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LABORATÓRIO NACIONAL

DE ENGENHARIA CIVIL

COEFICIENTES DE TRANSMISSÃO TÉRMICA


DE ELEMENTOS OPACOS DA ENVOLVENTE DOS EDIFfclOS
Soluções construtivas de edifícios antigos
Soluções construtivas das Regiões Autónomas

Carlos A. Pina dos Santos


Rodrigo Rodrigues
COEFICIENTES DE TRANSMISSÃO TÉRMICA
DE ELEMENTOS OPACOS DA ENVOLVENTE DOS EDIFíCIOS
Soluções construtivas de edifícios antigos
Soluções construtivas das Regiões Autónomas

RESUMO

A presente publicação destina-se a apoiar a realização de estudos no âmbito quer da


aplicação do Sistema de Certificação Energética (SCE) de edifícios quer das intervenções
de reabilitação térmica dos edifícios existentes, eventualmente visando a verificação do
cumprimento do Regulamento das Características de Comportamento Térmico dos Edifícios
(RCCTE).

Neste trabalho apresentam-se fichas sumárias descritivas e identificadoras das soluções


caracterizadas e dos respectivos elementos constituintes, bem como os valores
convencionais de cálculo das resistências térmicas e dos coeficientes de transmissão
térmica de soluções correntes da envolvente opaca dos edifícios construídos, em geral,
antes dos anos 50 do século passado. Apresentam-se ainda alguns elementos de
caracterização de soluções adoptadas nas Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira.

Deste modo a presente publicação visa complementar a Informação Técnica Edifícios (ITE)
do LNEC denominada Coeficientes de transmissão térmica de elementos da envolvente
dos edifícios. Versão actualizada 2006 (ITE 50).

Os valores convencionais apresentados (Anexo I) foram calculados a partir da definição de


soluções típicas adoptadas na construção de edifícios em Portugal e nas Regiões
Autónomas, tendo como base valores convencionais das características relevantes
(condutibilidades térmicas dos materiais, resistências térmicas superficiais e de espaços de
ar) constantes na ITE 50, e a informação prestada por técnicos dos Laboratórios Regionais
de Engenharia Civil (LREC) dos Açores e da Madeira.

Em complemento aos parâmetros de caracterização térmica referidos, para cada uma das
soluções apresentadas indicam-se, ainda, valores convencionais das respectivas massas
superficiais, com o objectivo de apoiar a determinação da massa superficial útil (MSi)
necessária à quantificação "detalhada" da inércia térmica interior (lt).

De modo a permitir a quantificação expedita de soluções construtivas de paredes sobre as


quais se desconhece a respectiva constituição, apresentam-se no Anexo 11valores por
defeito dos correspondentes coeficientes de transmissão térmica superficial, U. Como é
natural, nesta circunstância esses valores têm uma razoável margem de segurança em
virtude do conhecimento superficial das soluções a caracterizar.
COEFICIENTES DE TRANSMISSÃO TÉRMICA
DE ELEMENTOS OPACOS DA ENVOLVENTE DOS EDIFíCIOS

n Soluções construtivas de edifícios antigos


)') Soluções construtivas das Regiões Autónomas

íNDICE DO TEXTO

Pág.
c
1 - INTRODUÇÃO 1
'1
it
, 2 - VALORES DE BASE 2
d
3 - SOLUÇÕES E PARÂMETROS CARACTERIZADOS 2
3.1 - Soluções caracterizadas 2
a 3.2 - Parâmetros quantificados 3
I.
3.2.1 - Generalidades 3
e 3.2.2 - Resistências térmicas convencionais .4
3.2.3 - Coeficientes de transmissão térmica .4
3.2.4 - Massas superficiais 4

BIBLIOGRAFIA 6

ANEXO I - Valores convencionais de cálculo da resistência


térmica, dos coeficientes de transmissão térmica superficiais
e da massa superficial de elementos opacos da envolvente 1.1

ANEXO II - Valores por defeito dos coeficientes de transmissão térmica superficiais 11.1

I· íNDICE DOS ANEXOS

ANEXO I

Pág.

FICHA SUMÁRIA FS 1 - Paredes de pedra. Paredes simples de cantaria


e de alvenaria aparelhada 1.3

FICHA SUMÁRIA FS 2 - Alvenaria de pedra. Paredes simples de alvenaria


de pedra seca (ou alvenaria insossa) 1.15

FICHA SUMÁRIA FS 3 - Alvenaria ordinária. Paredes simples de alvenaria de pedra


e argamassa 1.19

FICHA SUMÁRIA FS 4 - Paredes simples de ai enaria. Alvenaria composta


de tijolo maciço ou e rado 1.33

111
Pág.

FICHA SUMÁRIA FS 5 - Paredes simples moldadas "in situ". Paredes de taipa 1.39

FICHA SUMÁRIA FS 6 - Paredes simples de alvenaria. Paredes de adobe 1.43

FICHA SUMÁRIA FS 7 - Paredes simples de alvenaria. Alvenaria de blocos


de betão celular autoclavado 1.47

FICHA SUMÁRIA FS 8 - Paredes simples de alvenaria. Alvenaria de blocos de betão


de escória vulcânica 1.51

FICHA SUMÁRIA FS 9 - Pavimentos de madeira 1.55

IV
COEFICIENTES DE TRANSMISSÃO TÉRMICA
DE ELEMENTOS OPACOS DA ENVOLVENTE DOS EDIFíCIOS
Soluções construtivas de edifícios antigos
Soluções construtivas das Regiões Autónomas

íNDICE DE QUADROS
QUADROS DOS ANEXOS

ANEXO I

Pág.

ALVENARIA DE PEDRA. PAREDES SIMPLES DE CANTARIA


E DE ALVENARIA APARELHADA.

QUADRO 1.1.1 - Resistências térmicas. Paredes de granito.


Paredes simples de cantaria e de alvenaria aparelhada I.7
QUADRO 1.1.2 - Coeficientes de transmissão térmica.
Paredes simples de cantaria e de alvenaria aparelhada (granito) I.7
QUADRO 1.1.3 - Massa superficial. Paredes simples de cantaria e de alvenaria
aparelhada (granito) 1.8
QUADRO 1.2.1 - Resistências térmicas. Paredes de calcário. Paredes simples
de cantaria e de alvenaria aparelhada 1.9
QUADRO 1.2.2 - Coeficientes de transmissão térmica. Paredes simples
de cantaria e de alvenaria aparelhada (calcário) 1.9
QUADRO 1.2.3 - Massa superficial. Paredes simples de cantaria e de alvenaria
aparelhada (calcá rio) : 1.10
QUADRO 1.3.1 - Resistências térmicas. Paredes de xisto. Paredes simples
de cantaria e de alvenaria aparelhada 1.11
QUADRO 1.3.2 - Coeficientes de transmissão térmica.
Paredes simples de cantaria e de alvenaria aparelhada (xisto) 1.11
QUADRO 1.3.3 - Massa superficial. Paredes simples de cantaria e de alvenaria
aparelhada (xisto) 1.12
QUADRO 1.4.1 - Resistências térmicas. Paredes de basalto. Paredes simples
de cantaria e de alvenaria aparelhada 1.13
QUADRO 1.4.2 - Coeficientes de transmissão térmica.
Paredes simples de cantaria e de alvenaria aparelhada (basalto) 1.13
QUADRO 1.4.3 - Massa superficial. Paredes simples
de cantaria e de alvenaria aparelhada (basalto) 1.14
QUADRO 1.5- Alvenaria de pedra. Paredes simples de pedra seca
ou alvenaria insossa 1.17

v
Pág.

ALVENARIA DE PEDRA. PAREDES SIMPLES DE ALVENARIA ORDINÁRIA.

QUADRO 1.6.1 - Resistências térmicas. Alvenaria ordinária de pedra de granito.


Paredes simples de alvenaria 1.25
QUADRO 1.6.2 - Coeficientes de transmissão térmica. Paredes simples de alvenaria
ordinária (granito) 1.25
QUADRO 1.6.3 - Massa superficial. Paredes simples de alvenaria ordinária (granito) 1.26
QUADRO 1.7.1 - Resistências térmicas. Alvenaria ordinária de pedra de calcário.
Paredes simples de alvenaria 1.27
QUADRO 1.7.2 - Coeficientes de transmissão térmica. Paredes simples de alvenaria
ordinária (calcário) 1.27
QUADRO 1.7.3 - Massa superficial. Paredes simples de alvenaria ordinária (calcário) 1.28
QUADRO 1.8.1 - Resistências térmicas. Alvenaria ordinária de pedra de xisto.
Paredes simples de alvenaria 1.29
QUADRO 1.8.2 - Coeficientes de transmissão térmica. Paredes simples de alvenaria
ordinária (xisto) 1.29
QUADRO 1.8.3 - Massa superficial. Paredes simples de alvenaria ordinária (xisto) 1.30
QUADRO 1.9.1 - Resistências térmicas. Alvenaria ordinária de pedra de basalto.
Paredes simples de alvenaria 1.31
QUADRO 1.9.2 - Coeficientes de transmissão térmica.
Paredes simples de alvenaria ordinária (basalto) 1.31
QUADRO 1.9.3 - Massa superficial. Paredes simples de alvenaria ordinária (basalto) 1.32

ALVENARIA DE TIJOLO MACiÇO OU PERFURADO. PAREDES SIMPLES DE


ALVENARIA COMPOSTA

QUADRO 1.10.1 - Resistências térmicas. Alvenaria de tijolo maciço (ou perfurado).


Paredes simples de alvenaria composta 1.37
QUADRO 1.10.2 - Coeficientes de transmissão térmica. Alvenaria de tijolo maciço
(ou perfurado). Paredes simples de alvenaria composta 1.37
QUADRO 1.10.3 - Massa superficial. Alvenaria de tijolo maciço (ou perfurado).
Paredes simples de alvenaria composta 1.38

PAREDES DE TAIPA OU DE ADOBE. PAREDES SIMPLES

QUADRO 1.11.1 - Resistências térmicas. Paredes simples de taipa ou de adobe 1.45


QUADRO 1.11.2 - Coeficientes de transmissão térmica. Paredes simples de taipa
ou de adobe 1.45
QUADRO 1.11.3 - Massa superficial. Paredes simples de taipa ou de adobe 1.46

ALVENARIA DE BLOCOS DE BETÃO CELULAR AUTOCLAVADO. PAREDES SIMPLES.

QUADRO 1.12.1 - Resistências térmicas. Alvenaria de blocos de betão celular


autoclavado. Paredes simples de alvenaria 1.49
QUADRO 1.12.2 - Coeficientes de transmissão térmica. Alvenaria de blocos de betão
celular autoclavado. Paredes simples de alvenaria 1.49

VI
Pág.

QUADRO 1.12.3 - Massa superficial. Alvenaria de blocos de betão celular


autoclavado. Paredes simples de alvenaria 1.50

ALVENARIA DE BLOCOS DE BETÃO DE ESCÓRIAS VULCÂNICAS.


PAREDES SIMPLES.

QUADRO 1.13.1 - Resistências térmicas. Alvenaria de blocos betão


de escórias vulcânicas. Paredes simples de alvenaria 1.53
QUADRO 1.13.2 - Coeficientes de transmissão térmica. Alvenaria de blocos
de betão de escórias vulcânicas. Paredes simples de alvenaria 1.53
QUADRO 1.13.3 - Massa superficial. Alvenaria de blocos de betão
de escórias vulcânicas. Paredes simples de alvenaria 1.54

PAVIMENTOS DE MADEIRA.

QUADRO 1.14.1 - Resistências térmicas. Pavimentos de madeira 1.57


QUADRO 1.14.2 - Coeficientes de transmissão térmica. Pavimentos de madeira 1.57
QUADRO 1.14.3 - Massa superficial. Pavimentos de madeira 1.58

QUADRO 1.15 - PAVIMENTOS ALIGEIRADOS DE VIGOTAS E BLOCOS DE


BETÃO DE ESCÓRIAS VULCÂNICAS 1.59

ANEXO 11

VALORES POR DEFEITO


DOS COEFICIENTES DE TRANSMISSÃO TÉRMICA SUPERFICIAIS

QUADRO 11.1- Coeficientes de transmissão térmica. Paredes simples de cantaria


e de alvenaria aparelhada 11.3
QUADRO 11.2- Coeficientes de transmissão térmica. Parede rebocada
(anterior a 1960). Paredes simples 11.4
QUADRO 11.3- Coeficientes de transmissão térmica. Parede rebocada
(posterior a 1960). Paredes simples ou duplas 11.5

VII
COEFICIENTES DE TRANSMISSÃO TÉRMICA
DE ELEMENTOS OPACOS DA ENVOLVENTE DOS EDIFíCIOS
Soluções construtivas de edifícios antigos
Soluções construtivas das Regiões Autónomas

1 - INTRODUÇÃO

A presente publicação destina-se a apoiar a realização de estudos no âmbito quer da


aplicação do Sistema de Certificação Energética (SCE) de edifícios quer das intervenções
de reabilitação térmica dos edifícios existentes, eventualmente visando a verificação do
cumprimento do Regulamento das Características de Comportamento Térmico dos Edifícios
(RCCTE) [1].

Na versão actual apresentam-se, sob forma tabular, valores convencionais de cálculo das
resistências térmicas e dos coeficientes de transmissão térmica de soluções correntes da
envolvente opaca dos edifícios construídos antes dos anos 50 do século passado.
Apresentam-se ainda alguns elementos de caracterização de soluções adoptadas nas
Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira.

Deste modo a presente publicação visa complementar a Informação Técnica Edifícios (ITE)
do lNEC denominada Coeficientes de transmissão térmica de elementos da envolvente
dos edifícios. Versão actualizada 2006 (ITE 50) [2].

Os valores convencionais apresentados foram calculados a partir da definição de soluções


típicas adoptadas na construção de edifícios em Portugal e nas Regiões Autónomas, tendo
como base valores convencionais das características relevantes (condutibilidades térmicas
dos materiais, resistências térmicas superficiais e de espaços de ar) constantes na ITE 50, e
a informação prestada por técnicos dos laboratórios Regionais de Engenharia Civil (lREC)
da Madeira e dos Açores.

Em complemento aos parâmetros de caracterização térmica referidos, para cada uma das
soluções apresentadas indicam-se, ainda, valores convencionais das respectivas massas
superficiais, com o objectivo de apoiar a determinação da massa superficial útil (Msi)
necessária à quantificação "detalhada" da inércia térmica interior (lt). Refira-se que, face à
variabilidade das características das soluções construtivas consideradas e, em muitos
casos, à escassa informação experimental existente sobre as respectivas propriedades, os
valores apresentados devem considerar-se convencionais, embora, em termos práticos,
convenientes para os fins em vista.
De modo a permitir a quantificação expedita de soluções construtivas (paredes) sobre as
quais se desconhece a respectiva constituição indicam-se, ainda, valores por defeito dos
correspondentes coeficientes de transmissão térmica superficial, U (Anexo 11). Como é
natural, nestas circunstâncias, esses valores têm uma razoável margem de segurança face
ao conhecimento básico da solução a caracterizar. Sempre que possível devem ser
utilizados, preferencialmente, os valores tabelados constantes do Anexo I.

2 - VALORES DE BASE

o cálculo dos parâmetros térmicos e da massa superficial apresentadas na presente


publicação com base em valores convencionais de cálculo, nomeadamente:
condutibilidades térmicas (À.) dos materiais constituintes; resistências térmicas superficiais

(Rse e Rsi) e de espaços de ar (Rar); massas volúmicas aparentes (P); e coeficientes de


transmissão térmica (U) obtidos a partir de:

informação constante na anterior ITE 50 - Coeficientes de transmissão térmica de


elementos da envolvente dos edifícios. Versão actualizada 2006 [2];

informação constante de um relatório de caracterização de soluções de paredes de


blocos de bagacina (escória vulcânica) produzidos na Região Autónoma dos Açores;
este relatório [3] foi elaborado em 1998 pelo LNEC, a pedido do Laboratório Regiona
de Engenharia Civil da Região Autónoma dos Açores;

As características geométricas e construtivas das soluções apresentadas foram definidas


com base: na experiência adquirida pelo LNEC ao longo das últimas dezenas de anos no
domínio dos Edifícios; em diversa informação bibliográfica elaborada por outras instituições;
em informações prestadas pelos LREC das Regiões Autónomas da Madeira e dos Açores.

3 - SOLUÇÕES E PARÂMETROS CARACTERIZADOS

3.1 - Soluções caracterizadas

As soluções caracterizadas nesta publicação (vd. Anexo I) pretendem complementar a


informação constante na anterior ITE 50 [2], a qual se centrava em soluções actualmente
em uso na construção de edifícios.

Assim caracterizam-se soluções de edifícios antigos que caíram em desuso, mas que ainda
representam uma parte significativa do património edificado.

2
3S eferem-se, a titulo de exemplo (vd. íNDICE), as paredes de alvenaria ordinária, as paredes
)S imples de alvenaria composta de tijolo maciço ou perfurado, as paredes simples de
é alvenaria de blocos de betão celular autoclavado e as paredes de taipa e de adobe.
~e
rocuraram-se, ainda; incluir soluções de alvenaria de pedra e de blocos de betão que
er
recorrem a matérias primas existentes nas Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira,
omeadamente o basalto (utilizado em paredes de alvenaria ordinária ou de cantaria) e
escórias vulcânicas usadas no fabrico de blocos para alvenaria e de blocos de aligeiramento
para pavimentos prefabricados).

te De referir que muitas das soluções construtivas de edifícios existentes mais recentes (ou

e: esmo antigos) continuam a poder ser quantificadas, ou calculadas, com base nos quadros
e elementos constantes da anterior ITE 50 [2].
is

le
3.2 - Parâmetros quantificados

- Generalidades
::-- e ementos construtivos apresentados na presente publicação inclui soluções
-!5::=:::;':=:::::::-~ _B solamento térmico, uma vez que tal não corresponde, de modo nenhum, a
-,-,-~~.c;;....; ac ual corrente. Todavia, com base nas resistências térmicas indicadas e
.a ores convencionais constantes na ITE 50 [2] (ou em outras fontes idóneas)
te possível caracterizar qualquer solução de reabilitação térmica já
que se pretenda estudar.

ida, ou na impossibilidade de aceder à informação necessária à clara


~-=:::::l::2: ca constituição de uma solução, podem ser utilizados os .valores mais
rrespondentes ao tipo genenco da solução em estudo. Tal é o que se
11,o qual se refere à caracterização de paredes sobre as quais existe um
e nível básico, nomeadamente, espessura, período de construção e
erficial.

ilização dos valores tabelados mais adequados exige um conhecimento


-- e soluções em estudo, nomeadamente, do seu período de construção e da

- 'ê '\:l \~'\)"6l'Iâ"6 \l'I\'C~'Cl'Iy~'C"6


~'C c'Cn)'i)cação eneTge'úca ou ce rea'Di'il'tação
térmica de edifícios deverão, se o não dispuserem, adquirir esse conhecimento. De referir,
3 ainda, que a recomendação e a definição de soluções de melhoria (reabilitação térmica) da
envolvente dos edifícios requer um conhecimento mais aprofundado do desempenho
global das soluções objecto de estudo.

3
3.2.2 - Resistências térmicas convencionais

Para cada solução construtiva tabelada (vd. Anexo I) apresentam-se as resistências


térmicas convencionais que permitem apoiar o cálculo de outras soluções não
consideradas.

De referir que os valores das resistências térmicas convencionais indicados não incluem
a eventual contribuição de quaisquer revestimentos exteriores ou interiores.

3.2.3 - Coeficientes de transmissão térmica


Para cada solução construtiva apresentam-se valores convencionais de coeficientes de
transmissão térmica superficial que permitem quantificar termicamente as soluções
correntes tabeladas (vd. Anexo I).

Para cada solução considerada apresentam-se duas tabelas:

- uma com os valores do coeficiente de transmissão térmica, U, correspondentes a


elementos da envolvente exterior [1];

- uma outra com os valores do coeficiente de transmissão térmica, U, correspondentes


a elementos da envolvente interior [1]. (designado por U1.n.a na anterior ITE 50 [2]).

Em cada situação concreta a definição das envolventes exterior e interior e a selecção dos
valores adequados de U ou U1.n.a devem ser efectuadas de acordo com os princípios
definidos no RCCTE [1].

De referir que os valores dos coeficientes de transmissão térmica superficial convencionais


indicados incluem a contribuição de soluções correntes de eventuais revestimentos
exteriores ou interiores.

3.2.4 - Massas superficiais


Para cada solução construtiva tabelada (vd. Anexo I) apresentam-se valores convencionais
de massas superficiais (massa por unidade de superfície do elemento) que, caso se
pretenda e se justifique, permitem quantificar o contributo para a inércia térmica interior [1]
das soluções correntes indicadas ou de outras soluções realizadas com base nestas.

4
AGRADECIMENTOS

--,~-- -- presente publicação agradecem aos colegas do LNEC (Eng,OSManuel Baião,


arvalho e António Vilhena), dos LREC das R A dos Açores (Enq." Vidália
adeira (Enq.? Miguel Correia), de diversas Universidades e Institutos
ando Pinho e Eng,a Maria Idália Gomes, Eng,O Aníbal Costa), e da firma
- _ - Garlos Afonso) que prestaram informação oral e documental (incluindo a
-~-'~, ':: r--ografias) que contribuiu para uma melhor aproximação ao tema que constitui
:> abalho.

5
ico
57,

ião
)a:
O).

de

Lei
B.
:ão

ara ANEXO I
),

1M,

:ão VALORES CONVENCIONAIS DE CÁLCULO


DA RESISTÊNCIA TÉRMICA,
DOS COEFICIENTES DE TRANSMISSÃO TÉRMICA SUPERFICIAIS
E DA MASSA SUPERFICIAL DE ELEMENTOS OPACOS DA ENVOLVENTE
Soluções construtivas de edifícios antigos
Soluções construtivas das Regiões Autónomas

1.1
ICHA SUMÁRIA FS 1 PAREDES DE PEDRA
PAREDES SIMPLES DE CANTARIA E DE ALVENARIA APARELHADA

Pedra para parede de cantaria:

Fig. 1.1.1 - Imagem de uma pedra de cantaria


Descrição sumária: Pedra em que todas as Fig. 1.1.3 - Parede recente de cantaria
aces são aparelhadas (embora possam com juntas de espessura reduzida
apresentar uma textura mais ou menos
trabalhada) excepto as que constituem um
paramento para o qual está previsto um
revestimento (reboco). As pedras para
alvenaria aparelhada apresentam uma
geometria e faces mais toscas (Figs. 1.1.5 e
1.1.9).

Tipos de pedras utilizadas: o granito


predomina nas zonas de Trás-os-Montes,
Beiras e Douro Litoral.
No Douro e, ainda nas Beiras, predomina o
xisto.
Na região de Lisboa, e em algumas zonas
alentejanas, predominam os calcários.
Nas Regiões Autónomas dos Açores e da
Madeira a pedra utilizada é de origem
Fig. 1.1.4 - Parede de cantaria de basalto com
vulcânica, em geral, basalto.
juntas de espessura reduzida

Paredes de pedra:

Fig. 1.1.2 - Parede de cantaria com juntas Fig. 1.1.5 - Parede de alvenaria aparelhada
de espessura reduzida com juntas de argamassa

1.3
A parede de cantaria é utilizada na envolvente com paredes de alvenaria ordinária (vd. FS 3),
exterior de edifícios antigos, sendo seguem a nobreza e a imponência das
considerada como a mais nobre de todas. paredes. Com frequência os pavimentos são
Como tal apresenta os custos mais elevados, em pedra e os tectos são realizados por arcos
resultantes do material aplicado (pedra bem ou abóbadas.
aparelhada) e da mão-de-obra especializada
Nestes edifícios ou não existem varandas ou
requerida.
são realizadas por lajes de pedra com largura
As juntas entre as pedras são, normalmente, reduzida.
de pequena espessura e preenchidas por
argamassa (Figs. 1.1.2 a 1.1.4).

No entanto as pedras podem ser apenas


sobrepostas e justapostas, sem utilização de
argamassa, exigindo para tal que o seu
aparelho seja regular, com todas as faces
planas, e notando-se apenas as linhas rectas
das juntas fechadas.
Por vezes, devido ao custo da pedra, as
paredes eram realizadas por dois ou mais
panos de cantaria, sendo o espaço intermédio
entre panos preenchido, geralmente, com
entulho proveniente de restos da própria
construção. Deste modo aparenta ser uma
parede de cantaria de espessura elevada.

Entulho

Fig. 1.1.7- Edifício de pedra de cantaria

Fig. 1.1.6 - Desenho esquemático (planta)


ilustrativo de uma parede de cantaria
de dois panos, com espaço intermédio
preenchido com entulho

Edifícios com paredes de pedra:

Tipos de edifícios: As paredes de cantaria


são uma solução com utilização em edifícios
"nobres", palácios, palacetes, solares e
igrejas.
Geralmente os edificios detentores desta
solução têm uma envolvente maciça.
Os edifícios com paredes de pedra são,
Fig. 1.1.8 - Edifício de pedra de cantaria
geralmente, compostos por dois pisos, rés-do-
em bom estado de conservação
chão e primeiro andar.
Os pavimentos neste tipo de construção, com
vãos superiores aos encontrados em edificios

1.4
3),
ías
ião
:;os

ou
.ira

Fig. 1.1.9 - Edificio em alvenaria de pedra


aparelhada (aparelho rústico) em bom estado
de conservação
Período de construção em Portugal:
Edifícios geralmente antes de 1755.
onstrução posterior: pouco corrente Fig. 1.1.10 - Parede (1940/1950) de alvenaria
devido ao custo elevado do material e da mão de tijolo com capeamento de pedra
ce obra). Encontra-se, sobretudo, em edifícios
obres" e em zonas rurais (grandes
:: opriedades, solares).
'dentificação: como é uma parede em que,
s geral, o paramento exterior (e por vezes
bém o interior) fica aparente, a sua
:entificação é fácil.

pedras de cantaria apresentam faces bem


a arelhadas, em geral com dimensões (altura)
_ ais em cada fiada. Juntas ortogonais e de
pessura diminuta.
e referir que algumas paredes de diversas
cas, mesmo mais recentes
meadamente alvenarias de tijolo), podem
esentar um aspecto semelhante, mas
- 'do através da aplicação de um forro Fig. 1.1.11 - Parede de alvenaria de tijolo
capeamento) de pedra, em geral de pequena com capeamento de pedra
- oessura, sobre o paramento exterior ou
tenor (Figs. 1.1.10 a 1.1.13).
- observação atenta das juntas e das arestas
nhais) permite identificar que se trata na
"ealidade de um capeamento e não de uma
a enaria de pedra (Fig. 1.1.13).
or vezes o próprio reboco pretende imitar
..• a alvenaria de pedra (Fig.1.1.14).

Fig. 1.1.12 - Parede recente de alvenaria


de tijolo furado com capeamento de pedra

1.5
Soluções empregues em reabilitação
térmica: de modo a não alterar a aparência do
paramento exterior (pedra à vista) as
intervenções de reabilitação térmica têm sido,
em geral, realizadas pelo interior (isolante
térmico revestido por placa de gesso
cartonado ou forro de madeira).
As soluções de reabilitação térmica a
recomendar (quer pelo exterior quer pelo
Fig. 1.1.13 - Pormenores de juntas interior) têm de ter em atenção a
e de arestas de capeamentos de pedra especificidade das características
em paredes correntes arquitectónicas e históricas, do estado de
conservação e do comportamento global da
parede. Em muitos casos, o isolamento
térmico de paredes deste tipo pode não
constituir uma prioridade de intervenção.

NOTA: A referência às soluções de que se


tem conhecimento terem sido empregues na
reabilitação deste tipo de paredes não
pretende, necessariamente, indicar que se
trata de soluções globalmente adequadas.

Fig. I. 1.14 - Imitação de cantaria feita com o


reboco de argamassa (pintado)

1.6
o QUADRO 1.1.1 RESISTÊNCIAS TÉRMICAS
o
s PAREDES DE GRANITO
I, PAREDES SIMPLES DE CANTARIA E DE ALVENARIA APARELHADA
a
R [(m2. OC)/W]

3 Espessura da parede (*)


)
Tipo de elemento [m]
3
0,20 0,40 0,60 0,80 1,00

3 pedra de granito 0,07 0,14 0,21 0,29 0,36


)

)
• - A espessura da parede indicada não inclui quaisquer revestimentos.
espessura total das paredes existentes, se revestidas, corresponde, em geral, ao valor indicado no
uadro acrescentado de 15 a 30 mm (parede revestida numa ou em ambas as faces).

OTA: As resistências térmicas indicadas no quadro 1.1.1 correspondem a paredes simples de


cantaria ou de pedra aparelhada, sem quaisquer revestimentos, e não incluem resistências térmicas
superficiais (exterior e interior).

QUADRO 1.1.2 COEFICIENTES DE TRANSMISSÃO TÉRMICA


PAREDES SIMPLES DE CANTARIA E DE ALVENARIA APARELHADA
(GRANITO)
U [W/(m2. OC))

PAREDES EXTERIORES (Rse + Rsi = 0,17 [(m2. CC)IW])

Espessura da parede
Tipo de elemento [m]
0,20 0,40 0,60 0,80 1,00

pedra de granito 3,7 2,9 2,4 2,1 1,8

PAREDES DA ENVOLVENTE INTERIOR (Rse + Rsi = 0,26 [(m2. CC)IW])

Espessura da parede
Tipo de elemento [m]

0,20 0,40 0,60 0,80 1,00

pedra de granito 2,8 2,3 2,0 1,7 1,6

OTAS: Os valores de U indicados no quadro 1.1.2 são aplicáveis a paredes com ou sem
revestimentos correntes.
A definição de envolvente interior consta do RCCTE [1].

1.7
QUADRO 1.1.3 MASSA SUPERFICIAL
PAREDES SIMPLES DE CANTARIA E DE ALVENARIA APARELHADA
(GRANITO)

MASSA SUPERFICIAL DA PAREDE [(kg/m2)] (*l

Espessura da parede
Tipo de elemento [m]
0,20 0,40 0,60 0,80 1,00

pedra de granito 520 1040 1560 2080 2600

* - Os valores indicados não incluem a massa superficial de eventuais revestimentos; a massa


volúmica aparente (p, expressa em kg/m3) dos revestimentos correntes (estuques, rebocos, madeira,
pedra, etc.) pode ser obtida por consulta da ITE 50 [2].

NOTA: Para efeitos de cálculo da inércia térmica interior o cálculo da massa superficial útil (Msi)
deve ter em consideração a existência de eventuais soluções de isolamento térmico, as
características dos eventuais revestimentos da parede (em particular a resistência térmica) e o
disposto no RCCTE [1].

1.8
AL QUADRO 1.2.1 RESISTÊNCIAS TÉRMICAS
)A PAREDES DE CALCÁRIO

O) PAREDES SIMPLES DE CANTARIA E DE ALVENARIA APARELHADA

R [(m2. 'C)/W]

Espessura da parede (*)

Tipo de elemento [m]


0,20 0,40 0,60 0,80 1,00
pedra de calcário macio 0,18 0,36 0,55 0,73 0,91

pedra de calcário duro 0,12 0,24 0,35 0,47 0,59

iSa - A espessura da parede indicada não inclui quaisquer revestimentos.


ra,
espessura total das paredes existentes, se revestidas, corresponde, em geral, ao valor indicado no
uadro acrescentado de 15 a 30 mm (parede revestida numa ou em ambas as faces).
SI}
as OTA: As resistências térmicas indicadas no quadro 1.2.1 correspondem a paredes simples de
o cantaria ou de pedra aparelhada, sem quaisquer revestimentos, e não incluem resistências térmicas
uperficiais (exterior e interior).

QUADRO 1.2.2 COEFICIENTES DE TRANSMISSÃO TÉRMICA


PAREDES SIMPLES DE CANTARIA E DE ALVENARIA APARELHADA
(CALCÁRIO)
U [W/(m2. 'C)]

PAREDES EXTERIORES (Rse + Rsi = 0,17 [(m2. "C)IW])

Espessura da parede
Tipo de elemento [m]
0,20 0,40 0,60 0,80 1,00
pedra de calcá rio macio 2,6 1,8 1,3 1,1 0,90

pedra de calcário duro 3,2 2,3 1,8 1,5 1,3

PAREDES DA ENVOLVENTE INTERIOR (Rse + RSi = 0,26 [(m2. "C)IW])

Espessura da parede
Tipo de elemento [m]
0,20 0,40 0,60 0,80 1,00
pedra de calcário macio 2,1 1,5 1,2 1,0 0,83

pedra de calcário duro 2,5 1,9 1,6 1,3 1,1

OTAS: Os valores de U indicados no quadro 1.2.2 são aplicáveis a paredes com ou sem
evestimentos correntes.
definição de envolvente interior consta do CC E l J.

1.9
QUADRO 1.2.3 MASSA SUPERFICIAL
PAREDES SIMPLES DE CANTARIA E DE ALVENARIA APARELHADA
(CALCÁRIO)

MASSA SUPERFICIAL DA PAREDE [(kglm2)] (*)

Espessura da parede
Tipo de elemento [m]
0,20 0,40 0,60 0,80 1,00
pedra de calcá rio macio 340 680 1020 1360 1700
pedra de calcário duro 420 840 1260 1680 2100

* - Os valores indicados não incluem a massa superficial de eventuais revestimentos; a massa


volúmica aparente (p, expressa em kglm3) dos revestimentos correntes (estuques, rebocos, madeira,
pedra, etc.) pode ser obtida por consulta da ITE 50 [2].

NOTA: Para efeitos de cálculo da inércia térmica interior o cálculo da massa superficial útil (Msl)
deve ter em consideração a existência de eventuais soluções de isolamento térmico, as
características dos eventuais revestimentos da parede (em particular a resistência térmica) e o
disposto no RCCTE [1].

1.10
QUADRO 1.3.1 RESISTÊNCIAS TÉRMICAS
L
PAREDES DE XISTO
A
PAREDES SIMPLES DE CANTARIA E DE ALVENARIA APARELHADA
»)
R [(m2. 'C)/W]

Espessura da parede (*)

Tipo de elemento [m]


0,20 0,40 0,60 0,80 1,00

pedra de xisto 0,09 0,18 0,27 0,36 0,45

* - A espessura da parede indicada não inclui quaisquer revestimentos.


A espessura total das paredes existentes, se revestidas, corresponde, em geral, ao valor indicado no
quadro acrescentado de 15 a 30 mm (parede revestida numa ou em ambas as faces).

NOTA: As resistências térmicas indicadas no quadro 1.3.1 correspondem a paredes simples de


cantaria e de pedra aparelhada, sem quaisquer revestimentos, e não incluem resistências térmicas
superficiais (exterior e interior).

QUADRO 1.3.2 COEFICIENTES DE TRANSMISSÃO TÉRMICA


PAREDES SIMPLES DE CANTARIA E DE ALVENARIA APARELHADA
(XISTO)
U [W/(m2. 'C)]

PAREDES EXTERIORES (Rse + Rsi = 0,17 [(m2. CC)/W))

Espessura da parede
Tipo de elemento [m]

0,20 0,40 0,60 0,80 1,00

pedra de xisto 3,4 2,6 2,1 1,8 1,5

PAREDES DA ENVOLVENTE INTERIOR (Rse + Rsi = 0,26 [(m 2


. 'C)/W))

Espessura da parede
Tipo de elemento [m]
0,20 0,40 0,60 0,80 1,00

pedra de xisto 2,6 2,1 1,8 1,5 1,3

aTAS: Os valores de U indicados no quadro 1.3.2 são aplicáveis a paredes com ou sem
revestimentos correntes.
A definição de envolvente interior consta do RCCTE [1].

1.11
QUADRO 1.3.3 MASSA SUPERFICIAL
PAREDES SIMPLES DE CANTARIA E DE ALVENARIA APARELHADA
(XISTO)

MASSA SUPERFICIAL DA PAREDE [(kg/m2)] <.l


Espessura da parede
Tipo de elemento [m]
0,20 0,40 0,60 0,80 1,00

pedra de xisto 480 960 1440 1920 2400

• - Os valores indicados não incluem a massa superficial de eventuais revestimentos; a massa


volúmica aparente (p, expressa em kg/m3) dos revestimentos correntes (estuques, rebocos, madeira,
pedra, etc.) pode ser obtida por consulta da ITE 50 [2].

NOTA: Para efeitos de cálculo da inércia térmica interior o cálculo da massa superficial útil (Msí)
deve ter em consideração a existência de eventuais soluções de isolamento térmico, as
características dos eventuais revestimentos da parede (em particular a resistência térmica) e o
disposto no RCCTE [1].
lI. QUADRO 1.4.1 RESISTÊNCIAS TÉRMICAS
A PAREDES DE BASALTO

» PAREDES SIMPLES DE CANTARIA E DE ALVENARIA APARELHADA

R [(m2. CC)/W]

Espessura da parede (*)

Tipo de elemento [m]


0,20 0,40 0,60 0,80 1,00

pedra de basalto 0,13 0,25 0,38 0,50 0,63

* - A espessura da parede indicada não inclui quaisquer revestimentos.


A espessura total das paredes existentes, se revestidas, corresponde, em geral, ao valor indicado no
quadro acrescentado de 15 a 30 mm.

NOTA: As resistências térmicas indicadas no quadro 1.4.1 correspondem a paredes simples de


cantaria, sem quaisquer revestimentos, e não incluem resistências térmicas superficiais (exterior e
interior).

QUADRO 1.4.2 COEFICIENTES DE TRANSMISSÃO TÉRMICA


PAREDES SIMPLES DE CANTARIA E DE ALVENARIA APARELHADA
(BASALTO)
U [W/(m2. CC)]

PAREDES EXTERIORES (Rse + Rsi = 0,17 [(m2. "C)MI])

Espessura da parede
Tipo de elemento [m]

0,20 0,40 0,60 0,80 1,00

pedra de basalto 3,1 2,2 1,7 1,4 1,2

PAREDES DA ENVOLVENTE INTERIOR (Rse + Rsi = 0,26 [(m2. "C)MI])

Espessura da parede
Tipo de elemento [m}

0,20 0,40 0,60 0,80 1,00

pedra de basalto 2,4 1,9 1,5 1,3 1,1

NOTAS: Os valores de U indicados no quadro 1.4.2 são aplicáveis a paredes com ou sem
revestimentos correntes.
A definição de envolvente interior consta do RCCTE [1].

1.13
QUADRO 1.4.3 MASSA SUPERFICIAL
PAREDES SIMPLES DE CANTARIA E DE ALVENARIA APARELHADA
(BASALTO)

MASSA SUPERFICIAL DA PAREDE [(kglm2)] <*l

Espessura da parede
Tipo de elemento [m]
0,20 0,40 0,60 0,80 1,00

pedra de basalto 570 1140 1710 2280 2850

* - Os valores indicados não incluem a massa superficial de eventuais revestimentos; a massa


volúmica aparente (p, expressa em kglm3) dos revestimentos correntes (estuques, rebocos, madeira,
pedra, etc.) pode ser obtida por consulta da ITE 50 [2].

NOTA: Para efeitos de cálculo da inércia térmica interior o cálculo da massa superficial útil (Msí)
deve ter em consideração a existência de eventuais soluções de isolamento térmico, as
características dos eventuais revestimentos da parede (em particular a resistência térmica) e o
disposto no RCCTE [1].

1.14
~L FICHA SUMÁRIA FS 2 ALVENARIA DE PEDRA
A PAREDES SIMPLES DE ALVENARIA DE PEDRA SECA
) (OU ALVENARIA INSOSSA)
Pedras constituintes de paredes
de alvenaria:

a
I,

Fig. 1.2.1 - Pedras utilizadas para execução Fig. 1.2.3 - Aspecto de uma parede de pedra
de paredes de alvenaria insossa seca
)
Descrição sumária: As pedras são toscas,
angulosas ou roladas, de forma e dimensões
irregulares.

Tipos de pedras utilizadas: As pedras


tilizadas podem ser de granito, de xisto, de
calcá rio ou de basalto, consoante a
isponibilidade local (vd. Ficha Sumária
FS 1).

Paredes de pedra seca, ou insossa:

Fig. 1.2.4 - Pormenor de parede de pedra seca

Para colmatar os espaços entre pedras de


maiores dimensões e evitar que fiquem soltas,
neles são colocadas lascas de pedras partidas
com menores dimensões (Figs. 1.2.2 a 1.2.4).

As juntas verticais de fiadas consecutivas são


desencontradas e utilizam-se pedras de
maiores dimensões, como perpianhos, para
estabilizar a parede.

Fig. 1.2.2 - Aspecto de uma parede As paredes de pedra seca não utilizam
de pedra seca argamassa de ligação entre as pedras. Como
tal, apresentam juntas abertas que deixam
Parede utilizada em zonas onde abundava a entrar ar frio e húmido para o interior da
pedra e rareava a cal. habitação. Como forma de evitar essa
As pedras são aplicadas sem aparelho situação era habitual aplicar nessas juntas
(toscas) ou simplesmente desbastadas (com o terra (Fig. 1.2.5), palha ou escacilhos [4] de
camartelo) [4], assentes, sem argamassa, pela pedra como forma de melhorar as condições
face que se apresenta mais regularizada. de habitabilidade.
As espessuras das alvenarias são elevadas. Actualmente a maioria das paredes de
alvenaria de pedra seca são rebocadas no
paramento interior, melhorando

1.15
significativamente as respectivas condições de
habitabilidade.

Fig. 1.2.8 - Edifício recente com paredes de


alvenaria de pedra de xisto

Tipos de edifícios: os edifícios com paredes


de pedra seca encontram-se em zonas rurais.

Fig. 1.2.5 - Aspecto de uma parede de pedra Os edifícios que utilizam esta solução são de
seca com terra a tamponar os vazios pequeno porte, em geral apenas com um
andar térreo.
Edifícios de alvenaria de pedra seca: Os vãos destes edifícios são de pequenas
dimensões.
A compartimentação interior e as paredes da
envolvente interior (por exemplo paredes de
separação das zonas de arrumos) são, por
vezes, realizados com base em madeira, tijolo
maciço, etc.
Período de construção em Portugal: até ao
final do séc. XIX;
Construção posterior. pouco habitual a partir
daquela data.
Identificação: Em geral, os paramentos
exterior e interior ficam aparentes, o que
facilita a identificação deste tipo de parede.
Todavia, como já se referiu, em muitas das
construções recuperadas, as paredes de
pedra seca foram rebocadas, numa ou em
Fig. 1.2.6 - Edifício com paredes de alvenaria ambas as faces como forma de evitar a
de pedra seca entrada de frio e humidade para o interior.
Soluções empregues em reabilitação
térmica: Em geral as intervenções de
reabilitação visam a correcção de outras
anomalias (infiltração de humidade,
fendilhação, desmoronamentos locais, etc.). A
solução com maior probabilidade de ser
encontrada será de isolamento pelo interior.
As soluções de reabilitação térmica a
recomendar têm de ter em atenção o estado
de conservação da parede, e a especificidade
das características e do comportamento global
da parede.

NOTA: A referência às soluções de que se


tem conhecimento terem sido empregues na
Fig. 1.2.7 - Edifício com paredes de alvenaria reabilitação deste tipo de paredes não
de pedra seca pretende, necessariamente, indicar que se
trata de soluções globalmente adequadas.

1.16
QUADRO 1.5 ALVENARIA DE PEDRA
PAREDES SIMPLES DE PEDRA SECA OU ALVENARIA INSOSSA

RESISTÊNCIAS TÉRMICAS
R

Adoptar os valores constantes dos quadros 1.1.1, 1.2.1, 1.3.1 ou 1.4.1 consoante o tipo de
pedra da parede em estudo.

COEFICIENTES DE TRANSMISSÃO TÉRMICA


U

Adoptar os valores constantes dos quadros 1.1.2, 1.2.2, 1.3.2 ou 1.4.2 consoante o tipo de
pedra da parede em estudo.

MASSA SUPERFICIAL

doptar os valores constantes dos quadros 1.1.3, 1.2.3, 1.3.3 ou 1.4.3 consoante o tipo de
edra da parede em estudo.

1.17
FICHA SUMÁRIA FS 3 ALVENARIA ORDINÁRIA
PAREDES SIMPLES DE ALVENARIA DE PEDRA E ARGAMASSA

Pedras para alvenaria ordinária:

Fig. 1.3.1 - Pedra corrente para alvenaria


ordinária
Fig. 1.3.3 - Aspecto de parede de alvenaria
Descrição sumária: Pedras de dimensões
ordinária sem e com reboco
variadas (possibilidade de transporte manual
em determinadas situações), sem qualquer
tipo de aparelho (toscas) [4], ou com uma face
mais ou menos aparelhada (alvenaria
aparente).
Por vezes na construção deste tipo de
paredes a pedra é associada a tijolos e a
pedaços de tijolos maciços (Figs. 1.3.8 e 1.3.9).
Tipos de pedras utilizadas: o granito
predomina nas zonas de Trás-os-Montes,
Beiras e Douro Litoral.
No Douro e, ainda nas Beiras, predomina o
xisto.
Na região de Lisboa, Estremadura e em
algumas zonas alentejanas, predominam os
calcários.
Fig. 1.3.4 - Aspecto de parede de alvenaria
Nas Regiões Autónomas dos Açores e da ordinária revestida a azulejo
Madeira a pedra utilizada é de origem
vulcânica, em geral, basalto.

Paredes de alvenaria ordinária:

Fig. 1.3.5 - Aspecto de parede de alvenaria


Fig. 1.3.2 - Aspecto de parede de alvenaria ordinária aparente, com cunhal constituído
ordinária revestida com reboco por pedras de maiores dimensões

1.19
Fig. 1.3.9 - Pormenor de parede de alvenaria
ordinária (pode observar-se a utilização de
pedra, de tijolos e de pedaços de tijolo) na
Fig. 1.3.6- Aspecto de parede de alvenaria zona de vãos e de uma varanda, com o
aparente (pedras com faces aparelhadas) revestimento degradado

Fig. 1.3.7 - Pormenor de parede de alvenaria Fig. 1.3.10 - Aspecto de parede com cruz de
ordinária com paramento não-revestido Santo André preenchida por alvenaria
ordinária (sem revestimento)

A construção da parede começa limpando e


molhando-se as pedras antes de serem
colocadas, sendo estas primeiro assentes a
seco e procurando-se a melhor posição, e só
depois se faz o assentamento com recurso a
argamassa de cal e areia, batendo até esta
refluir pelas juntas e calçando-as com lascas
de pedra [4].
A percentagem da argamassa de
assentamento das paredes de alvenaria
ordinária é elevada, em geral superior a 25%.
Tanto nos edifícios pombalinos como
gaioleiros a cruz de Santo André (Fig. 1.3.10)
formando os frontais é preenchida com uma
Fig. 1.3. 8 - Aspecto de parede de alvenaria alvenaria de pequenas pedras e tijolos.
ordinária em zona corrente (pode observar-se
a utilização de pedra, de tijolos e de pedaços As paredes podem apresentar uma ou ambas
de tijolo), sem revestimento as faces revestidas.

1.20
s revestimentos exterior e interior,
-radicionalmente de argamassa ordinária (cal
aérea e areia), apresentam cerca de 70 mm a
'20 mm de espessura total (revestimentos
erior mais exterior) [4].
utros tipos de revestimentos são utilizados,
omeadamente revestimentos cerâmicos
Cig. 1.3.4), soletos de ardósia (Figs. 1.3.11 e
3.12) ou mesmo de madeira.
omo forma de proteger a parede da acção da
uva, em particular no norte de País existem
uitos edifícios em que as empenas estão
evestidas por chapas de fibrocimento ou
etálicas (Figs. 1.3.13 e 1.3.18) fixadas a uma
estrutura, em geral de perfis de madeira,
Fig. 1.3.13 - Pormenor de edifício de alvenaria
aplicada sobre a parede de alvenaria.
ordinária revestido por chapa metálica em
zona de empena

Edifícios de alvenaria ordinária:

Fig. 1.3.11 - Pormenor de fachada de edifício


de alvenaria ordinária revestido
com soletos de ardósia

Fig. 1.3.14 - Edifico de alvenaria ordinária


rebocada em bom estado de conservação

Fig. 1.3.12 - Pormenor de fachada de edifício


de alvenaria ordinária revestido com soletos
de ardósia pintados

1.21
Fig. 1.3.15 - Aspecto de parede de alvenaria
ordinária em basalto, sem revestimento
exterior
Fig. 1.3.17 - Edifício com paredes de alvenaria
ordinária revesti das por elementos cerâmicos
(azulejos)

Fig. 1.3.18 - Edifício de vários pisos com


paredes de alvenaria ordinária revestida a
azulejo (fachada) e com chapa metálica (zona
Fig. 1.3.16 - Edifício de vários pisos, com superior da empena)
paredes de alvenaria ordinária em bom estado
de conservação

1.22
embasamentos de cantaria ou de alvenaria e
pedra aparelhada (Fig. 1.3.20).

Fig. 1.3.19 - Edifício de alvenaria ordinária


rebocada com sinais evidentes de degradação

Tipos de edifícios: Os edifícios com paredes


exteriores de alvenaria ordinária apresentam
altura variável, podendo atingir 5/6 pisos.
As paredes apresentam espessuras elevadas,
em geral da ordem de 0,40 m a 0,90 m,
Fig. l.3.20 - Aspecto de uma parede
dependendo do número de pisos [5]. Como é
de alvenaria ordinária com embasamento
natural, a espessura da parede é maior nos
e cunhais de pedra aparelhada
pisos inferiores e menor nos pisos superiores.
Em edifícios sujeitos a intervenções de
As vergas dos vãos são realizadas com pedra
ampliação ou de reconstrução é possível que
de cantaria possuindo geralmente um arco de
as. ~ovas paredes, simples ou duplas, sejam
descarga por cima dessa pedra em tijolo ou
realizadas por alvenarias de tijolo cerâmico ou
pedra para dissipar as cargas.
de blocos de betão leve.
Os pavimentos são geralmente de madeira. As
Por vezes este tipo de parede de alvenaria
varandas ou não existem ou são realizadas
ordinária é revestido (pelo menos ao nível do
por lajes de pedra com largura reduzida
piso térreo) por um capeamento de pedra (30
(Figs 1.3.14 a 1.3.19).
a 100 mm de espessura), com geometria
Em algumas zonas (varandas, marquises, regular, aparentando tratar-se de uma parede
cozinhas e casas de banho) os pavimentos de cantaria (vd. Ficha Sumária FS 1).
são realizados por perfis metálicos e
Período de construção em Portugal:
abobadilhas de tijolo. Em edifícios mais
Solução comum na maior parte dos edifícios
recentes (a partir de 1940) os pavimentos são
de habitação no período entre 1755 a 1940
executados com lajes de betão armado
devido ao seu custo inferior ao da parede de
Com frequência as paredes interiores (por cantaria. Solução também utilizada nos
exemplo, as paredes de separação das zonas edifícios pombalinos e gaioleiros.
de circulação comuns) podem ser de madeira
Construção posterior: pouco corrente.
(tabiques), de alvenaria de tijolo ou frontais.
Encontra-se, sobretudo, em zonas rurais.
Por vezes a parede de alvenaria ordinária é
Identificação: Através de descontinuidades
utilizada em edifícios denominados "mistos",
nos revestimentos (frequentemente
sendo utilizada no rés-do-chão uma parede de
degradados) poderão observar-se as pedras e
cantaria (com espessura elevada); as paredes
a argamassa constituintes da parede.
dos pisos superiores são realizadas em
alvenaria ordinária. As espessuras das paredes são em geral
elevadas (superiores a 0,40 m), como se pode
Podem também encontrar-se paredes de
observar nas ombreiras das portas e das
alvenaria ordinária com cunhais ou
janelas (Fig. 1.3.21)

1.23
Fig. 1.3.21 - Aspecto da ombreira de um
edifício constituído por alvenaria ordinária
(espessura elevada)

Soluções empregues em reabilitação


térmica: Em geral as intervenções de
reabilitação visam a reparação ou a
substituição de revestimentos degradados, ou
a correcção de outras anomalias (ascensão
capilar, infiltrações, fendilhações, etc.).
As soluções de reabilitação térmica a
recomendar (quer pelo exterior quer pelo
interior) têm de ter em atenção o estado de
conservação da parede, a especificidade dos
revestimentos existentes e das características
arquitectónicas e históricas, e o
comportamento global da parede. Em muitos
casos, o isolamento térmico de paredes deste
tipo pode não constituir uma prioridade de
intervenção.

1.24
QUADRO 1.6.1 RESISTÊNCIAS TÉRMICAS
ALVENARIA ORDINÁRIA DE PEDRA DE GRANITO
PAREDES SIMPLES DE ALVENARIA

R [(m2. CC)/W]

Espessura da alvenaria (*)

Tipo de elemento [m]

0,30 0,60 0,90 1,20

pedra de granito 0,14 0,29 0,43 0,57

* - A espessura da alvenaria indicada não inclui quaisquer revestimentos.


A espessura total das paredes existentes, se revestidas, corresponde, em geral, ao valor indicado no
quadro acrescentado de 80 a 100 mm.

NOTA: As resistências térmicas indicadas no quadro 1.6.1 correspondem a paredes simples de


alvenaria ordinária, sem quaisquer revestimentos, e não incluem resistências térmicas superficiais
(exterior e interior).

QUADRO 1.6.2 COEFICIENTES DE TRANSMISSÃO TÉRMICA


PAREDES SIMPLES DE ALVENARIA ORDINÁRIA (GRANITO)
U [W/(m2. CC)]

PAREDES EXTERIORES (Rse + Rs; = 0,17 [(m2. "C)/W))


Espessura da alvenaria
Tipo de elemento [m]
0,30 0,60 0,90 1,20

pedra de granito 2,4 1,8 1,4 1,2

2
PAREDES DA ENVOLVENTE INTERIOR (Rse + Rs; = 0,26 [(m . "C)/W])

Espessura da alvenaria
Tipo de elemento [m]
0,30 0,60 0,90 1,20

pedra de granito 2,0 1,5 1,3 1,1

NOTAS: Os valores de U indicados no quadro 1.6.2 são aplicáveis a paredes com ou sem
revestimentos correntes.
A definição de envolvente interior consta do RCCTE (1).

1.25
QUADRO 1.6.3 MASSA SUPERFICIAL
PAREDES SIMPLES DE ALVENARIA ORDINÁRIA (GRANITO)

MASSA SUPERFICIAL [(kg/m2)] (*)

Espessura da alvenaria
Tipo de elemento [m]

0,30 0,60 0,90 1,20


pedra de granito 680 1350 2030 2700

* - Os valores indicados não incluem a massa superficial de eventuais revestimentos; a massa


volúmica aparente (p, expressa em kg/m3) dos revestimentos correntes (estuques, rebocos, madeira,
pedra, etc.) pode ser obtida por consulta da ITE 50 [2].

NOTA: Para efeitos de cálculo da inércia térmica interior o cálculo da massa superficial útil (Ms/)
deve ter em consideração a existência de eventuais soluções de isolamento térmico, as
características dos eventuais revestimentos da parede (em particular a resistência térmica) e o
disposto no RCCTE [1].
QUADRO 1.7.1 RESISTÊNCIAS TÉRMICAS
ALVENARIA ORDINÁRIA DE PEDRA DE CALCÁRIO
PAREDES SIMPLES DE ALVENARIA

R [(m2. 'C)/W]

Espessura da alvenaria (*)

Tipo de elemento [m]


0,30 0,60 0,90 1,20
pedra de calcá rio 0,17 0,34 0,51 0,68

* - A espessura da alvenaria indicada não inclui quaisquer revestimentos.


A espessura total das paredes existentes, se revestidas, corresponde, em geral, ao valor indicado no
quadro acrescentado de 80 a 100 mm.

NOTA: As resistências térmicas indicadas no quadro 1.7.1 correspondem a paredes simples de


alvenaria ordinária, sem quaisquer revestimentos, e não incluem resistências térmicas superficiais
(exterior e interior).

QUADRO 1.7.2 COEFICIENTES DE TRANSMISSÃO TÉRMICA


PAREDES SIMPLES DE ALVENARIA ORDINÁRIA (CALCÁRIO)
U [W/(m2. 'C)]

PAREDES EXTERIORES (Rse + Rsi = 0,17 [(m2. CC)/W])

Espessura da alvenaria
Tipo de elemento [m]
0,30 0,60 0,90 1,20
pedra de calcário 2,3 1,6 1,3 1,1

PAREDES DA ENVOLVENTE INTERIOR (Rse + Rsi = 0,26 [(m2. CC)/W]) -

Espessura da alvenaria
Tipo de elemento [m]
0,30 0,60 0,90 1,20
pedra de calcá rio 1,9 1,4 1,2 0,97

NOTAS: Os valores de U indicados no quadro 1.7.2 são aplicáveis a paredes com ou sem
revestimentos correntes.
A definição de envolvente interior consta do RCCTE [1].

1.27
QUADRO 1.7.3 MASSA SUPERFICIAL
PAREDES SIMPLES DE ALVENARIA ORDINÁRIA (CALCÁ RIO)

MASSA SUPERFICIAL DA ALVENARIA [(kg/m2)] (*)

Espessura da alvenaria
Tipo de elemento [m]

0,30 0,60 0,90 1,20

pedra de calcá rio 640 1270 1910 2540

* - Os valores indicados não incluem a massa superficial de eventuais revestimentos; a massa


volúmica aparente (p, expressa em kg/m3) dos revestimentos correntes (estuques, rebocos, madeira,
pedra, etc.) pode ser obtida por consulta da ITE 50 [2].

NOTA: Para efeitos de cálculo da inércia térmica interior o cálculo da massa superficial útil (Msi)
deve ter em consideração a existência de eventuais soluções de isolamento térmico, as
características dos eventuais revestimentos da parede (em particular a resistência térmica) e o
disposto no RCCTE [1].

1.28
QUADRO 1.8.1 RESISTÊNCIAS TÉRMICAS
ALVENARIA ORDINÁRIA DE PEDRA DE XISTO
PAREDES SIMPLES DE ALVENARIA

R [(m2. 'C)/W]

Espessura da alvenaria (*)

Tipo de elemento [m]


0,30 0,60 0,90 1,20
pedra de xisto 0,18 0,35 0,53 0,70

* - A espessura da alvenaria indicada não inclui quaisquer revestimentos.


A espessura total das paredes existentes, se revestidas, corresponde, em geral, ao valor indicado no
quadro acrescentado de 80 a 100 mm.

NOTA: As resistências térmicas indicadas no quadro 1.8.1 correspondem a paredes simples de


alvenaria ordinária, sem quaisquer revestimentos, e não incluem resistências térmicas superficiais
(exterior e interior).

QUADRO 1.8.2 COEFICIENTES DE TRANSMISSÃO TÉRMICA


PAREDES SIMPLES DE ALVENARIA ORDINÁRIA (XISTO)
U [W/(m2. 'C)]

PAREDES EXTERIORES (Rse + Rsi = 0,17 [(m2. OC)IW])

Espessura da alvenaria
Tipo de elemento [m]
0,30 0,60 0,90 1,20
pedra de xisto 2,2 1,6 1,3 1,0

PAREDES DA ENVOLVENTE INTERIOR (Rse + a, = 0,26 [(m2. 'C)IW])

Espessura da alvenaria
Tipo de elemento [m]
0,30 0,60 0,90 1,20
pedra de xisto 1,9 1,4 1,1 0,94

NOTAS: Os valores de U indicados no quadro 1.8.2 são aplicáveis a paredes com ou sem
revestimentos correntes.
A definição de envolvente interior consta do RCCTE [1].

1.29
QUADRO 1.8.3 MASSA SUPERFICIAL
PAREDES SIMPLES DE ALVENARIA ORDINÁRIA (XISTO)

MASSA SUPERFICIAL DA ALVENARIA [(kg/m2)] (*)

Espessura da alvenaria
Tipo de elemento [m]

0,30 0,60 0,90 1,20

pedra de xisto 640 1270 1910 2540

* - Os valores indicados não incluem a massa superficial de eventuais revestimentos; a massa


volúmica aparente (p, expressa em kg/m3) dos revestimentos correntes (estuques, rebocos, madeira,
pedra, etc.) pode ser obtida por consulta da ITE 50 [2].

NOTA: Para efeitos de cálculo da inércia térmica interior o cálculo da massa superficial útil (Msi)
deve ter em consideração a existência de eventuais soluções de isolamento térmico, as
características dos eventuais revestimentos da parede (em particular a resistência térmica) e o
disposto no RCCTE [1].

:;:.

1.30
QUADRO 1.9.1 RESISTÊNCIAS TÉRMICAS
ALVENARIA ORDINÁRIA DE PEDRA DE BASAL TO
PAREDES SIMPLES DE ALVENARIA

R [(m2. CC)/W]

Espessura da alvenaria (*l

Tipo de elemento [m]


0,30 0,60 0,90 1,20

pedra de basalto 0,23 0,45 0,68 0,91

* - A espessura da alvenaria indicada não inclui quaisquer revestimentos.


A espessura total das paredes existentes, se revestidas, corresponde, em geral, ao valor indicado no
quadro acrescentado de 80 a 100 mm.

NOTA: As resistências térmicas indicadas no quadro 1.9.1 correspondem a paredes simples de


alvenaria ordinária, sem quaisquer revestimentos, e não incluem resistências térmicas superficiais
(exterior e interior).

QUADRO 1.9.2 COEFICIENTES DE TRANSMISSÃO TÉRMICA


PAREDES SIMPLES DE ALVENARIA ORDINÁRIA (BASALTO)
U [W/(m2. CC)]

PAREDES EXTERIORES (Rse + Rs;::: 0,17 [(m2. OC)IW])

Espessura da alvenaria
Tipo de elemento [m]
0,30 0,60 0,90 1,20

pedra de basalto 2,0 1,4 1,1 0,85

PAREDES DA ENVOLVENTE INTERIOR (Rse + Rs; = 0,26 [(m 2


. OC)IW])

Espessura da alvenaria
Tipo de elemento [m]
0,30 0,60 0,90 1,20

pedra de basalto 1,7 1,2 0,96 0,79

NOTAS: Os valores de U indicados no quadro 1.9.2 são aplicáveis a paredes com ou sem
revestimentos correntes.
A definição de envolvente interior consta do RCCTE [1].

1.31
QUADRO 1.9.3 MASSA SUPERFICIAL
PAREDES SIMPLES DE ALVENARIA ORDINÁRIA (BASALTO)

MASSA SUPERFICIAL DA ALVENARIA [(kg/m2)] (*)

Espessura da alvenaria
Tipo de elemento [m]
0,30 0,60 0,90 1,20
pedra de basalto 720 1450 2170 2900

* - Os valores indicados não incluem a massa superficial de eventuais revestimentos; a massa


volúmica aparente (p, expressa em kg/m3) dos revestimentos correntes (estuques, rebocos, madeira,
pedra, etc.) pode ser obtida por consulta da ITE 50 [2].

NOTA: Para efeitos de cálculo da inércia térmica interior o cálculo da massa superficial útil (Msi)
deve ter em consideração a existência de eventuais soluções de isolamento térmico, as
características dos eventuais revestimentos da parede (em particular a resistência térmica) e o
disposto no RCCTE [1].

a
FICHA SUMÁRIA FS 4 PAREDES SIMPLES DE ALVENARIA
ALVENARIA COMPOSTA DE TIJOLO MACiÇO OU PERFURADO

Tijolo maciço ou perfurado: Paredes de tijolo maciço (ou perfurado):

Fig. 1.4.1 - Tijolo maciço (tijolo burro)

Fig. 1.4.3 - Parede de tijolo sem revestimento


(face à vista)

Fig. 1.4.2 - Tijolo perfurado (tijolo burro)

Descrição sumária: Tijolo maciço ou


perfurado.
Fig. 1.4.4 - Parede de tijolo (pormenor
O tijolo maciço apresenta um volume de argila
de uma janela)
cozida não inferior a 85% do seu volume total
aparente.
O tijolo perfurado possui furos perpendiculares
ao seu leito, de área não inferior a 15% nem
superior a 50% da área da face
correspondente [6]. O tijolo é composto de
argila, que poderá sofrer adições para
melhorar a composição. A mistura obtida é
moída e amassada e depois adicionada com
quantidade conveniente de água para formar
uma pasta plástica. Esta pasta é seccionada
até se obterem as dimensões convenientes.
Após um período de secagem os tijolos são
cozidos em fornos de alta temperatura.
Os tijolos utilizados na execução deste tipo de
parede têm dimensões variadas, sendo as
dimensões nominais normalizadas de 220 mm Fig. 1.4.5 - Parede de alvenaria composta
x 110 mm x 70 mm. de tijolo (face à vista)

1.33
espessura total (revestimentos interior mais
exterior).

(1 vez) (2 vezes)

Fig. 1.4.6- Parede de tijolo com revestimento Fig. 1.4.8 - Paredes simples de alvenaria
bastante degradado composta a 1 vez, a 1 Y2 vezes e a 2 vezes

Fig. 1.4.9 - Parede interior de alvenaria


composta de tijolo maciço (dimensões não
normalizadas)

Fig. 1.4.7 - Parede de alvenaria com pano Edifícios de alvenaria de tijolo maciço ou
exterior de tijolo maciço (vidrado) perfurado:
com face à vista

As paredes exteriores (de fachada) podem ter


diversas espessuras conforme o
assentamento dos tijolos, nomeadamente
(Fig. 1.4.8), a 1 vez (220 mm), a 1 ~ vezes
(335 mm) ou a 2 vezes (450 mm). As
espessuras impostas para paredes resistentes
de empena e de fachada dependem do
número de pisos do edifico, de acordo com o
especificado no art.? 250 do RGEU [5].
Algumas paredes interiores de alvenaria
composta de tijolo podem também apresentar
espessura elevada (Fig. 1.4.9).
Os paramentos são em alvenaria aparente
(face à vista) ou apresentam revestimentos Fig. 1.4.10 - Edi leio com paredes de
exteriores e interior com 30 mm a 50 mm de alvenaria de 'J acíço aparente

1.34
(tabiques), de alvenaria simples de tijolo ou
frontais (preenchidos com alvenaria ordinária).
As paredes do rés-do-chão em edifícios com
vários pisos podem apresentar uma espessura
elevada. Pode existir redução de espessura
nas paredes dos pisos superiores.
Período de construção em Portugal: entre
1830 e 1960.
Construção posterior: pouco significativa,
embora recentemente se assista ao interesse
no uso de alvenarias resistentes
(eventualmente armadas) de tijolo maciço ou
Fig. 1.4.11 Edifício de habitação multifamiliar
com reduzida percentagem de furacão, e
com panos de alvenaria de tijolo maciço
ainda, de panos de preenchimento de
aparente
alvenaria simples de tijolo maciço com face à
vista (Fig. 1.4.12).
Identificação: fácil de identificar em paredes
de tijolo com face à vista. No caso de paredes
de tijolo revestido a identificação poderá ser
realizada através de descontinuidades no
revestimento (degradado) poderão observar-
se os tijolos e a argamassa utílizada no
respectivo assentamento (Fig. 1.4.6).
Em alguns edifícios existe um pano exterior de
tijolo maciço com face à vista (Fig. 1.4.12), em
geral a % vez, associado a alvenaria de tijolo
furado ou parede de betão. O cálculo dos
correspondentes parâmetros de
caracterização térmica pode ser efectuado
recorrendo à ITE 50 [2].
Em alguns edifícios mais recentes as paredes
de tijolo furado (com elevada percentagem de
furação), de blocos de betão, ou de betão
armado apresentam um revestimento exterior
constituído por um forro de tijoleira de
Fig. 1.4.12 Edificio de habitação multifamiliar pequena espessura (tijaleira italiana)
com panos de alvenaria simples de tijolo (Fig. 1.4.13 e 1.4.14) ou de ladrilhos cerâmicos
maciço aparente (e estrutura de betão que aparenta ser um paramento de tijolo
armado) maciço à vista (com ou sem junta de
argamassa).
Tipos de edifícios: Edifícios de habitação (de
serviços e industriais) nos quais as paredes
de alvenaria de tijolo maciço desempenham,
em geral, uma função resistente. Na fase
inicial de utilização do betão armado as
paredes de tijolo maciço ou perfurado foram
utilizadas em edifícios mistos de alvenaria e
betão.
Os pavimentos são geralmente de madeira e,
em algumas zonas, de perfis metálicos e
abobadilhas de tijolo (varandas, marquises,
cozinhas, casas de banho), ou, em edifícios
mais recentes (a partir de 1940), de betão
armado. A compartimentação interior e as
paredes da envolvente interior (por exemplo Fig. 1.4.13 - Aspecto geral de uma parede
paredes de separação das zonas de de alvenaria de tijolo furado com forra
circulação comuns) podem ser de madeira cerâmica (face á vista)

1.35
Em geral, a simples observação das juntas e
das arestas (cunhais) permite identificar que
se trata na realidade de forra cerâmica ou de
um pano de alvenaria de tijolo maciço
(Fig.1.4.15).

Soluções empregues em reabilitação


térmica: As intervenções de reabilitação
térmica deste tipo de paredes, se estas se
encontram em bom estado de conservação,
são em geral efectuadas no paramento jà
revestido.
As soluções de reabilitação térmica a
recomendar têm de ter em atenção o estado
As soluções de reabilitação térmica a *
recomendar têm de ter em atenção o estado
Fig. 1.4.14 - Pormenor de uma parede de de conservação da parede, e a especificidade
alvenaria de tijolo furado com forra exterior das características e do comportamento global q
cerâmica (face à vista) da parede.

a
(~

Fig. 1.4.15 - Pormenores de cunhais de


parede com pano de alvenaria de tijolo maciço
(à esquerda) e de parede com forra de tijoleira
cerâmica (à direita)

NC
re

1.36
QUADRO 1.10.1 RESISTÊNCIAS TÉRMICAS
ALVENARIA DE TIJOLO MACiÇO (OU PERFURADO)
PAREDES SIMPLES DE ALVENARIA COMPOSTA

R [(m2. CC)/tIV]

Espessura da alvenaria (*)

Tipo de elemento [ml


0,22 0,34 0,45
(1 vez) (1 % vez) (2 vezes)
tijolo maciço (ou perfurado) 0,29 0,44 0,59

* -A espessura da alvenaria indicada não inclui quaisquer revestimentos.


A espessura total das paredes existentes, se revestidas, corresponde, em geral, ao valor indicado no
quadro acrescentado de 30 a 50 mm.

NOTAS: As resistências térmicas indicadas no quadro 1.10.1 correspondem a paredes simples de


alvenarias compostas, sem quaisquer revestimentos, e não incluem resistências térmicas superficiais
(exterior e interior).
As resistências térmicas de outros panos de alvenaria de tijolo maciço ou perfurado (com espessuras
diferentes das acima) indicadas pode ser obtida por consulta da ITE 50 [2].

QUADRO 1.10.2 COEFICIENTES DE TRANSMISSÃO TÉRMICA


ALVENARIA DE TIJOLO MACiÇO (OU PERFURADO)
PAREDES SIMPLES DE ALVENARIA COMPOSTA
U [W/(m2. CC)J

PAREDES EXTERIORES (Rse + Rsi = 0,17 [(m2. CC)IW]}

Espessura da alvenaria

Tipo de elemento [ml


0,22 0,34 0,45
(1 vez) (1 % vez) (2 vezes)
tijolo maciço (ou perfurado) 2,0 1,6 1,3

PAREDES DA ENVOLVENTE INTERIOR (Rse + Rsi = 0,26 [(m2


. CC)IW]}

Espessura da alvenaria

Tipo de elemento [ml


0,22 0,34 0,45
(1 vez) (1 % vez) (2 vezes)
tijolo maciço (ou perfurado) 1,7 1,4 1,1

NOTAS: Os valores de U indicados no quadro 1.10.2 são aplicáveis a paredes com ou sem
revestimentos correntes. A definição de envolvente interior consta do RCCTE [1].

1.37
QUADRO 1.10.3 MASSA SUPERFICIAL
ALVENARIA DE TIJOLO MACiÇO (OU PERFURADO)
PAREDES SIMPLES DE ALVENARIA COMPOSTA

MASSA SUPERFICIAL DA ALVENARIA [(kg/m2)] (*)

Espessura da alvenaria

Tipo de elemento [m]


0,22 0,34 0,45
(1 vez) (1 % vez) (2 vezes)
tijolo maciço (ou perfurado) 440 640 820

* - Os valores indicados não incluem a massa superficial de eventuais revestimentos; a massa


volúmica aparente (p, expressa em kg/m3) dos revestimentos correntes (estuques, rebocos, madeira,
pedra, etc.) pode ser obtida por consulta da ITE 50 [2].

NOTA: Para efeitos de cálculo da inércia térmica interior o cálculo da massa superficial útil (Msl)
deve ter em consideração a existência de eventuais soluções de isolamento térmico, as
características dos eventuais revestimentos da parede (em particular a resistência térmica) e o
disposto no RCCTE [1].

L
c
O

li
P
a
c,
ad
na
cal

1.38
FICHA SUMÁRIA FS 5 PAREDES SIMPLES MOLDADAS "IN SITU"
PAREDES DE TAIPA

Matéria-prima da taipa (terra argilosa): Paredes de taipa:

Fig. 1.5.1 - Zona de "empréstimo" da terra

Fig. 1.5.3 - Parede de taipa reforçada com


fibras naturais

Fig. 1.5.2 - Terra húmida preparada para ser


aplicada

Descrição sumene: terra húmida com


características argilosas, de composição ideal: Fig. 1.5.4 - Parede de taipa reforçada com
0-15% de seixo, 40-50% de areia, 20-35% de tirante metálico
silte e 15-25% de argila [7].
Inicia-se a construção de uma parede pela
Antes de ser utilizada a terra deve estar seca, fundação de alvenaria de pedra (geralmente
limpa (solo não orgânico) e triturada. Esta pedra local), com uma altura de mais ou
preparação inclui a desagregação, a mistura e menos meio metro acima do solo, evitando o
a homogeneização da terra [7]. contacto com a água que a deteriora [7].
Caso a terra não tenha as propriedades Em seguida, dois taipais são colocados na
adequadas pode ser reforçada com fibras vertical, paralelamente entre si e a uma
naturais ou ser-lhe adicionada areia, cascalho, distância igual à espessura da parede a
calou cimento. construír. O espaço entre taipais vai sendo
cheio com terra ligeiramente húmida colocada

1.39
em camadas de cerca de 0.10 m. A terra vai taipa é deixada aparente (Figs. 1.5.7 e 1.5.8)
sendo então compactada com a ajuda de um embora deste modo fique mais exposta à
pilão [7]. degradação devida aos agentes atmosféricos.

Edifícios de taipa:

Fig. 1.5.7 - Edifício de taipa com zonas não


revestidas (fácil identificação)

Fig. 1.5.5 - Parede de taipa com revestimento


e com contra-forte em alvenaria de pedra

Fig. 1.5.8 - Edifício de taipa com zonas não


revestidas
Tipos de edifícios: Solução corrente em
edificios de habitação em diversas regiões do
País onde abunda a terra barrenta,
nomeadamente Alentejo, Algarve, Leiria e
Santarém [8].
Em geral os edifícios com paredes de taipa
são de um piso, encontrando-se, com menos
frequência (raramente), edifícios de dois pisos.
As vergas dos vãos são executadas
geralmente com barrotes de madeira (Fig.
1.5.6).
Fig. 1.5.6 - Parede de taipa com espessura
A compartimentação interior é executada em
elevada (vd. ombreira), com revestimento em
madeira e em alguns casos em taipa.
reparação, podendo observar-se a verga da
janela e a estrutura do telhado em madeira O pavimento térreo é em geral de terra, por
vezes de madeira (pavimento sobrelevado).
Nos edifícios de dois andares o pavimento
Os revestimentos exterior e interior são, em
superior é, em geral. de madeira.
geral, de argamassa ordinária (cal e areia)
caiada, com 60 a 80 mm de espessura total Periodo de construção em Portugal: até
(interior e exterior) [9]. Em alguns casos a meados do séc. XX.

1.40
Construção posterior: Com alguma
expressão associada ao revivalismo pelo
interesse por este tipo de construção no
Algarve e Alentejo, em diversas outras regiões
do Pais, em construções turísticas ou de
habitação.
Identificação: As paredes possuem juntas de
construção (horizontais, verticais e diagonais).
A parede pode ser facilmente identificada caso
existam zonas não revestidas (Figs. 1.5.7 e
1.5.8) ou anomalias em revestimentos (erosão
superficial, destacamento laminar) exteriores
ou interiores, observando-se a terra
constituinte.
Soluções empregues em reabilitação
térmica: Em geral as intervenções de
reabilitação visam a reparação ou a
substituição de revestimentos degradados, ou
a correcção de outras anomalias (ascensão
capilar, infiltrações, fendilhações,
desagregação, falta de estabilidade, etc.).
As soluções de reabilitação térmica a
recomendar têm de ter em atenção o estado
de conservação da parede, e a especificidade
das caracteristicas e do comportamento global
da parede.

1.41
FICHA SUMÁRIA FS 6 PAREDES SIMPLES DE ALVENARIA
PAREDES DE ADOBE

Adobe: (menos usual), evitando o contacto com a


água que deteriora o adobe.
A execução da parede de adobe é bastante
semelhante à de alvenaria de tijolo
convencional, com juntas de assentamento,
embora utilizando-se uma argamassa de lama
sem palha.
Actualmente, podem ser utilizadas
argamassas com base em cimento natural e
de cal, o que, apesar de o custo ser mais
elevado do que a argamassa de lama sem
palha, permite a edificação de construções de
Fig. 1.6.1 - Adobes com fibras naturais maior porte [7].
Revestimentos exterior e interior em
Descrição sumária: Adobe é a designação
argamassa ordinária (cal e areia) caiada, com
dada a "tijolos" de barro amassado com água,
60 a 80 mm de espessura total (interior e
confinados em moldes e cozidos ao sol.
exterior).
As matérias-primas podem variar, mas na sua
essência consistem em misturas de base
Edifícios de adobe:
argilosa, semelhante à utilizada na taipa,
sendo a mistura ideal 55 a 75 % de areia, 10 a
28 % de silte, 15 a 18 % de argila e menos de
3 % de matéria orgânica [7].
Muitas vezes são adicionadas fibras (vegetais
ou sintéticas), de forma a criar um bloco
consistente (utiliza-se por vezes a palha (Fig.
1.6.1 ).

Solução corrente em edifícios de habitação em


regiões do País onde abunda a terra barrenta,
nomeadamente Alentejo, Algarve, Aveiro,
Coimbra, Leiria, Santarém e Tomar [8].
Fig. 1.6.3 - Edifício de adobe rebocado
Paredes de adobe:
Tipos de edifícios: Em geral os edifícios com
paredes de adobe são de um piso,
encontrando-se, com menos frequência,
edifícios de dois pisos.
As vergas dos vãos são realizadas com
barrotes de madeira ou com cantaria de pedra.
Período de utilização em Portugal: desde há
2500 anos até 1950.
Construção posterior: Associada a um
interesse revivalista no Alentejo. Mais
recentemente, em diversas regiões do País
regista-se um renascer do interesse pela
utilização desta solução em construções
Fig. 1.6.2 - Parede de adobe com arco de turísticas ou de habitação.
descarga em tijolo
Identificação: Distingue-se das construções
Inicia-se a construção da parede pela de tijolo cerâmico pela fundação diferenciada,
fundação que deverá ser de pedra ou ';0 o que pode ser de tijolo ou pedra.

1.43
Em zonas não revestidas, ou com o
revestimento degradado, podem observar-se
adobes permitindo a identificação do tipo de
parede.
Soluções empregues em reabilitação
térmica: Em geral as intervenções de
reabilitação visam a reparação ou a
substituição de revestimentos degradados, ou
a correcção de outras anomalias (ascensão
capilar, infiltrações, fendilhações,
desagregação, estabilidade, etc.).

1.44
QUADRO 1.11.1 RESISTÊNCIAS TÉRMICAS
PAREDES SIMPLES DE TAIPA OU DE ADOBE

R [(m2. CC)/W]

Espessura da parede (*)

Tipo de elemento [m]


0,40 0,60 0,80 1,00

Parede de taipa ou de adobe 0,36 0,55 0,73 0,91

* - A espessura da alvenaria indicada não inclui quaisquer revestimentos.


A espessura total das paredes existentes, se revestidas, corresponde, em geral, ao valor indicado no
quadro acrescentado de 60 a 80 mm.

NOTA: As resistências térmicas indicadas no quadro 1.11.1 correspondem a paredes simples de


taipa, sem quaisquer revestimentos, e não incluem resistências térmicas superficiais (exterior e
interior).

QUADRO 1.11.2 COEFICIENTES DE TRANSMISSÃO TÉRMICA


PAREDES SIMPLES DE TAIPA OU DE ADOBE
U [W/(m2. CC)]

PAREDES EXTERIORES (Rse + Rsi =:= 0,17 [(m2. "C)/W])

Espessura da parede (*)

Tipo de elemento [m]


0,40 0,60 0,80 1,00

parede de taipa ou de adobe 1,6 1,3 1,0 0,87

2
PAREDES DA ENVOLVENTE INTERIOR (Rse + Rsi = 0,26 [(m . "C)/W])

Espessura da parede (*)

Tipo de elemento [m}


0,40 0,60 0,80 1,00

parede de taipa ou de adobe 1,4 1,1 0,94 0,80

NOTAS: Os valores de U indicados no quadro 1.11.2 são aplicáveis a paredes com ou sem
revestimentos correntes.
A definição de envolvente interior consta do RCCTE [1].

1.45
QUADRO 1.11.3 MASSA SUPERFICIAL
PAREDES SIMPLES DE TAIPA OU DE ADOBE

MASSA SUPERFICIAL DA ALVENARIA [(kg/m2)] (*)

Espessura da parede
Tipo de elemento [m]
0,40 0,60 0,80 1,00

Parede de taipa ou adobe 750 1130 1510 1890

* - Os valores indicados não incluem a massa superficial de eventuais revestimentos; a massa


volúmica aparente (p, expressa em kg/m3) dos revestimentos correntes (estuques, rebocos, madeira,
pedra, etc.) pode ser obtida por consulta da ITE 50 [2].

NOTA: Para efeitos de cálculo da inércia térmica interior o cálculo da massa superficial útil (Msi)
deve ter em consideração a existência de eventuais soluções de isolamento térmico, as
características dos eventuais revestimentos da parede (em particular a resistência térmica) e o
disposto no RCCTE [1].

1.46
FICHA SUMÁRIA FS 7 PAREDES SIMPLES DE ALVENARIA
ALVENARIA DE BLOCOS DE BETÃO CELULAR AUTOCLAVADO

Blocos de betão celular autoclavado: Blocos, em geral, assentes com cimento-cola,


com juntas horizontais delgadas e juntas
verticais secas.
Espessuras correntes das paredes exteriores,
incluindo revestimentos: 220 mm a 330 mm,
embora se possam encontrar edifícios com
soluções de paredes com espessuras
inferiores.

Fig. I. 7.1 - Aspecto de um bloco de betão


celular autoclavado
Descrição sumária: Blocos maciços de betão
celular autoclavado, de cor branca; massa
volúmica seca 550 kg/m3; dimensões (comp. x
larg. x esp.): 600 mm x 200 mm x esp, (600
mm x 300 mm x esp,); espessuras: 100 mm,
120 mm, 150 mm, 200 mm, 240 mm e 300
mm.
Paredes de alvenaria de blocos de betão
celular autoclavado:

Fig. 1.7.3 - Paredes exteriores (fase de


construção) de blocos de betão celular
autoclavado
Edifícios com paredes de alvenaria de
blocos de betão celular autoclavado:

Fig. 1.7.2 - Construção de uma parede de


blocos de betão celular autoclavado

As paredes de alvenaria de blocos de betão


celular autoclavado preenchem malhas
reticuladas de estruturas de betão armado. Em
Fig. 1.7.4 - Edifício com paredes de alvenaria
alguns casos de paredes de betão armado
de blocos de betão celular autoclavado
(nomeadamente em edifícios com construção-
-túnel), a contra-fachada destas paredes é
Solução utilizada frequentemente em edifícios
realizada por um pano de alvenaria (de
de habitação social, e em edifícios de todos os
pequena espessura) de blocos de betão
tipos, incluindo edifícios residenciais uni- e
celular autoclavado.
multifamiliares, edifícios de serviços e
industriais.

1.47
Período de utilização em Portugal: entre a correcção de outras anomalias
1975 e 1996 (período de fabrico dos blocos (fendilhações, infiltrações, condensações
em Portugal); utilização posterior insignificante superficiais nos elementos estruturais,
(blocos importados). ascensão capilar).
Identificação: Numa parede revestida é difícil Tem-se conhecimento de intervenções de
identificar a utilização de blocos de betão reabilitação (térmica) de paredes de betão
celular autoclavado; no caso de existir uma celular autoclavado com soluções do tipo
zona degradada ou de ter sido feita alguma ETICS, fachada ventilada e de isolamento pelo
furação ou abertura, a cor do bloco (branca) interior (isolante térmico e placa de gesso
pode ser observada; por vezes nas zonas de cartonado).
arrecadações ou de garagens as paredes não
As soluções de reabilitação térmica a
se apresentam rebocadas, revelando uma
recomendar têm de ter em atenção a
superfície idêntica à ilustrada pela Fig. 1.7.2.
especificidade das características dos blocos e
Geralmente as paredes de compartimentação do comportamento global da parede.
interior são constituídas por blocos de
100 mm de espessura, as zonas das casas de NOTA: A referência às soluções de que se
banho e cozinhas por blocos de 150 mm e as tem conhecimento terem sido empregues na
paredes exteriores por blocos de 200 mm ou reabilitação deste tipo de paredes não
superior (excluindo revestimentos). pretende, necessariamente, indicar que se
trata de soluções globalmente adequadas.
Soluções que têm sido empregues em
reabilitação: Em geral as intervenções de
reabilitação visam a reparação ou a
substituição de revestimentos degradados, ou

1.48
QUADRO 1.12.1 RESISTÊNCIAS TÉRMICAS
ALVENARIA DE BLOCOS DE BETÃO CELULAR AUTOCLAVADO
PAREDES SIMPLES DE ALVENARIA

R [(m2 'C)IW]
J

Espessura da alvenaria (.)


Tipo de elemento [m]
0,10 0,12 0,15 0,20 0,24 0,30

bloco de betão celular autoclavado


600 x 200 x esp. 0,53 0,63 0,79 1,1 1,3 1,6
(600 x 300 x esp.)

* - A espessura da alvenaria indicada não inclui quaisquer revestimentos.


A espessura total das paredes existentes, se revestidas, corresponde, em geral, ao valor indicado no
quadro acrescentado de 25 a 35 mm.

NOTA: As resistências térmicas indicadas no quadro 1.12.1 correspondem a paredes simples de


alvenaria de blocos celulares, sem quaisquer revestimentos, e não incluem resistências térmicas
superficiais (exterior e interior).

QUADRO 1.12.2 COEFICIENTES DE TRANSMISSÃO TÉRMICA


ALVENARIA DE BLOCOS DE BETÃO CELULAR AUTOCLAVADO
PAREDES SIMPLES DE ALVENARIA
U [W/(m2. 'C)]
PAREDES EXTERIORES (Rse + Rsi = 0,17 [(m 2
. "C)M1)

Espessura da alvenaria
Tipo de elemento [m]
0,10 0,12 0,15 0,20 0,24 0,30

bloco de betão celular autoclavado


600 x 200 x esp. 1,4 1,2 1,0 0,80 0,68 0,56
(600 x 300 x esp.)

(') 2
PAREDES DA ENVOLVENTE INTERIOR (Rse + Rsi = 0,26 r(m . "C)IWJ)
Espessura da alvenaria
Tipo de elemento [m]
0,10 0,12 0,15 0,20 0,24 0,30

bloco de betão celular autoclavado


600 x 200 x esp. 1,2 1,1 0,93 0,74 0,64 0,54
(600 x 300 x esp.)

NOTAS: Os valores de U indicados no quadro 1.12.2 são aplicáveis a paredes com ou sem
revestimentos correntes.

A definição de envolvente interior consta do RCCTE [1[.

1.49
QUADRO 1.12.3 MASSA SUPERFICIAL
ALVENARIA DE BLOCOS DE BETÃO CELULAR AUTOCLAVADO
PAREDES SIMPLES DE ALVENARIA

MASSA SUPERFICIAL DA ALVENARIA [(kg/m2)] (*)

Espessura da alvenaria
Tipo de elemento [m]
0,10 0,12 0,15 0,20 0,24 0,30
Bloco
600 x 200 x esp. 60 70 80 110 130 170
(600 x 300 x esp.)

* - Os valores indicados não incluem a massa superficial de eventuais revestimentos; a massa


3
volúmica aparente (p, expressa em kg/m ) dos revestimentos correntes (estuques, rebocos, madeira,
pedra, etc.) pode ser obtida por consulta da ITE 50 [2].

A espessura total dos revestimentos correntes das paredes existentes varia, em geral, entre 25 e
35mm.

NOTA: Para efeitos de cálculo da inércia térmica interior o cálculo da massa superficial útil (Ms/)
deve ter em consideração a existência de eventuais soluções de isolamento térmico, as
características dos eventuais revestimentos da parede (massa superficial e resistência térmica) e
o disposto no RCCTE [1].

1.50
FICHA SUMÁRIA FS 8 PAREDES SIMPLES DE ALVENARIA
ALVENARIA DE BLOCOS DE BETÃO DE ESCÓRIA VULCÂNICA

Blocos de betão de escória vulcânica: Paredes de blocos de betão de escória


vulcânica:

Fig. 1.8.2 - Aspecto da construção de uma


Furação (vista inferior) parede de blocos de betão de escória
vulcânica (bagacina)

Furação (vista Infenor)

Fig. 1.8.1 - Blocos de betão de escória


vulcânica utilizados nas Regiões Autónomas
dos Açores (imagens superiores) e da Madeira
(imagem inferior) Fig. 1.8.3 - Paredes exteriores (em
construção) de alvenaria de blocos de betão
de escória vulcânica (bagacina)
Descrição sumária: Blocos furados de betão
de agregados de escória vulcânica
("bagacina", nos Açores e "areão", na Paredes de edifícios de pequeno porte e de
Madeira), de cor cinzenta, com massa preenchimento de vãos de estruturas
volúmica seca em geral inferior a reticuladas de betão armado.
1600 kg/m3, produzidos nas Regiões
Paredes executadas a partir de blocos
Autónomas dos Açores e da Madeira. Os
assentes com argamassa de cimento, com
blocos são fabricados com uma ou várias
juntas horizontais e verticais argamassadas.
fiadas de furos (Fig. 1.8.1).
Espessuras correntes das paredes exteriores,
Dimensões correntes dos blocos (comp. x larg. incluindo revestimentos: 230 mm a 330 mm.
x esp.): 500 mm x 200 mm x esp. (espessuras
Solução utilizada em edifícios de habitação
entre 100 e 250 mm); 400 mm x 200 mm x esp
uni- e multifamiliares e em edifícios correntes
(espessuras de 250 mm e 300 mm).
de serviços e industriais.

1.51
Período de fabrico dos blocos: a partir de
1960/1970.

Identificação: Solução corrente nas Regiões


Autónomas dos Açores e da Madeira.
As paredes com este tipo de blocos são
identificadas através de zonas que possam
não estar revestidas tais como arrecadações e
caves.
Em geral, as paredes exteriores são
constituidas por blocos com espessura de
Fig. 1.8.4 - Edifício em construção 200 mm ou superior (excluindo revestimentos).
(R A. Madeira) com paredes de alvenaria As paredes de compartimentação interior são
de blocos de betão de escória vulcânica constitu idas por blocos de 100 mm, 150 mm e
200 mm de espessura;
Soluções empregues em reabílitação
Edificios com paredes de alvenaria de térmíca: Em geral as intervenções de
blocos de betão de escória vulcânica: reabilitação visam a reparação ou a
substituição de revestimentos degradados ou
a correcção de outras anomalias (ascensão
capilar, infiltrações, fendilhações, etc.).

Fig. 1.8.5 - Edifício recente (RA. Açores)


com paredes de blocos de betão de escória
vulcânica

Fig. 1.8.6 - Edifício recente (RA. Madeira)


com paredes de blocos de betão de escória
vulcânica

1.52
QUADRO 1.13.1 RESISTÊNCIAS TÉRMICAS
ALVE ARIA DE BLOCOS DE BETÃO DE ESCÓRIAS VULCÂNICAS
PAREDES SIMPLES DE ALVENARIA

R [(m2. 'C)/W]

Espessura da alvenaria (0)

Tipo de elemento [m]


0,10 0,15 0,20 0,25 0,30

bloco de betão de escória vulcânica 0,21 0,27 0,33 0,38 0,45

* - A espessura da alvenaria indicada não inclui quaisquer revestimentos.


A espessura total das paredes existentes, se revestidas, corresponde, em geral, ao valor indicado no
quadro acrescentado de 30 a 50 mm.

NOTA: As resistências térmicas indicadas no quadro 1.13.1 correspondem a paredes simples de


alvenaria de blocos de escórias vulcânicas, sem quaisquer revestimentos, e não incluem resistências
térmicas superficiais (exterior e interior).

QUADRO 1.13.2 COEFICIENTES DE TRANSMISSÃO TÉRMICA


ALVENARIA DE BLOCOS DE BETÃO DE ESCÓRIAS VULCÂNICAS
PAREDES SIMPLES DE ALVENARIA

U [W/(m2• 'C)]

PAREDES EXTERIORES (Rse + Rsi = 0,17 [(m2. 'C)/W])

Espessura da alvenaria
Tipo de elemento [m]
0,10 0,15 0,20 0,25 0,30

bloco de betão de escória vulcânica 2,5 2,2 1,9 1,7 1,6

PAREDES DA ENVOLVENTE INTERIOR (0) (Rse + Rsi = 0,26 [(m2. 'C)/W])

Espessura da alvenaria
Tipo de elemento [ml
0,10 0,15 0,20 0,25 0,30

bloco de betão de escória vulcânica 2,0 1,8 1,6 1,5 1,4

NOTAS: Os valores de U indicados no quadro 1.13.2 são aplicáveis a paredes com ou sem
revestimentos correntes. A definição de envolvente interior consta do RCCTE [1].

1.53
QUADRO 1.13.3 MASSA SUPERFICIAL
ALVENARIA DE BLOCOS DE BETÃO DE ESCÓRIAS VULCÂNICAS
PAREDES SIMPLES DE ALVENARIA

MASSA SUPERFICIAL DA ALVENARIA [(kg/m2)] (*)

Espessura da alvenaria
Tipo de elemento {m7
0,10 0,15 0,20 0,25 0,30
bloco de betão de escória vulcânica 130 180 210 230 240

* - Os valores indicados não incluem a massa superficial de eventuais revestimentos; a massa


3
volúmica aparente (p, expressa em kg/m ) dos revestimentos correntes (estuques, rebocos, madeira,
pedra, etc.) pode ser obtida por consulta da ITE 50 [2].

NOTA: Para efeitos de cálculo da inércia térmica interior o cálculo da massa superficial útil (Msi)
deve ter em consideração a existência de eventuais soluções de isolamento térmico, as
características dos eventuais revestimentos da parede (massa superficial e resistência térmica) e
o disposto no RCCTE [1].
A espessura total dos revestimentos correntes das paredes existentes varia, em geral, entre 30 e
50 mm.

1.54
FICHA SUMÁRIA FS 9 PAVIMENTOS DE MADEIRA

Pavimentos de madeira:

Fig. 1.9.1 - Pavimento de madeira sobre o


exterior com vigas e tábuas de soalho,
sem forro de tecto

Fig. 1.9.3 - Pavimento de madeira com forro


de tecto (reboco sobre fasquiado), sobre uma
passagem exterior

Descrição sumana: Pavimento de madeira,


constituído por vigas de dimensões variáveis
entre 0,15 x 0,07 m a 0,20 x 0,08 m (altura x
largura), espaçadas, geralmente, de 0,40 m a
0,60 m.
O piso é constituído por um soalho realizado
por tábua de solho corrido, com ou sem juntas
com sobre posição ou encaixe (meia-madeira
ou macho-fêmea).
As madeiras mais usadas são o pinho e a
casquinha. Em pavimentos de casas mais
nobres também se empregam o carvalho ou a
nogueira.
Na parte inferior, o tecto é realizado por
tábuas de forro aplainadas somente na face
Fig. 1.9.2 - Pavimento de madeira com forro
visível e pregadas ás vigas do pavimento
de tecto (madeira pintada), sobre uma
(Fig. 1.9.2), por reboco ou estuque aplicado
passagem exterior
sobre fasquiado constituído por sarrafos de
secção transversal reduzida (Fig. 1.9.3), placas
de estafe ou por outras soluções mais
recentes (nomeadamente tectos-falsos)
aplicadas no âmbito de intervenções de
reabilitação.

1.55
Em alguns edifícios pode não existir um forro Os pavimentos de madeira são uma solução
de tecto (Fig. 1.9.1), em particular se o muito utilizada em edifícios pré-pombalinos,
pavimento está situado sobre um espaço pombalinos e gaio/eiras.
interior não habitado.
Solução pouco corrente em locais húmidos,
Devido à degradação registada em muitos dos como cozinhas e instalações sanitárias, devido
pavimentos de madeira· antigos, estes são á presença de humidades. Nestes locais
objecto de intervenções de reabilitação e de utiliza-se mais frequentemente o pavimento de
reforço estrutura (Fig. 1.9.4). vigas metálicas e abobadilhas de tijolo.
Período de utilização do pavimento de
madeira: entre 1750 e 1930 (maior incidência)
Utilização posterior: Pouco usual, embora se
recupere (Fig. 1.9.4) ou se reconstrua este tipo
de pavimentos em intervenções de
reabilitação. Também utilizado em edifícios
com paredes pouco resistentes, como as de
taipa e de adobe (vd. Fichas Sumárias FS 5 e
FS 6).
Identificação: Pavimento que utiliza tábuas
corridas, regra geral sempre na mesma
direcção. As tábuas do soalho são pregadas
às vigas, podendo observar-se a cabeça dos
pregos no pavimento (se o soalho não estiver
Fig. 1.9.4 - Recuperação (reforço) recoberto por um outro revestimento de piso
de pavimento de madeira com barrotes aplicado posteriormente).
empalmados (vista inferior)
Soluções empregues em reabilitação
térmica: Em geral as intervenções de
Edifícios com pavimentos de madeira:
reabilitação visam a reparação, o reforço ou a
substituição de elementos resistentes ou de
revestimentos degradados ou excessivamente
deformados.

Fig. 1.9.5 - Edifício (paredes de alvenaria


ordinária) com pavimentos de madeira

1.56
QUADRO 1.14.1 RESISTÊNCIAS TÉRMICAS
PAVIMENTOS DE MADEIRA

R [(m2. 'C)/W]

Espessura do pavimento (.)


Tipo de elemento [m]
0,18/0,22 0,21/0,25
pavimento com forro de tecto
- 0,52
e espaço de ar intermédio fracamente ou não-ventilado

pavimento sem forro de tecto -


0,24
(ou com espaço de ar fortemente ventilado)

* - As espessura do pavimento indicada corresponde às soluções mais correntes de pavimentos


de madeira, incluindo no primeiro caso, além da estrutura resistente e do revestimento de piso, um
tecto inferior de fasquiado e estuque ou de placas de estafe revesti das com estuque (ou qualquer
outra solução semelhante que conduza a uma ventilação reduzida do espaço intermédio).

NOTA: As resistências térmicas indicadas no quadro 1.14.1 correspondem a pavimentos correntes


de madeira e não incluem resistências térmicas superficiais (exterior e interior).

QUADRO 1.14.2 COEFICIENTES DE TRANSMISSÃO TÉRMICA


PAVIMENTOS DE MADEIRA
U [W/(m2. 'C)]

PAVIMENTOS EXTERIORES (Rse + Rsi = 0,21 (m". 'C)/W]) (fluxo descendente)

Espessura do pavimento (.)


Tipo de elemento [m]
0,18/0,22 0,21/0,25
pavimento com forro de tecto 1,4
-
e espaço de ar intermédio não-ventilado
pavimento sem forro de tecto 2,2 -

PAVIMENTOS DA ENVOLVENTE INTERIOR (Rse + Rsi = 0,34 [(m2. 'C)/W])


(fluxo descendente)

Espessura do pavimento (.)


Tipo de elemento [m]
0,18/0,22 0,21/0,25
pavimento com forro de tecto
- 1,2
e espaço de ar intermédio não-ventilado
pavimento sem forro de tecto 1,7 -

NOTAS: Os valores de U indicados no quadro I. .2 são aplicáveis a pavimentos com outros


revestimentos correntes (tecto de réguas de ma eira o de placas de gesso cartonado, etc.)
A definição de envolvente interior cons a o CC-E' [,

1.57
QUADRO 1,14,3 MASSA SUPERFICIAL
PAVIMENTOS DE MADEIRA

MASSA SUPERFICIAL DO PAVIMENTO [(kg/m2)] (*)

Espessura do pavimento (')


Tipo de elemento [m]
0,18/0,22 0,21/0,25
pavimento com forro de tecto
- 60
e espaço de ar intermédio não-ventilado
pavimento sem forro de tecto 40 -

* - As massas superficiais apresentadas no quadro 1.14.3 incluem as massas superficiais do soalho


e do tecto inferior; a massa volúmica aparente (p, expressa em kg/m3) de outros eventuais
revestimentos pode ser obtida por consulta da ITE 50 [2].

NOTAS: Para efeitos de cálculo da inércia térmica interior o cálculo da massa superficial útil (Ms1)
deve ter em consideração a existência de eventuais soluções de isolamento térmico, as
características dos eventuais revestimentos do pavimento (em particular a resistência térmica) e o
disposto no RCCTE [1].

1.58
QUADRO 1.15 PAVIMENTOS ALIGEIRADOS
DE VI GOTAS E BLOCOS DE BETÃO DE ESCÓRIAS VULCÂNICAS

RESISTÊNCIAS TÉRMICAS

Adoptar os valores da ITE 50 [2] correspondentes a pavimentos aligeirados de blocos de


betão normal

COEFICIENTES DE TRANSMISSÃO TÉRMICA

Adoptar os valores da ITE 50 [2] correspondentes a pavimentos aligeirados de blocos de


betão normal

MASSA SUPERFICIAL

Adoptar os valores da ITE 50 [2] correspondentes a pavimentos aligeirados de blocos de


betão normal

1.59
ANEXO 11
VALORES POR DEFEITO
DOS COEFICIENTES DE TRANSMISSÃO TÉRMICA SUPERFICIAIS

NOTA: Este ANEXO visa permitir a quantificação expedita de soluções construtivas


(paredes) sobre as quais apenas se tem um conhecimento superficial da respectiva
constituição.
Como é natural, nestas circunstâncias, esses valores têm, em geral, uma razoável margem
de segurança.

11.1
QUADRO 11.1
COEFICIENTES DE TRANSMISSÃO TÉRMICA
PAREDES SIMPLES DE CANTARIA E DE ALVENARIA APARELHADA
U [ W/(m2. OC))

PAREDES EXTERIORES (Rse + RSi = 0,17 [(m 2


. OC)IW])

Espessura da alvenaria
[m]
0,20 0,40 0,60 0,80 1,00

3,7 2,9 2,4 2,1 1,8

NOTAS:
O quadro 11.1 poderá ser utilizado no caso de paredes de pedra (cantaria ou pedra
aparelhada) quando não seja possível identificar, ou se desconheça, o tipo de pedra
utilizada.
Caso contrário, devem ser utilizados os quadros apresentados no Anexo I.

Sendo mais facilmente identificada a pedra de basalto, nas Regiões Autónomas dos Açores
e da Madeira será preferível utilizar os correspondentes coeficientes de transmissão térmica
indicados no Anexo I.

11.3
QUADRO 11.2 COEFICIENTES DE TRANSMISSÃO TÉRMICA
PAREDE REBOCADA (ANTERIOR A 1960)
PAREDES SIMPLES
U [W/(m2. CC)]

PAREDES EXTERIORES (Rse + Rsi = 0,17 [(m2. "C)/W])

Espessura da alvenaria (*)

[m}
0,30 0,60 0,90 1,20
2,4 1,8 1,4 1,2

* - A espessura da alvenaria indicada não inclui quaisquer revestimentos.


Em geral, a espessura total das paredes revestidas corresponde, consoante o tipo de alvenaria, ao
valor indicado no quadro acrescentado de 30 a 100 mm.

NOTAS:
O quadro 11.2poderá ser utilizado nos seguintes casos (paredes anteriores a 1960):
- paredes de alvenaria ordinária, quando não seja possível identificar, ou se
desconheça, o tipo de pedra utilizada;
- paredes de alvenaria composta de tijolo (maciço ou perfurado), quando não seja
possível identificar a sua natureza (devido aos rebocos existentes);
- paredes de taipa ou de adobe quando não seja possível identificar a respectiva
natureza (devido aos rebocos existentes).

Caso contrário, quando seja possível identificar, directa ou indirectamente, o tipo de parede,
devem ser utilizados os quadros apresentados no Anexo I.

11.4
QUADRO 11.3 COEFICIENTES DE TRANSMISSÃO TÉRMICA
PAREDE REBOCADA (POSTERIOR A 1960)
PAREDES SIMPLES OU DUPLAS
U [W/(m2. CC)]

PAREDES EXTERIORES (Rse + Rsi = 0,17 [(m2. "C)/W])


Espessura da alvenaria
[m]

0,18 a 0,20 0,23 a 0,29 0,30 0,35

1,7 1,3 1,1 0,96

* - A espessura da alvenaria indicada inclui os revestimentos (espessura total).

NOTAS:
O quadro 11.3poderá ser utilizado nos seguintes casos (paredes posteriores a 1960):
- paredes simples (em geral com espessura total não superior a 0,29 m) de alvenaria
simples, quando não seja possível identificar, ou se desconheça, o tipo de tijolo ou de
bloco utilizado;
- paredes duplas (em geral com espessura total superior a 0,29 m), quando não seja
possível identificar, ou se desconheça, quer o tipo de tijolo ou de bloco utilizado quer a
espessura dos panos de alvenaria; nos valores indicados não se considera a
contribuição de um eventual isolante térmico.

Caso contrário, quando seja possível identificar, directa ou indirectamente, o tipo e a


constituição da parede, devem ser utilizados os quadros apresentados na ITE 50 [2].

11.5

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