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EXERCÍCIOS SOBRE TRATAMENTOS TÉRMICOS DAS LIGAS FERROSAS

1. Em que consiste, de uma maneira geral, o tratamento térmico?


R: Alterar as microestruturas das ligas metálicas e como conseqüência as propriedades mecânicas
como o aumento ou diminuição da dureza, aumento da resistência mecânica, melhora da
ductilidade, melhora da usinabilidade, melhora da resistência ao desgaste, melhora da resistência à
corrosão, melhora da resistência ao calor, melhora das propriedades elétricas e magnéticas, entre
outras propriedades mecânicas.

2. Quais os cuidados que devemos ter na fase de aquecimento?


R: Velocidades de aquecimento muito elevadas podem causar distorções ou, até mesmo, trincas,
porém, em alguns casos, velocidades muito baixas de aquecimento pode causar crescimento de
grão. (ex: aços fortemente encruados.)

3. Que é preaquecimento? Quando deve ser usado?


R: O preaquecimento acontece no inicio do aquecimento do material, aquecendo lentamente afim de
evitar ou não provocar defeitos na peça que esta sendo aquecida.

4. Qual a finalidade do tempo de permanência na temperatura de tratamento?


R: O tempo de tratamento térmico depende muito das dimensões da peça e da microestrutura
desejada. Quanto maior o tempo, maior a segurança da completa dissolução das fases para posterior
transformação, e maior será o tamanho do grão. A temperatura depende do tipo de material e da
transformação de fase ou microestrutura desejada.

5. O que é a descarbonetação? Quando pode ocorrer? Como evitar?


R: A descarbonetação nada mais é do que a combinação do carbono do aço com o oxigênio livre do
ambiente. Este processo conduz à perda de carbono do aço a partir da sua superfície, fazendo com
que a peça fique com uma camada com teor reduzido em carbono. A espessura desta camada
dependerá do tempo e da temperatura em que a peça ficará exposta a estas condições. Obviamente
esta é uma situação normalmente indesejável, pois a diminuição do teor de carbono conduzirá a
uma diminuição na dureza. Este fato se torna mais grave quando realizamos um tratamento térmico
de têmpera, pois uma diminuição no teor de carbono provoca uma queda sensível na dureza, já que
a dureza da martensita depende do teor de carbono. Assim sendo, as peças submetidas a tratamentos
térmicos deverão ser protegidas por uma atmosfera neutra que impeça a descarbonetação. Isto pode
ser conseguido utilizando-se fornos que produzam este tipo de atmosfera ou, caso isto não seja
possível, deve-se envolver as peças em uma substancia rica em carbono como cavacos de ferro
fundido ou carvão.

6. Para cada tratamento térmico abaixo, dê os objetivos, faça o ciclo térmico, represente no
TTT o resfriamento e diga qual a microestrutura obtida.
a) Recozimento pleno;
R: O objetivo é remover tensões devidas a tratamentos mecânicos, diminui a dureza, aumenta a
ductilidade, regulariza a textura bruta de fusão, eliminar finalmente, o efeito de quaisquer
tratamentos térmicos ou mecânicos e que o aço tenha sido submetido.
Microestrutura obtida: Perlita (ou ferrita mais perlita) Ou (perlita mais cementita).

b) Recozimento isotérmico;
R: O objetivo é utiliza-se para peças que necessitam ser usinadas com remoção de cavacos e que
após a usinagem, devam sofrer tratamentos térmicos finais com distorção dimensionadas
mínimas e sempre repetitivas para grandes series de produção.

c) Normalização;
R: Os Objetivos são idênticos aos do recozimento com a diferença de que se preocupa obter
uma granulação mais fina e, portanto, melhores propriedades mecânicas. As condições de
aquecimento do material são idênticas aos que ocorrem no recozimento, resfriamento é feito
mais rápido: ao ar.
Microestrutura obtida: Perlita fina.

d) Austêmpera;
R: O objetivo consiste no aquecimento do aço a temperaturas acima da critica, seguido de
esfriamento rápido de modo a evitar a transformação da austenita ate o nível de temperaturas
correspondentes à formação de bainita. O aço é mantido a essa temperatura o tempo necessário
para que a transformação da austenita em bainita se complete dependendo da temperatura do
banho (de sal fundido ou chumbo derretido) onde o aço é esfriado obtem-se bainita mais ou
menos dura.

Microestrutura obtida: Bainita.

e) Têmpera convencional;
R: Objetivo da tempera convencional é o aumento da dureza, resistência mecânica (limites de
escoamento e resistência) e resistência ao desgaste, entretanto, a ductilidade e a tenacidade dos
aços temperados é nula.
Possui 100% de martensita com dureza de 60 a 67 HRC.
O resfriamento da austenita em água, óleo ou ar forçado.
.
Microestrutura obtida: Martensita pura

f) Martêmpera;
R: O objetivo é aumento de dureza por meio da microestrutura martensítica.
Menor nível de tensões internas em relação a tempera convencional, e consequentemente, maior
estabilidade dimensional sobre os lotes e menor perda de peças por trincas e/ou distorções
dimensionais.
Custo mais elevado que a tempera convencional devido ao emprego de fornos do tipo banho de
sal.

Microestrutura obtida: Martensita (idêntica a tempera Convencional).

7. Diga porque a tenacidade do aço normalizado é maior que a do recozido?


R: O processo de normalização, por incluir um resfriamento mais acelerado do que o recozimento,
além de produzir uma perlita mais fina, irá produzir uma diminuição do tamanho de grão, que leva a
um considerável aumento de tenacidade.

8. Compare a austêmpera com a têmpera convencional.


R: O tratamento de austêmpera é um tratamento térmico usualmente utilizado em substituição à
têmpera quando se tem por objetivo melhorar as propriedades mecânicas do aço, principalmente a
ductilidade e a tenacidade, diminuir a possibilidade de aparecimento de trincas e de empenamentos
e ainda melhorar a resistência ao desgaste e a possibilidade de fragilização para determinadas faixas
de temperatura. Assim podemos resumir as diferenças fundamentais entre a austêmpera e a têmpera,
a austêmpera propicia uma maior tenacidade e uma maior ductilidade do que a têmpera e a
martêmpera para uma mesma dureza, além de diminuir o aparecimento de trincas e de
empenamento nas peças.

9. Compare a martêmpera com a têmpera convencional.


R: O tratamento da martêmpera é utilizado em substituição à têmpera quando se deseja diminuir o
risco de trincas, empenamentos e tensões residuais excessivas. O tratamento consiste basicamente
em se retardar o resfriamento logo acima da temperatura de transformação martensítica, permitindo
a equalização da temperatura ao longo de toda a peça, completando-se após o resfriamento. A
estrutura formada, a exemplo da têmpera, será martensítica, sendo, portanto, dura e frágil. Na
tempera convencional o processo é o mesmo, obtenção de microestrutura dura e frágil.

10. Que vem a ser a temperabilidade de um aço? De que depende?


R: Temperabilidade é a capacidade de um aço alcançar, transformar-se total ou parcialmente de
austenita para martensita. A temperabilidade depende do tamanho de grão e da presença de
determinados elementos de liga.

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