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A um dia de registrar sua candidatura para disputar o Planalto pela sexta vez, o ex-
presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse, em artigo assinado por ele e
publicado no jornal norte-americano "The New York Times" nesta terça-feira
(14) (https://www.nytimes.com/2018/08/14/opinion/lula-eu-quero-democracia-nao-
impunidade.html), que sua prisão "foi a última fase de um golpe em câmera lenta
destinado a marginalizar permanentemente as forças progressistas no Brasil".
"Pretende-se impedir que o Partido dos Trabalhadores seja novamente eleito para a
Presidência", escreveu.
Lula afirma também que é o líder nas pesquisas de intenção de voto em que seu
nome é testado. Ele diz acreditar que isso mostra que "milhões de brasileiros
entendem" que sua prisão "não tem nada a ver com corrupção". "E eles entendem
que eu estou onde estou apenas por razões políticas", comentou. "Eu não peço
para estar acima da lei, mas um julgamento deve ser justo e imparcial".
"Eu peço respeito pela democracia. Se eles querem me derrotar de verdade, façam
nas eleições. Segundo a Constituição brasileira, o poder vem do povo, que elege
seus representantes. Então, deixe o povo brasileiro decidir. Eu tenho fé que a
justiça prevalecerá, mas o tempo está correndo contra a democracia".
No texto, o petista ressalta pontos positivos de seu governo e critica seu antigo
aliado, o atual presidente Michel Temer (MDB), que assumiu o governo brasileiro
após o impeachment de sua sucessora, Dilma Rousseff (PT). "Os conservadores do
Brasil estão trabalhando muito para reverter o progresso dos governos do Partido
dos Trabalhadores, e eles estão determinados a nos impedir de voltar ao cargo no
futuro próximo".
Lula diz que o aliado dos conservadores é o juiz federal Sergio Moro, que o
condenou, em primeira instância, no processo do tríplex em julho do ano passado.
O ex-presidente teve sua condenação confirmada pela segunda instância em
janeiro deste ano e, desde abril, está preso na Superintendência da Polícia Federal
em Curitiba.
"Eles [Moro e a força-tarefa da Lava Jato] criaram um show para a mídia quando me
levaram para depor à força [em março de 2016], me acusando de ser o 'mentor' de
um vasto esquema de corrupção. Esses detalhes aterradores raramente são
relatados na grande mídia", comentou o ex-presidente.
Para o petista, "Moro tem sido celebrado pela mídia de direita do Brasil". "Ele se
tornou intocável. Mas a verdadeira questão não é o senhor Moro; são aqueles que o
elevaram a esse status de intocável: elites de direita, neoliberais, que sempre se
opuseram à nossa luta por maior justiça social e igualdade no Brasil".
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