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UNIVERSIDADE ANHANGUERA – UNIDERP

TECNOLOGIA EM GESTÃO FINANCEIRA

NOME
RA

Projeto Interdisciplinar Aplicado ao Curso


Superior em Gestão Financeira IV - Parcial

Disciplinas Norteadoras:
Administração Financeira e Orçamentária
Análise de Crédito em Condições de Risco
Análise de Investimentos
Gestão de Capital de Giro
Planejamento Estratégico Financeiro

Tutora EAD:

RECIFE / PE
2017
UNIVERSIDADE ANHANGUERA – UNIDERP
TECNOLOGIA EM GESTÃO FINANCEIRA

Projeto Interdisciplinar Aplicado ao Curso


Superior em Gestão Financeira IV – Parcial

Disciplinas Norteadoras:
Administração Financeira e Orçamentária
Análise de Crédito em Condições de Risco
Análise de Investimentos
Gestão de Capital de Giro
Planejamento Estratégico Financeiro

Tutora EAD: Joziane Almeida

Trabalho desenvolvido para o Curso de


Tecnologia em Gestão Financeira tendo
como disciplinas norteadores:
Administração Financeira e
Orçamentária, Análise de Crédito em
Condições de Risco, Análise de
Investimentos, Gestão de Capital de
Giro e Planejamento Estratégico
Financeiro, apresentado à Anhanguera
Educacional como requisito para a
avaliação na disciplina do Prointer IV,
sob orientação do Tutora EAD Joziane
Almeida.

RECIFE / PE
2017
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO...................................................................................................................4
2 PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO-FINANCEIRO........................................................5
3 TÉCNICAS DE ORÇAMENTO DE CAPITAL: VPL E TIR.............................................7
4 A IMPORTÂNCIA DA GESTÃO DO CAPITAL DE GIRO............................................10
5 OS ÍNDICES DE ANÁLISE FINANCEIRA....................................................................12
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................................................14
REFERÊNCIAS........................................................................................................................15
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1. INTRODUÇÃO

Em um cenário econômico cheio de incertezas, crises econômicas e grande


concorrência, o planejamento financeiro mostra-se não somente como uma ferramenta para a
boa gerência, mas sim como algo necessário à sobrevivência da empresa.
Veremos que o Planejamento Financeiro formaliza a maneira pela qual os objetivos
financeiros de uma empresa podem ser alcançados. O planejamento dá à empresa subsídios,
para que não seja surpreendida e possa ter uma alternativa já prevista, caso tenha que tomar
uma decisão.
Já o orçamento de capital é um processo que envolve a seleção de projetos de
investimento e a quantificação dos recursos a serem empregados na empresa. As ferramentas
e métodos usados no orçamento de capital concentram se na comparação entre investimento e
retorno, ou entre rendimentos e custos associados com um ativo de longo prazo. Os métodos
mais comuns de avaliação de projetos de investimento são: Payback; Payback descontado;
Valor presente líquido – VPL; e Taxa interna de retorno – TIR.
A gestão do capital de giro refere-se à capacidade da firma em saldar seus
compromissos de curto prazo, e aborda, como visto, as compras de matérias-primas, o
pagamento de fornecedores, o processo produtivo, os estoques, as vendas, a concessão de
crédito, o recebimento, o pagamento de salários, impostos e outros encargos referentes à
operação das empresas.
Dessa forma, esse Relatório Parcial do PROINTER IV busca lançar as bases teóricas
para a elaboração de uma análise de planejamento financeiro para decisão de investimentos,
através de uma revisão dos conceitos de Planejamento Estratégico-Financeiro, de uma análise
sobre as técnicas de orçamento de capital e de uma pesquisa sobre a importância da gestão do
capital de giro em uma empresa.
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2. PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO-FINANCEIRO

Nesse mundo globalizado e altamente competitivo, a sobrevivência das organizações


depende de planejamento. Segundo Simon (1979), o planejamento é uma técnica por meio da
qual as habilidades de vários especialistas podem ser aplicadas ao estudo de um problema
antes de se chegar ao estágio formal da tomada de decisão. Um dos indicadores de sucesso
mais importante é o desempenho financeiro, que depende diretamente do planejamento.
Segundo Porter (1999), para que uma empresa encontre uma boa solução para o
planejamento, é necessário que seus principais processos de negócio sejam compreendidos.
De acordo com o conceito, planejar é traçar metas, elaborar planos direcionados a
peculiaridades do projeto que se almeja pôr em prática, e finanças significa dinheiro, riqueza,
ciência da variação da moeda. Desta forma, planejar as finanças da empresa é criar uma
estratégia econômica, para que se atinjam os objetivos que podem ser de curto ou longo prazo,
da maneira mais estruturada e precisa possível. Realizando este processo, a empresa obtém o
seu crescimento financeiro e estrutural planejado com maior facilidade e auxilia a mesma a
possuir sustentabilidade em seus empreendimentos.
O planejamento é uma ferramenta administrativa, que possibilita perceber a realidade,
avaliar os caminhos, construir um referencial futuro, que organiza e define as ações a serem
utilizadas. Sendo, portanto, o lado racional da ação. É uma maneira de antecipar (por
suposições e/ou análises estatísticas) os resultados esperados e a possibilidade de
concretização dos mesmos. A intenção do planejamento dentro de uma organização é buscar
racionalmente o melhor caminho para se chegar ao lugar esperado.
“Para planejar é preciso partir da renda que se tem, e estabelecer as prioridades em
seu orçamento. Alguns passos devem ser seguidos: liquide suas dívidas, comece a
poupar, monte uma reserva financeira, planeje o futuro, quite seu financiamento
imobiliário, pense na família, continue poupando e aproveite a vida.”
(HERCKERT, 2000)
Atualmente, onde a economia sofre variações e encontra-se vulnerável a fatores
globais, o plano financeiro empresarial tende a ser mais valorizado e apreciado em primeiro
plano no momento de se tomar uma decisão. Segundo Gitman (1997, p.588), “as empresas
utilizam-se de planos financeiros para direcionar suas ações com vistas a atingir seus
objetivos imediatos e a longo prazo onde um grande montante de recursos está envolvido”.
Um plano financeiro eficaz deve dar um direcionamento no momento de expor as
ligações das diferentes propostas de investimento ligadas às várias atividades operacionais da
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empresa e as opções de financiamento disponíveis a ela no mercado. De modo paralelo, um


plano financeiro atribui à empresa a chance de desenvolver, analisar e comparar muitos
cenários de diferentes ângulos, permitindo assim, que questões relativas às linhas futuras de
negócios da empresa e os melhores esquemas de financiamento se necessários, sejam
analisados.
Segundo Ross (1998, p.82), Planejamento Financeiro formaliza a maneira pela qual os
objetivos financeiros podem ser alcançados. Em visão mais sintetizada, um plano financeiro
significa uma declaração do que a empresa deve realizar no futuro. O planejamento dá à
empresa subsídios, para que não seja surpreendida e possa ter uma alternativa já prevista, caso
tenha que tomar uma decisão.
Gitman (1997, p.588) menciona:
“O planejamento financeiro é um dos aspectos importantes para funcionamento e
sustentação de uma empresa, pois fornece roteiros para dirigir, coordenar e controlar
suas ações na consecução de seus objetivos. Dois aspectos-chave do planejamento
financeiro são o planejamento de caixa e de lucros. O primeiro envolve o
planejamento do orçamento de caixa da empresa; por sua vez, o planejamento de
lucros é normalmente realizado por meio de demonstrativos financeiros projetados,
os quais são úteis para fins de planejamento financeiro interno, como também
comumente exigidos pelos credores atuais e futuros.”
Um bom planejamento financeiro deve prever o que acontecerá caso o planejado não
ocorra, frustrando as expectativas dos executivos e do mercado ou se o mercado não estiver
aquecido o suficiente para dar o retorno esperado.
Planos Financeiros a Longo Prazo são ações elaboradas para objetivos previstos para
um futuro distante, compreendido geralmente num período de dois a dez anos. Por haver
naturalmente muitas mudanças ao longo destes períodos, estes planos são revisados
constantemente com o uso das informações atualizadas. Estes horizontes de planejamento
variam de empresa para empresa, pois quando se possui um ciclo de produção curto e
incertezas operacionais, estes horizontes de planejamento são mais curtos.
Planos Financeiros a Curto Prazo são ações planejadas para períodos mais curtos,
geralmente de um a dois anos, e são compostas na sua maioria por previsões de vendas e
dados operacionais e financeiros.
“A partir das previsões de venda são desenvolvidos planos de produção que
consideram tanto o tempo necessário para converter a matéria prima em produto
acabado (lead time), como os tipos e quantidades de matérias-prima exigidos”.
(GITMAN, 1997, p. 589)
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Com base nesses planos, a empresa pode ainda estimar as necessidades de mão de
obra direta, as despesas gerais de fábrica e as despesas operacionais. Tendo preparado essas
estimativas, pode-se preparar a demonstração do resultado e o orçamento de caixa projetado.
Assim, com os insumos básicos da demonstração do resultado projetado, o orçamento de
caixa, o plano de financiamento em longo prazo, o plano de investimento de capital, e o
balanço patrimonial do período corrente, o balanço projetado da empresa pode ser finalmente
desenvolvido.

3. TÉCNICAS DE ORÇAMENTO DE CAPITAL: VPL E TIR.

Orçamento de capital é um processo que envolve a seleção de projetos de investimento


e a quantificação dos recursos a serem empregados e busca responder a questões como: o
projeto vai se pagar? O projeto vai aumentar a riqueza dos acionistas ou vai diminuí-la? Esta é
a melhor alternativa de investimentos?
O orçamento de capital requer uma estimativa de fluxos de caixa livres que serão
obtidos com o projeto de análise. As previsões de investimentos em ativos, de vendas,
também de preços, de custos e despesas devem ser elaboradas da forma mais realista a
acurada possível.
De qualquer modo, a incerteza em orçamentos de capital é elevada, pois envolve
cenários econômicos e políticos de longo prazo.
“O orçamento de capital refere-se ao método para avaliar, comparar e selecionar
projetos que obtenham o máximo retorno ou a máxima riqueza para os acionistas. O
máximo retorno é mensurado pelo lucro, e a máxima riqueza reflete no preço das
ações”.
(GROPPELLI e NIKBAKHT, 2002, p.132)
“As técnicas de análise de investimento de capital são utilizadas pelas empresas para
a seleção de projetos que irão gerar valor para as suas operações”.
(KATO, 2012, p.142)
De acordo com Samanez (2005, p. 253) são cinco as principais etapas do processo de
avaliação de um projeto de investimento ou valoração de um ativo real, a saber: estimativa
dos fluxos de caixa incrementais, depois do imposto, esperados para o projeto; avaliação do
risco do projeto e determinação da taxa de desconto (custo de oportunidade do capital), para o
desconto dos fluxos de caixa incrementais futuros esperados; cálculo dos indicadores
econômicos, especialmente Valor Presente Líquido (VPL); reconhecimento das limitações do
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projeto, estimativa, valoração e incorporação na análise dos intangíveis associados ao projeto;


e tomada de decisões.
Quando as empresas concluem o desenvolvimento dos fluxos de caixa relevantes, elas
sabem se o projeto é aceitável, ou realizam a classificação de acordo com os objetivos e metas
que se tem para o projeto. Há várias técnicas que podem ser empregadas para realizar esta
análise, sendo que as abordagens mais comuns envolvem a integração de procedimentos, o
qual tem por objetivo verificar o valor do dinheiro no tempo, “considerações quanto a risco e
retorno e conceitos de avaliação para selecionar investimentos de capital condizentes com os
objetivos da empresa de maximizar a riqueza dos proprietários” (GITMAN, 2010, p. 364).
As ferramentas e métodos usados no orçamento de capital concentram se na
comparação entre investimento e retorno, ou entre rendimentos e custos associados com um
ativo de longo prazo. Os métodos mais comuns de avaliação de projetos de investimento são:
Payback; Payback descontado; Valor presente líquido – VPL; e Taxa interna de retorno – TIR.
Contudo, iremos nos ater mais aos dois últimos métodos e os dois primeiros, irei apenas
explicar superficialmente do que se trata.
Payback é o período de tempo necessário para que as entradas de caixa do projeto se
igualem ao valor a ser investido, ou seja, o tempo de recuperação do investimento realizado.
Payback Descontado é o período de tempo necessário para recuperar o investimento,
avaliando-se os fluxos de caixa descontados, ou seja, considerando-se o valor do dinheiro no
tempo.
O cálculo do Valor Presente Líquido – VPL, leva em conta o valor do dinheiro no
tempo. Portanto, todas as entradas e saídas de caixa são tratadas no tempo presente. O VPL de
um investimento é igual ao valor presente do fluxo de caixa líquido do projeto em análise,
descontado pelo custo médio ponderado de capital. Como o Valor Presente Líquido
(VPL) considera explicitamente o valor do dinheiro no tempo, é considerado uma técnica
sofisticada de orçamento de capital. Todas as técnicas desse tipo descontam de alguma
maneira os fluxos de caixa da empresa a uma taxa especificada. Essa taxa – comumente
chamada de taxa de desconto, retorno requerido, custo de capital ou custo de oportunidade –
consiste no retorno mínimo que um projeto precisa proporcionar para manter inalterado o
valor de mercado da empresa.
O valor presente líquido (VPL) é encontrado subtraindo-se o investimento inicial de
um projeto (FC0) do valor presente de suas entradas de caixa (FCt), descontadas à taxa de
custo de capital da empresa (i).
VPL = Valor presente das entradas de caixa – Investimento inicial
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Quando usamos o VPL, tanto as entradas quanto as saídas de caixa são medidas em
valores monetários atuais. Como estamos lidando apenas com investimentos com padrões
convencionais de fluxo de caixa, o investimento inicial é automaticamente declarado em
dinheiro de hoje. Se assim não fosse, o valor presente de um projeto seria encontrado
subtraindo-se o valor presente das saídas do valor presente das entradas.
Quando usamos o VPL para tomar decisões de aceitação-rejeição, os critérios são os
seguintes: se o VPL for maior que $0, aceitar o projeto; se o VPL for menor que $0, rejeitar o
projeto. Se o VPL for maior que $0, a empresa obterá um retorno maior do que o custo de seu
capital. Isso aumentaria o valor de mercado da empresa e, portanto, a riqueza de seus
proprietários, em um valor correspondente ao VPL.
Já a taxa interna de retorno (TIR) é, provavelmente, a mais usada das técnicas
sofisticadas de orçamento de capital, embora seja consideravelmente mais difícil de calcular à
mão do que o VPL. A taxa interna de retorno (TIR) consiste na taxa de desconto que faz com
que o VPL de uma oportunidade de investimento seja igual a $0 (já que o valor presente das
entradas de caixa iguala-se ao investimento inicial). É a taxa de retorno anual composta que a
empresa obterá, se investir no projeto e receber as entradas de caixa previstas.
Matematicamente, a TIR é o valor de i na equação que faz com que o VPL seja igual a $0.

Quando usamos a TIR para tomar decisões de aceitação-rejeição, os critérios são: se a


TIR for maior do que o custo de capital, aceitar o projeto; se a TIR for menor do que o custo
de capital, rejeitar o projeto. Esses critérios garantem que a empresa receba, pelo menos, o
retorno requerido. Tal resultado deve aumentar seu valor de mercado e, portanto, a riqueza de
seus proprietários.
Para compreender as diferenças entre as técnicas do VPL e da TIR e as preferências
dos tomadores de decisões em relação a seu uso, precisamos examinar os chamados perfis de
valor presente líquido, a existência de classificações conflitantes, e discutir qual é o melhor
enfoque.
A classificação é uma tarefa importante quando os projetos são mutuamente
exclusivos ou quando há racionamento de capital. Quando os projetos são mutuamente
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exclusivos, a classificação permite a empresa determinar qual deles é melhor do ponto de


vista financeiro.
A causa básica do conflito entre classificações está associada a hipóteses implícitas
diferentes quanto ao reinvestimento de entradas de caixas intermediárias – entradas de caixa
recebidas antes do término de um projeto. O VPL pressupõe que as entradas intermediárias
são reaplicadas ao custo de capital, enquanto a TIR supõe que as entradas intermediárias são
aplicadas a uma taxa igual a TIR do projeto.
A análise de investimentos envolve decisões de aplicação de recursos com prazos
longos (maiores que um ano), com o objetivo de propiciar retorno adequado aos proprietários
desse capital.

4. A IMPORTÂNCIA DA GESTÃO DO CAPITAL DE GIRO

A área de Finanças é muito ampla e dinâmica, afetando diretamente a vida de todas as


pessoas e todos os tipos de organizações, sejam financeiras ou não, privadas ou públicas,
grandes ou pequenas, com ou sem fins lucrativos. Finanças ocupa-se do processo, instituições,
mercados e instrumentos envolvidos na transferência de fundos entre pessoas, empresas e
governos. Podemos dividir finanças em âmbitos macro e micro. O âmbito macro de finanças
está relacionado à economia, mais especificamente à macroeconomia, e refere-se a questões
como fluxos internacionais de capital, sistema financeiro nacional e mercados financeiros. O
âmbito micro de finanças refere-se às finanças das organizações, que, por sua vez, podem ser
divididas em curto prazo e longo prazo. No longo prazo, as finanças empresariais contemplam
temas como a análise de projetos, a estrutura e o orçamento de capital. No curto prazo, as
finanças empresariais contemplam o Capital de Giro. A Figura 1, a seguir, apresenta o
contexto em que a gestão do capital de giro está inserida.

Figura 1: Contextualização do Capital de Giro


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Existem nas empresas operações que incluem atividades rotineiras, mais


apropriadamente chamadas de ciclo operacional, em que os eventos são repetitivos. Esse ciclo
rotineiro (financeiro) compreende a transição periódica de disponível (caixa), compra de
mercadorias para estoques, de estoques em contas a receber (clientes), de contas a receber em
disponíveis que serão utilizados para pagamento dos fornecedores, que irão fornecer mais
mercadorias para estoques, reiniciando o ciclo, como mostra a Figura 2.

Figura 2: Capital de Giro e Ciclo Financeiro.

O ciclo financeiro, se bem dimensionado e administrado, permitirá à empresa a


geração de suficiente liquidez e lucratividade, necessárias à sua sobrevivência e prosperidade.
O montante de recursos necessários para a manutenção desse ciclo rotineiro é representado
pelo Capital de Giro, e é este que irá permitir, por fim, a materialização dos fatores citados:
liquidez, lucratividade, sobrevivência e prosperidade. Assim, de acordo com CEPEFIN
(2006), o Capital de Giro refere-se aos recursos financeiros, próprios ou de terceiros,
necessários para sustentar as atividades operacionais, no dia-a-dia das empresas.
O volume do capital de giro varia de acordo com o volume de vendas, sazonalidade do
negócio, fatores cíclicos da economia, tecnologia e política de negócios. Normalmente,
aumentos no volume de vendas acarretam aumentos no volume de estoques, caixa e
recebíveis. O aumento no volume de vendas exige, normalmente, uma quantidade maior de
estoque. Por exemplo, se a venda média de determinada mercadoria aumenta de duas
unidades ao dia para quatro unidades ao dia, então, é normal que o estoque aumente também.
Além do estoque, é normal que ocorra um aumento nos recursos disponíveis (caixa), uma vez
que a realização de compras de mercadorias em maior volume demanda mais recursos
financeiros, mesmo que sejam feitas a prazo, devido ao aumento no volume dos estoques. Os
recebíveis também acompanham o aumento das vendas, quando parte destas vendas é
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realizada a prazo. A sazonalidade dos negócios determina variações na necessidade de


recursos ao longo do tempo, como é o caso de empresas de sorvetes, cujas vendas são grandes
no verão e pequenas no inverno. Os fatores cíclicos da economia, como recessão, afetam o
negócio, provocando, por exemplo, a diminuição de vendas. A tecnologia influencia,
principalmente, os custos e o tempo de produção, e proporciona aumento de produtividade nas
empresas. A política de negócios diz respeito aos fatores externos à empresa que podem afetar
o andamento do negócio, como movimentos dos concorrentes, aumento nas exigências dos
consumidores, alterações nos processos dos fornecedores, que podem implicar em mudanças
nas condições de vendas (como prazos de venda), condições de crédito, de fornecimento e de
produção.
A gestão do capital de giro é uma das mais importantes, e também uma das mais
complexas e abrangentes áreas financeiras de uma organização. A gestão do capital de giro diz
respeito aos elementos de giro, que correspondem aos recursos correntes (de curto prazo) da
empresa, como o Ativo Circulante e o Passivo Circulante, e de que maneira estes elementos
estão inter-relacionados.
A gestão do capital de giro refere-se à capacidade da firma em saldar seus
compromissos de curto prazo, e aborda, como visto, as compras de matérias-primas, o
pagamento de fornecedores, o processo produtivo, os estoques, as vendas, a concessão de
crédito, o recebimento, o pagamento de salários, impostos e outros encargos referentes à
operação das empresas.

5. OS ÍNDICES DE ANÁLISE FINANCEIRA.

O objetivo da gestão do capital de giro, de acordo com TERENCE (2002), é gerar


valor com os elementos de giro. O Capital de Giro Líquido é a diferença entre o Ativo
Circulante e o Passivo Circulante. A empresa possui Capital de Giro Líquido Positivo quando
o ativo circulante supera o passivo circulante. Quando o ativo circulante é menor que o
passivo circulante, a empresa possui Capital de Giro Líquido Negativo. O Capital de Giro
Próprio (CGP) é a parcela de recursos próprios que está sendo utilizada no financiamento do
capital de giro (ativos de curto prazo). O Ciclo Operacional é o período que a empresa leva
desde a compra de matéria-prima até o recebimento das vendas de seus produtos. Quanto
maior for o ciclo operacional, ou seja, quanto mais demorada for a entrada de recursos
financeiros, maior será a necessidade de recursos para financiar o giro da empresa. O Ciclo
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Financeiro, por outro lado, focaliza as movimentações de caixa, abrangendo o período entre o
momento em que a empresa realiza os pagamentos e o momento em que recebe pelas vendas.
A Necessidade de Capital de Giro (NCG) representa a diferença entre o Ativo Circulante
Operacional e o Passivo Circulante Operacional. O Saldo de Tesouraria corresponde à
diferença entre o Ativo Circulante Financeiro e o Passivo Circulante Financeiro.
O crescimento da Necessidade de Capital de Giro (NCG), que não é acompanhado por
um aumento, nas mesmas proporções, no Capital de Giro Líquido (CGL), faz com que ocorra
do Efeito Tesoura. Normalmente o Efeito Tesoura surge do Overtrading, crescimento da
atividade da empresa não suportada pela situação financeira. Finalmente, os indicadores de
liquidez podem ser divididos em dois grupos. Os indicadores de liquidez estática procuram
evidenciar a capacidade de pagamento da empresa, em decorrência da existência ou não de
solidez financeira. Os indicadores de liquidez dinâmica, por sua vez, indicam a evolução da
capacidade de pagamento da empresa, notadamente pela avaliação da evolução do Capital de
Giro Líquido, da Necessidade de Capital de Giro e do Saldo de Tesouraria.
Como exposto, o desequilíbrio entre a geração e a aplicação dos recursos operacionais,
em que o Ativo Circulante Operacional não pode ser totalmente financiado pelo Passivo
Circulante Operacional, faz com que a empresa tenha Necessidade de Capital de Giro (NCG).
A Necessidade de Capital de Giro (NCG) faz com que a empresa busque recursos externos ao
ciclo operacional para financiar o capital de giro. Estes recursos externos ao ciclo operacional
podem ser recursos próprios ou recursos de terceiros. Os recursos de terceiros são,
normalmente, empréstimos bancários de curto prazo, fazendo parte do capital de giro
financeiro. Os recursos próprios advêm do patrimônio líquido não imobilizado ou não
investido a longo prazo, ou seja, do Capital de Giro Próprio. Como visto na estrutura de alto
risco, a necessidade de capital de giro pode conduzir ao aumento do saldo negativo de
tesouraria, implicando na captação de recursos financeiros para bancar tal necessidade. O
crescimento da Necessidade de Capital de Giro (NCG) superior ao aumento do Capital de
Giro Líquido (CGL), faz com que ocorra o Efeito Tesoura.
A Liquidez, ou capacidade de pagamento da empresa, está intimamente ligada à gestão
do capital de giro. O risco financeiro, ou risco de insolvência, é a probabilidade da firma não
conseguir saldar seus compromissos de curto prazo, ou seja, de tornar-se insolvente. Uma das
maneiras de mensurar o risco de insolvência é por meio dos indicadores de Liquidez, que
aferem a relação entre os ativos realizáveis e os passivos exigíveis. Existem indicadores de
liquidez estática e indicadores de liquidez dinâmica.
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6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Por fim, o planejamento é uma ferramenta administrativa, que possibilita perceber a


realidade, avaliar os caminhos, construir um referencial futuro, que organiza e define as ações
a serem utilizadas. Temos que ter em mente que a intenção do planejamento dentro de uma
organização é buscar racionalmente o melhor caminho para se chegar ao lugar esperado.
Vimos também que o orçamento de capital se refere ao método para avaliar, comparar
e selecionar projetos que obtenham o máximo retorno ou a máxima riqueza para os acionistas.
O máximo retorno é mensurado pelo lucro, e a máxima riqueza reflete no preço das ações.
Já a gestão do capital de giro refere-se à capacidade da firma em saldar seus
compromissos de curto prazo, e aborda, como visto, as compras de matérias-primas, o
pagamento de fornecedores, o processo produtivo, os estoques, as vendas, a concessão de
crédito, o recebimento, o pagamento de salários, impostos e outros encargos referentes à
operação das empresas.
Dessa forma, lançamos mão das Bases teóricas para a elaboração de uma análise de
planejamento financeiro para decisão de investimentos, através de uma revisão dos conceitos
de Planejamento Estratégico-Financeiro, de uma análise sobre as técnicas de orçamento de
capital e de uma pesquisa sobre a importância da gestão do capital de giro em uma empresa.
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REFERÊNCIAS

ALDAY, Hernan E. C. O Planejamento Estratégico dentro do Conceito de Administração


Estratégica. Rev. FAE, Curitiba, v.3, n.2, p.9-16, maio/ago, 2000.

Equipe de Professores do INEPAD e USP. Finanças Corporativas de Curto Prazo: a gestão


do Valor do Capital de Giro. CEPEFIN – Centro de Pesquisas em Finanças, 2006.

GITMAN, Lawrence J. Princípios da administração financeira. São Paulo: Habra, 1997.

GITMAN, Lawrence J. Princípios de Administração Financeira. 8ªed, Porto Alegre:


Bookman, 2010.

GROPPELLI, A. A.; NIKBAKHT, Ehsan. Administração financeira. 2ªed, São Paulo:


Saraiva, 2002.

HERCKERT, Werno. Ativo imaterial e força intelectual. IPAT Boletim, Belo Horizonte,
novembro de 2000.

KATO, Jerry. Curso de Finanças Empresariais: Fundamentos da gestão financeira em


empresas. São Paulo: M. Books, 2012.

PORTER, Michael E. Competição: estratégias competitivas essenciais. Rio de Janeiro:


Campus, 1999.

ROSS, Stephen A., WERTERFIELD, Randolph W., JORDAM, Bradford D., Princípios de
administração financeira; tradução Antonio Zoratto Sanvicente. – São Paulo: Atlas, 1998.

SAMANEZ, Carlos P. Matemática Financeira. 3ªed, São Paulo: Pearsons, 2005.

SIMON, Herbert A. (1979) “Rational decision making in business organizations” [Nobel


Memorial Lecture], American Economic Review, 69(4), September: 493-513.

TERENCE, Ana C. F. Planejamento Estratégico como Ferramenta de Competitividade na


Pequena Empresa: Desenvolvimento e Avaliação De Um Roteiro Prático Para O Processo
De Elaboração Do Planejamento. Escola de Engenharia de São Carlos da Universidade de São
Paulo, 2002.

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