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Trabalho de Biologia e Produção de Sementes Florestais

Prof. Dr. Paulo Yoshio Kageyama


Resumo de artigos de revistas

Edgar Cutar Junior


Nº USP: 6825011

Resumo 1:
Vazquez-Yanes, C.; Orozco-Segovia, A.; Rincón, E.; Sanchez-Coronado,
M.E.; Huante, P.; et al. Light beneath the litter in a tropical forest: Effect
on seed germination. Ecology 71:1952- 58, 1990.

Nesse trabalho se mede a composição espectral da luz que


atravessa o dossel e a serrapilheira de uma floresta tropical úmida no
México. Foi medida a composição da luz que passa através de uma
sequência de folhas desde verdes até quase decompostas, úmidas e
secas, através de um espectrofotômetro.
Foi medida também a germinação de seis espécies que têm
sementes fotoblásticas, entre árvores e arbustos, das seguintes espécies:
Brosimum alicastrum Sw. (Moraceae), Guarea glabra Vahl., Guarea
grandifolia A. DC. (Meliaceae), Nectandra ambigens (Blake) Allen (Laura-
ceae), Ioulsenia armata (Miq.) Standley (Moraceae), and Pseudolmedia
oxyphyllaria D. J. Smith (Moraceae). A germinação foi estudada em
laboratório, colocando-se as sementes, numa camada de 1% de ágar sob
efeito de diferentes qualidades de luz durante 12 horas e deixando-as em
repouso durante um período de 10 dias. No campo elas foram deixadas
sobre o mesmo substrato, mas em duas condições, ou sobre o solo
exposto, ou abaixo da serrapilheira, ambos dentro da floresta estudada.
O trabalho chega a conclusão, ao analisar a espectrofotometria das
folhas coletadas, que a tendência é um caminhamento para comprimentos
de ondas mais longos embaixo do dossel da floresta, e ainda mais sob a
liteira.
Com relação à germinação conclui-se que a luz filtrada pelas folhas
mortas inibe fortemente a germinação das sementes das espécies
estudadas, com exceção de duas das 6 espécies, que ainda germinavam
sob alguma influência da serrapilheira, mas sob qualidades de luz que
indicavam forte cobertura de folhas mortas elas não germinaram. Não
houve nenhuma germinação no teste no escuro.
O teste é importante para demonstrar a importância do surgimento
de clareiras, onde a serrapilheira não é intensa, e onde o sol incide
diretamente, para a germinação de sementes fotoblásticas, em geral de
espécies pioneiras, que, inclusive, são as responsáveis, num primeiro
momento, por fechar essa clareira rapidamente, impedindo crescimento
de gramíneas invasoras e outras espécies que comprometeriam o
crescimento de outras espécies arbóreas.
Resumo 2
ARAÚJO, M. M.; LONGHI, S. J.; BARROS, P. L. C.; BRENA, D. A.
Caracterização da chuva de sementes, banco de sementes do solo e banco
de plântulas em floresta estacional decidual ripária, Cachoeira do Sul, RS,
Brasil. Scientia Forestalis, Piracicaba, n. 66, p. 128-141, 2004.

O estudo em questão foi realizado durante pelo menos dois anos


num fragmento de floresta estacional decidual e ripária em Cachoeira do
Sul, RS. Ele objetiva caracterizar como funcionam os mecanismos de
regeneração do fragmento; se a chuva de sementes e os bancos de
sementes e plântulas representam o fragmento como um todo ou de suas
sub-formações. Procura estabelecer se há similaridades florísticas entre
esses três mecanismos, e tentar descobrir qual deles é mais relevante
para a regeneração do fragmento.
Em primeiro lugar, verificou-se que o trecho se dividia em três
regiões distintas, chamadas SF1, SF2 e SF3. SF1 é a região mais próxima
das bordas do rio e lago, quase constantemente sob influência das águas.
SF2 é constantemente inundada, e SF3 é a que menos sofre influência por
maiores períodos de tempo das águas.
A chuva de sementes foi analisada por meio de coletores colocados
acima do solo durante cerca de dois anos, para analise da diversidade e
similaridade das sementes com o restante do fragmento e das
subformações, que tinham características florísticas próprias.
O banco de sementes foi analisado pela retirada dos primeiros 5cm
de solo em diversos pontos do terreno, solo que foi levado para uma casa
de vegetação e misturado à areia, colocado sob sombrite pra evitar
contaminação e foi aguardada sua germinação. Depois 4 meses a areia foi
revolvida para dar chance às sementes menores, com menos reservas.
O banco de plântulas foi analisado em diversas sub-parcelas dentro
da mata, em que foram considerados todos os indivíduos maiores que
20cm e com CAP < 15cm.
Por fim constatou-se que, apesar de toda a diferença entre as sub-
formações, quase não há diferença entre as chuvas de sementes e o
banco de sementes de todos os trechos analisados. O banco de plântulas
foi o mais representativo das sub-formações, sendo bem diferente entre
elas e muito similar à mata encontrada na sub-formação.
Desse modo conclui-se que o banco de plântulas parece ser a mais
importante estratégia de regeneração do fragmento, e que as sementes
parecem se espalhar igualmente pela chuva, ou no banco, por toda a área
sendo, entretanto, selecionadas pelo ambiente em que vivem as plantas
que de fato se desenvolvem e se tornam indivíduos adultos.

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