Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Elétrica III-1
Apostila de Sistemas de Controle I
&$3Ì78/2 ,,,
“CONCEITOS FUNDAMENTAIS”
3.1- INTRODUÇÃO
d n y( t ) d n −1 y( t ) dy( t ) d m χ( t ) d m −1 χ ( t ) dχ ( t )
a0 n + a 1 n −1 ...+ a n −1 + a n . y ( t ) = b 0 m + b 1 m −1 ...+ b m−1 + b m . χ( t )
dt dt dt dt dt dt
Onde: n ≥ m
χ ( t ) ⇒ entrada e y( t ) ⇒ saída
( a .S
0
n
+ a 1Sn −1 +....+ a n −1.S + a n ) Y (s) = ( b0 .Sm + b1.Sm−1 +....+ b m −1.S + b m ) X( s)
É uma representação simbólica para a operação matemática, na qual o sinal de saída do bloco
é produzido pelo sinal de entrada deste mesmo bloco, multiplicado pelo ganho do bloco (função de
transferência do bloco).
Os fluxos de sinais são flechas que indicam o sentido em que os sinais de entrada e saída dos
blocos são interligados.
- Ponto de Soma
Os pontos de soma em um diagrama de blocos indicam como os sinais devem ser somados ou
subtraídos. Deve-se observar que os sinais a serem somados ou subtraídos, devem ter as mesmas
dimensões e unidades.
- Pontos de Ramificações
B(s)
Função de transferência de malha-aberta: F.T.M.A ⇒ = G (s). H (s)
E(s)
Y(s)
Função de transferência direta: F.T.D ⇒ = G (s)
E(s)
Y(s) G (s)
Função de transferência de malha-fechada: F.T.M.F ⇒ =
X(s) 1 + G (s). H (s)
Obs:
Para a obtenção do diagrama de blocos de um determinado sistema, deve-se inicialmente
obter as equações que descrevem cada componente. Aplica-se T.L., admitindo-se condições iniciais
nulas. Represente cada equação pelos blocos correspondentes. Então junte os blocos e tenha o
diagrama de blocos completo.
ei (t) − e0 (t)
i(t) =
R
d.e (t)
i(t) = C. 0
dt
1
G (s) = e H (s) = 1
RCS
E0(s) G (s)
Sabendo-se que: = , resulta:
E1(s) 1 + G (s) H (s)
1
E0(s) 1 E0(s) RC
= ⇒ =
E1(s) 1 + RCS E1(s) S + 1
RC
No sistema acima representado, temos dois sinais de entrada, isto é, a própria entrada do
sistema X(s) e uma perturbação N(s).
Quando temos um sistema sujeito a entradas diferentes podemos obter independentemente as
respostas para cada uma das entradas, utilizando-se o teorema da superposição, e após adicioná-las
resultando na resposta completa.
Para o sistema mostrado, considere que:
YN (s) G 2(s)
=
N (s) 1 + G 2(s). G1(s). H (s)
G 2(s)
Y(s) = + {N (s) + G1(s). X(s)}
1+. G1(s)G 2(s). H (s)
YN (s) ≈ 0
X(s)
Y(s) =
1 H (s)
YX(s) ≈ . X(s)
H (s)
Observações:
- Em toda simplificação a ser feita, o produto das funções de transferência diretas deve
permanecer inalterado. Isto também vale para funções de transferência em um laço.
- Para a correta simplificação de um diagrama de blocos deve-se inicialmente deslocar-se
pontos de soma e junção, permutar pontos de soma e, então, reduzir-se os laços de realimentação
internos.
Da mesma forma que o diagrama de blocos, o gráfico de fluxo de sinais é usado para a
representação gráfica de uma função de transferência.
No gráfico de fluxo de sinais, os blocos são substituídos por setas e os pontos de soma por
nós. Porém, os nós também representam as variáveis do sistema. Cada seta indica a direção do fluxo
de sinal e também o fator de multiplicação que deve ser aplicado a variável de partida da seta (ganho
do bloco).
Ex:
≈
C(s) = G (s). E(s)
Prof. Hélio Leães Hey - 1997
Projeto Reenge - Eng. Elétrica III-7
Apostila de Sistemas de Controle I
A definição dos caminhos diretos e dos ganhos dos laços envolvidos é mostrado abaixo.
Seja “T”, o ganho do gráfico acima, isto é, a sua função de transferência. A fórmula do ganho
de Mason é dada por:
T=
1 P
∑
∆ K =1
MK. ∆K =
1
∆
(
M. ∆ 1 + M 2 . ∆ 2 +......+ M p . ∆ p )
Onde:
∆ ⇒ Determinante do gráfico
∆ ⇒ 1 − (Σ dos ganhos dos laços individuais) + (Σ dos produtos de ganhos de todas
as possíveis combinações de dois laços que não se tocam) − (Σ dos produtos de ganhos de todas as
possíveis combinações de três laços que não se tocam) + (Σ dos produtos de ganhos de todas as
possíveis combinações de quatros laços que não se tocam) − (........
∆ ⇒ 1 − ∑ L + ∑ L. L− ∑ L. L. L +.....
a a b ,c b c d ,e ,f d e f
L1 = - G2H1
Ganhos dos laços individuais;
L2 = - G4H2
∆1 = 1
∆2 = 1 + G2H1
M 1∆ 1 + M 2 ∆ 2
T=
∆
(G G G 3 G 4 G 5 ).1 + ( G 6 G 4 G 5 ). (1 + G 2 H 1 )
T=
1 2
1 + G 2 H1 + G 4 H 2 + G 2 H1.G 4 H 2
A tendência dos sistemas modernos é de que cada vez mais aumente sua complexidade. Isto
se deve principalmente a necessidade de uma boa precisão, aliada a própria complexidade das tarefas
a serem executadas pelo sistema. Nestes sistemas tem-se várias-entradas e várias-saídas que
geralmente podem ser variantes no tempo.
Esta complexidade fez com que os sistemas de controle fossem analisados segundo uma nova
abordagem, que é o modelo de variáveis de estado.
Esta abordagem é uma ferramenta fundamental na teoria de sistemas de controle moderno,
sendo aplicável a sistemas com múltiplas entradas e saídas, lineares ou não, variantes ou invariantes
no tempo. Esta abordagem é feita no domínio de tempo.
Vale lembrar que a abordagem de controle clássico, baseada no conceito de função de
transferência, é válida para sistemas lineares, invariantes no tempo e uma entrada-uma saída e feita
no domínio freqüência.
A seguir são feitas algumas definições necessárias para a abordagem de ESPAÇO DE ESTADO.
- Estado:
O estado de um sistema dinâmico é o menor conjunto de variáveis (de estado), tal que o
conhecimento destas variáveis em t = t0, juntamente com a entrada para t ≥ t0, determina
completamente o comportamento do sistema para qualquer instante t ≥ t0.
- Variáveis de Estado
É o menor conjunto de variáveis que determina o estado de um sistema dinâmico. Se pelo
menos “n” variáveis ( χ 1 ( t ), χ 2 ( t ),.... χ n ( t )) são necessárias para descrever completamente o
comportamento de um sistema dinâmico, então estas “n” variáveis são um conjunto de variáveis de
estado.
Embora não seja necessário, é interessante que as variáveis de estado sejam grandezas
facilmente mensuráveis devido a aplicação das de de controle que necessitam da realimentação
destas variáveis.
- Vetor de Estado
Se “n” variáveis de estado são necessárias para descrever o comportamento de um sistema,
então estas “n” variáveis podem ser consideradas como “n” componentes de um vetor X 1 ( t ) ,
chamado VETOR DE ESTADO.
- Como o sistema pode ter mais de uma entrada, é possível enviar para dentro do modelo
mais informações a cerca da planta;
- Vários modelos de variáveis de estado podem ser obtidos para um mesmo sistema. Visto
que depende da escolha das variáveis de estado;
Ex:
Seja o sistema mostrado abaixo. Obtenha a equação diferencial de segunda ordem que
o define, a sua função de transferência e duas representações por modelo de variáveis de estado.
ϑi( t ) − ϑc( t )
i1 ( t) = “1”
R1
di ( t )
ϑc( t ) − ϑ 0( t ) = L. 2 “2”
dt
dϑc( t )
i 1 ( t ) − i 2 ( t ) = C. “3”
dt
di 2 ( t )
“2” → ϑc( t ) = ϑ 0( t ) + L. “5” ϑ 0( t ) = R 2 . i 2 ( t ) “4”
dt
ϑi( t ) ϑc( t ) ϑ 0( t ) d L d
= + + C. ϑ 0( t ) + . .ϑ 0( t ) “6”
R1 R1 R2 dt R 2 dt
ϑi( t ) ϑ 0( t ) L dϑ 0( t ) ϑ 0( t ) dϑ 0( t ) LC d 2ϑ 0( t )
= + . + + C. + . “7”
R1 R1 R1R 2 dt R2 dt R2 dt 2
LCR1 L + CR 1R 2 R1 + R 2
.ϑ 0( t ) + .ϑ 0( t ) + .ϑ 0( t ) = ϑi( t ) “8”
R2 R2 R2
- Função de Transferência
Para a obtenção da função de transferência deste sistema, deve-se obter a razão entre as
transformações de laplace dos sinais de entrada e saída.
LCR 1 2 L + CR 1 R 2 R1 + R 2
. S V0( s) + . SV0( s) + V0 ( s) = Vi( s) “9”
R2 R2 R2
Seja:
LCR 1 L + CR 1 R 2 R1 + R2
A= ; B= ; C= ;
R2 R2 R2
V 0(s) 1
= “10”
Vi (s) AS + BS + C
2
Para a obtenção do modelo de variáveis de estado, deve-se inicialmente definir quem são as
variáveis de estado; sinais de entrada e sinais de saída.
χ 1 ( t ) = ϑ 0( t )
Variáveis de estado y( t ) = ϑ 0( t ) = χ 1( t ) → Sinal de saída
χ 2 ( t ) = ϑ 0( t )
LCR 1 L + CR 1 R 2 R1 + R 2
. χ1 ( t ) + . χ 1 ( t ) + . χ 1( t ) = ϑi( t ) “11”
R2 R2 R2
LCR 1 L + CR 1 R 2 R1 + R 2
. χ 2 ( t) + . χ 2 ( t ) + . χ 1( t ) = ϑi( t ) “12”
R2 R2 R2
Seja:
R1 + R 2 L + CR 1 R 2 R2
D= ; E= ; F= ;
LCR 1 L + CR 1 LCR 1
χ 1 ( t ) 0 1 χ 1( t ) 0
χ ( t ) − D − E . χ ( t ) + F.ϑi( t )
= “13”
2 2
χ1(t )
y ( t ) = [1 0] . “14”
χ 2 (t )
1 1 1
χ 1 ( t ) = .ϑi( t ) − . χ 1( t ) − . χ 2 ( t ) “15”
R 1C R 1C C
1 1 1
χ 1 ( t ) = − χ 1( t ) − χ 2 ( t ) + ϑi( t ) “16”
R 1C C R 1C
R
χ 2 ( t ) = 1 χ 1 ( t ) − 2 . χ 2 ( t ) “17”
L L
y(t ) = R 2 .χ2 (t )
1 1
1
χ 1 ( t ) − R C − C χ 1 ( t )
χ ( t ) = 1 + R C .ϑi( t )
R 2 χ 2 ( t ) 1
1
.
2
− 0
L L
χ1 (t )
y ( t ) = [ 0 R 2 ] .
χ 2 (t )
X ( t ) = A. X ( t ) + B. U( t ) ⇒
Equação de Estado
Y ( t ) = C. X ( t ) + D. U ( t ) ⇒ Equação de Saída
Onde:
X(t) → Vetor de Estado;
A → Matrix de Estado;
B → Matrix de Entrada;
C → Matrix de Saída;
D → Matrix de Transmissão direta;
Geralme
nte, a Matrix de
Transmissão
Direta é nula, visto que quase sempre existe uma dinâmica em todas as ligações entrada e saída dos
sistemas.
A obtenção do modelo de variáveis de estado de um sistema, geralmente pode ocorrer
através de uma das formas apresentadas abaixo
Seja o seguinte sistema de equações, onde y1(t) e y2(t) são as saídas do sistema e µ1(t) e µ2(t)
as entradas do sistema.
y 1 ( t ) + K 1 y 1 ( t ) + K 2 y 1 ( t ) = µ 1 ( t ) + K 3 µ 2 ( t )
y 2 ( t ) + K 4 y 2 ( t ) + K 5 y 1 ( t ) = K 6 µ 1 ( t )
- Variáveis de Estado
χ1 (t ) = y 1 ( t )
χ
2 (t ) = y 1 (t )
χ ( t ) = y ( t )
3 2
χ 1 ( t ) = χ 2 ( t )
χ 2 ( t ) = − K 1 χ 2 ( t ) − K 2 χ 1 ( t ) + µ1 ( t ) + K 3 µ 2 ( t )
χ 3 ( t ) = − K 5 χ 2 ( t ) − K 4 χ 3 ( t ) + K 6 µ1 ( t )
χ 1 (t ) 0 1 0 χ1 ( t ) 0 0
χ (t ) = − K µ 1 ( t)
2 2 − K1 0 . χ 2 (t ) + 1 K 3 .
χ 3 (t ) µ 2 ( t )
0 −K5 − K 4 χ 3 (t ) K 6 0
χ 1 (t )
y 1 ( t ) 1 0 0
y (t ) = 0 0 1. χ 2 ( t )
2 χ
3 ( t )
b 2 S 2 + b 1S + b 0 χ ( s)
. χ1
Y (s)
= G (s) = 3
U (s) S + a 2 S + a 1S + a 0
2 1 ( s)
U (s) = S 3 χ 1 (s) + a 2S 2 χ 1 (s) + a 1Sχ 1 (s) + a 0 χ 1 (s)
Definindo-se:
Y( t ) = b 2 χ 3 ( t ) + b 1 χ 2 ( t ) + b 0 χ 1 ( t )
e:
χ 3 ( t ) = − a 2 χ 3 (t ) − a 1 χ 2 (t ) − a 0 χ 1 ( t ) + µ (t )
χ 1 (t ) = χ 2 (t )
χ 2 (t ) = χ 3 (t )
χ 1 (t ) 0 1 0 χ 1 (t ) 0
χ (t ) = 0 0 1 . χ 2 (t ) + 0. µ ( t )
2
χ 3 (t ) − a 0 −a 1 − a 2 χ 3 (t ) 1
χ 1 (t )
y ( t ) = [b 0 b1 b 2 ]. χ 2 ( t )
χ 3 ( t )
•
X (t ) = A. X (t ) + B. µ (t )
Y ( t ) = C. X ( t ) + D. µ ( t )
Aplicando a transformação de laplace nestas equações e considerando nulas as condições
iniciais, resulta:
Y ( s) = CX ( s) + DU( s)
matrix identidade
(SI − A ). X( s) = BU( s) → X( s) = (SI − A ) −1 . BU( s)
Y(s)
= G (s) = C.(SI − A ) −1 . B + D
U(s)
X ( t ) = A. X( t ) + B. U( t )
Y( t ) = C. X( t ) + D. U( t )
Definindo-se um outro Vetor de Estado V(t) = Q.X(t), onde “Q” é uma matrix qualquer,
resulta.
X( t ) = Q −1 . V (t )
Onde:
Q −1 = P ; P → Matrix de Transformação;
X( t ) = P. V ( t )
( t ) = P. V
X (t)
P. V
( t ) = A. P. V( t ) + B. U( t )
Y( t ) = C. P. V( t ) + D. U( t )
V ( t ) = P −1 . A. P. V( t ) + P −1 . B. U( t )
Y( t ) = C. P. V( t ) + D. U( t )
V ( t ) = A .V( t ) + B . U( t )
v v
⇒ NOVA REPRESENTAÇÃO DE ESPAÇO DE ESTADO
Y( t ) = Cv.V( t ) + D. U( t )
Ex:
1
Dado G ( s) = obtenha:
S + 3S + 2
2
ϑ1( t ) = χ1 ( t ) + χ 2 ( t )
ϑ2( t ) = χ1 ( t ) + 2.χ 2 ( t )
Utilizando-se o procedimento mostrado no ítem 3.12, o modelo de estado para este sistema é
obtido como mostrado abaixo:
X (t ) 0 1 X 1 ( t ) 0
= + . µ( t )
1
.
X 2 ( t ) −2 −3 X 2 (t ) 1
X1
Y( t ) = [1 0] .
X 2
O novo conjunto de variáveis de estado V(t), em função das variáveis de estado X(t), é dado
por:
1 1 X1 ( t ) 1 1 2 −1
V( t ) = . Onde: Q= e Q = +1 e Adj. Q =
1 2 X 2 ( t ) 1 2 −1 1
1 1 Adj. Q 2 −1
P −1 = Q = P = Q −1 = P =
1 2 Q −1 1
e:
1 1 0 1 2 −1
P −1 . B = . = C.P = [1 0] . = [ 2 −1]
1 2 1 2 −1 1
V ( t ) −2 0 V1 ( t ) 1
= − − . + . µ( t )
1
V2 ( t ) 3 1 V2 ( t ) 2
V1 ( t )
Y( t ) = [ 2 −1] .
V2 ( t )