRE –
raiz, com “u” tônico precedido de “g” ou “q” e seguido de TÉCNICO EM MICROINFORMÁTICA - CESPE/2012) As pa-
“e” ou “i” não serão mais acentuadas. Ex.: lavras “conteúdo”, “calúnia” e “injúria” são acentuadas de
Antes Depois acordo com a mesma regra de acentuação gráfica.
apazigúe (apaziguar) apazigue ( ) CERTO ( ) ERRADO
averigúe (averiguar) averigue
argúi (arguir) argui 04. (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE MINAS
GERAIS – OFICIAL JUDICIÁRIO – FUNDEP/2010) Assinale a
Acentuam-se os verbos pertencentes à terceira pessoa afirmativa em que se aplica a mesma regra de acentuação.
do plural de: ele tem – eles têm / ele vem – eles vêm (verbo A) tevê – pôde – vê
vir) B) únicas – histórias – saudáveis
A regra prevalece também para os verbos conter, ob- C) indivíduo – séria – noticiários
ter, reter, deter, abster. D) diário – máximo – satélite
ele contém – eles contêm
ele obtém – eles obtêm 05. (ANATEL – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – CES-
ele retém – eles retêm PE/2012) Nas palavras “análise” e “mínimos”, o emprego
ele convém – eles convêm do acento gráfico tem justificativas gramaticais diferentes.
(...) CERTO ( ) ERRADO
Não se acentuam mais as palavras homógrafas que
06. (ANCINE – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – CES-
antes eram acentuadas para diferenciá-las de outras seme-
PE/2012) Os vocábulos “indivíduo”, “diária” e “paciência”
lhantes (regra do acento diferencial). Apenas em algumas
recebem acento gráfico com base na mesma regra de
exceções, como:
acentuação gráfica.
A forma verbal pôde (terceira pessoa do singular do
(...) CERTO ( ) ERRADO
pretérito perfeito do modo indicativo) ainda continua sen-
do acentuada para diferenciar-se de pode (terceira pessoa
do singular do presente do indicativo). Ex:
07. (BACEN – TÉCNICO DO BANCO CENTRAL – CES-
Ela pode fazer isso agora. GRANRIO/2010) As palavras que se acentuam pelas mes-
Elvis não pôde participar porque sua mão não deixou... mas regras de “conferência”, “razoável”, “países” e “será”,
O mesmo ocorreu com o verbo pôr para diferenciar da respectivamente, são
preposição por. a) trajetória, inútil, café e baú.
- Quando, na frase, der para substituir o “por” por “co- b) exercício, balaústre, níveis e sofá.
locar”, estaremos trabalhando com um verbo, portanto: c) necessário, túnel, infindáveis e só.
“pôr”; nos outros casos, “por” preposição. Ex: d) médio, nível, raízes e você.
Faço isso por você. e) éter, hífen, propôs e saída.
Posso pôr (colocar) meus livros aqui?
08. (CORREIOS – CARTEIRO – CESPE/2011) São acen-
Questões sobre Acentuação Gráfica tuados graficamente de acordo com a mesma regra de
acentuação gráfica os vocábulos
01. (TJ/SP – AGENTE DE FISCALIZAÇÃO JUDICIÁRIA – A) também e coincidência.
VUNESP/2010) Assinale a alternativa em que as palavras B) quilômetros e tivéssemos.
são acentuadas graficamente pelos mesmos motivos que C) jogá-la e incrível.
justificam, respectivamente, as acentuações de: década, D) Escócia e nós.
relógios, suíços. E) correspondência e três.
(A) flexíveis, cartório, tênis.
(B) inferência, provável, saída. 09. (IBAMA – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – CES-
(C) óbvio, após, países. PE/2012) As palavras “pó”, “só” e “céu” são acentuadas de
(D) islâmico, cenário, propôs. acordo com a mesma regra de acentuação gráfica.
(E) república, empresária, graúda. (...) CERTO ( ) ERRADO

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LÍNGUA PORTUGUESA

GABARITO D) diário – máximo – satélite


Diário = paroxítona terminada em ditongo; máximo =
01. E 02. D 03. E 04. C 05. E proparoxítona; satélite = proparoxítona.
06. C 07. D 08. B 09. E
5-) Análise = proparoxítona / mínimos = proparoxítona.
RESOLUÇÃO Ambas são acentuadas pela mesma regra (antepenúltima sí-
laba é tônica, “mais forte”).
1-) Década = proparoxítona / relógios = paroxítona RESPOSTA: “ERRADO”.
terminada em ditongo / suíços = regra do hiato
(A) flexíveis e cartório = paroxítonas terminadas em 6-) Indivíduo = paroxítona terminada em ditongo; diária
ditongo / tênis = paroxítona terminada em “i” (seguida = paroxítona terminada em ditongo; paciência = paroxíto-
de “s”) na terminada em ditongo. Os três vocábulos são acentuados
(B) inferência = paroxítona terminada em ditongo / devido à mesma regra.
provável = paroxítona terminada em “l” / saída = regra do RESPOSTA: “CERTO”.
hiato 7-) Vamos classificar as palavras do enunciado:
(C) óbvio = paroxítona terminada em ditongo / após 1-) Conferência = paroxítona terminada em ditongo
= oxítona terminada em “o” + “s” / países = regra do hiato 2-) razoável = paroxítona terminada em “l’
(D) islâmico = proparoxítona / cenário = paroxítona 3-) países = regra do hiato
terminada em ditongo / propôs = oxítona terminada em 4-) será = oxítona terminada em “a”
“o” + “s”
(E) república = proparoxítona / empresária = paroxíto- a) trajetória, inútil, café e baú.
na terminada em ditongo / graúda = regra do hiato Trajetória = paroxítona terminada em ditongo; inútil =
paroxítona terminada em “l’; café = oxítona terminada em “e”
2-) Para que saibamos qual alternativa assinalar, pri- b) exercício, balaústre, níveis e sofá.
meiro temos que classificar as palavras do enunciado Exercício = paroxítona terminada em ditongo; balaústre
= regra do hiato; níveis = paroxítona terminada em “i + s”;
quanto à posição de sua sílaba tônica:
sofá = oxítona terminada em “a”.
Intercâmbio = paroxítona terminada em ditongo; An-
c) necessário, túnel, infindáveis e só.
tropológico = proparoxítona (todas são acentuadas). Ago-
Necessário = paroxítona terminada em ditongo; túnel =
ra, vamos à análise dos itens apresentados:
paroxítona terminada em “l’; infindáveis = paroxítona termi-
(A) Distúrbio = paroxítona terminada em ditongo;
nada em “i + s”; só = monossílaba terminada em “o”.
acórdão = paroxítona terminada em “ão” d) médio, nível, raízes e você.
(B) Máquina = proparoxítona; jiló = oxítona terminada Médio = paroxítona terminada em ditongo; nível = pa-
em “o” roxítona terminada em “l’; raízes = regra do hiato; será = oxí-
(C) Alvará = oxítona terminada em “a”; Vândalo = pro- tona terminada em “a”.
paroxítona e) éter, hífen, propôs e saída.
(D) Consciência = paroxítona terminada em ditongo; Éter = paroxítona terminada em “r”; hífen = paroxítona
características = proparoxítona terminada em “n”; propôs = oxítona terminada em “o + s”;
(E) Órgão e órfãs = ambas: paroxítona terminada em saída = regra do hiato.
“ão” e “ã”, respectivamente.
8-)
3-) “Conteúdo” é acentuada seguindo a regra do hiato; A) também e coincidência.
calúnia = paroxítona terminada em ditongo; injúria = paro- Também = oxítona terminada em “e + m”; coincidência =
xítona terminada em ditongo. paroxítona terminada em ditongo
RESPOSTA: “ERRADO”. B) quilômetros e tivéssemos.
Quilômetros = proparoxítona; tivéssemos = proparoxí-
4-) tona
A) tevê – pôde – vê C) jogá-la e incrível.
Tevê = oxítona terminada em “e”; pôde (pretérito per- Oxítona terminada em “a”; incrível = paroxítona termi-
feito do Indicativo) = acento diferencial (que ainda preva- nada em “l’
lece após o Novo Acordo Ortográfico) para diferenciar de D) Escócia e nós.
“pode” – presente do Indicativo; vê = monossílaba termi- Escócia = paroxítona terminada em ditongo; nós = mo-
nada em “e” nossílaba terminada em “o + s”
B) únicas – histórias – saudáveis E) correspondência e três.
Únicas = proparoxítona; história = paroxítona termi- Correspondência = paroxítona terminada em ditongo;
nada em ditongo; saudáveis = paroxítona terminada em três = monossílaba terminada em “e + s”
ditongo.
C) indivíduo – séria – noticiários 9-) Pó = monossílaba terminada em “o”; só = monossí-
Indivíduo = paroxítona terminada em ditongo; séria = laba terminada em “o”; céu = monossílaba terminada em
paroxítona terminada em ditongo; noticiários = paroxítona ditongo aberto “éu”.
terminada em ditongo. RESPOSTA: “ERRADO”.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Flexão dos adjetivos


EMPREGO DAS CLASSES DE PALAVRAS.
PREFIXOS E SUFIXOS. O adjetivo varia em gênero, número e grau.
VALORES SEMÂNTICO-SINTÁTICOS DAS
PREPOSIÇÕES E DAS CONJUNÇÕES. Gênero dos Adjetivos

Os adjetivos concordam com o substantivo a que se


referem (masculino e feminino). De forma semelhante aos
Adjetivo é a palavra que expressa uma qualidade ou substantivos, classificam-se em:
característica do ser e se relaciona com o substantivo. Biformes - têm duas formas, sendo uma para o mas-
Ao analisarmos a palavra bondoso, por exemplo, per- culino e outra para o feminino. Por exemplo: ativo e ativa,
cebemos que, além de expressar uma qualidade, ela pode mau e má, judeu e judia.
ser colocada ao lado de um substantivo: homem bondoso, Se o adjetivo é composto e biforme, ele flexiona no fe-
moça bondosa, pessoa bondosa. minino somente o último elemento. Por exemplo: o moço
Já com a palavra bondade, embora expresse uma qua- norte-americano, a moça norte-americana.
lidade, não acontece o mesmo; não faz sentido dizer: ho- Exceção: surdo-mudo e surda-muda.
mem bondade, moça bondade, pessoa bondade. Bondade,
portanto, não é adjetivo, mas substantivo. Uniformes - têm uma só forma tanto para o masculino
como para o feminino. Por exemplo: homem feliz e mulher
Morfossintaxe do Adjetivo: feliz.
Se o adjetivo é composto e uniforme, fica invariável no
O adjetivo exerce sempre funções sintáticas (função feminino. Por exemplo: conflito político-social e desavença
dentro de uma oração) relativas aos substantivos, atuando político-social.
como adjunto adnominal ou como predicativo (do sujeito Número dos Adjetivos
ou do objeto).
Adjetivo Pátrio (ou gentílico) Plural dos adjetivos simples

Indica a nacionalidade ou o lugar de origem do ser. Ob- Os adjetivos simples flexionam-se no plural de acordo
serve alguns deles: com as regras estabelecidas para a flexão numérica dos
substantivos simples. Por exemplo: mau e maus, feliz e feli-
Estados e cidades brasileiros: zes, ruim e ruins boa e boas
Alagoas alagoano
Amapá amapaense Caso o adjetivo seja uma palavra que também exerça
Aracaju aracajuano ou aracajuense função de substantivo, ficará invariável, ou seja, se a palavra
Amazonas amazonense ou baré que estiver qualificando um elemento for, originalmente,
Belo Horizonte belo-horizontino um substantivo, ela manterá sua forma primitiva. Exemplo:
Brasília brasiliense a palavra cinza é originalmente um substantivo; porém, se
Cabo Frio cabo-friense estiver qualificando um elemento, funcionará como adje-
Campinas campineiro ou campinense tivo. Ficará, então, invariável. Logo: camisas cinza, ternos
cinza.
Adjetivo Pátrio Composto Veja outros exemplos:
Motos vinho (mas: motos verdes)
Na formação do adjetivo pátrio composto, o primeiro Paredes musgo (mas: paredes brancas).
elemento aparece na forma reduzida e, normalmente, eru- Comícios monstro (mas: comícios grandiosos).
dita. Observe alguns exemplos:
África afro- / Cultura afro-americana Adjetivo Composto
Alemanha germano- ou teuto-/Competições teuto
-inglesas É aquele formado por dois ou mais elementos. Nor-
América américo- / Companhia américo-africana malmente, esses elementos são ligados por hífen. Apenas
Bélgica belgo- / Acampamentos belgo-franceses o último elemento concorda com o substantivo a que se
China sino- / Acordos sino-japoneses refere; os demais ficam na forma masculina, singular. Caso
Espanha hispano- / Mercado hispano-português um dos elementos que formam o adjetivo composto seja
Europa euro- / Negociações euro-americanas um substantivo adjetivado, todo o adjetivo composto fica-
França franco- ou galo- / Reuniões franco-italianas rá invariável. Por exemplo: a palavra rosa é originalmente
Grécia greco- / Filmes greco-romanos um substantivo, porém, se estiver qualificando um elemen-
Inglaterra anglo- / Letras anglo-portuguesas to, funcionará como adjetivo. Caso se ligue a outra pala-
Itália ítalo- / Sociedade ítalo-portuguesa vra por hífen, formará um adjetivo composto; como é um
Japão nipo- / Associações nipo-brasileiras substantivo adjetivado, o adjetivo composto inteiro ficará
Portugal luso- / Acordos luso-brasileiros invariável. Por exemplo:

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LÍNGUA PORTUGUESA

Camisas rosa-claro. Superlativo


Ternos rosa-claro.
Olhos verde-claros. O superlativo expressa qualidades num grau muito ele-
Calças azul-escuras e camisas verde-mar. vado ou em grau máximo. O grau superlativo pode ser ab-
Telhados marrom-café e paredes verde-claras. soluto ou relativo e apresenta as seguintes modalidades:

Obs.: - Azul-marinho, azul-celeste, ultravioleta e qual- Superlativo Absoluto: ocorre quando a qualidade de
quer adjetivo composto iniciado por cor-de-... são sempre um ser é intensificada, sem relação com outros seres. Apre-
invariáveis. senta-se nas formas:
- Os adjetivos compostos surdo-mudo e pele-vermelha
têm os dois elementos flexionados. Analítica: a intensificação se faz com o auxílio de pala-
vras que dão ideia de intensidade (advérbios). Por exemplo:
Grau do Adjetivo O secretário é muito inteligente.
Sintética: a intensificação se faz por meio do acréscimo
Os adjetivos flexionam-se em grau para indicar a inten- de sufixos. Por exemplo: O secretário é inteligentíssimo.
sidade da qualidade do ser. São dois os graus do adjetivo:
o comparativo e o superlativo. Observe alguns superlativos sintéticos:
benéfico beneficentíssimo
Comparativo bom boníssimo ou ótimo
comum comuníssimo
Nesse grau, comparam-se a mesma característica atri- cruel crudelíssimo
buída a dois ou mais seres ou duas ou mais característi- difícil dificílimo
cas atribuídas ao mesmo ser. O comparativo pode ser de doce dulcíssimo
igualdade, de superioridade ou de inferioridade. Observe fácil facílimo
os exemplos abaixo: fiel fidelíssimo
Sou tão alto como você. = Comparativo de Igualdade
No comparativo de igualdade, o segundo termo da Superlativo Relativo: ocorre quando a qualidade de
comparação é introduzido pelas palavras como, quanto ou
um ser é intensificada em relação a um conjunto de seres.
quão.
Essa relação pode ser:
Sou mais alto (do) que você. = Comparativo de Supe-
De Superioridade: Clara é a mais bela da sala.
rioridade Analítico
No comparativo de superioridade analítico, entre os
De Inferioridade: Clara é a menos bela da sala.
dois substantivos comparados, um tem qualidade supe-
rior. A forma é analítica porque pedimos auxílio a “mais...do
que” ou “mais...que”. Note bem:
O Sol é maior (do) que a Terra. = Comparativo de Supe- 1) O superlativo absoluto analítico é expresso por meio
rioridade Sintético dos advérbios muito, extremamente, excepcionalmente,
Alguns adjetivos possuem, para o comparativo de su- etc., antepostos ao adjetivo.
perioridade, formas sintéticas, herdadas do latim. São eles: 2) O superlativo absoluto sintético apresenta-se sob
bom /melhor, pequeno/menor, mau/pior, alto/superior, duas formas : uma erudita, de origem latina, outra popular,
grande/maior, baixo/inferior. de origem vernácula. A forma erudita é constituída pelo
Observe que: radical do adjetivo latino + um dos sufixos -íssimo, -imo
a) As formas menor e pior são comparativos de supe- ou érrimo. Por exemplo: fidelíssimo, facílimo, paupérrimo. A
rioridade, pois equivalem a mais pequeno e mais mau, res- forma popular é constituída do radical do adjetivo portu-
pectivamente. guês + o sufixo -íssimo: pobríssimo, agilíssimo.
b) Bom, mau, grande e pequeno têm formas sintéticas 3) Em vez dos superlativos normais seriíssimo, precariís-
(melhor, pior, maior e menor), porém, em comparações fei- simo, necessariíssimo, preferem-se, na linguagem atual, as
tas entre duas qualidades de um mesmo elemento, deve- formas seríssimo, precaríssimo, necessaríssimo, sem o desa-
se usar as formas analíticas mais bom, mais mau,mais gran- gradável hiato i-í.
de e mais pequeno. Por exemplo:
Advérbio
Pedro é maior do que Paulo - Comparação de dois ele-
mentos. O advérbio, assim como muitas outras palavras exis-
Pedro é mais grande que pequeno - comparação de tentes na Língua Portuguesa, advém de outras línguas.
duas qualidades de um mesmo elemento. Assim sendo, tal qual o adjetivo, o prefixo “ad-” indica a
ideia de proximidade, contiguidade. Essa proximidade faz
Sou menos alto (do) que você. = Comparativo de In- referência ao processo verbal, no sentido de caracterizá-lo,
ferioridade ou seja, indicando as circunstâncias em que esse processo
Sou menos passivo (do) que tolerante. se desenvolve.

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LÍNGUA PORTUGUESA

O advérbio relaciona-se aos verbos da língua, no senti- de afirmação: Sim, certamente, realmente, decerto, efe-
do de caracterizar os processos expressos por ele. Contu- tivamente, certo, decididamente, realmente, deveras, indubi-
do, ele não é modificador exclusivo desta classe (verbos), tavelmente (=sem dúvida).
pois também modifica o adjetivo e até outro advérbio. Se-
guem alguns exemplos: de exclusão: Apenas, exclusivamente, salvo, senão, so-
Para quem se diz distantemente alheio a esse assunto, mente, simplesmente, só, unicamente
você está até bem informado.
Temos o advérbio “distantemente” que modifica o ad- de inclusão: Ainda, até, mesmo, inclusivamente, tam-
jetivo alheio, representando uma qualidade, característica. bém

O artista canta muito mal. de ordem: Depois, primeiramente, ultimamente


Nesse caso, o advérbio de intensidade “muito” modifica
outro advérbio de modo – “mal”. Em ambos os exemplos de designação: Eis
pudemos verificar que se tratava de somente uma palavra
funcionando como advérbio. No entanto, ele pode estar de interrogação: onde? (lugar), como? (modo), quan-
demarcado por mais de uma palavra, que mesmo assim do? (tempo), por quê? (causa), quanto? (preço e intensidade),
não deixará de ocupar tal função. Temos aí o que chama- para quê? (finalidade)
mos de locução adverbial, representada por algumas ex-
pressões, tais como: às vezes, sem dúvida, frente a frente, de Locução adverbial
modo algum, entre outras.
É reunião de duas ou mais palavras com valor de advér-
Dependendo das circunstâncias expressas pelos advér- bio. Exemplo:
bios, eles se classificam em distintas categorias, uma vez Carlos saiu às pressas. (indicando modo)
expressas por: Maria saiu à tarde. (indicando tempo)

de modo: Bem, mal, assim, depressa, devagar, às pres- Há locuções adverbiais que possuem advérbios corres-
sas, às claras, às cegas, à toa, à vontade, às escondidas, aos pondentes. Exemplo: Carlos saiu às pressas. = Carlos saiu
poucos, desse jeito, desse modo, dessa maneira, em geral, apressadamente.
frente a frente, lado a lado, a pé, de cor, em vão, e a maior Apenas os advérbios de intensidade, de lugar e de
parte dos que terminam em -”mente”: calmamente, triste- modo são flexionados, sendo que os demais são todos in-
mente, propositadamente, pacientemente, amorosamente, variáveis. A única flexão propriamente dita que existe na
docemente, escandalosamente, bondosamente, generosa- categoria dos advérbios é a de grau:
mente
Superlativo: aumenta a intensidade. Exemplos: longe
de intensidade: Muito, demais, pouco, tão, menos, em - longíssimo, pouco - pouquíssimo, inconstitucionalmente -
excesso, bastante, pouco, mais, menos, demasiado, quanto, inconstitucionalissimamente, etc.;
quão, tanto, que(equivale a quão), tudo, nada, todo, quase,
de todo, de muito, por completo. Diminutivo: diminui a intensidade. Exemplos: perto -
pertinho, pouco - pouquinho, devagar - devagarinho.
de tempo: Hoje, logo, primeiro, ontem, tarde outrora,
amanhã, cedo, dantes, depois, ainda, antigamente, antes, Artigo
doravante, nunca, então, ora, jamais, agora, sempre, já, en-
fim, afinal, breve, constantemente, entrementes, imediata- Artigo é a palavra que, vindo antes de um substantivo,
mente, primeiramente, provisoriamente, sucessivamente, às indica se ele está sendo empregado de maneira definida ou
vezes, à tarde, à noite, de manhã, de repente, de vez em indefinida. Além disso, o artigo indica, ao mesmo tempo, o
quando, de quando em quando, a qualquer momento, de gênero e o número dos substantivos.
tempos em tempos, em breve, hoje em dia
Classificação dos Artigos
de lugar: Aqui, antes, dentro, ali, adiante, fora, acolá,
atrás, além, lá, detrás, aquém, cá, acima, onde, perto, aí, Artigos Definidos: determinam os substantivos de ma-
abaixo, aonde, longe, debaixo, algures, defronte, nenhures, neira precisa: o, a, os, as. Por exemplo: Eu matei o animal.
adentro, afora, alhures, nenhures, aquém, embaixo, exter-
namente, a distância, à distancia de, de longe, de perto, em Artigos Indefinidos: determinam os substantivos de
cima, à direita, à esquerda, ao lado, em volta maneira vaga: um, uma, uns, umas. Por exemplo: Eu matei
de negação : Não, nem, nunca, jamais, de modo algum, um animal.
de forma nenhuma, tampouco, de jeito nenhum Combinação dos Artigos
É muito presente a combinação dos artigos definidos
de dúvida: Acaso, porventura, possivelmente, provavel- e indefinidos com preposições. Veja a forma assumida por
mente, quiçá, talvez, casualmente, por certo, quem sabe essas combinações:

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LÍNGUA PORTUGUESA

Preposições Artigos - Não se deve usar artigo antes das palavras casa ( no
o, os sentido de lar, moradia) e terra ( no sentido de chão firme),
a ao, aos a menos que venham especificadas.
de do, dos Eles estavam em casa.
em no, nos Eles estavam na casa dos amigos.
por (per) pelo, pelos Os marinheiros permaneceram em terra.
a, as um, uns uma, umas Os marinheiros permanecem na terra dos anões.
à, às - -
da, das dum, duns duma, dumas - Não se emprega artigo antes dos pronomes de trata-
na, nas num, nuns numa, numas mento, com exceção de senhor(a), senhorita e dona: Vossa
pela, pelas - - excelência resolverá os problemas de Sua Senhoria.

- As formas à e às indicam a fusão da preposição a com - Não se une com preposição o artigo que faz parte do
o artigo definido a. Essa fusão de vogais idênticas é conhe- nome de revistas, jornais, obras literárias: Li a notícia em O
cida por crase. Estado de S. Paulo.

Constatemos as circunstância Morfossintaxe


os em que os artigos se manifestam:
Para definir o que é artigo é preciso mencionar suas
- Considera-se obrigatório o uso do artigo depois do relações com o substantivo. Assim, nas orações da língua
numeral “ambos”: Ambos os garotos decidiram participar portuguesa, o artigo exerce a função de adjunto adnominal
das olimpíadas. do substantivo a que se refere. Tal função independe da
função exercida pelo substantivo:
- Nomes próprios indicativos de lugar admitem o uso A existência é uma poesia.
do artigo, outros não: São Paulo, O Rio de Janeiro, Veneza, Uma existência é a poesia.
A Bahia...
- Quando indicado no singular, o artigo definido pode Conjunção
indicar toda uma espécie: O trabalho dignifica o homem.
Conjunção é a palavra invariável que liga duas orações
ou dois termos semelhantes de uma mesma oração. Por
- No caso de nomes próprios personativos, denotando
exemplo:
a ideia de familiaridade ou afetividade, é facultativo o uso
A menina segurou a boneca e mostrou quando viu as
do artigo: O Pedro é o xodó da família.
amiguinhas.
- No caso de os nomes próprios personativos estarem
Deste exemplo podem ser retiradas três informações:
no plural, são determinados pelo uso do artigo: Os Maias,
1-) segurou a boneca 2-) a menina mostrou 3-) viu as
os Incas, Os Astecas... amiguinhas
- Usa-se o artigo depois do pronome indefinido todo(a) Cada informação está estruturada em torno de um ver-
para conferir uma ideia de totalidade. Sem o uso dele (o bo: segurou, mostrou, viu. Assim, há nessa frase três ora-
artigo), o pronome assume a noção de qualquer. ções:
Toda a classe parabenizou o professor. (a sala toda)
Toda classe possui alunos interessados e desinteressados. 1ª oração: A menina segurou a boneca 2ª oração: e
(qualquer classe) mostrou 3ª oração: quando viu as amiguinhas.
- Antes de pronomes possessivos, o uso do artigo é fa- A segunda oração liga-se à primeira por meio do “e”, e
cultativo: a terceira oração liga-se à segunda por meio do “quando”.
Adoro o meu vestido longo. Adoro meu vestido longo. As palavras “e” e “quando” ligam, portanto, orações.

- A utilização do artigo indefinido pode indicar uma Observe: Gosto de natação e de futebol.
ideia de aproximação numérica: O máximo que ele deve ter Nessa frase as expressões de natação, de futebol são
é uns vinte anos. partes ou termos de uma mesma oração. Logo, a palavra
“e” está ligando termos de uma mesma oração.
- O artigo também é usado para substantivar palavras Morfossintaxe da Conjunção
oriundas de outras classes gramaticais: Não sei o porquê de
tudo isso. As conjunções, a exemplo das preposições, não exer-
- Nunca deve ser usado artigo depois do pronome re- cem propriamente uma função sintática: são conectivos.
lativo cujo (e flexões). Classificação
Este é o homem cujo amigo desapareceu. - Conjunções Coordenativas
Este é o autor cuja obra conheço. - Conjunções Subordinativas

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LÍNGUA PORTUGUESA

Conjunções coordenativas - CONSECUTIVAS


Expressam uma ideia de consequência.
Dividem-se em: Principais conjunções consecutivas: que (após “tal”,
“tanto”, “tão”, “tamanho”).
- ADITIVAS: expressam a ideia de adição, soma. Ex. Gos- Falou tanto que ficou rouco.
to de cantar e de dançar.
Principais conjunções aditivas: e, nem, não só...mas tam- - FINAIS
bém, não só...como também. Expressam ideia de finalidade, objetivo.
Todos trabalham para que possam sobreviver.
- ADVERSATIVAS: Expressam ideias contrárias, de opo- Principais conjunções finais: para que, a fim de que, por-
sição, de compensação. Ex. Estudei, mas não entendi nada. que (=para que),
Principais conjunções adversativas: mas, porém, contu-
do, todavia, no entanto, entretanto. - PROPORCIONAIS
Principais conjunções proporcionais: à medida que,
- ALTERNATIVAS: Expressam ideia de alternância. quanto mais, ao passo que, à proporção que.
À medida que as horas passavam, mais sono ele tinha.
Ou você sai do telefone ou eu vendo o aparelho.
Principais conjunções alternativas: Ou...ou, ora...ora,
- TEMPORAIS
quer...quer, já...já.
Principais conjunções temporais: quando, enquanto,
logo que.
- CONCLUSIVAS: Servem para dar conclusões às ora- Quando eu sair, vou passar na locadora.
ções. Ex. Estudei muito, por isso mereço passar.
Principais conjunções conclusivas: logo, por isso, pois Diferença entre orações causais e explicativas
(depois do verbo), portanto, por conseguinte, assim.
Quando estudamos Orações Subordinadas Adverbiais
- EXPLICATIVAS: Explicam, dão um motivo ou razão. Ex. (OSA) e Coordenadas Sindéticas (CS), geralmente nos de-
É melhor colocar o casaco porque está fazendo muito frio lá paramos com a dúvida de como distinguir uma oração
fora. causal de uma explicativa. Veja os exemplos:
Principais conjunções explicativas: que, porque, pois (an- 1º) Na frase “Não atravesse a rua, porque você pode ser
tes do verbo), porquanto. atropelado”:
a) Temos uma CS Explicativa, que indica uma justificati-
Conjunções subordinativas va ou uma explicação do fato expresso na oração anterior.
b) As orações são coordenadas e, por isso, independen-
- CAUSAIS tes uma da outra. Neste caso, há uma pausa entre as ora-
Principais conjunções causais: porque, visto que, já que, ções que vêm marcadas por vírgula.
uma vez que, como (= porque). Não atravesse a rua. Você pode ser atropelado.
Ele não fez o trabalho porque não tem livro. Outra dica é, quando a oração que antecede a OC (Ora-
ção Coordenada) vier com verbo no modo imperativo, ela
- COMPARATIVAS será explicativa.
Principais conjunções comparativas: que, do que, tão... Façam silêncio, que estou falando. (façam= verbo im-
como, mais...do que, menos...do que. perativo)
Ela fala mais que um papagaio. 2º) Na frase “Precisavam enterrar os mortos em outra
cidade porque não havia cemitério no local.”
a) Temos uma OSA Causal, já que a oração subordinada
- CONCESSIVAS
(parte destacada) mostra a causa da ação expressa pelo
Principais conjunções concessivas: embora, ainda que,
verbo da oração principal. Outra forma de reconhecê-la é
mesmo que, apesar de, se bem que.
colocá-la no início do período, introduzida pela conjunção
Indicam uma concessão, admitem uma contradição, um
como - o que não ocorre com a CS Explicativa.
fato inesperado. Traz em si uma ideia de “apesar de”. Como não havia cemitério no local, precisavam enterrar
Embora estivesse cansada, fui ao shopping. (= apesar de os mortos em outra cidade.
estar cansada) b) As orações são subordinadas e, por isso, totalmente
Apesar de ter chovido fui ao cinema. dependentes uma da outra.

- CONFORMATIVAS Interjeição
Principais conjunções conformativas: como, segundo,
conforme, consoante Interjeição é a palavra invariável que exprime emoções,
Cada um colhe conforme semeia. sensações, estados de espírito, ou que procura agir sobre
Expressam uma ideia de acordo, concordância, confor- o interlocutor, levando-o a adotar certo comportamento
midade. sem que, para isso, seja necessário fazer uso de estruturas
linguísticas mais elaboradas. Observe o exemplo:

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LÍNGUA PORTUGUESA

Droga! Preste atenção quando eu estou falando! A ideia expressa pela interjeição depende muitas ve-
No exemplo acima, o interlocutor está muito bravo. zes da entonação com que é pronunciada; por isso, pode
Toda sua raiva se traduz numa palavra: Droga! Ele poderia ocorrer que uma interjeição tenha mais de um sentido. Por
ter dito: - Estou com muita raiva de você! Mas usou sim- exemplo:
plesmente uma palavra. Ele empregou a interjeição Droga! Oh! Que surpresa desagradável! (ideia de con-
As sentenças da língua costumam se organizar de for- trariedade)
ma lógica: há uma sintaxe que estrutura seus elementos e Oh! Que bom te encontrar. (ideia de alegria)
os distribui em posições adequadas a cada um deles. As in-
terjeições, por outro lado, são uma espécie de “palavra-fra- Classificação das Interjeições
se”, ou seja, há uma ideia expressa por uma palavra (ou um
conjunto de palavras - locução interjetiva) que poderia ser Comumente, as interjeições expressam sentido de:
colocada em termos de uma sentença. Veja os exemplos: - Advertência: Cuidado!, Devagar!, Calma!, Sentido!,
Bravo! Bis! Atenção!, Olha!, Alerta!
bravo e bis: interjeição = sentença (sugestão): “Foi mui- - Afugentamento: Fora!, Passa!, Rua!, Xô!
to bom! Repitam!” - Alegria ou Satisfação: Oh!, Ah!,Eh!, Oba!, Viva!
Ai! Ai! Ai! Machuquei meu pé... ai: interjeição = senten- - Alívio: Arre!, Uf!, Ufa! Ah!
ça (sugestão): “Isso está doendo!” ou “Estou com dor!” - Animação ou Estímulo: Vamos!, Força!, Coragem!, Eia!,
Ânimo!, Adiante!, Firme!, Toca!
A interjeição é um recurso da linguagem afetiva, em - Aplauso ou Aprovação: Bravo!, Bis!, Apoiado!, Viva!,
que não há uma ideia organizada de maneira lógica, como Boa!
são as sentenças da língua, mas sim a manifestação de um - Concordância: Claro!, Sim!, Pois não!, Tá!, Hã-hã!
suspiro, um estado da alma decorrente de uma situação - Repulsa ou Desaprovação: Credo!, Irra!, Ih!, Livra!,
particular, um momento ou um contexto específico. Exem- Safa!, Fora!, Abaixo!, Francamente!, Xi!, Chega!, Basta!, Ora!
plos: - Desejo ou Intenção: Oh!, Pudera!, Tomara!, Oxalá!
Ah, como eu queria voltar a ser criança! - Desculpa: Perdão!
ah: expressão de um estado emotivo = interjeição - Dor ou Tristeza: Ai!, Ui!, Ai de mim!, Que pena!, Ah!,
Hum! Esse pudim estava maravilhoso! Oh!, Eh!
hum: expressão de um pensamento súbito = interjeição - Dúvida ou Incredulidade: Qual!, Qual o quê!, Hum!,
O significado das interjeições está vinculado à maneira Epa!, Ora!
como elas são proferidas. Desse modo, o tom da fala é que - Espanto ou Admiração: Oh!, Ah!, Uai!, Puxa!, Céus!,
dita o sentido que a expressão vai adquirir em cada contex- Quê!, Caramba!, Opa!, Virgem!, Vixe!, Nossa!, Hem?!, Hein?,
to de enunciação. Exemplos: Cruz!, Putz!
Psiu! = contexto: alguém pronunciando essa expres- - Impaciência ou Contrariedade: Hum!, Hem!, Irra!,
são na rua; significado da interjeição (sugestão): “Estou te Raios!, Diabo!, Puxa!, Pô!, Ora!
chamando! Ei, espere!” - Pedido de Auxílio: Socorro!, Aqui!, Piedade!
Psiu! = contexto: alguém pronunciando essa expressão - Saudação, Chamamento ou Invocação: Salve!, Viva!,
em um hospital; significado da interjeição (sugestão): “Por Adeus!, Olá!, Alô!, Ei!, Tchau!, Ô, Ó, Psiu!, Socorro!, Valha-
favor, faça silêncio!” me, Deus!
Puxa! Ganhei o maior prêmio do sorteio! - Silêncio: Psiu!, Bico!, Silêncio!
puxa: interjeição; tom da fala: euforia - Terror ou Medo: Credo!, Cruzes!, Uh!, Ui!, Oh!
Puxa! Hoje não foi meu dia de sorte! Saiba que: As interjeições são palavras invariáveis, isto
puxa: interjeição; tom da fala: decepção é, não sofrem variação em gênero, número e grau como
os nomes, nem de número, pessoa, tempo, modo, aspecto
As interjeições cumprem, normalmente, duas funções: e voz como os verbos. No entanto, em uso específico, al-
1) Sintetizar uma frase exclamativa, exprimindo alegria, gumas interjeições sofrem variação em grau. Deve-se ter
tristeza, dor, etc. claro, neste caso, que não se trata de um processo natural
Você faz o que no Brasil? dessa classe de palavra, mas tão só uma variação que a
Eu? Eu negocio com madeiras. linguagem afetiva permite. Exemplos: oizinho, bravíssimo,
Ah, deve ser muito interessante. até loguinho.

2) Sintetizar uma frase apelativa Locução Interjetiva


Cuidado! Saia da minha frente.
As interjeições podem ser formadas por: Ocorre quando duas ou mais palavras formam uma ex-
- simples sons vocálicos: Oh!, Ah!, Ó, Ô. pressão com sentido de interjeição. Por exemplo : Ora bo-
- palavras: Oba!, Olá!, Claro! las! Quem me dera! Virgem Maria! Meu Deus! Ó
- grupos de palavras (locuções interjetivas): Meu Deus!, de casa! Ai de mim! Valha-me Deus! Graças a Deus!
Ora bolas! Alto lá! Muito bem!

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LÍNGUA PORTUGUESA

Observações: Note bem: os numerais traduzem, em palavras, o que


- As interjeições são como frases resumidas, sintéticas. os números indicam em relação aos seres. Assim, quando
Por exemplo: Ué! = Eu não esperava por essa!, Perdão! = a expressão é colocada em números (1, 1°, 1/3, etc.) não se
Peço-lhe que me desculpe. trata de numerais, mas sim de algarismos.
- Além do contexto, o que caracteriza a interjeição é o Além dos numerais mais conhecidos, já que refletem a
seu tom exclamativo; por isso, palavras de outras classes ideia expressa pelos números, existem mais algumas pala-
gramaticais podem aparecer como interjeições. vras consideradas numerais porque denotam quantidade,
Viva! Basta! (Verbos) proporção ou ordenação. São alguns exemplos: década,
Fora! Francamente! (Advérbios) dúzia, par, ambos(as), novena.
- A interjeição pode ser considerada uma “palavra-fra-
se” porque sozinha pode constituir uma mensagem. Ex.: Classificação dos Numerais
Socorro!, Ajudem-me!, Silêncio!, Fique quieto!
Cardinais: indicam contagem, medida. É o número bá-
- Há, também, as interjeições onomatopaicas ou imitati- sico: um, dois, cem mil, etc.
vas, que exprimem ruídos e vozes. Ex.: Pum! Miau! Bumba!
Zás! Plaft! Pof! Catapimba! Tique-taque! Quá-quá-quá!, etc. Ordinais: indicam a ordem ou lugar do ser numa série
dada: primeiro, segundo, centésimo, etc.
- Não se deve confundir a interjeição de apelo “ó” com
a sua homônima “oh!”, que exprime admiração, alegria, Fracionários: indicam parte de um inteiro, ou seja, a
tristeza, etc. Faz-se uma pausa depois do” oh!” exclamativo divisão dos seres: meio, terço, dois quintos, etc.
e não a fazemos depois do “ó” vocativo.
“Ó natureza! ó mãe piedosa e pura!” (Olavo Bilac) Multiplicativos: expressam ideia de multiplicação dos
Oh! a jornada negra!” (Olavo Bilac) seres, indicando quantas vezes a quantidade foi aumenta-
- Na linguagem afetiva, certas interjeições, originadas da: dobro, triplo, quíntuplo, etc.
de palavras de outras classes, podem aparecer flexionadas
no diminutivo ou no superlativo: Calminha! Adeusinho! Leitura dos Numerais
Obrigadinho!
Separando os números em centenas, de trás para fren-
Interjeições, leitura e produção de textos te, obtêm-se conjuntos numéricos, em forma de centenas
e, no início, também de dezenas ou unidades. Entre esses
Usadas com muita frequência na língua falada informal, conjuntos usa-se vírgula; as unidades ligam-se pela con-
quando empregadas na língua escrita, as interjeições cos- junção “e”.
tumam conferir-lhe certo tom inconfundível de coloquiali- 1.203.726 = um milhão, duzentos e três mil, setecentos
dade. Além disso, elas podem muitas vezes indicar traços e vinte e seis.
pessoais do falante - como a escassez de vocabulário, o 45.520 = quarenta e cinco mil, quinhentos e vinte.
temperamento agressivo ou dócil, até mesmo a origem
geográfica. É nos textos narrativos - particularmente nos Flexão dos numerais
diálogos - que comumente se faz uso das interjeições com
o objetivo de caracterizar personagens e, também, graças à Os numerais cardinais que variam em gênero são um/
sua natureza sintética, agilizar as falas. Natureza sintética e uma, dois/duas e os que indicam centenas de duzentos/du-
conteúdo mais emocional do que racional fazem das inter- zentas em diante: trezentos/trezentas; quatrocentos/quatro-
jeições presença constante nos textos publicitários. centas, etc. Cardinais como milhão, bilhão, trilhão, variam
em número: milhões, bilhões, trilhões. Os demais cardinais
Fonte: http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/ são invariáveis.
morf89.php Os numerais ordinais variam em gênero e número:
primeiro segundo milésimo
Numeral primeira segunda milésima
primeiros segundos milésimos
Numeral é a palavra que indica os seres em termos nu- primeiras segundas milésimas
méricos, isto é, que atribui quantidade aos seres ou os situa
em determinada sequência. Os numerais multiplicativos são invariáveis quando
Os quatro últimos ingressos foram vendidos há pouco. atuam em funções substantivas: Fizeram o dobro do esforço
[quatro: numeral = atributo numérico de “ingresso”] e conseguiram o triplo de produção.
Eu quero café duplo, e você? Quando atuam em funções adjetivas, esses numerais
...[duplo: numeral = atributo numérico de “café”] flexionam-se em gênero e número: Teve de tomar doses tri-
A primeira pessoa da fila pode entrar, por favor! plas do medicamento.
...[primeira: numeral = situa o ser “pessoa” na sequência Os numerais fracionários flexionam-se em gênero e nú-
de “fila”] mero. Observe: um terço/dois terços, uma terça parte/duas
terças partes

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LÍNGUA PORTUGUESA

Os numerais coletivos flexionam-se em número: uma dúzia, um milheiro, duas dúzias, dois milheiros.
É comum na linguagem coloquial a indicação de grau nos numerais, traduzindo afetividade ou especialização de senti-
do. É o que ocorre em frases como:
“Me empresta duzentinho...”
É artigo de primeiríssima qualidade!
O time está arriscado por ter caído na segundona. (= segunda divisão de futebol)

Emprego dos Numerais

*Para designar papas, reis, imperadores, séculos e partes em que se divide uma obra, utilizam-se os ordinais até décimo
e a partir daí os cardinais, desde que o numeral venha depois do substantivo:

Ordinais Cardinais
João Paulo II (segundo) Tomo XV (quinze)
D. Pedro II (segundo) Luís XVI (dezesseis)
Ato II (segundo) Capítulo XX (vinte)
Século VIII (oitavo) Século XX (vinte)
Canto IX (nono) João XXIII ( vinte e três)
*Para designar leis, decretos e portarias, utiliza-se o ordinal até nono e o cardinal de dez em diante:
Artigo 1.° (primeiro) Artigo 10 (dez)
Artigo 9.° (nono) Artigo 21 (vinte e um)
*Ambos/ambas são considerados numerais. Significam “um e outro”, “os dois” (ou “uma e outra”, “as duas”) e são lar-
gamente empregados para retomar pares de seres aos quais já se fez referência.
Pedro e João parecem ter finalmente percebido a importância da solidariedade. Ambos agora participam das atividades
comunitárias de seu bairro.
Obs.: a forma “ambos os dois” é considerada enfática. Atualmente, seu uso indica afetação, artificialismo.

Cardinais Ordinais Multiplicativos Fracionários


um primeiro - -
dois segundo dobro, duplo meio
três terceiro triplo, tríplice terço
quatro quarto quádruplo quarto
cinco quinto quíntuplo quinto
seis sexto sêxtuplo sexto
sete sétimo sétuplo sétimo
oito oitavo óctuplo oitavo
nove nono nônuplo nono
dez décimo décuplo décimo
onze décimo primeiro - onze avos
doze décimo segundo - doze avos
treze décimo terceiro - treze avos
catorze décimo quarto - catorze avos
quinze décimo quinto - quinze avos
dezesseis décimo sexto - dezesseis avos
dezessete décimo sétimo - dezessete avos
dezoito décimo oitavo - dezoito avos
dezenove décimo nono - dezenove avos
vinte vigésimo - vinte avos
trinta trigésimo - trinta avos
quarenta quadragésimo - quarenta avos
cinqüenta quinquagésimo - cinquenta avos
sessenta sexagésimo - sessenta avos
setenta septuagésimo - setenta avos
oitenta octogésimo - oitenta avos
noventa nonagésimo - noventa avos
cem centésimo cêntuplo centésimo
duzentos ducentésimo - ducentésimo

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LÍNGUA PORTUGUESA

trezentos trecentésimo - trecentésimo


quatrocentos quadringentésimo - quadringentésimo
quinhentos quingentésimo - quingentésimo
seiscentos sexcentésimo - sexcentésimo
setecentos septingentésimo - septingentésimo
oitocentos octingentésimo - octingentésimo
novecentos nongentésimo ou noningentésimo - nongentésimo
mil milésimo - milésimo
milhão milionésimo - milionésimo
bilhão bilionésimo - bilionésimo

Preposição

Preposição é uma palavra invariável que serve para ligar termos ou orações. Quando esta ligação acontece, normal-
mente há uma subordinação do segundo termo em relação ao primeiro. As preposições são muito importantes na estrutura
da língua, pois estabelecem a coesão textual e possuem valores semânticos indispensáveis para a compreensão do texto.

Tipos de Preposição

1. Preposições essenciais: palavras que atuam exclusivamente como preposições: a, ante, perante, após, até, com, contra,
de, desde, em, entre, para, por, sem, sob, sobre, trás, atrás de, dentro de, para com.
2. Preposições acidentais: palavras de outras classes gramaticais que podem atuar como preposições: como, durante,
exceto, fora, mediante, salvo, segundo, senão, visto.
3. Locuções prepositivas: duas ou mais palavras valendo como uma preposição, sendo que a última palavra é uma delas:
abaixo de, acerca de, acima de, ao lado de, a respeito de, de acordo com, em cima de, embaixo de, em frente a, ao redor de,
graças a, junto a, com, perto de, por causa de, por cima de, por trás de.

A preposição, como já foi dito, é invariável. No entanto pode unir-se a outras palavras e assim estabelecer concordância
em gênero ou em número. Ex: por + o = pelo por + a = pela.
Vale ressaltar que essa concordância não é característica da preposição, mas das palavras às quais ela se une.
Esse processo de junção de uma preposição com outra palavra pode se dar a partir de dois processos:

1. Combinação: A preposição não sofre alteração.


preposição a + artigos definidos o, os
a + o = ao
preposição a + advérbio onde
a + onde = aonde
2. Contração: Quando a preposição sofre alteração.

Preposição + Artigos
De + o(s) = do(s)
De + a(s) = da(s)
De + um = dum
De + uns = duns
De + uma = duma
De + umas = dumas
Em + o(s) = no(s)
Em + a(s) = na(s)
Em + um = num
Em + uma = numa
Em + uns = nuns
Em + umas = numas
A + à(s) = à(s)
Por + o = pelo(s)
Por + a = pela(s)

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LÍNGUA PORTUGUESA

Preposição + Pronomes Fim ou finalidade = Vou ao médico para começar o tra-


De + ele(s) = dele(s) tamento.
De + ela(s) = dela(s) Instrumento = Escreveu a lápis.
De + este(s) = deste(s) Posse = Não posso doar as roupas da mamãe.
De + esta(s) = desta(s) Autoria = Esse livro de Machado de Assis é muito bom.
De + esse(s) = desse(s) Companhia = Estarei com ele amanhã.
De + essa(s) = dessa(s) Matéria = Farei um cartão de papel reciclado.
De + aquele(s) = daquele(s) Meio = Nós vamos fazer um passeio de barco.
De + aquela(s) = daquela(s) Origem = Nós somos do Nordeste, e você?
De + isto = disto Conteúdo = Quebrei dois frascos de perfume.
De + isso = disso Oposição = Esse movimento é contra o que eu penso.
De + aquilo = daquilo Preço = Essa roupa sai por R$ 50 à vista.
De + aqui = daqui Fonte:
De + aí = daí http://www.infoescola.com/portugues/preposicao/
De + ali = dali
De + outro = doutro(s) Pronome
De + outra = doutra(s)
Em + este(s) = neste(s)
Pronome é a palavra que se usa em lugar do nome, ou
Em + esta(s) = nesta(s)
Em + esse(s) = nesse(s) a ele se refere, ou que acompanha o nome, qualificando-o
Em + aquele(s) = naquele(s) de alguma forma.
Em + aquela(s) = naquela(s) A moça era mesmo bonita. Ela morava nos meus sonhos!
Em + isto = nisto [substituição do nome]
Em + isso = nisso
Em + aquilo = naquilo A moça que morava nos meus sonhos era mesmo bonita!
A + aquele(s) = àquele(s) [referência ao nome]
A + aquela(s) = àquela(s) Essa moça morava nos meus sonhos!
A + aquilo = àquilo [qualificação do nome]
Grande parte dos pronomes não possuem significados
Dicas sobre preposição fixos, isto é, essas palavras só adquirem significação dentro
de um contexto, o qual nos permite recuperar a referên-
1. O “a” pode funcionar como preposição, pronome cia exata daquilo que está sendo colocado por meio dos
pessoal oblíquo e artigo. Como distingui-los? Caso o “a” pronomes no ato da comunicação. Com exceção dos pro-
seja um artigo, virá precedendo um substantivo. Ele servirá nomes interrogativos e indefinidos, os demais pronomes
para determiná-lo como um substantivo singular e femi- têm por função principal apontar para as pessoas do dis-
nino.
curso ou a elas se relacionar, indicando-lhes sua situação
A dona da casa não quis nos atender.
no tempo ou no espaço. Em virtude dessa característica,
Como posso fazer a Joana concordar comigo?
os pronomes apresentam uma forma específica para cada
- Quando é preposição, além de ser invariável, liga dois
termos e estabelece relação de subordinação entre eles. pessoa do discurso.
Cheguei a sua casa ontem pela manhã. Minha carteira estava vazia quando eu fui assaltada.
Não queria, mas vou ter que ir à outra cidade para pro- [minha/eu: pronomes de 1ª pessoa = aquele que fala]
curar um tratamento adequado.
Tua carteira estava vazia quando tu foste assaltada?
- Se for pronome pessoal oblíquo estará ocupando o [tua/tu: pronomes de 2ª pessoa = aquele a quem se
lugar e/ou a função de um substantivo. fala]
Temos Maria como parte da família. / Nós a temos como
parte da família A carteira dela estava vazia quando ela foi assaltada.
Creio que conhecemos nossa mãe melhor que ninguém. / [dela/ela: pronomes de 3ª pessoa = aquele de quem
Creio que a conhecemos melhor que ninguém. se fala]

2. Algumas relações semânticas estabelecidas por meio Em termos morfológicos, os pronomes são palavras
das preposições: variáveis em gênero (masculino ou feminino) e em núme-
Destino = Irei para casa. ro (singular ou plural). Assim, espera-se que a referência
Modo = Chegou em casa aos gritos. através do pronome seja coerente em termos de gênero
Lugar = Vou ficar em casa;
e número (fenômeno da concordância) com o seu objeto,
Assunto = Escrevi um artigo sobre adolescência.
mesmo quando este se apresenta ausente no enunciado.
Tempo = A prova vai começar em dois minutos.
Causa = Ela faleceu de derrame cerebral.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Fala-se de Roberta. Ele quer participar do desfile da nos- Pronome Oblíquo


sa escola neste ano.
[nossa: pronome que qualifica “escola” = concordância Pronome pessoal do caso oblíquo é aquele que, na sen-
adequada] tença, exerce a função de complemento verbal (objeto di-
[neste: pronome que determina “ano” = concordância reto ou indireto) ou complemento nominal.
adequada] Ofertaram-nos flores. (objeto indireto)
[ele: pronome que faz referência à “Roberta” = concor- Obs.: em verdade, o pronome oblíquo é uma forma
dância inadequada] variante do pronome pessoal do caso reto. Essa variação
indica a função diversa que eles desempenham na oração:
Existem seis tipos de pronomes: pessoais, possessivos, pronome reto marca o sujeito da oração; pronome oblíquo
demonstrativos, indefinidos, relativos e interrogativos. marca o complemento da oração.
Os pronomes oblíquos sofrem variação de acordo com
Pronomes Pessoais a acentuação tônica que possuem, podendo ser átonos ou
tônicos.
São aqueles que substituem os substantivos, indicando
Pronome Oblíquo Átono
diretamente as pessoas do discurso. Quem fala ou escreve
assume os pronomes “eu” ou “nós”, usa os pronomes “tu”, São chamados átonos os pronomes oblíquos que não
“vós”, “você” ou “vocês” para designar a quem se dirige e são precedidos de preposição. Possuem acentuação tônica
“ele”, “ela”, “eles” ou “elas” para fazer referência à pessoa fraca: Ele me deu um presente.
ou às pessoas de quem fala. O quadro dos pronomes oblíquos átonos é assim con-
Os pronomes pessoais variam de acordo com as fun- figurado:
ções que exercem nas orações, podendo ser do caso reto - 1ª pessoa do singular (eu): me
ou do caso oblíquo. - 2ª pessoa do singular (tu): te
- 3ª pessoa do singular (ele, ela): o, a, lhe
Pronome Reto - 1ª pessoa do plural (nós): nos
- 2ª pessoa do plural (vós): vos
Pronome pessoal do caso reto é aquele que, na sen- - 3ª pessoa do plural (eles, elas): os, as, lhes
tença, exerce a função de sujeito ou predicativo do sujeito.
Nós lhe ofertamos flores. Observações:
Os pronomes retos apresentam flexão de número, gê- O “lhe” é o único pronome oblíquo átono que já se
nero (apenas na 3ª pessoa) e pessoa, sendo essa última a apresenta na forma contraída, ou seja, houve a união en-
principal flexão, uma vez que marca a pessoa do discurso. tre o pronome “o” ou “a” e preposição “a” ou “para”. Por
acompanhar diretamente uma preposição, o pronome
Dessa forma, o quadro dos pronomes retos é assim confi-
“lhe” exerce sempre a função de objeto indireto na oração.
gurado:
Os pronomes me, te, nos e vos podem tanto ser objetos
diretos como objetos indiretos.
- 1ª pessoa do singular: eu Os pronomes o, a, os e as atuam exclusivamente como
- 2ª pessoa do singular: tu objetos diretos.
- 3ª pessoa do singular: ele, ela Os pronomes me, te, lhe, nos, vos e lhes podem combi-
- 1ª pessoa do plural: nós nar-se com os pronomes o, os, a, as, dando origem a for-
- 2ª pessoa do plural: vós mas como mo, mos , ma, mas; to, tos, ta, tas; lho, lhos, lha,
- 3ª pessoa do plural: eles, elas lhas; no-lo, no-los, no-la, no-las, vo-lo, vo-los, vo-la, vo-las.
Observe o uso dessas formas nos exemplos que seguem:
Atenção: esses pronomes não costumam ser usados - Trouxeste o pacote?
como complementos verbais na língua-padrão. Frases - Sim, entreguei-to ainda há pouco.
como “Vi ele na rua”, “Encontrei ela na praça”, “Trouxeram - Não contaram a novidade a vocês?
eu até aqui”, comuns na língua oral cotidiana, devem ser - Não, no-la contaram.
evitadas na língua formal escrita ou falada. Na língua for- No português do Brasil, essas combinações não são
mal, devem ser usados os pronomes oblíquos correspon- usadas; até mesmo na língua literária atual, seu emprego
dentes: “Vi-o na rua”, “Encontrei-a na praça”, “Trouxeram- é muito raro.
me até aqui”.
Atenção: Os pronomes o, os, a, as assumem formas
especiais depois de certas terminações verbais. Quando o
Obs.: frequentemente observamos a omissão do pro-
verbo termina em -z, -s ou -r, o pronome assume a forma
nome reto em Língua Portuguesa. Isso se dá porque as lo, los, la ou las, ao mesmo tempo que a terminação verbal
próprias formas verbais marcam, através de suas desinên- é suprimida. Por exemplo:
cias, as pessoas do verbo indicadas pelo pronome reto: Fi- fiz + o = fi-lo
zemos boa viagem. (Nós) fazeis + o = fazei-lo
dizer + a = dizê-la

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LÍNGUA PORTUGUESA

Quando o verbo termina em som nasal, o pronome assume as formas no, nos, na, nas. Por exemplo:
viram + o: viram-no
repõe + os = repõe-nos
retém + a: retém-na
tem + as = tem-nas

Pronome Oblíquo Tônico

Os pronomes oblíquos tônicos são sempre precedidos por preposições, em geral as preposições a, para, de e com. Por
esse motivo, os pronomes tônicos exercem a função de objeto indireto da oração. Possuem acentuação tônica forte.
O quadro dos pronomes oblíquos tônicos é assim configurado:
- 1ª pessoa do singular (eu): mim, comigo
- 2ª pessoa do singular (tu): ti, contigo
- 3ª pessoa do singular (ele, ela): ele, ela
- 1ª pessoa do plural (nós): nós, conosco
- 2ª pessoa do plural (vós): vós, convosco
- 3ª pessoa do plural (eles, elas): eles, elas

Observe que as únicas formas próprias do pronome tônico são a primeira pessoa (mim) e segunda pessoa (ti). As demais
repetem a forma do pronome pessoal do caso reto.

- As preposições essenciais introduzem sempre pronomes pessoais do caso oblíquo e nunca pronome do caso reto. Nos
contextos interlocutivos que exigem o uso da língua formal, os pronomes costumam ser usados desta forma:
Não há mais nada entre mim e ti.
Não se comprovou qualquer ligação entre ti e ela.
Não há nenhuma acusação contra mim.
Não vá sem mim.

Atenção: Há construções em que a preposição, apesar de surgir anteposta a um pronome, serve para introduzir uma
oração cujo verbo está no infinitivo. Nesses casos, o verbo pode ter sujeito expresso; se esse sujeito for um pronome, de-
verá ser do caso reto.
Trouxeram vários vestidos para eu experimentar.
Não vá sem eu mandar.

- A combinação da preposição “com” e alguns pronomes originou as formas especiais comigo, contigo, consigo, conosco
e convosco. Tais pronomes oblíquos tônicos frequentemente exercem a função de adjunto adverbial de companhia.
Ele carregava o documento consigo.
- As formas “conosco” e “convosco” são substituídas por “com nós” e “com vós” quando os pronomes pessoais são
reforçados por palavras como outros, mesmos, próprios, todos, ambos ou algum numeral.
Você terá de viajar com nós todos.
Estávamos com vós outros quando chegaram as más notícias.
Ele disse que iria com nós três.
Pronome Reflexivo

São pronomes pessoais oblíquos que, embora funcionem como objetos direto ou indireto, referem-se ao sujeito da
oração. Indicam que o sujeito pratica e recebe a ação expressa pelo verbo.
O quadro dos pronomes reflexivos é assim configurado:
- 1ª pessoa do singular (eu): me, mim.
Eu não me vanglorio disso.
Olhei para mim no espelho e não gostei do que vi.

- 2ª pessoa do singular (tu): te, ti.


Assim tu te prejudicas.
Conhece a ti mesmo.

- 3ª pessoa do singular (ele, ela): se, si, consigo.


Guilherme já se preparou.
Ela deu a si um presente.
Antônio conversou consigo mesmo.

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LÍNGUA PORTUGUESA

- 1ª pessoa do plural (nós): nos.


Lavamo-nos no rio.

- 2ª pessoa do plural (vós): vos.


Vós vos beneficiastes com a esta conquista.
- 3ª pessoa do plural (eles, elas): se, si, consigo.
Eles se conheceram.
Elas deram a si um dia de folga.

A Segunda Pessoa Indireta

A chamada segunda pessoa indireta manifesta-se quando utilizamos pronomes que, apesar de indicarem nosso interlo-
cutor (portanto, a segunda pessoa), utilizam o verbo na terceira pessoa. É o caso dos chamados pronomes de tratamento,
que podem ser observados no quadro seguinte:

Pronomes de Tratamento

Vossa Alteza V. A. príncipes, duques


Vossa Eminência V. Ema.(s) cardeais
Vossa Reverendíssima V. Revma.(s) sacerdotes e bispos
Vossa Excelência V. Ex.ª (s) altas autoridades e oficiais-generais
Vossa Magnificência V. Mag.ª (s) reitores de universidades
Vossa Majestade V. M. reis e rainhas
Vossa Majestade Imperial V. M. I. Imperadores
Vossa Santidade V. S. Papa
Vossa Senhoria V. S.ª (s) tratamento cerimonioso
Vossa Onipotência V. O. Deus

Também são pronomes de tratamento o senhor, a senhora e você, vocês. “O senhor” e “a senhora” são empregados no
tratamento cerimonioso; “você” e “vocês”, no tratamento familiar. Você e vocês são largamente empregados no português
do Brasil; em algumas regiões, a forma tu é de uso frequente; em outras, pouco empregada. Já a forma vós tem uso restrito
à linguagem litúrgica, ultraformal ou literária.

Observações:
a) Vossa Excelência X Sua Excelência : os pronomes de tratamento que possuem “Vossa (s)” são empregados em relação
à pessoa com quem falamos: Espero que V. Ex.ª, Senhor Ministro, compareça a este encontro.

*Emprega-se “Sua (s)” quando se fala a respeito da pessoa.
Todos os membros da C.P.I. afirmaram que Sua Excelência, o Senhor Presidente da República, agiu com propriedade.

- Os pronomes de tratamento representam uma forma indireta de nos dirigirmos aos nossos interlocutores. Ao tratar-
mos um deputado por Vossa Excelência, por exemplo, estamos nos endereçando à excelência que esse deputado suposta-
mente tem para poder ocupar o cargo que ocupa.
- 3ª pessoa: embora os pronomes de tratamento dirijam-se à 2ª pessoa, toda a concordância deve ser feita com a 3ª
pessoa. Assim, os verbos, os pronomes possessivos e os pronomes oblíquos empregados em relação a eles devem ficar na
3ª pessoa.
Basta que V. Ex.ª cumpra a terça parte das suas promessas, para que seus eleitores lhe fiquem reconhecidos.

- Uniformidade de Tratamento: quando escrevemos ou nos dirigimos a alguém, não é permitido mudar, ao longo do
texto, a pessoa do tratamento escolhida inicialmente. Assim, por exemplo, se começamos a chamar alguém de “você”, não
poderemos usar “te” ou “teu”. O uso correto exigirá, ainda, verbo na terceira pessoa.
Quando você vier, eu te abraçarei e enrolar-me-ei nos teus cabelos. (errado)
Quando você vier, eu a abraçarei e enrolar-me-ei nos seus cabelos. (correto)
Quando tu vieres, eu te abraçarei e enrolar-me-ei nos teus cabelos. (correto)

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LÍNGUA PORTUGUESA

Pronomes Possessivos Compro esse carro (aí). O pronome esse indica que o
carro está perto da pessoa com quem falo, ou afastado da
São palavras que, ao indicarem a pessoa gramatical pessoa que fala.
(possuidor), acrescentam a ela a ideia de posse de algo Compro aquele carro (lá). O pronome aquele diz que
(coisa possuída). o carro está afastado da pessoa que fala e daquela com
Este caderno é meu. (meu = possuidor: 1ª pessoa do quem falo.
singular)
Atenção: em situações de fala direta (tanto ao vivo
NÚMERO PESSOA PRONOME quanto por meio de correspondência, que é uma moda-
singular primeira meu(s), minha(s) lidade escrita de fala), são particularmente importantes o
singular segunda teu(s), tua(s) este e o esse - o primeiro localiza os seres em relação ao
singular terceira seu(s), sua(s) emissor; o segundo, em relação ao destinatário. Trocá-los
pode causar ambiguidade.
plural primeira nosso(s), nossa(s)
Dirijo-me a essa universidade com o objetivo de solicitar
plural segunda vosso(s), vossa(s)
informações sobre o concurso vestibular. (trata-se da univer-
plural terceira seu(s), sua(s)
sidade destinatária).
Reafirmamos a disposição desta universidade em partici-
Note que: A forma do possessivo depende da pessoa
par no próximo Encontro de Jovens. (trata-se da universida-
gramatical a que se refere; o gênero e o número concor-
de que envia a mensagem).
dam com o objeto possuído: Ele trouxe seu apoio e sua con-
tribuição naquele momento difícil. No tempo:
Este ano está sendo bom para nós. O pronome este se
Observações: refere ao ano presente.
Esse ano que passou foi razoável. O pronome esse se
1 - A forma “seu” não é um possessivo quando resultar refere a um passado próximo.
da alteração fonética da palavra senhor: Muito obrigado, Aquele ano foi terrível para todos. O pronome aquele
seu José. está se referindo a um passado distante.
2 - Os pronomes possessivos nem sempre indicam pos- - Os pronomes demonstrativos podem ser variáveis ou
se. Podem ter outros empregos, como: invariáveis, observe:
a) indicar afetividade: Não faça isso, minha filha. Variáveis: este(s), esta(s), esse(s), essa(s), aquele(s), aque-
la(s).
b) indicar cálculo aproximado: Ele já deve ter seus 40 Invariáveis: isto, isso, aquilo.
anos.
- Também aparecem como pronomes demonstrativos:
c) atribuir valor indefinido ao substantivo: Marisa tem lá - o(s), a(s): quando estiverem antecedendo o “que” e
seus defeitos, mas eu gosto muito dela. puderem ser substituídos por aquele(s), aquela(s), aquilo.
Não ouvi o que disseste. (Não ouvi aquilo que disseste.)
3- Em frases onde se usam pronomes de tratamento, Essa rua não é a que te indiquei. (Esta rua não é aquela
o pronome possessivo fica na 3ª pessoa: Vossa Excelência que te indiquei.)
trouxe sua mensagem? - mesmo(s), mesma(s): Estas são as mesmas pessoas que
o procuraram ontem.
4- Referindo-se a mais de um substantivo, o possessi-
vo concorda com o mais próximo: Trouxe-me seus livros e - próprio(s), própria(s): Os próprios alunos resolveram
anotações. o problema.
- semelhante(s): Não compre semelhante livro.
5- Em algumas construções, os pronomes pessoais oblí-
quos átonos assumem valor de possessivo: Vou seguir-lhe - tal, tais: Tal era a solução para o problema.
os passos. (= Vou seguir seus passos.)
Note que:
Pronomes Demonstrativos
- Não raro os demonstrativos aparecem na frase, em
Os pronomes demonstrativos são utilizados para expli- construções redundantes, com finalidade expressiva, para
citar a posição de uma certa palavra em relação a outras salientar algum termo anterior. Por exemplo: Manuela, essa
ou ao contexto. Essa relação pode ocorrer em termos de é que dera em cheio casando com o José Afonso. Desfrutar
espaço, no tempo ou discurso. das belezas brasileiras, isso é que é sorte!
- O pronome demonstrativo neutro ou pode represen-
No espaço: tar um termo ou o conteúdo de uma oração inteira, caso
Compro este carro (aqui). O pronome este indica que o em que aparece, geralmente, como objeto direto, predi-
carro está perto da pessoa que fala. cativo ou aposto: O casamento seria um desastre. Todos o
pressentiam.

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LÍNGUA PORTUGUESA

- Para evitar a repetição de um verbo anteriormente ex- Variáveis = algum, nenhum, todo, muito, pouco, vário,
presso, é comum empregar-se, em tais casos, o verbo fazer, tanto, outro, quanto, alguma, nenhuma, toda, muita, pouca,
chamado, então, verbo vicário (= que substitui, que faz as vária, tanta, outra, quanta, qualquer, quaisquer, alguns, ne-
vezes de): Ninguém teve coragem de falar antes que ela o nhuns, todos, muitos, poucos, vários, tantos, outros, quantos,
fizesse. algumas, nenhumas, todas, muitas, poucas, várias, tantas,
- Em frases como a seguinte, este se refere à pessoa outras, quantas.
mencionada em último lugar; aquele, à mencionada em Invariáveis = alguém, ninguém, outrem, tudo, nada,
primeiro lugar: O referido deputado e o Dr. Alcides eram algo, cada.
amigos íntimos; aquele casado, solteiro este. [ou então: este
solteiro, aquele casado] São locuções pronominais indefinidas:

- O pronome demonstrativo tal pode ter conotação irô- cada qual, cada um, qualquer um, quantos quer (que),
nica: A menina foi a tal que ameaçou o professor? quem quer (que), seja quem for, seja qual for, todo aquele
(que), tal qual (= certo), tal e qual, tal ou qual, um ou outro,
uma ou outra, etc.
- Pode ocorrer a contração das preposições a, de, em
Cada um escolheu o vinho desejado.
com pronome demonstrativo: àquele, àquela, deste, desta,
disso, nisso, no, etc: Não acreditei no que estava vendo. (no
Indefinidos Sistemáticos
= naquilo)
Ao observar atentamente os pronomes indefinidos, per-
Pronomes Indefinidos cebemos que existem alguns grupos que criam oposição
de sentido. É o caso de: algum/alguém/algo, que têm sen-
São palavras que se referem à terceira pessoa do dis- tido afirmativo, e nenhum/ninguém/nada, que têm sentido
curso, dando-lhe sentido vago (impreciso) ou expressando negativo; todo/tudo, que indicam uma totalidade afirmati-
quantidade indeterminada. va, e nenhum/nada, que indicam uma totalidade negativa;
Alguém entrou no jardim e destruiu as mudas recém alguém/ninguém, que se referem à pessoa, e algo/nada,
-plantadas. que se referem à coisa; certo, que particulariza, e qualquer,
que generaliza.
Não é difícil perceber que “alguém” indica uma pessoa Essas oposições de sentido são muito importantes na
de quem se fala (uma terceira pessoa, portanto) de forma construção de frases e textos coerentes, pois delas muitas
imprecisa, vaga. É uma palavra capaz de indicar um ser hu- vezes dependem a solidez e a consistência dos argumen-
mano que seguramente existe, mas cuja identidade é des- tos expostos. Observe nas frases seguintes a força que os
conhecida ou não se quer revelar. Classificam-se em: pronomes indefinidos destacados imprimem às afirmações
- Pronomes Indefinidos Substantivos: assumem o lu- de que fazem parte:
gar do ser ou da quantidade aproximada de seres na frase. Nada do que tem sido feito produziu qualquer resultado
São eles: algo, alguém, fulano, sicrano, beltrano, nada, nin- prático.
guém, outrem, quem, tudo. Czrávamos no exterior.
Algo o incomoda? - Podem ser utilizadas como pronomes relativos as pa-
Quem avisa amigo é. lavras:
- como (= pelo qual): Não me parece correto o modo
- Pronomes Indefinidos Adjetivos: qualificam um ser como você agiu semana passada.
expresso na frase, conferindo-lhe a noção de quantidade - quando (= em que): Bons eram os tempos quando po-
díamos jogar videogame.
aproximada. São eles: cada, certo(s), certa(s).
- Os pronomes relativos permitem reunir duas orações
Cada povo tem seus costumes.
numa só frase.
Certas pessoas exercem várias profissões.
O futebol é um esporte.
O povo gosta muito deste esporte.
Note que: Ora são pronomes indefinidos substantivos, O futebol é um esporte de que o povo gosta muito.
ora pronomes indefinidos adjetivos:
algum, alguns, alguma(s), bastante(s) (= muito, muitos), - Numa série de orações adjetivas coordenadas, pode
demais, mais, menos, muito(s), muita(s), nenhum, nenhuns, ocorrer a elipse do relativo “que”: A sala estava cheia de
nenhuma(s), outro(s), outra(s), pouco(s), pouca(s), qualquer, gente que conversava, (que) ria, (que) fumava.
quaisquer, qual, que, quanto(s), quanta(s), tal, tais, tanto(s),
tanta(s), todo(s), toda(s), um, uns, uma(s), vários, várias.
Menos palavras e mais ações.
Alguns se contentam pouco.
Os pronomes indefinidos podem ser divididos em va-
riáveis e invariáveis. Observe:

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LÍNGUA PORTUGUESA

Pronomes Interrogativos Próclise

São usados na formulação de perguntas, sejam elas di- A próclise é aplicada antes do verbo quando temos:
retas ou indiretas. Assim como os pronomes indefinidos, - Palavras com sentido negativo:
referem- -se à 3ª pessoa do discurso de modo Nada me faz querer sair dessa cama.
impreciso. São pronomes interrogativos: que, quem, qual Não se trata de nenhuma novidade.
(e variações), quanto (e variações). - Advérbios:
Quem fez o almoço?/ Diga-me quem fez o almoço. Nesta casa se fala alemão.
Qual das bonecas preferes? / Não sei qual das bonecas Naquele dia me falaram que a professora não veio.
preferes.
Quantos passageiros desembarcaram? / Pergunte quan- - Pronomes relativos:
tos passageiros desembarcaram. A aluna que me mostrou a tarefa não veio hoje.
Não vou deixar de estudar os conteúdos que me falaram.
Sobre os pronomes:
- Pronomes indefinidos:
O pronome pessoal é do caso reto quando tem função
Quem me disse isso?
de sujeito na frase. O pronome pessoal é do caso oblíquo
Todos se comoveram durante o discurso de despedida.
quando desempenha função de complemento. Vamos en-
tender, primeiramente, como o pronome pessoal surge na
frase e que função exerce. Observe as orações: - Pronomes demonstrativos:
1. Eu não sei essa matéria, mas ele irá me ajudar. Isso me deixa muito feliz!
2. Maria foi embora para casa, pois não sabia se devia Aquilo me incentivou a mudar de atitude!
lhe ajudar.
- Preposição seguida de gerúndio:
Na primeira oração os pronomes pessoais “eu” e “ele” Em se tratando de qualidade, o Brasil Escola é o site mais
exercem função de sujeito, logo, são pertencentes ao caso indicado à pesquisa escolar.
reto. Já na segunda oração, observamos o pronome “lhe”
exercendo função de complemento, e, consequentemente, - Conjunção subordinativa:
é do caso oblíquo. Vamos estabelecer critérios, conforme lhe avisaram.
Os pronomes pessoais indicam as pessoas do discurso,
o pronome oblíquo “lhe”, da segunda oração, aponta para
a segunda pessoa do singular (tu/você): Maria não sabia se Ênclise
devia ajudar.... Ajudar quem? Você (lhe).
A ênclise é empregada depois do verbo. A norma culta
Importante: Em observação à segunda oração, o em- não aceita orações iniciadas com pronomes oblíquos áto-
prego do pronome oblíquo “lhe” é justificado antes do ver- nos. A ênclise vai acontecer quando:
bo intransitivo “ajudar” porque o pronome oblíquo pode - O verbo estiver no imperativo afirmativo:
estar antes, depois ou entre locução verbal, caso o verbo Amem-se uns aos outros.
principal (no caso “ajudar”) esteja no infinitivo ou gerúndio. Sigam-me e não terão derrotas.
Eu desejo lhe perguntar algo. - O verbo iniciar a oração:
Eu estou perguntando-lhe algo. Diga-lhe que está tudo bem.
Os pronomes pessoais oblíquos podem ser átonos ou Chamaram-me para ser sócio.
tônicos: os primeiros não são precedidos de preposição,
diferentemente dos segundos que são sempre precedidos
- O verbo estiver no infinitivo impessoal regido da pre-
de preposição.
posição “a”:
- Pronome oblíquo átono: Joana me perguntou o que eu
Naquele instante os dois passaram a odiar-se.
estava fazendo.
- Pronome oblíquo tônico: Joana perguntou para mim o Passaram a cumprimentar-se mutuamente.
que eu estava fazendo.
- O verbo estiver no gerúndio:
Colocação Pronominal Não quis saber o que aconteceu, fazendo-se de despreo-
cupada.
A colocação pronominal é a posição que os pronomes Despediu-se, beijando-me a face.
pessoais oblíquos átonos ocupam na frase em relação ao
verbo a que se referem. São pronomes oblíquos átonos: - Houver vírgula ou pausa antes do verbo:
me, te, se, o, os, a, as, lhe, lhes, nos e vos. Se passar no concurso em outra cidade, mudo-me no
O pronome oblíquo átono pode assumir três posições mesmo instante.
na oração em relação ao verbo: Se não tiver outro jeito, alisto-me nas forças armadas.
1. próclise: pronome antes do verbo
2. ênclise: pronome depois do verbo
3. mesóclise: pronome no meio do verbo

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LÍNGUA PORTUGUESA

Mesóclise 04. (Papiloscopista Policial – Vunesp – 2013). Assinale a


alternativa em que o pronome destacado está posicionado
A mesóclise acontece quando o verbo está flexionado de acordo com a norma-padrão da língua.
no futuro do presente ou no futuro do pretérito: (A) Ela não lembrava-se do caminho de volta.
A prova realizar-se-á neste domingo pela manhã. (= ela (B) A menina tinha distanciado-se muito da família.
se realizará) (C) A garota disse que perdeu-se dos pais.
Far-lhe-ei uma proposta irrecusável. (= eu farei uma (D) O pai alegrou-se ao encontrar a filha.
proposta a você) (E) Ninguém comprometeu-se a ajudar a criança.

Questões sobre Pronome 05. (Escrevente TJ SP – Vunesp 2011). Assinale a alterna-


tiva cujo emprego do pronome está em conformidade com
01. (Escrevente TJ SP – Vunesp/2012). a norma padrão da língua.
Restam dúvidas sobre o crescimento verde. Primeiro, não (A) Não autorizam-nos a ler os comentários sigilosos.
está claro até onde pode realmente chegar uma política ba- (B) Nos falaram que a diplomacia americana está aba-
seada em melhorar a eficiência sem preços adequados para lada.
o carbono, a água e (na maioria dos países pobres) a terra. (C) Ninguém o informou sobre o caso WikiLeaks.
É verdade que mesmo que a ameaça dos preços do carbono (D) Conformado, se rendeu às punições.
e da água faça em si diferença, as companhias não podem (E) Todos querem que combata-se a corrupção.
suportar ter de pagar, de repente, digamos, 40 dólares por
tonelada de carbono, sem qualquer preparação. Portanto, 06. (Papiloscopista Policial = Vunesp - 2013). Assinale
elas começam a usar preços-sombra. Ainda assim, ninguém a alternativa correta quanto à colocação pronominal, de
encontrou até agora uma maneira de quantificar adequada- acordo com a norma-padrão da língua portuguesa.
mente os insumos básicos. E sem eles a maioria das políticas (A) Para que se evite perder objetos, recomenda-se que
de crescimento verde sempre será a segunda opção. eles sejam sempre trazidos junto ao corpo.
(Carta Capital, 27.06.2012. Adaptado) (B) O passageiro ao lado jamais imaginou-se na situa-
ção de ter de procurar a dona de uma bolsa perdida.
Os pronomes “elas” e “eles”, em destaque no texto, re- (C) Nos sentimos impotentes quando não conseguimos
ferem- -se, respectivamente, a restituir um objeto à pessoa que o perdeu.
(D) O homem se indignou quando propuseram-lhe que
(A) dúvidas e preços. abrisse a bolsa que encontrara.
(B) dúvidas e insumos básicos. (E) Em tratando-se de objetos encontrados, há uma ten-
(C) companhias e insumos básicos. dência natural das pessoas em devolvê-los a seus donos.
(D) companhias e preços do carbono e da água.
(E) políticas de crescimento e preços adequados. 07. (Agente de Apoio Operacional – VUNESP – 2013).
02. (Agente de Apoio Administrativo – FCC – 2013- Há pessoas que, mesmo sem condições, compram produ-
adap.). Fazendo-se as alterações necessárias, o trecho gri- tos______ não necessitam e______ tendo de pagar tudo______
fado está corretamente substituído por um pronome em: prazo.
A) ...sei tratar tipos como o senhor. − sei tratá-lo Assinale a alternativa que preenche as lacunas, correta
B) ...erguendo os braços desalentado... − erguendo- e respectivamente, considerando a norma culta da língua.
lhes desalentado A) a que … acaba … à
C) ...que tem de conhecer as leis do país? − que tem de B) com que … acabam … à
conhecê-lo? C) de que … acabam … a
D) ...não parecia ser um importante industrial... − não D) em que … acaba … a
parecia ser-lhe E) dos quais … acaba … à
E) incomodaram o general... − incomodaram-no
08. (Agente de Apoio Socioeducativo – VUNESP – 2013-
03.(Agente de Defensoria Pública – FCC – 2013-adap.). adap.). Assinale a alternativa que substitui, correta e res-
A substituição do elemento grifado pelo pronome cor- pectivamente, as lacunas do trecho.
respondente, com os necessários ajustes, foi realizada de ______alguns anos, num programa de televisão, uma jo-
modo INCORRETO em: vem fazia referência______ violência______ o brasileiro estava
A) mostrando o rio= mostrando-o. sujeito de forma cômica.
B) como escolher sítio= como escolhê-lo. A) Fazem... a ... de que
C) transpor [...] as matas espessas= transpor-lhes. B) Faz ...a ... que
D) Às estreitas veredas[...] nada acrescentariam = nada C) Fazem ...à ... com que
lhes acrescentariam. D) Faz ...à ... que
E) viu uma dessas marcas= viu uma delas. E) Faz ...à ... a que

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LÍNGUA PORTUGUESA

09. (TRF 3ª região- Técnico Judiciário - /2014) 3-) transpor [...] as matas espessas= transpô-las
As sereias então devoravam impiedosamente os tripu-
lantes. 4-)
... ele conseguiu impedir a tripulação de perder a cabe- (A) Ela não se lembrava do caminho de volta.
ça... (B) A menina tinha se distanciado muito da família.
... e fez de tudo para convencer os tripulantes... (C) A garota disse que se perdeu dos pais.
Fazendo-se as alterações necessárias, os segmentos (E) Ninguém se comprometeu a ajudar a criança
grifados acima foram corretamente substituídos por um
pronome, na ordem dada, em: 5-)
(A) devoravam-nos − impedi-la − convencê-los (A) Não nos autorizam a ler os comentários sigilosos.
(B) devoravam-lhe − impedi-las − convencer-lhes (B) Falaram-nos que a diplomacia americana está aba-
(C) devoravam-no − impedi-las − convencer-lhes lada.
(D) devoravam-nos − impedir-lhe − convencê-los (D) Conformado, rendeu-se às punições.
(E) devoravam-lhes − impedi-la − convencê-los (E) Todos querem que se combata a corrupção.
6-)
10. (Agente de Vigilância e Recepção – VUNESP – 2013- (B) O passageiro ao lado jamais se imaginou na situação
adap.). No trecho, – Em ambos os casos, as câmeras dos de ter de procurar a dona de uma bolsa perdida.
estabelecimentos felizmente comprovam os acontecimen- (C) Sentimo-nos impotentes quando não conseguimos
tos, e testemunhas vão ajudar a polícia na investigação. restituir um objeto à pessoa que o perdeu.
– de acordo com a norma-padrão, os pronomes que subs- (D) O homem indignou-se quando lhe propuseram que
tituem, corretamente, os termos em destaque são: abrisse a bolsa que encontrara.
A) os comprovam … ajudá-la. (E) Em se tratando de objetos encontrados, há uma ten-
B) os comprovam …ajudar-la. dência natural das pessoas em devolvê-los a seus donos.
C) os comprovam … ajudar-lhe.
7-) Há pessoas que, mesmo sem condições, compram
D) lhes comprovam … ajudar-lhe.
produtos de que não necessitam e acabam tendo
E) lhes comprovam … ajudá-la.
de pagar tudo a prazo.
GABARITO
8-) Faz alguns anos, num programa de televisão, uma
jovem fazia referência à violência a que o brasileiro
01. C 02. E 03. C 04. D 05. C estava sujeito de forma cômica.
06. A 07. C 08. E 09. A 10. A Faz, no sentido de tempo passado = sempre no singular

9-)
RESOLUÇÃO devoravam - verbo terminado em “m” = pronome oblí-
quo no/na (fizeram-na, colocaram-no)
1-) Restam dúvidas sobre o crescimento verde. Primei- impedir - verbo transitivo direto = pede objeto direto;
ro, não está claro até onde pode realmente chegar uma “lhe” é para objeto indireto
política baseada em melhorar a eficiência sem preços ade- convencer - verbo transitivo direto = pede objeto dire-
quados para o carbono, a água e (na maioria dos países to; “lhe” é para objeto indireto
pobres) a terra. É verdade que mesmo que a ameaça dos (A) devoravam-nos − impedi-la − convencê-los
preços do carbono e da água faça em si diferença, as com-
panhias não podem suportar ter de pagar, de repente, di- 10-) – Em ambos os casos, as câmeras dos estabeleci-
gamos, 40 dólares por tonelada de carbono, sem qualquer mentos felizmente comprovam os acontecimentos, e teste-
preparação. Portanto, elas começam a usar preços-som- munhas vão ajudar a polícia na investigação.
felizmente os comprovam ... ajudá-la
bra. Ainda assim, ninguém encontrou até agora uma ma-
(advérbio)
neira de quantificar adequadamente os insumos básicos.
E sem eles a maioria das políticas de crescimento verde
Substantivo
sempre será a segunda opção.
Tudo o que existe é ser e cada ser tem um nome. Subs-
2-) tantivo é a classe gramatical de palavras variáveis, as quais
A) ...sei tratar tipos como o senhor. − sei tratá-los denominam os seres. Além de objetos, pessoas e fenôme-
B) ...erguendo os braços desalentado... − erguendo-os nos, os substantivos também nomeiam:
desalentado -lugares: Alemanha, Porto Alegre...
C) ...que tem de conhecer as leis do país? − que tem de -sentimentos: raiva, amor...
conhecê-las ? -estados: alegria, tristeza...
D) ...não parecia ser um importante industrial... − não -qualidades: honestidade, sinceridade...
parecia sê-lo -ações: corrida, pescaria...

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LÍNGUA PORTUGUESA

Morfossintaxe do substantivo O substantivo beleza designa uma qualidade.

Nas orações de língua portuguesa, o substantivo em ge- Substantivo Abstrato: é aquele que designa seres que
ral exerce funções diretamente relacionadas com o verbo: dependem de outros para se manifestar ou existir.
atua como núcleo do sujeito, dos complementos verbais Pense bem: a beleza não existe por si só, não pode ser
(objeto direto ou indireto) e do agente da passiva. Pode observada. Só podemos observar a beleza numa pessoa
ainda funcionar como núcleo do complemento nominal ou ou coisa que seja bela. A beleza depende de outro ser para
do aposto, como núcleo do predicativo do sujeito, do ob- se manifestar. Portanto, a palavra beleza é um substantivo
jeto ou como núcleo do vocativo. Também encontramos abstrato.
substantivos como núcleos de adjuntos adnominais e de Os substantivos abstratos designam estados, qualida-
adjuntos adverbiais - quando essas funções são desempe- des, ações e sentimentos dos seres, dos quais podem ser
nhadas por grupos de palavras. abstraídos, e sem os quais não podem existir: vida (estado),
rapidez (qualidade), viagem (ação), saudade (sentimento).
Classificação dos Substantivos
3 - Substantivos Coletivos
1- Substantivos Comuns e Próprios
Ele vinha pela estrada e foi picado por uma abelha, outra
Observe a definição: s.f. 1: Povoação maior que vila, com abelha, mais outra abelha.
muitas casas e edifícios, dispostos em ruas e avenidas (no Ele vinha pela estrada e foi picado por várias abelhas.
Brasil, toda a sede de município é cidade). 2. O centro de Ele vinha pela estrada e foi picado por um enxame.
uma cidade (em oposição aos bairros). Note que, no primeiro caso, para indicar plural, foi ne-
cessário repetir o substantivo: uma abelha, outra abelha,
Qualquer “povoação maior que vila, com muitas casas mais outra abelha...
e edifícios, dispostos em ruas e avenidas” será chamada No segundo caso, utilizaram-se duas palavras no plural.
cidade. Isso significa que a palavra cidade é um substantivo No terceiro caso, empregou-se um substantivo no sin-
comum. gular (enxame) para designar um conjunto de seres da
Substantivo Comum é aquele que designa os seres de mesma espécie (abelhas).
uma mesma espécie de forma genérica: cidade, menino, O substantivo enxame é um substantivo coletivo.
homem, mulher, país, cachorro. Substantivo Coletivo: é o substantivo comum que, mes-
mo estando no singular, designa um conjunto de seres da
Estamos voando para Barcelona.
mesma espécie.
O substantivo Barcelona designa apenas um ser da es-
Substantivo coletivo Conjunto de:
pécie cidade. Esse substantivo é próprio. Substantivo Pró-
assembleia pessoas reunidas
prio: é aquele que designa os seres de uma mesma espécie
alcateia lobos
de forma particular: Londres, Paulinho, Pedro, Tietê, Brasil.
acervo livros
antologia trechos literários selecionados
2 - Substantivos Concretos e Abstratos
arquipélago ilhas
banda músicos
LÂMPADA MALA bando desordeiros ou malfeitores
banca examinadores
Os substantivos lâmpada e mala designam seres com batalhão soldados
existência própria, que são independentes de outros seres. cardume peixes
São substantivos concretos. caravana viajantes peregrinos
cacho frutas
Substantivo Concreto: é aquele que designa o ser que cáfila camelos
existe, independentemente de outros seres. cancioneiro canções, poesias líricas
Obs.: os substantivos concretos designam seres do colmeia abelhas
mundo real e do mundo imaginário. chusma gente, pessoas
Seres do mundo real: homem, mulher, cadeira, cobra, concílio bispos
Brasília, etc. congresso parlamentares, cientistas.
Seres do mundo imaginário: saci, mãe-d’água, fantas- elenco atores de uma peça ou filme
ma, etc. esquadra navios de guerra
enxoval roupas
Observe agora: falange soldados, anjos
fauna animais de uma região
Beleza exposta feixe lenha, capim
Jovens atrizes veteranas destacam-se pelo visual. flora vegetais de uma região
frota navios mercantes, ônibus

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LÍNGUA PORTUGUESA

girândola fogos de artifício Flexão dos substantivos


horda bandidos, invasores
junta médicos, bois, credores, examinadores O substantivo é uma classe variável. A palavra é variá-
júri jurados vel quando sofre flexão (variação). A palavra menino, por
legião soldados, anjos, demônios exemplo, pode sofrer variações para indicar:
leva presos, recrutas Plural: meninos Feminino: menina
malta malfeitores ou desordeiros Aumentativo: meninão Diminutivo: menininho
manada búfalos, bois, elefantes,
matilha cães de raça Flexão de Gênero
molho chaves, verduras
multidão pessoas em geral Gênero é a propriedade que as palavras têm de indicar
ninhada pintos sexo real ou fictício dos seres. Na língua portuguesa, há
nuvem insetos (gafanhotos, mosquitos, etc.) dois gêneros: masculino e feminino. Pertencem ao gênero
penca bananas, chaves masculino os substantivos que podem vir precedidos dos
pinacoteca pinturas, quadros artigos o, os, um, uns. Veja estes títulos de filmes:
quadrilha ladrões, bandidos O velho e o mar
ramalhete flores Um Natal inesquecível
rebanho ovelhas Os reis da praia
récua bestas de carga, cavalgadura
repertório peças teatrais, obras musicais Pertencem ao gênero feminino os substantivos que po-
réstia alhos ou cebolas dem vir precedidos dos artigos a, as, uma, umas:
romanceiro poesias narrativas A história sem fim
revoada pássaros Uma cidade sem passado
sínodo párocos As tartarugas ninjas
talha lenha
tropa muares, soldados Substantivos Biformes e Substantivos Uniformes
turma estudantes, trabalhadores
vara porcos Substantivos Biformes (= duas formas): ao indicar no-
mes de seres vivos, geralmente o gênero da palavra está
Formação dos Substantivos relacionado ao sexo do ser, havendo, portanto, duas for-
mas, uma para o masculino e outra para o feminino. Obser-
Substantivos Simples e Compostos ve: gato – gata, homem – mulher, poeta – poetisa, prefeito
Chuva - subst. Fem. 1 - água caindo em gotas sobre a - prefeita
terra.
O substantivo chuva é formado por um único elemento Substantivos Uniformes: são aqueles que apresentam
ou radical. É um substantivo simples. uma única forma, que serve tanto para o masculino quanto
para o feminino. Classificam-se em:
Substantivo Simples: é aquele formado por um único - Epicenos: têm um só gênero e nomeiam bichos: a
elemento. cobra macho e a cobra fêmea, o jacaré macho e o jacaré
Outros substantivos simples: tempo, sol, sofá, etc. Veja fêmea.
agora: O substantivo guarda-chuva é formado por dois - Sobrecomuns: têm um só gênero e nomeiam pes-
elementos (guarda + chuva). Esse substantivo é composto. soas: a criança, a testemunha, a vítima, o cônjuge, o gênio,
o ídolo, o indivíduo.
Substantivo Composto: é aquele formado por dois ou - Comuns de Dois Gêneros: indicam o sexo das pes-
mais elementos. Outros exemplos: beija-flor, passatempo. soas por meio do artigo: o colega e a colega, o doente e a
doente, o artista e a artista.
Substantivos Primitivos e Derivados
Meu limão meu limoeiro, Saiba que: Substantivos de origem grega terminados
meu pé de jacarandá... em ema ou oma, são masculinos: o fonema, o poema, o
sistema, o sintoma, o teorema.
O substantivo limão é primitivo, pois não se originou de - Existem certos substantivos que, variando de gênero,
nenhum outro dentro de língua portuguesa. variam em seu significado: o rádio (aparelho receptor) e a
rádio (estação emissora) o capital (dinheiro) e a capital (ci-
Substantivo Primitivo: é aquele que não deriva de dade)
nenhuma outra palavra da própria língua portuguesa. O
substantivo limoeiro é derivado, pois se originou a partir
da palavra limão.
Substantivo Derivado: é aquele que se origina de ou-
tra palavra.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Formação do Feminino dos Substantivos Biformes Comuns de Dois Gêneros:


Motorista tem acidente idêntico 23 anos depois.
- Regra geral: troca-se a terminação -o por –a: aluno -
aluna. Quem sofreu o acidente: um homem ou uma mulher?
- Substantivos terminados em -ês: acrescenta-se -a ao É impossível saber apenas pelo título da notícia, uma
masculino: freguês - freguesa vez que a palavra motorista é um substantivo uniforme.
- Substantivos terminados em -ão: fazem o feminino de A distinção de gênero pode ser feita através da análise
três formas: do artigo ou adjetivo, quando acompanharem o substanti-
- troca-se -ão por -oa. = patrão – patroa vo: o colega - a colega; o imigrante - a imigrante; um jovem
- troca-se -ão por -ã. = campeão - campeã - uma jovem; artista famoso - artista famosa; repórter fran-
-troca-se -ão por ona. = solteirão - solteirona cês - repórter francesa
- A palavra personagem é usada indistintamente nos
Exceções: barão – baronesa ladrão- ladra sultão - dois gêneros.
sultana a) Entre os escritores modernos nota-se acentuada pre-
- Substantivos terminados em -or: ferência pelo masculino: O menino descobriu nas nuvens os
- acrescenta-se -a ao masculino = doutor – doutora
personagens dos contos de carochinha.
- troca-se -or por -triz: = imperador - imperatriz
b) Com referência a mulher, deve-se preferir o feminino:
O problema está nas mulheres de mais idade, que não acei-
- Substantivos com feminino em -esa, -essa, -isa: cônsul
- consulesa / abade - abadessa / poeta - poetisa / duque - du- tam a personagem.
quesa / conde - condessa / profeta - profetisa
- Substantivos que formam o feminino trocando o -e final - Diz-se: o (ou a) manequim Marcela, o (ou a) modelo
por -a: elefante - elefanta fotográfico Ana Belmonte.
Observe o gênero dos substantivos seguintes:
- Substantivos que têm radicais diferentes no masculino e
no feminino: bode – cabra / boi - vaca Masculinos: o tapa, o eclipse, o lança-perfume, o dó
(pena), o sanduíche, o clarinete, o champanha, o sósia, o
- Substantivos que formam o feminino de maneira espe- maracajá, o clã, o hosana, o herpes, o pijama, o suéter, o
cial, isto é, não seguem nenhuma das regras anteriores: czar soprano, o proclama, o pernoite, o púbis.
– czarina réu - ré
Femininos: a dinamite, a derme, a hélice, a omoplata, a
Formação do Feminino dos Substantivos Uniformes cataplasma, a pane, a mascote, a gênese, a entorse, a libido,
a cal, a faringe, a cólera (doença), a ubá (canoa).
Epicenos:
Novo jacaré escapa de policiais no rio Pinheiros. - São geralmente masculinos os substantivos de ori-
gem grega terminados em -ma: o grama (peso), o quilo-
Não é possível saber o sexo do jacaré em questão. Isso grama, o plasma, o apostema, o diagrama, o epigrama, o
ocorre porque o substantivo jacaré tem apenas uma forma telefonema, o estratagema, o dilema, o teorema, o trema, o
para indicar o masculino e o feminino. eczema, o edema, o magma, o estigma, o axioma, o traco-
Alguns nomes de animais apresentam uma só forma para ma, o hematoma.
designar os dois sexos. Esses substantivos são chamados de Exceções: a cataplasma, a celeuma, a fleuma, etc.
epicenos. No caso dos epicenos, quando houver a necessida-
de de especificar o sexo, utilizam-se palavras macho e fêmea. Gênero dos Nomes de Cidades:
A cobra macho picou o marinheiro.
A cobra fêmea escondeu-se na bananeira.
Com raras exceções, nomes de cidades são femininos.
A histórica Ouro Preto.
Sobrecomuns:
Entregue as crianças à natureza. A dinâmica São Paulo.
A acolhedora Porto Alegre.
A palavra crianças refere-se tanto a seres do sexo mas- Uma Londres imensa e triste.
culino, quanto a seres do sexo feminino. Nesse caso, nem o Exceções: o Rio de Janeiro, o Cairo, o Porto, o Havre.
artigo nem um possível adjetivo permitem identificar o sexo
dos seres a que se refere a palavra. Veja: Gênero e Significação:
A criança chorona chamava-se João.
A criança chorona chamava-se Maria. Muitos substantivos têm uma significação no masculino
e outra no feminino. Observe: o baliza (soldado que, que à
Outros substantivos sobrecomuns: frente da tropa, indica os movimentos que se deve realizar
a criatura = João é uma boa criatura. Maria é uma boa em conjunto; o que vai à frente de um bloco carnavalesco,
criatura. manejando um bastão), a baliza (marco, estaca; sinal que
o cônjuge = O cônjuge de João faleceu. O cônjuge de marca um limite ou proibição de trânsito), o cabeça (chefe),
Marcela faleceu a cabeça (parte do corpo), o cisma (separação religiosa, dissi-

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LÍNGUA PORTUGUESA

dência), a cisma (ato de cismar, desconfiança), o cinza (a cor - Os substantivos terminados em “ao” fazem o plural de
cinzenta), a cinza (resíduos de combustão), o capital (dinhei- três maneiras.
ro), a capital (cidade), o coma (perda dos sentidos), a coma - substituindo o -ão por -ões: ação - ações
(cabeleira), o coral (pólipo, a cor vermelha, canto em coro), - substituindo o -ão por -ães: cão - cães
a coral (cobra venenosa), o crisma (óleo sagrado, usado na - substituindo o -ão por -ãos: grão - grãos
administração da crisma e de outros sacramentos), a crisma
(sacramento da confirmação), o cura (pároco), a cura (ato de - Os substantivos terminados em “x” ficam invariáveis:
curar), o estepe (pneu sobressalente), a estepe (vasta planície o látex - os látex.
de vegetação), o guia (pessoa que guia outras), a guia (docu-
mento, pena grande das asas das aves), o grama (unidade de Plural dos Substantivos Compostos
peso), a grama (relva), o caixa (funcionário da caixa), a caixa
(recipiente, setor de pagamentos), o lente (professor), a lente -A formação do plural dos substantivos compostos de-
(vidro de aumento), o moral (ânimo), a moral (honestidade, pende da forma como são grafados, do tipo de palavras
bons costumes, ética), o nascente (lado onde nasce o Sol), a que formam o composto e da relação que estabelecem en-
nascente (a fonte), o maria-fumaça (trem como locomotiva tre si. Aqueles que são grafados sem hífen comportam-se
a vapor), maria-fumaça (locomotiva movida a vapor), o pala como os substantivos simples: aguardente/aguardentes,
(poncho), a pala (parte anterior do boné ou quepe, antepa- girassol/girassóis, pontapé/pontapés, malmequer/
ro), o rádio (aparelho receptor), a rádio (estação emissora), o malmequeres.
voga (remador), a voga (moda, popularidade). O plural dos substantivos compostos cujos elementos
são ligados por hífen costuma provocar muitas dúvidas e
Flexão de Número do Substantivo discussões. Algumas orientações são dadas a seguir:
Em português, há dois números gramaticais: o singular, - Flexionam-se os dois elementos, quando formados
que indica um ser ou um grupo de seres, e o plural, que de:
indica mais de um ser ou grupo de seres. A característica substantivo + substantivo = couve-flor e couves-flores
do plural é o “s” final. substantivo + adjetivo = amor-perfeito e amores-per-
feitos
Plural dos Substantivos Simples
adjetivo + substantivo = gentil-homem e gentis-homens
numeral + substantivo = quinta-feira e quintas-feiras
- Os substantivos terminados em vogal, ditongo oral e
- Flexiona-se somente o segundo elemento, quando
“n” fazem o plural pelo acréscimo de “s”: pai – pais; ímã –
formados de:
ímãs; hífen - hifens (sem acento, no plural). Exceção: cânon
verbo + substantivo = guarda-roupa e guarda-roupas
- cânones.
palavra invariável + palavra variável = alto-falante e
- Os substantivos terminados em “m” fazem o plural em
“ns”: homem - homens. alto- -falantes
palavras repetidas ou imitativas = reco-reco e reco-recos
- Os substantivos terminados em “r” e “z” fazem o plural
pelo acréscimo de “es”: revólver – revólveres; raiz - raízes. - Flexiona-se somente o primeiro elemento, quando
Atenção: O plural de caráter é caracteres. formados de:
substantivo + preposição clara + substantivo = água-
- Os substantivos terminados em al, el, ol, ul flexionam- de-colônia e águas-de-colônia
se no plural, trocando o “l” por “is”: quintal - quintais; cara- substantivo + preposição oculta + substantivo = cava-
col – caracóis; hotel - hotéis. Exceções: mal e males, cônsul lo-vapor e cavalos-vapor
e cônsules. substantivo + substantivo que funciona como determi-
nante do primeiro, ou seja, especifica a função ou o tipo
- Os substantivos terminados em “il” fazem o plural de do termo anterior: palavra-chave - palavras-chave, bomba
duas maneiras: -relógio - bombas-relógio, notícia-bomba - notícias-bomba,
- Quando oxítonos, em “is”: canil - canis homem-rã - homens-rã, peixe-espada - peixes-espada.

- Quando paroxítonos, em “eis”: míssil - mísseis. - Permanecem invariáveis, quando formados de:
Obs.: a palavra réptil pode formar seu plural de duas verbo + advérbio = o bota-fora e os bota-fora
maneiras: répteis ou reptis (pouco usada). verbo + substantivo no plural = o saca-rolhas e os sa-
- Os substantivos terminados em “s” fazem o plural de ca-rolhas
duas maneiras:
- Casos Especiais
- Quando monossilábicos ou oxítonos, mediante o o louva-a-deus e os louva-a-deus
acréscimo de “es”: ás – ases / retrós - retroses o bem-te-vi e os bem-te-vis
o bem-me-quer e os bem-me-queres
- Quando paroxítonos ou proparoxítonos, ficam inva- o joão-ninguém e os joões-ninguém.
riáveis: o lápis - os lápis / o ônibus - os ônibus.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Plural das Palavras Substantivadas Singular Plural


corpo (ô) corpos (ó)
As palavras substantivadas, isto é, palavras de outras esforço esforços
classes gramaticais usadas como substantivo, apresentam, fogo fogos
no plural, as flexões próprias dos substantivos. forno fornos
Pese bem os prós e os contras. fosso fossos
O aluno errou na prova dos noves. imposto impostos
Ouça com a mesma serenidade os sins e os nãos. olho olhos
Obs.: numerais substantivados terminados em “s” ou osso (ô) ossos (ó)
“z” não variam no plural: Nas provas mensais consegui mui- ovo ovos
tos seis e alguns dez. poço poços
porto portos
Plural dos Diminutivos posto postos
tijolo tijolos
Flexiona-se o substantivo no plural, retira-se o “s” final
e acrescenta-se o sufixo diminutivo. Têm a vogal tônica fechada (ô): adornos, almoços, bol-
pãe(s) + zinhos = pãezinhos sos, esposos, estojos, globos, gostos, polvos, rolos, soros, etc.
animai(s) + zinhos = animaizinhos Obs.: distinga-se molho (ô) = caldo (molho de carne),
botõe(s) + zinhos = botõezinhos de molho (ó) = feixe (molho de lenha).
chapéu(s) + zinhos = chapeuzinhos
farói(s) + zinhos = faroizinhos Particularidades sobre o Número dos Substantivos
tren(s) + zinhos = trenzinhos
colhere(s) + zinhas = colherezinhas - Há substantivos que só se usam no singular: o sul, o
flore(s) + zinhas = florezinhas norte, o leste, o oeste, a fé, etc.
mão(s) + zinhas = mãozinhas - Outros só no plural: as núpcias, os víveres, os pêsames,
papéi(s) + zinhos = papeizinhos as espadas/os paus (naipes de baralho), as fezes.
nuven(s) + zinhas = nuvenzinhas - Outros, enfim, têm, no plural, sentido diferente do
funi(s) + zinhos = funizinhos singular: bem (virtude) e bens (riquezas), honra (probidade,
túnei(s) + zinhos = tuneizinhos
bom nome) e honras (homenagem, títulos).
pai(s) + zinhos = paizinhos
- Usamos às vezes, os substantivos no singular, mas
pé(s) + zinhos = pezinhos
com sentido de plural:
pé(s) + zitos = pezitos
Aqui morreu muito negro.
Celebraram o sacrifício divino muitas vezes em capelas
Plural dos Nomes Próprios Personativos
improvisadas.
Devem-se pluralizar os nomes próprios de pessoas
sempre que a terminação preste-se à flexão. Flexão de Grau do Substantivo
Os Napoleões também são derrotados.
As Raquéis e Esteres. Grau é a propriedade que as palavras têm de exprimir
as variações de tamanho dos seres. Classifica-se em:
Plural dos Substantivos Estrangeiros - Grau Normal - Indica um ser de tamanho considera-
do normal. Por exemplo: casa
Substantivos ainda não aportuguesados devem ser es- - Grau Aumentativo - Indica o aumento do tamanho
critos como na língua original, acrescentando-se “s” (exce- do ser. Classifica-se em:
to quando terminam em “s” ou “z”): os shows, os shorts, os
jazz. Analítico = o substantivo é acompanhado de um adje-
tivo que indica grandeza. Por exemplo: casa grande.
Substantivos já aportuguesados flexionam-se de acor-
do com as regras de nossa língua: os clubes, os chopes, os Sintético = é acrescido ao substantivo um sufixo indi-
jipes, os esportes, as toaletes, os bibelôs, os garçons, os ré- cador de aumento. Por exemplo: casarão.
quiens.
Observe o exemplo: - Grau Diminutivo - Indica a diminuição do tamanho
Este jogador faz gols toda vez que joga. do ser. Pode ser:
O plural correto seria gois (ô), mas não se usa. Analítico = substantivo acompanhado de um adjetivo
que indica pequenez. Por exemplo: casa pequena.
Plural com Mudança de Timbre Sintético = é acrescido ao substantivo um sufixo indi-
cador de diminuição. Por exemplo: casinha.
Certos substantivos formam o plural com mudança de
timbre da vogal tônica (o fechado / o aberto). É um fato
fonético chamado metafonia (plural metafônico).

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LÍNGUA PORTUGUESA

Verbo Classificação dos Verbos

Verbo é a classe de palavras que se flexiona em pessoa, Classificam-se em:


número, tempo, modo e voz. Pode indicar, entre outros
processos: ação (correr); estado (ficar); fenômeno (chover); - Regulares: são aqueles que possuem as desinências
ocorrência (nascer); desejo (querer). normais de sua conjugação e cuja flexão não provoca al-
O que caracteriza o verbo são as suas flexões, e não terações no radical: canto cantei cantarei cantava
os seus possíveis significados. Observe que palavras como cantasse.
corrida, chuva e nascimento têm conteúdo muito próximo - Irregulares: são aqueles cuja flexão provoca altera-
ao de alguns verbos mencionados acima; não apresentam, ções no radical ou nas desinências: faço fiz farei fi-
porém, todas as possibilidades de flexão que esses verbos zesse.
possuem.
- Defectivos: são aqueles que não apresentam conju-
Estrutura das Formas Verbais gação completa. Classificam-se em impessoais, unipessoais
e pessoais:
Do ponto de vista estrutural, uma forma verbal pode * Impessoais: são os verbos que não têm sujeito. Nor-
apresentar os seguintes elementos: malmente, são usados na terceira pessoa do singular. Os
principais verbos impessoais são:
- Radical: é a parte invariável, que expressa o significa-
do essencial do verbo. Por exemplo: fal-ei; fal-ava; fal-am. ** haver, quando sinônimo de existir, acontecer, reali-
(radical fal-) zar-se ou fazer (em orações temporais).
- Tema: é o radical seguido da vogal temática que in- Havia poucos ingressos à venda. (Havia = Existiam)
dica a conjugação a que pertence o verbo. Por exemplo: Houve duas guerras mundiais. (Houve = Aconteceram)
fala-r Haverá reuniões aqui. (Haverá = Realizar-se-ão)
São três as conjugações: 1ª - Vogal Temática - A - (falar), Deixei de fumar há muitos anos. (há = faz)
2ª - Vogal Temática - E - (vender), 3ª - Vogal Temática - I - ** fazer, ser e estar (quando indicam tempo)
(partir). Faz invernos rigorosos no Sul do Brasil.
Era primavera quando a conheci.
- Desinência modo-temporal: é o elemento que de- Estava frio naquele dia.
signa o tempo e o modo do verbo. Por exemplo:
falávamos ( indica o pretérito imperfeito do indicativo.) ** Todos os verbos que indicam fenômenos da natureza
falasse ( indica o pretérito imperfeito do subjuntivo.) são impessoais: chover, ventar, nevar, gear, trovejar, ama-
nhecer, escurecer, etc. Quando, porém, se constrói, “Ama-
- Desinência número-pessoal: é o elemento que de- nheci mal- -humorado”, usa-se o verbo “amanhecer”
signa a pessoa do discurso ( 1ª, 2ª ou 3ª) e o número (sin- em sentido figurado. Qualquer verbo impessoal, emprega-
gular ou plural): do em sentido figurado, deixa de ser impessoal para ser
falamos (indica a 1ª pessoa do plural.) pessoal.
falavam (indica a 3ª pessoa do plural.)
Amanheci mal-humorado. (Sujeito desinencial: eu)
Observação: o verbo pôr, assim como seus derivados Choveram candidatos ao cargo. (Sujeito: candidatos)
(compor, repor, depor, etc.), pertencem à 2ª conjugação, Fiz quinze anos ontem. (Sujeito desinencial: eu)
pois a forma arcaica do verbo pôr era poer. A vogal “e”,
apesar de haver desaparecido do infinitivo, revela-se em ** São impessoais, ainda:
algumas formas do verbo: põe, pões, põem, etc.
1. o verbo passar (seguido de preposição), indicando
Formas Rizotônicas e Arrizotônicas tempo: Já passa das seis.
2. os verbos bastar e chegar, seguidos da preposição
Ao combinarmos os conhecimentos sobre a estrutura de, indicando suficiência: Basta de tolices. Chega de blas-
dos verbos com o conceito de acentuação tônica, perce- fêmias.
bemos com facilidade que nas formas rizotônicas o acento 3. os verbos estar e ficar em orações tais como Está
tônico cai no radical do verbo: opino, aprendam, nutro, por bem, Está muito bem assim, Não fica bem, Fica mal, sem re-
exemplo. Nas formas arrizotônicas, o acento tônico não cai ferência a sujeito expresso anteriormente. Podemos, ainda,
no radical, mas sim na terminação verbal: opinei, aprende- nesse caso, classificar o sujeito como hipotético, tornando-
rão, nutriríamos. se, tais verbos, então, pessoais.

4. o verbo deu + para da língua popular, equivalente de


“ser possível”. Por exemplo:
Não deu para chegar mais cedo.
Dá para me arrumar uns trocados?

38
LÍNGUA PORTUGUESA

* Unipessoais: são aqueles que, tendo sujeito, conjugam-se apenas nas terceiras pessoas, do singular e do plural.
A fruta amadureceu.
As frutas amadureceram.

Obs.: os verbos unipessoais podem ser usados como verbos pessoais na linguagem figurada: Teu irmão amadureceu
bastante.
Entre os unipessoais estão os verbos que significam vozes de animais; eis alguns: bramar: tigre, bramir: crocodilo, caca-
rejar: galinha, coaxar: sapo, cricrilar: grilo

Os principais verbos unipessoais são:


1. cumprir, importar, convir, doer, aprazer, parecer, ser (preciso, necessário, etc.):
Cumpre trabalharmos bastante. (Sujeito: trabalharmos bastante.)
Parece que vai chover. (Sujeito: que vai chover.)
É preciso que chova. (Sujeito: que chova.)

2. fazer e ir, em orações que dão ideia de tempo, seguidos da conjunção que.
Faz dez anos que deixei de fumar. (Sujeito: que deixei de fumar.)
Vai para (ou Vai em ou Vai por) dez anos que não vejo Cláudia. (Sujeito: que não vejo Cláudia)
Obs.: todos os sujeitos apontados são oracionais.
* Pessoais: não apresentam algumas flexões por motivos morfológicos ou eufônicos. Por exemplo:
- verbo falir. Este verbo teria como formas do presente do indicativo falo, fales, fale, idênticas às do verbo falar - o que
provavelmente causaria problemas de interpretação em certos contextos.

- verbo computar. Este verbo teria como formas do presente do indicativo computo, computas, computa - formas de
sonoridade considerada ofensiva por alguns ouvidos gramaticais. Essas razões muitas vezes não impedem o uso efetivo de
formas verbais repudiadas por alguns gramáticos: exemplo disso é o próprio verbo computar, que, com o desenvolvimento
e a popularização da informática, tem sido conjugado em todos os tempos, modos e pessoas.

- Abundantes: são aqueles que possuem mais de uma forma com o mesmo valor. Geralmente, esse fenômeno costuma
ocorrer no particípio, em que, além das formas regulares terminadas em -ado ou -ido, surgem as chamadas formas curtas
(particípio irregular). Observe:

INFINITIVO PARTICÍPIO REGULAR PARTICÍPIO IRREGULAR


Anexar Anexado Anexo
Dispersar Dispersado Disperso
Eleger Elegido Eleito
Envolver Envolvido Envolto
Imprimir Imprimido Impresso
Matar Matado Morto
Morrer Morrido Morto
Pegar Pegado Pego
Soltar Soltado Solto

- Anômalos: são aqueles que incluem mais de um radical em sua conjugação. Por exemplo: Ir, Pôr, Ser, Saber (vou, vais,
ides, fui, foste, pus, pôs, punha, sou, és, fui, foste, seja).

- Auxiliares: São aqueles que entram na formação dos tempos compostos e das locuções verbais. O verbo principal,
quando acompanhado de verbo auxiliar, é expresso numa das formas nominais: infinitivo, gerúndio ou particípio.

Vou espantar as moscas.


(verbo auxiliar) (verbo principal no infinitivo)

Está chegando a hora do debate.


(verbo auxiliar) (verbo principal no gerúndio)

Os noivos foram cumprimentados por todos os presentes.


(verbo auxiliar) (verbo principal no particípio)

Obs.: os verbos auxiliares mais usados são: ser, estar, ter e haver.

39
LÍNGUA PORTUGUESA

Conjugação dos Verbos Auxiliares

SER - Modo Indicativo

Presente Pret.Perfeito Pretérito Imp. Pret.Mais-Que-Perf. Fut.do Pres. Fut. Do Pretérito


sou fui era fora serei seria
és foste eras foras serás serias
é foi era fora será seria
somos fomos éramos fôramos seremos seríamos
sois fostes éreis fôreis sereis seríeis
são foram eram foram serão seriam

SER - Modo Subjuntivo

Presente Pretérito Imperfeito Futuro


que eu seja se eu fosse quando eu for
que tu sejas se tu fosses quando tu fores
que ele seja se ele fosse quando ele for
que nós sejamos se nós fôssemos quando nós formos
que vós sejais se vós fôsseis quando vós fordes
que eles sejam se eles fossem quando eles forem
SER - Modo Imperativo

Afirmativo Negativo
sê tu não sejas tu
seja você não seja você
sejamos nós não sejamos nós
sede vós não sejais vós
sejam vocês não sejam vocês

SER - Formas Nominais

Infinitivo Impessoal Infinitivo Pessoal Gerúndio Particípio


ser ser eu sendo sido
seres tu
ser ele
sermos nós
serdes vós
serem eles
ESTAR - Modo Indicativo

Presente Pret. perf. Pret. Imperf. Pret.Mais-Que-Perf. Fut.doPres. Fut.do Preté.
estou estive estava estivera estarei estaria
estás estiveste estavas estiveras estarás estarias
está esteve estava estivera estará estaria
estamos estivemos estávamos estivéramos estaremos estaríamos
estais estivestes estáveis estivéreis estareis estaríeis
estão estiveram estavam estiveram estarão estariam
ESTAR - Modo Subjuntivo e Imperativo

Presente Pretérito Imperfeito Futuro Afirmativo Negativo


esteja estivesse estiver
estejas estivesses estiveres está estejas
esteja estivesse estiver esteja esteja
estejamos estivéssemos estivermos estejamos estejamos
estejais estivésseis estiverdes estai estejais
estejam estivessem estiverem estejam estejam

40
LÍNGUA PORTUGUESA

ESTAR - Formas Nominais

Infinitivo Impessoal Infinitivo Pessoal Gerúndio Particípio


estar estar estando estado
estares
estar
estarmos
estardes
estarem

HAVER - Modo Indicativo

Presente Pret. Perf. Pret. Imper. Pret.Mais-Que-Perf. Fut. Do Pres. Fut. Do Preté.
hei houve havia houvera haverei haveria
hás houveste havias houveras haverás haverias
há houve havia houvera haverá haveria
havemos houvemos havíamos houvéramos haveremos haveríamos
haveis houvestes havíeis houvéreis havereis haveríeis
hão houveram haviam houveram haverão haveriam

HAVER - Modo Subjuntivo e Imperativo

Presente Pretérito Imperfeito Futuro Afirmativo Negativo


haja houvesse houver
hajas houvesses houveres há hajas
haja houvesse houver haja haja
hajamos houvéssemos houvermos hajamos hajamos
hajais houvésseis houverdes havei hajais
hajam houvessem houverem hajam hajam

HAVER - Formas Nominais

Infinitivo Impessoal Infinitivo Pessoal Gerúndio Particípio


haver haver havendo havido
haveres
haver
havermos
haverdes
haverem

TER - Modo Indicativo

Presente Pret. Perf. Pret. Imper. Preté.Mais-Que-Perf. Fut. Do Pres. Fut. Do Preté.
Tenho tive tinha tivera terei teria
tens tiveste tinhas tiveras terás terias
tem teve tinha tivera terá teria
temos tivemos tínhamos tivéramos teremos teríamos
tendes tivestes tínheis tivéreis tereis teríeis
têm tiveram tinham tiveram terão teriam

TER - Modo Subjuntivo e Imperativo

Presente Pretérito Imperfeito Futuro Afirmativo Negativo


Tenha tivesse tiver
tenhas tivesses tiveres tem tenhas
tenha tivesse tiver tenha tenha
tenhamos tivéssemos tivermos tenhamos tenhamos
tenhais tivésseis tiverdes tende tenhais
tenham tivessem tiverem tenham tenham

41
LÍNGUA PORTUGUESA

- Pronominais: São aqueles verbos que se conjugam Indicativo - indica uma certeza, uma realidade: Eu sem-
com os pronomes oblíquos átonos me, te, se, nos, vos, se, pre estudo.
na mesma pessoa do sujeito, expressando reflexibilidade
(pronominais acidentais) ou apenas reforçando a ideia já Subjuntivo - indica uma dúvida, uma possibilidade: Tal-
implícita no próprio sentido do verbo (reflexivos essen- vez eu estude amanhã.
ciais). Veja:
Imperativo - indica uma ordem, um pedido: Estuda
- 1. Essenciais: são aqueles que sempre se conjugam agora, menino.
com os pronomes oblíquos me, te, se, nos, vos, se. São pou-
cos: abster-se, ater- -se, apiedar-se, atrever-se, dignar- Formas Nominais
se, arrepender-se, etc. Nos verbos pronominais essenciais
a reflexibilidade já está implícita no radical do verbo. Por Além desses três modos, o verbo apresenta ainda for-
exemplo: Arrependi-me de ter estado lá. mas que podem exercer funções de nomes (substantivo,
adjetivo, advérbio), sendo por isso denominadas formas
A ideia é de que a pessoa representada pelo sujeito (eu) nominais. Observe:
tem um sentimento (arrependimento) que recai sobre ela
mesma, pois não recebe ação transitiva nenhuma vinda do - Infinitivo Impessoal: exprime a significação do verbo
verbo; o pronome oblíquo átono é apenas uma partícula de modo vago e indefinido, podendo ter valor e função de
integrante do verbo, já que, pelo uso, sempre é conjugada substantivo. Por exemplo:
com o verbo. Diz-se que o pronome apenas serve de refor- Viver é lutar. (= vida é luta)
ço da ideia reflexiva expressa pelo radical do próprio verbo. É indispensável combater a corrupção. (= combate à)
Veja uma conjugação pronominal essencial (verbo e O infinitivo impessoal pode apresentar-se no presen-
respectivos pronomes): te (forma simples) ou no passado (forma composta). Por
Eu me arrependo exemplo:
Tu te arrependes É preciso ler este livro.
Ele se arrepende
Era preciso ter lido este livro.
Nós nos arrependemos
Vós vos arrependeis
- Infinitivo Pessoal: é o infinitivo relacionado às três
Eles se arrependem
pessoas do discurso. Na 1ª e 3ª pessoas do singular, não
- 2. Acidentais: são aqueles verbos transitivos diretos
apresenta desinências, assumindo a mesma forma do im-
em que a ação exercida pelo sujeito recai sobre o obje-
pessoal; nas demais, flexiona-se da seguinte maneira:
to representado por pronome oblíquo da mesma pessoa
2ª pessoa do singular: Radical + ES Ex.: teres(tu)
do sujeito; assim, o sujeito faz uma ação que recai sobre
ele mesmo. Em geral, os verbos transitivos diretos ou tran- 1ª pessoa do plural: Radical + MOS Ex.: termos (nós)
sitivos diretos e indiretos podem ser conjugados com os 2ª pessoa do plural: Radical + DES Ex.: terdes (vós)
pronomes mencionados, formando o que se chama voz 3ª pessoa do plural: Radical + EM Ex.: terem (eles)
reflexiva. Por exemplo: Maria se penteava.
A reflexibilidade é acidental, pois a ação reflexiva pode Por exemplo: Foste elogiado por teres alcançado uma
ser exercida também sobre outra pessoa. Por exemplo: boa colocação.
Maria penteou-me.
- Gerúndio: o gerúndio pode funcionar como adjetivo
Observações: ou advérbio. Por exemplo:
- Por fazerem parte integrante do verbo, os pronomes Saindo de casa, encontrei alguns amigos. (função de ad-
oblíquos átonos dos verbos pronominais não possuem vérbio)
função sintática. Nas ruas, havia crianças vendendo doces. (função de ad-
- Há verbos que também são acompanhados de pro- jetivo)
nomes oblíquos átonos, mas que não são essencialmente
pronominais, são os verbos reflexivos. Nos verbos refle- Na forma simples, o gerúndio expressa uma ação em
xivos, os pronomes, apesar de se encontrarem na pessoa curso; na forma composta, uma ação concluída. Por exem-
idêntica à do sujeito, exercem funções sintáticas. Por exem- plo:
plo: Trabalhando, aprenderás o valor do dinheiro.
Eu me feri. = Eu(sujeito) - 1ª pessoa do singular me Tendo trabalhado, aprendeu o valor do dinheiro.
(objeto direto) - 1ª pessoa do singular - Particípio: quando não é empregado na formação
dos tempos compostos, o particípio indica geralmente o
Modos Verbais resultado de uma ação terminada, flexionando-se em gê-
nero, número e grau. Por exemplo:
Dá-se o nome de modo às várias formas assumidas Terminados os exames, os candidatos saíram.
pelo verbo na expressão de um fato. Em Português, exis-
tem três modos:

42
LÍNGUA PORTUGUESA

Quando o particípio exprime somente estado, sem nenhuma relação temporal, assume verdadeiramente a função de
adjetivo (adjetivo verbal). Por exemplo: Ela foi a aluna escolhida para representar a escola.

Tempos Verbais

Tomando-se como referência o momento em que se fala, a ação expressa pelo verbo pode ocorrer em diversos tempos.
Veja:
1. Tempos do Indicativo

- Presente - Expressa um fato atual: Eu estudo neste colégio.

- Pretérito Imperfeito - Expressa um fato ocorrido num momento anterior ao atual, mas que não foi completamente
terminado: Ele estudava as lições quando foi interrompido.

- Pretérito Perfeito - Expressa um fato ocorrido num momento anterior ao atual e que foi totalmente terminado: Ele
estudou as lições ontem à noite.

- Pretérito-Mais-Que-Perfeito - Expressa um fato ocorrido antes de outro fato já terminado: Ele já tinha estudado as
lições quando os amigos chegaram. (forma composta) Ele já estudara as lições quando os amigos chegaram. (forma simples).

- Futuro do Presente - Enuncia um fato que deve ocorrer num tempo vindouro com relação ao momento atual: Ele
estudará as lições amanhã.

- Futuro do Pretérito - Enuncia um fato que pode ocorrer posteriormente a um determinado fato passado: Se eu tivesse
dinheiro, viajaria nas férias.

2. Tempos do Subjuntivo

- Presente - Enuncia um fato que pode ocorrer no momento atual: É conveniente que estudes para o exame.
- Pretérito Imperfeito - Expressa um fato passado, mas posterior a outro já ocorrido: Eu esperava que ele vencesse o
jogo.
Obs.: o pretérito imperfeito é também usado nas construções em que se expressa a ideia de condição ou desejo. Por
exemplo: Se ele viesse ao clube, participaria do campeonato.

- Futuro do Presente - Enuncia um fato que pode ocorrer num momento futuro em relação ao atual: Quando ele vier
à loja, levará as encomendas.
Obs.: o futuro do presente é também usado em frases que indicam possibilidade ou desejo. Por exemplo: Se ele vier à
loja, levará as encomendas.

43
LÍNGUA PORTUGUESA

Presente do Indicativo

1ª conjugação 2ª conjugação 3ª conjugação Desinência pessoal


CANTAR VENDER PARTIR
cantO vendO partO O
cantaS vendeS parteS S
canta vende parte -
cantaMOS vendeMOS partiMOS MOS
cantaIS vendeIS partIS IS
cantaM vendeM parteM M

Pretérito Perfeito do Indicativo

1ª conjugação 2ª conjugação 3ª conjugação Desinência pessoal


CANTAR VENDER PARTIR
canteI vendI partI I
cantaSTE vendeSTE partISTE STE
cantoU vendeU partiU U
cantaMOS vendeMOS partiMOS MOS
cantaSTES vendeSTES partISTES STES
cantaRAM vendeRAM partiRAM RAM

Pretérito mais-que-perfeito

1ª conjugação 2ª conjugação 3ª conjugação Des. temporal Desinência pessoal


1ª/2ª e 3ª conj.
CANTAR VENDER PARTIR
cantaRA vendeRA partiRA RA Ø
cantaRAS vendeRAS partiRAS RA S
cantaRA vendeRA partiRA RA Ø
cantáRAMOS vendêRAMOS partíRAMOS RA MOS
cantáREIS vendêREIS partíREIS RE IS
cantaRAM vendeRAM partiRAM RA M

Pretérito Imperfeito do Indicativo

1ª conjugação 2ª conjugação 3ª conjugação


CANTAR VENDER PARTIR
cantAVA vendIA partIA
cantAVAS vendIAS partAS
CantAVA vendIA partIA
cantÁVAMOS vendÍAMOS partÍAMOS
cantÁVEIS vendÍEIS partÍEIS
cantAVAM vendIAM partIAM

Futuro do Presente do Indicativo

1ª conjugação 2ª conjugação 3ª conjugação

CANTAR VENDER PARTIR


cantar ei vender ei partir ei
cantar ás vender ás partir ás
cantar á vender á partir á
cantar emos vender emos partir emos
cantar eis vender eis partir eis
cantar ão vender ão partir ão

44
LÍNGUA PORTUGUESA

Futuro do Pretérito do Indicativo

1ª conjugação 2ª conjugação 3ª conjugação

CANTAR VENDER PARTIR


cantarIA venderIA partirIA
cantarIAS venderIAS partirIAS
cantarIA venderIA partirIA
cantarÍAMOS venderÍAMOS partirÍAMOS
cantarÍEIS venderÍEIS partirÍEIS
cantarIAM venderIAM partirIAM

Presente do Subjuntivo

Para se formar o presente do subjuntivo, substitui-se a desinência -o da primeira pessoa do singular do presente do
indicativo pela desinência -E (nos verbos de 1ª conjugação) ou pela desinência -A (nos verbos de 2ª e 3ª conjugação).

1ª conjug. 2ª conjug. 3ª conju. Des. temporal Des.temporal Desinên. pessoal


1ª conj. 2ª/3ª conj.

CANTAR VENDER PARTIR


cantE vendA partA E A Ø
cantES vendAS partAS E A S
cantE vendA partA E A Ø
cantEMOS vendAMOS partAMOS E A MOS
cantEIS vendAIS partAIS E A IS
cantEM vendAM partAM E A M

Pretérito Imperfeito do Subjuntivo

Para formar o imperfeito do subjuntivo, elimina-se a desinência -STE da 2ª pessoa do singular do pretérito perfeito, ob-
tendo-se, assim, o tema desse tempo. Acrescenta-se a esse tema a desinência temporal -SSE mais a desinência de número
e pessoa correspondente.

1ª conjugação 2ª conjugação 3ª conjugação Des. temporal Desinência pessoal


1ª /2ª e 3ª conj.
CANTAR VENDER PARTIR
cantaSSE vendeSSE partiSSE SSE Ø
cantaSSES vendeSSES partiSSES SSE S
cantaSSE vendeSSE partiSSE SSE Ø
cantáSSEMOS vendêSSEMOS partíSSEMOS SSE MOS
cantáSSEIS vendêSSEIS partíSSEIS SSE IS
cantaSSEM vendeSSEM partiSSEM SSE M

Futuro do Subjuntivo

Para formar o futuro do subjuntivo elimina-se a desinência -STE da 2ª pessoa do singular do pretérito perfeito, obtendo-
se, assim, o tema desse tempo. Acrescenta-se a esse tema a desinência temporal -R mais a desinência de número e pessoa
correspondente.

1ª conjugação 2ª conjugação 3ª conjugação Des. temporal Desinência pessoal


1ª /2ª e 3ª conj.
CANTAR VENDER PARTIR
cantaR vendeR partiR Ø
cantaRES vendeRES partiRES R ES
cantaR vendeR partiR R Ø
cantaRMOS vendeRMOS partiRMOS R MOS
cantaRDES vendeRDES partiRDES R DES
cantaREM vendeREM PartiREM R EM

45
LÍNGUA PORTUGUESA

Modo Imperativo

Imperativo Afirmativo

Para se formar o imperativo afirmativo, toma-se do presente do indicativo a 2ª pessoa do singular (tu) e a segunda
pessoa do plural (vós) eliminando-se o “S” final. As demais pessoas vêm, sem alteração, do presente do subjuntivo. Veja:
Presente do Indicativo Imperativo Afirmativo Presente do Subjuntivo
Eu canto --- Que eu cante
Tu cantas CantA tu Que tu cantes
Ele canta Cante você Que ele cante
Nós cantamos Cantemos nós Que nós cantemos
Vós cantais CantAI vós Que vós canteis
Eles cantam Cantem vocês Que eles cantem

Imperativo Negativo

Para se formar o imperativo negativo, basta antecipar a negação às formas do presente do subjuntivo.

Presente do Subjuntivo Imperativo Negativo


Que eu cante ---
Que tu cantes Não cantes tu
Que ele cante Não cante você
Que nós cantemos Não cantemos nós
Que vós canteis Não canteis vós
Que eles cantem Não cantem eles

Observações:
- No modo imperativo não faz sentido usar na 3ª pessoa (singular e plural) as formas ele/eles, pois uma ordem, pedido
ou conselho só se aplicam diretamente à pessoa com quem se fala. Por essa razão, utiliza-se você/vocês.
- O verbo SER, no imperativo, faz excepcionalmente: sê (tu), sede (vós).

Infinitivo Pessoal

1ª conjugação 2ª conjugação 3ª conjugação


CANTAR VENDER PARTIR
cantar vender partir
cantarES venderES partirES
cantar vender partir
cantarMOS venderMOS partirMOS
cantarDES venderDES partirDES
cantarEM venderEM partirEM

Questões sobre Verbo

01. (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO - ASSISTENTE SOCIAL JUDICIÁRIO - VUNESP/2012) Assinale a
alternativa em que todos os verbos estão conjugados segundo a norma-padrão.
(A) Absteu-se do álcool durante anos; agora, voltou ao vício.
(B) Perderam seus documentos durante a viagem, mas já os reaveram.
(C) Avisem-me, se vocês verem que estão ocorrendo conflitos.
(D) Só haverá acordo se nós propormos uma boa indenização.
(E) Antes do jantar, a criançada se entretinha com jogos eletrônicos.

02. (TRT/AL - ANALISTA JUDICIÁRIO - FCC/2014)


... e então percorriam as pouco povoadas estepes da Ásia Central até o mar Cáspio e além.
O verbo flexionado nos mesmos tempo e modo que o grifado acima está em:
(A) ... e de lá por navios que contornam a Índia...
(B) ... era a capital da China.
(C) A Rota da Seda nunca foi uma rota única...
(D) ... dispararam na última década.
(E) ... que acompanham as fronteiras ocidentais chinesas...

46
LÍNGUA PORTUGUESA

03. (TRF - 2ª REGIÃO - ANALISTA JUDICIÁRIO - 07. (SABESP – TECNÓLOGO – FCC/2014) É importante
FCC/2012) O emprego, a grafia e a flexão dos verbos estão que a inserção da perspectiva da sustentabilidade na cultura
corretos em: empresarial, por meio das ações e projetos de Educação Am-
(A) A revalorização e a nova proeminência de Paraty biental, esteja alinhada a esses conceitos.
não prescindiram e não requiseram mais do que o esqueci- O verbo empregado nos mesmos tempo e modo que o
mento e a passagem do tempo. verbo grifado na frase acima está em:
(B) Quando se imaginou que Paraty havia sido para (A) ... a Empresa desenvolve todas as suas ações, polí-
sempre renegada a um segundo plano, eis que ela imerge ticas...
do esquecimento, em 1974. (B) ... as definições de Educação Ambiental são abran-
(C) A cada novo ciclo econômico retificava-se a impor- gentes...
tância estratégica de Paraty, até que, a partir de 1855, so- (C) ... também se associa o Desenvolvimento Sustentá-
breviram longos anos de esquecimento. vel...
(D) A Casa Azul envidará todos os esforços, refreando (D) ... e incorporou [...] também aspectos de desenvol-
as ações predatórias, para que a cidade não sucumba aos vimento humano.
atropelos do turismo selvagem. (E)... e reforce a identidade das comunidades.
(E) Paraty imbuiu da sorte e do destino os meios para
que obtesse, agora em definitivo, o prestígio de um polo 08. (DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DO RIO DE JA-
turístico de inegável valor histórico. NEIRO – TÉCNICO SUPERIOR ESPECIALIZADO EM BIBLIO-
TECONOMIA – FGV PROJETOS /2014) Na frase “se você
04. (TRF - 3ª REGIÃO - ANALISTA JUDICIÁRIO - quiser ir mais longe”, a forma verbal empregada tem sua
FCC/2014) Tinham seus prediletos ... forma corretamente conjugada. A frase abaixo em que a
O verbo flexionado nos mesmos tempo e modo que o forma verbal está ERRADA é
grifado acima está em: (A) se você se opuser a esse desejo.
(A) Dumas consentiu. (B) se você requerer este documento.
(B) ... levaram com eles a instituição do “lector”. (C) se você ver esse quadro.
(C) ... enquanto uma fileira de trabalhadores enrolam (D) se você provier da China.
charutos... (E) se você se entretiver com o jogo.
(D) Despontava a nova capital mundial do Havana.
(E) ... que cedesse o nome de seu herói... 09. (PREFEITURA DE SÃO CARLOS/SP – ENGENHEIRO –
ÁREA CIVIL – VUNESP/2011) Considere as frases:
I. Há diversos projetos de lei em tramitação na Câmara.
05.(Analista – Arquitetura – FCC – 2013-adap.). Está ade-
II. Caso a bondade seja aprovada, haverá custo adicional
quada a correlação entre tempos e modos verbais na frase:
de 5,4 bilhões de reais por ano.
A) Os que levariam a vida pensando apenas nos valores
Assinale a alternativa que, respectivamente, substitui o
absolutos talvez façam melhor se pensassem no encanto
verbo haver pelo verbo existir, conservando o tempo e o
dos pequenos bons momentos.
modo.
B) Há até quem queira saber quem fosse o maior ban-
(A) Existe – existe
dido entre os que recebessem destaque nos popularescos
(B) Existem – existirão
programas da TV. (C) Existirão – existirá
C) Não admira que os leitores de Manuel Bandeira gos- (D) Existem – existirá
tam tanto de sua poesia, sobretudo porque ela não tenha (E) Existiriam – existiria
aspirações a ser metafísica.
D) Se os adeptos da fama a qualquer custo levarem em 10. (MPE/PE – ANALISTA MINISTERIAL – FCC/2012)
conta nossa condição de mortais, não precisariam preocu- ... pois assim se via transportado de volta “à glória que foi
par-se com os degraus da notoriedade. a Grécia e à grandeza que foi Roma”.
E) Quanto mais aproveitássemos o que houvesse de O verbo empregado nos mesmos tempo e modo que o
grande nos momentos felizes, menos precisaríamos nos grifado acima está em:
preocupar com conquistas superlativas. a) Poe certamente acreditava nisso...
b) Se Grécia e Roma foram, para Poe, uma espécie de
06. (TRF - 5ª REGIÃO – ANALISTA JUDICIÁRIO – casa...
FCC/2012) ...Ou pretendia. c) ... ainda seja por nós obscuramente sentido como
O verbo empregado nos mesmos tempo e modo que o verdadeiro, embora não de modo consciente.
grifado acima está em: d) ... como um legado que provê o fundamento de nos-
a) ... ao que der ... sas sensibilidades.
b) ... virava a palavra pelo avesso ... e) Seria ela efetivamente, para o poeta, uma encarnação
c) Não teria graça ... da princesa homérica?
d) ... um conto que sai de um palíndromo ...
e) ... como decidiu o seu destino de escritor.

47
LÍNGUA PORTUGUESA

GABARITO 6-) Pretendia = pretérito imperfeito do Indicativo


a) ... ao que der ... = futuro do Subjuntivo
01.E 02. B 03. D 04. D 05. E b) ... virava = pretérito imperfeito do Indicativo
06.B 07. E 08. C 09. D 10.B c) Não teria = futuro do pretérito do Indicativo
d) ... um conto que sai = presente do Indicativo
RESOLUÇÃO e) ... como decidiu = pretérito perfeito do Indicativo

1-) Correção à frente: 7-) O verbo “esteja” está no presente do Subjuntivo.


(A) Absteu-se = absteve-se (A) ... a Empresa desenvolve = presente do Indicativo
(B) mas já os reaveram = reouveram (B) ... as definições de Educação Ambiental são = pre-
(C) se vocês verem = virem sente do Indicativo
(D) Só haverá acordo se nós propormos = propusermos (C) ... também se associa o Desenvolvimento Sustentá-
(E) Antes do jantar, a criançada se entretinha com jogos vel... = presente do Indicativo
eletrônicos. (D) ... e incorporou [...] = pretérito perfeito do Indicativo
(E)... e reforce a identidade das comunidades. = presen-
2-) Percorriam = Pretérito Imperfeito do Indicativo te do Subjuntivo.
A = contornam – presente do Indicativo
B = era = pretérito imperfeito do Indicativo 8-)
C = foi = pretérito perfeito do Indicativo (A) se você se opuser a esse desejo.
D = dispararam = pretérito mais-que-perfeito do Indi- (B) se você requerer este documento.
cativo (C) se você ver esse quadro.= se você vir
E = acompanham = presente do Indicativo (D) se você provier da China.
(E) se você se entretiver com o jogo.
3-) Acrescentei as formas verbais adequadas nas ora-
ções analisadas: 9-) Há = presente do Indicativo / haverá = futuro do
(A) A revalorização e a nova proeminência de Paraty presente do indicativo.
não prescindiram e não requiseram (requereram) mais do
Ao substituirmos pelo verbo “existir”, lembremo-nos de
que o esquecimento e a passagem do tempo.
que esse sofrerá flexão de número (irá para o plural, caso
(B) Quando se imaginou que Paraty havia sido para
seja necessário):
sempre renegada a um segundo plano, eis que ela imerge
I. Existem diversos projetos de lei em tramitação na Câ-
(emerge) do esquecimento, em 1974.
mara.
(C) A cada novo ciclo econômico retificava-se a impor-
II. Caso a bondade seja aprovada, existirá custo adicio-
tância estratégica de Paraty, até que, a partir de 1855, so-
breviram (sobrevieram) longos anos de esquecimento. nal de 5,4 bilhões de reais por ano.
(D) A Casa Azul envidará todos os esforços, refreando Existem / existirá.
as ações predatórias, para que a cidade não sucumba aos
atropelos do turismo selvagem. 10-) Foi = pretérito perfeito do Indicativo
(E) Paraty imbuiu da sorte e do destino os meios para a) Poe certamente acreditava = pretérito imperfeito do
que obtesse, (obtivesse) agora em definitivo, o prestígio de Indicativo
um polo turístico de inegável valor histórico. b) Se Grécia e Roma foram = pretérito perfeito do In-
dicativo
4-)Tinham = pretérito imperfeito do Indicativo. Vamos c) ... ainda seja = presente do Subjuntivo
às alternativas: d) ... como um legado que provê = presente do Indi-
Consentiu = pretérito perfeito / levaram = pretérito cativo
perfeito (e mais-que-perfeito) do Indicativo e) Seria = futuro do pretérito do Indicativo
Despontava = pretérito imperfeito do Indicativo
Cedesse = pretérito do Subjuntivo Vozes do Verbo

5-) Dá-se o nome de voz à forma assumida pelo verbo para


A) Os que levam a vida pensando apenas nos valores indicar se o sujeito gramatical é agente ou paciente da
absolutos talvez fariam melhor se pensassem no encanto ação. São três as vozes verbais:
dos pequenos bons momentos.
B) Há até quem queira saber quem é o maior bandido - Ativa: quando o sujeito é agente, isto é, pratica a ação
entre os que recebem destaque nos popularescos progra- expressa pelo verbo. Por exemplo:
mas da TV. Ele fez o trabalho.
C) Não admira que os leitores de Manuel Bandeira gos- sujeito agente ação objeto (paciente)
tem tanto de sua poesia, sobretudo porque ela não tem
aspirações a ser metafísica. - Passiva: quando o sujeito é paciente, recebendo a
D) Se os adeptos da fama a qualquer custo levassem em ação expressa pelo verbo. Por exemplo:
conta nossa condição de mortais, não precisariam preocu- O trabalho foi feito por ele.
par-se com os degraus da notoriedade. sujeito paciente ação agente da passiva

48
LÍNGUA PORTUGUESA

- Reflexiva: quando o sujeito é ao mesmo tempo agen- Curiosidade: A palavra passivo possui a mesma raiz la-
te e paciente, isto é, pratica e recebe a ação. Por exemplo: tina de paixão (latim passio, passionis) e ambas se relacio-
O menino feriu-se. nam com o significado sofrimento, padecimento. Daí vem
o significado de voz passiva como sendo a voz que expres-
Obs.: não confundir o emprego reflexivo do verbo com sa a ação sofrida pelo sujeito. Na voz passiva temos dois
a noção de reciprocidade: Os lutadores feriram-se. (um ao elementos que nem sempre aparecem: SUJEITO PACIENTE
outro) e AGENTE DA PASSIVA.

Formação da Voz Passiva Conversão da Voz Ativa na Voz Passiva


Pode-se mudar a voz ativa na passiva sem alterar subs-
tancialmente o sentido da frase.
A voz passiva pode ser formada por dois processos:
analítico e sintético. Gutenberg inventou a imprensa (Voz Ativa)
Sujeito da Ativa objeto Direto
1- Voz Passiva Analítica
A imprensa foi inventada por Gutenberg (Voz Pas-
Constrói-se da seguinte maneira: Verbo SER + particípio siva)
do verbo principal. Por exemplo: Sujeito da Passiva Agente da Passiva
A escola será pintada.
O trabalho é feito por ele. Observe que o objeto direto será o sujeito da passiva, o
sujeito da ativa passará a agente da passiva e o verbo ativo
Obs.: o agente da passiva geralmente é acompanhado assumirá a forma passiva, conservando o mesmo tempo.
da preposição por, mas pode ocorrer a construção com a Observe mais exemplos:
preposição de. Por exemplo: A casa ficou cercada de solda-
dos.
- Pode acontecer ainda que o agente da passiva não - Os mestres têm constantemente aconselhado os alunos.
esteja explícito na frase: A exposição será aberta amanhã. Os alunos têm sido constantemente aconselhados pelos
- A variação temporal é indicada pelo verbo auxiliar mestres.
(SER), pois o particípio é invariável. Observe a transforma-
- Eu o acompanharei.
ção das frases seguintes:
Ele será acompanhado por mim.
a) Ele fez o trabalho. (pretérito perfeito do indicativo)
O trabalho foi feito por ele. (pretérito perfeito do indi- Obs.: quando o sujeito da voz ativa for indeterminado,
cativo) não haverá complemento agente na passiva. Por exemplo:
Prejudicaram-me. / Fui prejudicado.
b) Ele faz o trabalho. (presente do indicativo)
O trabalho é feito por ele. (presente do indicativo) Saiba que:
- Aos verbos que não são ativos nem passivos ou refle-
c) Ele fará o trabalho. (futuro do presente) xivos, são chamados neutros.
O trabalho será feito por ele. (futuro do presente) O vinho é bom.
- Nas frases com locuções verbais, o verbo SER assume Aqui chove muito.
o mesmo tempo e modo do verbo principal da voz ativa.
Observe a transformação da frase seguinte: - Há formas passivas com sentido ativo:
O vento ia levando as folhas. (gerúndio) É chegada a hora. (= Chegou a hora.)
As folhas iam sendo levadas pelo vento. (gerúndio) Eu ainda não era nascido. (= Eu ainda não tinha nascido.)
És um homem lido e viajado. (= que leu e viajou)
Obs.: é menos frequente a construção da voz passiva
- Inversamente, usamos formas ativas com sentido pas-
analítica com outros verbos que podem eventualmente
sivo:
funcionar como auxiliares. Por exemplo: A moça ficou mar- Há coisas difíceis de entender. (= serem entendidas)
cada pela doença. Mandou-o lançar na prisão. (= ser lançado)
2- Voz Passiva Sintética - Os verbos chamar-se, batizar-se, operar-se (no sentido
cirúrgico) e vacinar-se são considerados passivos, logo o
A voz passiva sintética ou pronominal constrói-se com sujeito é paciente.
o verbo na 3ª pessoa, seguido do pronome apassivador SE. Chamo-me Luís.
Por exemplo: Batizei-me na Igreja do Carmo.
Abriram-se as inscrições para o concurso. Operou-se de hérnia.
Destruiu-se o velho prédio da escola. Vacinaram-se contra a gripe.
Obs.: o agente não costuma vir expresso na voz passiva Fonte: http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/
sintética. morf54.php

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LÍNGUA PORTUGUESA

Questões sobre Vozes dos Verbos A transposição para a voz passiva da oração grifada aci-
ma teria, de acordo com a norma culta, como forma verbal
01. (TRE/AL – ANALISTA JUDICIÁRIO – FCC/2010) A fra- resultante:
se que admite transposição para a voz passiva é: (A) ameaçavam.
(A) O cúmulo da ilusão é também o cúmulo do sagrado. (B) foram ameaçadas.
(B) O conceito de espetáculo unifica e explica uma (C) ameaçarem.
grande diversidade de fenômenos. (D) estiver sendo ameaçada.
(C) O espetáculo é ao mesmo tempo parte da socieda- (E) forem ameaçados.
de, a própria sociedade e seu instrumento de unificação.
(D) As imagens fluem desligadas de cada aspecto da 07. (INFRAERO – ENGENHEIRO SANITARISTA –
vida (...). FCC/2011) Transpondo-se para a voz passiva a frase Um
(E) Por ser algo separado, ele é o foco do olhar iludido figurante pode obscurecer a atuação de um protagonista, a
e da falsa consciência. forma verbal obtida será:
(A) pode ser obscurecido.
02. (TRE/RS – ANALISTA JUDICIÁRIO – FCC/2010) ... a (B) obscurecerá.
Coreia do Norte interrompeu comunicações com o vizinho ... (C) pode ter obscurecido.
Transpondo a frase acima para a voz passiva, a forma
(D) pode ser obscurecida.
verbal corretamente obtida é:
(E) será obscurecida.
a) tinha interrompido.
b) foram interrompidas.
08.(GOVERNO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO – PRO-
c) fora interrompido.
d) haviam sido interrompidas. CON – ADVOGADO – CEPERJ/2012) “todos que são impac-
e) haveriam de ser interrompidas. tados pelas mídias de massa”
03. (FCC-TRE-Analista Judiciário – 2011) Transpondo-se O fragmento transcrito acima apresenta uma constru-
para a voz passiva a frase Hoje a autoria institucional en- ção na voz passiva do verbo. Outro exemplo de voz passiva
frenta séria concorrência dos autores anônimos, obter-se-á encontra-se em:
a seguinte forma verbal: A) “As crianças brasileiras influenciam 80% das decisões
(A) são enfrentados. de compra de uma família”
(B) tem enfrentado. B) “A publicidade na TV é a principal ferramenta do
(C) tem sido enfrentada. mercado para a persuasão do público infantil”
(D) têm sido enfrentados. C) “evidenciaram outros fatores que influenciam as
(E) é enfrentada. crianças brasileiras nas práticas de consumo.”
D) “Elas são assediadas pelo mercado”
04. (TRF - 5ª REGIÃO – ANALISTA JUDICIÁRIO – E) “valores distorcidos são de fato um problema de or-
FCC/2012) Para o Brasil, o fundamental é que, ao exercer a dem ética”
responsabilidade de proteger pela via militar, a comunida-
de internacional [...] observe outro preceito ... 09. (GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO – CASA CI-
Transpondo-se o segmento grifado acima para a voz VIL – EXECUTIVO PÚBLICO – FCC/2010) Transpondo a frase
passiva, a forma verbal resultante será: o diretor estava promovendo seu filme para a voz passiva,
a) é observado. obtém-se corretamente o seguinte segmento:
b) seja observado. (A) tinha recebido promoção.
c) ser observado. (B) estaria sendo promovido.
d) é observada. (C) fizera a promoção.
e) for observado. (D) estava sendo promovido.
(E) havia sido promovido.
05. (Analista de Procuradoria – FCC – 2013-adap) Trans-
pondo- -se para a voz passiva a frase O poeta teria
10. -) (MPE/PE – ANALISTA MINISTERIAL – FCC/2012)
aberto um diálogo entre as duas partes, a forma verbal re-
Da sede do poder no Brasil holandês, Marcgrave acompa-
sultante será:
nhou e anotou, sempre sozinho, alguns fenômenos celestes,
A) fora aberto.
B) abriria. sobretudo eclipses lunares e solares.
C) teria sido aberto. Ao transpor-se a frase acima para a voz passiva, as for-
D) teriam sido abertas. mas verbais resultantes serão:
E) foi aberto. a) eram anotados e acompanhados.
b) fora anotado e acompanhado.
06.(SEE/SP – PROFESSOR EDUCAÇÃO BÁSICA II E PRO- c) foram anotados e acompanhados.
FESSOR II – LÍNGUA PORTUGUESA - FCC/2011) ...permite d) anota-se e acompanha-se.
que os criadores tomem atitudes quando a proliferação de e) foi anotado e acompanhado.
algas tóxicas ameaça os peixes.

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LÍNGUA PORTUGUESA

GABARITO 9-) o diretor estava promovendo seu filme = dois ver-


bos na voz ativa, três na passiva: seu filme estava sendo
01. B 02.B 03. E 04.B 05. C produzido.
06. E 07. D 08. D 09.D 10.C
10-)Marcgrave acompanhou e anotou alguns fenô-
RESOLUÇÃO menos celestes = voz ativa com um verbo (sem auxiliar!),
então na passiva teremos dois: alguns fenômenos foram
1-) acompanhados e anotados por Marcgrave.
(A) O cúmulo da ilusão é também o cúmulo do sagrado.
(B) O conceito de espetáculo unifica e explica uma
grande diversidade de fenômenos.
- Uma grande diversidade de fenômenos é unificada e CORRESPONDÊNCIAS SEMÂNTICO-
explicada pelo conceito... ESTRUTURAIS NA CONSTRUÇÃO DE
(C) O espetáculo é ao mesmo tempo parte da socieda- PERÍODOS E ORAÇÕES.
de, a própria sociedade e seu instrumento de unificação.
(D) As imagens fluem desligadas de cada aspecto da
vida (...).
(E) Por ser algo separado, ele é o foco do olhar iludido Oração: é todo enunciado linguístico dotado de sen-
e da falsa consciência. tido, porém há, necessariamente, a presença do verbo. A
oração encerra uma frase (ou segmento de frase), várias
2-) ... a Coreia do Norte interrompeu comunicações frases ou um período, completando um pensamento e
com o vizinho = voz ativa com um verbo, então a passiva concluindo o enunciado através de ponto final, interroga-
ção, exclamação e, em alguns casos, através de reticências.
terá dois: comunicações com o vizinho foram interrompi-
Em toda oração há um verbo ou locução verbal (às ve-
das pela Coreia...
zes elípticos). Não têm estrutura sintática, portanto não são
3-) Hoje a autoria institucional enfrenta séria concor-
orações, não podem ser analisadas sintaticamente frases
rência dos autores anônimos = Séria concorrência é en-
como:
frentada pela autoria...
Socorro!
Com licença!
4-) a comunidade internacional [...] observe outro pre-
Que rapaz impertinente!
ceito = se na voz ativa temos um verbo, na passiva tere-
Muito riso, pouco siso.
mos dois: outro preceito seja observado. “A bênção, mãe Nácia!” (Raquel de Queirós)
5-) O poeta teria aberto um diálogo entre as duas par- Na oração as palavras estão relacionadas entre si,
tes = Um diálogo teria sido aberto... como partes de um conjunto harmônico: elas formam os
termos ou as unidades sintáticas da oração. Cada termo
6-) Quando a proliferação ameaça os peixes = voz ativa da oração desempenha uma função sintática. Geralmen-
Quando os peixes forem ameaçados pela proliferação... te apresentam dois grupos de palavras: um grupo sobre o
= voz passiva qual se declara alguma coisa (o sujeito), e um grupo que
apresenta uma declaração (o predicado), e, excepcional-
7-) Um figurante pode obscurecer a atuação de um mente, só o predicado. Exemplo:
protagonista.
Se na voz ativa temos um verbo, na passiva teremos A menina banhou-se na cachoeira.
dois; se na ativa temos dois, na passiva teremos três. Então: A menina – sujeito
A atuação de um protagonista pode ser obscurecida por banhou-se na cachoeira – predicado
um figurante.
Choveu durante a noite. (a oração toda predicado)
8-)
A) “As crianças brasileiras influenciam 80% das deci- O sujeito é o termo da frase que concorda com o ver-
sões de compra de uma família” = voz ativa bo em número e pessoa. É normalmente o “ser de quem se
B) “A publicidade na TV é a principal ferramenta do declara algo”, “o tema do que se vai comunicar”.
mercado para a persuasão do público infantil” = ativa (ver- O predicado é a parte da oração que contém “a infor-
bo de ligação); não dá para passar para a passiva mação nova para o ouvinte”. Normalmente, ele se refere
C) “evidenciaram outros fatores que influenciam as ao sujeito, constituindo a declaração do que se atribui ao
crianças brasileiras nas práticas de consumo.” = ativa sujeito.
D) “Elas são assediadas pelo mercado” = voz passiva
E) “valores distorcidos são de fato um problema de or- Observe: O amor é eterno. O tema, o ser de quem se
dem ética” = ativa (verbo de ligação); não dá para passar declara algo, o sujeito, é “O amor”. A declaração referente
para a passiva a “o amor”, ou seja, o predicado, é “é eterno”.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Já na frase: Os rapazes jogam futebol. O sujeito é “Os Nós mentimos sobre nossa idade para você.
rapazes”, que identificamos por ser o termo que concorda mentimos sobre nossa idade para você: predicado
em número e pessoa com o verbo “jogam”. O predicado é verbal
“jogam futebol”. mentimos: verbo = núcleo do predicado
Núcleo de um termo é a palavra principal (geralmente nós: sujeito
um substantivo, pronome ou verbo), que encerra a essên-
cia de sua significação. Nos exemplos seguintes, as pala- No interior de uma sentença, o sujeito é o termo de-
vras amigo e revestiu são o núcleo do sujeito e do predica- terminante, ao passo que o predicado é o termo determi-
do, respectivamente: nado. Essa posição de determinante do sujeito em relação
“O amigo retardatário do presidente prepara-se para ao predicado adquire sentido com o fato de ser possível, na
desembarcar.” (Aníbal Machado) língua portuguesa, uma sentença sem sujeito, mas nunca
A avezinha revestiu o interior do ninho com macias plu- uma sentença sem predicado.
mas. Exemplos:
Os termos da oração da língua portuguesa são classifi-
cados em três grandes níveis: As formigas invadiram minha casa.
- Termos Essenciais da Oração: Sujeito e Predicado. as formigas: sujeito = termo determinante
- Termos Integrantes da Oração: Complemento No- invadiram minha casa: predicado = termo determina-
minal e Complementos Verbais (Objeto Direto, Objeto in- do
direto e Agente da Passiva).
- Termos Acessórios da Oração: Adjunto Adnominal, Há formigas na minha casa.
Adjunto Adverbial, Aposto e Vocativo. há formigas na minha casa: predicado = termo deter-
minado
- Termos Essenciais da Oração: São dois os termos sujeito: inexistente
essenciais (ou fundamentais) da oração: sujeito e predicado.
Exemplos: O sujeito sempre se manifesta em termos de sintagma
nominal, isto é, seu núcleo é sempre um nome. Quando
esse nome se refere a objetos das primeira e segunda pes-
Sujeito Predicado soas, o sujeito é representado por um pronome pessoal
Pobreza não é vileza. do caso reto (eu, tu, ele, etc.). Se o sujeito se refere a um
objeto da terceira pessoa, sua representação pode ser feita
Os sertanistas capturavam os índios. através de um substantivo, de um pronome substantivo ou
Um vento áspero sacudia as árvores. de qualquer conjunto de palavras, cujo núcleo funcione, na
sentença, como um substantivo.
Exemplos:
Sujeito: é equivocado dizer que o sujeito é aquele que
pratica uma ação ou é aquele (ou aquilo) do qual se diz Eu acompanho você até o guichê.
alguma coisa. Ao fazer tal afirmação estamos considerando eu: sujeito = pronome pessoal de primeira pessoa
o aspecto semântico do sujeito (agente de uma ação) ou Vocês disseram alguma coisa?
o seu aspecto estilístico (o tópico da sentença). Já que o vocês: sujeito = pronome pessoal de segunda pessoa
sujeito é depreendido de uma análise sintática, vamos res- Marcos tem um fã-clube no seu bairro.
tringir a definição apenas ao seu papel sintático na senten- Marcos: sujeito = substantivo próprio
ça: aquele que estabelece concordância com o núcleo do Ninguém entra na sala agora.
predicado. Quando se trata de predicado verbal, o núcleo ninguém: sujeito = pronome substantivo
é sempre um verbo; sendo um predicado nominal, o núcleo O andar deve ser uma atividade diária.
é sempre um nome. Então têm por características básicas: o andar: sujeito = núcleo: verbo substantivado nessa
- estabelecer concordância com o núcleo do predica- oração
do;
- apresentar-se como elemento determinante em rela- Além dessas formas, o sujeito também pode se cons-
ção ao predicado; tituir de uma oração inteira. Nesse caso, a oração recebe o
- constituir-se de um substantivo, ou pronome subs- nome de oração substantiva subjetiva:
tantivo ou, ainda, qualquer palavra substantivada.
É difícil optar por esse ou aquele doce...
Exemplos: É difícil: oração principal
optar por esse ou aquele doce: oração substantiva
A padaria está fechada hoje. subjetiva
está fechada hoje: predicado nominal
fechada: nome adjetivo = núcleo do predicado O sujeito é constituído por um substantivo ou pro-
a padaria: sujeito nome, ou por uma palavra ou expressão substantivada.
padaria: núcleo do sujeito - nome feminino singular Exemplos:

52
LÍNGUA PORTUGUESA

O sino era grande. Aqui vive-se bem.


Ela tem uma educação fina. Devagar se vai ao longe.
Vossa Excelência agiu como imparcialidade. Quando se é jovem, a memória é mais vivaz.
Isto não me agrada. Trata-se de fenômenos que nem a ciência sabe expli-
car.
O núcleo (isto é, a palavra base) do sujeito é, pois, um
substantivo ou pronome. Em torno do núcleo podem apa- - Assinala-se a indeterminação do sujeito deixando-se
recer palavras secundárias (artigos, adjetivos, locuções ad- o verbo no infinitivo impessoal: Era penoso carregar aque-
jetivas, etc.) Exemplo: les fardos enormes; É triste assistir a estas cenas repulsivas.
“Todos os ligeiros rumores da mata tinham uma voz
para a selvagem filha do sertão.” (José de Alencar) Normalmente, o sujeito antecede o predicado; toda-
via, a posposição do sujeito ao verbo é fato corriqueiro em
O sujeito pode ser: nossa língua. Exemplos:
É fácil este problema!
Simples: quando tem um só núcleo: As rosas têm es- Vão-se os anéis, fiquem os dedos.
pinhos; “Um bando de galinhas-d’angola atravessa a rua “Breve desapareceram os dois guerreiros entre as ár-
em fila indiana.” vores.” (José de Alencar)
Composto: quando tem mais de um núcleo: “O burro “Foi ouvida por Deus a súplica do condenado.” (Ra-
e o cavalo nadavam ao lado da canoa.” malho Ortigão)
Expresso: quando está explícito, enunciado: Eu viajarei “Mas terás tu paciência por duas horas?” (Camilo Cas-
amanhã. telo Branco)
Oculto (ou elíptico): quando está implícito, isto é,
quando não está expresso, mas se deduz do contexto: Via- Sem Sujeito: constituem a enunciação pura e absoluta
jarei amanhã. (sujeito: eu, que se deduz da desinência do de um fato, através do predicado; o conteúdo verbal não
verbo); “Um soldado saltou para a calçada e aproximou- é atribuído a nenhum ser. São construídas com os verbos
se.” (o sujeito, soldado, está expresso na primeira oração e impessoais, na 3ª pessoa do singular: Havia ratos no porão;
elíptico na segunda: e (ele) aproximou-se.); Crianças, guar- Choveu durante o jogo.
dem os brinquedos. (sujeito: vocês) Observação: São verbos impessoais: Haver (nos senti-
Agente: se faz a ação expressa pelo verbo da voz ativa: dos de existir, acontecer, realizar-se, decorrer), Fazer, pas-
O Nilo fertiliza o Egito. sar, ser e estar, com referência ao tempo e Chover, ventar,
Paciente: quando sofre ou recebe os efeitos da ação nevar, gear, relampejar, amanhecer, anoitecer e outros que
expressa pelo verbo passivo: O criminoso é atormenta- exprimem fenômenos meteorológicos.
do pelo remorso; Muitos sertanistas foram mortos pelos
índios; Construíram-se açudes. (= Açudes foram construí- Predicado: assim como o sujeito, o predicado é um
dos.) segmento extraído da estrutura interna das orações ou das
Agente e Paciente: quando o sujeito faz a ação ex- frases, sendo, por isso, fruto de uma análise sintática. Nesse
pressa por um verbo reflexivo e ele mesmo sofre ou recebe sentido, o predicado é sintaticamente o segmento linguís-
os efeitos dessa ação: O operário feriu-se durante o traba- tico que estabelece concordância com outro termo essen-
lho; Regina trancou-se no quarto. cial da oração, o sujeito, sendo este o termo determinante
Indeterminado: quando não se indica o agente da (ou subordinado) e o predicado o termo determinado (ou
ação verbal: Atropelaram uma senhora na esquina. (Quem principal). Não se trata, portanto, de definir o predicado
atropelou a senhora? Não se diz, não se sabe quem a atro- como “aquilo que se diz do sujeito” como fazem certas gra-
pelou.); Come-se bem naquele restaurante. máticas da língua portuguesa, mas sim estabelecer a im-
Observações: portância do fenômeno da concordância entre esses dois
- Não confundir sujeito indeterminado com sujeito termos essenciais da oração. Então têm por características
oculto. básicas: apresentar-se como elemento determinado em re-
- Sujeito formado por pronome indefinido não é inde- lação ao sujeito; apontar um atributo ou acrescentar nova
terminado, mas expresso: Alguém me ensinará o caminho. informação ao sujeito. Exemplos:
Ninguém lhe telefonou.
- Assinala-se a indeterminação do sujeito usando-se o Carolina conhece os índios da Amazônia.
verbo na 3ª pessoa do plural, sem referência a qualquer sujeito: Carolina = termo determinante
agente já expresso nas orações anteriores: Na rua olha- predicado: conhece os índios da Amazônia = termo
vam-no com admiração; “Bateram palmas no portãozinho determinado
da frente.”; “De qualquer modo, foi uma judiação matarem
a moça.” Todos nós fazemos parte da quadrilha de São João.
- Assinala-se a indeterminação do sujeito com um ver- sujeito: todos nós = termo determinante
bo ativo na 3ª pessoa do singular, acompanhado do pro- predicado: fazemos parte da quadrilha de São João =
nome se. O pronome se, neste caso, é índice de indetermi- termo determinado
nação do sujeito. Pode ser omitido junto de infinitivos.

53
LÍNGUA PORTUGUESA

Nesses exemplos podemos observar que a concordân- “A cidade parecia mais alegre; o povo, mais contente.”
cia é estabelecida entre algumas poucas palavras dos dois (Povina Cavalcante) (isto é: o povo parecia mais contente)
termos essenciais. No primeiro exemplo, entre “Carolina” e
“conhece”; no segundo exemplo, entre “nós” e “fazemos”. Chama-se predicação verbal o modo pelo qual o ver-
Isso se dá porque a concordância é centrada nas palavras bo forma o predicado.
que são núcleos, isto é, que são responsáveis pela princi- Há verbos que, por natureza, tem sentido completo,
pal informação naquele segmento. No predicado o núcleo podendo, por si mesmos, constituir o predicado: são os
pode ser de dois tipos: um nome, quase sempre um atri- verbos de predicação completa denominados intransiti-
buto que se refere ao sujeito da oração, ou um verbo (ou vos. Exemplo:
locução verbal). No primeiro caso, temos um predicado
nominal (seu núcleo significativo é um nome, substanti- As flores murcharam.
vo, adjetivo, pronome, ligado ao sujeito por um verbo de Os animais correm.
ligação) e no segundo um predicado verbal (seu núcleo é As folhas caem.
um verbo, seguido, ou não, de complemento(s) ou termos “Os inimigos de Moreiras rejubilaram.” (Graciliano Ra-
acessórios). Quando, num mesmo segmento o nome e o mos)
verbo são de igual importância, ambos constituem o nú-
cleo do predicado e resultam no tipo de predicado verbo- Outros verbos há, pelo contrário, que para integrarem
nominal (tem dois núcleos significativos: um verbo e um o predicado necessitam de outros termos: são os verbos de
nome). Exemplos: predicação incompleta, denominados transitivos. Exem-
plos:
Minha empregada é desastrada.
predicado: é desastrada João puxou a rede.
núcleo do predicado: desastrada = atributo do sujeito “Não invejo os ricos, nem aspiro à riqueza.” (Oto Lara
tipo de predicado: nominal Resende)
“Não simpatizava com as pessoas investidas no po-
O núcleo do predicado nominal chama-se predicativo der.” (Camilo Castelo Branco)
do sujeito, porque atribui ao sujeito uma qualidade ou ca-
racterística. Os verbos de ligação (ser, estar, parecer, etc.) Observe que, sem os seus complementos, os verbos
funcionam como um elo entre o sujeito e o predicado. puxou, invejo, aspiro, etc., não transmitiriam informações
completas: puxou o quê? Não invejo a quem? Não aspiro
A empreiteira demoliu nosso antigo prédio.
a que?
predicado: demoliu nosso antigo prédio
Os verbos de predicação completa denominam-se in-
núcleo do predicado: demoliu = nova informação
transitivos e os de predicação incompleta, transitivos. Os
sobre o sujeito
verbos transitivos subdividem-se em: transitivos diretos,
tipo de predicado: verbal
transitivos indiretos e transitivos diretos e indiretos (bi-
transitivos).
Os manifestantes desciam a rua desesperados.
Além dos verbos transitivos e intransitivos, quem en-
predicado: desciam a rua desesperados
núcleos do predicado: desciam = nova informação cerram uma noção definida, um conteúdo significativo,
sobre o sujeito; desesperados = atributo do sujeito existem os de ligação, verbos que entram na formação do
tipo de predicado: verbo-nominal predicado nominal, relacionando o predicativo com o su-
jeito.
Nos predicados verbais e verbo-nominais o verbo é Quanto à predicação classificam-se, pois os verbos em:
responsável também por definir os tipos de elementos que
aparecerão no segmento. Em alguns casos o verbo sozinho Intransitivos: são os que não precisam de comple-
basta para compor o predicado (verbo intransitivo). Em ou- mento, pois têm sentido completo.
tros casos é necessário um complemento que, juntamente “Três contos bastavam, insistiu ele.” (Machado de As-
com o verbo, constituem a nova informação sobre o sujei- sis)
to. De qualquer forma, esses complementos do verbo não “Os guerreiros Tabajaras dormem.” (José de Alencar)
interferem na tipologia do predicado. “A pobreza e a preguiça andam sempre em compa-
Entretanto, é muito comum a elipse (ou omissão) do nhia.” (Marquês de Maricá)
verbo, quando este puder ser facilmente subentendido, em
geral por estar expresso ou implícito na oração anterior. Observações: Os verbos intransitivos podem vir acom-
Exemplos: panhados de um adjunto adverbial e mesmo de um pre-
dicativo (qualidade, características): Fui cedo; Passeamos
“A fraqueza de Pilatos é enorme, a ferocidade dos al- pela cidade; Cheguei atrasado; Entrei em casa aborre-
gozes inexcedível.” (Machado de Assis) (Está subentendido cido. As orações formadas com verbos intransitivos não
o verbo é depois de algozes) podem “transitar” (= passar) para a voz passiva. Verbos
“Mas o sal está no Norte, o peixe, no Sul” (Paulo Morei- intransitivos passam, ocasionalmente, a transitivos quando
ra da Silva) (Subentende-se o verbo está depois de peixe) construídos com o objeto direto ou indireto.

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LÍNGUA PORTUGUESA

- “Inutilmente a minha alma o chora!” (Cabral do Nas- Observações: Entre os verbos transitivos indiretos im-
cimento) porta distinguir os que se constroem com os pronomes
- “Depois me deitei e dormi um sono pesado.” (Luís objetivos lhe, lhes. Em geral são verbos que exigem a pre-
Jardim) posição a: agradar-lhe, agradeço-lhe, apraz lhe, bate-lhe,
- “Morrerás morte vil da mão de um forte.” (Gonçalves desagrada-lhe, desobedecem-lhe, etc. Entre os verbos
Dias) transitivos indiretos importa distinguir os que não admitem
- “Inútil tentativa de viajar o passado, penetrar no para objeto indireto as formas oblíquas lhe, lhes, construin-
mundo que já morreu...” (Ciro dos Anjos) do-se com os pronomes retos precedidos de preposição:
aludir a ele, anuir a ele, assistir a ela, atentar nele, depender
Alguns verbos essencialmente intransitivos: anoitecer, dele, investir contra ele, não ligar para ele, etc.
crescer, brilhar, ir, agir, sair, nascer, latir, rir, tremer, brincar, Em princípio, verbos transitivos indiretos não compor-
chegar, vir, mentir, suar, adoecer, etc. tam a forma passiva. Excetuam-se pagar, perdoar, obede-
cer, e pouco mais, usados também como transitivos dire-
Transitivos Diretos: são os que pedem um objeto di- tos: João paga (perdoa, obedece) o médico. O médico é
reto, isto é, um complemento sem preposição. Pertencem a pago (perdoado, obedecido) por João. Há verbos transiti-
esse grupo: julgar, chamar, nomear, eleger, proclamar, de- vos indiretos, como atirar, investir, contentar-se, etc., que
signar, considerar, declarar, adotar, ter, fazer, etc. Exemplos: admitem mais de uma preposição, sem mudança de senti-
Comprei um terreno e construí a casa. do. Outros mudam de sentido com a troca da preposição,
“Trabalho honesto produz riqueza honrada.” (Marquês como nestes exemplos: Trate de sua vida. (tratar=cuidar).
de Maricá) É desagradável tratar com gente grosseira. (tratar=lidar).
“Então, solenemente Maria acendia a lâmpada de sá- Verbos como aspirar, assistir, dispor, servir, etc., variam de
bado.” (Guedes de Amorim) significação conforme sejam usados como transitivos dire-
tos ou indiretos.
Dentre os verbos transitivos diretos merecem destaque
os que formam o predicado verbo nominal e se constrói Transitivos Diretos e Indiretos: são os que se usam
com o complemento acompanhado de predicativo. Exem- com dois objetos: um direto, outro indireto, concomitan-
plos: temente. Exemplos:
Consideramos o caso extraordinário. No inverso, Dona Cléia dava roupas aos pobres.
Inês trazia as mãos sempre limpas. A empresa fornece comida aos trabalhadores.
O povo chamava-os de anarquistas. Oferecemos flores à noiva.
Julgo Marcelo incapaz disso. Ceda o lugar aos mais velhos.

Observações: Os verbos transitivos diretos, em geral, De Ligação: Os que ligam ao sujeito uma palavra ou
podem ser usados também na voz passiva; Outra caracte- expressão chamada predicativo. Esses verbos, entram na
rísticas desses verbos é a de poderem receber como objeto formação do predicado nominal. Exemplos:
direto, os pronomes o, a, os, as: convido-o, encontro-os, A Terra é móvel.
incomodo-a, conheço-as; Os verbos transitivos diretos po- A água está fria.
dem ser construídos acidentalmente, com preposição, a O moço anda (=está) triste.
qual lhes acrescenta novo matiz semântico: arrancar da es- Mário encontra-se doente.
pada; puxar da faca; pegar de uma ferramenta; tomar do lá- A Lua parecia um disco.
pis; cumprir com o dever; Alguns verbos transitivos diretos:
abençoar, achar, colher, avisar, abraçar, comprar, castigar, Observações: Os verbos de ligação não servem ape-
contrariar, convidar, desculpar, dizer, estimar, elogiar, en- nas de anexo, mas exprimem ainda os diversos aspectos
tristecer, encontrar, ferir, imitar, levar, perseguir, prejudicar, sob os quais se considera a qualidade atribuída ao sujeito.
receber, saldar, socorrer, ter, unir, ver, etc. O verbo ser, por exemplo, traduz aspecto permanente e o
verbo estar, aspecto transitório: Ele é doente. (aspecto per-
Transitivos Indiretos: são os que reclamam um com- manente); Ele está doente. (aspecto transitório). Muito des-
plemento regido de preposição, chamado objeto indireto. ses verbos passam à categoria dos intransitivos em frases
Exemplos: como: Era =existia) uma vez uma princesa.; Eu não estava
“Ninguém perdoa ao quarentão que se apaixona por em casa.; Fiquei à sombra.; Anda com dificuldades.; Parece
uma adolescente.” (Ciro dos Anjos) que vai chover.
“Populares assistiam à cena aparentemente apáticos e
neutros.” (Érico Veríssimo) Os verbos, relativamente à predicação, não têm classi-
“Lúcio não atinava com essa mudança instantânea.” ficação fixa, imutável. Conforme a regência e o sentido que
(José Américo) apresentam na frase, podem pertencer ora a um grupo, ora
“Do que eu mais gostava era do tempo do retiro espi- a outro. Exemplo:
ritual.” (José Geraldo Vieira) O homem anda. (intransitivo)
O homem anda triste. (de ligação)

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LÍNGUA PORTUGUESA

O cego não vê. (intransitivo) pletam a significação transitiva dos verbos e nomes. Inte-
O cego não vê o obstáculo. (transitivo direto) gram (inteiram, completam) o sentido da oração, sendo
por isso indispensável à compreensão do enunciado. São
Deram 12 horas. (intransitivo) os seguintes:
A terra dá bons frutos. (transitivo direto) - Complemento Verbais (Objeto Direto e Objeto In-
direto);
Não dei com a chave do enigma. (transitivo indireto) - Complemento Nominal;
Os pais dão conselhos aos filhos. (transitivo direto e - Agente da Passiva.
indireto)
Objeto Direto: é o complemento dos verbos de pre-
Predicativo: Há o predicativo do sujeito e o predicati- dicação incompleta, não regido, normalmente, de prepo-
vo do objeto. sição. Exemplos:
As plantas purificaram o ar.
Predicativo do Sujeito: é o termo que exprime um “Nunca mais ele arpoara um peixe-boi.” (Ferreira Cas-
atributo, um estado ou modo de ser do sujeito, ao qual se tro)
prende por um verbo de ligação, no predicado nominal. Procurei o livro, mas não o encontrei.
Exemplos: Ninguém me visitou.
A bandeira é o símbolo da Pátria.
A mesa era de mármore. O objeto direto tem as seguintes características:
O mar estava agitado. - Completa a significação dos verbos transitivos dire-
A ilha parecia um monstro. tos;
- Normalmente, não vem regido de preposição;
Além desse tipo de predicativo, outro existe que entra - Traduz o ser sobre o qual recai a ação expressa por
na constituição do predicado verbo-nominal. Exemplos: um verbo ativo: Caim matou Abel.
O trem chegou atrasado. (=O trem chegou e estava - Torna-se sujeito da oração na voz passiva: Abel foi
atrasado.) morto por Caim.
O menino abriu a porta ansioso.
Todos partiram alegres. O objeto direto pode ser constituído:
Marta entrou séria. - Por um substantivo ou expressão substantivada: O la-
vrador cultiva a terra.; Unimos o útil ao agradável.
Observações: O predicativo subjetivo às vezes está pre- - Pelos pronomes oblíquos o, a, os, as, me, te, se, nos,
posicionado; Pode o predicativo preceder o sujeito e até vos: Espero-o na estação.; Estimo-os muito.; Sílvia olhou-se
mesmo ao verbo: São horríveis essas coisas!; Que linda es- ao espelho.; Não me convidas?; Ela nos chama.; Avisamo
tava Amélia!; Completamente feliz ninguém é.; Raros são -lo a tempo.; Procuram-na em toda parte.; Meu Deus, eu
os verdadeiros líderes.; Quem são esses homens?; Lentos vos amo.; “Marchei resolutamente para a maluca e intimei
e tristes, os retirantes iam passando.; Novo ainda, eu não -a a ficar quieta.”; “Vós haveis de crescer, perder-vos-ei de
entendia certas coisas.; Onde está a criança que fui? vista.”
- Por qualquer pronome substantivo: Não vi ninguém
Predicativo do Objeto: é o termo que se refere ao ob- na loja.; A árvore que plantei floresceu. (que: objeto direto
jeto de um verbo transitivo. Exemplos: de plantei); Onde foi que você achou isso? Quando vira as
O juiz declarou o réu inocente. folhas do livro, ela o faz com cuidado.; “Que teria o homem
O povo elegeu-o deputado. percebido nos meus escritos?”
As paixões tornam os homens cegos.
Nós julgamos o fato milagroso. Frequentemente transitivam-se verbos intransitivos,
dando-se lhes por objeto direto uma palavra cognata ou
Observações: O predicativo objetivo, como vemos dos da mesma esfera semântica:
exemplos acima, às vezes vem regido de preposição. Esta, “Viveu José Joaquim Alves vida tranquila e patriarcal.”
em certos casos, é facultativa; O predicativo objetivo geral- (Vivaldo Coaraci)
mente se refere ao objeto direto. Excepcionalmente, pode “Pela primeira vez chorou o choro da tristeza.” (Aníbal
referir-se ao objeto indireto do verbo chamar. Chamavam- Machado)
lhe poeta; Podemos antepor o predicativo a seu objeto: O “Nenhum de nós pelejou a batalha de Salamina.” (Ma-
advogado considerava indiscutíveis os direitos da herdei- chado de Assis)
ra.; Julgo inoportuna essa viagem.; “E até embriagado o Em tais construções é de rigor que o objeto venha
vi muitas vezes.”; “Tinha estendida a seus pés uma planta acompanhado de um adjunto.
rústica da cidade.”; “Sentia ainda muito abertos os feri-
mentos que aquele choque com o mundo me causara.” Objeto Direto Preposicionado: Há casos em que o
objeto direto, isto é, o complemento de verbos transitivos
Termos Integrantes da Oração diretos, vem precedido de preposição, geralmente a pre-
Chamam-se termos integrantes da oração os que com- posição a. Isto ocorre principalmente:

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LÍNGUA PORTUGUESA

- Quando o objeto direto é um pronome pessoal tôni- Objeto Direto Pleonástico: Quando queremos dar
co: Deste modo, prejudicas a ti e a ela.; “Mas dona Carolina destaque ou ênfase à idéia contida no objeto direto, colo-
amava mais a ele do que aos outros filhos.”; “Pareceu-me camo-lo no início da frase e depois o repetimos ou reforça-
que Roberto hostilizava antes a mim do que à ideia.”; “Ri- mos por meio do pronome oblíquo. A esse objeto repetido
cardina lastimava o seu amigo como a si própria.”; “Amava sob forma pronominal chama-se pleonástico, enfático ou
-a tanto como a nós”. redundante. Exemplos:
- Quando o objeto é o pronome relativo quem: “Pedro O dinheiro, Jaime o trazia escondido nas mangas da
Severiano tinha um filho a quem idolatrava.”; “Abraçou a camisa.
todos; deu um beijo em Adelaide, a quem felicitou pelo O bem, muitos o louvam, mas poucos o seguem.
desenvolvimento das suas graças.”; “Agora sabia que podia “Seus cavalos, ela os montava em pêlo.” (Jorge Ama-
manobrar com ele, com aquele homem a quem na realida- do)
de também temia, como todos ali”.
Objeto Indireto: É o complemento verbal regido de
- Quando precisamos assegurar a clareza da frase, evi-
preposição necessária e sem valor circunstancial. Repre-
tando que o objeto direto seja tomado como sujeito, im-
senta, ordinariamente, o ser a que se destina ou se refere a
pedindo construções ambíguas: Convence, enfim, ao pai o
ação verbal: “Nunca desobedeci a meu pai”. O objeto indi-
filho amado.; “Vence o mal ao remédio.”; “Tratava-me sem
reto completa a significação dos verbos:
cerimônia, como a um irmão.”; A qual delas iria homena- - Transitivos Indiretos: Assisti ao jogo; Assistimos à
gear o cavaleiro? missa e à festa; Aludiu ao fato; Aspiro a uma vida calma.
- Em expressões de reciprocidade, para garantir a cla- - Transitivos Diretos e Indiretos (na voz ativa ou
reza e a eufonia da frase: “Os tigres despedaçam-se uns passiva): Dou graças a Deus; Ceda o lugar aos mais ve-
aos outros.”; “As companheiras convidavam-se umas às lhos; Dedicou sua vida aos doentes e aos pobres; Disse-
outras.”; “Era o abraço de duas criaturas que só tinham uma lhe a verdade. (Disse a verdade ao moço.)
à outra”.
- Com nomes próprios ou comuns, referentes a pes- O objeto indireto pode ainda acompanhar verbos de
soas, principalmente na expressão dos sentimentos ou por outras categorias, os quais, no caso, são considerados aci-
amor da eufonia da frase: Judas traiu a Cristo.; Amemos a dentalmente transitivos indiretos: A bom entendedor meia
Deus sobre todas as coisas. “Provavelmente, enganavam é palavra basta; Sobram-lhe qualidades e recursos. (lhe=a
a Pedro.”; “O estrangeiro foi quem ofendeu a Tupã”. ele); Isto não lhe convém; A proposta pareceu-lhe aceitá-
- Em construções enfáticas, nas quais antecipamos o vel.
objeto direto para dar-lhe realce: A você é que não enga-
nam!; A médico, confessor e letrado nunca enganes.; “A Observações: Há verbos que podem construir-se com
este confrade conheço desde os seus mais tenros anos”. dois objetos indiretos, regidos de preposições diferentes:
- Sendo objeto direto o numeral ambos(as): “O agua- Rogue a Deus por nós.; Ela queixou-se de mim a seu pai.;
ceiro caiu, molhou a ambos.”; “Se eu previsse que os ma- Pedirei para ti a meu senhor um rico presente; Não con-
tava a ambos...”. fundir o objeto direto com o complemento nominal nem
- Com certos pronomes indefinidos, sobretudo refe- com o adjunto adverbial; Em frases como “Para mim tudo
rentes a pessoas: Se todos são teus irmãos, por que amas a eram alegrias”, “Para ele nada é impossível”, os pronomes
uns e odeias a outros?; Aumente a sua felicidade, tornan- em destaque podem ser considerados adjuntos adverbiais.
do felizes também aos outros.; A quantos a vida ilude!.
- Em certas construções enfáticas, como puxar (ou ar- O objeto indireto é sempre regido de preposição, ex-
pressa ou implícita. A preposição está implícita nos prono-
rancar) da espada, pegar da pena, cumprir com o dever,
mes objetivos indiretos (átonos) me, te, se, lhe, nos, vos,
atirar com os livros sobre a mesa, etc.: “Arrancam das espa-
lhes. Exemplos: Obedece-me. (=Obedece a mim.); Isto te
das de aço fino...”; “Chegou a costureira, pegou do pano,
pertence. (=Isto pertence a ti.); Rogo-lhe que fique. (=Rogo
pegou da agulha, pegou da linha, enfiou a linha na agulha
a você...); Peço-vos isto. (=Peço isto a vós.). Nos demais ca-
e entrou a coser.”; “Imagina-se a consternação de Itaguaí, sos a preposição é expressa, como característica do objeto
quando soube do caso.” indireto: Recorro a Deus.; Dê isto a (ou para) ele.; Conten-
ta-se com pouco.; Ele só pensa em si.; Esperei por ti.; Falou
Observações: Nos quatro primeiros casos estudados contra nós.; Conto com você.; Não preciso disto.; O filme
a preposição é de rigor, nos cinco outros, facultativa; A a que assisti agradou ao público.; Assisti ao desenrolar da
substituição do objeto direto preposicionado pelo prono- luta.; A coisa de que mais gosto é pescar.; A pessoa a quem
me oblíquo átono, quando possível, se faz com as formas me refiro você a conhece.; Os obstáculos contra os quais
o(s), a(s) e não lhe, lhes: amar a Deus (amá-lo); convencer luto são muitos.; As pessoas com quem conto são poucas.
ao amigo (convencê-lo); O objeto direto preposicionado, é
obvio, só ocorre com verbo transitivo direto; Podem resu- Como atestam os exemplos acima, o objeto indireto é
mir-se em três as razões ou finalidades do emprego do ob- representado pelos substantivos (ou expressões substan-
jeto direto preposicionado: a clareza da frase; a harmonia tivas) ou pelos pronomes. As preposições que o ligam ao
da frase; a ênfase ou a força da expressão. verbo são: a, com, contra, de, em, para e por.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Objeto Indireto Pleonástico: à semelhança do objeto Termos Acessórios da Oração


direto, o objeto indireto pode vir repetido ou reforçado,
por ênfase. Exemplos: “A mim o que me deu foi pena.”; Termos acessórios são os que desempenham na ora-
“Que me importa a mim o destino de uma mulher tísica...? ção uma função secundária, qual seja a de caracterizar um
“E, aos brigões, incapazes de se moverem, basta-lhes xin- ser, determinar os substantivos, exprimir alguma circuns-
garem-se a distância.” tância. São três os termos acessórios da oração: adjunto
adnominal, adjunto adverbial e aposto.
Complemento Nominal: é o termo complementar re-
clamado pela significação transitiva, incompleta, de certos Adjunto adnominal: É o termo que caracteriza ou de-
substantivos, adjetivos e advérbios. Vem sempre regido de termina os substantivos. Exemplo: Meu irmão veste roupas
preposição. Exemplos: A defesa da pátria; Assistência às vistosas. (Meu determina o substantivo irmão: é um adjun-
aulas; “O ódio ao mal é amor do bem, e a ira contra o mal, to adnominal – vistosas caracteriza o substantivo roupas: é
entusiasmo divino.”; “Ah, não fosse ele surdo à minha voz!” também adjunto adnominal).
O adjunto adnominal pode ser expresso: Pelos adjeti-
vos: água fresca, terras férteis, animal feroz; Pelos artigos:
Observações: O complemento nominal representa o re-
o mundo, as ruas, um rapaz; Pelos pronomes adjetivos:
cebedor, o paciente, o alvo da declaração expressa por um
nosso tio, este lugar, pouco sal, muitas rãs, país cuja his-
nome: amor a Deus, a condenação da violência, o medo tória conheço, que rua?; Pelos numerais: dois pés, quinto
de assaltos, a remessa de cartas, útil ao homem, compo- ano, capítulo sexto; Pelas locuções ou expressões adjetivas
sitor de músicas, etc. É regido pelas mesmas preposições que exprimem qualidade, posse, origem, fim ou outra es-
usadas no objeto indireto. Difere deste apenas porque, em pecificação:
vez de complementar verbos, complementa nomes (subs- - presente de rei (=régio): qualidade
tantivos, adjetivos) e alguns advérbios em –mente. A no- - livro do mestre, as mãos dele: posse, pertença
mes que requerem complemento nominal correspondem, - água da fonte, filho de fazendeiros: origem
geralmente, verbos de mesmo radical: amor ao próximo, - fio de aço, casa de madeira: matéria
amar o próximo; perdão das injúrias, perdoar as injúrias; - casa de ensino, aulas de inglês: fim, especialidade
obediente aos pais, obedecer aos pais; regresso à pátria, - homem sem escrúpulos (=inescrupuloso): qualidade
regressar à pátria; etc. - criança com febre (=febril): característica
- aviso do diretor: agente
Agente da Passiva: é o complemento de um verbo na
voz passiva. Representa o ser que pratica a ação expressa Observações: Não confundir o adjunto adnominal
pelo verbo passivo. Vem regido comumente pela preposi- formado por locução adjetiva com complemento nomi-
ção por, e menos frequentemente pela preposição de: Al- nal. Este representa o alvo da ação expressa por um nome
fredo é estimado pelos colegas; A cidade estava cercada transitivo: a eleição do presidente, aviso de perigo, decla-
pelo exército romano; “Era conhecida de todo mundo a ração de guerra, empréstimo de dinheiro, plantio de ár-
fama de suas riquezas.” vores, colheita de trigo, destruidor de matas, descoberta
de petróleo, amor ao próximo, etc. O adjunto adnomi-
O agente da passiva pode ser expresso pelos substan- nal formado por locução adjetiva representa o agente da
tivos ou pelos pronomes: ação, ou a origem, pertença, qualidade de alguém ou de
As flores são umedecidas pelo orvalho. alguma coisa: o discurso do presidente, aviso de amigo,
A carta foi cuidadosamente corrigida por mim. declaração do ministro, empréstimo do banco, a casa do
fazendeiro, folhas de árvores, farinha de trigo, beleza das
Muitos já estavam dominados por ele.
matas, cheiro de petróleo, amor de mãe.
O agente da passiva corresponde ao sujeito da oração
Adjunto adverbial: É o termo que exprime uma cir-
na voz ativa: cunstância (de tempo, lugar, modo, etc.) ou, em outras pa-
A rainha era chamada pela multidão. (voz passiva) lavras, que modifica o sentido de um verbo, adjetivo ou
A multidão aclamava a rainha. (voz ativa) advérbio. Exemplo: “Meninas numa tarde brincavam de
Ele será acompanhado por ti. (voz passiva) roda na praça”. O adjunto adverbial é expresso: Pelos ad-
Tu o acompanharás. (voz ativa) vérbios: Cheguei cedo.; Ande devagar.; Maria é mais alta.;
Não durma ao volante.; Moramos aqui.; Ele fala bem, fala
Observações: Frase de forma passiva analítica sem corretamente.; Volte bem depressa.; Talvez esteja enga-
complemento agente expresso, ao passar para a ativa, terá nado.; Pelas locuções ou expressões adverbiais: Às vezes
sujeito indeterminado e o verbo na 3ª pessoa do plural: viajava de trem.; Compreendo sem esforço.; Saí com meu
Ele foi expulso da cidade. (Expulsaram-no da cidade.); As pai.; Júlio reside em Niterói.; Errei por distração.; Escure-
florestas são devastadas. (Devastam as florestas.); Na pas- ceu de repente.
siva pronominal não se declara o agente: Nas ruas assobia-
vam-se as canções dele pelos pedestres. (errado); Nas ruas Observações: Pode ocorrer a elipse da preposição an-
eram assobiadas as canções dele pelos pedestres. (certo); tes de adjuntos adverbiais de tempo e modo: Aquela noi-
Assobiavam-se as canções dele nas ruas. (certo) te, não dormi. (=Naquela noite...); Domingo que vem não

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LÍNGUA PORTUGUESA

sairei. (=No domingo...); Ouvidos atentos, aproximei-me O espaço é incomensurável, fato que me deixa atônito.
da porta. (=De ouvidos atentos...); Os adjuntos adverbiais Simão era muito espirituoso, o que me levava a preferir
classificam-se de acordo com as circunstâncias que ex- sua companhia.
primem: adjunto adverbial de lugar, modo, tempo, inten-
sidade, causa, companhia, meio, assunto, negação, etc; É Um aposto pode referir-se a outro aposto:
importante saber distinguir adjunto adverbial de adjunto “Serafim Gonçalves casou-se com Lígia Tavares, filha
adnominal, de objeto indireto e de complemento nominal: do velho coronel Tavares, senhor de engenho.” (Ledo
sair do mar (ad.adv.); água do mar (adj.adn.); gosta do mar Ivo)
(obj.indir.); ter medo do mar (compl.nom.).
O aposto pode vir precedido das expressões explicati-
Aposto: É uma palavra ou expressão que explica ou vas isto é, a saber, ou da preposição acidental como:
esclarece, desenvolve ou resume outro termo da oração. Dois países sul-americanos, isto é, a Bolívia e o Para-
Exemplos: guai, não são banhados pelo mar.
D. Pedro II, imperador do Brasil, foi um monarca sá- Este escritor, como romancista, nunca foi superado.
bio.
O aposto que se refere a objeto indireto, complemento
“Nicanor, ascensorista, expôs-me seu caso de cons-
nominal ou adjunto adverbial vem precedido de preposi-
ciência.” (Carlos Drummond de Andrade)
ção:
“No Brasil, região do ouro e dos escravos, encontra-
O rei perdoou aos dois: ao fidalgo e ao criado.
mos a felicidade.” (Camilo Castelo Branco) “Acho que adoeci disso, de beleza, da intensidade
“No fundo do mato virgem nasceu Macunaíma, herói das coisas.” (Raquel Jardim)
de nossa gente.” (Mário de Andrade) De cobras, morcegos, bichos, de tudo ela tinha medo.
O núcleo do aposto é um substantivo ou um pronome Vocativo: (do latim vocare = chamar) é o termo (nome,
substantivo: título, apelido) usado para chamar ou interpelar a pessoa, o
Foram os dois, ele e ela. animal ou a coisa personificada a que nos dirigimos:
Só não tenho um retrato: o de minha irmã. “Elesbão? Ó Elesbão! Venha ajudar-nos, por favor!”
O dia amanheceu chuvoso, o que me obrigou a ficar (Maria de Lourdes Teixeira)
em casa. “A ordem, meus amigos, é a base do governo.” (Ma-
chado de Assis)
O aposto não pode ser formado por adjetivos. Nas fra- “Correi, correi, ó lágrimas saudosas!” (fagundes Varela)
ses seguintes, por exemplo, não há aposto, mas predicativo “Ei-lo, o teu defensor, ó Liberdade!” (Mendes Leal)
do sujeito:
Audaciosos, os dois surfistas atiraram-se às ondas. Observação: Profere-se o vocativo com entoação ex-
As borboletas, leves e graciosas, esvoaçavam num clamativa. Na escrita é separado por vírgula(s). No exemplo
balé de cores. inicial, os pontos interrogativo e exclamativo indicam um
chamado alto e prolongado. O vocativo se refere sempre
Os apostos, em geral, destacam-se por pausas, indica- à 2ª pessoa do discurso, que pode ser uma pessoa, um
das, na escrita, por vírgulas, dois pontos ou travessões. Não animal, uma coisa real ou entidade abstrata personificada.
havendo pausa, não haverá vírgula, como nestes exemplos: Podemos antepor-lhe uma interjeição de apelo (ó, olá, eh!):
Minha irmã Beatriz; o escritor João Ribeiro; o roman- “Tem compaixão de nós , ó Cristo!” (Alexandre Hercu-
ce Tóia; o rio Amazonas; a Rua Osvaldo Cruz; o Colégio lano)
“Ó Dr. Nogueira, mande-me cá o Padilha, amanhã!”
Tiradentes, etc.
(Graciliano Ramos)
“Onde estariam os descendentes de Amaro vaqueiro?”
“Esconde-te, ó sol de maio, ó alegria do mundo!” (Ca-
(Graciliano Ramos)
milo Castelo Branco)
O vocativo é um tempo à parte. Não pertence à estru-
O aposto pode preceder o termo a que se refere, o tura da oração, por isso não se anexa ao sujeito nem ao
qual, às vezes, está elíptico. Exemplos: predicado.
Rapaz impulsivo, Mário não se conteve.
Mensageira da idéia, a palavra é a mais bela expres- EXERCÍCIOS
são da alma humana.
“Irmão do mar, do espaço, amei as solidões sobre os 01. Considere a frase “Ele andava triste porque não
rochedos ásperos.” (Cabral do Nascimento)(refere-se ao encontrava a companheira” – os verbos grifados são res-
sujeito oculto eu). pectivamente:
a) transitivo direto – de ligação;
O aposto, às vezes, refere-se a toda uma oração. Exem- b) de ligação – intransitivo;
plos: c) de ligação – transitivo indireto;
Nuvens escuras borravam os espaços silenciosos, sinal d) transitivo direto – transitivo indireto;
de tempestade iminente. e) de ligação – transitivo direto.

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LÍNGUA PORTUGUESA

02. Indique a única alternativa que não apresenta a) pronome relativo – sujeito;
agente da passiva: b) conjunção subordinada – conectivo;
a) A casa foi construída por nós. c) conjunção subordinada – complemento verbal;
b) O presidente será eleito pelo povo. d) pronome relativo – objeto direto;
c) Ela será coroada por ti. e) conjunção subordinada – objeto direto.
d) O avô era querido por todos.
e) Ele foi eleito por acaso. 10. Assinale a alternativa em que a expressão grifada
tem a função de complemento nominal:
03. Em: “A terra era povoada de selvagens”, o termo a) a curiosidade do homem incentiva-o a pesquisa;
grifado é:
b) a cidade de Londres merece ser conhecida por to-
a) objeto direto;
dos;
b) objeto indireto;
c) agente da passiva; c) o respeito ao próximo é dever de todos;
d) complemento nominal; d) o coitado do velho mendigava pela cidade;
e) adjunto adverbial. e) o receio de errar dificultava o aprendizado das lín-
guas.
04. Em: “Dulce considerou calada, por um momento,
aquele horrível delírio”, os termos grifados são respecti- Respostas: 01-E / 02-E / 03-C / 04-C / 05-C / 06-E /
vamente: 07-C / 08-A / 09-D / 10-C /
a) objeto direto – objeto direto;
b) predicativo do sujeito – adjunto adnominal; Período: Toda frase com uma ou mais orações consti-
c) adjunto adverbial – objeto direto; tui um período, que se encerra com ponto de exclamação,
d) adjunto adverbial – adjunto adnominal; ponto de interrogação ou com reticências.
e) objeto indireto – objeto direto. O período é simples quando só traz uma oração, cha-
mada absoluta; o período é composto quando traz mais
05. Assinale a alternativa correta: “para todos os males, de uma oração. Exemplo: Pegou fogo no prédio. (Período
há dois remédios: o tempo e o silêncio”, os termos grifa- simples, oração absoluta.); Quero que você aprenda. (Pe-
dos são respectivamente: ríodo composto.)
a) sujeito – objeto direto;
b) sujeito – aposto;
c) objeto direto – aposto; Existe uma maneira prática de saber quantas orações
d) objeto direto – objeto direto; há num período: é contar os verbos ou locuções verbais.
e) objeto direto – complemento nominal. Num período haverá tantas orações quantos forem os ver-
bos ou as locuções verbais nele existentes. Exemplos:
06. “Usando do direito que lhe confere a Constituição”, Pegou fogo no prédio. (um verbo, uma oração)
as palavras grifadas exercem a função respectivamente de: Quero que você aprenda. (dois verbos, duas orações)
a) objeto direto – objeto direto; Está pegando fogo no prédio. (uma locução verbal,
b) sujeito – objeto direto; uma oração)
c) objeto direto – sujeito; Deves estudar para poderes vencer na vida. (duas lo-
d) sujeito – sujeito; cuções verbais, duas orações)
e) objeto direto – objeto indireto. Há três tipos de período composto: por coordenação,
por subordinação e por coordenação e subordinação ao
07. “Recebeu o prêmio o jogador que fez o gol”. Nessa mesmo tempo (também chamada de misto).
frase o sujeito de “fez”?
a) o prêmio; Período Composto por Coordenação. Orações Coor-
b) o jogador; denadas
c) que;
d) o gol;
Considere, por exemplo, este período composto:
e) recebeu.

08. Assinale a alternativa correspondente ao período Passeamos pela praia, / brincamos, / recordamos os
onde há predicativo do sujeito: tempos de infância.
a) como o povo anda tristonho! 1ª oração: Passeamos pela praia
b) agradou ao chefe o novo funcionário; 2ª oração: brincamos
c) ele nos garantiu que viria; 3ª oração: recordamos os tempos de infância
d) no Rio não faltam diversões;
e) o aluno ficou sabendo hoje cedo de sua aprovação. As três orações que compõem esse período têm sen-
tido próprio e não mantêm entre si nenhuma dependên-
09. Em: “Cravei-lhe os dentes na carne, com toda a for- cia sintática: elas são independentes. Há entre elas, é claro,
ça que eu tinha”, a palavra “que” tem função morfossintá- uma relação de sentido, mas, como já dissemos, uma não
tica de: depende da outra sintaticamente.

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LÍNGUA PORTUGUESA

As orações independentes de um período são chama- Ele me ajudou muito, / portanto merece minha gra-
das de orações coordenadas (OC), e o período formado tidão.
só de orações coordenadas é chamado de período com- OCA OCS Conclusiva
posto por coordenação.
As orações coordenadas são classificadas em assindé- Observe que a 2ª oração vem introduzida por uma
ticas e sindéticas. conjunção que expressa idéia de conclusão de um fato
enunciado na oração anterior, ou seja, por uma conjunção
- As orações coordenadas são assindéticas (OCA) coordenativa conclusiva.
quando não vêm introduzidas por conjunção. Exemplo:
Os torcedores gritaram, / sofreram, / vibraram. Vives mentindo; logo, não mereces fé.
OCA OCA OCA Ele é teu pai: respeita-lhe, pois, a vontade.
Raimundo é homem são, portanto deve trabalhar.
“Inclinei-me, apanhei o embrulho e segui.” (Machado
de Assis) - Orações coordenadas sindéticas alternativas: ou-
“A noite avança, há uma paz profunda na casa deserta.” ,ou... ou, ora... ora, seja... seja, quer... quer.
(Antônio Olavo Pereira) Seja mais educado / ou retire-se da reunião!
“O ferro mata apenas; o ouro infama, avilta, desonra.” OCA OCS Alternativa
(Coelho Neto)
Observe que a 2ª oração vem introduzida por uma
- As orações coordenadas são sindéticas (OCS) quan- conjunção que estabelece uma relação de alternância ou
do vêm introduzidas por conjunção coordenativa. Exemplo: escolha com referência à oração anterior, ou seja, por uma
O homem saiu do carro / e entrou na casa. conjunção coordenativa alternativa.
OCA OCS
Venha agora ou perderá a vez.
As orações coordenadas sindéticas são classificadas de “Jacinta não vinha à sala, ou retirava-se logo.” (Ma-
chado de Assis)
acordo com o sentido expresso pelas conjunções coorde-
“Em aviação, tudo precisa ser bem feito ou custará
nativas que as introduzem. Pode ser:
preço muito caro.” (Renato Inácio da Silva)
“A louca ora o acariciava, ora o rasgava frenetica-
- Orações coordenadas sindéticas aditivas: e, nem,
mente.” (Luís Jardim)
não só... mas também, não só... mas ainda.
Saí da escola / e fui à lanchonete.
- Orações coordenadas sindéticas explicativas: que,
OCA OCS Aditiva
porque, pois, porquanto.
Vamos andar depressa / que estamos atrasados.
Observe que a 2ª oração vem introduzida por uma OCA OCS Explicativa
conjunção que expressa idéia de acréscimo ou adição com
referência à oração anterior, ou seja, por uma conjunção Observe que a 2ª oração é introduzida por uma con-
coordenativa aditiva. junção que expressa idéia de explicação, de justificativa em
relação à oração anterior, ou seja, por uma conjunção coor-
A doença vem a cavalo e volta a pé. denativa explicativa.
As pessoas não se mexiam nem falavam.
“Não só findaram as queixas contra o alienista, mas até Leve-lhe uma lembrança, que ela aniversaria amanhã.
nenhum ressentimento ficou dos atos que ele praticara.” “A mim ninguém engana, que não nasci ontem.” (Éri-
(Machado de Assis) co Veríssimo)
“Qualquer que seja a tua infância, conquista-a, que te
- Orações coordenadas sindéticas adversativas: mas, abençôo.” (Fernando Sabino)
porém, todavia, contudo, entretanto, no entanto. O cavalo estava cansado, pois arfava muito.
Estudei bastante / mas não passei no teste.
OCA OCS Adversativa Exercícios
Observe que a 2ª oração vem introduzida por uma
conjunção que expressa idéia de oposição à oração ante- 01. Relacione as orações coordenadas por meio de
rior, ou seja, por uma conjunção coordenativa adversativa. conjunções:
a) Ouviu-se o som da bateria. Os primeiros foliões sur-
A espada vence, mas não convence. giram.
“É dura a vida, mas aceitam-na.” (Cecília Meireles) b) Não durma sem cobertor. A noite está fria.
Tens razão, contudo não te exaltes. c) Quero desculpar-me. Não consigo encontrá-los.
Havia muito serviço, entretanto ninguém trabalhava.
Respostas:
- Orações coordenadas sindéticas conclusivas: por- Ouviu-se o som da bateria e os primeiros foliões sur-
tanto, por isso, pois, logo. giram.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Não durma sem cobertor, pois a noite está fria. 06. No período “Penso, logo existo”, oração em des-
Quero desculpar-me, mais consigo encontrá-los. taque é:
a) coordenada sindética conclusiva
02. Em: “... ouviam-se amplos bocejos, fortes como o b) coordenada sindética aditiva
marulhar das ondas...” a partícula como expressa uma ideia c) coordenada sindética alternativa
de: d) coordenada sindética adversativa
a) causa e) n.d.a
b) explicação
c) conclusão Resposta: A
d) proporção
e) comparação 07. Por definição, oração coordenada que seja despro-
vida de conectivo é denominada assindética. Observando
Resposta: E os períodos seguintes:
A conjunção como exercer a função comparativa. Os I- Não caía um galho, não balançava uma folha.
amplos bocejos ouvidos são comparados à força do maru- II- O filho chegou, a filha saiu, mas a mãe nem notou.
lhar das ondas. III- O fiscal deu o sinal, os candidatos entregaram a
prova. Acabara o exame.
03. “Entrando na faculdade, procurarei emprego”, ora-
ção sublinhada pode indicar uma ideia de: Nota-se que existe coordenação assindética em:
a) concessão a) I apenas
b) oposição b) II apenas
c) condição c) III apenas
d) lugar d) I e III
e) consequência e) nenhum deles

Resposta: C Resposta: D
A condição necessária para procurar emprego é entrar
na faculdade. 08. “Vivemos mais uma grave crise, repetitiva dentro
do ciclo de graves crises que ocupa a energia desta nação.
04. Assinale a sequência de conjunções que estabele- A frustração cresce e a desesperança não cede. Empresá-
cem, entre as orações de cada item, uma correta relação rios empurrados à condição de liderança oficial se reúnem,
de sentido. em eventos como este, para lamentar o estado de coisas.
O que dizer sem resvalar para o pessimismo, a crítica pun-
1. Correu demais, ... caiu. gente ou a autoabsorvição?
2. Dormiu mal, ... os sonhos não o deixaram em paz. É da história do mundo que as elites nunca introdu-
3. A matéria perece, ... a alma é imortal. ziram mudanças que favorecessem a sociedade como um
4. Leu o livro, ... é capaz de descrever as personagens todo. Estaríamos nos enganando se achássemos que estas
com detalhes. lideranças empresariais aqui reunidas teriam motivação
5. Guarde seus pertences, ... podem servir mais tarde. para fazer a distribuição de poderes e rendas que uma na-
ção equilibrada precisa ter. Aliás, é ingenuidade imaginar
a) porque, todavia, portanto, logo, entretanto que a vontade de distribuir renda passe pelo empobreci-
b) por isso, porque, mas, portanto, que mento da elite. É também ocioso pensar que nós, de tal
c) logo, porém, pois, porque, mas elite, temos riqueza suficiente para distribuir. Faço sempre,
d) porém, pois, logo, todavia, porque para meu desânimo, a soma do faturamento das nossas
e) entretanto, que, porque, pois, portanto mil maiores e melhores empresas, e chego a um número
menor do que o faturamento de apenas duas empresas
Resposta: B japonesas. Digamos, a Mitsubishi e mais um pouquinho.
Por isso – conjunção conclusiva. Sejamos francos. Em termos mundiais somos irrelevantes
Porque – conjunção explicativa. como potência econômica, mas o mesmo tempo extrema-
Mas – conjunção adversativa. mente representativos como população.”
Portanto – conjunção conclusiva. (“Discurso de Semler aos empresários”, Folha de
Que – conjunção explicativa. São Paulo)
05. Reúna as três orações em um período composto
por coordenação, usando conjunções adequadas. Dentre os períodos transcritos do texto acima, um é
Os dias já eram quentes. composto por coordenação e contém uma oração coorde-
A água do mar ainda estava fria. nada sindética adversativa. Assinalar a alternativa corres-
As praias permaneciam desertas. pondente a este período:
a) A frustração cresce e a desesperança não cede.
Resposta: Os dias já eram quentes, mas a água do mar b) O que dizer sem resvalar para o pessimismo, a crítica
ainda estava fria, por isso as praias permaneciam desertas. pungente ou a autoabsorvição.

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LÍNGUA PORTUGUESA

c) É também ocioso pensar que nós, da tal elite, temos Irei à sua casa / se não chover.
riqueza suficiente para distribuir. OP OSA Condicional
d) Sejamos francos. Deus só nos perdoará se perdoarmos aos nossos
e) Em termos mundiais somos irrelevantes como po- ofensores.
tência econômica, mas ao mesmo tempo extremamente Se o conhecesses, não o condenarias.
representativos como população. “Que diria o pai se soubesse disso?” (Carlos Drum-
Resposta E mond de Andrade)
A cápsula do satélite será recuperada, caso a expe-
Período Composto por Subordinação riência tenha êxito.

Observe os termos destacados em cada uma destas - Concessivas: Expressam ideia ou fato contrário ao da
orações: oração principal, sem, no entanto, impedir sua realização.
Vi uma cena triste. (adjunto adnominal) Conjunções: embora, ainda que, apesar de, se bem que, por
Todos querem sua participação. (objeto direto) mais que, mesmo que.
Não pude sair por causa da chuva. (adjunto adverbial Ela saiu à noite / embora estivesse doente.
de causa) OP OSA Concessiva

Veja, agora, como podemos transformar esses termos Admirava-o muito, embora (ou conquanto ou posto
em orações com a mesma função sintática: que ou se bem que) não o conhecesse pessoalmente.
Vi uma cena / que me entristeceu. (oração subordina- Embora não possuísse informações seguras, ainda
da com função de adjunto adnominal) assim arriscou uma opinião.
Todos querem / que você participe. (oração subordi- Cumpriremos nosso dever, ainda que (ou mesmo
nada com função de objeto direto) quando ou ainda quando ou mesmo que) todos nos cri-
Não pude sair / porque estava chovendo. (oração su- tiquem.
bordinada com função de adjunto adverbial de causa)
Por mais que gritasse, não me ouviram.
Em todos esses períodos, a segunda oração exerce
- Conformativas: Expressam a conformidade de um
uma certa função sintática em relação à primeira, sendo,
fato com outro. Conjunções: conforme, como (=conforme),
portanto, subordinada a ela. Quando um período é cons-
segundo.
tituído de pelo menos um conjunto de duas orações em
O trabalho foi feito / conforme havíamos planejado.
que uma delas (a subordinada) depende sintaticamente da
OP OSA Conformativa
outra (principal), ele é classificado como período compos-
to por subordinação. As orações subordinadas são classi-
ficadas de acordo com a função que exercem: adverbiais, O homem age conforme pensa.
substantivas e adjetivas. Relatei os fatos como (ou conforme) os ouvi.
Como diz o povo, tristezas não pagam dívidas.
Orações Subordinadas Adverbiais O jornal, como sabemos, é um grande veículo de in-
formação.
As orações subordinadas adverbiais (OSA) são aque-
las que exercem a função de adjunto adverbial da oração - Temporais: Acrescentam uma circunstância de tem-
principal (OP). São classificadas de acordo com a conjunção po ao que foi expresso na oração principal. Conjunções:
subordinativa que as introduz: quando, assim que, logo que, enquanto, sempre que, depois
que, mal (=assim que).
- Causais: Expressam a causa do fato enunciado na Ele saiu da sala / assim que eu cheguei.
oração principal. Conjunções: porque, que, como (= por- OP OSA Temporal
que), pois que, visto que.
Não fui à escola / porque fiquei doente. Formiga, quando quer se perder, cria asas.
OP OSA Causal “Lá pelas sete da noite, quando escurecia, as casas se
esvaziam.” (Carlos Povina Cavalcânti)
O tambor soa porque é oco. “Quando os tiranos caem, os povos se levantam.”
Como não me atendessem, repreendi-os severamen- (Marquês de Maricá)
te. Enquanto foi rico, todos o procuravam.
Como ele estava armado, ninguém ousou reagir.
“Faltou à reunião, visto que esteve doente.” (Arlindo - Finais: Expressam a finalidade ou o objetivo do que
de Sousa) foi enunciado na oração principal. Conjunções: para que, a
- Condicionais: Expressam hipóteses ou condição para fim de que, porque (=para que), que.
a ocorrência do que foi enunciado na principal. Conjun- Abri a porta do salão / para que todos pudessem en-
ções: se, contanto que, a menos que, a não ser que, desde trar.
que. OP OSA Final

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LÍNGUA PORTUGUESA

“O futuro se nos oculta para que nós o imaginemos.” - Oração Subordinada Substantiva Objetiva Direta:
(Marquês de Maricá) É aquela que exerce a função de objeto direto do verbo
Aproximei-me dele a fim de que me ouvisse melhor. da oração principal. Observe: O grupo quer a sua ajuda.
“Fiz-lhe sinal que se calasse.” (Machado de Assis) (que (objeto direto)
= para que) O grupo quer / que você ajude.
“Instara muito comigo não deixasse de freqüentar as OP OSS Objetiva Direta
recepções da mulher.” (Machado de Assis) (não deixasse = O mestre exigia que todos estivessem presentes. (=
para que não deixasse) O mestre exigia a presença de todos.)
- Consecutivas: Expressam a consequência do que foi Mariana esperou que o marido voltasse.
enunciado na oração principal. Conjunções: porque, que, Ninguém pode dizer: Desta água não beberei.
como (= porque), pois que, visto que. O fiscal verificou se tudo estava em ordem.
A chuva foi tão forte / que inundou a cidade.
OP OSA Consecutiva - Oração Subordinada Substantiva Objetiva Indire-
ta: É aquela que exerce a função de objeto indireto do ver-
Fazia tanto frio que meus dedos estavam endureci- bo da oração principal. Observe: Necessito de sua ajuda.
dos. (objeto indireto)
“A fumaça era tanta que eu mal podia abrir os olhos.” Necessito / de que você me ajude.
(José J. Veiga) OP OSS Objetiva Indireta
De tal sorte a cidade crescera que não a reconhecia Não me oponho a que você viaje. (= Não me oponho
mais. à sua viagem.)
As notícias de casa eram boas, de maneira que pude Aconselha-o a que trabalhe mais.
prolongar minha viagem. Daremos o prêmio a quem o merecer.
Lembre-se de que a vida é breve.
- Comparativas: Expressam ideia de comparação
com referência à oração principal. Conjunções: como, as- - Oração Subordinada Substantiva Subjetiva: É
sim como, tal como, (tão)... como, tanto como, tal qual, que aquela que exerce a função de sujeito do verbo da oração
(combinado com menos ou mais). principal. Observe: É importante sua colaboração. (sujeito)
Ela é bonita / como a mãe. É importante / que você colabore.
OP OSA Comparativa OP OSS Subjetiva

A preguiça gasta a vida como a ferrugem consome o A oração subjetiva geralmente vem:
ferro.” (Marquês de Maricá) - depois de um verbo de ligação + predicativo, em
Ela o atraía irresistivelmente, como o imã atrai o ferro. construções do tipo é bom, é útil, é certo, é conveniente,
Os retirantes deixaram a cidade tão pobres como vie- etc. Ex.: É certo que ele voltará amanhã.
ram. - depois de expressões na voz passiva, como sabe-se,
Como a flor se abre ao Sol, assim minha alma se abriu conta-se, diz-se, etc. Ex.: Sabe-se que ele saiu da cidade.
à luz daquele olhar. - depois de verbos como convir, cumprir, constar, urgir,
ocorrer, quando empregados na 3ª pessoa do singular e
Obs.: As orações comparativas nem sempre apresen- seguidos das conjunções que ou se. Ex.: Convém que todos
tam claramente o verbo, como no exemplo acima, em que participem da reunião.
está subentendido o verbo ser (como a mãe é).
É necessário que você colabore. (= Sua colaboração
- Proporcionais: Expressam uma ideia que se relacio- é necessária.)
na proporcionalmente ao que foi enunciado na principal. Parece que a situação melhorou.
Conjunções: à medida que, à proporção que, ao passo que, Aconteceu que não o encontrei em casa.
quanto mais, quanto menos. Importa que saibas isso bem.
Quanto mais reclamava / menos atenção recebia.
OSA Proporcional OP - Oração Subordinada Substantiva Completiva No-
minal: É aquela que exerce a função de complemento
À medida que se vive, mais se aprende. nominal de um termo da oração principal. Observe: Estou
À proporção que avançávamos, as casas iam rareando. convencido de sua inocência. (complemento nominal)
O valor do salário, ao passo que os preços sobem, vai Estou convencido / de que ele é inocente.
diminuindo. OP OSS Completiva Nominal

Orações Subordinadas Substantivas Sou favorável a que o prendam. (= Sou favorável à


prisão dele.)
As orações subordinadas substantivas (OSS) são Estava ansioso por que voltasses.
aquelas que, num período, exercem funções sintáticas pró- Sê grato a quem te ensina.
prias de substantivos, geralmente são introduzidas pelas “Fabiano tinha a certeza de que não se acabaria tão
conjunções integrantes que e se. Elas podem ser: cedo.” (Graciliano Ramos)

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LÍNGUA PORTUGUESA

- Oração Subordinada Substantiva Predicativa: É Nesse exemplo, a oração que ganhou o 1º lugar es-
aquela que exerce a função de predicativo do sujeito da pecifica o sentido do substantivo cantor, indicando que o
oração principal, vindo sempre depois do verbo ser. Obser- público não aplaudiu qualquer cantor mas sim aquele que
ve: O importante é sua felicidade. (predicativo) ganhou o 1º lugar.
O importante é / que você seja feliz.
OP OSS Predicativa Pedra que rola não cria limo.
Os animais que se alimentam de carne chamam-se
Seu receio era que chovesse. (Seu receio era a chuva.) carnívoros.
Minha esperança era que ele desistisse. Rubem Braga é um dos cronistas que mais belas pá-
Meu maior desejo agora é que me deixem em paz. ginas escreveram.
Não sou quem você pensa. “Há saudades que a gente nunca esquece.” (Olegário
- Oração Subordinada Substantiva Apositiva: É Mariano)
aquela que exerce a função de aposto de um termo da
oração principal. Observe: Ele tinha um sonho: a união de - Subordinadas Adjetivas Explicativas: São explicati-
todos em benefício do país. (aposto) vas quando apenas acrescentam uma qualidade à palavra
Ele tinha um sonho / que todos se unissem em bene- a que se referem, esclarecendo um pouco mais seu sentido,
fício do país. mas sem restringi-lo ou especificá-lo. Exemplo:
OP OSS Apositiva O escritor Jorge Amado, / que mora na Bahia, / lançou
um novo livro.
Só desejo uma coisa: que vivam felizes. (Só desejo OP OSA Explicativa OP
uma coisa: a sua felicidade)
Só lhe peço isto: honre o nosso nome. Deus, que é nosso pai, nos salvará.
“Talvez o que eu houvesse sentido fosse o presságio Valério, que nasceu rico, acabou na miséria.
disto: de que virias a morrer...” (Osmã Lins) Ele tem amor às plantas, que cultiva com carinho.
“Mas diga-me uma cousa, essa proposta traz algum Alguém, que passe por ali à noite, poderá ser assal-
motivo oculto?” (Machado de Assis) tado.

As orações apositivas vêm geralmente antecedidas de Orações Reduzidas


dois-pontos. Podem vir, também, entre vírgulas, intercala-
das à oração principal. Exemplo: Seu desejo, que o filho Observe que as orações subordinadas eram sempre
recuperasse a saúde, tornou-se realidade. introduzidas por uma conjunção ou pronome relativo e
apresentavam o verbo numa forma do indicativo ou do
Observação: Além das conjunções integrantes que e se, subjuntivo. Além desse tipo de orações subordinadas há
as orações substantivas podem ser introduzidas por outros outras que se apresentam com o verbo numa das formas
conectivos, tais como quando, como, quanto, etc. Exemplos: nominais (infinitivo, gerúndio e particípio). Exemplos:
Não sei quando ele chegou.
Diga-me como resolver esse problema. - Ao entrar nas escola, encontrei o professor de in-
glês. (infinitivo)
Orações Subordinadas Adjetivas - Precisando de ajuda, telefone-me. (gerúndio)
- Acabado o treino, os jogadores foram para o vestiá-
As orações subordinadas Adjetivas (OSA) exercem a rio. (particípio)
função de adjunto adnominal de algum termo da oração
principal. Observe como podemos transformar um adjunto As orações subordinadas que apresentam o verbo
adnominal em oração subordinada adjetiva: numa das formas nominais são chamadas de reduzidas.
Desejamos uma paz duradoura. (adjunto adnominal) Para classificar a oração que está sob a forma reduzida,
Desejamos uma paz / que dure. (oração subordinada devemos procurar desenvolvê-la do seguinte modo: colo-
adjetiva) camos a conjunção ou o pronome relativo adequado ao
sentido e passamos o verbo para uma forma do indicativo
As orações subordinadas adjetivas são sempre intro- ou subjuntivo, conforme o caso. A oração reduzida terá a
duzidas por um pronome relativo (que , qual, cujo, quem, mesma classificação da oração desenvolvida.
etc.) e podem ser classificadas em:
Ao entrar na escola, encontrei o professor de inglês.
- Subordinadas Adjetivas Restritivas: São restritivas Quando entrei na escola, / encontrei o professor de
quando restringem ou especificam o sentido da palavra a inglês.
que se referem. Exemplo: OSA Temporal
O público aplaudiu o cantor / que ganhou o 1º lugar. Ao entrar na escola: oração subordinada adverbial
OP OSA Restritiva temporal, reduzida de infinitivo.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Precisando de ajuda, telefone-me. EXERCÍCIOS


Se precisar de ajuda, / telefone-me.
OSA Condicional 01. Na frase: “Maria do Carmo tinha a certeza de que
Precisando de ajuda: oração subordinada adverbial estava para ser mãe”, a oração destacada é:
condicional, reduzida de gerúndio. a) subordinada substantiva objetiva indireta
b) subordinada substantiva completiva nominal
Acabado o treino, os jogadores foram para o vestiário. c) subordinada substantiva predicativa
Assim que acabou o treino, / os jogadores foram para d) coordenada sindética conclusiva
o vestiário. e) coordenada sindética explicativa
OSA Temporal
Acabado o treino: oração subordinada adverbial tem- 02. A segunda oração do período? “Não sei no que
poral, reduzida de particípio. pensas” , é classificada como:
a) substantiva objetiva direta
Observações: b) substantiva completiva nominal
c) adjetiva restritiva
- Há orações reduzidas que permitem mais de um tipo d) coordenada explicativa
de desenvolvimento. Há casos também de orações reduzi- e) substantiva objetiva indireta
das fixas, isto é, orações reduzidas que não são passíveis de
desenvolvimento. Exemplo: Tenho vontade de visitar essa 03. “Na ‘Partida Monção’, não há uma atitude inven-
cidade. tada. Há reconstituição de uma cena como ela devia ter
- O infinitivo, o gerúndio e o particípio não constituem sido na realidade.” A oração sublinhada é:
orações reduzidas quando fazem parte de uma locução a) adverbial conformativa
verbal. Exemplos: b) adjetiva
Preciso terminar este exercício. c) adverbial consecutiva
Ele está jantando na sala. d) adverbial proporcional
Essa casa foi construída por meu pai. e) adverbial causal

- Uma oração coordenada também pode vir sob a for- 04. No seguinte grupo de orações destacadas:
ma reduzida. Exemplo: 1. É bom que você venha.
O homem fechou a porta, saindo depressa de casa. 2. Chegados que fomos, entramos na escola.
O homem fechou a porta e saiu depressa de casa. 3. Não esqueças que é falível.
(oração coordenada sindética aditiva)
Saindo depressa de casa: oração coordenada reduzida Temos orações subordinadas, respectivamente:
de gerúndio. a) objetiva direta, adverbial temporal, subjetiva
b) subjetiva, objetiva direta, objetiva direta
Qual é a diferença entre as orações coordenadas ex- c) objetiva direta, subjetiva, adverbial temporal
plicativas e as orações subordinadas causais, já que ambas d) subjetiva, adverbial temporal, objetiva direta
podem ser iniciadas por que e porque? Às vezes não é fá- e) predicativa, objetiva direta, objetiva indireta
cil estabelecer a diferença entre explicativas e causais, mas
como o próprio nome indica, as causais sempre trazem a 05. A palavra “se” é conjunção integrante (por introdu-
causa de algo que se revela na oração principal, que traz zir oração subordinada substantiva objetiva direta) em qual
o efeito. das orações seguintes?
Note-se também que há pausa (vírgula, na escrita) en- a) Ele se mordia de ciúmes pelo patrão.
tre a oração explicativa e a precedente e que esta é, muitas b) A Federação arroga-se o direito de cancelar o jogo.
vezes, imperativa, o que não acontece com a oração adver- c) O aluno fez-se passar por doutor.
bial causal. Essa noção de causa e efeito não existe no pe- d) Precisa-se de operários.
ríodo composto por coordenação. Exemplo: Rosa chorou e) Não sei se o vinho está bom.
porque levou uma surra. Está claro que a oração iniciada
pela conjunção é causal, visto que a surra foi sem dúvida 06. “Lembro-me de que ele só usava camisas bran-
a causa do choro, que é efeito. Rosa chorou, porque seus cas.” A oração sublinhada é:
olhos estão vermelhos. a) subordinada substantiva completiva nominal
O período agora é composto por coordenação, pois a b) subordinada substantiva objetiva indireta
oração iniciada pela conjunção traz a explicação daquilo c) subordinada substantiva predicativa
que se revelou na coordena anterior. Não existe aí relação d) subordinada substantiva subjetiva
de causa e efeito: o fato de os olhos de Elisa estarem ver- e) subordinada substantiva objetiva direta
melhos não é causa de ela ter chorado.
07. Na passagem: “O receio é substituído pelo pavor,
Ela fala / como falaria / se entendesse do assunto. pelo respeito, pela emoção que emudece e paralisa.” Os
OP OSA Comparativa SA Condicional termos sublinhados são:

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LÍNGUA PORTUGUESA

a) complementos nominais; orações subordinadas ad- O estudo da regência verbal permite-nos ampliar nossa
verbiais concessivas, coordenadas entre si capacidade expressiva, pois oferece oportunidade de co-
b) adjuntos adnominais; orações subordinadas adver- nhecermos as diversas significações que um verbo pode
biais comparativas assumir com a simples mudança ou retirada de uma pre-
c) agentes da passiva; orações subordinadas adjetivas, posição. Observe:
coordenadas entre si A mãe agrada o filho. -> agradar significa acariciar, con-
d) objetos diretos; orações subordinadas adjetivas, tentar.
coordenadas entre si A mãe agrada ao filho. -> agradar significa “causar
e) objetos indiretos; orações subordinadas adverbiais
agrado ou prazer”, satisfazer.
comparativas
Logo, conclui-se que “agradar alguém” é diferente de
08. Neste período “não bate para cortar” , a oração “agradar a alguém”.
“para cortar” em relação a “não bate” , é:
a) a causa Saiba que:
b) o modo O conhecimento do uso adequado das preposições é
c) a consequência um dos aspectos fundamentais do estudo da regência ver-
d) a explicação bal (e também nominal). As preposições são capazes de
e) a finalidade modificar completamente o sentido do que se está sendo
dito. Veja os exemplos:
09. Em todos os períodos há orações subordinadas Cheguei ao metrô.
substantivas, exceto em: Cheguei no metrô.
a) O fato era que a escravatura do Santa Fé não andava No primeiro caso, o metrô é o lugar a que vou; no se-
nas festas do Pilar, não vivia no coco como a do Santa Rosa.
gundo caso, é o meio de transporte por mim utilizado. A
b) Não lhe tocara no assunto, mas teve vontade de to-
mar o trem e ir valer-se do presidente. oração “Cheguei no metrô”, popularmente usada a fim de
c) Um dia aquele Lula faria o mesmo com a sua filha, indicar o lugar a que se vai, possui, no padrão culto da lín-
faria o mesmo com o engenho que ele fundara com o suor gua, sentido diferente. Aliás, é muito comum existirem di-
de seu rosto. vergências entre a regência coloquial, cotidiana de alguns
d) O oficial perguntou de onde vinha, e se não sabia verbos, e a regência culta.
notícias de Antônio Silvino. Para estudar a regência verbal, agruparemos os verbos
e) Era difícil para o ladrão procurar os engenhos da vár- de acordo com sua transitividade. A transitividade, porém,
zea, ou meter-se para os lados de Goiana não é um fato absoluto: um mesmo verbo pode atuar de
diferentes formas em frases distintas.
10. Em - “Há enganos que nos deleitam”, a oração gri-
fada é: Verbos Intransitivos
a) substantiva subjetiva
b) substantiva objetiva direta
Os verbos intransitivos não possuem complemento. É
c) substantiva completiva nominal
d) substantiva apositiva importante, no entanto, destacar alguns detalhes relativos
e) adjetiva restritiva aos adjuntos adverbiais que costumam acompanhá-los.

Respostas: (01-B) (02-E) (03-A) (04-D) (05-E) (06-B) - Chegar, Ir


(07-C) (08-E) (09-C) (10-E) Normalmente vêm acompanhados de adjuntos adver-
biais de lugar. Na língua culta, as preposições usadas para
indicar destino ou direção são: a, para.
Fui ao teatro.
REGÊNCIA NOMINAL E VERBAL. Adjunto Adverbial de Lugar

Ricardo foi para a Espanha.


Dá-se o nome de regência à relação de subordinação Adjunto Adverbial de Lugar
que ocorre entre um verbo (ou um nome) e seus comple-
mentos. Ocupa-se em estabelecer relações entre as pala-
- Comparecer
vras, criando frases não ambíguas, que expressem efetiva-
mente o sentido desejado, que sejam corretas e claras. O adjunto adverbial de lugar pode ser introduzido por
em ou a.
Regência Verbal Comparecemos ao estádio (ou no estádio) para ver o úl-
timo jogo.
Termo Regente: VERBO
Verbos Transitivos Diretos
A regência verbal estuda a relação que se estabelece
entre os verbos e os termos que os complementam (obje- Os verbos transitivos diretos são complementados por
tos diretos e objetos indiretos) ou caracterizam (adjuntos objetos diretos. Isso significa que não exigem preposição
adverbiais). para o estabelecimento da relação de regência. Ao em-

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LÍNGUA PORTUGUESA

pregar esses verbos, devemos lembrar que os pronomes - Simpatizar e Antipatizar - Possuem seus complemen-
oblíquos o, a, os, as atuam como objetos diretos. Esses pro- tos introduzidos pela preposição “com”.
nomes podem assumir as formas lo, los, la, las (após formas Antipatizo com aquela apresentadora.
verbais terminadas em -r, -s ou -z) ou no, na, nos, nas (após Simpatizo com os que condenam os políticos que gover-
formas verbais terminadas em sons nasais), enquanto lhe e nam para uma minoria privilegiada.
lhes são, quando complementos verbais, objetos indiretos. Verbos Transitivos Diretos e Indiretos
São verbos transitivos diretos, dentre outros: abando-
nar, abençoar, aborrecer, abraçar, acompanhar, acusar, ad- Os verbos transitivos diretos e indiretos são acompa-
mirar, adorar, alegrar, ameaçar, amolar, amparar, auxiliar, nhados de um objeto direto e um indireto. Merecem desta-
castigar, condenar, conhecer, conservar,convidar, defender, que, nesse grupo: Agradecer, Perdoar e Pagar. São verbos
eleger, estimar, humilhar, namorar, ouvir, prejudicar, prezar, que apresentam objeto direto relacionado a coisas e obje-
proteger, respeitar, socorrer, suportar, ver, visitar. to indireto relacionado a pessoas. Veja os exemplos:
Na língua culta, esses verbos funcionam exatamente Agradeço aos ouvintes a audiência.
como o verbo amar: Objeto Indireto Objeto Direto
Amo aquele rapaz. / Amo-o.
Amo aquela moça. / Amo-a. Paguei o débito ao cobrador.
Amam aquele rapaz. / Amam-no. Objeto Direto Objeto Indireto
Ele deve amar aquela mulher. / Ele deve amá-la.
- O uso dos pronomes oblíquos átonos deve ser feito
Obs.: os pronomes lhe, lhes só acompanham esses ver- com particular cuidado. Observe:
bos para indicar posse (caso em que atuam como adjuntos Agradeci o presente. / Agradeci-o.
adnominais). Agradeço a você. / Agradeço-lhe.
Quero beijar-lhe o rosto. (= beijar seu rosto) Perdoei a ofensa. / Perdoei-a.
Prejudicaram-lhe a carreira. (= prejudicaram sua carrei- Perdoei ao agressor. / Perdoei-lhe.
Paguei minhas contas. / Paguei-as.
ra)
Paguei aos meus credores. / Paguei-lhes.
Conheço-lhe o mau humor! (= conheço seu mau humor)
Informar
Verbos Transitivos Indiretos
- Apresenta objeto direto ao se referir a coisas e objeto
indireto ao se referir a pessoas, ou vice-versa.
Os verbos transitivos indiretos são complementados
Informe os novos preços aos clientes.
por objetos indiretos. Isso significa que esses verbos exi- Informe os clientes dos novos preços. (ou sobre os novos
gem uma preposição para o estabelecimento da relação de preços)
regência. Os pronomes pessoais do caso oblíquo de ter-
ceira pessoa que podem atuar como objetos indiretos são - Na utilização de pronomes como complementos, veja
o “lhe”, o “lhes”, para substituir pessoas. Não se utilizam as construções:
os pronomes o, os, a, as como complementos de verbos Informei-os aos clientes. / Informei-lhes os novos preços.
transitivos indiretos. Com os objetos indiretos que não re- Informe-os dos novos preços. / Informe-os deles. (ou so-
presentam pessoas, usam-se pronomes oblíquos tônicos bre eles)
de terceira pessoa (ele, ela) em lugar dos pronomes átonos
lhe, lhes. Obs.: a mesma regência do verbo informar é usada
Os verbos transitivos indiretos são os seguintes: para os seguintes: avisar, certificar, notificar, cientificar, pre-
- Consistir - Tem complemento introduzido pela prepo- venir.
sição “em”: A modernidade verdadeira consiste em direitos
iguais para todos. Comparar
Quando seguido de dois objetos, esse verbo admite as
- Obedecer e Desobedecer - Possuem seus comple- preposições “a” ou “com” para introduzir o complemento
mentos introduzidos pela preposição “a”: indireto.
Devemos obedecer aos nossos princípios e ideais. Comparei seu comportamento ao (ou com o) de uma
Eles desobedeceram às leis do trânsito. criança.
- Responder - Tem complemento introduzido pela pre-
posição “a”. Esse verbo pede objeto indireto para indicar “a Pedir
quem” ou “ao que” se responde. Esse verbo pede objeto direto de coisa (geralmente na
Respondi ao meu patrão. forma de oração subordinada substantiva) e indireto de
Respondemos às perguntas. pessoa.
Respondeu-lhe à altura. Pedi-lhe favores.
Obs.: o verbo responder, apesar de transitivo indireto Objeto Indireto Objeto Direto
quando exprime aquilo a que se responde, admite voz pas-
siva analítica. Veja: Pedi-lhe que se mantivesse em silêncio.
O questionário foi respondido corretamente. Objeto Indireto Oração Subordinada Substantiva
Todas as perguntas foram respondidas satisfatoriamente. Objetiva Direta

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LÍNGUA PORTUGUESA

Saiba que: ASSISTIR


- A construção “pedir para”, muito comum na lingua- - Assistir é transitivo direto no sentido de ajudar, pres-
gem cotidiana, deve ter emprego muito limitado na língua tar assistência a, auxiliar. Por exemplo:
culta. No entanto, é considerada correta quando a palavra As empresas de saúde negam-se a assistir os idosos.
licença estiver subentendida. As empresas de saúde negam-se a assisti-los.
Peço (licença) para ir entregar-lhe os catálogos em casa.
Observe que, nesse caso, a preposição “para” introduz - Assistir é transitivo indireto no sentido de ver, presen-
uma oração subordinada adverbial final reduzida de infini- ciar, estar presente, caber, pertencer. Exemplos:
tivo (para ir entregar-lhe os catálogos em casa). Assistimos ao documentário.
- A construção “dizer para”, também muito usada po- Não assisti às últimas sessões.
pularmente, é igualmente considerada incorreta. Essa lei assiste ao inquilino.
Obs.: no sentido de morar, residir, o verbo “assistir” é
Preferir intransitivo, sendo acompanhado de adjunto adverbial de
Na língua culta, esse verbo deve apresentar objeto indi- lugar introduzido pela preposição “em”: Assistimos numa
reto introduzido pela preposição “a”. Por Exemplo: conturbada cidade.
Prefiro qualquer coisa a abrir mão de meus ideais.
Prefiro trem a ônibus. CHAMAR
Obs.: na língua culta, o verbo “preferir” deve ser usado - Chamar é transitivo direto no sentido de convocar, so-
sem termos intensificadores, tais como: muito, antes, mil licitar a atenção ou a presença de.
vezes, um milhão de vezes, mais. A ênfase já é dada pelo Por gentileza, vá chamar sua prima. / Por favor, vá cha-
prefixo existente no próprio verbo (pre). má-la.
Chamei você várias vezes. / Chamei-o várias vezes.
Mudança de Transitividade X Mudança de Significa-
do - Chamar no sentido de denominar, apelidar pode apre-
sentar objeto direto e indireto, ao qual se refere predicativo
preposicionado ou não.
Há verbos que, de acordo com a mudança de transitivi-
A torcida chamou o jogador mercenário.
dade, apresentam mudança de significado. O conhecimen-
A torcida chamou ao jogador mercenário.
to das diferentes regências desses verbos é um recurso lin-
A torcida chamou o jogador de mercenário.
guístico muito importante, pois além de permitir a correta
A torcida chamou ao jogador de mercenário.
interpretação de passagens escritas, oferece possibilidades
expressivas a quem fala ou escreve. Dentre os principais,
CUSTAR
estão:
- Custar é intransitivo no sentido de ter determinado
valor ou preço, sendo acompanhado de adjunto adverbial:
AGRADAR Frutas e verduras não deveriam custar muito.
- Agradar é transitivo direto no sentido de fazer cari- - No sentido de ser difícil, penoso, pode ser intransitivo
nhos, acariciar. ou transitivo indireto.
Sempre agrada o filho quando o revê. / Sempre o agrada
quando o revê. Muito custa viver tão longe da família.
Cláudia não perde oportunidade de agradar o gato. / Verbo Oração Subordinada Substantiva Subjeti-
Cláudia não perde oportunidade de agradá-lo. va
Intransitivo Reduzida de Infinitivo
- Agradar é transitivo indireto no sentido de causar
agrado a, satisfazer, ser agradável a. Rege complemento Custa-me (a mim) crer que tomou realmente aquela
introduzido pela preposição “a”. atitude.
O cantor não agradou aos presentes. Objeto Oração Subordinada Substantiva Subjeti-
O cantor não lhes agradou. va
Indireto Reduzida de Infinitivo
ASPIRAR
- Aspirar é transitivo direto no sentido de sorver, inspi- Obs.: a Gramática Normativa condena as construções
rar (o ar), inalar: Aspirava o suave aroma. (Aspirava-o) que atribuem ao verbo “custar” um sujeito representado
- Aspirar é transitivo indireto no sentido de desejar, ter por pessoa. Observe:
como ambição: Aspirávamos a melhores condições de vida. Custei para entender o problema.
(Aspirávamos a elas) Forma correta: Custou-me entender o problema.
Obs.: como o objeto direto do verbo “aspirar” não é
pessoa, mas coisa, não se usam as formas pronominais áto- IMPLICAR
nas “lhe” e “lhes” e sim as formas tônicas “a ele (s)”, “ a ela - Como transitivo direto, esse verbo tem dois sentidos:
(s)”. Veja o exemplo: Aspiravam a uma existência melhor. (= a) dar a entender, fazer supor, pressupor: Suas atitudes
Aspiravam a ela) implicavam um firme propósito.

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LÍNGUA PORTUGUESA

b) Ter como consequência, trazer como consequência, - Ele se esqueceu do caderno.


acarretar, provocar: Liberdade de escolha implica amadure- - Eu me esqueci da chave.
cimento político de um povo. - Eles se esqueceram da prova.
- Nós nos lembramos de tudo o que aconteceu.
- Como transitivo direto e indireto, significa compro-
meter, envolver: Implicaram aquele jornalista em questões Há uma construção em que a coisa esquecida ou lem-
econômicas. brada passa a funcionar como sujeito e o verbo sofre leve
alteração de sentido. É uma construção muito rara na lín-
Obs.: no sentido de antipatizar, ter implicância, é transi- gua contemporânea, porém, é fácil encontrá-la em textos
tivo indireto e rege com preposição “com”: Implicava com
clássicos tanto brasileiros como portugueses. Machado de
quem não trabalhasse arduamente.
Assis, por exemplo, fez uso dessa construção várias vezes.
- Esqueceu-me a tragédia. (cair no esquecimento)
PROCEDER
- Proceder é intransitivo no sentido de ser decisivo, ter - Lembrou-me a festa. (vir à lembrança)
cabimento, ter fundamento ou portar-se, comportar-se,
agir. Nessa segunda acepção, vem sempre acompanhado O verbo lembrar também pode ser transitivo direto e
de adjunto adverbial de modo. indireto (lembrar alguma coisa a alguém ou alguém de al-
As afirmações da testemunha procediam, não havia guma coisa).
como refutá-las.
Você procede muito mal. SIMPATIZAR
- Nos sentidos de ter origem, derivar-se (rege a prepo- Transitivo indireto e exige a preposição “com”: Não sim-
sição” de”) e fazer, executar (rege complemento introduzi- patizei com os jurados.
do pela preposição “a”) é transitivo indireto.
O avião procede de Maceió. NAMORAR
Procedeu-se aos exames. É transitivo direto, ou seja, não admite preposição: Ma-
O delegado procederá ao inquérito. ria namora João.
QUERER Obs: Não é correto dizer: “Maria namora com João”.
- Querer é transitivo direto no sentido de desejar, ter
vontade de, cobiçar.
OBEDECER
Querem melhor atendimento.
É transitivo indireto, ou seja, exige complemento com
Queremos um país melhor.
- Querer é transitivo indireto no sentido de ter afeição, a preposição “a” (obedecer a): Devemos obedecer aos pais.
estimar, amar. Obs: embora seja transitivo indireto, esse verbo pode
Quero muito aos meus amigos. ser usado na voz passiva: A fila não foi obedecida.
Ele quer bem à linda menina.
Despede-se o filho que muito lhe quer. VER
É transitivo direto, ou seja, não exige preposição: Ele viu
VISAR o filme.
- Como transitivo direto, apresenta os sentidos de mi-
rar, fazer pontaria e de pôr visto, rubricar. Regência Nominal
O homem visou o alvo.
O gerente não quis visar o cheque. É o nome da relação existente entre um nome (subs-
tantivo, adjetivo ou advérbio) e os termos regidos por esse
- No sentido de ter em vista, ter como meta, ter como nome. Essa relação é sempre intermediada por uma prepo-
objetivo, é transitivo indireto e rege a preposição “a”. sição. No estudo da regência nominal, é preciso levar em
O ensino deve sempre visar ao progresso social. conta que vários nomes apresentam exatamente o mesmo
Prometeram tomar medidas que visassem ao bem-estar regime dos verbos de que derivam. Conhecer o regime de
público.
um verbo significa, nesses casos, conhecer o regime dos
nomes cognatos. Observe o exemplo: Verbo obedecer e os
ESQUECER – LEMBRAR
- Lembrar algo – esquecer algo nomes correspondentes: todos regem complementos in-
- Lembrar-se de algo – esquecer-se de algo (pronomi- troduzidos pela preposição a. Veja:
nal) Obedecer a algo/ a alguém.
Obediente a algo/ a alguém.
No 1º caso, os verbos são transitivos diretos, ou seja, Apresentamos a seguir vários nomes acompanhados
exigem complemento sem preposição: Ele esqueceu o livro. da preposição ou preposições que os regem. Observe-os
No 2º caso, os verbos são pronominais (-se, -me, etc) e atentamente e procure, sempre que possível, associar es-
exigem complemento com a preposição “de”. São, portan- ses nomes entre si ou a algum verbo cuja regência você
to, transitivos indiretos: conhece.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Substantivos

Admiração a, por Devoção a, para, com, por Medo a, de


Aversão a, para, por Doutor em Obediência a
Atentado a, contra Dúvida acerca de, em, sobre Ojeriza a, por
Bacharel em Horror a Proeminência sobre
Capacidade de, para Impaciência com Respeito a, com, para com, por

Adjetivos
Acessível a Diferente de Necessário a
Acostumado a, com Entendido em Nocivo a
Afável com, para com Equivalente a Paralelo a
Agradável a Escasso de Parco em, de
Alheio a, de Essencial a, para Passível de
Análogo a Fácil de Preferível a
Ansioso de, para, por Fanático por Prejudicial a
Apto a, para Favorável a Prestes a
Ávido de Generoso com Propício a
Benéfico a Grato a, por Próximo a
Capaz de, para Hábil em Relacionado com
Compatível com Habituado a Relativo a
Contemporâneo a, de Idêntico a Satisfeito com, de, em, por
Contíguo a Impróprio para Semelhante a
Contrário a Indeciso em Sensível a
Curioso de, por Insensível a Sito em
Descontente com Liberal com Suspeito de
Desejoso de Natural de Vazio de

Advérbios
Longe de Perto de

Obs.: os advérbios terminados em -mente tendem a seguir o regime dos adjetivos de que são formados: paralela a;
paralelamente a; relativa a; relativamente a.

Fonte: http://www.soportugues.com.br/secoes/sint/sint61.php

Questões sobre Regência Nominal e Verbal

01. (Administrador – FCC – 2013-adap.).


... a que ponto a astronomia facilitou a obra das outras ciências ...
O verbo que exige o mesmo tipo de complemento que o grifado acima está empregado em:
A) ...astros que ficam tão distantes ...
B) ...que a astronomia é uma das ciências ...
C) ...que nos proporcionou um espírito ...
D) ...cuja importância ninguém ignora ...
E) ...onde seu corpo não passa de um ponto obscuro ...

02.(Agente de Apoio Administrativo – FCC – 2013-adap.).


... pediu ao delegado do bairro que desse um jeito nos filhos do sueco.
O verbo que exige, no contexto, o mesmo tipo de complementos que o grifado acima está empregado em:
A) ...que existe uma coisa chamada exército...
B) ...como se isso aqui fosse casa da sogra?
C) ...compareceu em companhia da mulher à delegacia...
D) Eu ensino o senhor a cumprir a lei, ali no duro...
E) O delegado apenas olhou-a espantado com o atrevimento.

03.(Agente de Defensoria Pública – FCC – 2013-adap.).


... constava simplesmente de uma vareta quebrada em partes desiguais...
O verbo que exige o mesmo tipo de complemento que o grifado acima está empregado em:

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LÍNGUA PORTUGUESA

A) Em campos extensos, chegavam em alguns casos a (C) A garota tinha apenas a lembrança pelo desenho
extremos de sutileza. de um índio na porta do prédio.
B) ...eram comumente assinalados a golpes de machado (D) A menina não tinha orgulho sob o fato de ter se
nos troncos mais robustos. perdido de sua família.
C) Os toscos desenhos e os nomes estropiados deso- (E) A família toda se organizou para realizar a procura
rientam, não raro, quem... à garotinha.
D) Koch-Grünberg viu uma dessas marcas de caminho
na serra de Tunuí... 07. (Analista de Sistemas – VUNESP – 2013). Assinale
E) ...em que tão bem se revelam suas afinidades com o a alternativa que completa, correta e respectivamente, as
gentio, mestre e colaborador... lacunas do texto, de acordo com as regras de regência.
Os estudos _______ quais a pesquisadora se reportou já
04. (Agente Técnico – FCC – 2013-adap.). assinalavam uma relação entre os distúrbios da imagem
... para lidar com as múltiplas vertentes da justiça... corporal e a exposição a imagens idealizadas pela mídia.
O verbo que exige o mesmo tipo de complemento que A pesquisa faz um alerta ______ influência negativa que a
o da frase acima se encontra em: mídia pode exercer sobre os jovens.
A) dos … na
A) A palavra direito, em português, vem de directum, do
B) nos … entre a
verbo latino dirigere...
C) aos … para a
B) ...o Direito tem uma complexa função de gestão das
D) sobre os … pela
sociedades... E) pelos … sob a
C) ...o de que o Direito [...] esteja permeado e regulado
pela justiça. 08. (Analista em Planejamento, Orçamento e Finanças
D) Essa problematicidade não afasta a força das aspira- Públicas – VUNESP – 2013). Considerando a norma-padrão
ções da justiça... da língua, assinale a alternativa em que os trechos desta-
E) Na dinâmica dessa tensão tem papel relevante o sen- cados estão corretos quanto à regência, verbal ou nominal.
timento de justiça. A) O prédio que o taxista mostrou dispunha de mais de
dez mil tomadas.
05. (Escrevente TJ SP – Vunesp 2012) Assinale a alter- B) O autor fez conjecturas sob a possibilidade de haver
nativa em que o período, adaptado da revista Pesquisa um homem que estaria ouvindo as notas de um oboé.
Fapesp de junho de 2012, está correto quanto à regência C) Centenas de trabalhadores estão empenhados de
nominal e à pontuação. criar logotipos e negociar.
(A) Não há dúvida que as mulheres ampliam, rapida- D) O taxista levou o autor a indagar no número de to-
mente, seu espaço na carreira científica ainda que o avanço madas do edifício.
seja mais notável em alguns países, o Brasil é um exemplo, E) A corrida com o taxista possibilitou que o autor repa-
do que em outros. rasse a um prédio na marginal.
(B) Não há dúvida de que, as mulheres, ampliam rapida-
mente seu espaço na carreira científica; ainda que o avanço 09. (Assistente de Informática II – VUNESP – 2013). As-
seja mais notável, em alguns países, o Brasil é um exemplo!, sinale a alternativa que substitui a expressão destacada na
do que em outros. frase, conforme as regras de regência da norma-padrão da
(C) Não há dúvida de que as mulheres, ampliam ra- língua e sem alteração de sentido.
pidamente seu espaço, na carreira científica, ainda que o Muitas organizações lutaram a favor da igualdade de
avanço seja mais notável, em alguns países: o Brasil é um direitos dos trabalhadores domésticos.
exemplo, do que em outros. A) da
B) na
(D) Não há dúvida de que as mulheres ampliam rapida-
C) pela
mente seu espaço na carreira científica, ainda que o avanço
D) sob a
seja mais notável em alguns países – o Brasil é um exemplo
E) sobre a
– do que em outros.
(E) Não há dúvida que as mulheres ampliam rapidamen- GABARITO
te, seu espaço na carreira científica, ainda que, o avanço
seja mais notável em alguns países (o Brasil é um exemplo) 01. D 02. D 03. A 04. A 05. D
do que em outros. 06. A 07. C 08. A 09. C

06. (Papiloscopista Policial – VUNESP – 2013). Assina- RESOLUÇÃO


le a alternativa correta quanto à regência dos termos em
destaque. 1-) ... a que ponto a astronomia facilitou a obra das ou-
(A) Ele tentava convencer duas senhoras a assumir a tras ciências ...
responsabilidade pelo problema. Facilitar – verbo transitivo direto
(B) A menina tinha o receio a levar uma bronca por ter A) ...astros que ficam tão distantes ... = verbo de liga-
se perdido. ção

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LÍNGUA PORTUGUESA

B) ...que a astronomia é uma das ciências ... = verbo (D) A menina não tinha orgulho do fato de ter se perdi-
de ligação do de sua família.
C) ...que nos proporcionou um espírito ... = verbo tran- (E) A família toda se organizou para realizar a procura
sitivo direto e indireto pela garotinha.
E) ...onde seu corpo não passa de um ponto obscuro =
verbo transitivo indireto 7-) Os estudos aos quais a pesquisadora se reportou
já assinalavam uma relação entre os distúrbios da imagem
2-) ... pediu ao delegado do bairro que desse um jeito corporal e a exposição a imagens idealizadas pela mídia.
nos filhos do sueco. A pesquisa faz um alerta para a influência negativa
Pedir = verbo transitivo direto e indireto que a mídia pode exercer sobre os jovens.
A) ...que existe uma coisa chamada EXÉRCITO... = tran-
sitivo direto 8-)
B) ...como se isso aqui fosse casa da sogra? =verbo de B) O autor fez conjecturas sobre a possibilidade de ha-
ligação ver um homem que estaria ouvindo as notas de um oboé.
C) ...compareceu em companhia da mulher à delegacia... C) Centenas de trabalhadores estão empenhados em
=verbo intransitivo criar logotipos e negociar.
E) O delegado apenas olhou-a espantado com o atrevi- D) O taxista levou o autor a indagar sobre o número de
mento. =transitivo direto tomadas do edifício.
E) A corrida com o taxista possibilitou que o autor repa-
3-) ... constava simplesmente de uma vareta quebrada rasse em um prédio na marginal.
em partes desiguais...
Constar = verbo intransitivo 9-) Muitas organizações lutaram pela igualdade de
B) ...eram comumente assinalados a golpes de machado direitos dos trabalhadores domésticos.
nos troncos mais robustos. =ligação
C) Os toscos desenhos e os nomes estropiados deso-
rientam, não raro, quem... =transitivo direto
D) Koch-Grünberg viu uma dessas marcas de caminho CONCORDÂNCIA NOMINAL E VERBAL.
na serra de Tunuí... = transitivo direto
E) ...em que tão bem se revelam suas afinidades com o
gentio, mestre e colaborador...=transitivo direto
Ao falarmos sobre a concordância verbal, estamos nos
4-) ... para lidar com as múltiplas vertentes da justiça... referindo à relação de dependência estabelecida entre um
Lidar = transitivo indireto termo e outro mediante um contexto oracional. Desta fei-
B) ...o Direito tem uma complexa função de gestão das ta, os agentes principais desse processo são representados
sociedades... =transitivo direto pelo sujeito, que no caso funciona como subordinante; e o
C) ...o de que o Direito [...] esteja permeado e regulado verbo, o qual desempenha a função de subordinado.
pela justiça. =ligação Dessa forma, temos que a concordância verbal caracte-
D) Essa problematicidade não afasta a força das aspira- riza-se pela adaptação do verbo, tendo em vista os quesi-
ções da justiça... =transitivo direto e indireto tos “número e pessoa” em relação ao sujeito. Exemplifican-
E) Na dinâmica dessa tensão tem papel relevante o sen- do, temos: O aluno chegou atrasado. Temos que o verbo
timento de justiça. =transitivo direto apresenta-se na terceira pessoa do singular, pois faz refe-
rência a um sujeito, assim também expresso (ele). Como
5-) A correção do item deve respeitar as regras de pon- poderíamos também dizer: os alunos chegaram atrasados.
tuação também. Assinalei apenas os desvios quanto à re-
gência (pontuação encontra-se em tópico específico) Casos referentes a sujeito simples
(A) Não há dúvida de que as mulheres ampliam, 1) Em caso de sujeito simples, o verbo concorda com
(B) Não há dúvida de que (erros quanto à pon- o núcleo em número e pessoa: O aluno chegou atrasado.
tuação) 2) Nos casos referentes a sujeito representado por subs-
(C) Não há dúvida de que as mulheres, (erros quanto tantivo coletivo, o verbo permanece na terceira pessoa do
à pontuação) singular: A multidão, apavorada, saiu aos gritos.
(E) Não há dúvida de que as mulheres ampliam rapi- Observação:
damente, seu espaço na carreira científica, ainda que, o - No caso de o coletivo aparecer seguido de adjunto
avanço seja mais notável em alguns países (o Brasil é um adnominal no plural, o verbo permanecerá no singular ou
exemplo) do que em outros. poderá ir para o plural:
Uma multidão de pessoas saiu aos gritos.
6-) Uma multidão de pessoas saíram aos gritos.
(B) A menina tinha o receio de levar uma bronca por ter
se perdido. 3) Quando o sujeito é representado por expressões par-
(C) A garota tinha apenas a lembrança do desenho de titivas, representadas por “a maioria de, a maior parte de,
um índio na porta do prédio. a metade de, uma porção de” entre outras, o verbo tanto

73
LÍNGUA PORTUGUESA

pode concordar com o núcleo dessas expressões quanto - Em casos relativos a 1%, o verbo permanecerá no sin-
com o substantivo que a segue: A maioria dos alunos resol- gular: 1% dos funcionários não aprovou a decisão da dire-
veu ficar. A maioria dos alunos resolveram ficar. toria.
- Em casos em que o numeral estiver acompanhado de
4) No caso de o sujeito ser representado por expres- determinantes no plural, o verbo permanecerá no plural:
sões aproximativas, representadas por “cerca de, perto de”, Os 50% dos funcionários apoiaram a decisão da diretoria.
o verbo concorda com o substantivo determinado por elas:
Cerca de mil candidatos se inscreveram no concurso. 11) Nos casos em que o sujeito estiver representado
por pronomes de tratamento, o verbo deverá ser empre-
5) Em casos em que o sujeito é representado pela ex- gado na terceira pessoa do singular ou do plural: Vossas
pressão “mais de um”, o verbo permanece no singular: Mais Majestades gostaram das homenagens. Vossa Majestade
de um candidato se inscreveu no concurso de piadas. agradeceu o convite.
Observação:
- No caso da referida expressão aparecer repetida ou 12) Casos relativos a sujeito representado por substan-
associada a um verbo que exprime reciprocidade, o verbo, tivo próprio no plural se encontram relacionados a alguns
necessariamente, deverá permanecer no plural: aspectos que os determinam:
Mais de um aluno, mais de um professor contribuíram na - Diante de nomes de obras no plural, seguidos do ver-
campanha de doação de alimentos. bo ser, este permanece no singular, contanto que o predi-
Mais de um formando se abraçaram durante as soleni- cativo também esteja no singular: Memórias póstumas de
dades de formatura. Brás Cubas é uma criação de Machado de Assis.
- Nos casos de artigo expresso no plural, o verbo tam-
6) Quando o sujeito for composto da expressão “um bém permanece no plural: Os Estados Unidos são uma po-
dos que”, o verbo permanecerá no plural: Esse jogador foi tência mundial.
um dos que atuaram na Copa América. - Casos em que o artigo figura no singular ou em que
ele nem aparece, o verbo permanece no singular: Estados
Unidos é uma potência mundial.
7) Em casos relativos à concordância com locuções pro-
nominais, representadas por “algum de nós, qual de vós,
Casos referentes a sujeito composto
quais de vós, alguns de nós”, entre outras, faz-se necessário
nos atermos a duas questões básicas:
1) Nos casos relativos a sujeito composto de pessoas
- No caso de o primeiro pronome estar expresso no
gramaticais diferentes, o verbo deverá ir para o plural, es-
plural, o verbo poderá com ele concordar, como poderá
tando relacionado a dois pressupostos básicos:
também concordar com o pronome pessoal: Alguns de nós
- Quando houver a 1ª pessoa, esta prevalecerá sobre as
o receberemos. / Alguns de nós o receberão. demais: Eu, tu e ele faremos um lindo passeio.
- Quando o primeiro pronome da locução estiver ex- - Quando houver a 2ª pessoa, o verbo poderá flexionar
presso no singular, o verbo permanecerá, também, no sin- na 2ª ou na 3ª pessoa: Tu e ele sois primos. Tu e ele são
gular: Algum de nós o receberá. primos.
8) No caso de o sujeito aparecer representado pelo pro- 2) Nos casos em que o sujeito composto aparecer an-
nome “quem”, o verbo permanecerá na terceira pessoa do teposto ao verbo, este permanecerá no plural: O pai e seus
singular ou poderá concordar com o antecedente desse dois filhos compareceram ao evento.
pronome: Fomos nós quem contou toda a verdade para
ela. / Fomos nós quem contamos toda a verdade para ela. 3) No caso em que o sujeito aparecer posposto ao ver-
bo, este poderá concordar com o núcleo mais próximo ou
9) Em casos nos quais o sujeito aparece realçado pela permanecer no plural: Compareceram ao evento o pai e seus
palavra “que”, o verbo deverá concordar com o termo que dois filhos. Compareceu ao evento o pai e seus dois filhos.
antecede essa palavra: Nesta empresa somos nós que toma-
mos as decisões. / Em casa sou eu que decido tudo. 4) Nos casos relacionados a sujeito simples, porém com
mais de um núcleo, o verbo deverá permanecer no singu-
10) No caso de o sujeito aparecer representado por ex- lar: Meu esposo e grande companheiro merece toda a felici-
pressões que indicam porcentagens, o verbo concordará dade do mundo.
com o numeral ou com o substantivo a que se refere essa
porcentagem: 50% dos funcionários aprovaram a decisão
da diretoria. / 50% do eleitorado apoiou a decisão. 5) Casos relativos a sujeito composto de palavras sinô-
nimas ou ordenado por elementos em gradação, o verbo
Observações: poderá permanecer no singular ou ir para o plural: Minha
- Caso o verbo apareça anteposto à expressão de por- vitória, minha conquista, minha premiação são frutos de
centagem, esse deverá concordar com o numeral: Aprova- meu esforço. / Minha vitória, minha conquista, minha pre-
ram a decisão da diretoria 50% dos funcionários. miação é fruto de meu esforço.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Concordância nominal é o ajuste que fazemos aos de- g) É bom, é necessário, é proibido
mais termos da oração para que concordem em gênero e - Essas expressões não variam se o sujeito não vier pre-
número com o substantivo. Teremos que alterar, portanto, cedido de artigo ou outro determinante.
o artigo, o adjetivo, o numeral e o pronome. Além disso, Canja é bom. / A canja é boa.
temos também o verbo, que se flexionará à sua maneira. É necessário sua presença. / É necessária a sua presença.
É proibido entrada de pessoas não autorizadas. / A en-
Regra geral: O artigo, o adjetivo, o numeral e o prono- trada é proibida.
me concordam em gênero e número com o substantivo.
- A pequena criança é uma gracinha. h) Muito, pouco, caro
- O garoto que encontrei era muito gentil e simpático. - Como adjetivos: seguem a regra geral.
Comi muitas frutas durante a viagem.
Casos especiais: Veremos alguns casos que fogem à Pouco arroz é suficiente para mim.
regra geral mostrada acima. Os sapatos estavam caros.
- Como advérbios: são invariáveis.
a) Um adjetivo após vários substantivos Comi muito durante a viagem.
- Substantivos de mesmo gênero: adjetivo vai para o Pouco lutei, por isso perdi a batalha.
plural ou concorda com o substantivo mais próximo. Comprei caro os sapatos.
- Irmão e primo recém-chegado estiveram aqui.
- Irmão e primo recém-chegados estiveram aqui. i) Mesmo, bastante
- Substantivos de gêneros diferentes: vai para o plural - Como advérbios: invariáveis
masculino ou concorda com o substantivo mais próximo. Preciso mesmo da sua ajuda.
- Ela tem pai e mãe louros. Fiquei bastante contente com a proposta de emprego.
- Ela tem pai e mãe loura.
- Adjetivo funciona como predicativo: vai obrigatoria-
- Como pronomes: seguem a regra geral.
mente para o plural.
Seus argumentos foram bastantes para me convencer.
- O homem e o menino estavam perdidos.
Os mesmos argumentos que eu usei, você copiou.
- O homem e sua esposa estiveram hospedados aqui.
j) Menos, alerta
b) Um adjetivo anteposto a vários substantivos
- Adjetivo anteposto normalmente concorda com o - Em todas as ocasiões são invariáveis.
mais próximo. Preciso de menos comida para perder peso.
Comi delicioso almoço e sobremesa. Estamos alerta para com suas chamadas.
Provei deliciosa fruta e suco.
k) Tal Qual
- Adjetivo anteposto funcionando como predicativo: - “Tal” concorda com o antecedente, “qual” concorda
concorda com o mais próximo ou vai para o plural. com o consequente.
Estavam feridos o pai e os filhos. As garotas são vaidosas tais qual a tia.
Estava ferido o pai e os filhos. Os pais vieram fantasiados tais quais os filhos.

c) Um substantivo e mais de um adjetivo l) Possível


- antecede todos os adjetivos com um artigo. - Quando vem acompanhado de “mais”, “menos”, “me-
Falava fluentemente a língua inglesa e a espanhola. lhor” ou “pior”, acompanha o artigo que precede as ex-
pressões.
- coloca o substantivo no plural. A mais possível das alternativas é a que você expôs.
Falava fluentemente as línguas inglesa e espanhola. Os melhores cargos possíveis estão neste setor da em-
presa.
d) Pronomes de tratamento As piores situações possíveis são encontradas nas favelas
- sempre concordam com a 3ª pessoa. da cidade.
Vossa Santidade esteve no Brasil. m) Meio
- Como advérbio: invariável.
e) Anexo, incluso, próprio, obrigado Estou meio (um pouco) insegura.
- Concordam com o substantivo a que se referem. - Como numeral: segue a regra geral.
As cartas estão anexas. Comi meia (metade) laranja pela manhã.
A bebida está inclusa.
Precisamos de nomes próprios. n) Só
Obrigado, disse o rapaz. - apenas, somente (advérbio): invariável.
Só consegui comprar uma passagem.
f) Um(a) e outro(a), num(a) e noutro(a) - sozinho (adjetivo): variável.
- Após essas expressões o substantivo fica sempre no Estiveram sós durante horas.
singular e o adjetivo no plural.
Renato advogou um e outro caso fáceis. Fonte: http://www.brasilescola.com/gramatica/concor-
Pusemos numa e noutra bandeja rasas o peixe. dancia-verbal.htm

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LÍNGUA PORTUGUESA

Questões sobre Concordância Nominal e Verbal De acordo com a norma-padrão da língua portuguesa,
as lacunas do texto devem ser preenchidas, correta e res-
01.(TRE/AL – TÉCNICO JUDICIÁRIO – FCC/2010) A con- pectivamente, com:
cordância verbal e nominal está inteiramente correta na (A) Restam… faça… será
frase: (B) Resta… faz… será
(A) A sociedade deve reconhecer os princípios e valores (C) Restam… faz... serão
que determinam as escolhas dos governantes, para confe- (D) Restam… façam… serão
rir legitimidade a suas decisões. (E) Resta… fazem… será
(B) A confiança dos cidadãos em seus dirigentes devem
ser embasados na percepção dos valores e princípios que 04 (Escrevente TJ SP – Vunesp/2012) Assinale a alterna-
regem a prática política. tiva em que o trecho
(C) Eleições livres e diretas é garantia de um verdadeiro – Ainda assim, ninguém encontrou até agora uma ma-
regime democrático, em que se respeita tanto as liberda- neira de quantificar adequadamente os insumos básicos.–
des individuais quanto as coletivas. está corretamente reescrito, de acordo com a norma-pa-
(D) As instituições fundamentais de um regime demo- drão da língua portuguesa.
crático não pode estar subordinado às ordens indiscrimi- (A) Ainda assim, temos certeza que ninguém encontrou
nadas de um único poder central. até agora uma maneira adequada de se quantificar os in-
(E) O interesse de todos os cidadãos estão voltados sumos básicos.
para o momento eleitoral, que expõem as diferentes opi- (B) Ainda assim, temos certeza de que ninguém encon-
niões existentes na sociedade. trou até agora uma maneira adequada de os insumos bási-
cos ser quantificados.
02. (Agente Técnico – FCC – 2013). As normas de con- (C) Ainda assim, temos certeza que ninguém encontrou
cordância verbal e nominal estão inteiramente respeitadas até agora uma maneira adequada para que os insumos bá-
em: sicos sejam quantificado.
A) Alguns dos aspectos mais desejáveis de uma boa lei- (D) Ainda assim, temos certeza de que ninguém encon-
tura, que satisfaça aos leitores e seja veículo de aprimora- trou até agora uma maneira adequada para que os insu-
mento intelectual, estão na capacidade de criação do autor, mos básicos seja quantificado.
(E) Ainda assim, temos certeza de que ninguém encon-
mediante palavras, sua matéria-prima.
trou até agora uma maneira adequada de se quantificarem
B) Obras que se considera clássicas na literatura sempre
os insumos básicos.
delineia novos caminhos, pois é capaz de encantar o leitor
ao ultrapassar os limites da época em que vivem seus au-
05. (FUNDAÇÃO CASA/SP - AGENTE ADMINISTRATIVO
tores, gênios no domínio das palavras, sua matéria-prima.
- VUNESP/2011 - ADAPTADA) Observe as frases do texto:
C) A palavra, matéria-prima de poetas e romancistas, I. Cerca de 75 por cento dos países obtêm nota nega-
lhe permitem criar todo um mundo de ficção, em que per- tiva...
sonagens se transformam em seres vivos a acompanhar os II. ... à Venezuela, de Chávez, que obtém a pior classi-
leitores, numa verdadeira interação com a realidade. ficação do continente americano (2,0)...
D) As possibilidades de comunicação entre autor e lei- Assim como ocorre com o verbo “obter” nas frases I e
tor somente se realiza plenamente caso haja afinidade de II, a concordância segue as mesmas regras, na ordem dos
ideias entre ambos, o que permite, ao mesmo tempo, o exemplos, em:
crescimento intelectual deste último e o prazer da leitura. (A) Todas as pessoas têm boas perspectivas para o pró-
E) Consta, na literatura mundial, obras-primas que ximo ano. Será que alguém tem opinião diferente da maio-
constitui leitura obrigatória e se tornam referências por seu ria?
conteúdo que ultrapassa os limites de tempo e de época. (B) Vem muita gente prestigiar as nossas festas juninas.
Vêm pessoas de muito longe para brincar de quadrilha.
03. (Escrevente TJ-SP – Vunesp/2012) Leia o texto para (C) Pouca gente quis voltar mais cedo para casa. Quase
responder à questão. todos quiseram ficar até o nascer do sol na praia.
_________dúvidas sobre o crescimento verde. Primeiro, não (D) Existem pessoas bem intencionadas por aqui, mas
está claro até onde pode realmente chegar uma política ba- também existem umas que não merecem nossa atenção.
seada em melhorar a eficiência sem preços adequados para (E) Aqueles que não atrapalham muito ajudam.
o carbono, a água e (na maioria dos países pobres) a terra. É
verdade que mesmo que a ameaça dos preços do carbono e 06. (TRF - 5ª REGIÃO - TÉCNICO JUDICIÁRIO - FCC/2012)
da água em si ___________diferença, as companhias não po- Os folheteiros vivem em feiras, mercados, praças e locais de
dem suportar ter de pagar, de repente, digamos, 40 dólares peregrinação.
por tonelada de carbono, sem qualquer preparação. Portan- O verbo da frase acima NÃO pode ser mantido no plural
to, elas começam a usar preços- -sombra. Ainda assim, caso o segmento grifado seja substituído por:
ninguém encontrou até agora uma maneira de quantificar (A) Há folheteiros que
adequadamente os insumos básicos. E sem eles a maioria (B) A maior parte dos folheteiros
das políticas de crescimento verde sempre ___________ a se- (C) O folheteiro e sua família
gunda opção. (D) O grosso dos folheteiros
(Carta Capital, 27.06.2012. Adaptado) (E) Cada um dos folheteiros

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LÍNGUA PORTUGUESA

07. (TRF - 5ª REGIÃO - TÉCNICO JUDICIÁRIO - FCC/2012) 10. (CETESB/SP – ESCRITURÁRIO - VUNESP/2013) Assi-
Todas as formas verbais estão corretamente flexionadas nale a alternativa em que a concordância das formas ver-
em: bais destacadas está de acordo com a norma-padrão da
(A) Enquanto não se disporem a considerar o cordel língua.
sem preconceitos, as pessoas não serão capazes de fruir (A) Fazem dez anos que deixei de trabalhar em higieni-
dessas criações poéticas tão originais. zação subterrânea.
(B) Ainda que nem sempre detenha o mesmo status (B) Ainda existe muitas pessoas que discriminam os tra-
atribuído à arte erudita, o cordel vem sendo estudado hoje balhadores da área de limpeza.
nas melhores universidades do país. (C) No trabalho em meio a tanta sujeira, havia altos
(C) Rodolfo Coelho Cavalcante deve ter percebido que riscos de se contrair alguma doença.
a situação dos cordelistas não mudaria a não ser que eles (D) Eu passava a manhã no subterrâneo: quando era
mesmos requizessem o respeito que faziam por merecer. sete da manhã, eu já estava fazendo meu serviço.
(D) Se não proveem do preconceito, a desvalorização e (E) As companhias de limpeza, apenas recentemente,
a pouca visibilidade dessa arte popular tão rica só pode ser começou a adotar medidas mais rigorosas para a proteção
resultado do puro e simples desconhecimento. de seus funcionários.
(E) Rodolfo Coelho Cavalcante entreveu que os proble-
mas dos cordelistas estavam diretamente ligados à falta de GABARITO
representatividade.
01. A 02. A 03. A 04. E 05. A
08. (TRF - 4ª REGIÃO – TÉCNICO JUDICIÁRIO – FCC/2010) 06. E 07. |B 08. D 09. D 10. C
Observam-se corretamente as regras de concordância ver-
bal e nominal em: RESOLUÇÃO
a) O desenraizamento, não só entre intelectuais como
entre os mais diversos tipos de pessoas, das mais sofistica- 1-) Fiz os acertos entre parênteses:
das às mais humildes, são cada vez mais comuns nos dias (A) A sociedade deve reconhecer os princípios e valores
de hoje. que determinam as escolhas dos governantes, para confe-
b) A importância de intelectuais como Edward Said e rir legitimidade a suas decisões.
Tony Judt, que não se furtaram ao debate sobre questões (B) A confiança dos cidadãos em seus dirigentes devem
polêmicas de seu tempo, não estão apenas nos livros que (deve) ser embasados (embasada) na percepção dos valo-
escreveram. res e princípios que regem a prática política.
c) Nada indica que o conflito no Oriente Médio entre (C) Eleições livres e diretas é (são) garantia de um ver-
árabes e judeus, responsável por tantas mortes e tanto so- dadeiro regime democrático, em que se respeita (respei-
frimento, estejam próximos de serem resolvidos ou pelo tam) tanto as liberdades individuais quanto as coletivas.
menos de terem alguma trégua. (D) As instituições fundamentais de um regime demo-
crático não pode (podem) estar subordinado (subordina-
d) Intelectuais que têm compromisso apenas com a ver- das) às ordens indiscriminadas de um único poder central.
dade, ainda que conscientes de que esta é até certo ponto (E) O interesse de todos os cidadãos estão (está) volta-
relativa, costumam encontrar muito mais detratores que dos (voltado) para o momento eleitoral, que expõem (ex-
admiradores. põe) as diferentes opiniões existentes na sociedade.
e) No final do século XX já não se via muitos intelectuais
e escritores como Edward Said, que não apenas era notícia 2-)
pelos livros que publicavam como pelas posições que co- A) Alguns dos aspectos mais desejáveis de uma boa lei-
rajosamente assumiam. tura, que satisfaça aos leitores e seja veículo de aprimora-
mento intelectual, estão na capacidade de criação do autor,
09. (TRF - 2ª REGIÃO - TÉCNICO JUDICIÁRIO - FCC/2012) mediante palavras, sua matéria-prima. = correta
O verbo que, dadas as alterações entre parênteses propos- B) Obras que se consideram clássicas na literatura sem-
tas para o segmento grifado, deverá ser colocado no plural, pre delineiam novos caminhos, pois são capazes de encan-
está em: tar o leitor ao ultrapassarem os limites da época em que
(A) Não há dúvida de que o estilo de vida... (dúvidas) vivem seus autores, gênios no domínio das palavras, sua
(B) O que não se sabe... (ninguém nas regiões do pla- matéria-prima.
neta) C) A palavra, matéria-prima de poetas e romancistas,
(C) O consumo mundial não dá sinal de trégua... (O lhes permite criar todo um mundo de ficção, em que per-
consumo mundial de barris de petróleo) sonagens se transformam em seres vivos a acompanhar os
(D) Um aumento elevado no preço do óleo reflete-se leitores, numa verdadeira interação com a realidade.
no custo da matéria-prima... (Constantes aumentos) D) As possibilidades de comunicação entre autor e lei-
(E) o tema das mudanças climáticas pressiona os es- tor somente se realizam plenamente caso haja afinidade
forços mundiais... (a preocupação em torno das mudanças de ideias entre ambos, o que permite, ao mesmo tempo, o
climáticas) crescimento intelectual deste último e o prazer da leitura.

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LÍNGUA PORTUGUESA

E) Constam, na literatura mundial, obras-primas que (C) Rodolfo Coelho Cavalcante deve ter percebido que
constituem leitura obrigatória e se tornam referências por a situação dos cordelistas não mudaria a não ser que eles
seu conteúdo que ultrapassa os limites de tempo e de épo- mesmos requizessem (requeressem) o respeito que faziam
ca. por merecer.
(D) Se não proveem (provêm) do preconceito, a desva-
3-) _Restam___dúvidas lorização e a pouca visibilidade dessa arte popular tão rica
mesmo que a ameaça dos preços do carbono e da água só pode (podem) ser resultado do puro e simples desco-
em si __faça __diferença nhecimento.
a maioria das políticas de crescimento verde sempre (E) Rodolfo Coelho Cavalcante entreveu (entreviu) que
____será_____ a segunda opção. os problemas dos cordelistas estavam diretamente ligados
Em “a maioria de”, a concordância pode ser dupla: tanto à falta de representatividade.
no plural quanto no singular. Nas alternativas não há “res-
tam/faça/serão”, portanto a A é que apresenta as opções 8-) Fiz as correções entre parênteses:
adequadas. a) O desenraizamento, não só entre intelectuais como
entre os mais diversos tipos de pessoas, das mais sofis-
4-) ticadas às mais humildes, são (é) cada vez mais comuns
(A) Ainda assim, temos certeza de que ninguém encon- (comum) nos dias de hoje.
trou até agora uma maneira adequada de se quantificar os b) A importância de intelectuais como Edward Said e
insumos básicos. Tony Judt, que não se furtaram ao debate sobre questões
(B) Ainda assim, temos certeza de que ninguém encon- polêmicas de seu tempo, não estão (está) apenas nos livros
trou até agora uma maneira adequada de os insumos bási- que escreveram.
cos serem quantificados. c) Nada indica que o conflito no Oriente Médio entre
(C) Ainda assim, temos certeza de que ninguém encon- árabes e judeus, responsável por tantas mortes e tanto
trou até agora uma maneira adequada para que os insu- sofrimento, estejam (esteja) próximos (próximo) de serem
mos básicos sejam quantificados.
(ser) resolvidos (resolvido) ou pelo menos de terem (ter)
(D) Ainda assim, temos certeza de que ninguém encon-
alguma trégua.
trou até agora uma maneira adequada para que os insu-
d) Intelectuais que têm compromisso apenas com a ver-
mos básicos sejam quantificados.
dade, ainda que conscientes de que esta é até certo ponto
(E) Ainda assim, temos certeza de que ninguém encon-
relativa, costumam encontrar muito mais detratores que
trou até agora uma maneira adequada de se quantificarem
admiradores.
os insumos básicos. = correta
e) No final do século XX já não se via (viam) muitos in-
telectuais e escritores como Edward Said, que não apenas
5-) Em I, obtêm está no plural; em II, no singular. Vamos
aos itens: era (eram) notícia pelos livros que publicavam como pelas
(A) Todas as pessoas têm (plural) ... Será que alguém posições que corajosamente assumiam.
tem (singular) 9-)
(B) Vem (singular) muita gente... Vêm pessoas (plural) (A) Não há dúvida de que o estilo de vida... (dúvidas) =
(C) Pouca gente quis (singular)... Quase todos quiseram “há” permaneceria no singular
(plural) (B) O que não se sabe ... (ninguém nas regiões do pla-
(D) Existem (plural) pessoas ... mas também existem neta) = “sabe” permaneceria no singular
umas (plural) (C) O consumo mundial não dá sinal de trégua ... (O
(E) Aqueles que não atrapalham muito ajudam (ambas consumo mundial de barris de petróleo) = “dá” permane-
as formas estão no plural) ceria no singular
(D) Um aumento elevado no preço do óleo reflete-se no
6-) custo da matéria-prima... Constantes aumentos) = “reflete”
A - Há folheteiros que vivem (concorda com o objeto passaria para “refletem-se”
“folheterios”) (E) o tema das mudanças climáticas pressiona os esfor-
B – A maior parte dos folheteiros vivem/vive (opcional) ços mundiais... (a preocupação em torno das mudanças cli-
C – O folheteiro e sua família vivem (sujeito composto) máticas) = “pressiona” permaneceria no singular
D – O grosso dos folheteiros vive/vivem (opcional)
E – Cada um dos folheteiros vive = somente no singular 10-) Fiz as correções:
(A) Fazem dez anos = faz (sentido de tempo = singular)
7-) Coloquei entre parênteses a forma verbal correta: (B) Ainda existe muitas pessoas = existem
(A) Enquanto não se disporem (dispuserem) a conside- (C) No trabalho em meio a tanta sujeira, havia altos ris-
rar o cordel sem preconceitos, as pessoas não serão capa- cos
zes de fruir dessas criações poéticas tão originais. (D) Eu passava a manhã no subterrâneo: quando era
(B) Ainda que nem sempre detenha o mesmo status sete da manhã = eram
atribuído à arte erudita, o cordel vem sendo estudado hoje (E) As companhias de limpeza, apenas recentemente,
nas melhores universidades do país. começou = começaram

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LÍNGUA PORTUGUESA

Imperativas: aquela através da qual expressamos uma


COLOCAÇÃO DOS TERMOS NA FRASE. ordem, pedido ou súplica, de forma afirmativa ou negativa.
Contêm uma ordem, proibição, exortação ou pedido:
“Cale-se! Respeite este templo.” (afirmativa)
Não cometa imprudências. (negativa)
“Vamos, meu filho, ande depressa!” (afirmativa)
Frase: é todo enunciado capaz de transmitir, a quem “Segue teu rumo e canta em paz.” (afirmativa)
nos ouve ou lê, tudo o que pensamos, queremos ou senti- “Não me leves para o mar.” (negativa)
mos. Pode revestir as mais variadas formas, desde a simples
palavra até o período mais complexo, elaborado segundo Exclamativas: aquela através da qual externamos uma
os padrões sintáticos do idioma. São exemplos de frases: admiração. Traduzem admiração, surpresa, arrependimen-
to, etc.:
Socorro! Como eles são audaciosos!
Muito obrigado! Não voltaram mais!
Que horror! “Uma senhora instruída meter-se nestas bibocas!”
Sentinela, alerta! (Graciliano Ramos)
Cada um por si e Deus por todos.
Grande nau, grande tormenta.
Optativas: É aquela através da qual se exprime um de-
Por que agridem a natureza?
sejo:
“Tudo seco em redor.” (Graciliano Ramos)
“Boa tarde, mãe Margarida!” (Graciliano Ramos) Bons ventos o levem!
“Fumaça nas chaminés, o céu tranquilo, limpo o terrei- Oxalá não sejam vãos tantos sacrifícios!
ro.” (Adonias Filho) “E queira Deus que te não enganes, menino!” (Carlos
“As luzes da cidade estavam amortecidas.” (Érico Ve- de Laet)
ríssimo) “Quem me dera ser como Casimiro Lopes!” (Graciliano
“Tropas do exército regular do Sul, ajustadas pelos seus Ramos)
aliados brancos de além mar, tinham sido levadas em heli-
cópteros para o lugar onde se presumia estivesse o inimigo, Imprecativas: Encerram uma imprecação (praga, mal-
mas este se havia sumido por completo.” (Érico Veríssimo) dição):
“Esta luz me falte, se eu minto, senhor!” (Camilo Cas-
As frases são proferidas com entoação e pausas espe- telo Branco)
ciais, indicadas na escrita pelos sinais de pontuação. Mui- “Não encontres amor nas mulheres!” (Gonçalves Dias)
tas frases, principalmente as que se desviam do esquema “Maldito seja quem arme ciladas no seu caminho!”
sujeito + predicado, só pode ser entendidas dentro do (Domingos Carvalho da Silva)
contexto (= o escrito em que figuram) e na situação (= o
ambiente, as circunstâncias) em que o falante se encontra. Como se vê dos exemplos citados, os diversos tipos de
Chamam-se frases nominais as que se apresentam sem o frase podem encerrar uma afirmação ou uma negação. No
verbo. Exemplo: Tudo parado e morto. primeiro caso, a frase é afirmativa, no segundo, negativa. O
que caracteriza e distingue esses diferentes tipos de frase é
Quanto ao sentido, as frases podem ser: a entoação, ora ascendente ora descendente.
Muitas vezes, as frases assumem sentidos que só po-
Declarativas: aquela através da qual se enuncia algo, dem ser integralmente captados se atentarmos para o con-
de forma afirmativa ou negativa. Encerram a declaração ou
texto em que são empregadas. É o caso, por exemplo, das
enunciação de um juízo acerca de alguém ou de alguma
situações em que se explora a ironia. Pense, por exemplo,
coisa:
na frase “Que educação!”, usada quando se vê alguém in-
Paulo parece inteligente. (afirmativa)
vadindo, com seu carro, a faixa de pedestres. Nesse caso,
A retificação da velha estrada é uma obra inadiável.
(afirmativa) ela expressa exatamente o contrário do que aparentemen-
Nunca te esquecerei. (negativa) te diz.
Neli não quis montar o cavalo velho, de pêlo ruço. (ne- A entoação é um elemento muito importante da frase
gativa) falada, pois nos dá uma ampla possibilidade de expressão.
Interrogativas: aquela da qual se pergunta algo, direta Dependendo de como é dita, uma frase simples como “É
(com ponto de interrogação) ou indiretamente (sem ponto ela.” pode indicar constatação, dúvida, surpresa, indigna-
de interrogação). São uma pergunta, uma interrogação: ção, decepção, etc.
Por que chegaste tão tarde? A mesma frase pode assumir sentidos diferentes, con-
Gostaria de saber que horas são. forme o tom com que a proferimos. Observe:
“Por que faço eu sempre o que não queria” (Fernando Olavo esteve aqui.
Pessoa) Olavo esteve aqui?
“Não sabe, ao menos, o nome do pequeno?” (Machado Olavo esteve aqui?!
de Assis) Olavo esteve aqui!

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LÍNGUA PORTUGUESA

Exercícios 3- a) Eugênio e Marcelo, caminhem juntos!; b) Luisi-


nho, procure os fósforos no bolso!; c) Meninos, olhem à
01. Marque apenas as frases nominais: sua volta!
a) Que voz estranha! 4- a/b/d/g
b) A lanterna produzia boa claridade. 5- a) exclamativa; b) interrogativa; c) declarativa; d) im-
c) As risadas não eram normais. perativa; e) interrogativa; f) imperativa; g) exclamativa; h)
d) Luisinho, não! declarativa; i) imperativa; j) declarativa

02. Classifique as frases em declarativa, interrogativa,


exclamativa, optativa ou imperativa. EMPREGO DO ACENTO
a) Você está bem? INDICATIVO DA CRASE.
b) Não olhe; não olhe, Luisinho!
c) Que alívio!
d) Tomara que Luisinho não fique impressionado! A palavra crase é de origem grega e significa “fusão”,
e) Você se machucou? “mistura”. Na língua portuguesa, é o nome que se dá à
f) A luz jorrou na caverna. “junção” de duas vogais idênticas. É de grande importân-
g) Agora suma, seu monstro! cia a crase da preposição “a” com o artigo feminino “a”
h) O túnel ficava cada vez mais escuro. (s), com o “a” inicial dos pronomes aquele(s), aquela (s),
aquilo e com o “a” do relativo a qual (as quais). Na escri-
03. Transforme a frase declarativa em imperativa. Siga ta, utilizamos o acento grave ( ` ) para indicar a crase. O
o modelo: uso apropriado do acento grave depende da compreensão
Luisinho ficou pra trás. (declarativa) da fusão das duas vogais. É fundamental também, para o
Lusinho, fique para trás. (imperativa) entendimento da crase, dominar a regência dos verbos e
  nomes que exigem a preposição “a”. Aprender a usar a cra-
a) Eugênio e Marcelo caminhavam juntos. se, portanto, consiste em aprender a verificar a ocorrência
b) Luisinho procurou os fósforos no bolso. simultânea de uma preposição e um artigo ou pronome.
c) Os meninos olharam à sua volta. Observe:
Vou a + a igreja.
Vou à igreja.
04. Sabemos que frases verbais são aquelas que têm
No exemplo acima, temos a ocorrência da preposição
verbos. Assinale, pois, as frases verbais: “a”, exigida pelo verbo ir (ir a algum lugar) e a ocorrência
a) Deus te guarde! do artigo “a” que está determinando o substantivo femini-
b) As risadas não eram normais. no igreja. Quando ocorre esse encontro das duas vogais e
c) Que ideia absurda! elas se unem, a união delas é indicada pelo acento grave.
d) O fósforo quebrou – se em três pedacinhos. Observe os outros exemplos:
e) Tão preta como o túnel! Conheço a aluna.
f) Quem bom! Refiro-me à aluna.
g) As ovelhas são mansas e pacientes. No primeiro exemplo, o verbo é transitivo direto (co-
h) Que espírito irônico e livre! nhecer algo ou alguém), logo não exige preposição e a
crase não pode ocorrer. No segundo exemplo, o verbo é
05. Escreva para cada frase o tipo a que pertence: de- transitivo indireto (referir--se a algo ou a alguém) e exige
clarativa, interrogativa, imperativa e exclamativa: a preposição “a”. Portanto, a crase é possível, desde que o
a) Que flores tão aromáticas! termo seguinte seja feminino e admita o artigo feminino
b) Por que é que não vais ao teatro mais vezes? “a” ou um dos pronomes já especificados.
c) Devemos manter a nossa escola limpa.
d) Respeitem os limites de velocidade. Casos em que a crase NÃO ocorre:
e) Já alguma vez foste ao Museu da Ciência?
- diante de substantivos masculinos:
f) Atravessem a rua com cuidado.
Andamos a cavalo.
g) Como é bom sentir a alegria de um dever cumprido! Fomos a pé.
h) Antes de tomar banho no mar, deve-se olhar para a Passou a camisa a ferro.
cor da bandeira. Fazer o exercício a lápis.
i) Não te quero ver mais aqui! Compramos os móveis a prazo.
j) Hoje saímos mais cedo.
- diante de verbos no infinitivo:
Respostas A criança começou a falar.
1-“a” e “d” Ela não tem nada a dizer.
2- a) interrogativa; b) imperativa; c) exclamativa; d) op- Obs.: como os verbos não admitem artigos, o “a” dos
tativa; e) interrogativa; f) declarativa; g) imperativa; h) de- exemplos acima é apenas preposição, logo não ocorrerá
clarativa crase.

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LÍNGUA PORTUGUESA

- diante da maioria dos pronomes e das expressões de tratamento, com exceção das formas senhora, senhorita
e dona:
Diga a ela que não estarei em casa amanhã.
Entreguei a todos os documentos necessários.
Ele fez referência a Vossa Excelência no discurso de ontem.
Peço a Vossa Senhoria que aguarde alguns minutos.
Os poucos casos em que ocorre crase diante dos pronomes podem ser identificados pelo método: troque a palavra
feminina por uma masculina, caso na nova construção surgir a forma ao, ocorrerá crase. Por exemplo:
Refiro-me à mesma pessoa. (Refiro-me ao mesmo indivíduo.)
Informei o ocorrido à senhora. (Informei o ocorrido ao senhor.)
Peça à própria Cláudia para sair mais cedo. (Peça ao próprio Cláudio para sair mais cedo.)

- diante de numerais cardinais:


Chegou a duzentos o número de feridos.
Daqui a uma semana começa o campeonato.

Casos em que a crase SEMPRE ocorre:

- diante de palavras femininas:


Amanhã iremos à festa de aniversário de minha colega.
Sempre vamos à praia no verão.
Ela disse à irmã o que havia escutado pelos corredores.
Sou grata à população.
Fumar é prejudicial à saúde.
Este aparelho é posterior à invenção do telefone.

- diante da palavra “moda”, com o sentido de “à moda de” (mesmo que a expressão moda de fique subentendida):
O jogador fez um gol à (moda de) Pelé.
Usava sapatos à (moda de) Luís XV.
Estava com vontade de comer frango à (moda de) passarinho.
O menino resolveu vestir-se à (moda de) Fidel Castro.

- na indicação de horas:
Acordei às sete horas da manhã.
Elas chegaram às dez horas.
Foram dormir à meia-noite.

- em locuções adverbiais, prepositivas e conjuntivas de que participam palavras femininas. Por exemplo:
à tarde às ocultas às pressas à medida que
à noite às claras às escondidas à força
à vontade à beça à larga à escuta
às avessas à revelia à exceção de à imitação de
à esquerda às turras às vezes à chave
à direita à procura à deriva à toa
à luz à sombra de à frente de à proporção que
à semelhança de às ordens à beira de

Crase diante de Nomes de Lugar


Alguns nomes de lugar não admitem a anteposição do artigo “a”. Outros, entretanto, admitem o artigo, de modo que
diante deles haverá crase, desde que o termo regente exija a preposição “a”. Para saber se um nome de lugar admite ou não
a anteposição do artigo feminino “a”, deve-se substituir o termo regente por um verbo que peça a preposição “de” ou “em”.
A ocorrência da contração “da” ou “na” prova que esse nome de lugar aceita o artigo e, por isso, haverá crase. Por exemplo:

Vou à França. (Vim da [de+a] França. Estou na [em+a] França.)


Cheguei à Grécia. (Vim da Grécia. Estou na Grécia.)
Retornarei à Itália. (Vim da Itália. Estou na Itália)
Vou a Porto Alegre. (Vim de Porto Alegre. Estou em Porto Alegre.)

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LÍNGUA PORTUGUESA

*- Dica da Zê!: use a regrinha “Vou A volto DA, crase Crase com o Pronome Demonstrativo “a”
HÁ; vou A volto DE, crase PRA QUÊ?”
Ex: Vou a Campinas. = Volto de Campinas. A ocorrência da crase com o pronome demonstrativo
Vou à praia. = Volto da praia. “a” também pode ser detectada através da substituição do
termo regente feminino por um termo regido masculino.
- ATENÇÃO: quando o nome de lugar estiver especifi-
Veja:
cado, ocorrerá crase. Veja:
Minha revolta é ligada à do meu país.
Retornarei à São Paulo dos bandeirantes. = mesmo que,
pela regrinha acima, seja a do “VOLTO DE” Meu luto é ligado ao do meu país.
Irei à Salvador de Jorge Amado. As orações são semelhantes às de antes.
Os exemplos são semelhantes aos de antes.
Crase diante dos Pronomes Demonstrativos Aquele Suas perguntas são superiores às dele.
(s), Aquela (s), Aquilo Seus argumentos são superiores aos dele.
Sua blusa é idêntica à de minha colega.
Haverá crase diante desses pronomes sempre que o Seu casaco é idêntico ao de minha colega.
termo regente exigir a preposição “a”. Por exemplo:
A Palavra Distância
Refiro-me a + aquele atentado.
Preposição Pronome
Se a palavra distância estiver especificada, determinada,
Refiro-me àquele atentado. a crase deve ocorrer. Por exemplo: Sua casa fica à distância
de 100km daqui. (A palavra está determinada)
O termo regente do exemplo acima é o verbo transi- Todos devem ficar à distância de 50 metros do palco. (A
tivo indireto referir (referir-se a algo ou alguém) e exige palavra está especificada.)
preposição, portanto, ocorre a crase. Observe este outro Se a palavra distância não estiver especificada, a crase
exemplo: não pode ocorrer. Por exemplo:
Aluguei aquela casa. Os militares ficaram a distância.
O verbo “alugar” é transitivo direto (alugar algo) e não Gostava de fotografar a distância.
exige preposição. Logo, a crase não ocorre nesse caso. Veja Ensinou a distância.
outros exemplos:
Dizem que aquele médico cura a distância.
Dediquei àquela senhora todo o meu trabalho.
Reconheci o menino a distância.
Quero agradecer àqueles que me socorreram.
Refiro-me àquilo que aconteceu com seu pai. Observação: por motivo de clareza, para evitar ambigui-
Não obedecerei àquele sujeito. dade, pode-se usar a crase. Veja:
Assisti àquele filme três vezes. Gostava de fotografar à distância.
Espero aquele rapaz. Ensinou à distância.
Fiz aquilo que você disse. Dizem que aquele médico cura à distância.
Comprei aquela caneta.
Casos em que a ocorrência da crase é FACULTATIVA
Crase com os Pronomes Relativos A Qual, As Quais
- diante de nomes próprios femininos:
A ocorrência da crase com os pronomes relativos a qual
Observação: é facultativo o uso da crase diante de no-
e as quais depende do verbo. Se o verbo que rege esses
mes próprios femininos porque é facultativo o uso do ar-
pronomes exigir a preposição “a”, haverá crase. É possí-
vel detectar a ocorrência da crase nesses casos utilizando a tigo. Observe:
substituição do termo regido feminino por um termo regi- Paula é muito bonita. Laura é minha amiga.
do masculino. Por exemplo: A Paula é muito bonita. A Laura é minha amiga.

Como podemos constatar, é facultativo o uso do artigo


A igreja à qual me refiro fica no centro da cidade. feminino diante de nomes próprios femininos, então pode-
O monumento ao qual me refiro fica no centro da cidade. mos escrever as frases abaixo das seguintes formas:
Entreguei o cartão a Paula. Entreguei o cartão a Roberto.
Caso surja a forma ao com a troca do termo, ocorrerá a Entreguei o cartão à Paula. Entreguei o cartão ao Ro-
crase. Veja outros exemplos:
berto.
São normas às quais todos os alunos devem obedecer.
- diante de pronome possessivo feminino:
Esta foi a conclusão à qual ele chegou.
Várias alunas às quais ele fez perguntas não souberam Observação: é facultativo o uso da crase diante de pro-
responder nenhuma das questões. nomes possessivos femininos porque é facultativo o uso do
A sessão à qual assisti estava vazia. artigo. Observe:

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LÍNGUA PORTUGUESA

Minha avó tem setenta anos. Minha irmã está esperando 03 (POLÍCIA CIVIL/SP – AGENTE POLICIAL - VU-
por você. NESP/2013) De acordo com a norma-padrão da língua
A minha avó tem setenta anos. A minha irmã está espe- portuguesa, o acento indicativo de crase está corretamente
rando por você. empregado em:
(A) A população, de um modo geral, está à espera de
Sendo facultativo o uso do artigo feminino diante de que, com o novo texto, a lei seca possa coibir os acidentes.
pronomes possessivos femininos, então podemos escrever (B) A nova lei chega para obrigar os motoristas à repen-
as frases abaixo das seguintes formas: sarem a sua postura.
Cedi o lugar a minha avó. Cedi o lugar a meu avô. (C) A partir de agora os motoristas estarão sujeitos à
Cedi o lugar à minha avó. Cedi o lugar ao meu avô. punições muito mais severas.
(D) À ninguém é dado o direito de colocar em risco a
- depois da preposição até: vida dos demais motoristas e de pedestres.
Fui até a praia. ou Fui até à praia. (E) Cabe à todos na sociedade zelar pelo cumprimento
Acompanhe-o até a porta. ou Acompanhe-o até à por- da nova lei para que ela possa funcionar.
ta.
A palestra vai até as cinco horas da tarde. ou A 04. (Agente Técnico – FCC – 2013-adap.) Claro que não
palestra vai até às cinco horas da tarde. me estou referindo a essa vulgar comunicação festiva e
efervescente.
Questões sobre Crase O vocábulo a deverá receber o sinal indicativo de crase
se o segmento grifado for substituído por:
01.( Escrevente TJ SP – Vunesp/2012) No Brasil, as dis- A) leitura apressada e sem profundidade.
cussões sobre drogas parecem limitar-se ______aspectos ju- B) cada um de nós neste formigueiro.
rídicos ou policiais. É como se suas únicas consequências C) exemplo de obras publicadas recentemente.
estivessem em legalismos, tecnicalidades e estatísticas cri- D) uma comunicação festiva e virtual.
minais. Raro ler ____respeito envolvendo questões de saúde E) respeito de autores reconhecidos pelo público.
pública como programas de esclarecimento e prevenção, de
tratamento para dependentes e de reintegração desses____ 05. (Agente de Escolta e Vigilância Penitenciária – VU-
vida. Quantos de nós sabemos o nome de um médico ou NESP – 2013).
clínica ____quem tentar encaminhar um drogado da nossa O Instituto Nacional de Administração Prisional (INAP)
também desenvolve atividades lúdicas de apoio______ res-
própria família?
socialização do indivíduo preso, com o objetivo de prepará-
-lo para o retorno______ sociedade. Dessa forma, quando em
(Ruy Castro, Da nossa própria família. Folha de S.Paulo, liberdade, ele estará capacitado______ ter uma profissão e
17.09.2012. Adaptado) uma vida digna.
(Disponível em: www.metropolitana.com.br/blog/
As lacunas do texto devem ser preenchidas, correta e qual_e_a_importancia_da_ressocializacao_de_presos. Aces-
respectivamente, com: so em: 18.08.2012. Adaptado)
(A) aos … à … a … a
(B) aos … a … à … a Assinale a alternativa que preenche, correta e respecti-
(C) a … a … à … à vamente, as lacunas do texto, de acordo com a norma-pa-
(D) à … à … à … à drão da língua portuguesa.
(E) a … a … a … a A) à … à … à
B) a … a … à
02. (Agente de Apoio Administrativo – FCC – 2013).Leia C) a … à … à
o texto a seguir. D) à … à ... a
Foi por esse tempo que Rita, desconfiada e medrosa, cor- E) a … à … a
reu ______ cartomante para consultá-la sobre a verdadeira
causa do procedimento de Camilo. Vimos que ______ carto- 06. (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAU-
LO - ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO – VUNESP/2013)
mante restituiu--lhe ______ confiança, e que o rapaz repreen-
Assinale a alternativa que completa as lacunas do trecho a
deu-a por ter feito o que fez.
seguir, empregando o sinal indicativo de crase de acordo
(Machado de Assis. A cartomante. In: Várias histórias. com a norma-padrão.
Rio de Janeiro: Globo, 1997, p. 6) Não nos sujeitamos ____ corrupção; tampouco cederemos
Preenchem corretamente as lacunas da frase acima, na espaço ____ nenhuma ação que se proponha ____ prejudicar
ordem dada: nossas instituições.
A) à – a – a (A) à … à … à
B) a – a – à (B) a … à … à
C) à – a – à (C) à … a … a
D) à – à – a (D) à … à … a
E) a – à – à (E) a … a … à

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LÍNGUA PORTUGUESA

07. (Agente de Escolta e Vigilância Penitenciária – VU- RESOLUÇÃO


NESP – 2013-adap) O acento indicativo de crase está cor-
retamente empregado em: 1-) limitar-se _aos _aspectos jurídicos ou policiais.
A) Tendências agressivas começam à ser relacionadas Raro ler __a__respeito (antes de palavra masculina
com as dificuldades para lidar com as frustrações de seus não há crase)
desejos. de reintegração desses_à_ vida. (reintegrar a + a
B) A agressividade impulsiva deve-se à perturbações vida = à)
nos mecanismos biológicos de controle emocional. o nome de um médico ou clínica __a_quem tentar en-
C) A violência urbana é comparada à uma enfermidade. caminhar um drogado da nossa própria família? (antes de
D) Condições de risco aliadas à exemplo de impunidade pronome indefinido/relativo)
alimentam a violência crescente nas cidades.
2-) correu _à (= para a ) cartomante para consultá-la so-
E) Um ambiente desfavorável à formação da personali-
bre a verdadeira causa do procedimento de Camilo. Vimos
dade atinge os mais vulneráveis. que _a__cartomante (objeto direto)restituiu-lhe ___a___
confiança (objeto direto), e que o rapaz repreendeu-a por
08. (Agente de Vigilância e Recepção – VUNESP – 2013). ter feito o que fez.
O sinal indicativo de crase está correto em: 3-)
A) Este cientista tem se dedicado à uma pesquisa na (A) A população, de um modo geral, está à espera (dá
área de biotecnologia. para substituir por “esperando”) de que
B) Os pais não podem ser omissos e devem se dedicar (B) A nova lei chega para obrigar os motoristas à repen-
à educação dos filhos. sarem (antes de verbo)
C) Nossa síndica dedica-se integralmente à conservar as (C) A partir de agora os motoristas estarão sujeitos à
instalações do prédio. punições (generalizando, palavra no plural)
D) O bombeiro deve dedicar sua atenção à qualquer (D) À ninguém (pronome indefinido)
detalhe que envolva a segurança das pessoas. (E) Cabe à todos (pronome indefinido)
E) É função da política é dedicar-se à todo problema
que comprometa o bem-estar do cidadão. 4-) Claro que não me estou referindo à leitura apressa-
da e sem profundidade.
09. (TRF - 5ª REGIÃO - TÉCNICO JUDICIÁRIO - FCC/2012) a cada um de nós neste formigueiro. (antes de prono-
me indefinido)
O detetive Gervase Fen, que apareceu em 1944, é um ho-
a exemplo de obras publicadas recentemente. (palavra
mem de face corada, muito afeito ...... frases inteligentes e
masculina)
citações dos clássicos; sua esposa, Dolly, uma dama meiga e a uma comunicação festiva e virtual. (artigo indefinido)
sossegada, fica sentada tricotando tranquilamente, impassí- a respeito de autores reconhecidos pelo público. (pa-
vel ...... propensão de seu marido ...... investigar assassinatos. lavra masculina)
(Adaptado de P.D.James, op.cit.)
5-) O Instituto Nacional de Administração Prisional
Preenchem corretamente as lacunas da frase acima, na (INAP) também desenvolve atividades lúdicas de apoio___à__
ordem dada: ressocialização do indivíduo preso, com o objetivo de prepa-
(A) à - à - a rá--lo para o retorno___à__ sociedade. Dessa forma, quando
(B) a - à - a em liberdade, ele estará capacitado__a___ ter uma profissão
(C) à - a - à e uma vida digna.
(D) a - à - à - Apoio a ? Regência nominal pede preposição;
(E) à - a – a - retorno a? regência nominal pede preposição;
- antes de verbo no infinitivo não há crase.
10. (POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DO ACRE – ALUNO
SOLDADO COMBATENTE – FUNCAB/2012) Em qual das op- 6-) Vamos por partes!
ções abaixo o acento indicativo de crase foi corretamente - Quem se sujeita, sujeita-se A algo ou A alguém, por-
tanto: pede preposição;
indicado?
- quem cede, cede algo A alguém, então teremos obje-
A) O dia fora quente, mas à noite estava fria e escura.
to direto e indireto;
B) Ninguém se referira à essa ideia antes. - quem se propõe, propõe-se A alguma coisa.
C) Esta era à medida certa do quarto. Vejamos:
D) Ela fechou a porta e saiu às pressas. Não nos sujeitamos À corrupção; tampouco cederemos
E) Os rapazes sempre gostaram de andar à cavalo. espaço A nenhuma ação que se proponha A prejudicar
nossas instituições.
GABARITO * Sujeitar A + A corrupção;
* ceder espaço (objeto direto) A nenhuma ação (objeto
01. B 02. A 03. A 04. A 05. D indireto. Não há acento indicativo de crase, pois “nenhu-
06.C 07. E 08. B 09.B 10. D ma” é pronome indefinido);

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LÍNGUA PORTUGUESA

* que se proponha A prejudicar (objeto indireto, no


caso, oração subordinada com função de objeto indireto. SEMÂNTICA: SINÔNIMOS, ANTÔNIMOS,
Não há acento indicativo de crase porque temos um verbo HOMÔNIMOS E PARÔNIMOS.
no infinitivo – “prejudicar”).

7-)
A) Tendências agressivas começam à ser relacionadas Consideremos as seguintes frases:
Paula tem uma mão para cozinhar que dá inveja!
com as dificuldades para lidar com as frustrações de seus
Vamos! Coloque logo a mão na massa!
desejos. (antes de verbo no infinitivo não há crase) As crianças estão com as mãos sujas.
B) A agressividade impulsiva deve-se à perturbações Passaram a mão na minha bolsa e nem percebi.
nos mecanismos biológicos de controle emocional. (se
o “a” está no singular e antecede palavra no plural, não há Chegamos à conclusão de que se trata de palavras
crase) idênticas no que se refere à grafia, mas será que possuem
C) A violência urbana é comparada à uma enfermidade. o mesmo significado?
(artigo indefinido) Existe uma parte da gramática normativa denominada
D) Condições de risco aliadas à exemplo de impunida- Semântica. Ela trabalha a questão dos diferentes significa-
dos que uma mesma palavra apresenta de acordo com o
de alimentam a violência crescente nas cidades. (palavra
contexto em que se insere.
masculina) Tomando como exemplo as frases já mencionadas,
E) Um ambiente desfavorável à formação da personali- analisaremos os vocábulos de mesma grafia, de acordo
dade atinge os mais vulneráveis. = correta (regência nomi- com seu sentido denotativo, isto é, aquele retratado pelo
nal: desfavorável a?) dicionário.
Na primeira, a palavra “mão” significa habilidade, efi-
8-) ciência diante do ato praticado. Nas outras que seguem o
A) Este cientista tem se dedicado à uma pesquisa na significado é de: participação, interação mediante a uma
área de biotecnologia. (artigo indefinido) tarefa realizada; mão como parte do corpo humano e por
último simboliza o roubo, visto de maneira pejorativa.
B) Os pais não podem ser omissos e devem se dedicar à
Reportando-nos ao conceito de Polissemia, logo per-
educação dos filhos. = correta (regência verbal: dedicar a ) cebemos que o prefixo “poli” significa multiplicidade de
C) Nossa síndica dedica-se integralmente à conservar as algo. Possibilidades de várias interpretações levando-se em
instalações do prédio. (verbo no infinitivo) consideração as situações de aplicabilidade.
D) O bombeiro deve dedicar sua atenção à qualquer Há uma infinidade de outros exemplos em que pode-
detalhe que envolva a segurança das pessoas. (pronome mos verificar a ocorrência da polissemia, como por exem-
indefinido) plo:
E) É função da política é dedicar-se à todo problema O rapaz é um tremendo gato.
que comprometa o bem-estar do cidadão. (pronome in- O gato do vizinho é peralta.
definido) Precisei fazer um gato para que a energia voltasse.
Pedro costuma fazer alguns “bicos” para garantir sua
9-) Afeito a frases (generalizando, já que o “a” está no sobrevivência
singular e “frases”, no plural) O passarinho foi atingido no bico.
Impassível à propensão (regência nominal: pede pre-
posição) Polissemia e homonímia
A investigar (antes de verbo no infinitivo não há acen- A confusão entre polissemia e homonímia é bastante
to indicativo de crase) comum. Quando a mesma palavra apresenta vários signifi-
Sequência: a / à / a. cados, estamos na presença da polissemia. Por outro lado,
quando duas ou mais palavras com origens e significados
10-) distintos têm a mesma grafia e fonologia, temos uma ho-
A) O dia fora quente, mas à noite = mas a noite (artigo e monímia.
substantivo. Diferente de: Estudo à noite = período do dia) A palavra “manga” é um caso de homonímia. Ela pode
B) Ninguém se referira à essa ideia antes.= a essa (antes significar uma fruta ou uma parte de uma camisa. Não é
polissemia porque os diferentes significados para a palavra
de pronome demonstrativo)
manga têm origens diferentes, e por isso alguns estudiosos
C) Esta era à medida certa do quarto. = a medida (artigo mencionam que a palavra manga deveria ter mais do que
e substantivo, no caso. Diferente da conjunção proporcio- uma entrada no dicionário.
nal: À medida que lia, mais aprendia) “Letra” é uma palavra polissêmica. Letra pode significar
D) Ela fechou a porta e saiu às pressas. = correta (advér- o elemento básico do alfabeto, o texto de uma canção ou
bio de modo = apressadamente) a caligrafia de um determinado indivíduo. Neste caso, os
E) Os rapazes sempre gostaram de andar à cavalo. = diferentes significados estão interligados porque remetem
palavra masculina para o mesmo conceito, o da escrita.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Polissemia e ambiguidade MINHA DICA - Procure associar Denotação com Di-


cionário: trata-se de definição literal, quando o termo é uti-
Polissemia e ambiguidade têm um grande impacto na lizado em seu sentido dicionarístico.
interpretação. Na língua portuguesa, um enunciado pode
ser ambíguo, ou seja, apresenta mais de uma interpreta- - Conotação: verifica-se quando utilizamos a palavra
ção. Essa ambiguidade pode ocorrer devido à colocação com o seu significado secundário, com o sentido amplo (ou
específica de uma palavra (por exemplo, um advérbio) em simbólico); usada de modo criativo, figurado, numa lingua-
uma frase. Vejamos a seguinte frase: Pessoas que têm uma gem rica e expressiva. Veja este exemplo:
alimentação equilibrada frequentemente são felizes. Neste Seria aconselhável cortar as asas deste menino, antes
caso podem existir duas interpretações diferentes. As pes- que seja tarde demais.
soas têm alimentação equilibrada porque são felizes ou são Já neste caso o termo (asas) é empregado de forma
felizes porque têm uma alimentação equilibrada. figurada, fazendo alusão à ideia de restrição e/ou controle
De igual forma, quando uma palavra é polissêmica, ela de ações; disciplina, limitação de conduta e comportamen-
pode induzir uma pessoa a fazer mais do que uma inter- to.
pretação. Para fazer a interpretação correta é muito impor-
tante saber qual o contexto em que a frase é proferida. Fonte:
http://www.tecnolegis.com/estudo-dirigido/oficial-de-
Na língua portuguesa, uma PALAVRA (do latim parabo- justica-tjm-sp/lingua-portuguesa-sentido-proprio-e-figu-
la, que por sua vez deriva do grego parabolé) pode ser de- rado-das-palavras.html
finida como sendo um conjunto de letras ou sons de uma
língua, juntamente com a ideia associada a este conjunto. Questões sobre Denotação e Conotação

Sentido Próprio e Figurado das Palavras 1-) (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAU-
LO - ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO – VUNESP/2013) O
sentido de marmóreo (adjetivo) equivale ao da expressão
Pela própria definição acima destacada podemos per-
de mármore. Assinale a alternativa contendo as expressões
ceber que a palavra é composta por duas partes, uma delas
com sentidos equivalentes, respectivamente, aos das pala-
relacionada a sua forma escrita e os seus sons (denominada
vras ígneo e pétreo.
significante) e a outra relacionada ao que ela (palavra) ex-
(A) De corda; de plástico.
pressa, ao conceito que ela traz (denominada significado).
(B) De fogo; de madeira.
Em relação ao seu SIGNIFICADO as palavras subdivi-
(C) De madeira; de pedra.
dem-se assim:
(D) De fogo; de pedra.
- Sentido Próprio - é o sentido literal, ou seja, o senti-
(E) De plástico; de cinza.
do comum que costumamos dar a uma palavra.
- Sentido Figurado - é o sentido “simbólico”, “figura- 2-) (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAU-
do”, que podemos dar a uma palavra. LO - ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO – VUNESP/2013
Vamos analisar a palavra cobra utilizada em diferentes - ADAPTADO) Para responder à questão, considere a se-
contextos: guinte passagem: Sem querer estereotipar, mas já estereoti-
1. A cobra picou o menino. (cobra = réptil peçonhento) pando: trata-se de um ser cujas interações sociais terminam,
2. A sogra dele é uma cobra. (cobra = pessoa desagra- 99% das vezes, diante da pergunta “débito ou crédito?”.
dável, que adota condutas pouco apreciáveis)
3. O cara é cobra em Física! (cobra = pessoa que co- Nesse contexto, o verbo estereotipar tem sentido de
nhece muito sobre alguma coisa, “expert”) (A) considerar ao acaso, sem premeditação.
No item 1 aplica-se o termo cobra em seu sentido co- (B) aceitar uma ideia mesmo sem estar convencido
mum (ou literal); nos itens 2 e 3 o termo cobra é aplicado dela.
em sentido figurado. (C) adotar como referência de qualidade.
Podemos então concluir que um mesmo significante (D) julgar de acordo com normas legais.
(parte concreta) pode ter vários significados (conceitos). (E) classificar segundo ideias preconcebidas.

Denotação e Conotação 3-) (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAU-


LO - ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO – VUNESP/2013 -
- Denotação: verifica-se quando utilizamos a palavra ADAPTADA) Para responder a esta questão, considere as
com o seu significado primitivo e original, com o sentido palavras destacadas nas seguintes passagens do texto:
do dicionário; usada de modo automatizado; linguagem Desde o surgimento da ideia de hipertexto...
comum. Veja este exemplo: Cortaram as asas da ave para ... informações ligadas especialmente à pesquisa aca-
que não voasse mais. dêmica,
Aqui a palavra em destaque é utilizada em seu sentido ... uma “máquina poética”, algo que funcionasse por
próprio, comum, usual, literal. analogia e associação...

86
LÍNGUA PORTUGUESA

Quando o cientista Vannevar Bush [...] concebeu a No primeiro parágrafo, a palavra utilizada em sentido
ideia de hipertexto... figurado é
... 20 anos depois de seu artigo fundador... (A) menino.
As palavras destacadas que expressam ideia de tempo (B) chão.
são: (C) testa.
(A) algo, especialmente e Quando. (D) penumbra.
(B) Desde, especialmente e algo. (E) tenda.
(C) especialmente, Quando e depois. 7-) (UFTM/MG – AUXILIAR DE BIBLIOTECA – VU-
(D) Desde, Quando e depois. NESP/2013 - ADAPTADA) Leia o texto para responder à
(E) Desde, algo e depois. questão.

4-) (TRF - 5ª REGIÃO - TÉCNICO JUDICIÁRIO - FCC/2012) RIO DE JANEIRO – A Prefeitura do Rio está lançando a
A importância de Rodolfo Coelho Cavalcante para o mo- Operação Lixo Zero, que vai multar quem emporcalhar a ci-
vimento cordelista pode ser comparada à de outros dois dade. Em primeira instância, a campanha é educativa. Equi-
grandes nomes... pes da Companhia Municipal de Limpeza Urbana estão per-
Sem qualquer outra alteração da frase acima e sem correndo as ruas para flagrar maus cidadãos jogando coisas
prejuízo da correção, o elemento grifado pode ser subs- onde não devem e alertá-los para o que os espera. Em breve,
tituído por: com guardas municipais, policiais militares e 600 fiscais em
(A) contrastada. ação, as multas começarão a chegar para quem tratar a via
(B) confrontada. pública como a casa da sogra.
(C) ombreada. Imagina-se que, quando essa lei começar para valer, os
(D) rivalizada. recordistas de multas serão os cerca de 300 jovens golpistas
(E) equiparada. que, nas últimas semanas, se habituaram a tomar as ruas,
pichar monumentos, vandalizar prédios públicos, quebrar
orelhões, arrancar postes, apedrejar vitrines, depredar ban-
5-) (PREFEITURA DE SERTÃOZINHO – AGENTE COMU-
cos, saquear lojas e, por uma estranha compulsão, destruir
NITÁRIO DE SAÚDE – VUNESP/2012) No verso – Não te
lixeiras, jogar o lixo no asfalto e armar barricadas de fogo
abras com teu amigo – o verbo em destaque foi emprega-
com ele.
do em sentido figurado.
É verdade que, no seu “bullying” político, eles não estão
Assinale a alternativa em que esse mesmo verbo “abrir”
nem aí para a cidade, que é de todos – e que, por algum
continua sendo empregado em sentido figurado.
motivo, parecem querer levar ao colapso.
(A) Ao abrir a porta, não havia ninguém.
Pois, já que a lei não permite prendê-los por vandalis-
(B) Ele não pôde abrir a lata porque não tinha um abri-
mo, saque, formação de quadrilha, desacato à autoridade,
dor.
resistência à prisão e nem mesmo por ataque aos órgãos
(C) Para aprender, é preciso abrir a mente.
públicos, talvez seja possível enquadrá-los por sujar a rua.
(D) Pela manhã, quando abri os olhos, já estava em (Ruy Castro, Por sujar a rua. Folha de S.Paulo, 21.08.2013.
casa. Adaptado)
(E) Os ladrões abriram o cofre com um maçarico.
Na oração – ... parecem querer levar ao colapso. – (3.º
6-) (SABESP/SP – ATENDENTE A CLIENTES 01 – parágrafo), o termo em destaque é sinônimo de
FCC/2014 - ADAPTADA) Atenção: Para responder à ques- (A) progresso.
tão, considere o texto abaixo. (B) descaso.
(C) vitória.
A marca da solidão (D) tédio.
(E) ruína.
Deitado de bruços, sobre as pedras quentes do chão de
paralelepípedos, o menino espia. Tem os braços dobrados e a 8-) (BNDES – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – BN-
testa pousada sobre eles, seu rosto formando uma tenda de DES/2012) Considere o emprego do verbo levar no trecho:
penumbra na tarde quente. “Uma competição não dura apenas alguns minutos. Leva
Observa as ranhuras entre uma pedra e outra. Há, den- anos”. A frase em que esse verbo está usado com o mesmo
tro de cada uma delas, um diminuto caminho de terra, com sentido é:
pedrinhas e tufos minúsculos de musgos, formando peque- (A) O menino leva o material adequado para a escola.
nas plantas, ínfimos bonsais só visíveis aos olhos de quem é (B) João levou uma surra da mãe.
capaz de parar de viver para, apenas, ver. Quando se tem a (C) A enchente leva todo o lixo rua abaixo.
marca da solidão na alma, o mundo cabe numa fresta. (D) O trabalho feito com empenho leva ao sucesso.
(SEIXAS, Heloísa. Contos mais que mínimos. Rio de Ja- (E) O atleta levou apenas dez segundos para terminar
neiro: Tinta negra bazar, 2010. p. 47) a prova.

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LÍNGUA PORTUGUESA

RESOLUÇÃO - Sinônimos
São palavras de sentido igual ou aproximado: alfabeto
1-) - abecedário; brado, grito - clamor; extinguir, apagar - abolir.
Questão que pode ser resolvida usando a lógica ou as- Observação: A contribuição greco-latina é responsável
sociação de palavras! Veja: a ignição do carro lembra-nos pela existência de numerosos pares de sinônimos: adver-
fogo, combustão... Pedra, petrificado. Encontrou a resposta? sário e antagonista; translúcido e diáfano; semicírculo e he-
miciclo; contraveneno e antídoto; moral e ética; colóquio e
RESPOSTA: “D”. diálogo; transformação e metamorfose; oposição e antítese.
2-)
Classificar conforme regras conhecidas, mas não con- - Antônimos
firmadas se verdadeiras. São palavras de significação oposta: ordem - anarquia;
soberba - humildade; louvar - censurar; mal - bem.
RESPOSTA: “E”. Observação: A antonímia pode originar-se de um pre-
fixo de sentido oposto ou negativo: bendizer e maldizer;
3-) simpático e antipático; progredir e regredir; concórdia e dis-
As palavras que nos dão a noção, ideia de tempo são: córdia; ativo e inativo; esperar e desesperar; comunista e an-
desde, quando e depois. ticomunista; simétrico e assimétrico.
RESPOSTA: “D”.
O que são Homônimos e Parônimos:
4-) - Homônimos
Ao participar de um concurso, não temos acesso a di- a) Homógrafos: são palavras iguais na escrita e diferen-
cionários para que verifiquemos o significado das palavras, tes na pronúncia:
por isso, caso não saibamos o que significam, devemos rego (subst.) e rego (verbo);
analisá-las dentro do contexto em que se encontram. No colher (verbo) e colher (subst.);
exercício acima, a que se “encaixa” é “equiparada”. jogo (subst.) e jogo (verbo);
denúncia (subst.) e denuncia (verbo);
RESPOSTA: “E”. providência (subst.) e providencia (verbo).

5-) b) Homófonos: são palavras iguais na pronúncia e di-


Em todas as alternativas o verbo “abrir” está empre- ferentes na escrita:
gado em seu sentido denotativo. No item C, conotativo acender (atear) e ascender (subir);
(“abrir a mente” = aberto a mudanças, novas ideias). concertar (harmonizar) e consertar (reparar);
cela (compartimento) e sela (arreio);
RESPOSTA: “C”. censo (recenseamento) e senso ( juízo);
paço (palácio) e passo (andar).
6-)
Novamente, responderemos com frase do texto: seu c) Homógrafos e homófonos simultaneamente: São
rosto formando uma tenda. palavras iguais na escrita e na pronúncia:
caminho (subst.) e caminho (verbo);
RESPOSTA: “E”. cedo (verbo) e cedo (adv.);
livre (adj.) e livre (verbo).
7-)
Pela leitura do texto, compreende-se que a intenção - Parônimos
do autor ao utilizar a expressão” levar ao colapso” refere-se
São palavras parecidas na escrita e na pronúncia: coro
à queda, ao fim, à ruína da cidade.
e couro; cesta e sesta; eminente e iminente; osso e ouço; sede
RESPOSTA: “E”. e cede; comprimento e cumprimento; tetânico e titânico; au-
tuar e atuar; degradar e degredar; infligir e infringir; deferir
8-) e diferir; suar e soar.
No enunciado, o verbo “levar” está empregado com o
sentido de “duração/tempo” http://www.coladaweb.com/portugues/sinonimos,-an-
(A) O menino leva o material adequado para a escola. tonimos,-homonimos-e-paronimos
= carrega
(B) João levou uma surra da mãe. = apanhou Questões sobre Significação das Palavras
(C) A enchente leva todo o lixo rua abaixo. = arrasta
(D) O trabalho feito com empenho leva ao sucesso. = 01. Assinale a alternativa que preenche corretamente
direciona as lacunas da frase abaixo:
(E) O atleta levou apenas dez segundos para terminar a Da mesma forma que os italianos e japoneses _________
prova = duração/tempo para o Brasil no século passado, hoje os brasileiros ________
para a Europa e para o Japão, à busca de uma vida melhor;
RESPOSTA: “E”. internamente, __________ para o Sul, pelo mesmo motivo.

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LÍNGUA PORTUGUESA

a) imigraram - emigram - migram 04. (Agente de Escolta e Vigilância Penitenciária – VU-


b) migraram - imigram - emigram NESP – 2013). Analise as afirmações a seguir.
c) emigraram - migram - imigram. I. Em – Há sete anos, Fransley Lapavani Silva está preso
d) emigraram - imigram - migram. por homicídio. – o termo em destaque pode ser substituí-
e) imigraram - migram – emigram do, sem alteração do sentido do texto, por “faz”.
II. A frase – Todo preso deseja a libertação. – pode ser
Agente de Apoio – Microinformática – VUNESP – 2013 reescrita da seguinte forma – Todo preso aspira à liberta-
- Leia o texto para responder às questões de números 02 ção.
e 03. III. No trecho – ... estou sendo olhado de forma dife-
rente aqui no presídio devido ao bom comportamento. –
Alunos de colégio fazem robôs com sucata eletrônica pode-se substituir a expressão em destaque por “em razão
do”, sem alterar o sentido do texto.
De acordo com a norma-padrão da língua portuguesa,
Você comprou um smartphone e acha que aquele seu
está correto o que se afirma em
celular antigo é imprestável? Não se engane: o que é lixo
A) I, II e III.
para alguns pode ser matéria-prima para outros. O CMID
B) III, apenas.
– Centro Marista de Inclusão Digital –, que funciona junto
C) I e III, apenas.
ao Colégio Marista de Santa Maria, no Rio Grande do Sul,
D) I, apenas.
ensina os alunos do colégio a fazer robôs a partir de lixo E) I e II, apenas.
eletrônico.
Os alunos da turma avançada de robótica, por exemplo, 05. Leia as frases abaixo:
constroem carros com sensores de movimento que respon- 1 - Assisti ao ________ do balé Bolshoi;
dem à aproximação das pessoas. A fonte de energia vem de 2 - Daqui ______ pouco vão dizer que ______ vida em
baterias de celular. “Tirando alguns sensores, que precisa- Marte.
mos comprar, é tudo reciclagem”, comentou o instrutor de 3 - As _________ da câmara são verdadeiros programas
robótica do CMID, Leandro Schneider. Esses alunos também de humor.
aprendem a consertar computadores antigos. “O nosso pro- 4 - ___________ dias que não falo com Alfredo.
jeto só funciona por causa do lixo eletrônico. Se tivéssemos
que comprar tudo, não seria viável”, completou. Escolha a alternativa que oferece a sequência correta
Em uma época em que celebridades do mundo digital de vocábulos para as lacunas existentes:
fazem campanha a favor do ensino de programação nas es- a) concerto – há – a – cessões – há;
colas, é inspirador o relato de Dionatan Gabriel, aluno da b) conserto – a – há – sessões – há;
turma avançada de robótica do CMID que, aos 16 anos, já c) concerto – a – há – seções – a;
sabe qual será sua profissão. “Quero ser programador. No d) concerto – a – há – sessões – há;
início das aulas, eu achava meio chato, mas depois fui me e) conserto – há – a – sessões – a .
interessando”, disse.
(Giordano Tronco, www.techtudo.com.br, 07.07.2013. 06. (Agente de Escolta e Vigilância Penitenciária – VU-
Adaptado) NESP – 2013-adap.). Considere o seguinte trecho para res-
ponder à questão.
02. A palavra em destaque no trecho –“Tirando alguns Adolescentes vivendo em famílias que não lhes trans-
sensores, que precisamos comprar, é tudo reciclagem”... – mitiram valores sociais altruísticos, formação moral e não
lhes impuseram limites de disciplina.
pode ser substituída, sem alteração do sentido da mensa-
O sentido contrário (antônimo) de altruísticos, nesse
gem, pela seguinte expressão:
trecho, é:
A) Pelo menos
A) de desprendimento.
B) A contar de
B) de responsabilidade.
C) Em substituição a
C) de abnegação.
D) Com exceção de D) de amor.
E) No que se refere a E) de egoísmo.

03. Assinale a alternativa que apresenta um antônimo 07. Assinale o único exemplo cuja lacuna deve ser
para o termo destacado em – …“No início das aulas, eu preenchida com a primeira alternativa da série dada nos
achava meio chato, mas depois fui me interessando”, disse. parênteses:
A) Estimulante. A) Estou aqui _______ de ajudar os flagelados das en-
B) Cansativo. chentes. (afim- a fim).
C) Irritante. B) A bandeira está ________. (arreada - arriada).
D) Confuso. C) Serão punidos os que ________ o regulamento. (in-
E) Improdutivo. flingirem - infringirem).

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LÍNGUA PORTUGUESA

D) São sempre valiosos os ________ dos mais velhos. Altruísmo é um tipo de comportamento encontrado
(concelhos - conselhos). nos seres humanos e outros seres vivos, em que as ações
E) Moro ________ cem metros da praça principal. (a cer- de um indivíduo beneficiam outros. É sinônimo de filan-
ca de - acerca de). tropia. No sentido comum do termo, é muitas vezes per-
08. Assinale a alternativa correta, considerando que à cebida, também, como sinônimo de solidariedade. Esse
direita de cada palavra há um sinônimo. conceito opõe-se, portanto, ao egoísmo, que são as incli-
a) emergir = vir à tona; imergir = mergulhar nações específica e exclusivamente individuais (pessoais ou
b) emigrar = entrar (no país); imigrar = sair (do país) coletivas).
c) delatar = expandir; dilatar = denunciar
d) deferir = diferenciar; diferir = conceder 7-)
e) dispensa = cômodo; despensa = desobrigação A) Estou aqui a fim de de ajudar os flagelados das
enchentes. (afim = O adjetivo “afim” é empregado para in-
GABARITO dicar que uma coisa tem afinidade com a outra. Há pessoas
que têm temperamentos afins, ou seja, parecidos)
01. A 02. D 03. A 04. A B) A bandeira está arriada . (arrear = colocar
05. D 06. E 07. E 08. A arreio no cavalo)
C) Serão punidos os que infringirem o regulamen-
RESOLUÇÃO to. (inflingirem = aplicarem a pena)
D) São sempre valiosos os conselhos dos mais ve-
1-) Da mesma forma que os italianos e japoneses lhos; (concelhos= Porção territorial ou parte administrativa
imigraram para o Brasil no século passado, hoje os bra- de um distrito).
sileiros emigram para a Europa e para o Japão, à busca E) Moro a cerca de cem metros da praça principal.
de uma vida melhor; internamente, migram para o (acerca de = Acerca de é sinônimo de “a respeito de”.).
Sul, pelo mesmo motivo.
8-)
2-) “Com exceção de alguns sensores, que precisamos b) emigrar = entrar (no país); imigrar = sair (do país) =
comprar, é tudo reciclagem”... significados invertidos
c) delatar = expandir; dilatar = denunciar = signifi-
3-) antônimo para o termo destacado : “No início das cados invertidos
aulas, eu achava meio chato, mas depois fui me interes- d) deferir = diferenciar; diferir = conceder = signifi-
sando” cados invertidos
“No início das aulas, eu achava meio estimulante, mas e) dispensa = cômodo; despensa = desobrigação =
depois fui me interessando” significados invertidos

4-)
I. Em – Há sete anos, Fransley Lapavani Silva está preso
por homicídio. – o termo em destaque pode ser substituí- EMPREGO DOS SINAIS DE PONTUAÇÃO.
do, sem alteração do sentido do texto, por “faz”. = correta
II. A frase – Todo preso deseja a libertação. – pode ser
reescrita da seguinte forma – Todo preso aspira à liberta-
ção. = correta Os sinais de pontuação são marcações gráficas que
III. No trecho – ... estou sendo olhado de forma dife- servem para compor a coesão e a coerência textual, além
rente aqui no presídio devido ao bom comportamento. – de ressaltar especificidades semânticas e pragmáticas. Ve-
pode-se substituir a expressão em destaque por “em razão jamos as principais funções dos sinais de pontuação co-
do”, sem alterar o sentido do texto. = correta nhecidos pelo uso da língua portuguesa.

5-) Ponto
1 - Assisti ao concerto do balé Bolshoi; 1- Indica o término do discurso ou de parte dele.
2 - Daqui a pouco vão dizer que há (= existe) - Façamos o que for preciso para tirá-la da situação em
vida em Marte. que se encontra.
3 – As sessões da câmara são verdadeiros pro- - Gostaria de comprar pão, queijo, manteiga e leite.
gramas de humor. - Acordei. Olhei em volta. Não reconheci onde estava.
4- Há dias que não falo com Alfredo. (=
tempo passado) 2- Usa-se nas abreviações - V. Exª. - Sr.
Ponto e Vírgula ( ; )
6-) Adolescentes vivendo em famílias que não lhes 1- Separa várias partes do discurso, que têm a mesma
transmitiram valores sociais altruísticos, formação moral e importância.
não lhes impuseram limites de disciplina. - “Os pobres dão pelo pão o trabalho; os ricos dão pelo
O sentido contrário (antônimo) de altruísticos, nesse pão a fazenda; os de espíritos generosos dão pelo pão a vida;
trecho, é de egoísmo os de nenhum espírito dão pelo pão a alma...” (VIEIRA)

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LÍNGUA PORTUGUESA

2- Separa partes de frases que já estão separadas por - entre o verbo e seus objetos.
vírgulas. O trabalho custou sacrifício aos realiza-
- Alguns quiseram verão, praia e calor; outros, monta- dores.
nhas, frio e cobertor. V.T.D.I. O.D. O.I.

3- Separa itens de uma enumeração, exposição de mo- Usa-se a vírgula:


tivos, decreto de lei, etc.
- Ir ao supermercado;
- Para marcar intercalação:
- Pegar as crianças na escola;
a) do adjunto adverbial: O café, em razão da sua abun-
- Caminhada na praia;
- Reunião com amigos. dância, vem caindo de preço.
b) da conjunção: Os cerrados são secos e áridos. Estão
Dois pontos produzindo, todavia, altas quantidades de alimentos.
1- Antes de uma citação c) das expressões explicativas ou corretivas: As indús-
- Vejamos como Afrânio Coutinho trata este assunto: trias não querem abrir mão de suas vantagens, isto é, não
2- Antes de um aposto querem abrir mão dos lucros altos.
- Três coisas não me agradam: chuva pela manhã, frio à - Para marcar inversão:
tarde e calor à noite. a) do adjunto adverbial (colocado no início da oração):
3- Antes de uma explicação ou esclarecimento Depois das sete horas, todo o comércio está de portas fe-
- Lá estava a deplorável família: triste, cabisbaixa, viven- chadas.
do a rotina de sempre. b) dos objetos pleonásticos antepostos ao verbo: Aos
pesquisadores, não lhes destinaram verba alguma.
4- Em frases de estilo direto
c) do nome de lugar anteposto às datas: Recife, 15 de
Maria perguntou:
maio de 1982.
- Por que você não toma uma decisão?
- Para separar entre si elementos coordenados (dispos-
Ponto de Exclamação tos em enumeração):
1- Usa-se para indicar entonação de surpresa, cólera, Era um garoto de 15 anos, alto, magro.
susto, súplica, etc. A ventania levou árvores, e telhados, e pontes, e animais.
- Sim! Claro que eu quero me casar com você!
2- Depois de interjeições ou vocativos - Para marcar elipse (omissão) do verbo:
- Ai! Que susto! Nós queremos comer pizza; e vocês, churrasco.
- João! Há quanto tempo! - Para isolar:
Ponto de Interrogação - o aposto: São Paulo, considerada a metrópole brasilei-
Usa-se nas interrogações diretas e indiretas livres. ra, possui um trânsito caótico.
“- Então? Que é isso? Desertaram ambos?” (Artur Aze- - o vocativo: Ora, Thiago, não diga bobagem.
vedo)
Fontes:
Reticências
1- Indica que palavras foram suprimidas. http://www.infoescola.com/portugues/pontuacao/
- Comprei lápis, canetas, cadernos... http://www.brasilescola.com/gramatica/uso-da-virgu-
la.htm
2- Indica interrupção violenta da frase.
“- Não... quero dizer... é verdad... Ah!” Questões sobre Pontuação

3- Indica interrupções de hesitação ou dúvida 01. (Agente Policial – Vunesp – 2013). Assinale a alter-
- Este mal... pega doutor? nativa em que a pontuação está corretamente emprega-
da, de acordo com a norma-padrão da língua portuguesa.
4- Indica que o sentido vai além do que foi dito
(A) Diante da testemunha, o homem abriu a bolsa e,
- Deixa, depois, o coração falar...
embora, experimentasse, a sensação de violar uma inti-
Vírgula midade, procurou a esmo entre as coisinhas, tentando
encontrar algo que pudesse ajudar a revelar quem era a
Não se usa vírgula sua dona.
*separando termos que, do ponto de vista sintático, li- (B) Diante, da testemunha o homem abriu a bolsa e,
gam-se diretamente entre si: embora experimentasse a sensação, de violar uma intimi-
- entre sujeito e predicado. dade, procurou a esmo entre as coisinhas, tentando en-
Todos os alunos da sala foram advertidos. contrar algo que pudesse ajudar a revelar quem era a sua
Sujeito predicado dona.

91
LÍNGUA PORTUGUESA

(C) Diante da testemunha, o homem abriu a bolsa e, (A) Se a criança se perder, quem encontrá-la, verá na
embora experimentasse a sensação de violar uma intimi- pulseira instruções para que envie, uma mensagem ele-
dade, procurou a esmo entre as coisinhas, tentando en- trônica ao grupo ou acione o código na internet.
contrar algo que pudesse ajudar a revelar quem era a sua (B) Um geolocalizador também, avisará, os pais de
dona. onde o código foi acionado.
(D) Diante da testemunha, o homem, abriu a bolsa (C) Assim que o código é digitado, familiares cadas-
e, embora experimentasse a sensação de violar uma in- trados, recebem automaticamente, uma mensagem di-
timidade, procurou a esmo entre as coisinhas, tentando, zendo que a criança foi encontrada.
encontrar algo que pudesse ajudar a revelar quem era a (D) De fabricação chinesa, a nova pulseirinha, chega
sua dona. primeiro às, areias do Guarujá.
(E) Diante da testemunha, o homem abriu a bolsa e, (E) O sistema permite, ainda, cadastrar o nome e o
embora, experimentasse a sensação de violar uma inti- telefone de quem a encontrou e informar um ponto de
midade, procurou a esmo entre as coisinhas, tentando, referência
encontrar algo que pudesse ajudar a revelar quem era a
sua dona. 06. (DNIT – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – ESAF/2013)
Para que o fragmento abaixo seja coerente e gramatical-
02. (CNJ – TÉCNICO JUDICIÁRIO – CESPE/2013 - mente correto, é necessário inserir sinais de pontuação.
ADAPTADA) Jogadores de futebol de diversos times entra- Assinale a posição em que não deve ser usado o sinal de
ram em campo em prol do programa “Pai Presente”, nos ponto, e sim a vírgula, para que sejam respeitadas as re-
jogos do Campeonato Nacional em apoio à campanha que gras gramaticais. Desconsidere os ajustes nas letras ini-
visa 4 reduzir o número de pessoas que não possuem o ciais minúsculas.
nome do pai em sua certidão de nascimento. (...) O projeto Escola de Bicicleta está distribuindo bicicle-
A oração subordinada “que não possuem o nome do tas de bambu para 4600 alunos da rede pública de São
pai em sua certidão de nascimento” não é antecedida por Paulo(A) o programa desenvolve ainda oficinas e cursos
vírgula porque tem natureza restritiva. para as crianças utilizarem a bicicleta de forma segura e
( ) Certo ( ) Errado correta(B) os alunos ajudam a traçar ciclorrotas e partici-
pam de atividades sobre cidadania e reciclagem(C) as es-
03.(BNDES – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – BN- colas participantes se tornam também centros de descarte
DES/2012) Em que período a vírgula pode ser retirada, de garrafas PET(D) destinadas depois para reciclagem(E) o
mantendo-se o sentido e a obediência à norma-padrão? programa possibilitará o retorno das bicicletas pela saúde
(A) Quando o técnico chegou, a equipe começou o das crianças e transformação das comunidades em lugares
treino. melhores para se viver.
(B) Antônio, quer saber as últimas novidades dos es- (Adaptado de Vida Simples, abril de 2012, edição 117)
portes? a) A
(C) As Olimpíadas de 2016 ocorrerão no Rio, que se b) B
prepara para o evento. c) C
(D) Atualmente, várias áreas contribuem para o apri- d) D
moramento do desportista. e) E
(E) Eis alguns esportes que a Ciência do Esporte ajuda:
judô, natação e canoagem. 07. (DETRAN - OFICIAL ESTADUAL DE TRÂNSITO – VU-
NESP/2013) Assinale a alternativa correta quanto ao uso
04. (BANPARÁ/PA – TÉCNICO BANCÁRIO – ESPP/2012) da pontuação.
Assinale a alternativa em que a pontuação está correta. (A) Segundo alguns psicólogos, é possível, em certas
a) Meu grande amigo Pedro, esteve aqui ontem! circunstâncias, ceder à frustração para que a raiva seja ali-
b) Foi solicitado, pelo diretor o comprovante da tran- viada.
sação. (B) Dirigir pode aumentar, nosso nível de estresse,
c) Maria, você trouxe os documentos? porque você está junto; com os outros motoristas cujos
d) O garoto de óculos leu, em voz alta o poema. comportamentos, são desconhecidos.
e) Na noite de ontem o vigia percebeu, uma movi- (C) Os motoristas, devem saber, que os carros podem
mentação estranha. ser uma extensão de nossa personalidade.
(D) A ira de trânsito pode ocasionar, acidentes e; au-
05. (Papiloscopista Policial – Vunesp – 2013 – adap.). mentar os níveis de estresse em alguns motoristas.
Assinale a alternativa em que a frase mantém-se correta (E) Os congestionamentos e o número de motoristas
após o acréscimo das vírgulas. na rua, são as principais causas da ira de trânsito.

92
LÍNGUA PORTUGUESA

08. (ACADEMIA DE POLÍCIA DO ESTADO DE MINAS (E) Diante da testemunha, o homem abriu a bolsa e,
GERAIS – TÉCNICO ASSISTENTE DA POLÍCIA CIVIL - FU- embora , (X) experimentasse a sensação de violar uma
MARC/2013) “Paciência, minha filha, este é apenas um ci- intimidade, procurou a esmo entre as coisinhas, tentando
clo econômico e a nossa geração foi escolhida para este , (X) encontrar algo que pudesse ajudar a revelar quem
vexame, você aí desse tamanho pedindo esmola e eu aqui era a sua dona.
sem nada para te dizer, agora afasta que abriu o sinal.”
No período acima, as vírgulas foram empregadas em 2-) A oração restringe o grupo que participará da
“Paciência, minha filha, este é [...]”, para separar campanha (apenas os que não têm o nome do pai na cer-
(A) aposto. tidão de nascimento). Se colocarmos uma vírgula, a ora-
(B) vocativo. ção tornar-se-á “explicativa”, generalizando a informação,
(C) adjunto adverbial. o que dará a entender que TODAS as pessoa não têm o
(D) expressão explicativa. nome do pai na certidão.
09. (INFRAERO – CADASTRO RESERVA OPERACIONAL
PROFISSIONAL DE TRÁFEGO AÉREO – FCC/2011) O perío- RESPOSTA: “CERTO”.
do corretamente pontuado é:
(A) Os filmes que, mostram a luta pela sobrevivên- 3-)
cia em condições hostis nem sempre conseguem agradar, (A) Quando o técnico chegou, a equipe começou o
aos espectadores. treino. = mantê-la (termo deslocado)
(B) Várias experiências de prisioneiros, semelhantes (B) Antônio, quer saber as últimas novidades dos es-
entre si, podem ser reunidas e fazer parte de uma mesma portes? = mantê-la (vocativo)
história ficcional. (C) As Olimpíadas de 2016 ocorrerão no Rio, que se
(C) A história de heroísmo e de determinação que prepara para o evento.
nem sempre, é convincente, se passa em um cenário mar- = mantê-la (explicação)
cado, pelo frio. (D) Atualmente, várias áreas contribuem para o apri-
(D) Caminhar por um extenso território gelado, é cor-
moramento do desportista.
rer riscos iminentes que comprometem, a sobrevivência.
= pode retirá-la (advérbio de tempo)
(E) Para os fugitivos que se propunham, a alcançar a
(E) Eis alguns esportes que a Ciência do Esporte ajuda:
liberdade, nada poderia parecer, realmente intransponí-
judô, natação e canoagem.
vel.
= mantê-la (enumeração)
GABARITO
4-) Assinalei com (X) a pontuação inadequada ou fal-
tante:
01. C 02. C 03. D 04. C 05. E
a) Meu grande amigo Pedro, (X) esteve aqui ontem!
06. D 07. A 08. B 09.B
b) Foi solicitado, (X) pelo diretor o comprovante da
transação.
RESOLUÇÃO
c) Maria, você trouxe os documentos?
d) O garoto de óculos leu, em voz alta (X) o poema.
1- Assinalei com um (X) as pontuações inadequadas
e) Na noite de ontem (X) o vigia percebeu, (X) uma
(A) Diante da testemunha, o homem abriu a bolsa e,
movimentação estranha.
embora, (X) experimentasse , (X) a sensação de violar uma
intimidade, procurou a esmo entre as coisinhas, tentando
5-) Assinalei com (X) onde estão as pontuações ina-
encontrar algo que pudesse ajudar a revelar quem era a
dequadas
sua dona.
(B) Diante , (X) da testemunha o homem abriu a bolsa (A) Se a criança se perder, quem encontrá-la , (X) verá
e, embora experimentasse a sensação , (X) de violar uma na pulseira instruções para que envie , (X) uma mensa-
intimidade, procurou a esmo entre as coisinhas, tentando gem eletrônica ao grupo ou acione o código na internet.
encontrar algo que pudesse ajudar a revelar quem era a (B) Um geolocalizador também , (X) avisará , (X) os
sua dona. pais de onde o código foi acionado.
(D) Diante da testemunha, o homem , (X) abriu a bolsa (C) Assim que o código é digitado, familiares cadas-
e, embora experimentasse a sensação de violar uma inti- trados , (X) recebem ( , ) automaticamente, uma mensa-
midade, procurou a esmo entre as coisinhas, tentando , gem dizendo que a criança foi encontrada.
(X) encontrar algo que pudesse ajudar a revelar quem era (D) De fabricação chinesa, a nova pulseirinha , (X)
a sua dona. chega primeiro às , (X) areias do Guarujá.

93
LÍNGUA PORTUGUESA

6-)
O projeto Escola de Bicicleta está distribuindo bicicletas
de bambu para 4600 alunos da rede pública de São Pau-
lo(A). O programa desenvolve ainda oficinas e cursos para
as crianças utilizarem a bicicleta de forma segura e corre-
ta(B). Os alunos ajudam a traçar ciclorrotas e participam
de atividades sobre cidadania e reciclagem(C). As escolas
participantes se tornam também centros de descarte de
garrafas PET(D), destinadas depois para reciclagem(E). O
programa possibilitará o retorno das bicicletas pela saúde
das crianças e transformação das comunidades em lugares
melhores para se viver.
A vírgula deve ser colocada após a palavra “PET”, po-
sição (D), pois antecipa um termo explicativo.

7-) Fiz as indicações (X) das pontuações inadequadas:


(A) Segundo alguns psicólogos, é possível, em certas
circunstâncias, ceder à frustração para que a raiva seja ali-
viada.
(B) Dirigir pode aumentar, (X) nosso nível de estres-
se, porque você está junto; (X) com os outros motoristas
cujos comportamentos, (X) são desconhecidos.
(C) Os motoristas, (X) devem saber, (X) que os carros
podem ser uma extensão de nossa personalidade.
(D) A ira de trânsito pode ocasionar, (X) acidentes e;
(X) aumentar os níveis de estresse em alguns motoristas.
(E) Os congestionamentos e o número de motoristas
na rua, (X) são as principais causas da ira de trânsito.
8-) Paciência, minha filha, este é... = é o termo usado
para se dirigir ao interlocutor, ou seja, é um vocativo.

9-) Fiz as marcações (X) onde as pontuações estão


inadequadas ou faltantes:
(A) Os filmes que,(X) mostram a luta pela sobrevivên-
cia em condições hostis nem sempre conseguem agradar,
(X) aos espectadores.
(B) Várias experiências de prisioneiros, semelhantes
entre si, podem ser reunidas e fazer parte de uma mesma
história ficcional.
(C) A história de heroísmo e de determinação (X) que
nem sempre, (X) é convincente, se passa em um cenário
marcado, (X) pelo frio.
(D) Caminhar por um extenso território gelado, (X) é
correr riscos iminentes (X) que comprometem, (X) a so-
brevivência.
(E) Para os fugitivos que se propunham, (X) a alcançar
a liberdade, nada poderia parecer, (X) realmente intrans-
ponível.

94
RACIOCÍNIO LÓGICO

Os conetivos “e”, “ou”, “não”, “se... então...”, “se e somente se”; os quantificadores “para todo”, “existe” e suas variações;
as negações. As relações de “igual”, “maior”, “menor”, “maior ou igual”, “menor ou igual” e suas variações. Conjuntos;
as relações de pertinência, inclusão e igualdade; operações entre conjuntos, união, interseção e diferença. Os principais
conjuntos numéricos; intervalos e semi-retas; faixas e margens numéricas (de renda, etária, de erro e outras); prazos (de
validade, tolerância e outros); limites (de carga, velocidade e outros); comparações (de custos, duração, outras); contagem,
medição, avaliação e quantificação; índices e taxas (percentuais, por mil, outras). Raciocínio lógico-dedutivo e recursos
matemáticos em nível elementar e médio suficientes para resolver questões matemáticas e do cotidiano sobre os tópicos
deste programa....................................................................................................................................................................................................................01
RACIOCÍNIO LÓGICO

OS CONETIVOS “E”, “OU”, “NÃO”, “SE... ENTÃO...”, “SE E SOMENTE SE”;


OS QUANTIFICADORES “PARA TODO”, “EXISTE” E SUAS VARIAÇÕES; AS
NEGAÇÕES. AS RELAÇÕES DE “IGUAL”, “MAIOR”, “MENOR”, “MAIOR OU
IGUAL”, “MENOR OU IGUAL” E SUAS VARIAÇÕES. CONJUNTOS; AS RELAÇÕES
DE PERTINÊNCIA, INCLUSÃO E IGUALDADE; OPERAÇÕES ENTRE CONJUNTOS,
UNIÃO, INTERSEÇÃO E DIFERENÇA. OS PRINCIPAIS CONJUNTOS NUMÉRICOS;
INTERVALOS E SEMI-RETAS; FAIXAS E MARGENS NUMÉRICAS (DE RENDA,
ETÁRIA, DE ERRO E OUTRAS); PRAZOS (DE VALIDADE, TOLERÂNCIA E
OUTROS); LIMITES (DE CARGA, VELOCIDADE E OUTROS); COMPARAÇÕES
(DE CUSTOS, DURAÇÃO, OUTRAS); CONTAGEM, MEDIÇÃO, AVALIAÇÃO E
QUANTIFICAÇÃO; ÍNDICES E TAXAS (PERCENTUAIS, POR MIL, OUTRAS).
RACIOCÍNIO LÓGICO-DEDUTIVO E RECURSOS MATEMÁTICOS EM NÍVEL
ELEMENTAR E MÉDIO SUFICIENTES PARA RESOLVER QUESTÕES MATEMÁTICAS
E DO COTIDIANO SOBRE OS TÓPICOS DESTE PROGRAMA

Estruturas lógicas

1. Proposição
Proposição ou sentença é um termo utilizado para exprimir ideias, através de um conjunto de palavras ou símbolos.
Este conjunto descreve o conteúdo dessa ideia.
São exemplos de proposições:
p: Pedro é médico.
q: 5 > 8
r: Luíza foi ao cinema ontem à noite.

2. Princípios fundamentais da lógica


Princípio da Identidade: A é A. Uma coisa é o que é. O que é, é; e o que não é, não é. Esta formulação remonta a
Parménides de Eleia.
Principio da não contradição: Uma proposição não pode ser verdadeira e falsa, ao mesmo tempo.
Principio do terceiro excluído: Uma alternativa só pode ser verdadeira ou falsa.

3. Valor lógico 
Considerando os princípios citados acima, uma proposição é classificada como verdadeira ou falsa.
Sendo assim o valor lógico será:
- a verdade (V), quando se trata de uma proposição verdadeira.
- a falsidade (F), quando se trata de uma proposição falsa.

4. Conectivos lógicos 
Conectivos lógicos são palavras usadas para conectar as proposições formando novas sentenças.
Os principais conectivos lógicos são: 

~ não
∧ e
V Ou
→  se…então
↔ se e somente se

5. Proposições simples e compostas


As proposições simples são assim caracterizadas por apresentarem apenas uma ideia. São indicadas pelas letras mi-
núsculas: p, q, r, s, t...
As proposições compostas são assim caracterizadas por apresentarem mais de uma proposição conectadas pelos co-
nectivos lógicos. São indicadas pelas letras maiúsculas: P, Q, R, S, T...

1
RACIOCÍNIO LÓGICO

Obs: A notação Q(r, s, t), por exemplo, está indicando 7. O conectivo não e a negação
que a proposição composta Q é formada pelas proposi- O conectivo não e a negação de uma proposição p é
ções simples r, s e t. outra proposição que tem como valor lógico V se p for fal-
Exemplo: sa e F se p é verdadeira. O símbolo ~p (não p) representa a
Proposições simples: negação de p com a seguinte tabela-verdade: 
p: Meu nome é Raissa 
q: São Paulo é a maior cidade brasileira  P ~P
r: 2+2=5 
V F
s: O número 9 é ímpar 
t: O número 13 é primo F V

Proposições compostas  Exemplo:


P: O número 12 é divisível por 3 e 6 é o dobro de 12. 
Q: A raiz quadrada de 9 é 3 e 24 é múltiplo de 3.  p = 7 é ímpar 
R(s, t): O número 9 é ímpar e o número 13 é primo. ~p = 7 não é ímpar 

6. Tabela-Verdade P ~P
A tabela-verdade é usada para determinar o valor lógi- V F
co de uma proposição composta, sendo que os valores das
proposições simples já são conhecidos. Pois o valor lógico q = 24 é múltiplo de 5 
da proposição composta depende do valor lógico da pro- ~q = 24 não é múltiplo de 5 
posição simples. 
A seguir vamos compreender como se constrói essas q ~q
tabelas-verdade partindo da árvore das possibilidades dos
valores lógicos das preposições simples, e mais adiante ve- F V
remos como determinar o valor lógico de uma proposição
composta. 8. O conectivo e e a conjunção
O conectivo e e a conjunção  de duas proposi-
Proposição composta do tipo P(p, q) ções  p  e q  é outra proposição que tem como valor lógi-
co V se p e q forem verdadeiras, e F em outros casos. O
símbolo p Λ q (p e q) representa a conjunção, com a se-
guinte tabela-verdade: 

P q pΛq
V V V
V F F
F V F
Proposição composta do tipo P(p, q, r) F F F

Exemplo

p = 2 é par 
q = o céu é rosa
p Λ q = 2 é par e o céu é rosa 

P q pΛq
Proposição composta do tipo P(p, q, r, s)  V F F
A tabela-verdade possui 24  = 16 linhas e é formada
igualmente as anteriores. p = 9 < 6 
q = 3 é par
p Λ q: 9 < 6 e 3 é par 

Proposição composta do tipo P(p1, p2, p3,..., pn) P q pΛq


A tabela-verdade possui 2n  linhas e é formada igual-
F F F
mente as anteriores.

2
RACIOCÍNIO LÓGICO

9. O conectivo ou e a disjunção
O conectivo ou e a disjunção de duas proposições p e q é outra proposição que tem como valor lógico V se alguma
das proposições for verdadeira e F se as duas forem falsas. O símbolo p ∨ q (p ou q) representa a disjunção, com a seguinte
tabela-verdade: 

P q pVq
V V V
V F V
F V V
F F F
Exemplo:
p = 2 é par 
q = o céu é rosa 
p ν q = 2 é par ou o céu é rosa 

P q pVq
V F V

10. O conectivo se… então… e a condicional


A condicional se p então q é outra proposição que tem como valor lógico F se p é verdadeira e q é falsa. O símbo-
lo p → q representa a condicional, com a seguinte tabela-verdade: 

P q p→q
V V V
V F F
F V V
F F V

Exemplo:
P: 7 + 2 = 9 
Q: 9 – 7 = 2 
p → q: Se 7 + 2 = 9 então 9 – 7 = 2 

P q p→q
V V V

p = 7 + 5 < 4 
q = 2 é um número primo 
p → q: Se 7 + 5 < 4 então 2 é um número primo. 

P q p→q
F V V

p = 24 é múltiplo de 3 q = 3 é par 


p → q: Se 24 é múltiplo de 3 então 3 é par. 

P q p→q
V F F

3
RACIOCÍNIO LÓGICO

p = 25 é múltiplo de 2 
q = 12 < 3 
p → q: Se 25 é múltiplo de 2 então 2 < 3. 

P q p→q
F F V

11. O conectivo se e somente se e a bicondicional


A bicondicional p se e somente se q é outra proposição que tem como valor lógico V se p e q forem ambas verdadeiras
ou ambas falsas, e F nos outros casos. 
O símbolo     representa a bicondicional, com a seguinte tabela-verdade: 

P q p↔q
V V V
V F F
F V F
F F V

Exemplo

p = 24 é múltiplo de 3 
q = 6 é ímpar  
= 24 é múltiplo de 3 se, e somente se, 6 é ímpar. 

P q p↔q
V F F

12. Tabela-Verdade de uma proposição composta

Exemplo
Veja como se procede a construção de uma tabela-verdade da proposição composta P(p, q) = ((p ⋁ q) → (~p)) → (p ⋀
q), onde p e q são duas proposições simples.
Resolução
Uma tabela-verdade de uma proposição do tipo P(p, q) possui 24 = 4 linhas, logo: 

p q pVq ~p (p V p)→(~p) pΛq ((p V p)→(~p))→(p Λ q)


V V          
V F          
F V          
F F          

Agora veja passo a passo a determinação dos valores lógicos de P.

a) Valores lógicos de p ν q

p q pVq ~p (p V p)→(~p) pΛq ((p V p)→(~p))→(p Λ q)


V V V        
V F V        
F V V        
F F F        

4
RACIOCÍNIO LÓGICO

b) Valores lógicos de ~P

p q pVq ~p (p V p)→(~p) pΛq ((p V p)→(~p))→(p Λ q)


V V V F      
V F V F      
F V V V      
F F F V      
c) Valores lógicos de (p V p)→(~p)

p q pVq ~p (p V p)→(~p) pΛq ((p V p)→(~p))→(p Λ q)


V V V F F    
V F V F F    
F V V V V    
F F F V V    
d) Valores lógicos de p Λ q

p q pVq ~p (p V p)→(~p) pΛq ((p V p)→(~p))→(p Λ q)


V V V F F V  
V F V F F F  
F V V V V F  
F F F V V F  
e) Valores lógicos de ((p V p)→(~p))→(p Λ q)

p q pVq ~p (p V p)→(~p) pΛq ((p V p)→(~p))→(p Λ q)


V V V F F V V
V F V F F F V
F V V V V F F
F F F V V F F

13. Tautologia
Uma proposição composta formada por duas ou mais proposições p, q, r, ... será dita uma Tautologia se ela for sempre
verdadeira, independentemente dos valores lógicos das proposições p, q, r, ... que a compõem.

Exemplos:
• Gabriela passou no concurso do INSS ou Gabriela não passou no concurso do INSS
• Não é verdade que o professor Zambeli parece com o Zé gotinha ou o professor Zambeli parece com o Zé gotinha.
Ao invés de duas proposições, nos exemplos temos uma única proposição, afirmativa e negativa. Vamos entender isso
melhor.
Exemplo:
Grêmio cai para segunda divisão ou o Grêmio não cai para segunda divisão
Vamos chamar a primeira proposição de “p” a segunda de “~p” e o conetivo de “V”
Assim podemos representar a “frase” acima da seguinte forma: p V ~p
Exemplo
A proposição p ∨ (~p) é uma tautologia, pois o seu valor lógico é sempre V, conforme a tabela-verdade. 

p ~P pVq
V F V
F V V

5
RACIOCÍNIO LÓGICO

Exemplo Diferenciação dos símbolos → e ⇒


A proposição (p Λ q) → (p  q) é uma tautologia, pois a O símbolo  →  representa uma operação matemática
última coluna da tabela-verdade só possui V.  entre as proposições P e Q que tem como resultado a pro-
posição P → Q, com valor lógico V ou F.
p q pΛq p↔q (p Λ q)→(p↔q) O símbolo  ⇒  representa a não ocorrência de  VF na
tabela-verdade de P → Q, ou ainda que o valor lógico da
V V V V V
condicional P → Q será sempre V, ou então que P → Q é
V F F F V uma tautologia. 
F V F F V
F F F V V Exemplo
A tabela-verdade da condicional (p Λ q) → (p ↔ q) será: 
14. Contradição
Uma proposição composta formada por duas ou mais p q pΛq P↔Q (p Λ q)→(P↔Q)
proposições p, q, r, ... será dita uma contradição se ela for
sempre falsa, independentemente dos valores lógicos das V V V V V
proposições p, q, r, ... que a compõem
Exemplos: V F F F V
• O Zorra total é uma porcaria e Zorra total não é uma F V F F V
porcaria
• Suelen mora em Petrópolis e Suelen não mora em F F F V V
Petrópolis
Ao invés de duas proposições, nos exemplos temos Portanto,  (p Λ q)  → (p  ↔ q)  é uma tautologia, por
uma única proposição, afirmativa e negativa. Vamos en- isso (p Λ q) ⇒ (p ↔q)
tender isso melhor.
Exemplo: 17. Equivalência lógica
Lula é o presidente do Brasil e Lula não é o presidente
do Brasil
Definição
Vamos chamar a primeira proposição de “p” a segunda
de “~p” e o conetivo de “^” Há equivalência entre as proposições  P e Q somen-
Assim podemos representar a “frase” acima da seguin- te quando a bicondicional  P  ↔  Q  for uma tautologia ou
te forma: p ^ ~p quando P e Q tiverem a mesma tabela-verdade. P ⇔ Q (P
é equivalente a Q) é o símbolo que representa a equiva-
Exemplo lência lógica. 
A proposição  (p Λ q) Λ (p Λ q)  é uma contradição,
pois o seu valor lógico é sempre F conforme a tabela-ver- Diferenciação dos símbolos ↔ e ⇔
dade. Que significa que uma proposição não pode ser falsa O símbolo ↔ representa uma operação entre as propo-
e verdadeira ao mesmo tempo, isto é, o princípio da não sições P e Q, que tem como resultado uma nova proposi-
contradição. ção P ↔ Q com valor lógico V ou F.
O símbolo  ⇔  representa a não ocorrência de VF e
p ~P q Λ (~q) de FV na tabela-verdade P ↔ Q, ou ainda que o valor lógi-
V F F co de P ↔ Q é sempre V, ou então P ↔ Q é uma tautologia.
F V F
Exemplo
A tabela da bicondicional (p → q) ↔ (~q → ~p) será: 
15. Contingência
Quando uma proposição não é tautológica nem contra
válida, a chamamos de contingência ou proposição contin- p q ~q ~p p→q (p→q)↔(~q→~p)
gente ou proposição indeterminada. V V F F V V V
A contingência ocorre quando há tanto valores V como
F na última coluna da tabela-verdade de uma proposição. V F V F F F V
Exemplos: P∧Q , P∨Q , P→Q ... F V F V V V V
F F V V V V V
16. Implicação lógica

Definição Portanto,  p  →  q  é equivalente a  ~q  →  ~p, pois estas


A proposição P implica a proposição Q, quando a con- proposições possuem a mesma tabela-verdade ou a bicon-
dicional P → Q for uma tautologia. dicional (p → q) ↔ (~q → ~p) é uma tautologia.
O símbolo P ⇒ Q (P implica Q) representa a implica- Veja a representação:
ção lógica.  (p → q) ⇔ (~q → ~p)

6
RACIOCÍNIO LÓGICO

EQUIVALÊNCIAS LOGICAS NOTÁVEIS entre as tabelas-verdade. Fica como exercício para casa
estas demonstrações. As equivalências da condicional são
Dizemos que duas proposições são logicamente equi- as seguintes:
valentes (ou simplesmente equivalentes) quando os resul-
tados de suas tabelas-verdade são idênticos. 1) Se p então q = Se não q então não p.
Uma consequência prática da equivalência lógica é que Ex: Se chove então me molho = Se não me molho en-
ao trocar uma dada proposição por qualquer outra que lhe tão não chove
seja equivalente, estamos apenas mudando a maneira de
dizê-la. 2) Se p então q = Não p ou q.
A equivalência lógica entre duas proposições, p e q, Ex: Se estudo então passo no concurso = Não estudo
pode ser representada simbolicamente como: p q, ou sim- ou passo no concurso
plesmente por p = q. Colocando estes resultados em uma tabela, para aju-
Começaremos com a descrição de algumas equivalên- dar a memorização, teremos:
cias lógicas básicas.

Equivalências Básicas

1. p e p = p
Ex: André é inocente e inocente = André é inocente
Equivalências com o Símbolo da Negação
2. p ou p = p Este tipo de equivalência já foi estudado. Trata-se, tão
Ex: Ana foi ao cinema ou ao cinema = Ana foi ao cine- somente, das negações das proposições compostas! Lem-
ma bremos:
3. p e q = q e p
Ex: O cavalo é forte e veloz = O cavalo é veloz e forte

4. p ou q = q ou p
Ex: O carro é branco ou azul = O carro é azul ou bran-
co

5. p ↔ q = q ↔ p
Ex: Amo se e somente se vivo = Vivo se e somente se
amo.

6. p ↔ q = (pq) e (qp) É possível que surja alguma dúvida em relação a úl-


Ex: Amo se e somente se vivo = Se amo então vivo, e tima linha da tabela acima. Porém, basta lembrarmos do
se vivo então amo que foi aprendido:

Para facilitar a memorização, veja a tabela abaixo: p↔q = (pq) e (qp)

(Obs: a BICONDICIONAL tem esse nome: porque equi-


vale a duas condicionais!)
Para negar a bicondicional, teremos na verdade que
negar a sua conjunção equivalente.
E para negar uma conjunção, já sabemos, nega-se as
duas partes e troca-se o E por OU. Fica para casa a de-
monstração da negação da bicondicional. Ok?

Outras equivalências
Algumas outras equivalências que podem ser relevan-
tes são as seguintes:

1) p e (p ou q) = p
Ex: Paulo é dentista, e Paulo é dentista ou Pedro é mé-
Equivalências da Condicional dico = Paulo é dentista

As duas equivalências que se seguem são de funda- 2) p ou (p e q) = p


mental importância. Estas equivalências podem ser veri- Ex: Paulo é dentista, ou Paulo é dentista e Pedro é mé-
ficadas, ou seja, demonstradas, por meio da comparação dico = Paulo é dentista

7
RACIOCÍNIO LÓGICO

Por meio das tabelas-verdade estas equivalências po- C) Pedro não é o mais velho da classe e Jorge não é o
dem ser facilmente demonstradas. mais novo da classe.
Para auxiliar nossa memorização, criaremos a tabela D) Pedro não é o mais novo da classe e Jorge não é o
seguinte: mais velho da classe.
E) Pedro é o mais novo da classe ou Jorge é o mais
novo da classe.

p v q= Pedro é o mais velho da classe ou Jorge é o mais


novo da classe.
~p=Pedro não é o mais velho da classe.
NEGAÇAO DE PROPOSIÇÕES COMPOSTAS ~q=Jorge não é o mais novo da classe.
~(p v q)=~p v ~q= Pedro não é o mais velho da classe
ou Jorge não é o mais novo da classe.

3. (PC-MA - Farmacêutico Legista - FGV/2012)


Em frente à casa onde moram João e Maria, a prefeitu-
ra está fazendo uma obra na rua. Se o operário liga a brita-
deira, João sai de casa e Maria não ouve a televisão. Certo
dia, depois do almoço, Maria ouve a televisão.
Pode-se concluir, logicamente, que
Questoes comentadas: A) João saiu de casa.
B) João não saiu de casa.
1. (PROCERGS - Técnico de Nível Médio - Técnico em C) O operário ligou a britadeira.
Segurança do Trabalho - FUNDATEC/2012) A proposição D) O operário não ligou a britadeira.
“João comprou um carro novo ou não é verdade que João E) O operário ligou a britadeira e João saiu de casa.
comprou um carro novo e não fez a viagem de férias.” é: “Se o operário liga a britadeira, João sai de casa e Ma-
A) um paradoxo. ria não ouve a televisão”, logo se Maria ouve a televisão, a
B) um silogismo. britadeira não pode estar ligada.
C) uma tautologia.
D) uma contradição. (TJ-AC - Técnico Judiciário - Informática - CESPE/2012)
E) uma contingência. Em decisão proferida acerca da prisão de um réu, de-
pois de constatado pagamento de pensão alimentícia, o
Tautologia é uma proposição composta cujo resultado magistrado determinou: “O réu deve ser imediatamente
é sempre verdadeiro para todas as atribuições que se têm, solto, se por outro motivo não estiver preso”.
independentemente dessas atribuições. Considerando que a determinação judicial correspon-
Rodrigo, posso estar errada, mas ao construir a tabela- de a uma proposição e que a decisão judicial será conside-
verdade com a proposição que você propôs não vamos ter rada descumprida se, e somente se, a proposição corres-
uma tautologia, mas uma contingência. pondente for falsa, julgue os itens seguintes.
A proposição a ser utilizada aqui seria a seguinte: P v
~(P ^ ~Q), que, ao construirmos a tabela-verdade ficaria 4. Se o réu permanecer preso, mesmo não havendo
da seguinte forma: outro motivo para estar preso, então, a decisão judicial terá
sido descumprida.
A) Certo
PV B) Errado
P Q ~Q (P/\~Q)
~(P/\~Q) A decisão judicial é “O réu deve ser imediatamente sol-
V V F F V V to, se por outro motivo não estiver preso”, logo se o réu
continuar preso sem outro motivo para estar preso, será
V F V V F V descumprida a decisão judicial.
F V F F V V
5. Se o réu for imediatamente solto, mesmo havendo
F F V F V V outro motivo para permanecer preso, então, a decisão ju-
dicial terá sido descumprida.
2. (PM-BA - Soldado da Polícia Militar - FCC /2012) A) Certo
A negação lógica da proposição: “Pedro é o mais velho B) Errado
da classe ou Jorge é o mais novo da classe” é
A) Pedro não è o mais novo da classe ou Jorge não é o P = se houver outro motivo
mais velho da classe. Q = será solto
B) Pedro é o mais velho da classe e Jorge não é o mais A decisão foi: Se não P então Q, logo VV = V
novo da classe. A questão afirma: Se P então Q, logo FV = V

8
RACIOCÍNIO LÓGICO

Não contrariou, iria contrariar se a questão resultasse A negação de uma condicional do tipo: “Se A, então B”
V+F=F (AB) será da forma:
6. As proposições “Se o réu não estiver preso por outro ~(A B) A^ ~B
motivo, deve ser imediatamente solto” e “Se o réu não for Ou seja, para negarmos uma proposição composta re-
imediatamente solto, então, ele está preso por outro moti- presentada por uma condicional, devemos confirmar sua
vo” são logicamente equivalentes. primeira parte (“A”), trocar o conectivo condicional (“”) pelo
conectivo conjunção (“^”) e negarmos sua segunda parte
A) Certo (“~ B”). Assim, teremos:
B) Errado RESPOSTA: “B”.

O réu não estiver preso por outro motivo = ~P 10. (ANVISA - TÉCNICO ADMINISTRATIVO - CE-
Deve ser imediatamente solto = S TRO/2012) Se Viviane não dança, Márcia não canta. Logo,
Se o réu não estiver preso por outro motivo, deve ser A) Viviane dançar é condição suficiente para Márcia
imediatamente solto=P S cantar.
Se o réu não for imediatamente solto, então, ele está B) Viviane não dançar é condição necessária para Már-
preso por outro motivo = ~SP cia não cantar.
De acordo com a regra de equivalência (A B) = (~B ~A) C) Viviane dançar é condição necessária para Márcia
a questão está correta. cantar.
D) Viviane não dançar é condição suficiente para Már-
7. A negação da proposição relativa à decisão judicial cia cantar.
estará corretamente representada por “O réu não deve ser E) Viviane dançar é condição necessária para Márcia
imediatamente solto, mesmo não estando preso por outro não cantar.
motivo”.
A) Certo Inicialmente, reescreveremos a condicional dada na
B) Errado forma de condição suficiente e condição necessária:

“Se Viviane não dança, Márcia não canta”


“O réu deve ser imediatamente solto, se por outro
motivo não estiver preso” está no texto, assim:
1ª possibilidade: Viviane não dançar é condição su-
P = “Por outro motivo não estiver preso”
ficiente para Márcia não cantar. Não há RESPOSTA: para
Q = “O réu deve ser imediatamente solto”
essa possibilidade.
PQ, a negação ~(P Q) = P e ~Q
P e ~Q = Por outro motivo estiver preso o réu não deve
2ª possibilidade: Márcia não cantar é condição neces-
ser imediatamente solto” sária para Viviane não dançar.. Não há RESPOSTA: para
essa possibilidade.
8. (Polícia Civil/SP - Investigador – VUNESP/2014) Um Não havendo RESPOSTA: , modificaremos a condicio-
antropólogo estadunidense chega ao Brasil para aperfei- nal inicial, transformando-a em outra condicional equiva-
çoar seu conhecimento da língua portuguesa. Durante sua lente, nesse caso utilizaremos o conceito da contrapositiva
estadia em nosso país, ele fica muito intrigado com a frase ou contra posição: pq ~q ~p
“não vou fazer coisa nenhuma”, bastante utilizada em nos- “Se Viviane não dança, Márcia não canta” “Se Márcia
sa linguagem coloquial. A dúvida dele surge porque canta, Viviane dança”
A) a conjunção presente na frase evidencia seu signi- Transformando, a condicional “Se Márcia canta, Viviane
ficado. dança” na forma de condição suficiente e condição neces-
B) o significado da frase não leva em conta a dupla sária, obteremos as seguintes possibilidades:
negação. 1ª possibilidade: Márcia cantar é condição suficiente
C) a implicação presente na frase altera seu significado. para Viviane dançar. Não há RESPOSTA: para essa possi-
D) o significado da frase não leva em conta a disjunção. bilidade.
E) a negação presente na frase evidencia seu signifi- 2ª possibilidade: Viviane dançar é condição necessária
cado. para Márcia cantar.
~(~p) é equivalente a p RESPOSTA: “C”.
Logo, uma dupla negação é equivalente a afirmar.
RESPOSTA: “B”. 11. (BRDE - ANALISTA DE SISTEMAS - AOCP/2012)
Considere a sentença: “Se Ana é professora, então Camila é
9. (Receita Federal do Brasil – Analista Tributário - médica.” A proposição equivalente a esta sentença é
ESAF/2012) A negação da proposição “se Paulo estuda, en- A) Ana não é professora ou Camila é médica.
tão Marta é atleta” é logicamente equivalente à proposição: B) Se Ana é médica, então Camila é professora.
A) Paulo não estuda e Marta não é atleta. C) Se Camila é médica, então Ana é professora.
B) Paulo estuda e Marta não é atleta. D) Se Ana é professora, então Camila não é médica.
C) Paulo estuda ou Marta não é atleta. E) Se Ana não é professora, então Camila não é médica.
D) se Paulo não estuda, então Marta não é atleta. Existem duas equivalências particulares em relação a
E) Paulo não estuda ou Marta não é atleta. uma condicional do tipo “Se A, então B”.

9
RACIOCÍNIO LÓGICO

1ª) Pela contrapositiva ou contraposição: “Se A, então B” é equivalente a “Se ~B, então ~A”
“Se Ana é professora, então Camila é médica.” Será equivalente a:
“Se Camila não é médica, então Ana não é professora.”

2ª) Pela Teoria da Involução ou Dupla Negação: “Se A, então B” é equivalente a “~A ou B”
“Se Ana é professora, então Camila é médica.” Será equivalente a:
“Ana não é professora ou Camila é médica.”
Ficaremos, então, com a segunda equivalência, já que esta configura no gabarito.
RESPOSTA: “A”.

(PC/DF – Agente de Polícia - CESPE/UnB/2013) Considerando que P e Q representem proposições conhecidas e que V
e F representem, respectivamente, os valores verdadeiro e falso, julgue os próximos itens. (374 a 376)

12. (PC/DF – Agente de Polícia - CESPE/UnB/2013) (PC/DF – Agente de Polícia - CESPE/UnB/2013) As proposições Q e
P (¬ Q) são, simultaneamente, V se, e somente se, P for F.
( )Certo ( ) Errado

Observando a tabela-verdade da proposição composta “P (¬ Q)”, em função dos valores lógicos de “P” e “Q”, temos:

P Q ¬Q P→(¬Q)
V V F F
V F V V
F V F V
F F V V

Observando-se a 3 linha da tabela-verdade acima, ―Q‖ e ―P ® (¬ Q) são, simultaneamente, V se, e somente se, ―P‖
for F.
Resposta: CERTO.

13. (PC/DF – Agente de Polícia - CESPE/UnB/2013) A proposição [PvQ]Q é uma tautologia.


( )Certo ( ) Errado

Construindo a tabela-verdade da proposição composta: [P Ú Q] ® Q, teremos como solução:

(p^~q)↔(~p
P Q Pv Q (Pv Q)→Q
v q)
V V V V→V V
V F V V→F F
F V V V→V V
F F F F→F V

P(P;Q) = VFVV
Portanto, essa proposição composta é uma contingência ou indeterminação lógica.
Resposta: ERRADO.

14. (PC/DF – Agente de Polícia - CESPE/UnB/2013) Se P for F e P v Q for V, então Q é V.


( )Certo ( ) Errado

Lembramos que uma disjunção simples, na forma: “P vQ”, será verdadeira (V) se, pelo menos, uma de suas partes for
verdadeira (V). Nesse caso, se “P” for falsa e “PvQ” for verdadeira, então “Q” será, necessariamente, verdadeira.
Resposta: CERTO.

(PC/DF – Agente de Polícia - CESPE/UnB/2013)


P1: Se a impunidade é alta, então a criminalidade é alta.

10
RACIOCÍNIO LÓGICO

P2: A impunidade é alta ou a justiça é eficaz. cessariamente, verdadeira (V). Lembramos que, uma disjun-
P3: Se a justiça é eficaz, então não há criminosos livres. ção simples será considerada verdadeira (V), quando, pelo
P4: Há criminosos livres. menos, uma de suas partes for verdadeira (V).
C: Portanto a criminalidade é alta. Sendo verdadeira (V) a proposição simples ―a impu-
Considerando o argumento apresentado acima, em nidade é alta‖, então, confirmaremos também como ver-
que P1, P2, P3 e P4 são as premissas e C, a conclusão, jul- dadeira (V), a 1ª parte da condicional representada pela
gue os itens subsequentes. (377 e 378) premissa P1.

15. (PC/DF – Agente de Polícia - CESPE/UnB/2013) O


argumento apresentado é um argumento válido.
( )Certo ( ) Errado

Verificaremos se as verdades das premissas P1, P2, P3


e P4 sustentam a verdade da conclusão. Nesse caso, de-
vemos considerar que todas as premissas são, necessaria-
mente, verdadeiras.
P1: Se a impunidade é alta, então a criminalidade é alta.
(V)
P2: A impunidade é alta ou a justiça é eficaz. (V)
P3: Se a justiça é eficaz, então não há criminosos livres.
(V)
P4: Há criminosos livres. (V)
Portanto, se a premissa P4 – proposição simples – é ver- Considerando-se como verdadeira (V) a 1ª parte da
dadeira (V), então a 2ª parte da condicional representada condicional em P1, então, deveremos considerar também
pela premissa P3 será considerada falsa (F). Então, veja: como verdadeira (V), sua 2ª parte, pois uma verdade sem-
pre implica em outra verdade.
Considerando a proposição simples ―a criminalidade
é alta‖ como verdadeira (V), logo a conclusão desse argu-
mento é, de fato, verdadeira (V), o que torna esse argumen-
to válido.
Resposta: CERTO.

16. (PC/DF – Agente de Polícia - CESPE/UnB/2013) A


negação da proposição P1 pode ser escrita como “Se a im-
Sabendo-se que a condicional P3 é verdadeira e co-
punidade não é alta, então a criminalidade não é alta”.
nhecendo-se o valor lógico de sua 2ª parte como falsa (F),
( )Certo ( ) Errado
então o valor lógico de sua 1ª parte nunca poderá ser ver-
dadeiro (V). Assim, a proposição simples ―a justiça é eficaz‖
será considerada falsa (F). Seja P1 representada simbolicamente, por:
Se a proposição simples ―a justiça é eficaz‖ é conside- A impunidade não é alta(p) então a criminalidade não
rada falsa (F), então a 2ª parte da disjunção simples repre- é alta(q)
sentada pela premissa P2, também, será falsa (F). A negação de uma condicional é dada por:
~(pq)
Logo, sua negação será dada por: ~P1 a impunidade é
alta e a criminalidade não é alta.
Resposta:ERRADO.

LÓGICA DE ARGUMENTAÇÃO

ARGUMENTO

Argumento é uma relação que associa um conjunto de


proposições (p1, p2, p3,... pn), chamadas premissas ou hipó-
Sendo verdadeira (V) a premissa P2 (disjunção simples) teses, e uma proposição C chamada conclusão. Esta relação
e conhecendo-se o valor lógico de uma das partes como é tal que a estrutura lógica das premissas acarretam ou tem
falsa (F), então o valor lógico da outra parte deverá ser, ne- como consequência a proposição C (conclusão).

11
RACIOCÍNIO LÓGICO

O argumento pode ser representado da seguinte for- EXEMPLO:


ma: Todo ser humano têm mãe.
Todos os homens são humanos.
Todos os homens têm mãe.

2) O argumento será INDUTIVO quando suas premis-


sas não fornecerem o “apoio completo” para ratificar as
conclusões. Portanto, nos argumentos indutivos, a conclu-
são possui informações que ultrapassam as fornecidas nas
premissas. Sendo assim, não se aplica, então, a definição
de argumentos válidos ou não válidos para argumentos
indutivos.

EXEMPLO:
EXEMPLOS: O Flamengo é um bom time de futebol.
1. Todos os cariocas são alegres. O Palmeiras é um bom time de futebol.
    Todas as pessoas alegres vão à praia O Vasco é um bom time de futebol.
    Todos os cariocas vão à praia. O Cruzeiro é um bom time de futebol.
2. Todos os cientistas são loucos. Todos os times brasileiros de futebol são bons.
    Einstein é cientista. Note que não podemos afirmar que todos os times
    Einstein é louco! brasileiros são bons sabendo apenas que 4 deles são bons.
Nestes exemplos temos o famoso silogismo categórico Exemplo: (FCC)  Considere que as seguintes afirma-
de forma típica ou simplesmente silogismo. Os silogismos ções são verdadeiras:
são os argumentos que têm somente duas premissas e mais
“Toda criança gosta de passear no Metrô de São Paulo.”
a conclusão, e utilizam os termos: todo, nenhum e algum,
em sua estrutura. “Existem crianças que são inteligentes.”
Assim sendo, certamente é verdade que:
ANALOGIAS (A) Alguma criança inteligente não gosta de passear
no Metrô de São Paulo.
A analogia é uma das melhores formas para utilizar o (B) Alguma criança que gosta de passear no Metrô de
raciocínio. Nesse tipo de raciocínio usa-se a comparação São Paulo é inteligente.
de uma situação conhecida com uma desconhecida. Uma (C) Alguma criança não inteligente não gosta de pas-
analogia depende de três situações: sear no Metrô de São Paulo.
• os fundamentos precisam ser verdadeiros e im- (D) Toda criança que gosta de passear no Metrô de
portantes; São Paulo é inteligente.
• a quantidade de elementos parecidos entre as (E) Toda criança inteligente não gosta de passear no
situações deve ser significativo; Metrô de São Paulo.
• não pode existir conflitos marcantes.

INFERÊNCIAS SOLUÇÃO:
Representando as proposições na forma de conjuntos
A indução está relacionada a diversos casos pequenos (diagramas lógicos – ver artigo sobre diagramas lógicos)
que chegam a uma conclusão geral. Nesse sentido pode- teremos:
mos definir também a indução fraca e a indução forte. Essa “Toda criança gosta de passear no Metrô de São Paulo.”
indução forte ocorre quando não existe grandes chances “Existem crianças que são inteligentes.”
de que um caso discorde da premissa geral. Já a fraca re-
fere-se a falta de sustentabilidade de um conceito ou con-
clusão.

DEDUÇÕES

ARGUMENTOS DEDUTIVOS E INDUTIVOS


Os argumentos podem ser classificados em dois ti-
pos: Dedutivos e Indutivos.

1) O argumento será DEDUTIVO quando suas premis- Pelo gráfico, observamos claramente que se todas as
sas fornecerem informações suficientes para comprovar a crianças gostam de passear no metrô e existem crianças
veracidade da conclusão, isto é, o argumento é dedutivo inteligentes, então alguma criança que gosta de passear
quando a conclusão é completamente derivada das pre- no Metrô de São Paulo é inteligente. Logo, a alternativa
missas. correta é a opção B.

12
RACIOCÍNIO LÓGICO

CONCLUSÕES Argumento Inválido


Dizemos que um argumento é inválido, quando a ver-
VALIDADE DE UM ARGUMENTO dade das premissas não é suficiente para garantir a verda-
Uma proposição é verdadeira ou falsa. No caso de de da conclusão, ou seja, quando a conclusão não é uma
um argumento dedutivo diremos que ele é válido ou in- consequência obrigatória das premissas.
válido. Atente-se para o fato que todos os  argumentos
indutivos são inválidos, portanto não há de se falar em Exemplo: (CESPE) É válido o seguinte argumento: Se
validade de argumentos indutivos. Ana cometeu um crime perfeito, então Ana não é suspeita,
A validade é uma propriedade dos argumentos que mas (e) Ana não cometeu um crime perfeito, então Ana é
depende apenas da forma (estrutura lógica) das suas pro- suspeita.
posições (premissas e conclusões) e não do seu conteúdo.
SOLUÇÃO:
Argumento Válido Representando as premissas do enunciado na forma
Um argumento será válido quando a sua conclusão é de diagramas lógicos (ver artigo sobre diagramas lógicos),
uma consequência obrigatória de suas premissas. Em ou- obteremos:
tras palavras, podemos dizer que quando um argumento Premissas:
é válido, a verdade de suas premissas deve garantir a ver- “Se Ana cometeu um crime perfeito, então Ana não é
dade da conclusão do argumento. Isso significa que, se o suspeita” = “Toda pessoa que comete um crime perfeito
argumento é válido, jamais poderemos chegar a uma con- não é suspeita”. 
clusão falsa quando as premissas forem verdadeiras. “Ana não cometeu um crime perfeito”.
 Conclusão:
Exemplo: (CESPE) Suponha um argumento no qual as “Ana é suspeita”. (Não se “desenha” a conclusão, ape-
premissas sejam as proposições I e II abaixo. nas as premissas!)
I - Se uma mulher está desempregada, então, ela é in-
feliz.
II - Se uma mulher é infeliz, então, ela vive pouco.
Nesse caso, se a conclusão for a proposição “Mulhe-
res desempregadas vivem pouco”, tem-se um argumento
correto.

SOLUÇÃO:
Se representarmos na forma de diagramas lógicos (ver
artigo sobre diagramas lógicos), para facilitar a resolução,
teremos:
   I - Se uma mulher está desempregada, então, ela é
infeliz. = Toda mulher desempregada é infeliz.
   II - Se uma mulher é infeliz, então, ela vive pouco. = O fato do enunciado ter falado apenas que “Ana não
Toda mulher infeliz vive pouco. cometeu um crime perfeito”, não nos diz se ela é suspeita
ou não. Por isso temos duas possibilidades (ver bonecos).
Logo, a questão está errada, pois não podemos afirmar,
com certeza, que Ana é suspeita. Logo, o argumento é in-
válido.

EXERCICIOS:

(TJ-AC - Analista Judiciário - Conhecimentos Bási-


cos - Cargos 1 e 2 - CESPE/2012) (10 a 13)

Considerando que as proposições lógicas sejam re-


presentadas por letras maiúsculas, julgue os próximos
itens, relativos a lógica proposicional e de argumenta-
ção.
Com isso, qualquer mulher que esteja no conjunto das
desempregadas (ver boneco), automaticamente estará no 1. A expressão é uma tautologia.
conjunto das mulheres que vivem pouco. Portanto, se a A) Certo
conclusão for a proposição “Mulheres desempregadas vi- B) Errado
vem pouco”, tem-se um argumento correto (correto = vá-
lido!). Resposta: B.

13
RACIOCÍNIO LÓGICO

Fazendo a tabela verdade:

(P→Q)
P Q P→Q [(P→Q) V P]→Q
VP

V V V V V

V F F V V

F V V V V

F F F F F

Portanto não é uma tautologia.


A) Certo
2. As proposições “Luiz joga basquete porque Luiz é B) Errado
alto” e “Luiz não é alto porque Luiz não joga basquete”
são logicamente equivalentes. Resposta: A.
A) Certo Fazendo a tabela verdade:
B) Errado
Resposta: A. P Q R (P→Q)^(~R)
São equivalentes por que “Luiz não é alto porque Luiz
não joga basquete” nega as duas partes da proposição, a V V V F
deixando equivalente a primeira. V V F V
V F V F
3. A sentença “A justiça e a lei nem sempre andam
pelos mesmos caminhos” pode ser representada sim- V F F F
bolicamente por PΛQ, em que as proposições P e Q são F V V F
convenientemente escolhidas. F V F V
A) Certo
B) Errado F F V F
F F F V
Resposta: B.
Não, pois ^ representa o conectivo “e”, e o “e” é usado TJ-AC - Técnico Judiciário - Informática - CES-
para unir A justiça E a lei, e “A justiça” não pode ser con- PE/2012)
siderada uma proposição, pois não pode ser considerada
verdadeira ou falsa.

4. Considere que a tabela abaixo representa as


primeiras colunas da tabela-verdade da proposição

Logo, a coluna abaixo representa a última coluna


dessa tabela-verdade.

14
RACIOCÍNIO LÓGICO

Com base na situação descrita acima, julgue o item a seguir.

5. O argumento cujas premissas correspondem às quatro afirmações do jornalista e cuja conclusão é “Pedro não
disputará a eleição presidencial da República” é um argumento válido.
A) Certo
B) Errado
Resposta: A.

Argumento válido é aquele que pode ser concluído a partir das premissas, considerando que as premissas são verda-
deiras então tenho que:
Se João for eleito prefeito ele disputará a presidência;
Se João disputar a presidência então Pedro não vai disputar;
Se João não for eleito prefeito se tornará presidente do partido e não apoiará a candidatura de Pedro à presidência;
Se o presidente do partido não apoiar Pedro ele não disputará a presidência.

(PRF - Nível Superior - Conhecimentos Básicos - Todos os Cargos - CESPE/2012)


Um jovem, visando ganhar um novo smartphone no dia das crianças, apresentou à sua mãe a seguinte argu-
mentação: “Mãe, se tenho 25 anos, moro com você e papai, dou despesas a vocês e dependo de mesada, então eu
não ajo como um homem da minha idade. Se estou há 7 anos na faculdade e não tenho capacidade para assumir
minhas responsabilidades, então não tenho um mínimo de maturidade. Se não ajo como um homem da minha
idade, sou tratado como criança. Se não tenho um mínimo de maturidade, sou tratado como criança. Logo, se sou
tratado como criança, mereço ganhar um novo smartphone no dia das crianças”.
Com base nessa argumentação, julgue os itens a seguir..

6. A proposição “Se estou há 7 anos na faculdade e não tenho capacidade para assumir minhas responsabilida-
des, então não tenho um mínimo de maturidade” é equivalente a “Se eu tenho um mínimo de maturidade, então
não estou há 7 anos na faculdade e tenho capacidade para assumir minhas responsabilidades”.
A) Certo
B) Errado

Resposta: B.
Equivalência de Condicional: P -> Q = ~ Q -> ~ P 
Negação de Proposição: ~ (P ^ Q)  =  ~ P v ~ Q 

P Q R ¬P ¬Q ¬R P^¬Q (P^¬Q) → ¬R ¬P^Q R→ (¬P^Q)


V V V F F F F V F F
V V F F F V F V F V
V F V F V F V F F F
V F F F V V V V F V
F V V V F F F V V V
F V F V F V F V V V
F F V V V F F V F F
F F F V V V F V F V

Portanto não são equivalentes.

7. Considere as seguintes proposições: “Tenho 25 anos”, “Moro com você e papai”, “Dou despesas a vocês” e
“Dependo de mesada”. Se alguma dessas proposições for falsa, também será falsa a proposição “Se tenho 25 anos,
moro com você e papai, dou despesas a vocês e dependo de mesada, então eu não ajo como um homem da minha
idade”.
A) Certo
B) Errado

Resposta: A.
(A^B^C^D) E
Ora, se A ou B ou C ou D estiver falsa como afirma o enunciado, logo torna a primeira parte da condicional falsa, (visto
que trata-se da conjunção) tornando- a primeira parte da condicional falsa, logo toda a proposição se torna verdadeira.

15
RACIOCÍNIO LÓGICO

8. A proposição “Se não ajo como um homem da minha idade, sou tratado como criança, e se não tenho um
mínimo de maturidade, sou tratado como criança” é equivalente a “Se não ajo como um homem da minha idade ou
não tenho um mínimo de maturidade, sou tratado como criança”.
A) Certo
B) Errado

Resposta: A.
A = Se não ajo como um homem da minha idade,
B = sou tratado como criança,
C= se não tenho um mínimo de maturidade

A B C ~A  ~C (~A → B) (~C → B) (~A v ~ C) (~A→ B) ^ (~ C→ B) (~A v ~ C)→ B


V V V F F V V F V V
V V F F V V V V V V
V F V F F V V F V V
V F F F V V F V F F
F V V V F V V V V V
F V F V V V V V V V
F F V V F F V V F F
F F F V V F F V F F

De acordo com a tabela verdade são equivalentes.

Diagramas Lógicos

Os diagramas lógicos são usados na resolução de vários problemas. Uma situação que esses diagramas poderão ser
usados, é na determinação da quantidade de elementos que apresentam uma determinada característica.

Assim, se num grupo de pessoas há 43 que dirigem carro, 18 que dirigem moto e 10 que dirigem carro e moto. Ba-
seando-se nesses dados, e nos diagramas lógicos poderemos saber: Quantas pessoas têm no grupo ou quantas dirigem
somente carro ou ainda quantas dirigem somente motos. Vamos inicialmente montar os diagramas dos conjuntos que re-
presentam os motoristas de motos e motoristas de carros. Começaremos marcando quantos elementos tem a intersecção
e depois completaremos os outros espaços.

Marcando o valor da intersecção, então iremos subtraindo esse valor da quantidade de elementos dos conjuntos A e
B. A partir dos valores reais, é que poderemos responder as perguntas feitas.

16
RACIOCÍNIO LÓGICO

Na região V, teremos: 250 - 40 -30 - 65 = 115 elemen-


tos.
Na região VI, teremos: 200 - 40 - 25 - 65 = 70 elemen-
tos.

Dessa forma, o diagrama figura preenchido com os se-


guintes elementos:

a) Temos no grupo: 8 + 10 + 33 = 51 motoristas.


b) Dirigem somente carros 33 motoristas.
c) Dirigem somente motos 8 motoristas.
No caso de uma pesquisa de opinião sobre a preferên-
cia quanto à leitura de três jornais. A, B e C, foi apresentada
a seguinte tabela:

Jornais Leitores
A 300 Com essa distribuição, poderemos notar que 205 pes-
B 250 soas leem apenas o jornal A. Verificamos que 500 pessoas
não leem o jornal C, pois é a soma 205 + 30 + 115 + 150.
C 200
Notamos ainda que 700 pessoas foram entrevistadas, que
AeB 70 é a soma 205 + 30 + 25 + 40 + 115 + 65 + 70 + 150.
AeC 65
Diagrama de Euler
BeC 105
A, B e C 40 Um diagrama de Euler é similar a um diagrama de
Nenhum 150 Venn, mas não precisa conter todas as zonas (onde uma
zona é definida como a área de intersecção entre dois ou
Para termos os valores reais da pesquisa, vamos inicial- mais contornos). Assim, um diagrama de Euler pode definir
mente montar os diagramas que representam cada con- um universo de discurso, isto é, ele pode definir um sistema
junto. A colocação dos valores começará pela intersecção no qual certas intersecções não são possíveis ou conside-
dos três conjuntos e depois para as intersecções duas a radas. Assim, um diagrama de Venn contendo os atributos
duas e por último às regiões que representam cada con- para Animal, Mineral e quatro patas teria que conter inter-
junto individualmente. Representaremos esses conjuntos secções onde alguns estão em ambos animal, mineral e de
dentro de um retângulo que indicará o conjunto universo quatro patas. Um diagrama de Venn, consequentemente,
da pesquisa. mostra todas as possíveis combinações ou conjunções.

Diagramas de Euler consistem em curvas simples fe-


chadas (geralmente círculos) no plano que mostra os con-
juntos. Os tamanhos e formas das curvas não são impor-
tantes: a significância do diagrama está na forma como
Fora dos diagramas teremos 150 elementos que não eles se sobrepõem. As relações espaciais entre as regiões
são leitores de nenhum dos três jornais. delimitadas por cada curva (sobreposição, contenção ou
Na região I, teremos: 70 - 40 = 30 elementos. nenhuma) correspondem relações teóricas (subconjunto
Na região II, teremos: 65 - 40 = 25 elementos. interseção e disjunção). Cada curva de Euler divide o plano
Na região III, teremos: 105 - 40 = 65 elementos. em duas regiões ou zonas estão: o interior, que representa
Na região IV, teremos: 300 - 40 - 30 - 25 = 205 ele- simbolicamente os elementos do conjunto, e o exterior, o
mentos. que representa todos os elementos que não são membros

17
RACIOCÍNIO LÓGICO

do conjunto. Curvas cujos interiores não se cruzam repre- das interseções X1 X2 ... Xn, onde cada Xi é o interior ou o
sentam conjuntos disjuntos. Duas curvas cujos interiores exterior de Ci, é não-vazia, em outras palavras, se todas as
se interceptam representam conjuntos que têm elemen- curvas se intersectam de todas as maneiras possíveis. Se,
tos comuns, a zona dentro de ambas as curvas representa além disso, cada uma dessas regiões é conexa e há apenas
o conjunto de elementos comuns a ambos os conjuntos um número finito de pontos de interseção entre as curvas,
(intersecção dos conjuntos). Uma curva que está contido então C é um diagrama de Venn para n conjuntos.
completamente dentro da zona interior de outro represen- Nos casos mais simples, os diagramas são representa-
ta um subconjunto do mesmo. dos por círculos que se encobrem parcialmente. As partes
Os Diagramas de Venn são uma forma mais restritiva referidas em um enunciado específico são marcadas com
de diagramas de Euler. Um diagrama de Venn deve con- uma cor diferente. Eventualmente, os círculos são repre-
ter todas as possíveis zonas de sobreposição entre as suas sentados como completamente inseridos dentro de um
curvas, representando todas as combinações de inclusão / retângulo, que representa o conjunto universo daquele
exclusão de seus conjuntos constituintes, mas em um dia- particular contexto (já se buscou a existência de um con-
grama de Euler algumas zonas podem estar faltando. Essa junto universo que pudesse abranger todos os conjuntos
falta foi o que motivou Venn a desenvolver seus diagramas. possíveis, mas Bertrand Russell mostrou que tal tarefa era
Existia a necessidade de criar diagramas em que pudessem impossível). A ideia de conjunto universo é normalmente
ser observadas, por meio de suposição, quaisquer relações atribuída a Lewis Carroll. Do mesmo modo, espaços inter-
entre as zonas não apenas as que são “verdadeiras”. nos comuns a dois ou mais conjuntos representam a sua
Os diagramas de Euler (em conjunto com os de Venn) intersecção, ao passo que a totalidade dos espaços perten-
são largamente utilizados para ensinar a teoria dos con- centes a um ou outro conjunto indistintamente representa
juntos no campo da matemática ou lógica matemática no sua união.
campo da lógica. Eles também podem ser utilizados para John Venn desenvolveu os diagramas no século XIX,
representar relacionamentos complexos com mais clareza, ampliando e formalizando desenvolvimentos anteriores
já que representa apenas as relações válidas. Em estudos de Leibniz e Euler. E, na década de 1960, eles foram incor-
mais aplicados esses diagramas podem ser utilizados para porados ao currículo escolar de matemática. Embora seja
provar / analisar silogismos que são argumentos lógicos simples construir diagramas de Venn para dois ou três con-
para que se possa deduzir uma conclusão. juntos, surgem dificuldades quando se tenta usá-los para
um número maior. Algumas construções possíveis são de-
Diagramas de Venn vidas ao próprio John Venn e a outros matemáticos como
Anthony W. F. Edwards, Branko Grünbaum e Phillip Smith.
Designa-se por diagramas de Venn os diagramas usa- Além disso, encontram-se em uso outros diagramas simila-
dos em matemática para simbolizar graficamente proprie- res aos de Venn, entre os quais os de Euler, Johnston, Pierce
dades, axiomas e problemas relativos aos conjuntos e sua e Karnaugh.
teoria. Os respectivos diagramas consistem de curvas fe-
chadas simples desenhadas sobre um plano, de forma a Dois Conjuntos: considere-se o seguinte exemplo: su-
simbolizar os conjuntos e permitir a representação das re- ponha-se que o conjunto A representa os animais bípedes
lações de pertença entre conjuntos e seus elementos (por e o conjunto B representa os animais capazes de voar. A
exemplo, 4 ∉ {3,4,5}, mas 4 ∉ {1,2,3,12}) e relações área onde os dois círculos se sobrepõem, designada por
de continência (inclusão) entre os conjuntos (por exemplo, intersecção A e B ou intersecção A-B, conteria todas as
{1, 3} ⊂ {1, 2, 3, 4}). Assim, duas curvas que não se to- criaturas que ao mesmo tempo podem voar e têm apenas
cam e estão uma no espaço interno da outra simbolizam duas pernas motoras.
conjuntos que possuem continência; ao passo que o ponto
interno a uma curva representa um elemento pertencente
ao conjunto.
Os diagramas de Venn são construídos com coleções
de curvas fechadas contidas em um plano. O interior des-
sas curvas representa, simbolicamente, a coleção de ele-
mentos do conjunto. De acordo com Clarence Irving Lewis,
o “princípio desses diagramas é que classes (ou conjuntos)
sejam representadas por regiões, com tal relação entre si Considere-se agora que cada espécie viva está repre-
que todas as relações lógicas possíveis entre as classes sentada por um ponto situado em alguma parte do dia-
possam ser indicadas no mesmo diagrama. Isto é, o dia- grama. Os humanos e os pinguins seriam marcados dentro
grama deixa espaço para qualquer relação possível entre do círculo A, na parte dele que não se sobrepõe com o
as classes, e a relação dada ou existente pode então ser círculo B, já que ambos são bípedes mas não podem voar.
definida indicando se alguma região em específico é vazia Os mosquitos, que voam mas têm seis pernas, seriam re-
ou não-vazia”. Pode-se escrever uma definição mais formal presentados dentro do círculo B e fora da sobreposição. Os
do seguinte modo: Seja C = (C1, C2, ... Cn) uma coleção de canários, por sua vez, seriam representados na intersecção
curvas fechadas simples desenhadas em um plano. C é uma A-B, já que são bípedes e podem voar. Qualquer animal
família independente se a região formada por cada uma que não fosse bípede nem pudesse voar, como baleias ou

18
RACIOCÍNIO LÓGICO

serpentes, seria marcado por pontos fora dos dois círculos. pela união de A e B. Já os animais que voam e não possuem
Assim, o diagrama de dois conjuntos representa quatro duas patas mais os que não voam e possuem duas patas,
áreas distintas (a que fica fora de ambos os círculos, a parte seriam representados pela diferença simétrica entre A e B.
de cada círculo que pertence a ambos os círculos (onde há Estes exemplos são mostrados nas imagens a seguir, que
sobreposição), e as duas áreas que não se sobrepõem, mas incluem também outros dois casos.
estão em um círculo ou no outro):
- Animais que possuem duas pernas e não voam (A
sem sobreposição).
- Animais que voam e não possuem duas pernas (B
sem sobreposição).
- Animais que possuem duas pernas e voam (sobre-
posição).
- Animais que não possuem duas pernas e não voam União de dois conjuntos: A B
(branco - fora).

Essas configurações são representadas, respectiva-


mente, pelas operações de conjuntos: diferença de A para
B, diferença de B para A, intersecção entre A e B, e con-
junto complementar de A e B. Cada uma delas pode ser
representada como as seguintes áreas (mais escuras) no
diagrama: Diferença Simétrica de dois conjuntos: A B

Complementar de A em U: AC = U \ A
Diferença de A para B: A\B

Complementar de B em U: BC = U \ B
Diferença de B para A: B\A
Três Conjuntos: Na sua apresentação inicial, Venn fo-
cou-se sobretudo nos diagramas de três conjuntos. Alar-
gando o exemplo anterior, poderia-se introduzir o conjun-
to C dos animais que possuem bico. Neste caso, o diagra-
ma define sete áreas distintas, que podem combinar-se de
256 (28) maneiras diferentes, algumas delas ilustradas nas
imagens seguintes.
Intersecção de dois conjuntos: AB

Complementar de dois conjuntos: U \ (AB)

Além disso, essas quatro áreas podem ser combinadas


de 16 formas diferentes. Por exemplo, pode-se perguntar
sobre os animais que voam ou tem duas patas (pelo menos Diagrama de Venn mostrando todas as intersecções
uma das características); tal conjunto seria representado possíveis entre A, B e C.

19
RACIOCÍNIO LÓGICO

está perfeitamente correto afirmar que “alguns de meus


colegas estão me elogiando”, mesmo que todos eles es-
tejam. Dizer que Algum A é B é logicamente equivalente a
dizer que Algum B é A. Também, as seguintes expressões
são equivalentes: Algum A é B = Pelo menos um A é B =
Existe um A que é B.
Proposições da forma Algum A não é B estabelecem
que o conjunto A tem pelo menos um elemento que não
União de três conjuntos: A B C pertence ao conjunto B. Temos as seguintes equivalências:
Algum A não é B = Algum A é não B = Algum não B é A.
Mas não é equivalente a Algum B não é A. Nas proposições
categóricas, usam-se também as variações gramaticais dos
verbos ser e estar, tais como é, são, está, foi, eram, ..., como
elo de ligação entre A e B.

- Todo A é B = Todo A não é não B.


- Algum A é B = Algum A não é não B.
- Nenhum A é B = Nenhum A não é não B.
Intersecção de três conjuntos: A B C - Todo A é não B = Todo A não é B.
- Algum A é não B = Algum A não é B.
- Nenhum A é não B = Nenhum A não é B.
- Nenhum A é B = Todo A é não B.
- Todo A é B = Nenhum A é não B.
- A negação de Todo A é B é Algum A não é B (e vice-
versa).
- A negação de Algum A é B é Nenhum A não é B (e
vice-versa).

A \ (B C) Verdade ou Falsidade das Proposições Categóricas

Dada a verdade ou a falsidade de qualquer uma das


proposições categóricas, isto é, de Todo A é B, Nenhum
A é B, Algum A é B e Algum A não é B, pode-se inferir de
imediato a verdade ou a falsidade de algumas ou de todas
as outras.

1. Se a proposição Todo A é B é verdadeira, então te-


mos as duas representações possíveis:
(B C) \ A
1 2
Proposições Categóricas B

- Todo A é B A = B
A
- Nenhum A é B
- Algum A é B e
- Algum A não é B
Nenhum A é B. É falsa.
Proposições do tipo Todo A é B afirmam que o con- Algum A é B. É verdadeira.
junto A é um subconjunto do conjunto B. Ou seja: A está Algum A não é B. É falsa.
contido em B. Atenção: dizer que Todo A é B não significa o
mesmo que Todo B é A. Enunciados da forma Nenhum A é 2. Se a proposição Nenhum A é B é verdadeira, então
B afirmam que os conjuntos A e B são disjuntos, isto é, não temos somente a representação:
tem elementos em comum. Atenção: dizer que Nenhum A
é B é logicamente equivalente a dizer que Nenhum B é A.
Por convenção universal em Lógica, proposições da
forma Algum A é B estabelecem que o conjunto A tem pelo A B
menos um elemento em comum com o conjunto B. Con-
tudo, quando dizemos que Algum A é B, pressupomos que
nem todo A é B. Entretanto, no sentido lógico de algum,

20
RACIOCÍNIO LÓGICO

Todo A é B. É falsa. (A) “Nenhum livro é instrutivo” é uma proposição ne-


Algum A é B. É falsa. cessariamente verdadeira.
Algum A não é B. É verdadeira. (B) “Algum livro é instrutivo” é uma proposição neces-
sariamente verdadeira.
3. Se a proposição Algum A é B é verdadeira, temos as (C) “Algum livro não é instrutivo” é uma proposição
quatro representações possíveis: verdadeira ou falsa.
(D) “Algum livro é instrutivo” é uma proposição verda-
deira ou falsa.
(E) “Algum livro não é instrutivo” é uma proposição ne-
cessariamente verdadeira.

03. Dos 500 músicos de uma Filarmônica, 240 tocam


instrumentos de sopro, 160 tocam instrumentos de corda e
60 tocam esses dois tipos de instrumentos. Quantos músi-
cos desta Filarmônica tocam:
(A) instrumentos de sopro ou de corda?
(B) somente um dos dois tipos de instrumento?
(C) instrumentos diferentes dos dois citados?

Nenhum A é B. É falsa. 04. (TTN - ESAF) Se é verdade que “Alguns A são R” e


Todo A é B. Pode ser verdadeira (em 3 e 4) ou falsa (em que “Nenhum G é R”, então é necessariamente verdadeiro
1 e 2). que:
Algum A não é B. Pode ser verdadeira (em 1 e 2) ou (A) algum A não é G;
falsa (em 3 e 4) – é indeterminada. (B) algum A é G.
(C) nenhum A é G;
4. Se a proposição Algum A não é B é verdadeira, te- (D) algum G é A;
mos as três representações possíveis: (E) nenhum G é A;

05. Em uma classe, há 20 alunos que praticam futebol


mas não praticam vôlei e há 8 alunos que praticam vôlei
mas não praticam futebol. O total dos que praticam vôlei é
15. Ao todo, existem 17 alunos que não praticam futebol.
O número de alunos da classe é:
(A) 30.
(B) 35.
3
(C) 37.
A B (D) 42.
(E) 44.

06. Um colégio oferece a seus alunos a prática de um


Todo A é B. É falsa. ou mais dos seguintes esportes: futebol, basquete e vôlei.
Nenhum A é B. Pode ser verdadeira (em 3) ou falsa (em Sabe-se que, no atual semestre:
1 e 2 – é indeterminada). - 20 alunos praticam vôlei e basquete.
Algum A é B. Ou falsa (em 3) ou pode ser verdadeira - 60 alunos praticam futebol e 55 praticam basquete.
(em 1 e 2 – é indeterminada). - 21 alunos não praticam nem futebol nem vôlei.
- o número de alunos que praticam só futebol é idênti-
QUESTÕES co ao número de alunos que praticam só vôlei.
- 17 alunos praticam futebol e vôlei.
01. Represente por diagrama de Venn-Euler - 45 alunos praticam futebol e basquete; 30, entre os
(A) Algum A é B 45, não praticam vôlei.
(B) Algum A não é B O número total de alunos do colégio, no atual semes-
(C) Todo A é B tre, é igual a:
(D) Nenhum A é B (A) 93
(B) 110
02. (Especialista em Políticas Públicas Bahia - FCC) Con- (C) 103
siderando “todo livro é instrutivo” como uma proposição (D) 99
verdadeira, é correto inferir que: (E) 114

21
RACIOCÍNIO LÓGICO

07. Numa pesquisa, verificou-se que, das pessoas en-


trevistadas, 100 liam o jornal X, 150 liam o jornal Y, 20 liam (D)
os dois jornais e 110 não liam nenhum dos dois jornais.
Quantas pessoas foram entrevistadas?
(A) 220
(B) 240
(C) 280 02. Resposta “B”.
(D) 300
(E) 340

08. Em uma entrevista de mercado, verificou-se que


2.000 pessoas usam os produtos C ou D. O produto D é
usado por 800 pessoas e 320 pessoas usam os dois produ-
tos ao mesmo tempo. Quantas pessoas usam o produto C?
(A) 1.430 A opção A é descartada de pronto: “nenhum livro é
(B) 1.450 instrutivo” implica a total dissociação entre os diagramas.
(C) 1.500 E estamos com a situação inversa. A opção “B” é perfeita-
(D) 1.520 mente correta. Percebam como todos os elementos do dia-
(E) 1.600 grama “livro” estão inseridos no diagrama “instrutivo”. Res-
ta necessariamente perfeito que algum livro é instrutivo.
09. Sabe-se que o sangue das pessoas pode ser classi-
ficado em quatro tipos quanto a antígenos. Em uma pes- 03. Seja C o conjunto dos músicos que tocam instru-
quisa efetuada num grupo de 120 pessoas de um hospital, mentos de corda e S dos que tocam instrumentos de so-
constatou-se que 40 delas têm o antígeno A, 35 têm o an- pro. Chamemos de F o conjunto dos músicos da Filarmô-
tígeno B e 14 têm o antígeno AB. Com base nesses dados, nica. Ao resolver este tipo de problema faça o diagrama,
quantas pessoas possuem o antígeno O? assim você poderá visualizar o problema e sempre comece
(A) 50
a preencher os dados de dentro para fora.
(B) 52
(C) 59
(D) 63 Passo 1: 60 tocam os dois instrumentos, portanto, após
(E) 65 fazermos o diagrama, este número vai no meio.
Passo 2:
10. Em uma universidade são lidos dois jornais, A e B. a)160 tocam instrumentos de corda. Já temos 60. Os
Exatamente 80% dos alunos leem o jornal A e 60% leem o que só tocam corda são, portanto 160 - 60 = 100
jornal B. Sabendo que todo aluno é leitor de pelo menos b) 240 tocam instrumento de sopro. 240 - 60 = 180
um dos jornais, encontre o percentual que leem ambos os
jornais. Vamos ao diagrama, preenchemos os dados obtidos
(A) 40% acima:
(B) 45%
(C) 50%
(D) 60%
(E) 65%
100 60 180
Respostas

01.

(A) Com o diagrama completamente preenchido, fica fá-


cil achara as respostas: Quantos músicos desta Filarmônica
tocam:
a) instrumentos de sopro ou de corda? Pelos dados do
problema: 100 + 60 + 180 = 340
(B) b) somente um dos dois tipos de instrumento? 100 +
180 = 280
c) instrumentos diferentes dos dois citados? 500 - 340
= 160

(C) 04. Esta questão traz, no enunciado, duas proposições


categóricas:
- Alguns A são R
- Nenhum G é R

22
RACIOCÍNIO LÓGICO

Devemos fazer a representação gráfica de cada uma Teste da alternativa “C” (Nenhum A é G). Observando
delas por círculos para ajudar-nos a obter a resposta corre- os desenhos dos círculos, verificamos que, para o desenho
ta. Vamos iniciar pela representação do Nenhum G é R, que de A que está mais a esquerda, esta alternativa não é ver-
é dada por dois círculos separados, sem nenhum ponto em dadeira, isto é, tem elementos em A que estão em G. Pelo
comum. mesmo motivo a alternativa “E” não é correta. Portanto, a
resposta é a alternativa “A”.

05. Resposta “E”.

Como já foi visto, não há uma representação gráfica


única para a proposição categórica do Alguns A são R, mas
geralmente a representação em que os dois círculos se in-
terceptam (mostrada abaixo) tem sido suficiente para re-
solver qualquer questão.
n = 20 + 7 + 8 + 9
n = 44

06. Resposta “D”.

n(FeB) = 45 e n(FeB -V) = 30 → n(FeBeV) = 15


Agora devemos juntar os desenhos das duas propo- n(FeV) = 17 com n(FeBeV) = 15 → n(FeV - B) = 2
sições categóricas para analisarmos qual é a alternativa n(F) = n(só F) + n(FeB-V) + n(FeV -B) + n(FeBeV)
correta. Como a questão não informa sobre a relação en- 60 = n(só F) + 30 + 2 + 15 → n(só F) = 13
tre os conjuntos A e G, então teremos diversas maneiras
de representar graficamente os três conjuntos (A, G e R). n(sóF) = n(sóV) = 13
A alternativa correta vai ser aquela que é verdadeira para n(B) = n(só B) + n(BeV) + n(BeF-V) → n(só B) = 65 - 20
quaisquer dessas representações. Para facilitar a solução – 30 = 15
da questão não faremos todas as representações gráficas n(nem F nem B nem V) = n(nem F nem V) - n(solo B)
possíveis entre os três conjuntos, mas sim, uma (ou algu- = 21- 15 = 6
mas) representação(ões) de cada vez e passamos a analisar
qual é a alternativa que satisfaz esta(s) representação(ões), Total = n(B) + n(só F) + n(só V) + n(Fe V - B) + n(nemF
se tivermos somente uma alternativa que satisfaça, então nemB nemV) = 65 + 13 + 13 + 2 + 6 = 99.
já achamos a resposta correta, senão, desenhamos mais
outra representação gráfica possível e passamos a testar
somente as alternativas que foram verdadeiras. Tomemos
agora o seguinte desenho, em que fazemos duas represen-
tações, uma em que o conjunto A intercepta parcialmente
o conjunto G, e outra em que não há intersecção entre eles.

07. Resposta “E”.

Teste das alternativas: A B


Teste da alternativa “A” (algum A não é G). Observando
os desenhos dos círculos, verificamos que esta alternativa 110
é verdadeira para os dois desenhos de A, isto é, nas duas 80 20 130 +
representações há elementos em A que não estão em G.
Passemos para o teste da próxima alternativa.
Teste da alternativa “B” (algum A é G). Observando os
desenhos dos círculos, verificamos que, para o desenho de Começamos resolvendo pelo que é comum: 20 alunos
A que está mais a direita, esta alternativa não é verdadeira, gostam de ler os dois.
isto é, tem elementos em A que não estão em G. Pelo mes- Leem somente A: 100 – 20 = 80
mo motivo a alternativa “D” não é correta. Passemos para Leem somente B: 150 – 20 = 130
a próxima. Totaliza: 80 + 20 + 130 + 110 = 340 pessoas.

23
RACIOCÍNIO LÓGICO

08. Resposta “D”. Em Geometria, por exemplo, os pontos são indicados


por letras maiúsculas e as retas (que são conjuntos de
A B
pontos) por letras minúsculas.
Outro conceito fundamental é o de relação de
1200 320 480 pertinência que nos dá um relacionamento entre um
elemento e um conjunto.

Se x é um elemento de um conjunto A, escreveremos


Somente B: 800 – 320 = 480 x∈ A
Usam A = total – somente B = 2000 – 480 = 1520. Lê-se: x é elemento de A ou x pertence a A.

09. Resposta “C”. Se x não é um elemento de um conjunto A, escreveremos


A B x∉ A
Lê-se x não é elemento de A ou x não pertence a A.
+ 59
26 14 21 Como representar um conjunto
Pela designação de seus elementos: Escrevemos os
elementos entre chaves, separando os por vírgula.
Começa-se resolvendo pelo AB, então somente A = 40
– 14 = 26 e somente B = 35 – 14 = 21. Exemplos
Somando-se A, B e AB têm-se 61, então o O são 120 –
61 = 59 pessoas. - {3, 6, 7, 8} indica o conjunto formado pelos elementos
3, 6, 7 e 8.
10. Resposta “A”. {a; b; m} indica o conjunto constituído pelos elementos
- Jornal A → 0,8 – x a, b e m.
- Jornal B → 0,6 – x {1; {2; 3}; {3}} indica o conjunto cujos elementos são 1,
- Intersecção → x {2; 3} e {3}.
Pela propriedade de seus elementos: Conhecida
Então fica:
uma propriedade P que caracteriza os elementos de um
(0,8 - x) + (0,6 - x) + x = 1 conjunto A, este fica bem determinado.
- x + 1,4 = 1 P termo “propriedade P que caracteriza os elementos
- x = - 0,4 de um conjunto A” significa que, dado um elemento x
x = 0,4. qualquer temos:
Assim sendo, o conjunto dos elementos x que possuem
Resposta “40% dos alunos leem ambos os jornais”. a propriedade P é indicado por:
{x, tal que x tem a propriedade P}
Conjuntos
Uma vez que “tal que” pode ser denotado por t.q. ou |
É uma reunião, agrupamento de pessoas, seres ou ob-
ou ainda :, podemos indicar o mesmo conjunto por:
jetos. Dá a ideia de coleção.
{x, t . q . x tem a propriedade P} ou, ainda,
Conjuntos Primitivos {x : x tem a propriedade P}
Os conceitos de conjunto, elemento e pertinência são
primitivos, ou seja, não são definidos. Exemplos
Um cacho de bananas, um cardume de peixes ou uma
porção de livros são todos exemplos de conjuntos. - { x, t.q. x é vogal } é o mesmo que {a, e, i, o, u}
Conjuntos, como usualmente são concebidos, têm - {x | x é um número natural menor que 4 } é o mesmo
elementos. Um elemento de um conjunto pode ser uma que {0, 1, 2, 3}
banana, um peixe ou um livro. Convém frisar que um - {x : x em um número inteiro e x2 = x } é o mesmo que
conjunto pode ele mesmo ser elemento de algum outro
{0, 1}
conjunto.
Por exemplo, uma reta é um conjunto de pontos; um
feixe de retas é um conjunto onde cada elemento (reta) é Pelo diagrama de Venn-Euler: O diagrama de Venn-
também conjunto (de pontos). Euler consiste em representar o conjunto através de um
Em geral indicaremos os conjuntos pelas letras “círculo” de tal forma que seus elementos e somente eles
maiúsculas A, B, C, ..., X, e os elementos pelas letras estejam no “círculo”.
minúsculas a, b, c, ..., x, y, ..., embora não exista essa Exemplos
obrigatoriedade. - Se A = {a, e, i, o, u} então

24
RACIOCÍNIO LÓGICO

Simbolicamente
x ∈ A ⇔ {x} ⊂ A
x ∉ A ⇔ {x} ⊄ A

Igualdade

Sejam A e B dois conjuntos. Dizemos que A é igual a B


e indicamos por A = B se, e somente se, A é subconjunto de
- Se B = {0, 1, 2, 3 }, então B e B é também subconjunto de A.
Simbolicamente: A = B ⇔ A ⊂ B e B ⊂ A
Demonstrar que dois conjuntos A e B são iguais
equivale, segundo a definição, a demonstrar que A ⊂ B
e B ⊂ A.
Segue da definição que dois conjuntos são iguais se, e
somente se, possuem os mesmos elementos.
Portanto A ≠ B significa que A é diferente de B. Portanto
A ≠ B se, e somente se, A não é subconjunto de B ou B não
Conjunto Vazio é subconjunto de A. Simbolicamente: A ≠ B ⇔ A ⊄ B ou
B⊄A
Conjunto vazio é aquele que não possui elementos.
Representa-se pela letra do alfabeto norueguês 0/ ou, Exemplos
simplesmente { }.
Simbolicamente: ∀ x, x ∉ 0/ - {2,4} = {4,2}, pois {2,4} ⊂ {4,2} e {4,2} ⊂ {2,4}. Isto nos
mostra que a ordem dos elementos de um conjunto não
Exemplos deve ser levada em consideração. Em outras palavras, um
conjunto fica determinado pelos elementos que o mesmo
- 0/ = {x : x é um número inteiro e 3x = 1} possui e não pela ordem em que esses elementos são
- 0/ = {x | x é um número natural e 3 – x = 4} descritos.
- 0/ = {x | x ≠ x} - {2,2,2,4} = {2,4}, pois {2,2,2,4} ⊂ {2,4} e {2,4} ⊂
Subconjunto
{2,2,2,4}. Isto nos mostra que a repetição de elementos é
desnecessária.
Sejam A e B dois conjuntos. Se todo elemento de A é
- {a,a} = {a}
também elemento de B, dizemos que A é um subconjunto
- {a,b = {a} ⇔ a= b
de B ou A é a parte de B ou, ainda, A está contido em B e
- {1,2} = {x,y} ⇔ (x = 1 e y = 2) ou (x = 2 e y = 1)
indicamos por A ⊂ B.
Simbolicamente: A ⊂ B ⇔ ( ∀ x)(x ∈ ∀ ⇒ x ∈ B)
Conjunto das partes
Portanto, A ⊄ B significa que A não é um subconjunto
Dado um conjunto A podemos construir um novo
de B ou A não é parte de B ou, ainda, A não está contido
em B. conjunto formado por todos os subconjuntos (partes) de A.
Por outro lado, A ⊄ B se, e somente se, existe, pelo Esse novo conjunto chama-se conjunto dos subconjuntos
menos, um elemento de A que não é elemento de B. (ou das partes) de A e é indicado por P(A).
Simbolicamente: A ⊄ B ⇔ ( ∃ x)(x ∈ A e x ∉ B) Simbolicamente: P(A)={X | X ⊂ A} ou X ⊂ P(A) ⇔ X ⊂
A
Exemplos
Exemplos
- {2 . 4} ⊂ {2, 3, 4}, pois 2 ∈ {2, 3, 4} e 4 ∈ {2, 3, 4}
- {2, 3, 4} ⊄ {2, 4}, pois 3 ∉ {2, 4} a) = {2, 4, 6}
- {5, 6} ⊂ {5, 6}, pois 5 ∈ {5, 6} e 6 ∈ {5, 6} P(A) = { 0/ , {2}, {4}, {6}, {2,4}, {2,6}, {4,6}, A}

Inclusão e pertinência b) = {3,5}


P(B) = { 0/ , {3}, {5}, B}
A definição de subconjunto estabelece um
relacionamento entre dois conjuntos e recebe o nome de c) = {8}
relação de inclusão ( ⊂ ). P(C) = { 0/ , C}
A relação de pertinência ( ∈ ) estabelece um
relacionamento entre um elemento e um conjunto e, d) = 0/
portanto, é diferente da relação de inclusão. P(D) = { 0/ }

25
RACIOCÍNIO LÓGICO

Propriedades Número de Elementos da União e da Intersecção de


Conjuntos
Seja A um conjunto qualquer e 0/ o conjunto vazio.
Valem as seguintes propriedades Dados dois conjuntos A e B, como vemos na figura
abaixo, podemos estabelecer uma relação entre os
respectivos números de elementos.
0/ ≠( 0/ ) 0/ ∉ 0/ 0/ ⊂ 0/ 0/ ∈ { 0/ }
0/ ⊂ A ⇔ 0/ ∈ P(A) A ⊂ A ⇔ A ∈ P(A)
Se A tem n elementos então A possui 2n subconjuntos
e, portanto, P(A) possui 2n elementos.

União de conjuntos
A união (ou reunião) dos conjuntos A e B é o conjunto
formado por todos os elementos que pertencem a A ou a
B. Representa-se por A ∪ B.
Simbolicamente: A 4 ∉BN = {X | X ∈ A ou X ∈ B}

Note que ao subtrairmos os elementos comuns


evitamos que eles sejam contados duas vezes.

Observações:

a) Se os conjuntos A e B forem disjuntos ou se mesmo


um deles estiver contido no outro, ainda assim a relação
Exemplos dada será verdadeira.
b) Podemos ampliar a relação do número de elementos
- {2,3} ∪ {4,5,6}={2,3,4,5,6}
para três ou mais conjuntos com a mesma eficiência.
- {2,3,4} ∪ {3,4,5}={2,3,4,5}
- {2,3} ∪ {1,2,3,4}={1,2,3,4}
- {a,b} ∪ φ {a,b} Observe o diagrama e comprove.

Intersecção de conjuntos

A intersecção dos conjuntos A e B é o conjunto formado


por todos os elementos que pertencem, simultaneamente,
a A e a B. Representa-se por A ∩ B. Simbolicamente: A ∩ B
= {X | X ∈ A ou X ∈ B}

Exemplos
Subtração
- {2,3,4} ∩ {3,5}={3}
- {1,2,3} ∩ {2,3,4}={2,3} A diferença entre os conjuntos A e B é o conjunto
- {2,3} ∩ {1,2,3,5}={2,3} formado por todos os elementos que pertencem a A e não
- {2,4} ∩ {3,5,7}= φ pertencem a B. Representa-se por A – B. Simbolicamente:
A – B = {X | X ∈ A e X ∉ B}
Observação: Se A ∩ B= φ , dizemos que A e B são
conjuntos disjuntos.

26
RACIOCÍNIO LÓGICO

O conjunto A – B é também chamado de conjunto


complementar de B em relação a A, representado por CAB.
Simbolicamente: CAB = A - B{X | X ∈ A e X ∉ B}

Exemplos

- A = {0, 1, 2, 3} e B = {0, 2}
CAB = A – B = {1,3} e CBA = B – A = φ

- A = {1, 2, 3} e B = {2, 3, 4}
CAB = A – B = {1} e CBA = B – A = {14}

- A = {0, 2, 4} e B = {1 ,3 ,5}
CAB = A – B = {0,2,4} e CBA = B – A = {1,3,5}
Sejam:
Observações: Alguns autores preferem utilizar o
A o conjunto dos meninos ruivos e n(A) = x
conceito de completar de B em relação a A somente nos B o conjunto das meninas ruivas e n(B) = 9
casos em que B ⊂ A. C o conjunto dos meninos não ruivos e n(C) = 13
- Se B ⊂ A representa-se por B o conjunto D o conjunto das meninas não ruivas e n(D) = y
complementar de B em relação a A. Simbolicamente: B ⊂ A De acordo com o enunciado temos:
⇔ B = A – B = CAB`
n( B ∪ D) = n( B ) + n( D) = 9 + y = 42 ⇔ y = 33

n( A ∪ D) = n( A) + n( B) = x + 9 = 24 ⇔ x = 15

Assim sendo
a) O número total de crianças da escola é:

n( A ∪ B ∪ C ∪ D ) = n( A) + n( B ) + n(C ) + n( D ) = 15 + 9 + 13 + 33 = 70
b) O número de crianças que são meninas ou são
ruivas é:
n[( A ∪ B ) ∪ ( B ∪ D )] = n( A) + n( B ) + n( D ) = 15 + 9 + 33 = 57
Exemplos

Seja S = {0, 1, 2, 3, 4, 5, 6}. Então:


a) A = {2, 3, 4} ⇒ A = {0, 1, 5, 6} Questões
b) B = {3, 4, 5, 6 } ⇒ B = {0, 1, 2}
c) C = φ ⇒ C = S 1 – (CÂMARA DE SÃO PAULO/SP – TÉCNICO AD-
MINISTRATIVO – FCC/2014) Dos 43 vereadores de uma
Número de elementos de um conjunto cidade, 13 dele não se inscreveram nas comissões de Edu-
cação, Saúde e Saneamento Básico. Sete dos vereadores
se inscreveram nas três comissões citadas. Doze deles se
Sendo X um conjunto com um número finito de
inscreveram apenas nas comissões de Educação e Saúde e
elementos, representa-se por n(X) o número de elementos
oito deles se inscreveram apenas nas comissões de Saúde e
de X. Sendo, ainda, A e B dois conjuntos quaisquer, com
Saneamento Básico. Nenhum dos vereadores se inscreveu
número finito de elementos temos: em apenas uma dessas comissões. O número de vereado-
n(A ∪ B)=n(A)+n(B)-n(A ∩ B) res inscritos na comissão de Saneamento Básico é igual a
A ∩ B= φ ⇒ n(A ∪ B)=n(A)+n(B) A) 15.
n(A -B)=n(A)-n(A ∩ B) B) 21.
B ⊂ A ⇒ n(A-B)=n(A)-n(B) C) 18.
Resolução de Problemas D) 27.
E) 16.
Exemplo:
Numa escola mista existem 42 meninas, 24 crianças
ruivas, 13 meninos não ruivos e 9 meninas ruivas. Pergun- 2 – (TJ-SC) Num grupo de motoristas, há 28 que diri-
ta-se gem automóvel, 12 que dirigem motocicleta e 8 que diri-
a) quantas crianças existem na escola? gem automóveis e motocicleta. Quantos motoristas há no
b) quantas crianças são meninas ou são ruivas grupo?

27
RACIOCÍNIO LÓGICO

A) 16 motoristas 6 - (PREF. CAMAÇARI/BA – TÉC. VIGILÂNCIA EM


B) 32 motoristas SAÚDE NM – AOCP/2014) Considere dois conjuntos A e
C) 48 motoristas B, sabendo que A ∩ B = {3}, A ∪ B = {0; 1; 2; 3; 5} e A – B
D) 36 motoristas = {1 ; 2}, assinale a alternativa que apresenta o conjunto B.
A) {1; 2; 3}
3 – (TRT 19ª – TÉCNICO JUDICIÁRIO – FCC/2014) B) {0; 3}
Dos 46 técnicos que estão aptos para arquivar documentos C) {0; 1; 2; 3; 5}
15 deles também estão aptos para classificar processos e D) {3; 5}
os demais estão aptos para atender ao público. Há outros E) {0; 3; 5}
11 técnicos que estão aptos para atender ao público, mas
não são capazes de arquivar documentos. Dentre esses úl-
7 – (Agente Administrativo) Em uma cidade existem
timos técnicos mencionados, 4 deles também são capazes
de classificar processos. Sabe-se que aqueles que classi- duas empresas de transporte coletivo, A e B. Exatamente
ficam processos são, ao todo, 27 técnicos. Considerando 70% dos estudantes desta cidade utilizam a Empresa A e
que todos os técnicos que executam essas três tarefas fo- 50% a Empresa B. Sabendo que todo estudante da cidade
ram citados anteriormente, eles somam um total de é usuário de pelo menos uma das empresas, qual o % deles
A) 58. que utilizam as duas empresas?
B) 65. A) 20%
C) 76. B) 25%
D) 53. C) 27%
E) 95. D) 33%
E) 35%

4 – (METRÔ/SP – OFICIAL LOGISTICA –ALMOXARI- 8 – (METRÔ/SP – ENGENHEIRO SEGURANÇA DO


FADO I – FCC/2014) O diagrama indica a distribuição de atletas TRABALHO – FCC/2014) Uma pesquisa, com 200 pessoas,
da delegação de um país nos jogos universitários por medalha investigou como eram utilizadas as três linhas: A, B e C do
conquistada. Sabe-se que esse país conquistou medalhas apenas Metrô de uma cidade. Verificou-se que 92 pessoas utili-
em modalidades individuais. Sabe-se ainda que cada atleta da zam a linha A; 94 pessoas utilizam a linha B e 110 pessoas
delegação desse país que ganhou uma ou mais medalhas não ga-
utilizam a linha C. Utilizam as linhas A e B um total de 38
nhou mais de uma medalha do mesmo tipo (ouro, prata, bronze).
pessoas, as linhas A e C um total de 42 pessoas e as linhas B
De acordo com o diagrama, por exemplo, 2 atletas da delegação
desse país ganharam, cada um, apenas uma medalha de ouro. e C um total de 60 pessoas; 26 pessoas que não se utilizam
dessas linhas. Desta maneira, conclui-se corretamente que
o número de entrevistados que utilizam as linhas A e B e
C é igual a
A) 50.
B) 26.
C) 56.
D) 10.
E) 18.

9 – TJ/RS – TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁ-


RIA E ADMINISTRATIVA – FAURGS/2012) Observando-
A análise adequada do diagrama permite concluir cor- se, durante certo período, o trabalho de 24 desenhistas do
retamente que o número de medalhas conquistadas por Tribunal de Justiça, verificou-se que 16 executaram dese-
esse país nessa edição dos jogos universitários foi de nhos arquitetônicos, 15 prepararam croquis e 3 realizaram
A) 15. outras atividades. O número de desenhistas que executa-
B) 29.
ram desenho arquitetônico e prepararam croquis, nesse
C) 52.
período, é de
D) 46.
E) 40. A) 10.
5 – (PREF. CAMAÇARI/BA – TÉC. VIGILÂNCIA EM B) 11.
SAÚDE NM – AOCP/2014) Qual é o número de elementos C) 12.
que formam o conjunto dos múltiplos estritamente positi- D) 13.
vos do número 3, menores que 31? E) 14.
A) 9
B) 10 10 - (TJ/RS – OFICIAL DE TRANSPORTE – CE-
C) 11 TRO/2013) Dados os conjuntos A = {x | x é vogal da pa-
D) 12 lavra CARRO} e B = {x | x é letra da palavra CAMINHO}, é
E) 13 correto afirmar que A∩ B tem

28
RACIOCÍNIO LÓGICO

A) 1 elemento.
B) 2 elementos.
C) 3 elementos.
D) 4 elementos.
E) 5 elementos.
F)
Respostas

1 - RESPOSTA: “C”
De acordo com os dados temos:
7 vereadores se inscreveram nas 3.
APENAS 12 se inscreveram em educação e saúde (o 12
não deve ser tirado de 7 como costuma fazer nos conjun-
tos, pois ele já desconsidera os que se inscreveram nos três) 4 - RESPOSTA: “D”.
APENAS 8 se inscreveram em saúde e saneamento bá- O diagrama mostra o número de atletas que ganharam
sico. medalhas.
São 30 vereadores que se inscreveram nessas 3 comis-
sões, pois 13 dos 43 não se inscreveram. No caso das intersecções, devemos multiplicar por 2
Portanto, 30-7-12-8=3 por ser 2 medalhas e na intersecção das três medalhas mul-
Se inscreveram em educação e saneamento 3 verea- tiplica-se por 3.
dores.
Intersecções:

Somando as outras:
2+5+8+12+2+8+9=46

5 -RESPOSTA: “B”.
Só em saneamento se inscreveram: 3+7+8=18
Se nos basearmos na tabuada do 3 , teremos o seguin-
2 – RESPOSTA: “B” te conjunto
A={3,6,9,12,15,18,21,24,27,30}
10 elementos.

6 - RESPOSTA: “E”.
A intersecção dos dois conjuntos, mostra que 3 é ele-
mento de B.
A-B são os elementos que tem em A e não em B.
Então de A∪B, tiramos que B={0;3;5}.
Os que dirigem automóveis e motocicleta: 8
Os que dirigem apenas automóvel: 28-8 = 20 7 - Resposta “A”.
Os que dirigem apenas motocicleta: 12-8= 4
A quantidade de motoristas é o somatório: 20+8+4 =
32 motoristas.

3 - RESPOSTA: “B”.
Técnicos arquivam e classificam: 15
Arquivam e atendem: 46-15=31
classificam e atendem: 4
Classificam: 15+4=19 como são 27 faltam 8
Dos 11 técnicos aptos a atender ao público 4 são capa-
zes de classificar processos, logo apenas 11-4 = 7 técnicos 70 – 50 = 20.
são aptos a atender ao público. 20% utilizam as duas empresas.
Somando todos os valores obtidos no diagrama tere-
mos: 31+15+7+4+8 = 65 técnicos. 8 - RESPOSTA: “E”.

29
RACIOCÍNIO LÓGICO

92-[38-x+x+42-x]+94-[38-x+x+60-x]+110-[42-x+x+60-x]+(38-x)+x+(42-x)+(60-x)+26=200
92-[80-x]+94-[98-x]+110-[102-x]+38+42-x+60-x+26=200
92-80+x+94-98+x+110-102+x+166-2x=200
x+462-180=200 ➜ x+182 = 200 ➜ x = 200-182 ➜ x = 18

9 - RESPOSTA: “A”.

16-x+x+15-x+3=24 ➜ x+34 = 24 ➜ -x = 24-34 ➜ -x = -10, como não existe variável negativa neste caso multiplica-se
por (-1) ambos os lados , logo x = 10.

10 - RESPOSTA: “B”.
Como o conjunto A é dado pelas vogais: A={A,O}, e B é dado pelas letras : B={ C,A,M,I,N,H,O}, portanto A∩ B={A,O}

Sistema de Medidas Decimais


Um sistema de medidas é um conjunto de unidades de medida que mantém algumas relações entre si. O sistema métrico
decimal é hoje o mais conhecido e usado no mundo todo. Na tabela seguinte, listamos as unidades de medida de compri-
mento do sistema métrico. A unidade fundamental é o metro, porque dele derivam as demais.

Unidades de Comprimento
km hm dam m dm cm mm
quilômetro hectômetro decâmetro metro decímetro centímetro milímetro
1000m 100m 10m 1m 0,1m 0,01m 0,001m

Há, de fato, unidades quase sem uso prático, mas elas têm uma função. Servem para que o sistema tenha um padrão:
cada unidade vale sempre 10 vezes a unidade menor seguinte.
Por isso, o sistema é chamado decimal.
E há mais um detalhe: embora o decímetro não seja útil na prática, o decímetro cúbico é muito usado com o nome po-
pular de litro.
As unidades de área do sistema métrico correspondem às unidades de comprimento da tabela anterior.
São elas: quilômetro quadrado (km2), hectômetro quadrado (hm2), etc. As mais usadas, na prática, são o quilômetro
quadrado, o metro quadrado e o hectômetro quadrado, este muito importante nas atividades rurais com o nome de hectare
(ha): 1 hm2 = 1 ha.
No caso das unidades de área, o padrão muda: uma unidade é 100 vezes a menor seguinte e não 10 vezes, como nos
comprimentos. Entretanto, consideramos que o sistema continua decimal, porque 100 = 102.

30
RACIOCÍNIO LÓGICO

Unidades de Área
km2 hm2 dam2 m2 dm2 cm2 mm2
quilômetro hectômetro decâmetro metro decímetro centímetro milímetro
quadrado quadrado quadrado quadrado quadrado quadrado quadrado
1000000m2 10000m2 100m2 1m2 0,01m2 0,0001m2 0,000001m2

Agora, vejamos as unidades de volume. De novo, temos a lista: quilômetro cúbico (km3), hectômetro cúbico (hm3), etc.
Na prática, são muitos usados o metro cúbico e o centímetro cúbico.
Nas unidades de volume, há um novo padrão: cada unidade vale 1000 vezes a unidade menor seguinte. Como 1000 =
103, o sistema continua sendo decimal.

Unidades de Volume
km 3
hm 3
dam3 m3 dm3 cm3 mm3
quilômetro hectômetro decâmetro metro decímetro centímetro milímetro
cúbico cúbico cúbico cúbico cúbico cúbico cúbico
1000000000m3 1000000m3 1000m3 1m3 0,001m3 0,000001m3 0,000000001m3

A noção de capacidade relaciona-se com a de volume. Se o volume da água que enche um tanque é de 7 000 litros,
dizemos que essa é a capacidade do tanque. A unidade fundamental para medir capacidade é o litro (l); 1l equivale a 1 dm3.
Cada unidade vale 10 vezes a unidade menor seguinte.

Unidades de Capacidade
kl hl dal l dl cl ml
quilolitro hectolitro decalitro litro decilitro centímetro mililitro
1000l 100l 10l 1l 0,1l 0,01l 0,001l
O sistema métrico decimal inclui ainda unidades de medidas de massa. A unidade fundamental é o grama.

Unidades de Massa
kg hg dag g dg cg mg
quilograma hectograma decagrama grama decigrama centigrama miligrama
1000g 100g 10g 1g 0,1g 0,01g 0,001g

Dessas unidades, só têm uso prático o quilograma, o grama e o miligrama. No dia-a-dia, usa-se ainda a tonelada (t):
1t = 1000 kg.

Não Decimais
Desse grupo, o sistema hora – minuto – segundo, que mede intervalos de tempo, é o mais conhecido.

2h = 2 . 60min = 120 min = 120 . 60s = 7 200s

Para passar de uma unidade para a menor seguinte, multiplica-se por 60.

0,3h não indica 30 minutos nem 3 minutos; como 1 décimo de hora corresponde a 6 minutos, conclui-se que 0,3h =
18min.

Para medir ângulos, também temos um sistema não decimal. Nesse caso, a unidade básica é o grau. Na astronomia, na
cartografia e na navegação são necessárias medidas inferiores a 1º. Temos, então:

1 grau equivale a 60 minutos (1º = 60’)


1 minuto equivale a 60 segundos (1’ = 60”)

Os minutos e os segundos dos ângulos não são, é claro, os mesmos do sistema hora – minuto – segundo. Há uma
coincidência de nomes, mas até os símbolos que os indicam são diferentes:
1h32min24s é um intervalo de tempo ou um instante do dia.
1º 32’ 24” é a medida de um ângulo.

31
RACIOCÍNIO LÓGICO

Por motivos óbvios, cálculos no sistema hora – minuto – segundo são similares a cálculos no sistema grau – minuto –
segundo, embora esses sistemas correspondam a grandezas distintas.

Há ainda um sistema não-decimal, criado há algumas décadas, que vem se tornando conhecido. Ele é usado para me-
dir a informação armazenada em memória de computadores, disquetes, discos compacto, etc. As unidades de medida são
bytes (b), kilobytes (kb), megabytes (Mb), etc. Apesar de se usarem os prefixos “kilo” e “mega”, essas unidades não formam
um sistema decimal.

Um kilobyte equivale a 210 bytes e 1 megabyte equivale a 210 kilobytes.

Exercícios

1. Raquel saiu de casa às 13h 45min, caminhando até o curso de inglês que fica a 15 minutos de sua casa, e che-
gou na hora da aula cuja duração é de uma hora e meia. A que horas terminará a aula de inglês?
a) 14h
b) 14h 30min
c) 15h 15min
d) 15h 30min
e) 15h 45min
2. 348 mm3 equivalem a quantos decilitros?

3. Quantos decalitros equivalem a 1 m3?

4. Passe 50 dm2 para hectômetros quadrados.

5. Quantos quilômetros cúbicos equivalem a 14 mm3?


6. Quantos centilitros equivalem a 15 hl?

7. Passe 5.200 gramas para quilogramas.

8. Converta 2,5 metros em centímetros.

9. Quantos minutos equivalem a 5h05min?

10. Quantos minutos se passaram das 9h50min até as 10h35min?

Respostas

1) Resposta “D”.
Solução: Basta somarmos todos os valores mencionados no enunciado do teste, ou seja:
13h 45min + 15 min + 1h 30 min = 15h 30min
Logo, a questão correta é a letra D.

2) Resposta “0, 00348 dl”.


Solução: Como 1 cm3 equivale a 1 ml, é melhor dividirmos 348 mm3 por mil, para obtermos o seu equivalente em cen-
tímetros cúbicos: 0,348 cm3.
Logo 348 mm3 equivalem a 0, 348 ml, já que cm3 e ml se equivalem.

Neste ponto já convertemos de uma unidade de medida de volume, para uma unidade de medida de capacidade.
Falta-nos passarmos de mililitros para decilitros, quando então passaremos dois níveis à esquerda. Dividiremos então
por 10 duas vezes:

Logo, 348 mm³ equivalem a 0, 00348 dl.

3) Resposta “100 dal”.


Solução: Sabemos que 1 m3 equivale a 1.000 l, portanto para convertermos de litros a decalitros, passaremos um nível
à esquerda.

32
RACIOCÍNIO LÓGICO

Dividiremos então 1.000 por 10 apenas uma vez:

Isto equivale a passar a vírgula uma casa para a esquerda.


Poderíamos também raciocinar da seguinte forma:
Como 1 m3 equivale a 1 kl, basta fazermos a conversão de 1 kl para decalitros, quando então passaremos dois níveis à
direita. Multiplicaremos então 1 por 10 duas vezes:

Logo, 100 dal equivalem a 1 m³.

4) Resposta “0, 00005 hm²”.


Solução: Para passarmos de decímetros quadrados para hectômetros quadrados, passaremos três níveis à esquerda.
Dividiremos então por 100 três vezes:

Isto equivale a passar a vírgula seis casas para a esquerda.

Portanto, 50 dm² é igual a 0, 00005 hm².

5) Resposta “0,000000000000000014 km3, ou a 1,4 x 10-17 km3”.  

Solução: Para passarmos de milímetros cúbicos para quilômetros cúbicos, passaremos seis níveis à esquerda. Dividire-
mos então 14 por 1000 seis vezes:

Portanto, 0, 000000000000000014 km3, ou a 1,4 x 10-17 km3 se expresso em notação científica equivalem a 14 mm3.

6) Resposta “150.000 cl”.


Solução: Para irmos de hectolitros a centilitros, passaremos quatro níveis à direita.
Multiplicaremos então 15 por 10 quatro vezes:

Isto equivale a passar a vírgula quatro casas para a direita.

Logo, 150.000 cl equivalem a 15 hl.

7) Resposta “5,2 kg”.


Solução: Para passarmos 5.200 gramas para quilogramas, devemos dividir (porque na tabela grama está à direita de
quilograma) 5.200 por 10 três vezes, pois para passarmos de gramas para quilogramas saltamos três níveis à esquerda.
Primeiro passamos de grama para decagrama, depois de decagrama para hectograma e finalmente de hectograma
para quilograma:

Isto equivale a passar a vírgula três casas para a esquerda.

Portanto, 5.200 g são iguais a 5,2 kg.

8) Resposta “250 cm”.


Solução: Para convertermos 2,5 metros em centímetros, devemos multiplicar (porque na tabela metro está à esquerda
de centímetro) 2,5 por 10 duas vezes, pois para passarmos de metros para centímetros saltamos dois níveis à direita.

33
RACIOCÍNIO LÓGICO

Primeiro passamos de metros para decímetros e de- 2)vamos adicionar 8h 19 min 58 s com 2 h 24 min 39 s
pois de decímetros para centímetros: Horaminuto segundo
8 19 58
224 39
-------------------------------------------
Isto equivale a passar a vírgula duas casas para a di- 10 43 97
reita.
Note que , na casa dos segundos, obtivemos 97 s e
Logo, 2,5 m é igual a 250 cm. vamos decompor esse valor em:
97 s = 60 s + 37 s = 1 min + 37 s
9) Resposta “305min”. Então, devemos retirar 60 s da classe dos segundos e
Solução: acrescentar 1 min na classe dos minutos.
(5 . 60) + 5 = 305 min. Logo a resposta fica: 10 h 44 min 37 s

10) Resposta “45 min”. Para subtrair unidades de medida de tempo, o proces-
Solução: 45 min so é semelhante ao usado na adição.
Ex; vamos subtrair 4 h 41 min 44 s de 7 h 53 min 36 s
Unidade de tempo Horaminutosegundo
7 5336
A unidade padrão de medida de tempo é o segundo, 4 4144
abreviado por s. --------------------------------------------------
Os múltiplos do segundo são:
Perceba que a subtração 36 s – 44 s não é possível nos
Hora Minuto Segundo números naturais, então, vamos retirar 1 min de 53 min,
transformar esse 1 min em 60 s e acrescenta-los aos 36 s.
h min s Assim:
3600 s 60 s 1s Hora minuto segundo
7 52 96
Usamos o sistema sexagesimal, que emprega a base 4 41 44
sessenta. Os múltiplos do segundo enquadram-se nesse ------------------------------------------------
sistema. Repare que cada unidade é sessenta vezes maior 3 11 52
que a unidade que a antecede.
1 h = 60 min Para multiplicarmos uma unidade de medida de tempo
1 min = 60 s por um número natural, devemos multiplicar as horas, mi-
nutos e segundos Por esse número natural.
Para transformar uma unidade em outra imediatamen- Ex: multiplicar 4 h 52 min 8 s por 6
te superior, basta dividi-la por 60 e inferior basta multipli- 4 h52 min 8 s
ca-la por 60. X6
Ex:3h = 3 . 60 = 180 min --------------------------------------
52 min = 52 . 60 = 3120 s 24h 312 min48 s
1020 s = 1020 : 60 = 17 min
420 min = 420 : 60 = 7 h Como 312 min é maior que 1 hora, devemos descobrir
quantas horas cabem em 312 minutos. Para isso basta divi-
Ao usarmos o sistema sexagesimal, cada grupo de 60 dir 312 por 60 onde o resultado é 5 e o resto é 12.
forma outra classe; então, 60 segundos formam 1 minuto e Então 312 min = 5 h 12 min
60 minutos formam 1 hora. Para adicionarmos unidades de Devemos então acrescentar 5 h a 24 h = 29 h e o re-
tempo vamos tomar cuidado para posicionar hora embaixo sultado fica
de hora, minuto embaixo de minuto e segundo embaixo de 29 h 12 min 48 s
segundo.
Por exemplo: 1)Para adicionarmos 5h 12 min 37 s a Problemas
8 h 20 min 11 s, vamos colocar as unidades iguais uma
embaixo da outra e depois adicionar os valores da mesma 1.Dois amigos partiram às 10h 32 min de Aparecida do
classe. Norte e chegaram a Ribeirão Preto às 16 h 8 min. Quanto
tempo durou a viagem?
Horaminuto segundo
5 1237 2. João nasceu numa terça feira às 13 h 45 min 12 s e
8 2011 Maria nasceu no mesmo dia, às 8 h 13 min 47 s. Determine
-------------------------------------------- a diferença entre os horários de nascimento de João e Ma-
3 3248 ria, nessa ordem.

34
RACIOCÍNIO LÓGICO

3.Um passageiro embarcou em um ônibus na cidade Os termos da razão recebem nomes especiais.
A às 14h 32 min 18s, esse ônibus saiu da rodoviária desta
O número 3 é numerador
cidade às 14h 55min 40s e chegou à rodoviária da cidade
B às 19h 27min 15s,do mesmo dia. Quanto tempo o passa- a) Na fração
3
geiro permaneceu no interior do ônibus? 5
O número 5 é denominador
a) 05h 54min 09s
b) 04h 05min 57s O número 3 é antecedente
c) 05h 05min 09s
d) 04h 54min 57s a) Na razão 3
O
5 número 5 é consequente
Respostas
Exemplo 1
1.5 h 36 min
A razão entre 20 e 50 é 20 = 2 ; já a razão entre 50 e
20 é 50 5 . 50 5
2.5 h 31 min 25 s =
20 2
3.Vamos considerar o horário de chegada à cidade B e Exemplo 2
o horário que o passageiro entrou no ônibus Numa classe de 42 alunos há 18 rapazes e 24 moças.
A razão entre o número de rapazes e o número de moças
19 h27 min15 seg 18 3
14 h32 min18 seg é 24 = 4 , o que significa que para “cada 3 rapazes há 4 mo-
ças”. Por outro lado, a razão entre o número de rapazes e
Para subtrair 18 de 15 não é possível então empresta-
18 3
o total de alunos é dada por = , o que equivale a dizer
42 7
mos 1 minuto dos 27 que “de cada 7 alunos na classe, 3 são rapazes”.

Que passa a ser 26 e no lugar de 15 seg usamos 15


Razão entre grandezas de mesma espécie
+60(que é 1 min). Então
A razão entre duas grandezas de mesma espécie é o
75 – 18 = 57 seg. quociente dos números que expressam as medidas dessas
grandezas numa mesma unidade.
O mesmo acontece com os minutos. Vamos emprestar
1 hora das 19 que passa a ser 18 e no lugar de 26 minutos Exemplo
usamos 26 + 60 ( que é uma hora). Então 86 – 32 = 54 Uma sala tem 18 m2. Um tapete que ocupar o centro
minutos dessa sala mede 384 dm2. Vamos calcular a razão entre a
área do tapete e a área da sala.
Por fim 18 h – 14 h = 4 horas Primeiro, devemos transformar as duas grandezas em
Resp. 4 horas 54 min e 57 seg. uma mesma unidade:
Área da sala: 18 m2 = 1 800 dm2
Razão Área do tapete: 384 dm2
Estando as duas áreas na mesma unidade, podemos
Sejam dois números reais a e b, com b ≠ 0. Chama-se escrever a razão:
razão entre a e b (nessa ordem) o quociente a b, ou .
A razão é representada por um número racional, mas é 384dm 2 384 16
lida de modo diferente. = =
1800dm 2 1800 75
Exemplos
Razão entre grandezas de espécies diferentes
3
a) A fração lê-se: “três quintos”. Exemplo 1
5
Considere um carro que às 9 horas passa pelo quilôme-
3 tro 30 de uma estrada e, às 11 horas, pelo quilômetro 170.
b) A razão lê-se: “3 para 5”.
5
Distância percorrida: 170 km – 30 km = 140 km
Tempo gasto: 11h – 9h = 2h

35
RACIOCÍNIO LÓGICO

Calculamos a razão entre a distância percorrida e o Proporção


tempo gasto para isso:
A igualdade entre duas razões recebe o nome de pro-
140km porção.
= 70km / h
2h 3 6
Na proporção 5 = 10 (lê-se: “3 está para 5 assim como
A esse tipo de razão dá-se o nome de velocidade mé- 6 está para 10”), os números 3 e 10 são chamados extre-
dia. mos, e os números 5 e 6 são chamados meios.

Observe que: Observemos que o produto 3 x 10 = 30 é igual ao pro-


- as grandezas “quilômetro e hora” são de naturezas duto 5 x 6 = 30, o que caracteriza a propriedade fundamen-
diferentes; tal das proporções:
- a notação km/h (lê-se: “quilômetros por hora”) deve “Em toda proporção, o produto dos meios é igual
acompanhar a razão.
ao produto dos extremos”.
Exemplo 2
A Região Sudeste (Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de
Janeiro e São Paulo) tem uma área aproximada de 927 286 Exemplo 1
km2 e uma população de 66 288 000 habitantes, aproxi-
2 6
madamente, segundo estimativas projetadas pelo Instituto Na proporção = , temos 2 x 9 = 3 x 6 = 18;
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para o ano de 3 9
1995. e em 1 = 4 , temos 4 x 4 = 1 x 16 = 16.
4 16
Dividindo-se o número de habitantes pela área, obte-
remos o número de habitantes por km2 (hab./km2): Exemplo 2
6628000
≅ 71,5hab. / km 2 Na bula de um remédio pediátrico recomenda-se a
927286 seguinte dosagem: 5 gotas para cada 2 kg do “peso” da
criança.
A esse tipo de razão dá-se o nome de densidade de-
Se uma criança tem 12 kg, a dosagem correta x é dada
mográfica.
por:
A notação hab./km2 (lê-se: ”habitantes por quilômetro
quadrado”) deve acompanhar a razão. 5gotas x
Exemplo 3 = → x = 30gotas
2kg 12kg
Um carro percorreu, na cidade, 83,76 km com 8 L de
gasolina. Dividindo-se o número de quilômetros percor- Por outro lado, se soubermos que foram corretamente
ridos pelo número de litros de combustível consumidos, ministradas 20 gotas a uma criança, podemos concluir que
teremos o número de quilômetros que esse carro percorre seu “peso” é 8 kg, pois:
com um litro de gasolina: 5gotas
= 20gotas / p → p = 8kg
2kg
83, 76km
≅ 10, 47km / l
8l (nota: o procedimento utilizado nesse exemplo é co-
mumente chamado de regra de três simples.)
A esse tipo de razão dá-se o nome de consumo mé-
dio. Propriedades da Proporção
A notação km/l (lê-se: “quilômetro por litro”) deve
acompanhar a razão. O produto dos extremos é igual ao produto dos meios:
essa propriedade possibilita reconhecer quando duas ra-
Exemplo 4 zões formam ou não uma proporção.
Uma sala tem 8 m de comprimento. Esse comprimento
é representado num desenho por 20 cm. Qual é a escala 4 12
e
do desenho? 3 9 formam uma proporção, pois

Produtos dos extremos ← 4.9  → Produtos dos


 = 3.12
comprimento i no i desenho 20cm 20cm 1
Escala = = = = ou1 : 40 meios. 36 36
comprimento i real 8m 800cm 40
A soma dos dois primeiros termos está para o primeiro
A razão entre um comprimento no desenho e o corres- (ou para o segundo termo) assim como a soma dos dois
pondente comprimento real, chama-se Escala. últimos está para o terceiro (ou para o quarto termo).

36
RACIOCÍNIO LÓGICO

5 10 ⎧ 5 + 2 10 + 4 7 14
= ⇒⎨ = ⇒ =
2 4 ⎩ 5 10 5 10

ou
5 10 ⎧ 5 + 2 10 + 4 7 14
= ⇒⎨ = ⇒ =
2 4 ⎩ 2 4 2 4

A diferença entre os dois primeiros termos está para o primeiro (ou para o segundo termo) assim como a diferença
entre os dois últimos está para o terceiro (ou para o quarto termo).
4 8 4 − 3 8 − 6 1 2
= ⇒ = ⇒ =
3 6  4 8 4 8

ou
4 8 4 − 3 8 − 6 1 2
= ⇒ = ⇒ =
3 6  3 6 3 6
A soma dos antecedentes está para a soma dos consequentes assim como cada antecedente está para o seu conse-
quente.

12 3 ⎧12 + 3 12 15 12
= ⇒⎨ = ⇒ =
8 2 ⎩ 8+2 8 10 8
ou
12 3 ⎧12 + 3 3 15 3
= ⇒⎨ = ⇒ =
8 2 ⎩ 8 + 2 2 10 2

A diferença dos antecedentes está para a diferença dos consequentes assim como cada antecedente está para o seu
consequente.

3 1 ⎧ 3−1 3 2 3
= ⇒⎨ = ⇒ =
15 5 ⎩15 − 5 15 10 15

ou
3 1 ⎧ 3−1 1 2 1
= ⇒⎨ = ⇒ =
15 5 ⎩15 − 5 5 10 5
Questões

1 - (VUNESP - AgSegPenClasseI-V1 - 2012) – Em um concurso participaram 3000 pessoas e foram aprovadas 1800. A
razão do número de candidatos aprovados para o total de candidatos participantes do concurso é:
A) 2/3
B) 3/5
C) 5/10
D) 2/7
E) 6/7

2 – (VNSP1214/001-AssistenteAdministrativo-I – 2012) – Em uma padaria, a razão entre o número de pessoas que to-
mam café puro e o número de pessoas que tomam café com leite, de manhã, é 2/3. Se durante uma semana, 180 pessoas
tomarem café de manhã nessa padaria, e supondo que essa razão permaneça a mesma, pode-se concluir que o número de
pessoas que tomarão café puro será:
A) 72
B) 86
C) 94
D) 105
E) 112

37
RACIOCÍNIO LÓGICO

3 - (PREF. NEPOMUCENO/MG – TÉCNICO EM SEGU- C)


RANÇA DO TRABALHO – CONSULPLAN/2013) Num zooló- Nº de livros Nº de revistas
gico, a razão entre o número de aves e mamíferos é igual à
razão entre o número de anfíbios e répteis. Considerando Antes da compra 200 50
que o número de aves, mamíferos e anfíbios são, respecti- Após a compra 200 300
vamente, iguais a 39, 57 e 26, quantos répteis existem neste
zoológico? D)
A) 31 Nº de livros Nº de revistas
B) 34
Antes da compra 200 50
C) 36
D) 38 Após a compra 300 200
E) 43
E)
4 - (TRT - Técnico Judiciário) Na figura abaixo, os pon- Nº de livros Nº de revistas
tos E e F dividem o lado AB do retângulo ABCD em seg- Antes da compra 200 200
mentos de mesma medida.
Após a compra 50 300

6 - (CREFITO/SP – ALMOXARIFE – VUNESP/2012)


Uma rede varejista teve um faturamento anual de 4,2 bi-
lhões de reais com 240 lojas em um estado. Considerando
que esse faturamento é proporcional ao número de lojas,
em outro estado em que há 180 lojas, o faturamento anual,
em bilhões de reais, foi de
A) 2,75
B) 2,95
C) 3,15
D) 3,35
E) 3,55

7 - (PREF. IMARUÍ – AGENTE EDUCADOR – PREF. IMA-


RUÍ/2014) De cada dez alunos de uma sala de aula, seis são
A razão entre a área do triângulo (CEF) e a área do do sexo feminino. Sabendo que nesta sala de aula há de-
retângulo é: zoito alunos do sexo feminino, quantos são do sexo mas-
a) 1/8 culino?
b) 1/6 A) Doze alunos.
c) 1/2 B) Quatorze alunos.
d) 2/3 C) Dezesseis alunos.
e) 3/4 D) Vinte alunos.

5 - (CREFITO/SP – ALMOXARIFE – VUNESP/2012) Na 8 - (TJ/SP – ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO – VU-


biblioteca de uma faculdade, a relação entre a quantidade NESP/2013) Em um dia de muita chuva e trânsito caótico,
2/5 dos alunos de certa escola chegaram atrasados, sendo
de livros e de revistas era de 1 para 4. Com a compra de
que 1/4 dos atrasados tiveram mais de 30 minutos de atra-
novos exemplares, essa relação passou a ser de 2 para 3.
so. Sabendo que todos os demais alunos chegaram no ho-
Assinale a única tabela que está associada corretamen-
rário, pode-se afirmar que nesse dia, nessa escola, a razão
te a essa situação. entre o número de alunos que chegaram com mais de 30
minutos de atraso e número de alunos que chegaram no
A) horário, nessa ordem, foi de
Nº de livros Nº de revistas A) 2:3
Antes da compra 50 200 B) 1:3
C) 1:6
Após a compra 200 300 D) 3:4
E) 2:5
B)
Nº de livros Nº de revistas 9 - (PMPP1101/001-Escriturário-I-manhã – 2012) – A
Antes da compra 50 200 razão entre as idades de um pai e de seu filho é hoje de
5/2. Quando o filho nasceu, o pai tinha 21 anos. A idade do
Após a compra 300 200 filho hoje é de

38
RACIOCÍNIO LÓGICO

A) 10 anos
B) 12 anos
C) 14 anos
D) 16 anos
E) 18 anos

10 - (FAPESP – ANALISTA ADMINISTRATIVO – VUNESP/2012) Em uma fundação, verificou-se que a razão entre o nú-
mero de atendimentos a usuários internos e o número de atendimento total aos usuários (internos e externos), em um
determinado dia, nessa ordem, foi de 3/5. Sabendo que o número de usuários externos atendidos foi 140, pode-se concluir
que, no total, o número de usuários atendidos foi
A) 84
B) 100
C) 217
D) 280
E) 350
Respostas

1 – Resposta “B”

2 – Resposta “A”
Sejam CP e CL o número de pessoas que consumiram café puro e café com leite respectivamente. Como na semana o
número total de pessoas que consumiram café foi de 180, temos que:
CP+CL = 180

A relação encontrada entre eles é de ; assim aplicando a propriedade da proporção teremos:

  180.2 = CP.5  CP =  CP = 72

3 - RESPOSTA: “D”

Aplicando-se o produto dos meios pelos extremos temos:

4 - Resposta “B”

5 - RESPOSTA: “A”

39
RACIOCÍNIO LÓGICO

Para cada 1 livro temos 4 revistas PORCENTAGEM


Significa que o número de revistas é 4x o número de
livros. É uma fração de denominador centesimal, ou seja,
50 livros: 200 revistas é uma fração de denominador 100. Representamos
Depois da compra porcentagem pelo símbolo % e lê-se: “por cento”.
2 livros :3 revistas
200 livros: 300 revistas Deste modo, a fração
50
é uma porcentagem que
100
6 - RESPOSTA: “C” podemos representar por 50%.

Forma Decimal: É comum representarmos uma


porcentagem na forma decimal, por exemplo, 35% na
forma decimal seriam representados por 0,35.
240.x = 4,2.180 → 240x = 756 → x = 3,15 bilhões
7 - RESPOSTA: “A” 75% =
75
= 0,75
Como 6 são do sexo feminino, 4 são do sexo masculi- 100
Cálculo de uma Porcentagem: Para calcularmos uma
no(10-6 = 4) .Então temos a seguinte razão:
porcentagem p% de V, basta multiplicarmos a fração p
por V. 100

 6x = 72  x = 12 p
P% de V = .V
100
8- RESPOSTA: “C”
Exemplo 1
Se 2/5 chegaram atrasados
23% de 240 = . 240 = 55,2
23
100
chegaram no horário
Exemplo 2

Em uma pesquisa de mercado, constatou-se que 67%


tiveram mais de 30 minutos de atraso de uma amostra assistem a um certo programa de TV.
Se a população é de 56.000 habitantes, quantas pessoas
assistem ao tal programa?
67
Resolução: 67% de 56 000 = .56000 = 37520
100
Resposta: 37 520 pessoas.

Porcentagem que o lucro representa em relação ao


preço de custo e em relação ao preço de venda
9 – RESPOSTA: “C”
A razão entre a idade do pai e do filho é respectiva- Chamamos de lucro em uma transação comercial de
mente , se quando o filho nasceu o pai tinha 21, sig- compra e venda a diferença entre o preço de venda e o
nifica que hoje o pai tem x + 21 , onde x é a idade do filho. preço de custo.
Montando a proporção teremos: Lucro = preço de venda – preço de custo
Caso essa diferença seja negativa, ela será chamada de
prejuízo.

Assim, podemos escrever:


Preço de custo + lucro = preço de venda
Preço de custo – prejuízos = preço de venda

10 - RESPOSTA: “E” Podemos expressar o lucro na forma de porcentagem


Usuários internos: I de duas formas:
Usuários externos : E Lucro sobre o custo = lucro/preço de custo. 100%
Lucro sobre a venda = lucro/preço de venda. 100%
 5I = 3I+420 2I = 420 I = 210
Observação: A mesma análise pode ser feita para o
I+E = 210+140 = 350 caso de prejuízo.

40
RACIOCÍNIO LÓGICO

Exemplo Aumentos e Descontos Sucessivos: Consideremos


um valor inicial V, e vamos considerar que ele irá sofrer
Uma mercadoria foi comprada por R$ 500,00 e vendida dois aumentos sucessivos de p1% e p2%. Sendo V1 o valor
por R$ 800,00. após o primeiro aumento, temos:
Pede-se:
- o lucro obtido na transação; V1 = V . (1 +
p1
)
- a porcentagem de lucro sobre o preço de custo; 100
- a porcentagem de lucro sobre o preço de venda. Sendo V2 o valor após o segundo aumento, temos:
Resposta:
V2 = V1 . (1 + p2 )
Lucro = 800 – 500 = R$ 300,00 100
Lc = 300 = 0,60 = 60%
V2 = V . (1 + 1 ) . (1 + 2 )
p p
500
100 100
Lv = = 0,375 = 37,5%
300
800 Sendo V um valor inicial, vamos considerar que ele irá
sofrer dois descontos sucessivos de p1% e p2%.
Aumento
Sendo V1 o valor após o primeiro desconto, temos:
Aumento Percentual: Consideremos um valor inicial
V que deve sofrer um aumento de p% de seu valor. V1 = V. (1 – p1 )
Chamemos de A o valor do aumento e VA o valor após o
100

aumento. Então, A = p% de V = p . V Sendo V2 o valor após o segundo desconto, temos:


100
V2 = V1 . (1 – )
p2
p
VA = V + A = V + .V 100
100
p V2 = V . (1 – p1 ) . (1 – p2 )
VA = ( 1 + ).V 100 100
100
p Sendo V um valor inicial, vamos considerar que ele irá
Em que (1 + 100 ) é o fator de aumento. sofrer um aumento de p1% e, sucessivamente, um desconto
de p2%.
Sendo V1 o valor após o aumento, temos:
Desconto
V1 = V . (1+ 1 )
p
100
Desconto Percentual: Consideremos um valor inicial
V que deve sofrer um desconto de p% de seu valor. Sendo V2 o valor após o desconto, temos:
Chamemos de D o valor do desconto e VD o valor após o V2 = V1 . (1 – p2 )
desconto. Então, D = p% de V = p . V 100
100 V2 = V . (1 + p1 ) . (1 – p2 )
100 100
Exemplo
p
VD = V – D = V – .V
100
p
VD = (1 – ).V (VUNESP-SP) Uma instituição bancária oferece um
100
p rendimento de 15% ao ano para depósitos feitos numa
Em que (1 – ) é o fator de desconto. certa modalidade de aplicação financeira. Um cliente deste
100
banco deposita 1 000 reais nessa aplicação. Ao final de n
Exemplo anos, o capital que esse cliente terá em reais, relativo a esse
depósito, são:
Uma empresa admite um funcionário no mês de janeiro
sabendo que, já em março, ele terá 40% de aumento. Se a
empresa deseja que o salário desse funcionário, a partir de  p 
n

março, seja R$ 3 500,00, com que salário deve admiti-lo? Resolução: VA = 1 +  .v


 100 
Resolução: V n
VA = 1. 15  .1000
A
= 1,4 . V  100 
3 500 = 1,4 . V
V = 1 000 . (1,15)n
A

V=
3500
= 2500 VA = 1 000 . 1,15n
1,4 VA = 1 150,00n
Resposta: R$ 2 500,00

41
RACIOCÍNIO LÓGICO

Questões

1 - (PREF. AMPARO/SP – AGENTE ESCOLAR – CONRIO/2014) Se em um tanque de um carro for misturado 45 litros
de etanol em 28 litros de gasolina, qual será o percentual aproximado de gasolina nesse tanque?
A) 38,357%
B) 38,356%
C) 38,358%
D) 38,359%
2 - (CEF / Escriturário) Uma pessoa x pode realizar uma certa tarefa em 12 horas. Outra pessoa, y, é 50% mais eficiente
que x. Nessas condições, o número de horas necessárias para que y realize essa tarefa é :
A) 4
B) 5
C) 6
D) 7
E) 8

3 - (SABESP – APRENDIZ – FCC/2012) Observe a tabela que indica o consumo mensal de uma mesma torneira da pia
de uma cozinha, aberta meia volta por um minuto, uma vez ao dia.

Em relação ao cosumo mensal da torneira alimentada pela água da rua, o da torneira alimentada pela água da caixa
representa, aproximadamente,
A) 20%
B) 26%
C) 30%
D) 35%
E) 40%

4 - (CÂMARA DE SÃO PAULO/SP – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – FCC/2014) O preço de uma mercadoria, na loja J, é
de R$ 50,00. O dono da loja J resolve reajustar o preço dessa mercadoria em 20%. A mesma mercadoria, na loja K, é vendida
por R$ 40,00. O dono da loja K resolve reajustar o preço dessa mercadoria de maneira a igualar o preço praticado na loja J
após o reajuste de 20%. Dessa maneira o dono da loja K deve reajustar o preço em
A) 20%.
B) 50%.
C) 10%.
D) 15%.
E) 60%.

5 - (CÂMARA DE SÃO PAULO/SP – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – FCC/2014) O preço de venda de um produto, des-
contado um imposto de 16% que incide sobre esse mesmo preço, supera o preço de compra em 40%, os quais constituem
o lucro líquido do vendedor. Em quantos por cento, aproximadamente, o preço de venda é superior ao de compra?
A) 67%.
B) 61%.
C) 65%.
D) 63%.
E) 69%.
6 - (DPE/SP – AGENTE DE DEFENSORIA PÚBLICA – FCC/2013) Um comerciante comprou uma mercadoria por R$
350,00. Para estabelecer o preço de venda desse produto em sua loja, o comerciante decidiu que o valor deveria ser sufi-
ciente para dar 30% de desconto sobre o preço de venda e ainda assim garantir lucro de 20% sobre o preço de compra.
Nessas condições, o preço que o comerciante deve vender essa mercadoria é igual a
A) R$ 620,00.
B) R$ 580,00.
C) R$ 600,00.
D) R$ 590,00.
E) R$ 610,00.

42
RACIOCÍNIO LÓGICO

7 - (DPE/SP – AGENTE DE DEFENSORIA PÚBLICA – Vitor arrematou um lote, pagou o combinado no ato
FCC/2013) Uma bolsa contém apenas 5 bolas brancas e 7 da arrematação e os R$28.800,00 restantes no dia 10 de
bolas pretas. Sorteando ao acaso uma bola dessa bolsa, a dezembro. Com base nas informações contidas no texto,
probabilidade de que ela seja preta é calcule o valor total gasto por Vitor nesse leilão.
A) maior do que 55% e menor do que 60%.
B) menor do que 50%. A) R$34.600,00
C) maior do que 65%. B) R$36.000,00
D) maior do que 50% e menor do que 55%. C) R$35.400,00
E) maior do que 60% e menor do que 65%. D) R$32.000,00
E) R$37.800,00
8 - PREF. JUNDIAI/SP – ELETRICISTA – MAKIYA- Respostas
MA/2013) Das 80 crianças que responderam a uma en-
quete referente a sua fruta favorita, 70% eram meninos. 1 - RESPOSTA: “B”.
Dentre as meninas, 25% responderam que sua fruta favori-
Mistura:28+45=73
ta era a maçã. Sendo assim, qual porcentagem representa,
73------100%
em relação a todas as crianças entrevistadas, as meninas
28------x
que têm a maçã como fruta preferida?
X=38,356%
A) 10%
B) 1,5%
C) 25% 2 - RESPOSTA “C”.
D) 7,5% 12 horas → 100 %
E) 5% 50 % de 12 horas = = 6 horas

9 - (PM/SE – SOLDADO 3ªCLASSE – FUNCAB/2014) X = 12 horas → 100 % = total de horas trabalhado


Numa liquidação de bebidas, um atacadista fez a seguinte Y = 50 % mais rápido que X.
promoção: Então, se 50% de 12 horas equivalem a 6 horas, logo Y
faz o mesmo trabalho em 6 horas.

3 - RESPOSTA: “B”.

4 - RESPOSTA: “B”.
Alexandre comprou duas embalagens nessa promoção
e revendeu cada unidade por R$3,50. O lucro obtido por
ele com a revenda das latas de cerveja das duas embala-
gens completas foi:
A) R$33,60
B) R$28,60
C) R$26,40 O reajuste deve ser de 50%.
D) R$40,80
E) R$43,20
5 - RESPOSTA: “A”.
10 - (PM/SE – SOLDADO 3ªCLASSE – FUNCAB/2014)
Preço de venda: PV
Leilão de veículos apreendidos do Detran aconteceu no dia
Preço de compra: PC
7 de dezembro.
O Departamento Estadual de Trânsito de Sergipe – De-
tran/SE – realizou, no dia 7 de dezembro, sábado, às 9 ho- Note que: 1,4 = 100%+40% ou 1+0,4.Como ele supe-
ras, no Espaço Emes, um leilão de veículos apreendidos em rou o preço de venda (100%) em 40% , isso significa soma
fiscalizações de trânsito. Ao todo foram leiloados 195 veí- aos 100% mais 40%, logo 140%= 1,4.
culos, sendo que 183 foram comercializados como sucatas
e 12 foram vendidos como aptos para circulação. PV - 0,16PV = 1,4PC
0,84PV=1,4PC
Quem arrematou algum dos lotes disponíveis no leilão
pagou 20% do lance mais 5% de comissão do leiloeiro no
ato da arrematação. Os 80% restantes foram pagos impre-
terivelmente até o dia 11 de dezembro.
Fonte: http://www.ssp.se.gov.br05/12/13 (modificada). O preço de venda é 67% superior ao preço de compra.

43
RACIOCÍNIO LÓGICO

6 - RESPOSTA: “C”. - Os juros são representados pela letra j.


Preço de venda: PV - O dinheiro que se deposita ou se empresta chamamos
Preço de compra: 350 de capital e é representado pela letra C.
30% de desconto, deixa o produto com 70% do seu - O tempo de depósito ou de empréstimo é
valor. representado pela letra t.
Como ele queria ter um lucro de 20% sobre o preço
- A taxa de juros é a razão centesimal que incide sobre
de compra, devemos multiplicar por 1,2(350+0,2.350) ➜
um capital durante certo tempo. É representado pela letra i
0,7PV = 1,2 . 350
e utilizada para calcular juros.

Chamamos de simples os juros que são somados ao


capital inicial no final da aplicação.

O preço de venda deve ser R$600,00. Devemos sempre relacionar taxa e tempo numa mesma
unidade:
7 - RESPOSTA: “A”. Taxa anual --------------------- tempo em anos
Ao todo tem 12 bolas, portanto a probabilidade de se Taxa mensal-------------------- tempo em meses
tirar uma preta é:
Taxa diária---------------------- tempo em dias

Consideremos, como exemplo, o seguinte problema:

8 - RESPOSTA: “D”. Uma pessoa empresta a outra, a juros simples, a quan-


Tem que ser menina E gostar de maçã. tia de R$ 3. 000,00, pelo prazo de 4 meses, à taxa de 2% ao
Meninas:100-70=30% mês. Quanto deverá ser pago de juros?

, simplificando temos ➜ Resolução:


P = 0,075 . 100% = 7,5%.
- Capital aplicado (C): R$ 3.000,00
9 - RESPOSTA: “A”.
- Tempo de aplicação (t): 4 meses
- Taxa (i): 2% ou 0,02 a.m. (= ao mês)

Fazendo o cálculo, mês a mês:

- No final do 1º período (1 mês), os juros serão: 0,02 x


R$ 3.000,00 = R$ 60,00
- No final do 2º período (2 meses), os juros serão: R$
60,00 + R$ 60,00 = R$ 120,00
- No final do 3º período (3 meses), os juros serão: R$
O lucro de Alexandre foi de R$33,60. 120,00 + R$ 60,00 = R$ 180,00
- No final do 4º período (4 meses), os juros serão: R$
10 - RESPOSTA: “E”. 180,00 + R$ 60,00 = R$ 240,00
R$28.800-------80% Desse modo, no final da aplicação, deverão ser pagos
x------------------100% R$ 240,00 de juros.

Fazendo o cálculo, período a período:


- No final do 1º período, os juros serão: i.C
- No final do 2º período, os juros serão: i.C + i.C
- No final do 3º período, os juros serão: i.C + i.C + i.C
-----------------------------------------------------------
Valor total: R$36.000,00+R$1.800,00=R$37.800,00
--
JUROS SIMPLES - No final do período t, os juros serão: i.C + i.C + i.C + ...
+ i.C
Toda vez que falamos em juros estamos nos referindo
a uma quantia em dinheiro que deve ser paga por um Portanto, temos:
devedor, pela utilização de dinheiro de um credor (aquele J=C.i.t
que empresta).

44
RACIOCÍNIO LÓGICO

Observações:

1) A taxa i e o tempo t devem ser expressos na mesma


unidade.
2) Nessa fórmula, a taxa i deve ser expressa na forma
decimal.
3) Chamamos de montante (M) a soma do capital
com os juros, ou seja: Na fórmula J= C . i . t, temos quatro
variáveis. Se três delas forem valores conhecidos, podemos
calcular o 4º valor.

M=C+ j Na prática, as empresas, órgãos governamentais e


investidores particulares costumam reinvestir as quantias
Exemplo geradas pelas aplicações financeiras, o que justifica o
emprego mais comum de juros compostos na Economia.
A que taxa esteve empregado o capital de R$ 20.000,00 Na verdade, o uso de juros simples não se justifica em
para render, em 3 anos, R$ 28.800,00 de juros? (Observação: estudos econômicos.
Como o tempo está em anos devemos ter uma taxa anual.)
C = R$ 20.000,00 Fórmula para o cálculo de Juros compostos
t = 3 anos Considere o capital inicial (principal P) $1000,00
j = R$ 28.800,00 aplicado a uma taxa mensal de juros compostos ( i ) de
i = ? (ao ano) 10% (i = 10% a.m.). Vamos calcular os montantes (principal
+ juros), mês a mês:
j = C.i.t
100 Após o 1º mês, teremos: M1 = 1000 x 1,1 = 1100 = 1000(1 +
28 800 = 20000..i.3 0,1)
100 Após o 2º mês, teremos: M2 = 1100 x 1,1 = 1210 = 1000(1 +
28 800 = 600 . i 0,1)2
Após o 3º mês, teremos: M3 = 1210 x 1,1 = 1331 = 1000(1 +
i = 28.800 0,1)3
600 .................................................................................................
i = 48 Após o nº (enésimo) mês, sendo S o montante, teremos
evidentemente: S = 1000(1 + 0,1)n
Resposta: 48% ao ano. De uma forma genérica, teremos para um principal
P, aplicado a uma taxa de juros compostos i durante o
JUROS COMPOSTOS período n : S = P (1 + i)n onde S = montante, P = principal,
i = taxa de juros e n = número de períodos que o principal
O capital inicial (principal) pode crescer, como já
sabemos, devido aos juros, segundo duas modalidades, a P (capital inicial) foi aplicado.
saber: Nota: Na fórmula acima, as unidades de tempo
Juros simples - ao longo do tempo, somente o principal referentes à taxa de juros (i) e do período (n), tem de ser
rende juros. necessariamente iguais. Este é um detalhe importantíssimo,
Juros compostos - após cada período, os juros são que não pode ser esquecido! Assim, por exemplo, se a taxa
incorporados ao principal e passam, por sua vez, a render for 2% ao mês e o período 3 anos, deveremos considerar
juros. Também conhecido como “juros sobre juros”. 2% ao mês durante 3x12=36 meses.
Vamos ilustrar a diferença entre os crescimentos de um
capital através juros simples e juros compostos, com um Exemplos
exemplo: Suponha que $100,00 são empregados a uma 1 – Expresse o número de períodos n de uma aplicação,
taxa de 10% a.a. (ao ano) Teremos: em função do montante S e da taxa de aplicação i por
período.

Solução:
Temos S = P(1+i)n
Logo, S/P = (1+i)n
Pelo que já conhecemos de logaritmos, poderemos
escrever:
Observe que o crescimento do principal segundo juros n = log (1+ i ) (S/P) . Portanto, usando logaritmo decimal
simples é LINEAR enquanto que o crescimento segundo (base 10), vem:
juros compostos é EXPONENCIAL, e, portanto tem um log(S / P) log S − log P
crescimento muito mais “rápido”. Isto poderia ser ilustrado n= =
log(1+ i) log(1+ i)
graficamente da seguinte forma:

45
RACIOCÍNIO LÓGICO

Temos também da expressão acima que: n.log(1 + i) = 3. CREA/PR – AGENTE ADMINISTRATIVO – FUNDA-
logS – logP TEC/2013) Um empréstimo de R$ 50.000,00 será pago no pra-
zo de 5 meses, com juros simples de 2,5% a.m. (ao mês). Nesse
Deste exemplo, dá para perceber que o estudo dos sentido, o valor da dívida na data do seu vencimento será:
juros compostos é uma aplicação prática do estudo dos A) R$6.250,00.
logaritmos. B) R$16.250,00.
2 – Um capital é aplicado em regime de juros C) R$42.650,00.
compostos a uma taxa mensal de 2% (2% a.m.). Depois de D) R$56.250,00.
quanto tempo este capital estará duplicado? E) R$62.250,00.

Solução: Sabemos que S = P (1 + i)n. Quando o capital 4. (PREF. JUNDIAI/SP – ELETRICISTA – MAKIYA-
inicial estiver duplicado, teremos S = 2P. MA/2013) Teresa pagou uma conta no valor de R$ 400,00
Substituindo, vem: 2P = P(1+0,02)n [Obs: 0,02 = 2/100 com seis dias de atraso. Por isso, foi acrescido, sobre o va-
= 2%] lor da conta, juro de 0,5% em regime simples, para cada dia
Simplificando, fica: de atraso. Com isso, qual foi o valor total pago por Teresa?
2 = 1,02n , que é uma equação exponencial simples. A) R$ 420,00.
Teremos então: n = log1,022 = log2 /log1,02 = 0,30103 B) R$ 412,00.
/ 0,00860 = 35 C) R$ 410,00.
Nota: log2 = 0,30103 e log1,02 = 0,00860; estes valores D) R$ 415,00.
E) R$ 422,00.
podem ser obtidos rapidamente em máquinas calculadoras
5. PM/SE – SOLDADO 3ªCLASSE – FUNCAB/2014)
científicas. Caso uma questão assim caia no vestibular, o
Polícia autua 16 condutores durante blitz da Lei Seca
examinador teria de informar os valores dos logaritmos
No dia 27 de novembro, uma equipe da Companhia
necessários, ou então permitir o uso de calculadora na
de Polícia de Trânsito(CPTran) da Polícia Militar do Estado
prova, o que não é comum no Brasil.
de Sergipe realizou blitz da Lei Seca na Avenida Beira Mar.
Portanto, o capital estaria duplicado após 35 meses
Durante a ação, a polícia autuou 16 condutores.
(observe que a taxa de juros do problema é mensal), o que
Segundo o capitão Fábio <achado, comandante da CP-
equivale a 2 anos e 11 meses.
Tran, 12 pessoas foram notificadas por infrações diversas e
Resposta: 2 anos e 11 meses.
quatro por desobediência à Lei Seca[...].
O quarteto detido foi multado em R$1.910,54 cada e
EXERCÍCIOS teve a Carteira Nacional de Trânsito (CNH) suspensa por
um ano.
1. (SABESP – ANALISTA DE GESTÃO I -CONTABILIDA- (Fonte: PM/SE 28/11/13, modificada)
DE – FCC/2012) Renato aplicou uma quantia no regime de
capitalização de juros simples de 1,25% ao mês. Ao final de Investindo um capital inicial no valor total das quatros
um ano, sacou todo o dinheiro da aplicação, gastou meta- mulas durante um período de dez meses, com juros de 5%
de dele para comprar um imóvel e aplicou o restante, por ao mês, no sistema de juros simples, o total de juros obti-
quatro meses, em outro fundo, que rendia juros simples de dos será:
1,5% ao mês. Ao final desse período, ele encerrou a aplica- A) R$2.768,15
ção, sacando um total de R$ 95.082,00. A quantia inicial, em B) R$1.595,27
reais, aplicada por Renato no primeiro investimento foi de C) R$3.821,08
A) 154.000,00 D) R$9.552,70
B) 156.000,00 E) R$1.910,54
C) 158.000,00
D) 160.000,00 6. (CÂMARA DE CANITAR/SP – RECEPCIONISTA – IN-
E) 162.000,00 DEC/2013) Uma aplicação financeira rende mensalmente
0,72%. Após 3 meses, um capital investido de R$ 14.000,00
2. (CÂMARA DE SÃO PAULO/SP – TÉCNICO ADMI- renderá: (Considere juros compostos)
NISTRATIVO – FCC/2014) José Luiz aplicou R$60.000,00 A) R$ 267,92
num fundo de investimento, em regime de juros compos- B) R$ 285,49
tos, com taxa de 2% ao mês. Após 3 meses, o montante C) R$300,45
que José Luiz poderá sacar é D) R$304,58
A) R$63.600,00.
B) R$63.672,48. 7. (CÂMARA DE CANITAR/SP – RECEPCIONISTA –
C) R$63.854,58. INDEC/2013) Qual a porcentagem de rendimento mensal
D) R$62.425,00. de um capital de R$ 5.000,00 que rende R$ 420,00 após 6
E) R$62.400,00. meses?

46
RACIOCÍNIO LÓGICO

(Considere juros simples)


A) 2,2%
B) 1,6%
C) 1,4%
D) 0,7%

8. (PM/SP – OFICIAL – VUNESP/2013) Pretendendo aplicar em um fundo que rende juros compostos, um investidor
fez uma simulação. Na simulação feita, se ele aplicar hoje R$ 10.000,00 e R$ 20.000,00 daqui a um ano, e não fizer nenhuma
retirada, o saldo daqui a dois anos será de R$ 38.400,00. Desse modo, é correto afirmar que a taxa anual de juros conside-
rada nessa simulação foi de
A) 12%.
B) 15%.
C) 18%.
D) 20%.
E) 21%.

9. (TRT 1ª – TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRATIVA – FCC/2013) Juliano possui R$ 29.000,00 aplicados em
um regime de juros compostos e deseja comprar um carro cujo preço à vista é R$30.000,00. Se nos próximos meses essa
aplicação render 1% ao mês e o preço do carro se mantiver, o número mínimo de meses necessário para que Juliano tenha
em sua aplicação uma quantia suficiente para comprar o carro é
A) 7.
B) 4.
C) 5.
D) 6.
E) 3.

10. (BANCO DO BRASIL – ESCRITURÁRIO – CESGRANRIO/2012) João tomou um empréstimo de R$900,00 a juros com-
postos de 10% ao mês. Dois meses depois, João pagou R$600,00 e, um mês após esse pagamento, liquidou o empréstimo.
O valor desse último pagamento foi, em reais, aproximadamente,
A) 240,00
B) 330,00
C) 429,00
D) 489,00
E) 538,00
RESPOSTAS

1 - RESPOSTA: “B”.
Quantia inicial: C= 25.000 ; i=1,25% a.m = 0,0125 ; t= 1 ano = 12 meses
M= J+C e J= C.i.t da junção dessas duas fórmulas temos : M=C.(1+i.t),aplicando

Como ele gastou metade e a outra metade ele aplicou a uma taxa i=1,5% a.m=0,015 e t=4m e sacou após esse pe-
ríodo R$ 95.082,00

95.082 = 0,6095C ➜ ➜ C= 156.000

A quantia inicial foi de R$ 156.000,00.

2 - RESPOSTA: “B”.
C=60.000 ; i = 2% a.m = 0,02 ; t = 3m

O montante a ser sacado será de R$ 63.672,48.

47
RACIOCÍNIO LÓGICO

3 - RESPOSTA: “D”.
J=C.i.t C = 50.000 ; i = 2,5% a.m = 0,025 ; t = 5m
J=50 000.0,025.5
J=6250
M=C+J
M=50 000+6 250=56250
O valor da dívida é R$56.250,00.

4 – RESPOSTA: “B”.

C = 400 ; t = 6 d ; i = 0,5% a.d = 0,005

O valor que ela deve pagar é R$412,00.

5 - RESPOSTA: “C”.

O juros obtido será R$3.821,08.

6 - RESPOSTA: “D”.
i = 0,72%a.m = 0,0072 ; t = 3m ; C = 14.000

Como ele quer saber os juros:


M = C+J ➜ J = 14304,58-14000 = 304,58
A aplicação renderá R$ 304,58.

7 - RESPOSTA: “C”.
C = 5.000 ; J = 420 ; t = 6m
J=C.i.t ➜ 420=5000.i.6

A porcentagem será de 1,4%.

8 - RESPOSTA: “D”.

C1º ano = 10.000 ; C2º ano = 20.000

M1+M2 = 384000

48
RACIOCÍNIO LÓGICO

Têm se uma equação do segundo grau, usa-seentão a fórmula de Bhaskara:

É correto afirmar que a taxa é de 20%

9 - RESPOSTA: “B”.

C=29.000 ; M=30.000 ; i=1%a.m = 0,01

Teremos que substituir os valores de t, portanto vamos começar dos números mais baixos:
1,013=1,0303, está próximo, mas ainda é menor
1,014=1,0406
Como t=4 passou o número que precisava(1,0344), então ele tem que aplicar no mínimo por 4 meses.

10 - RESPOSTA: “E”.

C = 900 ; i = 10% a.m=0,10 ; t = 2m ; pagou 2 meses depois R$ 600,00 e liquidou após 1 mês

Depois de dois meses João pagou R$ 600,00.

1089-600=489

49
RACIOCÍNIO LÓGICO

Análise Combinatória

Análise combinatória é uma parte da matemática que estuda, ou melhor, calcula o número de possibilidades, e
estuda os métodos de contagem que existem em acertar algum número em jogos de azar. Esse tipo de cálculo nasceu no
século XVI, pelo matemático italiano Niccollo Fontana (1500-1557), chamado também de Tartaglia. Depois, apareceram
os franceses Pierre de Fermat (1601-1665) e Blaise Pascal (1623-1662). A análise desenvolve métodos que permitem
contar, indiretamente, o número de elementos de um conjunto. Por exemplo, se quiser saber quantos números de quatro
algarismos são formados com os algarismos 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7 e 9, é preciso aplicar as propriedades da análise combinatória.
Veja quais propriedades existem:

- Princípio fundamental da contagem


- Fatorial
- Arranjos simples
- Permutação simples
- Combinação
- Permutação com elementos repetidos

Princípio fundamental da contagem: é o mesmo que a Regra do Produto, um princípio combinatório que indica
quantas vezes e as diferentes formas que um acontecimento pode ocorrer. O acontecimento é formado por dois estágios
caracterizados como sucessivos e independentes:

• O primeiro estágio pode ocorrer de m modos distintos.


• O segundo estágio pode ocorrer de n modos distintos.

Desse modo, podemos dizer que o número de formas diferente que pode ocorrer em um acontecimento é igual ao
produto m . n

Exemplo: Alice decidiu comprar um carro novo, e inicialmente ela quer se decidir qual o modelo e a cor do seu novo
veículo. Na concessionária onde Alice foi há 3 tipos de modelos que são do interesse dela: Siena, Fox e Astra, sendo que
para cada carro há 5 opções de cores: preto, vinho, azul, vermelho e prata. Qual é o número total de opções que Alice
poderá fazer?

Resolução: Segundo o Principio Fundamental da Contagem, Alice tem 3×5 opções para fazer, ou seja,ela poderá optar
por 15 carros diferentes. Vamos representar as 15 opções na árvore de possibilidades

Generalizações: Um acontecimento é formado por k estágios sucessivos e independentes, com n1, n2, n3, … , nk
possibilidades para cada. O total de maneiras distintas de ocorrer este acontecimento é n1, n2, n3, … , nk

Técnicas de contagem: Na Técnica de contagem não importa a ordem.


Considere A = {a; b; c; d; …; j} um conjunto formado por 10 elementos diferentes, e os agrupamentos ab, ac e ca”.

50
RACIOCÍNIO LÓGICO

ab e ac são agrupamentos sempre distintos, pois se diferenciam pela natureza de um dos elemento.
ac e ca são agrupamentos que podem ser considerados distintos ou não distintos pois se diferenciam somente pela
ordem dos elementos.

Quando os elementos de um determinado conjunto A forem algarismos, A = {0, 1, 2, 3, …, 9}, e com estes algarismos
pretendemos obter números, neste caso, os agrupamentos de 13 e 31 são considerados distintos, pois indicam números
diferentes.

Quando os elementos de um determinado conjunto A forem pontos, A = {A1, A2, A3, A4, A5…, A9}, e com estes pontos
pretendemos obter retas, neste caso os agrupamentos são iguais, pois indicam a mesma reta.

Conclusão: Os agrupamentos...

1. Em alguns problemas de contagem, quando os agrupamentos se diferirem pela natureza de pelo menos um de seus
elementos, os agrupamentos serão considerados distintos.
ac = ca, neste caso os agrupamentos são denominados combinações.

Pode ocorrer: O conjunto A é formado por pontos e o problema é saber quantas retas esses pontos determinam.
2. Quando se diferir tanto pela natureza quanto pela ordem de seus elementos, os problemas de contagem serão
agrupados e considerados distintos.
ac ≠ ca, neste caso os agrupamentos são denominados arranjos.

Pode ocorrer: O conjunto A é formado por algarismos e o problema é contar os números por eles determinados.

Fatorial: Na matemática, o fatorial de um número natural n, representado por n!, é o produto de todos os inteiros
positivos menores ou iguais a n. A notação n! foi introduzida por Christian Kramp em 1808. A função fatorial é normalmente
definida por:

Por exemplo, 5! = 1 . 2 . 3 . 4 . 5 = 120

Note que esta definição implica em particular que 0! = 1, porque o produto vazio, isto é, o produto de nenhum número
é 1. Deve-se prestar atenção neste valor, pois este faz com que a função recursiva (n + 1)! = n! . (n + 1) funcione para n = 0.
Os fatoriais são importantes em análise combinatória. Por exemplo, existem n! caminhos diferentes de arranjar n objetos
distintos numa sequência. (Os arranjos são chamados permutações) E o número de opções que podem ser escolhidos é
dado pelo coeficiente binomial.

Arranjos simples: são agrupamentos sem repetições em que um grupo se torna diferente do outro pela ordem ou pela
natureza dos elementos componentes. Seja A um conjunto com n elementos e k um natural menor ou igual a n. Os arranjos
simples k a k dos n elementos de A, são os agrupamentos, de k elementos distintos cada, que diferem entre si ou pela
natureza ou pela ordem de seus elementos.

Cálculos do número de arranjos simples:

Na formação de todos os arranjos simples dos n elementos de A, tomados k a k:

n → possibilidades na escolha do 1º elemento.


n - 1 → possibilidades na escolha do 2º elemento, pois um deles já foi usado.
n - 2 → possibilidades na escolha do 3º elemento, pois dois deles já foi usado..
n - (k - 1) → possibilidades na escolha do kº elemento, pois l-1 deles já foi usado.
No Princípio Fundamental da Contagem (An, k), o número total de arranjos simples dos n elementos de A (tomados k a
k), temos:

51
RACIOCÍNIO LÓGICO

An,k = n (n - 1) . (n - 2) . ... . (n – k + 1) Se trocarmos os 3 elementos das 4 combinações


(é o produto de k fatores)
obtemos todos os arranjos 3 a 3:

Multiplicando e dividindo por (n – k)! abc abd acd bcd


acb adb adc bdc
bac bad cad cbd
bca bda cda cdb
cab dab dac dbc
Note que n (n – 1) . (n – 2). ... .(n – k + 1) . (n – k)! = n! cba dba dca dcb

Podemos também escrever (4 combinações) x (6 permutações) = 24 arranjos

Permutações: Considere A como um conjunto com n Logo: C4,3 . P3 = A4,3


elementos. Os arranjos simples n a n dos elementos de A,
são denominados permutações simples de n elementos. De Cálculo do número de combinações simples: O
acordo com a definição, as permutações têm os mesmos número total de combinações simples dos n elementos de
elementos. São os n elementos de A. As duas permutações A representados por C n,k, tomados k a k, analogicamente
diferem entre si somente pela ordem de seus elementos. ao exemplo apresentado, temos:
a) Trocando os k elementos de uma combinação k a k,
Cálculo do número de permutação simples: obtemos Pk arranjos distintos.
b) Trocando os k elementos das Cn,k . Pk arranjos
O número total de permutações simples de n elementos distintos.
indicado por Pn, e fazendo k = n na fórmula An,k = n (n – 1)
(n – 2) . … . (n – k + 1), temos: Portanto: Cn,k . Pk = An,k ou
Pn = An,n= n (n – 1) (n – 2) . … . (n – n + 1) = (n – 1) A n,k
(n – 2) . … .1 = n! C n,k =
Pk
Portanto: Pn = n!
Lembrando que:
Combinações Simples: são agrupamentos formados
com os elementos de um conjunto que se diferenciam

somente pela natureza de seus elementos. Considere A
como um conjunto com n elementos k um natural menor
Também pode ser escrito assim:
ou igual a n. Os agrupamentos de k elementos distintos
cada um, que diferem entre si apenas pela natureza de seus
elementos são denominados combinações simples k a k,
dos n elementos de A.

Exemplo: Considere A = {a, b, c, d} um conjunto com Arranjos Completos: Arranjos completos de n


elementos distintos. Com os elementos de A podemos elementos, de k a k são os arranjos de k elementos
formar 4 combinações de três elementos cada uma: abc – não necessariamente distintos. Em vista disso, quando
abd – acd – bcd vamos calcular os arranjos completos, deve-se levar
em consideração os arranjos com elementos distintos
Se trocarmos ps 3 elementos de uma delas: (arranjos simples) e os elementos repetidos. O total de
arranjos completos de n elementos, de k a k, é indicado
Exemplo: abc, obteremos P3 = 6 arranjos disdintos. simbolicamente por A*n,k dado por: A*n,k = nk

Permutações com elementos repetidos


abc abd acd bcd
acb Considerando:
bac
α elementos iguais a a,
bca β elementos iguais a b,
cab γ elementos iguais a c, …,
λ elementos iguais a l,
cba
Totalizando em α + β + γ + … λ = n elementos.

52
RACIOCÍNIO LÓGICO

Simbolicamente representado por Pnα, β, γ, …, λ o número de permutações distintas que é possível formarmos com os
n elementos:

Combinações Completas: Combinações completas de n elementos, de k a k, são combinações de k elementos não


necessariamente distintos. Em vista disso, quando vamos calcular as combinações completas devemos levar em consideração
as combinações com elementos distintos (combinações simples) e as combinações com elementos repetidos. O total de
combinações completas de n elementos, de k a k, indicado por C*n,k

QUESTÕES

01. Quantos números de três algarismos distintos podem ser formados com os algarismos 1, 2, 3, 4, 5, 7 e 8?

02. Organiza-se um campeonato de futebol com 14 clubes, sendo a disputa feita em dois turnos, para que cada clube
enfrente o outro no seu campo e no campo deste. O número total de jogos a serem realizados é:
(A)182
(B) 91
(C)169
(D)196
(E)160

03. Deseja-se criar uma senha para os usuários de um sistema, começando por três letras escolhidas entre as cinco A,
B, C, D e E, seguidas de quatro algarismos escolhidos entre 0, 2, 4, 6 e 8. Se entre as letras puder haver repetição, mas se os
algarismos forem todos distintos, o número total de senhas possíveis é:
(A) 78.125
(B) 7.200
(C) 15.000
(D) 6.420
(E) 50

04. (UFTM) – João pediu que Cláudia fizesse cartões com todas as permutações da palavra AVIAÇÃO. Cláudia executou
a tarefa considerando as letras A e à como diferentes, contudo, João queria que elas fossem consideradas como mesma
letra. A diferença entre o número de cartões feitos por Cláudia e o número de cartões esperados por João é igual a
(A) 720
(B) 1.680
(C) 2.420
(D) 3.360
(E) 4.320

05. (UNIFESP) – As permutações das letras da palavra PROVA foram listadas em ordem alfabética, como se fossem
palavras de cinco letras em um dicionário. A 73ª palavra nessa lista é
(A) PROVA.
(B) VAPOR.
(C) RAPOV.
(D) ROVAP.
(E) RAOPV.

06. (MACKENZIE) – Numa empresa existem 10 diretores, dos quais 6 estão sob suspeita de corrupção. Para que se
analisem as suspeitas, será formada uma comissão especial com 5 diretores, na qual os suspeitos não sejam maioria. O
número de possíveis comissões é:
(A) 66
(B) 72
(C) 90
(D) 120
(E) 124

53
RACIOCÍNIO LÓGICO

07. (ESPCEX) – A equipe de professores de uma escola Os quatro algarismos poderão ser escolhidos de 5 . 4 .
possui um banco de questões de matemática composto 3 . 2 = 120 maneiras.
de 5 questões sobre parábolas, 4 sobre circunferências e 4 O número total de senhas distintas, portanto, é igual a
sobre retas. De quantas maneiras distintas a equipe pode 125 . 120 = 15.000.
montar uma prova com 8 questões, sendo 3 de parábolas,
2 de circunferências e 3 de retas? 04.
(A) 80 I) O número de cartões feitos por Cláudia foi
(B) 96
(C) 240
(D) 640
(E) 1.280 II) O número de cartões esperados por João era

08. Numa clínica hospitalar, as cirurgias são sempre


assistidas por 3 dos seus 5 enfermeiros, sendo que, para
uma eventualidade qualquer, dois particulares enfermeiros, Assim, a diferença obtida foi 2.520 – 840 = 1.680
por serem os mais experientes, nunca são escalados para
trabalharem juntos. Sabendo-se que em todos os grupos 05. Se as permutações das letras da palavra PROVA
participa um dos dois enfermeiros mais experientes, forem listadas em ordem alfabética, então teremos:
quantos grupos distintos de 3 enfermeiros podem ser P4 = 24 que começam por A
formados? P4 = 24 que começam por O
(A) 06 P4 = 24 que começam por P
(B) 10
(C) 12 A 73.ª palavra nessa lista é a primeira permutação que
(D) 15 começa por R. Ela é RAOPV.
(E) 20
06. Se, do total de 10 diretores, 6 estão sob suspeita de
09. Seis pessoas serão distribuídas em duas equipes corrupção, 4 não estão. Assim, para formar uma comissão
para concorrer a uma gincana. O número de maneiras de 5 diretores na qual os suspeitos não sejam maioria,
diferentes de formar duas equipes é
podem ser escolhidos, no máximo, 2 suspeitos. Portanto, o
(A) 10
número de possíveis comissões é
(B) 15
(C) 20
(D) 25
(E) 30

10. Considere os números de quatro algarismos do


sistema decimal de numeração. Calcule:
a) quantos são no total;
b) quantos não possuem o algarismo 2; 07. C5,3 . C4,2 . C4,3 = 10 . 6 . 4 = 240
c) em quantos deles o algarismo 2 aparece ao menos
uma vez; 08.
d) quantos têm os algarismos distintos; I) Existem 5 enfermeiros disponíveis: 2 mais experientes
e) quantos têm pelo menos dois algarismos iguais. e outros 3.
II) Para formar grupos com 3 enfermeiros, conforme o
Resoluções enunciado, devemos escolher 1 entre os 2 mais experientes
e 2 entre os 3 restantes.
01. III) O número de possibilidades para se escolher 1 entre
os 2 mais experientes é

02. O número total de jogos a serem realizados é A14,2


= 14 . 13 = 182.

03. IV) O número de possibilidades para se escolher 2


entre 3 restantes é

Algarismos

V) Assim, o número total de grupos que podem ser


Letras formados é 2 . 3 = 6
As três letras poderão ser escolhidas de 5 . 5 . 5 =125 09.
maneiras.

54
RACIOCÍNIO LÓGICO

10.
a) 9 . A*10,3 = 9 . 103 = 9 . 10 . 10 . 10 = 9000
b) 8 . A*9,3 = 8 . 93 = 8 . 9 . 9 . 9 = 5832
c) (a) – (b): 9000 – 5832 = 3168
d) 9 . A9,3 = 9 . 9 . 8 . 7 = 4536
e) (a) – (d): 9000 – 4536 = 4464

Binômio de Newton

Denomina-se Binômio de Newton , a todo binômio da forma (a + b)n , sendo n um número natural .

Exemplo: 
B = (3x - 2y)4 ( onde a = 3x, b = -2y e n = 4 [grau do binômio] ).

Exemplos de desenvolvimento de binômios de Newton :


a) (a + b)2 = a2 + 2ab + b2
b) (a + b)3 = a3 + 3 a2b + 3ab2 + b3
c) (a + b)4 = a4 + 4 a3b + 6 a2b2 + 4ab3 + b4
d) (a + b)5 = a5 + 5 a4b + 10 a3b2 + 10 a2b3 + 5ab4 + b5

Nota:
Não é necessário memorizar as fórmulas acima, já que elas possuem uma lei de formação bem definida, senão vejamos:
Vamos tomar, por exemplo, o item (d) acima:
Observe que o expoente do primeiro e últimos termos são iguais ao expoente do binômio, ou seja, igual a 5.
A partir do segundo termo, os coeficientes podem ser obtidos a partir da seguinte regra prática de fácil memorização:
Multiplicamos o coeficiente de a pelo seu expoente e dividimos o resultado pela ordem do termo. O resultado será o
coeficiente do próximo termo. Assim por exemplo, para obter o coeficiente do terceiro termo do item (d) acima teríamos:
5.4 = 20; agora dividimos 20 pela ordem do termo anterior (2 por se tratar do segundo termo) 20:2 = 10 que é o coe-
ficiente do terceiro termo procurado.
Observe que os expoentes da variável a decrescem de n até 0 e os expoentes de b crescem de 0 até n. Assim o terceiro
termo é 10 a3b2 (observe que o expoente de a decresceu de 4 para 3 e o de b cresceu  de 1 para 2).
Usando a regra prática acima, o desenvolvimento do binômio de Newton (a + b)7 será:
(a + b)7 = a7 + 7 a6b + 21 a5b2 + 35 a4b3 + 35 a3b4 + 21 a2b5 + 7 ab6 + b7

Como obtivemos, por exemplo, o coeficiente do 6º termo (21 a2b5) ?


Pela regra: coeficiente do termo anterior = 35. Multiplicamos 35 pelo expoente de a que é igual a 3 e dividimos o re-
sultado pela ordem do termo que é 5.
Então, 35 . 3 = 105 e dividindo por 5 (ordem do termo anterior) vem 105:5 = 21, que é o coeficiente do sexto termo,
conforme se vê acima.

Observações:
1) o desenvolvimento do binômio (a + b)n é um polinômio.
2) o desenvolvimento de (a + b)n possui n + 1 termos .
3) os coeficientes dos termos equidistantes dos extremos , no desenvolvimento De (a + b)n são iguais .
4) a soma dos coeficientes de (a + b)n é igual a 2n .

Fórmula do termo geral de um Binômio de Newton


Um termo genérico Tp+1 do desenvolvimento de (a+b)n , sendo p um número natural, é dado por

⎛ n⎞
T p+1 = ⎜ ⎟ .a n− p .b p
⎝ p⎠
onde

⎛ n⎞ n!
⎜⎝ p ⎟⎠ = Cn. p = p!(n − p)!
é denominado Número Binomial e Cn.p é o número de combinações simples de n elementos,
agrupados p a p, ou seja, o número de combinações simples de n elementos de taxa p.
Este número é também conhecido como Número Combinatório.

55
RACIOCÍNIO LÓGICO

Probabilidade Demonstração das Propriedades

Ponto Amostral, Espaço Amostral e Evento Considerando S como um espaço finito e não vazio,
temos:
Em uma tentativa com um número limitado de
resultados, todos com chances iguais, devemos considerar:
Ponto Amostral: Corresponde a qualquer um dos
resultados possíveis.
Espaço Amostral: Corresponde ao conjunto dos
resultados possíveis; será representado por S e o número
de elementos do espaço amostra por n(S).
Evento: Corresponde a qualquer subconjunto do
espaço amostral; será representado por A e o número de
elementos do evento por n(A).

Os conjuntos S e Ø também são subconjuntos de S,


portanto são eventos.
Ø = evento impossível.
S = evento certo.

Conceito de Probabilidade
União de Eventos
As probabilidades têm a função de mostrar a chance
Considere A e B como dois eventos de um espaço
de ocorrência de um evento. A probabilidade de ocorrer
amostral S, finito e não vazio, temos:
um determinado evento A, que é simbolizada por P(A), de
um espaço amostral S ≠ Ø, é dada pelo quociente entre
o número de elementos A e o número de elemento S. A

Representando:
B
S

Exemplo: Ao lançar um dado de seis lados, numerados


de 1 a 6, e observar o lado virado para cima, temos:
- um espaço amostral, que seria o conjunto S {1, 2, 3,
4, 5, 6}.
- um evento número par, que seria o conjunto A1 = {2,
Logo: P(A B) = P(A) + P(B) - P(A B)
4, 6} C S.
- o número de elementos do evento número par é
Eventos Mutuamente Exclusivos
n(A1) = 3.

- a probabilidade do evento número par é 1/2, pois A

B
Propriedades de um Espaço Amostral Finito e Não S
Vazio

- Em um evento impossível a probabilidade é igual a Considerando que A ∩ B, nesse caso A e B serão


zero. Em um evento certo S a probabilidade é igual a 1. denominados mutuamente exclusivos. Observe que A ∩ B =
Simbolicamente: P(Ø) = 0 e P(S) = 1. 0, portanto: P(A B) = P(A) + P(B). Quando os eventos A1, A2,
A3, …, An de S forem, de dois em dois, sempre mutuamente
- Se A for um evento qualquer de S, neste caso: 0 ≤
exclusivos, nesse caso temos, analogicamente:
P(A) ≤ 1.
- Se A for o complemento de A em S, neste caso: P(A) P(A1 A2 A3 … An) = P(A1) + P(A2) + P(A3) + ... +
= 1 - P(A). P(An)

56
RACIOCÍNIO LÓGICO

Eventos Exaustivos Assim sendo:

Quando os eventos A1, A2, A3, …, An de S forem, de dois P(A ∩ B) = P(A) . P(B/A)
em dois, mutuamente exclusivos, estes serão denominados P(A ∩ B) = P(B) . P(A/B)
exaustivos se A1 A2 A3 … An = S
Considerando A e B como eventos independentes, logo
P(B/A) = P(B), P(A/B) = P(A), sendo assim: P(A ∩ B) = P(A)
. P(B). Para saber se os eventos A e B são independentes,
podemos utilizar a definição ou calcular a probabilidade de
A ∩ B. Veja a representação:

A e B independentes ↔ P(A/B) = P(A) ou


A e B independentes ↔ P(A ∩ B) = P(A) . P(B)

Lei Binominal de Probabilidade


Então, logo:
Considere uma experiência sendo realizada diversas
vezes, dentro das mesmas condições, de maneira que
os resultados de cada experiência sejam independentes.
Portanto: P(A1) + P(A2) + P(A3) + ... + P(An) = 1 Sendo que, em cada tentativa ocorre, obrigatoriamente,
um evento A cuja probabilidade é p ou o complemento A
Probabilidade Condicionada cuja probabilidade é 1 – p.

Considere dois eventos A e B de um espaço amostral S, Problema: Realizando-se a experiência descrita


finito e não vazio. A probabilidade de B condicionada a A é exatamente n vezes, qual é a probabilidade de ocorrer o
dada pela probabilidade de ocorrência de B sabendo que evento A só k vezes?
já ocorreu A. É representada por P(B/A).
Resolução:
- Se num total de n experiências, ocorrer somente
Veja: k vezes o evento A, nesse caso será necessário ocorrer
exatamente n – k vezes o evento A.
- Se a probabilidade de ocorrer o evento A é p e do
evento A é 1 – p, nesse caso a probabilidade de ocorrer k
vezes o evento A e n – k vezes o evento A, ordenadamente,
é:

Eventos Independentes

Considere dois eventos A e B de um espaço amostral - As k vezes em que ocorre o evento A são quaisquer
S, finito e não vazio. Estes serão independentes somente entre as n vezes possíveis. O número de maneiras de
quando: escolher k vezes o evento A é, portanto Cn,k.
- Sendo assim, há Cn,k eventos distintos, mas que
P(A/N) = P(A) P(B/A) = P(B) possuem a mesma probabilidade pk . (1 – p)n-k, e portanto a
probabilidade desejada é: Cn,k . pk . (1 – p)n-k
Intersecção de Eventos
QUESTÕES
Considerando A e B como dois eventos de um espaço
01. A probabilidade de uma bola branca aparecer
amostral S, finito e não vazio, logo: ao se retirar uma única bola de uma urna que contém,
exatamente, 4 bolas brancas, 3 vermelhas e 5 azuis é:

(A) (B) (C) (D) (E)


02. As 23 ex-alunas de uma turma que completou o
Ensino Médio há 10 anos se encontraram em uma reunião
comemorativa. Várias delas haviam se casado e tido filhos.

57
RACIOCÍNIO LÓGICO

A distribuição das mulheres, de acordo com a quantidade 09. Uma urna contém 6 bolas: duas brancas e quatro
de filhos, é mostrada no gráfico abaixo. Um prêmio pretas. Retiram-se quatro bolas, sempre com reposição de
foi sorteado entre todos os filhos dessas ex-alunas. A cada bola antes de retirar a seguinte. A probabilidade de só
probabilidade de que a criança premiada tenha sido um(a) a primeira e a terceira serem brancas é:
filho(a) único(a) é
(A) (B) (C) (D) (E)
10. Uma lanchonete prepara sucos de 3 sabores:
laranja, abacaxi e limão. Para fazer um suco de laranja, são
utilizadas 3 laranjas e a probabilidade de um cliente pedir
esse suco é de 1/3. Se na lanchonete, há 25 laranjas, então
a probabilidade de que, para o décimo cliente, não haja
mais laranjas suficientes para fazer o suco dessa fruta é:

(A) (B) (C) (D) (E) (A) 1 (B) (C) (D) (E)
03. Retirando uma carta de um baralho comum de 52 Respostas
cartas, qual a probabilidade de se obter um rei ou uma
dama? 01.

04. Jogam-se dois dados “honestos” de seis faces, 02.


numeradas de 1 a 6, e lê-se o número de cada uma das A partir da distribuição apresentada no gráfico:
duas faces voltadas para cima. Calcular a probabilidade 08 mulheres sem filhos.
de serem obtidos dois números ímpares ou dois números 07 mulheres com 1 filho.
06 mulheres com 2 filhos.
iguais?
02 mulheres com 3 filhos.
05. Uma urna contém 500 bolas, numeradas de 1 a 500.
Comoas 23 mulheres têm um total de 25 filhos, a
Uma bola dessa urna é escolhida ao acaso. A probabilidade
probabilidade de que a criança premiada tenha sido um(a)
de que seja escolhida uma bola com um número de três
filho(a) único(a) é igual a P = 7/25.
algarismos ou múltiplo de 10 é
03. P(dama ou rei) = P(dama) + P(rei) =
(A) 10%
(B) 12%
(C) 64%
(D) 82% 04. No lançamento de dois dados de 6 faces, numeradas
(E) 86% de 1 a 6, são 36 casos possíveis. Considerando os eventos
A (dois números ímpares) e B (dois números iguais), a
06. Uma urna contém 4 bolas amarelas, 2 brancas e 3 probabilidade pedida é:
bolas vermelhas. Retirando-se uma bola ao acaso, qual a
probabilidade de ela ser amarela ou branca?

07. Duas pessoas A e B atiram num alvo com


probabilidade 40% e 30%, respectivamente, de acertar. 05. Sendo Ω, o conjunto espaço amostral, temos n(Ω)
Nestas condições, a probabilidade de apenas uma delas = 500
acertar o alvo é:
(A) 42% A: o número sorteado é formado por 3 algarismos;
(B) 45% A = {100, 101, 102, ..., 499, 500}, n(A) = 401 e p(A) =
(C) 46% 401/500
(D) 48%
(E) 50% B: o número sorteado é múltiplo de 10;
B = {10, 20, ..., 500}.
08. Num espaço amostral, dois eventos independentes
A e B são tais que P(A U B) = 0,8 e P(A) = 0,3. Podemos Para encontrarmos n(B) recorremos à fórmula do termo
concluir que o valor de P(B) é: geral da P.A., em que
(A) 0,5 a1 = 10
(B) 5/7 an = 500
(C) 0,6 r = 10
(D) 7/15 Temos an = a1 + (n – 1) . r → 500 = 10 + (n – 1) . 10 →
(E) 0,7 n = 50

58
RACIOCÍNIO LÓGICO

Dessa forma, p(B) = 50/500. 10. Supondo que a lanchonete só forneça estes três
tipos de sucos e que os nove primeiros clientes foram
A Ω B: o número tem 3 algarismos e é múltiplo de 10; servidos com apenas um desses sucos, então:
A Ω B = {100, 110, ..., 500}. I- Como cada suco de laranja utiliza três laranjas, não é
De an = a1 + (n – 1) . r, temos: 500 = 100 + (n – 1) . 10 possível fornecer sucos de laranjas para os nove primeiros
→ n = 41 e p(A B) = 41/500 clientes, pois seriam necessárias 27 laranjas.
II- Para que não haja laranjas suficientes para o próximo
Por fim, p(A.B) = cliente, é necessário que, entre os nove primeiros, oito
tenham pedido sucos de laranjas, e um deles tenha pedido
06. outro suco.
Sejam A1, A2, A3, A4 as bolas amarelas, B1, B2 as brancas A probabilidade de isso ocorrer é:
e V1, V2, V3 as vermelhas.

Temos S = {A1, A2, A3, A4, V1, V2, V3 B1, B2} → n(S) = 9
A: retirada de bola amarela = {A1, A2, A3, A4}, n(A) = 4
B: retirada de bola branca = {B1, B2}, n(B) = 2
Raciocínio Lógico Matemático

Os estudos matemáticos ligados aos fundamentos ló-


gicos contribuem no desenvolvimento cognitivo dos es-
tudantes, induzindo a organização do pensamento e das
Como A B = , A e B são eventos mutuamente ideias, na formação de conceitos básicos, assimilação de
exclusivos; regras matemáticas, construção de fórmulas e expressões
Logo: P(A B) = P(A) + P(B) = aritméticas e algébricas. É de extrema importância que em
matemática utilize-se atividades envolvendo lógica, no in-
tuito de despertar o raciocínio, fazendo com que se utilize
do potencial na busca por soluções dos problemas mate-
07. máticos desenvolvidos e baseados nos conceitos lógicos.
Se apenas um deve acertar o alvo, então podem ocorrer A lógica está presente em diversos ramos da matemá-
os seguintes eventos: tica, como a probabilidade, os problemas de contagem,
(A) “A” acerta e “B” erra; ou as progressões aritméticas e geométricas, as sequências
(B) “A” erra e “B” acerta. numéricas, equações, funções, análise de gráficos entre
outros. Os fundamentos lógicos contribuem na resolução
Assim, temos: ordenada de equações, na percepção do valor da razão de
P (A B) = P (A) + P (B) uma sequência, na elucidação de problemas aritméticos e
P (A B) = 40% . 70% + 60% . 30% algébricos e na fixação de conteúdos complexos.
P (A B) = 0,40 . 0,70 + 0,60 . 0,30 A utilização das atividades lógicas contribui na forma-
P (A B) = 0,28 + 0,18 ção de indivíduos capazes de criar ferramentas e mecanis-
P (A B) = 0,46 mos responsáveis pela obtenção de resultados em Mate-
P (A B) = 46% mática. O sucesso na Matemática está diretamente conec-
tado à curiosidade, pesquisa, deduções, experimentos, vi-
08.
são detalhada, senso crítico e organizacional e todas essas
Sendo A e B eventos independentes, P(A B) = P(A) .
características estão ligadas ao desenvolvimento lógico.
P(B) e como P(A B) = P(A) + P(B) – P(A B). Temos:
P(A B) = P(A) + P(B) – P(A) . P(B)
0,8 = 0,3 + P(B) – 0,3 . P(B) Raciocínio Lógico Dedutivo
0,7 . (PB) = 0,5
P(B) = 5/7. A dedução é uma inferência que parte do universal
para o mais particular. Assim considera-se que um raciocí-
09. Representando por a nio lógico é dedutivo quando, de uma ou mais premissas,
probabilidade pedida, temos: se conclui uma proposição que é conclusão lógica da(s)
= premissa(s). A dedução é um raciocínio de tipo mediato,
= sendo o silogismo uma das suas formas clássicas. Inicia-
remos com a compreensão das sequências lógicas, onde
devemos deduzir, ou até induzir, qual a lei de formação das
figuras, letras, símbolos ou números, a partir da observação
dos termos dados.

59
RACIOCÍNIO LÓGICO

Humor Lógico

Orientações Espacial e Temporal

Orientação espacial e temporal verifica a capacidade de abstração no espaço e no tempo. Costuma ser cobrado em
questões sobre a disposições de dominós, dados, baralhos, amontoados de cubos com símbolos especificados em suas
faces, montagem de figuras com subfiguras, figuras fractais, dentre outras. Inclui também as famosas sequências de
figuras nas quais se pede a próxima. Serve para verificar a capacidade do candidato em resolver problemas com base
em estímulos visuais.

Raciocínio Verbal

O raciocínio é o conjunto de atividades mentais que consiste na associação de ideias de acordo com determinadas
regras. No caso do raciocínio verbal, trata-se da capacidade de raciocinar com conteúdos verbais, estabelecendo entre
eles princípios de classificação, ordenação, relação e significados. Ao contrário daquilo que se possa pensar, o raciocínio
verbal é uma capacidade intelectual que tende a ser pouco desenvolvida pela maioria das pessoas. No nível escolar, por
exemplo, disciplinas como as línguas centram-se em objetivos como a ortografia ou a gramática, mas não estimulam/
incentivam à aprendizagem dos métodos de expressão necessários para que os alunos possam fazer um uso mais com-
pleto da linguagem.
Por outro lado, o auge dos computadores e das consolas de jogos de vídeo faz com que as crianças costumem jogar
de forma individual, isto é, sozinhas (ou com outras crianças que não se encontrem fisicamente com elas), pelo que não
é feito um uso intensivo da linguagem. Uma terceira causa que se pode aqui mencionar para explicar o fraco raciocínio
verbal é o fato de jantar em frente à televisão. Desta forma, perde-se o diálogo no seio da família e a arte de conversar.
Entre os exercícios recomendados pelos especialistas para desenvolver o raciocínio verbal, encontram-se as analo-
gias verbais, os exercícios para completar orações, a ordem de frases e os jogos onde se devem excluir certos conceitos
de um grupo. Outras propostas implicam que sigam/respeitem certas instruções, corrijam a palavra inadequada (o intru-
so) de uma frase ou procurem/descubram antônimos e sinônimos de uma mesma palavra.

Lógica Sequencial

Lógica Sequencial

O Raciocínio é uma operação lógica, discursiva e mental. Neste, o intelecto humano utiliza uma ou mais proposições,
para concluir através de mecanismos de comparações e abstrações, quais são os dados que levam às respostas
verdadeiras, falsas ou prováveis. Foi pelo processo do raciocínio que ocorreu o desenvolvimento do método matemático,
este considerado instrumento puramente teórico e dedutivo, que prescinde de dados empíricos. Logo, resumidamente
o raciocínio pode ser considerado também um dos integrantes dos mecanismos dos processos cognitivos superiores da
formação de conceitos e da solução de problemas, sendo parte do pensamento.

Sequências Lógicas

As sequências podem ser formadas por números, letras, pessoas, figuras, etc. Existem várias formas de se estabelecer
uma sequência, o importante é que existam pelo menos três elementos que caracterize a lógica de sua formação, entretanto
algumas séries necessitam de mais elementos para definir sua lógica. Algumas sequências são bastante conhecidas e todo
aluno que estuda lógica deve conhecê-las, tais como as progressões aritméticas e geométricas, a série de Fibonacci, os
números primos e os quadrados perfeitos.

60
RACIOCÍNIO LÓGICO

Sequência de Números Sequência de Pessoas

Progressão Aritmética: Soma-se constantemente um Na série a seguir, temos sempre um homem seguido
mesmo número. de duas mulheres, ou seja, aqueles que estão em uma
posição múltipla de três (3º, 6º, 9º, 12º,...) serão mulheres e
a posição dos braços sempre alterna, ficando para cima em
uma posição múltipla de dois (2º, 4º, 6º, 8º,...). Sendo assim,
a sequência se repete a cada seis termos, tornando possível
determinar quem estará em qualquer posição.
Progressão Geométrica: Multiplica-se constantemente
um mesmo número.

Sequência de Figuras
Esse tipo de sequência pode seguir o mesmo padrão
Incremento em Progressão: O valor somado é que está visto na sequência de pessoas ou simplesmente sofrer
em progressão. rotações, como nos exemplos a seguir.

Série de Fibonacci: Cada termo é igual a soma dos dois


anteriores.

1 1 2 3 5 8 13
Sequência de Fibonacci
Números Primos: Naturais que possuem apenas dois
divisores naturais.
O matemático Leonardo Pisa, conhecido como
Fibonacci, propôs no século XIII, a sequência numérica:
2 3 5 7 11 13 17
(1, 1, 2, 3, 5, 8, 13, 21, 34, 55, 89, …). Essa sequência tem
uma lei de formação simples: cada elemento, a partir do
Quadrados Perfeitos: Números naturais cujas raízes são
terceiro, é obtido somando-se os dois anteriores. Veja: 1
naturais.
+ 1 = 2, 2 + 1 = 3, 3 + 2 = 5 e assim por diante. Desde o
século XIII, muitos matemáticos, além do próprio Fibonacci,
1 4 9 16 25 36 49 dedicaram-se ao estudo da sequência que foi proposta,
e foram encontradas inúmeras aplicações para ela no
Sequência de Letras desenvolvimento de modelos explicativos de fenômenos
naturais.
As sequências de letras podem estar associadas a uma Veja alguns exemplos das aplicações da sequência de
série de números ou não. Em geral, devemos escrever Fibonacci e entenda porque ela é conhecida como uma
todo o alfabeto (observando se deve, ou não, contar com das maravilhas da Matemática. A partir de dois quadrados
k, y e w) e circular as letras dadas para entender a lógica de lado 1, podemos obter um retângulo de lados 2 e 1.
proposta. Se adicionarmos a esse retângulo um quadrado de lado
2, obtemos um novo retângulo 3 x 2. Se adicionarmos
ACFJOU agora um quadrado de lado 3, obtemos um retângulo
Observe que foram saltadas 1, 2, 3, 4 e 5 letras e esses 5 x 3. Observe a figura a seguir e veja que os lados dos
números estão em progressão. quadrados que adicionamos para determinar os retângulos
formam a sequência de Fibonacci.
ABCDEFGHIJKLMNOPQRSTU

B1 2F H4 8L N16 32R T64

Nesse caso, associou-se letras e números (potências de


2), alternando a ordem. As letras saltam 1, 3, 1, 3, 1, 3 e 1
posições.

ABCDEFGHIJKLMNOPQRST

61
RACIOCÍNIO LÓGICO

Se utilizarmos um compasso e traçarmos o quarto de As figuras a seguir possuem números que representam
circunferência inscrito em cada quadrado, encontraremos uma sequência lógica. Veja os exemplos:
uma espiral formada pela concordância de arcos cujos
raios são os elementos da sequência de Fibonacci. Exemplo 1

O Partenon que foi construído em Atenas pelo célebre


arquiteto grego Fidias. A fachada principal do edifício, hoje A sequência numérica proposta envolve multiplicações
em ruínas, era um retângulo que continha um quadrado por 4.
de lado igual à altura. Essa forma sempre foi considerada 6 x 4 = 24
satisfatória do ponto de vista estético por suas proporções 24 x 4 = 96
sendo chamada retângulo áureo ou retângulo de ouro. 96 x 4 = 384
384 x 4 = 1536

Exemplo 2

Como os dois retângulos indicados na figura são


semelhantes temos: (1).
A diferença entre os números vai aumentando 1
unidade.
Como: b = y – a (2). 13 – 10 = 3
Substituindo (2) em (1) temos: y2 – ay – a2 = 0. 17 – 13 = 4
22 – 17 = 5
Resolvendo a equação: 28 – 22 = 6
35 – 28 = 7
em que não convém.
Exemplo 3
Logo:

Esse número é conhecido como número de ouro e


pode ser representado por:

Todo retângulo e que a razão entre o maior e o menor


lado for igual a é chamado retângulo áureo como o caso
da fachada do Partenon.

62
RACIOCÍNIO LÓGICO

Multiplicar os números sempre por 3.


1x3=3
3x3=9
9 x 3 = 27
27 x 3 = 81
81 x 3 = 243 (D) (E)
243 x 3 = 729
729 x 3 = 2187

Exemplo 4

02. Considere que a sequência de figuras foi construída


segundo um certo critério.

A diferença entre os números vai aumentando 2


unidades. Se tal critério for mantido, para obter as figuras
24 – 22 = 2 subsequentes, o total de pontos da figura de número 15
28 – 24 = 4 deverá ser:
34 – 28 = 6 (A) 69
42 – 34 = 8 (B) 67
52 – 42 = 10 (C) 65
64 – 52 = 12 (D) 63
78 – 64 = 14 (E) 61

QUESTÕES 03. O próximo número dessa sequência lógica é: 1000,


990, 970, 940, 900, 850, ...
01. Observe atentamente a disposição das cartas em (A) 800
cada linha do esquema seguinte: (B) 790
(C) 780
(D) 770

04. Na sequência lógica de números representados nos


hexágonos, da figura abaixo, observa-se a ausência de um
deles que pode ser:

(A) 76
(B) 10
(C) 20
(D) 78

A carta que está oculta é: 05. Uma criança brincando com uma caixa de palitos
de fósforo constrói uma sequência de quadrados conforme
(A) (B) (C) indicado abaixo:

63
RACIOCÍNIO LÓGICO

(A) (B)
.............
1° 2° 3°

Quantos palitos ele utilizou para construir a 7ª figura?


(A) 20 palitos
(B) 25 palitos
(C) 28 palitos
(C) (D)
(D) 22 palitos

06. Ana fez diversas planificações de um cubo e


escreveu em cada um, números de 1 a 6. Ao montar o cubo,
ela deseja que a soma dos números marcados nas faces (E)
opostas seja 7. A única alternativa cuja figura representa a
planificação desse cubo tal como deseja Ana é:

(A) (B)

09. Observe a sequência: 2, 10, 12, 16, 17, 18, 19, ... Qual
é o próximo número?
(A) 20
(B) 21
(C) (D) (C) 100
(D) 200

10. Observe a sequência: 3,13, 30, ... Qual é o próximo


número?
(A) 4
(B) 20
(E) (C) 31
(D) 21

11. Os dois pares de palavras abaixo foram formados


segundo determinado critério.
LACRAÇÃO → cal
07. As figuras da sequência dada são formadas por AMOSTRA → soma
partes iguais de um círculo. LAVRAR → ?
Segundo o mesmo critério, a palavra que deverá
ocupar o lugar do ponto de interrogação é:
(A) alar
(B) rala
(C) ralar
(D) larva
Continuando essa sequência, obtém-se exatamente 16 (E) arval
círculos completos na:
(A) 36ª figura 12. Observe que as figuras abaixo foram dispostas,
(B) 48ª figura linha a linha, segundo determinado padrão.
(C) 72ª figura
(D) 80ª figura
(E) 96ª figura

08. Analise a sequência a seguir:

Admitindo-se que a regra de formação das figuras


seguintes permaneça a mesma, pode-se afirmar que a
figura que ocuparia a 277ª posição dessa sequência é:

64
RACIOCÍNIO LÓGICO

Segundo o padrão estabelecido, a figura que substitui 15. Considere que a sequência seguinte é formada pela
corretamente o ponto de interrogação é: sucessão natural dos números inteiros e positivos, sem que
os algarismos sejam separados.

1234567891011121314151617181920...

O algarismo que deve aparecer na 276ª posição dessa


(A) (B)

(C) sequência é:
(A) 9
(B) 8
(C) 6
(D) 3
(E) 1
(D)
(E)
16. Em cada linha abaixo, as três figuras foram
desenhadas de acordo com determinado padrão.
13. Observe que na sucessão seguinte os números
foram colocados obedecendo a uma lei de formação.

Os números X e Y, obtidos segundo essa lei, são tais


que X + Y é igual a:
(A) 40
(B) 42
(C) 44
(D) 46
(E) 48
Segundo esse mesmo padrão, a figura que deve
14. A figura abaixo representa algumas letras dispostas substituir o ponto de interrogação é:
em forma de triângulo, segundo determinado critério.

(A) (B)

(C) (D)

(E)

17. Observe que, na sucessão de figuras abaixo, os


Considerando que na ordem alfabética usada são números que foram colocados nos dois primeiros triângulos
excluídas as letra “K”, “W” e “Y”, a letra que substitui obedecem a um mesmo critério.
corretamente o ponto de interrogação é:
(A) P
(B) O
(C) N
(D) M
(E) L

65
RACIOCÍNIO LÓGICO

Para que o mesmo critério seja mantido no triângulo 22. Nosso código secreto usa o alfabeto A B C D E
da direita, o número que deverá substituir o ponto de F G H I J L M N O P Q R S T U V X Z. Do seguinte modo:
interrogação é: cada letra é substituída pela letra que ocupa a quarta
(A) 32 posição depois dela. Então, o “A” vira “E”, o “B” vira “F”, o
(B) 36 “C” vira “G” e assim por diante. O código é “circular”, de
(C) 38 modo que o “U” vira “A” e assim por diante. Recebi uma
(D) 42 mensagem em código que dizia: BSA HI EDAP. Decifrei o
(E) 46 código e li:
(A) FAZ AS DUAS;
(B) DIA DO LOBO;
18. Considere a seguinte sequência infinita de
(C) RIO ME QUER;
números: 3, 12, 27, __, 75, 108,... O número que preenche
(D) VIM DA LOJA;
adequadamente a quarta posição dessa sequência é: (E) VOU DE AZUL.
(A) 36,
(B) 40, 23. A sentença “Social está para laicos assim como
(C) 42, 231678 está para...” é melhor completada por:
(D) 44, (A) 326187;
(E) 48 (B) 876132;
(C) 286731;
19. Observando a sequência (1, , , , , ...) o (D) 827361;
próximo numero será: (E) 218763.

(A) 24. A sentença “Salta está para Atlas assim como


25435 está para...” é melhor completada pelo seguinte
número:
(B) (A) 53452;
(B) 23455;
(C) (C) 34552;
(D) 43525;
(E) 53542.
(D)
25. Repare que com um número de 5 algarismos,
respeitada a ordem dada, podem-se criar 4 números de
20. Considere a sequência abaixo: dois algarismos. Por exemplo: de 34.712, podem-se criar o
34, o 47, o 71 e o 12. Procura-se um número de 5 algarismos
BBB BXB XXB formado pelos algarismos 4, 5, 6, 7 e 8, sem repetição. Veja
XBX XBX XBX abaixo alguns números desse tipo e, ao lado de cada um
BBB BXB BXX deles, a quantidade de números de dois algarismos que
esse número tem em comum com o número procurado.
O padrão que completa a sequência é:
Número Quantidade de números de
(A) (B) (C) dado 2 algarismos em comum
XXX XXB XXX
48.765 1
XXX XBX XXX
XXX BXX XXB 86.547 0
87.465 2
(D) (E)
48.675 1
XXX XXX
XBX XBX O número procurado é:
XXX BXX (A) 87456
(B) 68745
21. Na série de Fibonacci, cada termo a partir do (C) 56874
terceiro é igual à soma de seus dois termos precedentes. (D) 58746
Sabendo-se que os dois primeiros termos, por definição, (E) 46875
são 0 e 1, o sexto termo da série é:
(A) 2 26. Considere que os símbolos ♦ e ♣ que aparecem
(B) 3 no quadro seguinte, substituem as operações que devem
(C) 4 ser efetuadas em cada linha, a fim de se obter o resultado
(D) 5 correspondente, que se encontra na coluna da extrema
(E) 6 direita.

66
RACIOCÍNIO LÓGICO

36 ♦ 4 ♣ 5 = 14 29. CASA: LATA: LOBO: ?


(A) SOCO
48 ♦ 6 ♣ 9 = 17 (B) TOCO
54 ♦ 9 ♣ 7 = ? (C) TOMO
(D) VOLO
Para que o resultado da terceira linha seja o correto, o (E) VOTO
ponto de interrogação deverá ser substituído pelo número:
(A) 16 30. ABCA: DEFD: HIJH: ?
(B) 15 (A) IJLI
(C) 14 (B) JLMJ
(D) 13 (C) LMNL
(E) 12 (D) FGHF
(E) EFGE
27. Segundo determinado critério, foi construída a
sucessão seguinte, em que cada termo é composto de um 31. Os termos da sucessão seguinte foram obtidos
número seguido de uma letra: A1 – E2 – B3 – F4 – C5 – G6 considerando uma lei de formação (0, 1, 3, 4, 12, 123,...).
– .... Considerando que no alfabeto usado são excluídas as Segundo essa lei, o décimo terceiro termo dessa sequência
letras K, Y e W, então, de acordo com o critério estabelecido, é um número:
a letra que deverá anteceder o número 12 é: (A) Menor que 200.
(A) J (B) Compreendido entre 200 e 400.
(B) L (C) Compreendido entre 500 e 700.
(C) M (D) Compreendido entre 700 e 1.000.
(D) N (E) Maior que 1.000.
(E) O
Para responder às questões de números 32 e 33, você
28. Os nomes de quatro animais – MARÁ, PERU, TATU deve observar que, em cada um dos dois primeiros pares
e URSO – devem ser escritos nas linhas da tabela abaixo, de palavras dadas, a palavra da direita foi obtida da palavra
de modo que cada uma das suas respectivas letras ocupe da esquerda segundo determinado critério. Você deve
um quadrinho e, na diagonal sombreada, possa ser lido o descobrir esse critério e usá-lo para encontrar a palavra
nome de um novo animal. que deve ser colocada no lugar do ponto de interrogação.

32. Ardoroso → rodo


Dinamizar → mina
Maratona → ?

(A) mana
(B) toma
(C) tona
(D) tora
(E) rato

Excluídas do alfabeto as letras K, W e Y e fazendo cada 33. Arborizado → azar


letra restante corresponder ordenadamente aos números Asteroide → dias
inteiros de 1 a 23 (ou seja, A = 1, B = 2, C = 3,..., Z = 23), Articular → ?
a soma dos números que correspondem às letras que (A) luar
compõem o nome do animal é: (B) arar
(A) 37 (C) lira
(B) 39 (D) luta
(C) 45 (E) rara
(D) 49
(E) 51 34. Preste atenção nesta sequência lógica e identifique
quais os números que estão faltando: 1, 1, 2, __, 5, 8, __,21,
Nas questões 29 e 30, observe que há uma relação 34, 55, __, 144, __...
entre o primeiro e o segundo grupos de letras. A mesma
relação deverá existir entre o terceiro grupo e um dos cinco 35. Uma lesma encontra-se no fundo de um poço seco
grupos que aparecem nas alternativas, ou seja, aquele que de 10 metros de profundidade e quer sair de lá. Durante o
substitui corretamente o ponto de interrogação. Considere dia, ela consegue subir 2 metros pela parede; mas à noite,
que a ordem alfabética adotada é a oficial e exclui as letras enquanto dorme, escorrega 1 metro. Depois de quantos
K, W e Y. dias ela consegue chegar à saída do poço?

67
RACIOCÍNIO LÓGICO

36. Quantas vezes você usa o algarismo 9 para numerar 43. Remova dois palitos e deixe a figura com dois
as páginas de um livro de 100 páginas? quadrados.

37. Quantos quadrados existem na figura abaixo?

38. Retire três palitos e obtenha apenas três quadrados. 44. As cartas de um baralho foram agrupadas em
pares, segundo uma relação lógica. Qual é a carta que está
faltando, sabendo que K vale 13, Q vale 12, J vale 11 e A
vale 1?

39. Qual será o próximo símbolo da sequência abaixo?

45. Mova um palito e obtenha um quadrado perfeito.

40. Reposicione dois palitos e obtenha uma figura com


cinco quadrados iguais.

46. Qual o valor da pedra que deve ser colocada em


cima de todas estas para completar a sequência abaixo?

41. Observe as multiplicações a seguir:


12.345.679 × 18 = 222.222.222
12.345.679 × 27 = 333.333.333
... ...
12.345.679 × 54 = 666.666.666

Para obter 999.999.999 devemos multiplicar 12.345.679


por quanto?

42. Esta casinha está de frente para a estrada de terra.


Mova dois palitos e faça com que fique de frente para a 47. Mova três palitos nesta figura para obter cinco
estrada asfaltada. triângulos.

68
RACIOCÍNIO LÓGICO

48. Tente dispor 6 moedas em 3 fileiras de modo que Em particular:


em cada fileira fiquem apenas 3 moedas. Na figura 15: 16 pontos acima e abaixo  32 pontos no
total. Incluindo o ponto central, que ainda não foi considerado,
temos para total de pontos da figura 15: Total de pontos = 30
+ 32 + 1 = 63 pontos.

49. Reposicione três palitos e obtenha cinco quadrados. 03. Resposta “B”.
Nessa sequência, observamos que a diferença: entre 1000
e 990 é 10, entre 990 e 970 é 20, entre o 970 e 940 é 30,
entre 940 e 900 é 40, entre 900 e 850 é 50, portanto entre
850 e o próximo número é 60, dessa forma concluímos que o
próximo número é 790, pois: 850 – 790 = 60.

04. Resposta “D”


Nessa sequência lógica, observamos que a diferença:
entre 24 e 22 é 2, entre 28 e 24 é 4, entre 34 e 28 é 6, entre 42
50. Mude a posição de quatro palitos e obtenha cinco e 34 é 8, entre 52 e 42 é 10, entre 64 e 52 é 12, portanto entre
triângulos. o próximo número e 64 é 14, dessa forma concluímos que o
próximo número é 78, pois: 76 – 64 = 14.

05. Resposta “D”.


Observe a tabela:

Figuras 1ª 2ª 3ª 4ª 5ª 6ª 7ª
Nº de Palitos 4 7 10 13 16 19 22
Respostas
Temos de forma direta, pela contagem, a quantidade de
01. Resposta: “A”. palitos das três primeiras figuras. Feito isto, basta perceber que
A diferença entre os números estampados nas cartas 1 cada figura a partir da segunda tem a quantidade de palitos
e 2, em cada linha, tem como resultado o valor da 3ª carta e, da figura anterior acrescida de 3 palitos. Desta forma, fica fácil
além disso, o naipe não se repete. Assim, a 3ª carta, dentro preencher o restante da tabela e determinar a quantidade de
das opções dadas só pode ser a da opção (A). palitos da 7ª figura.

02. Resposta “D”. 06. Resposta “A”.


Observe que, tomando o eixo vertical como eixo de Na figura apresentada na letra “B”, não é possível
simetria, tem-se: obter a planificação de um lado, pois o 4 estaria do
Na figura 1: 01 ponto de cada lado  02 pontos no total. lado oposto ao 6, somando 10 unidades. Na figura
Na figura 2: 02 pontos de cada lado  04 pontos no total. apresentada na letra “C”, da mesma forma, o 5 estaria
Na figura 3: 03 pontos de cada lado  06 pontos no total. em face oposta ao 3, somando 8, não formando um lado.
Na figura 4: 04 pontos de cada lado  08 pontos no total. Na figura da letra “D”, o 2 estaria em face oposta ao
Na figura n: n pontos de cada lado  2.n pontos no total. 4, não determinando um lado. Já na figura apresentada
na letra “E”, o 1 não estaria em face oposta ao número
Em particular: 6, impossibilitando, portanto, a obtenção de um lado.
Na figura 15: 15 pontos de cada lado  30 pontos no Logo, podemos concluir que a planificação apresentada
total. na letra “A” é a única para representar um lado.

Agora, tomando o eixo horizontal como eixo de simetria, 07. Resposta “B”.
tem-se: Como na 3ª figura completou-se um círculo, para
Na figura 1: 02 pontos acima e abaixo  04 pontos no completar 16 círculos é suficiente multiplicar 3 por 16 :
total. 3 . 16 = 48. Portanto, na 48ª figura existirão 16 círculos.
Na figura 2: 03 pontos acima e abaixo  06 pontos no
total. 08. Resposta “B”.
Na figura 3: 04 pontos acima e abaixo  08 pontos no A sequência das figuras completa-se na 5ª figura.
total. Assim, continua-se a sequência de 5 em 5 elementos.
Na figura 4: 05 pontos acima e abaixo  10 pontos no A figura de número 277 ocupa, então, a mesma posição
total. das figuras que representam número 5n + 2, com n N.
Na figura n: (n+1) pontos acima e abaixo  2.(n+1) Ou seja, a 277ª figura corresponde à 2ª figura, que é
pontos no total. representada pela letra “B”.

69
RACIOCÍNIO LÓGICO

09. Resposta “D”. Por exemplo: 101112 representam os números 10, 11


A regularidade que obedece a sequência acima não e 12. Com isso, do número 1 até o número 9 existem 9
se dá por padrões numéricos e sim pela letra que inicia algarismos. Do número 10 até o número 99 existem: 2 x
cada número. “Dois, Dez, Doze, Dezesseis, Dezessete, 90 = 180 algarismos. Do número 100 até o número 124
Dezoito, Dezenove, ... Enfim, o próximo só pode iniciar existem: 3 x 25 = 75 algarismos. E do número 124 até o
também com “D”: Duzentos. número 128 existem mais 12 algarismos. Somando todos
os valores, tem-se: 9 + 180 + 75 + 12 = 276 algarismos.
10. Resposta “C”. Logo, conclui-se que o algarismo que ocupa a 276ª posição
Esta sequência é regida pela inicial de cada número. é o número 8, que aparece no número 128.
Três, Treze, Trinta,... O próximo só pode ser o número
Trinta e um, pois ele inicia com a letra “T”. 16. Resposta “D”.
Na 1ª linha, internamente, a 1ª figura possui 2
11. Resposta “E”. “orelhas”, a 2ª figura possui 1 “orelha” no lado esquerdo
Na 1ª linha, a palavra CAL foi retirada das 3 primeiras e a 3ª figura possui 1 “orelha” no lado direito. Esse fato
letras da palavra LACRAÇÃO, mas na ordem invertida. Da acontece, também, na 2ª linha, mas na parte de cima e na
mesma forma, na 2ª linha, a palavra SOMA é retirada da parte de baixo, internamente em relação às figuras. Assim,
palavra AMOSTRA, pelas 4 primeira letras invertidas. Com na 3ª linha ocorrerá essa regra, mas em ordem inversa: é
isso, da palavra LAVRAR, ao se retirarem as 5 primeiras a 3ª figura da 3ª linha que terá 2 “orelhas” internas, uma
letras, na ordem invertida, obtém-se ARVAL. em cima e outra em baixo. Como as 2 primeiras figuras
da 3ª linha não possuem “orelhas” externas, a 3ª figura
12. Resposta “C”. também não terá orelhas externas. Portanto, a figura que
Em cada linha apresentada, as cabeças são formadas deve substituir o ponto de interrogação é a 4ª.
por quadrado, triângulo e círculo. Na 3ª linha já há
cabeças com círculo e com triângulo. Portanto, a 17. Resposta “B”.
cabeça da figura que está faltando é um quadrado. As No 1º triângulo, o número que está no interior do
mãos das figuras estão levantadas, em linha reta ou triângulo dividido pelo número que está abaixo é igual à
abaixadas. Assim, a figura que falta deve ter as mãos diferença entre o número que está à direita e o número
levantadas (é o que ocorre em todas as alternativas). As que está à esquerda do triângulo: 40 5 21 13 8.
figuras apresentam as 2 pernas ou abaixadas, ou 1 perna A mesma regra acontece no 2º triângulo: 42 ÷ 7 = 23
levantada para a esquerda ou 1 levantada para a direita. - 17 = 6.
Nesse caso, a figura que está faltando na 3ª linha deve Assim, a mesma regra deve existir no 3º triângulo:
ter 1 perna levantada para a esquerda. Logo, a figura ? ÷ 3 = 19 - 7
tem a cabeça quadrada, as mãos levantadas e a perna ? ÷ 3 = 12
erguida para a esquerda. ? = 12 x 3 = 36.
13. Resposta “A”.
Existem duas leis distintas para a formação: uma 18. Resposta “E”.
para a parte superior e outra para a parte inferior. Na Verifique os intervalos entre os números que foram
parte superior, tem-se que: do 1º termo para o 2º termo, fornecidos. Dado os números 3, 12, 27, __, 75, 108, obteve-
ocorreu uma multiplicação por 2; já do 2º termo para o 3º, se os seguintes 9, 15, __, __, 33 intervalos. Observe que 3x3,
houve uma subtração de 3 unidades. Com isso, X é igual a 3x5, 3x7, 3x9, 3x11. Logo 3x7 = 21 e 3x 9 = 27. Então: 21 +
5 multiplicado por 2, ou seja, X = 10. Na parte inferior, tem- 27 = 48.
se: do 1º termo para o 2º termo ocorreu uma multiplicação 19. Resposta “B”.
por 3; já do 2º termo para o 3º, houve uma subtração de 2 Observe que o numerador é fixo, mas o denominador
unidades. Assim, Y é igual a 10 multiplicado por 3, isto é, Y é formado pela sequência:
= 30. Logo, X + Y = 10 + 30 = 40.
Primeiro Segundo Terceiro Quarto Quinto Sexto
14. Resposta “A”.
A sequência do alfabeto inicia-se na extremidade 3x4= 4x5= 5x6=
1 1x2=2 2x3=6
direita do triângulo, pela letra “A”; aumenta a direita para a 12 20 30
esquerda; continua pela 3ª e 5ª linhas; e volta para as linhas
pares na ordem inversa – pela 4ª linha até a 2ª linha. Na 2ª 20. Resposta “D”.
linha, então, as letras são, da direita para a esquerda, “M”, O que de início devemos observar nesta questão é a
“N”, “O”, e a letra que substitui corretamente o ponto de quantidade de B e de X em cada figura. Vejamos:
interrogação é a letra “P”. BBB BXB XXB
XBX XBX XBX
15. Resposta “B”. BBB BXB BXX
A sequência de números apresentada representa a 7B e 2X 5B e 4X 3B e 6X
lista dos números naturais. Mas essa lista contém todos
os algarismos dos números, sem ocorrer a separação. Vê-se, que os “B” estão diminuindo de 2 em 2 e que

70
RACIOCÍNIO LÓGICO

os “X” estão aumentando de 2 em 2; notem também que tem relação com a já dada de maneira que a relação entre as
os “B” estão sendo retirados um na parte de cima e um palavras e a sequência numérica é a mesma. Observando as
na parte de baixo e os “X” da mesma forma, só que não duas palavras dadas podemos perceber facilmente que tem
estão sendo retirados, estão, sim, sendo colocados. Logo cada uma 6 letras e que as letras de uma se repete na outra
a 4ª figura é: em uma ordem diferente. Essa ordem diferente nada mais
XXX é, do que a primeira palavra de trás para frente, de maneira
XBX que SALTA vira ATLAS. Fazendo o mesmo com a sequência
XXX numérica fornecida temos: 25435 vira 53452, sendo esta a
1B e 8X resposta.

21. Resposta “D”. 25. Resposta “E”.


Montando a série de Fibonacci temos: 0, 1, 1, 2, 3, Pelo número 86.547, tem-se que 86, 65, 54 e 47 não
5, 8, 13, 21, 34... A resposta da questão é a alternativa acontecem no número procurado. Do número 48.675, as
“D”, pois como a questão nos diz, cada termo a partir do opções 48, 86 e 67 não estão em nenhum dos números
terceiro é igual à soma de seus dois termos precedentes. apresentados nas alternativas. Portanto, nesse número a
2+3=5 coincidência se dá no número 75. Como o único número
apresentado nas alternativas que possui a sequência 75 é
22. Resposta “E”. 46.875, tem-se, então, o número procurado.
A questão nos informa que ao se escrever alguma
mensagem, cada letra será substituída pela letra que 26. Resposta “D”.
ocupa a quarta posição, além disso, nos informa que o O primeiro símbolo representa a divisão e o 2º símbolo
código é “circular”, de modo que a letra “U” vira “A”. Para representa a soma. Portanto, na 1ª linha, tem-se: 36 ÷ 4 +
decifrarmos, temos que perceber a posição do emissor 5 = 9 + 5 = 14. Na 2ª linha, tem-se: 48 ÷ 6 + 9 = 8 + 9 =
e do receptor. O emissor ao escrever a mensagem 17. Com isso, na 3ª linha, ter-se-á: 54 ÷ 9 + 7 = 6 + 7 = 13.
conta quatro letras à frente para representar a letra Logo, podemos concluir então que o ponto de interrogação
que realmente deseja, enquanto que o receptor, deve deverá ser substituído pelo número 13.
fazer o contrário, contar quatro letras atrás para decifrar
cada letra do código. No caso, nos foi dada a frase para 27. Resposta “A”.
ser decifrada, vê-se, pois, que, na questão, ocupamos As letras que acompanham os números ímpares
a posição de receptores. Vejamos a mensagem: BSA HI formam a sequência normal do alfabeto. Já a sequência
EDAP. Cada letra da mensagem representa a quarta letra que acompanha os números pares inicia-se pela letra “E”,
anterior de modo que: e continua de acordo com a sequência normal do alfabeto:
VxzaB: B na verdade é V; 2ª letra: E, 4ª letra: F, 6ª letra: G, 8ª letra: H, 10ª letra: I e 12ª
OpqrS: S na verdade é O; letra: J.
UvxzA: A na verdade é U;
DefgH: H na verdade é D; 28. Resposta “D”.
EfghI: I na verdade é E; Escrevendo os nomes dos animais apresentados na lista
AbcdE: E na verdade é A; – MARÁ, PERU, TATU e URSO, na seguinte ordem: PERU,
ZabcD: D na verdade é Z; MARÁ, TATU e URSO, obtém-se na tabela:
UvxaA: A na verdade é U;
LmnoP: P na verdade é L;
23. Resposta “B”. P E R U
A questão nos traz duas palavras que têm relação
M A R A
uma com a outra e, em seguida, nos traz uma sequência
numérica. É perguntado qual sequência numérica tem T A T U
a mesma ralação com a sequência numérica fornecida,
de maneira que, a relação entre as palavras e a sequência U R S O
numérica é a mesma. Observando as duas palavras dadas,
podemos perceber facilmente que têm cada uma 6 letras
e que as letras de uma se repete na outra em uma ordem O nome do animal é PATO. Considerando a ordem do
diferente. Tal ordem, nada mais é, do que a primeira palavra alfabeto, tem-se: P = 15, A = 1, T = 19 e 0 = 14. Somando
de trás para frente, de maneira que SOCIAL vira LAICOS. esses valores, obtém-se: 15 + 1 + 19 + 14 = 49.
Fazendo o mesmo com a sequência numérica fornecida,
temos: 231678 viram 876132, sendo esta a resposta. 29. Resposta “B”.
Na 1ª e na 2ª sequências, as vogais são as mesmas:
24. Resposta “A”. letra “A”. Portanto, as vogais da 4ª sequência de letras
A questão nos traz duas palavras que têm relação deverão ser as mesmas da 3ª sequência de letras: “O”.
uma com a outra, e em seguida, nos traz uma sequência A 3ª letra da 2ª sequência é a próxima letra do alfabeto
numérica. Foi perguntado qual a sequência numérica que depois da 3ª letra da 1ª sequência de letras. Portanto, na 4ª

71
RACIOCÍNIO LÓGICO

sequência de letras, a 3ª letra é a próxima letra depois de 5º 6m 5m


“B”, ou seja, a letra “C”. Em relação à primeira letra, tem-se
uma diferença de 7 letras entre a 1ª letra da 1ª sequência 6º 7m 6m
e a 1ª letra da 2ª sequência. Portanto, entre a 1ª letra da 7º 8m 7m
3ª sequência e a 1ª letra da 4ª sequência, deve ocorrer o
mesmo fato. Com isso, a 1ª letra da 4ª sequência é a letra 8º 9m 8m
“T”. Logo, a 4ª sequência de letras é: T, O, C, O, ou seja, 9º 10m ----
TOCO.
Portanto, depois de 9 dias ela chegará na saída do
30. Resposta “C”. poço.
Na 1ª sequência de letras, ocorrem as 3 primeiras
letras do alfabeto e, em seguida, volta-se para a 1ª letra 36. 09 – 19 – 29 – 39 – 49 – 59 – 69 – 79 – 89 – 90 –
da sequência. Na 2ª sequência, continua-se da 3ª letra
91 – 92 – 93 – 94 – 95 – 96 – 97 – 98 – 99. Portanto, são
da sequência anterior, formando-se DEF, voltando-se
novamente, para a 1ª letra desta sequência: D. Com isto, necessários 20 algarismos.
na 3ª sequência, têm-se as letras HIJ, voltando-se para a 1ª
letra desta sequência: H. Com isto, a 4ª sequência iniciará 37.
pela letra L, continuando por M e N, voltando para a letra L.
Logo, a 4ª sequência da letra é: LMNL. = 16
31. Resposta “E”.
Do 1º termo para o 2º termo, ocorreu um acréscimo
de 1 unidade. Do 2º termo para o 3º termo, ocorreu a
multiplicação do termo anterior por 3. E assim por diante, = 09
até que para o 7º termo temos 13 . 3 = 39. 8º termo = 39 +
1 = 40. 9º termo = 40 . 3 = 120. 10º termo = 120 + 1 = 121.
11º termo = 121 . 3 = 363. 12º termo = 363 + 1 = 364. 13º
termo = 364 . 3 = 1.092. Portanto, podemos concluir que
o 13º termo da sequência é um número maior que 1.000.

32. Resposta “D”. = 04


Da palavra “ardoroso”, retiram-se as sílabas “do” e
“ro” e inverteu-se a ordem, definindo-se a palavra “rodo”.
Da mesma forma, da palavra “dinamizar”, retiram-se as
sílabas “na” e “mi”, definindo-se a palavra “mina”. Com
isso, podemos concluir que da palavra “maratona”. Deve-
se retirar as sílabas “ra” e “to”, criando-se a palavra “tora”.

33. Resposta “A”. =01


Na primeira sequência, a palavra “azar” é obtida pelas
letras “a” e “z” em sequência, mas em ordem invertida. Portanto, há 16 + 9 + 4 + 1 = 30 quadrados.
Já as letras “a” e “r” são as 2 primeiras letras da palavra
“arborizado”. A palavra “dias” foi obtida da mesma forma: 38.
As letras “d” e “i” são obtidas em sequência, mas em ordem
invertida. As letras “a” e “s” são as 2 primeiras letras da
palavra “asteroides”. Com isso, para a palavras “articular”,
considerando as letras “i” e “u”, que estão na ordem
invertida, e as 2 primeiras letras, obtém-se a palavra “luar”.

34. O nome da sequência é Sequência de Fibonacci.


O número que vem é sempre a soma dos dois números
imediatamente atrás dele. A sequência correta é: 1, 1, 2, 3,
5, 8, 13, 21, 34, 55, 89, 144, 233...
39. Os símbolos são como números em frente ao
35.
espelho. Assim, o próximo símbolo será 88.

Dia Subida Descida 40.


1º 2m 1m
2º 3m 2m
3º 4m 3m
4º 5m 4m

72
RACIOCÍNIO LÓGICO

41. 48.
12.345.679 × (2×9) = 222.222.222
12.345.679 × (3×9) = 333.333.333
... ...
12.345.679 × (4×9) = 666.666.666
Portanto, para obter 999.999.999 devemos multiplicar
12.345.679 por (9x9) = 81

42.

49.

43.
50.

44. Sendo A = 1, J = 11, Q = 12 e K = 13, a soma de


cada par de cartas é igual a 14 e o naipe de paus sempre
forma par com o naipe de espadas. Portanto, a carta que
está faltando é o 6 de espadas.
EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES
45. Quadrado perfeito em matemática, sobretudo na
aritmética e na teoria dos números, é um número inteiro
não negativo que pode ser expresso como o quadrado de 01. (Banco do Brasil - Assistente Técnico-Administrati-
um outro número inteiro. Ex: 1, 4, 9... vo - FCC/2014)
No exercício 2 elevado a 2 = 4 Considere que há três formas de Ana ir para o trabalho:
de carro, de ônibus e de bicicleta. Em 20% das vezes ela
vai de carro, em 30% das vezes de ônibus e em 50% das
vezes de bicicleta. Do total das idas de carro, Ana chega
atrasada em 15% delas, das idas de ônibus, chega atrasada
em 10% delas e, quando vai de bicicleta, chega atrasada
em 8% delas. Sabendo-se que um determinado dia Ana
chegou atrasada ao trabalho, a probabilidade de ter ido de
carro é igual a
A) 20%.
46. Observe que: B) 40%.
C) 60%.
3 6 18 72 360 2160 15120 D) 50%.
x2 x3 x4 x5 x6 x7 E) 30%.

Portanto, a próxima pedra terá que ter o valor: 15.120 Imagine que Ana vá ao trabalho 100 vezes. Como são
x 8 = 120.960 20% de carro, 30% de ônibus e 50% de bicicleta então te-
mos:
47. 20 idas de carro.
30 idas de ônibus
50 idas de bicicleta
Das 20 idas de carro Ana chega atrasada em 15% das
vezes (3 idas).
Das 30 idas de ônibus Ana chega atrasada em 10% das
vezes (3 idas).

73
RACIOCÍNIO LÓGICO

Das 50 idas de bicicleta Ana chega atrasada em 8% das (TCU – Analista de controle externo - UnB/Cespe/2014)
vezes (4 idas). Em geral, empresas públicas ou privadas utilizam códigos
Assim, Ana chega atrasa da em 3+3+4 = 10 vezes. para protocolar a entrada e a saída de documentos e pro-
Sabendo que Ana chegou atrasada a probabilidade de cessos. Considere que se deseja gerar códigos cujos carac-
ela ter ido de carro é: teres pertençam ao conjunto das 26 letras de um alfabeto,
P = 3/10 = 30% que é a divisão das idades de carro que possui apenas 5 vogais. Com base nessas informações,
atrasada pelo total de atrasos. julgue os itens que se seguem.

RESPOSTA: “E”. 03. (TCU – Analista de controle externo - UNB/CES-


PE/2014) Se os protocolos de uma empresa devem conter
02. (Ministério da Fazenda - MI - Assistente Técnico ad- 4 letras, sendo permitida a repetição de caracteres, então
ministrativo - Cespe/UnB/2013) Sorteando-se um número podem ser gerados menos de 400.000 protocolos distintos.
de uma lista de 1 a 100, qual a probabilidade de o número ( ) CERTA ( ) ERRADA
ser divisível por 3 ou por 8? Se os protocolos de uma empresa devem conter 4 le-
A) 41% tras, sendo permitida a repetição de caracteres, então po-
B) 44% dem ser gerados menos de 400.000 protocolos distintos.
C) 42% Para cada “casa” citada anteriormente, podemos locar
D) 45% 26 letras, pois e permitida a repetição das letras, formando,
E) 43% assim:
A probabilidade de sair um número divisível por 3 (ou 26 x 26 x 26 x 26 = 456.976 códigos distintos
múltiplo de 3) é a probabilidade de ocorrer o evento A =
{3; 6; 9; 12; 15; 18; 21; 24; 27; 30; 33; 36; 39; 42; 45; 48; 51; RESPOSTA: “ERRADA”.
54; 57; 60; 63; 66; 69; 72; 75; 78; 81; 84; 87; 90; 93; 96; 99}. 04. (TCU – Analista de controle externo - UnB/Ces-
Como: n(A) = 33 múltiplos de 3 entre 1 e 100 e n(S) = pe/2014) Se uma empresa decide não usar as 5 vogais
100 números naturais, então, tem-se: em seus códigos, que poderão ter 1, 2 ou 3 letras, sendo
permitida a repetição de caracteres, então e possível obter
mais de 1000 códigos distintos.
( ) CERTA ( ) ERRADA

Se uma empresa decide não usar as 5 vogais em seus


A probabilidade de sair um múltiplo de 8 é a probabi- códigos, que poderão ter 1, 2 ou 3 letras, sendo permitida
lidade de ocorrer o evento B ={8; 16; 24; 32; 40; 48; 56; 64; a repetição de caracteres, então e possível obter mais de
72; 80; 88; 96}. 1000 códigos distintos.
Como: n(B) = 12 múltiplos de 8 entre 1 e 100 e n(S) = Como não serão permitidas as vogais, então teremos
100 números naturais, então, tem-se: 21 letras para obtenção dos códigos.
Observação: será permitida a REPETIÇÃO das letras, ex-
cluindo as vogais.
21 letras (código formado por uma letra)=21 códigos
21 x 21 (código formado por duas letras)=441 códigos
21 x 21 x 21 = 9.261 códigos
Sendo A = {3; 6; 9; 12; 15; 18; 21; 24; 27; 30; 33; 36; 39; Assim sendo, serão obtidos:
42; 45; 48; 51; 54; 57; 60; 63; 66; 69; 72; 75; 78; 81; 84; 87; 90; 21 + 441 + 9.261 =
93; 96; 99}, e B = {8; 16; 24; 32; 40; 48; 56; 64; 72; 80; 88; 96},
então AB será dado por: A∩B = {24, 48, 72, 96} RESPOSTA: “ERRADA”.
Portanto, a probabilidade de P (A∩B) será de:
05. (TCU – Analista de controle externo - UnB/Ces-
pe/2014) O número total de códigos diferentes formados por
3 letras distintas e superior a 15000.
( ) CERTA ( ) ERRADA

Onde n(A∩B) representa os 3 múltiplos simultâneos de O número total de códigos diferentes formados por 3 le-
3 e 8, compreendidos entre 1 e 100. tras distintas e superior a 15000.
26x25x24=15600 códigos
Então, P(A∩B)=P(A)+P(B)-P(A∩B) =
RESPOSTA: “CERTA”.
33 12 4 41
+ − = = 41%!
100 100 100 100 (TRE/RJ – Técnico Judiciário - CESPE/UnB/2012) Nas elei-
ções municipais de uma pequena cidade, 30 candidatos dis-
RESPOSTA: “A”. putam 9 vagas para a câmara de vereadores. Na sessão de

74
RACIOCÍNIO LÓGICO

posse, os nove eleitos escolhem a mesa diretora, que será Considerando-se os algarismos de 0 a 9 (0; 1; 2; 3; 4; 5;
composta por presidente, primeiro e segundo secretários, 6; 7; 8; 9), podemos formar a seguinte quantidade de “capi-
sendo proibido a um mesmo parlamentar ocupar mais de cuas” de sete algarismos, que inicia-se com o algarismo 1.
um desses cargos. Acerca dessa situação hipotética, julgue os 1 x 10 x 10 x 10 x 1 x 1 x 1=10x10x10=1000 capicuas
itens seguintes.
RESPOSTA: “D”.
06. (TRE/RJ – Técnico Judiciário - CESPE/UnB/2012)A
quantidade de maneiras distintas de se formar a mesa direto- 10. (VALEC – Assistente Administrativo - FEMPERJ/2012)
ra da câmara municipal é superior a 500. Uma rodovia tem 320 km. A concessionária da rodovia re-
( ) CERTA ( ) ERRADA solveu instalar painéis interativos a cada 10 km, nos dois
Após serem escolhidos os 9 candidatos, esses formarão a sentidos da rodovia. Em cada sentido, o primeiro painel
mesa diretora, que será composta por um presidente, primei- será instalado exatamente no início da rodovia, e o último,
ro e segundo secretários, ou seja, por 3 desses integrantes. A exatamente ao final da rodovia. Assim, a concessionária
escolha será feita pelo arranjo simples de 9 pessoas escolhi- terá de instalar a seguinte quantidade total de painéis:
das 3 a 3, já que a ordem dos elementos escolhidos altera a
A) 32
formação da mesa diretora.
B) 64

!!! = 9.8.7 = 504!!"#$%&!!"#$"%$&#!!"!!"#$!!"!!"#$%&#'! C) 65


D) 66
E) 72
RESPOSTA: “CERTA”. Tem-se a seguinte sequência numérica:
marco zero: 1º painel.
07. (TRE/RJ – Técnico Judiciário - CESPE/UnB/2012)A marco 10 km: 2º painel.
quantidade de maneiras distintas para se formar a câmara de marco 20 km: 3º painel.
vereadores dessa cidade é igual a 30!/(9!×21!). ...
( ) CERTA ( ) ERRADA Marco 320 km : n-ésimo painel.

Para a escolha dos 9 vereadores dos 30 candidatos, fare- Obtendo-se a seguinte sequência numérica dada pela
mos uma combinação simples dos 30 candidatos escolhidos progressão aritmética (PA):
9 a 9, pois aqui, a ordem de escolha não altera o agrupamento
formado, já que, ao ser escolhidos, por exemplo, um agrupa-
!! = 0
mento de 9 pessoas, essas mesmas pessoas não poderão ser !"(0; !10; !20;!. . . ; !320) ! = 10 !
escolhidas novamente, mesmo em outra ordem. !! = 320
!! 30! 30!
!
!! = = = ! Sendo a fórmula que define o termo geral de uma PA
!! ! − ! ! 9! 30 − 9 ! 9! 21! dada por an= a1+(n – 1).r, teremos:
RESPOSTA: “CERTA”. 320
08. (TRE/RJ – Técnico Judiciário - CESPE/UnB/2012)Sa- 320=0+ !−1 .10→ =!−1→! =1+32=33!
bendo-se que um eleitor vota em apenas um candidato a 10
vereador, é correto afirmar que a quantidade de maneiras
distintas de um cidadão escolher um candidato é superior
n = 33 painéis, em apenas um dos sentidos da rodovia.
a 50.
Para o sentido inverso têm-se mais 33 painéis o que
( ) CERTA ( ) ERRADA
totaliza:
Só existem 30 candidatos, logo não tem como haver 50 33 + 33 = 66 painéis, ao todo.
formas distintas de escolher um candidato.
RESPOSTA: “D”.
RESPOSTA: “ERRADA”.
11. (VALEC – Assistente Administrativo - FEMPERJ/2012)
09. (VALEC - Assistente Administrativo – FEM- Num certo ano, 10% de uma floresta foram desmatados.
PERJ/2012) Uma “capicua” é um número que escrito de trás No ano seguinte, 20% da floresta remanescente foi desma-
para a frente é igual ao número original. Por exemplo: 232 tada e, no ano seguinte, a floresta remanescente perdeu
e 1345431 são “capicuas”. A quantidade de “capicuas” de mais 10% de sua área. Assim, a floresta perdeu, nesse pe-
sete algarismos que começam com o algarismo 1 é igual a: ríodo, a seguinte porcentagem de sua área original:
A) 400 A) 35,2%
B) 520 B) 36,4%
C) 640 C) 37,4%
D) 1000 D) 38,6%
E) 1200 E) 40,0%

75
RACIOCÍNIO LÓGICO

Considerando-se o total inicial da floresta, antes do 1º uma lista colocando em ordem os doze trabalhos a serem
desmatamento, igual a 100% teremos, após os desmata- executados, e que a escolha dessa ordem seja totalmente
mentos sucessivos, o seguinte percentual de floresta des- aleatória. Além disso, considere que somente um trabalho
matado: seja executado de cada vez. Com relação ao número de
1º ano: foram desmatados 10% do total (100%), logo, possíveis listas que Hércules poderia preparar, julgue os
sobraram 90% de floresta não desmatada. itens subsequentes.
2º ano: foram desmatados 20% da floresta remanes-
cente (90%), logo, sobraram 90% – 20% de 90%. 13. (PM/CE - Soldado da Polícia Militar - Cespe/
90% – 20% de 90%. = 90% – 18% = 72% de floresta UnB/2013) O número máximo de possíveis listas que Her-
não desmatada. cules poderia preparar e superior a 12x10!
3º ano: foram desmatados 10% da floresta remanes- ( ) CERTA ( ) ERRADA
cente (72%), logo, sobraram 72% – 10% de 72%.
72% – 10% de 72%. = 72% – 7,2% = 64,8% de floresta O número máximo de possíveis listas que Hercules
não desmatada. poderia preparar e superior a 12x10!.
Portanto, foram desmatados 100% – 64,8% = 35,2% “Considere que a Hercules seja dada a escolha de pre-
parar uma lista colocando em ordem os doze trabalhos
RESPOSTA: “A”. a serem executados, e que a escolha dessa ordem seja
totalmente aleatória”.
12. (BRDE – Analista de sistemas - AOCP/2012) Quan- Seja a lista de tarefas dada a Hercules contendo as 12
tos subconjuntos podemos formar com 3 bolas azuis e tarefas representada a seguir. Lembrando que a ordem de
2 vermelhas, de um conjunto contendo 7 bolas azuis e 5 escolha ficara a critério de Hercules.
vermelhas? Então, permutando (trocando) as tarefas de posição,
A) 250 vai gerar uma nova sequencia, ou seja, uma nova ordem
B) 5040 da realização de suas tarefas, assim, o numero de possibi-
C) 210 lidades de Hercules começar e terminar suas tarefas será
D) 350 dada pela permutação dessas tarefas.
12x11x10x9x8x7x6x5x4x3x2x1 ou simplesmente:
E) 270
12! = 12 x 11 x 10!
Como 12x11x10! e diferente de 12x10!.
Podemos interpretar esse enunciado da seguinte for-
ma: “de um conjunto de 7 bolas azuis e 5 bolas vermelhas,
RESPOSTA: “ERRADA”.
quantos agrupamentos de 3 bolas azuis e 2 bolas verme-
lhas podemos formar”?
14. (PM/CE - Soldado da Polícia Militar - Cespe/
Nesse caso tem-se uma combinação simples de 7 bo-
UnB/2013) O número máximo de possíveis listas conten-
las azuis escolhidas 3 a 3 permutando-se com a combina- do o trabalho “matar o leão de Neméia” na primeira posi-
ção simples de 5 bolas vermelhas escolhidas 2 a 2. ção é inferior a 240 x 990 x 56 x 30.
Lembramos que, formamos agrupamentos por com- ( ) CERTA ( ) ERRADA
binação, quando a ordem dos elementos escolhidos não
altera o agrupamento formado. Por exemplo, um agru- O número máximo de possíveis listas contendo o tra-
pamento formado pelas bolas vermelhas V1 V2 V3 será balho “matar o leão de Neméia” na primeira posição é
idêntico a qualquer outro agrupamento formado por es- inferior a 240 x 990 x 56 x 30.
sas mesmas bolas, porém e outra ordem. Logo, a ordem Fixando a tarefa “matar leão de Neméia” na primeira
desses elementos escolhidos não altera o próprio agru- posição, vão sobrar 11 tarefas para serem permutadas nas
pamento. demais casas:
x._._._._._._._._._._._=x.11!
76554 Sendo X a posição já ocupada pela tarefa “matar leão
!!!.!!! = . . . . = 35.10 = 350!!"#$%!&'()*+! de Nemeia”.
Reagrupando os valores, temos:
32121 24 x 990 x 56 x 30.
Portanto, inferior a 240 x 990 x 56 x 30, tornando este
RESPOSTA: “D”. item ERRADO.
(PM/CE - Soldado da Polícia Militar - Cespe/UnB/2013)
Conta-se na mitologia grega que Hércules, em um acesso RESPOSTA: “ERRADA”.
de loucura, matou sua família. Para expiar seu crime, foi
enviado a presença do rei Euristeu, que lhe apresentou 15. (PM/CE - Soldado da Polícia Militar - Cespe/
uma serie de provas a serem cumpridas por ele, conhe- UnB/2013) O número máximo de possíveis listas contendo
cidas como Os doze trabalhos de Hércules. Entre esses os trabalhos “capturar a corça de Cerinéia” na primeira po-
trabalhos, encontram-se: matar o leão de Neméia, cap- sição e “ capturar o javali de Erimanto” na terceira posição
turar a corça de Cerinéia e capturar o javali de Erimanto. e inferior a 72 x 42 x 20 x 6.
Considere que a Hércules seja dada a escolha de preparar ( ) CERTA ( ) ERRADA

76
RACIOCÍNIO LÓGICO

O número máximo de possíveis listas contendo os tra- 17. (TRT 10ª Região – Técnico Judiciário - Cespe/
balhos “capturar a corça de Cerinéia” na primeira posição e UnB/2013) Se essa equipe for formada somente com em-
“ capturar o javali de Erimanto” na terceira posição e infe- pregados de nível médio e fundamental, então ela poderá
rior a 72 x 42 x 20 x 6. ser formada de mais de 60 maneiras distintas.
Fixando as tarefas “capturar a corça de Cerinéia” na pri- ( ) CERTA ( ) ERRADA
meira posição e “capturar o javali de Erimanto” na terceira
posição, restam 10 tarefas a serem permutadas nas demais Se essa equipe for formada somente com empregados
posições, assim, temos que: de nível médio e fundamental, então ela poderá ser forma-
X . 1 . x . 2 . 3 . 4 . 5 . 6 . 7 . 8 . 9 . 10 da de mais de 60 maneiras distintas.
Sendo “X” as posições já ocupadas pelas tarefas “cap- Das 11 pessoas, 3 são de nível superior(S), 3 nível mé-
turar a corça de Cerinéia” e “capturar o javali de Erimanto”, dio(M), e 2 são de nível fundamental(F)
ainda sobram 10 posições a serem permutadas.
Ou seja: Sendo a equipe formada apenas pelos funcionários de
10 x 72 x 42 x 20 x 6 escolaridade de nível Médio e Fundamental teremos ape-
Portanto, teremos 10 x 72 x 42 x 20 x 6, um valor supe- nas 3 possibilidades de formação das equipes:
rior e diferente de 72x42 x 20 x 6
1ª POSSIBILIDADE: Somente 1 funcionário de nível
Fundamental e os demais de nível médio.
RESPOSTA: “ERRADA”.
!!! .!!! = 2!/1!(2-1)!.6!/3!(6-3)!=40 equipes distintas
16. (PM/CE - Soldado da Polícia Militar - Cespe/ !
UnB/2013) O número máximo de possíveis listas contendo
2ª POSSIBILIDADE: com 2 funcionários de nível Funda-
os trabalhos “ capturar a corça de Cerineia” e “ capturar o
mental e os demais de nível médio.
javali de Erimanto” nas ultimas duas posições, em qualquer
ordem, e inferior a 6! x 8!. !!! .!!! ! = 2!/2!(2-2)!.6!/2!(6-2)!=15 equipes distintas
( ) CERTA ( ) ERRADA
3ª POSSIBILIDADE: Uma equipe formada por funcioná-
O número máximo de possíveis listas contendo os tra- rios apenas de Nível Médio.
balhos “ capturar a corça de Cerinéia” e “ capturar o javali
de Erimanto” nas ultimas duas posições, em qualquer or- !!! !. = 6!/4!(6-4)!=15 equipes distintas
dem, e inferior a 6! x 8!.
Fixando as tarefas “capturar a corça de Cerinéia” e Somando-se os resultados obtidos nas 3 possibilida-
“capturar o javali de Erimanto” nas duas ultimas posições, e des anteriores, encontramos:
lembrando que essas tarefas podem ser permutadas entre 40 + 15 + 15= 70 equipes distintas
si, pois são colocadas em qualquer ordem, assim, restaram Como o item afirma que a equipe poderá ser formada
10 posições a serem permutadas. por mais de 60 maneiras distintas.
10.9.8.7.6.5.4.3.2.1.x.x
Sendo “X” as posições já ocupadas pelas tarefas “cap- RESPOSTA: “CERTA”.
turar a corça de Cerinéia” e “capturar o javali de Erimanto”, 18. (TRT 10ª Região – Técnico Judiciário - Cespe/
podendo ser permutadas entre si, ainda, sobram 10 posi- UnB/2013) Se essa equipe incluir todos os empregados de
ções a serem permutadas. nível fundamental, então ela poderá ser formada de mais
Ou seja: de 40 maneiras distintas.
90 x 8! x 2 que equivale a 180 x 8! ( ) CERTA ( ) ERRADA
Sendo 180 um valor inferior a 6! (6! = 6 x 5 x 4 x 3 x 2 x
1 = 720), logo o valor Se essa equipe incluir todos os empregados de nível
180 x 8! será inferior a 6! x 8!, tornando este item CER- fundamental, então ela poderá ser formada de mais de 40
maneiras distintas.
TO.

RESPOSTA: “CERTA”. 1ª POSSIBILIDADE: Equipes contendo 2 funcionários de


nível fundamental e os demais de nível Superior.
(TRT 10ª Região – Técnico Judiciário - Cespe/UnB/2013)
!!! .!!! ! = 2!/2!(2-2)!.3!/2!(3-2)!=3 equipes distintas
Considere que em um escritório trabalham 11 pessoas: 3
possuem nível superior, 6 tem o nível médio e 2 são de
nível fundamental. Será formada, com esses empregados, 2ª POSSIBILIDADE: Equipes contendo 2 funcionários
uma equipe de 4 elementos para realizar um trabalho de nível fundamental e os demais de nível médio.
pesquisa. Com base nessas informações, julgue os itens se-
guintes, acerca dessa equipe.
!!! .!!! ! = 2!/2!(2-2)!.6!/2!(6-2)!=15 equipes distintas

77
RACIOCÍNIO LÓGICO

3ª POSSIBILIDADE: Equipes contendo 2 funcionários de Sejam as agencias A, B e C que deverão receber 4 dos
nível fundamental e os demais de nível médio ou superior. 12 funcionários mencionados no item.
Para a primeira agencia, A, temos uma escolha baseada
!!! .!!! .!!! !1
= 2!/2!(2-2)!.6!/1!(6-1)!.3!/1!(3-1)!=18 em um agrupamento de 4 pessoas escolhidas dentre as 12
equipes distintas funcionários, possíveis a ocupar essas vagas, ou seja, uma
Somando-se os resultados obtidos nas 3 possibilida- combinação de 12 funcionários escolhidos 4 a 4.
des, teremos: Agência A:
3 + 15 + 18 = 36 equipes distintas !
Como o afirmado neste item, diz que existirão mais de
!!" ! = 12!/4!(12-4)!=495
40 maneiras distintas para a formação das equipes.
Maneiras distintas de escolhermos dentre 12 funcioná-
rios, 4 funcionários para ocupar uma das 4 vagas da agen-
RESPOSTA: “ERRADA”. cia A .
Fixando 4 funcionários na primeira agencia, A , tere-
19. (TRT 10ª Região – Técnico Judiciário - Cespe/ mos, ainda, 8 funcionários que poderão ocupar 4 vagas na
UnB/2013) Formando-se a equipe com dois empregados agencia B. Portanto, para escolhermos esse novo agrupa-
de nível médio, e dois de nível superior, então essa equipe mento, teremos uma nova combinação, agora, de 8 funcio-
poderá ser formada de, no máximo, 40 maneiras distintas. nários, escolhidos 4 a 4.
( ) CERTA ( ) ERRADA Agência B:

Formando-se a equipe com dois empregados de nível


!!! ! = 8!/4!(8-4)!=70
médio, e dois de nível superior, então essa equipe poderá
ser formada de, no máximo, 40 maneiras distintas. Maneiras distintas de escolhermos dentre 8 funcioná-
Formando-se as equipes com 2 empregados de nível rios, 4 funcionários para ocupar 4 vagas da agencia B .
Médio e 2 de Nível Superior, então teremos apenas 1 pos- Por ultimo, ainda sobram 4 funcionários para ocupar as
sibilidade de formação de equipes, já que excluímos todos ultimas 4 vagas da ultima agencia C .
os funcionários de nível Fundamental. Portanto, teremos apenas um tipo de agrupamento
formado por esses 4 funcionários.
!!! .!!! ! = 3!/2!(3-2)!.6!/2!(6-2)!=45 equipes distintas
Agência C:
De acordo com a afirmativa do item seriam de, no má- !!! ! = 4!/4!(4-4)!=1
ximo, 40 equipes distintas.
Pelo principio multiplicativo, podemos permutar a es-
RESPOSTA: “ERRADA”. colha dos funcionários entre as 3 agências A , B e C , ou
seja, teremos um total de possibilidades dada por:
20. (Banco do Brasil/TO - Escriturário - Cespe/ 495x70x1=34.650 maneiras distintas de locarmos esses
UnB/2012) Considere que o BB tenha escolhido alguns no- funcionários nas 3 agências
mes de pessoas para serem usados em uma propaganda Portanto, questão errada.
na televisão, em expressões do tipo Banco do Bruno, Banco 22. (USP – VESTIBULAR - FUVEST/2012) Considere to-
da Rosa etc. Suponha também, que a quantidade total de das as trinta e duas sequências, com cinco elementos cada
nomes escolhidos para aparecer na propaganda seja 1 2 e uma, que podem ser formadas com os algarismos 0 e 1.
que, em cada inserção da propaganda na TV, sempre apa- Quantas dessas sequências possuem pelo menos três zeros
reçam somente dois nomes distintos. em posições consecutivas?
Nesse caso, a quantidade de inserções com pares dife- a) 3
rentes de nomes distintos que pode ocorrer e inferior a 70. b) 5
c) 8
Julgue o enunciado acima.
d) 12
e) 16
Com 12 nomes distintos entre si aparecendo de dois
em dois, teremos uma combinação simples desses nomes Utilizando os algarismos 0 e 1 e, considerando as se-
para formarmos um total de possibilidades distintas. quências com 5 elementos, temos:
!
!!" ! = 12!/2!(12-2)!=66 duplas de nomes distintos I) 5 sequências com exatamente 3 zeros em posições
consecutivas (00010, 00011, 01000 e 11000)
II) 2 sequências com exatamente 4 zeros em posições
Portanto, é verdadeira. consecutivas (00001 e 10000)
21. (Banco do Brasil/TO - Escriturário - Cespe/UnB/2012) III) 1 sequência com 5 zeros (00000)
Há exatamente 495 maneiras diferentes de se distribuírem Portanto, o número de sequências com pelo menos
12 funcionários de um banco em 3 agências, de modo que três zeros em posições consecutivas é 5 + 2 + 1 = 8
cada agência receba 4 funcionários.
Julgue o enunciado acima. RESPOSTA: “C”.

78
CONHECIMENTOS GERAIS E ATUALIDADES

Ética: conceito, primeira concepção, variados aspectos de análise da ética no entendimento dos pensadores clássicos,
estudos da Ética pelos pensadores modernos; Ética como doutrina da conduta humana; gênese, formação e evolução da
Ética; virtude como substância ética, dever, ética profissional, deveres profissionais, ambiência e relações no desempenho
ético-profissional.................................................................................................................................................................................................................01
Cidadania: conceito, direitos humanos, estado de direito, a Constituição de 1988..............................................................................03
Meio Ambiente: educação ambiental, primeiros passos da trajetória humana, a natureza e as terras brasileiras, revolução
industrial e as transformações ambientais; saúde, meio ambiente e transportes; cidades e qualidade de vida: transporte,
lixo e águas. ..........................................................................................................................................................................................................................06
Ceará – Geografia e história: Aspectos físicos e geográficos, área e limites, recursos naturais, aspectos geomorfológicos e
demográficos, organização política e administrativa e aspectos geopolíticos........................................................................................15
CONHECIMENTOS GERAIS E ATUALIDADES

Para a ética, não basta que exista um elenco de princí-


ÉTICA: CONCEITO, PRIMEIRA CONCEPÇÃO, pios fundamentais e direitos definidos nas Constituições. O
VARIADOS ASPECTOS DE ANÁLISE DA ÉTICA desafio ético para uma nação é o de universalizar os direitos
reais, permitido a todos cidadania plena, cotidiana e ativa.
NO ENTENDIMENTO DOS PENSADORES
É preciso fundar a responsabilidade individual numa
CLÁSSICOS, ESTUDOS DA ÉTICA PELOS ética construída e instituída tendo em mira o bem comum,
PENSADORES MODERNOS; ÉTICA COMO visando à formação do sujeito ético. Desse modo, será
DOUTRINA DA CONDUTA HUMANA; possível a síntese entre ética e cidadania, na qual possa
GÊNESE, FORMAÇÃO E EVOLUÇÃO DA prevalecer muito mais uma ética de princípios do que uma
ÉTICA; VIRTUDE COMO SUBSTÂNCIA ÉTICA, ética do dever. A responsabilidade individual deverá ser
DEVER, ÉTICA PROFISSIONAL, DEVERES portadora de princípios e não de interesses particulares.
PROFISSIONAIS, AMBIÊNCIA E RELAÇÕES
NO DESEMPENHO ÉTICO-PROFISSIONAL. Componentes Éticos e Cidadania
A tendência da maioria é pensar que o funcionamen-
to da cidadania depende dos outros: prefeitos, vereadores,
deputados, enfim, do governo. Uma pessoa exemplar com-
No contexto filosófico, ética e moral possuem diferen- porta-se como se tudo dependesse do seu procedimento
tes significados. A ética está associada ao estudo funda- pessoal e não do próximo.
mentado dos valores morais que orientam o comporta- Por outro lado, é preciso admitir que nenhum país é sub-
mento humano em sociedade, enquanto a moral são os desenvolvido por acaso, devido a uma série de coincidências
costumes, regras, tabus e convenções estabelecidas por nefastas que acabaram prejudicando a nação ao longo do
tempo, sem culpa de ninguém. A miséria é fruto da omissão
cada sociedade.
e do descaso sistemáticos, da cobiça e da ganância de alguns,
Os termos possuem origem etimológica distinta. A pa-
durante séculos. A recuperação do tempo perdido exige uma
lavra “ética” vem do Grego “ethos” que significa “modo de mudança radical, a partir da consideração dos seguintes itens:
ser” ou “caráter”. Já a palavra “moral” tem origem no ter-
mo latino “morales” que significa “relativo aos costumes”. Impostos
Ética é um conjunto de conhecimentos extraídos O primeiro dever do cidadão responsável é colaborar
da investigação do comportamento humano ao tentar financeiramente no custeio das despesas comuns, como
explicar as regras morais de forma racional, fundamentada, por exemplo: pagar o Imposto Territorial Urbano, a Segu-
científica e teórica. É uma reflexão sobre a moral. ridade Social e todos os tributos embutidos em serviços e
Moral é o conjunto de regras aplicadas no cotidiano alimentos. Pedir a nota fiscal ao efetuar qualquer compra.
e usadas continuamente por cada cidadão. Essas regras Infelizmente, nem sempre os governantes se comportam
orientam cada indivíduo, norteando as suas ações e os de modo isento na hora de estabelecer a carga tributária ou
seus julgamentos sobre o que é moral ou imoral, certo ou o emprego dos recursos arrecadados. Alguns tributos, cria-
errado, bom ou mau. dos com determinado fim, mudam de destinação ao longo
No sentido prático, a finalidade da ética e da moral é dos anos; outros, temporários na sua implantação, eternizam-
muito semelhante. São ambas responsáveis por construir -se inexplicavelmente; certos impostos incidem sobre outros,
as bases que vão guiar a conduta do homem, determi- punindo desnecessariamente a população. Por tudo isso, um
nando o seu caráter, altruísmo e virtudes, e por ensinar cidadão responsável: mantém-se sempre vigilante; fiscaliza o
poder executivo diretamente ou por intermédio do seu repre-
a melhor forma de agir e de se comportar em sociedade.
sentante na Câmara, Assembleia ou Congresso; nega o voto
aos políticos ineficientes ou corruptos, nas eleições.
Ética e Cidadania
As instituições sociais e políticas têm uma história. É Solidariedade
impossível não reconhecer o seu desenvolvimento e o seu As organizações empregam grande parte dos tributos
progresso em muitos aspectos, pelo menos do ponto de recolhidos para minimizar problemas sociais, os quais, por
vista formal. sua vez, não são tão graves quanto os dos povos subde-
A escravidão era legal no Brasil até 120 anos atrás. senvolvidos. Em países emergentes, como o Brasil, o Estado
As mulheres brasileiras conquistaram o direito de vo- deve atender a tantas necessidades e os problemas são tão
tar apenas há 60 anos e os analfabetos apenas há alguns numerosos que sempre ficam enormes lacunas por preen-
anos. Chamamos isso de ampliação da cidadania (MAR- cher. Cabe aos cidadãos esclarecidos desdobrar-se para
TINS, 2008). ajudar os marginalizados do sistema. Além dos tributos
Existem direitos formais (civis, políticos e sociais) que obrigatórios, tais organizações - como ONGs, hospitais, ins-
nem sempre se realizam como direitos reais. A cidadania tituições civis e religiosas, orfanatos, escolas especiais, cre-
nem sempre é uma realidade efetiva e nem sempre é para ches, movimentos ou associações de pessoas portadoras de
todos. A efetivação da cidadania e a consciência coletiva deficiência - tentam diversas fórmulas para canalizar ajuda.
dessa condição são indicadores do desenvolvimento mo- Elas não só ajudam, mas fiscalizam as despesas, con-
ral e ético de uma sociedade. trolam contas e decidem, na medida do possível, sobre
aplicações de recursos arrecadados.

1
CONHECIMENTOS GERAIS E ATUALIDADES

Meio Ambiente Serviços Públicos


Encontramos enormes problemas em nossa sociedade Delegacias, hospitais, escolas públicas e telefones sofrem
que devem ser resolvidos, porém o homem nunca viveu terríveis desgastes nas mãos da população. Paredes, objetos
tanto, nem teve tanta saúde como agora. e móveis são arranhados, riscados, pichados, quando não ar-
O principal problema do meio ambiente é que a po- rancados do seu devido lugar, como é o caso do telefone
pulação da Terra aumenta, mas os recursos naturais conti- público.
nuam os mesmos, com a ressalva de que, cada vez, produ- Um cidadão que se preza usa com cuidado os bens co-
zimos mais alimentos. Em contrapartida, também consumi- muns; colabora com as escolas públicas; ao sair com o animal
mos mais, gerando enormes quantidades de detritos que de estimação para passear, limpa os detritos e excrementos
se voltam contra nós. deixados por este no percorrer do passeio.
Como seres humanos responsáveis, é necessário difun-
dir o hábito de poupar água, energia, reciclar o lixo, usar Texto adaptado de: http://ftp.comprasnet.se.gov.br/
fontes alternativas de energia e controlar a natalidade. sead/licitacoes/Pregoes2011/PE091/Anexos/servi%E7o_pu-
blico_modulo_I/Apostila%20Etica%20no%20Servi%E7o%20
Transportes P%FAblico/Etica%20e%20Cidadania%20no%20Setor%20
O automóvel, por seu avanço tecnológico, impulsionou P%FAblico.pdf
o desenvolvimento da indústria automobilística e outros
setores ligados direta ou indiretamente a ela. As grandes “Ética empresarial compreende princípios e padrões que
cidades renderam-se aos carros, gerando o transporte indi- orientam o comportamento no mundo dos negócios”. (Fer-
vidual e, com isso, reformaram-se as ruas, criaram-se aveni- rell, Fraedrich e Ferrell, 2001, p. 07).
das, tudo em função da sua circulação com maior rapidez. A responsabilidade social e a ética estão intrinsecamente
O pedestre foi esquecido e também o ciclista. O trans- ligadas. A ética é à base da responsabilidade social e se ex-
porte público passou a um segundo plano. Resultado: o pressa por meio dos princípios e valores adotados pela orga-
mundo ficou refém do automóvel. nização na condução dos seus negócios.
Em um engarrafamento qualquer, os motoristas perce- Vazquez define ética como “teoria ou ciência do com-
bem que estão parados, a maioria deles a sós, espremidos portamento moral dos homens em sociedade. Ou seja, é
entre quatro latas, querendo ir todos ao mesmo lugar, mas ciência de uma forma específica de comportamento huma-
sem sucesso. Além de inviabilizar ou complicar os deslo- no”. (1993, p.12).
camentos, o trânsito rodado enerva as pessoas, produz Já Srour diz que a ética estuda as morais e as moralida-
inúmeros acidentes, polui o ambiente e empobrece muitos des, analisando as escolhas que os agentes fazem em situa-
usuários, que perdem grandes somas de dinheiro cada vez ções concretas e se as opções escolhidas estão dentro de pa-
que decidem trocar de carro - tudo isso em nome do pres- drões sociais. (1998, p.270-271). As definições citadas pelos
tígio, da privacidade e de um ilusório conforto individual. dois autores atrelam a ética à moral. De acordo com Vazquez,
O homem esclarecido prefere o transporte público, só a moral seria constituída dos atos humanos conscientes e vo-
se senta ao volante sóbrio, partilha sua condução com ami- luntários dos indivíduos que afetam outros indivíduos, gru-
gos, conhecidos ou colegas de trabalho. pos sociais ou a sociedade como um todo (1993, p. 14).
Srour afirma que não devemos falar de uma “ética em
Segurança geral”, mas de morais claramente definidas.
No mundo em que vivemos, ninguém está livre de as- “As morais têm caráter exclusivamente social, não se
saltos. Pedestres, usuários de transportes coletivos e pro- aplicam a atos pessoais que não afetem os outros ou que
prietários de veículos correm perigos semelhantes. Os la- não produzam consequências sobre outrem. Expressam rela-
drões são, via de regra, inteligentes e preguiçosos. Alguns ções de força e formam os núcleos de ideologias. Assim, para
escolhem suas vítimas pacientemente após um período de conhecer a moralidade de uma organização é preciso antes
observação. Alguns são mais rápidos e agem intuitivamen- de tudo saber como se imbricam suas ideologias política e
te. Mulheres e pessoas idosas correm mais riscos. A pes- econômica, porque toda ideologia comporta uma moral par-
soa circunspecta (que denota seriedade) toma distância de ticular”. (SROUR, 1998, p.270).
pessoas envolvidas com drogas, veste-se de modo discre- As moralidades seriam as morais praticadas por organi-
to, evita lugares isolados, estacionamentos vazios ou terre- zações e públicos que se aplicam os problemas do cotidiano.
nos baldios. Antes de estacionar ou parar, dá uma olhada Srour diz que a ética não se confunde com a moral. Na verda-
em volta do carro. de, ela rege a conduta de indivíduos e organizações dentro
de padrões e princípios moralmente aceitáveis.
Saúde Pública A responsabilidade social é o comportamento que as
O zelo pela saúde individual tem sua dimensão social, empresas têm perante a sociedade, a postura que adotam ao
pois, cada vez que um cidadão adoece, a sociedade como lidar com as questões e demandas do cotidiano, obedecen-
um todo fica prejudicada. do a critérios e pressupostos éticos. De acordo com Ferrell,
O cidadão ético evita que a água se acumule em qual- Fraedrich e Ferrell, a “ética empresarial diz respeito a regras
quer tipo de recipiente, para combater doenças parasitá- e princípios que pautam decisões de indivíduos e grupos de
rias, dá passagem imediata a veículos de emergência (am- trabalho; a responsabilidade social refere-se ao efeito das
bulância, polícia, bombeiros), dentre outras atitudes. decisões de empresas sobre a sociedade”. (2001, p. 08).

2
CONHECIMENTOS GERAIS E ATUALIDADES

Essa definição reforça a ideia de que a responsabili- Deveres do cidadão


dade social nas empresas só poderá ser incorporada ao - Votar para escolher os governantes;
processo diário de tomada de decisão se as organizações - Cumprir as leis;
incluírem em sua filosofia e sua estratégia de ação, preo- - Educar e proteger seus semelhantes;
cupações de natureza ética. - Proteger a natureza;
A conduta ética nas organizações também é defini- - Proteger o patrimônio público e social do País.
da na transparência das empresas, nas relações com seus
públicos e na preocupação que possuem com o impacto Direitos do cidadão
das suas atividades na sociedade. Essa relação de confian- - Direito à saúde, educação, moradia, trabalho, previ-
ça contribui para o sucesso das empresas, sucesso que se dência social, lazer, entre outros;
reverte de forma financeira, graças à imagem que se tem - O cidadão é livre para escrever e dizer o que pensa,
das empresas e está relacionada à responsabilidade social. mas precisa assinar o que disse e escreveu;
Fonte: http://www.portaleducacao.com.br/enferma- - Todos são respeitados na sua fé, no seu pensamento
gem/artigos/32818/a-etica-nas-organizacoes-e-a-res- e na sua ação na sociedade;
ponsabilidade-social - O cidadão é livre para praticar qualquer trabalho, ofí-
cio ou profissão, mas a lei pode pedir estudo e diploma
para isso;
- Só o autor de uma obra tem o direito de usá-la, pu-
CIDADANIA: CONCEITO, DIREITOS blicá-la e tirar cópia, e esse direito passa para os seus her-
HUMANOS, ESTADO DE DIREITO, A deiros;
CONSTITUIÇÃO DE 1988. - Os bens de uma pessoa, quando ela morrer, passam
para seus herdeiros;
- Em tempo de paz, qualquer pessoa pode ir de uma
cidade para outra, ficar ou sair do país, obedecendo a lei
O que é Cidadania: feita para isso.
Cidadania é o exercício dos direitos e deveres civis, po- Fonte: http://www.significados.com.br/cidadania/
líticos e sociais estabelecidos na Constituição de um país.
A cidadania também pode ser definida como a con- A CIDADANIA NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL
dição do cidadão, indivíduo que vive de acordo com um
conjunto de estatutos pertencentes a uma comunidade TÍTULO I
politicamente e socialmente articulada. Dos Princípios Fundamentais
Uma boa cidadania implica que os direitos e deveres
estão interligados, e o respeito e cumprimento de ambos Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela
contribuem para uma sociedade mais equilibrada e justa. união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito
Exercer a cidadania é ter consciência de seus direitos Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e
e obrigações, garantindo que estes sejam colocados em tem como fundamentos:
prática. Exercer a cidadania é estar em pleno gozo das dis- I - a soberania;
posições constitucionais. Preparar o cidadão para o exer- II - a cidadania
cício da cidadania é um dos objetivos da educação de um III - a dignidade da pessoa humana;
país. IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;
O conceito de cidadania também está relacionado V - o pluralismo político.
com o país onde a pessoa exerce os seus direitos e deve- Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o
res. Assim, a cidadania brasileira está relacionada com o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente,
indivíduo que está ligado aos direitos e deveres que estão nos termos desta Constituição.
definidos na Constituição do Brasil.
Para ter cidadania brasileira, a pessoa deve ter nascido Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmô-
em território brasileiro ou solicitar a sua naturalização, em nicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário.
caso de estrangeiros. No entanto, os cidadãos de outros
países que desejam adquirir a cidadania brasileira devem Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da Repúbli-
obedecer todas as etapas requeridas para este processo. ca Federativa do Brasil:
Uma pessoa pode ter direito a dupla cidadania, isso I - construir uma sociedade livre, justa e solidária;
significa de deve obedecer os diretos e deveres dos países II - garantir o desenvolvimento nacional;
em que foi naturalizada. III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as
A Constituição da República Federativa do Brasil, pro- desigualdades sociais e regionais;
mulgada em 5 de outubro de 1988, pela Assembleia Nacio- IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de
nal Constituinte, composta por 559 congressistas (deputa- origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de
dos e senadores), consolidou a democracia, após longos discriminação.
anos da ditadura militar no Brasil.

3
CONHECIMENTOS GERAIS E ATUALIDADES

Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela
suas relações internacionais pelos seguintes princípios: podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo
I - independência nacional; em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar
II - prevalência dos direitos humanos; socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial;  
III - autodeterminação dos povos; XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das co-
IV - não-intervenção; municações telegráficas, de dados e das comunicações
V - igualdade entre os Estados; telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas
VI - defesa da paz; hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de in-
VII - solução pacífica dos conflitos; vestigação criminal ou instrução processual penal;  
VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo;  XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou
IX - cooperação entre os povos para o progresso da profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei
humanidade; estabelecer;   
X - concessão de asilo político. XIV - é assegurado a todos o acesso à informação e
Parágrafo único. A República Federativa do Brasil bus- resguardado o sigilo da fonte, quando necessário ao exer-
cará a integração econômica, política, social e cultural dos cício profissional;   
povos da América Latina, visando à formação de uma co- XV - é livre a locomoção no território nacional em tem-
munidade latino-americana de nações. po de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da lei,
nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens;
TÍTULO II XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem ar-
Dos Direitos e Garantias Fundamentais mas, em locais abertos ao público, independentemente de
CAPÍTULO I autorização, desde que não frustrem outra reunião ante-
DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS riormente convocada para o mesmo local, sendo apenas
exigido prévio aviso à autoridade competente;
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção XVII - é plena a liberdade de associação para fins líci-
de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos tos, vedada a de caráter paramilitar;
estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito XVIII - a criação de associações e, na forma da lei, a de
à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à proprie- cooperativas independem de autorização, sendo vedada a
dade, nos termos seguintes: interferência estatal em seu funcionamento;
I - homens e mulheres são iguais em direitos e obriga- XIX - as associações só poderão ser compulsoriamente
ções, nos termos desta Constituição; dissolvidas ou ter suas atividades suspensas por decisão ju-
II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer dicial, exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito em julgado;
alguma coisa senão em virtude de lei; XX - ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a
III - ninguém será submetido a tortura nem a trata- permanecer associado;
mento desumano ou degradante; XXI - as entidades associativas, quando expressamente
IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo ve- autorizadas, têm legitimidade para representar seus filia-
dado o anonimato;   dos judicial ou extrajudicialmente;
V - é assegurado o direito de resposta, proporcional XXII - é garantido o direito de propriedade;
ao agravo, além da indenização por dano material, moral  XXIII - a propriedade atenderá a sua função social;
ou à imagem;  XXIV - a lei estabelecerá o procedimento para desa-
VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, propriação por necessidade ou utilidade pública, ou por
sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e interesse social, mediante justa e prévia indenização em
garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto dinheiro, ressalvados os casos previstos nesta Constituição;
e a suas liturgias;    XXV - no caso de iminente perigo público, a autoridade
VII - é assegurada, nos termos da lei, a prestação de competente poderá usar de propriedade particular,
assistência religiosa nas entidades civis e militares de in- assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver
ternação coletiva;   dano;
VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de XXVI - a pequena propriedade rural, assim definida em
crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, sal- lei, desde que trabalhada pela família, não será objeto de
vo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos penhora para pagamento de débitos decorrentes de sua
imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixa- atividade produtiva, dispondo a lei sobre os meios de fi-
da em lei; nanciar o seu desenvolvimento;
IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artís- XXVII - aos autores pertence o direito exclusivo de uti-
tica, científica e de comunicação, independentemente de lização, publicação ou reprodução de suas obras, transmis-
censura ou licença; sível aos herdeiros pelo tempo que a lei fixar;
X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a hon- XXVIII - são assegurados, nos termos da lei:
ra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a inde- a) a proteção às participações individuais em obras co-
nização pelo dano material ou moral decorrente de sua letivas e à reprodução da imagem e voz humanas, inclusive
violação;    nas atividades desportivas;

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CONHECIMENTOS GERAIS E ATUALIDADES

b) o direito de fiscalização do aproveitamento econô- XLV - nenhuma pena passará da pessoa do condenado,
mico das obras que criarem ou de que participarem aos podendo a obrigação de reparar o dano e a decretação do
criadores, aos intérpretes e às respectivas representações perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos
sindicais e associativas; sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor
XXIX - a lei assegurará aos autores de inventos indus- do patrimônio transferido;
triais privilégio temporário para sua utilização, bem como XLVI - a lei regulará a individualização da pena e ado-
proteção às criações industriais, à propriedade das marcas, tará, entre outras, as seguintes:
aos nomes de empresas e a outros signos distintivos, tendo a) privação ou restrição da liberdade;
em vista o interesse social e o desenvolvimento tecnológi- b) perda de bens;
co e econômico do País; c) multa;
XXX - é garantido o direito de herança; d) prestação social alternativa;
XXXI - a sucessão de bens de estrangeiros situados no e) suspensão ou interdição de direitos;
País será regulada pela lei brasileira em benefício do cônju- XLVII - não haverá penas:
ge ou dos filhos brasileiros, sempre que não lhes seja mais a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos
favorável a lei pessoal do “de cujus”; termos do art. 84, XIX;
XXXII - o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa b) de caráter perpétuo;
do consumidor; c) de trabalhos forçados;
XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públi- d) de banimento;
cos informações de seu interesse particular, ou de interesse e) cruéis;
coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob XLVIII - a pena será cumprida em estabelecimentos dis-
pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo tintos, de acordo com a natureza do delito, a idade e o sexo
seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado; do apenado;
XXXIV - são a todos assegurados, independentemente XLIX - é assegurado aos presos o respeito à integridade
do pagamento de taxas:
física e moral;
a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa
L - às presidiárias serão asseguradas condições para
de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder;
que possam permanecer com seus filhos durante o período
b) a obtenção de certidões em repartições públicas,
de amamentação;
para defesa de direitos e esclarecimento de situações de
LI - nenhum brasileiro será extraditado, salvo o na-
interesse pessoal;
turalizado, em caso de crime comum, praticado antes da
XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judi-
naturalização, ou de comprovado envolvimento em tráfico
ciário lesão ou ameaça a direito;
ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma da lei;
XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato
LII - não será concedida extradição de estrangeiro por
jurídico perfeito e a coisa julgada;
XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de exceção; crime político ou de opinião;
XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a or- LIII - ninguém será processado nem sentenciado senão
ganização que lhe der a lei, assegurados: pela autoridade competente;
a) a plenitude de defesa; LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus
b) o sigilo das votações; bens sem o devido processo legal;
c) a soberania dos veredictos; LV - aos litigantes, em processo judicial ou adminis-
d) a competência para o julgamento dos crimes dolo- trativo, e aos acusados em geral são assegurados o con-
sos contra a vida; traditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela
XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, inerentes;
nem pena sem prévia cominação legal; LVI - são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas
XL - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o por meios ilícitos;
réu; LVII - ninguém será considerado culpado até o trânsito
XLI - a lei punirá qualquer discriminação atentatória em julgado de sentença penal condenatória;
dos direitos e liberdades fundamentais; LVIII - o civilmente identificado não será submetido
XLII - a prática do racismo constitui crime inafiançável e a identificação criminal, salvo nas hipóteses previstas em
imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei; lei; (Regulamento).
  XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e LIX - será admitida ação privada nos crimes de ação
insuscetíveis de graça ou anistia a prática da tortura , o pública, se esta não for intentada no prazo legal;
tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e LX - a lei só poderá restringir a publicidade dos atos
os definidos como crimes hediondos, por eles respondendo processuais quando a defesa da intimidade ou o interesse
os mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, social o exigirem;
se omitirem;   (Regulamento) LXI - ninguém será preso senão em flagrante delito ou
XLIV - constitui crime inafiançável e imprescritível a por ordem escrita e fundamentada de autoridade judiciária
ação de grupos armados, civis ou militares, contra a ordem competente, salvo nos casos de transgressão militar ou cri-
constitucional e o Estado Democrático; me propriamente militar, definidos em lei;

5
CONHECIMENTOS GERAIS E ATUALIDADES

LXII - a prisão de qualquer pessoa e o local onde se LXXVI - são gratuitos para os reconhecidamente po-
encontre serão comunicados imediatamente ao juiz com- bres, na forma da lei:   (Vide Lei nº 7.844, de 1989)
petente e à família do preso ou à pessoa por ele indicada; a) o registro civil de nascimento;
LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre b) a certidão de óbito;
os quais o de permanecer calado, sendo-lhe assegurada a LXXVII - são gratuitas as ações de habeas corpus e ha-
assistência da família e de advogado; beas data, e, na forma da lei, os atos necessários ao exercí-
LXIV - o preso tem direito à identificação dos respon- cio da cidadania.
sáveis por sua prisão ou por seu interrogatório policial; LXXVIII a todos, no âmbito judicial e administrativo, são
LXV - a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela assegurados a razoável duração do processo e os meios
autoridade judiciária; que garantam a celeridade de sua tramitação.  (Incluído
LXVI - ninguém será levado à prisão ou nela mantido, pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
quando a lei admitir a liberdade provisória, com ou sem § 1º As normas definidoras dos direitos e garantias
fiança; fundamentais têm aplicação imediata.
§ 2º Os direitos e garantias expressos nesta Constituição
LXVII - não haverá prisão civil por dívida, salvo a do
não excluem outros decorrentes do regime e dos princípios
responsável pelo inadimplemento voluntário e inescusável
por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a
de obrigação alimentícia e a do depositário infiel;
República Federativa do Brasil seja parte.
LXVIII - conceder-se-á habeas corpus sempre que al-
§ 3º Os tratados e convenções internacionais sobre
guém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa
coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos
abuso de poder; dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes
LXIX - conceder-se-á mandado de segurança para pro- às emendas constitucionais.  (Incluído pela Emenda
teger direito líquido e certo, não amparado por habeas cor- Constitucional nº 45, de 2004)  (Atos aprovados na forma
pus ou habeas data, quando o responsável pela ilegalidade deste parágrafo)
ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de § 4º O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal
pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Pú- Penal Internacional a cuja criação tenha manifestado
blico; adesão. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
LXX - o mandado de segurança coletivo pode ser im-
petrado por:
a) partido político com representação no Congresso
Nacional; MEIO AMBIENTE: EDUCAÇÃO AMBIENTAL,
b) organização sindical, entidade de classe ou associa- PRIMEIROS PASSOS DA TRAJETÓRIA
ção legalmente constituída e em funcionamento há pelo HUMANA, A NATUREZA E AS TERRAS
menos um ano, em defesa dos interesses de seus membros BRASILEIRAS, REVOLUÇÃO INDUSTRIAL E AS
ou associados; TRANSFORMAÇÕES AMBIENTAIS; SAÚDE,
LXXI - conceder-se-á mandado de injunção sempre MEIO AMBIENTE E TRANSPORTES; CIDADES
que a falta de norma regulamentadora torne inviável o E QUALIDADE DE VIDA: TRANSPORTE, LIXO E
exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das ÁGUAS.
prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à
cidadania;
LXXII - conceder-se-á habeas data:
a) para assegurar o conhecimento de informações re- Conceito
Os termos conservação e preservação são utilizados
lativas à pessoa do impetrante, constantes de registros ou
muitas vezes como sinônimos, mas esse é um erro que pre-
bancos de dados de entidades governamentais ou de ca-
cisamos corrigir conhecendo a significação correta destas
ráter público;
duas palavras. Foi nos Estados Unidos, por volta do final do
b) para a retificação de dados, quando não se prefira
século XIX que surgiram estas duas correntes ideológicas
fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou administrativo; conhecidas como conservacionismo e preservacionismo
LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor (ECKHOLM, 1982).
ação popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio O preservacionismo prega a preservação da natureza
público ou de entidade de que o Estado participe, à mo- da forma como essa é em seu estado natural e relaciona
ralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio o ser humano como um ser extremamente daninho para o
histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má- meio ambiente. Esta corrente de pensamento tem em seus
-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência; preceitos que a natureza deve ser mantida sem nenhuma
LXXIV - o Estado prestará assistência jurídica integral interferência do ser humano. Devem ser criados parques
e gratuita aos que comprovarem insuficiência de recursos; nacionais estáticos de proteção ao meio ambiente, ou seja,
LXXV - o Estado indenizará o condenado por erro judi- com o intuito explicitamente protetor, estes santuários in-
ciário, assim como o que ficar preso além do tempo fixado tocáveis estariam livres da exploração, degradação, consu-
na sentença; mo e até estudos feitos pelo ser humano.

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CONHECIMENTOS GERAIS E ATUALIDADES

Este tipo de pensamento preservacionista, atualmente Pode se considerar abaixo as seguintes frequências
é considerado muitas vezes como radical, e as pessoas que para a coleta:
pensam desta forma são apelidadas hoje pelos cientistas Diária (exceto domingo) - ideal para o usuário, princi-
e pessoas que trabalham seriamente com a natureza de palmente no que diz respeito à saúde pública. O lixo não
ecoloucos. Esse pensamento evidencia-se por meio de es- precisaria ser guardado por mais de um dia.
tudos, comprovando que o meio ambiente pode ser res- Três vezes - ideal para o sistema, considerando-se a
guardado e explorado de maneira racional, como prega o relação entre custo e benefício.
desenvolvimento sustentável, e sabe-se também que cada Duas vezes - o mínimo admissível sob o ponto de vista
vez mais são encontradas formas para que o ser humano sanitário, para países de clima tropical.
viva em harmonia com a natureza. Para uma coleta eficaz, é necessário o planejamento
O movimento conservacionista é mais consciente, exal- pelo órgão responsável pelo serviço, seja ele público ou
tando o amor à natureza e ao meio ambiente aliado ao privado. Planejar significa tomar decisões de forma pru-
uso racional de matéria-prima e bens naturais, concorren- dente, procurando sempre imaginar consequências.
do com o auxílio e manejo criterioso pelos seres humanos. Deverão ser feitos alguns levantamentos, dentre eles
Fazendo com que possamos nos perceber como parte inte- destacam-se: as características topográficas e o sistema
grante desta mesma natureza e do processo gestor destes viário urbano. Registrados em mapas, deverão caracterizar
recursos. Esse modo de pensar é muitas vezes visto como o o tipo de pavimentação das vias, declividade, sentido e in-
meio termo entre o preservacionismo e o desenvolvimento tensidade de tráfego; a definição das zonas de ocupação
capitalista inicial (COMISSÃO MUNDIAL SOBRE MEIO AM- da cidade. As áreas delimitadas em mapas deverão indicar
BIENTE E DESENVOLVIMENTO, 1988). os usos predominantes, concentrações comerciais, setores
Caracterizando assim, como pensamento da maioria industriais, áreas de difícil acesso e/ou de baixa renda, os
dos movimentos ambientalistas sérios e responsáveis, que dados sobre população total, urbana, quantidade média de
acreditam e aplicam o desenvolvimento sustentável com moradores por residência e, caso houver, o número expres-
qualidade de vida e conservação dos atributos essenciais sivo de moradores temporários; a geração e a composição
para uma natureza saudável e sem excessos capitalistas e do lixo; os costumes da população, onde deverão ser des-
irresponsáveis por parte dos seres humanos. tacados os mercados e feiras livres, exposições permanen-
A reciclagem, a mudança dos padrões de consumo ca- tes ou em certas épocas do ano, festas religiosas e locais
pitalistas, a igualdade social com justiça, o uso de energias preferidos para a prática do lazer; a disposição final do lixo.
renováveis, o respeito à biodiversidade e principalmente a
inclusão das políticas ambientais nos processos de toma- Tipos de lixo que são coletados:
das de decisões no âmbito político, empresarial e mundial A Prefeitura ou o órgão prestador do serviço devera
são princípios defendidos pelo modo de agir proposto regulamentar os tipos de resíduos a serem removidos pelo
pelo conservacionismo. serviço de coleta.
A criação de áreas de preservação responsáveis para Geralmente são coletados os seguintes tipos de lixo:
ecossistemas frágeis e que contenham grande número de domiciliar; de grandes estabelecimentos comerciais; indus-
espécies em perigo de extinção é uma das ações defendi- trial, quando não tóxico ou perigoso; de unidades de saúde
das pela corrente conservacionista. e de farmácias; animais mortos de pequeno porte; folhas
Artigo por Colunista Portal - Educação - quinta-feira, e pequenos arbustos provenientes de jardins particulares;
14 de março de 2013. resíduos volumosos, como móveis, veículos abandonados
Fonte: http://www.portaleducacao.com.br/biologia/ e materiais de demolição. Estes necessitam de um serviço
artigos/38694/conservacao-e-preservacao-do-meio-am- especial para sua retirada, devendo, portanto, ser cobrado
biente-conceitos-e-definicoes dos usuários.
A coleta do lixo de uma cidade deverá ter como meta
atender a toda a população, pois o lixo não coletado de Formas de tratamento e disposição final de lixo urbano:
uma determinada área e lançado em terrenos baldios, cau- A destinação ou disposição final, como o próprio nome
sando, por exemplo, problemas sanitários que afetarão à sugere, é a última fase de um sistema de limpeza urba-
população. na. Geralmente esta operação é efetuada imediatamente
Geralmente os moradores deixam os recipientes com o após a coleta. Em alguns casos, entretanto, antes de ser
lixo na calçada, em frente às suas casas, apenas pouco tem- disposto o lixo é processado, isto é, sofre algum tipo de
po antes da coleta. Evitando assim, que animais espalhem beneficiamento, visando melhores resultados econômicos,
os resíduos, entre outros aspectos negativos. sanitários e/ou ambientais.
A coleta de lixo tem certa frequência, ou seja, o número Quando o processamento tem por objetivo fundamen-
de vezes que os coletores passam pelo local, entretanto tal a diminuição dos inconvenientes sanitários ao homem
alguns fatores influenciam esta decisão, como: o tipo de e ao meio ambiente, diz-se então que o lixo foi submetido
lixo gerado; as condições climáticas; os recursos materiais a um tratamento.
e humanos à disposição do órgão prestador de serviço; a Várias são as formas de processamento e disposição
limitação do espaço necessário ao armazenamento do lixo final aplicáveis ao lixo urbano. Na maioria das vezes, ocor-
pelo usuário em sua casa ou negócio. rem associadas. As mais conhecidas são:

7
CONHECIMENTOS GERAIS E ATUALIDADES

Compactação: Trata-se de um processamento que re- Médio índice de recuperação - Neste caso, há neces-
duz o volume inicial de lixo de 1/3 a 1/5, favorecendo o seu sidade de se proceder algum beneficiamento industrial ao
posterior transporte e disposição final. Isto pode se dar nas produto recuperado a fim de transformá-lo novamente
estações de transferência, conforme já comentado. em material reutilizável.
Trituração: Consiste na redução da granulometria dos Exemplo: cacos de vidro, metais e embalagens de
resíduos através de emprego de moinhos trituradores, ob- plástico.
jetivando diminuir o seu volume e favorecer o seu trata- Recuperação biológica - Trata-se de uma particulariza-
mento e/ou disposição final.
ção do caso anterior, isto é, médio índice de recuperação,
Incineração: Este processo visa à queima controlada do
lixo em fornos projetados para transformar totalmente os só que referente às frações orgânicas do lixo. É o caso da
resíduos em material inerte, propiciando também uma re- produção de adubo orgânico e da obtenção de combustí-
dução de volume e de peso. Do ponto de vista sanitário é vel gasoso (metano).
excelente. A desvantagem fica por conta dos altos custos Baixo índice de recuperação - Neste caso esta inserido
de instalação e operação, além dos riscos de poluição at- o aproveitamento do poder calorífico dos materiais com-
mosférica, quando o equipamento não for adequadamente bustíveis presentes no lixo, mediante sua incineração. Por
projetado e/ou operado. exemplo, quando se queima um saco plástico, a energia
Aterro (sanitário e controlado): liberada é menor que a utilizada no seu processo de fa-
A rigor, é o único método de disposição final propria- bricação, desde a matéria-prima (petróleo) até o produto
mente dito. Consiste basicamente em: acabado (saco plástico).
a) compactação dos resíduos em camadas sobre o No planejamento de um sistema de reciclagem, de-
solo, empregando-se, por exemplo, um trator de esteira; ve-se ter sempre como objetivo principal a obtenção do
b) o seu recobrimento com uma camada de terra ou
maior balanço energético possível.
outro material inerte;
c) adoção de procedimentos para proteção do meio
ambiente. Características básicas de uma usina de reciclagem
Compostagem: Trata-se de método para decomposi- para cidades de pequeno e médio portes:
ção do material orgânico existente no lixo, sob condições O melhor caminho para se explicar tudo isto é através
adequadas, de forma a se obter um composto orgânico de um exemplo.
para utilização na agricultura. Assim, considere as seguintes situações:
- cidade de pequeno ou médio porte;
Reciclagem: - coleta domiciliar operando regularmente;
A reciclagem dos materiais recuperáveis no lixo urba- - composição gravimétrica do lixo: acima de 20% em
no tem cada vez maior aceitação no mundo. As vantagens peso dos subprodutos recicláveis (papelão, plástico, me-
econômicas, sociais, sanitárias e ambientais sobre os ou- teis ferrosos, metais não-ferrosos e vidros);
tros métodos são evidentes. - teor de matéria orgânica do lixo: acima de 209to;
Este processo constitui importante forma de recupe- - indústrias próximas à cidade:
ração energética, especialmente quando associado a um
- recuperação de papelão;
sistema de compostagem. Apenas alguns componentes
do lixo urbano não podem ser reaproveitados. É o caso de - recuperação de plástico;
louças, pedras e restos de aparelhos sanitários, que até o - pequenas fundições;
momento, pelo menos, não tem nenhum aproveitamento - indústria de bebidas;
econômico. Outros são considerados resíduos perigosos, - área agrícola na periferia onde se cultivam hortigran-
como restos de tinta e pilhas, por exemplo, e devem ser jeiros ou culturas perenes.
separados para evitar a contaminação do composto. De- Nesta situação poderia ser desenvolvido um projeto
pendendo das características regionais, a reciclagem pode para instalação de uma usina de reciclagem com as se-
representar um fator importante de redução de custos guintes características:
dentro do sistema de limpeza urbana. - baixo custo de investimento;
(texto extraído e adaptado do site: http://www.ibam. - utilização intensiva de mão de obra com baixa qua-
org.br/media/arquivos/estudos/cartilha_limpeza_urb.pdf) lificação;
- uso de tecnologia simplificada que permita baixos
A reciclagem do lixo urbano
custos de manutenção e operação;
Apesar do significado abrangente do termo, a recicla-
gem vem sendo atualmente considerada, acima de tudo, - baixo consumo energético;
um método de recuperação energética. Dentro deste con- - compostagem em leiras a céu aberto.
ceito, podem-se classificar as diversas formas de reciclagem Um projeto de concepção simples pode trazer outro
de acordo com a maior ou menor recuperação de energia benefício ao Município, que é a utilização de indústrias lo-
de cada processo. Assim: Máximo índice de recuperação - cais para fabricação de boa parte dos equipamentos.
Aí se enquadra a seleção de materiais que poderão ser no- Os equipamentos auxiliares em uma usina podem ser:
vamente utilizados, sem qualquer beneficiamento indus- pá carregadeira; micro trator agrícola; veículo de carga
trial, a não ser lavagem e eventual esterilização. Exemplo: leve com carroceria aberta; carrocinhas ou contenedores
garrafas inteiras de refrigerantes ou de cerveja. com rodízios para transporte de reciclados.

8
CONHECIMENTOS GERAIS E ATUALIDADES

O projeto pode ser dividido de acordo com as fases de Relevo


operação que são basicamente quatro: recepção do lixo O relevo brasileiro é de formação antiga ou pré-
coletado e seleção de materiais de grande porte; recupera- -cambriana, sendo erodido e, portanto, aplainado. Apre-
ção de materiais e trituração (se houver) do lixo; composta- senta o predomínio de planaltos, terrenos sedimentares
gem (ou cura); peneiramento do composto orgânico para e certas áreas com subsolo rico em recursos minerais.
comercialização, 60 ou 90 dias após o início da cura. Um outro aspecto importante consiste na ausência de
(texto extraído e adaptado do site: http://www.ibam. vulcanismo ativo e fortes abalos sísmicos, fatos explica-
org.br/media/arquivos/estudos/cartilha_limpeza_urb.pdf dos pela distância em relação à divisa ou encontro das
placas tectônicas, somado à idade antiga do território.
A Revolução Industrial teve início na Grã-Bretanha por
volta de 1760. Neste momento, uma série de fatores con- Clima
junturais daquela sociedade (crescimento da burguesia, O país apresenta o predomínio de climas quentes
desenvolvimento de áreas urbanas, etc.) fez a produção em ou macrotérmicos, devido à sua localização no planeta,
massa ganhar força, deixando para trás o modo de produ- apresentando uma grande porção de terras na Zona In-
ção agrícola e manual. Pela primeira vez na história, com o tertropical e uma pequena porção na Zona Intertropical
auxílio da ação humana, máquinas passaram a gerar pro- e uma pequena porção na Zona Temperada do Sul.
dutos. É fundamental perceber que a diversidade climática
A princípio, esta pareceu ser apenas uma solução ca- do País é positiva para a agropecuária e é explicada por
paz de baratear uma série de itens, favorecendo a qualida- vários fatores, destacando-se a latitude e a atuação das
de de vida da população. Ao espalhar-se primeiro a outros massas de ar.
países europeus e posteriormente aos EUA – e depois a
todo o mundo – esta lógica acabou criando uma série de DOMÍNIO AMAZÔNICO
desdobramentos não planejados, dentre eles, os impactos
prejudiciais ao meio ambiente. Relevo
O primeiro ponto de transformação trazido pela Revo- O Domínio Geoecológico Amazônico apresenta um
lução Industrial, com reflexos no meio ambiente, foi a rela- relevo formado essencialmente por depressões , origi-
ção entre o homem e a natureza. O progresso trazido pelas nando os baixos planaltos e as planícies aluviais. Apenas
máquinas fez emergir um novo conceito de progresso, no
nos extremos norte e sul desse domínio, é que ocorrem
qual a aceleração é valorizada, bem como a capacidade
maiores altitudes, surgindo os planaltos das Guianas ao
humana de se sobrepor aos ambientes naturais. Podemos
norte e o Central (Brasileiro) ao sul. (Classificação de
encontrar também neste momento as raízes do consumis-
Aroldo de Azevedo).
mo que, hoje, é um dos principais obstáculos para a preser-
O planalto das Guianas, situado no extremo norte
vação do planeta, sobretudo nos países ricos. Lembremos:
do Brasil, corresponde ao escudo cristalino das Guianas.
quanto mais consumo, mais indústrias!
Os resultados tanto do desenvolvimento econômico Trata-se, portanto, de terrenos cristalinos do pré-cam-
desenfreado quanto da ascensão do consumo já estão vi- briano, altamente desgastado pela erosão, apresentan-
síveis em centenas de estudos realizados ao redor do pla- do, como consequência, modestas cotas altimétricas
neta: a degradação do meio ambiente é crescente e acele- em sua maior parte. Entretanto, nas fronteiras com as
rada, com consequências já visíveis e previsões de cenários Guianas e a Venezuela, existe uma região de serras, onde
ambientalmente catastróficos futuramente, caso nenhuma aparecem os pontos culminantes do relevo brasileiro: o
mudança drástica aconteça. pico da Neblina (serra do Imeri), o pico 31 de Março e o
Existem impactos ainda mais diretos. As indústrias monte Roraima. Dentre as serras podemos citar: Parima,
contemporâneas são apontadas no grupo dos principais Pacaraima, Surucucu, Tapirapecó, Imeri, etc.
agentes poluidores, contaminando o ar com a fumaça que A maior parte do Domínio Amazônico apresenta um
provém de suas atividades. Estas emissões aumentam a relevo caracterizado por terras baixas. As verdadeiras
concentração de CO2 na atmosfera, contribuindo para o planícies (onde predomina a acumulação de sedimentos)
aquecimento global. ocorrem somente ao longo de alguns trechos de rios re-
Ao longo dos últimos 30 anos, várias conferências en- gionais; os baixos planaltos (ou platôs), também de ori-
tre países industrializados foram organizadas na tentativa gem sedimentar, mas em processo de erosão, apresen-
de encontrar soluções mais adequadas para um desenvol- tam a principal e mais abrangente forma de relevo da
vimento industrial sustentável, com exploração de recursos Amazônia.
naturais feitos de modo controlado e planejado. Embora
existam avanços como as regulações e leis que limitam as
emissões de poluentes por parte das indústrias, é um gran-
de desafio manter o equilíbrio entre a produção e a conser-
vação ambiental em uma sociedade altamente consumista
e praticamente dependente das atividades industriais.
Fonte: http://www.pensamentoverde.com.br/meio-
-ambiente/relacao-entre-revolucao-ambiental-e-meio-
-ambiente/

9
CONHECIMENTOS GERAIS E ATUALIDADES

Clima Solos
A Amazônia apresenta o predomínio do clima Equa- A maior parte do Domínio Amazônico apresenta so-
torial. Trata-se de um clima quente e úmido. Região los de baixa fertilidade. Apenas em algumas áreas restritas,
de baixa latitude, apresenta médias térmicas mensais ocorrem solos de maior fertilidade natural, como os solos
elevadas que variam de 24 ºC e 27 ºC. de várzeas em alguns trechos dos rios regionais e a terras
A amplitude térmica anual, isto é, as diferenças de pretas, solo orgânico bastante fértil (pequenas manchas).
temperaturas entre as médias dos meses mais quentes e
mais frios, é bastante baixa (oscilações inferiores a 2 ºC); Vegetação
os índices pluviométricos são extremamente elevados, A floresta amazônica, principal elemento natural do
de 1500 a 2500 mm ao ano, chegando a atingir 4.000 mm; Domínio Geoecológico Amazônico, abrangia quase 40% da
o período de estiagens é bastante curto em algumas áreas. área do País. Além do Brasil, ocupa áreas das Guianas, Ve-
A região é marcada por chuvas o ano todo. nezuela, Colômbia, Peru, Equador e Bolívia, cobrindo cerca
de 5 milhões de km².
Clima Equatorial A floresta Amazônica possui as seguintes característi-
Este pluviograma apresenta a região de Uaupés, no cas:
• Latifoliada: com vegetais de folhas largas e gran-
Estado do Amazonas, com o tipo de clima predominan-
des;
te na área. Observe que a linha de temperatura não cai a
• Heterogênea: apresenta grande variedade de es-
menos de 24 ºC e que a pluviosidade é alta durante o ano
pécies vegetais, ou grande biodiversidade;
todo, não se observando estação seca.
• Densa: bastante compacta ou intricada com plan-
As precipitações que ocorrem nessa região são exem- tas muito próximas uma das outras;
plos de chuvas de convecção, resultantes do movimento • Perene: sempre verde, pois não perde as folhas no
ascendente do ar carregado de umidade; essas correntes outono-inverno como as florestas temperadas (caducifó-
de ar ascendentes são consequências do encontro dos lias);
ventos alísios (convergência dos alísios). • Higrófila: com vegetais adaptados a um clima bas-
A massa de ar Equatorial Continental (Ec) é responsável tante úmido;
pela dinâmica do clima em quase toda a região. Somente • Outros nomes: Hiléia, denominação dada por Ale-
na porção ocidental a frente fria (Polar Atlântica) atinge a xandre Von Humboldt, Inferno Verde, por Alexandre Ran-
Amazônia durante o inverno, ocasionando uma queda de gel e Floresta Latifoliada Equatorial.
temperatura denominando friagem. Apresenta aspectos diferenciados dependendo, princi-
A massa de ar Equatorial Atlântica (Ea) exerce alguma palmente da maior ou menor proximidade dos cursos flu-
influência somente em áreas litorâneas (AP e PA). viais. Pode ser dividida em três tipos básicos ou florestais:
• Caaigapó: ou mata de igapó, localizada ao longo
Hidrografia dos rios nas planícies permanentemente inundadas. São
A hidrografia regional é riquíssima, representada quase espécies do Igapó a vitória-régia, piaçava, açaí, cururu, ma-
que totalmente pela bacia amazônica. rajá, etc.
O rio principal, Amazonas, é um enorme coletor das • Mata de várzea: localizada nas proximidades dos
chuvas abundantes na região (clima Equatorial); seus afluen- rios, parte da floresta que sofre inundações periódicas.
tes provêm tanto do hemisférico norte (margem esquerda), Como principais espécies temos a seringueira (Hevea bra-
como o Negro, Trombetas, Jari, Japurá, etc., quanto do he- siliensis), cacaueiro, sumaúma, copaíba, etc.
misfério sul (margem direita), como o Juruá, Purus, Madei- • Caaetê: ou mata de terra firme, parte da floresta da
ra, Tapajós, Xingu, etc. Esse fato explica o duplo período de maior extensão localizada nas áreas mais elevadas (baixos
cheias anuais em seu médio curso. planaltos), que nunca são atingidas pelas enchentes. Além
O rio Amazonas (e alguns trechos de seus afluentes) de apresentar a maior variedade de espécies, possui as ár-
vores de maior porte. São espécies vegetais do Caaetê o
é altamente favorável à navegação. Por outro lado, o po-
angelim, caucho, andiroba, castanheira, guaraná, mogno,
tencial hidráulico dessa bacia é atualmente considerado o
pau-rosa, salsaparrilha, sorva, etc.
mais elevado do Brasil, localizado sobretudo nos afluentes
da margem direita que formam grande número de quedas
e cachoeiras nas áreas de contatos entre o planalto Brasi-
leiro e as terras baixas amazônicas (Tocantis, Tucuruí).
Apresenta a maior variedade de peixes existentes em
todas as bacias hidrográficas do mundo. A pesca tem uma
grande expressão na alimentação da população local.
Além da grande quantidade de rios na região existem
os igarapés (córregos ou riachos); os furos (braços de água
que ligam um rio a outro ou a um lago); os paranás-mirins
(braços de rios que contornam elevações formando ilhas
fluviais) e lagos e várzea.

10
CONHECIMENTOS GERAIS E ATUALIDADES

O DOMÍNIO DOS CERRADOS Clima


O principal clima do Cerrado é tropical semi-úmido;
O Cerrado é um domínio geoecológico característico apresenta estações do ano bem definidas, uma bastante
do Brasil Central, apresentando terrenos cristalinos (as cha- chuvosa (verão) e outra seca (inverno); as médias térmicas
madas “serras”) e sedimentares (chapadas), com solos mui- são elevadas, oscilando entre 20 ºC a 28 ºC e os índices
to precários, ácidos, muito porosos, altamente lixiviados e pluviométricos variam em torno de 1.500 mm.
laterizados. Verifica-se pelo climograma anterior a estação seca no
A expansão contínua da agricultura e pecuária moder- meio do ano, destacando-se a queda de temperatura.
nas exige o uso de corretivos com calagens e nutrientes,
que é a fertilização artificial do solo. A mecanização inten- Vegetação
siva tem aumentado a erosão e a compactação dos solos. O Cerrado é a vegetação dominante; apresenta normal-
A região tem sido devastada nas últimas décadas pela agri- mente dois estratos: um arbóreo-arbustivo, com árvores de
cultura comercial policultora (destaque para a soja). pequeno porte (pau-santo, lixeira, pequi) e outro herbáceo, de
O Cerrado apresenta dos estratos: o arbóreo-arbustivo gramíneas e vegetação rasteiras com várias espécies de capim
e o herbáceo. As árvores de pequeno porte, com troncos e (barba-de-bode, flechinha, colonião, gordura, etc.).
galhos retorcidos, cascas grossas e raízes profundas, deno- Os arbustos possuem os troncos e galhos retorcidos,
tam raquitismo, e o lençol freático profundo. A produção caule grosso, casca espessa e dura e raízes profundas. O
da lenha e de carvão vegetal continua a ocorrer, apesar das espaçamento entre arbusto e árvores é grande favorecen-
proibições e alertas, bem como da prática das queimadas. do a prática da pecuária extensiva.
Ao longo dos rios, consequência da maior umidade
Localização do solo, surgem pequenas e alongas florestas, denomi-
O Domínio Geoecológico do Cerrado ocupa quase nadas Matas Galeiras ou Ciliares. Essas formações vege-
todo o Brasil Central, abrangendo não somente a maior tais são de grande importância para a ecologia local, pois
parte da região Centro-Oeste, mas também trechos de Mi- evitam a erosão das margens impedindo o assoreamento
nas Gerais, parte ocidental da Bahia e sul do Maranhão / dos rios; favorecem ainda a fauna e a vida do rio.
Piauí. Nos últimos anos, como consequências da expansão
da agricultura na região, as Matas Galerias e o Cerrado
Relevo sofrem intenso processo de destruição, afetando o meio
A principal unidade geomorfológica do Cerrado é o pla- ambiente regional.
nalto Central, constituído por terrenos cristalinos, bastante des-
gastados pelos processos erosivos, e por terrenos sedimenta- O DOMÍNIO DAS CAATINGAS
res que formam as chapadas e os chapadões.
Destacam-se nesse planalto as chapadas dos Parecis, Este domínio é marcado pelo clima tropical semi-ári-
dos Guimarães, das Mangabeiras e o Espigão Mestre, que do, vegetação de caatinga, relevo erodido, destacando-se
divide das águas das bacias do São Francisco e Tocantins. o maciço nordestino e a hidrografia intermitente.
Na porção sul desse domínio (MS e GO) localiza-se par- A Zona da Mata ou litoral oriental é a sub-região mais
te do planalto Meridional, com a presença de rochas vulcâ- industrializadas, mais populosa, destacando-se o solo de
nica (basalto) intercaladas por rochas sedimentares, forman- massapé (calcário e gnaisse), com as tradicionais lavouras
do as cuestas Maracaju, Caiapó, etc. comerciais de cana e cacau. O agreste apresenta peque-
na propriedades com policultura visando a abastecer o
Solos litoral. O sertão é marcado pela pecuária em grandes pro-
No Domínio do Cerrado predominam os solos pobres priedades. Já o Meio-Norte, apresenta grandes proprie-
e bastante ácidos (pH abaixo de 6,5). São solos altamente dades com extrativismo.
lixiviados e laterizados, que para serem utilizados na agri-
cultura, necessitam de corretivos; utiliza-se normalmente Clima
o método da calagem, que é a adição de calcário ao solo, O Domínio da Caatinga apresenta como característi-
visando à correção do pH. ca mais marcante a presença do clima semi-árido. É um
Ao sul desse domínio (planalto Meridional) aparecem tipo de clima tropical, portanto, quente, mais próximo do
significativas manchas de terra roxa, de grande fertilidade árido (seco); as médias de chuvas anuais são inferiores a
natural (região de Dourados e Campo Grande). 1000 mm (Cabaceiras, PB – 278 mm, mais baixa do Brasil),
concentradas num curto período (três meses do ano) –
Hidrografia chuvas de outono-inverno. A longa estação seca é bas-
A densidade hidrográfica é baixa; as elevações do tante quente, com estiagens acentuadas.
planalto Central (chapadas) funcionam como divisores de Esse pluviograma da região Cabaceiras, Na Paraíba, é
águas entre as bacias Amazônica (rios que correm para o o mais representativo do clima semi-árido do Sertão nor-
norte) e Platina (Paraná e Paraguai que correm para o sul) destino. A região apresenta o menor índice pluviométrico
e do São Francisco. do Brasil, com 278 mm de chuvas. Observe o predomínio
São rios perenes com regime tropical, isto é, as cheias do tempo seco e a temperatura elevada durante o ano
ocorrem no verão e as vazantes no inverno. todo.

11
CONHECIMENTOS GERAIS E ATUALIDADES

A baixa e irregular quantidade de chuvas dói Domínio Relevo


da Caatinga pode ser explica pela situação da região em No domínio das Caatingas predominam depressões
relação à circulação atmosférica (massa de ar), relevo, geo- interplanálticas, exemplificadas pela Sertaneja e a do São
logia, etc. Francisco.
Trata-se de uma área de encontro ou ponto final de A leste atinge o planalto de Borborema (PE) e a Cha-
quatro sistemas atmosféricos: as massas de ar Ec, Ta, Ea e pada Diamantina (sul da Bahia). A oeste estende-se até o
Pa. Quando essas massas de ar atingem a região, já perdem Espigão Mestre e a Chapada das Mangabeiras. Nos limites
grande parte de sua umidade. setentrionais desse domínio, localizam inúmeras serras ou
O Planalto de Borborema raramente ultrapassa 800 m chapadas residuais, como Araripe, Grande, Ibiapada, Apodi,
de altitude, sendo descontínuo. Portanto, é incapaz de pro- etc.
vocar a semi-aridez da área sertaneja. O interior do planalto Nordestino é uma área em pro-
A presença de rochas cristalinas (impermeáveis) e solos cesso de pediplanação, isto é, a importância das chuvas é
rasos dificulta a formação do lençol freático em algumas
pequena (clima semi-árido) nos processos erosivos, pre-
áreas, acentuando o problema da seca.
dominando o intemperismo físico (variação de temperatu-
Um dos mitos ou explicações falsas do subdesenvol-
ra) e ação dos ventos (erosão eólica), que vão aplainando
vimento nordestino é a afirmação de que as secas cons-
progressivamente o relevo (fragmentação de rochas e de
tituem a principal causa do atraso socioeconômico dessa
região, causando também migração para São Paulo e Rio blocos).
de Janeiro. É comum no quadro geomorfológico nordestino a
Na realidade, a pobreza regional é muito mais bem ex- presença de inselbergs, que são morros residuais, compos-
plicada pelas causas históricas e sociais. to normalmente por rochas cristalinas.
As arcaicas estruturas socioeconômicas regionais (es- Os solos do Domínio da Caatinga são, geralmente,
truturas fundiária, predomínio da agricultura tradicional de pouco profundas devido às escassas chuvas e ao predomí-
exportação, governos controlados pelas elites locais, bai- nio do intemperismo físico. Apesar disso, apresentam boa
xos níveis salariais, analfabetismo, baixa produtividade nas quantidade de minerais básicos, fator favorável à prática da
atividades econômicas, etc.) explicam muito melhor o sub- agricultura. A limitação da atividade agrícola é represen-
desenvolvimento nordestino que as causas naturais. tada pelo regime incerto e irregular das chuvas, problema
A seca é apenas mais agravante, que poderia ser solu- que poderia ser solucionado com a prática de técnicas ade-
cionada com o progresso socioeconômico regional. quadas de irrigação.
A paisagem arbustiva típica do Sertão Nordestino, que
Hidrografia dá o nome a esse domínio geoecológico, é a Caatinga (caa
A mais importante bacia hidrográfica do Domínio da = mata; tinga = branco). Possui grande heterogeneidade
Caatinga é a do São Francisco. Apesar de percorrer áreas quanto ao seu aspecto e composição vegetal.
de clima semi-árido, é um rio perene embora na época das Em algumas áreas, forma-se uma mata rala ou aberta,
secas possua um nível baixíssimo de águas. É navegável com muitos arbustos e pequenas árvores, tais como jua-
em seu médio curso numa extensão de 1370 km, no trecho zeiro, a aroeira, baraúna, etc. Em outras áreas o solo apre-
que vai de Juazeiro (BA) a Pirapora(MG). Atualmente essa senta-se quase que descoberto, proliferando os vegetais
navegação é de pouca expressão na economia regional, xerófilos, como as cactáceas (mandacaru, facheiro, xique-
devido à concorrência das rodovias. Rio de planalto, apre- -xique, coroa de frade, etc.) e as bromeliáceas (macambira).
senta, sobretudo em seu baixo curso, várias quedas, favo- É uma vegetação caducifólia, isto é, na época das
recendo a produção de energia elétrica (usinas de Paulo secas as plantas perdem suas folhas, evitando-se assim a
Afonso, Sobradinho etc.).
evapotranspiração.
A maior parte de seus afluentes são intermitentes ou
Os brejos são as mais importantes áreas agrícolas do
temporários, reflexo das condições locais.
sertão. São áreas de maior umidade, localizadas em encos-
Além do São Francisco, existem vários outros que dre-
tas das serras ou vales fluviais, isto é, regatos e riachos. As
nam a Caatinga: os rios intermitentes da bacia do Nordeste
como o Jaguaribe, Acaraú, Apodi, Piranhas, Capibaribe, etc. cabeceiras são formadas pelos “olhos d’água” (minas).

Convém lembrar que o rio São Francisco possui três Projetos


apelidos importantes: A região Nordeste é marcada por projetos, destacando
• Rio dos Currais: devido ao desenvolvimento da os relacionados à irrigação. O mais famoso envolve as ci-
pecuária extensiva no sertão. dades vizinhas e separadas pelo rio São Francisco, Petrolina
• Rio da Unidade Nacional: devido ao seu trecho na- (PE) e Juazeiro (BA). O clima seco e a irrigação controlada
vegável ligando o Sudeste ao Nordeste, sendo as regiões favorecem o controle de pragas, e o cultivo de frutas para
mais importantes na fase colonial. exportação marca a paisagem, com influência de capital
• Rio Nilo Brasileiro: devido à semelhança com o rio estrangeiro.
africano, pois nasce numa área úmida (MG – serra da Ca- Porém, existem projetos eleitoreiros, que não saem do
nastra) e atravessa uma área seca, sendo perene. Além de papel, como o da transposição das águas do São Francis-
apresentar o sentido sul-norte e ser axorréico. co: antiga ideia de construir um canal artificial, envolven-

12
CONHECIMENTOS GERAIS E ATUALIDADES

do Cabrobó (PE) e Jati (CE), ligando os rios São Francisco A maior parte dos rios são planálticos, encachoeira-
ao Jaguaribe, com 115 km. Deste canal, nasceriam outros, dos, com grande número de quedas ou saltos, corredeiras
levando águas para o Rio Grande do Norte, Paraíba e Per- e com elevado poder de erosão. O potencial hidráulico é
nambuco. Mas o projeto é polêmico, podendo colocar em também de vários rios de maior extensão que correm di-
risco o rio São Francisco. retamente para o mar (bacias Secundárias ). A serra do
Mar representa uma linha de falhas que possibilita, tam-
O DOMÍNIO DOS MARES DE MORROS bém, a produção energética (exemplo: usinas Henry Bor-
den I e II que aproveitam as águas do sistema Tietê – Pi-
Localização nheiros- Billings).
Esse domínio geoecológico localiza-se na porção Esses rios apresentam cheias de verão e vazante de
oriental do País, desde o Nordeste até o Sul. Na região Su- inverno (regime pluvial tropical).
deste, penetra para o interior, abrangendo o centro-sul de
Minas Gerais e São Paulo. Clima
O Domínio dos Mares de Morros apresenta o predomí-
Relevo nio do clima tropical úmido. Na Zona da Mata Nordestina, as
O aspecto característico do Domínio dos Mares de Mor- chuvas concentram-se no outono e inverno.
ros encontra-se no relevo e nos processos erosivos. Na região Sudeste, devido a maiores altitudes, o clima
O planalto Atlântico (Classificação Aroldo Azevedo) é a é o tropical de altitude, com médias térmicas anuais entre
unidade do relevo que mais se destaca; apresenta terrenos 14 ºC e 22 ºC. As chuvas ocorrem no verão, que é muito
cristalinos antigos, datados do pré-cambriano, correspon- quente. No inverno, as médias térmicas são mais baixas,
dendo ao Escudo Atlântico. Nesse planalto estão situadas por influência da altitude e da massa de ar Pa (Polar Atlân-
as terras altas do Sudeste, constituindo um conjunto de sa- cia).
liência ou elevações, abrangendo áreas que vão do Espírito No litoral, sobretudo no norte de São Paulo, a pluviosida-
Santo a Santa Catarina. de é elevadíssima, consequência da presença da serra do Mar,
Entre as várias serras regionais como a do Mar, Man- que barra a umidade vinda do Atlântico (chuvas orográficas ou
tiqueira, Espinhaço, Geral, Caparão (Pico da Bandeira = 2 de relevo). Em Itapanhaú, litoral de São Paulo, foi registrado o
890 m), etc. maior anual de chuvas (4.514 mm).
A erosão, provocada pelo clima tropical úmido, asso-
ciada a um intemperismo químico significativo sobre os Vegetação
terrenos cristalinos (granito/gnaisse), é um dos fatores A principal paisagem vegetal desse domínio era, ori-
responsáveis pela conformação do relevo, com a presença ginalmente, representada pela mata Atlântica ou floresta
de morros com vertentes arredondadas (morros em Meia
latifoliada tropical. Essa formação florestal ocupava as ter-
Laranja, Pães-de-Açúcar).
ras desde o Rio Grande do Norte até o Rio Grande do Sul,
Entre a serra do Mar e a da Mantiqueira, localiza-se a
cobrindo as escarpas voltadas para o mar e os planaltos in-
depressão do rio Paraíba do Sul (vale do Paraíba) formada
teriores do Sudeste. Apresentava, em muitos trechos, uma
a partir de uma fossa tectônica.
vegetação imponente, com árvores de 25 a 30 metros de
altura, como perobas, pau-d’alho, figueiras, cedros, jaca-
Solos
randá, jatobá, jequitibá, etc.
Na Zona da Mata Nordestina encontra-se um solo de
Com o processo de ocupação dessas terras brasileiras,
grande fertilidade, denominando massapé; originou-se da
essa floresta sofreu grandes devastações. No início, foi a
decomposição do granito, gnaisse e, ás vezes, do calcário.
No Sudeste, ocorre a presença de um solo argiloso, extração do pau-brasil; posteriormente, a agricultura da
de razoável fertilidade, formado, principalmente, pela de- cana-de-açúcar (Nordeste) e a do café (Sudeste).
composição do granito em climas úmidos, denominado Atualmente, restam apenas alguns trechos esparsos
salmourão. em encostas montanhosas.
É o domínio geoecológico brasileiro mais sujeito aos
processos erosivos, consequência do relevo acidentado e O DOMÍNIO DAS ARAUCÁRIAS
da ação de clima tropical úmido. O intemperismo químico
atinge profundamente as rochas dessa área, formando solos Localização
profundos, intensamente trabalhados pela ação das chuvas Abrange áreas altas do Centro-Sul do País, sobretudo
e enxurradas. É comum a ocorrência de deslizamentos, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
causados pela destruição da vegetação natural, práticas
agrícolas inadequadas, etc. Relevo
O Domínio das Araucárias ocupa áreas pertencentes ao
Hidrografia Planalto Meridional do Brasil; as altitudes variam entre 800
As terras altas do Sudeste dividem as águas de várias e 1.300 metros; apresentam terrenos sedimentares (Paleo-
bacias Paranaica (Grande Tietê, etc.), bacias Secundárias do zóico), recobertos, em partes, por lavas vulcânicas (basalto)
Leste (Paraíba do Sul, Doce) e Sul. datadas do Mesozóico.

13
CONHECIMENTOS GERAIS E ATUALIDADES

Além do planalto arenito basáltico, surgem a Depres- São rios de planaltos com belíssimas cachoeiras e que-
são Periférica e suas cuestas. São relevos salientes, forma- das, o que lhes confere em elevado potencial hidráulico.
dos pela erosão diferencial, ou seja, ação erosiva sobre ro- Embora o Paraná apresente um regime tropical, com
chas de diferentes resistências; apresentam uma vertente cheias de verão (dezembro a março), a maior parte dos rios
inclinada, denominada frente ou front e um reverso sua- desse domínio possui regime subtropical (Uruguai, por exem-
ve. Essas frentes de cuestas são chamadas serras: Geral, plo), com duas cheias e duas vazantes anuais, apresentando
Botucatu, Esperança, etc. pequena variação em sua vazão, consequência do regime de
chuvas, distribuído durante o ano todo.
Solos
Aparecem, nesse domínio, solos de grande fertilidade Características Gerais
natural, como a terra roxa a oeste do Paraná, solo de ori- • Bacias do rio Paraná (parte) e do rio Uruguai (alto
gem vulcânica, de cor vermelha, formado pela decomposi- curso).
ção do basalto. • Os afluentes da margem esquerda do rio Paraná se
Em vários trechos do Rio Grande do Sul, ocorrem vas- formam nos planaltos e nas serras da porção oriental das
tas áreas do solos fértil, denominando brunizem (elevado regiões Sudeste e Sul; portanto, correm de leste para o
teor de matéria orgânica). oeste.
São encontrados ainda, nesse domínio, solos ácidos, • A bacia hidrográfica do Paraná possui o maior poten-
pobre em mineiras e de baixa fertilidade natural. cial hidrelétrico instalado no País.
• Hidrovia do Tietê-Paraná.
Clima • O rio Uruguai e rio Iguaçu apresentam um regime
O domínio das araucárias apresenta como clima predo- subtropical.
minante o subtropical. Ao contrário dos demais climas brasi-
leiros, pode ser classificado como mesotérmico, isto é, tem- O DOMÍNIO DAS PRADARIAS
peraturas médias, não muito elevadas.
As chuvas ocorrem durante o ano todo; durante o ve- O Domínio das Pradarias, também, conhecido como
rão são provocadas pela massa deserta (Tropical Atlânti- Campanha Gaúcha ou Pampas, abrange vastas áreas (Cen-
ca). No inverno, é frequente a penetração da massa Polar tro-Sul) do Rio Grande do Sul, constituindo-se em um pro-
longamento dos campos ou pradarias do Uruguai e Argen-
Atlântica (Pa) ocasionando chuvas frontais, precipitações
tina pelo território brasileiro.
causadas pelo encontro da massa de ar quente (Ta) com a
O centro-sul do Rio Grande do Sul é marcado por baixa
fria (Pa). Os índices pluviométricos são elevados, variando
densidade demográfica, clima subtropical e por uma eco-
de 1.250 a 2.000 mm anuais.
nomia que apresenta cultivos mecanizados (soja) ou gran-
Forte influência da massa de ar Polar Atlântica principal-
des estâncias com pecuárias extensiva. O povoamento é de
mente no outono e no inverno, quando é responsável pela
origem ibérica.
formação de geadas, quedas de neve em São Joaquim (SC).
Gramado (RS) e São José dos Ausentes (RS), chuvas frontais e Relevo
redução acentuada de temperatura. Este domínio engloba três unidades do relevo brasi-
leiro: planaltos e chapadas da bacia do paraná (oeste), de-
Vegetação pressão periférica sul-rio-grandense (centro) e o planalto
O Domínio das Araucárias apresenta o predomínio da sul-rio-grandense (centro) e o planalto sul-rio-grandense
floresta aciculifoliada subtropical ou floresta das Araucárias. (leste). Trata-se de um baixo planalto cristalino com alti-
Originalmente, localizava-se das terras altas de São Paulo até tudes médias entre 200 e 400 metros, onde se destacam
o Rio Grande do Sul, sendo o único exemplo brasileiro de conjuntos de colinas onduladas denominadas coxilhas, ou
conífera. Também denominada mata dos Pinhais, apresenta seja, pequenas elevações onduladas. As saliências mais sig-
as seguintes características gerais: nificativas (cristas), de maior altitudes, são chamadas regio-
• Os pinheiros apresentam folhas em forma de agulha nalmente de cerros.
(aciculifoliadas). No litoral do Rio Grande do Sul são comuns as lagoas
• Ocupam principalmente os planaltos meridionais do costeiras (Patos, Mirim e Mangueira), isoladas pelas restin-
Brasil. gas, as faixas de areia depositada paralelamente ao litoral,
• Não é uma floresta homogênea porque possui man- graças ao dinamismo oceânico, formando um aterro na-
chas de vegetais latifoliados. tural.
• É uma formação de vegetação menos densa.
• Foi intensamente devastada. Clima
• Área de colonização européia no século XIX (italianos O clima é subtropical com temperatura média anual
e alemães) baixa, devido a vários fatores, destacando-se a latitude e a
ocorrência de frentes frias (mPa).
Hidrografia Apresenta considerável amplitude térmica e, no verão,
O Domínio das Araucárias é drenado, principalmen- as áreas mais quentes são Vale do Uruguai e a Campanha
te, por rios pertencentes às bacias Paranaica e do Uruguai Gaúcha, que registram máximas diárias acima de 38º. As
(alto curso). chuvas são regulares.

14
CONHECIMENTOS GERAIS E ATUALIDADES

Vegetação
A paisagem vegetal típica é constituída pelos Campos CEARÁ – GEOGRAFIA E HISTÓRIA:
Limpos ou Pampas, onde predominam gramíneas, cuja al- ASPECTOS FÍSICOS E GEOGRÁFICOS,
tura varia de 10 a 50 cm aproximadamente. É a vegetação
ÁREA E LIMITES, RECURSOS NATURAIS,
brasileira (natural) mais favorável à prática da pecuária, tra-
dicional atividade dessa região. ASPECTOS GEOMORFOLÓGICOS E
Nos vales fluviais, surgem capões de matas (matas de DEMOGRÁFICOS, ORGANIZAÇÃO
galerias ou ciliares) que quebram a monotonia da paisa- POLÍTICA E ADMINISTRATIVA E ASPECTOS
gem rasteira, formando verdadeiras ilhas de vegetação em GEOPOLÍTICOS.
meio aos campos.

Solos Com a decisão do rei de Portugal D. João III em divi-


Apresentam boa fertilidade natural. dir o Brasil em capitanias hereditárias, coube ao portu-
Formação de areais e campos de dunas no sudoeste do guês Antônio Cardoso de Barros, em 1535, administrar
Rio Grande do Sul (Alegrete, Quarai, Cacequi). a Capitania do Siará (como era chamada a região cor-
A utilização do conceito de desertificação é conside- respondente as capitanias do Rio Grande, Ceará e Mara-
rado inadequado para a região, porque ela não apresenta nhão). Entretanto a região não lhe despertou interesse.
um clima árido ou semi-árido, como também não existem Só então, em 1603, é que o açoriano Pero Coelho de
evidências de que o processo estaria alterando o clima re- Sousa liderou a primeira expedição a região, demostran-
gional, sendo assim o termo mais indicado, segundo a pes- do interesse em colonizar aquelas terras.
quisadora Dirce Suertegaray, é arenização. Pero Coelho se instalou às margens do rio Pirangi
O geógrafo José Bueno Conti utiliza o termo deserti- (depois batizado rio Siará), onde construiu o Forte de
ficação ecológica, que corresponde ao processo interativo São Tiago, depois destruído por piratas franceses. A
entre o homem (uso predatório dos recursos naturais por esquadra de Pero Coelho teve que enfrentar ainda a
meio da agricultura e da pecuária) e o meio ambiente (cli- revolta dos índios da região que inconformados com a
ma úmido – arenito Botucatu). escravidão, destruíram o forte obrigando os europeus a
migrarem para a ribeira do rio Jaguaribe. Lá, a esquadra
Hidrografia de Pero Coelho construiu o Forte de São Lourenço. Em
Envolve partes das bacias hidrográficas do Uruguai e 1607, uma seca assolou a região e Pero Coelho abando-
do Sudeste e Sul. Os rios desse domínio são perenes mas nou a capitania.
de baixa densidade hidrográfica, com traçados meândricos Em 1612 foi enviado ao Siará o português Martim
(curvas), favoráveis à navegação. Soares Moreno, considerado o fundador do Ceará, que
Alguns correm para o Leste (bacia Secundária do Sul), também se instalou às margens do Rio Siará (atualmen-
desaguando nas lagoas litorâneas como Patos (maior do te Barra do Ceará), onde recuperou e ampliou o Forte
São Thiago e o batizou de Forte de São Sebastião. Deu-
Brasil), Mangueira e Mirim. Os rios Jacuí (Guaíba) e Cama-
-se início a colonização da capitania do Siará, dificultada
quã são exemplos. Outros correm em direção ao Oeste
pela oposição das tribos indígenas e invasões de piratas
(bacia do Uruguai), como os rios Quarai, Ijuí, etc.
europeus.
No ano de 1637, região foi invadida por holandeses,
enviados pelo príncipe Maurício de Nassau, que toma-
ram o Forte São Sebastião. Anos depois a expedição foi
dizimada pelos ataques indígenas. Os holandeses ainda
voltaram ao litoral brasileiro em 1649, numa expedição
chefiada por Matias Beck e se instalaram nas proximi-
dades do rio Pajéu, no Siará, onde construíram o Forte
Schoonenborch.
Em 1654, o Schoonenborch foi tomado por portu-
gueses, chefiados por Álvaro de Azevedo Barreto, e o
forte foi renomeado de Forte de Fortaleza de Nossa Se-
nhora da Assunção. A sua volta formou-se a segunda
vila do Ceará, chamada de vila do Forte ou Fortaleza. A
primeira vila reconhecida foi a de Aquiraz. Em 1726, a
vila de Fortaleza passou a ser oficialmente a capital do
Ceará após disputas com Aquiraz.

Ocupação
Duas frentes de ocupação atuaram no Siará, a pri-
meira, chamada de sertão-de-fora foi controlada por
pernambucanos que vinham do litoral, e a segunda, do
sertão-de-dentro, controlada por baianos. Ao longo do

15
CONHECIMENTOS GERAIS E ATUALIDADES

tempo o Siará foi sendo ocupado o que impulsionou o foi dispersa e o sítio incendiado e bombardeado. O beato
surgimento de várias cidades. A pecuária serviu de mo- e seus seguidores rumaram para uma nova comunidade.
tor para o povoamento e crescimento da região, transfor- Alguns moradores resolveram se vingar e preparam uma
mado o Siará na “Civilização do Couro”. emboscada, que culminou num verdadeiro massacre. O
Entre os séculos XVIII e XIX, o comércio do charque episódio ficou conhecido como “Caldeirão”.
alavancou o crescimento econômico da região. Duran- Nos anos 40, com a Segunda Guerra Mundial, foi
te esse período, surgiram as cidades de Aracati, principal montado uma base norte-americana no Ceará mudando
região comerciária do charque, Sobral, Icó, Acaraú, Ca- os costumes da população, que passou a realizar diversos
mocim e Granja. Outras cidades como Caucaia, Crato, Pa- manifestos contra o nazismo. Também na mesma década,
cajus, Messejana e Parangaba (as duas últimas bairros de o governo, afim de estimular a migração dos sertanejos
Fortaleza) surgiram a partir da colonização indígena por para a Amazônia realizou uma intensa propaganda. Esse
parte dos jesuítas. contingente formou o “Exército da Borracha”, que traba-
A partir de 1680, o Siará passou à condição de ca- lharam na exploração do látex das seringueiras. Milhares
pitania subalterna de Pernambuco, desligada do Estado de cearenses migraram para o Norte e acabaram morren-
do Maranhão. A região só se tornou administrativamente do no combate entre Estados Unidos e Aliados com os
independente em 1799, quando foi desmembrada de Per- exércitos do Eixo, sem os seringais da Ásia para abastecê-
nambuco e o cultivo do algodão despontou como uma -los.
importante atividade econômica. Às vésperas da Indepen- Fonte: http://www.ceara.gov.br/historia-do-ceara
dência do Brasil, em 28 de fevereiro de 1821, o Siará tor-
nou-se uma província e assim permaneceu durante todo A abolição da escravatura se fez na província do Ceará
o período do Império. Com a Proclamação da República em 1884, quatro anos antes do 13 de maio. Festejaram
Brasileira, no ano de 1889, a província tornou-se o atual os abolicionistas de todo o país e José do Patrocínio deu
estado do Ceará. ao Ceará o nome de “Terra da Luz”. D. Pedro II aplaudiu
comovido; e até Victor Hugo mandou da França uma sau-
Momentos históricos dação aos cearenses.
Em 1817, os cearenses, liderados pela família Alencar, Situado na região Nordeste do Brasil, o Ceará ocu-
apoiaram a Revolução Pernambucana. O movimento, que pa uma superfície de 146.348km2. Banhado pelo oceano
se restringiu ao município do Cariri, especialmente na ci- Atlântico numa extensão de 538km, tem litoral pouco re-
dade do Crato, foi rapidamente sufocado. cortado, onde aparecem planícies costeiras que contêm
Em 1824, após a independência, foi a vez dos cearen- tabuleiros terciários e praias com dunas, célebres por sua
ses das cidades do Crato, Icó e Quixeramobim demons- beleza. Limita-se a leste com a Paraíba e o Rio Grande do
trarem sua insatisfação com o governo imperial. Assim Norte, ao sul com Pernambuco e a oeste com o Piauí. A
eles se aderiram aos revoltosos pernambucanos na Con- capital é Fortaleza.
federação do Equador.
No século XIX, vários fatos marcaram a história do Geografia física
Ceará, como o fim da escravidão no Estado, em 25 de
março de 1884, antes da Lei Áurea, assinada em 1888. O Relevo.
Ceará foi portanto o primeiro estado brasileiro a abolir a Cinco categorias morfológicas caracterizam o relevo
escravidão. Um cearense se destacou nessa época: o jan- cearense: o pediplano, as serras, as chapadas, os tabulei-
gadeiro Francisco José do Nascimento que se recusou a ros litorâneos e as planícies aluviais. O pediplano, feição
transportar escravos em sua jangada. José do Nascimento dominante, constitui uma vasta planura, levemente ondu-
ficou conhecido como Dragão do Mar (atualmente nome lada, que cai de modo suave de sul para norte e dele sur-
de um centro cultural em Fortaleza). gem elevações esparsas, as serras e chapadas. As serras
Entre 1896 e 1912, o comendador Antônio Pinto No- são maciços montanhosos talhados em rochas cristalinas
gueira Accioly governou o Estado de forma autoritária e antigas.
monolítica. Seu mandato ficou conhecido como a “Política As mais importantes são as de Uruburetama, Meruoca
Aciolina” que deu início ao surgimento de diversos movi- e Baturité, a última com 1.115m, no pico Alto, ponto cul-
mentos messiânicos, alguns deles liderados por Antônio minante da região Nordeste. As chapadas são elevações
Conselheiro, Padre Ibiapina, Padre Cícero e o beato Zé tabulares de grande extensão, formadas por terrenos se-
Lourenço. Os movimentos foram uma forma que a popu- dimentares dispostos em camadas horizontais ou ligeira-
lação encontrou de fugir da miséria a qual se encontrava a mente inclinadas.
região. Foi também nessa época que surgiu o movimento Dominam aí formações areníticas muito porosas, nas
do cangaço, liderado por Lampião. quais a água da chuva se infiltra, dando origem a fontes
Nos anos 30, cerca de 3 mil pessoas se reuniram, sob naturais no sopé das chapadas. As mais importantes cha-
a liderança do beato Zé Lourenço, na região no sítio Baixa padas localizam-se nas divisas com estados vizinhos: a do
Danta, em Juazeiro do Norte. O sítio prosperou e desagra- Apodi, a nordeste; a do Araripe, ao sul; e a de Ibiapaba,
dou a elite cearense. Em setembro de 1936, a comunidade a oeste.

16
CONHECIMENTOS GERAIS E ATUALIDADES

Os tabuleiros litorâneos são também formações are- População e rede urbana


níticas do período terciário, pouco elevadas, e estendem- A distribuição da população é irregular, com forte
-se por toda a extensão da costa cearense, dominando contraste entre zonas de fraca e intensa concentração
as praias. Finalmente, ao longo dos rios (Jaguaribe, Aca- demográfica. A maior parte do território estadual -- as
raú e outros), desenvolvem-se planícies aluviais (várzeas) grandes planuras do pediplano, marcadas por baixa plu-
sujeitas a inundações, que lhes renovam periodicamente viosidade -- registra menos de vinte habitantes por quilô-
os solos. Cerca de 92% da superfície do estado se encon- metro quadrado.
tra abaixo de 600m de altura, e 56% abaixo de 300. Aí se incluem amplos espaços com menos de dez ha-
Os solos dos extensos plainos do sertão (pediplanos) bitantes por quilômetro quadrado. Por outro lado, obser-
são em geral rasos, mas apresentam boa composição quí- vam-se duas áreas em que as densidades demográficas
mica. As dificuldades que oferecem à utilização agrícola nunca ficam abaixo de vinte habitantes por quilômetro
resultam apenas de sua deficiência em umidade. Por ou- quadrado, mantendo-se em geral acima de trinta. A pri-
tro lado, o principal problema dos solos das serras é sua meira compreende todo o norte do estado e estende-se
declividade, que favorece a erosão acelerada do terreno. para o sul ao longo da divisa com o Piauí até Crateús.
Os solos das chapadas são em geral pobres. Além da proximidade do litoral, essa região com-
preende numerosas elevações, às quais se associa maior
Clima. pluviosidade (chuvas de relevo), o que possibilita uma
Salvo pequeno trecho da costa, nas vizinhanças de agricultura mais intensa; além da chapada de Ibiapaba,
Fortaleza, que recebe de 1.000 a 1.500mm de chuvas encontram-se aí as serras de Meruoca, Mucuripe, Urubu-
anuais, prevalece na maior parte do território o clima se- retama, Dança, Arará, Maranguape, Aratanha e Baturité.
mi-árido, do tipo Bsh de Köppen. A pluviosidade reduzida Fortaleza e Sobral são os principais centros urbanos.
(menos de 1.000mm anuais e, em alguns locais, menos de A segunda área de adensamento populacional, no su-
600mm) está sujeita a um regime irregular. deste do estado, compreende o sopé setentrional da cha-
Em determinados anos, a estação chuvosa não se pro- pada do Araripe, onde se desenvolve a importante região
duz, desencadeando o fenômeno da seca. Essas condições
agrícola do Cariri, a zona serrana que antecede a chapada
são ainda agravadas pelo forte calor, de que resulta um
e um trecho da várzea do rio Jaguaribe. Os principais cen-
elevado índice de evaporação, que muito reduz a disponi-
tros urbanos são Crato e Juazeiro do Norte.
bilidade de água no solo. Só escapam a esse quadro ser-
O território do Ceará encontra-se sob a influência de
ras e chapadas, pelas chuvas de relevo que determinam.
duas metrópoles regionais: Fortaleza e Recife. A primei-
ra domina a maior parte do estado, cabendo à segunda
Vegetação.
apenas a extremidade meridional (Cariri e chapada do
O revestimento vegetal se caracteriza pela predo-
Araripe).
minância das caatingas, que recobrem cerca de 91% da
Como porto, entroncamento viário, centro industrial,
superfície estadual. Esse tipo de vegetação encontra-se
comercial e de serviços e centro cultural, a influência de
bastante modificado pela ação do homem, que o subs-
tituiu por plantações de algodão ou o transformou em Fortaleza se faz sentir também sobre o norte e o centro
pastagem, eliminando o estrato arbóreo ou arbustivo. do Piauí e o leste do Maranhão. Na porção ocidental do
Ocorrem ainda no Ceará, ocupando pequenas áreas, Ceará, é por meio de Sobral que Fortaleza comanda a vida
mais três tipos de vegetação: cerrados no topo plano das econômica; na parte centro-norte, é por meio de Iguatu.
chapadas; carnaubais nas várzeas dos rios, sobretudo na A segunda cidade do Ceará, Juazeiro do Norte, situa-
do Jaguaribe; e florestas nas encostas de serras e sopés -se, entretanto, na zona de influência de Recife. Juntamen-
de chapadas. te com a cidade do Crato, que fica apenas a 12km dela,
serve ao extremo sul do estado e a alguns municípios do
Hidrografia. noroeste de Pernambuco e sudeste do Piauí.
O principal rio do Ceará é o Jaguaribe, cuja bacia dre-
na todo o sul, o centro e o leste do estado. O norte é ba-
nhado por pequenos rios independentes, entre os quais
o Coreaú, o Acaraú e o Aracatiaçu. Todos os rios do Ceará
são temporários, pois “cortam” na estação das secas, isto
é, secam.
Dentre os açudes construídos no estado, os maiores
são os de Orós, no Jaguaribe, e de Banabuiú, no rio do
mesmo nome. A capacidade de armazenamento de água
atinge 7,8 bilhões de metros cúbicos, mas a utilização dos
açudes na irrigação ainda é reduzida.

17
CONHECIMENTOS GERAIS E ATUALIDADES

Exercícios
01)

A partir das informações dos textos acima, relativas ao estado do Ceará, julgue:
A irrigação com águas provenientes do rio São Francisco foi fator decisivo no aumento da produtividade verificada na
agricultura do Ceará.
C. Certo
E. Errado

Resposta: Errado

18
CONHECIMENTOS GERAIS E ATUALIDADES

EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES Assinalei com um “X” onde há pontuação inadequada


ou faltante:
(LÍNGUA PORTUGUESA) (A) Um levantamento mostrou, (X) que os adolescentes
americanos consomem (X) em média (X) 357 calorias, (X)
1-) (FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO ABC/ diárias dessa fonte.
SP – ADMINISTRADOR - VUNESP/2013) Assinale a al- (B) Um levantamento mostrou que, (X) os adolescentes
ternativa correta quanto à concordância, de acordo americanos consomem, em média (X) 357 calorias diárias
com a norma-padrão da língua portuguesa. dessa fonte.
(A) A má distribuição de riquezas e a desigualdade (C) Um levantamento mostrou que os adolescentes
social está no centro dos debates atuais. americanos consomem, em média, 357 calorias diárias des-
(B) Políticos, economistas e teóricos diverge em re- sa fonte.
lação aos efeitos da desigualdade social. (D) Um levantamento, (X) mostrou que os adolescentes
(C) A diferença entre a renda dos mais ricos e a dos americanos, (X) consomem (X) em média (X) 357 calorias
mais pobres é um fenômeno crescente. diárias dessa fonte.
(D) A má distribuição de riquezas tem sido muito (E) Um levantamento mostrou que os adolescentes
criticado por alguns teóricos. americanos, (X) consomem (X) em média (X) 357 calorias
(E) Os debates relacionado à distribuição de rique- diárias, (X) dessa fonte.
zas não são de exclusividade dos economistas.
RESPOSTA: “C”.
Realizei a correção nos itens:
(A) A má distribuição de riquezas e a desigualdade so- 3-) (TRT/RO E AC – ANALISTA JUDICIÁRIO –
cial está = estão FCC/2011) Estão plenamente observadas as normas de
(B) Políticos, economistas e teóricos diverge = diver- concordância verbal na frase:
gem a) Destinam-se aos homens-placa um lugar visível
(C) A diferença entre a renda dos mais ricos e a dos nas ruas e nas praças, ao passo que lhes é suprimida a
mais pobres é um fenômeno crescente. visibilidade social.
(D) A má distribuição de riquezas tem sido muito criti- b) As duas tábuas em que se comprimem o famige-
cado = criticada rado homem-placa carregam ditos que soam irônicos,
(E) Os debates relacionado = relacionados como “compro ouro”.
c) Não se compara aos vexames dos homens-placa
RESPOSTA: “C”. a exposição pública a que se submetem os guardadores
de carros.
2-) (COREN/SP – ADVOGADO – VUNESP/2013) Se- d) Ao se revogarem o emprego de carros-placa na
guindo a norma-padrão da língua portuguesa, a frase propaganda imobiliária, poupou-se a todos uma de-
– Um levantamento mostrou que os adolescentes ame- monstração de mau gosto.
ricanos consomem em média 357 calorias diárias dessa e) Não sensibilizavam aos possíveis interessados
fonte. – recebe o acréscimo correto das vírgulas em: em apartamentos de luxo a visão grotesca daqueles ve-
(A) Um levantamento mostrou, que os adolescentes lhos carros-placa.
americanos consomem em média 357 calorias, diárias
dessa fonte. Fiz as correções entre parênteses:
(B) Um levantamento mostrou que, os adolescentes a) Destinam-se (destina-se) aos homens-placa um lu-
americanos consomem, em média 357 calorias diárias gar visível nas ruas e nas praças, ao passo que lhes é supri-
dessa fonte. mida a visibilidade social.
(C) Um levantamento mostrou que os adolescentes b) As duas tábuas em que se comprimem (comprime)
americanos consomem, em média, 357 calorias diárias o famigerado homem-placa carregam ditos que soam irô-
dessa fonte. nicos, como “compro ouro”.
(D) Um levantamento, mostrou que os adolescentes c) Não se compara aos vexames dos homens-placa a
americanos, consomem em média 357 calorias diárias exposição pública a que se submetem os guardadores de
dessa fonte. carros.
(E) Um levantamento mostrou que os adolescentes d) Ao se revogarem (revogar) o emprego de carros-
americanos, consomem em média 357 calorias diárias, -placa na propaganda imobiliária, poupou-se a todos uma
dessa fonte. demonstração de mau gosto.
e) Não sensibilizavam (sensibilizava) aos possíveis in-
teressados em apartamentos de luxo a visão grotesca da-
queles velhos carros-placa.

RESPOSTA: “C”.

19
CONHECIMENTOS GERAIS E ATUALIDADES

4-) (TRE/PA- ANALISTA JUDICIÁRIO – FGV/2011) 6-) (TRE/PA- ANALISTA JUDICIÁRIO – FGV/2011)
Assinale a palavra que tenha sido acentuada seguindo a Segundo o Manual de Redação da Presidência da Repú-
mesma regra que distribuídos. blica, NÃO se deve usar Vossa Excelência para
(A) sócio (A) embaixadores.
(B) sofrê-lo (B) conselheiros dos Tribunais de Contas estaduais.
(C) lúcidos (C) prefeitos municipais.
(D) constituí (D) presidentes das Câmaras de Vereadores.
(E) órfãos (E) vereadores.

Distribuímos = regra do hiato (...) O uso do pronome de tratamento Vossa Senhoria


(A) sócio = paroxítona terminada em ditongo (abreviado V. Sa.) para vereadores está correto, sim. Numa
(B) sofrê-lo = oxítona (não se considera o pronome Câmara de Vereadores só se usa Vossa Excelência para o seu
oblíquo. Nunca!) presidente, de acordo com o Manual de Redação da Presi-
(C) lúcidos = proparoxítona dência da República (1991).
(D) constituí = regra do hiato (diferente de “constitui” (Fonte: http://www.linguabrasil.com.br/nao-tropece-
– oxítona: cons-ti-tui) -detail.php?id=393)
(E) órfãos = paroxítona terminada em “ão”
RESPOSTA: “E”.
RESPOSTA: “D”.
7-) (TRE/AL – TÉCNICO JUDICIÁRIO – FCC/2010)
5-) (TRT/PE – ANALISTA JUDICIÁRIO – FCC/2012) ... valores e princípios que sejam percebidos pela so-
A concordância verbal está plenamente observada na ciedade como tais.
frase: Transpondo para a voz ativa a frase acima, o verbo
(A) Provocam muitas polêmicas, entre crentes e passará a ser, corretamente,
materialistas, o posicionamento de alguns religiosos e (A) perceba.
parlamentares acerca da educação religiosa nas escolas (B) foi percebido.
públicas. (C) tenham percebido.
(B) Sempre deverão haver bons motivos, junto (D) devam perceber.
àqueles que são contra a obrigatoriedade do ensino (E) estava percebendo.
religioso, para se reservar essa prática a setores da ini-
ciativa privada. ... valores e princípios que sejam percebidos pela so-
(C) Um dos argumentos trazidos pelo autor do tex- ciedade como tais = dois verbos na voz passiva, então te-
to, contra os que votam a favor do ensino religioso na remos um na ativa: que a sociedade perceba os valores e
escola pública, consistem nos altos custos econômicos princípios...
que acarretarão tal medida.
(D) O número de templos em atividade na cidade RESPOSTA: “A”
de São Paulo vêm gradativamente aumentando, em
proporção maior do que ocorrem com o número de es- 8-) (TRE/AL – TÉCNICO JUDICIÁRIO – FCC/2010)
colas públicas. A concordância verbal e nominal está inteiramente cor-
(E) Tanto a Lei de Diretrizes e Bases da Educação reta na frase:
como a regulação natural do mercado sinalizam para (A) A sociedade deve reconhecer os princípios e
as inconveniências que adviriam da adoção do ensino valores que determinam as escolhas dos governantes,
religioso nas escolas públicas. para conferir legitimidade a suas decisões.
(B) A confiança dos cidadãos em seus dirigentes
(A) Provocam = provoca (o posicionamento) devem ser embasados na percepção dos valores e prin-
(B) Sempre deverão haver bons motivos = deverá haver cípios que regem a prática política.
(C) Um dos argumentos trazidos pelo autor do texto, (C) Eleições livres e diretas é garantia de um verda-
contra os que votam a favor do ensino religioso na escola deiro regime democrático, em que se respeita tanto as
pública, consistem = consiste. liberdades individuais quanto as coletivas.
(D) O número de templos em atividade na cidade de (D) As instituições fundamentais de um regime de-
São Paulo vêm gradativamente aumentando, em propor- mocrático não pode estar subordinado às ordens indis-
ção maior do que ocorrem = ocorre criminadas de um único poder central.
(E) Tanto a Lei de Diretrizes e Bases da Educação como (E) O interesse de todos os cidadãos estão voltados
a regulação natural do mercado sinalizam para as inconve- para o momento eleitoral, que expõem as diferentes
niências que adviriam da adoção do ensino religioso nas opiniões existentes na sociedade.
escolas públicas.

RESPOSTA: “E”.

20
CONHECIMENTOS GERAIS E ATUALIDADES

Fiz os acertos entre parênteses: Se a gente entrasse (verbo no singular) na serraria, ve-
(A) A sociedade deve reconhecer os princípios e va- ria = entrasse / veria.
lores que determinam as escolhas dos governantes, para
conferir legitimidade a suas decisões. RESPOSTA: “C”.
(B) A confiança dos cidadãos em seus dirigentes de-
vem (deve) ser embasados (embasada) na percepção dos 11-) (TRE/AL – ANALISTA JUDICIÁRIO – FCC/2010)
valores e princípios que regem a prática política. A pontuação está inteiramente adequada na frase:
(C) Eleições livres e diretas é (são) garantia de um ver- a) Será preciso, talvez, redefinir a infância já que as
dadeiro regime democrático, em que se respeita (respei- crianças de hoje, ao que tudo indica nada mais têm a
tam) tanto as liberdades individuais quanto as coletivas. ver com as de ontem.
(D) As instituições fundamentais de um regime demo- b) Será preciso, talvez redefinir a infância: já que
crático não pode (podem) estar subordinado (subordina- as crianças, de hoje, ao que tudo indica nada têm a ver,
das) às ordens indiscriminadas de um único poder central. com as de ontem.
(E) O interesse de todos os cidadãos estão (está) vol- c) Será preciso, talvez: redefinir a infância, já que
tados (voltado) para o momento eleitoral, que expõem (ex- as crianças de hoje ao que tudo indica, nada têm a ver
põe) as diferentes opiniões existentes na sociedade. com as de ontem.
d) Será preciso, talvez redefinir a infância? - já que
RESPOSTA: “A”. as crianças de hoje ao que tudo indica, nada têm a ver
com as de ontem.
9-) (TRE/AL – ANALISTA JUDICIÁRIO – FCC/2010) e) Será preciso, talvez, redefinir a infância, já que
A frase que admite transposição para a voz passiva é: as crianças de hoje, ao que tudo indica, nada têm a ver
(A) O cúmulo da ilusão é também o cúmulo do sa- com as de ontem.
grado.
(B) O conceito de espetáculo unifica e explica uma Devido à igualdade textual entre os itens, a apresenta-
grande diversidade de fenômenos. ção da alternativa correta indica quais são as inadequações
(C) O espetáculo é ao mesmo tempo parte da so- nas demais.
ciedade, a própria sociedade e seu instrumento de uni-
ficação. RESPOSTA: “E”.
(D) As imagens fluem desligadas de cada aspecto
da vida (...). 12-) (POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DO ACRE –
(E) Por ser algo separado, ele é o foco do olhar ilu- ALUNO SOLDADO COMBATENTE – FUNCAB/2012)
dido e da falsa consciência. No trecho: “O crescimento econômico, se associado à
ampliação do emprego, PODE melhorar o quadro aqui
(A) O cúmulo da ilusão é também o cúmulo do sagra- sumariamente descrito.”, se passarmos o verbo desta-
do. cado para o futuro do pretérito do indicativo, teremos
(B) O conceito de espetáculo unifica e explica uma a forma:
grande diversidade de fenômenos. A) puder.
- Uma grande diversidade de fenômenos é unificada e B) poderia.
explicada pelo conceito... C) pôde.
(C) O espetáculo é ao mesmo tempo parte da socieda- D) poderá.
de, a própria sociedade e seu instrumento de unificação. E) pudesse.
(D) As imagens fluem desligadas de cada aspecto da
vida (...). Conjugando o verbo “poder” no futuro do pretérito do
(E) Por ser algo separado, ele é o foco do olhar iludido Indicativo: eu poderia, tu poderias, ele poderia, nós pode-
e da falsa consciência. ríamos, vós poderíeis, eles poderiam. O sujeito da oração
é crescimento econômico (singular), portanto, terceira pes-
RESPOSTA: “B”. soa do singular (ele) = poderia.

10-) (MPE/AM - AGENTE DE APOIO ADMINISTRA- RESPOSTA: “B”.


TIVO - FCC/2013) “Quando a gente entra nas serrarias,
vê dezenas de caminhões parados”, revelou o analista
ambiental Geraldo Motta.
Substituindo-se Quando por Se, os verbos subli-
nhados devem sofrer as seguintes alterações:
(A) entrar − vira
(B) entrava − tinha visto
(C) entrasse − veria
(D) entraria − veria
(E) entrava − teria visto

21
CONHECIMENTOS GERAIS E ATUALIDADES

13-) (TRE/AP - TÉCNICO JUDICIÁRIO – FCC/2011) 15-) (CETESB/SP - ANALISTA ADMINISTRATIVO -


Entre as frases que seguem, a única correta é: RECURSOS HUMANOS - VUNESP/2013 - ADAPTADA)
a) Ele se esqueceu de que? Considere as orações: … sabíamos respeitar os mais
b) Era tão ruím aquele texto, que não deu para dis- velhos! / E quando eles falavam nós calávamos a boca!
tribui-lo entre os presentes. Alterando apenas o tempo dos verbos destacados
c) Embora devessemos, não fomos excessivos nas para o tempo presente, sem qualquer outro ajuste,
críticas. tem-se, de acordo com a norma-padrão da língua por-
d) O juíz nunca negou-se a atender às reivindica- tuguesa:
ções dos funcionários. (A) … soubemos respeitar os mais velhos! / E quan-
e) Não sei por que ele mereceria minha conside- do eles falaram nós calamos a boca!
ração. (B) … saberíamos respeitar os mais velhos! / E quan-
do eles falassem nós calaríamos a boca!
(A) Ele se esqueceu de que? = quê? (C) … soubéssemos respeitar os mais velhos! / E
(B) Era tão ruím (ruim) aquele texto, que não deu para quando eles falassem nós calaríamos a boca!
distribui-lo (distribuí-lo) entre os presentes. (D) … saberemos respeitar os mais velhos! / E quan-
(C) Embora devêssemos (devêssemos) , não fomos ex- do eles falarem nós calaremos a boca!
cessivos nas críticas. (E) … sabemos respeitar os mais velhos! / E quando
(D) O juíz (juiz) nunca (se) negou a atender às reivindi- eles falam nós calamos a boca!
cações dos funcionários.
(E) Não sei por que ele mereceria minha consideração. No presente: nós sabemos / eles falam.

RESPOSTA: “E”. RESPOSTA: “E”.

14-) (FUNDAÇÃO CASA/SP - AGENTE ADMINIS- 16-) (UNESP/SP - ASSISTENTE TÉCNICO ADMINIS-
TRATIVO - VUNESP/2011 - ADAPTADA) Observe as TRATIVO - VUNESP/2012) A correlação entre as formas
frases do texto: verbais está correta em:
I, Cerca de 75 por cento dos países obtêm nota ne- (A) Se o consumo desnecessário vier a crescer, o
gativa... planeta não resistiu.
II,... à Venezuela, de Chávez, que obtém a pior clas- (B) Se todas as partes do mundo estiverem com alto
sificação do continente americano (2,0)... poder de consumo, o planeta em breve sofrerá um co-
Assim como ocorre com o verbo “obter” nas frases lapso.
I e II, a concordância segue as mesmas regras, na ordem (C) Caso todo prazer, como o da comida, o da bebi-
dos exemplos, em: da, o do jogo, o do sexo e o do consumo não conheces-
(A) Todas as pessoas têm boas perspectivas para o se distorções patológicas, não haverá vícios.
próximo ano. Será que alguém tem opinião diferente (D) Se os meios tecnológicos não tivessem se tor-
da maioria? nado tão eficientes, talvez as coisas não ficaram tão
(B) Vem muita gente prestigiar as nossas festas ju- baratas.
ninas. Vêm pessoas de muito longe para brincar de qua- (E) Se as pessoas não se propuserem a consumir
drilha. conscientemente, a oferta de produtos supérfluos cres-
(C) Pouca gente quis voltar mais cedo para casa. cia.
Quase todos quiseram ficar até o nascer do sol na praia.
(D) Existem pessoas bem intencionadas por aqui, Fiz as correções necessárias:
mas também existem umas que não merecem nossa (A) Se o consumo desnecessário vier a crescer, o plane-
atenção. ta não resistiu = resistirá
(E) Aqueles que não atrapalham muito ajudam. (B) Se todas as partes do mundo estiverem com alto
poder de consumo, o planeta em breve sofrerá um colapso.
Em I, obtêm está no plural; em II, no singular. Vamos (C) Caso todo prazer, como o da comida, o da bebida,
aos itens: o do jogo, o do sexo e o do consumo não conhecesse dis-
(A) Todas as pessoas têm (plural) ... Será que alguém torções patológicas, não haverá = haveria
tem (singular) (D) Se os meios tecnológicos não tivessem se tornado
(B) Vem (singular) muita gente... Vêm pessoas (plural) tão eficientes, talvez as coisas não ficaram = ficariam (ou
(C) Pouca gente quis (singular)... Quase todos quise- teriam ficado)
ram (plural) (E) Se as pessoas não se propuserem a consumir cons-
(D) Existem (plural) pessoas ... mas também existem cientemente, a oferta de produtos supérfluos crescia =
umas (plural) crescerá
(E) Aqueles que não atrapalham muito ajudam (ambas
as formas estão no plural) RESPOSTA: “B”.

RESPOSTA: “A”.

22
LEGISLAÇÃO DE TRÂNSITO

Código Brasileiro de Trânsito - CBT e resoluções do CONTRAN até a de número 192.......................................................................01


LEGISLAÇÃO DE TRÂNSITO

CAPÍTULO II
CÓDIGO BRASILEIRO DE TRÂNSITO - CBT DO SISTEMA NACIONAL DE TRÂNSITO
E RESOLUÇÕES DO CONTRAN ATÉ A DE Seção I
NÚMERO 192 Disposições Gerais

Art. 5º O Sistema Nacional de Trânsito é o conjunto de


órgãos e entidades da União, dos Estados, do Distrito Fede-
LEI Nº 9.503, DE 23 DE SETEMBRO DE 1997. ral e dos Municípios que tem por finalidade o exercício das
atividades de planejamento, administração, normatização,
Institui o Código de Trânsito Brasileiro. pesquisa, registro e licenciamento de veículos, formação, ha-
bilitação e reciclagem de condutores, educação, engenharia,
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Con- operação do sistema viário, policiamento, fiscalização, julga-
gresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: mento de infrações e de recursos e aplicação de penalidades.
Art. 6º São objetivos básicos do Sistema Nacional de
CAPÍTULO I Trânsito:
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES I - estabelecer diretrizes da Política Nacional de Trânsi-
to, com vistas à segurança, à fluidez, ao conforto, à defesa
Art. 1º O trânsito de qualquer natureza nas vias terres- ambiental e à educação para o trânsito, e fiscalizar seu cum-
tres do território nacional, abertas à circulação, rege-se por primento;
este Código. II - fixar, mediante normas e procedimentos, a padroni-
§ 1º Considera-se trânsito a utilização das vias por pes- zação de critérios técnicos, financeiros e administrativos para
soas, veículos e animais, isolados ou em grupos, conduzi- a execução das atividades de trânsito;
dos ou não, para fins de circulação, parada, estacionamen- III - estabelecer a sistemática de fluxos permanentes de
to e operação de carga ou descarga. informações entre os seus diversos órgãos e entidades, a fim
§ 2º O trânsito, em condições seguras, é um direito de de facilitar o processo decisório e a integração do Sistema.
todos e dever dos órgãos e entidades componentes do Sis-
Seção II 
tema Nacional de Trânsito, a estes cabendo, no âmbito das
Da Composição e da Competência do Sistema Nacional
respectivas competências, adotar as medidas destinadas a
de Trânsito
assegurar esse direito.
§ 3º Os órgãos e entidades componentes do Sistema
Art. 7º Compõem o Sistema Nacional de Trânsito os se-
Nacional de Trânsito respondem, no âmbito das respecti-
guintes órgãos e entidades:
vas competências, objetivamente, por danos causados aos
I - o Conselho Nacional de Trânsito - CONTRAN, coor-
cidadãos em virtude de ação, omissão ou erro na execução denador do Sistema e órgão máximo normativo e consultivo;
e manutenção de programas, projetos e serviços que ga- II - os Conselhos Estaduais de Trânsito - CETRAN e o
rantam o exercício do direito do trânsito seguro. Conselho de Trânsito do Distrito Federal - CONTRANDIFE, ór-
§ 4º (VETADO) gãos normativos, consultivos e coordenadores;
§ 5º Os órgãos e entidades de trânsito pertencentes III - os órgãos e entidades executivos de trânsito da
ao Sistema Nacional de Trânsito darão prioridade em suas União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;
ações à defesa da vida, nela incluída a preservação da saú- IV - os órgãos e entidades executivos rodoviários da
de e do meio-ambiente. União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;
Art. 2º São vias terrestres urbanas e rurais as ruas, as V - a Polícia Rodoviária Federal;
avenidas, os logradouros, os caminhos, as passagens, as VI - as Polícias Militares dos Estados e do Distrito Fede-
estradas e as rodovias, que terão seu uso regulamentado ral; e
pelo órgão ou entidade com circunscrição sobre elas, de VII - as Juntas Administrativas de Recursos de Infrações
acordo com as peculiaridades locais e as circunstâncias es- - JARI.
peciais. Art. 7o-A. A autoridade portuária ou a entidade con-
Parágrafo único. Para os efeitos deste Código, são cessionária de porto organizado poderá celebrar convênios
consideradas vias terrestres as praias abertas à circulação com os órgãos previstos no art. 7o, com a interveniência dos
pública, as vias internas pertencentes aos condomínios Municípios e Estados, juridicamente interessados, para o fim
constituídos por unidades autônomas e as vias e áreas de específico de facilitar a autuação por descumprimento da le-
estacionamento de estabelecimentos privados de uso cole- gislação de trânsito. (Incluído pela Lei nº 12.058, de 2009)
tivo. (Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência) § 1o O convênio valerá para toda a área física do porto
Art. 3º As disposições deste Código são aplicáveis a organizado, inclusive, nas áreas dos terminais alfandegados,
qualquer veículo, bem como aos proprietários, condutores nas estações de transbordo, nas instalações portuárias públi-
dos veículos nacionais ou estrangeiros e às pessoas nele cas de pequeno porte e nos respectivos estacionamentos
expressamente mencionadas. ou vias de trânsito internas. (Incluído pela Lei nº 12.058, de
Art. 4º Os conceitos e definições estabelecidos para os 2009)
efeitos deste Código são os constantes do Anexo I. § 2o (VETADO) (Incluído pela Lei nº 12.058, de 2009)
§ 3o (VETADO) (Incluído pela Lei nº 12.058, de 2009)

1
LEGISLAÇÃO DE TRÂNSITO

Art. 8º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios V - estabelecer seu regimento interno e as diretrizes
organizarão os respectivos órgãos e entidades executivos para o funcionamento dos CETRAN e CONTRANDIFE;
de trânsito e executivos rodoviários, estabelecendo os limi- VI - estabelecer as diretrizes do regimento das JARI;
tes circunscricionais de suas atuações. VII - zelar pela uniformidade e cumprimento das nor-
Art. 9º O Presidente da República designará o ministé- mas contidas neste Código e nas resoluções complemen-
rio ou órgão da Presidência responsável pela coordenação tares;
máxima do Sistema Nacional de Trânsito, ao qual estará vin- VIII - estabelecer e normatizar os procedimentos para
culado o CONTRAN e subordinado o órgão máximo execu- a aplicação das multas por infrações, a arrecadação e o re-
tivo de trânsito da União. passe dos valores arrecadados; (Redação dada pela Lei nº
Art. 10. O Conselho Nacional de Trânsito (Contran), 13.281, de 2016) (Vigência)
com sede no Distrito Federal e presidido pelo dirigente do IX - responder às consultas que lhe forem formuladas,
órgão máximo executivo de trânsito da União, tem a se- relativas à aplicação da legislação de trânsito;
guinte composição: (Redação dada pela Lei nº 12.865, de X - normatizar os procedimentos sobre a aprendiza-
2013) gem, habilitação, expedição de documentos de conduto-
I - (VETADO)
res, e registro e licenciamento de veículos;
II - (VETADO)
XI - aprovar, complementar ou alterar os dispositivos
III - um representante do Ministério da Ciência e Tec-
de sinalização e os dispositivos e equipamentos de trânsito;
nologia;
IV - um representante do Ministério da Educação e do XII - apreciar os recursos interpostos contra as deci-
Desporto; sões das instâncias inferiores, na forma deste Código;
V - um representante do Ministério do Exército; XIII - avocar, para análise e soluções, processos sobre
VI - um representante do Ministério do Meio Ambiente conflitos de competência ou circunscrição, ou, quando ne-
e da Amazônia Legal; cessário, unificar as decisões administrativas; e
VII - um representante do Ministério dos Transportes; XIV - dirimir conflitos sobre circunscrição e compe-
VIII - (VETADO) tência de trânsito no âmbito da União, dos Estados e do
IX - (VETADO) Distrito Federal.
X - (VETADO) XV - normatizar o processo de formação do candidato
XI - (VETADO) à obtenção da Carteira Nacional de Habilitação, estabele-
XII - (VETADO) cendo seu conteúdo didático-pedagógico, carga horária,
XIII - (VETADO) avaliações, exames, execução e fiscalização. (Incluído pela
XIV - (VETADO) Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência)
XV - (VETADO) Art. 13. As Câmaras Temáticas, órgãos técnicos vin-
XVI - (VETADO) culados ao CONTRAN, são integradas por especialistas e
XVII - (VETADO) têm como objetivo estudar e oferecer sugestões e emba-
XVIII - (VETADO) samento técnico sobre assuntos específicos para decisões
XIX - (VETADO) daquele colegiado.
XX - um representante do ministério ou órgão coorde- § 1º Cada Câmara é constituída por especialistas re-
nador máximo do Sistema Nacional de Trânsito; presentantes de órgãos e entidades executivos da União,
XXI - (VETADO) dos Estados, ou do Distrito Federal e dos Municípios, em
XXII - um representante do Ministério da Saúde. (In- igual número, pertencentes ao Sistema Nacional de Trânsi-
cluído pela Lei nº 9.602, de 1998) to, além de especialistas representantes dos diversos seg-
XXIII - 1 (um) representante do Ministério da Justiça. mentos da sociedade relacionados com o trânsito, todos
(Incluído pela Lei nº 11.705, de 2008)
indicados segundo regimento específico definido pelo
XXIV - 1 (um) representante do Ministério do Desen-
CONTRAN e designados pelo ministro ou dirigente coor-
volvimento, Indústria e Comércio Exterior; (Incluído pela Lei
denador máximo do Sistema Nacional de Trânsito.
nº 12.865, de 2013)
XXV - 1 (um) representante da Agência Nacional de § 2º Os segmentos da sociedade, relacionados no pa-
Transportes Terrestres (ANTT). (Incluído pela Lei nº 12.865, rágrafo anterior, serão representados por pessoa jurídica
de 2013) e devem atender aos requisitos estabelecidos pelo CON-
§ 1º (VETADO) TRAN.
§ 2º (VETADO) § 3º Os coordenadores das Câmaras Temáticas serão
§ 3º (VETADO) eleitos pelos respectivos membros.
Art. 11. (VETADO) § 4º (VETADO)
Art. 12. Compete ao CONTRAN: I - (VETADO)
I - estabelecer as normas regulamentares referidas nes- II - (VETADO)
te Código e as diretrizes da Política Nacional de Trânsito; III - (VETADO)
II - coordenar os órgãos do Sistema Nacional de Trânsi- IV - (VETADO)
to, objetivando a integração de suas atividades; Art. 14. Compete aos Conselhos Estaduais de Trânsito
III - (VETADO) - CETRAN e ao Conselho de Trânsito do Distrito Federal -
IV - criar Câmaras Temáticas; CONTRANDIFE:

2
LEGISLAÇÃO DE TRÂNSITO

I - cumprir e fazer cumprir a legislação e as normas de III - encaminhar aos órgãos e entidades executivos de
trânsito, no âmbito das respectivas atribuições; trânsito e executivos rodoviários informações sobre pro-
II - elaborar normas no âmbito das respectivas com- blemas observados nas autuações e apontados em recur-
petências; sos, e que se repitam sistematicamente.
III - responder a consultas relativas à aplicação da le- Art. 18. (VETADO)
gislação e dos procedimentos normativos de trânsito; Art. 19. Compete ao órgão máximo executivo de trân-
IV - estimular e orientar a execução de campanhas sito da União:
educativas de trânsito; I - cumprir e fazer cumprir a legislação de trânsito e a
V - julgar os recursos interpostos contra decisões: execução das normas e diretrizes estabelecidas pelo CON-
a) das JARI; TRAN, no âmbito de suas atribuições;
b) dos órgãos e entidades executivos estaduais, nos II - proceder à supervisão, à coordenação, à correição
casos de inaptidão permanente constatados nos exames dos órgãos delegados, ao controle e à fiscalização da execu-
de aptidão física, mental ou psicológica; ção da Política Nacional de Trânsito e do Programa Nacional
VI - indicar um representante para compor a comissão de Trânsito;
examinadora de candidatos portadores de deficiência física III - articular-se com os órgãos dos Sistemas Nacionais
à habilitação para conduzir veículos automotores; de Trânsito, de Transporte e de Segurança Pública, objeti-
vando o combate à violência no trânsito, promovendo, coor-
VII - (VETADO)
denando e executando o controle de ações para a preserva-
VIII - acompanhar e coordenar as atividades de admi-
ção do ordenamento e da segurança do trânsito;
nistração, educação, engenharia, fiscalização, policiamento
IV - apurar, prevenir e reprimir a prática de atos de im-
ostensivo de trânsito, formação de condutores, registro e
probidade contra a fé pública, o patrimônio, ou a administra-
licenciamento de veículos, articulando os órgãos do Siste- ção pública ou privada, referentes à segurança do trânsito;
ma no Estado, reportando-se ao CONTRAN; V - supervisionar a implantação de projetos e progra-
IX - dirimir conflitos sobre circunscrição e competência mas relacionados com a engenharia, educação, administra-
de trânsito no âmbito dos Municípios; e ção, policiamento e fiscalização do trânsito e outros, visando
X - informar o CONTRAN sobre o cumprimento das à uniformidade de procedimento;
exigências definidas nos §§ 1º e 2º do art. 333. VI - estabelecer procedimentos sobre a aprendizagem
XI - designar, em caso de recursos deferidos e na hi- e habilitação de condutores de veículos, a expedição de
pótese de reavaliação dos exames, junta especial de saúde documentos de condutores, de registro e licenciamento de
para examinar os candidatos à habilitação para conduzir veículos;
veículos automotores. (Incluído pela Lei nº 9.602, de 1998) VII - expedir a Permissão para Dirigir, a Carteira Nacio-
Parágrafo único. Dos casos previstos no inciso V, julga- nal de Habilitação, os Certificados de Registro e o de Licen-
dos pelo órgão, não cabe recurso na esfera administrativa. ciamento Anual mediante delegação aos órgãos executivos
Art. 15. Os presidentes dos CETRAN e do CONTRAN- dos Estados e do Distrito Federal;
DIFE são nomeados pelos Governadores dos Estados e do VIII - organizar e manter o Registro Nacional de Cartei-
Distrito Federal, respectivamente, e deverão ter reconheci- ras de Habilitação - RENACH;
da experiência em matéria de trânsito. IX - organizar e manter o Registro Nacional de Veículos
§ 1º Os membros dos CETRAN e do CONTRANDIFE são Automotores - RENAVAM;
nomeados pelos Governadores dos Estados e do Distrito X - organizar a estatística geral de trânsito no território
Federal, respectivamente. nacional, definindo os dados a serem fornecidos pelos de-
§ 2º Os membros do CETRAN e do CONTRANDIFE de- mais órgãos e promover sua divulgação;
verão ser pessoas de reconhecida experiência em trânsito. XI - estabelecer modelo padrão de coleta de informa-
§ 3º O mandato dos membros do CETRAN e do CON- ções sobre as ocorrências de acidentes de trânsito e as esta-
TRANDIFE é de dois anos, admitida a recondução. tísticas do trânsito;
XII - administrar fundo de âmbito nacional destinado à
Art. 16. Junto a cada órgão ou entidade executivos de
segurança e à educação de trânsito;
trânsito ou rodoviário funcionarão Juntas Administrativas
XIII - coordenar a administração do registro das infra-
de Recursos de Infrações - JARI, órgãos colegiados respon-
ções de trânsito, da pontuação e das penalidades aplicadas
sáveis pelo julgamento dos recursos interpostos contra pe-
no prontuário do infrator, da arrecadação de multas e do
nalidades por eles impostas. repasse de que trata o § 1º do art. 320; (Redação dada pela
Parágrafo único. As JARI têm regimento próprio, ob- Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência)
servado o disposto no inciso VI do art. 12, e apoio admi- XIV - fornecer aos órgãos e entidades do Sistema Na-
nistrativo e financeiro do órgão ou entidade junto ao qual cional de Trânsito informações sobre registros de veículos e
funcionem. de condutores, mantendo o fluxo permanente de informa-
Art. 17. Compete às JARI: ções com os demais órgãos do Sistema;
I - julgar os recursos interpostos pelos infratores; XV - promover, em conjunto com os órgãos compe-
II - solicitar aos órgãos e entidades executivos de trân- tentes do Ministério da Educação e do Desporto, de acordo
sito e executivos rodoviários informações complementares com as diretrizes do CONTRAN, a elaboração e a implemen-
relativas aos recursos, objetivando uma melhor análise da tação de programas de educação de trânsito nos estabele-
situação recorrida; cimentos de ensino;

3
LEGISLAÇÃO DE TRÂNSITO

XVI - elaborar e distribuir conteúdos programáticos § 2º O regimento interno do órgão executivo de trân-
para a educação de trânsito; sito da União disporá sobre sua estrutura organizacional e
XVII - promover a divulgação de trabalhos técnicos so- seu funcionamento.
bre o trânsito; § 3º Os órgãos e entidades executivos de trânsito e
XVIII - elaborar, juntamente com os demais órgãos e executivos rodoviários da União, dos Estados, do Distrito
entidades do Sistema Nacional de Trânsito, e submeter à Federal e dos Municípios fornecerão, obrigatoriamente,
aprovação do CONTRAN, a complementação ou alteração mês a mês, os dados estatísticos para os fins previstos no
da sinalização e dos dispositivos e equipamentos de trânsito; inciso X.
XIX - organizar, elaborar, complementar e alterar os § 4º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.281, de 2016)
manuais e normas de projetos de implementação da sinali- (Vigência)
zação, dos dispositivos e equipamentos de trânsito aprova- Art. 20. Compete à Polícia Rodoviária Federal, no âm-
dos pelo CONTRAN; bito das rodovias e estradas federais:
XX – expedir a permissão internacional para conduzir
I - cumprir e fazer cumprir a legislação e as normas de
veículo e o certificado de passagem nas alfândegas median-
trânsito, no âmbito de suas atribuições;
te delegação aos órgãos executivos dos Estados e do Distri-
II - realizar o patrulhamento ostensivo, executando
to Federal ou a entidade habilitada para esse fim pelo poder
operações relacionadas com a segurança pública, com o
público federal; (Redação dada pela lei nº 13.258, de 2016)
XXI - promover a realização periódica de reuniões re- objetivo de preservar a ordem, incolumidade das pessoas,
gionais e congressos nacionais de trânsito, bem como pro- o patrimônio da União e o de terceiros;
por a representação do Brasil em congressos ou reuniões III - aplicar e arrecadar as multas impostas por infra-
internacionais; ções de trânsito, as medidas administrativas decorrentes
XXII - propor acordos de cooperação com organismos e os valores provenientes de estada e remoção de veícu-
internacionais, com vistas ao aperfeiçoamento das ações los, objetos, animais e escolta de veículos de cargas su-
inerentes à segurança e educação de trânsito; perdimensionadas ou perigosas;
XXIII - elaborar projetos e programas de formação, trei- IV - efetuar levantamento dos locais de acidentes de
namento e especialização do pessoal encarregado da exe- trânsito e dos serviços de atendimento, socorro e salva-
cução das atividades de engenharia, educação, policiamento mento de vítimas;
ostensivo, fiscalização, operação e administração de trânsito, V - credenciar os serviços de escolta, fiscalizar e ado-
propondo medidas que estimulem a pesquisa científica e o tar medidas de segurança relativas aos serviços de remo-
ensino técnico-profissional de interesse do trânsito, e pro- ção de veículos, escolta e transporte de carga indivisível;
movendo a sua realização; VI - assegurar a livre circulação nas rodovias federais,
XXIV - opinar sobre assuntos relacionados ao trânsito podendo solicitar ao órgão rodoviário a adoção de medi-
interestadual e internacional; das emergenciais, e zelar pelo cumprimento das normas
XXV - elaborar e submeter à aprovação do CONTRAN legais relativas ao direito de vizinhança, promovendo a
as normas e requisitos de segurança veicular para fabricação interdição de construções e instalações não autorizadas;
e montagem de veículos, consoante sua destinação; VII - coletar dados estatísticos e elaborar estudos
XXVI - estabelecer procedimentos para a concessão do sobre acidentes de trânsito e suas causas, adotando ou
código marca-modelo dos veículos para efeito de registro, indicando medidas operacionais preventivas e encami-
emplacamento e licenciamento; nhando-os ao órgão rodoviário federal;
XXVII - instruir os recursos interpostos das decisões do VIII - implementar as medidas da Política Nacional de
CONTRAN, ao ministro ou dirigente coordenador máximo
Segurança e Educação de Trânsito;
do Sistema Nacional de Trânsito;
IX - promover e participar de projetos e programas
XXVIII - estudar os casos omissos na legislação de trân-
de educação e segurança, de acordo com as diretrizes es-
sito e submetê-los, com proposta de solução, ao Ministé-
tabelecidas pelo CONTRAN;
rio ou órgão coordenador máximo do Sistema Nacional de
Trânsito; X - integrar-se a outros órgãos e entidades do Sis-
XXIX - prestar suporte técnico, jurídico, administrativo e tema Nacional de Trânsito para fins de arrecadação e
financeiro ao CONTRAN. compensação de multas impostas na área de sua compe-
XXX - organizar e manter o Registro Nacional de Infra- tência, com vistas à unificação do licenciamento, à simpli-
ções de Trânsito (Renainf). (Incluído pela Lei nº 13.281, de ficação e à celeridade das transferências de veículos e de
2016) (Vigência) prontuários de condutores de uma para outra unidade da
§ 1º Comprovada, por meio de sindicância, a deficiên- Federação;
cia técnica ou administrativa ou a prática constante de atos XI - fiscalizar o nível de emissão de poluentes e ruído
de improbidade contra a fé pública, contra o patrimônio ou produzidos pelos veículos automotores ou pela sua car-
contra a administração pública, o órgão executivo de trân- ga, de acordo com o estabelecido no art. 66, além de dar
sito da União, mediante aprovação do CONTRAN, assumirá apoio, quando solicitado, às ações específicas dos órgãos
diretamente ou por delegação, a execução total ou parcial ambientais.
das atividades do órgão executivo de trânsito estadual que Art. 21. Compete aos órgãos e entidades executivos
tenha motivado a investigação, até que as irregularidades rodoviários da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
sejam sanadas. Municípios, no âmbito de sua circunscrição:

4
LEGISLAÇÃO DE TRÂNSITO

I - cumprir e fazer cumprir a legislação e as normas de IV - estabelecer, em conjunto com as Polícias Militares,
trânsito, no âmbito de suas atribuições; as diretrizes para o policiamento ostensivo de trânsito;
II - planejar, projetar, regulamentar e operar o trânsito de V - executar a fiscalização de trânsito, autuar e aplicar
veículos, de pedestres e de animais, e promover o desenvolvi- as medidas administrativas cabíveis pelas infrações previs-
mento da circulação e da segurança de ciclistas; tas neste Código, excetuadas aquelas relacionadas nos in-
III - implantar, manter e operar o sistema de sinalização, cisos VI e VIII do art. 24, no exercício regular do Poder de
os dispositivos e os equipamentos de controle viário; Polícia de Trânsito;
IV - coletar dados e elaborar estudos sobre os acidentes VI - aplicar as penalidades por infrações previstas nes-
de trânsito e suas causas; te Código, com exceção daquelas relacionadas nos incisos
V - estabelecer, em conjunto com os órgãos de policia- VII e VIII do art. 24, notificando os infratores e arrecadando
mento ostensivo de trânsito, as respectivas diretrizes para o as multas que aplicar;
policiamento ostensivo de trânsito; VII - arrecadar valores provenientes de estada e remo-
VI - executar a fiscalização de trânsito, autuar, aplicar as ção de veículos e objetos;
penalidades de advertência, por escrito, e ainda as multas e
VIII - comunicar ao órgão executivo de trânsito da
medidas administrativas cabíveis, notificando os infratores e
União a suspensão e a cassação do direito de dirigir e o
arrecadando as multas que aplicar;
recolhimento da Carteira Nacional de Habilitação;
VII - arrecadar valores provenientes de estada e remoção
de veículos e objetos, e escolta de veículos de cargas superdi- IX - coletar dados estatísticos e elaborar estudos sobre
mensionadas ou perigosas; acidentes de trânsito e suas causas;
VIII - fiscalizar, autuar, aplicar as penalidades e medidas X - credenciar órgãos ou entidades para a execução
administrativas cabíveis, relativas a infrações por excesso de de atividades previstas na legislação de trânsito, na forma
peso, dimensões e lotação dos veículos, bem como notificar e estabelecida em norma do CONTRAN;
arrecadar as multas que aplicar; XI - implementar as medidas da Política Nacional de
IX - fiscalizar o cumprimento da norma contida no art. 95, Trânsito e do Programa Nacional de Trânsito;
aplicando as penalidades e arrecadando as multas nele pre- XII - promover e participar de projetos e programas de
vistas; educação e segurança de trânsito de acordo com as dire-
X - implementar as medidas da Política Nacional de Trân- trizes estabelecidas pelo CONTRAN;
sito e do Programa Nacional de Trânsito; XIII - integrar-se a outros órgãos e entidades do Sis-
XI - promover e participar de projetos e programas de tema Nacional de Trânsito para fins de arrecadação e com-
educação e segurança, de acordo com as diretrizes estabeleci- pensação de multas impostas na área de sua competência,
das pelo CONTRAN; com vistas à unificação do licenciamento, à simplificação e
XII - integrar-se a outros órgãos e entidades do Sistema à celeridade das transferências de veículos e de prontuários
Nacional de Trânsito para fins de arrecadação e compensação de condutores de uma para outra unidade da Federação;
de multas impostas na área de sua competência, com vistas à XIV - fornecer, aos órgãos e entidades executivos de
unificação do licenciamento, à simplificação e à celeridade das trânsito e executivos rodoviários municipais, os dados ca-
transferências de veículos e de prontuários de condutores de dastrais dos veículos registrados e dos condutores habilita-
uma para outra unidade da Federação; dos, para fins de imposição e notificação de penalidades e
XIII - fiscalizar o nível de emissão de poluentes e ruído de arrecadação de multas nas áreas de suas competências;
produzidos pelos veículos automotores ou pela sua carga, de XV - fiscalizar o nível de emissão de poluentes e ruído
acordo com o estabelecido no art. 66, além de dar apoio às produzidos pelos veículos automotores ou pela sua car-
ações específicas dos órgãos ambientais locais, quando soli- ga, de acordo com o estabelecido no art. 66, além de dar
citado;
apoio, quando solicitado, às ações específicas dos órgãos
XIV - vistoriar veículos que necessitem de autorização
ambientais locais;
especial para transitar e estabelecer os requisitos técnicos a
XVI - articular-se com os demais órgãos do Sistema
serem observados para a circulação desses veículos.
Parágrafo único. (VETADO) Nacional de Trânsito no Estado, sob coordenação do res-
Art. 22. Compete aos órgãos ou entidades executivos de pectivo CETRAN.
trânsito dos Estados e do Distrito Federal, no âmbito de sua Art. 23. Compete às Polícias Militares dos Estados e do
circunscrição: Distrito Federal:
I - cumprir e fazer cumprir a legislação e as normas de I - (VETADO)
trânsito, no âmbito das respectivas atribuições; II - (VETADO)
II - realizar, fiscalizar e controlar o processo de formação, III - executar a fiscalização de trânsito, quando e con-
aperfeiçoamento, reciclagem e suspensão de condutores, ex- forme convênio firmado, como agente do órgão ou entida-
pedir e cassar Licença de Aprendizagem, Permissão para Diri- de executivos de trânsito ou executivos rodoviários, conco-
gir e Carteira Nacional de Habilitação, mediante delegação do mitantemente com os demais agentes credenciados;
órgão federal competente; IV - (VETADO)
III - vistoriar, inspecionar quanto às condições de seguran- V - (VETADO)
ça veicular, registrar, emplacar, selar a placa, e licenciar veícu- VI - (VETADO)
los, expedindo o Certificado de Registro e o Licenciamento VII - (VETADO)
Anual, mediante delegação do órgão federal competente; Parágrafo único. (VETADO)

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LEGISLAÇÃO DE TRÂNSITO

Art. 24. Compete aos órgãos e entidades executivos XVII - registrar e licenciar, na forma da legislação, veí-
de trânsito dos Municípios, no âmbito de sua circunscrição: culos de tração e propulsão humana e de tração animal, fis-
(Redação dada pela Lei nº 13.154, de 2015) calizando, autuando, aplicando penalidades e arrecadando
I - cumprir e fazer cumprir a legislação e as normas de multas decorrentes de infrações; (Redação dada pela Lei nº
trânsito, no âmbito de suas atribuições; 13.154, de 2015)
II - planejar, projetar, regulamentar e operar o trân- XVIII - conceder autorização para conduzir veículos de
sito de veículos, de pedestres e de animais, e promover o propulsão humana e de tração animal;
desenvolvimento da circulação e da segurança de ciclistas; XIX - articular-se com os demais órgãos do Sistema
III - implantar, manter e operar o sistema de sinaliza- Nacional de Trânsito no Estado, sob coordenação do res-
ção, os dispositivos e os equipamentos de controle viário; pectivo CETRAN;
IV - coletar dados estatísticos e elaborar estudos sobre XX - fiscalizar o nível de emissão de poluentes e ruído
os acidentes de trânsito e suas causas; produzidos pelos veículos automotores ou pela sua carga,
V - estabelecer, em conjunto com os órgãos de polícia de acordo com o estabelecido no art. 66, além de dar apoio
ostensiva de trânsito, as diretrizes para o policiamento os- às ações específicas de órgão ambiental local, quando so-
tensivo de trânsito; licitado;
VI - executar a fiscalização de trânsito em vias terres- XXI - vistoriar veículos que necessitem de autorização
tres, edificações de uso público e edificações privadas de especial para transitar e estabelecer os requisitos técnicos a
uso coletivo, autuar e aplicar as medidas administrativas serem observados para a circulação desses veículos.
cabíveis e as penalidades de advertência por escrito e mul- § 1º As competências relativas a órgão ou entidade
ta, por infrações de circulação, estacionamento e parada municipal serão exercidas no Distrito Federal por seu órgão
previstas neste Código, no exercício regular do poder de ou entidade executivos de trânsito.
polícia de trânsito, notificando os infratores e arrecadando § 2º Para exercer as competências estabelecidas neste
as multas que aplicar, exercendo iguais atribuições no âm- artigo, os Municípios deverão integrar-se ao Sistema Na-
bito de edificações privadas de uso coletivo, somente para cional de Trânsito, conforme previsto no art. 333 deste Có-
infrações de uso de vagas reservadas em estacionamentos; digo.
(Redação dada pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência) Art. 25. Os órgãos e entidades executivos do Sistema
VII - aplicar as penalidades de advertência por escri- Nacional de Trânsito poderão celebrar convênio delegando
to e multa, por infrações de circulação, estacionamento e
as atividades previstas neste Código, com vistas à maior
parada previstas neste Código, notificando os infratores e
eficiência e à segurança para os usuários da via.
arrecadando as multas que aplicar;
Parágrafo único. Os órgãos e entidades de trânsito po-
VIII - fiscalizar, autuar e aplicar as penalidades e medi-
derão prestar serviços de capacitação técnica, assessoria e
das administrativas cabíveis relativas a infrações por exces-
monitoramento das atividades relativas ao trânsito durante
so de peso, dimensões e lotação dos veículos, bem como
prazo a ser estabelecido entre as partes, com ressarcimen-
notificar e arrecadar as multas que aplicar;
to dos custos apropriados.
IX - fiscalizar o cumprimento da norma contida no art.
95, aplicando as penalidades e arrecadando as multas nele
previstas; CAPÍTULO III
X - implantar, manter e operar sistema de estaciona- DAS NORMAS GERAIS DE CIRCULAÇÃO E CONDUTA
mento rotativo pago nas vias;
XI - arrecadar valores provenientes de estada e remo- Art. 26. Os usuários das vias terrestres devem:
ção de veículos e objetos, e escolta de veículos de cargas I - abster-se de todo ato que possa constituir perigo
superdimensionadas ou perigosas; ou obstáculo para o trânsito de veículos, de pessoas ou de
XII - credenciar os serviços de escolta, fiscalizar e ado- animais, ou ainda causar danos a propriedades públicas ou
tar medidas de segurança relativas aos serviços de remo- privadas;
ção de veículos, escolta e transporte de carga indivisível; II - abster-se de obstruir o trânsito ou torná-lo perigo-
XIII - integrar-se a outros órgãos e entidades do Sis- so, atirando, depositando ou abandonando na via objetos
tema Nacional de Trânsito para fins de arrecadação e com- ou substâncias, ou nela criando qualquer outro obstáculo.
pensação de multas impostas na área de sua competência, Art. 27. Antes de colocar o veículo em circulação nas
com vistas à unificação do licenciamento, à simplificação e vias públicas, o condutor deverá verificar a existência e as
à celeridade das transferências de veículos e de prontuários boas condições de funcionamento dos equipamentos de
dos condutores de uma para outra unidade da Federação; uso obrigatório, bem como assegurar-se da existência de
XIV - implantar as medidas da Política Nacional de combustível suficiente para chegar ao local de destino.
Trânsito e do Programa Nacional de Trânsito; Art. 28. O condutor deverá, a todo momento, ter do-
XV - promover e participar de projetos e programas de mínio de seu veículo, dirigindo-o com atenção e cuidados
educação e segurança de trânsito de acordo com as diretri- indispensáveis à segurança do trânsito.
zes estabelecidas pelo CONTRAN; Art. 29. O trânsito de veículos nas vias terrestres aber-
XVI - planejar e implantar medidas para redução da tas à circulação obedecerá às seguintes normas:
circulação de veículos e reorientação do tráfego, com o ob- I - a circulação far-se-á pelo lado direito da via, admi-
jetivo de diminuir a emissão global de poluentes; tindo-se as exceções devidamente sinalizadas;

6
LEGISLAÇÃO DE TRÂNSITO

II - o condutor deverá guardar distância de seguran- X - todo condutor deverá, antes de efetuar uma ultra-
ça lateral e frontal entre o seu e os demais veículos, bem passagem, certificar-se de que:
como em relação ao bordo da pista, considerando-se, no a) nenhum condutor que venha atrás haja começado
momento, a velocidade e as condições do local, da circula- uma manobra para ultrapassá-lo;
ção, do veículo e as condições climáticas; b) quem o precede na mesma faixa de trânsito não
III - quando veículos, transitando por fluxos que se haja indicado o propósito de ultrapassar um terceiro;
cruzem, se aproximarem de local não sinalizado, terá pre- c) a faixa de trânsito que vai tomar esteja livre numa
ferência de passagem: extensão suficiente para que sua manobra não ponha em
a) no caso de apenas um fluxo ser proveniente de ro- perigo ou obstrua o trânsito que venha em sentido con-
dovia, aquele que estiver circulando por ela; trário;
b) no caso de rotatória, aquele que estiver circulando XI - todo condutor ao efetuar a ultrapassagem deverá:
por ela; a) indicar com antecedência a manobra pretendida,
c) nos demais casos, o que vier pela direita do con- acionando a luz indicadora de direção do veículo ou por
dutor; meio de gesto convencional de braço;
IV - quando uma pista de rolamento comportar várias b) afastar-se do usuário ou usuários aos quais ultra-
faixas de circulação no mesmo sentido, são as da direita passa, de tal forma que deixe livre uma distância lateral de
destinadas ao deslocamento dos veículos mais lentos e de segurança;
maior porte, quando não houver faixa especial a eles des- c) retomar, após a efetivação da manobra, a faixa de
tinada, e as da esquerda, destinadas à ultrapassagem e ao trânsito de origem, acionando a luz indicadora de direção
deslocamento dos veículos de maior velocidade; do veículo ou fazendo gesto convencional de braço, ado-
V - o trânsito de veículos sobre passeios, calçadas e tando os cuidados necessários para não pôr em perigo ou
nos acostamentos, só poderá ocorrer para que se adentre obstruir o trânsito dos veículos que ultrapassou;
ou se saia dos imóveis ou áreas especiais de estacionamen- XII - os veículos que se deslocam sobre trilhos terão
to; preferência de passagem sobre os demais, respeitadas as
VI - os veículos precedidos de batedores terão priori- normas de circulação.
dade de passagem, respeitadas as demais normas de cir- XIII - (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.281, de 2016)
culação; (Vigência)
VII - os veículos destinados a socorro de incêndio e § 1º As normas de ultrapassagem previstas nas alí-
salvamento, os de polícia, os de fiscalização e operação neas  a e b do inciso X e a e b do inciso XI aplicam-se à
de trânsito e as ambulâncias, além de prioridade de trân- transposição de faixas, que pode ser realizada tanto pela
sito, gozam de livre circulação, estacionamento e parada, faixa da esquerda como pela da direita.
quando em serviço de urgência e devidamente identifica- § 2º Respeitadas as normas de circulação e conduta
dos por dispositivos regulamentares de alarme sonoro e estabelecidas neste artigo, em ordem decrescente, os veí-
iluminação vermelha intermitente, observadas as seguintes culos de maior porte serão sempre responsáveis pela segu-
disposições: rança dos menores, os motorizados pelos não motorizados
a) quando os dispositivos estiverem acionados, indi- e, juntos, pela incolumidade dos pedestres.
cando a proximidade dos veículos, todos os condutores Art. 30. Todo condutor, ao perceber que outro que o
deverão deixar livre a passagem pela faixa da esquerda, segue tem o propósito de ultrapassá-lo, deverá:
indo para a direita da via e parando, se necessário; I - se estiver circulando pela faixa da esquerda, deslo-
b) os pedestres, ao ouvir o alarme sonoro, deverão car-se para a faixa da direita, sem acelerar a marcha;
aguardar no passeio, só atravessando a via quando o veí- II - se estiver circulando pelas demais faixas, manter-
culo já tiver passado pelo local; se naquela na qual está circulando, sem acelerar a marcha.
c) o uso de dispositivos de alarme sonoro e de ilumi- Parágrafo único. Os veículos mais lentos, quando em
nação vermelha intermitente só poderá ocorrer quando da fila, deverão manter distância suficiente entre si para per-
efetiva prestação de serviço de urgência; mitir que veículos que os ultrapassem possam se intercalar
d) a prioridade de passagem na via e no cruzamento na fila com segurança.
deverá se dar com velocidade reduzida e com os devidos Art. 31. O condutor que tenha o propósito de ultra-
cuidados de segurança, obedecidas as demais normas des- passar um veículo de transporte coletivo que esteja parado,
te Código; efetuando embarque ou desembarque de passageiros, de-
VIII - os veículos prestadores de serviços de utilidade verá reduzir a velocidade, dirigindo com atenção redobrada
pública, quando em atendimento na via, gozam de livre ou parar o veículo com vistas à segurança dos pedestres.
parada e estacionamento no local da prestação de serviço, Art. 32. O condutor não poderá ultrapassar veículos
desde que devidamente sinalizados, devendo estar identi- em vias com duplo sentido de direção e pista única, nos
ficados na forma estabelecida pelo CONTRAN; trechos em curvas e em aclives sem visibilidade suficiente,
IX - a ultrapassagem de outro veículo em movimen- nas passagens de nível, nas pontes e viadutos e nas traves-
to deverá ser feita pela esquerda, obedecida a sinalização sias de pedestres, exceto quando houver sinalização per-
regulamentar e as demais normas estabelecidas neste Có- mitindo a ultrapassagem.
digo, exceto quando o veículo a ser ultrapassado estiver Art. 33. Nas interseções e suas proximidades, o condu-
sinalizando o propósito de entrar à esquerda; tor não poderá efetuar ultrapassagem.

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LEGISLAÇÃO DE TRÂNSITO

Art. 34. O condutor que queira executar uma mano- V - O condutor utilizará o pisca-alerta nas seguintes
bra deverá certificar-se de que pode executá-la sem perigo situações:
para os demais usuários da via que o seguem, precedem a) em imobilizações ou situações de emergência;
ou vão cruzar com ele, considerando sua posição, sua dire- b) quando a regulamentação da via assim o determinar;
ção e sua velocidade. VI - durante a noite, em circulação, o condutor manterá
Art. 35. Antes de iniciar qualquer manobra que impli- acesa a luz de placa;
que um deslocamento lateral, o condutor deverá indicar VII - o condutor manterá acesas, à noite, as luzes de
seu propósito de forma clara e com a devida antecedência, posição quando o veículo estiver parado para fins de embar-
por meio da luz indicadora de direção de seu veículo, ou que ou desembarque de passageiros e carga ou descarga de
fazendo gesto convencional de braço. mercadorias.
Parágrafo único. Entende-se por deslocamento lateral Parágrafo único. Os veículos de transporte coletivo re-
a transposição de faixas, movimentos de conversão à direi- gular de passageiros, quando circularem em faixas próprias
ta, à esquerda e retornos. a eles destinadas, e os ciclos motorizados deverão utilizar-se
Art. 36. O condutor que for ingressar numa via, proce- de farol de luz baixa durante o dia e a noite.
dente de um lote lindeiro a essa via, deverá dar preferência Art. 41. O condutor de veículo só poderá fazer uso de
aos veículos e pedestres que por ela estejam transitando. buzina, desde que em toque breve, nas seguintes situações:
Art. 37. Nas vias providas de acostamento, a conversão I - para fazer as advertências necessárias a fim de evitar
à esquerda e a operação de retorno deverão ser feitas nos acidentes;
locais apropriados e, onde estes não existirem, o condutor II - fora das áreas urbanas, quando for conveniente ad-
deverá aguardar no acostamento, à direita, para cruzar a vertir a um condutor que se tem o propósito de ultrapas-
pista com segurança. sá-lo.
Art. 38. Antes de entrar à direita ou à esquerda, em Art. 42. Nenhum condutor deverá frear bruscamente
outra via ou em lotes lindeiros, o condutor deverá: seu veículo, salvo por razões de segurança.
I - ao sair da via pelo lado direito, aproximar-se o má- Art. 43. Ao regular a velocidade, o condutor deverá ob-
ximo possível do bordo direito da pista e executar sua ma- servar constantemente as condições físicas da via, do veículo
nobra no menor espaço possível; e da carga, as condições meteorológicas e a intensidade do
II - ao sair da via pelo lado esquerdo, aproximar-se o trânsito, obedecendo aos limites máximos de velocidade es-
máximo possível de seu eixo ou da linha divisória da pista, tabelecidos para a via, além de:
quando houver, caso se trate de uma pista com circulação I - não obstruir a marcha normal dos demais veículos
nos dois sentidos, ou do bordo esquerdo, tratando-se de em circulação sem causa justificada, transitando a uma velo-
uma pista de um só sentido. cidade anormalmente reduzida;
Parágrafo único. Durante a manobra de mudança de II - sempre que quiser diminuir a velocidade de seu veí-
direção, o condutor deverá ceder passagem aos pedestres culo deverá antes certificar-se de que pode fazê-lo sem risco
e ciclistas, aos veículos que transitem em sentido contrário nem inconvenientes para os outros condutores, a não ser
pela pista da via da qual vai sair, respeitadas as normas de que haja perigo iminente;
preferência de passagem. III - indicar, de forma clara, com a antecedência neces-
Art. 39. Nas vias urbanas, a operação de retorno deverá sária e a sinalização devida, a manobra de redução de velo-
ser feita nos locais para isto determinados, quer por meio cidade.
de sinalização, quer pela existência de locais apropriados, Art. 44. Ao aproximar-se de qualquer tipo de cruzamen-
ou, ainda, em outros locais que ofereçam condições de se- to, o condutor do veículo deve demonstrar prudência es-
gurança e fluidez, observadas as características da via, do pecial, transitando em velocidade moderada, de forma que
veículo, das condições meteorológicas e da movimentação possa deter seu veículo com segurança para dar passagem
de pedestres e ciclistas. a pedestre e a veículos que tenham o direito de preferência.
Art. 40. O uso de luzes em veículo obedecerá às se- Art. 45. Mesmo que a indicação luminosa do semáforo
guintes determinações: lhe seja favorável, nenhum condutor pode entrar em uma
I - o condutor manterá acesos os faróis do veículo, uti- interseção se houver possibilidade de ser obrigado a imobi-
lizando luz baixa, durante a noite e durante o dia nos túneis lizar o veículo na área do cruzamento, obstruindo ou impe-
providos de iluminação pública e nas rodovias; (Redação dindo a passagem do trânsito transversal.
dada pela Lei nº 13.290, de 2016) (Vigência) Art. 46. Sempre que for necessária a imobilização tem-
II - nas vias não iluminadas o condutor deve usar luz porária de um veículo no leito viário, em situação de emer-
alta, exceto ao cruzar com outro veículo ou ao segui-lo; gência, deverá ser providenciada a imediata sinalização de
III - a troca de luz baixa e alta, de forma intermitente advertência, na forma estabelecida pelo CONTRAN.
e por curto período de tempo, com o objetivo de advertir Art. 47. Quando proibido o estacionamento na via, a
outros motoristas, só poderá ser utilizada para indicar a in- parada deverá restringir-se ao tempo indispensável para
tenção de ultrapassar o veículo que segue à frente ou para embarque ou desembarque de passageiros, desde que não
indicar a existência de risco à segurança para os veículos interrompa ou perturbe o fluxo de veículos ou a locomoção
que circulam no sentido contrário; de pedestres.
IV - o condutor manterá acesas pelo menos as luzes Parágrafo único. A operação de carga ou descarga será
de posição do veículo quando sob chuva forte, neblina ou regulamentada pelo órgão ou entidade com circunscrição
cerração; sobre a via e é considerada estacionamento.

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LEGISLAÇÃO DE TRÂNSITO

Art. 48. Nas paradas, operações de carga ou descarga Art. 56. (VETADO)
e nos estacionamentos, o veículo deverá ser posicionado no Art. 57. Os ciclomotores devem ser conduzidos pela di-
sentido do fluxo, paralelo ao bordo da pista de rolamento reita da pista de rolamento, preferencialmente no centro da
e junto à guia da calçada (meio-fio), admitidas as exceções faixa mais à direita ou no bordo direito da pista sempre que
devidamente sinalizadas. não houver acostamento ou faixa própria a eles destinada,
§ 1º Nas vias providas de acostamento, os veículos pa- proibida a sua circulação nas vias de trânsito rápido e sobre
rados, estacionados ou em operação de carga ou descarga as calçadas das vias urbanas.
deverão estar situados fora da pista de rolamento. Parágrafo único. Quando uma via comportar duas ou
§ 2º O estacionamento dos veículos motorizados de mais faixas de trânsito e a da direita for destinada ao uso
duas rodas será feito em posição perpendicular à guia da exclusivo de outro tipo de veículo, os ciclomotores deverão
calçada (meio-fio) e junto a ela, salvo quando houver sinali- circular pela faixa adjacente à da direita.
zação que determine outra condição. Art. 58. Nas vias urbanas e nas rurais de pista dupla, a
§ 3º O estacionamento dos veículos sem abandono do circulação de bicicletas deverá ocorrer, quando não houver
condutor poderá ser feito somente nos locais previstos neste
ciclovia, ciclofaixa, ou acostamento, ou quando não for pos-
Código ou naqueles regulamentados por sinalização específica.
sível a utilização destes, nos bordos da pista de rolamento,
Art. 49. O condutor e os passageiros não deverão abrir
no mesmo sentido de circulação regulamentado para a via,
a porta do veículo, deixá-la aberta ou descer do veículo sem
antes se certificarem de que isso não constitui perigo para com preferência sobre os veículos automotores.
eles e para outros usuários da via. Parágrafo único. A autoridade de trânsito com circuns-
Parágrafo único. O embarque e o desembarque devem crição sobre a via poderá autorizar a circulação de bicicle-
ocorrer sempre do lado da calçada, exceto para o condutor. tas no sentido contrário ao fluxo dos veículos automotores,
Art. 50. O uso de faixas laterais de domínio e das áreas desde que dotado o trecho com ciclofaixa.
adjacentes às estradas e rodovias obedecerá às condições Art. 59. Desde que autorizado e devidamente sinaliza-
de segurança do trânsito estabelecidas pelo órgão ou enti- do pelo órgão ou entidade com circunscrição sobre a via,
dade com circunscrição sobre a via. será permitida a circulação de bicicletas nos passeios.
Art. 51. Nas vias internas pertencentes a condomínios Art. 60. As vias abertas à circulação, de acordo com sua
constituídos por unidades autônomas, a sinalização de re- utilização, classificam-se em:
gulamentação da via será implantada e mantida às expen- I - vias urbanas:
sas do condomínio, após aprovação dos projetos pelo ór- a) via de trânsito rápido;
gão ou entidade com circunscrição sobre a via. b) via arterial;
Art. 52. Os veículos de tração animal serão conduzi- c) via coletora;
dos pela direita da pista, junto à guia da calçada (meio-fio) d) via local;
ou acostamento, sempre que não houver faixa especial a II - vias rurais:
eles destinada, devendo seus condutores obedecer, no que a) rodovias;
couber, às normas de circulação previstas neste Código e b) estradas.
às que vierem a ser fixadas pelo órgão ou entidade com Art. 61. A velocidade máxima permitida para a via será
circunscrição sobre a via. indicada por meio de sinalização, obedecidas suas caracte-
Art. 53. Os animais isolados ou em grupos só podem rísticas técnicas e as condições de trânsito.
circular nas vias quando conduzidos por um guia, observa- § 1º Onde não existir sinalização regulamentadora, a
do o seguinte: velocidade máxima será de:
I - para facilitar os deslocamentos, os rebanhos deve- I - nas vias urbanas:
rão ser divididos em grupos de tamanho moderado e se-
a) oitenta quilômetros por hora, nas vias de trânsito
parados uns dos outros por espaços suficientes para não
rápido:
obstruir o trânsito;
b) sessenta quilômetros por hora, nas vias arteriais;
II - os animais que circularem pela pista de rolamento
deverão ser mantidos junto ao bordo da pista. c) quarenta quilômetros por hora, nas vias coletoras;
Art. 54. Os condutores de motocicletas, motonetas e d) trinta quilômetros por hora, nas vias locais;
ciclomotores só poderão circular nas vias: II - nas vias rurais:
I - utilizando capacete de segurança, com viseira ou a) nas rodovias de pista dupla: (Redação dada pela Lei
óculos protetores; nº 13.281, de 2016) (Vigência)
II - segurando o guidom com as duas mãos; 1. 110 km/h (cento e dez quilômetros por hora) para
III - usando vestuário de proteção, de acordo com as automóveis, camionetas e motocicletas; (Redação dada
especificações do CONTRAN. pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência)
Art. 55. Os passageiros de motocicletas, motonetas e 2. 90 km/h (noventa quilômetros por hora) para os de-
ciclomotores só poderão ser transportados: mais veículos; (Redação dada pela Lei nº 13.281, de 2016)
I - utilizando capacete de segurança; (Vigência)
II - em carro lateral acoplado aos veículos ou em assen- 3. (revogado); (Redação dada pela Lei nº 13.281, de
to suplementar atrás do condutor; 2016) (Vigência)
III - usando vestuário de proteção, de acordo com as b) nas rodovias de pista simples: (Redação dada pela
especificações do CONTRAN. Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência)

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LEGISLAÇÃO DE TRÂNSITO

1. 100 km/h (cem quilômetros por hora) para auto-  § 4o (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 13.103, de
móveis, camionetas e motocicletas; (Invcluído pela Lei nº 2015) (Vigência)
13.281, de 2016) (Vigência) § 5o (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 13.103, de
2. 90 km/h (noventa quilômetros por hora) para os de- 2015) (Vigência)
mais veículos; (Invcluído pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vi- § 6o (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 13.103, de
gência) 2015) (Vigência)
c) nas estradas: 60 km/h (sessenta quilômetros por § 7o (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 13.103, de
hora). (Invcluído pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência) 2015) (Vigência)
§ 2º O órgão ou entidade de trânsito ou rodoviário  § 8o (VETADO). (Incluído Lei nº 12.619, de 2012) (Vigência)
com circunscrição sobre a via poderá regulamentar, por  Art 67-B. VETADO). (Incluído Lei nº 12.619, de 2012) (Vi-
meio de sinalização, velocidades superiores ou inferiores gência)
àquelas estabelecidas no parágrafo anterior. Art. 67-C. É vedado ao motorista profissional dirigir
Art. 62. A velocidade mínima não poderá ser inferior à por mais de 5 (cinco) horas e meia ininterruptas veícu-
metade da velocidade máxima estabelecida, respeitadas as los de transporte rodoviário coletivo de passageiros ou de
condições operacionais de trânsito e da via. transporte rodoviário de cargas. (Redação dada pela Lei nº
Art. 63. (VETADO) 13.103, de 2015) (Vigência)
Art. 64. As crianças com idade inferior a dez anos de- § 1o Serão observados 30 (trinta) minutos para descanso
vem ser transportadas nos bancos traseiros, salvo exceções dentro de cada 6 (seis) horas na condução de veículo de
regulamentadas pelo CONTRAN. transporte de carga, sendo facultado o seu fracionamento
Art. 65. É obrigatório o uso do cinto de segurança para e o do tempo de direção desde que não ultrapassadas 5
condutor e passageiros em todas as vias do território na- (cinco) horas e meia contínuas no exercício da condução.
cional, salvo em situações regulamentadas pelo CONTRAN. (Incluído pela Lei nº 13.103, de 2015) (Vigência)
Art. 66. (VETADO) § 1o-A. Serão observados 30 (trinta) minutos para des-
Art. 67. As provas ou competições desportivas, inclu- canso a cada 4 (quatro) horas na condução de veículo rodo-
sive seus ensaios, em via aberta à circulação, só poderão viário de passageiros, sendo facultado o seu fracionamento
e o do tempo de direção. (Incluído pela Lei nº 13.103, de
ser realizadas mediante prévia permissão da autoridade de
2015) (Vigência)
trânsito com circunscrição sobre a via e dependerão de:
§ 2o Em situações excepcionais de inobservância justifi-
I - autorização expressa da respectiva confederação
cada do tempo de direção, devidamente registradas, o tem-
desportiva ou de entidades estaduais a ela filiadas;
po de direção poderá ser elevado pelo período necessário
II - caução ou fiança para cobrir possíveis danos ma-
para que o condutor, o veículo e a carga cheguem a um
teriais à via;
lugar que ofereça a segurança e o atendimento demanda-
III - contrato de seguro contra riscos e acidentes em
dos, desde que não haja comprometimento da segurança
favor de terceiros; rodoviária. (Incluído pela Lei nº 13.103, de 2015) (Vigência)
IV - prévio recolhimento do valor correspondente aos § 3o O condutor é obrigado, dentro do período de 24
custos operacionais em que o órgão ou entidade permis- (vinte e quatro) horas, a observar o mínimo de 11 (onze) ho-
sionária incorrerá. ras de descanso, que podem ser fracionadas, usufruídas no
Parágrafo único. A autoridade com circunscrição sobre veículo e coincidir com os intervalos mencionados no § 1o,
a via arbitrará os valores mínimos da caução ou fiança e do observadas no primeiro período 8 (oito) horas ininterruptas
contrato de seguro.  de descanso. (Incluído pela Lei nº 13.103, de 2015) (Vigência)
§ 4o Entende-se como tempo de direção ou de condução
CAPÍTULO III-A apenas o período em que o condutor estiver efetivamente
 (Incluído Lei nº 12.619, de 2012) (Vigência) ao volante, em curso entre a origem e o destino. (Incluído
CAPÍTULO III-A pela Lei nº 13.103, de 2015) (Vigência)
DA CONDUÇÃO DE VEÍCULOS POR MOTORISTAS § 5o Entende-se como início de viagem a partida do veí-
PROFISSIONAIS culo na ida ou no retorno, com ou sem carga, considerando-
se como sua continuação as partidas nos dias subsequentes
Art. 67-A. O disposto neste Capítulo aplica-se aos mo- até o destino. (Incluído pela Lei nº 13.103, de 2015) (Vigên-
toristas profissionais: (Redação dada pela Lei nº 13.103, de cia)
2015) (Vigência) § 6o O condutor somente iniciará uma viagem após o
I - de transporte rodoviário coletivo de passageiros; cumprimento integral do intervalo de descanso previsto no
(Incluído pela Lei nº 13.103, de 2015) (Vigência) § 3o deste artigo. (Incluído pela Lei nº 13.103, de 2015) (Vi-
II - de transporte rodoviário de cargas. (Incluído pela gência)
Lei nº 13.103, de 2015) (Vigência) § 7o Nenhum transportador de cargas ou coletivo de
§ 1o (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 13.103, de passageiros, embarcador, consignatário de cargas, operador
2015) (Vigência) de terminais de carga, operador de transporte multimodal
§ 2o (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 13.103, de de cargas ou agente de cargas ordenará a qualquer moto-
2015) (Vigência) rista a seu serviço, ainda que subcontratado, que conduza
§ 3o (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 13.103, de veículo referido no caput sem a observância do disposto
2015) (Vigência) no § 6o. (Incluído pela Lei nº 13.103, de 2015) (Vigência)

10
LEGISLAÇÃO DE TRÂNSITO

Art. 67-D. (VETADO). (Incluído Lei nº 12.619, de Art. 69. Para cruzar a pista de rolamento o pedestre
2012) (Vigência) tomará precauções de segurança, levando em conta, prin-
Art. 67-E. O motorista profissional é responsável por cipalmente, a visibilidade, a distância e a velocidade dos
controlar e registrar o tempo de condução estipulado no veículos, utilizando sempre as faixas ou passagens a ele
art. 67-C, com vistas à sua estrita observância. (Incluído destinadas sempre que estas existirem numa distância de
pela Lei nº 13.103, de 2015) (Vigência) até cinquenta metros dele, observadas as seguintes dispo-
§ 1o A não observância dos períodos de descanso esta- sições:
belecidos no art. 67-C sujeitará o motorista profissional às I - onde não houver faixa ou passagem, o cruzamento
penalidades daí decorrentes, previstas neste Código. (In- da via deverá ser feito em sentido perpendicular ao de seu
cluído pela Lei nº 13.103, de 2015) (Vigência) eixo;
§ 2o O tempo de direção será controlado mediante re- II - para atravessar uma passagem sinalizada para pe-
gistrador instantâneo inalterável de velocidade e tempo e, destres ou delimitada por marcas sobre a pista:
ou por meio de anotação em diário de bordo, ou papeleta a) onde houver foco de pedestres, obedecer às indi-
ou ficha de trabalho externo, ou por meios eletrônicos ins- cações das luzes;
talados no veículo, conforme norma do Contran. (Incluído b) onde não houver foco de pedestres, aguardar que
pela Lei nº 13.103, de 2015) (Vigência) o semáforo ou o agente de trânsito interrompa o fluxo de
§ 3o O equipamento eletrônico ou registrador deverá veículos;
funcionar de forma independente de qualquer interferên- III - nas interseções e em suas proximidades, onde não
cia do condutor, quanto aos dados registrados. (Incluído existam faixas de travessia, os pedestres devem atravessar
pela Lei nº 13.103, de 2015) (Vigência) a via na continuação da calçada, observadas as seguintes
§ 4o A guarda, a preservação e a exatidão das infor- normas:
mações contidas no equipamento registrador instantâneo a) não deverão adentrar na pista sem antes se certificar
inalterável de velocidade e de tempo são de responsabi- de que podem fazê-lo sem obstruir o trânsito de veículos;
lidade do condutor. (Incluído pela Lei nº 13.103, de 2015) b) uma vez iniciada a travessia de uma pista, os pedes-
(Vigência)
tres não deverão aumentar o seu percurso, demorar-se ou
parar sobre ela sem necessidade.
CAPÍTULO IV
Art. 70. Os pedestres que estiverem atravessando a via
DOS PEDESTRES E CONDUTORES DE VEÍCULOS NÃO
sobre as faixas delimitadas para esse fim terão prioridade
MOTORIZADOS
de passagem, exceto nos locais com sinalização semafórica,
onde deverão ser respeitadas as disposições deste Código.
Art. 68. É assegurada ao pedestre a utilização dos
Parágrafo único. Nos locais em que houver sinalização
passeios ou passagens apropriadas das vias urbanas e dos
acostamentos das vias rurais para circulação, podendo a semafórica de controle de passagem será dada preferência
autoridade competente permitir a utilização de parte da aos pedestres que não tenham concluído a travessia, mes-
calçada para outros fins, desde que não seja prejudicial ao mo em caso de mudança do semáforo liberando a passa-
fluxo de pedestres. gem dos veículos.
§ 1º O ciclista desmontado empurrando a bicicleta Art. 71. O órgão ou entidade com circunscrição sobre
equipara-se ao pedestre em direitos e deveres. a via manterá, obrigatoriamente, as faixas e passagens de
§ 2º Nas áreas urbanas, quando não houver passeios pedestres em boas condições de visibilidade, higiene,
ou quando não for possível a utilização destes, a circulação segurança e sinalização.
de pedestres na pista de rolamento será feita com priorida-
de sobre os veículos, pelos bordos da pista, em fila única, CAPÍTULO V
exceto em locais proibidos pela sinalização e nas situações DO CIDADÃO
em que a segurança ficar comprometida.
§ 3º Nas vias rurais, quando não houver acostamento Art. 72. Todo cidadão ou entidade civil tem o direito de
ou quando não for possível a utilização dele, a circulação solicitar, por escrito, aos órgãos ou entidades do Sistema
de pedestres, na pista de rolamento, será feita com priori- Nacional de Trânsito, sinalização, fiscalização e implantação
dade sobre os veículos, pelos bordos da pista, em fila única, de equipamentos de segurança, bem como sugerir altera-
em sentido contrário ao deslocamento de veículos, exceto ções em normas, legislação e outros assuntos pertinentes
em locais proibidos pela sinalização e nas situações em que a este Código.
a segurança ficar comprometida. Art. 73. Os órgãos ou entidades pertencentes ao Siste-
§ 4º (VETADO) ma Nacional de Trânsito têm o dever de analisar as solici-
§ 5º Nos trechos urbanos de vias rurais e nas obras de tações e responder, por escrito, dentro de prazos mínimos,
arte a serem construídas, deverá ser previsto passeio desti- sobre a possibilidade ou não de atendimento, esclarecen-
nado à circulação dos pedestres, que não deverão, nessas do ou justificando a análise efetuada, e, se pertinente, in-
condições, usar o acostamento. formando ao solicitante quando tal evento ocorrerá.
§ 6º Onde houver obstrução da calçada ou da pas- Parágrafo único. As campanhas de trânsito devem es-
sagem para pedestres, o órgão ou entidade com circuns- clarecer quais as atribuições dos órgãos e entidades per-
crição sobre a via deverá assegurar a devida sinalização e tencentes ao Sistema Nacional de Trânsito e como proce-
proteção para circulação de pedestres. der a tais solicitações.

11
LEGISLAÇÃO DE TRÂNSITO

CAPÍTULO VI Parágrafo único. As campanhas terão caráter perma-


DA EDUCAÇÃO PARA O TRÂNSITO nente por intermédio do Sistema Único de Saúde - SUS,
sendo intensificadas nos períodos e na forma estabeleci-
Art. 74. A educação para o trânsito é direito de todos e dos no art. 76.
constitui dever prioritário para os componentes do Sistema Art. 77-A. São assegurados aos órgãos ou entidades
Nacional de Trânsito. componentes do Sistema Nacional de Trânsito os meca-
§ 1º É obrigatória a existência de coordenação educa- nismos instituídos nos arts. 77-B a 77-E para a veiculação
cional em cada órgão ou entidade componente do Sistema de mensagens educativas de trânsito em todo o território
Nacional de Trânsito. nacional, em caráter suplementar às campanhas previstas
§ 2º Os órgãos ou entidades executivos de trânsito nos arts. 75 e 77. (Incluído pela Lei nº 12.006, de 2009).
deverão promover, dentro de sua estrutura organizacional Art. 77-B. Toda peça publicitária destinada à divulgação
ou mediante convênio, o funcionamento de Escolas Públi- ou promoção, nos meios de comunicação social, de produto
cas de Trânsito, nos moldes e padrões estabelecidos pelo oriundo da indústria automobilística ou afim, incluirá, obriga-
CONTRAN. toriamente, mensagem educativa de trânsito a ser conjunta-
Art. 75. O CONTRAN estabelecerá, anualmente, os te- mente veiculada. (Incluído pela Lei nº 12.006, de 2009).
mas e os cronogramas das campanhas de âmbito nacional § 1o Para os efeitos dos arts. 77-A a 77-E, consideram-
que deverão ser promovidas por todos os órgãos ou en- se produtos oriundos da indústria automobilística ou afins:
tidades do Sistema Nacional de Trânsito, em especial nos (Incluído pela Lei nº 12.006, de 2009).
períodos referentes às férias escolares, feriados prolonga- I – os veículos rodoviários automotores de qualquer
dos e à Semana Nacional de Trânsito. espécie, incluídos os de passageiros e os de carga; (Incluído
§ 1º Os órgãos ou entidades do Sistema Nacional de pela Lei nº 12.006, de 2009).
Trânsito deverão promover outras campanhas no âmbito II – os componentes, as peças e os acessórios utiliza-
de sua circunscrição e de acordo com as peculiaridades lo- dos nos veículos mencionados no inciso I. (Incluído pela Lei
cais. nº 12.006, de 2009).
§ 2o O disposto no caput deste artigo aplica-se à pro-
§ 2º As campanhas de que trata este artigo são de
paganda de natureza comercial, veiculada por iniciativa do
caráter permanente, e os serviços de rádio e difusão sono-
fabricante do produto, em qualquer das seguintes modali-
ra de sons e imagens explorados pelo poder público são
dades: (Incluído pela Lei nº 12.006, de 2009).
obrigados a difundi-las gratuitamente, com a frequência
I – rádio; (Incluído pela Lei nº 12.006, de 2009).
recomendada pelos órgãos competentes do Sistema Na-
II – televisão; (Incluído pela Lei nº 12.006, de 2009).
cional de Trânsito.
III – jornal; (Incluído pela Lei nº 12.006, de 2009).
Art. 76. A educação para o trânsito será promovida na
IV – revista; (Incluído pela Lei nº 12.006, de 2009).
pré-escola e nas escolas de 1º, 2º e 3º graus, por meio de V – outdoor. (Incluído pela Lei nº 12.006, de 2009).
planejamento e ações coordenadas entre os órgãos e en- § 3o Para efeito do disposto no § 2o, equiparam-se ao
tidades do Sistema Nacional de Trânsito e de Educação, da fabricante o montador, o encarroçador, o importador e o
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, revendedor autorizado dos veículos e demais produtos dis-
nas respectivas áreas de atuação. criminados no § 1o deste artigo. (Incluído pela Lei nº 12.006,
Parágrafo único. Para a finalidade prevista neste ar- de 2009).
tigo, o Ministério da Educação e do Desporto, mediante Art. 77-C. Quando se tratar de publicidade veiculada
proposta do CONTRAN e do Conselho de Reitores das Uni- em  outdoor instalado à margem de rodovia, dentro ou
versidades Brasileiras, diretamente ou mediante convênio, fora da respectiva faixa de domínio, a obrigação prevista
promoverá: no art. 77-B estende-se à propaganda de qualquer tipo de
I - a adoção, em todos os níveis de ensino, de um cur- produto e anunciante, inclusive àquela de caráter institu-
rículo interdisciplinar com conteúdo programático sobre cional ou eleitoral. (Incluído pela Lei nº 12.006, de 2009).
segurança de trânsito; Art. 77-D. O Conselho Nacional de Trânsito (Contran)
II - a adoção de conteúdos relativos à educação para especificará o conteúdo e o padrão de apresentação das
o trânsito nas escolas de formação para o magistério e o mensagens, bem como os procedimentos envolvidos na
treinamento de professores e multiplicadores; respectiva veiculação, em conformidade com as diretrizes
III - a criação de corpos técnicos interprofissionais para fixadas para as campanhas educativas de trânsito a que se
levantamento e análise de dados estatísticos relativos ao refere o art. 75. (Incluído pela Lei nº 12.006, de 2009).
trânsito; Art. 77-E. A veiculação de publicidade feita em desa-
IV - a elaboração de planos de redução de acidentes cordo com as condições fixadas nos arts. 77-A a 77-D cons-
de trânsito junto aos núcleos interdisciplinares universitá- titui infração punível com as seguintes sanções: (Incluído
rios de trânsito, com vistas à integração universidades-so- pela Lei nº 12.006, de 2009).
ciedade na área de trânsito. I – advertência por escrito; (Incluído pela Lei nº 12.006,
Art. 77. No âmbito da educação para o trânsito caberá de 2009).
ao Ministério da Saúde, mediante proposta do CONTRAN, II – suspensão, nos veículos de divulgação da publi-
estabelecer campanha nacional esclarecendo condutas a cidade, de qualquer outra propaganda do produto, pelo
serem seguidas nos primeiros socorros em caso de aciden- prazo de até 60 (sessenta) dias; (Incluído pela Lei nº 12.006,
te de trânsito. de 2009).

12
LEGISLAÇÃO DE TRÂNSITO

III - multa de R$ 1.627,00 (mil, seiscentos e vinte e sete Art. 83. A afixação de publicidade ou de quaisquer
reais) a R$ 8.135,00 (oito mil, cento e trinta e cinco reais), legendas ou símbolos ao longo das vias condiciona-se à
cobrada do dobro até o quíntuplo em caso de reincidência. prévia aprovação do órgão ou entidade com circunscrição
(Redação dada pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência) sobre a via.
§ 1o As sanções serão aplicadas isolada ou cumulati- Art. 84. O órgão ou entidade de trânsito com circuns-
vamente, conforme dispuser o regulamento. (Incluído pela crição sobre a via poderá retirar ou determinar a imediata
Lei nº 12.006, de 2009). retirada de qualquer elemento que prejudique a visibili-
§ 2o Sem prejuízo do disposto no caput deste artigo, dade da sinalização viária e a segurança do trânsito, com
qualquer infração acarretará a imediata suspensão da vei- ônus para quem o tenha colocado.
culação da peça publicitária até que sejam cumpridas as Art. 85. Os locais destinados pelo órgão ou entidade
exigências fixadas nos arts. 77-A a 77-D. (Incluído pela Lei de trânsito com circunscrição sobre a via à travessia de
nº 12.006, de 2009). pedestres deverão ser sinalizados com faixas pintadas ou
Art. 78. Os Ministérios da Saúde, da Educação e do demarcadas no leito da via.
Desporto, do Trabalho, dos Transportes e da Justiça, por
Art. 86. Os locais destinados a postos de gasolina,
intermédio do CONTRAN, desenvolverão e implementarão
oficinas, estacionamentos ou garagens de uso coletivo
programas destinados à prevenção de acidentes.
deverão ter suas entradas e saídas devidamente identifi-
Parágrafo único. O percentual de dez por cento do
cadas, na forma regulamentada pelo CONTRAN.
total dos valores arrecadados destinados à Previdência So-
Art. 86-A. As vagas de estacionamento regulamenta-
cial, do Prêmio do Seguro Obrigatório de Danos Pessoais
causados por Veículos Automotores de Via Terrestre - DP- do de que trata o inciso XVII do art. 181 desta Lei deverão
VAT, de que trata a Lei nº 6.194, de 19 de dezembro de ser sinalizadas com as respectivas placas indicativas de
1974, serão repassados mensalmente ao Coordenador do destinação e com placas informando os dados sobre a
Sistema Nacional de Trânsito para aplicação exclusiva em infração por estacionamento indevido. (Incluído pela Lei
programas de que trata este artigo. nº 13.146, de 2015) (Vigência)
Art. 79. Os órgãos e entidades executivos de trânsito Art. 87. Os sinais de trânsito classificam-se em:
poderão firmar convênio com os órgãos de educação da I - verticais;
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, II - horizontais;
objetivando o cumprimento das obrigações estabelecidas III - dispositivos de sinalização auxiliar;
neste capítulo. IV - luminosos;
V - sonoros;
CAPÍTULO VII VI - gestos do agente de trânsito e do condutor.
DA SINALIZAÇÃO DE TRÂNSITO Art. 88. Nenhuma via pavimentada poderá ser entre-
gue após sua construção, ou reaberta ao trânsito após a
Art. 80. Sempre que necessário, será colocada ao lon- realização de obras ou de manutenção, enquanto não es-
go da via, sinalização prevista neste Código e em legislação tiver devidamente sinalizada, vertical e horizontalmente,
complementar, destinada a condutores e pedestres, veda- de forma a garantir as condições adequadas de segurança
da a utilização de qualquer outra. na circulação.
§ 1º A sinalização será colocada em posição e condi- Parágrafo único. Nas vias ou trechos de vias em obras
ções que a tornem perfeitamente visível e legível durante o deverá ser afixada sinalização específica e adequada.
dia e a noite, em distância compatível com a segurança do Art. 89. A sinalização terá a seguinte ordem de pre-
trânsito, conforme normas e especificações do CONTRAN. valência:
§ 2º O CONTRAN poderá autorizar, em caráter experi- I - as ordens do agente de trânsito sobre as normas
mental e por período prefixado, a utilização de sinalização
de circulação e outros sinais;
não prevista neste Código.
II - as indicações do semáforo sobre os demais sinais;
§ 3º A responsabilidade pela instalação da sinalização
III - as indicações dos sinais sobre as demais normas
nas vias internas pertencentes aos condomínios constituí-
de trânsito.
dos por unidades autônomas e nas vias e áreas de estacio-
Art. 90. Não serão aplicadas as sanções previstas nes-
namento de estabelecimentos privados de uso coletivo é
de seu proprietário. (Incluído pela Lei nº 13.281, de 2016) te Código por inobservância à sinalização quando esta for
(Vigência) insuficiente ou incorreta.
Art. 81. Nas vias públicas e nos imóveis é proibido co- § 1º O órgão ou entidade de trânsito com circunscri-
locar luzes, publicidade, inscrições, vegetação e mobiliário ção sobre a via é responsável pela implantação da sinali-
que possam gerar confusão, interferir na visibilidade da si- zação, respondendo pela sua falta, insuficiência ou incor-
nalização e comprometer a segurança do trânsito. reta colocação.
Art. 82. É proibido afixar sobre a sinalização de trânsito § 2º O CONTRAN editará normas complementares
e respectivos suportes, ou junto a ambos, qualquer tipo no que se refere à interpretação, colocação e uso da sina-
de publicidade, inscrições, legendas e símbolos que não se lização.
relacionem com a mensagem da sinalização.

13
LEGISLAÇÃO DE TRÂNSITO

CAPÍTULO VIII CAPÍTULO IX


DA ENGENHARIA DE TRÁFEGO, DA OPERAÇÃO, DA DOS VEÍCULOS
FISCALIZAÇÃO E DO POLICIAMENTO OSTENSIVO DE Seção I
TRÂNSITO Disposições Gerais

Art. 91. O CONTRAN estabelecerá as normas e regu- Art. 96. Os veículos classificam-se em:
lamentos a serem adotados em todo o território nacional I - quanto à tração:
quando da implementação das soluções adotadas pela a) automotor;
Engenharia de Tráfego, assim como padrões a serem pra- b) elétrico;
ticados por todos os órgãos e entidades do Sistema Na- c) de propulsão humana;
cional de Trânsito. d) de tração animal;
Art. 92. (VETADO) e) reboque ou semi-reboque;
II - quanto à espécie:
Art. 93. Nenhum projeto de edificação que possa
a) de passageiros:
transformar-se em pólo atrativo de trânsito poderá ser
1 - bicicleta;
aprovado sem prévia anuência do órgão ou entidade com 2 - ciclomotor;
circunscrição sobre a via e sem que do projeto conste área 3 - motoneta;
para estacionamento e indicação das vias de acesso ade- 4 - motocicleta;
quadas. 5 - triciclo;
Art. 94. Qualquer obstáculo à livre circulação e à se- 6 - quadriciclo;
gurança de veículos e pedestres, tanto na via quanto na 7 - automóvel;
calçada, caso não possa ser retirado, deve ser devida e 8 - microônibus;
imediatamente sinalizado. 9 - ônibus;
Parágrafo único. É proibida a utilização das ondula- 10 - bonde;
ções transversais e de sonorizadores como redutores de 11 - reboque ou semi-reboque;
velocidade, salvo em casos especiais definidos pelo órgão 12 - charrete;
ou entidade competente, nos padrões e critérios estabele- b) de carga:
cidos pelo CONTRAN. 1 - motoneta;
Art. 95. Nenhuma obra ou evento que possa perturbar 2 - motocicleta;
ou interromper a livre circulação de veículos e pedestres, 3 - triciclo;
ou colocar em risco sua segurança, será iniciada sem per- 4 - quadriciclo;
5 - caminhonete;
missão prévia do órgão ou entidade de trânsito com cir-
6 - caminhão;
cunscrição sobre a via.
7 - reboque ou semi-reboque;
§ 1º A obrigação de sinalizar é do responsável pela 8 - carroça;
execução ou manutenção da obra ou do evento. 9 - carro-de-mão;
§ 2º Salvo em casos de emergência, a autoridade de c) misto:
trânsito com circunscrição sobre a via avisará a comuni- 1 - camioneta;
dade, por intermédio dos meios de comunicação social, 2 - utilitário;
com quarenta e oito horas de antecedência, de qualquer 3 - outros;
interdição da via, indicando-se os caminhos alternativos a d) de competição;
serem utilizados. e) de tração:
§ 3º O descumprimento do disposto neste artigo será 1 - caminhão-trator;
punido com multa de R$ 81,35 (oitenta e um reais e trinta 2 - trator de rodas;
e cinco centavos) a R$ 488,10 (quatrocentos e oitenta e 3 - trator de esteiras;
oito reais e dez centavos), independentemente das comi- 4 - trator misto;
nações cíveis e penais cabíveis, além de multa diária no f) especial;
mesmo valor até a regularização da situação, a partir do g) de coleção;
prazo final concedido pela autoridade de trânsito, levan- III - quanto à categoria:
do-se em consideração a dimensão da obra ou do even- a) oficial;
b) de representação diplomática, de repartições con-
to e o prejuízo causado ao trânsito. (Redação pela Lei nº
sulares de carreira ou organismos internacionais acredita-
13.281, de 2016) (Vigência)
dos junto ao Governo brasileiro;
§ 4º Ao servidor público responsável pela inobservân- c) particular;
cia de qualquer das normas previstas neste e nos arts. 93 d) de aluguel;
e 94, a autoridade de trânsito aplicará multa diária na base e) de aprendizagem.
de cinquenta por cento do dia de vencimento ou remune- Art. 97. As características dos veículos, suas especifica-
ração devida enquanto permanecer a irregularidade. ções básicas, configuração e condições essenciais para re-
gistro, licenciamento e circulação serão estabelecidas pelo
CONTRAN, em função de suas aplicações.

14
LEGISLAÇÃO DE TRÂNSITO

Art. 98. Nenhum proprietário ou responsável poderá, Art. 102. O veículo de carga deverá estar devidamente
sem prévia autorização da autoridade competente, fazer equipado quando transitar, de modo a evitar o derrama-
ou ordenar que sejam feitas no veículo modificações de mento da carga sobre a via.
suas características de fábrica. Parágrafo único. O CONTRAN fixará os requisitos mí-
Parágrafo único. Os veículos e motores novos ou usa- nimos e a forma de proteção das cargas de que trata este
dos que sofrerem alterações ou conversões são obrigados artigo, de acordo com a sua natureza.
a atender aos mesmos limites e exigências de emissão de
poluentes e ruído previstos pelos órgãos ambientais com- Seção II
petentes e pelo CONTRAN, cabendo à entidade executora Da Segurança dos Veículos
das modificações e ao proprietário do veículo a responsa-
bilidade pelo cumprimento das exigências. Art. 103. O veículo só poderá transitar pela via quando
Art. 99. Somente poderá transitar pelas vias terrestres atendidos os requisitos e condições de segurança estabele-
o veículo cujo peso e dimensões atenderem aos limites es- cidos neste Código e em normas do CONTRAN.
tabelecidos pelo CONTRAN. § 1º Os fabricantes, os importadores, os montadores e
§ 1º O excesso de peso será aferido por equipamento os encarroçadores de veículos deverão emitir certificado de
de pesagem ou pela verificação de documento fiscal, na segurança, indispensável ao cadastramento no RENAVAM,
forma estabelecida pelo CONTRAN. nas condições estabelecidas pelo CONTRAN.
§ 2º Será tolerado um percentual sobre os limites de § 2º O CONTRAN deverá especificar os procedimentos
peso bruto total e peso bruto transmitido por eixo de veí- e a periodicidade para que os fabricantes, os importadores,
culos à superfície das vias, quando aferido por equipamen- os montadores e os encarroçadores comprovem o atendi-
to, na forma estabelecida pelo CONTRAN. mento aos requisitos de segurança veicular, devendo, para
§ 3º Os equipamentos fixos ou móveis utilizados na isso, manter disponíveis a qualquer tempo os resultados dos
pesagem de veículos serão aferidos de acordo com a me- testes e ensaios dos sistemas e componentes abrangidos
todologia e na periodicidade estabelecidas pelo CONTRAN, pela legislação de segurança veicular.
ouvido o órgão ou entidade de metrologia legal. Art. 104. Os veículos em circulação terão suas condições
Art. 100. Nenhum veículo ou combinação de veícu- de segurança, de controle de emissão de gases poluentes e
de ruído avaliadas mediante inspeção, que será obrigatória,
los poderá transitar com lotação de passageiros, com peso
na forma e periodicidade estabelecidas pelo CONTRAN para
bruto total, ou com peso bruto total combinado com peso
os itens de segurança e pelo CONAMA para emissão de ga-
por eixo, superior ao fixado pelo fabricante, nem ultrapas-
ses poluentes e ruído.
sar a capacidade máxima de tração da unidade tratora.
§ 1º (VETADO)
§ 1º Os veículos de transporte coletivo de passageiros
§ 2º (VETADO)
poderão ser dotados de pneus extralargos. (Incluído pela
§ 3º (VETADO)
Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência)
§ 4º (VETADO)
§ 2º O Contran regulamentará o uso de pneus extralar- § 5º Será aplicada a medida administrativa de retenção
gos para os demais veículos. (Incluído pela Lei nº 13.281, aos veículos reprovados na inspeção de segurança e na de
de 2016) (Vigência) emissão de gases poluentes e ruído.
§ 3º É permitida a fabricação de veículos de transporte § 6º Estarão isentos da inspeção de que trata o caput,
de passageiros de até 15 m (quinze metros) de compri- durante 3 (três) anos a partir do primeiro licenciamento, os
mento na configuração de chassi 8x2. (Incluído pela Lei nº veículos novos classificados na categoria particular, com ca-
13.281, de 2016) (Vigência) pacidade para até 7 (sete) passageiros, desde que mante-
Art. 101. Ao veículo ou combinação de veículos utiliza- nham suas características originais de fábrica e não se envol-
do no transporte de carga indivisível, que não se enquadre vam em acidente de trânsito com danos de média ou grande
nos limites de peso e dimensões estabelecidos pelo CON- monta. (Incluído pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência)
TRAN, poderá ser concedida, pela autoridade com circuns- § 7º Para os demais veículos novos, o período de que
crição sobre a via, autorização especial de trânsito, com trata o § 6º será de 2 (dois) anos, desde que mantenham
prazo certo, válida para cada viagem, atendidas as medidas suas características originais de fábrica e não se envolvam
de segurança consideradas necessárias. em acidente de trânsito com danos de média ou grande
§ 1º A autorização será concedida mediante reque- monta. (Incluído pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência)
rimento que especificará as características do veículo ou Art. 105. São equipamentos obrigatórios dos veículos,
combinação de veículos e de carga, o percurso, a data e o entre outros a serem estabelecidos pelo CONTRAN:
horário do deslocamento inicial. I - cinto de segurança, conforme regulamentação espe-
§ 2º A autorização não exime o beneficiário da respon- cífica do CONTRAN, com exceção dos veículos destinados
sabilidade por eventuais danos que o veículo ou a combi- ao transporte de passageiros em percursos em que seja per-
nação de veículos causar à via ou a terceiros. mitido viajar em pé;
§ 3º Aos guindastes autopropelidos ou sobre cami- II - para os veículos de transporte e de condução esco-
nhões poderá ser concedida, pela autoridade com circuns- lar, os de transporte de passageiros com mais de dez lugares
crição sobre a via, autorização especial de trânsito, com e os de carga com peso bruto total superior a quatro mil,
prazo de seis meses, atendidas as medidas de segurança quinhentos e trinta e seis quilogramas, equipamento regis-
consideradas necessárias. trador instantâneo inalterável de velocidade e tempo;

15
LEGISLAÇÃO DE TRÂNSITO

III - encosto de cabeça, para todos os tipos de veículos Parágrafo único. A autorização citada no caput não
automotores, segundo normas estabelecidas pelo CON- poderá exceder a doze meses, prazo a partir do qual a au-
TRAN; toridade pública responsável deverá implantar o serviço
IV - (VETADO) regular de transporte coletivo de passageiros, em confor-
V - dispositivo destinado ao controle de emissão de midade com a legislação pertinente e com os dispositivos
gases poluentes e de ruído, segundo normas estabelecidas deste Código. (Incluído pela Lei nº 9.602, de 1998)
pelo CONTRAN. Art. 109. O transporte de carga em veículos destina-
VI - para as bicicletas, a campainha, sinalização notur- dos ao transporte de passageiros só pode ser realizado de
na dianteira, traseira, lateral e nos pedais, e espelho retro- acordo com as normas estabelecidas pelo CONTRAN.
visor do lado esquerdo. Art. 110. O veículo que tiver alterada qualquer de suas
VII - equipamento suplementar de retenção - air características para competição ou finalidade análoga só
bag frontal para o condutor e o passageiro do banco dian- poderá circular nas vias públicas com licença especial da
teiro. (Incluído pela Lei nº 11.910, de 2009) autoridade de trânsito, em itinerário e horário fixados.
§ 1º O CONTRAN disciplinará o uso dos equipamentos Art. 111. É vedado, nas áreas envidraçadas do veículo:
obrigatórios dos veículos e determinará suas especifica- I - (VETADO)
ções técnicas. II - o uso de cortinas, persianas fechadas ou similares
§ 2º Nenhum veículo poderá transitar com equipa- nos veículos em movimento, salvo nos que possuam espe-
mento ou acessório proibido, sendo o infrator sujeito às lhos retrovisores em ambos os lados.
penalidades e medidas administrativas previstas neste Có- III - aposição de inscrições, películas refletivas ou não,
digo. painéis decorativos ou pinturas, quando comprometer
§ 3º Os fabricantes, os importadores, os montadores, a segurança do veículo, na forma de regulamentação do
os encarroçadores de veículos e os revendedores devem CONTRAN. (Incluído pela Lei nº 9.602, de 1998)
comercializar os seus veículos com os equipamentos obri- Parágrafo único. É proibido o uso de inscrição de ca-
gatórios definidos neste artigo, e com os demais estabele- ráter publicitário ou qualquer outra que possa desviar a
atenção dos condutores em toda a extensão do pára-brisa
cidos pelo CONTRAN.
e da traseira dos veículos, salvo se não colocar em risco a
§ 4º O CONTRAN estabelecerá o prazo para o atendi-
segurança do trânsito.
mento do disposto neste artigo.
Art. 112. (Revogado pela Lei nº 9.792, de 1999)
§ 5o A exigência estabelecida no inciso VII do caput des-
Art. 113. Os importadores, as montadoras, as encar-
te artigo será progressivamente incorporada aos novos
roçadoras e fabricantes de veículos e autopeças são res-
projetos de automóveis e dos veículos deles derivados,
ponsáveis civil e criminalmente por danos causados aos
fabricados, importados, montados ou encarroçados, a par-
usuários, a terceiros, e ao meio ambiente, decorrentes de
tir do 1o (primeiro) ano após a definição pelo Contran das
falhas oriundas de projetos e da qualidade dos materiais e
especificações técnicas pertinentes e do respectivo crono- equipamentos utilizados na sua fabricação.
grama de implantação e a partir do 5o (quinto) ano, após
esta definição, para os demais automóveis zero quilômetro Seção III
de modelos ou projetos já existentes e veículos deles deri- Da Identificação do Veículo
vados. (Incluído pela Lei nº 11.910, de 2009)
§ 6o A exigência estabelecida no inciso VII do caput des- Art. 114. O veículo será identificado obrigatoriamente
te artigo não se aplica aos veículos destinados à exporta- por caracteres gravados no chassi ou no monobloco, re-
ção. (Incluído pela Lei nº 11.910, de 2009) produzidos em outras partes, conforme dispuser o CON-
Art. 106. No caso de fabricação artesanal ou de modi- TRAN.
ficação de veículo ou, ainda, quando ocorrer substituição § 1º A gravação será realizada pelo fabricante ou mon-
de equipamento de segurança especificado pelo fabrican- tador, de modo a identificar o veículo, seu fabricante e as
te, será exigido, para licenciamento e registro, certificado suas características, além do ano de fabricação, que não
de segurança expedido por instituição técnica credenciada poderá ser alterado.
por órgão ou entidade de metrologia legal, conforme nor- § 2º As regravações, quando necessárias, dependerão
ma elaborada pelo CONTRAN. de prévia autorização da autoridade executiva de trânsito
Art. 107. Os veículos de aluguel, destinados ao trans- e somente serão processadas por estabelecimento por ela
porte individual ou coletivo de passageiros, deverão satis- credenciado, mediante a comprovação de propriedade do
fazer, além das exigências previstas neste Código, às condi- veículo, mantida a mesma identificação anterior, inclusive
ções técnicas e aos requisitos de segurança, higiene e con- o ano de fabricação.
forto estabelecidos pelo poder competente para autorizar, § 3º Nenhum proprietário poderá, sem prévia permis-
permitir ou conceder a exploração dessa atividade. são da autoridade executiva de trânsito, fazer, ou ordenar
Art. 108. Onde não houver linha regular de ônibus, a que se faça, modificações da identificação de seu veículo.
autoridade com circunscrição sobre a via poderá autorizar, Art. 115. O veículo será identificado externamente por
a título precário, o transporte de passageiros em veículo meio de placas dianteira e traseira, sendo esta lacrada em
de carga ou misto, desde que obedecidas as condições de sua estrutura, obedecidas as especificações e modelos es-
segurança estabelecidas neste Código e pelo CONTRAN. tabelecidos pelo CONTRAN.

16
LEGISLAÇÃO DE TRÂNSITO

§ 1º Os caracteres das placas serão individualizados Art. 116. Os veículos de propriedade da União, dos
para cada veículo e o acompanharão até a baixa do regis- Estados e do Distrito Federal, devidamente registrados e
tro, sendo vedado seu reaproveitamento. licenciados, somente quando estritamente usados em ser-
§ 2º As placas com as cores verde e amarela da Ban- viço reservado de caráter policial, poderão usar placas parti-
deira Nacional serão usadas somente pelos veículos de culares, obedecidos os critérios e limites estabelecidos pela
representação pessoal do Presidente e do Vice-Presiden- legislação que regulamenta o uso de veículo oficial.
te da República, dos Presidentes do Senado Federal e da Art. 117. Os veículos de transporte de carga e os co-
Câmara dos Deputados, do Presidente e dos Ministros do letivos de passageiros deverão conter, em local facilmente
Supremo Tribunal Federal, dos Ministros de Estado, do visível, a inscrição indicativa de sua tara, do peso bruto total
Advogado-Geral da União e do Procurador-Geral da Re- (PBT), do peso bruto total combinado (PBTC) ou capacidade
pública. máxima de tração (CMT) e de sua lotação, vedado o uso em
desacordo com sua classificação.
§ 3º Os veículos de representação dos Presidentes
dos Tribunais Federais, dos Governadores, Prefeitos, Se-
CAPÍTULO X
cretários Estaduais e Municipais, dos Presidentes das As- DOS VEÍCULOS EM CIRCULAÇÃO INTERNACIONAL
sembléias Legislativas, das Câmaras Municipais, dos Presi-
dentes dos Tribunais Estaduais e do Distrito Federal, e do Art. 118. A circulação de veículo no território nacio-
respectivo chefe do Ministério Público e ainda dos Oficiais nal, independentemente de sua origem, em trânsito entre
Generais das Forças Armadas terão placas especiais, de o Brasil e os países com os quais exista acordo ou tratado
acordo com os modelos estabelecidos pelo CONTRAN. internacional, reger-se-á pelas disposições deste Código,
§ 4o Os aparelhos automotores destinados a puxar ou pelas convenções e acordos internacionais ratificados.
a arrastar maquinaria de qualquer natureza ou a executar Art. 119. As repartições aduaneiras e os órgãos de con-
trabalhos de construção ou de pavimentação são sujeitos trole de fronteira comunicarão diretamente ao RENAVAM a
ao registro na repartição competente, se transitarem em entrada e saída temporária ou definitiva de veículos.
via pública, dispensados o licenciamento e o emplaca- § 1º Os veículos licenciados no exterior não poderão
mento. (Redação dada pela Lei nº 13.154, de 2015) (Vide) sair do território nacional sem o prévio pagamento ou o
§ 4o-A. Os tratores e demais aparelhos automotores depósito, judicial ou administrativo, dos valores correspon-
destinados a puxar ou a arrastar maquinaria agrícola ou a dentes às infrações de trânsito cometidas e ao ressarcimen-
executar trabalhos agrícolas, desde que facultados a tran- to de danos que tiverem causado ao patrimônio público ou
sitar em via pública, são sujeitos ao registro único, sem de particulares, independentemente da fase do processo
administrativo ou judicial envolvendo a questão. (Incluído
ônus, em cadastro específico do Ministério da Agricultura,
pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência)
Pecuária e Abastecimento, acessível aos componentes do § 2º Os veículos que saírem do território nacional sem
Sistema Nacional de Trânsito. (Redação dada pela Lei nº o cumprimento do disposto no § 1º e que posteriormen-
13.154, de 2015) (Vide) te forem flagrados tentando ingressar ou já em circulação
§ 5º O disposto neste artigo não se aplica aos veícu- no território nacional serão retidos até a regularização da
los de uso bélico. situação. (Incluído pela Lei nº 13. 281, de 2016) (Vigência)
§ 6º Os veículos de duas ou três rodas são dispensa-
dos da placa dianteira. CAPÍTULO XI
§ 7o Excepcionalmente, mediante autorização espe- DO REGISTRO DE VEÍCULOS
cífica e fundamentada das respectivas corregedorias e
com a devida comunicação aos órgãos de trânsito com- Art. 120. Todo veículo automotor, elétrico, articulado,
petentes, os veículos utilizados por membros do Poder reboque ou semi-reboque, deve ser registrado perante o
Judiciário e do Ministério Público que exerçam compe- órgão executivo de trânsito do Estado ou do Distrito Fede-
tência ou atribuição criminal poderão temporariamente ral, no Município de domicílio ou residência de seu proprie-
ter placas especiais, de forma a impedir a identificação de tário, na forma da lei.
seus usuários específicos, na forma de regulamento a ser § 1º Os órgãos executivos de trânsito dos Estados e
emitido, conjuntamente, pelo Conselho Nacional de Justi- do Distrito Federal somente registrarão veículos oficiais de
propriedade da administração direta, da União, dos Estados,
ça - CNJ, pelo Conselho Nacional do Ministério Público -
do Distrito Federal e dos Municípios, de qualquer um dos
CNMP e pelo Conselho Nacional de Trânsito - CONTRAN.
poderes, com indicação expressa, por pintura nas portas,
(Incluído pela Lei nº 12.694, de 2012) do nome, sigla ou logotipo do órgão ou entidade em cujo
§ 8o Os veículos artesanais utilizados para trabalho nome o veículo será registrado, excetuando-se os veículos
agrícola (jericos), para efeito do registro de que trata o § de representação e os previstos no art. 116.
4o-A, ficam dispensados da exigência prevista no art. 106. § 2º O disposto neste artigo não se aplica ao veículo
(Incluído pela Lei nº 13.154, de 2015) de uso bélico.
§ 9º As placas que possuírem tecnologia que permi- Art. 121. Registrado o veículo, expedir-se-á o Certifica-
ta a identificação do veículo ao qual estão atreladas são do de Registro de Veículo - CRV de acordo com os modelos
dispensadas da utilização do lacre previsto no caput, na e especificações estabelecidos pelo CONTRAN, contendo as
forma a ser regulamentada pelo Contran. (Incluído pela características e condições de invulnerabilidade à falsifica-
Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência) ção e à adulteração.

17
LEGISLAÇÃO DE TRÂNSITO

Art. 122. Para a expedição do Certificado de Registro X - comprovante relativo ao cumprimento do disposto
de Veículo o órgão executivo de trânsito consultará o ca- no art. 98, quando houver alteração nas características origi-
dastro do RENAVAM e exigirá do proprietário os seguintes nais do veículo que afetem a emissão de poluentes e ruído;
documentos: XI - comprovante de aprovação de inspeção veicular e
I - nota fiscal fornecida pelo fabricante ou revende- de poluentes e ruído, quando for o caso, conforme regula-
dor, ou documento equivalente expedido por autoridade mentações do CONTRAN e do CONAMA.
competente; Art. 125. As informações sobre o chassi, o monobloco,
II - documento fornecido pelo Ministério das Rela- os agregados e as características originais do veículo deve-
ções Exteriores, quando se tratar de veículo importado por rão ser prestadas ao RENAVAM:
membro de missões diplomáticas, de repartições consula- I - pelo fabricante ou montadora, antes da comerciali-
res de carreira, de representações de organismos interna- zação, no caso de veículo nacional;
cionais e de seus integrantes. II - pelo órgão alfandegário, no caso de veículo impor-
Art. 123. Será obrigatória a expedição de novo Certifi- tado por pessoa física;
cado de Registro de Veículo quando: III - pelo importador, no caso de veículo importado
I - for transferida a propriedade; por pessoa jurídica.
II - o proprietário mudar o Município de domicílio ou Parágrafo único. As informações recebidas pelo RE-
residência; NAVAM serão repassadas ao órgão executivo de trânsito
III - for alterada qualquer característica do veículo; responsável pelo registro, devendo este comunicar ao RE-
IV - houver mudança de categoria. NAVAM, tão logo seja o veículo registrado.
§ 1º No caso de transferência de propriedade, o pra- Art. 126. O proprietário de veículo irrecuperável, ou
zo para o proprietário adotar as providências necessárias destinado à desmontagem, deverá requerer a baixa do re-
à efetivação da expedição do novo Certificado de Registro gistro, no prazo e forma estabelecidos pelo Contran, ve-
de Veículo é de trinta dias, sendo que nos demais casos as dada a remontagem do veículo sobre o mesmo chassi de
providências deverão ser imediatas. forma a manter o registro anterior. (Redação dada pela Lei
§ 2º No caso de transferência de domicílio ou residên- nº 12.977, de 2014) (Vigência)
cia no mesmo Município, o proprietário comunicará o novo Parágrafo único. A obrigação de que trata este artigo
é da companhia seguradora ou do adquirente do veículo
endereço num prazo de trinta dias e aguardará o novo li-
destinado à desmontagem, quando estes sucederem ao
cenciamento para alterar o Certificado de Licenciamento
proprietário.
Anual.
Art. 127. O órgão executivo de trânsito competente só
§ 3º A expedição do novo certificado será comunicada
efetuará a baixa do registro após prévia consulta ao cadas-
ao órgão executivo de trânsito que expediu o anterior e ao
tro do RENAVAM.
RENAVAM.
Parágrafo único. Efetuada a baixa do registro, deverá
Art. 124. Para a expedição do novo Certificado de Re-
ser esta comunicada, de imediato, ao RENAVAM.
gistro de Veículo serão exigidos os seguintes documentos:
Art. 128. Não será expedido novo Certificado de Regis-
I - Certificado de Registro de Veículo anterior; tro de Veículo enquanto houver débitos fiscais e de multas
II - Certificado de Licenciamento Anual; de trânsito e ambientais, vinculadas ao veículo, indepen-
III - comprovante de transferência de propriedade, dentemente da responsabilidade pelas infrações cometi-
quando for o caso, conforme modelo e normas estabeleci- das.
das pelo CONTRAN; Art. 129. O registro e o licenciamento dos veículos de
IV - Certificado de Segurança Veicular e de emissão de propulsão humana e dos veículos de tração animal obede-
poluentes e ruído, quando houver adaptação ou alteração cerão à regulamentação estabelecida em legislação muni-
de características do veículo; cipal do domicílio ou residência de seus proprietários. (Re-
V - comprovante de procedência e justificativa da dação dada pela Lei nº 13.154, de 2015)
propriedade dos componentes e agregados adaptados ou Art. 129-A. O registro dos tratores e demais aparelhos
montados no veículo, quando houver alteração das carac- automotores destinados a puxar ou a arrastar maquinaria
terísticas originais de fábrica; agrícola ou a executar trabalhos agrícolas será efetuado,
VI - autorização do Ministério das Relações Exteriores, sem ônus, pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abas-
no caso de veículo da categoria de missões diplomáticas, tecimento, diretamente ou mediante convênio. (Incluído
de repartições consulares de carreira, de representações de pela Lei nº 13.154, de 2015)
organismos internacionais e de seus integrantes;
VII - certidão negativa de roubo ou furto de veículo, CAPÍTULO XII
expedida no Município do registro anterior, que poderá ser DO LICENCIAMENTO
substituída por informação do RENAVAM;
VIII - comprovante de quitação de débitos relativos a Art. 130. Todo veículo automotor, elétrico, articulado,
tributos, encargos e multas de trânsito vinculados ao veí- reboque ou semi-reboque, para transitar na via, deverá ser
culo, independentemente da responsabilidade pelas infra- licenciado anualmente pelo órgão executivo de trânsito do
ções cometidas; Estado, ou do Distrito Federal, onde estiver registrado o
IX - (Revogado pela Lei nº 9.602, de 1998) veículo.

18
LEGISLAÇÃO DE TRÂNSITO

§ 1º O disposto neste artigo não se aplica a veículo de I - registro como veículo de passageiros;
uso bélico. II - inspeção semestral para verificação dos equipa-
§ 2º No caso de transferência de residência ou domicílio, mentos obrigatórios e de segurança;
é válido, durante o exercício, o licenciamento de origem. III - pintura de faixa horizontal na cor amarela, com
Art. 131. O Certificado de Licenciamento Anual será quarenta centímetros de largura, à meia altura, em toda a
expedido ao veículo licenciado, vinculado ao Certificado de extensão das partes laterais e traseira da carroçaria, com o
Registro, no modelo e especificações estabelecidos pelo dístico ESCOLAR, em preto, sendo que, em caso de veículo
CONTRAN. de carroçaria pintada na cor amarela, as cores aqui indica-
§ 1º O primeiro licenciamento será feito simultanea- das devem ser invertidas;
mente ao registro. IV - equipamento registrador instantâneo inalterável
§ 2º O veículo somente será considerado licenciado de velocidade e tempo;
estando quitados os débitos relativos a tributos, encargos V - lanternas de luz branca, fosca ou amarela dispostas
e multas de trânsito e ambientais, vinculados ao veículo, nas extremidades da parte superior dianteira e lanternas de
independentemente da responsabilidade pelas infrações luz vermelha dispostas na extremidade superior da parte
cometidas. traseira;
§ 3º Ao licenciar o veículo, o proprietário deverá com- VI - cintos de segurança em número igual à lotação;
provar sua aprovação nas inspeções de segurança veicular VII - outros requisitos e equipamentos obrigatórios es-
e de controle de emissões de gases poluentes e de ruído, tabelecidos pelo CONTRAN.
conforme disposto no art. 104. Art. 137. A autorização a que se refere o artigo ante-
Art. 132. Os veículos novos não estão sujeitos ao licen- rior deverá ser afixada na parte interna do veículo, em local
ciamento e terão sua circulação regulada pelo CONTRAN visível, com inscrição da lotação permitida, sendo vedada a
durante o trajeto entre a fábrica e o Município de destino. condução de escolares em número superior à capacidade
§ 1o O disposto neste artigo aplica-se, igualmente, aos estabelecida pelo fabricante.
veículos importados, durante o trajeto entre a alfândega Art. 138. O condutor de veículo destinado à condução
ou entreposto alfandegário e o Município de destino. (Re- de escolares deve satisfazer os seguintes requisitos:
numerado do parágrafo único pela Lei nº 13.103, de 2015) I - ter idade superior a vinte e um anos;
(Vigência) II - ser habilitado na categoria D;
§ 2o (Revogado pela Lei nº 13.154, de 2015) III - (VETADO)
Art. 133. É obrigatório o porte do Certificado de Licen- IV - não ter cometido nenhuma infração grave ou gra-
ciamento Anual. víssima, ou ser reincidente em infrações médias durante os
Parágrafo único. O porte será dispensado quando, no doze últimos meses;
momento da fiscalização, for possível ter acesso ao devido V - ser aprovado em curso especializado, nos termos
sistema informatizado para verificar se o veículo está licen- da regulamentação do CONTRAN.
ciado. (Incluído pela Lei nº 13. 281, de 2016) (Vigência) Art. 139. O disposto neste Capítulo não exclui a com-
Art. 134. No caso de transferência de propriedade, o petência municipal de aplicar as exigências previstas em
proprietário antigo deverá encaminhar ao órgão executivo seus regulamentos, para o transporte de escolares.
de trânsito do Estado dentro de um prazo de trinta dias,
cópia autenticada do comprovante de transferência de CAPÍTULO XIII-A
propriedade, devidamente assinado e datado, sob pena de DA CONDUÇÃO DE MOTO-FRETE
ter que se responsabilizar solidariamente pelas penalidades (Incluído pela Lei nº 12.009, de 2009)
impostas e suas reincidências até a data da comunicação.
Parágrafo único. O comprovante de transferência de Art. 139-A. As motocicletas e motonetas destinadas ao
propriedade de que trata o caput poderá ser substituído transporte remunerado de mercadorias – moto-frete – so-
por documento eletrônico, na forma regulamentada pelo mente poderão circular nas vias com autorização emitida
Contran. (Incluído pela Lei nº 13.154, de 2015) pelo órgão ou entidade executivo de trânsito dos Estados
Art. 135. Os veículos de aluguel, destinados ao trans- e do Distrito Federal, exigindo-se, para tanto: (Incluído pela
porte individual ou coletivo de passageiros de linhas re- Lei nº 12.009, de 2009)
gulares ou empregados em qualquer serviço remunerado, I – registro como veículo da categoria de aluguel; (In-
para registro, licenciamento e respectivo emplacamento de cluído pela Lei nº 12.009, de 2009)
característica comercial, deverão estar devidamente autori- II – instalação de protetor de motor mata-cachorro, fi-
zados pelo poder público concedente. xado no chassi do veículo, destinado a proteger o motor e
a perna do condutor em caso de tombamento, nos termos
CAPÍTULO XIII de regulamentação do Conselho Nacional de Trânsito –
DA CONDUÇÃO DE ESCOLARES Contran; (Incluído pela Lei nº 12.009, de 2009)
III – instalação de aparador de linha antena corta-pipas,
Art. 136. Os veículos especialmente destinados à con- nos termos de regulamentação do Contran; (Incluído pela
dução coletiva de escolares somente poderão circular nas Lei nº 12.009, de 2009)
vias com autorização emitida pelo órgão ou entidade exe- IV – inspeção semestral para verificação dos equipa-
cutivos de trânsito dos Estados e do Distrito Federal, exi- mentos obrigatórios e de segurança. (Incluído pela Lei nº
gindo-se, para tanto: 12.009, de 2009)

19
LEGISLAÇÃO DE TRÂNSITO

§ 1o A instalação ou incorporação de dispositivos para § 1º Para habilitar-se na categoria C, o condutor de-


transporte de cargas deve estar de acordo com a regula- verá estar habilitado no mínimo há um ano na categoria B
mentação do Contran. (Incluído pela Lei nº 12.009, de 2009) e não ter cometido nenhuma infração grave ou gravíssima,
§ 2o É proibido o transporte de combustíveis, produtos ou ser reincidente em infrações médias, durante os últimos
inflamáveis ou tóxicos e de galões nos veículos de que trata doze meses.
este artigo, com exceção do gás de cozinha e de galões § 2o São os condutores da categoria B autorizados a
contendo água mineral, desde que com o auxílio de side- conduzir veículo automotor da espécie motor-casa, defini-
car, nos termos de regulamentação do Contran. (Incluído da nos termos do Anexo I deste Código, cujo peso não ex-
pela Lei nº 12.009, de 2009) ceda a 6.000 kg (seis mil quilogramas), ou cuja lotação não
Art. 139-B. O disposto neste Capítulo não exclui a com- exceda a 8 (oito) lugares, excluído o do motorista. (Incluído
petência municipal ou estadual de aplicar as exigências pre- pela Lei nº 12.452, de 2011)
vistas em seus regulamentos para as atividades de moto- § 3º Aplica-se o disposto no inciso V ao condutor da
frete no âmbito de suas circunscrições. (Incluído pela Lei nº combinação de veículos com mais de uma unidade tracio-
12.009, de 2009) nada, independentemente da capacidade de tração ou do
peso bruto total. (Renumerado pela Lei nº 12.452, de 2011)
CAPÍTULO XIV Art. 144. O trator de roda, o trator de esteira, o trator
DA HABILITAÇÃO misto ou o equipamento automotor destinado à movimen-
tação de cargas ou execução de trabalho agrícola, de ter-
Art. 140. A habilitação para conduzir veículo automotor raplenagem, de construção ou de pavimentação só podem
e elétrico será apurada por meio de exames que deverão ser ser conduzidos na via pública por condutor habilitado nas
realizados junto ao órgão ou entidade executivos do Estado categorias C, D ou E.
ou do Distrito Federal, do domicílio ou residência do can- Parágrafo único. O trator de roda e os equipamen-
didato, ou na sede estadual ou distrital do próprio órgão, tos automotores destinados a executar trabalhos agrícolas
devendo o condutor preencher os seguintes requisitos: poderão ser conduzidos em via pública também por con-
I - ser penalmente imputável; dutor habilitado na categoria B. (Redação dada pela Lei nº
II - saber ler e escrever;
13.097, de 2015)
III - possuir Carteira de Identidade ou equivalente.
Art. 145. Para habilitar-se nas categorias D e E ou para
Parágrafo único. As informações do candidato à habili-
conduzir veículo de transporte coletivo de passageiros, de
tação serão cadastradas no RENACH.
escolares, de emergência ou de produto perigoso, o candi-
Art. 141. O processo de habilitação, as normas relati-
dato deverá preencher os seguintes requisitos:
vas à aprendizagem para conduzir veículos automotores e
I - ser maior de vinte e um anos;
elétricos e à autorização para conduzir ciclomotores serão
II - estar habilitado:
regulamentados pelo CONTRAN.
§ 1º A autorização para conduzir veículos de propulsão a) no mínimo há dois anos na categoria B, ou no míni-
humana e de tração animal ficará a cargo dos Municípios. mo há um ano na categoria C, quando pretender habilitar-
§ 2º (VETADO) se na categoria D; e
Art. 142. O reconhecimento de habilitação obtida em b) no mínimo há um ano na categoria C, quando pre-
outro país está subordinado às condições estabelecidas em tender habilitar-se na categoria E;
convenções e acordos internacionais e às normas do CON- III - não ter cometido nenhuma infração grave ou gra-
TRAN. víssima ou ser reincidente em infrações médias durante os
Art. 143. Os candidatos poderão habilitar-se nas cate- últimos doze meses;
gorias de A a E, obedecida a seguinte gradação: IV - ser aprovado em curso especializado e em curso
I - Categoria A - condutor de veículo motorizado de de treinamento de prática veicular em situação de risco,
duas ou três rodas, com ou sem carro lateral; nos termos da normatização do CONTRAN.
II - Categoria B - condutor de veículo motorizado, não Parágrafo único. A participação em curso especializado
abrangido pela categoria A, cujo peso bruto total não exce- previsto no inciso IV independe da observância do dispos-
da a três mil e quinhentos quilogramas e cuja lotação não to no inciso III. (Incluído pela Lei nº 12.619, de 2012) (Vi-
exceda a oito lugares, excluído o do motorista; gência)
III - Categoria C - condutor de veículo motorizado uti- § 2o (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.154, de 2015)
lizado em transporte de carga, cujo peso bruto total exceda Art. 145-A. Além do disposto no art. 145, para conduzir
a três mil e quinhentos quilogramas; ambulâncias, o candidato deverá comprovar treinamento
IV - Categoria D - condutor de veículo motorizado uti- especializado e reciclagem em cursos específicos a cada 5
lizado no transporte de passageiros, cuja lotação exceda a (cinco) anos, nos termos da normatização do Contran. (In-
oito lugares, excluído o do motorista; cluído pela Lei nº 12.998, de 2014)
V - Categoria E - condutor de combinação de veículos Art. 146. Para conduzir veículos de outra categoria o
em que a unidade tratora se enquadre nas categorias B, C condutor deverá realizar exames complementares exigidos
ou D e cuja unidade acoplada, reboque, semirreboque, trai- para habilitação na categoria pretendida.
ler ou articulada tenha 6.000 kg (seis mil quilogramas) ou Art. 147. O candidato à habilitação deverá submeter-
mais de peso bruto total, ou cuja lotação exceda a 8 (oito) se a exames realizados pelo órgão executivo de trânsito, na
lugares. (Redação dada pela Lei nº 12.452, de 2011) seguinte ordem:

20
LEGISLAÇÃO DE TRÂNSITO

I - de aptidão física e mental; § 3º A Carteira Nacional de Habilitação será conferida


II - (VETADO) ao condutor no término de um ano, desde que o mesmo
III - escrito, sobre legislação de trânsito; não tenha cometido nenhuma infração de natureza grave
IV - de noções de primeiros socorros, conforme regu- ou gravíssima ou seja reincidente em infração média.
lamentação do CONTRAN; § 4º A não obtenção da Carteira Nacional de Habi-
V - de direção veicular, realizado na via pública, em litação, tendo em vista a incapacidade de atendimento
veículo da categoria para a qual estiver habilitando-se. do disposto no parágrafo anterior, obriga o candidato a
§ 1º Os resultados dos exames e a identificação dos reiniciar todo o processo de habilitação.
respectivos examinadores serão registrados no RENACH. § 5º O Conselho Nacional de Trânsito - CONTRAN
(Renumerado do parágrafo único, pela Lei nº 9.602, de poderá dispensar os tripulantes de aeronaves que apre-
1998) sentarem o cartão de saúde expedido pelas Forças Ar-
§ 2º O exame de aptidão física e mental será preliminar madas ou pelo Departamento de Aeronáutica Civil, res-
e renovável a cada cinco anos, ou a cada três anos para pectivamente, da prestação do exame de aptidão física e
condutores com mais de sessenta e cinco anos de idade, mental. (Incluído pela Lei nº 9.602, de 1998)
no local de residência ou domicílio do examinado.(Incluído Art. 148-A. Os condutores das categorias C, D e E
pela Lei nº 9.602, de 1998) deverão submeter-se a exames toxicológicos para a ha-
§ 3o O exame previsto no § 2o incluirá avaliação psi- bilitação e renovação da Carteira Nacional de Habilita-
cológica preliminar e complementar sempre que a ele se ção.  (Incluído pela Lei nº 13.103, de 2015) (Vigência)
submeter o condutor que exerce atividade remunerada ao § 1o O exame de que trata este artigo buscará aferir
veículo, incluindo-se esta avaliação para os demais candi- o consumo de substâncias psicoativas que, comprovada-
datos apenas no exame referente à primeira habilitação. mente, comprometam a capacidade de direção e deve-
(Redação dada pela Lei nº 10.350, de 2001) rá ter janela de detecção mínima de 90 (noventa) dias,
§ 4º Quando houver indícios de deficiência física, men- nos termos das normas do Contran.  (Incluído pela Lei nº
tal, ou de progressividade de doença que possa diminuir a 13.103, de 2015) (Vigência)
capacidade para conduzir o veículo, o prazo previsto no § § 2o Os condutores das categorias C, D e E com Car-
2º poderá ser diminuído por proposta do perito examina- teira Nacional de Habilitação com validade de 5 (cinco)
dor. (Incluído pela Lei nº 9.602, de 1998) anos deverão fazer o exame previsto no § 1o no prazo de
§ 5o O condutor que exerce atividade remunerada ao 2 (dois) anos e 6 (seis) meses a contar da realização do
veículo terá essa informação incluída na sua Carteira Nacio- disposto no caput.  (Incluído pela Lei nº 13.103, de 2015)
nal de Habilitação, conforme especificações do Conselho (Vigência)
Nacional de Trânsito – Contran. (Incluído pela Lei nº 10.350, § 3o Os condutores das categorias C, D e E com Car-
de 2001) teira Nacional de Habilitação com validade de 3 (três)
Art. 147-A. Ao candidato com deficiência auditiva é anos deverão fazer o exame previsto no § 1o no prazo
assegurada acessibilidade de comunicação, mediante em- de 1 (um) ano e 6 (seis) meses a contar da realização do
prego de tecnologias assistivas ou de ajudas técnicas em disposto no caput.  (Incluído pela Lei nº 13.103, de 2015)
todas as etapas do processo de habilitação. (Incluído pela (Vigência)
Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência) § 4o É garantido o direito de contraprova e de recur-
§ 1o O material didático audiovisual utilizado em aulas so administrativo no caso de resultado positivo para o
teóricas dos cursos que precedem os exames previstos no exame de que trata o caput, nos termos das normas do
art. 147 desta Lei deve ser acessível, por meio de subtitu- Contran.  (Incluído pela Lei nº 13.103, de 2015) (Vigência)
lação com legenda oculta associada à tradução simultânea § 5o A reprovação no exame previsto neste artigo
em Libras. (Incluído pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência) terá como consequência a suspensão do direito de dirigir
§ 2o É assegurado também ao candidato com deficiên- pelo período de 3 (três) meses, condicionado o levan-
cia auditiva requerer, no ato de sua inscrição, os serviços tamento da suspensão ao resultado negativo em novo
de intérprete da Libras, para acompanhamento em aulas exame, e vedada a aplicação de outras penalidades, ain-
práticas e teóricas. (Incluído pela Lei nº 13.146, de 2015) da que acessórias.  (Incluído pela Lei nº 13.103, de 2015)
(Vigência) (Vigência)
Art. 148. Os exames de habilitação, exceto os de dire- § 6o O resultado do exame somente será divulgado
ção veicular, poderão ser aplicados por entidades públicas para o interessado e não poderá ser utilizado para fins
ou privadas credenciadas pelo órgão executivo de trânsito estranhos ao disposto neste artigo ou no § 6o do art. 168
dos Estados e do Distrito Federal, de acordo com as nor- da Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, aprovada
mas estabelecidas pelo CONTRAN. pelo Decreto-Lei no 5.452, de 1o de maio de 1943.  (In-
§ 1º A formação de condutores deverá incluir, obri- cluído pela Lei nº 13.103, de 2015) (Vigência)
gatoriamente, curso de direção defensiva e de conceitos § 7o O exame será realizado, em regime de livre con-
básicos de proteção ao meio ambiente relacionados com corrência, pelos laboratórios credenciados pelo Departa-
o trânsito. mento Nacional de Trânsito - DENATRAN, nos termos das
§ 2º Ao candidato aprovado será conferida Permissão normas do Contran, vedado aos entes públicos:  (Incluído
para Dirigir, com validade de um ano. pela Lei nº 13.103, de 2015) (Vigência)

21
LEGISLAÇÃO DE TRÂNSITO

I - fixar preços para os exames;  (Incluído pela Lei nº Parágrafo único. No veículo eventualmente utilizado
13.103, de 2015) (Vigência) para aprendizagem, quando autorizado para servir a esse
II - limitar o número de empresas ou o número de lo- fim, deverá ser afixada ao longo de sua carroçaria, à meia
cais em que a atividade pode ser exercida; e  (Incluído pela altura, faixa branca removível, de vinte centímetros de lar-
Lei nº 13.103, de 2015) (Vigência) gura, com a inscrição AUTO-ESCOLA na cor preta.
III - estabelecer regras de exclusividade territorial.  (In- Art. 155. A formação de condutor de veículo automo-
cluído pela Lei nº 13.103, de 2015) (Vigência) tor e elétrico será realizada por instrutor autorizado pelo
Art. 149. (VETADO) órgão executivo de trânsito dos Estados ou do Distrito Fe-
Art. 150. Ao renovar os exames previstos no artigo deral, pertencente ou não à entidade credenciada.
anterior, o condutor que não tenha curso de direção de- Parágrafo único. Ao aprendiz será expedida autoriza-
fensiva e primeiros socorros deverá a eles ser submetido, ção para aprendizagem, de acordo com a regulamentação
conforme normatização do CONTRAN. do CONTRAN, após aprovação nos exames de aptidão fí-
Parágrafo único. A empresa que utiliza condutores sica, mental, de primeiros socorros e sobre legislação de
contratados para operar a sua frota de veículos é obrigada trânsito. (Incluído pela Lei nº 9.602, de 1998)
a fornecer curso de direção defensiva, primeiros socorros Art. 156. O CONTRAN regulamentará o credenciamen-
e outros conforme normatização do CONTRAN. to para prestação de serviço pelas auto-escolas e outras
Art. 151. No caso de reprovação no exame escrito so- entidades destinadas à formação de condutores e às exi-
bre legislação de trânsito ou de direção veicular, o can- gências necessárias para o exercício das atividades de ins-
didato só poderá repetir o exame depois de decorridos trutor e examinador.
quinze dias da divulgação do resultado. Art. 157. (VETADO)
Art. 152. O exame de direção veicular será realizado Art. 158. A aprendizagem só poderá realizar-se: (Vide
perante comissão integrada por 3 (três) membros desig- Lei nº 12.217, de 2010) Vigência
nados pelo dirigente do órgão executivo local de trânsito. I - nos termos, horários e locais estabelecidos pelo ór-
(Redação dada pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência) gão executivo de trânsito;
II - acompanhado o aprendiz por instrutor autorizado.
§ 1º Na comissão de exame de direção veicular, pelo
§ 1º Além do aprendiz e do instrutor, o veículo utili-
menos um membro deverá ser habilitado na categoria
zado na aprendizagem poderá conduzir apenas mais um
igual ou superior à pretendida pelo candidato.
acompanhante. (Renumerado do parágrafo único pela Lei
§ 2º Os militares das Forças Armadas e os policiais e
nº 12.217, de 2010).
bombeiros dos órgãos de segurança pública da União, dos
§ 2o Parte da aprendizagem será obrigatoriamente rea-
Estados e do Distrito Federal que possuírem curso de for-
lizada durante a noite, cabendo ao CONTRAN fixar-lhe a
mação de condutor ministrado em suas corporações serão
carga horária mínima correspondente. (Incluído pela Lei nº
dispensados, para a concessão do documento de habilita-
12.217, de 2010).
ção, dos exames aos quais se houverem submetido com Art. 159. A Carteira Nacional de Habilitação, expedida
aprovação naquele curso, desde que neles sejam observa- em modelo único e de acordo com as especificações do
das as normas estabelecidas pelo Contran. (Redação dada CONTRAN, atendidos os pré-requisitos estabelecidos neste
pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência) Código, conterá fotografia, identificação e CPF do condu-
§ 3º O militar, o policial ou o bombeiro militar in- tor, terá fé pública e equivalerá a documento de identidade
teressado na dispensa de que trata o § 2º instruirá seu em todo o território nacional.
requerimento com ofício do comandante, chefe ou diretor § 1º É obrigatório o porte da Permissão para Dirigir
da unidade administrativa onde prestar serviço, do qual ou da Carteira Nacional de Habilitação quando o condutor
constarão o número do registro de identificação, naturali- estiver à direção do veículo.
dade, nome, filiação, idade e categoria em que se habilitou § 2º (VETADO)
a conduzir, acompanhado de cópia das atas dos exames § 3º A emissão de nova via da Carteira Nacional de
prestados. (Redação dada pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vi- Habilitação será regulamentada pelo CONTRAN.
gência) § 4º (VETADO)
§ 4º (VETADO) § 5º A Carteira Nacional de Habilitação e a Permissão
Art. 153. O candidato habilitado terá em seu pron- para Dirigir somente terão validade para a condução de
tuário a identificação de seus instrutores e examinadores, veículo quando apresentada em original.
que serão passíveis de punição conforme regulamentação § 6º A identificação da Carteira Nacional de Habilita-
a ser estabelecida pelo CONTRAN. ção expedida e a da autoridade expedidora serão registra-
Parágrafo único. As penalidades aplicadas aos instru- das no RENACH.
tores e examinadores serão de advertência, suspensão e § 7º A cada condutor corresponderá um único registro
cancelamento da autorização para o exercício da ativida- no RENACH, agregando-se neste todas as informações.
de, conforme a falta cometida. § 8º A renovação da validade da Carteira Nacional de
Art. 154. Os veículos destinados à formação de con- Habilitação ou a emissão de uma nova via somente será
dutores serão identificados por uma faixa amarela, de vin- realizada após quitação de débitos constantes do prontuá-
te centímetros de largura, pintada ao longo da carroçaria, rio do condutor.
à meia altura, com a inscrição AUTO-ESCOLA na cor preta. § 9º (VETADO)

22
LEGISLAÇÃO DE TRÂNSITO

§ 10. A validade da Carteira Nacional de Habilitação III - com Carteira Nacional de Habilitação ou Permis-
está condicionada ao prazo de vigência do exame de ap- são para Dirigir de categoria diferente da do veículo que
tidão física e mental. (Incluído pela Lei nº 9.602, de 1998) esteja conduzindo: (Redação dada pela Lei nº 13.281, de
§ 11. A Carteira Nacional de Habilitação, expedida na 2016) (Vigência)
vigência do Código anterior, será substituída por ocasião Infração - gravíssima; (Redação dada pela Lei nº
do vencimento do prazo para revalidação do exame de 13.281, de 2016) (Vigência)
aptidão física e mental, ressalvados os casos especiais pre- Penalidade - multa (duas vezes); (Redação dada pela
vistos nesta Lei. (Incluído pela Lei nº 9.602, de 1998) Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência)
Art. 160. O condutor condenado por delito de trânsi- Medida administrativa - retenção do veículo até a
to deverá ser submetido a novos exames para que possa apresentação de condutor habilitado; (Redação dada
voltar a dirigir, de acordo com as normas estabelecidas pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência)
pelo CONTRAN, independentemente do reconhecimento IV - (VETADO)
da prescrição, em face da pena concretizada na sentença. V - com validade da Carteira Nacional de Habilitação
§ 1º Em caso de acidente grave, o condutor nele en- vencida há mais de trinta dias:
volvido poderá ser submetido aos exames exigidos neste Infração - gravíssima;
artigo, a juízo da autoridade executiva estadual de trânsi- Penalidade - multa;
to, assegurada ampla defesa ao condutor. Medida administrativa - recolhimento da Carteira
§ 2º No caso do parágrafo anterior, a autoridade exe- Nacional de Habilitação e retenção do veículo até a apre-
cutiva estadual de trânsito poderá apreender o documen- sentação de condutor habilitado;
to de habilitação do condutor até a sua aprovação nos VI - sem usar lentes corretoras de visão, aparelho
exames realizados. auxiliar de audição, de prótese física ou as adaptações do
veículo impostas por ocasião da concessão ou da renova-
CAPÍTULO XV ção da licença para conduzir:
DAS INFRAÇÕES Infração - gravíssima;
Penalidade - multa;
Art. 161. Constitui infração de trânsito a inobservância Medida administrativa - retenção do veículo até o
de qualquer preceito deste Código, da legislação comple- saneamento da irregularidade ou apresentação de con-
mentar ou das resoluções do CONTRAN, sendo o infrator dutor habilitado.
sujeito às penalidades e medidas administrativas indicadas Art. 163. Entregar a direção do veículo a pessoa nas
em cada artigo, além das punições previstas no Capítulo condições previstas no artigo anterior:
XIX. Infração - as mesmas previstas no artigo anterior;
Parágrafo único. As infrações cometidas em relação às Penalidade - as mesmas previstas no artigo anterior;
resoluções do CONTRAN terão suas penalidades e medi- Medida administrativa - a mesma prevista no inciso
das administrativas definidas nas próprias resoluções. III do artigo anterior.
Art. 162. Dirigir veículo: Art. 164. Permitir que pessoa nas condições referidas
I - sem possuir Carteira Nacional de Habilitação, Per- nos incisos do art. 162 tome posse do veículo automotor
missão para Dirigir ou Autorização para Conduzir Ciclomo- e passe a conduzi-lo na via:
tor: (Redação dada pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência) Infração - as mesmas previstas nos incisos do art.
Infração - gravíssima; (Redação dada pela Lei nº 162;
13.281, de 2016) (Vigência) Penalidade - as mesmas previstas no art. 162;
Penalidade - multa (três vezes); (Redação dada pela Lei Medida administrativa - a mesma prevista no inciso
nº 13.281, de 2016) (Vigência) III do art. 162.
Medida administrativa - retenção do veículo até a Art. 165. Dirigir sob a influência de álcool ou de qual-
apresentação de condutor habilitado; (Incluído pela Lei nº quer outra substância psicoativa que determine depen-
13.281, de 2016) (Vigência) dência: (Redação dada pela Lei nº 11.705, de 2008)
II - com Carteira Nacional de Habilitação, Permissão Infração - gravíssima; (Redação dada pela Lei nº
para Dirigir ou Autorização para Conduzir Ciclomotor cas- 11.705, de 2008) 
sada ou com suspensão do direito de dirigir: (Redação Penalidade - multa (dez vezes) e suspensão do direito
dada pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência) de dirigir por 12 (doze) meses. (Redação dada pela Lei nº
Infração - gravíssima; (Redação dada pela Lei nº 12.760, de 2012)
13.281, de 2016) (Vigência) Medida administrativa - recolhimento do documento
Penalidade - multa (três vezes); (Redação dada pela Lei de habilitação e retenção do veículo, observado o dis-
nº 13.281, de 2016) (Vigência) posto no § 4o do art. 270 da Lei no 9.503, de 23 de setem-
Medida administrativa - recolhimento do documento bro de 1997 - do Código de Trânsito Brasileiro. (Redação
de habilitação e retenção do veículo até a apresentação de dada pela Lei nº 12.760, de 2012)
condutor habilitado; (Incluído pela Lei nº 13.281, de 2016) Parágrafo único. Aplica-se em dobro a multa prevista
(Vigência) no caput  em caso de reincidência no período de até 12
(doze) meses. (Redação dada pela Lei nº 12.760, de 2012)

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LEGISLAÇÃO DE TRÂNSITO

Art. 165-A. Recusar-se a ser submetido a teste, exame Penalidade - multa (dez vezes), suspensão do direito
clínico, perícia ou outro procedimento que permita certi- de dirigir e apreensão do veículo; (Redação dada pela Lei
ficar influência de álcool ou outra substância psicoativa, nº 12.971, de 2014) (Vigência)
na forma estabelecida pelo art. 277: (Incluído pela Lei nº Medida administrativa - recolhimento do documento
13.281, de 2016) (Vigência) de habilitação e remoção do veículo.
Infração - gravíssima; (Incluído pela Lei nº 13.281, de Parágrafo único. Aplica-se em dobro a multa prevista
2016) (Vigência) no caput em caso de reincidência no período de 12 (doze)
Penalidade - multa (dez vezes) e suspensão do direito meses da infração anterior. (Incluído pela Lei nº 12.971, de
de dirigir por 12 (doze) meses; (Incluído pela Lei nº 13.281, 2014) (Vigência)
de 2016) (Vigência) Art. 174. Promover, na via, competição, eventos orga-
Medida administrativa - recolhimento do documento nizados, exibição e demonstração de perícia em manobra
de habilitação e retenção do veículo, observado o disposto de veículo, ou deles participar, como condutor, sem per-
no § 4º do art. 270. (Incluído pela Lei nº 13.281, de 2016) missão da autoridade de trânsito com circunscrição sobre
a via: (Redação dada pela Lei nº 12.971, de 2014) (Vigência)
(Vigência)
Infração - gravíssima;
Parágrafo único. Aplica-se em dobro a multa prevista
Penalidade - multa (dez vezes), suspensão do direito
no  caput em caso de reincidência no período de até 12
de dirigir e apreensão do veículo; (Redação dada pela Lei
(doze) meses (Incluído pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigên- nº 12.971, de 2014) (Vigência)
cia) Medida administrativa - recolhimento do documento
Art. 166. Confiar ou entregar a direção de veículo a de habilitação e remoção do veículo.
pessoa que, mesmo habilitada, por seu estado físico ou § 1o As penalidades são aplicáveis aos promotores e
psíquico, não estiver em condições de dirigi-lo com segu- aos condutores participantes. (Incluído pela Lei nº 12.971,
rança: de 2014) (Vigência)
Infração - gravíssima; § 2o Aplica-se em dobro a multa prevista no caput em
Penalidade - multa. caso de reincidência no período de 12 (doze) meses da in-
Art. 167. Deixar o condutor ou passageiro de usar o fração anterior. Incluído pela Lei nº 12.971, de 2014) (Vi-
cinto de segurança, conforme previsto no art. 65: gência)
Infração - grave; Art. 175. Utilizar-se de veículo para demonstrar ou exi-
Penalidade - multa; bir manobra perigosa, mediante arrancada brusca, derra-
Medida administrativa - retenção do veículo até colo- pagem ou frenagem com deslizamento ou arrastamento
cação do cinto pelo infrator. de pneus: (Redação dada pela Lei nº 12.971, de 2014) (Vi-
Art. 168. Transportar crianças em veículo automotor gência)
sem observância das normas de segurança especiais esta- Infração - gravíssima;
belecidas neste Código: Penalidade - multa (dez vezes), suspensão do direito
Infração - gravíssima; de dirigir e apreensão do veículo; (Redação dada pela Lei
Penalidade - multa; nº 12.971, de 2014) (Vigência)
Medida administrativa - retenção do veículo até que a Medida administrativa - recolhimento do documento
irregularidade seja sanada. de habilitação e remoção do veículo.
Art. 169. Dirigir sem atenção ou sem os cuidados indis- Parágrafo único. Aplica-se em dobro a multa prevista
pensáveis à segurança: no caput em caso de reincidência no período de 12 (doze)
Infração - leve; meses da infração anterior. (Incluído pela Lei nº 12.971, de
2014) (Vigência)
Penalidade - multa.
Art. 176. Deixar o condutor envolvido em acidente
Art. 170. Dirigir ameaçando os pedestres que estejam
com vítima:
atravessando a via pública, ou os demais veículos:
I - de prestar ou providenciar socorro à vítima, poden-
Infração - gravíssima; do fazê-lo;
Penalidade - multa e suspensão do direito de dirigir; II - de adotar providências, podendo fazê-lo, no senti-
Medida administrativa - retenção do veículo e recolhi- do de evitar perigo para o trânsito no local;
mento do documento de habilitação. III - de preservar o local, de forma a facilitar os traba-
Art. 171. Usar o veículo para arremessar, sobre os pe- lhos da polícia e da perícia;
destres ou veículos, água ou detritos: IV - de adotar providências para remover o veículo
Infração - média; do local, quando determinadas por policial ou agente da
Penalidade - multa. autoridade de trânsito;
Art. 172. Atirar do veículo ou abandonar na via objetos V - de identificar-se ao policial e de lhe prestar infor-
ou substâncias: mações necessárias à confecção do boletim de ocorrência:
Infração - média; Infração - gravíssima;
Penalidade - multa. Penalidade - multa (cinco vezes) e suspensão do direi-
Art. 173. Disputar corrida: (Redação dada pela Lei nº to de dirigir;
12.971, de 2014) (Vigência) Medida administrativa - recolhimento do documento
Infração - gravíssima; de habilitação.

24
LEGISLAÇÃO DE TRÂNSITO

Art. 177. Deixar o condutor de prestar socorro à vítima Infração - média;


de acidente de trânsito quando solicitado pela autoridade Penalidade - multa;
e seus agentes: Medida administrativa - remoção do veículo;
Infração - grave; VII - nos acostamentos, salvo motivo de força maior:
Penalidade - multa. Infração - leve;
Art. 178. Deixar o condutor, envolvido em acidente Penalidade - multa;
sem vítima, de adotar providências para remover o veículo Medida administrativa - remoção do veículo;
do local, quando necessária tal medida para assegurar a VIII - no passeio ou sobre faixa destinada a pedestre,
segurança e a fluidez do trânsito: sobre ciclovia ou ciclofaixa, bem como nas ilhas, refúgios,
Infração - média; ao lado ou sobre canteiros centrais, divisores de pista de
Penalidade - multa. rolamento, marcas de canalização, gramados ou jardim pú-
Art. 179. Fazer ou deixar que se faça reparo em veículo blico:
na via pública, salvo nos casos de impedimento absoluto Infração - grave;
de sua remoção e em que o veículo esteja devidamente Penalidade - multa;
sinalizado: Medida administrativa - remoção do veículo;
I - em pista de rolamento de rodovias e vias de trânsito IX - onde houver guia de calçada (meio-fio) rebaixada
rápido: destinada à entrada ou saída de veículos:
Infração - grave; Infração - média;
Penalidade - multa; Penalidade - multa;
Medida administrativa - remoção do veículo; Medida administrativa - remoção do veículo;
II - nas demais vias: X - impedindo a movimentação de outro veículo:
Infração - leve; Infração - média;
Penalidade - multa. Penalidade - multa;
Art. 180. Ter seu veículo imobilizado na via por falta de Medida administrativa - remoção do veículo;
combustível:
XI - ao lado de outro veículo em fila dupla:
Infração - média;
Infração - grave;
Penalidade - multa;
Penalidade - multa;
Medida administrativa - remoção do veículo.
Medida administrativa - remoção do veículo;
Art. 181. Estacionar o veículo:
XII - na área de cruzamento de vias, prejudicando a
I - nas esquinas e a menos de cinco metros do bordo
circulação de veículos e pedestres:
do alinhamento da via transversal:
Infração - grave;
Infração - média;
Penalidade - multa;
Penalidade - multa;
Medida administrativa - remoção do veículo; Medida administrativa - remoção do veículo;
II - afastado da guia da calçada (meio-fio) de cinquen- XIII - onde houver sinalização horizontal delimitadora
ta centímetros a um metro: de ponto de embarque ou desembarque de passageiros de
Infração - leve; transporte coletivo ou, na inexistência desta sinalização, no
Penalidade - multa; intervalo compreendido entre dez metros antes e depois
Medida administrativa - remoção do veículo; do marco do ponto:
III - afastado da guia da calçada (meio-fio) a mais de Infração - média;
um metro: Penalidade - multa;
Infração - grave; Medida administrativa - remoção do veículo;
Penalidade - multa; XIV - nos viadutos, pontes e túneis:
Medida administrativa - remoção do veículo; Infração - grave;
IV - em desacordo com as posições estabelecidas nes- Penalidade - multa;
te Código: Medida administrativa - remoção do veículo;
Infração - média; XV - na contramão de direção:
Penalidade - multa; Infração - média;
Medida administrativa - remoção do veículo; Penalidade - multa;
V - na pista de rolamento das estradas, das rodovias, XVI - em aclive ou declive, não estando devidamente
das vias de trânsito rápido e das vias dotadas de acosta- freado e sem calço de segurança, quando se tratar de veí-
mento: culo com peso bruto total superior a três mil e quinhentos
Infração - gravíssima; quilogramas:
Penalidade - multa; Infração - grave;
Medida administrativa - remoção do veículo; Penalidade - multa;
VI - junto ou sobre hidrantes de incêndio, registro de Medida administrativa - remoção do veículo;
água ou tampas de poços de visita de galerias subterrâ- XVII - em desacordo com as condições regulamen-
neas, desde que devidamente identificados, conforme es- tadas especificamente pela sinalização (placa - Estaciona-
pecificação do CONTRAN: mento Regulamentado):

25
LEGISLAÇÃO DE TRÂNSITO

Infração - grave; (Redação dada pela Lei nº 13.146, de VIII - nos viadutos, pontes e túneis:
2015) (Vigência) Infração - média;
Penalidade - multa; Penalidade - multa;
Medida administrativa - remoção do veículo; IX - na contramão de direção:
XVIII - em locais e horários proibidos especificamente Infração - média;
pela sinalização (placa - Proibido Estacionar): Penalidade - multa;
Infração - média; X - em local e horário proibidos especificamente pela
Penalidade - multa; sinalização (placa - Proibido Parar):
Medida administrativa - remoção do veículo; Infração - média;
XIX - em locais e horários de estacionamento e parada Penalidade - multa.
proibidos pela sinalização (placa - Proibido Parar e Esta- Art. 183. Parar o veículo sobre a faixa de pedestres na
cionar): mudança de sinal luminoso:
Infração - grave; Infração - média;
Penalidade - multa; Penalidade - multa.
Medida administrativa - remoção do veículo.
Art. 184. Transitar com o veículo:
XX - nas vagas reservadas às pessoas com deficiência
I - na faixa ou pista da direita, regulamentada como
ou idosos, sem credencial que comprove tal condição: (In-
de circulação exclusiva para determinado tipo de veículo,
cluído pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência)
Infração - gravíssima; (Incluído pela Lei nº 13.281, de exceto para acesso a imóveis lindeiros ou conversões à di-
2016) (Vigência) reita:
Penalidade - multa; (Incluído pela Lei nº 13.281, de Infração - leve;
2016) (Vigência) Penalidade - multa;
Medida administrativa - remoção do veículo. (Incluído II - na faixa ou pista da esquerda regulamentada como
pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência) de circulação exclusiva para determinado tipo de veículo:
§ 1º Nos casos previstos neste artigo, a autoridade de Infração - grave;
trânsito aplicará a penalidade preferencialmente após a re- Penalidade - multa.
moção do veículo. III - na faixa ou via de trânsito exclusivo, regulamen-
§ 2º No caso previsto no inciso XVI é proibido abando- tada com circulação destinada aos veículos de transporte
nar o calço de segurança na via. público coletivo de passageiros, salvo casos de força maior
Art. 182. Parar o veículo: e com autorização do poder público competente: (Incluído
I - nas esquinas e a menos de cinco metros do bordo pela Lei nº 13.154, de 2015)
do alinhamento da via transversal: Infração - gravíssima; (Incluído pela Lei nº 13.154, de
Infração - média; 2015)
Penalidade - multa; Penalidade - multa e apreensão do veículo; (Incluído
II - afastado da guia da calçada (meio-fio) de cinquen- pela Lei nº 13.154, de 2015)
ta centímetros a um metro: Medida Administrativa - remoção do veículo. (Incluído
Infração - leve; pela Lei nº 13.154, de 2015)
Penalidade - multa; Art. 185. Quando o veículo estiver em movimento, dei-
III - afastado da guia da calçada (meio-fio) a mais de xar de conservá-lo:
um metro: I - na faixa a ele destinada pela sinalização de regula-
Infração - média; mentação, exceto em situações de emergência;
Penalidade - multa; II - nas faixas da direita, os veículos lentos e de maior
IV - em desacordo com as posições estabelecidas nes-
porte:
te Código:
Infração - média;
Infração - leve;
Penalidade - multa.
Penalidade - multa;
V - na pista de rolamento das estradas, das rodovias, Art. 186. Transitar pela contramão de direção em:
das vias de trânsito rápido e das demais vias dotadas de I - vias com duplo sentido de circulação, exceto para
acostamento: ultrapassar outro veículo e apenas pelo tempo necessário,
Infração - grave; respeitada a preferência do veículo que transitar em senti-
Penalidade - multa; do contrário:
VI - no passeio ou sobre faixa destinada a pedestres, Infração - grave;
nas ilhas, refúgios, canteiros centrais e divisores de pista de Penalidade - multa;
rolamento e marcas de canalização: II - vias com sinalização de regulamentação de sentido
Infração - leve; único de circulação:
Penalidade - multa; Infração - gravíssima;
VII - na área de cruzamento de vias, prejudicando a Penalidade - multa.
circulação de veículos e pedestres: Art. 187. Transitar em locais e horários não permitidos
Infração - média; pela regulamentação estabelecida pela autoridade compe-
Penalidade - multa; tente: 

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LEGISLAÇÃO DE TRÂNSITO

I - para todos os tipos de veículos: Art. 196. Deixar de indicar com antecedência, me-
Infração - média; diante gesto regulamentar de braço ou luz indicadora
Penalidade - multa; de direção do veículo, o início da marcha, a realização da
II - (Revogado pela Lei nº 9.602, de 1998) manobra de parar o veículo, a mudança de direção ou de
Art. 188. Transitar ao lado de outro veículo, interrom- faixa de circulação:
pendo ou perturbando o trânsito: Infração - grave;
Infração - média; Penalidade - multa.
Penalidade - multa. Art. 197. Deixar de deslocar, com antecedência, o veí-
Art. 189. Deixar de dar passagem aos veículos prece- culo para a faixa mais à esquerda ou mais à direita, dentro
didos de batedores, de socorro de incêndio e salvamen- da respectiva mão de direção, quando for manobrar para
to, de polícia, de operação e fiscalização de trânsito e às um desses lados:
ambulâncias, quando em serviço de urgência e devida- Infração - média;
mente identificados por dispositivos regulamentados de Penalidade - multa.
alarme sonoro e iluminação vermelha intermitentes: Art. 198. Deixar de dar passagem pela esquerda, quan-
Infração - gravíssima; do solicitado:
Penalidade - multa. Infração - média;
Art. 190. Seguir veículo em serviço de urgência, es- Penalidade - multa.
tando este com prioridade de passagem devidamente Art. 199. Ultrapassar pela direita, salvo quando o veí-
culo da frente estiver colocado na faixa apropriada e der
identificada por dispositivos regulamentares de alarme
sinal de que vai entrar à esquerda:
sonoro e iluminação vermelha intermitentes:
Infração - média;
Infração - grave;
Penalidade - multa.
Penalidade - multa.
Art. 200. Ultrapassar pela direita veículo de transporte
Art. 191. Forçar passagem entre veículos que, tran- coletivo ou de escolares, parado para embarque ou desem-
sitando em sentidos opostos, estejam na iminência de barque de passageiros, salvo quando houver refúgio de se-
passar um pelo outro ao realizar operação de ultrapas- gurança para o pedestre:
sagem: Infração - gravíssima;
Infração - gravíssima; Penalidade - multa.
Penalidade - multa (dez vezes) e suspensão do direi- Art. 201. Deixar de guardar a distância lateral de um
to de dirigir. (Redação dada pela Lei nº 12.971, de 2014) metro e cinquenta centímetros ao passar ou ultrapassar
(Vigência) bicicleta:
Parágrafo único. Aplica-se em dobro a multa prevista Infração - média;
no caput em caso de reincidência no período de até 12 Penalidade - multa.
(doze) meses da infração anterior. (Incluído pela Lei nº Art. 202. Ultrapassar outro veículo:
12.971, de 2014) (Vigência) I - pelo acostamento;
Art. 192. Deixar de guardar distância de segurança II - em interseções e passagens de nível;
lateral e frontal entre o seu veículo e os demais, bem Infração - gravíssima; (Redação dada pela Lei nº
como em relação ao bordo da pista, considerando-se, no 12.971, de 2014) (Vigência)
momento, a velocidade, as condições climáticas do local Penalidade - multa (cinco vezes). (Redação dada pela
da circulação e do veículo: Lei nº 12.971, de 2014) (Vigência)
Infração - grave; Art. 203. Ultrapassar pela contramão outro veículo:
Penalidade - multa. I - nas curvas, aclives e declives, sem visibilidade sufi-
Art. 193. Transitar com o veículo em calçadas, pas- ciente;
seios, passarelas, ciclovias, ciclofaixas, ilhas, refúgios, II - nas faixas de pedestre;
ajardinamentos, canteiros centrais e divisores de pista III - nas pontes, viadutos ou túneis;
de rolamento, acostamentos, marcas de canalização, IV - parado em fila junto a sinais luminosos, porteiras,
gramados e jardins públicos: cancelas, cruzamentos ou qualquer outro impedimento à
livre circulação;
Infração - gravíssima;
V - onde houver marcação viária longitudinal de di-
Penalidade - multa (três vezes).
visão de fluxos opostos do tipo linha dupla contínua ou
Art. 194. Transitar em marcha à ré, salvo na distância
simples contínua amarela:
necessária a pequenas manobras e de forma a não cau-
Infração - gravíssima; (Redação dada pela Lei nº
sar riscos à segurança: 12.971, de 2014) (Vigência)
Infração - grave; Penalidade - multa (cinco vezes). (Redação dada pela
Penalidade - multa. Lei nº 12.971, de 2014) (Vigência)
Art. 195. Desobedecer às ordens emanadas da auto- Parágrafo único. Aplica-se em dobro a multa prevista
ridade competente de trânsito ou de seus agentes: no caput  em caso de reincidência no período de até 12
Infração - grave; (doze) meses da infração anterior. (Incluído pela Lei nº
Penalidade - multa. 12.971, de 2014) (Vigência)

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LEGISLAÇÃO DE TRÂNSITO

Art. 204. Deixar de parar o veículo no acostamento à Art. 213. Deixar de parar o veículo sempre que a res-
direita, para aguardar a oportunidade de cruzar a pista ou pectiva marcha for interceptada:
entrar à esquerda, onde não houver local apropriado para I - por agrupamento de pessoas, como préstitos, pas-
operação de retorno: seatas, desfiles e outros:
Infração - grave; Infração - gravíssima;
Penalidade - multa. Penalidade - multa.
Art. 205. Ultrapassar veículo em movimento que in- II - por agrupamento de veículos, como cortejos, for-
tegre cortejo, préstito, desfile e formações militares, sal- mações militares e outros:
vo com autorização da autoridade de trânsito ou de seus Infração - grave;
agentes: Penalidade - multa.
Infração - leve; Art. 214. Deixar de dar preferência de passagem a pe-
Penalidade - multa. destre e a veículo não motorizado:
Art. 206. Executar operação de retorno: I - que se encontre na faixa a ele destinada;
I - em locais proibidos pela sinalização; II - que não haja concluído a travessia mesmo que
II - nas curvas, aclives, declives, pontes, viadutos e tú- ocorra sinal verde para o veículo;
neis; III - portadores de deficiência física, crianças, idosos e
III - passando por cima de calçada, passeio, ilhas, ajar- gestantes:
dinamento ou canteiros de divisões de pista de rolamento, Infração - gravíssima;
refúgios e faixas de pedestres e nas de veículos não moto- Penalidade - multa.
rizados; IV - quando houver iniciado a travessia mesmo que
IV - nas interseções, entrando na contramão de dire- não haja sinalização a ele destinada;
ção da via transversal; V - que esteja atravessando a via transversal para onde
V - com prejuízo da livre circulação ou da segurança, se dirige o veículo:
ainda que em locais permitidos: Infração - grave;
Infração - gravíssima; Penalidade - multa.
Penalidade - multa. Art. 215. Deixar de dar preferência de passagem:
Art. 207. Executar operação de conversão à direita ou à I - em interseção não sinalizada:
esquerda em locais proibidos pela sinalização: a) a veículo que estiver circulando por rodovia ou ro-
Infração - grave; tatória;
Penalidade - multa. b) a veículo que vier da direita;
Art. 208. Avançar o sinal vermelho do semáforo ou o II - nas interseções com sinalização de regulamenta-
de parada obrigatória: ção de Dê a Preferência:
Infração - gravíssima; Infração - grave;
Penalidade - multa. Penalidade - multa.
Art. 209. Transpor, sem autorização, bloqueio viário Art. 216. Entrar ou sair de áreas lindeiras sem estar
com ou sem sinalização ou dispositivos auxiliares, deixar adequadamente posicionado para ingresso na via e sem
de adentrar às áreas destinadas à pesagem de veículos ou as precauções com a segurança de pedestres e de outros
evadir-se para não efetuar o pagamento do pedágio: veículos:
Infração - grave; Infração - média;
Penalidade - multa. Penalidade - multa.
Art. 210. Transpor, sem autorização, bloqueio viário Art. 217. Entrar ou sair de fila de veículos estacionados
policial: sem dar preferência de passagem a pedestres e a outros
Infração - gravíssima; veículos:
Penalidade - multa, apreensão do veículo e suspensão Infração - média;
do direito de dirigir; Penalidade - multa.
Medida administrativa - remoção do veículo e recolhi- Art. 218. Transitar em velocidade superior à máxima
mento do documento de habilitação. permitida para o local, medida por instrumento ou equi-
Art. 211. Ultrapassar veículos em fila, parados em ra- pamento hábil, em rodovias, vias de trânsito rápido, vias
zão de sinal luminoso, cancela, bloqueio viário parcial ou arteriais e demais vias: (Redação dada pela Lei nº 11.334,
qualquer outro obstáculo, com exceção dos veículos não de 2006)
motorizados: I - quando a velocidade for superior à máxima em até
Infração - grave; 20% (vinte por cento): (Redação dada pela Lei nº 11.334,
Penalidade - multa. de 2006)
Art. 212. Deixar de parar o veículo antes de transpor Infração - média; (Redação dada pela Lei nº 11.334,
linha férrea: de 2006)
Infração - gravíssima; Penalidade - multa; (Redação dada pela Lei nº 11.334,
Penalidade - multa. de 2006)

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LEGISLAÇÃO DE TRÂNSITO

II - quando a velocidade for superior à máxima em mais Parágrafo único. Incide na mesma penalidade aquele
de 20% (vinte por cento) até 50% (cinquenta por cento): (Re- que confecciona, distribui ou coloca, em veículo próprio ou
dação dada pela Lei nº 11.334, de 2006) de terceiros, placas de identificação não autorizadas pela
Infração - grave; (Redação dada pela Lei nº 11.334, de 2006) regulamentação.
Penalidade - multa; (Redação dada pela Lei nº 11.334, Art. 222. Deixar de manter ligado, nas situações de
de 2006) atendimento de emergência, o sistema de iluminação ver-
III - quando a velocidade for superior à máxima em mais melha intermitente dos veículos de polícia, de socorro de
de 50% (cinquenta por cento): (Incluído pela Lei nº 11.334, incêndio e salvamento, de fiscalização de trânsito e das
de 2006) ambulâncias, ainda que parados:
Infração - gravíssima; (Incluído pela Lei nº 11.334, de Infração - média;
2006) Penalidade - multa.
Penalidade - multa [3 (três) vezes], suspensão imediata Art. 223. Transitar com o farol desregulado ou com
do direito de dirigir e apreensão do documento de habilita- o facho de luz alta de forma a perturbar a visão de outro
ção. (Incluído pela Lei nº 11.334, de 2006)
condutor:
Art. 219. Transitar com o veículo em velocidade inferior à
Infração - grave;
metade da velocidade máxima estabelecida para a via, retar-
Penalidade - multa;
dando ou obstruindo o trânsito, a menos que as condições
de tráfego e meteorológicas não o permitam, salvo se estiver Medida administrativa - retenção do veículo para re-
na faixa da direita: gularização.
Infração - média; Art. 224. Fazer uso do facho de luz alta dos faróis em
Penalidade - multa. vias providas de iluminação pública:
Art. 220. Deixar de reduzir a velocidade do veículo de Infração - leve;
forma compatível com a segurança do trânsito: Penalidade - multa.
I - quando se aproximar de passeatas, aglomerações, Art. 225. Deixar de sinalizar a via, de forma a prevenir
cortejos, préstitos e desfiles: os demais condutores e, à noite, não manter acesas as lu-
Infração - gravíssima; zes externas ou omitir-se quanto a providências necessá-
Penalidade - multa; rias para tornar visível o local, quando:
II - nos locais onde o trânsito esteja sendo controlado I - tiver de remover o veículo da pista de rolamento ou
pelo agente da autoridade de trânsito, mediante sinais so- permanecer no acostamento;
noros ou gestos; II - a carga for derramada sobre a via e não puder ser
III - ao aproximar-se da guia da calçada (meio-fio) ou retirada imediatamente:
acostamento; Infração - grave;
IV - ao aproximar-se de ou passar por interseção não Penalidade - multa.
sinalizada; Art. 226. Deixar de retirar todo e qualquer objeto que
V - nas vias rurais cuja faixa de domínio não esteja cer- tenha sido utilizado para sinalização temporária da via:
cada; Infração - média;
VI - nos trechos em curva de pequeno raio; Penalidade - multa.
VII - ao aproximar-se de locais sinalizados com adver- Art. 227. Usar buzina:
tência de obras ou trabalhadores na pista; I - em situação que não a de simples toque breve
VIII - sob chuva, neblina, cerração ou ventos fortes; como advertência ao pedestre ou a condutores de outros
IX - quando houver má visibilidade; veículos;
X - quando o pavimento se apresentar escorregadio, de-
II - prolongada e sucessivamente a qualquer pretexto;
feituoso ou avariado;
III - entre as vinte e duas e as seis horas;
XI - à aproximação de animais na pista;
IV - em locais e horários proibidos pela sinalização;
XII - em declive;
V - em desacordo com os padrões e frequências esta-
XIII - ao ultrapassar ciclista:
Infração - grave; belecidas pelo CONTRAN:
Penalidade - multa; Infração - leve;
XIV - nas proximidades de escolas, hospitais, estações Penalidade - multa.
de embarque e desembarque de passageiros ou onde haja Art. 228. Usar no veículo equipamento com som em
intensa movimentação de pedestres: volume ou frequência que não sejam autorizados pelo
Infração - gravíssima; CONTRAN:
Penalidade - multa. Infração - grave;
Art. 221. Portar no veículo placas de identificação em Penalidade - multa;
desacordo com as especificações e modelos estabelecidos Medida administrativa - retenção do veículo para re-
pelo CONTRAN: gularização.
Infração - média; Art. 229. Usar indevidamente no veículo aparelho
Penalidade - multa; de alarme ou que produza sons e ruído que perturbem o
Medida administrativa - retenção do veículo para regu- sossego público, em desacordo com normas fixadas pelo
larização e apreensão das placas irregulares. CONTRAN:

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LEGISLAÇÃO DE TRÂNSITO

Infração - média; XXII - com defeito no sistema de iluminação, de sinali-


Penalidade - multa e apreensão do veículo; zação ou com lâmpadas queimadas:
Medida administrativa - remoção do veículo. Infração - média;
Art. 230. Conduzir o veículo: Penalidade - multa.
I - com o lacre, a inscrição do chassi, o selo, a placa ou XXIII - em desacordo com as condições estabelecidas
qualquer outro elemento de identificação do veículo viola- no art. 67-C, relativamente ao tempo de permanência do
do ou falsificado; condutor ao volante e aos intervalos para descanso, quan-
II - transportando passageiros em compartimento de do se tratar de veículo de transporte de carga ou coletivo
carga, salvo por motivo de força maior, com permissão da de passageiros:  (Redação dada pela Lei nº 13.103, de 2015)
autoridade competente e na forma estabelecida pelo CON- (Vigência)
TRAN; Infração - média;  (Redação dada pela Lei nº 13.103, de
III - com dispositivo anti-radar; 2015) (Vigência)
IV - sem qualquer uma das placas de identificação; Penalidade - multa;  (Redação dada pela Lei nº 13.103,
V - que não esteja registrado e devidamente licencia- de 2015) (Vigência)
do; Medida administrativa - retenção do veículo para cum-
VI - com qualquer uma das placas de identificação sem primento do tempo de descanso aplicável.  (Redação dada
condições de legibilidade e visibilidade: pela Lei nº 13.103, de 2015) (Vigência)
Infração - gravíssima; XXIV- (VETADO). (Incluído pela Lei nº 12.619, de 2012)
Penalidade - multa e apreensão do veículo; (Vigência)
Medida administrativa - remoção do veículo; § 1o Se o condutor cometeu infração igual nos últimos
VII - com a cor ou característica alterada; 12 (doze) meses, será convertida, automaticamente, a pe-
VIII - sem ter sido submetido à inspeção de segurança nalidade disposta no inciso XXIII em infração grave.  (In-
veicular, quando obrigatória; cluído pela Lei nº 13.103, de 2015) (Vigência)
IX - sem equipamento obrigatório ou estando este § 2o Em se tratando de condutor estrangeiro, a libera-
ineficiente ou inoperante; ção do veículo fica condicionada ao pagamento ou ao de-
X - com equipamento obrigatório em desacordo com pósito, judicial ou administrativo, da multa.  (Incluído pela
o estabelecido pelo CONTRAN; Lei nº 13.103, de 2015) (Vigência)
XI - com descarga livre ou silenciador de motor de Art. 231. Transitar com o veículo:
explosão defeituoso, deficiente ou inoperante; Art. 231. Transitar com o veículo:
XII - com equipamento ou acessório proibido; I - danificando a via, suas instalações e equipamentos;
XIII - com o equipamento do sistema de iluminação e II - derramando, lançando ou arrastando sobre a via:
de sinalização alterados; a) carga que esteja transportando;
XIV - com registrador instantâneo inalterável de ve- b) combustível ou lubrificante que esteja utilizando;
locidade e tempo viciado ou defeituoso, quando houver c) qualquer objeto que possa acarretar risco de aci-
exigência desse aparelho; dente:
XV - com inscrições, adesivos, legendas e símbolos de Infração - gravíssima;
caráter publicitário afixados ou pintados no para-brisa e Penalidade - multa;
em toda a extensão da parte traseira do veículo, excetua- Medida administrativa - retenção do veículo para re-
das as hipóteses previstas neste Código; gularização;
XVI - com vidros total ou parcialmente cobertos por III - produzindo fumaça, gases ou partículas em níveis
películas refletivas ou não, painéis decorativos ou pinturas; superiores aos fixados pelo CONTRAN;
XVII - com cortinas ou persianas fechadas, não autori- IV - com suas dimensões ou de sua carga superiores
zadas pela legislação; aos limites estabelecidos legalmente ou pela sinalização,
XVIII - em mau estado de conservação, comprome- sem autorização:
tendo a segurança, ou reprovado na avaliação de inspeção Infração - grave;
de segurança e de emissão de poluentes e ruído, prevista Penalidade - multa;
no art. 104; Medida administrativa - retenção do veículo para re-
XIX - sem acionar o limpador de para-brisa sob chuva: gularização;
Infração - grave; V - com excesso de peso, admitido percentual de to-
Penalidade - multa; lerância quando aferido por equipamento, na forma a ser
Medida administrativa - retenção do veículo para re- estabelecida pelo CONTRAN:
gularização; Infração - média;
XX - sem portar a autorização para condução de esco- Penalidade - multa acrescida a cada duzentos quilo-
lares, na forma estabelecida no art. 136: gramas ou fração de excesso de peso apurado, constante
Infração - grave; na seguinte tabela:
Penalidade - multa e apreensão do veículo; a) até 600 kg (seiscentos quilogramas) - R$ 5,32 (cinco
XXI - de carga, com falta de inscrição da tara e demais reais e trinta e dois centavos); (Redação dada pela Lei nº
inscrições previstas neste Código; 13.281, de 2016) (Vigência)

30
LEGISLAÇÃO DE TRÂNSITO

b) de 601 (seiscentos e um) a 800 kg (oitocentos qui- Art. 233. Deixar de efetuar o registro de veículo no
logramas) - R$ 10,64 (dez reais e sessenta e quatro centa- prazo de trinta dias, junto ao órgão executivo de trânsito,
vos); (Redação dada pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência) ocorridas as hipóteses previstas no art. 123:
c) de 801 (oitocentos e um) a 1.000 kg (mil quilogra- Infração - grave;
mas) - R$ 21,28 (vinte e um reais e vinte e oito centavos); Penalidade - multa;
(Redação dada pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência) Medida administrativa - retenção do veículo para re-
d) de 1.001 (mil e um) a 3.000 kg (três mil quilogramas) gularização.
- R$ 31,92 (trinta e um reais e noventa e dois centavos); Art. 234. Falsificar ou adulterar documento de habili-
(Redação dada pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência) tação e de identificação do veículo:
e) de 3.001 (três mil e um) a 5.000 kg (cinco mil qui- Infração - gravíssima;
logramas) - R$ 42,56 (quarenta e dois reais e cinquenta e Penalidade - multa e apreensão do veículo;
seis centavos); (Redação dada pela Lei nº 13.281, de 2016) Medida administrativa - remoção do veículo.
(Vigência) Art. 235. Conduzir pessoas, animais ou carga nas par-
f) acima de 5.001 kg (cinco mil e um quilogramas) - R$ tes externas do veículo, salvo nos casos devidamente au-
53,20 (cinquenta e três reais e vinte centavos); (Redação torizados:
dada pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência) Infração - grave;
Medida administrativa - retenção do veículo e trans- Penalidade - multa;
bordo da carga excedente; Medida administrativa - retenção do veículo para
VI - em desacordo com a autorização especial, expe- transbordo.
dida pela autoridade competente para transitar com di- Art. 236. Rebocar outro veículo com cabo flexível ou
mensões excedentes, ou quando a mesma estiver vencida: corda, salvo em casos de emergência:
Infração - grave; Infração - média;
Penalidade - multa e apreensão do veículo; Penalidade - multa.
Medida administrativa - remoção do veículo; Art. 237. Transitar com o veículo em desacordo com
VII - com lotação excedente; as especificações, e com falta de inscrição e simbologia
VIII - efetuando transporte remunerado de pessoas necessárias à sua identificação, quando exigidas pela le-
ou bens, quando não for licenciado para esse fim, salvo gislação:
casos de força maior ou com permissão da autoridade Infração - grave;
competente: Penalidade - multa;
Infração - média; Medida administrativa - retenção do veículo para re-
Penalidade - multa; gularização.
Medida administrativa - retenção do veículo; Art. 238. Recusar-se a entregar à autoridade de trân-
IX - desligado ou desengrenado, em declive: sito ou a seus agentes, mediante recibo, os documentos
Infração - média; de habilitação, de registro, de licenciamento de veículo e
Penalidade - multa; outros exigidos por lei, para averiguação de sua autenti-
Medida administrativa - retenção do veículo; cidade:
X - excedendo a capacidade máxima de tração: Infração - gravíssima;
Infração - de média a gravíssima, a depender da rela- Penalidade - multa e apreensão do veículo;
ção entre o excesso de peso apurado e a capacidade máxi- Medida administrativa - remoção do veículo.
ma de tração, a ser regulamentada pelo CONTRAN; Art. 239. Retirar do local veículo legalmente retido
Penalidade - multa; para regularização, sem permissão da autoridade compe-
Medida Administrativa - retenção do veículo e trans- tente ou de seus agentes:
bordo de carga excedente. Infração - gravíssima;
Parágrafo único. Sem prejuízo das multas previstas Penalidade - multa e apreensão do veículo;
nos incisos V e X, o veículo que transitar com excesso de Medida administrativa - remoção do veículo.
peso ou excedendo à capacidade máxima de tração, não Art. 240. Deixar o responsável de promover a baixa
computado o percentual tolerado na forma do disposto na do registro de veículo irrecuperável ou definitivamente
legislação, somente poderá continuar viagem após des- desmontado:
carregar o que exceder, segundo critérios estabelecidos na Infração - grave;
referida legislação complementar. Penalidade - multa;
Art. 232. Conduzir veículo sem os documentos de Medida administrativa - Recolhimento do Certificado
porte obrigatório referidos neste Código: de Registro e do Certificado de Licenciamento Anual.
Infração - leve; Art. 241. Deixar de atualizar o cadastro de registro do
Penalidade - multa; veículo ou de habilitação do condutor:
Medida administrativa - retenção do veículo até a Infração - leve;
apresentação do documento. Penalidade - multa.

31
LEGISLAÇÃO DE TRÂNSITO

Art. 242. Fazer falsa declaração de domicílio para fins § 3o A restrição imposta pelo inciso VI do caput des-
de registro, licenciamento ou habilitação: te artigo não se aplica às motocicletas e motonetas que
Infração - gravíssima; tracionem semi-reboques especialmente projetados para
Penalidade - multa. esse fim e devidamente homologados pelo órgão compe-
Art. 243. Deixar a empresa seguradora de comunicar tente. (Incluído pela Lei nº 10.517, de 2002)
ao órgão executivo de trânsito competente a ocorrência Art. 245. Utilizar a via para depósito de mercadorias,
de perda total do veículo e de lhe devolver as respectivas materiais ou equipamentos, sem autorização do órgão ou
placas e documentos: entidade de trânsito com circunscrição sobre a via:
Infração - grave; Infração - grave;
Penalidade - multa; Penalidade - multa;
Medida administrativa - Recolhimento das placas e Medida administrativa - remoção da mercadoria ou do
dos documentos. material.
Art. 244. Conduzir motocicleta, motoneta e ciclomotor: Parágrafo único. A penalidade e a medida administra-
I - sem usar capacete de segurança com viseira ou tiva incidirão sobre a pessoa física ou jurídica responsável.
óculos de proteção e vestuário de acordo com as normas e Art. 246. Deixar de sinalizar qualquer obstáculo à livre
especificações aprovadas pelo CONTRAN; circulação, à segurança de veículo e pedestres, tanto no lei-
II - transportando passageiro sem o capacete de se- to da via terrestre como na calçada, ou obstaculizar a via
gurança, na forma estabelecida no inciso anterior, ou fora indevidamente:
do assento suplementar colocado atrás do condutor ou em Infração - gravíssima;
carro lateral; Penalidade - multa, agravada em até cinco vezes, a cri-
III - fazendo malabarismo ou equilibrando-se apenas tério da autoridade de trânsito, conforme o risco à segu-
em uma roda; rança.
Parágrafo único. A penalidade será aplicada à pessoa
IV - com os faróis apagados;
física ou jurídica responsável pela obstrução, devendo a au-
V - transportando criança menor de sete anos ou que
toridade com circunscrição sobre a via providenciar a sina-
não tenha, nas circunstâncias, condições de cuidar de sua
lização de emergência, às expensas do responsável, ou, se
própria segurança:
possível, promover a desobstrução.
Infração - gravíssima;
Art. 247. Deixar de conduzir pelo bordo da pista de
Penalidade - multa e suspensão do direito de dirigir;
rolamento, em fila única, os veículos de tração ou propul-
Medida administrativa - Recolhimento do documento
são humana e os de tração animal, sempre que não houver
de habilitação; acostamento ou faixa a eles destinados:
VI - rebocando outro veículo; Infração - média;
VII - sem segurar o guidom com ambas as mãos, salvo Penalidade - multa.
eventualmente para indicação de manobras; Art. 248. Transportar em veículo destinado ao trans-
VIII – transportando carga incompatível com suas es- porte de passageiros carga excedente em desacordo com o
pecificações ou em desacordo com o previsto no § 2o do estabelecido no art. 109:
art. 139-A desta Lei; (Incluído pela Lei nº 12.009, de 2009) Infração - grave;
IX – efetuando transporte remunerado de mercadorias Penalidade - multa;
em desacordo com o previsto no art. 139-A desta Lei ou Medida administrativa - retenção para o transbordo.
com as normas que regem a atividade profissional dos mo- Art. 249. Deixar de manter acesas, à noite, as luzes de
totaxistas: (Incluído pela Lei nº 12.009, de 2009) posição, quando o veículo estiver parado, para fins de em-
Infração – grave; (Incluído pela Lei nº 12.009, de 2009) barque ou desembarque de passageiros e carga ou descar-
Penalidade – multa; (Incluído pela Lei nº 12.009, de ga de mercadorias:
2009) Infração - média;
Medida administrativa – apreensão do veículo para re- Penalidade - multa.
gularização. (Incluído pela Lei nº 12.009, de 2009) Art. 250. Quando o veículo estiver em movimento:
§ 1º Para ciclos aplica-se o disposto nos incisos III, VII I - deixar de manter acesa a luz baixa:
e VIII, além de: a) durante a noite;
a) conduzir passageiro fora da garupa ou do assento b) de dia, nos túneis providos de iluminação pública
especial a ele destinado; e nas rodovias; (Redação dada pela Lei nº 13.290, de 2016)
b) transitar em vias de trânsito rápido ou rodovias, sal- (Vigência)
vo onde houver acostamento ou faixas de rolamento pró- c) de dia e de noite, tratando-se de veículo de trans-
prias; porte coletivo de passageiros, circulando em faixas ou pis-
c) transportar crianças que não tenham, nas circuns- tas a eles destinadas;
tâncias, condições de cuidar de sua própria segurança. d) de dia e de noite, tratando-se de ciclomotores;
§ 2º Aplica-se aos ciclomotores o disposto na alí- II - deixar de manter acesas pelo menos as luzes de
nea b do parágrafo anterior: posição sob chuva forte, neblina ou cerração;
Infração - média; III - deixar de manter a placa traseira iluminada, à noite;
Penalidade - multa. Infração - média;
Penalidade - multa.

32
LEGISLAÇÃO DE TRÂNSITO

Art. 251. Utilizar as luzes do veículo: § 3º As penalidades são aplicáveis a pessoas físicas ou
I - o pisca-alerta, exceto em imobilizações ou situações jurídicas que incorram na infração, devendo a autoridade
de emergência; com circunscrição sobre a via restabelecer de imediato, se
II - baixa e alta de forma intermitente, exceto nas se- possível, as condições de normalidade para a circulação na
guintes situações: via. (Incluído pela Lei nº 13.281, de 2016)
a) a curtos intervalos, quando for conveniente advertir Art. 254. É proibido ao pedestre:
a outro condutor que se tem o propósito de ultrapassá-lo; I - permanecer ou andar nas pistas de rolamento, ex-
b) em imobilizações ou situação de emergência, como ceto para cruzá-las onde for permitido;
advertência, utilizando pisca-alerta; II - cruzar pistas de rolamento nos viadutos, pontes, ou
c) quando a sinalização de regulamentação da via de- túneis, salvo onde exista permissão;
terminar o uso do pisca-alerta: III - atravessar a via dentro das áreas de cruzamento,
Infração - média; salvo quando houver sinalização para esse fim;
Penalidade - multa. IV - utilizar-se da via em agrupamentos capazes de
Art. 252. Dirigir o veículo: perturbar o trânsito, ou para a prática de qualquer folgue-
I - com o braço do lado de fora; do, esporte, desfiles e similares, salvo em casos especiais e
II - transportando pessoas, animais ou volume à sua com a devida licença da autoridade competente;
esquerda ou entre os braços e pernas; V - andar fora da faixa própria, passarela, passagem
III - com incapacidade física ou mental temporária que aérea ou subterrânea;
comprometa a segurança do trânsito; VI - desobedecer à sinalização de trânsito específica;
IV - usando calçado que não se firme nos pés ou que Infração - leve;
comprometa a utilização dos pedais; Penalidade - multa, em 50% (cinquenta por cento) do
V - com apenas uma das mãos, exceto quando deva valor da infração de natureza leve.
fazer sinais regulamentares de braço, mudar a marcha do VII - (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.281, de 2016)
veículo, ou acionar equipamentos e acessórios do veículo; § 1º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.281, de 2016)
§ 2º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.281, de 2016)
VI - utilizando-se de fones nos ouvidos conectados a
§ 3º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.281, de 2016)
aparelhagem sonora ou de telefone celular;
Art. 255. Conduzir bicicleta em passeios onde não seja
Infração - média;
permitida a circulação desta, ou de forma agressiva, em de-
Penalidade - multa.
sacordo com o disposto no parágrafo único do art. 59:
VII - realizando a cobrança de tarifa com o veículo em
Infração - média;
movimento: (Incluído pela Lei nº 13.154, de 2015)
Penalidade - multa;
Infração - média; (Incluído pela Lei nº 13.154, de 2015)
Medida administrativa - remoção da bicicleta, median-
Penalidade - multa. (Incluído pela Lei nº 13.154, de te recibo para o pagamento da multa.
2015)
Parágrafo único. A hipótese prevista no inciso V carac- CAPÍTULO XVI
terizar-se-á como infração gravíssima no caso de o con- DAS PENALIDADES
dutor estar segurando ou manuseando telefone celular.
(Incluído pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência) Art. 256. A autoridade de trânsito, na esfera das com-
Art. 253. Bloquear a via com veículo: petências estabelecidas neste Código e dentro de sua cir-
Infração - gravíssima; cunscrição, deverá aplicar, às infrações nele previstas, as
Penalidade - multa e apreensão do veículo; seguintes penalidades:
Medida administrativa - remoção do veículo. I - advertência por escrito;
Art. 253-A. Usar qualquer veículo para, deliberada- II - multa;
mente, interromper, restringir ou perturbar a circulação III - suspensão do direito de dirigir;
na via sem autorização do órgão ou entidade de trânsito IV - (Revogado pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência)
com circunscrição sobre ela: (Incluído pela Lei nº 13. 281, V - cassação da Carteira Nacional de Habilitação;
de 2016) VI - cassação da Permissão para Dirigir;
Infração - gravíssima; (Incluído pela Lei nº 13.281, de VII - frequência obrigatória em curso de reciclagem.
2016) § 1º A aplicação das penalidades previstas neste Código
Penalidade - multa (vinte vezes) e suspensão do direito não elide as punições originárias de ilícitos penais decorren-
de dirigir por 12 (doze) meses; (Incluído pela Lei nº 13.281, tes de crimes de trânsito, conforme disposições de lei.
de 2016) § 2º (VETADO)
Medida administrativa - remoção do veículo. (Incluído § 3º A imposição da penalidade será comunicada aos
pela Lei nº 13.281, de 2016) órgãos ou entidades executivos de trânsito responsáveis
§ 1º Aplica-se a multa agravada em 60 (sessenta) vezes pelo licenciamento do veículo e habilitação do condutor.
aos organizadores da conduta prevista no caput. (Incluído Art. 257. As penalidades serão impostas ao condutor,
pela Lei nº 13.281, de 2016) ao proprietário do veículo, ao embarcador e ao transpor-
§ 2º Aplica-se em dobro a multa em caso de reincidên- tador, salvo os casos de descumprimento de obrigações e
cia no período de 12 (doze) meses. (Incluído pela Lei nº deveres impostos a pessoas físicas ou jurídicas expressa-
13.281, de 2016) mente mencionados neste Código.

33
LEGISLAÇÃO DE TRÂNSITO

§ 1º Aos proprietários e condutores de veículos serão § 1º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 13.281, de
impostas concomitantemente as penalidades de que trata 2016) (Vigência)
este Código toda vez que houver responsabilidade soli- § 2º Quando se tratar de multa agravada, o fator mul-
dária em infração dos preceitos que lhes couber observar, tiplicador ou índice adicional específico é o previsto neste
respondendo cada um de per si pela falta em comum que Código.
lhes for atribuída. § 3º (VETADO)
§ 2º Ao proprietário caberá sempre a responsabilida- § 4º (VETADO)
de pela infração referente à prévia regularização e preen- Art. 259. A cada infração cometida são computados os
chimento das formalidades e condições exigidas para o seguintes números de pontos:
trânsito do veículo na via terrestre, conservação e inaltera- I - gravíssima - sete pontos;
bilidade de suas características, componentes, agregados, II - grave - cinco pontos;
habilitação legal e compatível de seus condutores, quando III - média - quatro pontos;
esta for exigida, e outras disposições que deva observar. IV - leve - três pontos.
§ 3º Ao condutor caberá a responsabilidade pelas in- § 1º (VETADO)
frações decorrentes de atos praticados na direção do veí- § 2º (VETADO)
culo. § 3o (VETADO). (Incluído pela Lei nº 12.619, de 2012) (Vi-
§ 4º O embarcador é responsável pela infração relativa gência)
ao transporte de carga com excesso de peso nos eixos ou § 4o Ao condutor identificado no ato da infração será
no peso bruto total, quando simultaneamente for o único atribuída pontuação pelas infrações de sua responsabilida-
remetente da carga e o peso declarado na nota fiscal, fatu- de, nos termos previstos no § 3o do art. 257, excetuando-se
ra ou manifesto for inferior àquele aferido. aquelas praticadas por passageiros usuários do serviço de
§ 5º O transportador é o responsável pela infração transporte rodoviário de passageiros em viagens de lon-
relativa ao transporte de carga com excesso de peso nos ga distância transitando em rodovias com a utilização de
eixos ou quando a carga proveniente de mais de um em- ônibus, em linhas regulares intermunicipal, interestadual,
internacional e aquelas em viagem de longa distância por
barcador ultrapassar o peso bruto total.
fretamento e turismo ou de qualquer modalidade, exce-
§ 6º O transportador e o embarcador são solidaria-
tuadas as situações regulamentadas pelo Contran a teor
mente responsáveis pela infração relativa ao excesso de
do art. 65 da Lei no 9.503, de 23 de setembro de 1997 - Có-
peso bruto total, se o peso declarado na nota fiscal, fatura
digo de Trânsito Brasileiro.  (Incluído pela Lei nº 13.103, de
ou manifesto for superior ao limite legal.
2015) (Vigência)
§ 7º Não sendo imediata a identificação do infrator, o
Art. 260. As multas serão impostas e arrecadadas pelo
proprietário do veículo terá quinze dias de prazo, após a
órgão ou entidade de trânsito com circunscrição sobre a
notificação da autuação, para apresentá-lo, na forma em
via onde haja ocorrido a infração, de acordo com a compe-
que dispuser o CONTRAN, ao fim do qual, não o fazendo, tência estabelecida neste Código.
será considerado responsável pela infração. § 1º As multas decorrentes de infração cometida em
§ 8º Após o prazo previsto no parágrafo anterior, não unidade da Federação diversa da do licenciamento do veí-
havendo identificação do infrator e sendo o veículo de culo serão arrecadadas e compensadas na forma estabele-
propriedade de pessoa jurídica, será lavrada nova multa ao cida pelo CONTRAN.
proprietário do veículo, mantida a originada pela infração, § 2º As multas decorrentes de infração cometida em
cujo valor é o da multa multiplicada pelo número de infra- unidade da Federação diversa daquela do licenciamento
ções iguais cometidas no período de doze meses. do veículo poderão ser comunicadas ao órgão ou entida-
§ 9º O fato de o infrator ser pessoa jurídica não o exi- de responsável pelo seu licenciamento, que providenciará
me do disposto no § 3º do art. 258 e no art. 259. a notificação.
Art. 258. As infrações punidas com multa classificam- § 3º (Revogado pela Lei nº 9.602, de 1998)
se, de acordo com sua gravidade, em quatro categorias: § 4º Quando a infração for cometida com veículo li-
I - infração de natureza gravíssima, punida com mul- cenciado no exterior, em trânsito no território nacional, a
ta no valor de R$ 293,47 (duzentos e noventa e três reais multa respectiva deverá ser paga antes de sua saída do
e quarenta e sete centavos); (Redação dada pela Lei nº País, respeitado o princípio de reciprocidade.
13.281, de 2016) (Vigência) Art. 261. A penalidade de suspensão do direito de di-
II - infração de natureza grave, punida com multa no rigir será imposta nos seguintes casos: (Redação dada pela
valor de R$ 195,23 (cento e noventa e cinco reais e vinte e Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência)
três centavos); (Redação dada pela Lei nº 13.281, de 2016) I - sempre que o infrator atingir a contagem de 20
(Vigência) (vinte) pontos, no período de 12 (doze) meses, conforme a
III - infração de natureza média, punida com multa no pontuação prevista no art. 259; (Incluído pela Lei nº 13.281,
valor de R$ 130,16 (cento e trinta reais e dezesseis centa- de 2016) (Vigência)
vos); (Redação dada pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência) II - por transgressão às normas estabelecidas neste Có-
IV - infração de natureza leve, punida com multa no digo, cujas infrações preveem, de forma específica, a pena-
valor de R$ 88,38 (oitenta e oito reais e trinta e oito centa- lidade de suspensão do direito de dirigir. (Incluído pela Lei
vos). (Redação dada pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência) nº 13.281, de 2016) (Vigência)

34
LEGISLAÇÃO DE TRÂNSITO

§ 1º Os prazos para aplicação da penalidade de sus- Art. 263. A cassação do documento de habilitação
pensão do direito de dirigir são os seguintes: (Redação dar-se-á:
dada pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência) I - quando, suspenso o direito de dirigir, o infrator
 I - no caso do inciso I do caput: de 6 (seis) meses a conduzir qualquer veículo;
1 (um) ano e, no caso de reincidência no período de 12 II - no caso de reincidência, no prazo de doze meses,
(doze) meses, de 8 (oito) meses a 2 (dois) anos; (Incluído das infrações previstas no inciso III do art. 162 e nos arts.
pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência) 163, 164, 165, 173, 174 e 175;
 II - no caso do inciso II do caput: de 2 (dois) a 8 (oito) III - quando condenado judicialmente por delito de
meses, exceto para as infrações com prazo descrito no trânsito, observado o disposto no art. 160.
dispositivo infracional, e, no caso de reincidência no pe- § 1º Constatada, em processo administrativo, a irre-
ríodo de 12 (doze) meses, de 8 (oito) a 18 (dezoito) meses, gularidade na expedição do documento de habilitação, a
respeitado o disposto no inciso II do art. 263. (Incluído autoridade expedidora promoverá o seu cancelamento.
pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência) § 2º Decorridos dois anos da cassação da Carteira Na-
§ 2º Quando ocorrer a suspensão do direito de di- cional de Habilitação, o infrator poderá requerer sua rea-
rigir, a Carteira Nacional de Habilitação será devolvida a bilitação, submetendo-se a todos os exames necessários à
habilitação, na forma estabelecida pelo CONTRAN.
seu titular imediatamente após cumprida a penalidade e
Art. 264. (VETADO)
o curso de reciclagem.
Art. 265. As penalidades de suspensão do direito de
§ 3o A imposição da penalidade de suspensão do di-
dirigir e de cassação do documento de habilitação serão
reito de dirigir elimina os 20 (vinte) pontos computados
aplicadas por decisão fundamentada da autoridade de
para fins de contagem subsequente. (Incluído pela Lei nº trânsito competente, em processo administrativo, assegu-
12.547, de 2011) rado ao infrator amplo direito de defesa.
§ 4o (VETADO). (Incluído pela Lei nº 12.619, de 2012) Art. 266. Quando o infrator cometer, simultaneamente,
(Vigência) duas ou mais infrações, ser-lhe-ão aplicadas, cumulativa-
§ 5º O condutor que exerce atividade remunerada em mente, as respectivas penalidades.
veículo, habilitado na categoria C, D ou E, poderá optar Art. 267. Poderá ser imposta a penalidade de adver-
por participar de curso preventivo de reciclagem sem- tência por escrito à infração de natureza leve ou média,
pre que, no período de 1 (um) ano, atingir 14 (quatorze) passível de ser punida com multa, não sendo reinciden-
pontos, conforme regulamentação do Contran. (Redação te o infrator, na mesma infração, nos últimos doze meses,
dada pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência) quando a autoridade, considerando o prontuário do infra-
§ 6o Concluído o curso de reciclagem previsto no § tor, entender esta providência como mais educativa.
5 , o condutor terá eliminados os pontos que lhe tiverem
o
§ 1º A aplicação da advertência por escrito não elide
sido atribuídos, para fins de contagem subsequente. (In- o acréscimo do valor da multa prevista no § 3º do art. 258,
cluído pela Lei nº 13.154, de 2015) imposta por infração posteriormente cometida.
§ 7º O motorista que optar pelo curso previsto no § § 2º O disposto neste artigo aplica-se igualmente aos
5º não poderá fazer nova opção no período de 12 (doze) pedestres, podendo a multa ser transformada na participa-
meses. (Redação dada pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vi- ção do infrator em cursos de segurança viária, a critério da
gência) autoridade de trânsito.
§ 8o A pessoa jurídica concessionária ou permissioná- Art. 268. O infrator será submetido a curso de recicla-
ria de serviço público tem o direito de ser informada dos gem, na forma estabelecida pelo CONTRAN:
pontos atribuídos, na forma do art. 259, aos motoristas I - quando, sendo contumaz, for necessário à sua ree-
que integrem seu quadro funcional, exercendo atividade ducação;
remunerada ao volante, na forma que dispuser o Contran. II - quando suspenso do direito de dirigir;
(Incluído pela Lei nº 13.154, de 2015) III - quando se envolver em acidente grave para o qual
haja contribuído, independentemente de processo judicial;
§ 9º Incorrerá na infração prevista no inciso II do art.
IV - quando condenado judicialmente por delito de
162 o condutor que, notificado da penalidade de que tra-
trânsito;
ta este artigo, dirigir veículo automotor em via pública.
V - a qualquer tempo, se for constatado que o condu-
(Incluído pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência)
tor está colocando em risco a segurança do trânsito;
§ 10. O processo de suspensão do direito de dirigir VI - em outras situações a serem definidas pelo CON-
referente ao inciso II do caput deste artigo deverá ser ins- TRAN.
taurado concomitantemente com o processo de aplicação
da penalidade de multa. (Incluído pela Lei nº 13.281, de CAPÍTULO XVII
2016) (Vigência) DAS MEDIDAS ADMINISTRATIVAS
§ 11. O Contran regulamentará as disposições deste
artigo. (Incluído pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência) Art. 269. A autoridade de trânsito ou seus agentes,
Art. 262. (Revogado pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vi- na esfera das competências estabelecidas neste Código
gência) e dentro de sua circunscrição, deverá adotar as seguintes
medidas administrativas:

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LEGISLAÇÃO DE TRÂNSITO

I - retenção do veículo; § 6º Não efetuada a regularização no prazo a que


II - remoção do veículo; se refere o § 2o, será feito registro de restrição adminis-
III - recolhimento da Carteira Nacional de Habilitação; trativa no Renavam por órgão ou entidade executivo de
IV - recolhimento da Permissão para Dirigir; trânsito dos Estados e do Distrito Federal, que será retira-
V - recolhimento do Certificado de Registro; da após comprovada a regularização. (Incluído pela Lei nº
VI - recolhimento do Certificado de Licenciamento 13.160, de 2015)
Anual; § 7o O descumprimento das obrigações estabelecidas
VII - (VETADO) no § 2o resultará em recolhimento do veículo ao depósito,
VIII - transbordo do excesso de carga; aplicando-se, nesse caso, o disposto no art. 271. (Incluído
IX - realização de teste de dosagem de alcoolemia pela Lei nº 13.160, de 2015)
ou perícia de substância entorpecente ou que determine Art. 271. O veículo será removido, nos casos previstos
dependência física ou psíquica; neste Código, para o depósito fixado pelo órgão ou enti-
X - recolhimento de animais que se encontrem sol- dade competente, com circunscrição sobre a via.
tos nas vias e na faixa de domínio das vias de circulação,
§ 1o A restituição do veículo removido só ocorrerá
restituindo-os aos seus proprietários, após o pagamento
mediante prévio pagamento de multas, taxas e despesas
de multas e encargos devidos.
com remoção e estada, além de outros encargos previstos
XI - realização de exames de aptidão física, mental,
na legislação específica. (Incluído pela Lei nº 13.160, de
de legislação, de prática de primeiros socorros e de dire-
ção veicular. (Incluído pela Lei nº 9.602, de 1998) 2015)
§ 1º A ordem, o consentimento, a fiscalização, as § 2o A liberação do veículo removido é condiciona-
medidas administrativas e coercitivas adotadas pelas au- da ao reparo de qualquer componente ou equipamento
toridades de trânsito e seus agentes terão por objetivo obrigatório que não esteja em perfeito estado de funcio-
prioritário a proteção à vida e à incolumidade física da namento. (Incluído pela Lei nº 13.160, de 2015)
pessoa. § 3º Se o reparo referido no § 2º demandar providên-
§ 2º As medidas administrativas previstas neste arti- cia que não possa ser tomada no depósito, a autoridade
go não elidem a aplicação das penalidades impostas por responsável pela remoção liberará o veículo para reparo,
infrações estabelecidas neste Código, possuindo caráter na forma transportada, mediante autorização, assinalan-
complementar a estas. do prazo para reapresentação. (Redação dada pela Lei nº
§ 3º São documentos de habilitação a Carteira Na- 13.281, de 2016)
cional de Habilitação e a Permissão para Dirigir. § 4º Os serviços de remoção, depósito e guarda de
§ 4º Aplica-se aos animais recolhidos na forma do veículo poderão ser realizados por órgão público, direta-
inciso X o disposto nos arts. 271 e 328, no que couber. mente, ou por particular contratado por licitação pública,
Art. 270. O veículo poderá ser retido nos casos ex- sendo o proprietário do veículo o responsável pelo paga-
pressos neste Código. mento dos custos desses serviços. (Redação dada pela Lei
§ 1º Quando a irregularidade puder ser sanada no nº 13.281, de 2016)
local da infração, o veículo será liberado tão logo seja § 5o O proprietário ou o condutor deverá ser notifica-
regularizada a situação. do, no ato de remoção do veículo, sobre as providências
§ 2o Não sendo possível sanar a falha no local da necessárias à sua restituição e sobre o disposto no art.
infração, o veículo, desde que ofereça condições de se- 328, conforme regulamentação do CONTRAN. (Incluído
gurança para circulação, poderá ser liberado e entregue pela Lei nº 13.160, de 2015)
a condutor regularmente habilitado, mediante recolhi- § 6º Caso o proprietário ou o condutor não esteja
mento do Certificado de Licenciamento Anual, contra presente no momento da remoção do veículo, a autorida-
apresentação de recibo, assinalando-se prazo razoável
de de trânsito, no prazo de 10 (dez) dias contado da data
ao condutor para regularizar a situação, para o que se
da remoção, deverá expedir ao proprietário a notificação
considerará, desde logo, notificado. (Redação dada pela
prevista no § 5º, por remessa postal ou por outro meio
Lei nº 13.160, de 2015)
tecnológico hábil que assegure a sua ciência, e, caso reste
§ 3º O Certificado de Licenciamento Anual será de-
volvido ao condutor no órgão ou entidade aplicadores frustrada, a notificação poderá ser feita por edital. (Reda-
das medidas administrativas, tão logo o veículo seja ção dada pela Lei nº 13.281, de 2016)
apresentado à autoridade devidamente regularizado. § 7o  A notificação devolvida por desatualização do
§ 4º Não se apresentando condutor habilitado no endereço do proprietário do veículo ou por recusa des-
local da infração, o veículo será removido a depósito, se de recebê-la será considerada recebida para todos os
aplicando-se neste caso o disposto no art. 271. (Redação efeitos (Incluído pela Lei nº 13.160, de 2015)
dada pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência) § 8o Em caso de veículo licenciado no exterior, a no-
§ 5º A critério do agente, não se dará a retenção tificação será feita por edital. (Incluído pela Lei nº 13.160,
imediata, quando se tratar de veículo de transporte cole- de 2015)
tivo transportando passageiros ou veículo transportando § 9o Não caberá remoção nos casos em que a irregu-
produto perigoso ou perecível, desde que ofereça condi- laridade puder ser sanada no local da infração. (Incluído
ções de segurança para circulação em via pública. pela Lei nº 13.160, de 2015)

36
LEGISLAÇÃO DE TRÂNSITO

§ 10. O pagamento das despesas de remoção e esta- científicos, na forma disciplinada pelo Contran, permita
da será correspondente ao período integral, contado em certificar influência de álcool ou outra substância psicoa-
dias, em que efetivamente o veículo permanecer em de- tiva que determine dependência. (Redação dada pela Lei
pósito, limitado ao prazo de 6 (seis) meses. (Incluído pela nº 12.760, de 2012)
Lei nº 13.281, de 2016) § 1o (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 12.760,
§ 11. Os custos dos serviços de remoção e estada pres- de 2012)
tados por particulares poderão ser pagos pelo proprietário § 2o A infração prevista no art. 165 também poderá
diretamente ao contratado. (Incluído pela Lei nº 13.281, ser caracterizada mediante imagem, vídeo, constatação
de 2016) de sinais que indiquem, na forma disciplinada pelo Con-
§ 12. O disposto no § 11 não afasta a possibilidade de tran, alteração da capacidade psicomotora ou produção
o respectivo ente da Federação estabelecer a cobrança por de quaisquer outras provas em direito admitidas. (Reda-
meio de taxa instituída em lei. (Incluído pela Lei nº 13.281, ção dada pela Lei nº 12.760, de 2012)
de 2016) § 3º Serão aplicadas as penalidades e medidas ad-
§ 13. No caso de o proprietário do veículo objeto do ministrativas estabelecidas no art. 165-A deste Código ao
recolhimento comprovar, administrativa ou judicialmente, condutor que se recusar a se submeter a qualquer dos
que o recolhimento foi indevido ou que houve abuso no procedimentos previstos no caput deste artigo. (Redação
período de retenção em depósito, é da responsabilidade dada pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência)
do ente público a devolução das quantias pagas por força Art. 278. Ao condutor que se evadir da fiscalização,
deste artigo, segundo os mesmos critérios da devolução não submetendo veículo à pesagem obrigatória nos pon-
de multas indevidas. (Incluído pela Lei nº 13.281, de 2016) tos de pesagem, fixos ou móveis, será aplicada a penali-
Art. 272. O recolhimento da Carteira Nacional de Ha- dade prevista no art. 209, além da obrigação de retornar
bilitação e da Permissão para Dirigir dar-se-á mediante ao ponto de evasão para fim de pesagem obrigatória.
recibo, além dos casos previstos neste Código, quando Parágrafo único. No caso de fuga do condutor à ação
houver suspeita de sua inautenticidade ou adulteração. policial, a apreensão do veículo dar-se-á tão logo seja
Art. 273. O recolhimento do Certificado de Registro localizado, aplicando-se, além das penalidades em que
dar-se-á mediante recibo, além dos casos previstos neste incorre, as estabelecidas no art. 210.
Código, quando: Art. 279. Em caso de acidente com vítima, envolven-
I - houver suspeita de inautenticidade ou adulteração; do veículo equipado com registrador instantâneo de ve-
locidade e tempo, somente o perito oficial encarregado
II - se, alienado o veículo, não for transferida sua pro-
do levantamento pericial poderá retirar o disco ou unida-
priedade no prazo de trinta dias.
de armazenadora do registro.
Art. 274. O recolhimento do Certificado de Licencia-
mento Anual dar-se-á mediante recibo, além dos casos
CAPÍTULO XVIII
previstos neste Código, quando:
DO PROCESSO ADMINISTRATIVO
I - houver suspeita de inautenticidade ou adulteração;
Seção I
II - se o prazo de licenciamento estiver vencido;
Da Autuação
III - no caso de retenção do veículo, se a irregularida-
de não puder ser sanada no local.
Art. 280. Ocorrendo infração prevista na legislação
Art. 275. O transbordo da carga com peso excedente de trânsito, lavrar-se-á auto de infração, do qual cons-
é condição para que o veículo possa prosseguir viagem e tará:
será efetuado às expensas do proprietário do veículo, sem I - tipificação da infração;
prejuízo da multa aplicável. II - local, data e hora do cometimento da infração;
Parágrafo único. Não sendo possível desde logo aten- III - caracteres da placa de identificação do veículo,
der ao disposto neste artigo, o veículo será recolhido ao sua marca e espécie, e outros elementos julgados neces-
depósito, sendo liberado após sanada a irregularidade e sários à sua identificação;
pagas as despesas de remoção e estada. IV - o prontuário do condutor, sempre que possível;
Art. 276. Qualquer concentração de álcool por litro de V - identificação do órgão ou entidade e da autori-
sangue ou por litro de ar alveolar sujeita o condutor às dade ou agente autuador ou equipamento que compro-
penalidades previstas no art. 165. (Redação dada pela Lei var a infração;
nº 12.760, de 2012) VI - assinatura do infrator, sempre que possível, va-
Parágrafo único. O Contran disciplinará as margens lendo esta como notificação do cometimento da infração.
de tolerância quando a infração for apurada por meio de § 1º (VETADO)
aparelho de medição, observada a legislação metrológica. § 2º A infração deverá ser comprovada por decla-
(Redação dada pela Lei nº 12.760, de 2012) ração da autoridade ou do agente da autoridade de
Art. 277. O condutor de veículo automotor envolvido trânsito, por aparelho eletrônico ou por equipamento au-
em acidente de trânsito ou que for alvo de fiscalização de diovisual, reações químicas ou qualquer outro meio tecno-
trânsito poderá ser submetido a teste, exame clínico, pe- logicamente disponível, previamente regulamentado pelo
rícia ou outro procedimento que, por meios técnicos ou CONTRAN.

37
LEGISLAÇÃO DE TRÂNSITO

§ 3º Não sendo possível a autuação em flagrante, o § 2º Na hipótese de notificação por meio eletrônico, o
agente de trânsito relatará o fato à autoridade no próprio proprietário ou o condutor autuado será considerado no-
auto de infração, informando os dados a respeito do veícu- tificado 30 (trinta) dias após a inclusão da informação no
lo, além dos constantes nos incisos I, II e III, para o procedi- sistema eletrônico. (Incluído pela Lei nº 13.281, de 2016)
mento previsto no artigo seguinte. (Vigência)
§ 4º O agente da autoridade de trânsito competente § 3º O sistema previsto no caput  será certificado
para lavrar o auto de infração poderá ser servidor civil, es- digitalmente, atendidos os requisitos de autenticidade,
tatutário ou celetista ou, ainda, policial militar designado integridade, validade jurídica e interoperabilidade da In-
pela autoridade de trânsito com jurisdição sobre a via no fraestrutura de Chaves Públicas Brasileira (ICP-Brasil). (In-
âmbito de sua competência. cluído pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência)
Art. 283. (VETADO)
Seção II Art. 284. O pagamento da multa poderá ser efetuado
Do Julgamento das Autuações e Penalidades até a data do vencimento expressa na notificação, por
oitenta por cento do seu valor.
Art. 281. A autoridade de trânsito, na esfera da compe- § 1º Caso o infrator opte pelo sistema de notificação
tência estabelecida neste Código e dentro de sua circuns- eletrônica, se disponível, conforme regulamentação do
crição, julgará a consistência do auto de infração e aplicará Contran, e opte por não apresentar defesa prévia nem
a penalidade cabível. recurso, reconhecendo o cometimento da infração, po-
Parágrafo único. O auto de infração será arquivado e derá efetuar o pagamento da multa por 60% (sessenta
seu registro julgado insubsistente: por cento) do seu valor, em qualquer fase do processo,
I - se considerado inconsistente ou irregular; até o vencimento da multa. (Incluído pela Lei nº 13.281,
II - se, no prazo máximo de trinta dias, não for expe- de 2016) (Vigência)
dida a notificação da autuação. (Redação dada pela Lei nº § 2º O recolhimento do valor da multa não implica
9.602, de 1998) renúncia ao questionamento administrativo, que pode
Art. 282. Aplicada a penalidade, será expedida notifica- ser realizado a qualquer momento, respeitado o disposto
ção ao proprietário do veículo ou ao infrator, por remessa no § 1º. (Incluído pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência)
postal ou por qualquer outro meio tecnológico hábil, que § 3º Não incidirá cobrança moratória e não poderá
assegure a ciência da imposição da penalidade. ser aplicada qualquer restrição, inclusive para fins de li-
§ 1º A notificação devolvida por desatualização do en- cenciamento e transferência, enquanto não for encerrada
dereço do proprietário do veículo será considerada válida a instância administrativa de julgamento de infrações e
para todos os efeitos. penalidades. (Incluído pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vi-
§ 2º A notificação a pessoal de missões diplomáticas, gência)
de repartições consulares de carreira e de representações § 4º Encerrada a instância administrativa de julga-
de organismos internacionais e de seus integrantes será re- mento de infrações e penalidades, a multa não paga até
metida ao Ministério das Relações Exteriores para as provi- o vencimento será acrescida de juros de mora equiva-
dências cabíveis e cobrança dos valores, no caso de multa. lentes à taxa referencial do Sistema Especial de Liquida-
§ 3º Sempre que a penalidade de multa for imposta a ção e de Custódia (Selic) para títulos federais acumulada
condutor, à exceção daquela de que trata o § 1º do art. 259, mensalmente, calculados a partir do mês subsequente ao
a notificação será encaminhada ao proprietário do veículo, da consolidação até o mês anterior ao do pagamento, e
responsável pelo seu pagamento. de 1% (um por cento) relativamente ao mês em que o
§ 4º Da notificação deverá constar a data do término pagamento estiver sendo efetuado. (Incluído pela Lei nº
do prazo para apresentação de recurso pelo responsável 13.281, de 2016) (Vigência)
pela infração, que não será inferior a trinta dias contados Art. 285. O recurso previsto no art. 283 será interpos-
da data da notificação da penalidade. (Incluído pela Lei nº to perante a autoridade que impôs a penalidade, a qual
9.602, de 1998) remetê-lo-á à JARI, que deverá julgá-lo em até trinta dias.
§ 5º No caso de penalidade de multa, a data estabele- § 1º O recurso não terá efeito suspensivo.
cida no parágrafo anterior será a data para o recolhimento § 2º A autoridade que impôs a penalidade remeterá
de seu valor. (Incluído pela Lei nº 9.602, de 1998) o recurso ao órgão julgador, dentro dos dez dias úteis
Art. 282-A. O proprietário do veículo ou o condutor subsequentes à sua apresentação, e, se o entender in-
autuado poderá optar por ser notificado por meio eletrô- tempestivo, assinalará o fato no despacho de encaminha-
nico se o órgão do Sistema Nacional de Trânsito responsá- mento.
vel pela autuação oferecer essa opção. (Incluído pela Lei nº § 3º Se, por motivo de força maior, o recurso não for
13.281, de 2016) (Vigência) julgado dentro do prazo previsto neste artigo, a autorida-
§ 1º O proprietário ou o condutor autuado que optar de que impôs a penalidade, de ofício, ou por solicitação
pela notificação por meio eletrônico deverá manter seu ca- do recorrente, poderá conceder-lhe efeito suspensivo.
dastro atualizado no órgão executivo de trânsito do Estado Art. 286. O recurso contra a imposição de multa po-
ou do Distrito Federal. (Incluído pela Lei nº 13.281, de 2016) derá ser interposto no prazo legal, sem o recolhimento
(Vigência) do seu valor.

38
LEGISLAÇÃO DE TRÂNSITO

§ 1º No caso de não provimento do recurso, aplicar- CAPÍTULO XIX


se-á o estabelecido no parágrafo único do art. 284. DOS CRIMES DE TRÂNSITO
§ 2º Se o infrator recolher o valor da multa e apre- Seção I
sentar recurso, se julgada improcedente a penalidade, Disposições Gerais
ser-lhe-á devolvida a importância paga, atualizada em
UFIR ou por índice legal de correção dos débitos fiscais. Art. 291. Aos crimes cometidos na direção de veí-
Art. 287. Se a infração for cometida em localidade culos automotores, previstos neste Código, aplicam-se as
diversa daquela do licenciamento do veículo, o recurso normas gerais do Código Penal e do Código de Processo
poderá ser apresentado junto ao órgão ou entidade de Penal, se este Capítulo não dispuser de modo diverso, bem
trânsito da residência ou domicílio do infrator. como a Lei nº 9.099, de 26 de setembro de 1995, no que
Parágrafo único. A autoridade de trânsito que rece- couber.
ber o recurso deverá remetê-lo, de pronto, à autoridade § 1o Aplica-se aos crimes de trânsito de lesão corporal
que impôs a penalidade acompanhado das cópias dos culposa o disposto nos arts. 74, 76 e 88 da Lei no 9.099, de
prontuários necessários ao julgamento. 26 de setembro de 1995, exceto se o agente estiver: (Re-
Art. 288. Das decisões da JARI cabe recurso a ser in- numerado do parágrafo único pela Lei nº 11.705, de 2008)
terposto, na forma do artigo seguinte, no prazo de trinta I - sob a influência de álcool ou qualquer outra subs-
dias contado da publicação ou da notificação da decisão. tância psicoativa que determine dependência; (Incluído
§ 1º O recurso será interposto, da decisão do não pela Lei nº 11.705, de 2008)
provimento, pelo responsável pela infração, e da decisão II - participando, em via pública, de corrida, disputa ou
de provimento, pela autoridade que impôs a penalidade. competição automobilística, de exibição ou demonstração
§ 2º (Revogado pela Lei nº 12.249, de 2010) de perícia em manobra de veículo automotor, não auto-
Art. 289. O recurso de que trata o artigo anterior será rizada pela autoridade competente; (Incluído pela Lei nº
apreciado no prazo de trinta dias: 11.705, de 2008)
I - tratando-se de penalidade imposta pelo órgão ou III - transitando em velocidade superior à máxima per-
entidade de trânsito da União: mitida para a via em 50 km/h (cinquenta quilômetros por
a) em caso de suspensão do direito de dirigir por mais hora). (Incluído pela Lei nº 11.705, de 2008)
de seis meses, cassação do documento de habilitação ou § 2o Nas hipóteses previstas no § 1o deste artigo, deve-
penalidade por infrações gravíssimas, pelo CONTRAN; rá ser instaurado inquérito policial para a investigação da
b) nos demais casos, por colegiado especial integra- infração penal. (Incluído pela Lei nº 11.705, de 2008)
do pelo Coordenador-Geral da JARI, pelo Presidente da Art. 292. A suspensão ou a proibição de se obter a
Junta que apreciou o recurso e por mais um Presidente permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor
de Junta; pode ser imposta isolada ou cumulativamente com outras
II - tratando-se de penalidade imposta por órgão ou penalidades. (Redação dada pela Lei nº 12.971, de 2014)
entidade de trânsito estadual, municipal ou do Distrito (Vigência)
Federal, pelos CETRAN E CONTRANDIFE, respectivamente. Art. 293. A penalidade de suspensão ou de proibição
Parágrafo único. No caso da alínea b do inciso I, de se obter a permissão ou a habilitação, para dirigir veícu-
quando houver apenas uma JARI, o recurso será julgado lo automotor, tem a duração de dois meses a cinco anos.
por seus próprios membros. § 1º Transitada em julgado a sentença condenatória,
Art. 290. Implicam encerramento da instância admi- o réu será intimado a entregar à autoridade judiciária, em
nistrativa de julgamento de infrações e penalidades: (Re- quarenta e oito horas, a Permissão para Dirigir ou a Carteira
dação dada pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência) de Habilitação.
I - o julgamento do recurso de que tratam os arts. 288 § 2º A penalidade de suspensão ou de proibição de
e 289; (Incluído pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência) se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo
II - a não interposição do recurso no prazo legal; e automotor não se inicia enquanto o sentenciado, por efeito
(Incluído pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência) de condenação penal, estiver recolhido a estabelecimento
III - o pagamento da multa, com reconhecimento da prisional.
infração e requerimento de encerramento do processo na Art. 294. Em qualquer fase da investigação ou da ação
fase em que se encontra, sem apresentação de defesa ou penal, havendo necessidade para a garantia da ordem pú-
recurso. (Incluído pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência) blica, poderá o juiz, como medida cautelar, de ofício, ou
Parágrafo único. Esgotados os recursos, as penalida- a requerimento do Ministério Público ou ainda mediante
des aplicadas nos termos deste Código serão cadastradas representação da autoridade policial, decretar, em decisão
no RENACH. motivada, a suspensão da permissão ou da habilitação para
dirigir veículo automotor, ou a proibição de sua obtenção.
Parágrafo único. Da decisão que decretar a suspensão
ou a medida cautelar, ou da que indeferir o requerimento
do Ministério Público, caberá recurso em sentido estrito,
sem efeito suspensivo.

39
LEGISLAÇÃO DE TRÂNSITO

Art. 295. A suspensão para dirigir veículo automotor I - não possuir Permissão para Dirigir ou Carteira de Ha-
ou a proibição de se obter a permissão ou a habilitação bilitação; (Incluído pela Lei nº 12.971, de 2014) (Vigência)
será sempre comunicada pela autoridade judiciária ao II - praticá-lo em faixa de pedestres ou na calçada; (In-
Conselho Nacional de Trânsito - CONTRAN, e ao órgão de cluído pela Lei nº 12.971, de 2014) (Vigência)
trânsito do Estado em que o indiciado ou réu for domici- III - deixar de prestar socorro, quando possível fazê-lo
liado ou residente. sem risco pessoal, à vítima do acidente; (Incluído pela Lei
Art. 296. Se o réu for reincidente na prática de crime nº 12.971, de 2014) (Vigência)
previsto neste Código, o juiz aplicará a penalidade de sus- IV - no exercício de sua profissão ou atividade, estiver
pensão da permissão ou habilitação para dirigir veículo au- conduzindo veículo de transporte de passageiros. (Incluído
tomotor, sem prejuízo das demais sanções penais cabíveis. pela Lei nº 12.971, de 2014) (Vigência)
(Redação dada pela Lei nº 11.705, de 2008) V - (Revogado pela Lei nº 11.705, de 2008)
Art. 297. A penalidade de multa reparatória consiste § 2o (Revogado pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência)
no pagamento, mediante depósito judicial em favor da ví- Art. 303. Praticar lesão corporal culposa na direção de
tima, ou seus sucessores, de quantia calculada com base no veículo automotor:
disposto no § 1º do art. 49 do Código Penal, sempre que Penas - detenção, de seis meses a dois anos e suspen-
houver prejuízo material resultante do crime. são ou proibição de se obter a permissão ou a habilitação
§ 1º A multa reparatória não poderá ser superior ao para dirigir veículo automotor.
valor do prejuízo demonstrado no processo. Parágrafo único. Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço)
§ 2º Aplica-se à multa reparatória o disposto nos arts. à metade, se ocorrer qualquer das hipóteses do § 1o do art.
50 a 52 do Código Penal. 302. (Redação dada pela Lei nº 12.971, de 2014) (Vigência)
§ 3º Na indenização civil do dano, o valor da multa Art. 304. Deixar o condutor do veículo, na ocasião do
reparatória será descontado. acidente, de prestar imediato socorro à vítima, ou, não po-
Art. 298. São circunstâncias que sempre agravam as dendo fazê-lo diretamente, por justa causa, deixar de soli-
penalidades dos crimes de trânsito ter o condutor do veí- citar auxílio da autoridade pública:
culo cometido a infração: Penas - detenção, de seis meses a um ano, ou multa, se
I - com dano potencial para duas ou mais pessoas ou o fato não constituir elemento de crime mais grave.
com grande risco de grave dano patrimonial a terceiros; Parágrafo único. Incide nas penas previstas neste ar-
II - utilizando o veículo sem placas, com placas falsas tigo o condutor do veículo, ainda que a sua omissão seja
ou adulteradas; suprida por terceiros ou que se trate de vítima com morte
III - sem possuir Permissão para Dirigir ou Carteira de instantânea ou com ferimentos leves.
Habilitação; Art. 305. Afastar-se o condutor do veículo do local do
IV - com Permissão para Dirigir ou Carteira de Habili- acidente, para fugir à responsabilidade penal ou civil que
tação de categoria diferente da do veículo; lhe possa ser atribuída:
V - quando a sua profissão ou atividade exigir cuida- Penas - detenção, de seis meses a um ano, ou multa.
dos especiais com o transporte de passageiros ou de carga; Art. 306. Conduzir veículo automotor com capacidade
VI - utilizando veículo em que tenham sido adultera- psicomotora alterada em razão da influência de álcool ou
dos equipamentos ou características que afetem a sua se- de outra substância psicoativa que determine dependên-
gurança ou o seu funcionamento de acordo com os limites cia: (Redação dada pela Lei nº 12.760, de 2012)
de velocidade prescritos nas especificações do fabricante; Penas - detenção, de seis meses a três anos, multa e
VII - sobre faixa de trânsito temporária ou permanen- suspensão ou proibição de se obter a permissão ou a habi-
temente destinada a pedestres. litação para dirigir veículo automotor.
Art. 299. (VETADO) § 1o As condutas previstas no caput serão constatadas
Art. 300. (VETADO) por: (Incluído pela Lei nº 12.760, de 2012)
Art. 301. Ao condutor de veículo, nos casos de aciden- I - concentração igual ou superior a 6 decigramas de
tes de trânsito de que resulte vítima, não se imporá a prisão álcool por litro de sangue ou igual ou superior a 0,3 mili-
em flagrante, nem se exigirá fiança, se prestar pronto e in- grama de álcool por litro de ar alveolar; ou (Incluído pela
tegral socorro àquela. Lei nº 12.760, de 2012)
II - sinais que indiquem, na forma disciplinada pelo
Seção II Contran, alteração da capacidade psicomotora. (Incluído
Dos Crimes em Espécie pela Lei nº 12.760, de 2012)
§ 2o A verificação do disposto neste artigo poderá ser
Art. 302. Praticar homicídio culposo na direção de veí- obtida mediante teste de alcoolemia ou toxicológico, exa-
culo automotor: me clínico, perícia, vídeo, prova testemunhal ou outros
Penas - detenção, de dois a quatro anos, e suspensão meios de prova em direito admitidos, observado o direito
ou proibição de se obter a permissão ou a habilitação para à contraprova. (Redação dada pela Lei nº 12.971, de 2014)
dirigir veículo automotor. (Vigência)
§ 1o No homicídio culposo cometido na direção de veí- § 3o O Contran disporá sobre a equivalência entre os
culo automotor, a pena é aumentada de 1/3 (um terço) à distintos testes de alcoolemia ou toxicológicos para efeito
metade, se o agente: (Incluído pela Lei nº 12.971, de 2014) de caracterização do crime tipificado neste artigo. (Reda-
(Vigência) ção dada pela Lei nº 12.971, de 2014) (Vigência)

40
LEGISLAÇÃO DE TRÂNSITO

Art. 307. Violar a suspensão ou a proibição de se obter Art. 312-A. Para os crimes relacionados nos arts. 302
a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor a 312 deste Código, nas situações em que o juiz aplicar a
imposta com fundamento neste Código: substituição de pena privativa de liberdade por pena res-
Penas - detenção, de seis meses a um ano e multa, tritiva de direitos, esta deverá ser de prestação de serviço à
com nova imposição adicional de idêntico prazo de sus- comunidade ou a entidades públicas, em uma das seguintes
pensão ou de proibição. atividades: (Incluído pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência)
Parágrafo único. Nas mesmas penas incorre o conde- I - trabalho, aos fins de semana, em equipes de resgate
nado que deixa de entregar, no prazo estabelecido no § dos corpos de bombeiros e em outras unidades móveis es-
1º do art. 293, a Permissão para Dirigir ou a Carteira de pecializadas no atendimento a vítimas de trânsito; (Incluído
Habilitação. pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência)
 Art. 308. Participar, na direção de veículo automotor, II - trabalho em unidades de pronto-socorro de hos-
em via pública, de corrida, disputa ou competição automo- pitais da rede pública que recebem vítimas de acidente de
bilística não autorizada pela autoridade competente, ge- trânsito e politraumatizados; (Incluído pela Lei nº 13.281, de
rando situação de risco à incolumidade pública ou privada: 2016) (Vigência)
(Redação dada pela Lei nº 12.971, de 2014) (Vigência) III - trabalho em clínicas ou instituições especializadas
Penas - detenção, de 6 (seis) meses a 3 (três) anos, mul- na recuperação de acidentados de trânsito; (Incluído pela
ta e suspensão ou proibição de se obter a permissão ou a Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência)
habilitação para dirigir veículo automotor. (Redação dada IV - outras atividades relacionadas ao resgate, atendi-
pela Lei nº 12.971, de 2014) (Vigência) mento e recuperação de vítimas de acidentes de trânsito.
§ 1o Se da prática do crime previsto no caput resultar (Incluído pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência)
lesão corporal de natureza grave, e as circunstâncias de-
monstrarem que o agente não quis o resultado nem as- CAPÍTULO XX
sumiu o risco de produzi-lo, a pena privativa de liberdade DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
é de reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, sem prejuízo das
outras penas previstas neste artigo. (Incluído pela Lei nº Art. 313. O Poder Executivo promoverá a nomeação
12.971, de 2014) (Vigência) 
dos membros do CONTRAN no prazo de sessenta dias da
§ 2o Se da prática do crime previsto no caput resultar
publicação deste Código.
morte, e as circunstâncias demonstrarem que o agente não
Art. 314. O CONTRAN tem o prazo de duzentos e qua-
quis o resultado nem assumiu o risco de produzi-lo, a pena
renta dias a partir da publicação deste Código para expe-
privativa de liberdade é de reclusão de 5 (cinco) a 10 (dez)
dir as resoluções necessárias à sua melhor execução, bem
anos, sem prejuízo das outras penas previstas neste artigo.
como revisar todas as resoluções anteriores à sua publica-
(Incluído pela Lei nº 12.971, de 2014) (Vigência) 
ção, dando prioridade àquelas que visam a diminuir o nú-
Art. 309. Dirigir veículo automotor, em via pública, sem
a devida Permissão para Dirigir ou Habilitação ou, ainda, se mero de acidentes e a assegurar a proteção de pedestres.
cassado o direito de dirigir, gerando perigo de dano: Parágrafo único. As resoluções do CONTRAN, existen-
Penas - detenção, de seis meses a um ano, ou multa. tes até a data de publicação deste Código, continuam em
Art. 310. Permitir, confiar ou entregar a direção de veí- vigor naquilo em que não conflitem com ele.
culo automotor a pessoa não habilitada, com habilitação Art. 315. O Ministério da Educação e do Desporto, me-
cassada ou com o direito de dirigir suspenso, ou, ainda, a diante proposta do CONTRAN, deverá, no prazo de duzen-
quem, por seu estado de saúde, física ou mental, ou por tos e quarenta dias contado da publicação, estabelecer o
embriaguez, não esteja em condições de conduzi-lo com currículo com conteúdo programático relativo à segurança
segurança: e à educação de trânsito, a fim de atender o disposto neste
Penas - detenção, de seis meses a um ano, ou multa. Código.
Art. 310-A. (VETADO) (Incluído pela Lei nº 12.619, de Art. 316. O prazo de notificação previsto no inciso II
2012) (Vigência) do parágrafo único do art. 281 só entrará em vigor após
Art. 311. Trafegar em velocidade incompatível com a duzentos e quarenta dias contados da publicação desta Lei.
segurança nas proximidades de escolas, hospitais, estações Art. 317. Os órgãos e entidades de trânsito concederão
de embarque e desembarque de passageiros, logradouros prazo de até um ano para a adaptação dos veículos de con-
estreitos, ou onde haja grande movimentação ou concen- dução de escolares e de aprendizagem às normas do inciso
tração de pessoas, gerando perigo de dano: III do art. 136 e art. 154, respectivamente.
Penas - detenção, de seis meses a um ano, ou multa. Art. 318. (VETADO)
Art. 312. Inovar artificiosamente, em caso de aciden- Art. 319. Enquanto não forem baixadas novas normas
te automobilístico com vítima, na pendência do respectivo pelo CONTRAN, continua em vigor o disposto no art. 92 do
procedimento policial preparatório, inquérito policial ou Regulamento do Código Nacional de Trânsito - Decreto nº
processo penal, o estado de lugar, de coisa ou de pessoa, 62.127, de 16 de janeiro de 1968.
a fim de induzir a erro o agente policial, o perito, ou juiz: Art. 319-A. Os valores de multas constantes deste Có-
Penas - detenção, de seis meses a um ano, ou multa. digo poderão ser corrigidos monetariamente pelo Contran,
Parágrafo único. Aplica-se o disposto neste artigo, ain- respeitado o limite da variação do Índice Nacional de Pre-
da que não iniciados, quando da inovação, o procedimento ços ao Consumidor Amplo (IPCA) no exercício anterior. (In-
preparatório, o inquérito ou o processo aos quais se refere. cluído pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência)

41
LEGISLAÇÃO DE TRÂNSITO

Parágrafo único. Os novos valores decorrentes do dis- Art. 326. A Semana Nacional de Trânsito será come-
posto no caput serão divulgados pelo Contran com, no mí- morada anualmente no período compreendido entre 18 e
nimo, 90 (noventa) dias de antecedência de sua aplicação. 25 de setembro.
(Incluído pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência) Art. 327. A partir da publicação deste Código, somen-
Art. 320. A receita arrecadada com a cobrança das te poderão ser fabricados e licenciados veículos que obe-
multas de trânsito será aplicada, exclusivamente, em sina- deçam aos limites de peso e dimensões fixados na forma
lização, engenharia de tráfego, de campo, policiamento, desta Lei, ressalvados os que vierem a ser regulamentados
fiscalização e educação de trânsito. pelo CONTRAN.
§ 1º O percentual de cinco por cento do valor das mul- Parágrafo único. (VETADO)
tas de trânsito arrecadadas será depositado, mensalmente, Art. 328. O veículo apreendido ou removido a qual-
na conta de fundo de âmbito nacional destinado à segu- quer título e não reclamado por seu proprietário dentro do
rança e educação de trânsito. (Redação dada pela Lei nº prazo de sessenta dias, contado da data de recolhimento,
13.281, de 2016) (Vigência) será avaliado e levado a leilão, a ser realizado preferen-
§ 2º O órgão responsável deverá publicar, anualmente, cialmente por meio eletrônico. (Redação dada pela Lei nº
na rede mundial de computadores (internet), dados sobre 13.160, de 2015)
a receita arrecadada com a cobrança de multas de trânsito § 1o Publicado o edital do leilão, a preparação poderá
e sua destinação. (Incluído pela Lei nº 13. 281, de 2016) ser iniciada após trinta dias, contados da data de recolhi-
(Vigência) mento do veículo, o qual será classificado em duas catego-
Art. 320-A. Os órgãos e as entidades do Sistema Na- rias: (Incluído pela Lei nº 13.160, de 2015)
cional de Trânsito poderão integrar-se para a ampliação e I – conservado, quando apresenta condições de segu-
o aprimoramento da fiscalização de trânsito, inclusive por rança para trafegar; e (Incluído pela Lei nº 13.160, de 2015)
meio do compartilhamento da receita arrecadada com a II – sucata, quando não está apto a trafegar. (Incluído
cobrança das multas de trânsito. (Redação dada pela Lei nº pela Lei nº 13.160, de 2015)
13.281, de 2016) § 2o Se não houver oferta igual ou superior ao valor da
Art. 321. (VETADO) avaliação, o lote será incluído no leilão seguinte, quando
Art. 322. (VETADO) será arrematado pelo maior lance, desde que por valor não
Art. 323. O CONTRAN, em cento e oitenta dias, fixará a inferior a cinquenta por cento do avaliado. (Incluído pela
metodologia de aferição de peso de veículos, estabelecen- Lei nº 13.160, de 2015)
do percentuais de tolerância, sendo durante este período § 3o  Mesmo classificado como conservado, o veículo
suspensa a vigência das penalidades previstas no inciso V que for levado a leilão por duas vezes e não for arrematado
do art. 231, aplicando-se a penalidade de vinte UFIR por será leiloado como sucata. (Incluído pela Lei nº 13.160, de
duzentos quilogramas ou fração de excesso. 2015)
Parágrafo único. Os limites de tolerância a que se refe- § 4o É vedado o retorno do veículo leiloado como suca-
re este artigo, até a sua fixação pelo CONTRAN, são aque- ta à circulação. (Incluído pela Lei nº 13.160, de 2015)
les estabelecidos pela Lei nº 7.408, de 25 de novembro de § 5o A cobrança das despesas com estada no depósito
1985. será limitada ao prazo de seis meses. (Incluído pela Lei nº
Art. 324. (VETADO) 13.160, de 2015)
Art. 325. As repartições de trânsito conservarão por, § 6o Os valores arrecadados em leilão deverão ser utili-
no mínimo, 5 (cinco) anos os documentos relativos à ha- zados para custeio da realização do leilão, dividindo-se os
bilitação de condutores, ao registro e ao licenciamento de custos entre os veículos arrematados, proporcionalmente
veículos e aos autos de infração de trânsito. (Redação dada ao valor da arrematação, e destinando-se os valores rema-
pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência) nescentes, na seguinte ordem, para: (Incluído pela Lei nº
§ 1º Os documentos previstos no caput poderão ser 13.160, de 2015)
gerados e tramitados eletronicamente, bem como arqui- I – as despesas com remoção e estada; (Incluído pela
vados e armazenados em meio digital, desde que assegu- Lei nº 13.160, de 2015)
rada a autenticidade, a fidedignidade, a confiabilidade e a II – os tributos vinculados ao veículo, na forma do § 10;
segurança das informações, e serão válidos para todos os (Incluído pela Lei nº 13.160, de 2015)
efeitos legais, sendo dispensada, nesse caso, a sua guarda III – os credores trabalhistas, tributários e titulares de
física. (Incluído pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência) crédito com garantia real, segundo a ordem de preferência
§ 2º O Contran regulamentará a geração, a tramitação, estabelecida no art. 186 da Lei no 5.172, de 25 de outubro
o arquivamento, o armazenamento e a eliminação de do- de 1966 (Código Tributário Nacional); (Incluído pela Lei nº
cumentos eletrônicos e físicos gerados em decorrência da 13.160, de 2015)
aplicação das disposições deste Código. (Incluído pela Lei IV – as multas devidas ao órgão ou à entidade respon-
nº 13.281, de 2016) (Vigência) sável pelo leilão; (Incluído pela Lei nº 13.160, de 2015)
§ 3º Na hipótese prevista nos §§ 1º e 2º, o sistema de- V – as demais multas devidas aos órgãos integrantes
verá ser certificado digitalmente, atendidos os requisitos do Sistema Nacional de Trânsito, segundo a ordem crono-
de autenticidade, integridade, validade jurídica e interope- lógica; e (Incluído pela Lei nº 13.160, de 2015)
rabilidade da Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira VI – os demais créditos, segundo a ordem de preferên-
(ICP-Brasil). (Incluído pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência) cia legal. (Incluído pela Lei nº 13.160, de 2015)

42
LEGISLAÇÃO DE TRÂNSITO

§ 7o  Sendo insuficiente o valor arrecadado para qui- bem e à destinação exclusiva, ambientalmente adequada,
tar os débitos incidentes sobre o veículo, a situação será à reciclagem siderúrgica, vedado qualquer aproveitamento
comunicada aos credores. (Incluído pela Lei nº 13.160, de de peças e partes. (Incluído pela Lei nº 13.281, de 2016)
2015) (Vigência)
§ 8o Os órgãos públicos responsáveis serão comunica- § 18. Os veículos sinistrados irrecuperáveis queima-
dos do leilão previamente para que formalizem a desvincu- dos, adulterados ou estrangeiros, bem como aqueles sem
lação dos ônus incidentes sobre o veículo no prazo máximo possibilidade de regularização perante o órgão de trânsi-
de dez dias. (Incluído pela Lei nº 13.160, de 2015) to, serão destinados à reciclagem, independentemente do
§ 9o Os débitos incidentes sobre o veículo antes da período em que estejam em depósito, respeitado o prazo
alienação administrativa ficam dele automaticamente des- previsto no caput deste artigo, sempre que a autoridade
vinculados, sem prejuízo da cobrança contra o proprietário responsável pelo leilão julgar ser essa a medida apropriada.
anterior. (Incluído pela Lei nº 13.160, de 2015) (Incluído pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência)
§ 10. Aplica-se o disposto no § 9o inclusive ao débito Art. 329. Os condutores dos veículos de que tratam os
relativo a tributo cujo fato gerador seja a propriedade, o arts. 135 e 136, para exercerem suas atividades, deverão
domínio útil, a posse, a circulação ou o licenciamento de apresentar, previamente, certidão negativa do registro de
veículo. (Incluído pela Lei nº 13.160, de 2015) distribuição criminal relativamente aos crimes de homicí-
§ 11. Na hipótese de o antigo proprietário reaver o dio, roubo, estupro e corrupção de menores, renovável a
veículo, por qualquer meio, os débitos serão novamente cada cinco anos, junto ao órgão responsável pela respecti-
vinculados ao bem, aplicando-se, nesse caso, o disposto va concessão ou autorização.
nos §§ 1o, 2o e 3o do art. 271. (Incluído pela Lei nº 13.160, Art. 330. Os estabelecimentos onde se executem re-
de 2015) formas ou recuperação de veículos e os que comprem,
§ 12. Quitados os débitos, o saldo remanescente será vendam ou desmontem veículos, usados ou não, são obri-
depositado em conta específica do órgão responsável pela gados a possuir livros de registro de seu movimento de en-
realização do leilão e ficará à disposição do antigo proprie- trada e saída e de uso de placas de experiência, conforme
tário, devendo ser expedida notificação a ele, no máximo modelos aprovados e rubricados pelos órgãos de trânsito.
em trinta dias após a realização do leilão, para o levanta- § 1º Os livros indicarão:
mento do valor no prazo de cinco anos, após os quais o I - data de entrada do veículo no estabelecimento;
valor será transferido, definitivamente, para o fundo a que II - nome, endereço e identidade do proprietário ou
se refere o parágrafo único do art. 320. (Incluído pela Lei nº vendedor;
13.160, de 2015) III - data da saída ou baixa, nos casos de desmonta-
§ 13. Aplica-se o disposto neste artigo, no que couber,
gem;
ao animal recolhido, a qualquer título, e não reclamado por
IV - nome, endereço e identidade do comprador;
seu proprietário no prazo de sessenta dias, a contar da data
V - características do veículo constantes do seu certi-
de recolhimento, conforme regulamentação do CONTRAN.
ficado de registro;
(Incluído pela Lei nº 13.160, de 2015)
VI - número da placa de experiência.
§ 14. Se identificada a existência de restrição policial
§ 2º Os livros terão suas páginas numeradas tipografi-
ou judicial sobre o prontuário do veículo, a autoridade
camente e serão encadernados ou em folhas soltas, sendo
responsável pela restrição será notificada para a retirada
que, no primeiro caso, conterão termo de abertura e en-
do bem do depósito, mediante a quitação das despesas
cerramento lavrados pelo proprietário e rubricados pela re-
com remoção e estada, ou para a autorização do leilão nos
termos deste artigo. (Redação dada pela Lei nº 13.281, de partição de trânsito, enquanto, no segundo, todas as folhas
2016) (Vigência) serão autenticadas pela repartição de trânsito.
§ 15. Se no prazo de 60 (sessenta) dias, a contar da no- § 3º A entrada e a saída de veículos nos estabeleci-
tificação de que trata o § 14, não houver manifestação da mentos referidos neste artigo registrar-se-ão no mesmo
autoridade responsável pela restrição judicial ou policial, dia em que se verificarem assinaladas, inclusive, as horas
estará o órgão de trânsito autorizado a promover o leilão a elas correspondentes, podendo os veículos irregulares lá
do veículo nos termos deste artigo. (Incluído pela Lei nº encontrados ou suas sucatas ser apreendidos ou retidos
13.281, de 2016) (Vigência) para sua completa regularização.
§ 16. Os veículos, sucatas e materiais inservíveis de § 4º As autoridades de trânsito e as autoridades poli-
bens automotores que se encontrarem nos depósitos há ciais terão acesso aos livros sempre que o solicitarem, não
mais de 1 (um) ano poderão ser destinados à reciclagem, podendo, entretanto, retirá-los do estabelecimento.
independentemente da existência de restrições sobre o § 5º A falta de escrituração dos livros, o atraso, a frau-
veículo. (Incluído pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência) de ao realizá-lo e a recusa de sua exibição serão punidas
§ 17. O procedimento de hasta pública na hipótese do com a multa prevista para as infrações gravíssimas, inde-
§ 16 será realizado por lote de tonelagem de material ferro- pendente das demais cominações legais cabíveis.
so, observando-se, no que couber, o disposto neste artigo, § 6o Os livros previstos neste artigo poderão ser subs-
condicionando-se a entrega do material arrematado aos tituídos por sistema eletrônico, na forma regulamentada
procedimentos necessários à descaracterização total do pelo Contran. (Incluído pela Lei nº 13.154, de 2015)

43
LEGISLAÇÃO DE TRÂNSITO

Art. 331. Até a nomeação e posse dos membros que de 10 de novembro de 1972, 6.124, de 25 de outubro de
passarão a integrar os colegiados destinados ao julgamen- 1974, 6.308, de 15 de dezembro de 1975, 6.369, de 27 de
to dos recursos administrativos previstos na Seção II do Ca- outubro de 1976, 6.731, de 4 de dezembro de 1979, 7.031,
pítulo XVIII deste Código, o julgamento dos recursos ficará de 20 de setembro de 1982,  7.052, de 02 de dezembro
a cargo dos órgãos ora existentes. de 1982, 8.102, de 10 de dezembro de 1990, os arts. 1º a
Art. 332. Os órgãos e entidades integrantes do Siste- 6º e 11 do Decreto-lei nº 237, de 28 de fevereiro de 1967, e
ma Nacional de Trânsito proporcionarão aos membros do os Decretos-leis nºs 584, de 16 de maio de 1969, 912, de 2
CONTRAN, CETRAN e CONTRANDIFE, em serviço, todas as de outubro de 1969, e 2.448, de 21 de julho de 1988.
facilidades para o cumprimento de sua missão, fornecen- Brasília, 23 de setembro de 1997; 176º da Independên-
do-lhes as informações que solicitarem, permitindo-lhes cia e 109º da República.
inspecionar a execução de quaisquer serviços e deverão FERNANDO HENRIQUE CARDOSO
atender prontamente suas requisições. Iris Rezende 
Art. 333. O CONTRAN estabelecerá, em até cento e Eliseu Padilha
vinte dias após a nomeação de seus membros, as disposi- Este texto não substitui o publicado no DOU de
ções previstas nos arts. 91 e 92, que terão de ser atendidas 24.9.1997.
pelos órgãos e entidades executivos de trânsito e executi-
vos rodoviários para exercerem suas competências. ANEXO I
§ 1º Os órgãos e entidades de trânsito já existentes DOS CONCEITOS E DEFINIÇÕES
terão prazo de um ano, após a edição das normas, para se
adequarem às novas disposições estabelecidas pelo CON- Para efeito deste Código adotam-se as seguintes de-
TRAN, conforme disposto neste artigo. finições:
§ 2º Os órgãos e entidades de trânsito a serem cria- ACOSTAMENTO - parte da via diferenciada da pista
dos exercerão as competências previstas neste Código em de rolamento destinada à parada ou estacionamento de
cumprimento às exigências estabelecidas pelo CONTRAN, veículos, em caso de emergência, e à circulação de pedes-
conforme disposto neste artigo, acompanhados pelo res- tres e bicicletas, quando não houver local apropriado para
pectivo CETRAN, se órgão ou entidade municipal, ou CON- esse fim.
TRAN, se órgão ou entidade estadual, do Distrito Federal AGENTE DA AUTORIDADE DE TRÂNSITO - pessoa, civil
ou da União, passando a integrar o Sistema Nacional de
ou policial militar, credenciada pela autoridade de trânsito
Trânsito.
para o exercício das atividades de fiscalização, operação,
Art. 334. As ondulações transversais existentes deve-
policiamento ostensivo de trânsito ou patrulhamento.
rão ser homologadas pelo órgão ou entidade competente
AR ALVEOLAR - ar expirado pela boca de um indiví-
no prazo de um ano, a partir da publicação deste Código,
duo, originário dos alvéolos pulmonares. (Incluído pela Lei
devendo ser retiradas em caso contrário.
nº 12.760, de 2012)
Art. 335. (VETADO)
AUTOMÓVEL - veículo automotor destinado ao trans-
Art. 336. Aplicam-se os sinais de trânsito previstos
porte de passageiros, com capacidade para até oito pes-
no Anexo II até a aprovação pelo CONTRAN, no prazo de
trezentos e sessenta dias da publicação desta Lei, após a soas, exclusive o condutor.
manifestação da Câmara Temática de Engenharia, de Vias e AUTORIDADE DE TRÂNSITO - dirigente máximo de ór-
Veículos e obedecidos os padrões internacionais. gão ou entidade executivo integrante do Sistema Nacional
Art. 337. Os CETRAN terão suporte técnico e financeiro de Trânsito ou pessoa por ele expressamente credenciada.
dos Estados e Municípios que os compõem e, o CONTRAN- BALANÇO TRASEIRO - distância entre o plano vertical
DIFE, do Distrito Federal. passando pelos centros das rodas traseiras extremas e o
Art. 338. As montadoras, encarroçadoras, os importa- ponto mais recuado do veículo, considerando-se todos os
dores e fabricantes, ao comerciarem veículos automotores elementos rigidamente fixados ao mesmo.
de qualquer categoria e ciclos, são obrigados a fornecer, BICICLETA - veículo de propulsão humana, dotado de
no ato da comercialização do respectivo veículo, manual duas rodas, não sendo, para efeito deste Código, similar à
contendo normas de circulação, infrações, penalidades, di- motocicleta, motoneta e ciclomotor.
reção defensiva, primeiros socorros e Anexos do Código de BICICLETÁRIO - local, na via ou fora dela, destinado ao
Trânsito Brasileiro. estacionamento de bicicletas.
Art. 339. Fica o Poder Executivo autorizado a abrir cré- BONDE - veículo de propulsão elétrica que se move
dito especial no valor de R$ 264.954,00 (duzentos e sessen- sobre trilhos.
ta e quatro mil, novecentos e cinquenta e quatro reais), em BORDO DA PISTA - margem da pista, podendo ser de-
favor do ministério ou órgão a que couber a coordenação marcada por linhas longitudinais de bordo que delineiam a
máxima do Sistema Nacional de Trânsito, para atender as parte da via destinada à circulação de veículos.
despesas decorrentes da implantação deste Código. CALÇADA - parte da via, normalmente segregada e
Art. 340. Este Código entra em vigor cento e vinte dias em nível diferente, não destinada à circulação de veículos,
após a data de sua publicação. reservada ao trânsito de pedestres e, quando possível, à
Art. 341. Ficam revogadas as Leis nºs 5.108, de 21 de implantação de mobiliário urbano, sinalização, vegetação
setembro de 1966, 5.693, de 16 de agosto de 1971, 5.820, e outros fins.

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LEGISLAÇÃO DE TRÂNSITO

CAMINHÃO-TRATOR - veículo automotor destinado a FAIXAS DE TRÂNSITO - qualquer uma das áreas lon-
tracionar ou arrastar outro. gitudinais em que a pista pode ser subdividida, sinalizada
CAMINHONETE - veículo destinado ao transporte de ou não por marcas viárias longitudinais, que tenham uma
carga com peso bruto total de até três mil e quinhentos largura suficiente para permitir a circulação de veículos au-
quilogramas. tomotores.
CAMIONETA - veículo misto destinado ao transporte FISCALIZAÇÃO - ato de controlar o cumprimento das
de passageiros e carga no mesmo compartimento. normas estabelecidas na legislação de trânsito, por meio
CANTEIRO CENTRAL - obstáculo físico construído do poder de polícia administrativa de trânsito, no âmbi-
como separador de duas pistas de rolamento, eventual- to de circunscrição dos órgãos e entidades executivos de
mente substituído por marcas viárias (canteiro fictício). trânsito e de acordo com as competências definidas neste
CAPACIDADE MÁXIMA DE TRAÇÃO - máximo peso Código.
que a unidade de tração é capaz de tracionar, indicado pelo FOCO DE PEDESTRES - indicação luminosa de permis-
fabricante, baseado em condições sobre suas limitações de são ou impedimento de locomoção na faixa apropriada.
geração e multiplicação de momento de força e resistência FREIO DE ESTACIONAMENTO - dispositivo destinado
dos elementos que compõem a transmissão. a manter o veículo imóvel na ausência do condutor ou, no
CARREATA - deslocamento em fila na via de veículos caso de um reboque, se este se encontra desengatado.
automotores em sinal de regozijo, de reivindicação, de pro- FREIO DE SEGURANÇA OU MOTOR - dispositivo des-
testo cívico ou de uma classe. tinado a diminuir a marcha do veículo no caso de falha do
CARRO DE MÃO - veículo de propulsão humana utili- freio de serviço.
zado no transporte de pequenas cargas. FREIO DE SERVIÇO - dispositivo destinado a provocar
CARROÇA - veículo de tração animal destinado ao a diminuição da marcha do veículo ou pará-lo.
transporte de carga. GESTOS DE AGENTES - movimentos convencionais de
CATADIÓPTRICO - dispositivo de reflexão e refração braço, adotados exclusivamente pelos agentes de autori-
da luz utilizado na sinalização de vias e veículos (olho-de- dades de trânsito nas vias, para orientar, indicar o direito
gato). de passagem dos veículos ou pedestres ou emitir ordens,
CHARRETE - veículo de tração animal destinado ao sobrepondo-se ou completando outra sinalização ou nor-
transporte de pessoas. ma constante deste Código.
CICLO - veículo de pelo menos duas rodas a propulsão GESTOS DE CONDUTORES - movimentos convencio-
humana. nais de braço, adotados exclusivamente pelos condutores,
CICLOFAIXA - parte da pista de rolamento destinada para orientar ou indicar que vão efetuar uma manobra de
à circulação exclusiva de ciclos, delimitada por sinalização mudança de direção, redução brusca de velocidade ou pa-
específica. rada.
CICLOMOTOR - veículo de duas ou três rodas, provido ILHA - obstáculo físico, colocado na pista de rolamen-
de um motor de combustão interna, cuja cilindrada não to, destinado à ordenação dos fluxos de trânsito em uma
exceda a cinquenta centímetros cúbicos (3,05 polegadas interseção.
cúbicas) e cuja velocidade máxima de fabricação não exce- INFRAÇÃO - inobservância a qualquer preceito da le-
da a cinquenta quilômetros por hora. gislação de trânsito, às normas emanadas do Código de
CICLOVIA - pista própria destinada à circulação de ci- Trânsito, do Conselho Nacional de Trânsito e a regulamen-
clos, separada fisicamente do tráfego comum. tação estabelecida pelo órgão ou entidade executiva do
CONVERSÃO - movimento em ângulo, à esquerda ou trânsito.
à direita, de mudança da direção original do veículo. INTERSEÇÃO - todo cruzamento em nível, entronca-
CRUZAMENTO - interseção de duas vias em nível. mento ou bifurcação, incluindo as áreas formadas por tais
DISPOSITIVO DE SEGURANÇA - qualquer elemento cruzamentos, entroncamentos ou bifurcações.
que tenha a função específica de proporcionar maior se- INTERRUPÇÃO DE MARCHA - imobilização do veículo
gurança ao usuário da via, alertando-o sobre situações de para atender circunstância momentânea do trânsito.
perigo que possam colocar em risco sua integridade físi- LICENCIAMENTO - procedimento anual, relativo a
ca e dos demais usuários da via, ou danificar seriamente o obrigações do proprietário de veículo, comprovado por
veículo. meio de documento específico (Certificado de Licencia-
ESTACIONAMENTO - imobilização de veículos por mento Anual).
tempo superior ao necessário para embarque ou desem- LOGRADOURO PÚBLICO - espaço livre destinado pela
barque de passageiros. municipalidade à circulação, parada ou estacionamento de
ESTRADA - via rural não pavimentada. veículos, ou à circulação de pedestres, tais como calçada,
ETILÔMETRO - aparelho destinado à medição do teor parques, áreas de lazer, calçadões.
alcoólico no ar alveolar. (Incluído pela Lei nº 12.760, de LOTAÇÃO - carga útil máxima, incluindo condutor e
2012) passageiros, que o veículo transporta, expressa em quilo-
FAIXAS DE DOMÍNIO - superfície lindeira às vias rurais, gramas para os veículos de carga, ou número de pessoas,
delimitada por lei específica e sob responsabilidade do ór- para os veículos de passageiros.
gão ou entidade de trânsito competente com circunscrição LOTE LINDEIRO - aquele situado ao longo das vias ur-
sobre a via. banas ou rurais e que com elas se limita.

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LEGISLAÇÃO DE TRÂNSITO

LUZ ALTA - facho de luz do veículo destinado a ilumi- PASSAGEM DE NÍVEL - todo cruzamento de nível entre
nar a via até uma grande distância do veículo. uma via e uma linha férrea ou trilho de bonde com pista
LUZ BAIXA - facho de luz do veículo destinada a ilumi- própria.
nar a via diante do veículo, sem ocasionar ofuscamento ou PASSAGEM POR OUTRO VEÍCULO - movimento de
incômodo injustificáveis aos condutores e outros usuários passagem à frente de outro veículo que se desloca no mes-
da via que venham em sentido contrário. mo sentido, em menor velocidade, mas em faixas distintas
LUZ DE FREIO - luz do veículo destinada a indicar aos da via.
demais usuários da via, que se encontram atrás do veículo, PASSAGEM SUBTERRÂNEA - obra de arte destinada à
que o condutor está aplicando o freio de serviço. transposição de vias, em desnível subterrâneo, e ao uso de
LUZ INDICADORA DE DIREÇÃO (pisca-pisca) - luz do pedestres ou veículos.
veículo destinada a indicar aos demais usuários da via que PASSARELA - obra de arte destinada à transposição de
o condutor tem o propósito de mudar de direção para a vias, em desnível aéreo, e ao uso de pedestres.
direita ou para a esquerda. PASSEIO - parte da calçada ou da pista de rolamento,
LUZ DE MARCHA À RÉ - luz do veículo destinada a neste último caso, separada por pintura ou elemento físi-
iluminar atrás do veículo e advertir aos demais usuários da co separador, livre de interferências, destinada à circulação
via que o veículo está efetuando ou a ponto de efetuar uma exclusiva de pedestres e, excepcionalmente, de ciclistas.
manobra de marcha à ré. PATRULHAMENTO - função exercida pela Polícia Ro-
LUZ DE NEBLINA - luz do veículo destinada a aumen- doviária Federal com o objetivo de garantir obediência às
tar a iluminação da via em caso de neblina, chuva forte ou normas de trânsito, assegurando a livre circulação e evitan-
nuvens de pó. do acidentes.
LUZ DE POSIÇÃO (lanterna) - luz do veículo destinada PERÍMETRO URBANO - limite entre área urbana e área
a indicar a presença e a largura do veículo. rural.
MANOBRA - movimento executado pelo condutor PESO BRUTO TOTAL - peso máximo que o veículo
para alterar a posição em que o veículo está no momento transmite ao pavimento, constituído da soma da tara mais
em relação à via. a lotação.
MARCAS VIÁRIAS - conjunto de sinais constituídos de PESO BRUTO TOTAL COMBINADO - peso máximo
linhas, marcações, símbolos ou legendas, em tipos e cores transmitido ao pavimento pela combinação de um cami-
diversas, apostos ao pavimento da via. nhão-trator mais seu semi-reboque ou do caminhão mais
MICROÔNIBUS - veículo automotor de transporte co- o seu reboque ou reboques.
letivo com capacidade para até vinte passageiros. PISCA-ALERTA - luz intermitente do veículo, utilizada
MOTOCICLETA - veículo automotor de duas rodas, em caráter de advertência, destinada a indicar aos demais
com ou sem side-car, dirigido por condutor em posição usuários da via que o veículo está imobilizado ou em situa-
montada. ção de emergência.
MOTONETA - veículo automotor de duas rodas, dirigi- PISTA - parte da via normalmente utilizada para a cir-
do por condutor em posição sentada. culação de veículos, identificada por elementos separado-
MOTOR-CASA (MOTOR-HOME) - veículo automotor res ou por diferença de nível em relação às calçadas, ilhas
cuja carroçaria seja fechada e destinada a alojamento, es- ou aos canteiros centrais.
critório, comércio ou finalidades análogas. PLACAS - elementos colocados na posição vertical,
NOITE - período do dia compreendido entre o pôr-do- fixados ao lado ou suspensos sobre a pista, transmitindo
sol e o nascer do sol. mensagens de caráter permanente e, eventualmente, va-
ÔNIBUS - veículo automotor de transporte coletivo riáveis, mediante símbolo ou legendas pré-reconhecidas e
com capacidade para mais de vinte passageiros, ainda que, legalmente instituídas como sinais de trânsito.
em virtude de adaptações com vista à maior comodidade POLICIAMENTO OSTENSIVO DE TRÂNSITO - função
destes, transporte número menor. exercida pelas Polícias Militares com o objetivo de preve-
OPERAÇÃO DE CARGA E DESCARGA - imobilização do nir e reprimir atos relacionados com a segurança pública
veículo, pelo tempo estritamente necessário ao carrega- e de garantir obediência às normas relativas à segurança
mento ou descarregamento de animais ou carga, na forma de trânsito, assegurando a livre circulação e evitando aci-
disciplinada pelo órgão ou entidade executivo de trânsito dentes.
competente com circunscrição sobre a via. PONTE - obra de construção civil destinada a ligar
OPERAÇÃO DE TRÂNSITO - monitoramento técnico margens opostas de uma superfície líquida qualquer.
baseado nos conceitos de Engenharia de Tráfego, das con- REBOQUE - veículo destinado a ser engatado atrás de
dições de fluidez, de estacionamento e parada na via, de um veículo automotor.
forma a reduzir as interferências tais como veículos que- REGULAMENTAÇÃO DA VIA - implantação de sinaliza-
brados, acidentados, estacionados irregularmente atrapa- ção de regulamentação pelo órgão ou entidade competen-
lhando o trânsito, prestando socorros imediatos e informa- te com circunscrição sobre a via, definindo, entre outros,
ções aos pedestres e condutores. sentido de direção, tipo de estacionamento, horários e dias.
PARADA - imobilização do veículo com a finalidade e REFÚGIO - parte da via, devidamente sinalizada e pro-
pelo tempo estritamente necessário para efetuar embar- tegida, destinada ao uso de pedestres durante a travessia
que ou desembarque de passageiros. da mesma.

46
LEGISLAÇÃO DE TRÂNSITO

RENACH - Registro Nacional de Condutores Habilita- VEÍCULO DE CARGA - veículo destinado ao transporte
dos. de carga, podendo transportar dois passageiros, exclusive
RENAVAM - Registro Nacional de Veículos Automo- o condutor.
tores. VEÍCULO DE COLEÇÃO - aquele que, mesmo tendo
RETORNO - movimento de inversão total de sentido sido fabricado há mais de trinta anos, conserva suas ca-
da direção original de veículos. racterísticas originais de fabricação e possui valor histórico
RODOVIA - via rural pavimentada. próprio.
SEMI-REBOQUE - veículo de um ou mais eixos que se VEÍCULO CONJUGADO - combinação de veículos, sen-
apoia na sua unidade tratora ou é a ela ligado por meio de do o primeiro um veículo automotor e os demais reboques
articulação. ou equipamentos de trabalho agrícola, construção, terra-
SINAIS DE TRÂNSITO - elementos de sinalização viária plenagem ou pavimentação.
que se utilizam de placas, marcas viárias, equipamentos de VEÍCULO DE GRANDE PORTE - veículo automotor des-
controle luminosos, dispositivos auxiliares, apitos e gestos, tinado ao transporte de carga com peso bruto total máxi-
destinados exclusivamente a ordenar ou dirigir o trânsito mo superior a dez mil quilogramas e de passageiros, supe-
dos veículos e pedestres. rior a vinte passageiros.
VEÍCULO DE PASSAGEIROS - veículo destinado ao
SINALIZAÇÃO - conjunto de sinais de trânsito e dis-
transporte de pessoas e suas bagagens.
positivos de segurança colocados na via pública com o ob-
VEÍCULO MISTO - veículo automotor destinado ao
jetivo de garantir sua utilização adequada, possibilitando
transporte simultâneo de carga e passageiro.
melhor fluidez no trânsito e maior segurança dos veículos
VIA - superfície por onde transitam veículos, pessoas e
e pedestres que nela circulam. animais, compreendendo a pista, a calçada, o acostamento,
SONS POR APITO - sinais sonoros, emitidos exclusi- ilha e canteiro central.
vamente pelos agentes da autoridade de trânsito nas vias, VIA DE TRÂNSITO RÁPIDO - aquela caracterizada por
para orientar ou indicar o direito de passagem dos veículos acessos especiais com trânsito livre, sem interseções em
ou pedestres, sobrepondo-se ou completando sinalização nível, sem acessibilidade direta aos lotes lindeiros e sem
existente no local ou norma estabelecida neste Código. travessia de pedestres em nível.
TARA - peso próprio do veículo, acrescido dos pesos VIA ARTERIAL - aquela caracterizada por interseções
da carroçaria e equipamento, do combustível, das ferra- em nível, geralmente controlada por semáforo, com aces-
mentas e acessórios, da roda sobressalente, do extintor de sibilidade aos lotes lindeiros e às vias secundárias e locais,
incêndio e do fluido de arrefecimento, expresso em quilo- possibilitando o trânsito entre as regiões da cidade.
gramas. VIA COLETORA - aquela destinada a coletar e distri-
TRAILER - reboque ou semi-reboque tipo casa, com buir o trânsito que tenha necessidade de entrar ou sair das
duas, quatro, ou seis rodas, acoplado ou adaptado à tra- vias de trânsito rápido ou arteriais, possibilitando o trânsito
seira de automóvel ou camionete, utilizado em geral em dentro das regiões da cidade.
atividades turísticas como alojamento, ou para atividades VIA LOCAL - aquela caracterizada por interseções em
comerciais. nível não semaforizadas, destinada apenas ao acesso local
TRÂNSITO - movimentação e imobilização de veículos, ou a áreas restritas.
pessoas e animais nas vias terrestres. VIA RURAL - estradas e rodovias.
TRANSPOSIÇÃO DE FAIXAS - passagem de um veículo VIA URBANA - ruas, avenidas, vielas, ou caminhos e si-
de uma faixa demarcada para outra. milares abertos à circulação pública, situados na área urba-
TRATOR - veículo automotor construído para realizar na, caracterizados principalmente por possuírem imóveis
trabalho agrícola, de construção e pavimentação e tracio- edificados ao longo de sua extensão.
nar outros veículos e equipamentos. VIAS E ÁREAS DE PEDESTRES - vias ou conjunto de vias
ULTRAPASSAGEM - movimento de passar à frente de destinadas à circulação prioritária de pedestres.
VIADUTO - obra de construção civil destinada a trans-
outro veículo que se desloca no mesmo sentido, em menor
por uma depressão de terreno ou servir de passagem su-
velocidade e na mesma faixa de tráfego, necessitando sair
perior.
e retornar à faixa de origem.
UTILITÁRIO - veículo misto caracterizado pela versati-
RESOLUÇÕES DO CONTRAN ATÉ A DE NÚMERO
lidade do seu uso, inclusive fora de estrada. 192
VEÍCULO ARTICULADO - combinação de veículos aco-
plados, sendo um deles automotor. Prezado Candidato, o tema acima é muito abrangen-
VEÍCULO AUTOMOTOR - todo veículo a motor de pro- te, para que não haja nenhum prejuízo em seus estudos,
pulsão que circule por seus próprios meios, e que serve pedimos a gentileza que acesse o link abaixo para obter o
normalmente para o transporte viário de pessoas e coisas, material completo.
ou para a tração viária de veículos utilizados para o trans-
porte de pessoas e coisas. O termo compreende os veí- http://www.denatran.gov.br/index.php/resolucoes
culos conectados a uma linha elétrica e que não circulam
sobre trilhos (ônibus elétrico).

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LEGISLAÇÃO DE TRÂNSITO

Exercícios 04) Segundo o art. 26 do Código de Trânsito Brasileiro,


é seu dever:
01) A respeito da segurança no trânsito, de acordo com A. cobrar dos órgãos competentes danos causados por
a legislação vigente, é correto afirmar que irregularidade das vias e problemas mecânicos ocorridos
A. todo condutor, ao perceber que outro que o segue pelos mesmos.
tem a intenção de ultrapassá-lo, deverá deslocar-se para a B. respeitar à segurança, defesa e a preservação do
faixa imediatamente à esquerda, imprimindo alguma ace- meio ambiente, utilizando os projetos ecológicos.
leração ao veículo. C. solicitar através de projetos a educação do trânsito.
B. o condutor deverá utilizar o pisca alerta em imobili- D. transitar sem constituir perigo ou obstáculo para os
zações ou situações de emergência, quando for obrigado a demais elementos do transito.
transitar em velocidade muito inferior àquela da faixa pela E. conduzir veículos em critérios de padronizações téc-
qual transita. nicos.
C. o condutor não deverá ultrapassar veículos em vias
com duplo sentido de direção e pista única, nos trechos Resposta: D
de curva e em aclives, exceto quando houver sinalização
apontando a existência de acostamento nesses lugares. 05) As dimensões autorizadas em metros, sem neces-
D. todo condutor, ao efetuar ultrapassagem, deverá sidade de autorização específica, para veículos simples em
afastar-se do usuário o qual ultrapassa, de tal forma que circulação, com ou sem carga, quanto à largura máxima,
deixe livre uma distância lateral de segurança. altura máxima e comprimento total, são, respectivamente
E. os veículos de tração animal serão conduzidos pre-
ferencialmente pela faixa central da pista ou, quando o nú- A. 2,40; 4,30; 18,00
mero de faixas for inferior a três e inexistir faixa específica B. 2,50; 4,20; 13,00
a eles destinada, deverão ser conduzidos junto à guia de C. 2,60; 4,40; 14,00
calçada ou acostamento. D. 2,80, 4,50, 16,00
E. 3,00; 4,60; 15,00
Resposta: D
Resposta: C
02) Segundo a Constituição Federal de 1988, é compe-
tência comum da União, dos estados, do Distrito Federal 05) À luz do CTB, julgue os itens a seguir.
(DF) e dos municípios estabelecer e implantar política de O CTB rege a operação das colheitadeiras dentro da
educação para a segurança do trânsito. A respeito desse área de produção de uma fazenda.
assunto, julgue os itens a seguir. C. Certo
Os projetos de educação para o trânsito devem res- E. Errado
tringir-se apenas na transmissão das normas, regras e pre-
ceitos legais. Resposta: Errado
C. Certo
E. Errado

Resposta: Errado

03) Acerca do que dispõe o CTB, julgue os itens sub-


sequentes.
O referido código aplica-se aos transportes marítimo
e aéreo.
C. Certo
E. Errado

Resposta: Errado

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LEGISLAÇÃO DE TRÂNSITO

EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES (D) continua a haver um Rio de Janeiro do tempo dos


Franceses (tradições no Rio de Janeiro) = continua a haver
(LÍNGUA PORTUGUESA ) (E) do que a cidade parece ter de eterno (as belezas
da cidade) = parecem ter
01-) (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO
PAULO – ADVOGADO - VUNESP/2013) Considerando RESPOSTA: “D”.
o contexto, assinale a alternativa em que há termos
empregados em sentido figurado. 03-) (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO
(A) Outro dia, meu pai veio me visitar… (1.º pará- DE JANEIRO - ANALISTA DE SISTEMAS - FCC/2012) Os
grafo) verbos que exigem o mesmo tipo de complemento es-
(B) … e trouxe uma caixa de caquis, lá de Soroca- tão empregados nos segmentos transcritos em:
ba. (1.º parágrafo) (A) A vida é triste e complicada. // ... mergulhemos
(C) … devem ficar escondidos de mim, guardados de corpo e alma no cafezinho.
numa caixa… (último parágrafo) (B) ... alguém dará o nosso recado sem endereço.
(D) Enquanto comia, eu pensava… (1.º parágrafo) // A vida é triste e complicada.
(E) … botei numa tigela na varanda e comemos um (C) Tinha razão o rapaz... // Depois de esperar duas
por um… (1.º parágrafo) ou três horas...
(D) Para quem espera nervosamente... // Depois
Sublinhei os termos que estão relacionados (os pro- de esperar duas ou três horas...
nomes e verbos retomam os seguintes substantivos abai- (E) Tinha razão o rapaz... // ... mergulhemos de
xo): corpo e alma no cafezinho.
Meus amigos e amigas e parentes queridos são como
os caquis... Análise abaixo:
Quando os encontro, relembro como é prazeroso vê (A) A vida é = verbo de ligação // ... mergulhemos =
-los... intransitivo
devem ficar escondidos de mim, guardados numa cai- (B) ... alguém dará = transitivo direto e indireto (no
xa, lá em Sorocaba... contexto, apenas direto) // A vida é = verbo de ligação
Através da leitura acima, percebemos que o autor re- (C) Tinha = transitivo direto // Depois de esperar =
fere-se aos amigos, amigas e parentes. Ao dizer que ficam transitivo direto
guardados em caixas, obviamente, está utilizando uma (D) Para quem espera = pode ser considerado intran-
linguagem conotativa, figurada. sitivo – (NESTE CONTEXTO) // Depois de esperar = tran-
sitivo direto
RESPOSTA: “C”. (E) Tinha = transitivo direto // ... mergulhemos = in-
transitivo
02-) (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO
DE JANEIRO - ANALISTA DE SISTEMAS - FCC/2012) RESPOSTA: “C”.
Com as alterações propostas entre parênteses para o
segmento grifado nas frases abaixo, o verbo que se 04-) (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO
mantém corretamente no singular é: DE JANEIRO - ANALISTA DE SISTEMAS - FCC/2012) A
(A) a modernização do Rio se teria feito (as obras frase que admite transposição para a voz PASSIVA é:
de modernização) (A) Quando a Bem-amada vier com seus olhos tris-
(B) Mas nunca se esquece ele de que (esses auto- tes...
res) (B) O chapéu dele está aí...
(C) por que vem passando a mais bela das cidades (C) ... chegou à conclusão de que o funcionário...
do Brasil (as mais belas cidades do Brasil) (D) Leio a reclamação de um repórter irritado...
(D) continua a haver um Rio de Janeiro do tempo (E) ... precisava falar com um delegado...
dos Franceses (tradições no Rio de Janeiro)
(E) do que a cidade parece ter de eterno (as bele- A única alternativa que possibilita a transposição para
zas da cidade) a voz passiva é a: A reclamação de um repórter irritado foi
lida por mim”.
Fiz as anotações ao lado:
(A) a modernização do Rio se teria feito (as obras de RESPOSTA: “D”.
modernização) = se teriam feito
(B) Mas nunca se esquece ele de que (esses autores)
= se esquecem
(C) por que vem passando a mais bela das cidades
do Brasil (as mais belas cidades do Brasil) = por que vêm
passando

49
LEGISLAÇÃO DE TRÂNSITO

05-) (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO A respeito do emprego de verbos nessa notícia, po-
DE JANEIRO - ANALISTA DE SISTEMAS - FCC/2012) ... de-se afirmar que:
e chegou à conclusão de que o funcionário passou o dia I. “evacuar” suscita duplicidade de sentido quando
inteiro tomando café. empregado na voz ativa ou na passiva;
Do mesmo modo que se justifica o sinal indicativo II. “foram derrubadas” e “foram evacuadas” estão
de crase em destaque na frase acima, está correto o seu na voz passiva e indicam tempo pretérito;
emprego em: III. “mostra” e “atingiu” estão na voz ativa e indi-
(A) e chegou à uma conclusão totalmente inespe- cam, respectivamente, tempo pretérito e tempo pre-
rada. sente;
(B) e chegou então à tirar conclusões precipitadas. IV. “mostra” e “foram derrubadas” estão na voz
(C) e chegou à tempo de ouvir as conclusões finais. passiva e indicam tempo passado.
(D) e chegou finalmente à inevitável conclusão. Está correto o que se afirma apenas em
(E) e chegou à conclusões as mais disparatadas. (A) I e II.
(B) I e III.
Vamos por exclusão: (C) I e IV.
(A) e chegou à uma = não há acento grave antes de (D) II e III.
artigo indefinido (E) II e IV.
(B) e chegou então à tirar = não há acento grave antes
de verbo no infinitivo Questão que envolve intepretação, conhecimento de
(C) e chegou à tempo = não há acento grave antes de Vozes e Tempos Verbais, além de Ambiguidade. Farei as
palavra masculina observações nos itens:
(D) e chegou finalmente à inevitável conclusão. I. “evacuar” suscita duplicidade de sentido quando em-
(E) e chegou à conclusões = não há acento grave quan- pregado na voz ativa ou na passiva;
do a preposição está no singular e a palavra que a acom- = tanto “evacuaram” quanto “foram evacuadas” apre-
panha não tem a presença do artigo definido (há genera- sentam duplo sentido
lização). Haveria acento se a construção fosse: “chegou às II. “foram derrubadas” e “foram evacuadas” estão na
conclusões as mais disparatadas”. voz passiva e indicam tempo pretérito;
III. “mostra” e “atingiu” estão na voz ativa e indicam,
RESPOSTA: “D”. respectivamente, tempo pretérito e tempo presente; =
houve uma inversão: “mostra” está no presente e “atingiu”
06-) (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO
está no pretérito perfeito
PAULO - ANALISTA EM COMUNICAÇÃO E PROCESSA-
IV. “mostra” e “foram derrubadas” estão na voz passiva
MENTO DE DADOS JUDICIÁRIO – VUNESP/2012) Leia o
e indicam tempo passado.
texto para responder à questão.
= “mostra” está na voz ativa e tempo presente; “foram
derrubadas” sim, está na voz passiva e tempo passado.
Tufão “Tembin” causa destruição em Taiwan; 5 mil
Itens corretos: I e II.
evacuaram
RESPOSTA: “A”.

07-) (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO


PAULO - ANALISTA EM COMUNICAÇÃO E PROCESSA-
MENTO DE DADOS JUDICIÁRIO – VUNESP/2012) Se-
guem a mesma regra de acentuação gráfica relativa às
palavras paroxítonas:
(A) probatório; condenatório; crédito.
(B) máquina; denúncia; ilícita.
(C) denúncia; funcionário; improcedência.
Imagem mostra morador entre árvores que foram (D) máquina; improcedência; probatório.
derrubadas nesta sexta-feira (24), durante passagem (E) condenatório; funcionário; frágil.
do tufão Tembin, em Taitung, no leste de Taiwan. Se-
gundo a agência AFP, ao menos 5 mil pessoas foram Vamos a elas:
evacuadas das regiões expostas a deslizamentos de ter- (A) probatório = paroxítona terminada em ditongo;
ra diante da ameaça do tufão, de categoria 4 na escala condenatório = paroxítona terminada em ditongo; crédito
Saffir-Simpson (1 a 5), que atingiu o condado de Ping- = proparoxítona.
tung às 5h (18h de Brasília), segundo a agência nacio- (B) máquina = proparoxítona; denúncia = paroxítona
nal de meteorologia. terminada em ditongo; ilícita = proparoxítona.
(Disponível em http://noticias.uol.com.br/album/ (C) Denúncia = paroxítona terminada em ditongo; fun-
album-do-dia/2012/08/24/imagens-do-dia-24-de-agosto- cionário = paroxítona terminada em ditongo; improcedên-
de-2012.htm?abrefoto=9. Acesso em 24.08.2012) cia = paroxítona terminada em ditongo

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LEGISLAÇÃO DE TRÂNSITO

(D) máquina; improcedência; probatório = classifica- (A) contraposição.


ções apresentadas acima (B) exclusão.
(E) condenatório; funcionário = classificações apresen- (C) tempo.
tadas acima / Frágil = paroxítona terminada em “l” (D) adição.
(E) alternância.
RESPOSTA: “C”.
A ideia apresentada pela conjunção “e”, nesse texto, é
08-) (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO de adição.
PAULO - ANALISTA EM COMUNICAÇÃO E PROCESSA-
MENTO DE DADOS JUDICIÁRIO – VUNESP/2012) Em RESPOSTA: “D”.
– os procedimentos se tornaram muito mais céleres e
fáceis – o termo destacado apresenta como antônimo: 11-) (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO
(A) ágeis. PAULO - ANALISTA EM COMUNICAÇÃO E PROCES-
(B) modernos. SAMENTO DE DADOS JUDICIÁRIO – VUNESP/2012 -
ADAPTADA) A corte seguiu à risca um artigo do Esta-
(C) desenvoltos.
tuto da Criança e do Adolescente (ECA).
(D) arcaicos.
Segue essa mesma regra de uso da crase a alterna-
(E) morosos.
tiva:
(A) (A lei) ameaça despejar milhares de marginais
Ao estudarmos conteúdo de Direito, percebemos que precoces de volta às ruas.
um dos princípios da Justiça é o da celeridade, da rapidez (B) A felicidade é o sonho que se oferece às pessoas.
no julgamento/andamento do processo, o que nos facilita (C) Telefonei ontem à sua tia.
responder à questão: antônimo de célere, rápido = moroso. (D) Ficou rodando de carro à toa por muito tempo.
(E) Não ceda à tentação.
RESPOSTA: “E”.
O termo “seguiu à risca” dá-nos uma ideia de “modo”.
09-) (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO Dentre as alternativas apresentadas, o item que nos passa
PAULO - ANALISTA EM COMUNICAÇÃO E PROCESSA- o mesmo sentido é: Ficou rodando de carro à toa por muito
MENTO DE DADOS JUDICIÁRIO – VUNESP/2012) Consi- tempo.
dere a frase a seguir.
Esses recursos chegam ao STF depois de passar por RESPOSTA: “D”.
uma “peneira” no tribunal de origem.
Preserva-se o mesmo sentido e regência do verbo 12-) (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO
chegar da frase em: PAULO - ANALISTA EM COMUNICAÇÃO E PROCESSA-
(A) O dinheiro não chegou para as despesas do mês. MENTO DE DADOS JUDICIÁRIO – VUNESP/2012) Con-
(B) Ela não chega à mãe em beleza e inteligência. sidere o trecho.
(C) Uma desgraça nunca chega só. Dentro e fora de campo, a vida do juiz de futebol
(D) Chega de reclamações, disse o juiz. Juarez Gomes da Silva é uma eterna bola dividida. De
(E) Apesar de chegar cedo à seção eleitoral, não ante mão, ele já carrega a fama de vilão de espetáculo:
conseguiu votar. ao surgir no gramado ao lado dos bandeirinhas, a re-
cepção vêm sob a forma de vaias, xingamentos e bom-
No enunciado, o verbo “chegar” exerce a função de bardeio de objetos.
verbo transitivo indireto, pedindo preposição: chegar a que No texto apresentado, há
(A) um erro de grafia (ante mão) e outro de concor-
lugar, aonde? A alternativa que também apresenta o mes-
dância verbal (vêm).
mo sentido é a: chegou à seção eleitoral.
(B) dois erros de grafia (ante mão/ sob).
(C) dois erros de concordância nominal (vaias/ xin-
RESPOSTA: “E”.
gamentos).
(D) um erro de grafia (sob) e um erro de concordân-
10-) (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO cia nominal (vaias).
PAULO - ANALISTA EM COMUNICAÇÃO E PROCESSA- (E) um erro de grafia (recepção) e um erro de con-
MENTO DE DADOS JUDICIÁRIO – VUNESP/2012) Con- cordância verbal (vêm).
sidere o trecho. No trecho há um erro ortográfico (antemão é a forma
Em audiência pública realizada na última sexta-fei- correta); “vêm” está no plural, mas o seu sujeito (a recep-
ra (24), o ministro Marco Aurélio se mostrou preocupa- ção) está no singular, portanto o correto é “vem”.
do e afirmou que tem receio de que o julgamento do
mensalão não termine até o final do ano. RESPOSTA: “A”.
Nesse trecho, a relação estabelecida entre as ora-
ções ligadas pela conjunção “e” é de

51
LEGISLAÇÃO DE TRÂNSITO

(TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAU- 15-) (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE


LO - ASSISTENTE SOCIAL JUDICIÁRIO - VUNESP/2012 SÃO PAULO - ASSISTENTE SOCIAL JUDICIÁRIO - VU-
- ADAPTADA) Leia o texto, para responder às questões NESP/2012) Assinale a alternativa em que os pronomes
de números 13 e 14. estão empregados e colocados na frase de acordo com
Nas últimas três décadas, as milícias, organizações a norma-padrão.
criminosas lideradas por policiais e ex-policiais, vêm se (A) Nos surpreende, a cada dia, constatar a invasão
alastrando no Rio de Janeiro. Elas avançaram sobre os das milícias, que espalham-se pelas favelas, ditando-as
domínios do tráfico, passaram a comandar territórios suas leis.
da cidade e consolidaram seu poder à base do assisten- (B) Depois de invadir vários territórios da cidade, as
cialismo e do medo. Como têm centenas de milhares de milícias dominaram eles e ali instalaram-se.
pessoas sob seu jugo, essas gangues de farda ganham (C) Há candidatos que usam as gangues: as procu-
força em períodos eleitorais, quando são procuradas ram movidos pelo interesse em ter elas como aliadas.
por candidatos em busca de apoio, arbitram sobre (D) Quase nunca vê-se reação das comunidades
quem faz campanha em seu pedaço e lançam nomes diante do terror que as milícias as impõem.
egressos de suas próprias fileiras. (E) Milicianos instalam-se nas comunidades e im-
(Veja, 26.09.2012. Adaptado) põem seu poder; consolidam-no pela prática do terror.

13-) (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE Fiz as correções:


SÃO PAULO - ASSISTENTE SOCIAL JUDICIÁRIO - VU- (A) que espalham-se = que se espalham (pronome re-
NESP/2012) Sabendo que o aposto é empregado para lativo)
precisar, explicar um termo antecedente, assinale a al- (B) e ali instalaram-se = ali se instalaram (advérbio)
ternativa contendo passagem do texto com essa fun- (C) Há candidatos que usam as gangues: as procuram
ção. = procuram-nas (depois de pontuação)
(A) …quem faz campanha em seu pedaço… (D) Quase nunca vê-se = nunca se vê (advérbio)
(B) …nomes egressos de suas próprias fileiras. E) Milicianos instalam-se... ;consolidam-no pela prática
(C) …centenas de milhares de pessoas sob seu do terror
jugo…
(D) …quando são procuradas por candidatos em RESPOSTA: “E”.
busca de apoio…
(E) …organizações criminosas lideradas por poli- 16-) (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE
ciais e ex-policiais… SÃO PAULO - ASSISTENTE SOCIAL JUDICIÁRIO - VU-
NESP/2012) Assinale a alternativa em que a concordân-
Retirando do texto o trecho, perceberemos que o item cia nominal está de acordo com a norma-padrão.
que apresenta um aposto (termo que explica um antece- (A) Vê-se que ficou assegurado à família a guarda
dente) é o seguinte: as milícias, organizações criminosas do menor.
lideradas por policiais e ex-policiais, vêm se alastrandro no (B) Fica claro que o problema atinge os setores pú-
Rio de Janeiro. blico e privado.
(C) Ainda não identificada pela polícia, as pessoas
RESPOSTA: “E”. responsáveis pelo assalto estão à solta.
(D) Já foi divulgado na mídia alguma coisa a respei-
14-) (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE to do acidente?
SÃO PAULO - ASSISTENTE SOCIAL JUDICIÁRIO - VU- (E) Se foi incluso no contrato, a cláusula não pode
NESP/2012) A passagem do texto em que se encontra ser desconsiderada.
adjunto adverbial expressando circunstância de modo
é: Fiz as correções entre parênteses:
(A) …no Rio de Janeiro. (A) Vê-se que ficou assegurado (assegurada) à família
(B) …em períodos eleitorais… a guarda do menor.
(C) …à base do assistencialismo e do medo. (B) Fica claro que o problema atinge os setores público
(D) …de suas próprias fileiras. e privado.
(E) …sobre os domínios do tráfico… (C) Ainda não identificada (identificadas) pela polícia,
as pessoas responsáveis pelo assalto estão à solta.
Para “descobrirmos” um adjunto adverbial de modo, (D) Já foi divulgado (divulgada) na mídia alguma coisa
perguntamos ao verbo: “como?” No texto, dentre as alter- a respeito do acidente?
nativas apresentadas, a que responde a essa pergunta ade- (E) Se foi incluso (inclusa - ou incluída, já que funciona
quadamente é: “consolidaram seu poder (como?) = à base como verbo) no contrato, a cláusula não pode ser descon-
do assistencialismo e do medo. siderada.

RESPOSTA: “C”. RESPOSTA: “B”.

52
LEGISLAÇÃO DE TRÂNSITO

17-) (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE (A) Começaram as investigações pelas ações do jovem
SÃO PAULO - ASSISTENTE SOCIAL JUDICIÁRIO - VU- soldado.
NESP/2012) Assinale a alternativa em que todos os ver- (B) Um jovem soldado e a WikiLeaks divulgou = divul-
bos estão conjugados segundo a norma-padrão. garam
(A) Absteu-se do álcool durante anos; agora, voltou (C) Mais de um relatório diplomático vazaram = vazou
ao vício. (D) Repartições, investimentos, pessoas, nada impedi-
(B) Perderam seus documentos durante a viagem, ram = impediu
mas já os reaveram. (E) Os telegramas relacionados com o Brasil foi = foram
(C) Avisem-me, se vocês verem que estão ocorren-
do conflitos. RESPOSTA: “A”.
(D) Só haverá acordo se nós propormos uma boa
indenização. 20-) (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO
(E) Antes do jantar, a criançada se entretinha com PAULO - ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO – VU-
jogos eletrônicos. NESP/2011) Assinale a alternativa cujo emprego do
pronome está em conformidade com a norma padrão
Correção à frente: da língua.
(A) Absteu-se = absteve-se (A) Não autorizam-nos a ler os comentários sigilo-
(B) mas já os reaveram = reouveram sos.
(C) se vocês verem = virem (B) Nos falaram que a diplomacia americana está
(D) Só haverá acordo se nós propormos = propuser- abalada.
mos (C) Ninguém o informou sobre o caso WikiLeaks.
(E) Antes do jantar, a criançada se entretinha com jogos (D) Conformado, se rendeu às punições.
eletrônicos. (E) Todos querem que combata-se a corrupção.

RESPOSTA: “E”. Fiz as correções à frente:


(A) Não autorizam-nos = não nos autorizam
18-) (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO (B) Nos falaram = falaram-nos
PAULO - ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO – VU- (C) Ninguém o informou sobre o caso WikiLeaks.
NESP/2011- ADAPTADA) Em – Tudo indica que 250 (D) Conformado, se rendeu = rendeu-se
mil documentos secretos foram copiados por um jovem (E) Todos querem que combata-se = que se combata
soldado num CD enquanto fingia ouvir Lady Gaga. – a
palavra destacada exprime ideia de RESPOSTA: “C”.
(A) Hipótese
(B) Condição 21-) (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO
(C) Concessão PAULO - ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO – VU-
(D) Causa NESP/2011) Em: – mamãe está recortando o jornal. – ao
(E) Tempo se substituir o jornal por um pronome, de acordo com
a norma culta, tem-se:
A conjunção destacada dá-nos a informação com rela- (A) recortando-lo.
ção ao momento, ao “tempo” em que a ação foi praticada. (B) recortando-o.
(C) recortando-no.
RESPOSTA: “E”. (D) recortando-lhe.
(E) recortando ele.
19-) (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO
PAULO - ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO – VU- O verbo “recortar” pede objeto direto (recortar o quê?).
NESP/2011) Assinale a alternativa correta quanto à Sabemos que “lhe” é para objeto indireto, então descarta-
concordância verbal. mos a alternativa “D”. O pronome “no” é usado quando o
(A) Começaram as investigações pelas ações do jo- verbo termina em “m”: encontraram-no, amam-no. Então
vem soldado. eliminamos mais uma, a “C”. O “lo” geralmente é emprega-
(B) Um jovem soldado e a WikiLeaks divulgou in- do quando o verbo termina em sílaba tônica: amá-lo, acei-
formações secretas. tá-lo, incluí-lo. Chegamos, então, à resposta: recortando-o.
(C) Mais de um relatório diplomático vazaram na
internet. RESPOSTA: “B”.
(D) Repartições, investimentos, pessoas, nada im-
pediram o jovem soldado.
(E) Os telegramas relacionados com o Brasil foi,
para o ministro Jobim, muito negativos.

Fiz as correções à frente:

53
LEGISLAÇÃO DE TRÂNSITO

22-) (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO 24-) (TRE/RS – ANALISTA JUDICIÁRIO – FCC/2010)
PAULO - ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO – VU- ... a Coreia do Norte interrompeu comunicações
NESP/2011) Assinale a alternativa em que a concordân- com o vizinho ...
cia verbal está correta. Transpondo a frase acima para a voz passiva, a for-
(A) Haviam cooperativas de catadores na cidade de ma verbal corretamente obtida é:
São Paulo. a) tinha interrompido.
(B) O lixo de casas e condomínios vão para aterros. b) foram interrompidas.
(C) O tratamento e a destinação corretos do lixo c) fora interrompido.
evitaria que 35% deles fosse despejado em aterros. d) haviam sido interrompidas.
(D) Fazem dois anos que a prefeitura adia a questão e) haveriam de ser interrompidas.
do lixo.
(E) Somos nós quem paga a conta pelo descaso com ... a Coreia do Norte interrompeu comunicações com
a coleta de lixo. o vizinho = voz ativa com um verbo, então a passiva terá
dois: comunicações com o vizinho foram interrompidas
Fiz as correções à frente: pela Coreia...
(A) Haviam cooperativas = havia (sentido de Existir)
(B) O lixo de casas e condomínios vão = vai RESPOSTA: “B”.
(C) O tratamento e a destinação corretos do lixo evita-
ria que 35% deles fosse = fossem 25-) (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PA-
(D) Fazem dois anos = faz (sentido de tempo passado: RANÁ – ADMINISTRADOR - UFPR/2013) Assinale a
singular) alternativa que apresenta um dito popular que para-
(E) Somos nós quem paga a conta pelo descaso com fraseia o conteúdo expresso no excerto: “Se você está
a coleta de lixo em casa, não pode sair. Se você está na rua, não pode
* outra forma correta seria: Somos nós que pagamos. entrar”.
a) “Se correr o bicho pega, se ficar, o bicho come”.
RESPOSTA: “E”. b) “Quando o gato sai, os ratos fazem a festa”.
c) “Um dia da caça, o outro do caçador”.
23-) (TRE/AP - TÉCNICO JUDICIÁRIO – FCC/2011) d) “Manda quem pode, obedece quem precisa”.
Está corretamente empregada a palavra destacada na
frase Dentre as alternativas apresentadas, a que reafirma a
a) Constitue uma grande tarefa transportar todo ideia do excerto (não há muita saída, não há escolhas) é:
aquele material. “Se você está em casa, não pode sair. Se você está na rua,
b) As pessoas mais conscientes requereram anula- não pode entrar”.
ção daquele privilégio.
c) Os fiscais reteram o material dos artistas. RESPOSTA: “A”.
d) Quando ele vir até aqui, trataremos do assunto.
e) Se eles porem as pastas na caixa ainda hoje,
pode despachá-la imediatamente.

a) Constitue (constitui) uma grande tarefa transportar


todo aquele material.
b) As pessoas mais conscientes requereram anulação
daquele privilégio.
c) Os fiscais reteram (retiveram) o material dos artistas.
d) Quando ele vir (vier) até aqui, trataremos do assunto.
e) Se eles porem (puserem) as pastas na caixa ainda
hoje, pode despachá-la imediatamente.

RESPOSTA: “B”.

54
REGULAMENTAÇÃO DE TRANSPORTES PÚBLICOS DE PASSAGEIROS

Decreto nº. 26.103 de 12 de janeiro de 2001;........................................................................................................................................................01


Decreto nº. 26.803, de 24 de outubro de 2002;....................................................................................................................................................27
Lei nº. 13.094, de 12 de janeiro de 2001...................................................................................................................................................................38
REGULAMENTAÇÃO DE TRANSPORTES PÚBLICOS DE PASSAGEIROS

IV - Bilhete de passagem: documento que comprova o


DECRETO N. 26.103 DE 12 DE JANEIRO DE contrato de transporte entre a transportadora e o usuário
2001. do serviço;
V - Concessão de Serviço: a delegação de sua pres-
tação, feita pelo poder concedente, mediante licitação, na
modalidade de concorrência, à pessoa jurídica ou consór-
Aprova o Regulamento dos Serviços de Trans- cio de empresas que demonstre capacidade para seu de-
porte Rodoviário Intermunicipal de Passageiros do sempenho, por sua conta e risco e por prazo determinado;
Estado do Ceará e dá outras providências. VI - Concorrência ruinosa: exploração do serviço de
O GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARÁ, no uso das transporte de passageiros por linha regular sem observân-
atribuições que lhe confere a Constituição do Estado em cia das normas deste regulamento;
seu art. 88, incs. IV e VI, e VII - Demanda: volume de passageiros potenciais por
itinerário considerado;
CONSIDERANDO os termos da Lei estadual n. 13.094,
de 12 de janeiro de 2001, que dispõe sobre o Sistema de VIII - Frequência: número estabelecido de viagens por
Transporte Rodoviário Intermunicipal de Passageiros do Es- unidade de tempo ou período fixado;
tado do Ceará e a conveniência de regulamentá-la; IX - Frota: conjunto de veículos da transportadora, ca-
DECRETA: dastrado pelo poder concedente;
X - Horário: momento de partida, trânsito e chegada,
TÍTULO I determinado pelo poder concedente;
DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES, DEFINIÇÕES E XI - Horário antecipado: partida do veículo antes do
CLASSIFICAÇÕES horário determinado;
CAPÍTULO I XII - Horário extra: horário permitido pelo poder con-
DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES cedente, quando do aumento momentâneo da demanda;
XIII - Índice de aproveitamento: relação entre o passa-
Art. 1º - Fica aprovado o Regulamento dos Serviços de geiro-equivalente e o número de lugares oferecidos;
Transporte Rodoviário Intermunicipal de Passageiros do Es- XIV - Infração: ação ou omissão da transportadora ou
tado do Ceará, nos termos deste Decreto. de seus prepostos e empregados, que contrarie à Lei Fe-
Parágrafo único - O Sistema de Transporte Rodoviário deral nº 8.666, de 21 de junho de 1993, com suas modifica-
Intermunicipal de Passageiros do Estado do Ceará, inclusive ções, à Lei Federal nº 8.987/95, à Lei Estadual nº. 12.788/97,
os Terminais Rodoviários de Passageiros, reger-se-ão por à Lei Estadual n. 13.094/2001, a este Regulamento, a atos,
este Regulamento e demais normas legais, regulamentares normas ou instruções emitidos pelo Poder Concedente, e
e pactuadas pertinentes, em especial pelas Lei Federal nº. a demais normas legais, regulamentares ou pactuadas per-
8.987, de 13 de fevereiro de 1995, Lei Estadual nº. 12.788, tinentes;
de 30 de dezembro de 1997 e Lei Estadual nº 13.094, de 12 XV - Intervalo de horário: resguardo de tempo entre
de janeiro de 2001. os horários de partidas ordinárias das linhas de cada trans-
Art. 2º - Compete ao Estado do Ceará explorar, or- portadora ao longo das secções realizadas;
ganizar, dirigir, coordenar, executar, delegar e controlar XVI - Itinerário: trajeto entre os pontos terminais de
a prestação de serviços públicos relativos ao Sistema de uma linha previamente estabelecido pelo poder conceden-
Transporte Rodoviário Intermunicipal de Passageiros e aos te e definido pelas vias e localidades atendidas;
Terminais Rodoviários de Passageiros, conforme o disposto XVII - Linha: transporte de passageiros entre municí-
no art. 303 da Constituição Estadual. pios por itinerário e secções preestabelecidos;
XVIII - Linha alimentadora: linha que tem como carac-
CAPÍTULO II DAS DEFINIÇÕES terística principal a alimentação de uma ou mais linhas de
maior relação passageiro transportado por quilometragem
Art. 3º - Serão consideradas, para efeito deste Regula- percorrida;
mento, as seguintes definições: XIX - Linha diametral: linha que liga localidades, pas-
I - Atraso de horário: sando pelo Município de Fortaleza;
No regime de frequência: a partida de veículo realiza- XX - Linha experimental: linha cujo serviço é outorgado
da fora do horário programado correspondente ao índice para ser explorado por um período determinado, para ve-
acima de 10 % dos horários programados durante o dia em rificação de sua viabilidade;
cada linha. XXI - Linha integrada: linha que possui mecanis-
No regime de horário: partida do veículo entre 10 (dez) mos físico-operacionais e/ou tarifários que permitem a
a 30 (trinta) minutos, após o horário estabelecido; transferência dos seus usuários para outra linha, indepen-
II - Autorização: ato unilateral pelo qual o Estado dentemente da modalidade de transporte;
do Ceará, através do órgão ou entidade competente, XXII - Linha radial: linha que liga determinada locali-
discricionariamente, faculta o exercício de atividade, em ca- dade do Estado do Ceará ao Município de Fortaleza; XXIII
ráter precário; - Linha regional: linha que liga localidades do Estado do
III - Bagageiro: compartimento destinado exclusiva- Ceará, sem passar pelo Município de Fortaleza; XXIV - Linha
mente ao transporte de volumes ou bagagens, com acesso regular: linha utilizada na prestação de Serviço Regular de
pela parte externa do veículo; Transporte Rodoviário Intermunicipal de Passageiro;

1
REGULAMENTAÇÃO DE TRANSPORTES PÚBLICOS DE PASSAGEIROS

XXV - Linha social: linha que funciona em horário es- XLII - Reforço de horário: aumento de horários em
pecial, cujo custo operacional é parcialmente coberto por uma linha, autorizado pelo poder concedente, devido a um
receita oriunda de outro serviço; acréscimo da demanda, ocorrido após a criação da linha,
XXVI - Lotação: número máximo permitido de passa- entre secções;
geiros por veículo; XLIII - Regime de frequência: número de viagens de um
XXVII - Microônibus: veículo automotor de transporte linha com intervalos de, no máximo, 30 (trinta) minutos,
coletivo, com corredor central e capacidade de até 28 (vin- entre si;
te e oito) passageiros; XLIV - Regime de horário: número de viagens de uma
XXVIII - Omissão de viagem: viagem não realizada ou linha com mais de 30 (trinta) minutos de intervalo, entre si;
quando a partida do veículo tiver atraso superior a 100% XLV - Secção ou Seccionamento: trecho de linha regu-
( cem por cento) do intervalo de tempo para o regime de lar em que é autorizado o fracionamento da tarifa;
frequência, ou após 30 (trinta) minutos do horário estabe- XLVI - Sistema de Transporte Rodoviário Intermunicipal
lecido para o regime de horário; de Passageiros: conjunto de todos os serviços de transpor-
XXIX - Ônibus metropolitano: veículo automotor de te rodoviário intermunicipal de passageiros e os Terminais
transporte coletivo de passageiros que apresente, no míni- Rodoviários, nas diversas modalidades previstas neste Re-
mo, duas portas e saídas de emergência, com mecanismo gulamento, prestados no âmbito do Estado do Ceará;
embarcado de controle de demanda, além das condições XLVII - Tarifa: contraprestação paga pelo usuário
exigidas pelo Código de Trânsito Brasileiro e demais nor- pela utilização de serviço de transporte rodoviário
mas pertinentes; intermunicipal de passageiros;
XXX - Ônibus interurbano: veículo automotor de trans- XLVIII - Tempo de viagem: tempo de duração total da
porte coletivo de passageiros que apresente saídas de viagem, computando-se os tempos de paradas;
emergência, e uma única porta de entrada e saída, além XLIX - Transportadora: pessoa física, pessoa jurídica
das condições exigidas pelo Código de Trânsito Brasileiro e ou consórcio de empresas que preste Serviço de Trans-
demais normas pertinentes; porte Rodoviário Intermunicipal de Passageiros, mediante
XXXI - Padrão operacional: conjunto de índices e parâ- concessão, permissão ou autorização, conforme estabele-
metros fixados pelo poder concedente utilizados para ava- cido neste Regulamento e nas demais normas legais, regu-
liar operacionalmente cada linha; lamentares e pactuadas pertinentes;
XXXII - Partida ordinária: saída do veículo no horário L - Transporte clandestino: exploração do serviço de
preestabelecido; transporte rodoviário intermunicipal de passageiros sem
XXXIII - Passageiro-equivalente: cálculo efetuado com outorga do poder concedente ou sem observância deste
base na relação entre a receita e a tarifa integral de deter- regulamento;
minada linha; LI - Terminal: ponto inicial ou final de uma linha;
XXXIV - Percurso: distância percorrida entre o ponto LII - Tripulação: compõe-se de motorista e cobrador,
inicial e o ponto terminal de uma linha regular por um iti- excetuados os casos previstos neste Regulamento nos
nerário previamente estabelecido; quais inexiste a obrigatoriedade de cobrador;
XXXV - Permissão de serviço: a delegação, a título pre- LIII - Veículo de transporte de passageiros: ônibus
cário, mediante licitação, da prestação de serviços públicos, interurbano e metropolitano, microônibus e veículos uti-
feita pelo poder concedente à pessoa física ou jurídica que litários, utilizados no transporte de passageiros, nos termos
demonstre capacidade para seu desempenho, por sua con- deste Regulamento;
ta e risco. LIV - Veículo utilitário misto: veículo automotor desti-
XXXVI - Pessoal de Operação: compõe-se de motorista, nado ao transporte simultâneo de carga e passageiro, com
cobrador, fiscal e despachante; capacidade máxima de 04 (quatro) passageiros sentados,
XXXVII - Poder Concedente: Estado do Ceará, atuando mais a tripulação;
diretamente ou através de entidade ou órgão da Admi- LV – Veículo padrão: veículo que atenda os requisitos
nistração Estadual direta ou indireta a quem este delegar e especificações estabelecidos no edital e contrato de con-
competência originária sua relativa ao Sistema de Trans- cessão ou permissão, bem como nas demais normas legais,
porte Rodoviário Intermunicipal de Passageiros e aos ter- regulamentares e pactuadas pertinentes.
minais rodoviários de passageiros, inclusive no tocante ao LVI - Veículo utilitário de passageiro: veículo fechado,
exercício de fiscalização e regulação de tais serviços; com capacidade mínima de 07 (sete) passageiros sentados
XXXVIII - Ponto de apoio: local destinado à prestação e máxima de 15 (quinze) passageiros sentados, mais a tri-
de serviço de manutenção, socorro e troca de tripulação, pulação;
instalado ao longo do itinerário; LVII – Viagem: deslocamento de um veículo ao longo
XXXIX - Ponto de escala: local previamente estabele- do itinerário, entre dois pontos terminais;
cido para o descanso e alimentação de passageiros e tri- LVIII - Viagem completa: deslocamento de um veículo
pulantes; ao longo de um itinerário, com retorno ao ponto de ori-
XL - Ponto de parada: local determinado para embar- gem;
que e desembarque de passageiros, ao longo do itinerário; LVIX - Viagem-expressa: viagem realizada sem pontos
XLI - Porta-volume: bagageiro dentro do ônibus, desti- de parada ao longo do itinerário.
nado ao transporte de pequenos volumes;

2
REGULAMENTAÇÃO DE TRANSPORTES PÚBLICOS DE PASSAGEIROS

CAPÍTULO III §1º - Para efeito de verificação dos fatores referidos


DA CLASSIFICAÇÃO neste artigo, desde que não haja linha regular interligando
os dois terminais pelo itinerário pretendido, poderá ser ou-
Art. 4º - Os Serviços de Transporte Rodoviário Intermu- torgada, sua exploração pelo poder concedente, mediante
nicipal de Passageiros ficam assim classificados: permissão, pelo prazo de 06 (seis) meses, prorrogáveis por
I - Serviços Regulares de Transporte Rodoviário Inter- mais 06 (seis) meses, a critério do poder concedente, findo
municipal de Passageiros: o qual, verificada a viabilidade da linha, novo procedimento
a) Serviço Regular Interurbano Convencional: transpor- licitatório será realizado.
te de passageiros realizado entre dois ou mais Municípios §2º - O poder concedente poderá adicionar novos cri-
do Estado do Ceará, situando-se, pelo menos um deles, térios técnicos para a criação de linha regular.
fora da Região Metropolitana de Fortaleza; Art. 7º - O processo de estudo de extinção de linha
b) Serviço Regular Interurbano Executivo: serviço re- regular poderá ser iniciado a critério do poder concedente
gular interurbano prestado com um número reduzido de ou a pedido da transportadora.
paradas, passageiros somente sentados e realizado por ve- Parágrafo único – O pedido da transportadora relati-
ículo com ar-condicionado e banheiro com sanitário; vo a extinção de linha regular deverá conter os seguintes
c) Serviço Regular Interurbano Leito: serviço regular in- elementos:
terurbano prestado com um número reduzido de paradas, I - Estudo global da demanda;
e realizado com veículo dotado de poltrona reclinável II - Verificação da real necessidade da população;
tipo leito e ar-condicionado e banheiro com sanitário; III – Avaliação econômico - financeira da exploração do
d) Serviço Regular Metropolitano Convencional: trans-
serviço.
porte de passageiros realizado entre os Municípios da
Região Metropolitana de Fortaleza, ou entre Municípios
CAPÍTULO II
vizinhos quaisquer quando a linha atravessar região com
elevada densidade populacional, a critério do poder con- DAS MODIFICAÇÕES DE LINHAS REGULARES SE-
cedente; ÇÃO I
e) Serviço Regular Metropolitano Executivo: serviço Das Disposições Gerais
regular metropolitano prestado com um número reduzido
de paradas, passageiros somente sentados e realizado por Art. 8º - O poder concedente poderá, a seu critério ou
veículo com ar-condicionado. a requerimento de interessados, proceder modificações de
II - Serviços de Transporte Rodoviário Intermunicipal de linha regular, antecedidas de estudo para analisar a viabili-
Passageiros por Fretamento: transporte de pessoas sem as dade das mesmas, referentes a:
características do serviço regular, mediante o aluguel glo- I - Prolongamento;
bal do veículo, podendo ser contínuo ou eventual. II - Alteração de itinerário;
III - Inclusão ou exclusão de seccionamento;
TÍTULO II IV - Horários;
DOS SERVIÇOS REGULARES DE TRANSPORTE RO- V - Encurtamento.
DOVIÁRIO INTERMUNICIPAL DE PASSAGEIROS Parágrafo único - É vedado às transportadoras em dé-
CAPÍTULO I bito para com o poder concedente, referente a tributos,
DA CRIAÇÃO E EXTINÇÃO DE LINHAS REGULARES multas, cadastros, remuneração de serviço, entrega da re-
lação dos veículos componentes de sua frota ou da decla-
Art. 5º - As linhas regulares serão criadas ou extintas a ração de que os mesmos estão em perfeitas condições de
critério do poder concedente, visando a satisfação do inte- segurança, conforto e uso para operar, proporem qualquer
resse público e observadas a oportunidade e a conveniên- alteração nos serviços, até que seja efetuado o devido pa-
cia da implantação dos serviços. gamento ou adimplemento da obrigação, sem prejuízo das
Art. 6º - O processo de estudo de criação de linha re- demais cominações legais.
gular poderá ser iniciado à critério do poder concedente ou Art. 9º - A modificação de linha regular será comuni-
a pedido da parte interessada no qual constará os seguin- cada ao sindicato da transportadora e divulgada através da
tes elementos:
afixação em local apropriado pelo poder concedente.
I - Dados gerais sobre o desenvolvimento sócio-eco-
§1º - Os interessados terão um prazo de 10 (dez) dias,
nômico da região que se pretende servir e informações que
contados da data da comunicação da modificação da linha
permitam aquilatar a conveniência do serviço e da influên-
cia deste sobre os meios de transportes existentes; regular aos sindicatos das transportadoras, para se mani-
II - Vias a serem utilizadas, com croquis e distâncias; festarem sobre a mesma.
III - Estimativa de atendimento, quanto a horário e fre- §2º - As manifestações apresentadas fora do prazo
quência; previsto no parágrafo anterior não serão apreciadas pelo
IV - Viabilidade de exploração econômica; poder concedente.
V - Consideração do mercado de outros serviços já em §3º - Diante das manifestações dos interessados, o po-
execução, outorgados pelo poder concedente, ou nos li- der concedente poderá, a seu critério, rever as modifica-
mites das respectivas competências, por órgão federal ou ções previstas.
municipal.

3
REGULAMENTAÇÃO DE TRANSPORTES PÚBLICOS DE PASSAGEIROS

SEÇÃO II SEÇÃO V Dos Horários


Do Prolongamento de Linha Regular Art. 14 - Os horários das viagens referentes às linhas
regulares serão fixados pelo poder concedente em função
Art. 10 - Linha regular poderá ser prolongada pela da demanda de transporte e características de cada linha,
transferência de um dos seus pontos terminais, a critério objetivando a satisfação do usuário.
do poder concedente, observadas as seguintes condições: Parágrafo Único - Horário extra poderá ser auto-
I - Estudo técnico e de demanda que o justifique; rizado pelo poder concedente, em caso de acréscimo
II - Que o novo terminal não diste do antigo, mais do momentâneo de demanda.
que 20% (vinte por cento) da extensão do percurso origi- Art. 15 - Constatada a necessidade de aumento de ho-
nal; rários na linha regular, a transportadora será consultada
III - Que a linha a ser prolongada já venha sendo explo- para que, no prazo de 05 (cinco) dias, se manifeste sobre o
rada há pelo menos 03 (três) anos. interesse de executar o novo horário.
§1º - Em caso de resposta positiva da transportadora
SEÇÃO III em executar os serviços de que trata o presente artigo, esta
Da Alteração de Itinerário terá um prazo de 08 (oito) dias para iniciar a nova opera-
ção, sendo este prazo ampliado para 90 (noventa) dias se
Art. 11 - O poder concedente poderá admitir alteração o acréscimo de horário acarretar necessidade de elevação
de itinerário da linha regular, a seu critério, nas seguintes da frota, ressalvada falta de veículo no mercado para aqui-
hipóteses: sição e arrendamento.
I - Quando o itinerário se mostrar impraticável, impe- §2º - Não havendo resposta por parte da transpor-
dindo o tráfego de veículos; tadora, ou sendo esta intempestiva ou negativa, o poder
II - Quando implantada nova estrada ou trecho melho- concedente poderá licitar o serviço de que trata o “caput”
rado; III - Para prestação de um serviço mais eficiente. deste artigo.
§1º - Ocorrendo impraticabilidade de itinerário, a trans-
portadora, enquanto não se verificar o restabelecimento do SEÇÃO VI
mesmo, executará o serviço por outras vias, comunicando Do Encurtamento de Linha Regular
o fato, dentro de 48 (quarenta e oito) horas ao poder con-
cedente que poderá estabelecer novo trajeto provisório. Art. 16 - O poder concedente, atendendo as peculia-
§2º - A alteração de itinerário decorrente da implan- ridades dos serviços e objetivando racionalizar e reduzir
tação de nova via ou trecho melhorado, será autorizada, a os custos operacionais, poderá autorizar, a seu critério, de
critério do poder concedente, de ofício ou a requerimento ofício ou a requerimento da transportadora interessada, o
de interessado, quando proporcionar atendimento mais encurtamento de linha regular.
Parágrafo único - O encurtamento somente poderá ser
econômico e confortável ao usuário, preservado eventual
concedido se a linha vier sendo explorada há pelo menos
atendimento da demanda remanescente.
03 (três) anos e desde que o terminal excluído não ve-
nha a sofrer falta de atendimento à sua demanda.
SEÇÃO IV
Da Inclusão ou Exclusão de Seccionamento
CAPÍTULO III
DO REGIME DE EXPLORAÇÃO DOS SERVIÇOS RE-
Art. 12 - A inclusão de seccionamento em linha regu-
GULARES DE TRANSPORTE RODOVIÁRIO
lar poderá ser autorizada, a critério do poder concedente,
INTERMUNICIPAL DE PASSAGEIROS
quando:
SEÇÃO I
I - Existir demanda justificável entre localidades; Das Disposições Gerais
II - Inexistir linha regular, pelo mesmo itinerário, coinci-
dente com os pontos de seccionamento, salvo em existin- Art. 17 - Compete ao Estado do Ceará explorar direta-
do linha regular explorada pela mesma transportadora, mente ou mediante concessão ou permissão os Serviços
cujos pontos terminais coincidam com o seccionamento Regulares de Transporte Rodoviário Intermunicipal de Pas-
requerido. sageiros, no âmbito de sua jurisdição, sempre através de
Parágrafo único - A autorização de seccionamento en- licitação, nos termos deste Regulamento, da Lei federal nº.
tre localidades situadas dentro da Região Metropolitana de 8.987/95, da Lei estadual n. 13.094, de 12 de janeiro de
Fortaleza é exclusiva às linhas metropolitanas. 2001 e demais normas legais e regulamentares pertinentes.
Art. 13 - A exclusão de secção poderá ocorrer, a critério §1º - Caberá à Agência Reguladora de Serviços Pú-
do poder concedente, quando esta apresentar volume mé- blicos Delegados do Estado do Ceará – ARCE fiscalizar o
dio semestral de passageiros igual ou inferior a 5% (cinco cumprimento da Lei estadual n. 13.094, de 12 de janeiro
por cento) do volume total da linha correspondente, desde de 2001, bem como regular sua observância por meio da
que preservado o atendimento de eventual demanda re- expedição de Portarias e Resoluções, nos termos dos arts.
manescente. 2o, 62 e 63 da citada Lei, observado o disposto no art. 130
deste Decreto.

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REGULAMENTAÇÃO DE TRANSPORTES PÚBLICOS DE PASSAGEIROS

§2º - As concessões e permissões de Serviços Regula- §1º - Caberá exclusivamente ao Poder Concedente re-
res de Transporte Rodoviário Intermunicipal de Passageiros conhecer o interesse público na continuidade da prestação
sujeitar-se-ão à direção e fiscalização pelo Poder Público do serviço, de acordo com a conveniência e oportunidade
Estadual concedente, nos termos das normas legais e re- da Administração, caso em que a prorrogação do contrato
gulamentares, com a cooperação dos usuários. dependerá do resultado do índice de que trata o art. 129
§3º - A concessão de Serviço Regular de Transporte deste Regulamento.
Rodoviário Intermunicipal de Passageiros será formalizada §2º - A permissão, outorgada a título precário e por
mediante contrato administrativo, precedido de licitação prazo indeterminado, pode ser revogada a qualquer tem-
na modalidade de concorrência, observado o disposto no po, a critério exclusivo do poder concedente, sem direito a
inciso II do artigo 2º da Lei Federal nº. 8.987, de 13 de indenização ao permissionário, sendo que, em cada linha,
fevereiro de 1995, e demais normas legais, regulamentares este não poderá operar com mais de um veículo.
e pactuadas.
§4º - A permissão de Serviço Regular de Transporte SEÇÃO II
Rodoviário Intermunicipal de Passageiros será formalizada Da Licitação e Contratos
mediante termo de permissão, precedido de licitação, ob-
servado o disposto no inciso III do artigo 2º da Lei Federal Art. 21 - O julgamento da licitação para concessão
nº. 8.987, de 13 de fevereiro de 1995, e demais normas le- ou permissão dos Serviços Regulares de Transporte Ro-
gais e regulamentares pertinentes e no respectivo edital de doviário Intermunicipal de Passageiros observará um dos
licitação, inclusive quanto à precariedade e revogabilidade seguintes critérios:
pelo poder concedente, dado ser por prazo indeterminado. I - o menor valor da tarifa do serviço público a ser pres-
§5º - As linhas regulares serão criadas, alteradas ou ex- tado;
tintas a critério exclusivo do poder concedente, visando à II - a maior oferta, nos casos de pagamento ao poder
satisfação do interesse público, observadas a oportunidade concedente pela outorga;
e a conveniência da medida. III - a combinação dos critérios referidos nos incisos I
§6º - As linhas regulares são classificadas em: e II deste artigo;
radial: linha que liga determinada localidade do Estado IV - melhor proposta técnica, com preço fixado no edi-
do Ceará ao Município de Fortaleza; regional: linha que liga tal;
localidades do Estado do Ceará, sem passar pelo Município V - melhor proposta em razão da combinação de pro-
de Fortaleza; diametral: linha que liga localidades do Esta- postas técnica e de oferta de pagamento pela outorga; ou
do do Ceará passando pelo Município de Fortaleza. VI - melhor oferta de pagamento pela outorga após
§7º - As linhas radiais e diametrais, quando operadas
qualificação de propostas técnicas.
por ônibus, serão outorgadas mediante concessão e quan-
§1º - A aplicação do critério previsto no inciso III só
do operadas por veículo utilitários de passageiros e veícu-
será admitida quando previamente estabelecida no edital
los utilitários mistos serão outorgadas por permissão.
de licitação, inclusive com regras e fórmulas precisas para
§8º - As linhas regionais, quando operadas por ônibus,
avaliação econômico-financeira.
serão outorgadas mediante concessão, e, quando opera-
das por veículos utilitários de passageiros e veículos utilitá- §2º - O poder concedente recusará propostas mani-
rios mistos serão outorgadas por permissão. festamente inexequíveis ou financeiramente incompatíveis
Art. 18 - Na exploração dos Serviços Regulares de com os objetivos da licitação.
Transporte Rodoviário Intermunicipal de Passageiros, me- §3º - Para fins de aplicação do disposto nos incisos IV,
diante concessão ou permissão, observar-se-ão três prin- V e VI deste artigo, o edital de licitação conterá parâmetros
cípios básicos: e exigências para a formulação de propostas técnicas.
I - Ausência de exclusividade na exploração do serviço; Art. 22 - A concessão será explorada pelo prazo má-
II - Liberdade de escolha do usuário; ximo de 07 (sete) anos, podendo ser prorrogada por até
III - Competitividade. igual período, a critério do poder concedente, desde que
Art. 19 - Na concessão do serviço, o edital da licitação a transportadora demonstre interesse por escrito, no prazo
especificará, durante o respectivo prazo, o número de de- compreendido entre 12 (doze) e 06 (seis) meses da data da
legatários de cada linha, o número mínimo de veículos a expiração, e desde que haja interesse público na continui-
serem empregados por cada um e critérios de desempate. dade da prestação do serviço.
Parágrafo único - Respeitado o número mínimo fixado Parágrafo único - O requerimento da transportadora
no edital de licitação, poderá o poder concedente alterar o para prorrogação de concessão somente será analisado,
número de veículos a serem empregados na prestação de quando demonstrado a sua regularidade junto ao poder
serviço, tendo como base a relação demanda x oferta por concedente quanto ao cadastramento, pagamento de ta-
ele auferida, objetivando sempre a satisfação do usuário e xas e multas, e mediante a apresentação da documentação
a segurança de tráfego. prevista nos arts. 29 e 31 da Lei nº 8.666/93.
Art. 20 - A concessão será outorgada pelo prazo máxi- Art. 23 - O edital de licitação para concessão ou per-
mo de 7 (sete) anos, podendo ser prorrogada, por uma úni- missão conterá as condições e as características do serviço,
ca vez, por até igual período, a critério exclusivo do poder especificando:
concedente, desde que haja interesse público e anuência I - Linha, itinerário, características do veículo, horários
da concessionária na prorrogação do contrato e na conti- e frequências, extensão, pontos de parada, além de even-
nuidade da prestação do serviço. tuais seccionamentos e restrições de trechos;

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REGULAMENTAÇÃO DE TRANSPORTES PÚBLICOS DE PASSAGEIROS

II - Frota mínima necessária à execução do serviço e II - Apólice de seguro de responsabilidade civil, com
respectiva renovação, bem como a frota reserva, observa- valor determinado no edital;
do o disposto no art. 56, deste Regulamento; III - Certidão de inexistência de débito para com a Fa-
III - Vigência da concessão, sua natureza e a possibili- zenda Pública do Estado do Ceará, Fazenda Pública Nacio-
dade de renovação; nal e Previdência Social e FGTS.
IV - Valor da outorga da concessão ou permissão e sua §1º - Em caso de ocorrência da decadência prevista no
forma de pagamento; V - Forma de reajuste da tarifa; “caput” deste artigo, o poder concedente poderá outorgar
VI – Na concessão, prazos máximos de amortização a concessão à classificada imediatamente posterior.
para veículos, estoque de peças de reposição (estoque do §2º - Todas as minutas de editais e contratos de con-
almoxarifado), dos equipamentos e instalações; cessão ou permissão relativos a outorga de Serviço Regu-
VII - Relação de bens reversíveis ao término da conces- lar de Transporte Rodoviário Intermunicipal de Passageiros
são, ainda não amortizados, mediante justa indenização; deverão ser obrigatoriamente encaminhados à Agência Re-
VIII - Critério de indenização, em caso de encampação; guladora de Serviços Públicos Delegados do Estado do Ce-
IX - Percentual sobre o valor total da receita bruta tari- ará - ARCE, para exame e homologação prévias, caso esta
fária mensal, a ser recolhido mensalmente ao órgão ou en- não tenha sido responsável pela elaboração das mesmas.
tidade responsável pela fiscalização por parte do poder
concedente, nos termos do art. 111, deste Regulamento. SEÇÃO III Da Intervenção
§1º - Este Regulamento será parte integrante do edital
de licitação de Serviço Regular de Transporte Rodoviário Art. 26 - O poder concedente poderá intervir na con-
Intermunicipal de Passageiros e do respectivo contrato. cessão, com o fim de assegurar a adequação na prestação
§2º - Além dos requisitos estabelecidos neste Re- do serviço, bem como o fiel cumprimento das normas con-
gulamento, o edital de licitação de Serviço Regular de tratuais, regulamentares e legais pertinentes.
Transporte Rodoviário Intermunicipal de Passageiros e o Parágrafo único - A intervenção far-se-á por decreto
respectivo contrato de concessão ou permissão obede- do poder concedente, que conterá a designação do
cerão aos requisitos constantes na Lei Federal nº 8.666/93 interventor, o prazo da intervenção, além dos objetivos e
e alterações, na Lei Federal nº. 8.987/95, na Lei Estadual limites da medida.
no 12.788/97, na Lei estadual n. 13.094, de 12 de janei- Art. 27 - Declarada a intervenção, o poder conce-
ro de 2001, e em demais normas legais e regulamentares dente deverá, no prazo de 30 (trinta) dias, instaurar
pertinentes. procedimento administrativo para comprovar as causas
Art. 24 - Na qualificação técnica exigida da transporta- determinantes da medida e apurar responsabilidades, as-
dora licitante, além do estabelecido na Lei de Licitações de segurado o direito de ampla defesa.
Parágrafo único - O procedimento administrativo a
nº 8.666/93, exigir-se-á:
que se refere o “caput” deste artigo deverá ser concluído
I - A comprovação da disponibilidade da frota, que
no prazo de até 180 (cento e oitenta) dias, sob pena de
poderá ser feita mediante comprovantes de propriedade
considerar-se sem validade a intervenção.
ou cessão, para atender ao serviço objeto da lici-
Art. 28 - Cessada a intervenção, se não for extinta a
tação, devendo os referidos veículos encontrarem-se
concessão, a administração do serviço será devolvida à
disponibilizados no prazo fixado no edital, o qual deverá
transportadora, precedida de prestação de contas pelo
ser no máximo de 90 (noventa) dias após o recebimento interventor, que responderá pelos atos praticados na sua
da Ordem de Serviço, e não podendo tais veículos estarem gestão.
comprometidos com outros serviços à época da prestação
do serviço objeto da licitação, obedecido o prazo acima e o SEÇÃO IV
disposto no art. 56 deste Regulamento; Da Extinção da Concessão
II - Termo de compromisso de disponibilidade da frota,
no caso de impossibilidade de apresentação imediata da Art. 29 - Extingue-se a concessão, por:
comprovação prevista no inciso anterior, respeitado o pra- I - Advento do termo contratual;
zo nele previsto; II - Encampação;
III - Prova de que possui, ou compromisso de disponi- III - Caducidade;
bilizar, imóvel destinado à instalação de garagem para dar IV - Rescisão;
suporte à execução do contrato pelo período da prestação V - Anulação;
dos serviços, exceto para veículos utilitários de passageiros. VI - Falência ou extinção da transportadora, e faleci-
Art. 25 - Para assinatura do contrato de concessão ou mento ou incapacidade do titular, no caso de empresa in-
termo de permissão, a licitante deverá apresentar, dentre dividual.
outros exigidos no respectivo edital, os seguintes docu- §1º - Extinta a concessão, retornam ao poder todos os
mentos, no prazo máximo de 90 (noventa) dias, sob pena bens reversíveis, direitos e privilégios transferidos a trans-
de decadência: portadora conforme previsto no edital e estabelecido em
I - Comprovação de cursos de capacitação do contrato de concessão.
pessoal de operação necessários para o cadastramento §2º - Extinta a concessão, haverá a imediata assunção
da tripulação, conforme disposto no art. 71, §1º, inciso VI, do serviço pelo poder concedente, procedendo-se aos le-
deste Regulamento; vantamentos, avaliações e liquidações necessários.

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REGULAMENTAÇÃO DE TRANSPORTES PÚBLICOS DE PASSAGEIROS

§3º - A assunção do serviço autoriza a ocupação das §3º - Não será instaurado processo administrativo de
instalações e a utilização, pelo poder concedente, de todos inadimplência antes de comunicados à transportadora de-
os bens reversíveis. talhadamente os descumprimentos contratuais referidos
§4º - Nos casos previstos nos incisos I e II deste artigo, no parágrafo primeiro deste artigo, dando-lhe um prazo
o poder concedente, antecipando-se à extinção da con- para corrigir as falhas e transgressões apontadas e para
cessão, procederá aos levantamentos, avaliações necessá- efetuar as alterações devidas.
rias à determinação do montante da indenização que será §4º - Instaurado o processo administrativo e compro-
devida à transportadora, na forma dos arts. 29 e 30 deste vada a inadimplência, a caducidade será declarada por de-
Regulamento. creto do poder concedente, independentemente de inde-
Art. 30 A reversão no advento do termo contratual far- nização prévia.
-se-á com a indenização das parcelas dos investimentos §5º - Declarada a caducidade, não resultará para o Po-
vinculados a bens reversíveis, ainda não amortizados ou der Público qualquer espécie de responsabilidade em rela-
depreciados, que tenham sido realizados com o objetivo ção aos encargos, ônus, obrigações ou compromissos com
de garantir a continuidade e atualidade do serviço conce- terceiros ou com empregados da transportadora.
dido. Art. 33 - O contrato de concessão poderá ser
Parágrafo único - Em caso de reversão, esta se dará rescindido por iniciativa da transportadora, no caso de
automaticamente com relação aos bens já amortizados ou descumprimento das normas contratuais pelo Poder Pú-
depreciados. blico, mediante ação judicial especialmente intentada para
Art. 31 - Considera-se encampação a retomada do ser- esse fim.
viço pelo poder concedente durante o prazo de concessão, Parágrafo único - Na hipótese prevista no “caput” des-
por motivo de interesse público, mediante lei autorizativa te artigo, os serviços prestados pela transportadora não
específica e após prévio pagamento da indenização, na for- poderão ser interrompidos ou paralisados, até decisão ju-
ma do artigo anterior. dicial transitada em julgado.
Art. 32 - A inexecução total ou parcial do contrato Art. 34 - A anulação da licitação tornará sem efeito o
acarretará, a critério do poder concedente, a declaração de respectivo contrato de concessão.
caducidade da concessão ou a aplicação de sanções, nos Art. 35 - Não poderá habilitar-se à nova concessão a
termos deste Regulamento e demais normas legais, regu- empresa que tiver seu contrato de concessão rescindido,
lamentares e pactuadas. pelo período de 02 (dois) anos, a partir da data do trânsito
§1º - A caducidade da concessão poderá ser declarada em julgado da decisão judicial a que se refere o parágrafo
pelo poder concedente quando: único do art. 33, deste Regulamento.
I - O serviço estiver sendo prestado de forma inade- Art. 36 - Para exploração do Serviço Regular de Trans-
quada ou deficiente, tendo por base as normas, critérios, porte Rodoviário Intermunicipal de Passageiros através de
indicadores e parâmetros definidores da qualidade do ser- concessão, a transportadora prestará garantia, podendo
viço, inclusive o Índice de Desempenho Operacional - optar por uma das modalidades previstas no art. 56 da Lei
IDO; nº 8.666/93, no valor de 5% (cinco por cento) sobre o total
II - A transportadora descumprir cláusulas contratuais da frota a ser utilizada na linha objeto da licitação, con-
ou disposições legais ou regulamentares concernentes à forme estabelecido no respectivo edital, tendo por base o
concessão; valor de veículo padrão novo.
III - A transportadora paralisar o serviço ou concorrer §1º - A extinção da concessão, por infração a
para tanto, ressalvadas as hipóteses decorrentes de caso norma legal, regulamentar ou pactuada, incluindo este
fortuito ou força maior; Regulamento, implica na perda da garantia pela infratora,
IV - A transportadora perder as condições econômicas, em favor do poder concedente.
técnicas ou operacionais para manter a adequada presta- §2º - Em caso de extinção da concessão que não resul-
ção do serviço concedido; tou em aplicação de penalidade, a garantia será liberada ou
V - A transportadora não cumprir as penalidades im- restituída, em favor da concessionária.
postas por infrações, nos devidos prazos; Art. 37 - A prestação da garantia resguardará a execu-
VI - A transportadora não atender a intimação do po- ção do serviço e pagamento de multas e/ou débitos, quan-
der concedente no sentido de regularizar a prestação do do não forem recolhidos no devido tempo.
serviço; Art. 38 - Sempre que for deduzida a garantia ou parte
VII - A transportadora for condenada em sentença dela, no exercício do direito que trata o artigo anterior, a
transitada em julgado por sonegação de tributos, inclusive transportadora fica obrigada a proceder a sua recomposi-
contribuições sociais; ção no prazo de 10 (dez) dias a contar do recebimento da
VIII - A transportadora não efetuar o pagamento do notificação, sob pena de caducidade da concessão.
percentual sobre o valor total da receita tarifária mensal
arrecadada à Agência Reguladora de Serviços Públicos De- SEÇÃO V
legados do Estado do Ceará – ARCE, nos termos do art.111, Do Registro de Transportadora
deste Regulamento.
§2º - A declaração da caducidade da concessão deverá Art. 39 - Os Serviços Regulares de Transporte Rodo-
ser precedida da verificação da inadimplência da transpor- viário Intermunicipal de Passageiros serão executados
tadora em processo administrativo, assegurado o direito somente por transportadoras registradas junto ao poder
de ampla defesa. concedente.

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REGULAMENTAÇÃO DE TRANSPORTES PÚBLICOS DE PASSAGEIROS

Parágrafo único - As transportadoras concessioná- VIII - Tomar imediatas providências para prossegui-
rias serão automaticamente registradas junto ao poder mento da viagem quando de sua interrupção; IX - Efetuar
concedente, por ocasião da assinatura do contrato de con- o reabastecimento e manutenção em locais apropriados, e
cessão. sem passageiros a bordo;
Art. 40 - O registro cadastral deverá ser atualizado anu- X - Não operar com veículo que esteja derramando
almente, no mês de junho. combustível ou lubrificantes na via pública e terminais ro-
§ 1º - Na atualização do registro cadastral, a transpor- doviários ou com ameaça de apresentar defeito;
tadora apresentará os seguintes documentos: XI - Tomar as providências necessárias com relação
I - Certidão negativa de falência e concordata expedida à empregado ou preposto que, comprovadamente, não
pelo distribuidor da sede da pessoa jurídica, ou de exe- atenda satisfatoriamente aos usuários e à fiscalização do
cução patrimonial, expedida no domicílio da pessoa física; poder concedente.
II - Balanço Patrimonial e demonstrações contábeis do Art. 42 - A transportadora deverá apresentar mensal-
último exercício social; III - Certidão de inexistência de dé- mente quadro demonstrativo do movimento de passagei-
bito pecuniário junto ao poder concedente; IV - Apólice de ros, na forma regulamentada pelo poder concedente.
seguro de responsabilidade civil. Art. 43 - Os prepostos, empregados, contratados das
§ 2º - Trimestralmente a transportadora apresentará ao transportadoras, ou qualquer que atue em seu nome, de-
poder concedente a apólice de seguro de responsabilidade verão:
civil, mediante a apresentação dos recibos de quitação. I - Conduzir-se com atenção e urbanidade para com os
usuários do serviço e representantes do Poder Concedente
SEÇÃO VI no exercício de suas funções;
Dos Encargos da Transportadora II - Apresentar-se em serviço corretamente uniformiza-
dos e identificados com o respectivo crachá;
Art. 41 - Sem prejuízo dos encargos previstos em nor- III - Prestar aos usuários, quando solicitados, as infor-
mas legais, regulamentares e pactuadas pertinentes, a mações necessárias, principalmente sobre itinerários, tem-
transportadora prestadora de Serviço Regular de Transpor- po de percurso, pontos de parada, distâncias e preços das
te Rodoviário Intermunicipal de Passageiros deverá: passagens;
I - Prestar serviço adequado, na forma prevista em IV - Cumprir as normas legais, regulamentares e pactu-
normas legais, regulamentares e pactuadas, e em especial adas relativas à execução dos serviços.
neste Regulamento, nas ordens de serviço e no respectivo
contrato; Parágrafo único - É vedado o transporte do pessoal da
II - Submeter-se à direção e fiscalização do poder con- transportadora quando em serviço, incluindo a tripulação,
cedente diretamente ou através da Agência Reguladora de sem o respectivo crachá.
Serviços Públicos Delegados do Estado do Ceará – ARCE ou Art. 44 - Sem prejuízo do cumprimento dos encargos
outro órgão ou entidade da Administração Estadual desig- e deveres previstos nas normas legais, regulamentares e
nado, facilitando-lhes a ação e cumprindo as suas deter- pactuadas pertinentes, o motorista da transportadora é
minações, especialmente no correto fornecimento e aten- obrigado a:
dimento de informações, dados, planilhas de custo, fontes I - Dirigir o veículo, de modo a não prejudicar a se-
de receitas principal, alternativa, acessória, complementar gurança e conforto dos usuários; II - Não movimentar o
ou global, documentos e outros elementos, sempre na veículo, sem que as portas estejam totalmente fechadas;
forma e periodicidade requisitados; III - Manter uma velocidade compatível com a situação
III - Manter as características fixadas pelo poder con- das vias, respeitando os limites fixados pela legislação de
cedente para o veículo, segundo a categoria do serviço em trânsito;
execução, nos termos das normas legais e regulamentares IV - Diligenciar para o fiel cumprimento dos horários e
pertinentes; frequências estabelecidos;
IV - Preservar a inviolabilidade dos instrumentos con- V - Não fumar no interior do veículo;
tadores de passageiros, equipamento registrador instantâ- VI - Não ingerir bebidas alcoólicas nas 12 (doze) horas
neo inalterável de velocidade e tempo e outros instrumen- antecedentes ao início de sua jornada de trabalho e até o
tos, conforme exigidos em normas legais e regulamentares; seu término;
V - Apresentar seus veículos para início de operação VII - Não se afastar do veículo no ponto de parada,
em condições de segurança, conforto e higiene, bem como orientando o embarque e o desembarque de passageiros;
atender as especificações, normas e padrões técnicos VIII - Prestar à fiscalização do poder concedente, exer-
estabelecidos pelas normas legais, regulamentares e pac- cida diretamente ou através de órgãos e entidades delega-
tuadas pertinentes; das, os esclarecimentos que lhe forem solicitados;
VI - Manter somente em serviço os motoristas, cobra- IX - Exibir à fiscalização do poder concedente, exerci-
dores, fiscais e despachantes cadastrados junto ao poder da diretamente ou através dos órgãos e entidades, quando
concedente; solicitado, ou entregar, contra recibo, os documentos do
VII - Preencher as guias e formulários referentes a da- veículo, o mapa de viagem e outros que forem exigíveis;
dos operacionais, cumprindo prazos e normas fixadas pelo X - Não conversar, enquanto estiver na condução do
poder concedente; veículo;

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REGULAMENTAÇÃO DE TRANSPORTES PÚBLICOS DE PASSAGEIROS

XI - Atender aos sinais de parada em locais permitidos VI - Conduzir animais domésticos ou selvagens, quan-
e somente neles; do não devidamente acondicionados, em desacordo com
XII - Observar, rigorosamente, o esquema de operação as disposições legais e regulamentares próprias;
dos corredores e faixas exclusivas para ônibus; VII - Conduzir objetos de dimensões e acondiciona-
XIII - Diligenciar na obtenção de transporte para usuá- mentos incompatíveis com o porta-volume;
rios, em caso de avaria e interrupção da viagem; VIII - Incorrer em comportamento incivil;
XIV - Desviar o veículo para o acostamento nas calça- IX - Comprometer a segurança, o conforto e a tranqui-
das e/ou rodovias, fora dos casos permitidos, para embar- lidade dos demais passageiros; X - Usar aparelhos sonoros
que e desembarque de passageiros; durante a viagem;
XV - Recolher o veículo à respectiva garagem, quando XI - Fumar no interior do veículo.
ocorrerem indícios de defeitos mecânicos, que possam por
em risco a segurança e conforto dos usuários; SEÇÃO VII
XVI - Prestar socorro aos usuários feridos, em caso de Dos Direitos Dos Usuários
acidente.
Art. 45 - Os demais componentes da equipe de opera- Art. 48 - Sem prejuízo dos direitos previstos em normas
ção do veículo deverão: legais, regulamentares e pactuadas pertinentes, são direi-
I - Auxiliar o embarque e desembarque de passageiros, tos dos usuários:
especialmente crianças, senhoras, pessoas idosas e defi- I - Ser transportado em condições de segurança, higie-
cientes motores, sendo que, no caso de serviço regular de ne e conforto, do início ao término da viagem;
transporte de passageiros metropolitano, tal exigência só II - Ter assegurado seu lugar no veículo, nas condições
será devida nos terminais; fixadas no bilhete de passagem;
II - Procurar dirimir as pendências ou dúvidas referen- III - Ser atendido com urbanidade, pelos dirigentes,
tes a bagagens, passagens e outras que possam surgir na prepostos e empregados da transportadora e pelos agen-
relação entre passageiro e transportadora; tes dos órgãos e entidades responsáveis pela fiscalização
III - Diligenciar para manutenção da ordem e para a por parte do poder concedente;
limpeza do veículo; IV - Ser auxiliado no embarque e desembarque pelos
IV - Colaborar com o motorista em tudo que diga prepostos da transportadora, em especial quando tratar-se
de crianças, senhoras, pessoas idosas ou com dificuldade
respeito à regularidade da viagem, especialmente à
de locomoção;
comodidade e à segurança dos passageiros;
V - Receber informações sobre as características
V - Não fumar no interior do veículo;
dos serviços, tais como, tempo de viagem, localidades
VI - Não ingerir bebidas alcoólicas nas 12 (doze) horas
atendidas e outras de seu interesse;
antecedentes ao início e durante a sua jornada de trabalho;
VI - Ter sua bagagem transportada no bagageiro e
VII - Diligenciar junto a transportadora, no sentido de
porta-volume, observado o disposto no art. 84 deste
evitar insuficiência de moeda fracionária para o troco cor- Regulamento e demais normas legais e regulamentares;
reto.
Art. 46 - A transportadora manterá em seus veículos VII - Receber os comprovantes dos volumes transpor-
um livro de ocorrência, em local visível, rubricado e nume- tados no bagageiro;
rado em suas folhas pela fiscalização do poder concedente, VIII - Pagar a tarifa correta fixada para o serviço utiliza-
à disposição dos usuários para consignarem suas suges- do, bem como receber eventual troco em dinheiro.
tões ou reclamações, e do pessoal de operação para regis-
trar as ocorrências da viagem. CAPÍTULO IV
Parágrafo único – No caso de serviço regular de trans- DA OPERAÇÃO DOS SERVIÇOS REGULARES DE
porte de passageiros metropolitano, a exigência de que TRANSPORTE RODOVIÁRIO INTERMUNICIPAL DE PAS-
trata o caput só será devida nos terminais. SAGEIROS
Art. 47 - O usuário dos Serviços Regulares de Trans- SEÇÃO I Das Viagens
porte Rodoviário Intermunicipal de Passageiros terá recu-
sado o embarque ou determinado o seu desembarque, em Art. 49 - As viagens serão executadas de acordo com o
local seguro e adequado, quando: padrão técnico-operacional estabelecido pelo poder con-
I - Não se identificar, quando exigido; cedente com relação às classificações de serviços, observa-
II - Encontrar-se em estado de embriaguez; dos os horários, ponto inicial e final, itinerários, pontos de
III - Encontrar-se em trajes manifestamente impróprios parada e os seccionamentos determinados.
ou ofensivos a moral pública;
IV - Portar arma de fogo ou de qualquer natureza, sal- Art. 50 - Fica estabelecida uma tolerância máxima de
vo legalmente autorizado; 10 (dez) minutos, além do horário marcado, para a chega-
V - Pretender transportar, como bagagem, produtos da do veículo no ponto inicial da linha.
que, pelas suas características, sejam considerados perigo- §1º - Decorrido o prazo fixado neste artigo, o poder
sos ou representem riscos para os demais passageiros, concedente notificará a empresa transportadora para a co-
nos termos da legislação específica sobre Transporte locação de outro veículo, no prazo máximo de 30 (trinta)
Rodoviário de Cargas Perigosas; minutos.

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REGULAMENTAÇÃO DE TRANSPORTES PÚBLICOS DE PASSAGEIROS

§2º - Caso a empresa transportadora não adote a pro- Intermunicipal de Passageiros obedecerão as normas
vidência referida no parágrafo anterior, o poder conceden- e especificações técnicas que determinam os padrões dos
te poderá requisitar um veículo de outra empresa transpor- respectivos serviços a serem prestados pelos mesmos, nos
tadora para a realização da viagem. termos das normas legais, regulamentares e pactuadas
§3º - Ocorrendo a hipótese prevista no parágrafo ante- pertinentes.
rior, o poder concedente notificará a transportadora faltosa
para, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, efetuar o pa- Art. 56 - A frota de cada transportadora deverá ser
gamento à transportadora requisitada, no valor presumido composta de veículos, em número suficiente para presta-
para a viagem completa, obedecendo os coeficientes tari- ção do serviço, conforme fixado no respectivo edital de li-
fários e a taxa de ocupação constante da planilha tarifária citação, mais a frota reserva equivalente ao mínimo de 10%
em vigor. (dez por cento) e máximo de 20% (vinte por cento) da frota
Art. 51 - Os pontos terminais de parada e de escala só operacional.
poderão ser utilizados pelas transportadoras após devida- Parágrafo único - A exigência de que trata o caput des-
mente homologados pelo poder concedente. te Artigo não se aplicará no caso de serviço regular explo-
Parágrafo único - O poder concedente somente ho- rado por veículo utilitário de passageiros e veículo utilitário
mologará terminais rodoviários, pontos de parada e pon- misto.
tos de escala compatíveis com o seu movimento e que Art. 57 - Deverá o poder concedente realizar constante
apresentem padrões adequados de operacionalidade, se- ação fiscalizadora sobre as condições dos veículos, poden-
gurança, higiene e conforto. do, em qualquer tempo e independentemente da vistoria
Art. 52 - O poder concedente fixará o tempo de du- ordinária prevista na legislação de trânsito, realizar inspe-
ração da viagem e de suas etapas, observados os critérios ções e vistorias nos veículos, determinando, se obser-
técnicos. vada qualquer irregularidade quanto às condições de
Art. 53 - A interrupção de viagem decorrente de defei- funcionamento, higiene, conforto e segurança, sua retirada
to mecânico, acidente do veículo ou motivo de força maior, de operação, até que sejam sanadas as deficiências.
será objeto de comunicação imediata da transportadora ao Art. 58 - Semestralmente a transportadora apresentará
poder concedente. ao Poder Concedente relação dos veículos componentes
§1º - A interrupção da viagem pelos motivos elenca- de sua frota, declarando que estão em perfeitas condições
dos no “caput” deste artigo, por um período superior a de segurança, conforto e uso para operar.
03 (três) horas, dará direito ao passageiro, à alimentação e Art. 59 - Além dos documentos exigidos pela legislação
pousada, por conta da transportadora, além do transporte de trânsito e demais normas legais e regulamentares perti-
até o destino de viagem. nentes, os veículos deverão conduzir:
§2º - Nos casos de substituição de veículo por outro de I - No seu interior:
características inferiores, a transportadora deverá ressarcir a) um indicativo com nome do motorista e cobrador;
o passageiro, ao término da viagem, a diferença de preço b) quadro de preços das passagens;
de tarifa, qualquer que tenha sido o percurso desenvolvido c) capacidade de lotação do veículo;
anteriormente à interrupção da viagem. d) número do telefone da Agência Reguladora de Ser-
Art. 54 - Os horários serão fixados em função da de- viços Públicos Delegados do Estado do Ceará – ARCE, ou
manda de passageiros e características de cada linha, obje- de outro órgão ou entidade designado pelo Poder Conce-
tivando a satisfação do usuário, a segurança de tráfego e a dente para eventuais reclamações pelos usuários.
rentabilidade das viagens, evitadas sempre que possível, as II - Na parte externa :
superposições de horários. a) indicação da origem e destino final da linha;
b) número de registro do veículo no Poder Concedente
SEÇÃO II (Selo de Registro);
Dos Veículos c) número de ordem do veículo;
d) pintura em cor e desenhos padronizados, emblema
Art. 55 - Na prestação dos Serviços Regulares de Trans- ou logotipo e/ou razão social da empresa, aprovados pelo
porte Rodoviário Intermunicipal de Passageiros serão utili- Poder Concedente.
zados os seguintes tipos de veículos: Art. 60 - Considera-se, para efeito da capacidade de
I - Ônibus interurbano convencional; lotação do veículo, todas as poltronas disponíveis, exceto a
II - Ônibus interurbano executivo; do motorista e a do cobrador, quando houver este último.
III - Ônibus interurbano leito; §1º - Considerar-se-á lotado o veículo que estiver com
IV - Ônibus metropolitano convencional; sua capacidade completa.
V - Ônibus metropolitano executivo; §2º - Não é permitido o excesso de lotação, ressalvado
VI - Microônibus; o disposto nos parágrafos 3º e 4º deste artigo.
VII - Veículo utilitário de passageiros; §3º - Excepcionalmente, o Poder Concedente poderá,
VIII - Veículo utilitário misto. a seu critério, autorizar passageiros excedentes até o limite
Parágrafo único - As dimensões, lotação e caracterís- de 20% (vinte por cento) da lotação sentada nos serviços
ticas internas e externas dos veículos utilizados na pres- de transporte regular interurbano convencional prestados
tação dos serviços Regulares de Transporte Rodoviário por ônibus.

10
REGULAMENTAÇÃO DE TRANSPORTES PÚBLICOS DE PASSAGEIROS

§4º - No serviço de transporte regular metropolitano III - Documento de licenciamento;


convencional e no serviço de transporte regular interurba- IV - Categoria do veículo;
no convencional, este último em linhas com extensão de V - Número de ordem do veículo, modelo e ano do
até 75 (setenta e cinco) quilômetros, ambos prestados por chassi da carroceria, número do chassi, placa e capacidade
ônibus, o poder concedente poderá autorizar, a seu crité- de lotação.
rio, passageiros excedentes, inclusive em limite superior ao §1º - Registrado o veículo, o poder concedente emiti-
estabelecido no §3º deste artigo. rá “Selo de Registro” que deverá ser afixado no pára-brisa
§5º - Nos serviços regular interurbano convencional e dianteiro.
regular metropolitano convencional operados por veículos §2º - O número de ordem do veículo será regulamen-
utilitários e microônibus, somente poderão ser transporta- tado pelo poder concedente. Art. 66 - Dar-se-á o cancela-
dos passageiros sentados. mento do registro de veículo, quando:
Art. 61 - Todos os veículos registrados junto ao poder I - Não mais tiver condições de atender aos serviços, a
concedente pelas transportadoras deverão circular com critério do poder concedente;
equipamento registrador instantâneo inalterável de velo- II - Ultrapassar a idade de 10 (dez) anos para ônibus
cidade e tempo ou outro dispositivo eletrônico de registro com potência motriz igual ou superior a 200 (duzentos)
diário aferido, ou ainda outros instrumentos que vierem a cavalos;
ser determinados pelo poder concedente. III - Ultrapassar a idade de 07 (sete) anos para ônibus
Art. 62 - A transportadora manterá, pelo período de com potência motriz inferior a 200 (duzentos) cavalos; IV
90 (noventa) dias, os dados do equipamento registrador - Ultrapassar a idade de 05 (cinco) anos para microônibus;
instantâneo inalterável de velocidade e tempo ou de outro V - Ultrapassar a idade de 05 (cinco) anos para veículos
dispositivo eletrônico com tal finalidade de todos os seus utilitários de passageiros e veículos utilitários misto. VI - A
veículos em operação, devidamente arquivados, em per- pedido da transportadora, para sua substituição.
feito estado de conservação, acompanhados da análise de Art. 67 - Os veículos que tiverem seus registros cance-
cada viagem realizada, podendo os mesmos serem solici- lados deverão ser substituídos, no máximo, dentro de 90
tados pelo poder concedente. (noventa) dias, caso haja necessidade de complementação
Parágrafo único - Na ocorrência de acidente, a trans- do número estipulado para a frota dimensionada da trans-
portadora manterá os dados do equipamento registrador
portadora, incluindo a frota reserva prevista no art. 56, des-
instantâneo de velocidade das últimas 24 (vinte e quatro)
te Regulamento.
horas, pelo prazo de 01 (um) ano.
Art. 68 - O poder concedente não fará registro de
Art. 63 - Será permitida a fixação de publicidade na
veículos oriundos de cessão celebrada entre as suas
parte externa do veículo, exceto quando colocar em risco a
transportadoras concessionárias ou permissionárias.
segurança do trânsito.
Art. 69 - Não será efetuado registro de ônibus com
§1º - Não poderão ser veiculadas na parte externa dos
veículos propagandas políticas, religiosas, filosóficas, e as idade superior a 07 (sete) anos, microônibus com idade su-
que firam a moral e os bons costumes. perior a 03 (três) anos e veículo utilitário de passageiros e
§2º - Somente serão permitidas na parte interna do ve- veículo utilitário misto com idade superior a 03 (três) anos,
ículo mensagens de interesse dos usuários, a critério do observados as seguintes disposições:
Poder Concedente.
I - Para efeito de contagem da vida útil, será conside-
SEÇÃO III rado o ano de fabricação do veículo ou do primeiro encar-
Do Registro dos Veículos roçamento de chassi, devidamente comprovado por nota
fiscal do encarroçador ou pela observação no Certificado
Art. 64 - Como condição para prestarem Serviços de Registro e Licenciamento de Veículo;
Regulares de Transporte Rodoviário Intermunicipal de Pas- II - O prazo máximo para a diferença entre a fabricação
sageiros, os veículos da frota das transportadoras deverão do chassi e o seu encarroçamento é de 01 (um) ano;
estar devidamente registrados junto ao poder conceden- III - Quando o veículo novo (zero quilômetro) for ad-
te. quirido no ano seguinte ao da sua fabricação, diretamente
§1º - Ao proceder o registro, o poder concedente vin- do fabricante ou de concessionário do mesmo, conforme
culará o veículo a um dos serviços previstos no art. 4º do comprovado por nota fiscal, será considerado a data de
presente Regulamento. entrega para contagem da vida útil.
§2º - Às transportadoras sediadas além do limites de Art. 70 - A renovação do veículo deverá ser procedida
75 (setenta e cinco) quilômetros do Município de Fortaleza, até o mês de vencimento da sua vida útil.
será permitida a exploração dos Serviços de Transporte
Rodoviário Intermunicipal de Passageiros por Fretamento SEÇÃO IV
com a frota reserva ou ociosa do serviço regular prestado. Do Cadastramento da Tripulação
Art. 65 - A transportadora para obter o registro e visto-
ria do veículo, deverá apresentar os seguintes documentos: Art. 71 - É obrigatório o cadastramento junto ao poder
I - Certificado de propriedade ou cessão; concedente da tripulação que operará em todos os veícu-
II - Apólice de seguro previsto em lei e neste regula- los das transportadoras prestadoras de Serviços Regulares
mento; de Transporte Rodoviário Intermunicipal de Passageiros.

11
REGULAMENTAÇÃO DE TRANSPORTES PÚBLICOS DE PASSAGEIROS

§1º - O cadastramento será efetuado mediante apre- I - Dados constantes do equipamento registrador
sentação dos seguintes documentos: instantâneo inalterado de velocidade e tempo, ou outro
I - Carteira de Identidade; dispositivo eletrônico;
II - Carteira Nacional de Habilitação, categoria “D”, para II - Regularidade da jornada de trabalho do motorista;
motorista; III - Seleção, treinamento e reciclagem do motorista;
III - Quitação militar e eleitoral; IV - Manutenção dos veículos;
IV - Atestado médico de sanidade física e mental; V - Perícia, realizada por órgão ou entidade compe-
V - Certidão de conclusão de 1º grau completo; tente.
VI - Certificado de aprovação em curso de relações hu- Parágrafo único – O Poder Concedente manterá con-
manas, de princípios básicos deste Regulamento, de pro- trole estatístico de acidente de veículo por transportadora.
cedimentos de primeiros socorros, e de direção defensiva, Art. 74 - O poder concedente poderá emitir norma re-
este último aplicável apenas aos motoristas; gulamentar dispondo sobre investigações das causas dos
VII - Comprovação de residência e domicílio; acidentes, envolvendo veículos que operem nos Serviços
VIII - Duas fotos coloridas atualizadas 3x4 (três por Regulares de Transporte Rodoviário Intermunicipal de Pas-
quatro); sageiros e propor medidas preventivas de aumento da se-
IX - Certidão negativa do distribuidor criminal; gurança do Sistema de Transporte Rodoviário Intermunici-
X - Comprovante do pagamento da taxa de inscrição. pal de Passageiros.
§2º - Após efetuado e aprovado o cadastro, o poder
concedente emitirá Carteira Padrão que terá validade de 02 CAPÍTULO V
(dois) anos, sendo seu porte obrigatório quando o empre- DA REMUNERAÇÃO DOS SERVIÇOS REGULARES
gado estiver em serviço. DE TRANSPORTE RODOVIÁRIO INTERMUNICIPAL DE
§3º - A tripulação deverá apresentar novo documento PASSAGEIROS
ou revalidar os já apresentados, dentre os relacionados no SEÇÃO I Das Tarifas
parágrafo primeiro deste artigo, quando assim for exigido
pelo poder concedente. Art. 75 - A remuneração dos Serviços Regulares de
§4º - O Poder Concedente poderá a qualquer momen- Transporte Rodoviário Intermunicipal de Passageiros reali-
zar-se-á através do pagamento de tarifas pelo usuário.
to exigir a apresentação da documentação necessária ao
§1º - Compete ao poder concedente a definição das
cadastramento da tripulação ou revalidação daquela já
tarifas referentes aos Serviços Regulares de Transporte
apresentada.
Rodoviário Intermunicipal de Passageiros.
§5º - O atestado médico de sanidade física e mental
§2º - Compete ao Poder Concedente, de ofício ou a
deverá ser apresentado no prazo máximo de 15 (quinze)
pedido de interessado, a revisão e reajuste das tarifas refe-
dias, a contar da data de sua expedição e renovado anu- rentes aos Serviços Regulares de Transporte Rodoviário In-
almente. termunicipal de Passageiros, nos termos das normas legais,
§6º - No serviço de transporte regular interurbano regulamentares e pactuadas pertinentes.
executivo e leito e no serviço de transporte regular §3º - Deverá o Poder Concedente prever, em favor da
metropolitano executivo não existe a obrigatoriedade de concessionária ou permissionária, no edital de licitação,
cobrador. a possibilidade de outras fontes provenientes de receitas
alternativas, complementares, acessórias ou de projetos
SEÇÃO V Dos Acidentes associados, inclusive proveniente de transporte de enco-
menda, com ou sem exclusividade, com vistas a favorecer a
Art. 72 - No caso de acidente, a transportadora fica modicidade das tarifas, nos termos dos arts. 11 e 17 da Lei
obrigada a: Federal nº. 8.987, de 13 de fevereiro de 1995.
I - Adotar as medidas necessárias visando prestar ime- §4º - A definição, revisão e reajuste das tarifas referen-
diata e adequada assistência aos usuários e prepostos; tes aos Serviços Regulares de Transporte Rodoviário Inter-
municipal de Passageiros levará em consideração:
II – Comunicar, por escrito, o fato ao órgão ou entidade I – a média dos parâmetros dos índices de consumo de
do Poder Concedente, no prazo de 48 (quarenta e oito) cada serviço;
horas, indicando as circunstâncias e o local do acidente, II - a remuneração do capital empregado para a pres-
além das medidas adotadas para atendimento do disposto tação do serviço e o equilíbrio econômico-financeiro do
no inciso anterior; contrato, consideradas obrigatoriamente para a aferição
III – Manter, pelo período de 1 (um ) ano, os dados do do inicial equilíbrio econômico-financeiro do contrato as
equipamento registrador instantâneo inalterável de veloci- fontes de receitas previstas no §3º deste artigo;
dade e tempo, ou de outro dispositivo eletrônico com tal III - a manutenção do nível do serviço estipulado para
finalidade do veículo envolvido no acidente devidamente as linhas e a possibilidade de sua melhoria;
arquivados, em perfeito estado de conservação, acompa- IV - o recolhimento mensal de percentual sobre o valor
nhados da análise da viagem realizada, podendo os mes- total da receita bruta tarifária mensal obtida pela transpor-
mos serem requisitados pelo Poder Concedente. tadora à Agência Reguladora de Serviços Públicos Delega-
Art. 73 - Quando do acidente resultar morte ou lesões dos do Estado do Ceará – ARCE ou outro órgão ou entida-
graves, serão avaliadas suas causas tendo em vista os se- de indicados pelo poder concedente, nos termos do art.
guintes elementos: 111, deste Regulamento;

12
REGULAMENTAÇÃO DE TRANSPORTES PÚBLICOS DE PASSAGEIROS

V – o nível de serviço prestado; Art. 80 - As passagens deverão estar à venda em horá-


VI – a coleta de dados e a prestação de informação pe- rios compatíveis com o serviço e o interesse público, com
las transportadoras através de procedimentos uniformes; a abertura de reservas no prazo mínimo de 15 (quinze) dias
VII - Os mecanismos de controle que garantam a con- antecedentes ao da respectiva viagem, exceto com rela-
fiabilidade das informações. ção aos serviços metropolitanos e os serviços operados por
Art. 76 - Os parâmetros operacionais adotados na pla- veículos utilitários de passageiros veículos utilitários misto.
nilha tarifária, serão analisados periodicamente, objetivan- Art. 81 - É livre a concessão de desconto ou promoção
do o aperfeiçoamento do nível do serviço. de tarifa pelas transportadoras ou seus prepostos, devendo
efetivá-los em caráter uniforme para todos os usuários e
SEÇÃO II para todas as secções da linha, devendo no entanto avisar
Dos Bilhetes de Passagem e sua Venda ao Poder Concedente com uma antecedência mínima de
48 ( quarenta e oito) horas.
Art. 77 - É vedada a prestação de Serviço Regular In- Art. 82 - A transportadora obriga-se a proporcionar se-
termunicipal de Passageiros, sem a emissão do respectivo guro de responsabilidade civil, no limite mínimo fixado no
bilhete de passagem a cada usuário, exceto nos serviços respectivo edital de licitação, emitindo o respectivo com-
metropolitanos. provante.
Art. 83 - Fica isento do pagamento de tarifa, o
Art. 78 - Os bilhetes de passagem serão emitidos ma-
agente responsável pela fiscalização por parte do poder
nual, mecânica ou eletronicamente, em 03 (três) vias, con-
concedente ou por parte da Agência Reguladora de
tendo as seguintes indicações:
Serviços Públicos Delegados do Estado do Ceará - ARCE,
I - Nome, endereço, número de inscrição no Cadastro quando em serviço, devendo a transportadora reservar-
Nacional de Pessoas Jurídicas – CNPJ ou Cadastro de Pes- -lhe uma poltrona, desde que a reserva tenha sido
soa Física - CPF e no Cadastro Geral dos Fornecedores no requisitada pelo menos 12 (doze) horas antes da partida
Estado do Ceará – CGF da transportadora; do veículo.
II – Data da emissão; Parágrafo único - Outros agentes responsáveis pela
III - Tipo de serviço prestado, nos termos do art. 4º, fiscalização por parte do poder concedente ou da ARCE
deste Regulamento; estarão isentos do pagamento de tarifa quando ne-
IV - Denominação: “Bilhete de Passagem”; cessitarem executar trabalho de caráter emergencial,
V - Preço da tarifa; independentemente de reserva.
VI - Número do bilhete, número da via, série ou sub-
-série, conforme o caso; SEÇÃO III
VII - Origem e destino da viagem; Da Bagagem e das Encomendas
VIII - Identificação do passageiro;
IX - Prefixo da linha e seus pontos terminais; Art. 84 - O preço da tarifa abrange necessariamente, a
X - Data e horário da viagem; título de franquia, o transporte obrigatório e gratuito, para
XI - Número da poltrona; o passageiro, de volumes no bagageiro e no porta-volume,
XII - Agência emissora do bilhete; observados os seguintes limites de peso e dimensão:
XIII - Nome da empresa impressora do bilhete, seu nú- I - no bagageiro: até o limite de 35kg (trinta e cinco
mero de inscrição no Cadastro Nacional de Pessoas Jurídi- quilogramas) de peso, sem que o volume total ultrapas-
cas - CNPJ e no Cadastro Geral dos Fornecedores no Estado se 240 dm3 (duzentos e quarenta decímetros cúbicos) ou,
do Ceará - CGF. cada volume, 1m (um metro) na maior dimensão; e,
§1º - O bilhete de passagem será emitido em 03 (três) II - no porta-volume: até o limite de 5kg (cinco quilo-
vias, respectivamente destinadas ao usuário, à empresa gramas), com dimensões que se adaptem ao porta-volu-
transportadora e ao órgão ou entidade fiscalizadora com- me, desde que não sejam comprometidos o conforto e a
segurança dos passageiros.
petente do poder concedente.
Parágrafo único - Excedidos os limites de peso e di-
§2º - Com relação aos serviços metropolitanos, pode-
mensão fixados nos incisos I e II, deste artigo, o passageiro
rão ser utilizados bilhetes simplificados, aparelhos de con-
pagará apenas o que exceder do permitido na base de 50%
tagem mecânica ou eletrônica de passageiros, desde que (cinquenta por cento) da tabela de preços de encomendas,
asseguradas as condições necessárias ao controle e coleta respeitados os direitos dos demais passageiros.
de dados estatísticos. Art. 85 - Garantida a prioridade de espaço no baga-
Art. 79 - A venda de passagens será feita pela pró- geiro para condução de bagagem dos passageiros e das
pria transportadora nos terminais rodoviários e em suas malas postais, a transportadora, respeitada a legislação em
agências, e, na ausência destes, por agentes credenciados, vigor, referente ao peso bruto total máximo do veículo, aos
admitindo-se, ainda, que, ao longo do itinerário, seja feita pesos brutos por eixo ou conjunto de eixos e a relação po-
dentro do veículo. tência líquida/peso bruto total máximo, poderá utilizar o
Parágrafo único - Nas localidades dotadas de terminais espaço remanescente para o transporte de encomendas.
rodoviários é vedado o embarque de passageiros sem o Parágrafo único - O transporte de encomendas só po-
respectivo bilhete de passagem, com exceção dos serviços derá ser efetuado no bagageiro, resguardada a segurança
metropolitanos. dos passageiros e da tripulação.

13
REGULAMENTAÇÃO DE TRANSPORTES PÚBLICOS DE PASSAGEIROS

Art. 86 - O transporte de encomendas e bagagens, con-


duzidas no bagageiro, somente poderá ser feito mediante a SEÇÃO II
respectiva emissão de documento fiscal apropriado e talão Da Autorização dos Serviços de Fretamento Contí-
de bagagem. nuo
Art. 87 - O transporte de encomendas, quando admiti-
do pelo Poder Concedente, atenderá ao disposto nos §§3º e Art. 91 - Compete ao poder concedente autorizar, a
4º do art. 75 deste Regulamento. seu critério, a operação dos serviços de fretamento con-
Art. 88 - Nos casos de extravio ou dano de encomenda tínuo mediante atendimento dos seguintes requisitos por
ou bagagem, conduzidas no bagageiro, a transportadora parte da empresa prestadora do serviço:
indenizará o passageiro, em quantia equivalente a 10 (dez) I - Documento que comprove instalações de sede ou
vezes o valor da maior tarifa vigente do serviço utilizado, no escritório no Estado do Ceará;
prazo de 15 (quinze) dias, contados da data da reclamação. II - Instalações próprias ou alugadas contendo área
§1º - As transportadoras somente serão responsáveis apropriada para estacionamento do(s) veículo(s);
pelo extravio da bagagem transportada no bagageiro, III - Registro na Junta Comercial;
desde que apresentado pelo passageiro comprovante do IV - Cópia autenticada do contrato social da empresa;
respectivo talão de bagagem ou documento fiscal e até o V - Certificado Geral do Ministério da Fazenda;
limite fixado no “caput” deste artigo. VI - Certidões negativas junto à Secretaria de Finanças
§2º - Para ter direito à indenização no caso de dano ou do Município, Secretaria da Fazenda do Estado e Receita
extravio da bagagem cujo valor exceda o limite previsto no Federal, referentes respectivamente aos tributos federais,
“caput” deste artigo, o interessado fica obrigado a declará- estaduais e municipais;
-lo e a pagar prêmio de seguro para a cobertura do excesso. VII - Cópia autenticada do contrato firmado entre a
§3º - Para fins do parágrafo anterior, as transportadoras transportadora e a pessoa jurídica a quem o serviço será
são obrigadas a proporcionar ao usuário a contratação de prestado, contendo a qualificação dos contratantes, o ob-
seguro específico, sob pena de ficar pessoalmente respon- jeto do serviço, valor e o prazo do contrato, horário, dura-
sável pelos danos verificados. ção, itinerário e distância das viagens;
VIII - Apresentação da apólice de seguro de respon-
TÍTULO III
sabilidade civil.
DOS SERVIÇOS DE TRANSPORTE RODOVIÁRIO IN-
TERMUNICIPAL DE PASSAGEIROS POR FRETAMENTO
SEÇÃO III
CAPÍTULO I
Da Autorização dos Serviços de Fretamento Even-
DO REGIME DE EXPLORAÇÃO DOS SERVIÇOS DE
tual
TRANSPORTE RODOVIÁRIO INTERMUNICIPAL DE PAS-
SAGEIROS POR FRETAMENTO
SEÇÃO I Art. 92 - Compete ao poder concedente autorizar a
Das Disposições Gerais prestação de serviço de fretamento eventual por parte de
empresa transportadora mediante a expedição de Autori-
Art. 89 - Os Serviços de Transporte Rodoviário Inter- zação Especial para Fretamento Eventual.
municipal de Passageiros por Fretamento serão executados Parágrafo único - Para obtenção da Autorização Espe-
mediante autorização expedida pelo poder concedente. cial para Fretamento Eventual, a empresa pagará valor fixa-
Parágrafo único – A autorização a que se refere o “ca- do pelo poder concedente.
put” deste artigo poderá ser cassada, a critério do poder Art. 93 - Na execução do serviço rodoviário de freta-
concedente, em caso de concorrência com Serviço Re- mento eventual, levar-se-ão em conta:
gular de Transporte Rodoviário Intermunicipal de Passa- I - As disposições do Conselho Nacional de Turismo,
geiros existente. do poder concedente e da Secretaria de Turismo do Estado
Art. 90 - Os Serviços de Transporte Rodoviário Inter- do Ceará;
municipal de Passageiros por Fretamento classificam-se em: II - As condições de segurança, conforto, higiene e tra-
I – Serviço de fretamento contínuo: serviço de trans- fegabilidade do veículo, nos termos das normas legais e
porte rodoviário de passageiros prestado à pessoa jurídica, regulamentares pertinentes.
mediante contrato escrito, para um determinado número Art. 94 - A viagem relativa a serviço de fretamento
de viagens ou por um período pré-determinado, não su- eventual será executada por veículo de empresa de turis-
perior a 12 (doze) meses, com horários fixos, destinado mo, agência de viagem ou empresa de transporte eventual,
ao transporte de usuários definidos, que se qualificam por registrada junto ao poder concedente.
manterem vínculo específico com a contratante para de- Parágrafo único - O veículo utilizado em serviço de fre-
sempenho de sua atividade, mediante prévia autorização tamento eventual deverá apresentar, no pára-brisa dian-
do poder concedente; teiro, o nome da empresa contratante e o selo de registro
II – Serviço de fretamento eventual: serviço de trans- expedidos pelo poder concedente.
porte rodoviário de passageiros prestado a uma pessoa ou
a um grupo de pessoas, em circuito fechado, para uma
viagem com fins culturais ou recreativos, mediante prévia
autorização do poder concedente.

14
REGULAMENTAÇÃO DE TRANSPORTES PÚBLICOS DE PASSAGEIROS

SEÇÃO IV CAPÍTULO II
Do Registro das Transportadoras DA OPERAÇÃO DOS SERVIÇOS RODOVIÁRIOS DE
FRETAMENTO
Art. 95 - As transportadoras prestadoras de Serviço de SEÇÃO I Das Viagens
Transporte Rodoviário Intermunicipal de Passageiros por
Fretamento deverão obter registro junto ao poder conce- Art. 99 - Quanto à ocorrência de acidentes, aplicam-
dente. -se aos Serviços de Transporte Rodoviário Intermunicipal de
Parágrafo único - Para obtenção do registro junto ao Passageiros por Fretamento os arts. 72 a 74, deste Regula-
poder concedente, as empresas prestadoras de Serviço de mento.
Transporte Rodoviário Intermunicipal de Passageiros por Art.100 - Ocorrendo interrupção da viagem de Serviço
Fretamento deverão apresentar requerimento instruído de Transporte Rodoviário Intermunicipal de Passageiros por
com a seguinte documentação: Fretamento, a transportadora deverá utilizar, para sua
I - Certidão Negativa de Falência e Concordata expedi- continuidade, o mesmo veículo ou outro de característi-
da pelo distribuidor da sede da pessoa jurídica, ou de exe- ca idêntica ou superior ao que vinha sendo utilizado, obser-
cução patrimonial, expedida no domicílio da pessoa física; vados os requisitos de conforto e segurança estabelecidos.
II - Ato constitutivo, estatuto ou contrato social em vi- Parágrafo único - Fica a transportadora obrigada a co-
gor, devidamente registrado, em se tratando de sociedades municar a interrupção de viagem ao poder concedente, no
comerciais e, no caso de sociedades por ações, acompa- prazo de 48 (quarenta e oito) horas, especificando-lhes as
nhado de documentos de eleição de seus administradores; causas e as providências adotadas, as quais deverão ser
III - Prova de regularidade para com a Fazenda Federal, comprovadas sempre que exigido.
Estadual e Municipal do domicílio ou sede da empresa; Art. 101 – Nos Serviços de Transporte Rodoviário Inter-
IV - Prova de inscrição no Cadastro Nacional de Pessoas municipal de Passageiros por Fretamento somente poderão
Jurídicas - CNPJ; ser transportados passageiros sentados.
V - Balanço Patrimonial e demonstrações contábeis do §1º - Será dispensada a presença de cobrador na
último exercício social, exceto as empresas com menos de tripulação dos Serviços de Transporte Rodoviário
um ano de constituição. Intermunicipal de Passageiros por Fretamento.
Art. 96 - As empresas registradas receberão o Certifica- §2º – Ao motorista de viagem relativa a Serviço de
do de Registro do poder concedente - CR, do qual constará: Transporte Rodoviário Intermunicipal de Passageiros por
I - Número do processo de registro; Fretamento, aplicam-se todos os encargos relativos ao mo-
II - Número do registro; torista de viagem relativa a Serviço Regular de Transporte
III - Data da emissão do registro e o prazo de sua vali- Rodoviário Intermunicipal de Passageiros, inclusive no to-
dade; cante ao cadastramento previsto no art. 70, deste Regula-
IV - Modalidades de serviços em que operam; mento.
V - Nome, cargo ou função e assinatura da autoridade
expedidora do Certificado. SEÇÃO II Dos Veículos
Art. 97 - Os documentos abaixo relacionados deverão
ser atualizados anualmente, no mês de junho, junto ao po- Art. 102 - Na prestação de Serviços de Transporte Ro-
der concedente, sob pena de cancelamento da au- doviário Intermunicipal de Passageiros por Fretamento se-
torização para prestação de serviços rodoviários de rão utilizados os seguintes tipos de veículos:
fretamento: I - Ônibus interurbano convencional;
I - Certidão Negativa de falência e concordata expedida II - Ônibus interurbano executivo;
pelo distribuidor da sede da pessoa jurídica, ou de execução III - Ônibus interurbano leito;
patrimonial, expedida no domicílio da pessoa física; IV - Ônibus metropolitano convencional;
II - Balanço Patrimonial e demonstrações contábeis do V - Ônibus metropolitano executivo;
último exercício social; III - Certidão de inexistência de dé- VI - Microônibus;
bito pecuniário junto ao poder concedente; IV - Apólice de VII - Veículo utilitário de passageiros.
seguro de responsabilidade civil. §1º - As dimensões, lotação e características inter-
Parágrafo único - Trimestralmente a transportadora nas e externas dos veículos obedecerão aos padrões e
apresentará ao poder concedente a apólice de seguro de especificações técnicas estabelecidas nas normas legais e
responsabilidade civil, mediante a apresentação dos recibos regulamentares pertinentes.
de quitação. §2º - Ônibus metropolitano só poderá ser utilizado em
Art. 98 - Anualmente será procedida vistoria nos serviço rodoviário de fretamento cuja distância entre a ori-
veículos pelo poder concedente para verificação do gem e destino não ultrapasse 75 (setenta e cinco) quilôme-
atendimento às condições de conforto e segurança. tros.
§1º - Realizada a vistoria e aprovado o veículo, será ex- Art. 103 - Nos veículos utilizados nos Serviços de Trans-
pedido o Certificado de Vistoria, bem como o Selo de Re- porte Rodoviário Intermunicipal de Passageiros por Freta-
gistro. mento é obrigatória a instalação de equipamento regis-
§2º - Não será permitida a utilização em prestadoras de trador instantâneo inalterável de velocidade e tempo, de-
Serviço de Transporte Rodoviário Intermunicipal de vendo a transportadora mantê-lo em perfeito estado de
Passageiros por Fretamento de veículo que não seja funcionamento e analisar os dados relativos a cada viagem
portador de Certificado de Vistoria. realizada.

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REGULAMENTAÇÃO DE TRANSPORTES PÚBLICOS DE PASSAGEIROS

Parágrafo único - Sempre que necessário, a critério cedente, através dos órgãos e entidades competentes,
do poder concedente, poderá ser exigida a exibição dos visando ao cumprimento das normas legais, regulamenta-
dados do equipamento registrador instantâneo inalterável res e pactuadas pertinentes.
de velocidade e tempo, o qual deverá ser preservado pela Art. 109 - O Departamento de Edificações, Rodovias
empresa transportadora pelo prazo de 90 (noventa) dias. e Transportes - DERT e a Agência Reguladora de Serviços
Art. 104 - Os veículos utilizados em Serviços de Trans- Públicos Delegados do Estado do Ceará – ARCE exercerão
porte Rodoviário Intermunicipal de Passageiros por Freta- as atribuições de fiscalização dos Serviços de Transporte
mento deverão apresentar, na parte externa, letreiro indica- Rodoviário Intermunicipal de Passageiros do Estado do
tivo com o nome ou razão social do cliente, no caso de Ceará previstas neste Regulamento, observado o dispos-
fretamento contínuo; ou a palavra “TURISMO”, no caso de to nos parágrafos deste artigo.
fretamento eventual. §1º - O DERT poderá outorgar, mediante convênio,
Art. 105 - Quanto à fixação de publicidade nos veículos suas atribuições de fiscalização dos Serviços de Transporte
utilizados em Serviço de Transporte Rodoviário Intermunici- Rodoviário Intermunicipal de Passageiros a órgão ou enti-
pal de Passageiros por Fretamento, aplica-se o art. 63, deste dade da Administração Estadual direta ou indireta.
Regulamento. §2º - Além da competência prevista no “caput” des-
te artigo, caberá ao DERT exercer as atribuições relativas
SEÇÃO III ao planejamento do Sistema de Transporte Rodoviário In-
Do Registro dos Veículos termunicipal e à execução de obras nas rodovias federais,
estadual e municipais integrantes do Sistema Viário do Es-
Art. 106 - Os veículos utilizados na prestação de Ser- tado do Ceará.
viços de Transporte Rodoviário Intermunicipal de Art. 110 - Além da fiscalização de que trata o artigo
Passageiros por Fretamento serão devidamente registra- anterior, as prestadoras de Serviços de Transporte
dos junto ao poder concedente. Rodoviário Intermunicipal de Passageiros no Estado
Parágrafo único - Não será efetuado registro de ônibus
do Ceará submeter-se-ão ao poder regulatório da Agência
com idade superior a 10 (dez) anos e veículo utilitário de pas-
Reguladora de Serviços Públicos Delegados do Estado do
sageiros com idade superior a 05 (cinco) anos, observados os
Ceará - ARCE.
requisitos abaixo:
§1º - O poder regulatório da ARCE será exercido nos
I - Para efeito de contagem da vida útil, será considera-
termos das Leis Estaduais nº. 12.786/97 e n. 13.094/2001
do o ano de fabricação do veículo ou do primeiro encarroça-
mento de chassi, devidamente comprovado por nota fiscal do e demais normas legais, regulamentares e pactuadas per-
encarroçador ou pela observação no Certificado de Registro e tinentes, cabendo à ARCE com relação aos Serviços de
Licenciamento de Veículo; Transporte Rodoviário Intermunicipal de Passageiros, sem
II - O prazo máximo para a diferença entre a fabricação prejuízo de outras atribuições:
do chassi e o seu encarroçamento é de 01 (um) ano; I - fiscalizar indiretamente os órgãos ou entidades pri-
III - Quando o veículo novo (zero quilômetro) for adquiri- vados e públicos envolvidos na prestação do serviço, atra-
do no ano seguinte à sua fabricação, diretamente do fabrican- vés de auditagem técnica de dados fornecidos por estes ou
te ou de concessionário seu, comprovado por nota fiscal, será coletados pela ARCE;
considerado a data de entrega para contagem da vida útil. II - atender e dar provimento às reclamações dos usu-
Art. 107 - Na execução dos Serviços de Transporte Rodo- ários do serviço, decidindo inclusive sobre indenizações ou
viário Intermunicipal de Passageiros por Fretamento somente reparações a serem pagas pelas transportadoras, indepen-
serão utilizados veículos que atendam as seguintes condições: dentemente de outras sanções a estas aplicáveis;
I - A utilização de ônibus, com mais de 10 (dez) anos, não III - expedir normas regulamentares sobre a prestação
poderá ultrapassar a 50% (cinquenta por cento) da frota re- do serviço;
gistrada por empresa; IV - responder a consultas de órgãos ou entidades pú-
II – A utilização de microônibus, com mais de 5 (cinco) blicas e privadas sobre a prestação do serviço;
anos, não poderá ultrapassar a 50% (cinquenta por cento) da V – quando for o caso, encaminhar ao órgão ou
frota registrada por empresa; entidade responsável pela aplicação de penalidades
III - A utilização de veículos utilitários, com mais de 3 a constatação, através de decisão definitiva proferida pela
(três) anos, não poderá ultrapassar a 50% (cinquenta por cen- ARCE, de infração cometida por transportadora.
to) da frota registrada por empresa.
§2º - No desempenho do poder regulatório, incluindo
TÍTULO IV as competências atribuídas neste artigo, a ARCE usufruirá
DA FISCALIZAÇÃO, INFRAÇÕES E PENALIDADES de todas as prerrogativas conferidas pelas Leis Estaduais
CAPÍTULO I nº. 12.876/97 e n. 13.094/2001 e demais normas legais e
DA FISCALIZAÇÃO regulamentares pertinentes.
§3º - As prestadoras de Serviço de Transporte Rodo-
Art. 108 - A fiscalização dos Serviços de Transporte Rodo- viário Intermunicipal de Passageiros, qualquer que seja a
viário Intermunicipal de Passageiros, em tudo quanto diga modalidade de serviço prestado, são submetidas à regula-
respeito a segurança da viagem, conforto do passageiro ção estabelecida pela ARCE, nos termos das Leis Estaduais
e ao cumprimento da legislação de trânsito e de tráfego nº. 12.876/97 e n. 13.094/2001 e demais normas legais e
rodoviário intermunicipal será exercida pelo poder con- regulamentares pertinentes.

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REGULAMENTAÇÃO DE TRANSPORTES PÚBLICOS DE PASSAGEIROS

Art. 111 - A prestadora de Serviço Regular de Trans- II - Multa;


porte Rodoviário Intermunicipal de Passageiros, qualquer III - Retenção do veículo;
que seja a modalidade de serviço prestado, estará obrigada IV – Apreensão do veículo
ao pagamento de percentual de até 4% (quatro por cento) V – Revogação unilateral da permissão.
sobre o valor total da receita bruta tarifária mensal, nos ter- VI - Caducidade da concessão.
mos do edital e respectivo contrato de concessão ou termo §1º - Aplicar-se-á a pena de advertência por escrito
de permissão, a ser recolhido mensalmente, até o dia 05 no caso de infração a qualquer dispositivo deste
(cinco) do mês subsequente, junto à Agência Reguladora Regulamento para a qual inexista expressa previsão de
de Serviços Públicos Delegados do Estado do Ceará – ARCE penalidade diversa.
ou outro órgão ou entidade indicado pelo Poder Conce- §2º - As penas de multa, retenção e apreensão de veí-
dente, sob pena de caducidade da concessão ou cancela- culo serão aplicadas nos casos previstos nas seções seguin-
mento da permissão. tes deste capítulo.
Parágrafo único - No caso de Serviço Regular de Trans- §3º - Aplicar-se-á a pena de revogação unilateral da
porte Rodoviário Intermunicipal de Passageiros prestado permissão no caso de prestação inadequada ou ineficiente
por veículos utilitários de passageiros, veículos utilitários do serviço, a critério do poder concedente, sem prejuízo da
mistos e microônibus, o valor mensal a que se refere o ca- medida administrativa de revogação unilateral da permis-
put deste Artigo é fixado em R$ 100,00 (cem reais), por são, por conveniência e oportunidade da Administração,
veículo, sendo este valor reajustado pelo percentual médio dada a supremacia do interesse público sobre o particular
da variação das tarifas dos serviços. e a precariedade da permissão.
Art. 112 – O poder concedente no exercício da §4º - Aplicar-se-á a pena de caducidade da concessão
fiscalização dos Serviços de Transporte Rodoviário Inter- nos casos previstos no art. 35, §1º, da Lei estadual nº.
municipal de Passageiros, através da Agência Reguladora 12.788 de 30 de dezembro de 1997, e na Lei estadual n.
de Serviços Públicos Delegados do Estado do Ceará – ARCE 13.094, de 12 de janeiro de 2001.
e do Departamento de Edificações, Rodovias e Transportes §5º - A aplicação das penas previstas neste artigo não
– DERT e de outros órgãos e entidades da Administração está limitada à observância de gradatividade.
Pública Estadual incumbidos dessa atividade, tem pleno Art. 116 – O cometimento de duas ou mais infrações,
acesso a qualquer veículo ou instalação que diga respeito independentemente de sua natureza, sujeitará o infrator
aos serviços, exercendo o poder de polícia, nos termos das à aplicação das penalidades correspondentes a cada uma
normas legais e regulamentares pertinentes. delas.
Art. 113 - O poder concedente promoverá, quando
julgar necessário, a realização de auditorias contábil- finan- SEÇÃO II Das Multas
ceira e técnico-operacional na transportadora.
§1º - Por ocasião das auditorias, fica a transportadora Art. 117 - A pena de multa, calculada em função do
obrigada a fornecer os livros e documentos requisitados, “custo quilométrico operacional médio” dos serviços em
satisfazendo e prestando outros dados e exigências do Po- vigor, conforme valores previamente estabelecidos pelo
der Concedente. Poder Concedente, será aplicada quando do cometi-
§2º - O resultado das auditorias serão encaminhados mento das seguintes infrações, conforme estabelecido no
à transportadora, acompanhados de relatório contendo as art. 70, da Lei estadual n. 13.094, de 12 de janeiro de 2001:
recomendações, determinações, advertências e outras san- I - a transportadora, através de dirigente, gerente, em-
ções ou observações do poder concedente. pregado, preposto, contratado ou qualquer que atue em
seu nome, alternativamente:
CAPÍTULO II não apresentar seus veículos para início da operação
DAS INFRAÇÕES E PENALIDADES em perfeito estado de conservação e limpeza;
Seção I tratar passageiro com falta de urbanidade;
Das Espécies de Penalidade não apresentar tripulação corretamente uniformizada
e identificada em serviço;
Art. 114 - Verificada a inobservância de qualquer não prestar aos usuários, quando solicitados, as infor-
das disposições deste Regulamento, aplicar-se-á à trans- mações necessárias;
portadora infratora a penalidade cabível, conforme estabe- fumar dentro do ônibus ou permitir que passageiros
lecido na Lei estadual n. 13.094, de 12 de janeiro de 2001 e fumem;
demais disposições legais. afastar-se do veículo no horário de trabalho, sem mo-
Parágrafo único - As penalidades aplicadas pelo poder tivo justo;
concedente não isentam o infrator da obrigação de reparar o motorista conversar, enquanto o veículo estiver em
ou ressarcir dano material ou pessoal resultante da infra- movimento;
ção, causado a passageiro ou a terceiro. não atender aos sinais de parada em locais permitidos;
Art. 115 - As infrações aos preceitos deste Regulamen- não observar o esquema de operação dos corredores e
to, baseados na Lei estadual n. 13.094, de 12 de janeiro de faixas exclusivas para ônibus;
2001, sujeitarão a transportadora infratora, conforme a não auxiliar o embarque e desembarque de passagei-
natureza da falta, às seguintes penalidades: I - Advertência ros, especialmente crianças, senhoras, pessoas idosas e de-
por escrito; ficientes motores, quando solicitado;

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REGULAMENTAÇÃO DE TRANSPORTES PÚBLICOS DE PASSAGEIROS

l) não procurar dirimir as pendências ou dúvidas refe- não desviar o veículo para o acostamento nas calçadas
rentes a bagagens, passagens e outras que possam surgir e/ou rodovias para o embarque e o desembarque de pas-
na relação entre passageiro e transportadora; sageiros;
m) utilizar pontos para parada e para escala sem que não manter em seus veículos, nos locais próprios, livro
esteja devidamente autorizado pelo poder concedente; de ocorrência;
n) não comunicar ao poder concedente, dentro do pra- ultrapassar a tolerância máxima de até 10 (dez) minu-
zo legal, a interrupção de viagem decorrente de defeito tos, além do horário marcado, para a chegada do veículo
mecânico, acidente do veículo ou motivo de força maior; no ponto inicial da linha;
o) não ressarcir ao passageiro a diferença de preço de não pagar ao passageiro alimentação, pousada, e
tarifa, nos casos de substituição de veículo por outro de transporte até o destino da viagem, quando houver inter-
características inferiores; rupção de viagem, por um período superior a 03 (três) ho-
p) não transportar gratuitamente a bagagem de pas- ras, caso em que a multa será cobrada por cada passageiro;
sageiro, observados os requisitos estabelecidos nesta Lei e não apresentar semestralmente ao poder concedente
em normas regulamentares pertinentes; relação dos veículos componentes de sua frota e declara-
q) reincidir, em período inferior a 90 (noventa) dias, na ção de que os referidos veículos estão em perfeitas condi-
prática de infração que já tenha sido objeto de advertência ções de segurança, conforto e uso para operar, no caso de
por escrito por parte do poder concedente, nos termos do transportadora prestadora de Serviço Regular de Transpor-
§1º do art. 68 da Lei estadual n. 13.094, de 12 de janeiro te Rodoviário Intermunicipal de Passageiros;
de 2001. h) permitir o transporte de passageiros sem a emissão
Pena- Multa correspondente ao valor de 30 (trinta) qui- do bilhete de passagem, no caso de transportadora presta-
lômetros. dora de Serviço Regular de Transporte Rodoviário Intermu-
II - a transportadora, através de dirigente, gerente, em- nicipal de Passageiros, aplicando-se um auto de infração
pregado, preposto, contratado ou qualquer que atue em por cada passageiro embarcado sem o respectivo bilhete,
seu nome, alternativamente: salvo na hipótese dos serviços metropolitanos;
efetuar reabastecimento e manutenção em locais ina- i) efetuar a venda de passagens em locais não permiti-
propriados ou com passageiros a bordo; dos ou fora dos prazos estabelecidos, nos termos dos arts.
46 e 47 da Lei estadual n. 13.094, de 12 de janeiro de
atrasar ou adiantar horário de viagem sem motivo jus-
2001;
to;
j) permitir o embarque de passageiros nas localidades
não diligenciar para manutenção da ordem e para a
dotadas de terminais rodoviários, sem o respectivo bilhe-
limpeza do veículo;
te de passagem, no caso de transportadora prestadora de
recusar-se a devolver o troco, aplicando-se, neste caso,
Serviço Regular de Transporte Rodoviário Intermunicipal
um auto de infração por cada valor de tarifa alterado,
de Passageiros, aplicando-se um auto de infração por cada
sem prejuízo do cumprimento da obrigação de entre-
passageiro embarcado, salvo na hipótese dos serviços me-
ga do troco devido;
tropolitanos;
transportar passageiros excedentes sem autorização l) não apresentar letreiro indicativo na parte externa
do poder concedente, sendo neste caso, a multa cobrada dos veículos utilizados em Serviço de Transporte Rodovi-
com relação a cada passageiro excedente; ário
deixar de fazer constar nos locais adequados do veícu- Intermunicipal de Passageiros por Fretamento, nos ter-
lo as legendas obrigatórias, internas ou externas; mos deste Regulamento e demais disposições normativas.
deixar de garantir o espaço adequado no bagageiro m) não apresentar trimestralmente ao poder conce-
para transporte da bagagem a que tem direito os passa- dente a apresentação dos recibos de quitação da apólice
geiros, utilizando, no todo ou em parte, o espaço existente de seguro de responsabilidade civil.
para finalidade diversa; Pena - Multa correspondente ao valor de 120 (cento e
transportar encomendas e bagagens, conduzidas no vinte) quilômetros.
bagageiro, sem a respectiva emissão de documento fiscal IV - a transportadora, através de dirigente, gerente,
apropriado ou talão de bagagem; empregado, preposto, contratado ou qualquer que atue
afixar material publicitário ou inserir inscrições nos ve- em seu nome, alternativamente:
ículos, com violação ao disposto nos arts. 37 e 57, §4º, da alterar o itinerário ou interromper a viagem, sem
Lei estadual n. 13.094, de 12 de janeiro de 2001, con- motivo justificado e sem comunicar o fato ao poder
forme a espécie de serviço prestado. Pena - Multa corres- concedente;
pondente ao valor de 60 (sessenta) quilômetros.
III - a transportadora, através de dirigente, gerente, não renovar os documentos necessários para o
empregado, preposto, contratado ou qualquer que atue registro da transportadora, conforme estabelecido neste
em seu nome, alternativamente: Regulamento;
não observar as características fixadas para o veículo não preservar a inviolabilidade dos instrumentos regis-
pelas normas legais, regulamentares e pactuadas; tradores de velocidade e tempo;
retardar a entrega de informações ou documentos exi- mantiver em serviço motoristas, cobradores, fiscais ou
gidos pelo poder concedente; despachantes não cadastrados junto ao poder concedente;

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REGULAMENTAÇÃO DE TRANSPORTES PÚBLICOS DE PASSAGEIROS

deixar de adotar ou retardar as providências relativas II - no Serviço Regular de Transporte Rodoviário de


ao transporte de passageiros, no caso de interrupção da Passageiro prestado por veículo utilitário de passageiros,
viagem; tomando-se por base ocorrência por cada veículo, por
dirigir o veículo colocando em risco a segurança ou em evento;
prejuízo do conforto dos usuários; III - no Serviço de Transporte Rodoviário de Passagei-
ingerir bebida alcoólica nas 12 (doze) horas antece- ros por Fretamento, tomando-se por base ocorrência rela-
dentes ao início de sua jornada até o seu término; tiva a cada empresa, por evento.
não recolher o veículo à respectiva garagem ou utilizá-
-lo, quando ocorrerem indícios de defeitos mecânicos, que SEÇÃO III
possam por em risco a segurança dos usuários; Da Retenção do Veículo
não prestar socorro aos usuários feridos, em caso de
acidente; Art. 119 - Sem prejuízo da aplicação de multa ou de
não colocar outro veículo após notificação do poder outra sanção cabível, a penalidade de retenção de veícu-
concedente no ponto inicial da linha; lo será aplicada, independentemente de a transportadora
l) retirar o “Selo de Registro” afixado no pára-brisa ou pessoa física ou jurídica infratora encontrar-se, ou não,
dianteiro, pelo poder concedente; operando serviço mediante regular concessão, permissão
m) não substituir os veículos que tiverem seus registros ou autorização do Poder Concedente, quando:
cancelados; I - o veículo não oferecer condições de segurança,
n) operar veículo sem o dispositivo de controle de nú- conforto e higiene, ou não apresentar especificações esta-
mero de passageiros ou com catracas violadas, no caso belecidas em normas legais e regulamentares pertinentes;
dos transportes metropolitanos, e, em qualquer caso, sem II - o veículo transportar cargas perigosas sem o devido
o equipamento registrador instantâneo inalterável de velo-
acondicionamento e autorização do poder concedente ou
cidade e tempo, conforme estabelecido na Lei estadual n.
dos órgãos ou entidades competentes;
13.094/2001, para cada espécie de serviço;
III - o motorista apresentar sinais de embriaguez;
o) não portar a devida Autorização, no caso de
IV - o equipamento registrador de velocidade e tempo
viagem relativa a Serviço de Transporte Rodoviário
estiver adulterado ou sem funcionamento;
Intermunicipal de Passageiros por Fretamento;
V - o veículo não estiver cadastrado junto ao poder
p) colocar em tráfego veículo sem cobrador para aten-
der ao serviço, salvo nos casos autorizados pelo poder con- concedente.
cedente; §1º - Em se tratando das hipóteses previstas nos in-
q) suspender total ou parcialmente o serviço sem au- cisos I, II e III, deste artigo, a retenção será feita de ime-
torização do poder concedente, aplicando-se um auto de diato, sendo o veículo retido no local onde for constatada
infração por cada horário desatendido; a irregularidade, devendo a transportadora providenciar a
r) operar veículo com vazamento de combustível ou substituição por veículo padrão em condições adequadas
lubrificantes; de operação.
s) colocar ou manter o veículo em movimento com as §2º - Ocorrendo as hipóteses previstas nos incisos IV e
portas abertas, colocando em risco a segurança de passa- V, o veículo poderá ser retido de imediato ou poderá ser
geiro; determinada sua retenção após o fim da viagem, a critério
t) recusar informação ou a exibição de documentação do agente fiscalizador competente.
requisitadas pelo poder concedente, sem prejuízo da obri- §3º - O veículo retido será recolhido à garagem da
gação de prestar as informações e de exibir os documentos transportadora, quando possível, ou a local indicado pelo
requisitados; órgão ou entidade responsável pela fiscalização, sendo li-
u) resistir, dificultar ou impedir a fiscalização por parte berado somente quando comprovada a correção da irre-
do poder concedente; gularidade que motivou a retenção, sem prejuízo da apli-
v) circular com veículos da frota sem estar devidamen- cação das penalidades cabíveis.
te registrados no poder concedente;
x) não enviar ao poder concedente, no prazo de 05 SEÇÃO IV
(cinco) dias úteis, a cópia do contrato, bem como a identi- Da Apreensão do Veículo
ficação dos passageiros, nos casos de serviço de freta-
mento contínuo, conforme definido neste Regulamento Art. 120 - A penalidade de apreensão do veículo será
e demais disposições normativas. aplicada sem prejuízo da multa cabível, quando a transpor-
Pena - Multa correspondente ao valor de 240 (duzen- tadora ou qualquer pessoa física ou jurídica estiver operan-
tos e quarenta) quilômetros. do o serviço sem regular concessão, permissão ou autori-
Art. 118 - As multas serão aplicadas em dobro, quando zação do Poder Concedente.
houver reincidência da mesma infração, no período de até § 1º - O veículo apreendido será recolhido a local de-
90 (noventa) dias. terminado pelo Poder Concedente, e somente será libera-
Parágrafo único - A reincidência será computada: do mediante a apresentação da guia de recolhimento com-
I - no Serviço Regular de Transporte Rodoviário de Pas- provando o pagamento das multas cabíveis e das despesas
sageiros prestado por ônibus, tomando-se por base ocor- decorrentes da apreensão.
rência em cada linha, por evento;

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REGULAMENTAÇÃO DE TRANSPORTES PÚBLICOS DE PASSAGEIROS

§ 2º - O infrator fica obrigado ao pagamento de multa Parágrafo único - Fica assegurado às transportadoras
diária de 30 (trinta) quilômetros, por veículo apreendido, que já exploram duas ou mais modalidades diferentes de
até a data de liberação do mesmo, incluindo esta, indepen- Serviço Regular de Transporte Rodoviário Intermunicipal
dentemente de outras sanções cabíveis, calculada a multa de Passageiros, sejam elas convencional, executivo ou leito,
em função do “custo quilométrico operacional médio” em linhas com itinerários idênticos, o direito de explorá-
dos serviços em vigor, conforme valores previamente -las até findar o prazo máximo estipulado no art. 43 da Lei
estabelecidos pelo Poder Concedente,. Estadual no 12.788/97.
Art. 125 - Cada transportadora só poderá participar do
CAPÍTULO III Sistema de Transporte Rodoviário Intermunicipal de Passa-
DA FORMALIZAÇÃO DO PROCESSO DE MULTA geiros com o percentual máximo de 12% (doze por cento)
e de 8% (oito por cento) da demanda anual de passagei-
Art. 121 - O procedimento para aplicação das penali- ros, respectivamente, para as linhas radiais e regionais,
dades de multa terá início mediante a lavratura de Termo tomando-se por base relatório dos dados operacionais
de Abertura de processo administrativo ou de Auto de In- emitidos pelo Poder Concedente.
fração, por servidor público incumbido das atividades de Parágrafo único - Fica assegurado à transportadora
fiscalização dos Serviços de Transporte Rodoviário Inter- que já participa do Sistema de Transporte Rodoviário In-
municipal de Passageiros. termunicipal de Passageiros com percentual superior ao
§ 1º - O Auto de Infração será lavrado em 03 (três) vias estipulado no caput deste artigo, o direito de continuar na
de igual teor e conterá: exploração do serviço até findar o prazo máximo estipula-
I - nome do infrator; do no art. 43 da Lei Estadual no 12.788/97.
II - número de ordem do auto de infração, identificação Art. 126 - As transportadoras atuantes nos Serviços
do veículo e da linha; III - local, data e horário da infração; de Transporte Rodoviário Intermunicipal de Passageiros do
IV - discrição sumária da infração cometida e disposi- Estado do Ceará são obrigadas a contratar, para seus ve-
tivo legal violado; ículos cadastrados junto ao poder concedente, seguro de
V - assinatura do infrator ou de preposto ou, sendo o responsabilidade civil por acidente de que resulte morte
caso, declaração de recusa firmada pelo fiscal; ou danos pessoais ou materiais, em favor da tripulação do
VI - matrícula e assinatura do fiscal que a lavrou. veículo, dos passageiros, de pedestres e de terceiros, nos
Parágrafo único - Não efetuado o pagamento da multa valores mínimos fixados neste Regulamento.
aplicada, no prazo devido, a mesma será inscrita na Dívi- Parágrafo único – As atuais permissionárias que te-
da Ativa, para ser cobrada por via judicial, sem prejuízo da nham seguro de acidente pessoal terão o prazo máximo de
aplicação de outras penalidades cabíveis. 6 (seis) meses, a contar da publicação deste Decreto, para
Art. 122 - Formalizado o Auto de Infração encaminhar- cumprir o disposto no caput deste artigo.
-se-á uma cópia do mesmo à infratora, com aviso de rece- Art. 127 - Para efeito de contratação pelas transporta-
bimento, para que a referida, querendo, ofereça a compe- doras do seguro de responsabilidade civil, as seguradoras
tente defesa no prazo de 10 (dez) dias corridos a contar do deverão estar credenciadas junto ao poder concedente.
recebimento da notificação, comprovado através de aviso § 1º - As Seguradoras serão credenciadas mediante o
de recebimento. atendimento dos seguintes requisitos:
§ 1º - O órgão ou entidade responsável pela fiscaliza- possuir capital integralizado no valor mínimo de R$
ção por parte do poder concedente deverá remeter o Auto 200.000.000,00 (duzentos milhões de reais);
de Infração à infratora, no prazo máximo de 30 (trinta) dias, apresentar atestado de idoneidade e de regularidade
contados da data de sua lavratura. de funcionamento emitido pela Superintendência de Se-
§ 2º - A defesa deverá ser tempestivamente protocola- guros
da junto ao órgão ou entidade do poder concedente res- Privados – SUSEP;
ponsável pela fiscalização. ter sucursal no Estado do Ceará, devidamente inscrita e
Art. 123 – Caberá ao órgão ou entidade do poder con- registrada na SUSEP;
cedente responsável pela fiscalização proferir a decisão possuir central de atendimento e assistência 24 (vinte e
sobre a procedência da autuação, cabendo recurso para a quatro) horas por dia, com capacidade de atendimento no
instância de maior hierarquia da ARCE, no prazo de cinco local do sinistro, em qualquer ponto do território do Esta-
dias úteis. do, com veículos e equipamentos apropriados para socorro
de emergências.
TÍTULO V § 2º - O poder concedente poderá definir outros crité-
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS rios para o credenciamento de seguradoras.
§ 3º - O valor mínimo da apólice de seguro de res-
Art. 124 - A transportadora que explorar Servi- ponsabilidade civil por acidente de veículo, em favor da tri-
ço Regular de Transporte Rodoviário Intermunicipal de pulação, dos passageiros, de pedestres e de terceiros, para
Passageiros em sua modalidade convencional, não poderá cobertura de danos materiais e pessoais (corporais e mo-
explorar, em linhas com itinerário idêntico, o serviço em rais), será de R$ 250.000,00 (duzentos e cinquenta mil reais)
suas modalidades executivo ou leito, valendo esta vedação por ônibus, R$ 100.000,00 (cem mil reais) por microônibus
para qualquer das modalidades exploradas com relação às e R$ 25.000,00 ( vinte e cinco mil reais) por veículo utilitário
demais. de passageiro e veículo utilitário misto.

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REGULAMENTAÇÃO DE TRANSPORTES PÚBLICOS DE PASSAGEIROS

Art. 128 - Será mantido pelo Poder Concedente um Avaliação A - levará em conta o resultado da média
cadastro atualizado de cada transportadora, devendo qual- aritmética ponderada das notas dos índices considerados,
quer alteração de seus contratos, estatutos sociais ou nos termos deste Anexo. Esta avaliação será realizada se-
registro de firma individual ser prontamente comunica- mestralmente, nos meses de janeiro e julho, com base nos
do, sob pena de caducidade da concessão ou cancelamen- dados colhidos durante o respectivo semestre. A classifica-
to da permissão ou autorização. ção da transportadora será feita considerando os resulta-
Art. 129 - O desempenho operacional das transpor- dos das duas últimas avaliações semestrais. O resultado de
tadoras será quantificado e qualificado através do Índice janeiro abrangerá o período anterior de julho a dezembro,
de Desempenho Operacional – IDO, que traduz o acom- e o resultado de julho abrangerá o período anterior de ja-
panhamento de forma direta e continuada das condições neiro a junho.
de prestação do serviço, nos termos do Anexo Único deste 2.1.2. Avaliação B - levará em conta o resultado da
Decreto. soma dos pontos das notas de cada índice considerado, nos
Parágrafo único – Será decretado pelo Poder Con- termos deste Anexo. A nota de cada índice receberá men-
cedente a caducidade da concessão ou a revogação da salmente pontuação, as quais somadas, não poderão to-
permissão daquelas concessionárias e permissionárias que talizar 30 (trinta) pontos durante o período máximo de 12
não atingirem, na apuração do IDO, os índices mínimos de (doze) meses, ou em período inferior a este. Esta avaliação
aprovação (satisfatório) no período considerado, de con- se dará de forma continuada, considerando o mês da ava-
formidade com o que estabelece o art. 80 da Lei estadual liação e os 11 (onze) meses anteriores.
n. 13.094, de 12 de janeiro de 2001. 2.2. As aprovações nas avaliações A e B representam
Art. 130 - As atribuições relativas ao Transporte Rodo- em conjunto ou em separado, a condição mínima de ma-
viário Intermunicipal de Passageiros, definidas no art. 2o da nutenção das concessões ou permissões por parte das
Lei estadual n. 12.694, de 20 de maio de 1997, serão gra- transportadoras. Caso não seja atingido o perfil exigido
dativamente transferidas do Departamento de Edificações, nas duas avaliações em questão, a transportadora perderá
Rodovias e Transportes – DERT para a Agência Reguladora a concessão ou a permissão.
de Serviços Públicos Delegados do Estado do Ceará – ARCE, 2.3. O resultado das avaliações será encaminhado às
com observância do disposto no Convênio n. 36/2000, de empresas transportadoras para pleno conhecimento de
1o de junho de 2000. suas notas e pontuações das avaliações, parcial e acumula-
Art. 131 - As questões omissas neste Regulamento se- da, de seus desempenhos.
rão solucionadas pelo poder concedente, através do órgão 2.4. A transportadora terá o prazo de 15 (quinze) dias
ou entidade competente. para contestar os resultados apresentados.
2.5. O IDO será gerado a partir das avaliações A e B,
Art. 132 – Este Decreto entrará em vigor na data de sua
com base nas informações sobre idade média da frota,
publicação, revogadas as disposições em contrário.
cumprimento de viagens, cumprimento de horários, que-
ANEXO ÚNICO, a que se refere o art. 129 do DECRE-
bra de veículo, frequência e gravidade de infrações come-
TO n. 26.103, de 12 de janeiro de 2001, que regulamen-
tidas e reclamação de usuários, nos termos deste Anexo.
ta a Lei n. 13.094, de 12 de janeiro de 2001, que dispõe
2.6. O IDO de cada empresa será obtido mediante os
sobre o Sistema de Transporte
índices, a saber:
Rodoviário Intermunicipal de Passageiros do Esta-
a) IIMF - Índice de Idade Média da Frota;
do do Ceará.
b) ICV - Índice de Cumprimento de Viagem; c) ICH -
- ESTABELECE NORMAS E INSTRUÇÕES PARA APU- Índice de Cumprimento de Horários; d) IAC - Índice de Aci-
RAÇÃO DO ÍNDICE DE DESEMPENHO OPERACIONAL – dente;
IDO - e) IM - Índice de Multa;
1. INTRODUÇÃO f) IRU - Índice de Reclamação de Usuários.
1.1. A criação do Índice de Desempenho Operacional 3. AVALIAÇÃO A
- IDO, visa quantificar parâmetros que permitam avaliar o 3.1. Esta avaliação tem por finalidade atribuir classifi-
desempenho operacional das concessionárias e permis- cação às concessionárias e permissionárias. Para isto, os
sionárias que operam os Serviços de Transporte Rodo- índices citados terão pesos diferenciados que serão multi-
viário Intermunicipal de Passageiros no Estado do Ceará, plicados pelas notas obtidas na avaliação, conforme Tabela
permitindo acompanhar de forma clara, direta e continua- 1, a seguir:
da, o nível de serviço prestado aos usuários.
1.2. Este índice se constituirá em importante instru-
mento gerencial, balizador e medidor dos níveis de servi-
ços prestados, inclusive a ser utilizado como fator determi-
nante para decidir sobre a manutenção ou encampação de
concessões e permissões.
2. METODOLOGIA
2.1. O IDO será aplicado durante todo o período da
concessão ou da permissão. Serão utilizados dois tipos de
avaliações, ambas baseadas nos mesmos índices:

21
REGULAMENTAÇÃO DE TRANSPORTES PÚBLICOS DE PASSAGEIROS

TABELA 1
PESOS DOS ÍNDICES DE AVALIAÇÃO

3.2. A fórmula do cálculo da nota do IDO da Avaliação A será a seguinte:


IDOa = 0,15 IIMF + 0,25 ICV + 0,20 ICH + 0,10 IAC + 0,20 IM + 0,10 IRU
3.3. As transportadoras serão classificadas, de acordo com as notas obtidas, conforme Tabela 2, a seguir:

TABELA 2
NOTAS DE CLASSIFICAÇÃO

3.4. O conceito SATISFATÓRIO será obtido quando for alcançada a nota entre 10 (dez) e 07 (sete), ou seja, entre ótimo
e bom. Este conceito será necessário e imprescindível para a manutenção da concessão ou da permissão.
3.5. O conceito INSATISFATÓRIO será obtido quando forem alcançadas notas inferiores a 07 (sete), ou seja, entre defi-
ciente e péssimo. A obtenção deste conceito, resultante da média dos dois últimos períodos seguidos de avaliação, impli-
cará na extinção da concessão ou da permissão, conforme estabelece o art. 80 da Lei estadual n. 13.094, de 12 de janeiro
de 2001, e o art. 129 deste Decreto. ÍNDICES DE DESEMPENHO

3.6.1 ÍNDICE DE IDADE MÉDIA DA FROTA

Na avaliação da idade média da frota será considerada a idade de todos os veículos utilizados na operação regular de
suas linhas, por tipo de veículo, e cadastrados no poder concedente.
A idade média será calculada por metodologia adotada pelo poder concedente e será obtida no início do mês de cada
período.
A nota será calculada de acordo com a Tabela 3, a seguir:

22
REGULAMENTAÇÃO DE TRANSPORTES PÚBLICOS DE PASSAGEIROS

TABELA 3 – A

3.6.2 ÍNDICE DE CUMPRIMENTO DE VIAGEM

Será obtido pela divisão entre o número de viagens realizadas e o número de viagens programadas no respectivo
período de avaliação, subtraindo-se deste valor as viagens canceladas com autorização do poder concedente. O resultado
dessa divisão será multiplicado por 100 (cem), sendo a nota de acordo com a Tabela 4, a seguir:

23
REGULAMENTAÇÃO DE TRANSPORTES PÚBLICOS DE PASSAGEIROS

TABELA 4

3.6.3 ÍNDICE DE CUMPRIMENTO DE HORÁRIOS

O índice de cumprimento de horários será obtido pela divisão entre o total de horários que foram realizados com atra-
so dos terminais, devidamente registrados pelo poder concedente, e o número de viagens realizadas no respectivo período
de avaliação, multiplicado por 100, sendo a nota de acordo com a Tabela 5, a seguir:

3.6.4 ÍNDICE DE ACIDENTES


O índice de acidentes de veículos será obtido pela divisão entre o número de veículos envolvidos com acidentes du-
rante a viagem devidamente registrado pelo poder concedente, e o número de viagens realizadas no respectivo período
de avaliação, multiplicado por 100, sendo a nota de acordo com a Tabela 6, a seguir:

3.6.5 ÍNDICE DE MULTAS


As irregularidades cometidas pelas concessionárias ou permissionárias e seus prepostos, contrariando as dispo-
sições do Regulamento e de outras normas complementares estabelecidas pelo poder concedente, sujeitarão os infratores
às penalidades cabíveis, nos termos da legislação pertinente.
As penalidades aplicadas às concessionárias e permissionárias e seus prepostos serão consideradas para sua avaliação,
com pesos diferenciados, de acordo com a gravidade da infração cometida, sendo os pesos os seguintes:

multas leves (art. 116, inc. I): peso 02; multas médias (art. 116, inc. II): peso 03; multas graves (art. 116, inc. III): peso 05;
multas gravíssimas (art. 116, inc. IV): peso 10.
A nota mensal será obtida pela soma do número de multas efetivamente aplicadas em cada grupo, multiplicadas pelo
respectivo peso.
Serão consideradas somente as multas que tenham sido aplicadas e mantidas após o julgamento em instância admi-
nistrativa final, nos termos deste Decreto.
A nota final a ser considerada na avaliação das infrações será o valor resultante da soma das notas obtidas mensal-
mente, dividido pelo número de viagens programadas no respectivo período de avaliação, sendo a nota de acordo com a
Tabela 7, a seguir:

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REGULAMENTAÇÃO DE TRANSPORTES PÚBLICOS DE PASSAGEIROS

TABELA 7

3.6.6 ÍNDICE DE RECLAMAÇÃO DOS USUÁRIOS

As reclamações feitas pelos usuários junto à Agência Reguladora de Serviços Públicos Delegados do Estado do Ceará -
ARCE, indicarão o julgamento da população usuária quanto à qualidade do serviço prestado pelas empresas.

A soma da quantidade de reclamações mensais julgadas administrativamente como procedentes, nos termos das nor-
mas legais e regulamentares pertinentes, será dividida pelo total de viagens programadas no período, obtendo-se
o Índice de Reclamação Mensal.
A nota final a ser considerada na avaliação das reclamações dos usuários será o valor resultante da média aritmética
dos índices mensais, multiplicado por 100 (cem), sendo a nota de acordo com a Tabela 8, a seguir:

4. AVALIAÇÃO B
4.1. Esta avaliação tem por finalidade a atribuição de pontuação às concessionárias e permissionárias. Para isto, as notas
dos índices considerados receberão pontuação, mensalmente, conforme Tabelas 9 a 14, a seguir:
4.2. PONTUAÇÃO DA IDADE MÉDIA DA FROTA

TABELA 9

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REGULAMENTAÇÃO DE TRANSPORTES PÚBLICOS DE PASSAGEIROS

4.8. A somatória da pontuação das notas de cada índice, a ser realizada mensalmente, não poderá totalizar 30 (trinta)
pontos durante o período máximo de 12 (doze) meses, ou em período inferior a este. O resultado sendo igual ou superior a
30 (trinta) pontos implicará na perda irremediável da concessão ou permissão. Esta avaliação se dará de forma continuada,
considerando o mês da avaliação e os 11 (onze) meses anteriores.

26
REGULAMENTAÇÃO DE TRANSPORTES PÚBLICOS DE PASSAGEIROS

4.9. A fórmula do cálculo da pontuação do IDO da Ava- TÍTULO I


liação B será a seguinte: DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES E DAS DEFINI-
IDOb = ( IMF + CV + CH + AC + M + RU ) ÇÕES
CAPÍTULO I
onde: Das Disposições Preliminares
IMF: pontuação da idade média da frota;
CV : pontuação do cumprimento de viagem; CH : pon- Art.1º - Fica aprovado o Regulamento do Serviço
tuação do cumprimento de horário; AC : pontuação de aci- Regular Complementar de Transporte Rodoviário Inter-
dente de veículo; municipal de Passageiros do Estado do Ceará, subclassifi-
M : pontuação de multas; cação dos serviços regulares previstos no artigo 3º da Lei
RU : pontuação da reclamação do usuário. Estadual nº13.094/2001, nos termos deste Decreto.
§1º. A subclassificação a que se refere o caput deste
5. CONCLUSÃO artigo não exclui a subclassificação existente no artigo 4º
5.1. A avaliação do Índice de Desempenho Operacional do Decreto nº26.103, de 12 de janeiro de 2001.
- IDO, será feita mediante duas avaliações: Avaliação A: de- §2º. O Serviço Regular Complementar de Transporte
finirá a classificação das concessionárias e permissionárias; Rodoviário Intermunicipal de Passageiros do Estado do Ce-
Avaliação B: definirá a pontuação das mesmos. ará reger-se-á por este regulamento e demais normas le-
5.2. As duas formas de avaliação contêm mecanismos gais, regulamentares e pactuadas pertinentes, em especial
de aferição que permitirão ao órgão gestor: pela Lei Federal nº8.987, de 13 de fevereiro de 1995, pela
avaliar comparativamente a performance de cada em- Lei Estadual nº12.788, de 30 de dezembro de 1997 e pela
presa perante o desempenho do sistema; Lei Estadual nº13.094, de 12 de janeiro de
atualizar parâmetros de desempenho para o sistema,
2001.
tendo por base o avanço da melhoria do serviço prestado
aos usuários;
CAPÍTULO II Das Definições
fornecer às concessionárias e permissionárias seu res-
pectivo desempenho operacional, podendo ser feito por
Art.2º- Define-se como Serviço Regular Complemen-
cada índice e, inclusive, com recomendações sobre qual
tar de Transporte Rodoviário Intermunicipal de Passageiros
índice a empresa deve concentrar esforços para alcançar
melhor desempenho. aquele prestado, mediante permissão, por profissional au-
5.3. Referidas avaliações serão objeto de rotina do tônomo, da categoria motorista, associado a cooperativa
poder concedente, tornando-as efetivas e constantes, de transporte de passageiros, para exploração do transpor-
proporcionando no meio empresarial uma expectativa de te rodoviário intermunicipal de passageiros, utilizando veí-
avaliação de sua empresa perante outras e ao sistema e, culos utilitários de passageiros (VUP) ou veículos utilitários
permitindo a estes, um acompanhamento claro e transpa- misto (VUM).
rente do nível do serviço prestado, com repercussões na Parágrafo único - Serão consideradas, para efeito deste
política de renovação de frota, no desempenho operacio- Regulamento, as seguintes definições:
nal, e na formação e qualificação do pessoal de operação e I. Bagageiro: compartimento destinado exclusivamente
administrativo. ao transporte de mercadorias, volumes ou bagagens, com
acesso pela parte externa do veículo;
II. Cooperativa: sociedade de pessoas, com persona-
DECRETO Nº. 26.803, DE 24 DE OUTUBRO DE lidade jurídica e natureza civil, sem objetivo de lucro, não
2002; sujeitas a falência, instituída e registrada na forma da Lei e
das demais normas que regem as cooperativas de trabalho,
constituída por profissionais autônomos da categoria mo-
torista, cujo objeto é o transporte de passageiros;
DECRETO Nº26.803, de 24 de outubro de 2002. III. Demanda: volume de passageiros potenciais por
APROVA O REGULAMENTO DO SERVIÇO REGU- itinerário considerado;
LAR COMPLEMENTAR DE TRANSPORTE RODOVI- IV. Frequência: número estabelecido de viagens por
ÁRIO INTERMUNICIPAL DE PASSAGEIROS DO ESTADO unidade de tempo ou período fixado;
DO CEARÁ, REVOGANDO O DECRETO Nº26.524, DE 27 V. Horário: momento de partida, trânsito e chega-
DE FEVEREIRO DE 2002, E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS. da, determinado pelo Poder Concedente; VI. Infração:
O GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARÁ, no uso ação ou omissão do permissionário ou de seus prepostos
das atribuições que lhe confere a Constituição do Estado e empregados, que contrarie à Lei Federal nº8.666, de 21
em seu artigo 88, incisos IV e VI, e CONSIDERANDO os ter- de junho de 1993, com suas modificações; à Lei Fede-
mos da Lei Estadual nº13.094, de 12 de janeiro de 2001, ral nº8.987/95, à Lei Estadual nº12.788/97; à Lei Estadual
que dispõe sobre o Sistema de Transporte Rodoviário In- nº13.094/2001; a este Regulamento; a atos, normas ou
termunicipal de Passageiros do Estado do Ceará, inclusive o instruções emitidos pelo Poder Concedente, e a demais
disposto em seu art.3º, parágrafo único; CONSIDERANDO a normas legais, regulamentares ou pactuadas pertinentes;
conveniência de aperfeiçoar-se o Regulamento do Serviço VII. Itinerário: trajeto entre os pontos terminais de
Regular Complementar de Transporte Rodoviário Intermu- uma linha previamente estabelecido pelo Poder Conce-
nicipal de Passageiros do Estado do Ceará; DECRETA: dente e definido pelas vias e localidades atendidas;

27
REGULAMENTAÇÃO DE TRANSPORTES PÚBLICOS DE PASSAGEIROS

VIII. Linha: transporte de passageiros entre Mu- mos, da categoria motorista, associados a cooperativa
nicípios por itinerário e secções preestabelecidos; de transporte de passageiros, para exploração do trans-
IX. Linha alimentadora: linha que tem como caracte- porte rodoviário intermunicipal de passageiros, utilizando
rística principal a alimentação de uma ou mais linhas de veículos utilitários de passageiros (VUP) ou veículos utilitá-
maior relação passageiro transportado por quilome- rios misto (VUM);
tragem percorrida; XXV. Sistema de Transporte Rodoviário Intermunicipal
X. Linha diametral: linha que liga localidades, pas- de Passageiros: o conjunto de todos os serviços de trans-
sando pelo Município de Fortaleza; porte rodoviário intermunicipal de passageiros e a rede
XI. Linha experimental: linha cujo serviço é outorga- dos terminais rodoviários, prestados e existentes no âmbi-
do para ser explorado por um período determinado, para to do Estado do Ceará;
verificação de sua viabilidade; XXVI. Tarifa: preço público correspondente à contra-
XII. Linha radial: linha que liga determinada localida- prestação a ser paga pelo usuário pela utilização de serviço
de do Estado do Ceará ao Município de Fortaleza; regular complementar de transporte rodoviário intermuni-
XIII. Linha regional: linha que liga localidades do cipal de passageiros, conforme valor e/ ou critérios fixados
Estado do Ceará, sem passar pelo Município de Forta- pelo Poder Concedente;
leza; XXVII. Tempo de viagem: tempo de duração total da
XIV. Linha regular: linha utilizada na prestação de viagem, computando-se os tempos de paradas;
Serviço de Transporte Regular Rodoviário Intermunicipal XXVIII. Transporte clandestino: ato ilícito consisten-
de Passageiro; te na exploração ou prestação do serviço de transporte
XV. Lotação: número máximo permitido de passagei- rodoviário intermunicipal de passageiros sem outorga do
ros por veículo; Poder Concedente ou sem observância deste regulamento;
XVI. Passageiro-equivalente: cálculo efetuado com XXIX. Terminal: ponto inicial ou final de uma linha;
base na relação entre a receita e a tarifa integral de deter- XXX. Tripulação: compõe-se de motorista e cobrador,
minada linha; excetuados os casos previstos neste Regulamento nos
XVII. Percurso: distância percorrida entre o ponto ini- quais inexiste a obrigatoriedade de cobrador;
cial e o ponto terminal de uma linha regular por um itine-
XXXI. Veículo de transporte de passageiros: ôni-
rário previamente estabelecido;
bus interurbano e metropolitano, microônibus e veícu-
XVIII. Permissão de serviço: a delegação feita pelo Po-
los utilitários, utilizados no transporte de passageiros, nos
der Concedente, a título precário e intuito personae, me-
termos deste Regulamento;
diante licitação, da prestação de serviço público de trans-
XXXII. Veículo utilitário misto (VUM): veículo au-
porte rodoviário regular complementar de passageiros,
tomotor destinado ao transporte simultâneo de carga
à pessoa física, profissional autônomo da categoria
e passageiro, com capacidade máxima de 04 (quatro)
motorista, associado a cooperativa de transporte de
passageiros sentados, mais a tripulação;
passageiros, que demonstre capacidade para desempenho
do serviço, por sua conta e risco, com apoio logístico e XXXIII. Veículo utilitário de passageiro (VUP): veículo
operacional da cooperativa; fechado, com capacidade mínima de 07 (sete) passageiros
XIX. Permissionário: profissional autônomo da cate- sentados e máxima de 15 (quinze) passageiros sentados,
goria motorista, associado a cooperativa de transporte de mais a tripulação;
passageiros, detentor da permissão para operar no Serviço XXXIV. Viagem: deslocamento de um veículo ao lon-
Regular Complementar Rodoviário de Transporte Intermu- go do itinerário, entre dois pontos terminais;
nicipal de Passageiro; XXXV. Viagem completa: deslocamento de um veí-
XX. Pessoal de Operação: compõe-se de moto- culo ao longo de um itinerário, com retorno ao ponto de
rista, cobrador, auxiliar, fiscal e despachante; origem;
XXI. Poder Concedente: o Estado do Ceará, atuando XXXVI. Viagem-expressa: viagem realizada sem pon-
diretamente ou através de entidade ou órgão da Admi- tos de parada ao longo do itinerário.
nistração Estadual, direta ou indireta, a quem este dele-
gar competência originária sua relativa ao Sistema de TÍTULO II
Transporte Rodoviário Intermunicipal de Passageiros e DO REGIME DE EXPLORAÇÃO DO SERVIÇO REGU-
aos terminais rodoviários de passageiros, inclusive no LAR COMPLEMENTAR DE TRANSPORTE RODOVIÁRIO
tocante ao exercício de fiscalização e regulação de tais ser- INTERMUNICIPAL DE PASSAGEIROS
viços; CAPÍTULO I
XXII. Ponto de parada: local determinado para embar- Das Disposições Gerais
que e desembarque de passageiros, ao longo do itinerário;
XXIII. Secção ou Seccionamento: trecho de linha Art.3º - Caberá à Agência Reguladora de Serviços Pú-
regular em que é autorizado o fracionamento da blicos Delegados do Estado do Ceará - ARCE e demais
tarifa; órgãos e entidades competentes, fiscalizar o cumpri-
XXIV. Serviço Regular Complementar de Transporte: mento da Lei Estadual nº13.094/2001, bem como regular
serviço de transporte rodoviário intermunicipal presta- sua observância por meio da expedição de Portarias e
do, mediante permissão, por profissionais autôno- Resoluções, nos termos dos arts.2º, 62 e 63 da citada Lei.

28
REGULAMENTAÇÃO DE TRANSPORTES PÚBLICOS DE PASSAGEIROS

Art.4º - As permissões de Serviço Regular Art.13 - O Poder Concedente poderá, sempre a seu
Complementar de Transporte Rodoviário Intermunicipal critério, de ofício ou a requerimento da parte interessada,
de Passageiros sujeitar-se-ão à direção e fiscalização pelo proceder a modificações de linhas, autorizando prolon-
Poder Concedente, nos termos das normas legais e regula- gamento, encurtamento ou alteração de itinerário, assim
mentares, com a cooperação dos usuários. como inclusão e exclusão de seccionamento.
Art.5º - A permissão de Serviço Regular Complemen-
tar de Transporte Rodoviário Intermunicipal de Passageiros CAPÍTULO III
será formalizada mediante termo de permissão, precedido Da Licitação e Termo de Permissão
de licitação, observado o disposto no inciso IV do artigo
2º da Lei Federal nº8.987, de 13 de fevereiro de 1995, e Art.14 - O julgamento da licitação para permissão do
demais normas legais e regulamentares pertinentes e no Serviço de Transporte Complementar Rodoviário Intermu-
respectivo edital de licitação, inclusive quanto à precarie- nicipal de Passageiros observará um dos seguintes crité-
dade, à transferibilidade, à caducidade e à revogabilidade rios:
pelo Poder Concedente e à forma e ao valor a ser pago I - o menor valor da tarifa do serviço público a ser pres-
pela outorga. tado;
Art.6º - As linhas radiais, diametrais e regionais, opera- II - a maior oferta, nos casos de pagamento ao Poder
das por veículos utilitários de passageiros Concedente pela outorga; III - a combinação dos critérios
(VUP) e veículos utilitários mistos (VUM) serão outor- referidos nos incisos I e II deste artigo;
gadas por permissão. IV - melhor proposta técnica, com preço fixado no edi-
Art.7º - A permissão, outorgada a título precário e por tal;
prazo indeterminado, pode ser revogada a qualquer tem- V - melhor proposta em razão da combinação de pro-
po, a critério exclusivo do Poder Concedente, sem postas técnica e de oferta de pagamento pela outorga; ou
direito a indenização ao permissionário. VI - melhor oferta de pagamento pela outorga após
§1º. O permissionário em nenhuma hipótese poderá qualificação de propostas técnicas.
operar o serviço com mais de um veículo concomitante- §1º - A aplicação do critério previsto no inciso
mente. III só será admitida quando previamente estabelecida
§2º. A revogação ou a caducidade de qualquer permis- no edital de licitação, com regras e fórmulas precisas para
são em nenhuma hipótese gerará direito a indenização à avaliação econômico- financeira.
respectiva cooperativa. §2º - O Poder Concedente recusará propostas mani-
Art.8º - O número total de permissões do Serviço Re- festamente inexequíveis ou financeiramente incompatíveis
gular Complementar de Transporte de Passageiros para com os objetivos da licitação.
as linhas radiais será limitado a um percentual sobre a frota §3º - Para fins de aplicação do disposto nos incisos IV,
cadastrada no Serviço Regular por Ônibus e Microô- V e VI deste artigo, o edital de licitação conterá parâmetros
nibus correspondente, definido a critério do poder e exigências para a formulação de propostas técnicas.
concedente. Art.15 - O edital de licitação para permissão conterá
Art.9º - As linhas do Serviço Complementar não as condições e as características do serviço, especificando:
poderão ter extensão superior a 200Km, mediante aná- I - linha, itinerário, características do veículo, horários
lise técnica, a critério do poder concedente. e frequências, extensão, pontos de parada, além de even-
Art.10 - A função de motorista do veículo alocado tuais seccionamentos e restrições de trechos, quando for
ao Serviço Regular Complementar de Transporte Ro- o caso;
doviário Intermunicipal de Passageiros será exercida II - valor, forma de pagamento e renovação da outorga
pessoalmente pelo permissionário, sendo-lhe facultada da permissão;
a contratação de um único motorista para auxiliar na III - forma de reajuste da tarifa;
operação do serviço. IV - valor a ser pago mensalmente à Agencia Regula-
dora de Serviços Públicos Delegados do Estado do Ceará
CAPÍTULO II Das Linhas - ARCE, ou a órgão ou entidade responsável pela fiscaliza-
ção, nos termos do artigo 54 deste Decreto.
Art.11 - As linhas servidas pelo Serviço Regular §1º - Este Regulamento será parte integrante do edital
Complementar de Transporte Rodoviário Intermunicipal de licitação de Serviço de Transporte Complementar Rodo-
de Passageiros serão criadas ou extintas a critério do Po- viário Intermunicipal de Passageiros e do respectivo termo
der Concedente, visando a satisfação do interesse público de permissão.
e observadas a oportunidade e a conveniência da implan- §2º - Além dos requisitos estabelecidos neste Regu-
tação dos serviços. lamento, o edital de licitação de Serviço Regular Com-
Art.12 - O processo de estudo de criação das linha re- plementar de Transporte Rodoviário Intermunicipal de
feridas no artigo anterior poderá ser iniciado à critério do Passageiros e o respectivo termo de permissão obedece-
Poder Concedente ou a pedido da parte interessada no rão aos requisitos constantes na Lei Federal nº8.666/93
qual constará, no mínimo, os dados gerais da região que e alterações, na Lei Federal nº8.987/95, na Lei Estadual
se pretende servir, a demanda prevista e as vias a serem nº12.788/97, na Lei Estadual nº13.094/2001, e em demais
utilizadas; normas legais e regulamentares pertinentes.

29
REGULAMENTAÇÃO DE TRANSPORTES PÚBLICOS DE PASSAGEIROS

Art.16 - Para assinatura do termo de permissão, deve- I - prestar serviço adequado, na forma prevista em
rão ser apresentados, dentre outros exigidos no respectivo normas legais, regulamentares e pactuadas e em especial
edital, os seguintes documentos, no prazo máximo de 90 neste Regulamento, nas ordens de serviço e no respectivo
(noventa) dias, sob pena de decadência: termo de permissão;
I - Pela cooperativa: II - submeter-se à direção e fiscalização do Poder Con-
a) estatuto em vigor e último aditivo, devidamente re- cedente diretamente ou através da Agência Reguladora de
gistrados nas entidades competentes, nos termos da lei e Serviços Públicos Delegados do Estado do Ceará - ARCE
demais normas que regem as cooperativas de trabalho; ou outro. órgão ou entidade da Administração Estadual
b) comprovação de ter como objeto o transporte designado, facilitando-lhes a ação e cumprindo as suas
de passageiros e de que é constituída de profissionais determinações, especialmente no correto fornecimento
autônomos da categoria motorista; e atendimento de informações, dados, planilhas de custo,
c) prova de inscrição nas Fazendas Federal, Estadual e fontes de receitas principal, alternativa, acessória, comple-
Municipal; mentar ou global, documentos e outros elementos, sempre
d) alvará de funcionamento; na forma e periodicidade requisitados;
e) comprovação de quitação para com as Fazendas Fe- III - manter as características fixadas pelo Poder Con-
deral, Estadual e Municipal; cedente para o veículo, segundo a categoria do serviço em
f) comprovação de situação regular perante o Instituto execução, nos termos das normas legais e regulamentares
Nacional do Seguro Social - INSS; pertinentes;
g) comprovação de situação regular perante o Fundo IV - preservar a inviolabilidade dos instrumentos
de Garantia por Tempo de Serviço - FGTS; contadores de passageiros, se existentes, equipamento
II - Pelo profissional autônomo: registrador instantâneo inalterável de velocidade e tempo
a) comprovação de filiação a cooperativa de transporte e outros instrumentos, conforme exigidos em normas le-
de passageiros devidamente registrada nas entidades com- gais e regulamentares;
petentes, nos termos da lei e demais normas que regem as V - apresentar seus veículos para início de operação
cooperativas de trabalho; b) comprovação de cursos de e manter em condições de segurança, conforto e higiene,
bem como atender as especificações, normas e padrões
capacitação de pessoal de operação necessários para
técnicos estabelecidos pelas normas legais, regulamenta-
o cadastramento da tripulação, conforme regulamentação
res e pactuadas pertinentes;
a ser feita pela ARCE;
VI - manter somente em serviço os motoristas e
c) apólice de seguro de responsabilidade civil, com va-
cobradores cadastrados junto ao Poder Concedente;
lor determinado no edital;
VII - preencher as guias e formulários referentes a da-
d) comprovação de quitação para com as Fazendas Fe-
dos operacionais, cumprindo prazos e normas fixadas pelo
deral, Estadual e Municipal; Poder Concedente;
e) cópia autenticada da carteira de identidade e do VIII - tomar imediatas providências para prossegui-
CPF; mento da viagem quando de sua interrupção;
f) carteira de habilitação categoria D; IX - efetuar o reabastecimento e manutenção em locais
g) comprovante de residência no Estado do Ceará; apropriados, e sem passageiros a bordo;
h) declaração atestando não ser titular de autorização, X - não operar com veículo que esteja derramando
permissão ou concessão de qualquer outro serviço público, combustível ou lubrificantes na via pública e terminais ro-
inclusive o de transporte; doviários ou com ameaça de apresentar defeito;
i) comprovante de bons antecedentes, mediante certi- XI - tomar as providências necessárias com
dões negativas de antecedentes criminais expedidas pela relação a empregado ou preposto que, comprovada-
Justiças Estaduais Comum e Militar, Justiças Federais Co- mente, não atenda satisfatoriamente aos usuários e à
mum, Militar e Eleitoral e pelas Polícias Civil e Federal. fiscalização do Poder Concedente.
Parágrafo único - Todas as minutas de editais e termos Parágrafo único - A cooperativa a qual o permissioná-
de permissão relativos à outorga da prestação do Serviço rio é associado será obrigada a fornecer a este o apoio
Regular Complementar de Transporte Rodoviário In- logístico e operacional para a execução do serviço, nos
termunicipal de Passageiros deverão ser obrigatoriamente termos definidos por Resolução da ARCE.
encaminhados à Agência Reguladora de Art.18 - Os prepostos, empregados ou qualquer que
Serviços Públicos Delegados do Estado do Ceará - atue em nome do permissionário, deverão:
ARCE, para exame e homologação prévias, caso esta não I - conduzir-se com atenção e urbanidade para com os
tenha sido responsável pela elaboração das mesmas. usuários do serviço e representantes do Poder Concedente
no exercício de suas funções;
CAPÍTULO IV II - apresentar-se em serviço corretamente unifor-
Dos Encargos do Permissionário e da Cooperativa mizados e identificados com o respectivo crachá;
III - Prestar aos usuários, quando solicitados, as infor-
Art.17 - Sem prejuízo dos encargos previstos em nor- mações necessárias, principalmente sobre itinerários, tem-
mas legais, regulamentares e pactuadas pertinentes, o po de percurso, pontos de parada, distâncias e preços das
permissionário do Serviço Regular Complementar de passagens;
Transporte Rodoviário Intermunicipal de Passageiros de- IV - cumprir as normas legais, regulamentares e pactu-
verá: adas relativas à execução dos serviços.

30
REGULAMENTAÇÃO DE TRANSPORTES PÚBLICOS DE PASSAGEIROS

Art.19 - Sem prejuízo do cumprimento dos encargos III - encontrar-se em trajes manifestamente impróprios
e deveres previstos nas normas legais, ou ofensivos a moral pública;
regulamentares e pactuadas pertinentes, o motorista IV - portar arma de fogo ou de qualquer natureza, sal-
é obrigado a: vo legalmente autorizado;
I - dirigir o veículo, de modo a não prejudicar a segu- V - pretender transportar, como bagagem, produ-
rança e conforto dos usuários; tos que, pelas suas características, sejam considerados
II - não movimentar o veículo, sem que as portas este- perigosos ou representem riscos para os demais pas-
jam totalmente fechadas; sageiros, nos termos da legislação específica sobre Trans-
III - manter uma velocidade compatível com a situação porte Rodoviário de Cargas Perigosas;
das vias, respeitando os limites fixados pela legislação de VI - conduzir animais domésticos ou selvagens, quan-
trânsito; do não devidamente acondicionados, em desacordo com
IV - diligenciar para o fiel cumprimento dos horários e as disposições legais e regulamentares próprias;
frequências estabelecidos; VII - conduzir objetos de dimensões e acondiciona-
V - não fumar no interior do veículo; mentos incompatíveis com o bagageiro ou no interior do
VI - não ingerir bebidas alcoólicas nas 12 (doze) horas veículo;
antecedentes ao início de sua jornada de trabalho e até o VIII - incorrer em comportamento incivil;
seu término; IX - comprometer a segurança, o conforto e a tranqui-
VII - Não se afastar do veículo no ponto de parada, lidade dos demais passageiros; X - usar aparelhos sonoros
orientando o embarque e o desembarque de passageiros; durante a viagem;
VIII - prestar à fiscalização do Poder Concedente, exer- XI - fumar no interior do veículo.
cida diretamente ou através de órgãos e entidades delega-
das, os esclarecimentos que lhe forem solicitados; CAPÍTULO V
Dos Direitos Dos Usuários
IX - exibir à fiscalização do Poder Concedente, exerci-
da diretamente ou através dos órgãos e entidades, quando Art.22 - Sem prejuízo dos direitos previstos em nor-
solicitado, ou entregar, contra recibo, os documentos do mas legais, regulamentares e pactuadas pertinentes, são
direitos dos usuários:
veículo, o mapa de viagem e outros que forem exigíveis;
I - ser transportado em condições de segurança, higie-
X - Não conversar, enquanto estiver na condução do
ne e conforto, do início ao término da viagem;
veículo;
II - ter assegurado seu lugar no veículo, mediante pa-
XI - Atender aos sinais de parada em locais permitidos
gamento da tarifa;
e somente neles;
III - ser atendido com urbanidade, pelos permissioná-
XII - Observar, rigorosamente, o esquema de operação
rios, prepostos e empregados e pelos agentes dos órgãos
dos corredores e faixas exclusivas para ônibus; e entidades responsáveis pela fiscalização por parte do Po-
XIII - diligenciar na obtenção de transporte para usuá- der Concedente;
rios, em caso de avaria e interrupção da viagem; IV - ser auxiliado no embarque e desembarque pelos
XIV - desviar o veículo para o acostamento nas prepostos do permissionário, em especial quando tratar-se
calçadas e/ou rodovias, fora dos casos permitidos, para de crianças, senhoras, pessoas idosas ou com dificuldade
embarque e desembarque de passageiros; de locomoção;
XV - recolher o veículo, quando ocorrerem indícios de V - receber informações sobre as características dos
defeitos mecânicos, que possam por em risco a segurança serviços, tais como, tempo de viagem, localidades atendi-
e conforto dos usuários; das e outras de seu interesse;
XVI - prestar socorro aos usuários feridos, em caso de VI - ter sua bagagem transportada, observado o dis-
acidente. posto nos artigos 49 e 50 deste Decreto e demais normas
XVI - submeter-se a treinamentos em relações huma- legais e regulamentares;
nas, direção defensiva, primeiros socorros, legislação de VII - receber os comprovantes dos volumes transpor-
trânsito e regulamento de transporte de passageiros, con- tados no bagageiro;
forme disciplinados no CTB- Código de Trânsito Brasileiro VIII - pagar a tarifa correta fixada para o serviço utiliza-
e em normas regulamentares. do, bem como receber eventual troco em dinheiro.
Art.20 - O permissionário manterá em seu veículo um
livro de ocorrência, em local visível, rubricado e numerado TÍTULO III
em suas folhas pela fiscalização do Poder Concedente, à DA OPERAÇÃO DO SERVIÇO REGULAR COMPLE-
disposição dos usuários para consignarem suas sugestões MENTAR DE TRANSPORTE RODOVIÁRIO INTERMUNI-
ou reclamações, e do pessoal de operação para registrar as CIPAL DE PASSAGEIROS
ocorrências da viagem. CAPÍTULO I Das Viagens
Art.21 - O usuário do Serviço de Transporte Com-
plementar Rodoviário Intermunicipal de Passageiros terá Art.23 - As viagens serão executadas de acordo com o
recusado o embarque ou determinado o seu desembar- padrão técnico-operacional estabelecido pelo Poder Con-
que, em local seguro e adequado, quando: cedente com relação às classificações de serviços, observa-
I - não se identificar, quando exigido; dos os horários, ponto inicial e final, itinerários, pontos de
II - encontrar-se em estado de embriaguez; parada e seccionamentos determinados.

31
REGULAMENTAÇÃO DE TRANSPORTES PÚBLICOS DE PASSAGEIROS

Art.24 - Fica estabelecida uma tolerância máxima de 10 a) indicação da origem e destino final da linha;
(dez) minutos além do horário marcado, para a chegada do b) número de registro do veículo no Poder Concedente
veículo no ponto inicial da linha. (Selo de Registro);
Art.25 - A interrupção de viagem decorrente de defeito c) pintura em cor e desenhos padronizados, aprovados
mecânico, acidente do veículo ou motivo de força maior, pelo Poder Concedente.
será objeto de comunicação imediata ao Poder Conceden- Art.30 - Considera-se, para efeito da capacidade
te. de lotação do veículo, todas os assentos disponíveis,
§1º - A interrupção da viagem pelos motivos elencados exceto a do motorista e a do cobrador ou auxiliar, quando
no “caput” deste artigo, por um período superior a 03 (três) existente.
horas, dará direito ao passageiro, à alimentação e pousa- §1º - Considerar-se-á lotado o veículo que estiver com
da, por conta do permissionário, além do transporte até o sua capacidade completa.
destino de viagem. §2º - Não é permitido o excesso de lotação.
§2º - Nos casos de substituição de veículo por outro de §3º - Não é permitido o transporte de passageiros no
características inferiores, o permissionário deverá ressarcir bagageiro de veículos utilitário mistos
o passageiro, ao término da viagem, a diferença de preço (VUM).
de tarifa, qualquer que tenha sido o percurso desenvolvido Art.31 - Todos os veículos registrados junto ao Po-
anteriormente à interrupção da viagem. der Concedente deverão circular com equipamento re-
Art.26 - Os horários e frequências serão fixados em gistrador instantâneo inalterável de velocidade e tempo
função da demanda de passageiros e características de ou outro dispositivo eletrônico de registro diário aferido,
cada linha, objetivando a satisfação do usuário, a seguran- ou ainda outros instrumentos que vierem a ser determina-
ça de tráfego e a rentabilidade das viagens, evitadas sem- dos pelo Poder Concedente.
pre que possível, as superposições de horários. Art.32 - O permissionário manterá, pelo período de 90
(noventa) dias, os dados do equipamento registrador ins-
CAPÍTULO II Dos Veículos tantâneo inalterável de velocidade e tempo ou de outro
dispositivo eletrônico com tal finalidade, de seu veículo
Art.27 - Na prestação do Serviço de Transporte Com- em operação, devidamente arquivados, em perfeito es-
tado de conservação, acompanhados da análise de cada
plementar Rodoviário Intermunicipal de
viagem realizada, podendo os mesmos serem solicitados
Passageiros serão utilizados os seguintes tipos de ve-
pelo Poder Concedente. Parágrafo único - Na ocorrência
ículos:
de acidente, o permissionário manterá os dados do equi-
I - Veículo utilitário de passageiros (VUP);
pamento registrador instantâneo de velocidade das últi-
II - Veículo utilitário misto (VUM).
mas 24 (vinte e quatro) horas, pelo prazo de 01 (um) ano.
Parágrafo único - As dimensões, lotação e ca-
Art.33 - Mediante aprovação da Agência Reguladora
racterísticas internas e externas dos veículos utilizados
de Serviços Públicos Delegados do Estado do Ceará - ARCE,
na prestação do Serviço Regular Complementar será permitida a fixação de publicidade na parte externa do
de Transporte Rodoviário Intermunicipal de Passagei- veículo, exceto quando colocar em risco a segurança do
ros obedecerão as normas e especificações técnicas que trânsito.
determinam os padrões dos respectivos serviços a serem §1º - Não poderão ser veiculadas na parte externa dos
prestados pelos mesmos, nos termos das normas legais, veículos propagandas políticas, religiosas, filosóficas, e as
regulamentares e pactuadas pertinentes. que firam a moral e os bons costumes.
Art.28 - Deverá o Poder Concedente realizar constante §2º - Somente serão permitidas na parte interna do ve-
ação fiscalizadora sobre as condições dos veículos, poden- ículo mensagens de interesse dos usuários, a critério do
do, em qualquer tempo e independentemente da vistoria Poder Concedente.
ordinária prevista na legislação de trânsito, realizar inspe- Art.34 - Nos casos em que o veículo cadastrado en-
ções e vistorias nos veículos, determinando, se observada contrar-se fora das condições exigidas para a prestação do
qualquer irregularidade quanto às condições de funciona- serviço, decorrente de defeito ou avaria, poderá o permis-
mento, higiene, conforto e segurança, sua retirada de ope- sionário substitui-lo por outro, de características seme-
ração, até que sejam sanadas as deficiências. lhantes, mediante prévia vistoria e autorização do
Art.29 - Além dos documentos exigidos pela legislação poder Concedente, por prazo determinado.
de trânsito e demais normas legais e regulamentares perti- Art.35 - O Poder Concedente não fará registro de veí-
nentes, os veículos deverão conduzir: culos oriundos de cessão celebrada entre seus permissio-
I - No seu interior: nários.
a) um indicativo com nome do motorista;
b) quadro de preços das passagens; CAPÍTULO III
c) capacidade de lotação do veículo; Do Registro dos Veículos
d) número do telefone da Agência Reguladora de Ser-
viços Públicos Delegados do Estado do Ceará - ARCE, ou de Art.36 - Como condição para prestar o Serviço Regular
outro órgão ou entidade designado pelo Poder Conceden- Complementar de Transporte Rodoviário Intermunicipal de
te para eventuais reclamações pelos usuários. Passageiros, o permissionário deverá providenciar o regis-
II - Na parte externa: tro de seu veículo junto ao Poder Concedente.

32
REGULAMENTAÇÃO DE TRANSPORTES PÚBLICOS DE PASSAGEIROS

Parágrafo único - O Poder Concedente ao fazer o regis- §1º - O permissionário e a respectiva cooperativa serão
tro vinculará o veículo ao respectivo Termo de Permissão, automaticamente cadastrados junto ao Poder Concedente
sendo admitida a substituição posterior do veículo, por ocasião da assinatura do termo de permissão, nos ter-
mediante prévia autorização do Poder Concedente. mos do artigo 16 deste Decreto.
Art.37 - O permissionário para obter o registro e §2º - O cadastramento da tripulação será efetuado
vistoria do veículo, deverá apresentar os seguintes docu- mediante apresentação dos seguintes documentos:
mentos: I - carteira de Identidade;
I - certificado de propriedade, admitidos o arrenda- II - carteira Nacional de Habilitação, categoria “D”, para
mento mercantil e a alienação fiduciária em garantia; os motoristas;
II - apólice de seguro previsto em lei e neste regula- III - atestado médico de sanidade física e mental, cuja
mento; validade será de 15 (quinze) dias, a contar da data de sua
III - documento de licenciamento - CRLV, na categoria expedição e renovado anualmente;
de veículo de aluguel; IV - documento de comprovação de conclusão da
IV - número de ordem do veículo, modelo e ano de 4ª série do Ensino Fundamental, ou equivalente, ex-
fabricação, número do chassi, placa e capacidade de lo- pedido por Estabelecimento de Ensino devidamente
tação; registrado no órgão competente;
V - cópia autenticada do Termo de Permissão para a V - certificado de aprovação em curso de relações
prestação do Serviço Regular Complementar de Trans- humanas, de princípios básicos deste
porte Intermunicipal de Passageiros outorgado pelo Regulamento, de procedimentos de primeiros socorros
Poder Concedente ao permissionário. e de direção defensiva;
§1º - Registrado o veículo, o Poder Concedente emitirá VI - comprovação de residência e domicílio;
“Selo de Registro” que deverá ser afixado na parte superior VII - duas fotos coloridas atualizadas 3x4 (três por qua-
do lado direito do pára-brisa dianteiro. tro);
§2º - O número de ordem do veículo será regulamen- VIII - certidão negativa do distribuidor criminal;
tado pelo Poder Concedente. Art.38 - Dar-se-á o cancela- IX - comprovante do pagamento da taxa de inscrição.
mento do registro de veículo, quando: §3º - Após efetuado e aprovado o cadastro da tripula-
I - não mais tiver condições de atender aos serviços, a ção, o Poder Concedente emitirá Carteira Padrão o moto-
critério do Poder Concedente;
rista a qual terá validade de 02 (dois) anos, sendo esta de
II - ultrapassar a idade de 05 (cinco) anos de vida útil,
porte obrigatório durante o serviço.
calculada nos termos dos incisos I e II do artigo 40 deste
§4º - A renovação periódica e obrigatória dos cadastros
Decreto.
do permissionário, da cooperativa e da tripulação deverá
III - a pedido do permissionário, para sua substituição.
ser disciplinada por Resolução do Agência Reguladora de
Art.39 - Os veículos que tiverem seus registros cance-
Serviços Públicos Delegados do Estado do Ceará - ARCE.
lados deverão ser substituídos, no máximo, dentro de 30
(trinta) dias.
Art.40 - Não será efetuado registro de veículo utilitário CAPÍTULO V Dos Acidentes
de passageiros (VUP) e veículo utilitário misto (VUM) com Art.43 - No caso de acidente, o permissionário fica
idade superior a 03 (três) anos, observadas as seguintes obrigado a:
disposições: I - adotar as medidas necessárias visando prestar ime-
I - para efeito de contagem da vida útil, será con- diata e adequada assistência aos usuários e prepostos;
siderado o ano de fabricação do veículo devidamente II - comunicar, por escrito, o fato ao órgão ou entidade
comprovado por nota fiscal ou pelo Certificado de Registro do Poder Concedente, no prazo de 48 (quarenta e oito)
e Licenciamento de Veículo; horas, indicando as circunstâncias e o local do acidente,
II - quando o veículo novo (zero quilômetro) for ad- além das medidas adotadas para atendimento do disposto
quirido no ano seguinte ao da sua fabricação, diretamente no inciso anterior;
do fabricante ou de concessionário do mesmo, conforme III - manter, pelo período de 1 (um) ano, os dados
comprovado por nota fiscal, será considerado a data de do equipamento registrador instantâneo inalterável de
entrega para contagem da vida útil. velocidade e tempo, ou de outro dispositivo eletrônico
Art.41 - A renovação do veículo deverá ser procedida com tal finalidade, do veículo envolvido no acidente, devi-
até o mês de vencimento da sua vida útil. damente arquivados, em perfeito estado de conservação,
acompanhados da análise da viagem realizada, podendo
CAPÍTULO IV os mesmos serem requisitados pelo Poder Concedente.
Do Cadastramento do Permissionário, da Coopera- Art.44 - Quando do acidente resultar morte ou lesões
tiva e da Tripulação graves, serão avaliadas suas causas tendo em vista os se-
guintes elementos:
Art.42 - É obrigatório o cadastramento junto ao I - dados constantes do equipamento registrador ins-
Poder Concedente do Permissionário, da Cooperativa e tantâneo inalterado de velocidade e tempo, ou outro dis-
da tripulação que operará o veículo utilizado na pres- positivo eletrônico;
tação do Serviço de Transporte Regular Complementar II - jornada de trabalho do motorista;
Rodoviário Intermunicipal de Passageiros. III - seleção, treinamento e reciclagem do motorista;

33
REGULAMENTAÇÃO DE TRANSPORTES PÚBLICOS DE PASSAGEIROS

IV - manutenção dos veículos; CAPÍTULO II


V - perícia realizada por órgão ou entidade competen- Da Bagagem, Mercadorias
te.
Parágrafo único - O Poder Concedente manterá con- Art.49 - O preço da tarifa abrange necessariamente, a
trole estatístico de acidente de veículo. título de franquia, o transporte obrigatório e gratuito, para
Art.45 - O Poder Concedente poderá emitir norma re- o passageiro, de volumes no bagageiro e no interior do ve-
gulamentar dispondo sobre investigações das causas dos ículo, observados os seguintes limites de peso e dimensão:
acidentes, envolvendo veículos que operem no Serviço Re- I - no bagageiro de veículo utilitário misto: até o limi-
gular Complementar de Transporte Rodoviário Intermuni- te coletivo que não ultrapasse a capacidade de carga do
cipal de Passageiros e propor medidas preventivas de au- veículo;
mento da segurança do Sistema de Transporte Rodoviário II - no interior do veículo: até o limite de 5kg (cinco
Intermunicipal de Passageiros. quilogramas), com dimensões que não comprometam o
conforto e a segurança dos passageiros.
TÍTULO IV Art.50 - Nos casos de extravio ou dano de encomen-
da, bagagem ou mercadoria, conduzidas no bagageiro, o
DA REMUNERAÇÃO DO SERVIÇO REGULAR COM-
permissionário indenizará o passageiro, em quantia equi-
PLEMENTAR DE TRANSPORTE RODOVIÁRIO INTER-
valente a 10 (dez) vezes o valor da maior tarifa vigente do
MUNICIPAL DE PASSAGEIROS
serviço utilizado, no prazo de 15 (quinze) dias, contados da
CAPÍTULO I Das Tarifas data da reclamação.
§1º - Os permissionários somente serão responsáveis
Art.46 - A remuneração do Serviço de Transporte Com- pelo extravio da bagagem ou mercadoria transportada no
plementar Rodoviário Intermunicipal de Passageiros reali- bagageiro, desde que apresentado pelo passageiro com-
zar-se-á através do pagamento de tarifas pelo usuário. provante do respectivo talão ou documento fiscal e até o
limite fixado no “caput” deste artigo.
§1º - Compete ao Poder Concedente a definição §2º - Para ter direito à indenização no caso de dano
das tarifas referentes ao Serviço Regular Complementar ou extravio da bagagem ou mercadoria cujo valor exceda
de Transporte Rodoviário Intermunicipal de Passageiros. o limite previsto no caput deste artigo, o interessado fica
§2º - Compete ao Poder Concedente, de ofício ou a obrigado a declará-lo e a pagar prêmio de seguro para a
pedido de interessado, a revisão e reajuste das tarifas re- cobertura do excesso.
ferentes ao Serviço Regular Complementar de Transporte §3º - Para fins do parágrafo anterior, os permissioná-
Rodoviário Intermunicipal de Passageiros, nos termos das rios são obrigadas a proporcionar ao usuário a contratação
normas legais, regulamentares e pactuadas pertinentes. de seguro específico, sob pena de ficar pessoalmente res-
§3º - A definição, revisão e reajuste das tarifas refe- ponsável pelos danos verificados.
rentes ao Serviço Regular Complementar de Transporte
TÍTULO V
Rodoviário Intermunicipal de Passageiros levará em con-
DA FISCALIZAÇÃO, INFRAÇÕES E PENALIDADES
sideração:
DO SERVIÇO REGULAR COMPLEMENTAR DE TRANS-
I - a média dos parâmetros dos índices de consumo PORTE RODOVIÁRIO INTERMUNICIPAL DE PASSAGEI-
de cada serviço; ROS
II - a remuneração do capital empregado para a pres- CAPÍTULO I Da Fiscalização
tação do serviço; Art.51 - A fiscalização do Serviço Regular Com-
III - a manutenção do nível do serviço estipulado para plementar de Transporte Rodoviário Intermunicipal de
as linhas e a possibilidade de sua melhoria; Passageiros, em tudo quanto diga respeito a segurança da
IV - o valor a ser pago mensalmente à Agência Regu- viagem, conforto do passageiro e ao cumprimento da le-
ladora de Serviços Públicos Delegados do Estado do Ceará gislação de trânsito e de tráfego rodoviário intermunicipal
- ARCE, ou a entidade responsável pela fiscalização, nos será exercida pelo Poder Concedente, através dos ór-
termos do artigo 54 deste Decreto; gãos e entidades competentes, visando ao cumprimento
V - o nível de serviço prestado; das normas legais, regulamentares e pactuadas pertinen-
VI - outros fatores a critério do Poder Concedente. tes.
Art.47 - Os parâmetros operacionais adotados Art.52 - A Agência Reguladora de Serviços Públicos De-
na planilha tarifária, serão analisados periodicamente, legados do Estado do Ceará - ARCE exercerá as atribuições
objetivando o aperfeiçoamento do nível do serviço. de fiscalização indireta do Serviço Regular Complementar
de Transporte Rodoviário Intermunicipal de Passageiros do
Art.48 - Fica isento do pagamento de tarifa, o agente
Estado do Ceará previstas neste Regulamento.
responsável pela fiscalização por parte do Poder Conce-
Art.53 - Além da fiscalização de que trata o artigo ante-
dente ou da Agência Reguladora de Serviços Públicos De-
rior, os prestadores de Serviço Regular Complementar de
legados do Estado do Ceará - ARCE, quando em serviço de Transporte Rodoviário Intermunicipal de Passageiros no
fiscalização da linha. Estado do Ceará submeter-se-ão ao poder regulatório da
Agência Reguladora de Serviços Públicos Delegados do Es-
tado do Ceará - ARCE.

34
REGULAMENTAÇÃO DE TRANSPORTES PÚBLICOS DE PASSAGEIROS

§1º - O poder regulatório da ARCE será exercido nos Art.57 - As infrações aos preceitos deste Regulamen-
termos das Leis Estaduais nº12.786/97 e nº13.094/2001 e to, baseados na Lei Estadual nº13.094/2001, sujeitarão o
demais normas legais, regulamentares e pactuadas perti- permissionário infrator, conforme a natureza da falta, às
nentes, cabendo à ARCE com relação ao Serviço Regular seguintes penalidades:
Complementar de Transporte Rodoviário Intermunicipal I - advertência por escrito;
de Passageiros, sem prejuízo de outras atribuições: II - multa;
I - fiscalizar indiretamente os órgãos ou entidades pri- III - retenção do veículo;
vados e públicos envolvidos na prestação do serviço, atra- IV - apreensão do veículo;
vés de auditagem técnica de dados fornecidos por estes ou V - caducidade da permissão.
coletados pela ARCE; §1º - Aplicar-se-á a pena de advertência por escrito no
II - atender e dar provimento às reclamações dos usu- caso de infração a qualquer dispositivo deste Regulamento
ários do serviço, decidindo inclusive sobre indenizações ou para a qual inexista expressa previsão de penalidade di-
reparações a serem pagas pelos permissionários, indepen- versa.
dentemente de outras sanções a estes aplicáveis; §2º - As penas de multa, retenção e apreensão de veí-
III - expedir normas regulamentares sobre a prestação culo serão aplicadas nos casos previstos nas seções seguin-
do serviço; tes deste capítulo.
IV - responder a consultas de órgãos ou entidades pú- §3º - Aplicar-se-á a pena de caducidade da permissão
blicas e privadas sobre a prestação do serviço; no caso de prestação inadequada ou ineficiente do servi-
V - quando for o caso, encaminhar ao órgão ou ço, a critério do Poder Concedente, sem prejuízo da me-
entidade responsável pela aplicação de penalidades a dida administrativa de revogação unilateral da permissão,
constatação, através de decisão definitiva proferida pela por conveniência e oportunidade da Administração, dada
ARCE, de infração cometida pelo permissionário. a supremacia do interesse público sobre o particular e a
§2º - No desempenho do poder regulatório, incluindo precariedade da permissão.
as competências atribuídas neste artigo, a ARCE usufruirá §4º - A aplicação das penas previstas neste artigo
de todas as prerrogativas conferidas pelas Leis Estaduais não está limitada à observância de gradatividade.
nº12.876/97 e nº13.094/2001 e demais normas legais e re- Art.58 - O cometimento de duas ou mais infrações, in-
gulamentares pertinentes. dependentemente de sua natureza, sujeitará o infrator à
Art.54 - O permissionário de Serviço Regular Com- aplicação das penalidades correspondentes a cada uma
plementar de Transporte Rodoviário Intermunicipal de delas.
Passageiros, estará obrigado ao pagamento mensal de
R$100,00 (cem reais) por veículo, reajustável pelo IGPM a CAPÍTULO III Das Multas
partir da data de promulgação da Lei 13.094, e, a partir da
assinatura do termo de permissão, pelo percentual médio Art.59 - A pena de multa, calculada em função do “cus-
da variação das tarifas do serviço, sempre que houver rea- to quilométrico operacional médio” dos serviços em vigor,
justamento desta, valor este a ser recolhido mensalmente, conforme valores previamente estabelecidos pelo Poder
até o dia 05 (cinco) do mês subsequente, junto à Agência Concedente, será aplicada quando do cometimento das
Reguladora de Serviços Públicos Delegados do Estado do seguintes infrações, conforme estabelecido no artigo 70 da
Ceará - ARCE ou a outro órgão ou entidade indicado pelo Lei Estadual nº13.094/2001:
Poder Concedente, sob pena de cancelamento da permis- I - O permissionário, através do motorista, trocador,
são, tudo conforme Resolução a ser emitida pela ARCE. auxiliar, empregado, preposto, contratado ou qualquer que
Art.55 - O Poder Concedente no exercício da fiscaliza- atue em seu nome, alternativamente:
ção do Serviço Regular Complementar de Transporte Ro- a) não apresentar seu veículo para início da operação
doviário Intermunicipal de Passageiros, através da Agência em perfeito estado de conservação e limpeza;
Reguladora de Serviços Públicos Delegados do Estado do b) tratar passageiro com falta de urbanidade;
Ceará - ARCE e de outros órgãos e entidades da Adminis- c) não apresentar tripulação corretamente uniformiza-
tração Pública Estadual incumbidos dessa atividade, tem da e identificada em serviço;
pleno acesso a qualquer veículo ou instalação que diga d) não prestar aos usuários, quando solicitados, as in-
respeito aos serviços, exercendo o poder de polícia, nos formações necessárias;
termos das normas legais e regulamentares pertinentes. e) fumar no interior do veículo ou permitir que passa-
geiros fumem;
CAPÍTULO II f) afastar-se do veículo no horário de trabalho, sem
Das Espécies de Penalidade motivo justo;
g) motorista conversar, enquanto o veículo estiver em
Art.56 - Verificada a inobservância de qualquer das movimento;
disposições deste Regulamento, aplicar-se-á ao permissio- h) não atender aos sinais de parada em locais permi-
nário a penalidade cabível, conforme estabelecido na Lei tidos;
Estadual nº13.094/2001 e demais disposições legais. i) não observar o esquema de operação dos corredores
Parágrafo único - As penalidades aplicadas pelo Poder e faixas exclusivas;
Concedente não isentam o permissionário, da obrigação j) não auxiliar o embarque e desembarque de passa-
de reparar ou ressarcir dano material ou pessoal resultante geiros, especialmente crianças, senhoras, pessoas idosas e
da infração, causado a passageiro ou a terceiro. deficientes motores, quando solicitado;

35
REGULAMENTAÇÃO DE TRANSPORTES PÚBLICOS DE PASSAGEIROS

k) não procurar dirimir as pendências ou dúvidas refe- d) não manter em seus veículos, nos locais próprios,
rentes a bagagens, passagens e outras que possam surgir livro de ocorrência;
na relação entre passageiro e o permissionário; e) ultrapassar a tolerância máxima, além do horário
l) utilizar pontos para parada e para escala sem que marcado, para a chegada do veículo no ponto inicial da
esteja devidamente autorizado pelo Poder Concedente; linha;
m) não comunicar ao Poder Concedente, dentro f) não pagar ao passageiro alimentação, pousada, e
do prazo legal, a interrupção de viagem decorrente de transporte até o destino da viagem, quando
defeito mecânico, acidente do veículo ou motivo de força houver interrupção de viagem, por um período supe-
maior; rior a 06 (seis) horas, caso em que a multa será cobrada por
n) não ressarcir ao passageiro a diferença de preço de cada passageiro;
tarifa, nos casos de substituição de veículo por outro de g) não apresentar trimestralmente ao Poder Conce-
características inferiores; dente a apresentação dos recibos de quitação da apólice
o) não transportar gratuitamente a bagagem de pas- de seguro de responsabilidade civil. Pena - Multa corres-
sageiro, observados os requisitos estabelecidos nesta Lei e pondente ao valor de 120 (cento e vinte) quilômetros.
em normas regulamentares pertinentes; IV - O permissionário, através do motorista, trocador,
p) reincidir, em período inferior a 90 (noventa) dias, na auxiliar, empregado, preposto, contratado ou qualquer
prática de infração que já tenha sido objeto de advertência que atue em seu nome, alternativamente:
por escrito por parte do Poder Concedente, nos termos do a) alterar o itinerário ou interromper a viagem, sem
§1º do artigo 68 da Lei Estadual nº13.094/2001. Pena - Mul- motivo justificado e sem comunicar o fato ao Poder Con-
ta correspondente ao valor de 30 (trinta) quilômetros. cedente;
II - O permissionário, através do motorista, trocador, b) não renovar os documentos necessários para o
auxiliar, empregado, preposto, contratado ou qualquer cadastro do permissionário, conforme estabelecido neste
que atue em seu nome, alternativamente: Regulamento;
a) efetuar reabastecimento e manutenção em locais c) não preservar a inviolabilidade dos instrumentos re-
inapropriados ou com passageiros a bordo; gistradores de velocidade e tempo;
b) atrasar ou adiantar horário de viagem sem motivo d) mantiver em serviço motoristas não cadastrados
justo;
junto ao Poder Concedente;
c) não diligenciar para manutenção da ordem e para a
e) deixar de adotar ou retardar as providências relativas
limpeza do veículo;
ao transporte de passageiros, no caso de interrupção da
d) recusar-se a devolver o troco, aplicando-se, neste
viagem;
caso, um auto de infração por cada valor de tarifa alterado,
f) dirigir o veículo colocando em risco a segurança ou
sem prejuízo do cumprimento da obrigação de entrega do
em prejuízo do conforto dos usuários;
troco devido;
g) ingerir bebida alcoólica nas 12 (doze) horas antece-
e) transportar passageiros excedentes, sendo neste
caso, a multa cobrada com relação a cada passageiro ex- dentes ao início de sua jornada até o seu término;
cedente; h) não recolher o veículo ou utilizá-lo, quando ocorre-
f) deixar de fazer constar nos locais adequados do veí- rem indícios de defeitos mecânicos, que possam por em
culo as legendas obrigatórias, internas ou externas; risco a segurança dos usuários;
g) deixar de garantir o espaço adequado no bagageiro i) não prestar socorro aos usuários feridos, em caso de
para transporte da bagagem a que tem direito os passa- acidente;
geiros, utilizando, no todo ou em parte, o espaço existente j) retirar o “Selo de Registro” afixado no pára-brisa
para finalidade diversa; h) transportar encomendas, baga- dianteiro, pelo Poder Concedente;
gens e mercadorias, conduzidas no bagageiro, sem a res- k) não substituir o veículo que tiver seus registro can-
pectiva emissão de documento fiscal apropriado ou talão celado;
de bagagem; l) operar veículo sem o equipamento registrador ins-
i) afixar material publicitário ou inserir inscrições nos tantâneo inalterável de velocidade e tempo, conforme es-
veículos, com violação ao disposto no artigo 37 da Lei Esta- tabelecido na Lei Estadual nº 13.094/2001.
dual nº13.094/2001, conforme a espécie de serviço presta- m) suspender total ou parcialmente o serviço sem au-
do. Pena - Multa correspondente ao valor de 60 (sessenta) torização do Poder Concedente;
quilômetros. n) operar veículo com vazamento de combustível ou
III - O permissionário, através do motorista, trocador, lubrificantes;
auxiliar, empregado, preposto, contratado ou qualquer o) colocar ou manter o veículo em movimento com
que atue em seu nome, alternativamente: as portas abertas, colocando em risco a segurança de pas-
a) não observar as características fixadas para o veículo sageiro;
pelas normas legais, regulamentares e pactuadas; p) recusar informação ou a exibição de documentação
b) retardar a entrega de informações ou documentos requisitadas pelo Poder Concedente, sem prejuízo da obri-
exigidos pelo Poder Concedente; gação de prestar as informações e de exibir os documentos
c) não desviar o veículo para o acostamento nas calça- requisitados;
das e/ou rodovias para o embarque e o desembarque de q) resistir, dificultar ou impedir a fiscalização por parte
passageiros; do Poder Concedente;

36
REGULAMENTAÇÃO DE TRANSPORTES PÚBLICOS DE PASSAGEIROS

r) circular com veículos sem estar devidamente regis- CAPÍTULO VI


trados no Poder Concedente. Pena - Multa correspondente Da Formalização do Processo de Multa
ao valor de 240 (duzentos e quarenta) quilômetros.
Art.60 - As multas serão aplicadas em dobro, quando Art.63 - O procedimento para aplicação das penalida-
houver reincidência da mesma infração, no período de até des de multa terá início mediante a lavratura de Termo de
90 (noventa) dias. Abertura de processo administrativo ou de Auto de Infra-
ção, por servidor público incumbido das atividades de
CAPÍTULO IV fiscalização do Serviço Regular Complementar de Trans-
Da Retenção do Veículo porte Rodoviário Intermunicipal de Passageiros.
§1º - O Auto de Infração será lavrado em 03 (três) vias
Art.61 - Sem prejuízo da aplicação de multa ou de outra de igual teor e conterá: I - nome do motorista infrator e do
sanção cabível, a penalidade de retenção de veículo será
proprietário do veículo;
aplicada, independentemente do operador infrator encon-
II - número de ordem do auto de infração, identificação
trar-se, ou não, operando serviço mediante regular permis-
são do Poder Concedente, quando: do veículo e da linha;
I - o veículo não oferecer condições de segurança, III - local, data e horário da infração;
conforto e higiene, ou não apresentar especificações es- IV - discrição sumária da infração cometida e disposi-
tabelecidas em normas legais e regulamentares pertinentes; tivo legal violado;
II - o veículo transportar cargas perigosas sem o devido V - assinatura do infrator, ou de seu representante ou
acondicionamento e autorização do Poder preposto ou, sendo o caso, declaração de recusa firmada
Concedente ou dos órgãos ou entidades competentes; pelo fiscal;
III - o motorista apresentar sinais de embriaguez; VI - matrícula e assinatura do fiscal que a lavrou.
IV - o equipamento registrador de velocidade e tempo §2º - Não efetuado o pagamento da multa aplicada, no
estiver adulterado ou sem funcionamento; prazo devido, a mesma será inscrita na Dívida Ativa, para
V - o veículo não estiver cadastrado junto ao Poder ser cobrada por via judicial, sem prejuízo da aplicação de
Concedente. outras penalidades cabíveis.
§1º - Em se tratando das hipóteses previstas nos inci-
sos I, II e III, deste artigo, a retenção será feita de imedia- Art.64 - Formalizado o Auto de Infração encaminhar-
to, sendo o veículo retido no local onde for constatada a -se-á uma cópia do mesmo ao infrator, com atestação
irregularidade, devendo o permissionário providenciar a de recebimento, para que o referido, querendo, ofereça a
substituição por veículo padrão em condições adequa-
competente defesa no prazo de 10 (dez) dias corridos a
das de operação.
contar do recebimento da notificação.
§2º - Ocorrendo as hipóteses previstas nos incisos IV §1º - O órgão ou entidade responsável pela fiscalização
e V, o veículo poderá ser retido de imediato ou poderá ser por parte do Poder Concedente deverá remeter o Auto de
determinada sua retenção após o fim da viagem, a critério Infração ao infrator, no prazo máximo de 30 (trinta) dias,
do agente fiscalizador competente. contados da data de sua lavratura.
§3º - O veículo retido será liberado somente quando §2º - A defesa deverá ser tempestivamente protocola-
comprovada a correção da irregularidade que motivou a re- da junto ao órgão ou entidade do Poder Concedente res-
tenção, sem prejuízo da aplicação das penalidades cabíveis. ponsável pela fiscalização.

CAPÍTULO V Art.65 - Caberá ao órgão ou entidade do Poder Con-


Da Apreensão do Veículo cedente responsável pela fiscalização proferir a decisão so-
bre a procedência da autuação, cabendo recurso para a
Art.62 - A penalidade de apreensão do veículo será apli- instância de maior hierarquia da ARCE, no prazo de cinco
cada sem prejuízo da multa cabível, quando estiver operan- dias úteis.
do o serviço sem regular permissão do Poder Concedente.
§1º - O veículo apreendido será recolhido a local deter- TÍTULO VI
minado pelo Poder Concedente, e somente será liberado DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
mediante a apresentação da guia de recolhimento compro-
vando o pagamento das multas cabíveis e das despesas de-
Art.66 - Os permissionários autônomos atuantes
correntes da apreensão.
§2º - O infrator fica obrigado ao pagamento de mul- no Serviço Regular Complementar de Transporte Rodo-
ta diária de 30 (trinta) quilômetros, por veículo apreendido, viário Intermunicipal de Passageiros do Estado do Cea-
até a data de liberação do mesmo, incluindo esta, indepen- rá são obrigadas a contratar, para seu veículo cadastrado
dentemente de outras sanções cabíveis, calculada a multa junto ao Poder Concedente, seguro de responsabilidade
em função do “custo quilométrico operacional médio” dos civil por acidente de que resulte morte ou danos pesso-
serviços em vigor, conforme valores previamente estabele- ais ou materiais, em favor da tripulação do veículo, dos
cidos pelo Poder Concedente. passageiros, de pedestres e de terceiros, nos valores
mínimos fixados neste Regulamento.

37
REGULAMENTAÇÃO DE TRANSPORTES PÚBLICOS DE PASSAGEIROS

Parágrafo único - O valor mínimo da apólice de seguro Art. 2º Compete ao Estado do Ceará explorar, or-
de responsabilidade civil por acidente de veículo, em favor ganizar, dirigir, coordenar, executar, delegar e controlar
da tripulação, dos passageiros, de pedestres e de terceiros, a prestação de serviços públicos relativos ao Sistema de
para cobertura de danos materiais e pessoais (corporais e Transporte Rodoviário Intermunicipal de Passageiros e aos
morais), será de R$25.000,00 (vinte e cinco mil reais) por Terminais Rodoviários de passageiros, conforme o disposto
veículo utilitário de passageiro e veículo utilitário misto. no art. 303 da Constituição Estadual.
Art.67 - O desempenho operacional dos permissio- Art. 3º O Serviço de Transporte Rodoviário Intermunici-
nários e das cooperativas respectivas será quantificado pal de Passageiros fica classificado em Serviços Regulares
e qualificado através do Índice de Desempenho Operacio- de Transporte Rodoviário Intermunicipal de Passageiros
nal - IDO, que traduz o acompanhamento de forma direta e Serviços de Transporte Rodoviário Intermunicipal de Pas-
e continuada das condições de prestação do serviço, nos sageiros por Fretamento.
termos definidos por Resolução da ARCE. Parágrafo único. A regulamentação desta Lei dis-
§1º - Será decretado pelo Poder Concedente a cadu- porá sobre as características e subclassificações de cada
cidade da outorga do permissionário que não atingir, na modalidade do serviço prevista no caput deste artigo.
apuração do IDO, os índices mínimos de aprovação
(satisfatório) no período considerado. CAPÍTULO II
§2º - Será decretado pelo Poder Concedente a caduci- DO REGIME DE EXPLORAÇÃO DOS SERVIÇOS RE-
dade de todas as permissões da linha quando a cooperati- GULARES DE TRANSPORTE RODOVIÁRIO INTERMUNI-
va não atingir, na apuração do IDO, os índices mínimos de CIPAL DE PASSAGEIROS
aprovação (satisfatório), no período considerado.
Art.68 - A comunicação entre o Poder Concedente e o Art. 4º Compete ao Estado do Ceará explorar direta-
permissionário será feita diretamente ou através da respec- mente ou mediante concessão ou permissão os Serviços
tiva cooperativa, mediante carta com aviso de recebimento Regulares de Transporte Rodoviário Intermunicipal de
ou outro meio hábil a comprovar sua efetivação. Passageiros, no âmbito de sua jurisdição, sempre através de
Parágrafo único - O permissionário e a cooperativa de- licitação, nos termos desta Lei, da Lei Federal nº 8.987/95 e
demais normas legais e regulamentares pertinentes.
verão manter endereços atualizados junto ao Poder Conce-
§ 1º As concessões e permissões de Serviços Regula-
dente, sendo desnecessárias as intimações pessoais e bas-
res de Transporte Rodoviário Intermunicipal de Passageiros
tante o envio de carta com AR para o endereço constante
sujeitar-se-ão à direção e fiscalização pelo Poder Público
do cadastro.
Estadual concedente, nos termos das normas legais e regu-
Art.69 - As questões omissas neste Regulamento serão
lamentares, com a cooperação dos usuários.
solucionadas pelo Poder Concedente, através do órgão ou § 2º A concessão de Serviço Regular de Transporte
entidade competente. Rodoviário Intermunicipal de Passageiros será formalizada
Art.70 - Este Decreto entra em vigor na data de sua mediante contrato administrativo, precedido de licitação na
publicação, ficando revogados o Decreto nº26.524, de 27 modalidade de concorrência, observado o disposto no inci-
de fevereiro de 2002, e as demais disposições em contrário. so II do art. 2º da Lei Federal nº 8.987, de 13 de fevereiro de
1995, e demais normas legais, regulamentares e pactuadas.

LEI Nº. 13.094, DE 12 DE JANEIRO DE 2001. § 3º A permissão de Serviço Regular de Transporte


Rodoviário Intermunicipal de Passageiros será formalizada
mediante termo de permissão, precedido de licitação,
observadas as normas legais, regulamentares e pactuadas.
LEI Nº 13.094, DE 12 DE JANEIRO DE 2001 (Redação dada pela Lei nº 14.288, de 06 de janeiro de 2009)
Dispõe sobre o Sistema de Transporte Rodovi- por prazo indeterminado.
ário Intermunicipal de Passageiros do Estado do Ceará § 4º As linhas regulares serão criadas, alteradas ou ex-
e dá outras providências. tintas a critério exclusivo do Poder Concedente, visando à
O GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARÁ satisfação do interesse público, observadas a oportunidade
e a conveniência da medida.
Faço saber que a Assembleia Legislativa decretou e eu § 5º As linhas regulares são classificadas em:
sanciono a seguinte Lei: a) radial: linha que liga determinada localidade do Esta-
do do Ceará ao Município de Fortaleza;
CAPÍTULO I b) regional: linha que liga localidades do Estado do Ce-
DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES ará, sem passar pelo Município de Fortaleza;
c) diametral: linha que liga localidades do Estado do
Art. 1º O Sistema de Transporte Rodoviário Intermuni- Ceará passando pelo Município de Fortaleza.
cipal de Passageiros do Estado do Ceará e os Terminais § 6º As linhas radiais, diametrais e regionais, quando
Rodoviários de Passageiros reger-se-ão por esta Lei, operadas por ônibus, serão outorgadas mediante conces-
seu Regulamento, e demais normas legais, regulamentares são, e quando operadas por miniônibus, veículos utilitários
e pactuadas pertinentes, em especial pela Lei Federal nº de passageiros e veículo utilitário misto serão outorgadas
8.987, de 13 de fevereiro de 1995, e Lei Estadual nº 12.788, por permissão. (Redação dada pela Lei nº 14.288, de 06 de
de 30 de dezembro de 1997. janeiro de 2009)

38
REGULAMENTAÇÃO DE TRANSPORTES PÚBLICOS DE PASSAGEIROS

* Redação anterior: § 6º As linhas radiais e diametrais, * Redação anterior: Art. 7º A concessão será outorgada
quando operadas por ônibus, serão outorgadas mediante pelo prazo máximo de 07 (sete) anos, podendo ser prorro-
Concessão e quando operadas por veículos utilitários de gada, por uma única vez, por até igual período, a critério
passageiros e veículos utilitários mistos serão outorgadas exclusivo do Poder Concedente, desde que haja interesse
por Permissão. público e anuência da concessionária na prorrogação do
§ 7º Ato do Poder Concedente definirá as áreas de contrato e na continuidade da prestação do serviço.
operação e a extensão máxima das linhas que poderão ser § 1º Caberá exclusivamente ao Poder Concedente re-
operadas por miniônibus, microônibus, veículos utilitários conhecer o interesse público na continuidade da prestação
de passageiros e veículo utilitário misto. (Redação dada do serviço, de acordo com a conveniência e oportunidade
pela Lei nº 14.288, de 06 de janeiro de 2009) da Administração, caso em que a prorrogação do contrato
* Redação anterior: § 7º As linhas regionais, quando dependerá do resultado do índice de que trata o art. 80
operadas por ônibus, serão outorgadas mediante conces- desta Lei, na forma de seu Regulamento.
são, e, quando operadas por veículos utilitários de passa- § 2º A permissão poderá ser outorgada por prazo má-
geiros e veículos utilitários mistos serão outorgadas por ximo de 6 (seis) anos, podendo ser prorrogada, por uma
Permissão. única vez, por até igual período, a critério exclusivo do
§ 8º Áreas de operação são espaços geográficos poder concedente, desde que haja interesse público, aten-
formados pelos territórios dos municípios por afinida- dimento do resultado do índice de que trata o art. 80 desta
des viárias, sob influência de um ou mais municípios Lei e anuência do permissionário na prorrogação do termo
polos socioeconômicos, e instituídos pelo Estado do Ceará. de permissão e na continuidade da prestação do serviço.
(Acrescido pela Lei nº 14.288, de 06 de janeiro de 2009) (Redação dada pela Lei nº 14.288, de 06 de janeiro de 2009)
§ 9º As ligações radiais do Sistema de Transporte Re- * Redação anterior: § 2º A permissão, outorgada a títu-
gular Complementar do Estado do Ceará terão extensão lo precário e por prazo indeterminado, pode ser revogada
máxima de 165 km a partir do Município de Fortaleza, e a qualquer tempo, a critério exclusivo do Poder Conceden-
serão divididas em 4 (quatro) lotes, com polos nos Municí- te, sem direito a indenização ao permissionário, sendo que,
pios de Aracati, Itapipoca, Baturité e Quixadá, contemplan- em cada linha, este não poderá operar com mais de um
do os seguintes eixos, partindo de Fortaleza para: Itapipo- veículo.
ca, Aracati - CE 040, Aracati - BR 116, Beberibe, Cascavel, Art. 8º O edital de licitação para concessão ou per-
Morada Nova, Russas, Canoa Quebrada, Fortim, Redenção, missão conterá as condições e as características do serviço,
Guaramiranga - CE 060, Guaramiranga - CE 065, Baturité, especificando:
Aratuba, Quixadá, Tejuçuoca, Itapipoca, Paracuru, Parai-
I - linha, itinerário, características do veículo, horários e
paba, Trairi, Uruburetama, Pentecoste, Apuiarés, General
frequências, extensão, pontos de parada, além de eventu-
Sampaio, Caponga, Barreira - CE 060, Barreira - BR
ais seccionamentos e restrições de trechos;
116, Caio Prado/Itapiuna, Capistrano, Aratuba/Mulungu,
II - frota mínima necessária à execução do serviço e
Choro Limão, Ibaretama, Ocara, Ibicuitinga, Itapajé. (Acres-
respectiva renovação, bem como a frota reserva, observa-
cido pela Lei nº 14.288, de 06 de janeiro de 2009)
do o disposto no art. 31 desta Lei;
Art. 5º Na exploração dos Serviços Regulares de Trans- III - vigência do contrato de concessão, sua natureza e
porte Rodoviário Intermunicipal de Passageiros, mediante a possibilidade de renovação;
concessão ou permissão, observar-se-ão três princípios IV - valor da outorga da concessão ou permissão e sua
básicos: forma de pagamento;
I - ausência de exclusividade; V - forma de reajuste da tarifa;
II - liberdade de escolha do usuário; VI - na concessão, prazos máximos de amortização
III - competitividade. para veículos, estoque de peças de reposição (estoque de
Art. 6º Na concessão do serviço, o edital da licitação almoxarifado), dos equipamentos e instalações;
especificará, durante o respectivo prazo, o número de de- VII - relação de bens reversíveis ao término da conces-
legatários de cada linha, o número mínimo de veículos a são, ainda não amortizados, mediante indenização;
serem empregados por cada um e critérios de desempate. VIII - critério de indenização, em caso de encampação;
Parágrafo único. Respeitado o número mínimo fixado IX - percentual sobre o valor total da receita bruta
no edital de licitação, poderá o Poder Concedente alterar o tarifária mensal, a ser recolhido mensalmente à Agência
número de veículos a serem empregados na prestação de Reguladora de Serviços Públicos Delegados do Estado do
serviço, tendo como base a relação demanda x oferta por Ceará– ARCE, ao órgão ou entidade responsável pela
ele auferida, objetivando sempre a satisfação do usuário e fiscalização por parte do Poder Concedente, nos termos
a segurança do tráfego. do art. 64 desta Lei.
Art. 7º A concessão será outorgada pelo prazo má- Parágrafo único. Além dos requisitos estabelecidos
ximo de 10 (dez) anos, podendo ser prorrogada, por uma nesta Lei e em seu regulamento, o edital de licitação de
única vez, por até igual período, a critério exclusivo do Serviço Regular de Transporte Rodoviário Intermunici-
poder concedente, desde que haja interesse público e pal de Passageiros e o respectivo contrato de concessão
anuência da concessionária na prorrogação do contrato ou termo de permissão obedecerão às demais exigências
e na continuidade da prestação do serviço. (Redação dada legais e regulamentares aplicáveis, inclusive às constantes
pela Lei nº 14.288, de 06 de janeiro de 2009) da Lei Federal nº 8.666/93, e suas alterações, da Lei Federal
nº 8.987/95, e da Lei Estadual nº12.788/97.

39
REGULAMENTAÇÃO DE TRANSPORTES PÚBLICOS DE PASSAGEIROS

Art. 9º Na qualificação técnica exigida da transpor- Art. 10-A. Em situações excepcionais, em observância
tadora licitante, além do estabelecido na Lei Federal nº ao princípio da continuidade dos serviços públicos, o Po-
8.666/93, e suas alterações, exigir-se-á: der Concedente poderá, nas ligações cujas licitações fo-
I - a comprovação da disponibilidade da frota, nos rem desertas ou fracassadas, contratar mediante dispensa
termos e condições apresentados na proposta vencedo- de licitação, nos termos do art. 24, inciso IV, da Lei nº 8.666,
ra, para atender ao serviço licitado deverá ser feita de 21 de junho de 1993. (Acrescido pela Lei nº 14.719, de
mediante comprovantes de propriedade ou arrenda- 26 de maio de 2010)
mento mercantil, devendo os veículos encontrarem-se Art. 10-B. Ficam ratificados os atos, e respectivos efei-
disponibilizados no prazo fixado no edital, o qual deverá tos, de operação das ligações expedidos pelo Poder Con-
ser no máximo de 90 (noventa) dias após o recebimento cedente a partir do ano de 2007 até as licitações realizadas
da Ordem de Serviço, e não podendo tais veículos estarem para o serviço complementar de transporte intermunicipal
comprometidos com outros serviços à época da prestação de passageiros. (Acrescido pela Lei nº 14.719, de 26 de maio
do serviço objeto da licitação, obedecido o prazo acima e de 2010)
o disposto no art. 31 desta Lei; (Redação dada pela Lei nº Art. 11. Para exploração de Serviço Regular de Trans-
14.288, de 06 de janeiro de 2009) porte Rodoviário Intermunicipal de Passageiros através de
* Redação anterior: I - a comprovação da dis- concessão ou permissão, a transportadora prestará garan-
ponibilidade da frota, que poderá ser feita mediante tia, podendo optar por uma das modalidades previstas no
comprovantes de propriedade ou cessão, para atender ao art. 56 da Lei nº 8.666/93, no valor de até 5% (cinco por cen-
serviço objeto da licitação, devendo os referidos veículos to) do contrato, atualizado nas mesmas condições daquele.
encontrarem-se disponibilizados no prazo fixado no edital, (Redação dada pela Lei nº 14.288, de 06 de janeiro de 2009)
o qual deverá ser no máximo de 90 (noventa) dias após o * Redação anterior: Art. 11. Para exploração de Serviço
recebimento da Ordem de Serviço, e não podendo tais veí- Regular de Transporte Rodoviário Intermunicipal de Passa-
culos estarem comprometidos com outros serviços à época geiros através de concessão, a transportadora prestará
da prestação do serviço objeto da licitação, obedecido o garantia, podendo optar por uma das modalidades previs-
prazo acima e o disposto no art. 31 desta Lei;
tas no art. 56 da Lei nº 8.666/93, no valor de
II - termo de compromisso de disponibilidade da frota,
5% (cinco por cento) sobre o total da frota a ser utili-
no caso de impossibilidade de apresentação imediata da
zada na linha objeto da licitação, conforme estabelecido no
comprovação prevista no inciso anterior, respeitado o pra-
respectivo edital, tendo por base o valor de veículo padrão
zo nele previsto;
novo.
III - prova de que possui, ou compromisso de disponi-
§ 1º A extinção da concessão ou permissão, por infra-
bilizar, imóvel destinado à instalação de garagem para dar
ção à norma legal, regular ou pactuada, incluindo esta Lei,
suporte à execução do contrato pelo período da prestação
implica na perda da garantia pela concessionária ou
dos serviços, exceto para veículos utilitários de passageiros.
permissionária, em favor do poder concedente. (Redação
Art. 10. Para assinatura do contrato de concessão ou
dada pela Lei nº 14.288, de 06 de janeiro de 2009)
do termo de permissão, a licitante deverá apresentar, den-
tre outros exigidos no respectivo edital, os seguintes docu- * Redação anterior: § 1º A extinção da concessão, por
mentos, no prazo máximo de 90 (noventa) dias, sob pena infração a norma legal, regulamentar ou pactuada, incluin-
de decadência: do esta Lei, implica na perda da garantia pela concessioná-
I - comprovação de cursos de capacitação do pessoal ria, em favor do Poder Concedente.
de operação necessários para o cadastramento da tripula- § 2º Em caso de extinção da concessão ou permissão
ção, conforme a regulamentação desta Lei; que não resultou em aplicação de penalidade, a garantia
II - apólice de seguro de responsabilidade civil, com será liberada ou restituída em favor da concessionária
valor determinado no edital; ou permissionária. (Redação dada pela Lei nº 14.288, de 06
III - certidão de inexistência de débito para com a Fa- de janeiro de 2009)
zenda Pública do Estado do Ceará, Fazenda Pública Nacio- * Redação anterior: § 2º Em caso de extinção da conces-
nal, Previdência Social e FGTS. são que não resultou em aplicação de penalidade, a garan-
§ 1º Em caso de ocorrência da decadência prevista no tia será liberada ou restituída, em favor da concessionária.
caput deste artigo, o Poder Concedente poderá outorgar a Art. 12. A prestação da garantia resguardará a execu-
concessão à classificada imediatamente posterior. ção do serviço e pagamento de multas e/ou débitos, quan-
§ 2º Todas as minutas de editais e de contratos de con- do não forem recolhidos no devido tempo.
cessão ou de termos de permissão relativos à outorga de Art. 13. Sempre que for deduzida a garantia ou parte
Serviço Regular de Transporte Rodoviário Intermunicipal dela, no exercício do direito que trata o artigo anterior, a
de Passageiros deverão ser obrigatoriamente encami- concessionária ou permissionária fica obrigada a proceder a
nhados à Agência Reguladora de Serviços Públicos De- sua recomposição no prazo de 10 (dez) dias a contar do re-
legados do Estado do Ceará - ARCE, para exame e homo- cebimento da notificação, sob pena de caducidade da con-
logação prévios, caso esta não tenha sido responsável pela cessão e cancelamento da permissão. (Redação dada pela
elaboração das mesmas. Lei nº 14.288, de 06 de janeiro de 2009)

40
REGULAMENTAÇÃO DE TRANSPORTES PÚBLICOS DE PASSAGEIROS

* Redação anterior: Art. 13. Sempre que for deduzida a XII - observar, rigorosamente, o esquema de operação
garantia ou parte dela, no exercício do direito que trata o dos corredores e faixas exclusivas para ônibus;
artigo anterior, a concessionária fica obrigada a proceder XIII - diligenciar na obtenção de transporte para usuá-
a sua recomposição no prazo de 10 (dez) dias a contar do rios, em caso de avaria e interrupção da viagem;
recebimento da notificação, sob pena de caducidade da XIV - desviar o veículo para o acostamento nas calça-
concessão. das e/ou rodovias, fora dos casos permitidos, para embar-
Art. 14. Os Serviços Regulares de Transporte Rodoviá- que e desembarque de passageiros;
rio Intermunicipal de Passageiros serão executados somen- XV - recolher o veículo à respectiva garagem, quando
te por transportadoras registradas junto ao Poder Conce- ocorrerem indícios de defeitos mecânicos, que possam por
dente, nos termos da regulamentação desta Lei, devendo o em risco a segurança e conforto dos usuários;
registro cadastral ser atualizado anualmente. XVI - prestar socorro aos usuários feridos, em caso de
Art. 15. A regulamentação desta Lei disporá também acidente.
sobre a criação, modificação e extinção de linhas regulares Art. 20. Os demais componentes da equipe de opera-
de transporte rodoviário intermunicipal de ção do veículo deverão:
passageiros. I - auxiliar o embarque e desembarque de passa-
geiros, especialmente crianças, senhoras, pessoas idosas e
CAPÍTULO III deficientes motores, sendo que, no caso de serviço regular
DOS ENCARGOS DA TRANSPORTADORA PRESTA- de transporte de passageiros metropolitano, tal exigência
DORA DE SERVIÇO REGULAR DE TRANSPORTE RODO- só será devida nos terminais;
VIÁRIO INTERMUNICIPAL DE PASSAGEIROS II - procurar dirimir as pendências ou dúvidas referen-
tes a bagagens, passagens e outras que possam surgir na
Art. 16. Sem prejuízo dos encargos previstos em relação entre passageiro e transportadora;
normas legais, regulamentares e pactuadas pertinentes, a III - diligenciar para manutenção da ordem e para a
transportadora prestadora de Serviço Regular de Transpor- limpeza do veículo;
te Rodoviário Intermunicipal de Passageiros deverá: IV - colaborar com o motorista em tudo que diga res-
I - prestar serviço adequado, na forma prevista em peito à regularidade da viagem, especialmente à comodi-
normas legais, regulamentares e Art. 19. Sem prejuízo do dade e à segurança dos passageiros;
cumprimento dos encargos e deveres previstos nas normas V - não fumar no interior do veículo;
VI - não ingerir bebidas alcoólicas nas 12 (doze) horas
legais, regulamentares e pactuadas pertinentes, o
antecedentes ao início e durante a sua jornada de trabalho;
motorista de transportadora concessionária ou permis-
VII - diligenciar junto a transportadora, no sentido
sionária é obrigado a:
de evitar insuficiência de moeda fracionária para o troco
I - dirigir o veículo, de modo a não prejudicar a segu-
correto.
rança e o conforto dos usuários;
Art. 21. A transportadora manterá em seus veículos um
II - não movimentar o veículo, sem que as portas este-
livro de ocorrência, em local visível, rubricado e numerado
jam totalmente fechadas;
em suas folhas pela fiscalização do Poder Concedente, à
III - manter uma velocidade compatível com a disposição dos usuários para consignarem suas sugestões
situação de segurança das vias, respeitando os limites ou reclamações, e do pessoal de operação para registrar as
fixados pela legislação de trânsito; ocorrências da viagem.
IV - diligenciar para o fiel cumprimento dos horários e Parágrafo único. No caso de serviço regular de trans-
frequências estabelecidos; porte de passageiros metropolitano, a exigência de que
V - não fumar no interior do veículo; trata o caput só será devida nos terminais.
VI - não ingerir bebidas alcoólicas nas 12 (doze) horas Art. 22. O usuário dos Serviços Regulares de Transpor-
antecedentes ao início de sua jornada de trabalho e até o te Rodoviário Intermunicipal de Passageiros terá recusado
seu término; o embarque ou determinado o seu desembarque, em local
VII - não se afastar do veículo no ponto de seguro e adequado, quando:
parada, orientando o embarque e o desembarque de I - não se identificar, quando exigido;
passageiros; II - encontrar-se em estado de embriaguez;
VIII - prestar à fiscalização do Poder Concedente, exer- III - encontrar-se em trajes manifestamente impróprios
cida diretamente ou através de órgãos e entidades delega- ou ofensivos a moral pública;
das, os esclarecimentos que lhe forem solicitados; IV - portar arma de fogo ou de qualquer natureza, sal-
IX - exibir à fiscalização do Poder Concedente, exercida vo quando legalmente autorizado;
diretamente ou através dos órgãos e entidades delega- V - pretender transportar, como bagagem, produtos
das, quando solicitado, ou entregar, contra recibo, os que, pelas suas características, sejam considerados perigo-
documentos do veículo, o mapa de viagem e outros que sos ou representem riscos para os demais passageiros, nos
forem exigíveis; termos da legislação específica sobre Transporte Rodoviá-
X - não conversar, enquanto estiver na condução do rio de Cargas Perigosas;
veículo em movimento; VI conduzir animais domésticos ou selvagens,
XI - atender aos sinais de parada em locais permitidos quando não devidamente acondicionados, em desacor-
e somente neles; do com as disposições legais e regulamentares pertinentes;

41
REGULAMENTAÇÃO DE TRANSPORTES PÚBLICOS DE PASSAGEIROS

VII - conduzir objetos de dimensões e acondiciona- § 3º Ocorrendo a hipótese prevista no parágrafo ante-
mentos incompatíveis com o porta- volume; rior, o Poder Concedente notificará a transportadora falto-
VIII - incorrer em comportamento incivil; sa para, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, efetuar o
IX - comprometer a segurança, o conforto e a tranqui- pagamento à transportadora requisitada, do valor presu-
lidade dos demais passageiros; mido para a viagem completa, obedecendo aos coeficientes
X - usar aparelhos sonoros durante a viagem; tarifários e à taxa de ocupação constante da planilha tarifária
XI - fumar no interior do veículo. em vigor.
Art. 26. Os pontos terminais de parada e de escala só
CAPÍTULO IV poderão ser utilizados pelas transportadoras após devida-
DOS DIREITOS DOS USUÁRIOS mente homologados pelo Poder Concedente.
Parágrafo único. O Poder Concedente somente
Art. 23. Sem prejuízo de direitos previstos em outras homologará terminais rodoviários, pontos de parada e
normas legais, regulamentares e pactuadas pertinentes, pontos de escala compatíveis com o seu movimento e
são direitos dos usuários: que apresentem padrões adequados de operacionalidade,
I - ser transportado em condições de segurança, higie- segurança, higiene e conforto.
Art. 27. O Poder Concedente fixará o tempo de duração
ne e conforto, do início ao término da viagem;
da viagem e de suas etapas, observados os critérios técnicos.
II - ter assegurado seu lugar no veículo, nas condições
Art. 28. A interrupção de viagem decorrente de defei-
fixadas no bilhete de passagem;
to mecânico, acidente do veículo ou motivo de força maior,
III - ser atendido com urbanidade, pelos dirigen- será objeto de comunicação imediata da transportadora ao
tes, prepostos e empregados da transportadora e pelos Poder Concedente.
agentes dos órgãos e entidades responsáveis pela fiscaliza- § 1º A interrupção da viagem pelos motivos elencados
ção por parte do Poder Concedente; no caput deste artigo, por um período superior a 03 (três)
IV - ser auxiliado no embarque e desembarque pelos horas, dará direito ao passageiro à alimentação e pousada,
prepostos da transportadora, em especial quando tratar-se por conta da transportadora, além do transporte até o des-
de crianças, senhoras, pessoas idosas ou com dificuldade tino de viagem.
de locomoção; § 2º Nos casos de substituição de veículo por outro de
V - receber informações sobre as características dos características inferiores, a transportadora deverá ressarcir o
serviços, tais como, tempo de viagem, localidades atendi- passageiro, ao término da viagem, a diferença de preço de
das e outras de seu interesse; tarifa, qualquer que tenha sido o percurso desenvolvido an-
VI - ter sua bagagem transportada no bagageiro e por- teriormente à interrupção da viagem.
ta-volume, observado o disposto nesta Lei e em normas Art. 29. Os horários serão fixados em função da
regulamentares pertinentes; demanda de passageiros e características de cada linha,
VII - receber os comprovantes dos volumes transpor- objetivando a satisfação do usuário, a segurança de tráfego
tados no bagageiro; e a rentabilidade das viagens, evitadas sempre que pos-
VIII - pagar apenas o valor da tarifa correta fixada para sível, as superposições de horários.
o serviço utilizado, bem como receber eventual troco em
dinheiro. SEÇÃO II
Dos Veículos
CAPÍTULO V
DA OPERAÇÃO DOS SERVIÇOS REGULARES DE Art. 30. Na prestação dos Serviços Regulares de Trans-
TRANSPORTE RODOVIÁRIO INTERMUNICIPAL DE PAS- porte Rodoviário Intermunicipal de
SAGEIROS Passageiros serão utilizados os seguintes tipos de veí-
culos:
Seção I Das Viagens
I - ônibus interurbano convencional;
II - ônibus interurbano executivo;
Art. 24. As viagens serão executadas de acordo com
III - ônibus interurbano leito;
o padrão técnico-operacional estabelecido pelo Poder IV - ônibus metropolitano convencional;
Concedente com relação às classificações de serviços, V - ônibus metropolitano executivo;
observados os horários, ponto inicial e final, itinerários, VI - microônibus;
pontos de parada e os seccionamentos determinados. VII - veículo utilitário de passageiros;
Art. 25. Fica estabelecida uma tolerância máxima de VIII - veículo utilitário misto;
10 (dez) minutos, além do horário marcado, para a chegada IX - miniônibus. (Acrescido pela Lei nº 14.288 de 06 de
do veículo no ponto inicial da linha. janeiro de 2009)
§ 1º Decorrido o prazo fixado neste artigo, o Poder § 1º As dimensões, lotação e características internas e
Concedente notificará a transportadora para a colocação externas dos veículos utilizados na prestação dos servi-
de outro veículo, no prazo máximo de 30 (trinta) minutos. ços Regulares de Transporte Rodoviário Intermunicipal
§ 2º Caso a transportadora não adote a providência de Passageiros obedecerão as normas e especificações
referida no parágrafo anterior, o Poder Concedente poderá técnicas que determinam os padrões dos respectivos
requisitar um veículo de outra transportadora para a reali- serviços a serem prestados pelos mesmos, nos termos das
zação da viagem. normas legais, regulamentares e pactuadas pertinentes.

42
REGULAMENTAÇÃO DE TRANSPORTES PÚBLICOS DE PASSAGEIROS

§ 2º Os veículos a que se refere o inciso VIII deste ar- § 1º Não poderão ser veiculadas na parte externa dos
tigo prestarão serviços regulares de transporte intermu- veículos propagandas políticas, religiosas, filosóficas, e as
nicipal de passageiros somente nas linhas regionais, nos que firam a moral e os bons costumes.
moldes da letra “b” do § 5º do artigo 4º desta Lei. § 2º Somente serão permitidas na parte interna do ve-
Art. 31. A frota de cada transportadora deverá ser ículo mensagens de interesse dos usuários, a critério do
composta de veículos, em número suficiente para a pres- Poder Concedente.
tação do serviço, conforme fixado no respectivo edital de Art. 38. Considera-se, para efeito da capacidade de lo-
licitação, mais a frota reserva equivalente ao mínimo de tação do veículo, todas as poltronas disponíveis, exceto a
10% (dez por cento) e máximo de 20% (vinte por cento) da do motorista e a do cobrador, quando houver este último.
frota operacional. § 1º Considerar-se-á lotado o veículo que estiver com
Art. 32. Deverá o Poder Concedente realizar cons- sua capacidade completa.
tante ação fiscalizadora sobre as condições dos veículos, § 2 Não é permitido o excesso de lotação, ressalvado o
podendo, em qualquer tempo e independentemente da disposto nos parágrafos 3º e 4º deste artigo.
vistoria ordinária prevista na legislação de trânsito, realizar § 3º Excepcionalmente, por ocasião de feriados pro-
inspeções e vistorias nos veículos, determinando, se ob- longados, eventos religiosos e datas cívicas, o poder con-
servada qualquer irregularidade quanto às condições cedente poderá, a seu critério, autorizar passageiros exce-
de funcionamento, higiene, conforto e segurança, sua reti- dentes até o limite de 20% (vinte por cento) da lotação
rada de operação, até que sanadas as deficiências. sentada no serviço regular interurbano convencional,
Art. 33. Semestralmente a transportadora apresentará observadas as seguintes condições: (Redação dada pela Lei
ao Poder Concedente relação dos veículos componentes nº 14.288 de 06 de janeiro de 2009)
de sua frota, declarando que estão em perfeitas condições * Redação anterior: § 3º Excepcionalmente, o Poder
de segurança, conforto e uso para operar. Concedente poderá, a seu critério, autorizar passageiros
Art. 34. Além dos documentos exigidos pela legislação excedentes até o limite de 20% (vinte por cento) da lota-
de trânsito e demais normas legais e regulamentares perti- ção sentada nos serviços de transporte regular interurbano
nentes, os veículos deverão conduzir: convencional prestados por ônibus.
I - no seu interior: I - nas linhas com extensão de até 200 Km (duzentos
a) um indicativo com nome do motorista e cobrador; quilômetros), quando operadas por ônibus; (Acrescido pela
b) quadro de preços das passagens; Lei nº 14.288 de 06 de janeiro de 2009)
II - nas linhas com extensão de até 100 Km (cem qui-
c) capacidade de lotação do veículo;
lômetros), quando operadas por miniônibus, microônibus
d) número do telefone da Agência Reguladora de Ser-
e veículo utilitário de passageiro. (Acrescido pela Lei nº
viços Públicos Delegados do Estado do Ceará - ARCE, ou de
14.288 de 06 de janeiro de 2009)
outro órgão ou entidade designado pelo Poder Conceden-
§ 4º No serviço de transporte regular e complementar
te, para eventuais reclamações pelos usuários.
metropolitano quando operado por ônibus ou microôni-
II - na parte externa:
bus e interurbano até a distância de 75 Km (setenta e
a) indicação da origem e destino final da linha;
cinco quilômetros), o poder concedente, a seu critério,
b) número de registro do veículo no Poder Concedente
poderá autorizar o transporte de passageiros excedente
(Selo de Registro); no limite igual ao da lotação sentada, cuja autorização se
c) número de ordem do veículo; dará pelo prazo de 6 (seis) meses, podendo ser renovado.
d) pintura em cor e desenhos padronizados, emblema (Redação dada pela Lei nº 14.288 de 06 de janeiro de 2009)
ou logotipo e/ou razão social da empresa, aprovados pelo * Redação anterior: § 4º No serviço de transporte regu-
Poder Concedente. lar metropolitano convencional e no serviço de transporte
Art. 35. Todos os veículos registrados junto ao Poder regular interurbano convencional, este último em linhas
Concedente pelas transportadoras deverão circular com com extensão de até 75 (setenta e cinco) quilômetros, am-
equipamento registrador instantâneo inalterável de velo- bos prestados por ônibus, o Poder Concedente poderá au-
cidade e tempo ou outro dispositivo eletrônico de re- torizar, a seu critério, passageiros excedentes, inclusive em
gistro diário aferido, ou ainda outros instrumentos que limite superior ao estabelecido no § 3º deste artigo.
vierem a ser determinados pelo Poder Concedente. § 5º A autorização excepcional prevista neste artigo
Art. 36. A transportadora manterá, pelo período de 90 deverá ser requerida para período determinado, com an-
(noventa dias), os dados do equipamento registrador ins- tecedência mínima de 72 (setenta e duas) horas, acompa-
tantâneo inalterável de velocidade e tempo, ou de outro nhada da devida justificativa, indicando com precisão as
dispositivo eletrônico com tal finalidade, de todos os linhas e respectivos horários, ficando autorizada a viagem
seus veículos em operação, devidamente arquivados, em apenas depois de expedida autorização expressa do
perfeito estado de conservação, acompanhados da análise Poder Concedente. (Redação dada pela Lei nº 14.288 de 06
de cada viagem realizada, podendo os mesmos serem de janeiro de 2009)
requisitados pelo Poder Concedente. * Redação anterior: § 5º Nos serviços regular interur-
Art. 37. Será permitida a fixação de publicidade na bano convencional e regular metropolitano convencional
parte externa do veículo, exceto quando colocar em risco a operados por veículos utilitários e microônibus, so-
segurança do trânsito. mente poderão ser transportados passageiros sentados.

43
REGULAMENTAÇÃO DE TRANSPORTES PÚBLICOS DE PASSAGEIROS

Art. 39. Como condição para prestarem Serviços Re- III - seleção, treinamento e reciclagem do motorista;
gulares de Transporte Rodoviário Intermunicipal de Passa- IV - manutenção do veículo;
geiros, os veículos da frota das transportadoras deverão V - perícia realizada por órgão ou entidade competen-
estar devidamente registrados junto ao Poder Concedente, te.
nos termos da regulamentação desta Lei. Parágrafo único. O Poder Concedente manterá con-
§ 1º Os veículos que tiverem seus registros cancelados trole estatístico de acidente de veículo por transportadora.
serão substituídos, no prazo máximo de 90 (noventa) dias,
caso haja necessidade de complementação do número es- CAPÍTULO VI
tipulado para a frota dimensionada da transportadora, in- DA REMUNERAÇÃO DOS SERVIÇOS REGULARES
cluindo a frota reserva prevista no art. 31, desta Lei. DE TRANSPORTE RODOVIÁRIO INTERMUNICIPAL DE
§ 2º A regulamentação desta Lei disporá sobre as con- PASSAGEIROS
SEÇÃO I Das Tarifas
dições necessárias para o registro do veículo, bem como
sobre o cancelamento deste.
Art. 43. A remuneração dos Serviços Regulares de
Transporte Rodoviário Intermunicipal de Passageiros rea-
SEÇÃO III lizar-se-á através do pagamento de tarifa pelos usuários e
Do Cadastramento da Tripulação por outras fontes alternativas de receitas estabelecidas no
contrato de concessão ou termo de permissão. (Redação
Art. 40. É obrigatório o cadastramento junto ao Poder dada pela Lei nº 14.288 de 06 de janeiro de 2009)
Concedente da tripulação que operará em todos os veícu- * Redação anterior: Art. 43. A remuneração dos Servi-
los das transportadoras prestadoras de Serviços Regulares ços Regulares de Transporte Rodoviário
de Transporte Rodoviário Intermunicipal de Passageiros, Intermunicipal de Passageiros realizar-se-á através do
conforme as condições e requisitos estabelecidos na regu- pagamento de tarifa pelos usuários.
lamentação desta Lei. § 1º Compete ao DETRAN/CE, de ofício ou a pedido do
§ 1º Após efetuado e aprovado o cadastro, o Poder interessado, promover o reajuste e a revisão extraordinária
Concedente emitirá Carteira Padrão que terá validade de das tarifas referentes aos Serviços Regulares de Transporte
02 (dois) anos, sendo seu porte obrigatório quando o em- Rodoviário Intermunicipal de Passageiros, nos termos das
pregado estiver em serviço. normas regulamentares e pactuadas pertinentes. (Redação
§ 2º O Poder Concedente poderá a qualquer mo- dada pela Lei nº 14.288 de 06 de janeiro de 2009)
mento exigir a apresentação da documentação necessá- * Redação anterior: § 1º Compete ao Poder Concedente
a definição das tarifas referentes aos
ria ao cadastramento da tripulação ou revalidação daquela
Serviços Regulares de Transporte Rodoviário Intermu-
já apresentada, nos termos da regulamentação desta Lei.
nicipal de Passageiros.
§ 2º Compete à ARCE/CE promover a revisão or-
SEÇÃO IV Dos Acidentes dinária das tarifas referentes aos Serviços Regulares de
Transporte Rodoviário Intermunicipal de Passageiros, bem
Art. 41. No caso de acidente, a transportadora fica como homologar o reajuste e a revisão extraordinária pra-
obrigada a: ticados pelo DETRAN/CE, nos termos das normas regula-
I - adotar as medidas necessárias visando prestar ime- mentares e pactuadas pertinentes. (Redação dada pela Lei
diata e adequada assistência aos usuários e prepostos; nº 14.288 de 06 de janeiro de 2009)
II - comunicar, por escrito, o fato ao órgão ou entidade * Redação anterior: § 2º Compete ao Poder Concedente,
do Poder Concedente, no prazo de 48 (quarenta e oito) de ofício ou a pedido do interessado, a revisão e reajuste
horas, indicando as circunstâncias e o local do acidente, das tarifas referentes aos Serviços Regulares de Transporte
além das medidas adotadas para atendimento do disposto Rodoviário Intermunicipal de Passageiros, nos termos das
no inciso anterior. normas legais, regulamentares e pactuadas pertinentes.
III - manter, pelo período de 1 (um) ano, os dados do § 3º Deverá o Poder Concedente prever, em favor da
equipamento registrador instantâneo inalterável de veloci- concessionária ou permissionária, no edital de licitação,
dade e tempo, ou de outro dispositivo eletrônico com tal a possibilidade de outras fontes provenientes de re-
finalidade, do veículo envolvido no acidente, devida- ceitas alternativas, complementares, acessórias ou de
projetos associados, inclusive proveniente de transporte
mente arquivados, em perfeito estado de conservação,
de encomenda, com ou sem exclusividade, com vistas
acompanhados da análise da viagem realizada, podendo
a favorecer a modicidade das tarifas, nos termos dos arts.
os mesmos serem requisitados pelo Poder Concedente.
11 e 17 da Lei Federal n. 8.987, de 13 de fevereiro de 1995.
Art. 42. Quando do acidente resultar morte ou lesões § 4º A definição, revisão e reajuste das tarifas referen-
graves, serão avaliadas suas causas tendo em vista os se- tes aos Serviços Regulares de Transporte Rodoviário In-
guintes elementos: termunicipal de Passageiros levará em consideração os
I - dados constantes do equipamento registrador ins- seguintes aspectos, conforme disciplinado no regulamento
tantâneo inalterado de velocidade e tempo, ou outro dis- desta Lei:
positivo eletrônico; I - a média dos parâmetros dos índices de consumo de
II - regularidade da jornada de trabalho do motorista; cada serviço;

44
REGULAMENTAÇÃO DE TRANSPORTES PÚBLICOS DE PASSAGEIROS

II - a remuneração do capital empregado para a pres- Art. 50. Fica isento do pagamento de tarifa, o agen-
tação do serviço e o equilíbrio econômico-financeiro do te responsável pela fiscalização por parte do Poder Con-
contrato, consideradas obrigatoriamente para a aferição cedente ou da Agência Reguladora de Serviços Públicos
do inicial equilíbrio econômico-financeiro do contrato as Delegados do Estado do Ceará - ARCE, quando relacio-
fontes de receita previstas no § 3º deste artigo; nado em serviço de transporte, devendo a transportadora
III - a manutenção do nível do serviço estipulado para reservar-lhe uma poltrona, desde que a reserva tenha sido
as linhas e a possibilidade de sua melhoria; requisitada pelo menos 12 (doze) horas antes da partida
IV - o recolhimento mensal de percentual sobre o valor do veículo.
total da receita bruta tarifária mensal obtida pela transpor- Parágrafo único. Outros agentes responsáveis pela
tadora à Agência Reguladora de Serviços Públicos Delega- fiscalização por parte do Poder Concedente ou da ARCE
dos do Estado do Ceará – ARCE, ou outro órgão ou estarão isentos do pagamento de tarifa quando necessita-
entidade indicados pelo Poder Concedente, nos termos rem executar trabalho de caráter emergencial, vin-
do art. 64, desta Lei; culado à atividade de transporte, independentemente
V - o nível de serviço prestado; de reserva.
VI - a coleta de dados e a prestação de informação pe-
las transportadoras através de procedimentos uniformes; SEÇÃO III
VIII - os mecanismos de controle que garantam a con- Da Bagagem e das Encomendas
fiabilidade das informações;
IX - outros princípios e critérios básicos adotados Art. 51. O preço da tarifa abrange necessariamente, a
no regulamento desta Lei para aprimoramento do mo- título de franquia, o transporte obrigatório e gratuito, para
delo tarifário. o passageiro, de volumes no bagageiro e no porta-volume
Art. 44. Os parâmetros operacionais adotados na pla- do veículo, nos termos desta Lei e de sua regulamentação.
nilha tarifária, serão analisados periodicamente, objetivan- § 1º Cada passageiro terá direito de portar bagagem:
do o aperfeiçoamento do nível do serviço. a) no bagageiro: até o limite de 35kg (trinta e cinco
quilogramas) de peso, sem que o volume total ultrapas-
SEÇÃO II se 240dm³ (duzentos e quarenta decímetros cúbicos) ou,
Dos Bilhetes de Passagem e sua Venda cada volume, 1m (um metro) em sua maior dimensão; e,
b) no porta-volume: até o limite de 5kg (cinco quilo-
gramas), com dimensões que se adaptem ao porta-volu-
Art. 45. É vedada a prestação de Serviço Re-
me, desde que não comprometa o conforto e a segurança
gular de Transporte Rodoviário Intermunicipal de Passa-
dos passageiros.
geiros, sem a emissão do respectivo bilhete de passagem a
§ 2º Excedidos os limites indicados no parágrafo ante-
cada usuário, exceto nos serviços metropolitanos.
rior, o passageiro pagará apenas o que exceder do permiti-
Parágrafo único. Os bilhetes de passagem serão emi-
do na base de 50% (cinquenta por cento) do valor indicado
tidos conforme a regulamentação desta Lei.
na tabela de preços de encomendas da transportadora,
Art. 46. A venda de passagens será feita pela pró-
respeitados os direitos dos demais passageiros.
pria transportadora nos terminais rodoviários e em suas Art. 52. O transporte de encomendas e bagagens,
agências e, na ausência destes, por agentes credencia- conduzidas no bagageiro, somente poderá ser feito me-
dos, admitindo-se, ainda, que, ao longo do itinerário, seja diante a respectiva emissão de documento fiscal apropria-
feita dentro do veículo. do e talão de bagagem.
Parágrafo único. Nas localidades dotadas de termi- Art. 53. O transporte de encomendas, quando admiti-
nais rodoviários é vedado o embarque de passageiros do pelo Poder Concedente, atenderá ao disposto nos §§ 3º
sem o respectivo bilhete de passagem, com exceção e 4º do art. 43 desta Lei.
dos serviços metropolitanos. Art. 54. Nos casos de extravio ou dano de baga-
Art. 47. As passagens deverão estar à venda em horá- gem, conduzida no bagageiro, a transportadora indeni-
rios compatíveis com o serviço e o interesse público, com a zará o passageiro, em quantia equivalente a 10 (dez) vezes
abertura de reservas no prazo mínimo de 15 (quinze) dias o valor da maior tarifa vigente do serviço utilizado, no
antecedentes ao da respectiva viagem, exceto com relação prazo máximo de 15 (quinze) dias, contados da data da
aos serviços metropolitanos. reclamação.
Art. 48. É livre a concessão de desconto ou promoção § 1º As transportadoras somente serão responsá-
de tarifa pelas transportadoras ou seus prepostos, devendo veis pelo extravio da bagagem transportada no bagagei-
efetivá-los em caráter uniforme para todos os usuários e ro, desde que apresentado pelo passageiro comprovante
para todas as secções da linha, devendo no entanto avisar do respectivo talão de bagagem ou documento fiscal e até
ao Poder Concedente com uma antecedência mínima 48 o limite fixado no caput deste artigo.
(quarenta e oito) horas. § 2º Para ter direito à indenização no caso de dano ou
Art. 49. A transportadora obriga-se a proporcionar se- extravio da bagagem cujo valor exceda o limite previsto no
guro de responsabilidade civil, no limite mínimo fixado no caput deste artigo, o interessado fica obrigado a declará-lo
respectivo Edital de Licitação, emitindo o respectivo com- e a pagar prêmio de seguro para a cobertura do excesso.
provante.

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REGULAMENTAÇÃO DE TRANSPORTES PÚBLICOS DE PASSAGEIROS

§ 3º Para fins do parágrafo anterior, as transportadoras para sua continuidade, o mesmo veículo ou outro de ca-
são obrigadas a proporcionar ao usuário a contratação de racterística idêntica ou superior ao que vinha sendo uti-
seguro específico, sob pena de ficar pessoalmente respon- lizado, observados os requisitos de conforto e segurança
sável pelos danos verificados. estabelecidos.
Parágrafo único. Fica a transportadora obrigada a
CAPÍTULO VII comunicar a interrupção de viagem ao Poder Concedente,
DOS SERVIÇOS DE TRANSPORTE RODOVIÁRIO no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, especificando-lhes
INTERMUNICIPAL DE as causas e as providências adotadas, as quais deverão ser
PASSAGEIROS POR FRETAMENTO comprovadas sempre que exigido.
Art. 60. Será dispensada a presença de cobrador
Art. 55. Os Serviços de Transporte Rodoviário In- na tripulação dos Serviços de Transporte Rodoviário In-
termunicipal de Passageiros por Fretamento serão exe- termunicipal de Passageiros por Fretamento.
cutados mediante autorização expedida pelo Poder Conce- Parágrafo único. Ao motorista de viagem relativa a
dente, conforme as condições e requisitos estabelecidos na Serviço de Transporte Rodoviário Intermunicipal de Passa-
regulamentação desta Lei. geiros por Fretamento, aplicam-se todos os encargos re-
Parágrafo único. A autorização a que se refere o ca- lativos ao motorista de viagem relativa a Serviço Regular
put deste artigo poderá ser cassada, a critério do Poder de Transporte Rodoviário Intermunicipal de Passageiros,
Concedente, em caso de concorrência com Serviço Regu- inclusive no tocante ao cadastramento previsto no art. 40
lar de Transporte Rodoviário Intermunicipal de Passageiros desta Lei.
existente. Art. 61. A regulamentação desta Lei disporá sobre a
Art. 56. As empresas de Serviço de Transporte Rodovi- operação dos Serviços de Transporte Rodoviário Intermu-
ário Intermunicipal de Passageiros por Fretamento deverão nicipal de Passageiros por Fretamento, dispondo inclusive
obter registro junto ao Poder Concedente, de acordo com sobre as características dos veículos que poderão ser utili-
a regulamentação desta Lei. zados na prestação do serviço.
Art. 57. Os veículos prestadores de Serviços de Trans-
porte Rodoviário Intermunicipal de Passageiros por Freta- CAPÍTULO VIII DA FISCALIZAÇÃO
mento serão devidamente registrados junto ao Poder Con-
cedente, conforme as condições e requisitos estabelecidos Art. 62. A fiscalização dos Serviços de Transpor-
te Rodoviário Intermunicipal de Passageiros, em tudo
na regulamentação desta Lei.
quanto diga respeito a segurança da viagem, confor-
§ 1º Nos veículos utilizados nos Serviços de Transporte
to do passageiro e ao cumprimento da legislação de
Rodoviário Intermunicipal de Passageiros por Fretamento
trânsito e de tráfego rodoviário intermunicipal, inclusive
é obrigatória a instalação de equipamento registrador
desta Lei, será exercida pelo Poder Concedente através dos
instantâneo inalterável de velocidade e tempo, devendo a
órgãos e entidades competentes, visando ao cumpri-
transportadora mantê-lo em perfeito estado de funciona-
mento das normas legais, regulamentares e pactuadas
mento e analisar os dados relativos a cada viagem realiza- pertinentes.
da. Parágrafo único. Os órgãos ou entidades competen-
§ 2º Sempre que necessário, a critério do Poder Con- tes para realizar a fiscalização dos Serviços de Transporte
cedente, poderá ser exigida a exibição dos dados do equi- Rodoviário Intermunicipal de Passageiros serão defini-
pamento registrador instantâneo inalterável de velocidade dos conforme a regulamentação desta Lei.
e tempo, o qual deverá ser preservado pela empresa trans- Art. 63. Além da fiscalização de que trata o artigo an-
portadora pelo prazo de 90 (noventa) dias. terior, as prestadoras de Serviços de Transporte Rodoviário
§ 3º Os veículos utilizados em Serviço de Trans- Intermunicipal de Passageiros no Estado do Ceará subme-
porte Rodoviário Intermunicipal de Passageiros por Freta- ter-se-ão ao poder regulatório da Agência Reguladora de
mento deverão apresentar, na parte externa, letreiro indi- Serviços Públicos Delegados do Estado do Ceará – ARCE.
cativo, nos termos da regulamentação desta Lei. § 1º O poder regulatório da ARCE será exercido nos
§ 4º Quanto à fixação de publicidade nos veículos utili- termos desta Lei e da Lei Estadual nº 12.788, de 30 de de-
zados em Serviço de Transporte Rodoviário Intermunicipal zembro de 1997, e demais normas legais, regulamen-
de Passageiros por Fretamento, aplica-se o art. 37, desta tares e pactuadas pertinentes, cabendo à ARCE, com
Lei. relação aos Serviços de Transporte Rodoviário Intermu-
§ 5º Nos Serviços de Transporte Rodoviário Inter- nicipal de Passageiros, sem prejuízo de outras atribuições:
municipal de Passageiros por Fretamento somente pode- I - fiscalizar indiretamente os órgãos e entidades pri-
rão ser transportados passageiros sentados. vadas e públicas envolvidos na prestação do serviço, atra-
Art. 58. Quanto à ocorrência de acidentes, apli- vés de auditagem técnica de dados fornecidos por estes ou
cam-se aos Serviços de Transporte coletados pela ARCE;
Rodoviário Intermunicipal de Passageiros por Freta- II - atender e dar provimento às reclamações dos usu-
mento os arts. 41 e 42, desta Lei. ários do serviço, decidindo inclusive sobre indenizações
Art. 59. Ocorrendo interrupção da viagem de Ser- ou reparações a serem pagas pelas transporta-
viço de Transporte Rodoviário Intermunicipal de Passa- doras, independentemente de outras sanções a estas apli-
geiros por Fretamento, a transportadora deverá utilizar, cáveis;

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REGULAMENTAÇÃO DE TRANSPORTES PÚBLICOS DE PASSAGEIROS

III - expedir normas regulamentares sobre a prestação CAPÍTULO IX


do serviço; DAS INFRAÇÕES E PENALIDADES Seção I
IV - responder a consultas de órgãos e entidades pú- Das Espécies de Penalidade
blicas e privadas sobre a prestação do serviço;
V - encaminhar ao órgão ou entidade responsável pela Art. 67. Verificada a inobservância de qualquer das
aplicação de penalidades a constatação, através de decisão disposições previstas nesta Lei, aplicar-se-ão à transporta-
definitiva proferida pela ARCE, de infração cometida por dora infratora as penalidades legais.
transportadora, caso não tenha sido delegada à ARCE tal
aplicação. § 1º As penalidades aplicadas pelo Poder Concedente
§ 2º No desempenho do poder regulatório, incluindo não isentam o infrator da obrigação de reparar ou ressar-
as competências atribuídas neste artigo, a ARCE usufruirá cir dano causado a passageiro ou terceiro, decorrente da
de todas as prerrogativas asseguradas através da Lei Esta- infração.
dual nº 12.786, de 30 de dezembro de 1997, e outras § 2º Para os fins desta Lei, considera-se transportado-
normas legais e regulamentares pertinentes. ra a pessoa física, jurídica ou consórcio de empresas que
§ 3º As prestadoras de Serviço de Transporte Rodo- preste serviço de transporte rodoviário intermunicipal de
viário Intermunicipal de Passageiros, qualquer que seja a passageiros, mediante concessão, permissão ou autoriza-
modalidade de serviço prestado, tornam-se entidades re- ção.
guladas pela ARCE por força desta Lei, estando submetidas Art. 68. As infrações aos preceitos desta Lei sujei-
à competência regulatória desta, nos termos da Lei Es- tarão a transportadora infratora, conforme a natureza da
tadual nº 12.786/97 e demais normas legais e regula- falta, às seguintes penalidades:
mentares pertinentes. I - advertência por escrito;
Art. 64. A prestadora de Serviço Regular de Transpor- II - multa;
te Rodoviário Intermunicipal de Passageiros, qualquer que III - retenção do veículo;
seja a modalidade do serviço prestado, fica obrigada ao IV - apreensão de veículo;
pagamento de percentual de até 4% (quatro por cento) so- V - revogação unilateral da permissão;
bre o valor total da receita bruta tarifária mensal, nos ter- VI - caducidade da concessão.
mos do edital e respectivo contrato de concessão ou ter- § 1º Aplicar-se-á a pena de advertência por escrito no
mo de permissão, a ser recolhido mensalmente, até o dia caso de infração a qualquer dispositivo desta Lei para a
5 (cinco) do mês subsequente, junto ao órgão ou entidade qual inexista expressa previsão de penalidade diversa.
responsável pela fiscalização por parte do Poder Conce- § 2º As penas de multa, retenção e apreensão de veícu-
dente, a lo serão aplicadas nos casos previstos nas seções seguintes
Agência Reguladora de Serviços Públicos Delegados deste capítulo.
do Estado do Ceará – ARCE, ou outro órgão ou entidade § 3º Aplicar-se-á a pena de revogação unilateral da
indicado pelo Poder Concedente, sob pena de caducidade permissão no caso de prestação inadequada ou ineficiente
da concessão ou cancelamento da permissão. do serviço, a critério do Poder Concedente, sem prejuízo
Parágrafo único. No caso de Serviço Regular de Trans- da medida administrativa de revogação unilateral da
porte Rodoviário Intermunicipal de Passageiros prestado permissão, por conveniência e oportunidade da Admi-
por veículos utilitários de passageiros, veículos utilitários nistração, dada a supremacia do interesse público sobre o
mistos e microônibus, o valor a que se refere o caput deste particular e a precariedade da permissão.
artigo é fixado em R$ 100,00 (cem reais), por veículo, sendo § 4º Aplicar-se-á a pena de caducidade da conces-
este valor reajustado pelo percentual médio da variação são nos casos previstos no art. 35, § 1º, da Lei Estadual nº
dos serviços. 12.788 de 30 de dezembro de 1997.
Art. 65. O Poder Concedente no exercício da fiscaliza- § 5º A aplicação das penas previstas neste artigo não
ção dos Serviços de Transporte Rodoviário Intermunicipal está limitada à observância de gradatividade.
de Passageiros, através da Agência Reguladora de Serviços Art. 69. O cometimento de duas ou mais infrações, in-
Públicos Delegados do Estado do Ceará - ARCE e de ou- dependentemente de sua natureza, sujeitará o infrator à
tros órgãos e entidades da administração pública estadual concomitante aplicação das penalidades correspondentes
incumbidos dessa atividade, tem pleno acesso a qualquer a cada uma delas.
veículo ou instalação que diga respeito aos serviços, exer-
cendo poder de polícia, nos termos desta Lei. SEÇÃO II Das Multas
Art. 66. O Poder Concedente promoverá, quando jul-
gar necessário, a realização de auditorias contábil-financei- Art. 70. A pena de multa, calculada em função do valor
ra e técnico-operacional na transportadora. da Unidade Fiscal de Referência do Estado do Ceará - UFIR-
§ 1º Por ocasião das auditorias, fica a transportadora CE, ou outro índice estadual que venha substituí-la, será
obrigada a fornecer os livros e documentos requisitados, aplicada quando do cometimento das seguintes infrações:
satisfazendo e prestando outros dados e exigências do Po- (Redação dada pela Lei nº 14.288, de 06 de janeiro de 2009)
der Concedente. * Redação anterior: Art. 70. A pena de multa, calculada
§ 2º Os resultados das auditorias serão encaminhados em função do “custo quilométrico operacional médio” dos
à transportadora, acompanhados de relatório contendo as serviços em vigor, conforme valores previamente estabe-
recomendações, determinações, advertências e outras san- lecidos pelo Poder Concedente, será aplicada quando do
ções ou observações do Poder Concedente. cometimento das seguintes infrações:

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REGULAMENTAÇÃO DE TRANSPORTES PÚBLICOS DE PASSAGEIROS

I - a transportadora, através de dirigente, gerente, em- l) não procurar dirimir as pendências ou dúvidas refe-
pregado, preposto, contratado ou qualquer que atue em rentes a bagagens, passagens e outras que possam surgir
seu nome, alternativamente: (Redação dada pela Lei nº na relação entre passageiro e transportadora; (Redação
14.288, de 06 de janeiro de 2009) dada pela Lei nº 14.288, de 06 de janeiro de 2009)
* Redação anterior: I - a transportadora, através de diri- * Redação anterior: l) não procurar dirimir as pendên-
gente, gerente, empregado, preposto, contratado ou qual- cias ou dúvidas referentes a bagagens, passagens e outras
quer que atue em seu nome, alternativamente: que possam surgir na relação entre passageiro e transpor-
a) não apresentar seus veículos para início da tadora;
operação em perfeito estado de conservação e limpeza; m) utilizar pontos para parada e para escala sem que
(Redação dada pela Lei nº 14.288, de 06 de janeiro de 2009) esteja devidamente autorizado pelo poder concedente;
* Redação anterior: a) não apresentar seus veículos (Redação dada pela Lei nº 14.288, de 06 de janeiro de 2009)
para início da operação em perfeito estado de conservação * Redação anterior: m) utilizar pontos para parada e
e limpeza; para escala sem que esteja devidamente autorizado pelo
b) tratar passageiro com falta de urbanidade; (Redação Poder Concedente;
dada pela Lei nº 14.288, de 06 de janeiro de 2009) n) não comunicar ao poder concedente, dentro do
* Redação anterior: b) tratar passageiro com falta de prazo legal, a interrupção de viagem decorrente de defeito
mecânico, acidente do veículo ou motivo de força maior;
urbanidade;
(Redação dada pela Lei nº 14.288, de 06 de janeiro de 2009)
c) não apresentar tripulação corretamente uniformi-
* Redação anterior: n) não comunicar ao Poder
zada e identificada em serviço; (Redação dada pela Lei nº Concedente, dentro do prazo legal, a interrupção de via-
14.288, de 06 de janeiro de 2009) gem decorrente de defeito mecânico, acidente do veículo
* Redação anterior: c) não apresentar tripulação corre- ou motivo de força maior;
tamente uniformizada e identificada em serviço; o) não ressarcir ao passageiro a diferença de preço de
d) não prestar aos usuários, quando solicitados, as in- tarifa, nos casos de substituição de veículo por outro de
formações necessárias; (Redação dada pela Lei nº 14.288, características inferiores; (Redação dada pela Lei nº 14.288,
de 06 de janeiro de 2009) de 06 de janeiro de 2009)
* Redação anterior: d) não prestar aos usuários, * Redação anterior: o) não ressarcir ao passageiro a di-
quando solicitados, as informações necessárias; ferença de preço de tarifa, nos casos de substituição de
e) fumar dentro do ônibus ou permitir que passageiros veículo por outro de características inferiores;
fumem; (Redação dada pela Lei nº 14.288, de 06 de janeiro p) não transportar gratuitamente a bagagem de pas-
de 2009) sageiro, observados os requisitos estabelecidos nesta Lei
* Redação anterior: e) fumar dentro do ônibus ou per- e em normas regulamentares pertinentes; (Redação dada
mitir que passageiros fumem; pela Lei nº 14.288, de 06 de janeiro de 2009)
f) afastar-se do veículo no horário de trabalho, sem * Redação anterior: p) não transportar gratuitamente a
motivo justo; (Redação dada pela Lei nº 14.288, de 06 de bagagem de passageiro, observados os requisitos estabe-
janeiro de 2009) lecidos nesta Lei e em normas regulamentares pertinentes;
* Redação anterior: f) afastar-se do veículo no horário q) reincidir, em período inferior a 90 (noventa) dias, na
de trabalho, sem motivo justo; prática de infração que já tenha sido objeto de advertência
g) o motorista conversar, enquanto o veículo estiver por escrito por parte do poder concedente, nos termos do
em movimento; (Redação dada pela Lei nº 14.288, de 06 de § 1º do art. 68 desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 14.288,
janeiro de 2009) de 06 de janeiro de 2009)
* Redação anterior: g) o motorista conversar, enquanto * Redação anterior: q) reincidir, em período inferior a
o veículo estiver em movimento; 90 (noventa) dias, na prática de infração que já tenha sido
objeto de advertência por escrito por parte do Poder Con-
h) não atender aos sinais de parada em locais permi-
cedente, nos termos do § 1º do art. 68 desta Lei.
tidos; (Redação dada pela Lei nº 14.288, de 06 de janeiro
r) recusar injustificavelmente o embarque gratuito
de 2009)
de passageiro para o qual a Lei determine isenção do
* Redação anterior: h) não atender aos sinais de parada pagamento da tarifa, especialmente os maiores de 65 (ses-
em locais permitidos; senta e cinco) anos de idade, militares estaduais da
i) não observar o esquema de operação dos corredores ativa e os agentes responsáveis pela fiscalização por
e faixas exclusivas para ônibus; (Redação dada pela Lei nº parte do Poder Concedente ou da Agência Reguladora de
14.288, de 06 de janeiro de 2009) Serviços Públicos Delegados do Estado do Ceará - ARCE,
* Redação anterior: i) não observar o esquema de ope- nos termos da legislação pertinente; (Acrescido pela Lei nº
ração dos corredores e faixas exclusivas para ônibus; 14.719, de 26 de maio de 2010)
j) não auxiliar o embarque e desembarque de pas- s) não conceder o benefício da meia entrada estudantil
sageiros, especialmente crianças, senhoras, pessoas idosas nas passagens dos transportes rodoviários intermunici-
e deficientes motores, quando solicitado; (Redação dada pais aos estudantes regularmente matrículados
pela Lei nº 14.288, de 06 de janeiro de 2009) nos estabelecimentos de ensino público ou particular, si-
* Redação anterior: j) não auxiliar o embarque e desem- tuados nos municípios que compõem as macrorregiões
barque de passageiros, especialmente crianças, senhoras, do Estado do Ceará, nos termos da legislação pertinente;
pessoas idosas e deficientes motores, quando solicitado; (Acrescido pela Lei nº 14.719, de 26 de maio de 2010)

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REGULAMENTAÇÃO DE TRANSPORTES PÚBLICOS DE PASSAGEIROS

Pena - Multa correspondente ao valor de 40 (quarenta) h) transportar encomendas e bagagens, conduzidas no


UFIRCEs. (Redação dada pela Lei nº 14.288, de 06 de janeiro bagageiro, sem a respectiva emissão de documento fiscal
de 2009) apropriado ou talão de bagagem; (Redação dada pela Lei
* Redação anterior: Pena: multa correspondente ao va- nº 14.288, de 06 de janeiro de 2009)
lor de 30 (trinta) quilômetros. * Redação anterior: h) transportar encomendas e baga-
II - a transportadora, através de dirigente, gerente, gens, conduzidas no bagageiro, sem a respectiva emissão
empregado, preposto, contratado ou qualquer que atue de documento fiscal apropriado ou talão de bagagem;
em seu nome, alternativamente: (Redação dada pela Lei nº i) afixar material publicitário ou inserir inscrições nos
14.288, de 06 de janeiro de 2009) veículos, com violação ao disposto nos arts. 37 e 57, § 4º,
* Redação anterior: II - a transportadora, através de desta Lei, conforme a espécie de serviço prestado. (Reda-
dirigente, gerente, empregado, preposto, contratado ou ção dada pela Lei nº 14.288, de 06 de janeiro de 2009)
qualquer que atue em seu nome, alternativamente: * Redação anterior: i) afixar material publicitário ou in-
a) efetuar reabastecimento e manutenção em locais serir inscrições nos veículos, com violação ao disposto nos
inadequados ou com passageiros a bordo; (Redação dada arts. 37 e 57, § 4º, desta Lei, conforme a espécie de serviço
pela Lei nº 14.288, de 06 de janeiro de 2009) prestado.
* Redação anterior: a) efetuar reabastecimento e manu- Pena - Multa correspondente ao valor de 80 (oitenta)
tenção em locais inadequados ou com passageiros a bordo UFIRCEs. (Redação dada pela Lei nº 14.288, de 06 de janeiro
b) atrasar ou adiantar horário de viagem sem motivo de 2009)
justo; (Redação dada pela Lei nº 14.288, de 06 de janeiro * Redação anterior: Pena: multa correspondente ao va-
de 2009) lor de 60 (sessenta) quilômetros.
* Redação anterior: b) atrasar ou adiantar horário de III - a transportadora, através de dirigente, gerente,
viagem sem motivo justo; empregado, preposto, contratado ou qualquer que atue
c) não diligenciar para manutenção da ordem e para a em seu nome, alternativamente: (Redação dada pela Lei nº
limpeza do veículo; (Redação dada pela Lei nº 14.288, de 06 14.288, de 06 de janeiro de 2009)
de janeiro de 2009) * Redação anterior: III - a transportadora, através de
* Redação anterior: c) não diligenciar para manutenção dirigente, gerente, empregado, preposto, contratado ou
da ordem e para a limpeza do veículo; qualquer que atue em seu nome, alternativamente:
d) recusar-se a devolver o troco, aplicando-se, neste
a) não observar as características fixadas para o
caso, um auto de infração por cada valor de tarifa alterado,
veículo pelas normas legais, regulamentares e pactuadas;
sem prejuízo do cumprimento da obrigação de entrega do
(Redação dada pela Lei nº 14.288, de 06 de janeiro de 2009)
troco devido; (Redação dada pela Lei nº 14.288, de 06 de
* Redação anterior: a) não observar as características
janeiro de 2009)
fixadas para o veículo pelas normas legais, regulamentares
* Redação anterior: d) recusar-se a devolver o troco,
e pactuadas;
aplicando-se, neste caso, um auto de infração por cada va-
lor de tarifa alterado, sem prejuízo do cumprimento da b) retardar a entrega de informações ou documentos
obrigação de entrega do troco devido; exigidos pelo poder concedente; (Redação dada pela Lei nº
e) transportar passageiros excedentes sem autorização 14.288, de 06 de janeiro de 2009)
do poder concedente, sendo neste caso, a multa cobrada * Redação anterior: b) retardar a entrega de informa-
com relação a cada passageiro excedente; (Redação dada ções ou documentos exigidos pelo Poder
pela Lei nº 14.288, de 06 de janeiro de 2009) Concedente;
* Redação anterior: e) transportar passageiros ex- c) não desviar o veículo para o acostamento nas calça-
cedentes sem autorização do Poder Concedente, sendo das e/ou rodovias para o embarque e o desembarque de
neste caso, a multa cobrada com relação a cada passageiro passageiros; (Redação dada pela Lei nº 14.288, de 06 de
excedente; janeiro de 2009)
* Redação anterior: c) não desviar o veículo para o
f) deixar de fazer constar nos locais adequados do ve- acostamento nas calçadas e/ou rodovias para o embarque
ículo as legendas obrigatórias, internas ou externas; (Reda- e o desembarque de passageiros;
ção dada pela Lei nº 14.288, de 06 de janeiro de 2009) d) não manter em seus veículos, nos locais próprios,
* Redação anterior: f) deixar de fazer constar nos locais livro de ocorrência; (Redação dada pela Lei nº 14.288, de
adequados do veículo as legendas obrigatórias, internas ou 06 de janeiro de 2009)
externas; * Redação anterior: d) não manter em seus veículos,
g) deixar de garantir o espaço adequado no bagageiro nos locais próprios, livro de ocorrência;
para transporte da bagagem a que tem direito os passa- e) ultrapassar a tolerância máxima de até 10 (dez) mi-
geiros, utilizando, no todo ou em parte, o espaço existente nutos, além do horário marcado, para a chegada do veículo
para finalidade diversa; (Redação dada pela Lei nº 14.288, no ponto inicial da linha; (Redação dada pela Lei nº 14.288,
de 06 de janeiro de 2009) de 06 de janeiro de 2009)
* Redação anterior: g) deixar de garantir o espaço ade-
quado no bagageiro para transporte da bagagem a que * Redação anterior: e) ultrapassar a tolerância máxima
tem direito os passageiros, utilizando, no todo ou em par- de até 10 (dez) minutos, além do horário marcado, para a
te, o espaço existente para finalidade diversa; chegada do veículo no ponto inicial da linha;

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REGULAMENTAÇÃO DE TRANSPORTES PÚBLICOS DE PASSAGEIROS

f) não pagar ao passageiro alimentação, pousada e l) não apresentar letreiro indicativo na parte externa
transporte até o destino da viagem, quando houver inter- dos veículos utilizados em Serviço de Transporte Rodoviá-
rupção de viagem, por um período superior a 3 (três) horas, rio Intermunicipal de Passageiros por Fretamento, nos ter-
caso em que a multa será cobrada por cada passageiro; mos da regulamentação desta Lei. (Redação dada pela Lei
(Redação dada pela Lei nº 14.288, de 06 de janeiro de 2009) nº 14.288, de 06 de janeiro de 2009)
* Redação anterior: f) não pagar ao passageiro ali- * Redação anterior: l) não apresentar letreiro indicativo
mentação, pousada, e transporte até o destino da viagem, na parte externa dos veículos utilizados em Serviço de
quando houver interrupção de viagem, por um período su- Transporte Rodoviário Intermunicipal de Passageiros por
perior a 03 (três) horas, caso em que a multa será cobrada Fretamento, nos termos da regulamentação desta Lei.
por cada passageiro; Pena - Multa correspondente ao valor de 170 (cento e
g) não apresentar semestralmente ao poder setenta) UFIRCEs. (Redação dada pela Lei nº 14.288, de 06
concedente relação dos veículos componentes de sua de janeiro de 2009)
frota e declaração de que os referidos veículos estão em * Redação anterior: Pena: multa correspondente ao va-
perfeitas condições de segurança, conforto e uso para lor de 120 (cento e vinte) quilômetros.
operar, no caso de transportadora prestadora de Serviço IV - a transportadora, através de dirigente, gerente,
Regular de Transporte Rodoviário Intermunicipal de Passa- empregado, preposto, contratado ou qualquer que atue
geiros; (Redação dada pela Lei nº 14.288, de 06 de janeiro em seu nome, alternativamente: (Redação dada pela Lei nº
de 2009) 14.288, de 06 de janeiro de 2009)
* Redação anterior: g) não apresentar semestralmente * Redação anterior: IV - a transportadora, através de
ao Poder Concedente relação dos veículos componentes dirigente, gerente, empregado, preposto, contratado ou
de sua frota e declaração de que os referidos veícu- qualquer que atue em seu nome, alternativamente:
los estão em perfeitas condições de segurança, conforto e a) alterar o itinerário ou interromper a viagem, sem
uso para operar, no caso de transportadora prestadora de motivo justificado e sem comunicar o fato ao poder conce-
Serviço Regular de Transporte Rodoviário Intermunicipal de dente; (Redação dada pela Lei nº 14.288, de 06 de janeiro
Passageiros; de 2009)
h) permitir o transporte de passageiros sem a emissão * Redação anterior: a) alterar o itinerário ou interrom-
do bilhete de passagem, no caso de transportadora presta-
per a viagem, sem motivo justificado e sem comunicar o
dora de Serviço Regular de Transporte Rodoviário Intermu-
fato ao Poder Concedente;
nicipal de Passageiros, aplicando-se um auto de infração
b) não renovar os documentos necessários para o re-
por cada passageiro embarcado sem o respectivo bilhete,
gistro da transportadora, conforme estabelecidos na regu-
salvo na hipótese dos serviços metropolitanos; (Redação
lamentação desta Lei; (Redação dada pela Lei nº 14.288, de
dada pela Lei nº 14.288, de 06 de janeiro de 2009)
* Redação anterior: h) permitir o transporte de passa- 06 de janeiro de 2009)
geiros sem a emissão do bilhete de passagem, no caso de * Redação anterior: b) não renovar os documentos
transportadora prestadora de Serviço Regular de Transpor- necessários para o registro da transportadora, conforme
te Rodoviário Intermunicipal de Passageiros, aplicando-se estabelecidos na regulamentação desta Lei;
um auto de infração por cada passageiro embarcado c) não preservar a inviolabilidade dos instrumentos re-
sem o respectivo bilhete, salvo na hipótese dos serviços gistradores de velocidade e tempo; (Redação dada pela Lei
metropolitanos; nº 14.288, de 06 de janeiro de 2009)
i) efetuar a venda de passagens em locais não per- * Redação anterior: c) não preservar a inviolabi-
mitidos ou fora dos prazos estabelecidos, nos termos dos lidade dos instrumentos registradores de velocidade e
arts. 46 e 47 desta Lei; (Redação dada pela Lei nº 14.288, de tempo;
06 de janeiro de 2009) d) mantiver em serviço motoristas, cobradores, fiscais
* Redação anterior: i) efetuar a venda de passagens em ou despachantes não cadastrados junto ao poder conce-
locais não permitidos ou fora dos prazos estabelecidos, nos dente; (Redação dada pela Lei nº 14.288, de 06 de janeiro
termos dos arts. 46 e 47 desta Lei; de 2009)
j) permitir o embarque de passageiros nas localidades * Redação anterior: d) mantiver em serviço motoristas,
dotadas de terminais rodoviários, sem o respectivo bilhe- cobradores, fiscais ou despachantes não cadastrados junto
te de passagem, no caso de transportadora prestadora de ao Poder Concedente;
Serviço Regular de Transporte Rodoviário Intermunicipal de e) deixar de adotar ou retardar as providências relati-
Passageiros, aplicando-se um auto de infração por cada vas ao transporte de passageiros, no caso de interrupção
passageiro embarcado, salvo na hipótese dos ser- da viagem; (Redação dada pela Lei nº 14.288, de 06 de ja-
viços metropolitanos; (Redação dada pela Lei nº 14.288, de neiro de 2009)
06 de janeiro de 2009) * Redação anterior: e) deixar de adotar ou retardar as
* Redação anterior: j) permitir o embarque de passa- providências relativas ao transporte de passageiros, no
geiros nas localidades dotadas de terminais rodoviários, caso de interrupção da viagem;
sem o respectivo bilhete de passagem, no caso de trans- f) dirigir o veículo colocando em risco a segurança ou
portadora prestadora de Serviço Regular de Transporte em prejuízo do conforto dos usuários; (Redação dada pela
Rodoviário Intermunicipal de Passageiros, aplicando-se um Lei nº 14.288, de 06 de janeiro de 2009)
auto de infração por cada passageiro embarcado, salvo na * Redação anterior: f) dirigir o veículo colocando em
hipótese dos serviços metropolitanos; risco a segurança ou em prejuízo do conforto dos usuários;

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REGULAMENTAÇÃO DE TRANSPORTES PÚBLICOS DE PASSAGEIROS

g) ingerir bebida alcoólica nas 12 (doze) horas antece- * Redação anterior: p) colocar em tráfego veículo sem
dentes ao início de sua jornada até o seu término; (Redação cobrador para atender ao serviço, salvo nos casos autoriza-
dada pela Lei nº 14.288, de 06 de janeiro de 2009) dos pelo Poder Concedente;
* Redação anterior: g) ingerir bebida alcoólica nas 12 q) suspender total ou parcialmente o serviço sem au-
(doze) horas antecedentes ao início de sua jornada até o torização do poder concedente, aplicando-se um auto de
seu término; infração por cada horário desatendido; (Redação dada pela
h) não recolher o veículo à respectiva garagem ou uti- Lei nº 14.288, de 06 de janeiro de 2009)
lizá-lo, quando ocorrerem indícios de defeitos mecânicos, * Redação anterior: q) suspender total ou parcialmente
que possam por em risco a segurança dos usuários; (Reda- o serviço sem autorização do Poder Concedente, aplican-
ção dada pela Lei nº 14.288, de 06 de janeiro de 2009) do-se um auto de infração por cada horário desatendido;
* Redação anterior: h) não recolher o veículo à respec- r) operar veículo com vazamento de combustível ou
tiva garagem ou utilizá-lo, quando ocorrerem indícios de lubrificantes; (Redação dada pela Lei nº 14.288, de 06 de
defeitos mecânicos, que possam por em risco a segurança janeiro de 2009)
dos usuários; * Redação anterior: r) operar veículo com vazamento
i) não prestar socorro aos usuários feridos, em caso de combustível ou lubrificantes;
de acidente; (Redação dada pela Lei nº 14.288, de 06 de s) colocar ou manter o veículo em movimento com as
janeiro de 2009) portas abertas, colocando em risco a segurança de passa-
* Redação anterior: i) não prestar socorro aos usuários geiro; (Redação dada pela Lei nº 14.288, de 06 de janeiro
feridos, em caso de acidente; de 2009)
j) não colocar outro veículo após notificação do poder * Redação anterior: s) colocar ou manter o veículo em
concedente no ponto inicial da linha; (Redação dada pela movimento com as portas abertas, colocando em risco a
Lei nº 14.288, de 06 de janeiro de 2009) segurança de passageiro;
* Redação anterior: j) não colocar outro veículo após t) recusar informação ou a exibição de documentação
notificação do Poder Concedente no ponto inicial da linha; requisitada pelo poder concedente, sem prejuízo da obri-
l) retirar o “Selo de Registro” afixado no pára-brisa gação de prestar as informações e de exibir os docu-
dianteiro, pelo poder concedente; mentos requisitados; (Redação dada pela Lei nº 14.288, de
(Redação dada pela Lei nº 14.288, de 06 de janeiro de 06 de janeiro de 2009)
* Redação anterior: t) recusar informação ou a exibição
2009)
de documentação requisitadas pelo Poder Concedente,
* Redação anterior: l) retirar o “Selo de Registro” afixa-
sem prejuízo da obrigação de prestar as informações e
do no pára-brisa dianteiro, pelo Poder Concedente;
de exibir os documentos requisitados;
m) não substituir os veículos que tiverem seus regis-
u) resistir, dificultar ou impedir a fiscalização por parte
tros cancelados; (Redação dada pela Lei nº 14.288, de 06
do poder concedente; (Redação dada pela Lei nº 14.288, de
de janeiro de 2009)
06 de janeiro de 2009)
* Redação anterior: m) não substituir os veículos que
* Redação anterior: u) resistir, dificultar ou impedir
tiverem seus registros cancelados; a fiscalização por parte do Poder Concedente;
n) operar veículo sem o dispositivo de controle de nú- v) circular com veículos da frota sem estar devidamen-
mero de passageiros ou com catracas violadas, no caso dos te registrados no poder concedente;
transportes metropolitanos, e, em qualquer caso, sem o (Redação dada pela Lei nº 14.288, de 06 de janeiro de
equipamento registrador instantâneo inalterável de ve- 2009)
locidade e tempo, conforme estabelecido nesta Lei para * Redação anterior: v) circular com veículos da frota
cada espécie de serviço; (Redação dada pela Lei nº 14.288, sem estar devidamente registrados no Poder Concedente;
de 06 de janeiro de 2009) x) não enviar ao poder concedente, no prazo de 5 (cin-
* Redação anterior: n) operar veículo sem o dispositi- co) dias úteis, a cópia do contrato, nos casos de serviço de
vo de controle de número de passageiros ou com catracas fretamento contínuo, conforme definido na regulamenta-
violadas, no caso dos transportes metropolitanos, e, em ção desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 14.288, de 06 de
qualquer caso, sem o equipamento registrador instantâneo janeiro de 2009)
inalterável de velocidade e tempo, conforme estabelecido * Redação anterior: x) não enviar ao Poder Concedente,
nesta Lei para cada espécie de serviço; no prazo de 05 (cinco) dias úteis, a cópia do contrato, nos
o) não portar a devida Autorização, no caso de viagem casos de serviço de fretamento contínuo, conforme
relativa a Serviço de Transporte Rodoviário Intermunicipal definido na regulamentação desta Lei.
de Passageiros por Fretamento; (Redação dada pela Lei nº z) operar o serviço de transporte rodoviário intermuni-
14.288, de 06 de janeiro de 2009) cipal de passageiros sem regular concessão, permissão ou
* Redação anterior: o) não portar a devida Autorização, autorização do Poder Concedente. (Acrescido pela Lei nº
no caso de viagem relativa a Serviço de Transporte Rodovi- 14.719, de 26 de maio de 2010)
ário Intermunicipal de Passageiros por Fretamento; Pena - Multa correspondente ao valor de 340 (trezen-
p) colocar em tráfego veículo sem cobrador para aten- tas e quarenta) UFIRCEs. (Redação dada pela Lei nº 14.288,
der ao serviço, salvo nos casos autorizados pelo poder con- de 06 de janeiro de 2009)
cedente; (Redação dada pela Lei nº 14.288, de 06 de janeiro * Redação anterior: Pena: multa correspondente ao
de 2009) valor de 240 (duzentos e quarenta) quilômetros.

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REGULAMENTAÇÃO DE TRANSPORTES PÚBLICOS DE PASSAGEIROS

Art. 71. As multas serão aplicadas em dobro, quando * Redação anterior: Art. 73. A penalidade de apreensão
houver reincidência da mesma infração, no período de até do veículo será aplicada sem prejuízo da multa cabível,
90 (noventa) dias. quando a transportadora ou qualquer pessoa física ou
Parágrafo único. A reincidência será computada: jurídica estiver operando o serviço sem regular concessão,
I - no Serviço Regular de Transporte Rodoviário de Pas- permissão ou autorização do Poder Concedente.
sageiros prestado por ônibus, tomando-se por base ocor- Parágrafo único. O veículo apreendido será recolhi-
rência em cada linha, por evento; do a local determinado pelo Poder Concedente, e somente
II - no Serviço Regular de Transporte Rodoviário de será liberado mediante a apresentação da guia de recolhi-
Passageiro prestado por veículo utilitário de passageiros, mento comprovando o pagamento das multas exigíveis
tomando-se por base ocorrência por cada veículo, por e das despesas decorrentes da apreensão, sendo o tem-
evento; po de custódia definido em função das circunstâncias da
III - no Serviço de Transporte Rodoviário de Passagei- infração e obedecendo aos critérios abaixo: (Redação dada
ros por Fretamento, tomando-se por base ocorrência rela- pela Lei nº 14.719, de 26 de maio de 2010)
tiva a cada empresa, por evento. * Redação anterior: § 1º O veículo apreendido será re-
colhido a local determinado pelo Poder Concedente, e so-
SEÇÃO III mente será liberado mediante a apresentação da guia
Da Retenção do Veículo
de recolhimento comprovando o pagamento das multas
cabíveis e das despesas decorrentes da apreensão.
Art. 72. Sem prejuízo da aplicação de multa ou de
I - de 1 (um) a 10 (dez) dias, quando se tratar da pri-
outra sanção cabível, a penalidade de retenção de veículo
será aplicada, independentemente de a transportadora ou meira apreensão no prazo de 12 (doze) meses; (Acrescido
pessoa física ou jurídica infratora encontrar-se, ou não, pela Lei nº 14.719, de 26 de maio de 2010)
operando serviço mediante regular concessão, permissão II - de 11 (onze) a 30 (trinta) dias, quando de reinci-
ou autorização do Poder Concedente, quando: dência na infração no prazo de 12 (doze) meses. (Acrescido
I - o veículo não oferecer condições de segurança, con- pela Lei nº 14.719, de 26 de maio de 2010)
forto e higiene, ou não apresentar especificações estabele- * § 2º Revogado pela Lei nº 14.719, de 26 de maio de
cidas em normas legais e regulamentares pertinentes; 2010. Redação anterior: § 2º O infrator fica obrigado ao
II - o veículo transportar cargas perigosas sem o devi- pagamento de multa diária de 30 (trinta) quilômetros, por
do acondicionamento e autorização do Poder Concedente veículo apreendido, até a data de liberação do mesmo, in-
ou dos órgãos ou entidades competentes; cluindo esta, independentemente de outras sanções cabí-
III - o motorista apresentar sinais de embriaguez; veis, calculada a multa em função do “custo quilométrico
IV - o equipamento registrador de velocidade e operacional médio” dos serviços em vigor, conforme valo-
tempo estiver adulterado ou sem funcionamento; res previamente estabelecidos pelo Poder Concedente.
V - o veículo não estiver cadastrado junto ao Poder
Concedente. CAPÍTULO X
§ 1º Em se tratando das hipóteses previstas nos incisos DA FORMALIZAÇÃO DO PROCESSO DE MULTA
I, II e III, deste artigo, a retenção será feita de imediato,
sendo o veículo retido no local onde for constatada Art. 74. O procedimento para aplicação das penalida-
a irregularidade, devendo a transportadora providenciar a des de multa terá início mediante a lavratura de Termo de
substituição por veículo padrão em condições adequadas Abertura de processo administrativo ou de Auto de Infra-
de operação. ção, por servidor público incumbido das atividades de fis-
§ 2º Ocorrendo as hipóteses previstas nos incisos IV e calização dos Serviços de Transporte Rodoviário Intermuni-
V, o veículo poderá ser retido de imediato ou poderá ser cipal de Passageiros.
determinada sua retenção após o fim da viagem, a critério § 1º O Auto de Infração será lavrado em 03 (três) vias
do agente fiscalizador competente.
de igual teor e conterá:
§ 3º O veículo retido será recolhido à garagem da
I - nome do infrator;
transportadora, quando possível, ou a local indicado pelo
II - número de ordem do auto de infração, identifica-
órgão ou entidade responsável pela fiscalização, sendo
liberado somente quando comprovada a correção da irre- ção do veículo e da linha;
gularidade que motivou a retenção, sem prejuízo da apli- III - local, data e horário da infração;
cação das penalidades cabíveis. IV - descrição sumária da infração cometida e disposi-
SEÇÃO IV tivo legal violado;
Da Apreensão do Veículo V - assinatura do infrator ou de preposto ou, sendo o
caso, declaração de recusa firmada pelo fiscal;
Art. 73. A penalidade de apreensão do veículo será VI - matrícula e assinatura do fiscal que a lavrou.
aplicada sem prejuízo da multa cabível, quando a transpor- § 2º Será garantido ao indiciado oportunidade de de-
tadora ou qualquer pessoa física ou jurídica estiver ope- fesa, conforme prazos e disposições estabelecidos na re-
rando o serviço sem regular concessão, permissão ou gulamentação desta Lei e em normas expedidas pela
autorização do Poder Concedente. (Redação dada pela Agência Reguladora dos Serviços Públicos Delegados do
Lei nº 14.719, de 26 de maio de 2010) Estado do Ceará - ARCE.

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REGULAMENTAÇÃO DE TRANSPORTES PÚBLICOS DE PASSAGEIROS

§ 3º Não efetuado o pagamento da multa aplicada, no Art. 78. As transportadoras atuantes nos Serviços
prazo devido, nem interposto recurso em tempo hábil, a de Transporte Rodoviário Intermunicipal de Passageiros
mesma será inscrita na dívida ativa, para ser cobrada por do Estado do Ceará são obrigadas a contratar, para seus
via judicial, sem prejuízo da aplicação de outras penalida- veículos cadastrados junto ao Poder Concedente, seguro
des cabíveis. de responsabilidade civil por acidente de que resulte morte
ou danos pessoais ou materiais, em favor da tripulação do
CAPÍTULO XI veículo, dos passageiros, de pedestres e de terceiros, nos
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS valores mínimos fixados em regulamento desta Lei.
Parágrafo único. As atuais permissionárias que te-
Art. 76. A transportadora que explorar Serviço nham seguro de acidente pessoal terão o prazo máximo de
Regular de Transporte Rodoviário Intermunicipal de Pas- 6(seis) meses, a contar da publicação desta Lei, para cum-
sageiros em sua modalidade convencional, não poderá prir o disposto no caput deste artigo.
explorar, em linhas com itinerário idêntico, o serviço em Art. 79. Será mantido pelo Poder Concedente um
cadastro atualizado de cada transportadora, devendo
suas modalidades executivo ou leito, valendo esta vedação
qualquer alteração de seus contratos, estatutos sociais
para qualquer das modalidades exploradas com relação às
ou registro de firma individual ser prontamente comunica-
demais. do, sob pena de caducidade da concessão ou cancelamen-
Parágrafo único. Fica assegurado às transportadoras to da permissão ou autorização.
que já exploram duas ou mais modalidades diferentes de Art. 80. O desempenho operacional das transpor-
Serviço Regular de Transporte Rodoviário Intermunicipal de tadoras será quantificado e qualificado através do Índice
Passageiros, sejam elas convencional, executivo ou leito, de Desempenho Operacional – IDO, que visa o acompa-
em linhas com itinerários idênticos, o direito de continuar nhamento de forma direta e continuada das condições de
a prestar os serviços até findar o prazo máximo estipulado prestação do serviço.
no art. 43 da Lei Estadual no 12.788, de 30 de dezembro § 1º O Índice de Desempenho Operacional calculado
de 1997. pelo Poder Concedente terá sua metodologia, critérios de
Art. 77. Na concessão do Serviço Regular de Transpor- pontuação e avaliação estabelecidos no Decreto que
te Rodoviário Intermunicipal de Passageiros, Interurbano regulamentar esta Lei.
ou Metropolitano, o edital da licitação especificará, durante § 2º Será decretada pelo Poder Concedente a caduci-
o respectivo prazo, dados estimados de receita operacio- dade da concessão ou a revogação da permissão daquelas
nal, ficando a participação de cada concessionária limitada concessionárias e permissionárias que não atingirem os ín-
ao percentual máximo correspondente a 40% (quarenta dices mínimos de aprovação no período considerado.
por cento) da referida receita em cada sistema. (Redação Art. 81. A transferência de concessão ou per-
dada pela Lei nº 14.288, de 06 de janeiro de 2009) missão, ou do controle societário da concessionária,
* Redação anterior: Art. 77. Cada transportadora só ou alteração da composição societária ou equivalente da
poderá participar do Sistema de Transporte Rodoviário In- permissionária, sem prévia anuência do poder conceden-
termunicipal de Passageiros com o percentual máximo de te, implicará a caducidade da concessão e cancelamento
12% (doze por cento) e 8%(oito por cento) da demanda da permissão. (Redação dada pela Lei nº 14.288, de 06 de
anual de passageiros, respectivamente, para as linhas ra- janeiro de 2009)
diais e regionais, tomando-se por base a demanda anual * Redação anterior: Art. 81. A transferência de con-
de passageiros indicada no relatório dos dados operacio- cessão ou do controle societário da concessionária sem
prévia anuência do Poder Concedente implicará a ca-
nais emitido pelo Poder Concedente.
ducidade da concessão.
§ 1º É vedada, na concessão do Serviço Regular Inte-
Parágrafo único. Para fins de obtenção da anuência
rurbano de Transporte Rodoviário Intermunicipal de Passa-
de que trata o caput deste artigo o pretendente deverá :
geiros, a participação da mesma concessionária em mais I - atender às exigências de capacidade técnica, idonei-
de 3 (três) áreas de operação, mesmo que o percentual de dade financeira e regularidade jurídica e fiscal necessárias
receita não ultrapasse o percentual máximo previsto no ca- à assunção do serviço, inclusive no que se refere ao limite
put deste artigo. (Redação dada pela Lei nº 14.288, de 06 máximo de participação no Serviço Regular de Transporte
de janeiro de 2009) Rodoviário Intermunicipal de Passageiros; e, (Redação dada
* Redação anterior: Parágrafo único. Fica assegurado à pela Lei nº 14.288, de 06 de janeiro de 2009)
transportadora que já participa do Sistema de Transporte * Redação anterior: I - atender às exigências de capaci-
Rodoviário Intermunicipal de Passageiros com percentual dade técnica, idoneidade financeira e regularidade jurídica
superior ao estipulado no caput deste artigo, o direito de e fiscal necessárias à assunção do serviço; e,
explorar o serviço até findar o prazo máximo estipulado II - comprometer-se a cumprir todas as cláusulas do
no art. 43 da Lei Estadual nº 12.788, de 30 de dezembro contrato em vigor.
de 1997. Art. 82. O Poder Executivo no prazo de 30 (trinta) dias
§ 2º O limite estipulado no caput deste artigo será ob- regulamentará esta Lei através de Decreto.
servado durante todo o período da concessão, ressalvada, Art. 83. Esta Lei entrará em vigor na data de sua publi-
apenas, a hipótese de crescimento da receita decorrente cação, revogadas as disposições em contrário.
do incremento de demanda na área contratada. (Acrescido PALÁCIO DO GOVERNO DO ESTADO DO CEARÁ, em
pela Lei nº 14.288, de 06 de janeiro de 2009) Fortaleza, aos 12 de janeiro de 2001.

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REGULAMENTAÇÃO DE TRANSPORTES PÚBLICOS DE PASSAGEIROS

ANOTAÇÕES

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