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Execução da Alvenaria Estrutural

Especificação Prévia dos


Materiais
Blocos:
Blocos especificados de acordo com:
• Blocos Cerâmicos: NBR 15270-2
• Blocos de Concreto: NBR 6136 e NBR 12118
Blocos devem atender as resistências e outras especificações do projeto estrutural *
* As normas de projeto exigem que o projetista especifique apenas as resistências
características de prismas e grautes e as resistências médias (ou as classes, conforme a
NBR 13281) das argamassas. As resistências dos blocos deveriam ser apresentadas
apenas como sugestão (item 5.3 da NBR 15812-1 e 5.3.2 da NBR 15961-1)
Especificação Prévia dos
Materiais
Argamassa de assentamento:
“Para definição da argamassa de assentamento devem ser realizados ensaios com
antecedência adequada, com os materiais dos mesmos fornecedores selecionados
para a obra, comprovando o atendimento dos requisitos estabelecidos no projeto
estrutural através de ensaios”
Procedimentos devem ser executados para:
• argamassas não-industrializadas
• argamassas industrializadas

Graute
“O graute deve ter resistência à compressão de modo que a resistência do prisma
grauteado atinja a resistência especificada pelo projetista”
Recebimento dos Materiais
Disposições Gerais
“Todos os materiais devem ser inspecionados no recebimento e antes do uso, de
forma a detectar não conformidades”

“Os materiais devem ser armazenados na ordem do recebimento, e de forma que


permitam inspeção geral e sejam identificados conforme o controle a ser realizado”
Blocos
Controle de Qualidade
Recebimento de acordo com NBR 6136 (concreto) e NBR 15270-2 (cerâmico): lotes,
condições de aceitação, etc.
Ensaios NBR 6136 e NBR 15270-2:
• Resistência à compressão
• Tolerâncias dimensionais e área líquida
• Absorção de água
• Retração por secagem
• Permeabilidade
Recebimento dos Materiais

Estocagem
• Devem ser empregados preferencialmente na ordem do recebimento
• Deve haver indicação das resistências, o número do lote e o local de sua aplicação
• Devem ser armazenados sobre lajes devidamente cimbradas ou sobre o solo, desde
que evitada a contaminação
• Devem ser protegidos da chuva e elementos que venham a prejudicar o
desempenho da alvenaria
Produção de Argamassa e Graute
Argamassa
Disposições Gerais:
• Deve ser acondicionada em uma argamasseira metálica ou plástica estanque com
volume tal que toda a argamassa seja consumida em 2h 30min
• Durante o uso poderá ter a consistência ajustada com adição de água no máximo
duas vezes. Em climas quentes / ventos acentuados cobrir recipiente para evitar
perda de água
• Os aditivos devem obedecer às normas brasileiras ou suas propriedades devem ser
verificadas experimentalmente.
Graute
Disposições Gerais:
• Produção feita de modo a garantir resistência característica especificado no projeto
• Caso seja utilizada cal, o teor não deve ser superior a 10% em volume do cimento
(cuidado especial com problema da aderência com o aço!)
• Dimensão máxima do agregado:
• 10 mm para cobrimento de 15 mm (mínimo)
• 15 mm para cobrimento de 25 mm
• Inferior a 1/3 da menor dimensão dos vazios
Produção de Argamassa e Graute
Dosagem
• Aditivos devem obedecer às normas brasileiras ou ter propriedades verificadas
experimentalmente
• Dosagem deve levar em conta a absorção dos blocos e das juntas de argamassa
• Caso seja utilizada cal, o teor não deve ser superior a 10% em volume em relação
ao cimento

Mistura
• O graute deve ser utilizado em 2h30min (NBR 15961-2) ou 1h30min (NBR 15812-2).
Em hipótese alguma, é permitido utilizar um produto com prazo de uso vencido
exceto com aditivo retardador
Caracterização Prévia e Cálculo
de Resistência Característica
Caracterização Prévia

Tipo de elemento Número de corpos


de alvenaria de prova
Prisma 12
Pequena parede 6
Parede 3

Caso materiais já tenham sido caracterizados no prazo de 180 dias que antes do início
da obra podem ser utilizados resultados da caracterização anterior
Resistência Característica
“A resistência característica do elemento de alvenaria* obtida nos ensaios deve ser
igual ou superior à resistência característica especificada pelo projetista estrutural”
𝐟𝐤 = 𝐟𝐩𝐚𝐫,𝐤
𝐟𝐤 = 𝟎, 𝟖𝟓. 𝐟𝐩𝐩𝐤
𝐟𝐤 = 𝟎, 𝟕𝟎. 𝐟𝐩
Controle
Controle
Junta horizontais
• Junta horizontal igual a 10 mm ± 3 mm.
• Junta horizontal da primeira fiada entre 5 mm e 20 mm, admitindo-se no máximo
30 mm em trechos de comprimento inferiores a 50 cm.
Controle
Controle
• Tipos de Junta

• “A menos que especificado o contrário no projeto de produção das alvenarias,


as juntas horizontais devem ser feitas com a colocação de argamassa sobre as
faces laterais e sobre os septos transversais dos blocos”

• “As juntas verticais devem ser preenchidas mediante a aplicação de dois filetes
de argamassa na parede lateral dos blocos, garantindo-se que cada um dos
filetes tenha espessura não inferior a 30mm, a menos que especificado o
contrário no projeto”
Controle
• Tolerâncias quanto ao Prumo, nível e alinhamento
Controle
• Tolerâncias quanto ao Prumo, nível e alinhamento
Produção da Alvenaria
• Tolerâncias quanto ao Prumo, nível e alinhamento
Produção da Alvenaria
Vigas, contravergas e cintas
• ”As contravergas em vãos de janelas e as vergas sobre vãos de porta e janela
podem ser executadas com canaletas preenchidas com graute e armadura, peças
moldadas no local ou peças pré-fabricadas, conforme a especificação do projeto”
• “Em cada pavimento, preferencialmente na fiada de respaldo, deve ser executada
uma cinta contínua, solidarizando todas as paredes. Esta cinta pode ser executada
com blocos especiais, tipo canaleta, ou com fôrmas. O grauteamento dessa cinta
deve preceder a montagem das formas de laje”

Armaduras
• Espaçadores para garantir a posição especificada em projeto
• Erro máximo ≤ 1cm para peças fletidas com dimensão < 20cm no plano de flexão
• Erro máximo ≤ 2cm para seções comprimidas ou de dimensão > 20 cm
• Erros maiores deverá consultar o projetista para revisar os cálculos
Produção da Alvenaria
Grauteamento
• Antes de verter o graute, os furos devem estar desobstruídos. Para tal, recomenda-
se a limpeza das rebarbas de argamassa
• A altura máxima de lançamento ≤ 1,60m,
• se o graute for devidamente aditivado, garantida a coesão sem segregação,
altura ≤ 2,8m
• Molhar os furos antes do lançamento
• Adensamento manual com hastes de Ø10mm e Ø15mm, comprimento = toda a
extensão do furo
• Não utilizar a própria armadura do furo
• Criar janelas de visitas para proceder com a limpeza e a inspeção do grauteamento.
Aceitação da alvenaria
• Menor exigência estrutural: a aceitação feita por ensaios de caracterização e
recebimento dos blocos.

• Maior exigência estrutural: pavimentos nos quais o ensaio de prismas pode ser
dispensado deve-se realizar ensaios de caracterização e recebimento dos blocos e
também da argamassa e graute.

• Condição adicional para aceitação da alvenaria de um pavimento é que todos os


requisitos geométricos sejam verificados,
Aceitação da alvenaria
Em caso de não atendimento

• “Revisar o projeto para determinar se a estrutura, no todo ou em parte, pode ser


considerada aceita, considerando os valores obtidos nos ensaios”

• “Determinar as restrições de uso da estrutura ”

• “Providenciar o projeto de reforço ”

• “Decidir pela demolição parcial ou total ”


Equipamentos
Equipamentos:
• Nível alemão

• Régua para aprumar e nivelar


Equipamentos
Equipamentos:
• Prendedor da linha
Equipamentos
Outros equipamentos e ferramentas:
• Trena de 30 metros;
• Caixote metálico para transporte e uso da argamassa;
• Colher de pedreiro.
Equipamentos
Equipamentos
Equipamentos
Equipamentos
Marcação da alvenaria
Marcação da alvenaria
Localizar ponto de nível mais alto da laje
Marcação da alvenaria
Marcação da alvenaria - Execução
Marcação da alvenaria
Marcação da alvenaria - Execução
Marcação da alvenaria
Marcação da alvenaria - Execução
Marcação da alvenaria
Marcação da alvenaria - Execução
Marcação da alvenaria
Marcação da alvenaria - Execução
Assentamento dos blocos
Assentamento dos blocos
Assentamento dos blocos
Assentamento dos blocos
Laje de cobertura
Com o objetivo de evitar que a dilatação térmica horizontal da laje do último
pavimento cisalhe a alvenaria, originando fissuras, dois métodos distintos podem ser
adotados:
• Liberar a movimentação horizontal da laje sobre a parede pela criação de uma
junta horizontal; ou
• Realizar uma efetiva proteção térmica da laje de cobertura, a ser realizado o mais
breve possível, de forma a minimizar a movimentação horizontal.
Laje de cobertura
Patologia
• Patologia : falha, disfunção, defeito que prejudica a estética ou o desempenho da
edificação ou de qualquer uma de suas partes;
• Patologia das construções : “ciência” que procura, de forma metodizada, estudar os
defeitos dos materiais, dos componentes, dos elementos ou da edificação como um
todo, diagnosticando suas causas e estabelecendo seus mecanismos de evolução,
formas de manifestação, medidas de prevenção e de recuperação.
• Diagnóstico : determinação das causas, dos mecanismos de formação e da gravidade
potencial de um problema patológico, com base na observação dos sintomas (formas de
manifestação) e na eventual realização de estudos específicos;
• Prognóstico : avaliações ou conjecturas, baseadas no diagnóstico, acerca da duração,
evolução ou término do problema;
• Terapia : conjunto de medidas (reforma, recuperação, reforço) destinada a sanar um
problema patológico;
• Agente : causa imediata que deu origem ao problema patológico (recalque de
fundações, movimentações térmicas, sobrecarga, etc.)
Principais anomalias
• Fissuras: as fissuras ocupam o primeiro lugar na sintomatologia em alvenarias
estruturais de blocos vazados de concreto. A identificação das fissuras e de suas
causas é de vital importância para a definição do tratamento adequado para a
recuperação da alvenaria.
• Qualidade dos blocos: dimensões incorretas, falhas na porosidade e acabamento
superficial.
• Argamassa de assentamento: consumo de aglomerantes, retenção de água e
retração;
• Alvenarias: geometria do edifício, esbeltez, eventual presença de armaduras,
existência de paredes de contraventamento;
• Recalques diferenciais em fundações;
• Movimentações higroscópicas e térmicas.
Patologia na Alvenaria estrutural
Patologia na Alvenaria estrutural
Patologia na Alvenaria estrutural
Patologia na Alvenaria estrutural
Eflorescências: a eflorescência é decorrente de depósitos salinos, principalmente de
sais de metais alcalinos (sódio e potássio) e alcalinos-terrosos (cálcio e magnésio) na
superfície de alvenarias, provenientes da migração de sais solúveis nos materiais e
componentes da alvenaria. Elas podem alterar a aparência da superfície sobre a qual
se depositam e em determinados casos seus sais constituintes podem ser agressivos,
causando desagregação profunda, como no caso dos compostos expansivos.

Para a ocorrência da eflorescência devem existir três condições:


• existência de teor de sais solúveis nos materiais ou componentes,
• presença de água,
• pressão hidrostática necessária para que a solução migre para a superfície.
Patologia na Alvenaria estrutural
Patologia na Alvenaria estrutural
Com relação à segunda condição para existência de eflorescência, nota-se que a água
pode ser proveniente:
• da umidade do solo;
• da água de chuva, acumulada antes da cobertura da obra ou infiltrada por meio
das alvenarias, aberturas ou fissuras;
• de vazamentos de tubulações de água, esgoto ou águas pluviais;
• da água utilizada na limpeza e de uso constante em determinados locais.

Com relação à pressão hidrostática, verifica-se que o transporte de água por meio dos
materiais e a consequente cristalização dos sais solúveis na superfície ocorrem por:
• capilaridade,
• infiltração em trincas e fissuras,
• percolação sob o efeito da gravidade,
• percolação sob pressão por vazamentos de tubulações de água ou de vapor,
• pela condensação de vapor de água dentro das paredes,
• pelo efeito combinado de duas ou mais dessas causas.

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