Efeito Doppler Quando uma fonte sonora ou seu receptor estão se movendo ocorre uma alteração aparente na frequência percebida do som que é denominada Efeito Doppler. Suponhamos que uma fonte A emite 100 ondas por segundo. Um observador O perceberá a passagem de 100 ondas a cada segundo. Entretanto, se o observador se move na direção da fonte A, o número de ondas que ele encontra a cada segundo aumenta proporcionalmente à sua velocidade e a frequência aparente será dada por:
onde ƒA é a frequência da fonte, vo a velocidade do observador, e v a
velocidade do som. Assim a frequência aparentemente aumenta enquanto o observador se move em direção à fonte. Quando o observador passa pela fonte A, a frequência cai abruptamente, já que a ele passa a se afastar da fonte (nesse caso, vo deve ser subtraida de v).
O mesmo efeito ocorre se a fonte estiver em movimento, como
no caso de uma ambulância que passa com a sirene ligada por um observador. A figura abaixo mostra que as ondas produzidas se assemelham a esferas cujos centros se deslocam na direção do movimento da fonte.
Neste caso a frequência aparente será:
Hoje o efeito Doppler é largamente utilizado em instrumentos de
medição, como os sonares dos submarinos , na medição de distâncias e na prospecção geológica, mas não ficou limitado aos fenômenos acústicos, os radares usam o mesmo efeito sobre as ondas eletromagnéticas para detetar obstáculos. Na luz, este efeito é difícil de ser observado. Em primeiro lugar porque a velocidade da luz é muito grande, c = 299 790 km/s no vácuo, ou arredondando, 300 000 km/s! Em segundo, porque quando a fonte de luz se aproxima, segundo a teoria da relatividade de Albert Einsten, a velocidade da luz não se altera. Um terceiro problema é a janela óptica. Enquanto alguns comprimentos de onda se deslocam para fora da janela óptica de um lado, outros entram pelo outro lado, e ela permanece do mesmo tamanho. É como se observássemos uma longa régua que passa em frente de uma janela. Se não tivermos uma referencia da origem, não saberemos quanto ela se deslocou. Para medir seu deslocamento somos obrigados a traçar uma referencia sobre a parte visível. Felizmente esta referência existe na luz! São as raias de Fraunhofer. Descobertas em 1802 por Willian H. Wollaston, um físico inglês, foram estudadas e definidas por Joseph von Fraunhofer (1787- 1826) como linhas de absorção características de cada elemento químico. Quando um elétron do átomo de um determinado elemento muda de nível, ele emite ou absorve energia em um comprimento de onda específico para esta mudança, criando raias negras (de absorção) ou brilhantes (de emissão) sobre o espectro da luz que está sendo analisada. Fraunhofer conseguiu identificar 526 destas linhas. Na astronomia, o efeito Doppler foi notado em 1924, quando Edwin Hubble resolveu analisar o espectro das galáxias distantes. A primeira descoberta foi que as estrelas de outras galáxias eram formadas pelos mesmos elementos já conhecidos, já que as raias encontradas eram as mesmas, só que suas raias estavam deslocadas para o lado vermelho da janela óptica. Quanto mais distantes as galáxias, maior este deslocamento. Em algumas das galáxias mais próximas o desvio era para o azul! A única explicação plausível era a velocidade de afastamento da galáxias. Quando o deslocamento era para o azul (blueshift), indicava uma aproximação. O deslocamento para o vermelho (redshift) é definido como z, e é expresso em percentuais da velocidade da luz c. Assim um z = 0,2 significa um afastamento com 20% da velocidade da luz, ou sejam 60 000 km/s. Hoje conhecemos quasars que têm um z = 4, isto é, o deslocamento para o vermelho é de 400%! Usando as fórmulas relativísticas, calculamos que se afastam de nós com velocidades próximas à da luz! Com o trabalho de Hubble surgiu a teoria do universo em expansão, que veio solidificar vários modelos matemáticos do universo, inclusive o idealizado por Albert Einsten, tornando desnecessária uma constante que ele havia criativamente introduzido em suas fórmulas.