Discutiu-se em sala de aula, na matéria de Introdução a Engenharia de Segurança

do Trabalho, assuntos como: Atribuições do engenheiro de segurança, meio ambiente de

trabalho, direito à saúde e segurança, acidente de trabalho e normas regulamentadoras
(NR 01 – NR 33), sedo estes assuntos apresentadas de forma resumidas neste relatório.
O Engenheiro de segurança de trabalho, dentro de suas responsabilidades, tem
como atividades o de supervisionar, coordenar e orientar tecnicamente os serviços
inerentes à segurança e higiene do trabalho, observando os locais, instalações e
equipamentos de trabalho com o intuito de determinar as necessidades das empresas no
campo da prevenção de acidentes.
Entende-se como meio ambiente de trabalho, o local onde o trabalhador exerce
suas atividades profissionais relativas do objeto da relação jurídico-trabalhista em troca
de uma remuneração. Este ambiente, seja ele urbano ou rural, conforme as consolidações
das leis trabalhistas deve ser um ambiente que apresente condições de trabalho
saudável, através de implantação de normas e regras com intuito da preservação da
saúde do trabalhador e a prevenção de acidentes.
Ao longo dos anos a relação entre patrão, obreiro e sociedade passou por diversas
transformações. Inicialmente não existia nenhuma preocupação do legislador quanto ao
trabalhador, este visto apenas como mero objeto de trabalho e especulação,
desconsiderando-se a dignidade e o respeito à pessoa humana. Esta visão vem sendo
mudada ao longo dos anos com a Consolidação das Leis Trabalhistas e suas Reformas
Constitucionais, onde nelas encontram-se hoje os deveres e os diretos sociais com
garantia de dignidade da pessoa humana e da proteção da saúde e segurança no meio
ambiente de trabalho.
Diante destas reformas, dentre diversas leis, foi criada a Lei 8.213 de 24/07/1991,
Art.19, que se refere a acidente no ambiente de trabalho. Esta lei assegura os direitos ao
trabalhador por interrupções das suas atividades seja elas permanentes, temporários, por
invalidez ou morte. Além de responsabilizar a empresa pela adoção e uso das medidas
coletivas e individuais de proteção e segurança, assim como ofertar treinamentos
adequados a atividades desenvolvidos pelo trabalhador.
Entende-se como acidente do trabalho o acidente sofrido pelo segurado no local e
no horário de trabalho, conforme a Lei 8.213, Art. 21, Inciso II. As atividades
desenvolvidas no ambiente de trabalho podem gerar doenças ao trabalhador, seja elas
adquiridas ou desenvolvidas em funções das condições especificas em que trabalho é
realizado. Não são consideradas doenças do trabalho as doenças degenerativas, doenças
decorrentes da idade, doenças que não produzam incapacidade laborativa e as doenças
endêmicas e pandêmicas. Caso o funcionário sinta-se prejudicado no que se refere aos
seus direitos, o mesmo deve buscar atendimento na esfera judicial.
 Entende-se também como acidente do trabalho, o acidente sofrido pelo segurado,
ainda que fora do local e do horário de trabalho, Lei 8.213, Art. 21, Inciso IV,
enquadrando os acidentes decorrentes de viagem a serviço da empresa, inclusive para
estudo quando financiada por ela, e acidentes que por ventura ocorram durante o
percurso da residência para o local de trabalho ou vice e versa.
Ocorrendo algum acidente de trabalho, conforme a Lei 8.213, Art. 22, a empresa
deverá comunicar o acidente do trabalho ao INSS até o 1º dia útil seguinte ao da
ocorrência, mediante preenchimento da CAT, Comunicação de Acidente de Trabalho. Na
falta de comunicação por parte da empresa, esta comunicação pode ser feita pelo próprio
acidentado, seus dependentes, entidade sindical competente, médico que o assistiu ou
qualquer autoridade pública, não eximindo a empresa de responsabilidade pela falta da
comunicação de acidente de trabalho aos órgãos competentes.
NETP- Nexo Técnico Epidemiológico Previdenciário, método utilizado pelo INSS
para identificar doenças causadas por exposição do funcionário as suas praticas dentro da
empresa. Neste caso determinará automaticamente que se trata de benefícios
acidentários e não de benefícios previdenciários.
A medicina do trabalho está interligada as normas regulamentadoras em função
de preservar e proteger a saúde do trabalhador, promovendo medidas para redução de
insalubridades no ambiente de trabalho. A segurança do trabalho no ambiente da
medicina do trabalho, destina-se a prevenir o trabalhador a possíveis dados que venham
afetar a sua integridade física, em virtude das condições de risco nas quais são
submetidos em seus ambientes de trabalho, assegurando adicional de remuneração para
as atividades penosas, insalubres ou perigosas conforme descrita na Constituição Federal
de 1988, Art.7, Inciso XXII.
A Portaria Nº 3.214, de 08 de junho de 1978, aprova as Normas Regulamentadoras
- NRs - do Capítulo V, Título II, da Consolidação das Leis do Trabalho, relativas à Segurança
e Medicina do Trabalho: NR 1-Disposições Gerais; NR 2-Inspeção Prévia; NR 3-Embargo e
Interdição; NR 4-Serviço Especializado em Segurança e Medicina do Trabalho - SESMT;
NR 5-Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA; NR 6-Equipamento de Proteção
Individual - EPI; NR 7-Exames Médicos; NR 8-Edificações; NR 9-Riscos Ambientais; NR 10-
Instalações e Serviços de Eletricidade; NR 11-Transporte, Movimentação, Armazenagem e
Manuseio de Materiais; NR 12-Máquinas e Equipamentos; NR 13-Vasos Sob Pressão;
NR 14-Fornos; NR 15-Atividades e Operações Insalubre; NR 16-Atividades e Operações
Perigosas; NR 17-Ergonomia; NR 18-Obras de Construção, Demolição, e Reparos; NR 19-
Explosivos; NR 20-Combustíveis Líquidos e Inflamáveis; NR 21-Trabalhos a Céu Aberto;
NR 22-Trabalhos Subterrâneos; NR 23-Proteção Contra Incêndios; NR 24-Condições
Sanitárias dos Locais de Trabalho; NR 25-Resíduos Industriais; NR 26-Sinalização de
Segurança; NR 27-Registro de Profissionais; NR 28-Fiscalização e Penalidades; NR 29-
Trabalho Portuário; NR 30-Trabalho Aquaviário; NR 31-Trabalho na Agricultura, Pecuária,
Silvicultura, Exploração Florestal e Aquicultura; NR 32-Serviços Realizados No
Estabelecimentos de Serviço de Saúde; NR 33-Trabalhos em Espaço Confinado.
Tornando-se obrigatório a observância de todas as NRs pelas empresas públicas e
privadas, órgãos dos poderes legislativo e judiciário que possuam empregados regidos
pela CLT, competindo à Superintendência do Regional do Trabalho ou a Delegacia do
Trabalho impor as penalidades cabíveis em caso de descumprimento dos preceitos legais
e regulamentadores que garante a segurança e medicina do trabalho. Dando, a estes
órgãos, plenos poderes de embargar obras, interditar estabelecimentos, setor de serviço,
canteiro de obra, frente de trabalho, locais de trabalho, máquina e equipamentos,
notificando as empresas, estipulando prazos, para eliminação e/ou neutralização de
insalubridade.