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ENFOQUE
,...,
ESTRATEGICO DA
FUNÇAO RECURSOS HUMANOS
• Luiz Homero Silva Gutierrez de R.H., papel de R.H., novas perspectivas de análise de
Mestre em Administração de Empresas pela UFRGS, R.H., atores organizacionais e R.H.
professor da PUC-RS e UFRGS, e doutorando em
Estratégia e Administração de Recursos Humanos * ABSTRACT: The aim of this paper is to ofter a frame-
pela Universidade Católica de Louvain, na Bélgica. work of analysis the Human Resource's (H.R.) role. To do
it, we wil analyse the theories thai emphasizes the strate-
gic actions played for the difterentes organizational's ac-
tors. In this way, we are also critized the difterents contin-
* RESUMO: O objetivo deste trabalho é propor um qua-
gents variables that normally are considered like determi-
nants of the H.R.'s role, i.e., technology, environment and
dro geral de análise dos papéis desempenhados pela função
Recursos Humanos (RH), através da releitura de teorias size of the organizations. The framework propose the orga-
nizational's actor as a person orieniaied by his own oalues,
que previlegiam a ação estratégica dos diferentes atores or-
ganizacionais. Nesta perspectiva realiza-se uma crítica aos strategies and goals. This approach shows how important
the actors behaoior's impact will have upon the companies
diversos fatores contingentes que normalmente são toma-
dos como determinantes do papel de R.H., como a tecnolo- in general, and specifically, upon H.R.'s roles, strategies
gia, o meio ambiente e o porte da organização. A partir daí, and policies. This paper was especially concerned with this
desenvolve-se um referencial de análise, que busca reintro- subject. We tried to show the strengths of the deierminis-
duzir o ator organizacional como alguém movido em rela- iic's approaches and argued that neio's frameworks and
perspectives should consider the actor's relations and
ção a seus próprios valores, objetivos e estratégias. Con-
strategies. It can help to clarify the H.R. roles and place in
clui-se com a proposição de um referencial de análise, base-
the organizations.
ada na análise estratégica e suas diversas fontes de influ-
ência, que visa a auxiliar a compreensão do comportamen- * KEY WORDS: Human resources strategies, human
to dos atores e a dinâmica do jogo organizacional. resources eooluiion, new perspectives in H.R. [onciion,
human resource's role, organizational actors and H.R. fon-
* PALAVRAS-CHAVE: Estratégias de R.H., evolução ction.
A
tração de Recursos Huma- mUlticiPlicidade de papéis vivenciados provocam, entre outras coisas, conflitos entre
nos. São Paulo, Atlas, 1988;
LOBOS, Júlio. Administra-
pelos órgãos e/ou profissionais de Re- o pessoal de linha e o staft de RH. Sem dúvi-
ção de Recursos Humanos. cursos Humanos (R.H.) e sua importân- da, isto ocorre em função da confusão geral-
São Paulo, Atlas, 1979; CHI- cia nas organizações têm sido objeto de várias mente feita entre a função recursos humanos
AVENATIO, Idalberto. Re- descrições por parte de autores brasileiros co- definida por Belanger como "o conjunto de ati-
cursos Humanos. São Paulo,
Atlas, 1985; SERSON, José. mo Aquino, Lobos, Chiavenatto, Serson' e de vidades de aquisição, conservação e desenvolvi-
Curso Básico de Administra- poucas pesquisas empíricas, exceção talvez mento de recursos humanos conforme as necessida-
ção de Pessoal. São Paulo, aos trabalhos de Fernandes e Albuquerque." des da organização'> e o órgão específico de re-
LTR,1976.
Ao nível dá literatura franco-inglesa, a cursos humanos qualquer que seja sua deno-
2. FERNANDES, Eda. Análi- maior parte dos livros e pesquisas ocupa-se minação na empresa.
se de fatores de desempe-
nho do profissional de Re- com a descrição e/ou constatação de papéis', A natureza complexa e eventualmente con-
cursos Humanos: contribui- que são raramente explicados de uma forma flitiva das relações entre um órgão de RH e a
ções ao processo de capa- dinâmica. hierarquia poderia ser melhor entendida atra-
citação gerencial. Tese de
doutorado, São Paulo, O objetivo deste texto é propor um referen- vés da clarificação de papéis. A complexidade
FENUSP, 1985; ALBUQUER- cial de análise dos papéis desempenhados pe- dessas relações acentua-se ainda mais em fun-
QUE, Lindolfo. O Papel Es- la função RH através da releitura da literatura ção do aspecto particular de recursos huma-
tratégico de Recursos Hu- que privilegia a ação estratégica dos diferen- nos que, presente em todos os níveis de orga-
manos. Tese de livre docên-
cia, São Paulo, FENUSP, tes atores organizacionais. nização, têm levado alguns autores, como Ap-
1987. Um órgão de Recursos Humanos pode as- pley, De Coster e Dubois', a dizerem que a ad-
3. Ver os seguintes autores: sumir uma série de papéis na organização. Se- ministração em geral não é nada mais do que
DYER, L. "Bringing human gundo o continuum de controle proposto por a administração de pessoas. Tal visão, explica
resources into the strategy Mintzberg', da coleta de informações à decisão sem dúvida o porquê do caráter conflitivo en-
formulation process". Hu-
man Resource Management, e ao controle, passando pela assessoria, co-de- tre linha hierárquica e o órgão de RH uma vez
22(3): 257-71, 1983; FOS- cisão, autorização e execução. As várias áreas que, além da ambigüidade sobre o desempe-
SUM, J. A. & PARKER, D. de atuação como recrutamento, seleção, trei- nho e a divisão de papéis entre ambos, existe
"Building state-of-the-art hu-
man resources strategies". namento, salários, sindicatos, legislação traba- ainda a ausência (freqüente) de definições do
Human Resource Manage- lhista etc. aumentam ainda mais a complexi- papel do órgão de RH. 7
ment, 22(1/2):97-110, 1983; dade e diversidade dos papéis vivenciados. Existem diversos autores que têm proposto
EVANS, PAL. "The strategic
outcomes of human resour-
ce management". Human
Resource Management,
25(1 ):149-67, 1986; HENRI-
ET, B. La fonction personnel
dans /'entreprise: evolution
et signification. Cresst, Uni-
versité Paris-Sud, 1979; e
WEISS, Dimitri et alii. La fon-
ction ressources humaines.
Paris, Les Editions d'organi-
sation, 1988.
4. MINTZBERG, Henry. The
structuring of organizations:
A synthesis of research. En-
glewood Cliffs, New Jersey,
Prentice-Hall, 1979.
5. BELANGER, L. Gestion
des ressources humaines.
Chicoutimi, Québec, Gaéten
Morin, 1979.
6. APPLEY, LA "Manage-
ment is personnel adminis-
tration". Personnel, 4(2):8-
15, mar./abr. 1969; DE COS-
TER, M. & DUBOIS, V. La
fonction de personnel. Insti-
tut de l'Université de Liege,
1972.
7. BELASCO, J. A. & ALUT-
TO, J. "Line staff conflits so-
me empirical insights". Aca-
demy of Management Jour-
nal, 12:469-77, 1969; DE
COSTER, M&VD BUBOIS, V.
Op. cit., p.34.
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papéis e funções "universais" para o órgão seiam-se na teoria dos sistemas e em uma visão
e/ ou profissional de RH. Assim, Fowke" fala estruturalista/ funcionalista das organizações,
do papel do diretor de RH como tomador de uma vez que as consideram como sistemas que
decisões; Westbrooke9 do consultor interno; dependem de sua capacidade de adaptação ao
Barthod'", do negociador; Boynton e White", do meio ambiente para sobreviverem.
formulador de estratégias; e Thomason", do A distinção entre os aspectos positivos ou
papel de "consciência social" da organização. neutros dessas teorias, e os prescritivos e nor-
A crítica que se pode fazer a essa aborda- mativos feitos por Ledge" não são bem claros
gem universalista é que a prescrição de pa- uma vez que os autores contingentes pro-
péis é feita, via de regra, sem referência ao põem, com uma certa freqüência, leis univer- 8. FOWKE, D. V. "The per-
contexto organizacional dentro do qual os pa- sonnel otticer: Punched or
sais contrariamente à sua intenção inicial. bored, Studies". Personnel
péis têm um lugar e significado próprio, fa- A assimilação de uma organização a um Psychology, 3(2):29-34,
zendo, por exemplo, com que para um mes- sistema natural torna-a como um conjunto de out.1971.
mo conjunto de atividades dois órgãos de RH subsistemas interdependentes com necessida- 9. WESTBROOK, P. "A Prac-
possam desempenhar papéis totalmente dife- des ligadas a sua sobrevivência. Essas necessi- tical approach to person-
rentes em suas respectivas organizações. nel". Personnel Journal,
dades condicionam as ações dos componentes 56(9):458-60, set. 1977.
Esse enfoque universalista baseia-se numa do sistema: os subsistemas têm, então, fun- 10. BARTHOD, M. "La struc-
concepção clássica de administração inspira- ções naturais. Esta concepção pode explicar ture de la fonction person-
da nas idéias de Taylor e Fayol, que não con- em boa parte as confusões cometidas entre o nel". Petsonnel, 192,
sideram o aspecto dinâmico e específico de departamento e a função nas ações que lhes nov./dez., 1976.
toda situação, reduzindo, assim, quase todo o digam respeito: os papéis seriam assim, nesta 11. BOYNTON, R. & WHITE,
valor explicativo de suas prescrições. perspectiva, quase "impostos" pelo contexto, H. "Functions of personnel
administration management's
O abandono das teorias universalistas e e a organização teria uma tendência natural a view in a federal installati-
por que não dizer, do one best way, em favor homoestasia (equilíbrio). on". Public Personnel Mana-
de uma concepção mais contingente e estru- A determinação e a unidade de objetivos gement, 2(1 ):29-36, jan./fev.
tural tem caracterizado a evolução da teoria 1973.
organizacionais estabelecidos pela direção,
das organizações. em função de uma perspectiva racional, bem 12. THOMASON, G. A text
Entretanto, na área de RH, muito pouco book of personnel manage-
como sua aceitação consensual pelos mem- ment. New York, McGraw
tem sido desenvolvido a esse respeito. Os es- bros da organização, são, de certa forma, pro- Hill,1969.
forços que têm sido feitos situam-se principal- postos pelo contingencialismo. 13. LEE, R. & McENAN, Y.
mente no âmbito das técnicas de RH. Assim, De fato, tal concepção elimina a possibili- "A contingent Approach to
por exemplo, têm-se os estudos de Lee13 sobre dade de emergência de conflitos, salvo a per- work week restructuring".
sistemas flexíveis; Lepton e Cowler", salários, Personnel Review, 6(2):45-
cepção de suas disfuncionalidades. Esta con- 55, 1977.
Gorfín", sistema de sugestões; e Warnotte16, cepção supõe equilíbrio e igualdade entre as 14. LUPTON, T. & GLOW-
avaliação de desempenho. unidades: como diz Warnotte, "o sistema assim LER, D. "Selecting a wage
Apesar de suas limitações, esses estudos concebido é apolitico?", uma vez, que não se payement system". Research
significam um avanço em relação à busca dos consideram as relações, os processos e intera- Paper, (3), Londres, Engine-
"papéis universais" de RH. A diversidade de ering Employers Federation,
ções entre indivíduos e grupos. 1969.
situações constatadas indica que os papéis de Sem dúvida, a falta de consideração da 15. GORFIN, C. "The sug-
um órgão de RH não são tão "determinística- ação desenvolvida pelos membros da organi- gestion scheme: a contribui-
mente determinados" pelos fatores normal- zação no estabelecimento e determinação de tion to morale or an eco no-
mente considerados como porte, tecnologia e estratégias organizacionais vis-à-vis o meio mic transaction?" British Jo-
meio ambiente da organização. Assim, orga- urnal of Industrial Relations,
ambiente tem sido negligenciado pelos auto- 7(3):368-84, novo 1969.
nizações analisadas sob os mesmos aspectos res contingencialistas. Estes têm se preocupa- 16. WARNOTIE, G. "Resso-
podem apresentar órgãos de RH com papel e do mais com os fatores "objetivos" que pode- urces humaines: I'évaluation
estrutura totalmente diversos. riam explicar o comportamento e os papéis ligotée". Revue Française de
Este trabalho tentará mostrar os limites das desempenhados pelos indivíduos e grupos na Gestion, 22:31-41, set./out.
1979.
diversas teorias contingenciais, quer dizer, o organização do que com o tipo de contatos e
aspecto mais ou menos indeterminado das re- 17. LEGGE, K. Power, inno-
relações que os membros da organização vão vation and problem sOlving
lações entre os fatores contextuais e o papel desenvolver entre si visando a estabelecer in personnel management.
desempenhado pelo órgão de RH, para con- e/ ou mesmo a impor a percepção que julgam New York, McGraw Hil!,
cluir com a proposição de um referencial de mais adequada a determinada situação. Não 1978.
análise da função RH, baseado na concepção existe, portanto, adaptação passiva e automá- 18. WARNOTIE, G. "De l'ad-
que privilegia a ação dos indivíduos e grupos ministration du personnel à
tica da organização ao seu meio ambiente, la gestion sociale: le vérita-
como atores organizacionais. mas, sim, todo um processo de mediação e jo- ble enjeu". Annales de Sci-
go desenvolvido pelos atores organizacionais. ences Economiques Appli-
FUNDAMENTOS DAS TEORIAS CONnNGENCIAIS: UMA A ausência de unidade de objetivos nas or- quées, 35(1 ):11-31, 1979.
APRECIAçÃO CRíTIcA ganizações foi estudada também por Cyert e 19. CYERT, R. & MARSH, J.
Marsh", que mostraram que as organizações A behavioral theory of the
Os estudiosos do contingencialismo ba- firmo Englewood Clifts, N.J,
não se orientam por um objetivo racional, Prentice Hal!, 1963.
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20. CROZIER, M. & FRIED- mas sim em função de coalizões de interesses. crição de Mintzberg", de uma maior comple-
BERG, E. L'acteur et le sys- As organizações não podem, portanto, ser xidade (que geraria, por sua vez, uma divisão
teme, les contraintes de do trabalho mais significativa), uma diferencia-
I'action collective. Paris, Ed. concebidas como conjuntos unitários e trans-
du Seuil, 1977. parentes, mas, sim, como um conjunto de re- ção entre unidades e um maior número de ní-
lações de poder. Segundo Crozier e Friedberg, veis hierárquicos. Enfim, o aumento dos efeti-
21.I.J\WRENCE, P. & LORSCH,
J. Adapter les structures de "relações conflitivas que constituem o meio de ex- vos provocaria também o aumento das unida-
I'entreprise: intégration ou pressão dos vários atores organizacionais"." des/ departamentos.
différentiation. Paris, Ed. Uma vez que as contingências não se im- Entretanto, os efetivos de pessoal adminis-
d'Organisation, 1973. trativo aumentariam em um nível inferior aos
põem "naturalmente", pois são frutos da per-
22. WOOD, S. "A Reapprai- cepção de diferentes atores organizacionais, do efetivo total, em função das economias de
sal of the contingency ap- tem-se que considerar as várias repercussões escala e da formalização que permitiriam um
proach to organization". de tal fato sobre a definição de papéis e o nível sistema de controle mais eficaz e demandador
J oumal of Management
Studies, 16(3):334-54, out. de tensões e conflitos existentes no interior da de menos gente para viabilizá-lo.
1979. organização. Concretamente, cada departa- A questão que ora se coloca é se isto tam-
23. KIMBERLY, J. "Organiza- mento tenderá a perceber e valorizar determi- bém se verifica em relação ao órgão de RH.
tional size and the structural- nados aspectos da "contingência", dentro do Os resultados de pesquisa mostram que a
ist perspective: a review, cri- seu exercício de papel, que não serão necessa- emergência da formalização de um órgão de
tique and pro posai" . Admi-
nistrative Science Ouaterly, riamente os mesmos percebidos e/ ou valoriza- RH está efetivamente ligada a um número
21(4):571-97, dez. 1976. dos por outros departamentos. Sobre tal situa- mínimo de pessoal, que varia, entretanto, se-
24. MINTZBERG, H. Op. cit., ção, é interessante mencionar-se a contribuição gundo diversos autores. Assim, Wasmuth 25
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rias definições de tecnologia utilizadas: com- segmentos que compõem seu meio ambiente.
plexidade e previsibilidade das técnicas de Esse meio ambiente pode ser definido pela
produção", especificidade técnica", variabili- complexidade (número de fatores envolvi-
dade das operações e métodos de resolução dos), diversidade (graus de diferenciação en-
de problemas." A tecnologia apresenta de fato tre os fatores, tendo em vista a natureza dos
múltiplas dimensões: grau de liberdade con- problemas) e incertitude." Mesmo conside-
ferido aos atores organizacionais; complexi- rando o meio ambiente através desses dife-
dade do sistema técnico; e complexidade dos rentes critérios, o importante a salientar é que
métodos a serem utilizados, incluindo-se aí as ele não é um dado "objetivo", determinante,
atitudes e/ou qualificações requeridas do mas sim o fruto da relação entre os diferentes
pessoal. No interior de uma organização, e atores organizacionais, suas percepções e jo-
mesmo dentro de suas várias unidades, po- gos de poder.
dem coexistir diversas tecnologias, razão pela
qual é difícil adotar-se um enfoque reducio- a) A legislação
nista sobre esse aspecto. A legislação tem sido um dos fatores mais
O nível de intensidade tecnológica adotado destacados por diversos autores para justifi-
por uma organização/unidade será em boa car a emergência, influência e orientação dada
medida o reflexo das escolhas estratégicas fei- aos órgãos de RH. Assim, a complexidade
tas pela coalizão dominante. Neste sentido, crescente da legislação pode levar a uma cen-
Woodward36 observa que existem diferenças tralização que evitaria riscos de diferentes in-
consideráveis quanto aos papéis desempe- terpretações. O órgão de RH pode adotar uma
nhados pelos órgãos de RH dentro de um posição legalista se considerar somente os as-
mesmo setor de atividade. Acrescenta ainda pectos regulamentares e ligados ao contrato
que nas empresas onde o custo com o pessoal de trabalho. E bom salientar que, também
era inferior a 12,5% do custo total, um plus quanto ao aspecto legislação, não existe uma
por empregado era dedicado a ações do tipo determinação "objetiva" desta variável em re-
assistencial, havia mais especialistas nos dife- lação ao papel desempenhado pelo órgão de
rentes subsistemas de RH, e o órgão de RH RH nas diferentes organizações, uma vez que
gozava de um status mais alto. Quanto maior a "mesma lei" pode ser aplicada/interpretada
o volume de negócios por empregado, maior com variações (maiores ou menores) nas or-
será a taxa de lucro, e maior também será o ganizações, o que de uma certa maneira ca-
risco que "comportamentos ineficientes" do racteriza a liberdade e a autonomia de que
pessoal venham afetar criticamente o bom an- dispõem os atores e organizações.
damento da produção. Em função disto, as E claro que não se desconhece a influência
organizações optariam por investir mais nas da legislação sobre a organização, atividades
atividades assistenciais e de suport através de (principalmente aquelas ligadas ao registro,
um serviço de pessoal especializado, que au- controle e aplicação dos diversos aspectos le-
xiliasse a reduzir os riscos com os eventuais gais e regulamentares) e formação dos mem-
problemas ligados aos "Recursos Humanos". bros do órgão de RH. Assim, por exemplo, a
Nessa linha de raciocínio, pode-se admitir prioridade dada à contratação de advogados
que as categorias de pessoal consideradas para gerenciarem o órgão de RH no contexto
mais importantes, do ponto de vista estratégi- brasileiro dos anos 30 e que foi bem caricatu-
co, pelos dirigentes da organização serão obje- rizada pela designação que lhes foi atribuída,
to de um tratamento diferenciado por parte do "[erubal Paschoal o chefe de pessoal", eviden- 33. WOODWARD, J. Indus-
trial organization: Theorie
órgão de RH. Para poder bem atender a esta cia de uma certa maneira a enfâse e o caráter and practice. Londres, Ox-
demanda, o órgão de R.H. é "estimulado" a legal e burocrático conferido às relações de ford University Press, 1965.
desenvolver serviços especializados (via de re- trabalho. Essa orientação seria ainda mais 34. HARVEY, E. "Technology
gra, através da contratação de mais técnicos), acentuada pelo fenômeno do endo-recruta- and structure of organiza-
bem como a incrementar o nível de "racionali- mento, onde um advogado teria a tendência tions". American Sociologi-
cal Review, 33(2):247-59,
dade" ao nível de suas ações/ decisões. de privilegiar a contratação de outros advoga- abro 1968.
dos e/ou indivíduos que contribuissem para
A variável meio ambiente 35. PERROW, C. "A frame-
o "aperfeiçoamento" e/ou aprofundamento work for the comparative
O meio ambiente específico do órgão de das atividades do órgão dentro dos aspectos analysis of organizations".
RH é uma parte do meio ambiente global da legais, regulamentares e disciplinadores. American Sociological Review,
organização: ele é composto de todos os ele- 32(1):194-208, abr.1967.
mentos julgados necessários à realização de b) O sistema de relações sociais 36. WOODWARD, J. Op. cit.
seus objetivos e atividades. Mais precisamen- A legislação trabalhista em um país como o 37. SHORTELL, S. "The role
te, o órgão de RH só poderá realizar sua mis- Brasil, onde o Estado ainda tem uma ação of environnement in a confi-
gurational theory". Humans
são através de uma rede de relações constituí- muito grande nas relações de trabalho, afeta Relations, 30(3):275-302,
da pelos atores representantes dos diferentes de forma geral as relações profissionais que mar.1977.
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de um enfoque mais dinâmico, que permita Esses diversos sistemas de valores refletem
considerar os processos, as interações entre os uma certa concepção sobre o indivíduo na or-
membros da organização, bem como suas es- ganização e podem ter repercussão ao nível
tratégias para a delimitação e definição de do papel desempenhado pelo órgão de RH.
seus papéis, parece ser uma alternativa mais Um continuum com as diversas concepções
adequada. do homem no trabalho poderia ser esboçado,
E preciso conceptualízar-se teoricamente partindo-se de uma visão de passividade até
face à realidade política das organizações con- àquela que o considere como um ator autonô-
siderando-se a noção dinâmica e processual mo e cheio de iniciativa.
do poder como nos indicam Henstridge e Essas concepções correspondem, de uma
Warnotte.41 Nesta perspectiva, os papéis com- certa maneira, ao desenvolvimento histórico
plexos e contingentes do órgão de RH serão das relações de trabalho em que pese sua pre-
vistos como o resultado de processos perma- sença ser, ainda nos dias de hoje, facilmente
nentes de negociação entre os diferentes gru- detectável em muitas organizações.
pos da organização. A concepção inicial é aquela que considera
Para realizar-se uma análise centrada no a pessoa como uma produtora passiva seme-
comportamento dos atores organizacionais, é lhante a um outro insumo qualquer do pro-
necessário que ela seja orientada em relação a cesso produtivo. As pessoas são contratadas,
seus valores e estratégias. Serão através de pagas e manipuladas a fim de obter-se a me-
seus valores que os atores organizacionais, lhor produtividade possível. Neste caso, o ór-
percebendo as barreiras e limites à sua ação, gão de RH é encarregado da racionalização
vão elaborar estratégias visando à sua supera- dos cargos, centralizando suas atividades no
ção e à ampliação de sua autonomia e área de recrutamento, seleção, controle, disciplina e
influência, o que terá profundas conseqüên- aspectos legais.
cias para a definição e delimitação de seu Uma segunda perspectiva corresponde a
papel. uma concepção mais assistencialista (visão do
welfare americano) que, no Brasil, é assumida
A REIN~Ao DO ATOR NA ANÁLISE em larga medida pelo governo populista de
DOS PAPÉIS DESEMPENHADOS PELO óRGlo Getúlio Vargas, através da intervenção do Es-
DE RECURSOS HUMANOS tado nas relações de trabalho (sob inspiração
fascista), valoriza a "colaboração" entre capi-
Os estudiosos do contingencialismo não tal/Estado/trabalho através de um leque de
dedicaram muita atenção aos sistemas de va- medidas legislativas de cunho coercitivo e as-
lores como fator contextual, uma vez que o sistencialista.
sistema predominantemente considerado era A pessoa continua sendo vista como uma
aquele da direção alicerçado em termos de ra- produtora, mas que deve ser auxiliada de di-
cionalidade e objetividade. Como cada ator versas formas a suprir suas necessidades e ca-
ou grupo de atores organizacionais possuem rências básicas.
seus próprios valores, o comportamento não O órgão de RH tem por missão prioritária
pode ser predito por um único sistema de va- administrar diversos programas assistenciais,
lores, mas sim pelas relações inter-individuais como refeitórios, serviços médicos, creches, 41. HENSTRIDGE, J. "Per-
e grupais além de vários outros fatores, con- clubes e/ou associações de funcionários, pro- sonnel Management: a fra-
forme salientam Flowers e Coda." gramas de férias, aposentadorias etc. mework for analysís". Per-
Os papéis desempenhados pelo órgão de sonnel Review, 4(1):47-53,
Uma terceira perspectiva conceptual surge 1975;WARNOTIE, G. "Pour
RH não são determinados a priori por uma com o movimento de relações humanas que une méthode de diagnostic
"cultura" derivada da natureza das ativida- valorizou mais a importância do grupo para o social interne dans les en-
des, segundo o modelo de Handy", ou pelo desenvolvimento da capacidade de trabalho treprises". Annales de Sci-
sistema de valores da direção. As políticas, os ences Economiques Appli-
das pessoas. Nos E.U.A e Europa, evidenciou- quées, 35(1 ):45-69, 1979.
procedimentos e as práticas de RH tendem a se também pela defesa das prerrogativas ge- 42. FLOWERS, V. & CODA,
ser mais adaptados aos sistemas de valores renciais com os sindicatos. No Brasil, onde o B. "Human Resource Plan-
dos membros do órgão de RH do que às ne- Estado quase sempre foi o grande interventor ning: foundation for a mo-
cessidades dos empregados das organizações da relação capital/ trabalho, o processo de ne- dei". Personnel. 51(1):20-
32,1974.
pesquisadas por Hughes e Flowers." gociação demonstra-se ainda incipiente, mes-
O sistema de papéis formais em uma orga- mo em relação a temas primários da relação 43. HANDY, C. Understanding
organizations. Harmondswor-
nização evidencia, em um determinado mo- de trabalho, como contratos, duração das jor- th, Inglaterra, Penguin Books
mento, o sistema de valores dominantes ou, nadas, aspectos de Segurança, Higiene e Me- Ltd., 1976 .
mais precisamente, a resultante de compro- dicina do Trabalho (S.H.M.T.),pisos salariais 44. HUGHES, C. & FLOWERS,
missos entre os diversos sistemas de valores etc. V. "Shaping personnel
da direção e demais grupos no interior da or- strategies to disparate value
Como no Brasil também as chamadas prer- systems. Personnel. 50 (2)
ganização. rogativas gerenciais quase nunca puderam ser 8-23, 1973.
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RAE ENFOQUE ESTRATÉGICO DA FUNÇÃO RECURSOS HUMANOS
tonomia e aumentar sua influência. A partir sua importância além de sua condição de ad-
disto, torna-se necessário desenvolver-se um ministrá-la.
novo referencial explicativo em relação a es- Assim, a presença de um sindicato pode
sas ações estratégicas. ser apresentada como uma ameaça para a se-
qüência de atividades de uma empresa. O ris-
A ANÁLISE ESTRATÉGICA: AS DIVERSAS co de greve e/ou paralisações é freqüente-
FONTES DE INFLUÊNCIA mente colocado pelo responsável do órgão de
RH, a fim de justificar suas ações e de obter
o referencial de análise aqui desenvolvido recursos suplementares para fazer face a essa
baseia-se principalmente nos enfoques ativos fonte de incerteza.
e estratégicos propostos por Silvermann, Cro- Na mesma linha de raciocínio, a centraliza-
zier e Friedberg", que partilham a concepção ção da negociação coletiva na sede de uma
de que a organização é uma construção hu- empresa com atuação geográfica diversificada
mana e não somente um sistema integrado. é freqüentemente justificada pela necessidade
Tal concepção não determina diretamente o de tratar uniformemente as reivindicações e
comportamento dos atores membros da orga- evitar o jogo das pressões sindicais.
nização, mas institui jogos estruturados cuja O número significativo de vagas nas áreas
natureza e regras vão indicar uma série de es- de relações trabalhistas nas empresas brasilei-
tratégias possíveis. O princípio é o de que to- ras a partir das greves de 1978 evidencia bem
da ação humana contém, em maior ou menor este fenômeno, além de caracterizar a influên-
grau, uma certa dose de incerteza que se cia crescente dos responsáveis de RH ao nível
constitui em elemento fundamental de um de direção da empresa.
processo de negociação.
O poder vai depender do controle que um A organização da incerteza
ator pode exercer sobre uma fonte de incerte- O caráter incerto de uma atividade não é a
za. Os atores serão racionais em relação às priori um dado objetivo: a organização da in-
oportunidades e ao contexto, assim como em certeza e as tentativas de previsão são as prin-
relação ao comportamento dos outros atores e cipais estratégias de que um órgão de RH es-
do jogo que se estabelecer entre eles. forçar-se-á por realizar através da coleta e do
Uma organização, por suas características controle das informações necessárias à orga-
estruturais, delimita as áreas de incerteza or- nização. Neste sentido, a construção de uma
ganizacionais que os atores tentarão controlar rede de relações privilegiadas dentro e/ ou fo-
em proveito do seu espaço de poder. ra do fluxo de informações da organização
Os recursos à disposição dos atores são ori- pode significar uma fonte de poder importan-
undos de determinadas fontes de influência te para o órgão de RH.
sobre as quais vão se basear suas estratégias. De fato, a organização da incerteza é ainda
Na seqüência deste trabalho, serão examina- semelhante a uma terceira fonte de influência
das tanto essas fontes de influência como as que é a expertise, onde o ator demonstra sua
estratégias que podem ser desenvolvidas pelo capacidade de administrar as fontes de incer-
órgão de RH. teza. O interessante é que o caráter incerto de
A mobilização das forças de influência de- uma atividade pode ser reduzido por medi-
pende da vontade e da capacidade dos atores das que, visando à promoção do órgão de
em utilizarem-nas, assim como do reconheci- RH, acabam na medida do seu sucesso signi-
mento por parte dos outros atores de sua uti- ficando justamente uma perda de sua influên-
lidade. Se bem que na prática elas sejam nor- cia. Exemplificando, o sucesso no controle e
malmente interligadas, pode-se distinguir na administração das relações coletivas de
quatro fontes principais de influência segun- trabalho por parte do órgão de RH, com o
do os trabalhos desenvolvidos por Hickson et tempo, pode passar a ser percebido como um
alii, Crozier e Friedberg." fato rotineiro e, portanto, sem maiores signifi-
cações em termos de poder.
45. SILVERMAN, D. La tné-
A posse de uma fonte de incerteza Uma das estratégias possíveis para o órgão orie des organisations. Pa-
A incerteza (definida por Hickson como a de RH é tentar afastar-se das tarefas rotineiras, ris, Dunod, 1973; CROZIER,
falta de informações sobre acontecimentos fu- como, pagamentos, serviços gerais, segurança, M. & FRIEDBERG, E. Op.
turos) deve ser pertinente para a organização cit., p. 24.
refeitórios etc., que lhe conferem uma imagem
e ter um caráter central (medido pelo grau de bucrocrática, para tentar associar-se ao que é 46. HICKSON, D. et alii. "A
interação e de velocidade com o qual uma ati- Strategic contingencies
relevante ao negócio da organização. Assim, theory of intra organizational
vidade afeta as outras e os objetivos organiza- algumas empresas já têm apresentado áreas power". Administrative Sei-
cionais) para ser considerada como fonte de de RH organizadas em subsistemas, que va- ence Quarter/y, 16(2):216-29,
influência importante. No entanto, ela terá 1971; CROZIER, M. &
riam segundo o caráter mais ou menos incerto FRIEDBERG, E. Op. cit., p.
pouco valor se o órgão de RH não evidenciar das atividades, bem como em função de sua 57.
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ENFOQUE ESTRATÉGICO DA FUNÇÃO RECURSOS HUMANOS RAE
importância estratégica para a organização. dem ser classificadas em dois grupos: agressi-
vas e defensivas.
Posse e monopólio de uma expertise As estratégias agressivas serão utilizadas
Esta é a terceira fonte de poder proposta e visando a modificar o status do ator, princi-
que deve ser demonstrada na prática uma vez palmente por uma mudança nos critérios de
que a expertise atestada por diplomas e forma- avaliação de sua contribuição. Tais estraté-
ção tem um valor muito reduzido ao longo do gias, no entanto, só poderão ser implementa-
tempo. As provas de expertise devem ser evi- das se os atores realizarem um diagnóstico
denciadas em situações concretas e em função adequado não só da margem de manobra que
de critérios, aceitos pelos outros atores organi- possuem, mas, também, dos recursos e fontes
zacionais. E importante poder demonstrar em de informação disponíveis.
que o sucesso de uma atividade qualquer é Já as estratégias defensivas serão orienta-
relevante em relação aos objetivos da organi- das no sentido de que o órgão de RH possa
zação. Por exemplo, poder demonstrar con- demonstrar a adequação de suas ações em re-
cretamente os efeitos da diminuição da rotati- lação aos critérios de sucesso da organização.
vidade sobre a redução de despesas, ou ainda As estratégias serão direcionadas para o
evidenciar a relação custo/benefício dos pro- curto prazo a fim de demonstrar através de
gramas de treinamento. resultados tangíveis sua pertinência para a or-
O fato de não ser substituível é também ganização. Elas tenderão a preservar o órgão
uma outra condição para que a expertise seja de RH contra as ameaças e serão orientadas
uma fonte de influência. Assim o apelo fre- prioritariamente para o controle e a preserva-
qüente a consultores externos pode significar ção de disfunções organizacionais relaciona-
uma certa "substituabilidade" em função de das a RH como o controle de diferenças sala-
uma expertise percebida como reduzida. O fa- riais significativas que poderão comprometer
to de alguém ser o responsável (com o título a política salarial da organização, taxa de ro-
que for!) pelo órgão de RH, mas não ter sobre tatividade elevada que comprometa prazos
sua gestão algumas atividades julgadas essen- de produção etc.
ciais, como seleção e desenvolvimento de exe- As estratégias defensivas serão utilizadas
cutivos, planejamento de carreiras e sucessão, principalmente em períodos onde a organiza-
e relações sindicais, entre outras, evidencia ção é confrontada com problemas de produti-
claramente uma falta de credibilidade que in- vidade e/ou quando o responsável do órgão
variavelmente também significa um espaço de RH ainda deve provar a sua real utilidade.
reduzido de poder. Neste caso, a ênfase será dada principalmente
às atividades de controle, que visam a mini-
A utilização das regras organizacionais e o mizar custos, ao invés daquelas ligadas ao de-
status conferido senvolvimento e assessoria.
As regras e os procedimentos são uma ex-
pressão formalizada do poder que beneficiam CONCLUSÃO
alguns atores organizacionais. Inicialmente, a
utilização de regras (como a classificação de O referencial de análise aqui proposto se
um cargo, por exemplo) afirmará a presença e orienta num esforço de inter-relacionamento
o poder do órgão de RH. O status conferido das diversas variáveis explicativas do funcio-
mais a participação em decisões importantes namento heterogêneo dos órgãos de RH no
e o apoio da direção (que é sempre contingen- interior das organizações.
te à ação do responsável do órgão de RH) po- A consideração do jogo desenvolvido pelos
dem fazer com que cresça a influência do ór- atores, bem como o estudo das estratégias e
gão de RH que poderá assim gestionar mu- relações de poder entre eles, permitem que se
danças nas "regras do jogo" em função de privilegiem certos fenômenos que até aqui
seus interesses e estratégias. eram considerados como "disfunções" orga-
Uma estratégia possível consiste em orga- nizacionais.
nizar a carreira dos membros do órgão de RH Espera-se que certas ambigüidades e con-
de modo a permitir-lhes o acesso a postos de fusões ligadas ao estudo dos papéis desempe-
decisão. Tal procedimento pode auxiliar na nhados pelos órgãos de RH possam ter sido
criação da imagem que a passagem pelo ór- também melhor clarificados.
gão de RH além de ser considerada importan- Finalmente, postula-se o abandono do de-
te ainda é uma etapa a ser seguida por aque- terminismo, na medida em que se privilegia a
les que almejam galgar posições (e poder) na ação dos atores organizacionais que, perce-
hierarquia. bendo os limites e as regras do jogo, vão de-
As estratégias destinadas a preservar e/ ou senvolver as estratégias julgadas mais "racio-
expandir a área de poder do órgão de RH po- nais" em relação a seus objetivos. O
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